XVIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL AISO AISO – Associação Ibero-Americana de Sociologia das Organizações MSS – Mestrado em Sociologia da Saúde “Participação, Saúde e Solidariedade: Riscos e Desafios” UNIVERSIDADE DO MINHO INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS BRAGA – PORTUGAL 7-9 DE JUNHO DE 2005 ÍNDICE Nota de Abertura e de Boas Vindas 3 Comissão Científica Comissão Organizadora Secretariado 5 5 5 Programa 6 Temas dos Grupos Temáticos 8 Grupo I - Organizações de saúde: a gestão da qualidade vs a qualidade da saúde Grupo II - Participação e solidariedade: políticas e novas dinâmicas sociais Grupo III - O ensino e a educação para a saúde Grupo IV - Saúde, família, ciclos de vida e regulação jurídica Grupo V - Questões teóricas e metodológicas em torno da participação, saúde e solidariedade Desenvolvimento dos Trabalhos 1ª Sessão Plenária ÉTICA E SAÚDE 1º Painel PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E ESTADOPROVIDÊNCIA 2ª Sessão Plenária SAÚDE E MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 2º Painel FAMÍLIA E INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL 3ª Sessão Plenária A SAÚDE E A REGULAÇÃO SOCIAL 9 9 11 13 16 19 3º Painel AS ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: PODER E PARTICIPAÇÃO 20 SESSÕES DE GRUPO DE TRABALHO 21 GRUPO I ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: A GESTÃO DA 22 1 QUALIDADE VS A QUALIDADE DA SAÚDE GRUPO II PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE: POLÍTICA E NOVAS DINÂMICAS SOCIAIS 33 GRUPO III O ENSINO E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE 45 GRUPO IV SAÚDE, FAMÍLIA, CICLOS DE VIDA E REGULAÇÃO JURÍDICA 56 GRUPO V QUESTÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS EM TORNO DA PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E SOLIDARIEDADE 66 Organização Patrocinadores 78 78 2 XVIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL AISO “Participação, Saúde e Solidariedade: Riscos e Desafios” Nota de Abertura e de Boas Vindas Com o apoio da Universidade do Minho, através do Instituto de Ciências Sociais, e a co-participação do Mestrado em Sociologia da Saúde, desejamos continuar a tradição dos Seminários AISO. Tal tradição teve início e continuidade nas cidades de Lima (Perú, 1989), Léon (México, 1989), Madrid (1990), Santiago (Chile, 1991), Santander (Espanha, 1992), Guanajuato (México, 1993), Bielefeld (Alemanha, 1994), Braga (Portugal,1995), Santiago (Chile,1996), Montreal (Canadá, 1997), Las Palmas de Gran Canária (1998), Lima (Perú, 1999), Barbastro (Espanha, 2000), San Juan (Argentina, 2001), Brisbane (Austrália, 2002), Puebla (México, 2003), Valência (Espanha, 2004). Nesse sentido convidamos a todos a participar no XVIII Seminário que terá lugar em Braga, Portugal, de 7-9 de Junho de 2005, sobre o tema: Participação, Saúde e Solidariedade: Riscos e Desafios. O conhecimento sociológico acerca das organizações de saúde, das formas de participação dos diferentes actores sociais e os seus efeitos no campo da saúde, da organização das solidariedades em torno da saúde e da doença, dos riscos que ameaçam a saúde e os desafios que daí decorrem, nem sempre têm merecido da parte dos sociólogos a atenção que estes domínios exigem. E, no entanto, a saúde e tudo que com ela se relaciona são, hoje, erigidos como valores fundamentais das sociedades modernas. Estes fenómenos podem ser apreendidos a partir de quatro aspectos fundamentais: A singularidade das organizações de saúde e a importância atribuída às formas de participação dos diferentes actores sociais nesta matéria; A saúde enquanto a dor da modernidade e as suas dimensões individuais, colectivas, éticas e políticas; A saúde enquanto objecto de várias formas de organização das solidariedades ou de solidariedades espontâneas; 3 A percepção dos riscos acerca da saúde e os desafios sociétais que lhe estão associados. O objectivo deste XVIII Seminário Internacional é, pois, procurar ser uma ocasião de debate e reflexão acerca destas problemáticas, de modo a tornar mais inteligíveis as diversas dimensões e implicações sociais deste conjunto de questões. Prof. Manuel da Silva e Costa Prof. Maria Engrácia Leandro (Coordenadores) 4 XVIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL Associação Ibero-Americana de Sociologia das Organizações Comissão Científica Comissão Organizadora Aldo Meneses (Santiago, Chile) Alejandro Piscitelli (Buenos Aires, Argentina) Manuel da Silva e Costa (Coordenador) Anália Torres (Associação Portuguesa de Sociologia) Maria Engrácia Leandro (Coordenadora) Ana Paula Marques (UM, Portugal) Ángela García (Canárias, Espanha) Aníbal A. Alves (UM, Portugal) António Brandão Moniz (Lisboa, Portugal) Antonio Colomer (Valência, Espanha) Antonio Lucas (Madrid, Espanha) José Antonio Ruiz San Román (Madrid, Espanha) Carlos Fernandes (Aveiro, Portugal) Carlos Gadsden (México) Carlos Veiga (UM, Portugal) Carlos Veiga Joel Felizes José Pinheiro Neves Maria Marta Lobo Paulo Nossa Carlos Valério Ana Maria Pacheco Núcleo de Estudantes do Curso de Sociologia da (NECSUM) Representante dos alunos do Mestrado em Sociologia – Especialização em Sociologia da Saúde, da UM Hélder Machado (ICBAS, Portugal) Isabel de la Torre (Madrid, Espanha) Secretariado Ivo Domingues (UM, Portugal) Rita Moreira Joaquim Pinto Machado (UM, Portugal) Membros do NECSUM Manuel Carlos Silva (UM, Portugal) Manuel da Silva e Costa (UM, Portugal) Maria Engrácia Leandro (UM, Portugal) Maria Marta Lobo (UM, Portugal) Rui Moura (APSIOT, Portugal) Teresa McIntyre (UM, Portugal) Maria Victoria Sanagustin (Zaragoza, Espanha) Contactos e Informações: Rita Moreira Departamento de Sociologia Instituto de Ciências Sociais Universidade do Minho Moisés Lemos Martins (UM, Portugal) Tel.: 253 604212 – extensão 5213• fax: 253678850 Walter Frantz (Brasil) E-mail: aiso_portugal@sapo.pt William Moreno (Lima, Peru). Página web: http://aiso.no.sapo.pt 5 PROGRAMA – Anfiteatro B1, CP II 7 de Junho – Terça-feira 9h00m – Inscrição e Entrega da documentação 9h30m – Sessão de Abertura – Anfiteatro A1, CPI 15h00m-17h00m – Sessões de Grupos Temáticos 17h00m – Intervalo Reitor da Universidade do Minho Presidente da Câmara Municipal de Braga Governador Civil de Braga Coordenador da Sub-Região da Saúde de Braga Presidente do ICS da Universidade do Minho 17h30m – 1º Painel: Participação, Saúde e Estado-Providência – Anfiteatro B1, CPII Moderador: Presidente da Escola de Ciências da Saúde Prof. Manuel Silva e Costa, ICS, Universidade do Minho Presidente da AISO (Associação IberoAmericana de Sociologia das Organizações) Intervenções: Presidente da Associação Portuguesa de Sociologia Presidente da Associação Portuguesa de Profissionais de Sociologia Industrial, das Organizações e do Trabalho Coordenador da Comissão Organizadora Prof. Antonio Colomer, Universidade Politécnica de Valência Prof. Manuel Carlos Silva, ICS, Universidade do Minho Prof. Carlos Gadsden, Universidade Autónoma do México Prof. William Moreno, Presidente COPPA – Conselho Peruano para a Autogestão, Peru 11h00m – 1ª Sessão Plenária: Ética e Saúde – Anfiteatro B1, CPII Moderador: Prof. J. Pinto Machado, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho Conferencista: Prof. Raymond Massé, Université Laval, Canadá 13h00m – Pausa para Almoço 6 20h00m – Jantar e Evento Cultural 8 de Junho – Quarta-feira 9 de Junho – Quinta-feira 9h00 – 2ª Sessão Plenária: Saúde e Meios de Comunicação Social – Anfiteatro B1, CPII Moderador: 9h00 – 3ª Sessão Plenária: A Saúde e a Regulação Social – Anfiteatro B1, CPII Prof. José Antonio Ruiz, Universidade Complutense de Madrid Moderador: Intervenções: Prof. Hélder Machado, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar Prof. Antonio Lucas, Universidade Complutense de Madrid Conferencista: Prof. Francisco George, Subdirector geral de Saúde Prof. Moisés Lemos Martins, ICS, Universidade do Minho 10h45m – Intervalo 11h00m-13h00m – Sessões de Grupos Temáticos 13h00 – Pausa para Almoço 14h30m-16h00m – Sessões de Grupos Temáticos Prof. Rui Nunes, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto 11h00m – 3º Painel: As Organizações de Saúde - Poder e Participação – Anfiteatro B1, CPII Moderador: Prof. Carlos Valério, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho Intervenções: Prof. Carlos Alberto Silva, Universidade de Évora Prof.ª Graça Carapinheiro, ISCTE Prof. Ivo Domingues, ICS, Universidade do Minho 13h00 – Pausa para Almoço 16h00m – Intervalo 16h30m-18h30m – 2º Painel: Família e Instituições de Solidariedade Social – Anfiteatro B1, CPII Moderador: 14h30m – Sessões de Grupos Temáticos 16h00m – ASSEMBLEIA-GERAL DA AISO – Anfiteatro B1, CPII Prof.ª Marta Lobo, ICS, Universidade do Minho Intervenções: Prof. Carlos Veiga, ICS, Universidade do Minho 18h00m – Sessão de Encerramento – Anfiteatro B1, CPII Prof.ª Maria Engrácia Leandro, ICS, Universidade do Minho Presidente do ICS Prof.ª Vitoria Sanagustin, Universidade de Zaragoza Presidente da AISO Presidente da Escola de Enfermagem Coordenador da Comissão Organizadora GRUPOS TEMÁTICOS E COORDENADORES Grupo I Organizações de saúde: a gestão da qualidade versus a qualidade da saúde (Sala 2106, Complexo Pedagógico II) Coordenadores: Clemente Forero, AISO Paulo Nossa, ICS, Universidade do Minho Grupo II Participação e solidariedade: políticas e novas dinâmicas sociais (Sala 2107, Complexo Pedagógico II) Coordenadores: Isabel de la Torre, Universidade Autónoma de Madrid Joel Felizes, ICS, Universidade do Minho Grupo III O ensino e a educação para a saúde (Sala 2108, Complexo Pedagógico II) Coordenadores: Ana Maria Pacheco, Escola de enfermagem Paula Remoaldo, ICS, Universidade do Minho Grupo IV Saúde, família, ciclos de vida e regulação jurídica (Sala 2109, Complexo Pedagógico II) Coordenadores: Carolina Leite, ICS, Universidade do Minho José Pinheiro Neves, ICS, Universidade do Minho Grupo V Questões teóricas e metodológicas em torno da participação, saúde e solidariedade (Sala 2110, Complexo Pedagógico II) Coordenadores: José Antonio Alonso, AISO Miguel Bandeira, ICS, Universidade do Minho DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS 1ª SESSÃO PLENÁRIA ÉTICA E SAÚDE 7 de Junho 11h00m – 13h00m Moderador: Prof. J. Pinto Machado, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho Conferencista: MASSÉ, Raymond, Université Laval, Canadá « Étique et santé publique: promotion de la santé et participation du public» 9 MASSÉ, Raymond Université Laval (Québec) – Canadá ÉTIQUE ET SANTÉ PUBLIQUE: PROMOTION DE LA SANTÉ ET PARTICIPATION DU PUBLIC Cette conférence sera partagée en deux grandes parties. Dans un premier temps, nous identifierons ce qui nous apparaissent êtres les principaux enjeux éthiques soulevés par la mise en œuvre de programmes de prévention de la maladie et de promotion de la santé dans les sociétés occidentales modernes. Les enjeux liés à l’étiquetage social des populations vulnérables, à la moralisation des habitudes de vie, à la circulation de l’information sanitaire et à la justice sociale seront identifiés et analysés. Nous aborderons la santé publique comme une entreprise de moralisation des comportements liés à la santé et à la maladie, voire comme une novelle forme de «moralité séculière». Nous suggérerons aussi que cette entreprise normative entraîne certains bénéfices pour les populations aux prises avec une «crise des valeurs». Nous traiterons aussi des conditions sociales et politiques qui favorisent, à notre avis, la mise en place de politiques et de programmes de prévention et de promotion de la santé fondés sur une telle responsabilisation des individus. L’émergence d’un Etat-providence, du néolibéralisme sanitaire et de l’étique du bien-être individuel seront ici considérés comme des terrains fertiles pour une telle responsabilisation des citoyens postmodernes. Dans une deuxième partie, nous réfléchirons sur la pertinence de la participation de public aux délibérations portant sur l’étique de la santé publique. Certains soutiennent que les délibérations portant sur les enjeux éthiques soulevés par les programmes de prévention et de promotion de la santé ne peuvent Être laissés entre les mains des seuls experts, éthiciens ou professionnels de la santé publique. La participation du public est alors soulevée. Qu’entend-on par «public» et par «participation» ? Le but d’une telle participation du public se résume-t-il à maximiser l’utilité et l’efficacité des interventions en mobilisant un citoyen expert fort de l’expérience directe qu’il en a, ou est-il, aussi, de maximiser l’implication directe du citoyen dans le délibérations éthiques ? Quelle est la position des principales théories éthiques sur la pertinence d’une telle implication du public ? Dans quelle mesure les concepts «anthropologiques» de moralité séculière et de moralité commune peuvent-ils donner une valeur à la moralité populaire ? Nous aborderons ces questions tout en défendant le point de vue voulant que la consultation publique soit une condition nécessaire, mais non suffisante, pour garantir une pratique éthique. 10 1º PAINEL PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E ESTADO-PROVIDÊNCIA 7 de Junho 17h30m – 20h00m Moderador: Prof. Manuel Silva e Costa, ICS, Universidade do Minho Intervenções: COLOMER Viadel, Antonio (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) GADSDEN Carrasco, Carlos (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) MORENO, William J. (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) SILVA, Manuel Carlos “Sociedade e Estado-Providência em Portugal: virtualidades e deficiências nas políticas públicas” 11 SILVA, Manuel Carlos ICS, Universidade do Minho SOCIEDADE E ESTADO-PROVIDÊNCIA EM PORTUGAL: VIRTUALIDADES E DEFICIÊNCIAS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS Nesta comunicação o autor, começando por contrastar várias concepções em torno da relação entre a Sociedade e o Estado – a liberal, a neoinstitucional e a marxista – refuta radicalmente a (neo)liberal, avalia quer os avanços, quer as limitações e insuficiências do modelo institucional social-democratizante face aos constrangimentos macroeconómicos da lógica capitalista, particularmente no actual contexto da globalização e, sem deixar de assumir a abordagem marxista e assinalar a relação simbiótica entre os interesses a nível económico e social e o Estado, não subscreve a velha concepção tradicional marxista de cariz mecânico e instrumental do Estado, sustentando, na esteira doutros autores neomarxistas críticos, a função de condensação das várias forças sociais presentes, de prevalência estratégica dos interesses das classes sociais (sub)dominantes mas mantendo relativa autonomia face à economia e à sociedade. A implementação, relativamente tardia e deficitária, do designado EstadoProvidência em Portugal representou um salto qualitativo positivo para uma política de redistribuição um pouco mais consentânea com as exigências e reivindicações das classes trabalhadoras, bem como de categorias sociais mais desprotegidas. Porém, de modo algum, é sustentável a tese duma adequada compatibilização entre o capitalismo e a democracia, salvo em termos mais jurídico-políticos e mesmo assim deficitários. Com os constrangimentos endógenos e sobretudo exógenos por via da tendência dominante de liberalização, privatização e/ou mercantilização de bens públicos tais como o educação e a saúde em função de mercados mundiais, quer nos países centrais, quer sobretudo em países semiperiféricos como Portugal, o Estado-Providência tem-se debilitado a partir do momento que o Estado se tem desresponsabilizado e demitido de políticas públicas sustentáveis. Mais, tem transferido, em parte, para os cidadãos, as famílias e, em particular, para as mulheres determinados custos de cuidados sócioeducativos, sanitários, segurança social (reformas, pensões). 12 2ª SESSÃO PLENÁRIA SAÚDE E MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 8 de Junho 9h00m-11h00m Moderador: Prof. José Antonio Ruiz, Universidad Complutense de Madrid Intervenções: GEORGE, Francisco “Saúde e meios de comunicação social” LUCAS Marín, Antonio “Las nuevas tecnologías de la información y la comunicación: cambios en el modelo de comunicación y cambios en el estudio de las organizaciones” MARTINS, Moisés Lemos (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) 13 LUCAS Marín, Antonio Universidad Complutense de Madrid LAS NUEVAS TECNOLOGÍAS DE LA INFORMACIÓN Y LA COMUNICACIÓN: CAMBIOS EN EL MODELO DE COMUNICACIÓN Y CAMBIOS EN EL ESTUDIO DE LAS ORGANIZACIONES En la fase reciente proceso del proceso de modernización, en la evolución hacia la nueva sociedad de la información y del conocimiento se han alterado considerablemente los modos de comunicación. El uso intensivo de las nuevas Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC) ha dado lugar a cambios importantes de la vida social que debemos ir racionalizando y comprendiendo con más precisión. Desde mitad del siglo XX ha cambiado la concepción general de la comunicación, con la aparición de distintos modelos explicativos de sus elementos y consecuencias. En la actualidad, con la expansión creciente de Internet y de los teléfonos móviles, están apareciendo unos nuevos modelos de comunicación más individualizados, flexibles, interactivos y participativos. Todo ello ha reforzado, el cambio en los procesos educativos y de trabajo, potenciando la enseñanza online, en especial en la enseñanza de postgrado. También se ha consolidados los cambios iniciados en el trabajo, patentes en el inicio de las sociedades post-industriales, dando lugar a nuevas propuestas en el campo de la teoría de la organización. ◙◙ GEORGE, Francisco Subdirector geral de Saúde SAÚDE E MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL A Nova Saúde Pública, no contexto de um novo paradigma, estabelece com os meios de comunicação social uma relação de especial intimidade que não deve ser ignorada. Aliás, a marcha geral da análise de riscos evolui em três fases, designadamente num processo conhecido na língua inglesa como risk assessement/risk management/risk comunication. Ora, é a comunicação do risco que hoje tem a atenção de especialistas dos vários ramos que interessam à Saúde Pública e que pode ser explicitada com base em lições obtidas a partir de experiências recentes. As crises globais vividas nos últimos anos, primeiro no Outono de 2001, no que se refere a ameaças bioterroristas (utilização deliberada do agente do carbúnculo com fins terroristas) e, depois, o aparecimento inesperado da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda (inicialmente chamada pneumonia atípica, doença transmissível provocada por um agente inicialmente desconhecido), colocaram a Saúde Pública na linha da frente das preocupações reais e emocionais dos Povos de todo o Mundo. 14 Há que reconhecer que a mediatização globalizada é responsável pela criação de cenários frequentemente inquietantes, com algum exagero alarmista, por vezes incompreensível e quase sempre injustificável, mas, que, no geral, se tem revelado insubstituível no complexo processo de informar o público no sentido da assunção da consciência do risco representado pela doença em cada lugar e em cada momento. Por isso, a Nova Saúde Pública tem que saber conviver com a Comunicação Social de hoje. Convívio baseado no respeito mútuo, no equilíbrio, na colaboração próxima e recíproca, aberta e assumida, no interesse da defesa conjunta do princípio unificador do dever, que a todos incumbe, em assegurar a promoção da saúde das populações e, assim, criar condições favoráveis ao desenvolvimento humano. No caso concreto da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda, no seguimento do alerta global emitido em Março de 2003 pela Organização Mundial da Saúde, Portugal adoptou as medidas consideradas mais adequadas e eficazes. Medidas que assentaram nos pilares daquilo que, agora, se pode designar como a Nova Saúde Pública e que incluem a informação dos cidadãos, a emissão de orientações técnicas destinadas ao pessoal dos serviços de saúde e o estabelecimento de um sistema de alerta e resposta rápida dedicado, não só à vigilância epidemiológica da doença em causa, como também ao seu controlo e prevenção. A Nova Saúde Pública procura transferir para a sociedade as informações capazes de gerarem consciência do risco; mas, também, tranquilidade e serenidade. É nesse quadro que se situa o funcionamento dos dispositivos que visam informar os cidadãos, nomeadamente por uma linha telefónica interactiva e de fácil acesso, associada à internet. Dimensão informativa a completar e a potenciar, naturalmente, por órgãos de comunicação social de qualidade. 15 2º PAINEL FAMÍLIA E INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL 8 de Junho 16h30m – 18h30m Moderadora: Prof.ª Mª Marta Lobo, ICS, Universidade do Minho Intervenções: VEIGA, Carlos Veloso da, ICS, Universidade do Minho “Razões legitimadoras de uma prática organizacional arriscada” LEANDRO, Maria Engrácia, ICS, Universidade do Minho. “Saúde, solidariedades familiares e instituições de solidariedade social” SANAGUSTIN Fons, Maria Vitoria, Universidad de Zaragoza (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) 16 VEIGA, Carlos Veloso da ICS, Universidade do Minho RAZÕES LEGITIMADORAS DE UMA PRÁTICA ORGANIZACIONAL ARRISCADA Nesta comunicação centramo-nos numa das muitas práticas que permitem aos agentes das organizações de reabilitação exercerem uma acção transformadora sobre a actual política de reabilitação profissional das pessoas com deficiência. Essas práticas, tal como as razões com que os actores envolvidos legitimam a sua realização, são múltiplas e diversificadas. No decurso da acção, embrenham-se umas nas outras, a tal ponto que tanto se podem caracterizar como condições ou como consequências de outras práticas, dando origem a um emaranhado e complexo conjunto de razões morais e razões práticas legitimadoras. É exactamente o que acontece com a prática da celebração de protocolos entre as organizações de reabilitação e as empresas enquanto instrumentos reguladores do acesso ao mercado de trabalho de alguns dos ex-formandos que frequentaram acções de formação profissional. É nosso propósito mostrar como essa prática, tal como outras práticas transformadoras, que será analisada no contexto das relações sociais entre os diferentes agentes envolvidos no campo da reabilitação profissional das pessoas com deficiência, é afectada quer por factores que a constrangem quer por factores que incentivam. A exibição dos factores que conferem legitimidade a esta prática faz parte do jogo das disputas pelo controlo sobre as regras e os recursos disponíveis no campo, ou seja, é parte da estratégia de redução das relações de subordinação e dependência face aos agentes das organizações da tutela estatal. Na realidade, a legitimidade da prática em questão está inserida num complexo de razões morais e de razões meramente práticas. Como é evidente os agentes das organizações de reabilitação precisam de encontrar coerência na sua acção evitando os constrangimentos morais e materiais que poderiam tornar a sua acção injustificável e irresponsável, ainda que nem sempre o façam de modo consciente, ignorando, ou não, certos aspectos ambivalentes e contraditórios presentes nessa prática. Como algumas das razões legitimadoras não emergiram directamente dos discursos dos agentes que não gostam de se explicar, a sua descoberta foi obtida por dedução e interpretação dado que, provavelmente, estando os agentes conscientes das contradições tenderam a limitar os seus testemunhos a abordagens ligeiras e superficiais, talvez por reconhecerem que a prática em questão subverte os princípios e as contra-regras do campo social onde exercem a sua actividade profissional. ◙◙ 17 LEANDRO, Mª Engrácia ICS, Universidade do Minho SAÚDE, SOLIDARIEDADES FAMILIARES E INSTITUIÇÕES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL A saúde, sendo um valor fundamental das sociedades da modernidade inacabada não é um conceito universal. Com efeito, a noção e as necessidades de saúde não tem por todo o lado e para os vários actores sociais (profissionais de saúde ou profanos, ricos ou pobres, citadinos ou rurais, jovens, adultos ou idosos, autóctones ou migrantes) a mesma significação. Todavia, a saúde é um bem colectivo e ainda que, frequentemente o direito à saúde para todos tenha muito de utópico, todos esperamos que a sociedade e o Estado, através das suas instituições e políticas de saúde, permitam a sua preservação e melhoria. Daí que se faça, particularmente, apelo ao consenso do indivíduo, investindo na prevenção, da família promovendo a saúde ou sendo capaz de cuidados quando a doença sobrevêm, podendo fazer mobilizar vários tipos de solidariedade familiar ou de proximidade (“entourage”, vizinhança, entreajuda de amigos…) assegurando, assim, uma forma de “protecção de proximidade”. Nesta perspectiva, as solidariedades familiares poder ser percepcionadas como um “recurso” adicional ou substituível no conjunto das necessidades de cuidados, de guarda, de inserção, de reabilitação ou mesmo de resocialização. Perante estas necessidades as relações primárias e privadas aparecem cada vez mais aos decisores como uma resposta eficaz e económica. Não obstante, devido a necessidades profissionais ou outras, muito dificilmente são concedidas às famílias as condições necessárias para que possam exercer cabalmente estas tarefas. Sendo assim, frequentemente, estas vêm sendo também desempenhadas por instituições de solidariedade pública ou semi-pública e semi-privada (IPSS….) Pretendemos com este trabalho contribuir para o debate relativo às transformações em curso das relações entre solidariedades familiares e solidariedade públicas no domínio da saúde em Portugal, ou de, tendo aumentado às intervenções públicas de protecção social, nem por isso se vem fazendo menos apelo às solidariedades familiares. ◙◙ 18 3ª SESSÃO PLENÁRIA A SAÚDE E A REGULAÇÃO SOCIAL 9 de Junho 9h00-11h00 Moderador: Prof. Hélder Machado, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar Conferencista: NUNES, Rui, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) 19 3º PAINEL AS ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: PODER E PARTICIPAÇÃO Dia 9 de Junho 11h00m-13h00m Moderador: Prof. Carlos Valério, Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho Intervenções: CARAPINHEIRO, Graça, ISCTE (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) SILVA, Carlos Alberto, Universidade de Évora (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) DOMINGUES, Ivo, ICS, Universidade do Minho (Não foi possível incluir atempadamente o resumo da intervenção) 20 XVIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL AISO Participação, Saúde e Solidariedade: Riscos e Desafios SESSÕES DOS GRUPOS DE TRABALHO 21 GRUPO I – ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: A GESTÃO DA QUALIDADE VERSUS A QUALIDADE DA SAÚDE - sala 2106, CPII Coordenadores: Clemente Forero, AISO Paulo Nossa, ICS, Universidade do Minho. Dia 7 de Junho - 1ª Sessão - 15h00m-17h00m BARBOSA, Joaquim A ACREDITAÇÃO NA SAÚDE: DÚVIDAS E CERTEZAS ORTIZ, Rosa LOS SISTEMAS DE CALIDAD Y SU INFLUENCIA EN LA SALUD OCUPACIONAL Y LOS RIESGOS DE TRABAJO REBELO, José, ANDRADE, Áurea e PEREIRA, João Paulo QUALIDADE NA SAÚDE: DA ALTERAÇÃO DOS PROCESSOS E SUAS IMPLICAÇÕES, À PERTINÊNCIA DA CERTIFICAÇÃO 22 BARBOSA, Joaquim Universidade do Minho Acreditação, embora com recurso a dois referenciais teóricos distintos. ◙◙ A ACREDITAÇÃO NA SAÚDE: DÚVIDAS E CERTEZAS Todos, autoridades, planificadores e profissionais parecem estar de acordo com a necessidade de melhorar a qualidade dos cuidados de saúde. No campo oposto, os utentes, cada vez mais conscientes do seu papel de contribuintes e, em simultâneo, menos dispostos a perdoar os erros e as ineficiências dos sistemas de saúde, apresentam a mesma exigência. Finalmente, a qualidade e segurança dos cuidados de saúde, constituem, no mundo moderno, um imperativo incontornável. Por tudo isto, as questões relacionadas com a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde são uma preocupação de todos os sistemas de saúde, sendo inúmeras as perspectivas de abordagem. «No entanto, a despeito destas diferenças, todas procuram contribuir para melhores cuidados aos doentes, e assim, de facto acontece. Todavia, a evidência do impacto de cada uma não é robusta e muitas parecem basear-se mais em crenças que em análises rigorosas» (Grol et al., 2002:110). Com este trabalho, apresentam-se algumas questões teóricas que se relacionam com a avaliação da qualidade em contexto hospitalar, situando-nos, em particular, na Acreditação, enquanto procedimento de melhoria contínua da qualidade. Este, é um método específico de avaliação da qualidade das organizações hospitalares, possuindo uma tradição mundial de largas dezenas de anos, estando agora a ser dados os primeiros passos em Portugal. Neste contexto, serão abordadas, em primeiro lugar, as bases conceptuais de avaliação da qualidade em saúde, a Acreditação enquanto procedimento de melhoria contínua da qualidade e, finalmente, o actual panorama internacional nesta área. Seguidamente, referir-se-ão algumas das questões decorrentes da implementação de projectos da qualidade, designadamente, a sua importância para o sucesso e mudança organizacionais bem como a problemática relacionada com a adesão dos profissionais clínicos a estes projectos. Por fim, serão mencionados alguns dos resultados que podem ser alcançados com a Acreditação Hospitalar, dando-se também conta da actual realidade portuguesa nesta área, onde se constata que alguns hospitais estão já Acreditados e outros em processo de ORTIZ, Rosa M. Universidad de Guanajuato. México LOS SISTEMAS DE CALIDAD Y SU INFLUENCIA EN LA SALUD OCUPACIONAL Y LOS RIESGOS DE TRABAJO. Un análisis del libro sobre Ganancias Mutuas, de Kochan y Osterman,(1994), enfatiza el papel estratégico de los recursos humanos así como la innovación en el lugar de trabajo especialmente como la raíz del cambio, los recursos humanos se forman para ser un jugador importante en la política que se hace con respecto a los problemas estratégicos, las innovaciones del lugar de trabajo probablemente serán sostenidas. El estudio de Total Quality Magament –TQM– internacional también contiene medidas de uso de una variedad para reforzar la practica de recursos humanos, aunque ellos no corresponden exactamente a aquellos usados en nuestro estudio nacional en que los TQM listan las prácticas de entrenamiento de recursos humanos, actividades de grupo, sistemas de sugerencias, paga por mérito, paga del incentivo de grupo, y envolvimiento del empleado en fabricación de decisión estratégica. Las empresas que probablemente adoptan innovaciones a la competición internacional, se requiere de habilidades arriba del promedio en sus trabajos, los valores humanos, las estrategias competitivas que dan énfasis a calidad e innovación del producto más que de los costos, se debe considerar los problemas de los recursos humanos en decisiones directivas, entre las empresas industriales, que han adoptado sistemas de la producción flexible consideran: Equipos de trabajo autodirigidos. Rotación del trabajo. Dirección de calidad total. La ley corporativa americana establece el principio que el objetivo de una empresa es aumentar al máximo riqueza del accionista. Las inversiones de los recursos humanos son visibles para sus costos a corto plazo y producen sólo a largo plazo beneficios. ◙◙ 23 REBELO, José, ANDRADE, Áurea e PEREIRA, João Paulo posteriormente alguns hospitais iniciaram processos com vista à sua certificação. Escola Superior de Ciências Empresariais Instituto Politécnico de Setúbal O objectivo da comunicação que apresentamos é analisar as mudanças implementadas nas unidades de saúde que iniciaram processos de certificação de qualidade, bem como as implicações dessas mudanças tanto na óptica dos prestadores de serviço como na óptica dos utentes. QUALIDADE NA SAÚDE: DA ALTERAÇÃO DOS PROCESSOS E SUAS IMPLICAÇÕES, À PERTINÊNCIA DA CERTIFICAÇÃO A qualidade está na ordem do dia. Efectivamente todos os sectores de actividade sem excepção pretendem assegurar que os produtos / serviços que fabricam ou prestam possuem os requisitos que permitam assegurar conformidade e consequentemente satisfação dos clientes / utentes. Embora possam existir organizações em que a qualidade constitui uma preocupação central, a garantia da mesma só pode ser dada mediante validação das boas práticas instituídas ou seja através da acreditação. A nível de Sistema Português de Qualidade na Saúde as normas do King’s Fund constituem a principal referência, razão pela qual foi celebrado um protocolo entre o Ministério de Saúde e o King’s Fund Health Quality Service e Assim, começamos por apresentar algumas normas do King’s Fund, para de seguida identificar as alterações nos procedimentos e processos, decorrentes da sua aplicação. Num segundo ponto identificam-se várias unidades de saúde que implementaram ou estão a implementar processos de certificação de qualidade. A finalizar analisamos as principais dificuldades inerentes à implementação deste processo bem como as consequências do mesmo quer para trabalhadores, quer para utentes. ◙◙ 24 GRUPO I – ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: A GESTÃO DA QUALIDADE VERSUS A QUALIDADE DA SAÚDE - sala 2106, CPII Coordenadores: Clemente Forero, AISO Paulo Nossa, ICS, Universidade do Minho. Dia 8 de Junho - 2ª Sessão - 11h00m-13h00m DUARTE, Márcia O EMPENHAMENTO ORGANIZACIONAL E O EMPENHAMENTO PROFISSIONAL DOS ENFERMEIROS: CONFLITO OU COMPLEMENTARIDADE MACEDO, Ana Paula A QUALIDADE NA FORMAÇÃO EM CONTEXTO HOSPITALAR: UMA REFLEXÃO CRÍTICA MÁRTIRES, Maria Alice Rodrigues dos A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOS ENFERMEIROS EM CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS NETO, Ana Filipa Pereira A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM ENFERMAGEM: O CONTRIBUTO DA TEORIA DE FREDERICK TAYLOR 25 DUARTE, Márcia Instituto Politécnico do Cávado e Ave O EMPENHAMENTO ORGANIZACIONAL E O EMPENHAMENTO PROFISSIONAL DOS ENFERMEIROS: CONFLITO OU COMPLEMENTARIDADE Num ambiente competitivo caracterizado pela incerteza e pela mudança, as organizações necessitam de empregados que se identifiquem com a organização e adoptem como seus os objectivos da mesma, empenhando-se na sua concretização. O reforço da posição competitiva das empresas passa, em grande parte, pela capacidade da sua equipa de gestão gerir esse processo de mudança, atraindo pessoas com níveis elevados de empenhamento organizacional e envolvimento no projecto da empresa. Tais objectivos são, aparentemente, paradoxais, se atendermos ao facto da relação entre empregados e empregadores ser cada vez mais instável, mercê da instabilidade em termos de emprego, da precariedade dos contratos de trabalho e da elevada rotatividade em termos de postos de trabalho. Por outro lado, assiste-se a um elevar dos níveis de educação e profissionalismo entre os empregados, ou seja, a natureza da força de trabalho está a conhecer mutações. Estas mudanças - na organização, nos recursos humanos, podem não ser independentes, podendo os níveis elevados de educação e profissionalismo contribuir para o reduzido empenhamento e lealdade dos empregados e para uma insatisfação das suas expectativas profissionais. Neste sentido, questiona-se se as organizações de saúde portuguesas prosseguem os valores, interesses e objectivos profissionais dos enfermeiros, se promovem e actuam de acordo com os ideais e valores da enfermagem. Pretende-se estudar o empenhamento organizacional e profissional nos enfermeiros e a relação assumida entre os dois domínios, para averiguar se a relação é positiva ou de soma nula. Com base nestas questões de partida, desenvolveu-se um estudo exploratório com enfermeiros, que tinham como local de exercício profissional dois centros de saúde e dois hospitais situados no Minho (Norte de Portugal). Realizaram-se 27 entrevistas, com o objectivo de caracterizar as percepções dos enfermeiros acerca da experiência de estar empenhado com a organização e com a profissão. As conclusões do estudo apontam para a existência entre os enfermeiros de um empenhamento profissional maior do que o empenhamento organizacional por eles demonstrado. Independentemente da intensidade dos laços afectivos em relação à organização, o referente mais importante, em termos de empenhamento em contexto de trabalho, é a profissão. No entanto, a maioria dos entrevistados, percebe uma complementaridade entre os dois domínios, uma vez que a partilha dos objectivos e valores da enfermagem por parte da organização, a orientação para os interesses do doente, o tipo de serviço, os incentivos à actualização profissional dos enfermeiros, a identificação com os valores e objectivos da organização e a satisfação com as funções realizadas consubstanciam a satisfação das expectativas profissionais dos enfermeiros. Os dois domínios de empenhamento podem associar-se positivamente, ainda que o empenhamento profissional possa ou tenda a ser maior do que o empenhamento organizacional. ◙◙ MACEDO, Ana Paula Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian, Braga A QUALIDADE NA FORMAÇÃO EM CONTEXTO HOSPITALAR: UMA REFLEXÃO CRÍTICA Esta comunicação é extraída de um estudo, no âmbito da Educação Não-Escolar, intitulado “Dimensões do Hospital como Organização e Formação em Contexto Hospitalar”, cuja opção teve subjacente motivações de natureza pessoal, relevância organizacional e actualidade temática. Trata-se de um estudo exploratório sobre representações/opiniões de enfermeiros, onde é privilegiado o inquérito (por entrevista) como técnica de recolha de informação. Este trabalho considerou como objectivos primordiais a identificação de modelos de análise do hospital enquanto organização, a caracterização das relações entre a organização hospitalar e a formação e a compreensão das representações/opiniões dos enfermeiros sobre o hospital como organização enquanto palco de iniciativas de formação em contexto de trabalho. Assim, a recolha dos dados empíricos possibilitou-nos equacionar a formação, a partir da análise de algumas dimensões dos modelos organizacionais de Per-Erik Ellström (1983), nomeadamente no que se refere ao pessoal de enfermagem. Um outro aspecto que nos pareceu particularmente relevante na análise das entrevistas, embora, neste caso, situado para além do quadro teórico-conceptual proposto, foi o facto de a empresa produtiva e lucrativa ser uma das imagens recorrentes nos discursos dos enfermeiros. Nesta comunicação analisamos o conceito de qualidade na formação dos 26 enfermeiros em contexto de trabalho, desocultando algumas dimensões críticas que emergiram das suas representações. ◙◙ MÁRTIRES, Maria Alice Rodrigues dos Escola Superior de Enfermagem de Vila Real A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOS ENFERMEIROS EM CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS Foi realizado um estudo em que se pretendeu conhecer as percepções dos enfermeiros que realizam o seu trabalho no âmbito dos cuidados de saúde primários, sobre o trabalho que realizam; identificar factores motivadores/desmotivadores do trabalho de enfermagem e ainda reflectir sobre a organização do trabalho de enfermagem em cuidados de saúde primários, com vista à melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados na comunidade. Foram colocadas as seguintes questões de investigação: 1- Como percepcionam os enfermeiros o trabalho que realizam?; 2- Qual o potencial de motivação do trabalho de enfermagem?; 3Relativamente às dimensões do trabalho, preconizadas por Hackman e Oldham (1980), como é que os enfermeiros as percepcionam, no âmbito das suas práticas?; 4- Será que existe relação entre o potencial de motivação do trabalho, a motivação e a satisfação geral e a necessidade de crescimento e desenvolvimento pessoal? Optámos pela realização de um estudo descritivo, de carácter exploratório e quantitativo. A população para o estudo foi constituída pelos enfermeiros que trabalham em cuidados de saúde primários nos Centros de Saúde abrangidos por uma Sub-Região de Saúde do Norte do país. Como instrumento de colheita de dados utilizámos o questionário “Job Diagnostic Survey” (JDS), traduzido e adaptado por Rebelo, Madeira e Teixeira (1990), ao realizarem um estudo sobre “Enfermagem – Análise de Funções”, e posteriormente aplicado por Basto (1995) no seu trabalho de doutoramento. Dos resultados obtidos, salienta-se a importância que os enfermeiros atribuem às suas intervenções, à responsabilidade que reconhecem na realização das mesmas, nomeadamente quanto os cuidados de enfermagem podem afectar e vida e o bem-estar das pessoas. As dimensões do trabalho são apontadas como desafiantes e enriquecedoras, o que remete a profissão de enfermagem para um potencial de motivação elevado. Os resultados sugerem ainda existir relação entre o potencial de motivação do trabalho, a motivação e a satisfação geral e a necessidade de crescimento e desenvolvimento pessoal. Os enfermeiros parecem igualmente evidenciar insatisfações e estas estão relacionadas com os contextos do trabalho. ◙◙ NETO, Ana Filipa Pereira Universidade do Minho A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM ENFERMAGEM: O CONTRIBUTO DA TEORIA DE FREDERICK TAYLOR O trabalho em Enfermagem reveste-se de características próprias de uma profissão que é altamente humanizante, mas também é baseado em diversas teorias, como a de Taylor, que ajudam a que esse mesmo trabalho se torne cada vez mais eficiente e de qualidade. Taylor teorizou a Organização Cientifica do Trabalho e revolucionou o método de trabalho das indústrias de produção, ao criar o pensamento “The Best Way”, levando a que desta forma todo o trabalho fosse realizado para atingir melhor qualidade e maior quantidade de produção. O trabalho de enfermagem não se baseia em atingir maiores níveis de produção, mas sim em alcançar cada vez mais qualidade, baseando-se por vezes, em teorias como a de Taylor. A organização do trabalho de uma equipa de enfermagem tem sempre o mesmo objectivo: prestar os melhores cuidados possíveis ao doente/utente/cliente. A organização prende-se a critérios científicos, onde todos os procedimentos são pensados com exaustão e constantemente avaliados, para que desta forma não se caia no erro de implementar medidas desadequadas aquele doente ou aquele serviço. Todo este pensamento baseia-se nas especificidades dos serviços, todos eles com diferentes características e necessidades de recursos humanos, materiais e organizacionais. Por conseguinte, os enfermeiros não foram alheios às inovações introduzidas pela teoria de Taylor, e implementaram no seu dia-a-dia de trabalho, alguns dos princípios desta teoria. Confirma-se assim a pertinência da cientificidade de pensamento em qualquer acto de enfermagem e que estes métodos se aplicam diariamente em qualquer serviço de Enfermagem. ◙◙ 27 GRUPO I – ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: A GESTÃO DA QUALIDADE VERSUS A QUALIDADE DA SAÚDE - sala 2106, CPII Coordenadores: Clemente Forero, AISO Paulo Nossa, ICS, Universidade do Minho. Dia 8 de Junho - 3ª Sessão - 14h30m-16h00m PÁEZ, Tomás PARTICIPACIÓN, DEMOCRACIA, GESTIÓN Y GOBERNABILIDAD DEL SISTEMA DE SALUD BRUNET, Ignasi e GALEANA, Evaristo ORGANIZACIONES DE SALUD: GERENCIA DE CALIDAD VERSUS CALIDAD DE LA SALUD. RODRIGUES, Pedro, RIBEIRO, Rui, MARTINS, Susana e MENO, João Paulo TECNOLOGIA E SAÚDE: A HEGEMONIA DO PARADIGMA HOSPITALOCÊNTRICO 28 PÁEZ, Tomás Universidad Central de Venezuela e AISO PARTICIPACIÓN, DEMOCRACIA, GESTIÓN Y GOBERNABILIDAD DEL SISTEMA DE SALUD La política sociosanitaria está en el corazón de la polémica acerca del “Estado de Bienestar” y en el de la sociología de las organizaciones. En la discusión se contraponen dos modelos antagónicos que achican el espacio del diálogo. De un lado, defensa del modelo público; del otro, privatización del sector. La polémica, en ocasiones agria, adquiere dimensiones particulares en el caso específico de Venezuela y Latinoamérica, que rebasa la realidad y la discusión en Europa y Estados Unidos. Para terciar en el debate empecemos por dejar sentado que asumimos como punto de partida que el acceso a la salud constituye un derecho, por razones de justicia social y porque se trata de un bien que todos deberían tener. De lo dicho no se deriva que la mejor forma de garantizar este derecho sea a través de la prestación de servicios de carácter exclusivamente público, ni tampoco que sea ésta la manera más adecuada de propiciar la equidad del sistema de salud. Más bien apuntan en dirección opuesta. En general, la prestación de servicios de salud se hace cada vez más en medios y organizaciones hospitalarias administradas por entidades estadales de alcance nacional, regional o local. Por ese motivo cobra mayor significación su análisis. Los resultados que exhibe el sector salud en Venezuela y la región son realmente pobres, con lo cual estimulan la inequidad y la ineficiencia a un mismo tiempo. No ha sido posible alcanzar los niveles de equidad y relativa masificación que es posible hallar en otras latitudes, países y continentes. Las razones de ello y en consecuencia también la solución, de acuerdo con los responsables del sistema, se asigna a factores externos y en particular a la carencia de recursos económicos. Existen verdaderas razones para desconfiar que la solución se encuentre en una mayor asignación de recursos; hay dudas más que razonables para aceptar que sea ésta la receta apropiada e incluso la creencia de que el sistema es insaciable. Por ello sugerimos incluir otras dimensiones en el análisis del problema como las de la estructura, racionalidad, participación, modelo de gestión y gobernabilidad del sistema de salud. Para quienes propugnan la privatización del sistema no es suficiente la inclusión de las dimensiones sugeridas, sencillamente el sector público es propietario exclusivo de la ineficiencia y en consecuencia todo lo que haga tendrá este signo. Desde esta perspectiva de la racionalidad economicista, valdría decir, la “eficiencia” es un coto reversado de manera exclusiva al sector privado. Tales afirmaciones no resisten un análisis. La propuesta que formulamos, sobre la base de investigaciones y asesorías en el sector, incorpora los temas sustantivos de estructura, participación, mejora de la organización y la gestión del sector salud, incluyendo los criterios de gestión de calidad y productividad. La mejora de la eficiencia y la productividad no está reñida ni es ajena a la justicia social. Todo lo contrario. Sostenemos la necesidad de promover la participación pública y privada en la provisión de servicios de salud, estimulando la competitividad entre ambos y al interior de cada uno de los subsectores. Hacerlo del modo que proponemos exige una redefinición de la organización privada y la superación del economicismo mecánico que reduce la empresa al simple afán de ganancias. El concepto de empresa que utilizamos incluye a la responsabilidad social dentro de su estrategia. ◙◙ BRUNET, Ignasi e GALEANA, Evaristo Universitat Rovira i Virgili de Tarragona (España) Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo (Morelia, Michoacán, México) ORGANIZACIONES DE SALUD: GERENCIA DE CALIDAD VERSUS CALIDAD DE LA SALUD. El objetivo de esta ponencia es exponer los vínculos que se establecen entre Estado y los nuevos modelos de gestión que introducen en la Administración Pública criterios productivistas, emprendedores y empresarializadores. Modelos que permiten desarrollar una nueva cultura de Administración Pública más sensible hacia la calidad de los servicios públicos y que requiere transformaciones organizativas que rompan con los corsés de las formas burocráticas. Esto supone una nueva forma de organizar la gerencia pública que implica una nueva cultura administrativa que contrariamente al control paso a paso de las normas y procedimientos del modelo burocrático-weberiano, ha de facilitar la creación de mercados eficientes por medio de tres mecanismos: 1) El modelo contractual o contrato de gestión; 2) La delegación de facultades y autonomía de gestión a los gerentes 29 (empowerment), y 3) la evaluación del desempeño. Dicha evaluación se configura como una clave central y que explica las transformaciones de la gestión pública ya que ésta ha de contar con estándares y medidas de productividad, con una planificación estratégica que incluye definición de objetivos e indicadores de rendimiento, con una asignación de recursos vinculada a medidas de desempeño, y con la utilización de contratos y franquicias que permitan una mayor eficiencia ◙◙ RODRIGUES, Pedro, RIBEIRO, Rui, MARTINS, Susan TECNOLOGIA E SAÚDE: A HEGEMONIA DO PARADIGMA HOSPITALOCÊNTRICO A Declaração Universal dos Direitos do Homem assim como a Constituição da República Portuguesa explicitam a protecção da saúde como um direito básico da pessoa, direito este que obriga o estado a facultar um pacote básico de serviços de saúde. Para a satisfação deste pacote básico de serviços de saúde emergiram uma panóplia de instituições que têm como objectivos satisfazer as necessidades das populações em geral e das pessoas em particular em matéria de cuidados de saúde. Destas, o hospital dotado de uma tecnologia cada vez mais sofisticada e em permanente actualização, assume um papel central no campo da saúde. Esta centralidade não está alheada da espectaculariedade dos avanços tecnológicos que a medicina conquistou, pois os hospitais foram e são a caixa forte de todos estes saberes que se transformam em poderes . Temos assim um sistema de saúde alicerçado numa política hospitalocêntrica orientado para as acções curativas relegando para segundo plano a promoção da saúde, verdadeiro pilar que urge alicerçar na nossa sociedade para se obterem ganhos efectivos em matéria de saúde das populações. Questionar as emergentes políticas deste vasto e complexo mundo da saúde, que continuam a assentar numa centralidade hospitalar, é uma tarefa que nos parece pertinente efectuar mediante o actual panorama nacional. Mais do que uma abordagem teórica esta comunicação pretende servir de reflexão acerca da posição que o hospital ocupa no sistema nacional de saúde e na sociedade. 30 GRUPO I – ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE: A GESTÃO DA QUALIDADE VERSUS A QUALIDADE DA SAÚDE - sala 2106, CPII Coordenadores: Clemente Forero, AISO Paulo Nossa, ICS, Universidade do Minho. Dia 9 de Junho - 4ª Sessão - 14h30m-16h00m ARZATE, Jorge S. e PATIÑO, Juan Carlos LA POLÍTICA FOCALIZADA CONTRA LA POBREZA EXTREMA EN MÉXICO Y SU COMPONENTE DE SALUD MARTÍN, Miguel Ángel ESTEREOTIPOS Y SALUD TOMÉ, Daniel Fernandes ASSÉDIO MORAL – EM BUSCA DO SUBMERSO 31 ARZATE, Jorge G. S. e PATIÑO, Juan Carlos Universidad Autónoma del Estado de México LA POLÍTICA FOCALIZADA CONTRA LA POBREZA EXTREMA EN MÉXICO Y SU COMPONENTE DE SALUD Una de los pilares del sistema de bienestar social mexicano ha sido el Seguro social, institución que brinda atención médica a la población empleada en el sector formal de la economía, no obstante un buen porcentaje de la población se encuentra excluida de este servicio público ya que trabaja en el sector informal, en la agricultura o simplemente se encuentra en el desempleo abierto. El modelo del Seguro social fue funcional, en términos políticos, durante las décadas de los gobiernos nacionalistas revolucionarios y el modelo de sustitución de importaciones, pero después de la crisis de los precios del petróleo de 1982, coyuntura que representó la quiebra de ese modelo político y económico, la política social en el sector salud ha tendido a fortalecer el sector privado y a la focalización de los servicios públicos de salud. Entre varias estrategias en este sentido se pueden mencionar el llamado Seguro popular y el programa Progresa-Oportunidades. Este último es el principal programa de lucha contra la pobreza extrema focalizado y que opera en el ámbito nacional con una orientación de desarrollo humano, por lo que trabaja tres componentes: educación básica, salud y alimentación. Esta ponencia presenta un panorama de lo que puede significar el componente de salud del ProgresaOportunidades en pequeñas comunidades rurales; por lo que se describe el sistema de relaciones sociales que este programa genera a partir de las clínicas o centros de salud comunitarios del llamado sistema IMSSSolidaridad. El trabajo, que utiliza datos cualitativos, trata de polemizar sobre cómo las acciones del componente de salud del ProgresaOportunidades pueden ayudar a eliminar la situación de vulnerabilidad de las personas y familias en situación de pobreza extrema, a identificar sus limitantes, así como pensar la profundidad cualitativa de la carencia con relación a los servicios de salud que enfrenta una familia rural en extrema pobreza en México. ◙◙ MARTÍN, Miguel Ángel Universidad Complutense de Madrid ESTEREOTIPOS Y SALUD Nuestra simple experiencia cotidiana nos muestra que el mundo que nos rodea (incluso en su ámbito más cercano) es infinitamente más complejo que nuestra capacidad para conocerlo y asimilarlo. Por tanto, si queremos interactuar con él, no tenemos más remedio que usar estrategias y herramientas que nos ayuden a simplificarlo y poder así comprenderlo mejor. Una de esas herramientas (y quizá la más importante) son los estereotipos. El simple hecho de usar estereotipos y, a su vez, el hecho de usar unos estereotipos concretos y no otros dan lugar a una determinada concepción de la realidad de la que, consiguientemente, se derivan unas determinadas consecuencias sociales. Por eso, mi intención es, a través de este pequeño trabajo, mostrar dentro de lo posible el importante papel que juegan los estereotipos dentro de contextos microsociológicos como son las organizaciones, y más especialmente las organizaciones relativas a la salud. ◙◙ TOMÉ, Daniel Fernandes Universidade do Minho ASSÉDIO MORAL – EM BUSCA DO SUBMERSO “Sinto-me chantageado, forçado a actuar de uma forma com a qual não me identifico. Sei que, se não o fizer, poderei perder este emprego. Sinto-me violado nos meus princípios e no que entendo ser o mais correcto. Eu não merecia isto, não sei porque me está a acontecer a mim!” Este relato, embora fictício, poderá não o ser na boca de muitas pessoas que hoje, neste momento, podem estar a ser moralmente assediadas. A questão do Assédio Moral não é propriamente uma novidade, assim como novidade não é o comportamento que o descreve. O que é novidade, sim, é a utilização desta expressão em contexto de trabalho e o seu reconhecimento actual, em muitos países, como um tipo identificável de comportamento em ambiente profissional. Nunca antes a pressão sobre muitas das áreas de gestão de recursos humanos foi tão intensa. Alterações dramáticas no contexto dos mercados, das indústrias e dos serviços forçam a função recursos humanos a transformar as suas práticas e exercícios, bem como o seu papel estratégico, no sentido do sucesso. O ambiente organizacional actual requer, acções rápidas e uma constante adaptação a condicionalismos de mudança permanentes. ◙◙ GRUPO II - PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE: POLÍTICA E NOVAS DINÂMICAS SOCIAIS (sala 2107, CPII) Coordenadores: Isabel de la Torre, Universidade Autónoma de Madrid Joel Felizes, ICS, Universidade do Minho. Dia 7 de Junho - 1ª Sessão - 15h00m-17h00m MOHAMAD, Jorge Alejandro ÁREA DE SALUD DEL PLAN ALENTAR: PROGRAMA DE APOYO A LA COMUNIDAD LOCAL IMPLEMENTADO POR UNA EMPRESA SIDERÚRGICA EN ARGENTINA RÁMON HERRERO, María Amelia e PEREZ GARRIDO, Antonia GLOBALIZACIÓN Y EDUCACIÓN EN LAS POBLACIONES RURALES SANTOS, Maria João RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL E CRIAÇÃO DE VALOR – ANÁLISE DE CASOS TORRE, Isabel de la LA EXPERIÊNCIA ASSOCIATIVA ESPAÑOLA 33 MOHAMAD, Jorge Alejandro Universidad Austral. Buenos Aires. Argentina ÁREA DE SALUD DEL PLAN ALENTAR: PROGRAMA DE APOYO A LA COMUNIDAD LOCAL IMPLEMENTADO POR UNA EMPRESA SIDERÚRGICA EN ARGENTINA El presente trabajo es una descripción y un análisis del Área de Salud del Plan Alentar. Este es un programa implementado por la empresa siderúrgica TenarisSiderca, y forma parte de una iniciativa de ayuda a la comunidad de la ciudad de Campana, ubicada a 75 km al norte de Buenos Aires, Argentina, sede de sus instalaciones industriales. TenarisSiderca es la denominación de las operaciones de producción de tubos de acero sin costura del Grupo Tenaris en la Argentina. La planta industrial de Siderca se estableció en Campana hace 50 años y desde entonces viene desarrollando una política de apoyo y desarrollo a la comunidad. Ante la emergencia social de comienzos de 2002, se puso en marcha el Plan Alentar con la premisa “Ayudar a quien se ayuda”. Este plan es un conjunto de iniciativas orgánicamente estructuradas que ayudan a mejorar la calidad de vida de la comunidad local y actúan como factor de desarrollo de su capital social. Los planes de acción resultan del relevamiento y análisis de las demandas sociales mediante metodologías apropiadas. Las áreas de actuación son: Educación, Salud, Cultura, Vivienda y Medio Ambiente. El área de Salud del Plan Alentar apoya el funcionamiento del Hospital Municipal San José de Campana, tanto en infraestructura edilicia como en la mejora de la calidad de gestión; y auspicia la capacitación del personal en aspectos de atención de urgencias conjuntamente con el Hospital Italiano de Buenos Aires. Para describir y analizar el Área de Salud del Plan Alentar se seguirá la metodología propuesta por Domenec Melé en el Modelo de Actuación Social de la Empresa. Según este modelo la actuación social de la empresa incluye tres aspectos: Principios de responsabilidad social, Procesos de respuesta social, y Respuestas efectivas a las implicaciones sociales. ◙◙ RÁMON HERRERO, María Amelia e PEREZ GARRIDO, Antonia Facultad de Psicología - Universidad de Valencia GLOBALIZACIÓN Y EDUCACIÓN EN LAS POBLACIONES RURALES Hoy día, se espera de la escuela que inculque conocimientos que se supone son una riqueza fundamental de las sociedades, de las naciones. Tanto en lo que hace a garantizar su desarrollo económico, desde el crecimiento de la producción en un contexto de globalización de mercados, donde hay que producir ahora bienes para vender ya no solamente en un mercado interno protegido, sino bienes que van a tener que disputar en calidad con otros bienes producidos por otros trabajadores, situados en cualquier parte del mundo. Tenemos ahora apertura comercial. Esto supone un componente técnico muy importante. El conocimiento va a tener un papel fundamental en el desarrollo económico y también tiene un papel fundamental en el desarrollo político, en la profundización de los procesos democráticos que supone la constitución de ciudadanos participativos, activos, que tienen capacidad, por ejemplo, de expresar y decir lo que sienten. A través de este trabajo vamos a analizar el efecto de la globalización y la educación en las poblaciones rurales. Palabras clave: globalización, educación, maestro rural, población rural y escuela rural. ◙◙ SANTOS, Maria João Nicolau Instituto Superior de Economia e Gestão – Universidade Técnica de Lisboa RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL E CRIAÇÃO DE VALOR – ANÁLISE DE CASOS Para além da indiscutível centralidade que a Responsabilidade Empresarial possui enquanto veículo decisivo para a promoção de um Desenvolvimento Sustentável a nível global, do ponto de vista micro este posicionamento surge igualmente como um importante factor de criação de valor e de reforço de vantagem competitiva. Não deixa de ser interessante registar que é em tempo de feroz concorrência, como este em que nos inserimos, que mais se difunde a noção da responsabilidade social. Governação corporativa, sustentabilidade do negócio, cidadania empresarial, responsabilidade social, são alguns dos conceitos que já integraram o quotidiano da 34 gestão. Todavia, o enfoque atribuído às questões da sustentabilidade empresarial, por parte de um número crescente de empresas e organizações, não resulta simplesmente de um movimento de afirmação de cidadania ou de reacção a pressões desencadeadas pela opinião pública. Decorre antes de uma séria interpretação do que está a mudar no mercado, da potenciação estratégica das redes relacionais e da alteração da natureza da actividade e da gestão no contexto da organização. Nesta comunicação analisamos as alterações do contexto, como e porquê eles condicionam este posicionamento, sobretudo de que modo se afirmam como uma nova lógica de gestão. De que modo o enfoque numa prática assente nos princípios de sustentabilidade se pode traduzir em ganhos de desenvolvimento organizacional. De entre estes salientamos aqueles que são hoje um dos alvos mais ambicionados pelas empresas e que se relacionam com a gestão e potenciação dos activos intangíveis. Como na prática se concretizam estes objectivos em linhas de acção e formas de investimento que traduzem os princípios de sustentabilidade, constituiu outro dos objectivos desta comunicação. Neste sentido, iremos apresentar algumas resultados de um estudo que incidiu sobre as práticas de responsabilidade empresarial de algumas das maiores empresas portuguesas (situadas dos ranking das 15 maiores). De que modo os princípios do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade empresarial são incorporados no nível estratégico, que acções são desenvolvidas para inserir na cultura empresarial estes princípios e quais as práticas mais relevantes têm sido desenvolvidas no domínio social, económico e ambiental. Esta análise visa mostrar como a adopção dos princípios de sustentabilidade pode optimizar os ganhos advindos das mudanças organizacionais introduzidas e em particular, como se concretizam junto de algumas das maiores empresas existentes em Portugal. ◙◙ TORRE, Isabel de la Universidad Autónoma de Madrid LA EXPERIENCIA ASSOCIATIVA ESPAÑOLA A partir de una investigación multidisciplinar sobre el Tercer Sector y la Economía Social en España, se analiza la vinculación asociativa de la población española a las entidades del Tercer Sector, destacando su grado de dinamismo y el predominio del asociacionismo de proximidad, con el objetivo de reflexionar sobre la tendencia emergente a la aplicación del concepto de una ciudadanía societaria. ◙◙ 35 GRUPO II - PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE: POLÍTICA E NOVAS DINÂMICAS SOCIAIS (sala 2107, CPII) Coordenadores: Isabel de la Torre, Universidade Autónoma de Madrid Joel Felizes, ICS, Universidade do Minho Dia 8 de Junho - 2ª Sessão - 11h00m-13h00m PISCITELLI, Alejandro ESTADO E SALUD: LOS VAIVENES DE LAS POLÍTICAS EN LA ARGENTINA RODRIGUES, Sandra Estêvão A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – UM DESAFIO À INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SOCIOLOGIA VEIGA, Carlos Veloso da e PEÇA, Maria Goreti REABILITAÇÃO PROFISSIONAL E QUALIDADE DE VIDA 36 PISCITELLI, Alejandro Universidad Austral. Buenos Aires, Argentina ESTADO E SALUD: LOS VAIVENES DE LAS POLÍTICAS EN LA ARGENTINA La política sanitaria en Argentina estuvo en las últimas décadas sujeta a bruscas modificaciones que produjeron desequilibrios varios en los distintos segmentos de la población y en sus distintas regiones. La crisis acaecida a partir de fines de 2001 puso de manifiesto aún más claramente las deficiencias del sistema pero también fue la oportunidad de aplicar novedosas políticas algunas de ellas efectivas y otras teñidas de ideología y negativas en última instancia. Nos proponemos a través de esta ponencia describir cuáles han sido los comportamientos de Estado en los últimos años y su relación con los restantes agentes sanitarios. Por otra parte analizaremos las políticas más recientes generadas a partir de la crisis intentando evaluar su eficacia y sobre todo su grado de adecuación a la realidad de la población argentina. Nos detendremos especialmente en los casos de la “salud reproductiva” y de la “salud de los jóvenes”. ◙◙ RODRIGUES, Sandra Estêvão Universidade do Minho A PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA – UM DESAFIO À INTERVENÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SOCIOLOGIA A deficiência é uma condição de saúde que é, antes de mais, um problema social. Uma pessoa com deficiência é alguém que sofre uma perda de funções ao nível sensorial, físico ou mental, a qual lhe coloca um conjunto de limitações e de necessidades. No entanto, e apesar de existirem dificuldades físicas propriamente ditas, as principais limitações das pessoas com deficiência advêm justamente dos constrangimentos sociais a que estão expostas, quer estes se relacionem com a ausência da acessibilidade física aos espaços e à informação, quer se relacione com barreiras atitudinais que criam verdadeiros muros nas relações interpessoais entre os chamados deficientes e a restante população. poderão corresponder a desafios para a intervenção nas políticas e dinâmicas sociais que dão origem aos problemas levantados, os quais se inter-relacionam e se agravam entre si. 1. Um problema de terminologia – apesar de se assistir a uma mudança terminológica em torno da deficiência para um sentido mais positivo (sendo disso exemplo a nova Classificação da Organização Mundial da Saúde), muito há ainda por fazer para que essa mudança se faça em todos os contextos. Além disso, sendo este um problema importante, de nada valerá mudar designações se as imagens e estereótipos a elas associadas se mantiverem, significando isto a necessidade de se questionar o papel social da pessoa com deficiência, o que daí resulta e as intervenções necessárias para o alterar. 2. Um problema de formação – pensemos nas seguintes questões: como é que os profissionais da saúde encaminham os seus doentes portadores de deficiências? Qual o esforço que tem sido feito por arquitectos, engenheiros civis e de informática, por exemplo, para nos seus projectos de trabalho preverem e darem resposta às necessidades da população da qual falamos? Que imagens os Media nos dão das pessoas com deficiência? 3. Um problema de recursos e de articulação – o esforço de mudar terminologias, de desmistificar, de informar e de formar não poderá ser frutuoso se a par deste trabalho não se investir em medidas que promovam as condições de habilitação e de reabilitação em Portugal. 4. Um problema de inclusão – a resolução dos problemas acima mencionados pressupõe a existência de uma política consistente de inclusão que alicerce a participação plena do cidadão portador de deficiência na Sociedade. Estas e outras questões são merecedoras de reflexão e sobretudo de investigação da qual derivem propostas de intervenção social. Se é certo que vários são os profissionais chamados a esta missão, também é certo que os sociólogos, enquanto agentes activos nas políticas e dinâmicas sociais, merecem um desafio especial. ◙◙ A presente comunicação é uma chamada de atenção para a constelação de problemas sociais que dificultam e impedem a participação plena dos cidadãos portadores de deficiência. São propostos quatro tópicos de reflexão, os quais 37 VEIGA, Carlos Veloso da e PEÇA, Maria Goreti Universidade do Minho REABILITAÇÃO PROFISSIONAL E QUALIDADE DE VIDA Quantas vezes não nos interrogamos no sentido de encontrar respostas para algumas pertinentes questões relacionadas com o processo de reabilitação profissional das pessoas com deficiência. Nomeadamente para sabermos até que ponto a prática de um trabalho remunerado e o tempo decorrido nessa prática influencia a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Ora no sentido de contribuir para responder a essas questões e tendo como objecto de estudo a população os ex-formandos de uma organização de reabilitação profissional das pessoas com deficiência situada na Região Oeste e que foram integrados no mercado de trabalho nos últimos cinco anos, procurámos analisar os impactos dessa integração profissional na sua qualidade de vida . Trata-se de um estudo comparativo entre a situação de vida actual e a situação de vida anterior ao ingresso no mercado de trabalho. Como hipótese de investigação teve-se em conta determinar ou refutar a tese corrente de que a integração profissional das pessoas portadoras de deficiência contribui para uma efectiva melhoria de qualidade de vida. Em geral os autores que se interessam por esta problemática consideram que a obtenção de um emprego, que permite adquirir uma identidade profissional, é de extrema importância para a integração/inserção social das pessoas com deficiência, resultando esta da combinação entre as suas aspirações, interesses e a melhoria do contexto de vida familiar e social. Do mesmo modo a generalidade dos autores, que se interessam pela relação entre a integração social e exercício de um trabalho remunerado, defendem que a identidade profissional adquirida permite ao indivíduo definir o seu papel enquanto interveniente no seu meio envolvente, auto valorizar-se e realizar-se, permitindo, ainda, um reconhecimento social pela sua participação na comunidade. No entanto, é legítimo que nos interroguemos sobre as consequências dessa participação no mundo do trabalho, seja no sentido de questionar se as pessoas com deficiência passam de facto a participar em maior grau nas actividades e nos bens sociais disponíveis e a desempenhar um papel mais interveniente, seja a nível familiar, seja na comunidade a que pertence. Será que através da integração profissional o trabalhador com deficiência cria novos laços sociais de interdependência e se posiciona de forma mais vantajosa nas diversas “redes sociais” existentes e, portanto, a entrada no mundo do trabalho desencadeia um processo de participação e de mobilidade social ascendente ou, pelo contrário, será que se verifica uma reprodução ou continuidade da situação anterior sem reflexos correspondentes ao nível da melhoria da qualidade de vida? ◙◙ 38 GRUPO II - PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE: POLÍTICA E NOVAS DINÂMICAS SOCIAIS (sala 2107, CPII) Coordenadores: Isabel de la Torre, Universidade Autónoma de Madrid Joel Felizes, ICS, Universidade do Minho Dia 8 de Junho - 3ª Sessão - 14h30m-16h00m AGUILAR, Maria José FACTORES EXPLICATIVOS DE LA PARTICIPACIÓN COMUNITARIA EN SALUD. UNA INVESTIGACIÓN EMPÍRICA. BANDEIRA, Miguel, LOURENÇO, Rui e SOUSA, Manuela DEFESA E DESENVOLVIMENTO DO DIREITO À SAÚDE: ESTUDO DE CASO DE EXERCÍCIO DE CIDADANIA. CARDOSO, Leonor A SUSTEÑTABILIDADE ORGANIZACIONAL NA/DA “ECONOMIA ALTERNATIVA”: UM ESTUDO DE CASO PAULO, Fernanda Pinto e SAMPAIO, Maria Leonor TECER A SOLIDARIEDADE NA SAÚDE: UMA VISÃO ACCIONALISTA NA CONSTITUIÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES E GRUPOS SOLIDÁRIOS COM AS PESSOAS DOENTES. 39 AGUILAR, Maria José Universidad de Castilla-La Mancha FACTORES EXPLICATIVOS DE LA PARTICIPACIÓN COMUNITARIA EN SALUD. UNA INVESTIGACIÓN EMPÍRICA. A partir de la evaluación del funcionamiento y resultados de 70 Consejos de Salud, así como de 20 estudios de caso referidos a diversas experiencias de participación comunitaria en salud, ha sido posible: a) inferir la existencia de obstáculos y dificultades que pueden impedir procesos de participación comunitaria en salud, b) averiguar por qué no funcionan determinados mecanismos de participación que se han implementado, c) identificar los factores que han contribuido al éxito o al fracaso de las experiencias estudiadas. Dado que estos tres aspectos están conexos entre sí, se pueden deducir algunas observaciones importantes: 1) el conocimiento de los factores o circunstancias que contribuyen o no, al desarrollo de procesos de participación comunitaria en salud, 2) este conocimiento constituye una pieza clave para diagnosticar en casos concretos y particulares, cuáles son las fortalezas y debilidades de la acción implementada, 3) todo lo anterior, a su vez, ofrece información fundamental para establecer estrategias que posibiliten mayores grados de implicación de los ciudadanos en el ámbito de la salud. En el estudio se clasifican estos factores explicativos en cuatro grandes clases, teniendo como referente principal de dicha clasificación el actor social que tiene mayor implicación en la aparición o surgimiento de dicho factor. Así, se presentan detalladamente los factores de origen comunitario, los factores explicativos relacionados con los equipos de salud, los factores causales relacionados con la administración sanitaria y los factores contextuales. Finalmente se realiza una explicación global de los procesos de participación comunitaria en salud, a la luz de los resultados de la investigación. BANDEIRA, Miguel, LOURENÇO, Rui e SOUSA, Manuela Universidade do Minho DEFESA E DESENVOLVIMENTO DO DIREITO À SAÚDE: ESTUDO DE CASO DE EXERCÍCIO DE CIDADANIA. No quadro de uma metodologia de caso, caracteriza-se um fenómeno de associativismo, na origem não institucional, nascido no norte de Portugal e iniciado em Maio de 2003, fundado na consciência e direito dos utentes do SNS na pessoa das crianças com (suspeita de) cancro, e protagonizado maioritariamente pelos legítimos representantes dessas crianças. A análise do caso mostra que, mesmo numa sociedade ocidental e democrática, o direito efectivo à saúde não decorre das disposições jurídicas, ou mesmo da sua invocação, mas da acção social directa dos cidadãos para a efectivação dos seus direitos. Assim, o direito à saúde nos termos legais e éticos enquadradores, ou com facilidade deles se vêem excluídas pela sua distorção e usurpação, inclusive pelos próprios serviços públicos, na oscilação dos ciclos políticos e nos jogos de interesse dos lobbies do sector. O tema tem particular actualidade num país que aparece na cauda dos treze países da União Europeia incluídos no relatório internacional sobre os direitos dos doentes e a forma como estes são respeitados, realizado em 2004 pela Active Citizenship Network. Define-se o conceito de oncologia pediátrica integrada, na base da emergência e da dinâmica social da associação “Movimento para a Oncologia Pediátrica Integrada”, e sistematizam-se os seus princípios e métodos de acção. Destaca-se o posicionamento crítico construtivo deste movimento associativo, tecnicamente fundado em argumentos clínicos e jurídicos, enquadrado numa visão e objectivos de ordem superior, e orientado para a construção de entendimentos e coligações fortes com figuras e grupos chave, nacionais e internacionais, no plano técnico, ético e político. ◙◙ ◙◙ 40 CARDOSO, Leonor Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra A SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL NA/DA “ECONOMIA ALTERNATIVA”: UM ESTUDO DE CASO A presente comunicação emerge no contexto de um estudo que visou a medição/avaliação do funcionamento da Associação de Solidariedade Social de Lafões (ASSOL). Tratava-se de uma avaliação organizacional orientada para a intervenção e cujo objectivo consistia na promoção do desempenho da referida organização. O modelo de comportamento organizacional que sustenta o estudo desenvolvido veicula uma visão abrangente do desempenho das organizações, perspectivandoas como um sistema aberto, em contínuo contacto com uma envolvente marcadamente multifacetada, com a qual estabelece trocas permanentes, e relativamente à qual se pressupõem influências recíprocas. Para além da consulta documental, optou-se pelo método do inquérito (survey research) com recurso à técnica do questionário. Foi aplicado um conjunto de seis instrumentos de medida a uma amostra constituída por 482 sujeitos pertencentes a cinco grupos distintos (colaboradores da ASSOL, utentes, familiares de utentes, representantes dos parceiros da ASSOL e elementos da comunidade em que aquela Associação se insere). O diagnóstico realizado traduz o excelente desempenho organizacional da ASSOL em quaisquer dos domínios avaliados. Deste modo, este é reforçador do percurso efectuado e indiciador de uma competitividade que emerge e se sustenta no valor atribuído aos seus recursos humanos, numa lógica que privilegia a satisfação dos seus clientes. ◙◙ PAULO, Fernanda Pinto e SAMPAIO, Maria Leonor Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa TECER A SOLIDARIEDADE NA SAÚDE: UMA VISÃO ACCIONALISTA NA CONSTITUIÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES E GRUPOS SOLIDÁRIOS COM AS PESSOAS DOENTES. Neste nosso estudo sobre um dos exemplos de solidariedade na saúde apoiaremos a nossa análise nos princípios da sociologia accionalista mas cruzada com a perspectiva da sociologia da crítica, imbricando o enfoque na interacção dos actores intencionais e nas suas capacidades reflexivas críticas, discursivas e práticas face à apropriação de um bem comum: os cuidados de saúde. Para nos ser possível compreender um fenómeno social qualquer, neste caso o aparecimento crescente de associações de doentes e amigos de doentes que sofrem desta ou daquela doença em particular, é indispensável reconstruirmos as motivações dos indivíduos em questão e entender esse fenómeno como o resultado da agregação dos comportamentos individuais ditados por essas motivações, que nem sempre se encontram associadas ao simples cálculo economicista dos custos/benefícios, mas sim, como assinalava Weber (Weber, 1964) na sua teoria da acção, que têm subjacente valores, tradições ou sentimentos. Nas sociedades contemporâneas cujo traço característico é exactamente a racionalização, em que a modernidade se vai instalando e refinando, sociedades com uma forte diferenciação das esferas de actividade, das instituições, dos modelos de socialização (Giddens, 1992) que obrigam os indivíduos a confrontarem-se com situações díspares, heterogéneas, por vezes contraditórias, o indivíduo-actor, e não tanto o indivíduo-agente, revela-se plural (Lahire, 2001) e competente para escolher e decidir as suas estratégias de acção. ◙◙ 41 GRUPO II - PARTICIPAÇÃO E SOLIDARIEDADE: POLÍTICA E NOVAS DINÂMICAS SOCIAIS (sala 2107, CPII) Coordenadores: Isabel de la Torre, Universidade Autónoma de Madrid Joel Felizes, ICS, Universidade do Minho Dia 9 de Junho - 4ª Sessão - 14h30m-16h00m ARAÚJO, Maria Marta Lobo OS HOSPITAIS DE PONTE DE LIMA NA ERA PRÉ-INDUSTRIAL SILVA, Margarida e SILVA, Andreia SAÚDE E PARTICIPAÇÃO EM CONTEXTO URBANO: UM ESTUDO DE CASO EM VIANA DO CASTELO MONTEIRO, Ricardo O FENÓMENO DE DESOSPITALIZAÇÃO E AS SUAS INTERCONEXÕES COMUNITÁRIAS, FAMILIARES E SOCIAIS 42 ARAÚJO, Maria Marta Lobo Universidade do Minho OS HOSPITAIS DE PONTE DE LIMA NA ERA PRÉ-INDUSTRIAL Apesar de ser uma vila de pequenas dimensões, Ponte de Lima manteve vários hospitais em funcionamento ao longo da era pré-industrial. Na Idade Média Estava dotada de uma leprosaria, de uma albergaria, ou hospital e de hospital para peregrinos. Na Idade Moderna manteve o hospital para peregrinos, dotando-o de novas funções e o hospital medieval foi integrado na Misericórdia, passando a ser a principal unidade de tratamento da vila. Como a Coroa não chegou a um entendimento para se curarem os militares no hospital da Santa Casa, foi instalado um hospital real na vila para atender os soldados. Estudaremos estas instituições de apoio à saúde, analisando os serviços que prestavam, os doentes e os prestadores de cuidados. É ainda nossa preocupação analisar os cuidados de saúde prestados, as condições de internamento, a alimentação dos doentes, os suportes financeiros destas instituições e as suas formas de gestão. ◙◙ SILVA, Margarida e SILVA, Andreia Câmara Municipal de Viana do Castelo SAÚDE E PARTICIPAÇÃO EM CONTEXTO URBANO: UM ESTUDO DE CASO EM VIANA DO CASTELO No quadro do Projecto “Cidades Saudáveis” da OMS e do Programa Polis, pretendemos compreender até que ponto os cidadãos estão consciencializados da importância da sua participação nestes dois programas, tendo em conta que qualidade de vida e promoção da saúde são dois conceitos que lhes estão associados. Tendo como estudo de caso a cidade de Viana do castelo, o nosso objectivo será então perceber até que ponto estes dois programas chegam aos cidadãos e em que medida eles sentem os seus efeitos. Por outro lado, importa questionar qual o seu grau de participação, já que ambos os programas fazem parte das políticas de gestão da cidade, implicando o exercício da cidadania. A tendência para a urbanização global que se observa ao nível mundial coloca a problemática da saúde pública e da qualidade de vida em áreas urbanas, num lugar cimeiro da agenda política das cidades. De facto, o elevado e desordenado crescimento urbano tem colocado uma pressão contínua sobre os recursos, infraestruturas e equipamentos, afectando, por vezes negativamente, os padrões de vivência nas cidades e, consequentemente, produzido um impacto profundo no ambiente global, quer em termos de consumo de recursos, quer em termos de produção de resíduos e poluição. Neste contexto, e tendo por referência as exigências de sustentabilidade, surge a necessidade de se adoptarem novos métodos de planeamento urbano, que permitam traduzir uma nova visão da urbe e contribuam para a criação de cidades saudáveis e com qualidade de vida. A par desta nova filosofia de planeamento urbano, é também visível a emergência de uma nova filosofia de saúde pública, já que a cidade é muito mais do que um conjunto de edifícios, ruas e espaços abertos, devendo ser encarada como um organismo vivo, que é influenciado e influencia a saúde dos seus habitantes (Barton & Tsourou, 2000). O planeamento urbano saudável integra os vários aspectos que dizem respeito à cidade e que interferem directamente no quotidiano dos cidadãos. A estratégia da Saúde para Todos, a Carta de Otawa e a Agenda Local 21, são programas de promoção de saúde, de aplicação local, baseados na participação comunitária e na acção intersectorial. O poder local, por razões de proximidade a problemas e pessoas, será um parceiro estratégico na promoção da saúde e do desenvolvimento sustentável. O nosso estudo mostra que, não obstante os propósitos bem intencionados do poder local e seus parceiros, os objectivos só parcialmente são conseguidos para o que, além doutos factores, contribui a relativa baixa participação da população nestes projectos o que, por sua vez, exige também uma explicação de ordem causal. ◙◙ MONTEIRO, Ricardo O FENÓMENO DE DESOSPITALIZAÇÃO E AS SUAS INTERCONEXÕES COMUNITÁRIAS, FAMILIARES E SOCIAIS O hospital de hoje vive a sua relação com o exterior de uma forma dual: constitui-se como uma instituição que deve atender a todos quantos o procuram, de igual forma, nas vinte e quatro sobre vinte e quatro horas; possui uma função selectiva, devendo tratar e orientar os doentes de acordo com a gravidade do seu estado, ou seja, deve fazer a triagem e selecção desses doentes. Esta dualidade pode ser explicada (CARRICABURU e MÉNORET, 2004: 23) pela evolução do hospital da forma 43 como tem cuidado dos doentes desde as Idade Média: primeiro uma hospitalidade, baseada na caridade e no atendimento a todos quantos o procurassem para curar os seus males; depois uma gestão colectiva do doente que surge no Século XIX, baseada no princípio da solidariedade; finalmente a inovação biomédica que se funda na escolha dos doentes de acordo com as investigações que estão a ser prosseguidas no hospital. A estas juntar-se-ia uma correspondente à actual que decorre das inovações tecnológicas (sob a forma de equipamentos e fármacos) e sobretudo da contenção de gastos com saúde e que se denominaria desospitalização. Esta última perspectiva faz com que indicadores como o número de camas hospitalares, demora média e número de hospitais venham diminuindo, ao passo que cresce o número de doentes internados, número de dias de internamento, tratamentos em ambulatório e hospitais de dia. Porém, a desospitalização engendra a necessidade de existir uma família e comunidade que sejam capazes de dar continuidade ao tratamento da fase aguda que se realizou no hospital. Para isso seria necessário que a família e comunidade revelassem níveis de solidariedade, sociabilidade, confiança, apoio social e gestão familiar do cuidado que indicassem que existe essa continuidade e que o doente que eles recebem em casa não é mais uma dificuldade para a qual não possuem ainda resposta. O trabalho que se pretende apresentar, revela os resultados da investigação realizada no Concelho das Caldas da Rainha, cidade nascida da implantação de um hospital medieval e que acompanhou as evoluções do hospital português até aos dias de hoje, exceptuando as reformas de 2002. A partir do estudo da evolução do hospital e da comunidade envolvente, verifica-se uma nova fase de gestão do cuidado por parte daquele, a desospitalização, que engendra a necessidade de uma rede social de apoio ao doente, na qual coexiste a família e a comunidade com as suas dificuldades e dilemas, sendo também necessário inserir uma noção de cuidados em rede (com a inclusão de profissionais e instituições) interligadas e sinérgicas em torno dos doentes. ◙◙ 44 GRUPO III - O ENSINO E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE (sala 2108, CPII) Coordenadores: Ana Maria Pacheco, Escola de enfermagem Paula Remoaldo, ICS, Universidade do Minho. Dia 7 de Junho - 1ª Sessão - 15h00m-17h00m COSTA, António da Silva SAÚDE, VIOLÊNCIA E DESPORTO GOMEZ, Carlos LA EDUCACIÓN PARA LA SALUD EN LA ENSEÑANZA SECUNDARIA EN ESPAÑA PEREIRA, A. M., MONTEIRO, S., GOMES, A. e TAVARES, J. PROMOÇÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR NO ENSINO SUPERIOR: AVALIAR PARA INTERVIR RODRIGUES, Vítor Manuel C. P. IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA EDUCACIONAL DE INTERVENÇÃO E OS SEUS CONTRIBUTOS PARA A DIMINUIÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE RISCO EM JOVENS ESTUDANTES 45 COSTA, António da Silva FCDEF – Universidade do Porto SAÚDE, VIOLÊNCIA E DESPORTO Todo o desporto pode ser visto e praticado, não somente como um sistema de violência simbólica, mas também como um meio de fornecer à sociedade um mecanismo de ritualização da violência capaz de sublimar a agressividade humana e de contribuir para a diminuição da violência real ou para um maior controle social da mesma. Assim, o desporto, enquanto actividade física que tem por objectivo a expressão ou o melhoramento da condição física e psíquica dos praticantes, utilizado evidentemente com moderação e equilíbrio, pode constituir um óptimo contributo para a saúde das pessoas. Enquanto prática que ajuda o desenvolvimento das relações sociais e o funcionamento controlado da violência na sociedade, o desporto contribui para a afirmação de uma sociedade mais equilibrada e mais saudável. De facto, enquanto a violência desportiva selvagem e não codificada manifesta os defeitos e as doenças de uma sociedade incapaz de resolver os seus problemas fundamentais, o desporto, funcionando como um sistema de violência simbólica expressa ritualmente, dá-nos a ocasião de reflectir sobre os fundamentos da violência humana e constitui um mecanismo importante para ajudar a sociedade a compreender melhor a sua estrutura conflitual e chegar assim a um funcionamento mais harmonioso e mais equilibrado. A educação através do desporto tem assim profundas afinidades com a saúde das pessoas e constitui um caminho para o funcionamento saudável da própria sociedade. ◙◙ GOMEZ, Carlos B. Universidad de Zaragoza LA EDUCACIÓN PARA LA SALUD EN LA ENSEÑANZA SECUNDARIA EN ESPAÑA La salud es un concepto global y dinámico que tiene en cuenta los aspectos físicos, psíquicos y social de la persona. La educación de la salud está orientada a incidir en los hábitos y costumbres personales y colectivas en aspectos relacionados con la salud, en promover factores medioambientales saludables y en estimular el cambio de aquellos otros que son perjudiciales para el bienestar personal y social. El comportamiento en torno a la salud está relacionado con los conocimientos, creencias, valores, contexto social, experiencias, influencias contextuales, así como por la legislación y circunstancias socioeconómicas personales. Por ello, la educación en cuestiones de salud deben centrarse en el fomento de actitudes, valores y hábitos saludables y también en el desarrollo de las capacidades individuales. Los centros educativos desempeñan una función primordial en la prevención y promoción de la salud tanto de los alumnos como de la comunidad social en la que se encuentran. En ellos se desarrollan estrategias de promoción y educación de la salud y experiencias planificadas que contribuyen al establecimiento de conocimientos, actitudes y valores que ayudan al joven a hacer su elección y a tomar decisiones modificando, en ocasiones, hábitos de comportamientos establecidos, a fin de conseguir incrementar su bienestar y calidad de vida. La educación para la salud en los centros docentes de enseñanza secundaria en España se considera parte de la educación integral del estudiante. Los planteamientos metodológicos sobre los que se sustenta el modelo establecido son: *Integración de la educación para la salud en el diseño curricular y en el modelo educativo de centro, con una propuesta de metodología activa y participante. *Adaptación a la realidad, a través de un análisis de la situación de salud del centro y de su entorno. *Elaboración y aplicación de un programa de educación para la salud mediante el trabajo en equipo de profesores, profesionales sociosanitarios y otros miembros de la comunidad escolar. *Integración del programa de educación para la Salud con otros programas y actividades de la comunidad en la que se encuentra situado el centro educativo. ◙◙ PEREIRA, A. M., MONTEIRO, S., GOMES, A. e TAVARES, J. Universidade de Aveiro PROMOÇÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR NO ENSINO SUPERIOR: AVALIAR PARA INTERVIR O presente trabalho teve como objectivo geral a promoção do desenvolvimento pessoal e educação para a saúde e bem-estar no ensino superior. A amostra foi constituída por indivíduos (M=40; F=148), alunos 188 (de 46 graduação e pós-graduação), professores e funcionários da Universidade de Aveiro. Estes indivíduos participaram em seis módulos de formação, de periodicidade mensal e duração média de uma hora. Estes módulos abordaram as seguintes temáticas: controlo do stress e ansiedade aos exames, pensamentos automáticos negativos, higiene do sono em contexto universitário, gestão das emoções, o corpo e a expressividade e actividades promotoras de bem-estar. Os resultados indicaram uma satisfação global positiva, nomeadamente com a utilidade e actualidade das temáticas abordadas, as expectativas relativamente às sessões, as dinâmicas e exercícios aplicados e as condições físicas. São referidas algumas implicações no sentido de promover o sucesso académico através do desenvolvimento pessoal e social do indivíduo. ◙◙ RODRIGUES, Vítor Manuel C. P. Instituto Superior de Enfermagem de Vila Real IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA EDUCACIONAL DE INTERVENÇÃO E OS SEUS CONTRIBUTOS PARA A DIMINUIÇÃO DE COMPORTAMENTOS DE RISCO EM JOVENS ESTUDANTES Foi realizado um estudo sobre quais os comportamentos percepcionados pelos adolescentes como saudáveis e como problema, tendo em vista a construção e operacionalização de um programa educacional de intervenção visando a promoção/educação para a saúde, e a obtenção de respostas para a questão: Será que os adolescentes submetidos a um programa educacional de intervenção, modificam as suas atitudes e comportamentos de risco relativamente à sua saúde? Assim, constituíram objectivos deste estudo: os principais - Identificar qualitativamente e de acordo com o grau de preocupação, aquilo que os alunos referem como comportamento de risco face à saúde; -Verificar em que medida há alterações, nos comportamentos de risco e nos comportamentos saudáveis relativamente à saúde, após a introdução do programa educacional de intervenção, e nomeadamente nos aspectos relacionados com: o sono; a higiene; a alimentação; o consumo de tabaco; o consumo de bebidas alcoólicas; as relações sexuais; o consumo de drogas ilícitas; a automedicação. O tipo de estudo levado a cabo foi o experimental, mais concretamente, um ensaio de campo. A metodologia adoptada foi a seguinte: a) elaboração e pré-teste do instrumento de colheita de dados, b) aplicação do instrumento de colheita de dados – estudo exploratório (diagnóstico de situação), c) construção do programa educacional de intervenção, d) ensaio piloto do programa educacional, e) divisão da população em dois grupos (amostragem por clusters), f) introdução e aplicação da variável independente (programa educacional de intervenção) nos alunos do grupo experimental, g) nova aplicação do instrumento de colheita de dados (foram feitas três aplicações separadas por um intervalo de mais ou menos um ano). Os resultados que encontrámos dizem-nos que os alunos pertencentes ao grupo experimental, apresentaram menos comportamentos de risco do que os alunos pertencentes ao grupo de controlo, no que diz respeito: a) ao sono; b) ao consumo de tabaco; c) ao consumo de bebidas alcoólicas; d) à existência de relações sexuais; e) ao consumo de drogas ilícitas. ◙◙ 47 GRUPO III - O ENSINO E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE (sala 2108, CPII) Coordenadores: Ana Maria Pacheco, Escola de enfermagem Paula Remoaldo, ICS, Universidade do Minho. Dia 8 de Junho - 2ª Sessão - 11h00m-13h00m AGUILAR, Maria José MOTIVACIONES, ACTITUDES, EXPECTATIVAS Y RESISTENCIAS DEL PERSONAL SANITARIO DE ATENCIÓN PRIMÁRIA A LA PARTICIPACIÓN COMUNITARIA. ROCHA, Teresa APRENDIENDO MEDICINA EN COMUNIDADES POBRES E INDÍGENAS EN CHIAPAS, MÉXICO: 6 EXPERIENCIAS DE PASANTES MÉDICOS EN SERVICIO SOCIAL MARTINS, Maria de Fátima da Silva Vieira A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: UMA PERSPECTIVA DE MUDANÇA REMOALDO, Paula, MACHADO, Helena, BULHER, Isabel, PEREIRA, Luís e LOBO XAVIER, Maria O CONTRIBUTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E MÉDICAS NA COMPREENSÃO DA INFERTILIDADE 48 AGUILAR, Maria José Universidad de Castilla-La Mancha MOTIVACIONES, ACTITUDES, EXPECTATIVAS Y RESISTENCIAS DEL PERSONAL SANITARIO DE ATENCIÓN PRIMÁRIA A LA PARTICIPACIÓN COMUNITARIA. A partir de una encuesta telefónica realizada a 85 coordinadores médicos de centros de salud y de una escala de medición de actitudes frente a la participación comunitaria en salud, se seleccionan 20 estudios de caso en los que se realizan entrevistas en profundidad a numerosos profesionales sanitarios. Para generalizar los datos se amplía la muestra con posteriores entrevistas focalizadas (médicos, personal de enfermería, psicólogos/as y fisioterapeutas). Se realiza un análisis del discurso tanto desde la perspectiva sociológica como psicológica. Esta investigación cualitativa, realizada en cinco provincias españolas, nos permite identificar las principales motivaciones, actitudes positivas y negativas, expectativas y resistencias (conscientes e inconscientes) del personal sanitario ante la participación comunitaria y la promoción de la salud entendida de manera participativa y autogestionada. ◙◙ ROCHA, Teresa Organización de Servicios Interdisciplinarios S.C. México APRENDIENDO MEDICINA EN COMUNIDADES POBRES E INDÍGENAS EN CHIAPAS, MÉXICO: 6 EXPERIENCIAS DE PASANTES MÉDICOS EN SERVICIO SOCIAL El servicio social en México se vive como una exigencia más para que el médico pueda graduarse y empezar a pertenecer al gremio, pero en realidad desempeña un papel básico en el sistema de salud del país, ya que es la principal fuente de recursos humanos y proporciona mano de obra gratuita en condiciones infrahumanas, que forma el cimiento del sistema. A pesar de que los pasantes llegan a sus comunidades con conocimientos frescos y muchas veces dispuestos a trabajar, se encuentran con muchos obstáculos que no permiten su buen desempeño. Uno de los principales es que este no se encuentra preparado para retomar los proyectos gubernamentales que dejó el pasante anterior, lo que condiciona que no exista continuidad y que estos se detengan en el proceso por lo menos tres meses, en lo que el siguiente pasante entiende como opera el centro de salud y como hacer frente a la burocracia, a la corrupción y a las constantes injusticias e incongruencias a las que se enfrenta. Otro gran obstáculo es la barrera socio cultural y de comunicación a la que se enfrenta el médico. Este estudio se realizó en comunidades del estado de Chiapas, estado con la mayor cantidad de grupos indígenas del país. En cada comunidad se hablan dialectos diferentes, todavía se practica la medicina tradicional en gran escala y no en pocas ocasiones se busca la atención médica, únicamente como requisito para poder obtener apoyo monetario gubernamental. Además de que no existen los recursos suficientes para atender a la población, incluso en un primer nivel de atención. Lo que deja a los habitantes de las comunidades en condiciones muy precarias de salud, renuentes a la atención y sin opciones de asistencia y al pasante sin medios para trabajar y sin ánimos de comprometerse ni con la gente ni con los sistemas gubernamentales de salud. Este trabajo intenta reflejar cual es la situación que vivieron los pasantes de la Universidad la Salle, una de las mejores universidades del país, en comunidades Chiapanecas durante 6 meses. Cuáles fueron sus observaciones y sus conclusiones, y cuáles fueron sus aprendizajes más significativos. Siendo que estos estudiantes forman parte de los médicos mejor preparados del país, con mayores recursos en conocimiento técnico y científico, son expuestos a una realidad dura y difícil por un periodo de tiempo con pobres y escasos recursos materiales y humanos. ◙◙ MARTINS, Maria de Fátima da Silva Vieira Escola Superior de Enfermagem Calouste Gulbenkian – Braga A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: UMA PERSPECTIVA DE MUDANÇA O conceito de Educação em Saúde tem sofrido, ao longo dos tempos, transformações que acompanham a evolução das sociedades, podendo ser definido como um processo contínuo e gradual de aprendizagem que se inicia na primeira infância e se amplia ao longo da vida, implicando motivação, comunicação e tomada de decisões. Inicialmente foi marcada pela visão biomédica em que os factores ligados ao processo saúde/doença eram mais 49 valorizados tendo os factores psico-sócioculturais um papel meramente secundário. similar, embora não seja possível confirmar cabalmente estas estimativas. O período pré-natal é considerado uma época de preparação física, psicológica e social da mulher e da sua família para a gravidez, para o parto e para a maternidade. Por isso, constitui um período de intensa aprendizagem para os pais sendo mesmo apreciado como uma oportunidade única para os profissionais de saúde poderem influenciar positivamente a saúde da grávida e da sua família através de um atendimento adequado e de orientações específicas, que aumentem os seus conhecimentos relativos à saúde. Existem actualmente sete serviços públicos e cerca de uma dezena de privados que asseguram consultas de infertilidade e técnicas de Procriação Medicamente Assistida possibilitando a milhares de casais concretizarem um dos seus maiores sonhos, ou seja, o de terem um filho. No entanto, estima-se que só uma baixa percentagem de casais procuram efectivamente estes serviços. A presente comunicação tem por base um estudo intitulado Mitos e Crenças na Gravidez, realizado no âmbito da dissertação de Mestrado em Sociologia da Saúde promovido pelo Instituto das Ciências Sociais da Universidade do Minho. Entre outros objectivos pretendíamos, com este estudo, conhecer a importância atribuída pelos enfermeiros à Educação para a Saúde relativamente a estas crenças e mitos. Em termos geográficos este estudo circunscreveu-se aos concelhos de Amares, Braga, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira do Minho e VilaVerde. Tomando em consideração alguns dos resultados obtidos a partir dos questionários efectuados a 82 enfermeiros que desempenham funções no âmbito da vigilância pré-natal, pudemos inferir que todos os enfermeiros inquiridos reconheceram a importância da Educação para a Saúde nos Cuidados de Saúde Primários no âmbito da Consulta de Vigilância Pré-natal, identificando alguns aspectos inerentes à promoção da saúde, à desmistificação de mitos e crenças e à prevenção da doença, com a finalidade de integrar e responsabilizar a grávida e a sua família pelos cuidados, tendo sempre em atenção o bem-estar da mãe e do filho. ◙◙ REMOALDO, Paula, MACHADO, Helena, BULHER, Isabel, PEREIRA, Luís e LOBO XAVIER, Maria Universidade do Minho O CONTRIBUTO DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E MÉDICAS NA COMPREENSÃO DA INFERTILIDADE Desde a década de 1970 que em Portugal se operaram mudanças significativas no âmbito da saúde reprodutiva. Estima-se que actualmente existam à escala mundial entre 10 a 15% de casais em situação de infertilidade. Em Portugal, a percentagem de casos deve ser Tal como acontece noutros países, também em Portugal, até ao momento, não se conhece a proporção de indivíduos inférteis em relação à população em geral. É neste sentido que surge o presente projecto, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que foi iniciado em Maio de 2004, constituindo um primeiro ensaio de estudo interdisciplinar, envolvendo três Médicos, uma Socióloga e uma Geógrafa, complementando a perspectiva clínica sempre presente nos estudos realizados até ao momento. Os principais objectivos do projecto prendem-se com a análise da problemática da infertilidade no concelho de Guimarães, visando o diagnóstico da proporção de indivíduos com infertilidade em relação à população em geral e a caracterização dos aspectos clínicos, sócio-culturais e económicos dos casais que constituem casos evidentes de infertilidade. Também se tentará aferir quais são os factores que influenciam a população com problemas de fertilidade a não procurar os serviços de saúde para debelar este problema. Por último, pretende-se informar os casais em situação de infertilidade e orientá-los para a rede de hospitais e instituições privadas existentes no Noroeste Português, que possuem consultas de infertilidade. A metodologia utilizada centrou-se, numa primeira fase, na consulta dos Assentos de Casamento e dos Assentos de Nascimento, registados entre 1995 e 1998 na Conservatória de Registo Civil existente neste município. Dos 5 553 assentos de casamento consultados foram identificados 1 129 casais sem filhos após cinco anos de casamento. A base de dados criada possibilitou-nos o início de uma segunda fase, que se encontra em curso, orientada para a localização e entrevista dos casais potencialmente inférteis, pretendendo-se a sua caracterização nos termos atrás referidos. A presente comunicação utiliza pois uma abordagem que trata a infertilidade a partir dos saberes da Medicina Reprodutiva, da Sociologia e da Geografia da Saúde. ◙◙ 50 GRUPO III - O ENSINO E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE (sala 2108, CPII) Coordenadores: Ana Maria Pacheco, Escola de enfermagem Paula Remoaldo, ICS, Universidade do Minho. Dia 8 de Junho - 3ª Sessão - 14h30m-16h00m ABELLA, Silvia, SAMPIETRO, Clara e SAZ, Isabel EDUCACIÓN SANITARIA Y EMPRESA FARMACÉUTICA: LA RACIONALIZACIÓN DEL GASTO. JORGE, Nuno MÉDICOS EM FORMAÇÃO: OS LICENCIADOS EM MEDICINA E AS PRIMEIRAS ETAPAS DA CARREIRA PROFISSIONAL LEMOS, Elza EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA: A PROPÓSITO DE UMA INTERVENÇÃO NUM GRUPO DE JOVENS COM CURRÍCULOS ALTERNATIVOS 51 ABELLA, Silvia, SAMPIETRO, Clara e SAZ, Isabel Gil llevará a cabo el estudio empírico que permita contrastar los resultados esperados. Universidad de Zaragoza ◙◙ EDUCACIÓN SANITARIA Y EMPRESA FARMACÉUTICA: LA RACIONALIZACIÓN DEL GASTO. JORGE, Nuno Desde los años 90, en la empresa farmacéutica se ha producido un cambio en su orientación, pasando a estar cada vez más orientada al paciente. Para ello, se está incorporando como uno más de sus servicios, la atención farmacéutica, como forma de diferenciación y como método de control del gasto en medicamentos. La atención farmacéutica se basa en la educación de los pacientes. Ya no se trata simplemente de vender el medicamento que el médico ha recetado, sino que, además de esto, se realiza un asesoramiento al paciente sobre las pautas de la medicación, seguimiento del tratamiento, posibles interacciones de la medicación y consejo farmacéutico sobre los posibles problemas relacionados con la medicación. Este servicio, puede utilizarse como una estrategia de diferenciación de las farmacias que lo llevan a cabo frente a aquellas que no lo hacen, lo cual puede permitirles la captación de nuevos clientes y/o fidelizarlos. Pero además, si nos centramos en el sistema nacional de salud, esta educación sanitaria a través de las farmacias puede ser una herramienta de tipo económico que permita reducir el gasto en sanidad como consecuencia de un mejor cumplimiento terapéutico (que el paciente se tome bien lo que el médico le ha recetado) ya que esto permite una reducción en el número de hospitalizaciones, en la utilización de los servicios de asistencia primaria y un uso racional de los medicamentos. En el presente trabajo se describe el marco teórico que permite justificar la educación sanitaria a través de la oficina de farmacia en su doble vertiente, por un lado, como herramienta de diferenciación y de control y, por otro, como forma de control y racionalización del gasto sanitario de un país. Para ello, se contextualizará la situación de las empresas farmacéuticas dentro del sistema sanitario español, se presentará una revisión de la legislación específica del sector y se propondrán los indicadores que pueden permitirnos medir los efectos de esta educación en el gasto sanitario. Se hace notar que esta es una primera aproximación al problema objeto de estudio, por lo que en el mismo únicamente se presenta el marco teórico bajo el cual posteriormente se MÉDICOS EM FORMAÇÃO: OS LICENCIADOS EM MEDICINA E AS PRIMEIRAS ETAPAS DA CARREIRA PROFISSIONAL Esta comunicação reflecte aquele que é, ainda, um momento inicial de uma investigação em curso sobre os modos de integração profissional dos licenciados em Medicina. Os modos de integração dos licenciados em Medicina na carreira médica são bastante diferentes, de país para país, e têm variado ao longo do tempo. Em Portugal, o modelo vigente na actualidade contempla uma formação superior (pré-graduada), durante 6 anos, seguida de uma formação (pós-graduada) obrigatória, de duração variável. Após o curso (os 6 anos), o licenciado em Medicina tem de cumprir o «internato geral» (que, actualmente, tem a duração de 18 meses) e o «internato complementar» ou «da especialidade» (que pode variar entre 3 e 6 anos, conforme a especialidade seguida). Estas são duas etapas obrigatórias e extremamente importantes na carreira médica. É nesse espaço de tempo (que pode atingir 8 anos, somando os dois internatos) que se faz a transição dos estudos para a vida activa, em que se definem os modos de integração na profissão, em que se fazem escolhas estruturantes das carreiras, e em que se produzem diversas formas de construção de uma (nova) identidade social (e respectivos estilos de vida). Sendo um período de adaptação e aprendizagem, findo o qual o candidato é sujeito a avaliação, pensámos que seria interessante conhecer em detalhe a forma como ele é vivenciado, sobretudo porque continua pouco ou nada estudado em termos sociológicos. Esta temática ganha actualidade, em Portugal, no contexto de um conjunto de alterações que foram introduzidas na forma como os cursos de Medicina estão estruturados. Se a primeira metade do curso continuará nos moldes tradicionais, a segunda metade prevê a progressiva integração em contexto hospitalar e dos centros de saúde, o último ano do curso passa a ter um carácter profissionalizante, e os 2 internatos são «fundidos» num só, em moldes diferentes dos vigentes até agora. ◙◙ 52 LEMOS, Elza Escola Superior de Enfermagem de Vila Real EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA: A PROPÓSITO DE UMA INTERVENÇÃO NUM GRUPO DE JOVENS COM CURRÍCULOS ALTERNATIVOS É aceite que certos comportamentos ou hábitos parecem promover a saúde e prevenir a doença, enquanto outros parecem contribuir para o surgimento de doenças ou mesmo para a morte prematura. Reconhece-se a existência de uma relação estreita entre os estilos de vida e o comportamento das pessoas e o seu estado de saúde. É dos comportamentos gerados pela dificuldade de adaptação do jovem ao meio psico-social em que vive, que advêm os maiores riscos para a saúde, além de que é a própria sociedade a criar situações ao jovem capazes de o afectarem em toda a vida futura. Os estilos de vida e os comportamentos constituem variáveis importantes do processo de saúde/doença de cada pessoa ou comunidade, pelo que a educação para a saúde é, cada vez mais, considerada como uma estratégia essencial para a promoção da saúde. pessoas/comunidade. A efectiva participação em todos os processos e estratégias promotoras de saúde permitirá a cada pessoa e a cada comunidade, possuir um elevado grau de controlo sobre a sua própria vida e a sua saúde. A presente comunicação emerge de uma intervenção num grupo de jovens, com idades compreendidas entre os 15 e 16 anos, a frequentar o 6º ano de escolaridade e com currículo alternativo, da região de Trás-osMontes e Alto Douro, cujos objectivos são: - Caracterizar o grupo em termos sóciodemográficos; - Tipificar os comportamentos de risco, no âmbito da sexualidade e consumo de substâncias; - Identificar necessidades em termos de educação para a saúde; - Avaliar a auto-estima e a auto-percepção do relacionamento com os pares e pais. Pretende-se com este estudo, após a identificação dos factores que interferem na saúde dos jovens, desenhar e implementar estratégias, assentes em metodologias activas, que possibilitem uma intervenção sustentada e promotora da cidadania. ◙◙ É claro que o aspecto mais importante da promoção da saúde é a participação activa das 53 GRUPO III - O ENSINO E A EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE (sala 2108, CPII) Coordenadores: Ana Maria Pacheco, Escola de enfermagem Paula Remoaldo, ICS, Universidade do Minho. Dia 9 de Junho - 4ª Sessão - 14h30m-16h00m HERNÁNDEZ CARRIÓN, José-Rodolfo LAS TICs EN LA EDUCACIÓN Y LA FORMACIÓN PARA LA SALUD. FLEXIBILIDAD, INNOVACIÓN Y NUEVAS POSIBILIDADES DEL MUNDO DIGITAL E AUDIOVISUAL LINARES RODRIGUEZ, Virginia COMO SE INFORMA SOBRE LA SALUD EN LOS MEDIOS DE COMUNICACIÓN? 54 HERNÁNDEZ CARRIÓN, José-Rodolfo Departamento de Economía Aplicada, Universidad de Valencia LAS TICs EN LA EDUCACIÓN Y LA FORMACIÓN PARA LA SALUD. FLEXIBILIDAD, INNOVACIÓN Y NUEVAS POSIBILIDADES DEL MUNDO DIGITAL E AUDIOVISUAL El nuevo paradigma del aprendizaje resaltaría la importancia de la continuidad del saber frente a la fragmentación. La nueva transformación educativa tiene un sólido arraigo científico en la teoría de sistemas , el individuo constituye un "sistema abierto" en constante interacción con su entorno o ambiente. Se considerarían las nuevas ideas, y la referencia fundamental se centraría siempre en el contexto. Se fomenta la autonomía, se permite el desacuerdo y la franqueza; también se fomenta la conjetura y el pensamiento divergente. Los individuos deben comprender, con la ayuda del profesor, que la educación es una tarea para toda la vida. Estas nuevas perspectivas vienen combinadas con grandes posibilidades de almacenar y gestionar la información. Las potencialidades del mundo digital se pueden combinar con el audiovisual para llegar a todos los individuos y hogares en modo que se accede a la mayoría de la población con costes muy bajos. ◙◙ LINARES RODRIGUEZ, Virginia Universidade Complutense de Madrid COMO SE INFORMA SOBRE LA SALUD EN LOS MEDIOS DE COMUNICACIÓN? Es importante saber transmitir a través del Periodismo informaciones tan precisas como son las del sector salud sin aburrir al público, por ello a través de un estudio analítico a los medios de comunicación (radio, televisión y prensa digital) argumentaré las siguientes interrogantes: ¿Cómo escriben los profesionales del sector salud? ¿Cómo informar noticias sobre periodismo científico que sean de interés general? ¿Cómo pasar de un texto técnico en salud a una narración periodística? Los medios de comunicación temáticos son una muestra evidente de todo ello: los canales de televisión privados como Discovery Channel, las revistas especializadas como Red-Salud o La iniciativa de Comunicación y las transmisiones radiales que constantemente están incentivando los programas de salud familiar. ◙◙ 55 GRUPO IV - SAÚDE, FAMÍLIA, CICLOS DE VIDA E REGULAÇÃO JURÍDICA (sala 2109, CPII) Coordenadores: Carolina Leite, ICS, Universidade do Minho. José Pinheiro Neves, ICS, Universidade do Minho. Dia 7 de Junho - 1ª Sessão - 15h00m-17h00m LEANDRO, Mª Engrácia, RODRIGUES, Vítor e LEANDRO, Ana Sofia PRÁTICAS FAMILIARES DE SAÚDE, DOENÇA E RISCOS MENDES, Marta Luísa dos Santos MUDANÇAS FAMILIARES AO RITMO DA DOENÇA. AS IMPLICAÇÕES DA DOENÇA CRÓNICA AO NÍVEL DA FAMÍLIA E DO CENTRO DE SAÚDE MIRANDA, Maria Paula AMARRAS DO MUNDO RURAL: IMPLICAÇÕES DO ISOLAMENTO SOCIAL NA SAÚDE E NOS PROJECTOS DOS JOVENS RIBEIRO, Joana Sousa RESPONSABILIDADE SOCIAL PERANTE PESSOAS IDOSAS: A CONSTRUÇÃO DE UM DIREITO EMANCIPATÓRIO? 56 LEANDRO, Mª Engrácia, RODRIGUES, Vítor e LEANDRO, Ana Sofia Universidade do Minho PRÁTICAS FAMILIARES DE SAÚDE, DOENÇA E RISCOS A importância da intervenção da família no campo da saúde, largamente dominada pelas questões técnicas e institucionais, em termos de investigação sociológica, tem merecido pouco interesse. Em contrapartida, não há pessoa que goze de boa saúde que não tenha a ver com as práticas e as solidariedades familiares nesse sentido. No âmbito deste trabalho, socorrendo-nos dos dados de um trabalho de campo retirados de 278 inquiridos (107 do sexo masculino e 171 do sexo feminino) aplicados no distrito de Braga, em 2004, propomo-nos estudar quatro aspectos primordiais: as práticas familiares visando promover a saúde e evitar ou combater a doença quando esta sobreviveu; as medidas de saúde preventiva implementadas pela família; os suportes sócio-familiares e os seus efeitos em termos de saúde; as representações dos familiares acerca da saúde e da doença. ◙◙ MENDES, Marta Luísa dos Santos MUDANÇAS FAMILIARES AO RITMO DA DOENÇA. AS IMPLICAÇÕES DA DOENÇA CRÓNICA AO NÍVEL DA FAMÍLIA E DO CENTRO DE SAÚDE A autora propõe-se apresentar os resultados obtidos no estudo teórico-empírico em torno da problemática das doenças crónicas e suas implicações na família e no centro de saúde, desenvolvido no Âmbito do I Curso de Mestrado em sociologia, área de especialização em Sociologia da saúde, pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho. O reconhecimento das doenças crónicas como principal causa de morte no país e o seu lugar cimeiro nos internamentos hospitalares, confirma a hipótese de que os modos de vida têm contribuído para a deterioração da saúde. O objectivo central foi o estudo da articulação da família e as mudanças que se operam com o surgimento da doença crónica. Entendendo que a família tem um papel fulcral na saúde, na doença e nos comportamentos de saúde, a orientação da pesquisa foi definida de modo a destacar três dimensões: a estrutura e funções da família; o modo como a família e doente crónico se relacionam com a saúde e a doença crónica e a relação da família na presença da doença crónico e o acesso aos cuidados de saúde. As questões da investigação incidiram sobre a forma como os factores sócioeconomicos, culturais e educacionais influenciam a condição das famílias com doença crónica; o tipo de mudanças que ocorrem na família na presença da doença crónica; a forma como a família se reestrutura na presença da doença crónica e as implicações desta no acesso ao centro de saúde. As hipóteses foram formuladas com base no fundamento teóricoempírico de que a experiência da doença crónica pode provocar mudanças na família e no acesso aos cuidados de saúde. Na metodologia privilegiamos a pesquisa documental e bibliográfica para a elaboração do objecto de estudo; a aplicação de um questionário aberto a 142 doentes crónicos e 93 prestadores de cuidados de saúde informais para estudo das alterações familiares quando a doença sobrevém e a observação directa. Os resultados do estudo reforçam a relevância da rede social formal e informal para o controlo da doença crónica a as variáveis sócio-demográficas revelaram-se como factores importantes na variação das experiências de aceitação e adaptação à doença crónica. Foi possível constatar que na presença da doença crónica e de acordo com a patologia e a dimensão que esta possa atingir, o doente crónico e sua família iniciam um processo de reaprendizagem e reorganizam toda a sua dinâmica interna com intuito de satisfazer as necessidades do doente crónico es restantes membros que com ele vivem, nomeadamente ao nível dos comportamentos orientados para a saúde (alimentação e cuidados de saúde). Por outro lado, quando o doente crónico necessita de cuidados de saúde continuados é à família que se faz esse apelo, conseguindo-se, com este estudo provar que apesar das significativas mudanças que se têm operado na família e na progressiva tentativa de igualdade entre géneros, o trabalho doméstico no âmbito da saúde é efectuado maioritariamente pelas mulheres. ◙◙ MIRANDA, Maria Paula Centro de Saúde de Baião AMARRAS DO MUNDO RURAL: IMPLICAÇÕES DO ISOLAMENTO SOCIAL NA SAÚDE E NOS PROJECTOS DOS JOVENS A infância e a adolescência são períodos fulcrais do desenvolvimento cognitivo e social, em que são alicerçados os conhecimentos, as atitudes e os comportamentos que irão 57 influenciar a saúde e a qualidade de vida dos anos vindouros. Com o presente estudo pretendeu-se analisar a relação entre a pertença sócio cultural e os comportamentos de saúde, em termos da alimentação, da prática de exercício físico, do consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas, de um grupo de um grupo de alunos de um meio rural. A principal motivação que nos levou a enveredar por esta temática, prendeu-se com o facto de a evolução dos padrões de saúde determinados pelos hábitos, estilos e modo de vida das populações, e pela evolução técnica, científica e organizacional, condicionar o desenvolvimento dos serviços e a prestação de cuidados de saúde a fornecer às populações e aos seus diferentes grupos constituintes. As questões de investigação incidem no domínio da inserção sócio cultural e fundamentam-se na convicção de que a vivência numa sociedade economicamente deprimida com uma fraca oferta de oportunidades profissionais, tem efeitos sobre os modos de vida com consequências para a saúde e para a decisão vocacional dos jovens. As hipóteses, formuladas com base no fundamento teórico e empírico de que a saúde pode estar relacionada com a inserção sócio cultural, expressam uma relação plausível entre a experiência subjectiva da vivência em espaço rural e outras variáveis relevantes para a sua compreensão. Foram inquiridos 164 alunos que frequentaram o nono ano de escolaridade no ano lectivo 2003/2004, numa das três escolas EB 2/3 do Concelho de Baião. As principais conclusões apontam para uma dissonância entre o projecto de futuro que os pais têm para os filhos, pois aspiram a que eles ingressem no ensino superior, preferencialmente em medicina ou engenharia, quando depois os põem a trabalhar para lhes mostrar as opções da vida, mas sem que se apercebam que estão a subtrair tempo de estudo fundamental para alcançar esse objectivo. Do ponto de vista da saúde física, estes jovens em plena formação e maturação orgânica, ao desenvolverem trabalhos pesados em que a força física é necessária, em que os posicionamentos adoptados nem sempre são os mais adequados, representa prejuízos para a musculatura e para as articulações, com consequências para a saúde futura. Relativamente às práticas alimentares, podemos concluir que a alimentação é hiper calórica, muito rica em açúcar e gorduras, com prejuízo para os cereais, vegetais, fruta e leite, o que certamente terá repercussões em termos de crescimento físico, de maturação óssea e de todo o funcionamento orgânico, daí que as condições familiares e sociais em que vivem estes jovens, sejam determinantes para a sua saúde e para os seus projectos de futuro. ◙◙ RIBEIRO, Joana Sousa Escola Superior de Enfermagem de Vila Real RESPONSABILIDADE SOCIAL PERANTE PESSOAS IDOSAS: A CONSTRUÇÃO DE UM DIREITO EMANCIPATÓRIO? O direito à velhice, não necessariamente equivalente funcional do direito à reforma, questiona as fronteiras e os compromissos entre o Estado e a Sociedade, por isso mesmo, o seu reconhecimento constitui um desafio. As faces em que habitualmente se perfila – contrato versus caridade – exigem novos firmamentos - o direito à velhice enquanto direito de cidadania social. Esta comunicação analisa as solidariedades intergeracionais, perspectivando-as enquanto resultado da articulação entre solidariedades públicas e solidariedades privadas, entre formas de integração sistémicas e formas de integração social. Numa sociedade multigeracional, a opção da delegação da responsabilidade do encargo social com a velhice ao Estado ou à Família, a institucionalização de lógicas de exclusão social a partir de um certo limiar de idade e a crescente exposição ao risco entre a população mais idosa (risco de isolamento, risco de negligência, risco de abandono, risco de maus tratos físicos e psicológicos, risco de dependência - das solidariedades públicas e das redes de solidariedade familiar -, risco de polimedicação), constituem novos desafios para a reconfiguração do contrato social, baseado num equilíbrio sustentável entre as gerações. Tendo como principal objectivo a avaliação dos suportes formais e informais de prestação de cuidados aos idosos, esta abordagem procura perspectivar de que modo os direitos das pessoas idosas são assegurados na esfera pública (instituições e serviços formais de apoio) e na esfera privada (maioritariamente a família). ◙◙ 58 GRUPO IV - SAÚDE, FAMÍLIA, CICLOS DE VIDA E REGULAÇÃO JURÍDICA (sala 2109, CPII) Coordenadores: Carolina Leite, ICS, Universidade do Minho. José Pinheiro Neves, ICS, Universidade do Minho. Dia 8 de Junho - 2ª Sessão - 11h00m-13h00m COVAS, Maria das Mercês MUDANÇAS E CONDIÇÕES SOCIO-FAMILIARES PROPÍCIAS À DOENÇA MENTAL FREYRE, Francisca Suassuna de Mello HÁBITO ANTIGO…MEDICAÇÃO RENOVADA….REVISITA ÀS MEMÓRIAS. A FAMÍLIA UNTADA NO BÁLSAMO DA TRADIÇÃO DE SE CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS SANTIAGO, Maria Helena ESQUIZOFRENIA – O CORPO NA DOENÇA E RESPOSTAS SOCIAIS 59 COVAS, Maria das Mercês FREYRE, Francisca Suassuna de Mello Universidade do Algarve, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Universidade do Minho MUDANÇAS E CONDIÇÕES SOCIOFAMILIARES PROPÍCIAS À DOENÇA MENTAL Portugal passou, rapidamente, de uma sociedade pacata, de tipo tradicional, caracterizada por uma relativa homogeneidade de modelos de comportamento para uma sociedade heterogénea, plural e multicultural. Esta passagem é sentida e vivida de forma muito diversa pelos indivíduos, famílias e grupos deixando marcas bastante profundas, em particular, nos de tendências mais morfostáticas e que revelam maior dificuldade na adaptação à mudança. Assiste-se, hoje, ao aparecimento e coexistência de uma pluralidade de culturas, de identidades, de modelos de comportamento, de novas formas de ser, de estar e de viver. Ao aumento da complexidade dos novos contextos sociais estão associados novos problemas sociais. A rapidez com que se sucedem as mudanças e as consequentes transformações que lhes estão associadas, desencadeiam condições sociais propícias ao aparecimento da doença mental, nomeadamente quando os indivíduos tomam consciência das suas inúmeras fragilidades e se deparam com as suas incapacidades para gerir eficazmente os acontecimentos relevantes da sua existência «life events», de superar as crises em que se envolveram e de encontrar respostas satisfatórias à resolução dos seus problemas. Por reconhecer-se, em grande medida, que a doença mental tem origens no social e pelos seus impactos serem muito concretos na vida pessoal, familiar e grupal, é importante diagnosticar esses sinais de risco para intervir e prevenir. Este é o tema que proponho como exercício de reflexão focando e aprofundando alguns aspectos da mudança social e das condições de vida actual que se evidenciam como mais preocupantes, ameaçadores e propiciadores do aparecimento da doença mental. ◙◙ HÁBITO ANTIGO…MEDICAÇÃO RENOVADA….REVISITA ÀS MEMÓRIAS. A FAMÍLIA UNTADA NO BÁLSAMO DA TRADIÇÃO DE SE CONTAR E OUVIR HISTÓRIAS O presente trabalho visa apresentar considerações acerca da intervenção com histórias através de Oficinas terapêuticas de tradição oral no tratamento pediátrico do cancro e cardiopatias e tratamento psiquiátrico de adultos em hospital-dia, no Recife – Brasil. A partir da escuta de histórias literárias durante o seu tratamento, os protagonistas destas histórias humanas passaram a compartilhá-las com a família, no hospital e/ou em casa. Facto este que vem dinamizando o tratamento e funcionando enquanto nascedouro de uma dinâmica familiar mais interactiva e participativa, actuando enquanto finte de saúde e estimulante dos pontos saudáveis do corpo e da alma, ora ameaçados pelas patologias em questão. ◙◙ SANTIAGO, Maria Helena M. V. Universidade do Minho ESQUIZOFRENIA – O CORPO NA DOENÇA E RESPOSTAS SOCIAIS Este trabalho faz uma análise da problemática que tem envolvido o doente mental, relacionando-a com as representações associadas à doença mental desde a Antiguidade até aos nossos dias. Os factores que contribuíram para a desospitalização e consequente integração destes doentes na comunidade, exige um olhar sobre o tipo de políticas, estruturas sociais de apoio e repercussões sobre a família. Neste trabalho, não se poderia deixar de efectuar uma incursão pela situação actual da esquizofrenia em termos gerais, e em Portugal em particular, passando por uma análise sucinta do tipo de respostas sociais existentes no distrito de Braga, que embora não extrapolando para o resto do país, permitirá um ponto de referência da situação face às questões da Psiquiatria. ◙◙ 60 GRUPO IV - SAÚDE, FAMÍLIA, CICLOS DE VIDA E REGULAÇÃO JURÍDICA (sala 2109, CPII) Coordenadores: Carolina Leite, ICS, Universidade do Minho. José Pinheiro Neves, ICS, Universidade do Minho. Dia 8 de Junho - 3ª Sessão - 14h30m-16h00m LEITE, CAROLINA O CORPO E O DOM OU O EXERCÍCIO DA SINGULARIDADE MASCARENHAS, Maria Paula O OUTRO LADO DO ESPELHO: A IMPORTÂNCIA DA DIETÉTICA NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO MODERNO NEVES, José Pinheiro e VILAVERDE, Ricardo A COMUNIDADE DO BUDISMO ‘ZEN’EM PORTUGAL: UMA “TRADUÇÃO” SOCIOLÓGICA 61 LEITE, CAROLINA Universidade do Minho O CORPO E O DOM OU O EXERCÍCIO DA SINGULARIDADE Na sequência de um texto anterior abordaremos a noção de corpo a partir da complexidade a que a própria experiência individual nos conduz na nossa vida quotidiana. Qualquer que seja o grau de questionamento que acompanha a nossa leitura do corpo, a experiência revela, com frequência, contradições sensíveis, por vezes mesmo irredutíveis, entre os diferentes discursos autorizados e entre estes e a experiência vivida. Tentaremos enunciar algumas desses nós explicativos que explicitam fontes e paradigmas distintos. ◙◙ MASCARENHAS, Maria Paula Universidade do Minho O OUTRO LADO DO ESPELHO: A IMPORTÂNCIA DA DIETÉTICA NA CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO MODERNO De manhã, Maria levanta-se. Repara na sua imagem reflectida pelo espelho. Umas pequenas saliências esponjosas envolvem as suas ancas. Um pensamento fulgurante atravessa o seu cérebro: "É hoje que começo a dieta". Sai de casa directa à farmácia. Decide comprar um creme adelgaçante e uma embalagem de barras com baixas calorias que substituem uma refeição. A questão da dietética não se resume a uma normalização do regime alimentar (vide discursos dietéticos recorrentes acerca de uma pretensa alimentação equilibrada). As escolhas dietéticas transformaram-se ao longo do tempo, constituindo um indicador das formas e das técnicas utilizadas no relacionamento com os outros e com o nosso corpo. Nesta perspectiva, "seria interessante estudar como se passou lentamente, progressivamente, de uma maneira que privilegiava a alimentação que na Grécia era generalizada, para uma curiosidade acerca da sexualidade. A questão dos alimentos ainda tinha uma grande importância no princípio da era cristã. [...] Mas, no Século XVII, a sexualidade torna-se o centro das atenções" como refere Foucault em Entretien avec Hubert L., em 1984. Na verdade, a importância da alimentação tendeu a diminuir na passagem das sociedades pré-modernas para as sociedades actuais. A alimentação deixou de ser o centro dos discursos sobre o eu, começando a ser cada vez mais privilegiado o tema da sexualidade. A alimentação foi remetida, então, para o mundo asséptico e fora do social dominado pelo discurso médico. Esta ressonância em torno da sexualidade apresenta-se, a partir desta perspectiva, como um fenómeno estranho e passível de interrogação. Porquê o sexo e não a alimentação? Tal como diz Foucault, em Histoire de la sexualité I,” é pena que já não sejamos capazes de nos interrogar acerca do que nos tornou tão presunçosos. Devíamos ser capazes de procurar saber porque atribuímos a nós próprios o mérito de termos sido os pioneiros a privilegiar a sexualidade contra uma moral milenar. (...) E aí, onde nós vemos hoje a história de uma censura que foi retirada, deveríamos sublinhar a existência de um longo processo que através dos séculos criou lentamente, um dispositivo complexo que nos leva a falar do sexo, que nos leva a concentrar aí a nossa atenção e nosso cuidado". Levar esta interrogação um pouco mais longe, falando da erupção de novos discursos dietéticos, constitui a linha fundamental desta comunicação. Em suma, este meu texto pretende, seguindo o pensamento posterior de Michel Foucault, mostrar que a alimentação tem um papel central nos processos de subjectivação na modernidade. Embora aparentemente o tema da sexualidade, vocábulo que aparece no séc. XIX, ganhe uma ressonância enorme, pouco a pouco emerge um outro pensamento que acentua o papel estruturante da alimentação na nossa constituição como sujeitos. De facto, a actual valorização dos discursos dietéticos inspirados em modos de vida alternativos traz à superfície a corrente subterrânea, a tendência de longa duração que já os Gregos, na antiguidade, colocavam em primeiro plano - a importância da relação do seres humanos com aquilo que constitui a sua alimentação (muito mais estruturante do que a função sexual que os media tendem a destacar). ◙◙ NEVES, José Pinheiro e VILAVERDE, Ricardo Universidade do Minho A COMUNIDADE DO BUDISMO ‘ZEN’EM PORTUGAL: UMA “TRADUÇÃO” SOCIOLÓGICA O encontro entre o discurso sociológico e um grupo de praticantes do “Budismo Zen” constituiu o desafio deste trabalho. Como estudar um grupo que se caracteriza pela recusa do discurso e pela valorização do silêncio e da meditação? No final deste encontro, acabamos 62 por tomar consciência que este grupo poderia ser um sintoma de uma mudança profunda que está a acontecer no seio de alguns grupos sociais. Uma mudança que poderá ter algum efeito de ricochete nas formas modernistas, ainda maioritárias, de fazer ciência social. ◙◙ 63 GRUPO IV - SAÚDE, FAMÍLIA, CICLOS DE VIDA E REGULAÇÃO JURÍDICA (sala 2109, CPII) Coordenadores: Carolina Leite, ICS, Universidade do Minho. José Pinheiro Neves, ICS, Universidade do Minho. Dia 9 de Junho - 4ª Sessão - 14h30m-16h00m HENRIQUES, Virgínia Barroso HEMODIALISE NO FEMININO RODRIGUES, Antónia, TOMÉ, Daniel e AFONSO, Susana A IMAGEM CORPORAL FEMININA 64 HENRIQUES, Virgínia Barroso HEMODIÁLISE NO FEMININO Trazer a voz de mulheres ao campo da pesquisa e identificar as suas acções discursivas, num contexto muito particular de Hemodiálise, é o contributo da presente comunicação. Esta técnica terapêutica de substituição renal inscreve-se no progresso do conhecimento científico actual, assegurando, de uma forma notável, a vida de cerca de um milhão de pessoas a nível mundial. Numa perspectiva analítica, procurámos compreender o sentido da produção dos novos conhecimentos técnicos e o sentido que as mulheres hemodialisadas atribuem às suas novas condições de vida e os efeitos que daqui decorrem. Efeitos esses, que ao limitarem ou condicionarem severamente o factor biológico irão repercutir-se ao nível da entidade social que é a mulher, que se move na família, no trabalho e no mundo. Encontramonos, assim, perante vivências de actores que ao viverem, como Lepargneur (2003) cognominou a experiência de doença, na “face sombria da vida”, imprimem uma configuração muito mais abrangente, que vai para além da presença de uma determinada condição orgânica. Pelo que, é nosso objectivo analisar as principais repercussões e efeitos que um tratamento – hemodiálise, acarreta no ser humano, mais concretamente, na mulher. Na realização do presente estudo, analisamos a população feminina que se encontra em tratamento hemodialítico, na Região Norte de Portugal Continental (NUT II), compreendendo as Províncias do Minho e de Trás-os-Montes, cujas idades se compreendem no intervalo entre 15 a 49 anos – faixa etária definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como o período fértil da mulher. Desvendar vivências pela voz das mulheres, tornando-a numa voz autorizada, uma voz que levanta questões do fórum científico que nos ajuda apreender mais aprofundadamente a experiência de viver em hemodiálise, que mais do que uma mera técnica terapêutica do domínio clínico, revela um universo multifocal matizado por diferentes planos de ordem social, cultural e familiar, e acrescentar o seu olhar aos efeitos do tratamento hemodialítico. ◙◙ RODRIGUES, Antónia, TOMÉ, Daniel e AFONSO, Susana Universidade do Minho A IMAGEM CORPORAL FEMININA A imagem corporal é um dos principais aspectos da identidade pessoal e social na nossa sociedade de consumo. A interacção dos indivíduos em sociedade depende em parte do corpo e da aparência, constituindo um factor essencial na construção da auto-imagem do indivíduo, logo desde a infância. Nas sociedades ocidentais pós-modernas, o corpo reveste-se de uma importância social fundamental, na medida em que é parte da construção da identidade dos indivíduos e é ele que leva as suas acções à prática. Segundo SYNNOTT, “o nosso corpo e as partes do corpo estão carregados de simbolismo cultural, público e privado, positivo e negativo, político e económico (...) eles são também sociais. (...) O corpo é também, e primeiramente o Self. A representação do corpo criada na nossa mente constitui a nossa imagem corporal, que não sendo inata, é desenvolvida através das relações sociais, das imagens dos outros e das relações do corpo com outros objectos. Sendo assim, a imagem corporal é construída individual e socialmente. A figura corporal como alvo da moda e da publicidade, provoca no género feminino maiores pressões sociais. O desenvolvimento do estudo do corpo está directamente relacionado com a realização de estudos sobre a mulher, com o impacto político dos movimentos feministas ou a transformação do papel da mulher na esfera pública. A imagem do nosso corpo é construída de uma forma reflexiva pela socialização e observação da imagem dos outros (pares, figuras de sucesso). Os padrões ditados pela moda, fenómeno transversal na pós-modernidade (GIDDENS) são também um dos aspectos essenciais da identidade corporal e consequentemente da forma de interacção em sociedade. As figuras magras e alongadas preconizadas pelos mass media levam a estigmatizar a gordura, provocando na mulher uma grande pressão social. Esta situação pode trazer repercussões graves para a saúde, através de dietas rigorosas e desequilibradas em termos de nutrientes essenciais ao organismo, podendo levar a doenças como anorexia e bulimia nervosas. ◙◙ 65 GRUPO V - QUESTÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS EM TORNO DA PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E SOLIDARIEDADE (sala 2110, CPII) Coordenadores: José António Alonso, AISO. Miguel Bandeira, ICS, Universidade do Minho Dia 7 de Junho - 1ª Sessão - 15h00m-17h00m ARNAL, María, GUTIÉRREZ, Jesús TRANSFORMACIONES EN EL ÁMBITO DE LA CONSULTA MÉDICA: LA INTRODUCCIÓN DE LAS TECNOLOGÍAS DE LA INFORMACIÓN Y LA COMUNICACIÓN EN LOS CENTROS DE SALUD BRUNET, Ignasi e AGUILASOCHO, Dora TECNOLOGÍA + GESTÃO POR COMPETÊNCIAS CORTÉS, Maria del Carmen INTERNET, FORMACIÓN DE LA MOBILIDAD INTLECTUAL, PARTICIPACIÓN EN EL ENTORNO GLOBAL Y SALUD PSÍQUICA ROMERO, Jesús TECNOLOGÍA Y MEDICINA: LA RESPONSABILIDAD HUMANA FRENTE A LA IRRESPONSABILIDAD DEL ARTEFACTO 66 ARNAL, María Sarasa, GUTIÉRREZ, Jesús Brito Facultad de CC. Políticas y Sociología. Universidad Complutense de Madrid Facultad de CC. Políticas y Sociología. Universidad Nacional de Educación a Distancia TRANSFORMACIONES EN EL ÁMBITO DE LA CONSULTA MÉDICA: LA INTRODUCCIÓN DE LAS TECNOLOGÍAS DE LA INFORMACIÓN Y LA COMUNICACIÓN EN LOS CENTROS DE SALUD En la presente propuesta se contempla la posibilidad de perfilar un amplio proyecto de investigación a partir de la incorporación de las nuevas Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC), en concreto el ordenador, en el ámbito de la relación médico / paciente. Como es bien sabido, en el caso español es relativamente reciente la instauración del ordenador en la consulta, lo cual abre nuevos interrogantes que podemos concretar en las siguientes cuestiones genéricas: Por un lado, se muestra necesario analizar como influye el ordenador en la gestión del trabajo del facultativo. Este sería el primer nivel de análisis y más básico, observar como afecta a las tareas administrativas y de gestión más sencillas y cotidianas. En segundo lugar, cómo influye el ordenador en la relación médico / paciente; y por último, en que medida pudiera modificar esta nueva herramienta la labor de exploración y diagnostico de la enfermedad, la tarea fundamental del facultativo. Para responder a estos interrogantes se plantea en esta ponencia una primera aproximación a aquellas cuestiones de mayor relieve e interés para perfilar y justificar la propuesta de proyecto de investigación. ◙◙ BRUNET, Ignasi e AGUILASOCHO, Dora Universitat Rovira i Virgili de Tarragona TECNOLOGÍA + GESTÃO POR COMPETÊNCIAS El enfoque de nuestra ponencia tiene como elemento central de análisis la combinación de la gestión por competencias juntamente con la gestión del factor tecnológico, enfoque que nos conduce a no perder de vista, en última instancia, los resultados de esta combinación sobre el desempeño de la organización y sobre su éxito en términos de excelencia. Toda organización tiene como finalidad una actuación orientada al logro de resultados. Creemos que a través de esta combinación, las organizaciones pretenden obtener una estructura profesional que permita una alta flexibilidad y capacidad de adaptación de la organización, por lo que el binomio tecnología+gestión por competencias [T+GxC] abre las puertas al cambio organizacional. La finalidad genérica de la ponencia que presentamos consiste en conocer, detallada y comparativamente, los cambios organizativos y sus implicaciones teórico-metodológicas, que se están produciendo en las organizaciones productivas privadas y en organizaciones públicas como consecuencia de la incorporación de nuevos sistemas tecnológicos en combinación con la denominada gestión por competencias. Asimismo, se atenderá, en un ejercicio de necesaria contextualización, a las nuevas necesidades de mercado y a los factores externos (por ejemplo, institucionales) que llevan a las organizaciones a introducir cambios organizativos. En este estudio nos interesa observar de qué manera se implanta la tecnología, cómo se gestionan los recursos humanos como fuente de ventaja competitiva asociando esta gestión a otros aspectos como, por ejemplo, la visión a largo plazo y la gestión anticipadora del cambio, la calidad total y la orientación a los procesos y a los clientes, la inclusión del management del comportamiento, la importancia del conocimiento, de la formación permanente, las carreras profesionales y la polivalencia, los cambios en la estructura organizativa hacia una organización basada en la participación, el diálogo y la comunicación, y la introducción de nuevas técnicas de gestión y motivación. ◙◙ CORTÉS, Maria del Carmen Beltrán Departamento de Sociología VI-Universidad Complutense de Madrid INTERNET, FORMACIÓN DE LA MOBILIDAD INTLECTUAL, PARTICIPACIÓN EN EL ENTORNO GLOBAL Y SALUD PSÍQUICA El sujeto se desenvuelve en un entorno biológico, social y cultural al cual debe adaptarse, seleccionando en función de los intereses y saber apriorístico. En el proceso interviene un sistema formado por el ojo, el cerebro, la memoria, el aprendizaje y la cultura. Para tomar los estímulos y procesarlos, el cerebro humano posee una dotación bipolar, producto de la evolución. En lo referente a las funciones cognitivas, el hemisferio izquierdo se ocupa de los aspectos discontinuos del pensamiento y trabaja linealmente. El derecho trabaja en los aspectos analógicos: produce, compara, elabora, valora y enjuicia imágenes. del globo, pueden afectar directamente a la experiencia del sujeto. Sólo se pueden comunicar el conocimiento y el pensamiento utilizando algún método simbólico; los principales son la palabra y la imagen. Actualmente, el entorno es global y cada medio crea nuevas formas de explicar la verdad (Postman), que constituyen nuevas formas de adaptación intelectual al entorno. Pero, cada uno de ellos, por sí sólo, limita el alcance de la comunicación. Y, puesto que la realidad es inaprehensible, cuantos más lenguajes se utilicen para conocerla, mayor apertura psicológica al mundo se obtendrá. Porque, lo ideal es aprender a utilizarlos de forma complementaria. ◙◙ Thompson denomina apropiación a la utilidad que cada persona extrae de los medios, para aprovecharlos, no sólo en sus contextos habituales, sino también para la configuración de su propio yo, lo que sucede de forma gradual e imperceptible. Según Lerner, la experiencia mediática produce capacidad para la identificación con aspectos del entorno, lo que llama movilidad psíquica. El uso de Internet obliga a descodificar continuamente diferentes lenguajes, y sus características interactivas permiten una directa comunicación de retorno. En una investigación llevada a cabo sobre quinientos setenta y dos estudiantes, hemos podido ver que entre los usuarios de más de veinte horas semanales y la Red se produce una interacción dialéctica. Es decir, el usuario, a través de sus interacciones, participa en la configuración del todo global. Y, al mismo tiempo, este hecho le fomenta más sus capacidades de actuación sobre el entorno, convirtiéndole en un participativo “interactuante” (Castells). Lo cual constituye un signo de salud psíquica en un momento en que los estímulos procedentes de todos los puntos ROMERO, Jesus Moñivas Universidad Complutense de Madrid TECNOLOGÍA Y MEDICINA: LA RESPONSABILIDAD HUMANA FRENTE A LA IRRESPONSABILIDAD DEL ARTEFACTO El supuesto teórico de la «neutralidad» de la tecnología cada vez más está siendo refutado por los análisis de la Sociología y la Filosofía de la Tecnología. Ese supuesto ha viciado de raíz muchos de los estudios que pretendían analizar con rigor la progresiva «tecnologización» de un amplio arco de ámbitos humanos. Una de las esferas de mayor recepción de lo tecnológico, y con mayores repercusiones —tanto positivas como negativas—, ha sido el ámbito médico. En este sentido, nosotros pretendemos hacer algunas reflexiones, plantearnos algunas preguntas e intentar abrir un diálogo. Las cuestiones importantes nunca obtienen respuestas fáciles y unívocas. Por eso, para iniciar el camino hacia las «soluciones» antes hay que plantear las «preguntas». Y eso es lo que pretendemos con esta breve y sencilla comunicación. Para ello es menester tratar de discernir, de juzgar, de separar —todo eso es lo que significa «criticar»— lo positivo, de lo negativo; lo esencial de lo accidental. Por último, debemos dejar claro que nuestra perspectiva es sociológica y filosófica y, por tanto, no «medica». Lo cual nos sitúa, a la vez, en una perspectiva de ventaja y desventaja. En definitiva, sólo pretendemos pensar de qué modo se establece en el ámbito médico la cuestión de la «responsabilidad» y de la «ética», en este mundo tecnológico. ◙◙ 68 GRUPO V - QUESTÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS EM TORNO DA PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E SOLIDARIEDADE (sala 2110, CPII) Coordenadores: José António Alonso, AISO. Miguel Bandeira, ICS, Universidade do Minho Dia 8 de Junho - 2ª Sessão - 11h00m-13h00m ALONSO, José EL DESAFÍO DE LAS UNIVERSIDADES LATINOAMERICANAS EN EL UMBRAL DEL SIGLO XXI GARCÍA, Ángela LAS TECNOLOGÍAS DE INFORMACIÓN Y DE LA COMUNICACIÓN EN LA DOCENCIA UNIVERSITARIA: EL CASO DE LA UNIVERSIDAD DE LAS PALMAS DE GRAN CANARIA, ESPAÑA IZQUIERDO, Martha IMPORTANCIA DE LAS EMPRESAS COOPERATIVAS PARA AMÉRICA LATINA (SINTESIS) RUZICKA, Richard SMALL AND MEDIUM-SIZED ENTREPRENEURS: WORK, HEALTH, AGE AND PARTICIPATION SANTOS, Maria João GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONHECIMENTO E METODOLOGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO 69 ALONSO, José A. EL DESAFÍO DE LAS UNIVERSIDADES LATINOAMERICANAS EN EL UMBRAL DEL SIGLO XXI Las universidades de América Latina constituyen un factor de atención y de preocupación crítica en el inicio del siglo XXI. En la ponencia reflexiono sobre el tema a partir del foro organizado en la Universidad Iberoamericana de Puebla a fines del año 2003. Los participantes de ocho países diferentes incluían a sociólogos tan conocidos como Manuel Castells y Alain Touraine. Apoyado en la sugerencia del nicaragüense Carlos Tünnermann planteo la necesidad de convertir a las universidades latinoamericanas en centros generadores de una concepción crítica y constructiva ante el embate de la globalización neoliberal. El problema principal, según se expone en el texto, es que las élites latinoamericanas durante la fase neoliberal (tales como Menem, Fujimori, Salinas de Gortaire, Pinochet, etc.) se 'pasaban al otro lado' en el momento de enfrentar los problemas de sus respectivos países. En este contexto es donde las universidades críticas deben desempeñar un papel estratégico fundamental para formar las futuras élites de América Latina. Se comentan sugerencias concretas, pero todas ellas presuponen que el aporte básico de la universidad latinoamericana es enseñar a la juventud a 'pensar desde nuestro lado'. ◙◙ GARCÍA, Ángela Universidad de Las Palmas de Gran Canaria Facultad de CC. EE. y Empresariales LAS TECNOLOGÍAS DE INFORMACIÓN Y DE LA COMUNICACIÓN EN LA DOCENCIA UNIVERSITARIA: EL CASO DE LA UNIVERSIDAD DE LAS PALMAS DE GRAN CANARIA, ESPAÑA Las tecnologías de la información y de la comunicación son cada día más una herramienta indispensable en la transmisión del conocimiento, concretamente en la docencia universitaria. En esta línea hemos llevado a cabo, en la Facultad de CC. EE. y Empresariales de la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, España, un pequeño estudio tendente a medir el nivel de importancia que tres diferentes modalidades didácticas tienen para el alumnado. En términos específicos hemos queridos medir, en una escala del uno al cinco, el valor que los alumnos dan, en base a sus procesos mentales en la adquisición, comprensión y retención del conocimiento específico relacionado con una asignatura concreta – Sociología de la Empresa - a las siguientes modalidades didácticas: (1) Lección magistral, (2) Uso de transparencias y, (3) Uso del Cañón, entendiéndose que tanto con el uso de las transparencias como con el uso del Cañón se acompaña la correspondiente explicación y ampliación de los temas visualizados en las transparencias y con el uso del cañón. Los datos obtenidos en tres grupos de alumnos – unos 103 cuestionarios correctamente cumplimentados - de ocho grupos de Primero de Carrera de dicha Facultad de CC. EE. y Empresariales que conforman un total de 580 alumnos, apuntan a seleccionar y a valorar muy positivamente el uso del cañón como la modalidad didáctica preferida, confirmando de esta forma la hipótesis del estudio. ◙◙ IZQUIERDO, Martha E. Universidad Autónoma do Estado do México IMPORTANCIA DE LAS EMPRESAS COOPERATIVAS PARA AMÉRICA LATINA (SINTESIS) La crisis generalizada de los países latinoamericanos, ha vuelto a poner en boga nuevamente la alternativa cooperativista y autogestionaria, en medio de la desesperación social, del hundimiento de la productividad, las altas tasas de desempleo y la marginalidad de nuestras sociedades, lo cual nos obliga a reflexionar acerca de una alternativa más viable, más justa y más humana. Esta crisis generalizada nos hace voltear los ojos hacia la creación de empresas cooperativas y autogestionarias como alternativas de solución a los problemas aquí planteados, ante la desesperación de miles de mexicanos y ante el resquebrajamiento paulatino de las estructuras social y económica, pero lo más grave ha sido la desigualdad social que nos lleva a tener hoy día 40 millones de mexicanos en la pobreza extrema. Los grupos cooperativos, comunitarios y autogestionarios en América Latina, así como otras formas societarias de carácter autogestionario intentan constituir un tercer sector de la economía, que sea capaz de competir con los sectores estatal y capitalista. En efecto, a pesar de la diversidad de alternativas existentes, la economía social y solidaria es hoy una realidad, ha encontrado y encuentra obstáculos para su efectiva instrumentación y desarrollo pero contiene 70 dinamismos propios y concretizadores en todo el mundo que la hacen confiable como camino y propuesta de cambio de relación del hombre con su entorno productivo y del hombre con el hombre. Sea que la economía social y solidaria se materialice en empresas cooperativas genuinas de gran envergadura o en formas incipientes de participación social o familiar, es sin duda un modelo que desafía concretamente a las formas individualistas y capitalistas de producción y distribución de bienes servicios y crédito. El carácter solidario de éste modo, está dado por su humanismo intrínseco, comprometiendo la misma administración de las empresas. Por lo anterior consideramos que al potenciar el desarrollo cooperativista mexicano y sistemas de autogestión, se podrá promover la participación de los sectores populares en la creación de un estilo de desarrollo de naturaleza alternativa al prevaleciente. La figura del cooperativismo contiene en si misma valores y principios éticos que la hacen distinta de las demás empresas toda vez que las finalidades que persigue son totalmente diferentes. Estos principios en el año de 1995 fueron reiterados por la Alianza Cooperativa internacional en un congreso celebrado por motivo de sus cincuenta años de existencia. Puede asegurarse que en nuestro país existe desde hace muchos años un sector social de la economía muy significativo de la población que se identifica plenamente con el rubro de las cooperativas, lo que la hace todavía más interesante, pues no debemos olvidar que la sociedad debe esforzarse por detectar las necesidades en su entorno y contribuir con respuestas y servicios para la solución de los problemas, asimismo vale la pena desarrollar investigación y generar conocimientos que por un lado contribuyan a reducir las marcadas desigualdades entre los habitantes de la entidad y por otro enriquezcan la aplicación del saber nacional y universal. Por otra parte todo parece indicar que nos encontramos en medio de desencantos y frustraciones de un largo peregrinar entre esquemas y modelos que solo parecen haber tenido en común sus pretensiones totalizantes, pues la mayoría de las economías latinoamericanas en las últimas décadas han pasado de un debate entre la propiedad privada y la propiedad estatal a sistemas de mercado y planificación central. Estos vuelcos parecen haber sido el resultado de esquemas importados, recomendados por la potencia imperial. Por consecuencia se habla de un nuevo enfoque a traves de la corriente autogestionaria que no es otra cosa que rescatar a la persona y a los principios que conforman su conducta general, pues estamos viviendo profundos cambios en los que lentamente empiezan a reconsiderarse los dogmas del pasado en los que participa prioritariamente la persona como centro del desarrollo económico. Por consecuencia el presente trabajo lleva como finalidad plantear la importancia que tienen las empresas cooperativas en México y América Latina como alternativa a los embates del modelo neoliberal, y dentro de la corriente autogestionaria, que pueden llegar a constituir una de las alternativas mas viables y prósperas para la economía de la región. ◙◙ RUZICKA, Richard University of Prague SMALL AND MEDIUM-SIZED ENTREPRENEURS: WORK, HEALTH, AGE AND PARTICIPATION The contribution offers a theoreticempirical view on the life orientations and the structures of behaviour of the entrepreneurial middle class segments of society: small employers and self-employing people (businessmen) without employees. Keeping this point of view, it starts with discussion of some currently influential sociological conclusions on the social value and the social risks of the middle strata´ life situation and relationships, and continues then with identification of theoretical (it means also ideological) and empirical factors calling into question some of the mentioned conclusions, what is important for the next steps of the analysis. Nature of relationships between the economic independent peoples´ work and forms of social participation (and their role in the social solidarity processes) is taken into account first of all – but with a special “excursion” to the health and age contexts of it. Empirically, the presentation is preferentially based on “fresh” data from the surveys of the key social agents of the Czech present times. ◙◙ SANTOS, Maria João Nicolau Instituto Superior de Economia e Gestão – Universidade Técnica de Lisboa GESTÃO ESTRATÉGICA DO CONHECIMENTO E METODOLOGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO Para além da indiscutível centralidade que a Responsabilidade Empresarial possui enquanto 71 veículo decisivo para a promoção de um Desenvolvimento Sustentável a nível global, do ponto de vista micro este posicionamento surge igualmente como um importante factor de criação de valor e de reforço de vantagem competitiva. Não deixa de ser interessante registar que é em tempo de feroz concorrência, como este em que nos inserimos, que mais se difunde a noção da responsabilidade social. Governação corporativa, sustentabilidade do negócio, cidadania empresarial, responsabilidade social, são alguns dos conceitos que já integraram o quotidiano da gestão. Todavia, o enfoque atribuído às questões da sustentabilidade empresarial, por parte de um número crescente de empresas e organizações, não resulta simplesmente de um movimento de afirmação de cidadania ou de reacção a pressões desencadeadas pela opinião pública. Decorre antes de uma séria interpretação do que está a mudar no mercado, da potenciação estratégica das redes relacionais e da alteração da natureza da actividade e da gestão no contexto da organização. Nesta comunicação analisamos as alterações do contexto, como e porquê eles condicionam este posicionamento, sobretudo de que modo se afirmam como uma nova lógica de gestão. De que modo o enfoque numa prática assente nos princípios de sustentabilidade se pode traduzir em ganhos de desenvolvimento organizacional. De entre estes salientamos aqueles que são hoje um dos alvos mais ambicionados pelas empresas e que se relacionam com a gestão e potenciação dos activos intangíveis. Como na prática se concretizam estes objectivos em linhas de acção e formas de investimento que traduzem os princípios de sustentabilidade, constituiu outro dos objectivos desta comunicação. Neste sentido, iremos apresentar algunss resultados de um estudo que incidiu sobre as práticas de responsabilidade empresarial de algumas das maiores empresas portuguesas (situadas dos ranking das 15 maiores). De que modo os princípios do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade empresarial são incorporados no nível estratégico, que acções são desenvolvidas para inserir na cultura empresarial estes princípios e quais as práticas mais relevantes têm sido desenvolvidas no domínio social, económico e ambiental. Esta análise visa mostrar como a adopção dos princípios de sustentabilidade pode optimizar os ganhos advindos das mudanças organizacionais introduzidas e em particular, como se concretizam junto de algumas das maiores empresas existentes em Portugal. ◙◙ 72 GRUPO V - QUESTÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS EM TORNO DA PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E SOLIDARIEDADE (sala 2110, CPII) Coordenadores: José António Alonso, AISO. Miguel Bandeira, ICS, Universidade do Minho Dia 8 de Junho - 3ª Sessão - 14h30m-16h00m ALMEIDA, António J. e RODRIGUES, Vítor O IDOSO INSTITUCIONALIZADO EM LARES; CONTEXTOS E ASPECTOS DA QUALIDADE DE VIDA PAIVA, Élia A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE: O CONTRIBUTO TEÓRICO DE ANSELM STRAUSS PARA A HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE EM CONTEXTO ORGANIZACIONAL HOSPITALAR QUEIROGA, Susana ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PASTORAL DA SAÚDE, ANIMAÇÃO E VOLUNTARIADO 73 ALMEIDA, António J. e RODRIGUES, Vítor PAIVA, Élia Escola Superior de Enfermagem de Vila Real Centro de Estudos FORUM SOCIOLÓGICO – Universidade Nova de Lisboa O IDOSO INSTITUCIONALIZADO EM LARES; CONTEXTOS E ASPECTOS DA QUALIDADE DE VIDA Nas últimas décadas tem-se vindo a assistir a um envelhecimento demográfico da nossa população. Este envelhecimento tem-se vindo a verificar essencialmente a partir da segunda metade do século XX, intensificando-se nas últimas 2 a 3 décadas a nível de todos os países desenvolvidos. Curiosamente, ou não, num relatório internacional apresentado pelo U.S. Department and Health and Human Services (2001) e designado, An Aging World: 2001 – International Population Reports, os seus autores (Kinsella e Velkoff) afirmam que, após 2010, o número de idosos, especialmente os muito idosos, irá crescer de uma forma muito acentuada em todos os países e não só nos desenvolvidos. Em Portugal, o envelhecimento demográfico é também notório, prevendo-se que em 2010 a população com idade igual ou superior a 65 anos, atinja 17,6% da população total (Natário, 1993). Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e transversal, que teve como objectivos principais: - Identificar as necessidades dos idosos institucionalizados; - Conhecer o dependência/independência institucionalizados; nível dos de idosos - Identificar os aspectos que mais condicionam a qualidade de vida dos idosos institucionalizados; - Analisar que tipo de apoio os Lares disponibilizam aos idosos institucionalizados. A população que esteve que serviu de base ao estudo englobou todos os idosos (idade igual ou superior a 65 anos), que foram considerados aptos para responder (conscientes e orientados no tempo e espaço) ao formulário e que se encontrem institucionalizados em lares do concelho de Lamego. ◙◙ A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE: O CONTRIBUTO TEÓRICO DE ANSELM STRAUSS PARA A HUMANIZAÇÃO DOS CUIDADOS DE SAÚDE EM CONTEXTO ORGANIZACIONAL HOSPITALAR Partindo do pressuposto da existência de uma relação dialéctica entre a reflexão e a acção, encarando os seres humanos como reflexivos, criativos e activos e não como objectos passivos, submissos à forças sociais sobre as quais não teriam qualquer controlo (Strauss, 1992), defendemos o modelo dinâmico da acção de A. Strauss, segundo o qual os indivíduos, activos, respondem criativamente aos acontecimentos com os quais se deparam, logo, convocaremos as questões morais e éticas a par com o conceito de actor e de acção, isto é, traremos para a linha da frente das nossas preocupações o modo como é construído o sistema de interpretações dos motivos morais que, por sua vez, são invocados no contexto dos cuidados de saúde hospitalares, tendo em conta a maneira como os indivíduos se justificam face aos outros e face a si próprios, como justificam as suas acções e criticam as dos outros (Boltanski, Thévenot, 1991). Deste modo, o hospital enquanto organização cujo valor social é praticamente impossível de calcular (Nogueira, 1999:132) deve ser conceptualizado como sistemas de negociação permanente, onde é premente estudar a definição da situação (Baszanger, 1968), isto é, só um processo contínuo, assente em acordos tácitos, transitórios e condicionais, de arranjos não oficiais entre diferentes grupos profissionais em causa, personificações de ideologias e práticas (Nogueira, 1999), do modo de dividir o trabalho, permite o funcionamento de uma tal organização (Strauss, 1992), fazendo com que os próprios actores construam teorias sobre a sua experiência quotidiana, a extensividade e o possível sucesso dos processos de negociação e de gestão activa da sua doença (Strauss, 1992; Baszanger, 1986). Neste contexto organizacional, inscreve-se o conceito de trajectória da doença, progressivamente mais premente com o aumento da lista de doenças crónicas (Baszanger, 1986): a sociologia orientada pela e para a acção pretende compreender as acções e as interacções que tecem o desenrolar das fases da trajectória dos doentes e a articulação deste conjunto de tipos de trabalho e de tarefas (Strauss, 1992). Conceptualizamos o doente 74 como um actor do trabalho médico, assim como analisamos as diferentes partes deste trabalho do doente: o doente encontra-se engajado na quase totalidade dos processos de trabalho mas a sua parte é difícil de determinar pois não é um actor reconhecido (ibidem:33-34). Sendo que a maioria das doenças crónicas perturbam profundamente o conjunto da vida das pessoas por elas afectadas, estes doentes necessitam de um importante trabalho para fazer face a estas perturbações, um trabalho sem fim que se quer humanizado, justo e ajustado (Boltanski, Thévenot, 1991) e em detrimento da “industrialização [desumanizante] da produção hospitalar” (Nogueira, 1999), já que as doenças crónicas apresentam esta característica paradoxal: serem crónicas mas imprevisíveis, serem banais pelo seu prolongamento temporal mas constituídas por uma sucessão de rupturas (Strauss, 1992; Baszanger, 1986). ◙◙ QUEIROGA, Susana Assessoria de Pastoral da Saúde e Animação e Núcleo de Voluntariado do Instituto S. João de Deus ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS PASTORAL DA SAÚDE, ANIMAÇÃO E VOLUNTARIADO O Instituto S. João de Deus, Instituição Particular de Solidariedade Social gere 9 Centros Assistenciais, tem âmbito nacional e prossegue fins de saúde, de assistência, de reabilitação e de reinserção social, nomeadamente, nas seguintes valências: psiquiatria e saúde mental, alcoologia, toxicodependência, cirurgia e ortopedia, medicina física e de reabilitação, e prestação de cuidados em geriatria e aos sem-abrigo. No sentido de continuar a melhorar a prestação integral destes serviços de saúde, foi constituída a Assessoria de Pastoral da Saúde e Animação, em 2001, e o Núcleo de Voluntariado, em 2003. Visam, como metas, a organização de um serviço que responda às necessidades espirituais, de lazer, cultura e informação dos utentes, e a organização de uma estrutura de voluntariado adequando as necessidades da Instituição e seus utentes, com as aspirações dos candidatos a voluntários. Estas respostas inserem-se dentro de todo o plano de actuação, passando, por conseguinte, por todas as equipas de prestação de cuidados e serviços, de uma forma transversal, numa óptica holística de intervenção. O desenvolvimento desta organização tomou lugar a partir de um conjunto de formulações teóricas, que enquadram e conceptualizam a base da assistência integral prestada nestes centros. Tiveram como base, a filosofia da instituição, o seu enquadramento na prática religiosa, a estruturação integrada num contexto internacional de actuação, bem como todo o conjunto de reflexões produzido desde há 20 anos, no caso da Pastoral da Saúde, desde o pós IIª Grande Guerra Mundial, no caso da animação sócio-cultural, da participação cívica e democracia participativa, no âmbito do Terceiro Sector, na área do voluntariado. Essas formulações precederam a criação de um conjunto de instrumentos, que vieram por sua vez estruturar uma acção que, até então, se fazia de forma empírica e pouco reflexiva. Todo este conjunto de teorizações e procedimentos originaram a estrutura que vigora nos três domínios, denominados de “Acção Estratégica”: Assistência Religiosa, Animação e Voluntariado. No que diz respeito aos dois primeiros, foram aplicados, como instrumentos de trabalho, um Questionário de Levantamento de Necessidades, Ficha de Acolhimento e Ficha de Acompanhamento. Quanto ao voluntariado, foram constituídos os seguintes instrumentos: Modelo de Gestão de Voluntariado, Tipificação de Projecto, Projecto de Voluntariado, Ficha de Avaliação e Guia do Voluntário. O plano de acção, que articula a acção estratégica com os instrumentos referidos, renova-se através da formação permanente e da avaliação constante. Como esta sistematização assenta sobre os pilares da participação, saúde e solidariedade, julgamos pertinente apresentar os seus conteúdos como contributo de reflexão no âmbito do grupo temático “Questões teóricas e metodológicas em torno da participação, saúde e solidariedade”. ◙◙ 75 GRUPO V - QUESTÕES TEÓRICAS E METODOLÓGICAS EM TORNO DA PARTICIPAÇÃO, SAÚDE E SOLIDARIEDADE (sala 2110, CPII) Coordenadores: José António Alonso, AISO. Miguel Bandeira, ICS, Universidade do Minho Dia 9 de Junho - 4ª Sessão - 14h30m-16h00m FELIZES, Joel GOVERNAR A PARTICIPAÇÃO E A SOLIDARIEDADE: PEQUENO MANUAL DO UTILIZADOR RABOT, Jean-Martin CIDADANIA OU SOCIALIDADE? 76 FELIZES, Joel ICS, Universidade do Minho GOVERNAR A PARTICIPAÇÃO E A SOLIDARIEDADE: PEQUENO MANUAL DO UTILIZADOR Esta proposta vem na sequência de um texto apresentado no XVII Seminário, de Valência (“A complexidade ausente: o modo como os líderes locais vêem a participação e o conflito em Portugal”). Agora, propomo-nos recorrer a alguns exemplos do modo como as instituições promotoras de iniciativas no âmbito da participação e da solidariedade vão lidando com estes “desafios”. A tese é a da existência de uma política de moderação, de contenção das dinâmicas conflituais ou contestatárias da participação (que, por isso, se prefere disciplinada) e das dinâmicas também conflituais, mas igualmente consumidoras de recursos, da solidariedade. Tenta-se, para este efeito, recorrer a uma tipologia simples dos níveis de participação (disseminação de informação, consulta pública, participação activa), bem como dos níveis de actuação solidária (e.g., privatização, parcerias em pequena escala, parcerias em grande escala, Estado-Providência), a confrontar com alguns exemplos de programas de acção política ou mesmo regulamentos emanados das entidades promotoras. O objectivo é o de tentar mostrar o modo como estas dinâmicas têm vindo a ser efectivamente “governadas”, defendendo-se a ideia de que recentemente pode ter ocorrido, em Portugal, um efeito de colonização da “sociedade-providência” pelos poderes públicos e semi-públicos, que assim parecem ter descoberto nas chamadas políticas sociais uma outra forma de se afirmarem. ◙◙ RABOT, Jean-Martin ICS, Universidade do Minho CIDADANIA OU SOCIALIDADE? Nesta comunicação, pretendemos mostrar que, na pós-modernidade, o factor de agregação das pessoas e, por conseguinte, de integração das mesmas no seio dos grupos sociais e da sociedade global, é mais tributário da socialidade, que resulta de uma fusão que se faz na base de uma identificação afectiva, do que do princípio de cidadania, que procede a uma reconstrução do social na base de um desígnio racional ou de um projecto normativo. Por outras palavras, temos que compreender a estruturação social a partir da expressão dos sentimentos e das paixões, e não a partir de princípios abstractos e universais que ignoram por completo o politeísmo dos valores que caracteriza a vivência pós-moderna. 77 ORGANIZAÇÃO: INSTITUTO DE CIÊNCIAIS SOCIAIS (ICS, UM) ASSOCIAÇÃO IBERO-AMERICAQNA DE SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES (AISO) MESTRADO EM SOCIOLOGIA DA SAÚDE (MSS, UM) MESTRADO EM SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES (MSO, UM) NÚCLEO DE ESTUDOS EM SOCIOLOGIA (NES, UM) DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA (DS, UM) PATROCINADORES BARBOSA & XAVIER BÚSSOLA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGA DELTA CAFÉS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA - UM FCT – FUNDAÇÃO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN GLAXOSMITHKLINE GOVERNO CIVIL DE BRAGA ICS/UM – INSTITUTO DE CIÊNCIA SOCIAIS MONTEPIO GERAL NES – NÚCLEO DE ESTUDOS RTVM – REGIÃO DE TURISMO VERDE MINHO 78