Apostila nova 2010

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Exercício 1 – Coordenadas UTM e coordenadas geográficas
O sistema de coordenadas UTM é baseado em um tipo de projeção, e apresenta particularidades derivadas
dessa projeção. Já o sistema de coordenadas geográficas é independente de projeção cartográfica.
Com base no mapa de zonas UTM fornecido, responda:
1.
2.
3.
4.
Quantos pontos sobre a superfície do Planeta apresentam as coordenadas UTM 285987 / 6593393 e como
podemos especificar um único ponto com coordenadas UTM?
Os números das coordenadas UTM representam distâncias em metros. Qual (ou quais) os pontos de origem
desse sistema de coordenadas?
Demarque as coordenadas geográficas dos paralelos e meridianos que limitam as zonas UTM da América
do Sul e da Europa.
Em que zona UTM encontra-se o ponto com coordenadas geográficas S 12o 59' 25” e W 40o 57' 38”
2. Mapas Topográficos
2.1. Nomenclatura de cartas topográficas
Toda carta topográfica possui um nome, normalmente relacionado ao principal povoamento ou feição geográfica nela contido, mas também
possui um código, com padrão internacional, baseado na subdivisão das cartas, em escalas cada vez maiores, a partir das cartas 1:1.000.000.
As cartas 1:1.000.000 são limitadas por paralelos e meridianos e possuem dimensões de 6o de longitude por 4o de latitude. São designadas por
um código composto por duas letras e um número. A primeira letra refere-se ao hemisfério da carta, e é sempre N ou S. A segunda letra refere-se à
distância do Equador: de 0o a 4o a carta é A (NA ou SA), de 4o a 8o é B (NB ou SB) e assim por diante. O número refere-se à distância do meridiano
o
o
o
central de data (a 180 do meridiano de Greenwish), contada de 6 em 6 para Leste, e coincide com o número da zona UTM correspondente a duas
cartas topográficas.
Esse sistema internacional de cartas topográficas possui ainda mapas nas escalas 1:500.000, 1:250.000, 1:100.000, 1:50.000, 1:25.000;
1:10.000.Acada divisão da carta 1:1.000.000 é adicionado um novo algarismo ou letra ao código, conforme a figura abaixo:
NB
18
19
20
21
22
o
o
36
42
48
54
60
66
o
o
o
o
o
72
23
24
25
4o
NA
Escalas e exemplos de códigos de cartas:
1:1.000.000 – SF22
1:500.000 – SF22 V
1:250.000 – SF22 V A
1:100.000 – SF22 V A I
1:50.000 – SF22 V A I 1
1:25.000 – SF22 V A I 1 NW
1:10.000 – SF22 V A I 1 NW A
0o
SA
4o
SB
8o
SC
12o
SD
16o
SE
20o
SF22
SF
24o
SG
28o
SH
32o
SI
1:1.000.000
1:500.000
o
20o
1:250.000
o
o
54
48
V
20o
54
51
A
X
Z
D
o
24
o
53 30’
1
o
20 30’
III
IV
V
VI
1:25.000
o
20o
o
53 45’
54
2
NW
4
SW
1:10.000
o
20o
o
20 15’
o
53 52’ 30“
54
NE
1
I
3
II
A
21
1:50.000
o
I
o
22
54
o
52 30’
54
B
C
o
20o
20o
V
SF22
Y
1:100.000
o
o
A
B
C NW D
SE
o
20 07’ 30“
E
F
Mapeamento Sedimentar
044-0310
Exercício 2
A folha topográfica 1:1.000.000 SH22 contém a Cidade de Porto Alegre e as áreas a serem
mapeadas. Assim como as demais folhas da carta internacional ao milhonésimo, tal folha tem
dimensões de 4o de latitude por 6o de longitude. Considerando-se o esquema de nomenclatura
abaixo, determine o código da carta 1:50.000 que contém o ponto com as coordenadas geográficas
53o 50' 08”W e 30o 09' 44”S. Em qual zona UTM encontra-se esse ponto?
500
1000
1500
2.2. Como ler cartas topográficas
Cartas topográficas são representações da superfície do
planeta nas quais as altitudes são representadas por curvas de
nível, que unem todos os pontos que encontram-se em uma
determinada cota. Essas curvas podem ser imaginadas como a
intersecção entre a superfície topográfica e planos horizontais
com altitude definida pela cota.
200
180
160
140
No mapa, representa-se a projeção de todas essas curvas em
uma superfície plana horizontal, como representado na figura
abaixo.
Essa representação permite a visualização rápida das formas
e elevações do relevo.
120 0
10
0
20 0
18 0
16
1500
1000
500
Projeção em
mapa
0
14
0
12 0
10
100
120
140
160
200
280
260
240
220
Um espaçamento maior das curvas na projeção reflete
uma menor declividade, e um espaçamento menor, maior
declividade. A inclinação de uma vertente (� ), em graus,
pode ser determinada por: � = arctan (H/D) onde H
= diferença de altura entre as cotas e D = distância
horizontal entre as cotas (atentar para a escala).
180
Mapa
A
A familiaridade com mapas topográficos é
fundamental para o exercício da profissão de geólogo. Se
você tem dificuldade em visualizar as formas de relevo,
elevações, direções e inclinações de vertentes,
desenvolva o hábito de desenhar perfis de mapas
topográficos em várias direções, começando pelo mapa
do exercício 3.
A
B
Perfil
B
280
260
240
220
200
180
160
140
120
100
Exercício 2 – Mapas topográficos
N
O mapa abaixo está na escala 1:10.000.
Desenhe setas apontando a direção da declividade nos pontos numerados e determine a declividade entre os
pontos 1 -2, 3- 4 e 5 - 6.
Elabore perfis topográficos, com exagero de 2 x, entre os pontosA-B e C-D.
B
11
1
10
2
6
C
5
12
13
14
4
7
3
8
9
A
D
3. Contorno estrutural de contatos geológicos
A elaboração e leitura de mapas geológicos depende fundamentalmente da compreensão das formas tridimensionais das unidades geológicas. O mapa
geológico é a projeção, em um mapa plano, das formas originadas pela intersecção dos sólidos tridimensionais que são as unidades geológicas com a superfície
irregular da topografia.
3.1. Visualização das relações entre topografia e contatos geológicos
Assim, quanto mais complicada a forma das unidades geológicas ou da superfície topográfica, mais irregular será o contorno das unidades em mapa.
Um contato horizontal entre duas unidades necessariamente dará origem a um desenho paralelo a uma curva de nível de um mapa topográfico, bastando
conhecer-se a altitude de um afloramento do contato para se elaborar seu contorno. Na natureza, contatos geológicos quase nunca são horizontais, e basta uma
o
inclinação de poucos graus para que o desenho do contato em mapa não siga mais as cotas: a inclinação de apenas 1 gera um desnível de 5 metros em menos de
300 m de distância. Assim, mesmo para uma pequena área de um mapa 1:10.000 (nessa escala as curvas de nível são usualmente espaçadas de 5 metros), uma
o
inclinação de 1 impede que o mapa seja fechado nas cotas.
Fig 3.1.1
A
C
D
E
C
A
DA
MA
CA
rior
infe
o
t
a
ont
E
D
Passemos então a analisar a interação entre camadas
com mergulho e superfícies topográficas. No caso mais
simples, uma unidade tabular (com contatos planos de
base e topo e espessura constante) aflora em uma área de
relevo plano horizontal (fig. 3.1.1A e B). Nesse caso, o
traçado dos contatos inferior e superior da unidade serão
linhas paralelas com mesma direção medida para a
camada. A distância entre os dois contatos em mapa (D)
será função apenas da espessura da camada (E) e do
ângulo de mergulho da camada (�) pois D=E/sen� .
r
erio
sup
o
t
a
ont
B
DA
MA
CA
C
DA
MA
CA
B
C
r
erio
sup
o
t
a
ont
Área aflorantre
C
A
DA
MA
CA
B
DA
MA
CA
ato
ont
rior
infe
C
DA
MA
CA
Fig 3.1.2
Caso a topografia seja acidentada, o traçado deve ser
representado com base em técnicas de desenho
geológico.
Mesmo no caso em que a topografia tem inclinação
em uma só direção e coincidente com a direção da camada
(fig. 3.1.2), a distância entre o contato inferior e o superior
depende dos dois elementos.
rior
upe
s
to
nta
Co
Área aflorantre
C
A
DA
MA
CA
B
DA
MA
CA
C
DA
MA
CA
rior
infe
o
t
a
ont
A técnica mais simples para resolver esse problema baseia-se no desenho do contorno estrutural de cada um dos contatos da unidade
que se quer mapear. O contorno estrutural é uma representação de uma superfície com base no mesmo princípio dos mapas topográficos:
o traçado de linhas unindo todos os pontos de mesma cota que pertencem a esta superfície. Assim, uma superfície plana pode ser
representada por um contorno estrutural em que as linhas de contorno têm a direção da camada e o mergulho (�) é representado por
variações no espaçamento das linhas, seguindo o mesmo princípio da representação de declividade em mapas topográficos:
� = arctan (H/D) onde H = diferença de altura entre as cotas e D = distância horizontal entre as cotas (atentar para a escala).
Um contato entre unidades geológicas seria elaborado, portanto, seguindo a intersecção entre a superfície tridimensional do contato e
a superfície tridimensional da topografia, ou seja, na cota que coincide com uma linha de contorno de mesma altitude (fig 3.1.3).
Fig 3.1.3
Se a direção do plano do contato for a mesma da vertente do relevo,
o contato será paralela às cotas e às linhas de contorno.
Linhas de contorno estrutural do contato
rior
upe
s
o
at
ont
A fig 3.1.3. representa essa intersecção para o contato
superior da camada B da figura 3.1.2. Para que se estabeleça
o traçado da área aflorante da camada B é necessário, ainda,
realizar o mesmo procedimento para o contato inferior, que
pode ser representado por um contorno paralelo ao do
contato superior.
10
0
14
0
12
0
1
6
0
14
0
12
0
20
18 0
0
16
0
C
24
0
22
0
18
0
16
0
14
0
20
0
Cotas topográficas
O traço dos afloramentos do contato é marcado
pela intersecção entre a topografia e o contorno
estrutural do plano de contato.
Fig 3.1.4
Se a direção do plano do contato for diferente da vertente do relevo,
ou o relevo for irregular, o contato será uma linha que liga pontos
em que a cota intercepta o contorno correspondente.
Linhas de contorno estrutural do contato
20
0
22
0
Cotas topográficas
18
0
16
0
14
0
0
0 18 0
20
16
0
4
1
0
2
1
0
0
1
C
rior
upe
s
ato
ont
No caso de não coincidência entre a direção da
inclinação da topografia e a direção da camada, ou no caso
de topografia irregular, o contato geológico em mapa será
O traço dos afloramentos do contato é marcado representado como uma linha que corta várias cotas e que
pela intersecção entre a topografia e o contorno passa, necessariamente, pelos pontos em que a cota
topográfica coincide com um linha de contorno estrutural
estrutural do plano de contato.
de mesma altitude (fig 3.1.4).
3.2. Contatos com atitude medida em campo
Para a representação de um contato geológico em mapa é
necessário, portanto, conhecer-se a forma e a atitude da superfície do contato,
para podermos traçar seu contorno estrutural e desenhar sua intersecção com a
topografia.
Linhas de contorno estrutural do contato
Fig 3.2.1.
Cotas topográficas
22
0
20
0
18
0
16
0
No caso de contatos planos , a
determinação do contorno estrutural do
contato depende somente do conhecimento
de sua direção (que irá determinar a direção
das linhas de contorno) e de seu mergulho
(que irá determinar o espaçamento das linhas
de contorno). Há duas formas de obter-se
esses dados:
1- através da medição direta da superfície de
contato em um afloramento.
2- através da determinação da posição de três
diferentes pontos em que o contato aflora.
O caso 1 é mais simples, porém pode
resultar em maiores erros na determinação do
controno do contato, pois podem existir
pequenas irregularidades de alta freqüência
em superfícies que são planas em escala de
mapa e a medição com bússola tem precisão
o
de até 2 , que pode influenciar muito no
contorno final do mapa.
A elaboração do contorno estrutural de
um contato com base em medida de bússula
exige, ainda, cuidados adicionais, como a
preocupação com o tipo de notação
empregado na medida.
Se a medida seguir o padrão de notação
do rumo do mergulho / mergulho (“notação
Clar”), a direção das linhas de contorno estará
o
a 90 do rumo medido, e o espaçamento das
linhas será dado pela projeção horizontal da
distância entre as linhas de diferentes
altitudes: D= H/tan �, onde H = diferença de
altura entre as linhas de contorno e D =
distância entre as linhas de contorno em mapa
(atentar para a escala).
14
0
0
0 18 0
20
16
0
4
1
0
2
1
0
0
1
O traço dos afloramentos do contato é marcado
pela intersecção entre a topografia e o contorno
estrutural do plano de contato.
Linhas de contorno estrutural do contato
Cotas topográficas
12
0
X
10
0
12
0
16
0
14
0
18
0
20
200
0
18
0
16
0
14
0
X
X
220
200
180
160
140
120
D
Projeção em mapa
Fig 3.2.2.
D= H/tan �
200
H=20
D
180
A distância D é obtida em metros, depois transformada em
centímetros conhecendo-se a escala do mapa.
Por exemplo, para � = 22o, temos D=50 metros. Essa é a distância na
superfície da Terra. Se, por exemplo, o mapa estiver em escala
1:10.000, a distância no mapa será D’=DxE, onde E é a escala.
Portanto D’=50/100.000 = 0,005 m, ou 0,5 cm.
Para desenhar o contorno estrutural, traçaremos linhas paralelas
com a direção medida e espaçamento constante de 0,5cm.
Exercício 4 – Contatos com atitude medida - Desenhe o mapa geológico com base no traçado do contato.
N
O mapa abaixo está na escala 1:10.000.
O ponto representado abaixo refere-se a afloramento de contato entre duas unidades
litoestratigráficas. Em campo, sua atitude medida (notação rumo do mergulho / mergulho) foi 170/02.
Par traçar o contato entre as unidades em mapa, siga os procedimentos abaixo:
1- trace uma reta passando pelo ponto do contato, com direção a 90o do rumo do mergulho (a reta fará um
ângulo de 80o com o Norte). Essa será a linha de contorno estrutural de altitude 525 m.
2- determine o espaçamento entre as linhas de contorno estrutural. Como há uma cota topográfica a cada 5
m, as linhas de contorno deverão ter espaçamento vertical de 5 m, então a distância será: D=H/tana;
D=5m/tan2o=143m. Determine qual será essa distância no mapa, dada a escala.
3- Desenhe e numere as linhas de contorno com o espaçamento obtido ( as linhas de menor altitude estarão
para sul). Marque os pontos em que as linhas de contorno encontram cotas de mesma altitude. Seu contato
passará por esses pontos.
4- Ligando os pontos, você irá determinar onde o plano intercepta a topografia. A unidade inferior irá
aflorar abaixo do plano, e a superior acima. Para ligar os pontos, siga as seguintes regras: a) o contato corta
cotas apenas nos pontos de afloramento; b) o contato sobe gradualmente entre uma cota e outra, seguindo
um contorno o mais paralelo às cotas possível (o mergulho do conta é de apenas 2o).
5- Para auxiliar no raciocínio tridimensional (necessário para ligar os pontos de maneira correta), elabore
os seis perfis (A-A', B-B' ...), desenhando a topografia e o contato. Um exagero vertical de 5x pode ser útil.
6- Pinte as áreas aflorantes das unidades inferior e superior no mapa e nos perfis.
A’
A
B’
B
C’
C
D’
D
E’
E
F’
F
3.3. Contatos com três pontos
Fig 3.3.1.
Uma situação comum em trabalhos de mapeamento é
a determinação do traçado de um contato com base na
posição de três afloramentos desse contato, pois para a
determinação de qualquer plano, basta conhecer-se três
pontos pertencentes a esse plano.
Em trabalhos de mapeamento, pontos adicionais
podem ser utilizados para confirmar ou não a natureza
plana de um contato. Caso o quarto ponto não pertença ao
mesmo contorno estrutural, o contato pode ser irregular
(item 4.2), dobrado (item 3.5) ou pode haver uma falha
segmentando o contato em dois contornos distintos (ver
item 3.6).
De forma prática, pode-se estabelecer o contorno
estrutural e a projeção em mapa de um contato pelo
procedimento descrito na figura 3.1.8, porém a repetição
mecânica desse procedimento, sem a visualização
tridimensional do problema (fig. 3.1.7) pode dificultar a
solução de situações com muitos contornos em um mesmo
mapa.
Linhas de contorno estrutural do contato
Afloramento
Afloramento
20
0
22
0
Cotas topográficas
18
0
16
0
to
nta
Co
0
0 18
0
20
16
0
4
1
0
2
1
14
0
Afloramento
0
0
1
O traço dos afloramentos do contato é marcado
pela intersecção entre a topografia e o contorno
estrutural do plano de contato.
Fig 3.3.2.
Trace segmentos de reta entre os três pontos e divida-os em partes iguais,
marcando as altitudes intermediárias entre cada par de pontos:
Dados o mapa topográfico e três pontos de contato:
X 180
160
140
140
X
160
16
0
14
0
20
0
20
0
18
0
18
0
16
0
16
0
14
0
X
140
X
120
10
0
10
0
12
0
12
0
120
Ligando os pontos de mesma altitude, trace as linhas de contorno estrutural do
plano de contato:
160
Marque os pontos em que há cruzamento entre linhas de cota topográfica e linhas
de contorno estrutrual demesma altitude. Esses são pontos em que o contato aflora:
X 180
160
140
12
0
X
120
18
0
16
0
14
0
20
0
20
0
140
18
0
16
0
14
0
X
X
Ligando os pontos de afloramento, trace a projeção do contato em mapa.
Para refinar o traçado do contato, você pode traçar a posição esperada de
cotas e linhas de contorno intermediárias às fornecidas:
160
X 180
160
12
0
220
200
180
160
120
140
10
0
18
0
220
200
16
0
14
0
20
0
20
0
X
120
UNIDADE
SUPERIOR
12
0
Posição esperada da
cota 110.
18
0
16
0
X
120
12
0
100
110
18
0
16
0
14
0
20
0
20
0
18
0
X
120
14
0
120
16
0
X 180
140
X
12
0
180
Pinte as áreas aflorantes das unidades geológicas separadas pelo contato. Para
não confundir as posições estratigráficas das unidades, nunca deixe de imaginar
a situação tridimensional da figura 3.1.7,
140
110
160
120
10
0
12
0
220
200
180
160
140
120
10
0
12
0
120
140
18
0
16
0
14
0
20
0
20
0
18
0
16
0
14
0
12
0
160
120
14
0
X 180
140
X
10
0
20
0
20
0
18
0
18
0
16
0
14
0
14
0
12
0
X
12
0
X 180
UNIDADE
INFERIOR
Fig 3.3.3
80
0
10
20
1
140
0
x
16
x
x
12
0
140
12
0
10
0
80
0
14
Os contatos ligam pontos em que a altitude do contorno é a
mesma da cota topográfica e NUNCA cortam cotas ou
contornos em outros pontos. Assim, o contato deve estar
sempre entre duas cotas e dois contornos de mesmo valor
(campos em amarelo).
80
0
10
0
12
140
0
x
x
x
x
16
x
12
0
140
12
0
10
0
80
0
14
Há situações em que o caminho a seguir não é evidente,
pois há mais de uma intersecção entre a topografia e o
contorno pela qual pode passar um caminho que obedece a
regra acima.
80
0
10
140
x
x xx
x x
x
0
15
12
0
140
12
13 0
0
10
0
80
x
0
12
0
13
0
14
0
15
0
6
1
Nesse caso a solução é interpolar cotas e linhas de contorno
com valores intermediários, até que haja apenas um
caminho possível de acordo com a regra do quadro 1.
E=D sen �
220
200
180
160
140
120
Contorno estrutrual do
contato de topo
12
0
220
200
180
160
140
120
10
0
12
0
16
0
14
0
20
0
20
0
18
0
18
0
16
0
A técnica de elaboração de contornos estruturais de contatos
é muito útil também para a determinação de atitudes e espessuras
de camadas a partir de mapas geológicos. Um mapa deve ter
coerência com os dados de campo, se um determinada unidade
apresentou, em seções medidas, uma espessura determina, o
mapa resultante deve ser coerente com essa espessura.
Para a obtenção da atitude de um plano de contato obtido
com a técnica dos três pontos, basta fazer a operação inversa à do
exercício 4, ou seja, medir o ângulo entre o norte e as linhas de
o
contorno e adicionar ou subtrair 90 para determinar o rumo do
mergulho, e medir a distância horizontal entre as linhas para
calcular a inclinação (ou mergulho) do plano.
Para a determinação da espessura de uma unidade, deve-se
elaborar os contornos estruturais de seus contatos de topo e de
base. Então mede-se a distância horizontal entre duas linhas de
contorno de mesma altitude, uma de cada contato, e calcula-se a
espessura por :
Fig 3.4.1
14
0
3.4. Determinação de atitudes e espessuras de camadas em
mapas geológicos
Contorno estrutrual do
contato de base
Direção do perfil
conforme a fig. 3.4.
E
120
D
E
160
120
12
0
D
o
o top
base
rno d
o da
rn
C onto
to
n
Co
200
16
0
14
0
20
0
20
0
18
0
18
0
16
0
14
0
1- Desenhe os contornos do topo e da base da unidade.
2- Identifique uma linha de contorno com a mesma altitude em cada contato.
3- Meça a distância entre as duas linhas de mesma altitude na direção do
rumo do mergulho.
4- Converta para a distância real, considerando a escala do mapa.
5- Calcule o ângulo de mergulho � com base no procedimento do exercício 4.
10
0
6- Calcule a espessura
E=D x sen �
120
12
0
D
3.4.2. Mergulhos aparentes em perfis
A representação de perfis geológicos em direções
diferentes da direção de mergulho das camadas exige a
determinação do mergulho aparente da camada naquela
direção. Para tanto, basta conhecer-se o mergulho real �
e a diferença �, em graus, entre a direção do mergulho e a
direção do perfil. O uso de ábacos é desnecessário, pois,
como mostra a figura 3.20, o mergulho aparente � será
dado por:
=arctan (tan x cos )
Plano de contato
B
Direção do perfil
1
1
A
Tan � = 1/ A
A
Cos � = A / B
B
1
B
Tan � = 1/ B
A
Direção do mergulho
Cos � = Tan � / Tan
= ArcTan (Tan � x Cos )
Exercício 5 – Contatos com três pontos
O mapa abaixo está na escala 1:50.000.
Três contatos diferentes estão representados no mapa abaixo:
Os pontos 1, 2, e 3 referem-se a um mesmo contato (contato 1), da unidade inferior (A) com uma
unidade sobreposta (B).
O ponto 4 refere-se ao contato da unidade B com uma unidade C sobreposta (contato 2).
O ponto 5 refere-se ao contato da unidade C com uma unidade D sobreposta (contato 3).
Com base nos três primeiros pontos, desenhe o contorno estrutural do contato 1 e trace sua
expressão em mapa. Sabendo que os contatos 2 e 3 são paralelos ao contato 1, trace também seus
contornos e expressões em mapa.
Uma quinta unidade E ocorre acima da unidade D, em contato paraleo aos demais (contato 4).
Desenhe o contorno estrutrual e trace esse contato sabendo que a espessura da unidade D é de 25m.
Calcule as espessuras e pinte as áreas aflorantes das quatro unidades.
Trace o perfil A-A’, mostrando a topografia e as unidades geológicas.
A’
N
A
3.5. Dobras
A deformação de camadas implica em
modificações nos contornos estruturais de contatos
entre unidades. Contatos originalmente planos podem
ser deformados por dobramento, resultando em
contornos estruturais que seguem a forma da dobra.
Regiões em que as unidades de mapeamento estão
dobradas apresentam, dessa maneira, uma dificuldade
maior de aplicação dos métodos acima descritos,
porém a coerência com os princípios deve ser sempre
mantida, pois um mapa representa a intersecção entre
as superfícies de contato e a superfície topográfica, e a
geometria das superfícies de contato está sempre
implícita no mapa.
De forma geral, pode-se reconhecer o estilo, a
amplitude e o comprimento de onda de dobras através
de perfis geológicos transversais às estruturas. Uma
vez elaborados os perfis, contornos estruturais podem
ser criados para diferentes contatos. Nesses casos, os
contornos estruturais são interpretativos, havendo um
elemento adicional de incerteza no mapa final.
A análise de estruturas em escala de afloramento e
a comparação de perfis paralelos ou em diferentes
direções pode revelar complexidades ainda maiores
nos contornos estruturais, causadas por dobramento
não cilíndrico ou padrões de interferência de dobras.
Dobras de arrasto junto a falhas são feições
particularmente importantes no mapeamento de bacias
sedimentares.
140
120
110
160
180
180
120
140
160
110
100
100
110
140
120
160
180
180
160
110
120
140
100
100
140
120
110
160
180
180
100
110
120
140
160
Fig. 3.5.1 Exemplo de contorno estrutural de dobras cilíndricas de eixo horizontal
180
160
140
120
110
100
Fig. 3.5.2 Exemplos de contornos estruturais de dobras
Cilíndrica de eixo mergulhante
Cônica
60
40
40
60
120
100
80
140
140
120
100
Cilíndrica de eixo horizontal
200
180
140
160
Interferência em domo e bacia
140
80
60
Eixo de anticlinal
100
Eixo de sinclinal
Eixo de anticlinal
Eixo de sinclinal
Eixo de anticlinal
120
40
220
200
180
160
140
120
100
80
60
240
Eixo de sinclinal
80
60
Interferência em cogumelo
80
Eixo de sinclinal
Eixo de anticlinal
Eixo de anticlinal
120
100
Ei100
xo
al
d
100 e anticlin
80
60
40
o de anticlin
al
Eix
40
60
80
100
100
Ei
xo
de s
inclinal
80
60
3.5.1. Analisando mapas geológicos
A técnica de construção de contornos estruturais de contatos pode ser utilizada, também, para a análise de mapas geológicos prontos. Um
mapa geológico é a representação de um modelo obtido a partir de dados de campo e de sensores remotos. A não ser em casos extremos, a área de
uma determinada unidade geológica em um mapa não representa a exposição contínua dessa unidade. Assim, há uma boa dose de interpretação
em qualquer mapa. Mesmo sendo um modelo, um mapa geológico deve ter coerência interna e ser compatível com as descrições apresentadas,
como espessuras de unidades, que podem ser medidas em seções estratigráficas em campo ou em poços, ou padrões de dobramentos descritos
(ver item 3.5).
Analisar a coerência dos contatos pode ser útil também nos casos em que partes dos contatos são extraídos de produtos de sensoriamento
remoto.
Para extrair contornos de mapas, basta demarcar os pontos em que contatos cruzam cotas e elaborar um contorno para cada contato. Três
pontos definem um contato plano. Se o contato for descrito como plano, qualquer ponto adicional deve cair no mesmo contorno.
No caso e contatos não planos, dobrados ou irregulares, o contorno pode ser extraído demarcando-se vários pontos em que o contato cruza
uma mesma cota. Para cada cota pode-se desenhar uma linha de contorno estrutural irregular, unindo-se os pontos com bom senso. O resultado
final deverá ser uma superfície compatível com o modelo geológico utilizado na elaboração do mapa.
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