Pio XII e os Fatos - Doutrina Católica - caspaz

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Pio XII e os Fatos
Homem discreto e silencioso, notoriamente avesso a fotógrafos por exemplo, Pio
XII certamente não contava estar debaixo dos holofotes mais de 40 anos depois de sua
morte. Não há de surpreendê-lo, porém, lá de onde esteja, o fato de que, mais do que sob
os holofotes, está sob o fogo cruzado de denúncias, pois ao cristão - desde o primeiro
deles - nunca são estranhas as injustiças do mundo.
Comecemos por situar esse papa no século que ora vai definhando para que as
coisas tenham uma ordem desejável. Pio XII foi papa no momento histórico mais difícil
do século XX. Seu pontificado, longo de 19 anos (1939-1958), inclui todo o cruel período
da Segunda Guerra. Ao ser eleito sucessor de Pedro, o cardeal' Eugênio Pacelli,
diplomata experiente, sabia das terríveis dificuldades que teria pela frente - e dispôs-se a
enfrentá-las.
Enfrentou-as dentro de seu estilo mais marcante, a discrição e o silêncio já citados.
Não há mais sábio modo de agir quando se está no meio da tormenta: silêncio não
significa omissão. Os homens, entretanto, sobretudo quando lhes convém, às vezes
confundem silêncio com omissão. E acusam. Mas, de que acusam Pio XII? Mais do que
de omisso, ele vem sendo acusado de conivente com o nazismo e com sua face mais
hedionda, a perseguição racial, de que foram vítimas maiores os judeus. Livro recente
(1999) do escritor inglês John Cornwell o chama mesmo, a começar pelo título, de O
Papa de Hitler. Desde que foi publicado, as acusações parecem uma orquestração.
É curioso como as acusações nunca foram feitas quando as tropas de Hitler
rondavam cada quintal da Europa - e, a partir de 1943, era especialmente pela Itália que
elas andavam com mais desembaraço. As acusações surgiram muito depois. Começaram
em 1963, cinco anos depois da morte de Pio XII e dezoito depois do fim da guerra,
quando foi editada a peça do alemão Rolf Hochhuth, O Vigário. Mas ficção é ficção, cada
um escreve o que quer. Ainda quando se pretenda ter base histórica, a história entra
apenas como pano de fundo. O autor move os cordéis de acordo com suas tendências,
carrega nas tintas segundo sua visão pessoal. De qualquer maneira, a peça de Hochhuth,
lançada com sensacionalismo, encenada e editada de imediato em vários países, dado o
apelo do assunto, dorme hoje em prateleiras empoeiradas talvez por falta de valor
dramatúrgico ou literário.
O livro de Cornwell, anunciado como uma pesquisa séria, fez ressurgir a
campanha. A realidade, porém, não parece confirmar-lhe a seriedade e muito menos o
amor à verdade do autor. O Osservatore Romano, por exemplo, de 13 de outubro do ano
passado, afirma que é "absolutamente falsa” a afirmação do escritor de que "foi o
primeiro e único pesquisador a ter acesso ao Arquivo do Vaticano", na parte que trata das
relações exteriores - sempre livremente aberta a inúmeros historiadores e pesquisadores
de todo tipo. Consultou ele só os documentos referentes à Baviera de 1918 a 1921 (de
1914 a 1920 o futuro Pio XII foi núncio na Baviera) e os referentes à Áustria de 1913 a
1915. Ambas as séries documentais já foram consultadas vezes e vezes. Os arquivos a
partir de 1922 ainda não foram abertos. Portanto, Cornwell faltou com a verdade, pois
não foi "primeiro e único" em nada. Manuseou o que muitos outros manusearam.
Registre-se que a série de documentos do tempo da guerra é de conhecimento
público, pois, para deixar tudo às claras, Paulo VI (papa entre 1963-78) determinou que a
Editora Vaticana lançasse os Atos e Documentos da Santa Sé Relativos à Segunda Guerra
Mundial (12 volumes), antecipando em decênios a abertura normal dessa série de
documentos.
Mas voltemos às pesquisas de Cornwell no Vaticano e àquele número do
Osservatore Romano. Cornwell diz que freqüentou "durante meses a fio" o Arquivo da
Santa Sé. Outra inverdade, segundo o jornal. Alguém há de dizer: mas por que a verdade
estará com aquele órgão do Vaticano (embora oficioso)? Acontece que os registros de
entrada e saída diária nos arquivos vaticanos são feitos com todo rigor. Sabe-se com
precisão quem vai lá e por quanto tempo trabalha. Os registros mostram que Cornwell
não esteve lá por meses a fio. Só freqüentou os arquivos de 12 de maio a 2 de junho de
1997. Mesmo nessa curta temporada de 20 dias “não compareceu diariamente" e nos dias
em que lá foi só ficava no Arquivo "por breve período de tempo”.
Será confiável, então, o resultado de uma pesquisa de quem começa por se mostrar
pouco amigo da verdade na simples apresentação de como a fez e quanto tempo
consumiu com ela? Será confiável a pesquisa, de quem começa por se gabar de um
ineditismo em relação às fontes utilizadas que não é mais do que um engodo?
Parece mais confiável, por exemplo, a voz de Golda Meir, uma das pioneiras do
Estado de Israel, do qual era ministra do Exterior quando da morte de Pio XII, ocasião
em que fez as seguintes declarações: "Durante o decênio do terror nazista, quando nosso
povo sofreu terrível martírio, a voz do papa se levantou para condenar os perseguidores e
para pedir compaixão em favor de suas vítimas." (na entrevista do jesuíta Pierre Blat a Le
Figaro Magazine, Paris, 18-9-99). Já se vê que o silêncio de Pio XII não foi absoluto. A
quem tinha ouvidos de ouvir, como Golda Meir, seus pronunciamentos chegaram.
Se mais o papa não falou foi por um cuidado piedoso. Dolorosa experiência ele
tinha da encíclica de Pio XI em alemão de 1937 condenando o racismo nazista (pela qual
Paceffi foi o grande responsável, como secretário de Estado, mas disso ninguém fala).
Infiltrada clandestinamente, a encíclica foi lida nas igrejas alemãs a 31 de março daquele
ano. No dia seguinte intensificou-se a perseguição a católicos e judeus. Na Holanda, um
documento católico protestando contra o nazismo foi lido nas igrejas a 26 de julho de
1942: na manhã seguinte começou a deportação de judeus. Pio XII ficou tão
impressionado que queimou quatro páginas de protesto que tinha escrito para divulgar
pelo Osservatore Romano.
A ação discreta de Pio XII também foi reconhecida por gente como o scholar judeu
Pinchas E. Lapide, pesquisador sobre papas e catolicismo, que em seu livro Three Popes
and the Jews (Londres, 1967) estima que Pio XII e inúmeros padres, freiras e leigos
católicos tenham salvo de 700 mil a 850 mil judeus da fúria nazista até à custa da própria
vida em não poucos casos. Como foi reconhecida pelos rabinos italianos que, em
comissão, agradeceram a ele pessoalmente, depois da guerra, o que fizera pelos judeus
perseguidos, escondendo-os em casas religiosas, defendendo-lhes a vida de vários modos.
Um deles, Israel Zolli, acabou convertido ao catolicismo. Ao ser batizado, escolheu o
nome de Eugênio. E explicou que estava homenageando o papa que tinha salvado tantos
judeus.
Notícias Eclesiáis, 14 de outubro de 1999
Santa Sé evidencia a inconsistência do livro que calunia o Papa Pio XII
Vaticano, 14 (NE) A Sala de Imprensa da Santa Sé publicou ontem uma declaração
desmentindo várias das absurdas calúnias escritas por John Cornwell em seu recente livro
sobre o Papa Pio XII. A declaração demonstrou uma vez mais a inconsistência da
investigação de Cornwell e sua falta de respeito à verdade histórica manifestada em sua
obra panfletária: "O Papa de Hitler". O que a declaração adverte primeiramente é que
Cornwell, que incrivelmente afirma que seu livro é "o primeiro juízo científico e leal
sobre Pio XII", não tem título acadêmico algum de história, de direito ou de teologia", um
dos critérios nos quais peritos famosos mundialmente baseiam suas críticas ao livro. Da
mesma forma, são evidenciadas algumas das mentiras expressas por Cornwell em relação
a seu trabalho de investigação nos Arquivos Vaticanos, começando por sua afirmação
indicando que foi a primeira pessoa a ter acesso a estes arquivos. "Isto é completamente
falso", esclarece o comunicado, afirmando que a investigação do autor britânico se
limitou a duas séries de documentos, ambos anteriores ao ano 1922. Igualmente,
Cornwell defende que trabalhou nos arquivos durante vários meses. Entretanto, a
autorização que lhe foi concedida cobria um período de somente três semanas, durante as
quais o autor nem sequer foi todos os dias, como o confirmam os registros rigorosamente
levados no Arquivo. Em seu calunioso livro, Cornwell afirma também ter descoberto
documentos secretos que permaneceram ocultos até a sua "investigação", em especial
uma carta escrita pelo Papa Pacelli quando era ainda Núncio na Bavária. Entretanto, este
"documento secreto" -indica a declaração- tinha sido publicado no 1992, sete anos antes
da "descoberta" de Conwell".
LA IGLESIA CATOLICA SALVO A 850 MIL HEBREOS DEL HOLOCAUSTO
La increíble gesta se realizó por indicación y organización de Pío XII
CIUDAD DEL VATICANO, 8 oct (ZENIT).- El silencio de Pío XII «cubría una
acción secreta a través de las nunciaturas y los episcopados para tratar de impedir las
deportaciones». El historiador jesuita Pierre Blet, a quien Pablo VI le encargó la
publicación de las actas y documentos de la Santa Sede relativos a la segunda guerra
mundial, responde así a las acusaciones lanzadas contra el Papa Pacelli por John
Cornwell en su libro «El Papa de Hitler».
«Los resultados de esta acción --afirmó el padre Blet esta mañana en una rueda de
prensa celebrada en el Vaticano con motivo de la presentación en italiano de su libro «Pío
XII y la Segunda Guerra Mundial»-- están comprobados por las repetidas peticiones de
nuevas intervenciones y por los testimonios de agradecimiento dirigidos a Pío XII por
asociaciones y por las más altas personalidades hebreas en el transcurso del conflicto y
una vez que terminó la guerra». En este sentido, el padre Blet recordó que «un historiador
israelita ha revelado que 850 mil hebreos fueron salvados por la Iglesia católica del
Holocausto».
La rueda de prensa fue presentada por el cardenal Pío Laghi, prefecto de la
Congregación para la Educación Católica, quien recordó que cuando era joven y
trabajaba en la representación diplomática del Vaticano en la India le convocaron a Roma
para preparar las respuesta a las calumnias de la obra de teatro «El vicario» de Rolf
Hochhuth. Reveló que, en aquel momento, Pablo VI decidió reunir a un grupo de los más
reconocidos historiadores que al mismo tiempo fueran capaces de investigar en los
archivos secretos vaticanos. «Se tomo el compromiso de publicar todo lo que afectara a
aquel período, sin ningún tipo de limitación», explicó el purpurado italiano.
Ante la pregunta sobre por qué no gritó el Papa Pío XII contra la persecución de
los hebreos, el cardenal Laghi respondió afirmando que «es necesario estar atentos
cuando se habla de defensa de los derechos humanos décadas después, pues en el Sínodo
de Europa estoy escuchando a los obispos de Europa del Este, que fueron perseguidos y
encarcelados, los cuales nos acusan de no haber alzado la voz en su defensa».
Borrador de una encíclica contra el racismo
Un periodista preguntó también por qué Pío XII no publicó la encíclica que estaba
preparando sobre el antisemitismo. Blet respondió que «es verdad que Pío XII pidió que
se preparara una encíclica contra el racismo en general. No hacía referencia explícita al
antisemitismo. Pío XII encargó la redacción del borrador al jesuita John LaFarge, un
especialista de la cuestión racial, y en particular de la discriminación de las personas de
color. LaFarge trabajó todo un verano y después entregó el texto al superior general de la
Compañía de Jesús, quien se la pasó a la redacción de la "Civiltà Cattolica" para que la
leyera. Yo he podido leer el texto y es evidente que la encíclica no estaba lista ni mucho
menos. Se trataba sólo de un primer borrador. Había muchos argumentos interesantes,
pero no era publicable. En un apartado LaFarge escribió que "es justo
rechazar el sentimiento antisemita, pero esto no significa que los Estados no puedan
poner cautelas ante los hebreos". No sé qué es lo que hubiera sucedido hoy si Pío XII
hubiera permitido la publicación de un texto así».
Muchos periodistas preguntaron por qué Pío XII no denunció públicamente el
nazismo. El padre Blet respondió que «Pío XII se planteó seriamente en varias ocasiones
la posibilidad de hacer una denuncia pública del nazismo. Pero sabía también que con
ello podría en peligro la vida de muchas personas. Ya después de la publicación de la
"Mit Brennender Sorge", había tenido la oportunidad de ver que no había servido de
nada, al contrario, había agravado aún más la situación. Pío XII sabía que una declaración
pública "debe ser considerada y sopesada con seriedad y profundidad en el interés de los
que más sufren"»
También la Cruz Roja llegó a las mismas conclusiones: «Las protestas no sirven de
nada, es más, dañan a las personas a las que se pretende ayudar». Una posible declaración
pública de Pío XII hubiera servido para presentar al Santo Padre como enemigo de
Alemania. Pío XII, como pastor, no podía dejar de tener en cuenta que en Alemania había
40 millones de católicos. «Al mismo tiempo --siguió aclarando el padre Blet--, el Papa no
se hacía ilusiones sobre las intenciones del Tercer Reich. La persecución contra la Iglesia
ya había comenzado antes de la guerra y se manifestó durante toda la duración del Tercer
Reich. Mientras el Papa permanecía en silencio, su Secretaría de Estado, las delegaciones
y toda la Iglesia se movilizaba en una extendida acción de socorro a favor de los judíos y
de todas las víctimas de la guerra».
No hubo silencio
Pero, además hay que tener en cuenta que el silencio del Papa no fue tal, añadió el
historiador jesuita. Pío XII denunció todas las crueldades de la guerra, la violación del
derecho internacional que ha permitido crímenes horrorosos y evocó a los «centenares y
miles de personas que sin culpa alguna, tan sólo por su nacionalidad o raza, son
destinadas a la muerte». El 2 de junio de 1943 en su alocución consistorial, Pío XII
volvió sobre este tema, hablando de aquellos que «a causa de su nacionalidad, de su raza,
son destinados al exterminio» y advirtió que «nadie puede continuar violando las leyes de
Dios impunemente».
Frente a las acusaciones dirigidas a Pío XII por no haber hecho lo suficiente por los
hebreos, el padre Blet recordó que los «volúmenes 8, 9, y 10 de las "Actas y Documentos
de la Santa Sede relativos a la Segunda Guerra Mundial" están plagados de documentos
en los que las comunidades judías, los rabinos de medio mundo y otros prófugos
agradecen a Pío XII y a la Iglesia católica las ayudas y lo que se ha hecho por ellos».
Casi un millón de judíos salvados
«En Croacia, Hungría y Rumanía, los nuncios papales, por petición expresa de Pío
XII, lograron en varias ocasiones detener las deportaciones --reveló Blet--. Pío XII no
sólo ayudó a los judíos, él mismo organizó la acción de la Iglesia a favor de todas las
víctimas de la guerra, sin distinciones de nacionalidades, raza, religión o partido. Pío XII
actuó silenciosa y discretamente corriendo el riesgo de parecer pasivo e indiferente, pero
ofreció una ayuda segura a las víctimas de la guerra».
Pío XII, ¿beato?
Por lo que se refiere a la causa de beatificación del Papa Pío XII, el cardenal Laghi
confirmó que «procede regularmente y que la Iglesia se siente libre de todo tipo de
condicionamiento en este sentido. La causa sigue adelante, como la de otros papas: Pío
IX, Juan XXIII y Pablo VI».
ZS99100807
ROMA, 7 oct (ZENIT).- Las vicisitudes en torno al Papa Pío XII y la manera en
que la Iglesia católica se opuso al nazismo y a la persecución contra los hebreos sigue
acaparando gran interés en Roma. Mañana, la Sala de Prensa del Vaticano presentará
el libro del padre Pierre Blet, S.J., «Pío XII y la Segunda Guerra Mundial en los
archivos vaticanos». El debate está asegurado.
Para comprender mejor el argumento, «Zenit» ha entrevistado a Antonio Gaspari,
escritor del libro «Los judíos, Pío XII y la leyenda negra», un volumen editado en
castellano e italiano (aparecerá en otros idiomas en los próximos meses), en el que se
narran las historias de muchos judíos salvados del Holocausto gracias a la obra de
asistencia de Pío XII y de la Iglesia católica.
Testimonios judíos
La polémica ha estallado con la publicación del libro del periodista británico John
Cornwell con el provocador título «El Papa de Hitler». «Lo que más sorprende del
trabajo de Cornwell --reconoce Gaspari-- es constatar cómo se las ha apañado para no
citar nunca los testimonios autorizados y sumamente representativos de muchísimas
personalidades judías a favor de Pío XII. Albert Einstein escribió en la revista "Time", en
1940, que frente a la barbarie nazi "sólo la Iglesia permaneció en pie para detener el
camino de las campañas de Hitler para suprimir la verdad" y el científico confesó que
"antes nunca experimenté ningún interés por la Iglesia, pero ahora experimento un gran
cariño y admiración hacia ella, pues la Iglesia fue la única que tuvo el valor y la
obstinación para apoyar la verdad
intelectual y la libertad moral. Tengo que confesar que aquello que en un tiempo
despreciaba, ahora lo alabo incondicionalmente».
«Justos entre las Naciones»
«Cornwell no tiene en cuenta tampoco las declaraciones a favor de Pío XII de
personajes como Golda Meir e Isaak Herzog --continúa explicando el autor de «Los
judíos, Pío XII y la leyenda negra»--, dos de los fundadores del Estado de Israel. Por no
hablar de los miles de obispos, sacerdotes, religiosas y religiosos, católicos
comprometidos que arriesgaron y perdieron la vida que para proteger a los judíos de la
persecución nazi y que hoy están inscritos en la pared de honor de la calle de Jerusalén
que conduce hacia el Yad Vashem, el memorial del Holocausto. Se trata de "Justos entre
las Naciones", el más alto reconocimiento atribuido por el Parlamento israelí a todos
aquellos que salvaron la vida de uno o más judíos destinados a los campos de
exterminio».
De este modo, «El Papa de Hitler» descalifica los testimonios de hombres y
mujeres que son considerados hoy día no sólo como padres del Estado de Israel, sino
también como grandes exponentes de la aportación cultural y científica judía de este
siglo.
Gaspari también duda de la profesionalidad de la investigación del periodista
británico. «Cornwell dice que ha pasado meses de estudio en Roma, por ello estoy
sorprendido de que no haya tomado en consideración, por ejemplo, el caso de Israel
Zoller, el rabino de Roma durante aquel período que, conmovido por el cariño de Pío XII
hacia el pueblo judío, se convirtió al catolicismo tomando el nombre de Eugenio, en
homenaje a Pío XII, que se llamaba Eugenio Pacelli».
«Al hacer una investigación de este tipo --añade Antonio Gaspari--, Cornwell y
quienes acusan a Pío XII de todo tipo de calumnias deberían haber constatado que todos
estos testimonios no los ha pedido el Vaticano, sino que han llegado espontáneamente de
parte de gente que quería agradecer al Papa por lo que hizo por ellos. ¿Ha habido un
personaje en el mundo durante aquellos años que recibiera un reconocimiento mayor por
parte del pueblo judío?».
Una investigación «escandalosa»
Pero Cornwell dice que se basa en documentos recogidos en la Secretaría de
Estado de la Santa Sede. «Me parece que sobre esto el autor británico no cuenta más que
mentiras. Dice que ha pasado meses estudiando en los archivos vaticanos y resulta que no
pasó ni siquiera tres semanas en la Secretaría de Estado y ni siquiera se presentó todos los
días. Cornwell dice que ha visto documentos relativos al período precedente a la guerra, y
sin embargo, sólo pudo analizar aquellos que eran precedentes al pontificado de Pío XII,
hasta 1922. Afirma haber encontrado un documento exclusivo que probaría el
antisemitismo del Papa Pacelli y sin embargo no se trata más que de una carta cuyo
contenido deforma de manera vulgar y que, además, ya había sido publicada en Italia
hace siete años. Todo esto no habla a su favor. Es más, tengo la impresión de que con el
objetivo de lanzar el "scoop" de su vida, publicando un libro sensacionalista, Cornwell no
hace más que republicar las calumnias que se han lanzado contra Pío XII desde que a
inicios de los años sesenta apareciera una obra de teatro en su contra titulada "El
vicario"».
Entonces, ¿por qué ha hecho tanto ruido este libro? «Creo que la gran popularidad
de Juan Pablo II no le gusta nada a algunos grupos, y por ello, en los últimos tiempos, se
han tratado de vender libros escandalosos contra la Iglesia católica. Me parece que los
editores no están muy interesados en comprobar la profesionalidad de estas acusaciones,
lo importante es que se hable mal del pontificado y de la Santa Sede. Además, eso
garantiza polémica y cobertura por parte de la prensa. El libro de Cornwell parece que
apunta hacia este objetivo».
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