Relatorio dos trabalhos de botanica e viagens executados dur

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Commissão de Linhas Telegraphioas EstrategioaB
de Matto-Grosso ao Amazonas
ANNEXO
N, 4
RELATORIOS
DOS
HObOlhOS~e IKltonico e vlouens elecUlodos numnte os OIlll8S
de 1908 e 1909
APRESENTADOS AO SR. TENDiTE CORONEL [lE ENGENHARIA
Candido Mariano da 8lÏva Rondon
Chefe da Commissão
POR
R'IO DE JANEIRO
~13U
1916
Oommissào de Linhas Telegraphicas Estrategicas
de Matto-Grosso ao Amazonas
(Publicação
n. 28 I
ANNEXO
N. 4
RELA TORIOS
U()"
lm~mMs~~ MWni~~~ vi~~~nS~x~~UIM~s~umnW~s ann~s
~e\908
Af'¡¡f SEHA\lOS
1909
e
AO SR. n.M.InE.
CO¡¡OSEI.
!W. F.r;Gr.~HARI!.
Candido Mariano da Silva Rondon
Chefe da Commissâo
RIO
JANEIRO
DE
1916
1Ai;I_U
I;,
·')lf'>LIOlI:CA LUI';
'.,
RfHJB! _..\~f".
:".
,',Mí': ;\RANGC
CATALOGACION
TaJos
os direitos reservaJos
PUBLICAÇÃO
N. 28
ERRATA
Na pagin'l
IH, linha sexta em deante,
Na epoca em que fizemos
Pago 14 linha 7 de baixo, leia-se
17
ao envez
do que está leia-se:
esta viagem já observam JS os primeiros
EzelirlO
leguas).
etc.
em vez de F:uzehio
5
I/ydromystria
6,.
Spruceaf1a
i7
H .,
,Helvilla
"
melvilla
18
3 "
HumholtiarlU
..
Hurnholdziaf1a
Curatella
"
Cumteilia
17
"
21
"9,,
21
,,13,.
Spl/('(1ostigma
Ifydromistria
"
,.
spraceana
"Splzef1ostiga
22
3
Hroflgf1iarlti
.,
Brof1gfliarthil
22
5 ..
Curatella
.,
Curatel/ia
35
,,18
39
39
43
..
3
5 ..
"12,,
44
,,21
51
"J
..
O •.
SelaKif1ellaeeas
..
Scl/a¡;inel/aeeus
princeps
"
priceps
aeuleata
..
aculata
St'/aginellaceas
..
Scl/aginel/aceas
latollá
"
labotá
Bromeliaceas
.,
RromelinGceas
RELATC)R10S
I
RELATORIO
NO
DEI.'OItRER
DOS TRABALHOS
DA
ULTDIA
E
YlAGE:\,g
METADE
DO
~~XEC¡;TADAg
AN:>IO
DE
1908
POR
F. C. HOEHNE
ROTA!\'ICO
DA CO;\-IMISSÃO
ESTRATEOlCAS
1m
APRERE!'\TADO
Dr. Candido
DE
LIXHAS
MA'I'TO-GR08S0
AO TE~E!\'TE
Mariano
TELEGRAPlIICAS
AO
CORONEL
da Silva Rondon
D. D. CHEFE DA COMmS8ÃO
R. Lui"
ti.· CI\l'ereS, 18 <IP. Jl\nniro
01A7.0:-<AS
de 19{)(l.
Ten¿níe
Coronel
0r. Candido ./VZarianoda }ilva !/iondon
D. D. Chert: da
de J .¡nhas Tclcgraphicas
CllmmissAo
Je l\latto
Respeitosos
Grns~o
ao
Eslrategka~
AlllB/ona:o.
cumprimentos.
J unto a esta, tenho a honra <le apresentar-vos
orela
torio dos me liS traba] hos exeell tados
no
decorrer do anno proximo findo, isto (~, d(' 2() de
Maio de I()08., data em que fui nomeado
para ()
carg-o quc excn:o, at(', 3 I de Dezemhro do ml'smo.
De V. Ex." Adm.dor
e Ami¡.>;o
fi'. C. JI ne h l/e
llot:1.nîco
S. I.uiz de Caceres,
em
18
da
('ommi"
de Janeiro
...,lo.
de
I~09.
RESUMO
F:-:CURSÕr:S
ASPECTO
(;ERAL
IÜ:s CLTA[)()S
j)A
RFCIÃO
ATRA\"ESSADA
EXCUR.SÜES
FElT AS
I':st;].nrio a cxcrr.cr o cargo de J ardillC'iro Chefe
no :M llseu ~ acional do Rio de J ;].neiro, foi-nos
apresentado,
em M aio de ¡C)oR. pelo nosso distincto
amig-o Dr. !\lipio de I\'Tiranda Ribeiro, ü mnvitc,
que o Tenente
Coronel Dr. Candido
\bri;1no
da
Silv;]. Rondon,
Chefe da Commissão
de l.inhas
Tdeg-raphi(,éls
Estr;\(eg-icas
de ?vIatto-Crosso
ao
Amazonas.
!lOS faz;;]., para acompanhar,
como auxiliar !Jotani('o, os trabalhos
da mesma Commissão.
Dl~sn('r.cssario (", dizn, <jue t'ste honroso convite foi
para n(ís mnito bClllvindo.
De ha muito (ksciavam()s,
ankntcmentc,
fazer
um;¡ via~l'm mais demorada
ao ;ntn;()r
do nosso
pail.; não só, para mclhur o conhecer quanto a sua
tão rica nora e extensão, mas, tamlH'm, para ;1[H'r
fciçoar
mais os nossOS estudos
]¡o(;].nicos, visto
sermos ainda um nov;(:o na sc;cl1cia de T.illlH'U.
J\("("ede~mos pois, com
maximo prazCT, ao
convite e sendo nome'ados no dia
do mesmo me!.
para o ("arg'o, tomámos posse no dia 26, Ag-nardando
ordens e adquirindo
o material indispC'nsavel
para
(. serviço, tivemos rie nos demorar ainda um ITWZ IW
R io de J anciro.
X o dia '.n de J unho estava providenciado
tmlo,
pelo que tomÚmos passag(~m para o vapor cc J npitt'f
°
~s
J)
12
do Lloyd nrasiJ('irn e nelle emh:lrr.;ímns com destino
;¡ :\1 ()lllevidto. I ndo com o T)r Aipio de Miranda
Rilwiro, f]ue filra nomeado zooJogo c Dr. Cicero de
Campos, geologoda
mesma C)mmissão,
como
companheiros de viagem, tudo correu alegre c, sem
mais novidades; em poucos dias, chegámos, ao bello
C'stllario do Prata, onde, no porto de Montevidéo,
transbordámos todos para o Il J a'lary ll, um novo
vapor da mesma empreza, que faz:a a sua primeira
viagem, levando a seu horda o Dr. Bllarque de
Maccelo, director da Emprcza. C'heg;í.mos, assim, já
no clia 19 de Julho, a Corumhá, ql.C: é o porto mais
importante do Estado de Matto-Grosso.
Em Corumbá, fomos ohrigados a demorar
alguns dias, esperando conducção para S. Luiz de
('aeen>s, onde, segundo as ordels do TenenteCoronel Rondon, seria o pont0 para as nossas
primeiras operações c pesquizas. O tempo, c¡ue
assim fomos ohrigados a permanecer em Corumbá,
foi bem aproveitado;
fazendo diversas excursões,
em companhia do zoologo, aos arredores da cidade,
conseguimos colher algum material bastante interessante.
Aproveitando umas chatas, que eram rehocadas
peIa lancha Il Tac¡uary ll, com as quaes o Tenente
Firmino Portugal transportava um contingente de
soldados para a Commissão, partimos no dia 3 ,de
Agosto, de Corumbá, chq;ando no ::lia IO do mesmo
mez a S. Luiz de Caceres, onde fanas muito gentilmente recehidos e instal!ados no deposito da Commissão, pelo muito illustre Ten<~nte Emm;¡nllel
Silvestre do Amarante, dig-no
ofiîciaI da mesma
"
Commissão.
13
Em S. Luiz de Caceres continuÚmos a colher
malcrial, fazendo, para isto, muitas e pequenas
excursões aOS arredores da cidade . .Nestas excursões
cramos na maioria das vezes tambem acompanhados
pelo nossO amigo, {) zoologo da Commissão, que
com us seus tiros certeirus abatia para sua colleção
passaros c demais animacs que encontravamos.
Em S. Luiz de Caceres, encontrámos
dois
cavallos pertencentes á Commissão, os quaes fôram
pelo Tenente Amarante postos a nossa disposil,:ão;
nelles carrcg'ámos, nu dia 27 de Ago::;to alguma
bagagem e material para trabalho e seguimos, em
companhia do wulogu c g'cologo, para a fazenda da
J acubina. N o trajecto até á Jacobina conseguimos
colher bastante material. E' esta uma região muito
rica e bastante interessante no que diz respeito á
sua vegetação.
N a fazenda da Jacobina, o Sr. João da Vila,
proprietario da mesma, nos recebeu com prazer,
danelo-nos hospedagem em sua casa durante os dez
dias em que ali estivemos trabalhando. Durante a
nossa estadia em Jacobina, tivemos o ensejo de visitar, em companhia do zoologo, duas grutas; a do
Quilombo c a chamada LÓca da Onça, das quaes a
ultima t: bastante interessante c historica, pois diz-se
que serviu de aLrigo, por espaço de dois annos, ao
chefe da celebre Sabinada da Bahia. Este depois
morreu e foi sepultado na capella da Jacobina na
fazenda do mesmo llomc e que talvez tenha alguma
relação com a dieta do Estado da Bahia. Em 7 de
Setembro regressámos a S. Luiz de Caceres, trazendo alguns ;mimaes que adquirimos por compra,
naquella fazenda, do Sr. Salomão j\lves Correia c
14
com os quaes esta vamos melhor preparados
novas excursões.
para
Con el uindo a prepara\ão dcfini tiva do material
collig-ído na Jacobina c caminho até lá, e, colhendo
novo material
nos arredores
de S. Luíz de
Caceres, visitando o Ciráu, Pir<:pitanga, Bom
Jardim, Espinhal, Lava-pés c outros lagares proximos da cidade, permanecemos ne~;ta até o dia 2
de Outubro. Neste dia acompanhámos o zoologo em
uma visita feita ás grutas da Fazendinha e do
Pyrisal.
No dia 5 de Outubro sahimos de S. Llliz de
Caceres em uma excursão para () sul da cidade, feita
em companhia do zoologo. N (~sta excursão, que
durou oito dias, visitámos, num pcrcur~,o de duzentos
c vinte um kilometros os seguintes lagares ao
sul de Caceres: A fazenda da R'~sacca, a do
AU;Icuryzal, a do Paratudal,
a de Agua Limpa,
Buraco da Fllma<;a e ainda as grutas da fazenda do
T ucúm.
De 13 até 24 de Outubro
p,:;rmanecemos
occupados em S. Luiz de Caceres.
Em 24 de Outubro partimos com o zoologo
para o rio J éluní, afim de irmos até o primeiro
salto do mesmo. Servia-nos de conduC\:ão a hIncha
" J uruena » da Commissão, cujo machinista era o
Sr. Euzebio H.osas, e que levava a reboque um
kltclão.
Com estas embarcações fizemos a vIagem até
Forto Esperidião.
N este ultimo porto fomos obrig<ldos a fazer
voltar a citada lancha e a fretar uma pré!l1cha tripulada, do Sr. José J orge, com a qual fumos então
15
transportados
att; a IJcdra
Branca.
Em Peclra
Branca procurÚmus esconder a nossa emoarca<;'ãu e
bagagem,
dos ulhos dos indios,
enfiando
tmlo
debaixo da ramagem da margem do rio, puis não era
mais possLvcl vencer a correnteza
do rio. Conti·
nuámos a nussa eXI)loracão I)or terra ao lonero do rio
atravessando
brejos, pé\.cÚvaes, corrq;os
e riachos,
em mattas infestadas
de tac¡uarinhas,
atravez das
qllaes abrimos o nosso caminho;
ao fim do sexto dia
de sacrificio chegamos ao primeiro salto do rio J aun'!.
Esta
cachoeira,
como poderiamos
chamar
este
pequeno
salto, fica a dez leguas acima de Pedra
Branca, que é o lugar atl'~ onde conseguimos
chegar
com a pranch;]., empurrada
por seis varas.
l)C volta do Salto Alegre, pois assim se chame)]J
o salto visitado, a viagem foi muito mais rapida : em
um di;]. alcan<:;ímos o nosso pouso de Pedra Branca
c em mais dois chcgÚmos ao sitio do Sr. J osé Jorge,
que fica algumas voltas abaixo de Porto Esp(~ridião.
Alli cntrcg{m1Os a nossa prancha c nos transportámos por terra at{~ a CaissÚra, de onde fomos levados
com uma canlla. até S. Luiz de Caceres, alcançada
no dia 20 de rkzembro.
Durante o resto do armo estivemos OCCUPéldos
em S. r .uiz de Caceres, concluindo a preparação
do
material
colligido
e colhendo
novo nas cin:umj acencias da cidade.
N as nossas cJiversas excursões ùe S. r .1Iiz d(~
Caccres para os diversos
pontos
visitados,
cami·
nh;'I1nos 3{)h kilol1ldros
pllr :lgua, 3S4 kiloll1<'tros
a cavallo c ~36 él p(\ perfazendo
assim um total de
1026 kilomctros
percorrid os.
1
,,:-,'
ASPECTO GERAL DA REGIÃO
ATRAVESSADA
Uma das cousas
do riu Para.~lJay,
sul¡i··
amos
pdu Jl]esmo,
loi a grande
quantidade
de
ollllaloln,
vcrdaùc:jr~ls ilhas fluctuantes
com <¡LIe
cncontr;'mws em todo u percurso du gr;lllde rio.
Estas ilhéls flllctuantes,
CjlW o povo do log-ar,
appclidoll
de « Cam~¡]I)tc
o que t;t!vc/. scj::t uma
adllltcr~l(:ão
de « Chamal()tc » do
Camclotum
»
do latim, q ue ('~tecidu de lã c seda.
São formau()s
pur diversas
plantas
aquaticas
illJl'Íuatllcs
üu de cauIe
lluctIJ;lI1lc;
sendo
ndbs
mais rcpres('nt;ldas
;IS seguintes
plant;)s:
/:'iddwmia ({.:;utca, Kunth.,
h'idt!lOr¡¿ia uassijJ(:s,
(.Mart.) Solms.) j)ullfr.rlnia
undijo!ifl
.. :VTart., ¡Jo/d.
que mais prendeu
interessantes
a T\ossa allen<,'ão, emqLIal1tl)
)l,
l(
OZ.'fltiS,
Mart.,
jJOlygOllUIIt
flOIJJlillatltl/l,
lI. B.K.
c
fragmentos
da ('u/hoz /l/.r,¡,,'illa, Lell., que são mantidos juntos
pelus caules e rhizomas
grossos
c
int1atos da LIl::¡ola s}rw:(,([lla, Bcnth.,
sendo
os
intersticios
(}('('up::tdus peja /1)'d1'OIltislria
stotolli·
jerra, C. F. \V. Mey, ¿Lola jiÜ{:,,/o¡r/r'.I. Larn., e
11/ otl/ia Imzs¡¡¡r'lIsis. \Vt·dd.
Est;lS »];I11tas dese1lvolvem-se ern gTallde massa sobre il superficie (bs
bahias, recantos c cnseadas formadas peln rio e, são
18
dali arrastadas pelas aguas, que nos meze's de MaioAgosto começam él escoar-se para ;l parte mais baixa
Jo rio (depois da enchente tcr attingido o seu atlge
na região do grandc pantanal, que se extende de
Corumbá até Caceres, numa horgura de muitas
leguas. Na epoca em que viajámos pelo rio Paraleguas ).
Observámos os primeiros car.lalotes no oceano,
quando ainda não tinhamos entrado no estuario do
Prata. N o rio se tornavam algumas vezes prejudiciacs á marcha Jo vapor em quc viajavamos. Não
raras vezes eram os marinheiros obrigados a desemoara<,'ar a prôa do vapor dos mesnos, afim de ootermos melhor marcha,
Para cmbarca<,'õcs menores estas ilhas fluctuantes podem causar serias difficllldades,
Muito interessantes são tambem as lindas formações da ('of{'mida ari/rra, Mart., a palmeira que
no norte do Brasil chamam de « CarnaLÍba » e que
aqui conhecem por (C Carandá
Ella occupa as
margens mais firmes rio rio Paraguay até Commbá,
e tamhem as de tima parte do rio Paran,i, formando
grupos quc ;is Vczes o(,ctlpam algoumas legouas em
quadro. As sllas esti¡)('s muito din~itas (' rigis'iimas
são bastante aproveitadas para toda a sorte de constrw\ões, o <jtlCtem contribuido para a grande devastação delIas, como notámos em muitos logares.
)J,
N os terrenos mais baixos OCoparte baixa do rio
Paraná, appareccm lindas form;u;:ões de cc Sauce
(Salix Humboldziana, Wild.), Cjte occupam grandes
extensões das margens. Acima de Assumpção os
lagares mais baixos são occupaclos por especies de
)1
19
17/omaas, /l1gds, FupllOrhiau'as,
intercaladas
dC'
Cy jJaaceas, (J'ramill('as e di vcrsa~ esp('cie~ dl' ,')'âla¡¡tiIIOlS, principalmente
('{¡[allu'as e/I rlinJIIÙrs.
Na n:gião occupada
pelo (;r;-¡ndt: Pantana!,
a
fl(íra ~ exclusivamente
paludicola
e hydrophila.
As
mattas são muito sujas, contendo muitas especies de
f,egullli1tos('as, ¡11omceas e são, em geral, ricas de
palmeiras
armadas,
f)r:smollclls,
que cxtendem
as
suas l'stipes
subscandcntcs
entre os ramos das
arvores mais altas. I1ar:Lris e Astrourryas
associadas
rom ,<.,'rl{'ria j1agrll7tlll, Sw., infestam os claros (' contornam as mC'smas, zomhando,
com (1S espinhos e
folhas rijas de selira, do naturalista
que os queir;-¡
cxplor;lr, no que aind a são a u '(iliados pelo pan tano
ou tremC'cbl C]IW os circumda, no qual rullulam
os
acan~s c as Sucurys.
Ao approximar-nos
da barra elo rio J auní,
g-rande contribuinte
que cae pela direita do rio Parag-uay, notamos que as mattas das margens são mais
c\e,·adas. As plantas voll1vcis orrupam um log-ar de
dl~staql1c: geralmente
as mattas ostC'ntam na mar
~('m elo rio llma tal quantidade
de !pOll1ras trepa
cJciras qU(' ellas ('heg-am a formar uma vC'nlac1eira
parede verne ao long-o do mesmo, vc(lanc1o desta
fórma a vista ao interior dellas. As Rac/ris são ali
lTluito frequentes e são, ramo os f)rsmonrus
e Aslror.ar)'as, os g-cnerns de palmeiras
melhor
representados em tneJo o Estado.
A parte baÎxa do rio Jal1ní, cm narla c1iffere do
rio Paraguay.
O terreno, ora mais elevado (' firme,
ora b{lixo c alaQ"adi(:o extC'nrlc-sc at(~ muito long-c.
Acimél do Barranco
Branco,
pon~m, o campo
extendese
as vezes até a margcm do rio.
J
20
Em Porto Esperidiãn () rio J;¡lIn', j;í (. bastélntc
mais correnttJs(), él matta da] i para cim;], <: m;]is al ta,
o terreno mais firme; desapparecem com isto ;lS
P01Ztcdcrias, que até a confluencia do rio A¡;uapehy
ainda são bem representadas pela Pont. ardi.folia,
Mart. As margens do rio são ornadas, <]llasi qlle
em toda a sua extensão, ('om eSlwcics scandcntcs de
Cissus, Canavalia ICllta, Beuth, e Ari;;toloc/lia
jauruc1lsis, floelme (sp. nov.), conhecida por « Papo
de Perú n. As mattas, muito ricas de rnadcir:ls
preciosas, plantas mcdicinacs e ornamcnt1es, são
raracterizadas
pelo apparccimento
da U ragó f!Jl
iprraOUlllll(f,
Baill., ;¡ « Poaya n, c¡ue c1cu nome a
mesma. Em aJg-IlJ1S Jogares salientam-s~ sobre
as demais plantas as magcstosas c6pas da brlla
Orbignia speciosa, Mart., o Auassú, que predomina
em toda região desta grande matta. Não é raro
tambcm a Iriartea rxorrhiza, Mart., o « Castiçal Jl
Clue apoia a sua estipe sobre as g-rossas e armadas
raizes adventicias que se extendem para os lados em
toda a roda até a I m ou I m,50 sobre o solo, escorando-a á maneira do que fazem as de algumas
('sprcies de Cecropias. U ma arvore bastan":e ahundante ali é o A1yrospe1'11umz eryt/z.roxylu.m, vlll~Flrmente conhecida por « Balsamo 11. O « J atobá »
(Hymrllaea curbaril, L.) attinge dimensões g-ig-antescas. « Jequitibá»
(Cariniana brasiliensis, Cas.)
enc.ontramos com mais de 20 metros de comprimento
com um tronco de mais de 2m de diametro. Além
destas abundam, o l( Páo de Oleo », (I Mlllateira »
e a « Araputanga » cuja madeira comparavel á do
cedro, é muito empregada na construc\ão de embarcações. São muito frec¡uentes, em toda esta matta,
21
plantas epiphyt;].s.
Em ilh:ts abaixo ela Pedra
Branca
Cllnl11tramos
o Flirl{,//(/T1t/lt
,'IL'tj>aT/tm,
J -ind., ¡".'tirl('Jl{/Tlflll 'l/arlr'ga!ulll, Hook. e ,,,'obralias
que não se achavam em fllîr.
;lS
A Il Poa)';].)) ([Jmgoga
ij>nlTnralll/a,
R\il1.)
ronstituc,
COInO já dissemos
m;].is acima, a prin('ipal ric¡uf't.a daquella matta; an lado della ('n('ontra se tamhem a (( Sals:tparilha
)) (!!nrnia
salsataril/w,
1\1art.) c muitas olltms plantas meclicinaes
que ainrla não foram exploradas.
Em l'orto Esperieliãn, o terreno, um tanto accidentado,
t bastante
pedrq;lIlhento;
(';].mpos com
moitas maiores ou menores de matta se ('xtendem
att ao rio Ag:uapchy e a muitas leg-uas na dirccção
da cidade
de Matto-( ~rossn. l\ os log"ares In:tis
baixos, nas deprcsst>cs do terreno, onde Sf' form;¡m
lag-(¡;1s t('mporarias,
appareccm
formações
ele Cyj>rTl(s e de Tlwlia
g('Jtiotfata,
I".
Os ('ampos são ricos cm COJ7/.j>ostas,apparccendo
nos log-arcs mais l¡aixos
o S j>!trllos/iga
gralllill{'/tllI,
Spc. Moore (' tambem
uma nutra
Irir/aaa,
talvez nova especie do genero
Zl'gr'//a.
As Vorll)'.lla.\" Qua/ras e Calfi.I/!t{'J!Ps são muito
frequelltes
(' ('onstituem
('om ;1 C7fraLdlia
alllNiUl/la, 1 •. as arvores
mais ('mnmllllS dos campos.
~os !a!!,os observamos
especies de {l/rindarias.
O
,<"{('/wrril1'lIdms maaall/llIfs,
Cog:n. e o / / %s/ylis
r{,lli/ormis,
f)¡tr/d.
appareccm
com frcquel1ria.
S. Luit. d(~ Caceres
( ('('rcada
de
cerrados, os q uacs ('sta vam, durante él nnsssa
aJi, muito S('CC05; via se entretanto
em
log-arcs inrlicios de 'Ille devem ser em Olltras
r;1mpns
~stad ia
muitos
epocas
22
do anno, bastantc regados por lag-oas temporarias
e correntes passagciras de agua; notámos que a
vegetação destes logares citados cra. hydrl)phila.
Encontr;ímos restos de Eïc/¡/wmias e outras plantas
aquaticas quasi mortas que jaziam semi-sepultadas
nos citaoos log-arcs, esperanoo, naturalment~, que
as janellas dos ceus se abrissem para lhes fcrnecer
o elemento pclo qual rcsuscitariam para continuar a
reproduc\~ão da especie. Estes cerrados confinam
com os ccrradõcs dos pequenos morrotes que se
levantam a alg-umas leg-uas da cidaoc. A serra do
Quilombo, a mais alta c interessante, dista tres
leguas da cidade.
N os logares em que se encontram os leit·}s das
correntes passag-eiras, o cerrado se torna mais
fechado, as arvorcs são carregadas de plantas
epiphytas, taes como 071cidium crbolcta, Schwartz,
li:pidclldrulll
varÙ'galum,
Hooker.,
TillaJ..dsias,
Vricsias e muitos ¡-iclzrJls.
Ao sul de s. Luiz de Caceres, região que
percorremos em Outubro de I908, os campos são
encantadores;
quasi sempre levemente aCI~identados, têm os cumes das pequenas serras e parte dos
valles cobertos de moitas ou capões de mattas em
que predomina geralmente
o Auacury (Altalea
plzalerata e Alt. pricrps. Mart.) e todo o resto é
quasi completamente
despido de arvores, I)stentando apenas, cá e lá, um « Timbó»
(li/agonia
pubescens, St. Hi1.) ou uma « Lixeira» (Curatellia
americana, L.). Encontrámos alIi o « Maquiné »
(Z amia bro1Zgniartlzii, Wedd.), diversas especies
interessantes de Cyrtapodias, Galcandras e Amaryllis.
23
Os campos
da
lI1tcressantc c talvez
Cham. et Schlcchtd.
por
re
()//I'idl/illl
I.ing'ua
J acohina
muita
cousa
nova, o FrYllgiulIl
prisLis,
que vulgarmente
conhecem
de tucano»
Ill.flrm
têm
I}('/all/Ill,
r.ursii, Cogll. são egualmente
foi
eJl('ontrarlo
Lcl1. (' a
/J1r/il!
frequentes.
:di.
Nor/ri-
O
RESULTADOS
.l.: nos, no momento, impossivcl precisar ex;\ct;¡mente o numero de especies colhidas
durante o
tt'mpo em <]lIe estamos colkcionando
neste Estado;
porqlle não usamos nllmCrar as nossas plantas por
('species, mas sim por exemplan's,
pois sÓ dl'sta
f¡'¡rma, poderemos evitar repcti<;()('s (' sempre teremos
(' numero exacto de specimens colhidos;
podemos,
entretanto,
garantir, <¡ue temos mais de trezentas e
cincocnta
especies diversas
de pJantas
macrOscopicas, que são representadas
por mil e vinte c tres
specimens.
Raras são as especies representadas
por
um sÓ exemplar, alRumas o são at(. por oito. Succede
tambem <¡lie lima Oll Olltra especie tenha Llh'ez até
10 exemplares
e isto acontece
sempre que uma
mcsma es¡wcic tenha grande clis¡lt'rsão c, neste caso,
ha toda a conveniencia
em 'Ille scia colhida cm todos
os Jogares que app;m'{'er, pois isto, 115.0 sÓ trar;'l luz
sobre a distrillUic:ão gcographica
da mec;ma, mas
tamhem, sobre a slla variabilidade
no mCJ() em que
(', encontrada.
Pensamos
ter alg'um material novo cie ()rc/¡ir!arr'rl,l,
/1 risto!or/lian'([s
c j)assi(lo1'(l.'.
('olhemos
tambem
uma
f)rosa([
c diversas
UtrÏtll!fl1'ias
bastante interessantes.
26
Todo c¡te material ('ollig-ido at(~ 3 I de Dezembro, foi preparado e montado definitivamente e,
acondicionado em caixas hermeticamente fechadas,
remettido para o M L1SCU N acional do Rio de Janeiro,
onde, segundo instnlc\'ões do Chefe, deverá ficar
guardado at(~ a concl usão dos estudos a que darão
lagar.
S. tuiz de Caceres, em 18 de Janeiro de 1909.
F. C.
HOEH~;¡':.
II
RELATORIO
EXECUTADAS
DOS TRABALHOS
~O
DECORRER
E
YIAGENH
DO ANNO
UE
190U
POR
F. C. HOEHNE
BOTAXICO
DA CO;\DIISSÃU
ESTRATEnICAS
DE LINHAS
IH:
MATTO-GROSSO
APRESENTADO
AO TE:\'ENTE
Dr. Candido
Mariano
D. D. CHEFE
Rio de Jfmeiro,
Janeiro
TELEGRAPHICAS
AO A;\lAZ(}~AS
CORONEL
da Silva Rondon
DA Co;\DIlSSÃü
ùe 1910.
RESUMO
hTROm"rçAo
EXC:CR:';ÕES
ASPECTO
MATUHAL
F VIAGF.:-\S
ca:RAL
DA R~C;IÃO
COLLlCIDO
ATRA\'ESSAIJ.\
INTIlODUCÇÁO
Tendo
apresentado
em o nosso relataria
de
JC)oR a
descripção
dos trabalhos
daquelle
anno,
faremos
neste. apenas
a relação
dos que foram
executados
durante
o anno de T90<). Quanto ao
material coIhico, julgamos,
entretanto,
de proveito
dar uma relação geral de todas as especies e numeras
de specimens que temos reunido até a presente data.
Crand e parte d o nosso tem po foi perd ido nas
viagens;
sÓ para nos transportarmos
do Rio de
Janeiro a S. LlIiz de Caccres perdemos 42 dias em
viagem, gastando
para a volta 63·
1\ grande difflc.lldade
para a Iocomo(;ão concorreu muito para que não c:onseg-uisscmos
fazer
mais do que fizemos. Somos entretanto
muito g-rato
ao nosso distincto Chefe por ter sempre facilitado
tudo na mcdida do possivel c, si, realmente,
("O!1se
guimos realizar
alguma ("ousa <¡ue seja dig-no de
louvor, o devemos, exclusivamente
á sua bÚa vontade e au seu interesse pelo servi<,:o de <¡ue somos
encarregado.
EXCURSÕES
E VIAGENS
Em 1:2 de Fevereiro
de 1909, tendo feito e
apresentado
u nusso re¡atorio
ann!!al de 1908 e
despachado
o méltcrial reunido até então, lcvantÚmos o nosso acampamento
de S. LlIiz de Caceres
para nos transportar
a Tapirapôan,
que, segundo
urdens
do nosso Chefe,
seria a nossa segunda
esta\~ãu para trabalhos.
1\s nossas
bagagens
haviam
sido enviadas
pur intermedio
da Casa J OSt~ Dulce & C. para
o porto de Tapiraptlan,
por agua;
nós fariamos
a viag-em por terra em cumpanhia
do zoologo
Dr. Alipio de Miranda Hil)('iro. yJont;lmos pois c
seguimos viagem, akançando
ainda no mesmo dia
Barranco Alto. Dois dias mais tarde pass;ímos por
Portu do Campo, (: no seg-lIintc por Porto d05;
Bngres. Proscgllindo
então pela estracla aberta pela
('ommissão,
{'heg-;í11(IS com mais rJois (bas a Tapirap<Jan, unde fomos g't~nti)mente recehidos
pelus
Srs. Tenente
Jos<'~ Pinto da Silva, encarregado
do
deposito e Benedicto Canavarros,
pharmacentico
da
mesma Cummissão.
IIma vez instaIlados,
comc<;amos os trabalhos, fazendo, diariamente,
coIlecções
de vcg-etaes pelos arredores do log-ar. A época era
magnifica,
visto que Março é o mez das flores;
34
conseguimos por isso reunir uma bella colIccção em
poucos dias de permanencia.
Em Tapirapôan o zoologo ~,eparou-se, tomando
outro caminho e nós partimos dali em 6 de Abril
em demanda do J uruena. A nossa tropa, tacada por
dois homens, compunha-se apcnas de sete animal's c
transportava, não só a nossa bagagem e material, mas
tambem os viveres necessario s para a viagem e a
estadia no J uruena.
O nosso caminho passava por Aldeia Queimada, Rio Verde, Uaicoacorê e Aldeias. Em 19 do
mesmo mez chegámos a J urllena, onde o Tenente
Ferreira commandava o contingEnte ali destacado, o
qual nos recebeu com grande alegria, installando-nos
(om uma casinha isolada, onde podiamos trabalhar
sem sermos interrompidos.
Tendo despachado o tropei~o que nos acompanhára até ali, começamos as n,)ssas colheitas de
material. Faziamos diariamente
excursões pelos
cerrados e mattas, visitando, desta fórma, todus os
arredores até a mais de duas leguas em torno. Tivemos occasião de visitar tambem as grandes derrubadas feitas, para plantação de mandioca e milho,
pelos indios Nhambiquaras,
de que existem tres
aldeias abandonadas perto de J uruena.
De accorda com as ordens recebidas do nosso
Chefe, deixámos em 9 de Junho o nosso acampamento no J uruena, iniciando a nossa viagem de
reg-resso. Como tivessemos passado pela região das
calwceiras dos rios na nossa vinda para J urucna,
resolvemos voltar pela estrada que nos conduziria
através da região das cachoeira.s e grandes saltos
35
dos mcsmos rius, por onde Ina tambem passar a
linha telcgraphica,
que já estava em construcção
atl: al(~m cio rio Papag'aiu.
Dcsde a ponta da linha
tclegraphica
att o J uruena havia siclo aberto, pelo
Tenentt' Emmanuel
Silvestre do Amarante, o pique,
para inclicar a direcção em que deveria ser construida
a mesma linha. Por este pique seguimos, fazendo,
depois de alguns dias de marcha, a nossa primeira
estacão
em U tiarit\"
OI](,k
não nos cancámos de
>
admirar a magnificencia
e imponencia
do grande
salto do rio Papagaio,
que é uma verdadeira
maravilha da natureza. A altura
deste salto excede a
setenta mctros, scndo colossal o volume de agua
que se precipita com grande estrondo e rumor. As
marg'CllS dcste
salto são matizadas
de l1ymcnotl/)'Uas e Sdl.agillrUaU!rls
que furmam uma espessa
l' fÔfa alcatifa
sobre as rochas que servem de parede
ao abysmo por onde o rio se precipita. Apesar, de
ser a Hora, neste ponto,
relativamente
pobre cm
especies, encontrámos
bastantes
novidades
para a
])()tanica.
De L:tiarity, seguindo pela estrada da Linha
Tclegraphica,
nos transportámos
para o rio Sacre,
onde tivemos occasião de collccc:ionar alguns vcgetacs nas proximidades
cio Salto Bello. Teve muita
intnic;ão artistica quem assim appclidou
a este salto.
Elle é bello e singelo, tem pouco mais de trinta
metros de altura;
a agua prc\.ipitasc
tão abruptamen te q Ile cae quasi na vertical em fórma de um
grande lençol, através do qual passam as andorinhas
aninhadas
nas aberturas
da rocha que o mesmo
véda. Para o naturalista
este salto tem mais attractivos que o Utiarity.
J
>
36
Do rio Sacre, seguimos, então, para Macacos
(' depois para Harão de Capanema e Ponte de Pedra.
N este ultimo lagar encontramos um lindo bosque,
cheio de ()rcIÚdaer.as, Bromcliaeeas e .Amecas o
qual fica ao lado direito do rio Xa::uriu-iná, justamente no lagar onde o mesmo, depois de um pequeno
salto, passa sob uma ponte natural de pedra.
De Ponte de Pedra, nos transpuzemos para o
rio Agua Verdc, de onde, seguimœ então, por um
trilho de indios Parecis, em procura das cabeceiras
do rio Sepotuba, para dali, procurarmos, depois,
novamente, a estrada que vae de Tapirapôan a
Aldeia, e, desta fórma, alcançarmos Tapirapôan com
mais rapidez; pois os animaes da nossa tropa já
não resistiam e os nossos viveres e.~tavam escasseando. Não fôra isto, não nos teriamos desviado do
nosso itinerario, mas teriamos passado pela estação
telegraphica de Parecis e seguido déLli,pelos Affonsos para Tapirapôan, que é, exactamente o caminho
pelo qual seguira o zoologo na sua viagem ao
J uruena. Parece, no emtanto, que, mais uma vez, foi
verdaediro, o dictado que diz que « ha males que
vêm para bem >l. N as cabeceiras do rio Sepotuba
encontrámos uma aldeia de Parecis, os quaes nos
hospedaram e nos forneceram aipim, de f<Írma que
nos pudcnlCls demorar ali alguns clids, cOllseguindo
desta Mrma, collccionar bastante material interessante naquella região.
Sahindo mais tarde no Kilometro 5 I da estrada
de Aldeia Queimada, chegámos. com mais dois dias
de marcha, á Tapirapôan.
Em Tapirapôan tentámos organizar uma nova
tropa, para seguir em uma excursão até Diamantino
37
c daqucllc
ponto \'Ir ;1 Darra dos Bug-res;
comn,
pon~m, não existissem animal's neste logar para isto
fazl'r, f(·:-,,,]venlll:-' f1cr!1lallt·(·(·r;d!-:lllh di;l" aIl ('
dc¡>oj:-,
sC~'llir at('·
:-1.
l.llÎZ
de ('an·res.
Em S. Luiz de ('aceres
tivemos t('mpo para
visitar ainda os div('fsOS logarcs que nos interessavam,
verificando
c oLsnvando
diversas
('ousas
que não pudemos
fazer na nossa prinwira estadia
rwstC' ponto, devido á época do anno.
('hq~'ando o materia], que haviamos mandado,
por lima tropa, do ] IIrucna, preparamos
tudo para
a nossa viagem para o Rio de ] aneiro. foi arrolado
(' encaixotado
todo
nosso matcria] de servi(;o e
entregue,
mediante
recibo, ao Tenente
] osé Pinto
ua Silva, que era, nesta occasião, o encarregado
do
d<:'posito deste logar.
No dia 4 de Setembro,
tendo recehido ordens
do Major Avila, chdc
interino
da Commissão,
tomámos pasagem para Corumhá e seguimos com
todo o nosso material, él bordo do vapor (( Etruria )J,
(om nestino a aquella cidade. Em 7 de Setembro
chegánlOs {¡ Corumbá,
onde, por motivo da Laixa
do rio, tivemos de esperar
alg-uns dias, antes de
poder continuar viagem. l-;:stc tempo, foi l)('m aproveitado, pois conseguimos
colher
muito material
interessante,
fazendo mesmo excursões
él pé <ltè a
Bolivia.
N o dia T. de Outuhro seguimos viagem com o
vapor « Brasil Fluvial
do Lloyd Brasileiro, o qua]
nos trouxe
até Corrientes,
na Argentina,
onde
transbordÚ!11os para o paquctinho
Ladario
da
mesma empreza.
Este, nos levou até Montevidéo.
Ali, t(Jmámos
então
o vapor
« Florianopolis
ll,
(l
O
)l
«(
)J
38
tamhem elo Lloyd Brasileiro, com o ql1a~ chegámos
('m ï de Novembro afJui ao Rio de' Janeiro, de onde
haviamos e'mbarcado, cm 27 de ] unho de 190B, em
companhia
dos Drs. Alipio de Miranda
Hibeiro ('
Cicero de Campos respectivamente
zoo!og"() e g-eologo da me'sma Commissão. O primeiro destes ainda
estava em viag-em, fazendo a travessia com o Chefe
da Commissão e o segundo fÔra victima de molestia
cm ] uruena, vindo él fallecer cm S. Luiz de Caœres,
onck foi sepultado.
<.
ASPECTO
GERAL DA
ATRAVESSADA
REGIÃO
Os terrenos que marg-ciam os rios Paraguay
('
~epotllba
{'ntrc S. Luiz de Caœres
e Porto nos
Hug-res são Cju;¡si totaÍmentc
coontos
por mat1as
('m grande parte alagadi<:as. Nos logarcs mais firm('s
esta matta (: mais frondÓsa e nos mais baixos e pantanosos muito ra('hítica. Mais aListado das marge'lls
do rio segue-se fi matta um terreno mais ou menos
plano, coberto de ('('rrados ou campos mais limpos,
que' em Porto do Campo, por exemplo, são visivcIs
do rio. Estes campos são t'splendíoos
para a ('ria<:ãn
de gado_ Pouco acima de Porto dos Hug-res as margt'ns do rio ('ome<:am a devar-sc
e él matta se vae
tornando
mais alta. Nos logarcs mais baixos, são
('!1contrados
grupos
e exemplares
isolados
dl'
Uuritys
(.U auriti.a <'illifaa,
Mart.), que, cm
outros pO!1tos são substituidos
pela « Burity-rana
»
(111 auritia aculata, Mart.).
Os (( Auassus»
Oil
Agllasst'ls"
(Orbigllia
st('t"Ïosa,
Mart.)
pn·dnminam em toda esta matta_ O « Allacllrv
ou
« Acury
(c/llalr'a pf¿a!aola eA/t. tri(-f'ts, Mart.)
(}(Tllpa
os log-arcs mai~ limpos, formanoo
grandes
paJmf'iracs,
que se conhecem por « Auacuryzacs
)l.
CI
Il
CI
,j
)j
40
N os lagares mais afastados do rio a matta está, em
alguns pontos, destruida pelos repetidos incendios
e, nestes logares, desenvolvem-se os grandes « Sapézaes ». Parece qne a /mprrata brasilien,,-is, Trin., é
ali o elemento que m~is concorre para a rapida
destruição das mattas, Ella é uma Gr-zm.inra qne
se desenvolve com grande rapidez c, que, com o
auxilio dos seus estolhos subterrancos, em ponca
tempo, occupa g-randes arcas. Em pouco tempo, ella
fórma grandes depositos de folhas seccas que ardem
com uma facilidade incrivel qnando incendiadas;
as arvores pois, que ainda resistiram ao primeiro
fogo, por certo não lograrão resistir mais aos incendios repetidos para os quaes este citado vegetal rapidamente fornece o combustivel.
Devemos, entretanto, notar, que, a (<I mperata brasilicNsis, Trin. não
é tão commum em Matta-Grosso, como acontece ser
em outros pontos do Brasil e principalmente
'10
Estado do Rio de Janeiro.
As mattas, que se cxtendem ao longo do rio
Sepotuba, são muito ricas ('m ()rdÚr!(u:,'as epiphytas.
A Cattlc)'a 1Zobilior, Reichb., f., CaU. violaua, var.
SplClldcllS, Lchm., !ollopsis palliculata, Lind. e as
SdlOJJlburg/das são muito frequentes;
apparecem
em cima dos ramos extendidos sobre a agua, agarradas ás lianas e até nas cstipes das Attali'?as e
Orbig1Zias. As Bl'Omeliaceas epiphyta~ são representadas pelas Vriesias, Achmeas
e Tillandsias.
Causou-nos
admiração
a quasi ausencIa
dos
Rhipsalis.
O terreno da região do rio Sepotuba, bem como
todo aquelle comprehendido pela matta da Poaya,
é fertilissimo. O arroz, o milho e tamh~m a mandioca,
41
prcHluZC!ll :¡Ji (]¡o mancira admiravd,
Esta matt0. da
Poaya (~ tah'u: a m:lior da parte su] do Estado de
¡VJattl) (;rosso.
FIJa se (":\:tendl' desde (I (;uapor(,
atra\'~s dos rios J auní, ('aha(:al c Scpotllba,
:1t{, a
parte sUlwrior cio rio Paraglla~'. ad long-I) de toda a
SI'ITa dos Parl'cis c de Tapirapi'¡an,
Dl'u-Ihe nome a
{ 'w,t:.()ga i /}f'Ul((W!t!W,
Bai!., esta pequena Nubi(ft'{'a,
l'om cujas raizes tulll'n'lsas, tanta g'cntc de }\J atto(;ros~(¡ telll g:lllh(, dillhei"l) c att fcito fortuna, Como
(', sabido, ('~esta a melh!)r Poaya quc tl'l11 app('rccido
no mercado, e, pIll' isto l11Csmo, (. a qlle mais procura
tem tido, D('sck ha muitos annos, os 1nglczes têm
feito repetidas
tentativas
para a cultivar na Inelia,
como fizeram ('Olll as ¡¡("u'as, [lon"ill, tocl:IS essas
tcnt:.lti\'as tl'lTl fracassado,
O prc>c1ucto das pbntas
culti\'adas
¡¡Ji t, sempre,
muito infl'fior
ail cI:lS
Ilossas plantinhas,
(\l)('
e\:p(Jntan('anwntc
merlr:lm
em gTande quantidade
n:lqlJ('lIa ma,!.2'l'stosa matta
O ch;¡padão
dos Parl'cis, proximo a ,-\ldeia
Qlll'imada,
(~ m;lis ou mellOS arenoso e cohnto
de
c('rrado,
A \'cg-cl:l<:ào, quasi tocl;\ rachitil'a, varia
muito de f('¡rma; g'('falml'nte,
os log-art's onde ()
terrl'no (~ mais solto, são O('('upados pclos cerrados
e, os log-ares onele o mesmo l' mais compacto.
SC)
oskntam
uma ou outra arvorl' muito rachitic;!, I~st('s
I()~ar('s mais despidos
dl' an'ores maiores, lt".,m :1S
Vl'/t'S alq'um;¡s leg'lIas de cir('llmfl'rcncia,
Em todas
as ('al)(,i'l'iras dos rios (' nas c!cprcss()('s do krrcno,
ha furm;\(:()cS cie mattas, quc cm g-eral são milito
ricas ('m ¡ ¡ ('('(,(lS,
Os s('rin~lleiros
t¿'m a\';m\~ad()
at{' () rio Burit}' com a cxtréll'(:ão do latt'x das
ff('l'('as.
Na TIarrinha
ha llmél gr;mdc
depressão
dll
42
terrcno. Neste ponto, que elista 34 leg-aas ele Aldeia
Queimada, encontra-St' as primeiras ::abeceirll.s do
J uruena. O terreno neste lagar, e dali at(. T uruena,
¿. an"noso c solto, o cerrado extcnde-se inintcrruf.>ta.
mente. Cá e lá encontram-se tambem c2pociras, indio
cando os log-ares oncle os sclvicolas tiveram as suas
roças. A julgar pelos t6cos ainda existentes nestas
capoeiras é de presumir que estes indios sejam
bastante adextrados no trabalho e que se dediquem
bastante á agricultura.
Algumas destas capoeiras
são muito grandes, o que demonstra que não eram
pequenas as roças primitivamente ahi inst~lladas.
Os campos do Chapadão dos :?arccis, são
fwssimos para a criação de g-ado. As gramineas são,
em geral, muito duras e têm as folhas encrustadas
cle silica e o caule lenhoso e rijo, o que faz com que
o animal, ao cornel-as, fira a bocca com cllas c fique
impossibilitado de se nutrir. Não é porém só isto;
geralmente
estas gramineas encontra:n-sc
ainda
tosadas pelos gafanhotos, que, ali. são uma verdadeira praga. A supposição de que isto seja uma
particularidade commum ás especies daqnelles vegetacs, é falsa, porque, as mesmas especies apparecem
tambem abaixo da serra e fornecem ali bom pasto
ao gado. Talvez, que a incrustação de silica das
folhas, possa ser considerada
um resultado do
terre-no ou do meio ou ainda él falta das qOjeimas que
em outras campos se procedem regularmente todos
os annos. Sabe-se ainda que a incrnstação de silica
que se observa nestas plantas herbaceas {.um phl:.'nomena que se tem observado em grande ;lumero de
plantas xcraphilas, isto é, plantas dos desertos. Esta
silica constitue, como tambem o salou cêra em
43
outras parks e plantas, uma
funcciuna automaticamente
clade atmospherica,
visando
que para tacs plantas
{.
camada protectora, quC'
pela inl1ucncia da humio desperdicio
do liquido
de g-rancle impnrtancia
CI.'OnOmlca.
¡\ agua dos rios desta região /, crystallina,
n
fundo destes é, quasi semprC', arenoso. :\s plantas
aquaticas são muito raras.
As grandes
cachoeiras
e saltos dos rios, não
tl'm flora muito diversa da circumjaccncia.
Ceralmente,
costumamos
encontrar,
nas proximidades
dos grandes sal tus, especies de plantas que só vivem
naquel1e meio humiclo e altamente hygrophilo;
isto
pon"m, não ;lcontC\'c, nem no Salto Bclln C' nem no
Utiarity, onde tivemos at/~ a dccepr,'ão clt, encontrar,
soh aquelIes chuveiros eternos de élg'ua pulverizada,
especies de plantas, que tambem naviamos encon
trado no charadão
sccco, As especies de 5;pltaglll(//l
(' fly }}/{'JlO ph)'!! as são, tal vez, ;-IS un icas plantas q u(',
como hygrophitas,
em maior quantidade
ali apran'{'t'm,
Encontram-se
tambem muitas especies de
/ _)'wpodiar:ras,
{Jolrpodiarras,
S rlla!!,inrllaaas.
Onhídaaas, fJroJl1('!íareas, cte., mas, todas estas,
são tambem encontradas
em Olltros log-arcs muito
scccos, ao longo do curso dos rios citados. 1;ma das
(),dzidarc{[s mais bellas que se encontram ali, é uma
bella especic scandente de ,'1mlaUís que na oceasião
se achava cm (lores.
As varzeas que apparccem
no l:haradão
e
princiralmcntC'
nos cerrados da Barrinha ao J llfucna
t' ncstf' ultimo
logar. t(.m quasi sempre lindas forma{J}{'s dC' .lfr'lasloJl1au·(lS, principalmente
d()~('nero
('olllolr'll (' .l/irrnlit-ia.
As .11acai,('(!s apparccC'm
44
nos pantanos;
l1('stes são tambem s'~mprc muito
abundantes
as Naj>a/a{"('rls.
()nJ¿irlao'as
c Bro.
II/r-liaccas.
N as ma ttas CI11 q u(' ;¡pparc('cm as II (','cas,
encontram-se tambem o lhos)'lllltlll galadodr>lldnfJJ1,
Don., vulgarmentc conhecido por « Páo-vacca Il por
causa do leite potavel que, ao ser cortado, segrega
da casca e que os naturacs muito apreciam; o AnacardiUlll
gigflll/r'If1l1,
Hance.,
cujo~; pcdullculos
carnosos são identicos aos do Ál1amrdium occidentale, I.inn., que ;~pparece no littoral e outros pontos
do Brasil; bem como !fguminosras
g-ig-antescas qUf'
dão bÔa madeira para cOllstrucção. Do '( J abotá )l.
f ll)'lJl(,J1aCfl mrharil), os indios obtêm o brêu;
acontece ás vezes encontrar-se junto ;is raizes desta
arvore, gr;mdcs depositas do mesmo. Naturalmente
esses depositas se formam pela solidificação da seiva
que por qualquer fenda escapa, atrav,~s da casca do
vegetal.
Os cerrados do J uruena até a Barrinha e
mesmo os que apparcccm no alto chapadão, são
ricos de arvores fructiferas, principalmente de especies de /)!yrtacf'as
e Apoc)'nacras,
tacs como a
cc T ahoticaha
do rampa » ou cc Puçá » c a « Mang-áha
Cllios fruetos, muito saborósos, constituem
\lm dos alim<:ntos dos selvicolas. Abunda tambem
o « Tucar)' do campo
lima pequena Lecytlzidacea
do g-enero I,rcvthis, cujas castanh;¡s são comestíveis.
Alpm d~~tas, os indios comem ainda as favas do
Cumarú », uma C01flllarOUll ..'1, muito commum em
todos os ccrradõcs. N as aldeias abandonadas, em
J llruena, cncontr;ímos grandes montes de cascas
desta !,rgl/lJlillosra misturadas (om fragmentos de
ll,
ll,
I(
45
c(lscas cie cocos de "'1Ital('([s c ('ocos inteiros descarnados de « Assahy » c « BuritY)l
(11 amitias),
o
que faz Cf(~r, flue os indios daqudla
reg-ião, sejam
mais fructivoros
que carnivoros,
e, si assim é, não
podem queixar-se
da Natureza,
pois que as mattas
e os ('('rraelos são verdadeiros
pomares, que, quasi
l'm todas as l~pocas do anno, t¿'m as suas fruetas.
,MATERIAL
COLLIGIDO
Ao chegarmos
no l~io de Janeiro, foi o nosso
primeiro cllidaùo rever toda él collecção que havi,
amos mandado e trazido de Matto-Grosso.
Isto foi
feito cm occasião muito propicia, porque, uma parte
do material, havia apanhado muita humidadc durante
a viagem, devido a uma avaria que soffrera o caixão
que o continha
c que produzira
lima ruptura na
folha de [<,Iandres que o revestia, deixando penetrar
alguma agua. Este material teve de ser preparado
de' nove) depois de o termos livrado do mofo qlle o
atac;\ra. Felizmente
isto foi ainda feito ('m tempo
cie f(írma que nada se perdeu. Feito istn iniciÚmos
a distriblli<.,'ã() ùu material em grupos c familias,
servi\'o estc em que nos auxiliou alg'umas vezes o
J h. Alberto J OSl~ de Sampaio, assistente da se'cção
ùc botanica no M useu Nacional.
A colleC<,;âo por n<.Ís reunida em nossa viagem
ao Estado de MaUo-Crosso,
contt:m mais de 6:;0
especies de plantas, que são representadas
P(lf um
total de 174:; specimens preparados
pOf deseccação
(' algum em alcool, como se poderá ver pela lista
anncxa, Todo este m;¡lerial foi, drpois d(~ examinado
e r('desinfectado.
guardado
em dcz caixas
das
usadas para o herbariu, no 1\1uscu N élcional.
48
Além do herbario cuja lista aqui ajuntamos
trouxemos tambem uma collecção ce madeiras, com
60 amostras differentes, acompanhadas do respectivo
nome vulgar c de todas as notas que foi possivel
obter, para a classificação seien tifica das mesmas.
Temos tambem uma regular colIecção de fructos
scccos c em alcool, a colIecção com pleta das plantas
com que os Nhambiquaras preparam o « Eryva ))
veneno que, segundo os Parecis, empregam nas suas
flechas para a guerra e caça, e cujo effeito toxico é,
ainda segundo os mesmos, identico ao do cc Curare )),
empregado pelos indios do Amazonas.
Incluindo todas as nossas coLecções botanicas
temos um total de 2.273 exemplares.
1\s Orchidaceas merecem, pOI' divers;Js razões,
a nossa especial attenção, razão esta, porque, apesar
de ser él reg:ião percorrida bastante pobre das
mesmas, conseguimos reunir uma collecção de 7 I
especies, que são representadasJor
um total de
2°9 specimens. Destas mesmas plantas conseguimos
tambem desenhar :í:í especies no local, em tamanho
natural. Talvez tenhamos que descrever diversas
destas especies que são novas para él sciencia. Remettemos, vivos, para o Rio de J aneirJ, diversos exemplares de Catasdos, 01lcidios e C,7tLlcyas; algumas
destas não supportaram a longa viagem c vicram a
morrer elurante a mesma; isto não é de admirar, pois
que, alg-umas remessas levaram de S. Luiz de Caceres ao Rio de Janeiro nada menos de 4 mezes em
viagem. Dois caixÔes de OrchiclacC'as quc colhemos
nas margens do rio Sacre, nas proximidades do
Salto Bello, e que não pudemos transportar com
a nossa tropa já definhada (deixando-os por isto para
49
virem com outra que voltava
descarreg'ada
para
TapirapÔan)
não £ôram enviados;
o r¡lle JamenL1DlOé,
muito, pois trata-se de plantas muito raras das lJ.uacs,
sem duvida, uma grande parte é ainda desconhecida
para
a SClt:IlCla.
BANCO Df
"
BIBLIOTECA '-'~;S
~.f-»i)¡)L!C,6
,,~,~:,
A.<.ANGC
CATALOGACION
LISTA
GERAL
DO MATERIAL
.-.--
Characeas.
Musgos
Fungos e Lichens
Filicineas (em geral)
Lycopodiaceas
Alismataceas.
Hydrocharitaceas
Butomaceas
Triuridaccas .
Gramineas e Cyperaceas
Palmeas
Araceas
Mayacaccas
Xyridaceas
Eriocaulaceas.
Rapatcaceas .
Bromelinaceas
Commcl inaceas
I
5
27
7
4
3
I
2
I
36
,
7
J
4
7
Especie
))
))
))
))
"
))
))
))
))
"
"
"
"
))
1
))
8
))
Pontederiaceas
Liliaceas .
3
3
3
Amaryllidaceas
lridaceas
3
2
Dioscoreaccas
Musaceas .
Zingiberaceas.
Cannaceas
3
I
))
"
"
))
3 Exemplares
S
53
20
12
13
2
4
I
12
2
J
9
13
2
15
7
7
6
12
9
))
2
))
))
)
)l
"
))
"
))
"
"
"
"
"
)l
))
8
))
J
))
))
79
))
6
"
JO
I
30B
"
)l
))
))
52
Transporte.
Maranlaceas .
Burmannniaceas
Orchidaceas
Piperaceas
Ulmaceas.
Moraceas.
Proteaceas
Loranthaceas
308
6
E.specie,
2
71
2
J
»
5
»
»
2
)1
BaJanophoraceas
.
I
Aristolochiaceas
Polygonaceas.
.
5
))
3
»
2
»)
1
I
Phytolaccaceas
Aizoaceas.
I
Portulacaceas.
CaryophyIlaceas
Nymphaeaceas
.
Ranunculaceas
Menispermaceas
Anonaceas
.
Rosaceas .
Leguminoseas
(em gera I)
Oxalidaceas
Ery,throxy laceas
Rptaceas .
Simarubaceas.
Burseraceas
Meliaceas.
2
I
3
I
Lauraceas.
Papaveraceas .
Capparidaceas
Droseraceas
Podostemonaceas.
)l
l)
2
I
Amarantaceas
N yclaginaceas
209
8
2
Exemplares
»
»
»
»
I
.
l)
14
8
2
2
li
8
)1
l)
4
3
»
1
li
4
2
I
4
52
2
4
2
I
1
1
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"
»
»
),
II
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II
II
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»
li
3
27
10
3
3
2
I
4
3
6
))
l)
5
5
15
4
13
12
2
7
172
6
10
7
»
»
Il
»)
»
I)
II
»
»
»
)l
»
))
II
II
))
»
))
l)
»
»
»
»
1
»
3
»
»
»
2
»
892
53
892
T ransporle.
Ma\pighiaceas
Polygalaceas .
V ochysiaceas.
Euphorbiaceas
Sapindaceas
Anacardiaceas
Celastraceas
Rhamnaceas
Vitaceas
Malvaceas.
Tiliaceas .
Bombacaceas .
Sterculiaceas .
Di\lcniaceas
Odmaceas
Caryocaraceas
Guttiferaceas .
Rixaceas
Flacourtiaceas
T umeraceas
Passifloraceas.
Bcgoniaceas
Cactac:eas .
Lylhraceas
Lccylh idaceas
Combrelaceas.
!Vlelaslomaceas
Oenolheraceas
Halorrhagidareas
Umhe\liferas .
Ericaceas .
Theophraslaceas .
Myrsinaceas
Sapolaceas
12 Espccies
l>
6
5
10
5
2
11
61 l~xemplarcs
10
»
9
))
))
20
))
))
12
))
I
»
4
2
4
3
II
9
»
l>
II
7
53
5
5
15
4
7
2
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"3
19
II
2
2
»
»
6
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J
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3
1
2
2
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17
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10
6
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II
5
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Il
4
9
61
27
2
4
3
2
8
S
1297
))
»
))
II
»
))
))
»
»)
li
li
»
»
II
\'
II
II
\l
II
))
II
))
II
,)
54
1297
Transporte.
I
4
19
5
13
Loganiaceas
.
Gcntianacca~ .
Apocynaccas .
I\sclepiadaceas
Convolvulaceas
I
Hydrophyllaccas.
Bonaginaceas.
V erbenaceas
Labialas
4
4
5
.
8
7
20
Solanaceas
Scrophulariaceas
Bignoniaceas .
Gesneraceas
.
Lentíbulariaceas
Acanthaceas
.
Especie
3
.
Rubiaceas.
Cucurbílaccas.
2
62
»
»
23
5
»
7
))
»
))
II
il
7
16
28
li
3
»
))
))
))
Exemplares
8
»
»
JI
37
Compostas.
JI
12
9
12
14
18
45
10
14
48
60
9
102
))
il
JI
»
»
»
II
)j
»
))
»
»
»
li
))
»
1757
Além destas, temos ainda algumas, que ainda
não lográmos incluir nos grupos.
O material preparado em JiC¡llidnnão é grande:
occupa apenas r4 vidros, sendo lIma bôa parte
-- frurtos.
Rio dé' J anciro, cm
20
de Janeiro rie: 19 IO
F.
C.
HOF:HNE.
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