homenaje a roberto arlt - Aleph Ciencias Sociales

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"HOMENAJE A ROBERTO A R L T "
O LA LITERATURA C O M O PLAGIO
1. C o n " H o m e n a j e a R o b e r t o A r l t " , R i c a r d o P i g l i a r e a l i z a u n
ejercicio acaso i r r e p e t i b l e . Se t r a t a de u n a ficción d i s f r a z a d a de
p e s q u i s a b i b l i o g r á f i c a . C o n m o t i v o de l a p r e p a r a c i ó n de u n
h o m e n a j e a A r l t , el n a r r a d o r - p e r s o n a j e ( c u y o n o m b r e c o i n c i d e
c o n e l d e l a u t o r r e a l de esta h i s t o r i a ) e n c u e n t r a — y t r a n s c r i b e —
v a r i a s piezas i n é d i t a s de a q u é l , i n c l u i d a u n a esencial e n e l c o n j u n t o de su n a r r a t i v a : e l c u e n t o " L u b a " . L a p r i m e r a p a r t e , p o r
t a n t o , es l a h i s t o r i a de u n h a l l a z g o ; l a s e g u n d a es el c u e n t o p r o p i a m e n t e d i c h o , q u e se r e p r o d u c e t a l c o m o parece h a b e r s a l i d o
d e l a p l u m a de A r l t .
D e e n t r a d a , l o q u e l l a m a l a a t e n c i ó n e n el c o n j u n t o es s u
estructura externa: resulta que el p r i m e r plano lo o c u p a l a introd u c c i ó n e n l u g a r d e l c u e n t o . N o se t r a t a sólo de q u e a q u é l l a sea
bastante m á s extensa q u e é s t e , sino de que é s t e aparece c o m o
m e r o a p é n d i c e : el paratexto se hace m á s i m p o r t a n t e q u e el t e x t o .
1
2
1
La primera edición del texto apareció en Nombre falso, Siglo X X I , Buenos Aires, 1975, pp. 97-172. La segunda, en Prisión perpetua, Sudamericana,
Buenos Aires, 1988, pp. 135-212. Entre ambas hay diferencias —aparte de
algunas menores y no pertinentes— que no deben pasar inadvertidas. Más
adelante volveré sobre ellas. Al consignar, entre paréntesis, las páginas citadas, daré primero la referencia según la edición de Nombre falso y luego según
Prisión perpetua. Es obvio que los dos volúmenes guardan una relación estrecha
entre sí; además de "Homenaje. . . t i e n e n en común otros cuatro cuentos
y un epígrafe de Arlt ("Sólo se pierde lo que realmente no se ha tenido ),
probablemente apócrifo, que recuerda unos versos de Borges ("Nadie pierde. . . / Sino lo que no tiene y no ha tenido / Nunca. . .'', del poema *'1964'',
en El otro, el mismo), que a su vez recuerdan algunos otros versos.
En la edición de 1988, esta subordinación se atenúa. Basta ver los índices de Nombre falso y Prisión perpetua para percibirlo. Aquí, "Homenaje. . . "
y "Luba" aparecen a un mismo nivel dentro de la última sección del libro.
Especularmente, la primera sección (formada por los cuentos "En otro país"
,,
2
NRFH, XLII (1994), núm. 1, 115-141
116
NRFH, X L I I
JORGE FORNET
L a r a z ó n e s t r i b a e n q u e se t r a t a e n r e a l i d a d de dos ficciones
y e n q u e " L u b a " n o es sino u n p l a g i o de " L a s t i n i e b l a s " , c u e n t o
d e l escritor r u s o L e ó n i d a s A n d r e i e v . A s í , u n texto e n q u e se teor i z a sobre e l p a p e l de l a falsificación y d e l p l a g i o e n l a l i t e r a t u r a
se c o n v i e r t e a s u v e z , e n l a p r á c t i c a , e n u n p l a g i o y u n a falsificac i ó n m ú l t i p l e de citas y de hechos.
" L u b a " o m i t e las h i s t o r i a s d e l p r i m e r y ú l t i m o c a p í t u l o s d e l
o r i g i n a l ; c o m i e n z a d o n d e l o hace e l s e g u n d o c a p í t u l o de " L a s
t i n i e b l a s " y se detiene e n e l p e n ú l t i m o p a r a d a r u n v u e l c o a l
final. S i e n A n d r e i e v e l a n a r q u i s t a es d e t e n i d o p o r l a p o l i c í a e n
el p r o s t í b u l o , a q u í l o g r a r á salir a l a calle, j u n t o c o n L u b a , antes
del a m a n e c e r . L a n u e v a v e r s i ó n tiene decenas de a l t e r a c i o n e s ( a l gunas t a n i m p o r t a n t e s c o m o l a " a r g e n t i n i z a c i ó n " d e l l é x i c o , l a
s u p r e s i ó n d e m u c h a s escenas o e l paso de los t i e m p o s v e r b a l e s d e l
p r e t é r i t o a l presente), p e r o sigue de c e r c a a su m o d e l o . N o s ó l o
l a h i s t o r i a es casi l a m i s m a ; t a m b i é n e l n o m b r e de l a p r o t a g o n i s t a
(y, p o r e x t e n s i ó n , d e l c u e n t o ) e s t á t o m a d o d e l personaje de
A n d r e i e v , y l a r g u í s i m o s pasajes s o n s i m i l a r e s a los d e l a t r a d u c c i ó n e s p a ñ o l a . E l relato de A n d r e i e v , escrito e n 1902, fue p u b l i cado p o r p r i m e r a vez en e s p a ñ o l en 1920 .
L l a m a l a a t e n c i ó n que podamos encontrar en " L u b a " , a u n
c u a n d o sepamos q u e se trata de u n p l a g i o , ciertos t ó p i c o s caracter í s t i c o s de l a n a r r a t i v a de A r l t . E n u n desafortunado ensayo sobre
el c u e n t o , A d e n W . H a y e s reconoce algunas de esas constantes .
S e g ú n él, p o d r í a n s e ñ a l a r s e , p o r ejemplo, l a a t m ó s f e r a opresiva
de B u e n o s A i r e s , q u e p r o d u c e l a d e p r e s i ó n y h a s t a l a d e m e n c i a ,
el b u r d e l c o m o casa de i l u s i o n e s , los v í n c u l o s estrechos y antiso3
4
y " E l fluir d e l a v i d a " ) e s t á a r m a d a d e m o d o s e m e j a n t e :
u n texto inicial
m u c h o m á s extenso, que introduce a otro. D e b e quedar claro, sin embargo,
que a pesar de su a u t o n o m í a , " H o m e n a j e . . . " y " L u b a "
son incomprensi-
bles p o r separado, y q u e , a l referirme a l texto e n c o n j u n t o , u t i l i z a r é e l n o m b r e
de s u p r i m e r a parte.
3
C f . L E Ó N I D A S A N D R E I E V , Las tinieblas y otros cuentos, t r a d . N . T a s i n ,
E s p a s a - C a l p e , M a d r i d . R e s u l t a s o r p r e n d e n t e q u e tres a ñ o s m á s t a r d e u n e s c r i tor d e l g r u p o de B o e d o , Elias C a s t e l n u o v o , cercano e n m á s de u n sentido a
R o b e r t o A r l t , p u b l i c a r a u n relato titulado " T i n i e b l a s " . T a l v e z l a coincidencia
de t í t u l o s entre los relatos d e C a s t e l n u o v o y A n d r e i e v n o sea a c c i d e n t a l , d a d a
la influencia
q u e los rusos ejercieron sobre m u c h o s escritores argentinos, y
fundamentalmente sobre los m i e m b r o s de B o e d o . E l parecido de l a f á b u l a ,
por su parte, r a d i c a sobre todo e n l a a t m ó s f e r a : l a historia de u n a pareja pobre
en u n ambiente s ó r d i d o .
4
núm.
" L a r e v o l u c i ó n y e l p r o s t í b u l o : « L u b a » d e R o b e r t o A r l t " , I&L, 1 9 8 7 ,
1, 1 4 1 - 1 4 7 .
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'HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
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c í a l e s entre l a r e v o l u c i ó n y l a p r o s t i t u c i ó n , y " l a r e d u c c i ó n de los
actos sexuales y r e v o l u c i o n a r i o s a sus representaciones verbales
y l a e l i m i n a c i ó n total de los m i s m o s actos r e f e r e n t e s " . A d e m á s ,
a d v i e r t e claras semejanzas entre los personajes de este c u e n t o y
los de las n o v e l a s a n t e r i o r e s de A r l t , de m o d o q u e r e c o n o c e a
L u b a ( l a p r o s t i t u t a desesperada p e r o sensible) e n H i p ó l i t a , y
a E n r i q u e (el r e v o l u c i o n a r i o frustrado y confuso) e n A s t i e r ,
Erdosain o Haffner.
E s e v i d e n t e q u e P i g l i a t o m ó " L a s t i n i e b l a s " c o m o m o d e l o de
" L u b a " p o r q u e r e c o n o c i ó e n e l c u e n t o m u c h o s p u n t o s de c o n tacto c o n l a l i t e r a t u r a de A r l t . D e a h í q u e c u a n d o e n l a p r i m e r a
p a r t e d e l " H o m e n a j e . . . " , e n l a ficción i n i c i a l , e l i n é d i t o l l e g a a
m a n o s de ese P i g l i a q u e c u m p l e a q u í l a d o b l e f u n c i ó n de n a r r a d o r y personaje, é s t e l o lee s i n t i e n d o q u e a q u e l l a s i t u a c i ó n parece
" s a l i d a de Los siete locos. U n a especie de E r d o s a i n , acosado y
p u r o , e n c e r r a d o c o n u n a m u j e r e x t r a ñ a q u e l o o b l i g a a revelarse
y enfrentar los l í m i t e s " . E n t r e los t ó p i c o s c o m u n e s el n a r r a d o r
s e ñ a l a , a d e m á s , " l a i m p o s i b i l i d a d de salvarse y e l e n c i e r r o : e l
l u g a r a r l t i a n o " , " l a m u j e r c o m o doppelgánger y c o m o espejo
i n v e r t i d o " , " l a p r o s t i t u t a : e l c u e r p o q u e c i r c u l a entre los h o m b r e s " y l o hace " c o m o u n r e l a t o " , es d e c i r , " a c a m b i o de d i n e r o " (p. 139, p . 178). A u n q u e e n v e r d a d " L u b a " i n c o r p o r a
elementos p r o p i a m e n t e a r l t i a n o s q u e n o e s t a b a n e n e l o r i g i n a l de
A n d r e i e v ( c o m o e l u s o de d i n e r o falso, p o r e j e m p l o ) , c a s i todos
los s e ñ a l a d o s p r o v i e n e n de é s t e . E s p o r ello q u e , si b i e n H a y e s
y P i g l i a se m u e v e n e n diferentes n i v e l e s ( é s t e e n l a ficción, a q u é l
e n l a c r í t i c a ) , m a n e j a n ideas s i m i l a r e s . M e parece o b v i o t a m b i é n
q u e P i g l i a elige de A n d r e i e v l o q u e le c o n v i e n e , l o q u e p u e d a
parecer arltiano.
E l c a p í t u l o 1 de " L a s t i n i e b l a s " , o m i t i d o t o t a l m e n t e e n " L u b a " , tiene u n escena q u e a P i g l i a d e b e r í a interesarle de m a n e r a
especial. E n " L a cita p r i v a d a " , h a s e ñ a l a d o l a sorprendente
r e l a c i ó n e n t r e u n a v i v e n c i a de N i e t z s c h e y o t r a de R a s k o l n i k o v .
E l filósofo r e v i v e u n a i m a g e n l e í d a e n Crimen y castigo. L o l l a m a t i v o es q u e esas e x p e r i e n c i a s , l a de N i e t z s c h e , l a de R a s k o l n i k o v ,
son r e p r o d u c i d a s c o n bastante e x a c t i t u d e n l a m e n c i o n a d a escena
de " L a s t i n i e b l a s " . P u e d e parecer e x t r a ñ o , p o r c o n s i g u i e n t e ,
5
6
5
E n Critica y ficción,
Siglo Veinte-Universidad Nacional del Litoral, Bue-
nos A i r e s , 1990, p p . 73-82.
6
" U n a vez, durante u n acto terrorista, al que h a b í a asistido c o m o lan-
zador de b o m b a s en reserva, v i o u n caballo, muerto p o r l a explosión, c o n l a
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q u e P i g l i a d e s a p r o v e c h e esa escena a l r e e l a b o r a r " L u b a " . L a
r a z ó n e s t r i b a , creo y o , e n l a f u n c i ó n e s p a c i a l (y su c o n n o t a c i ó n
i d e o l ó g i c a ) . S i e l p r i m e r c a p í t u l o de " L a s t i n i e b l a s " se d e s a r r o l l a
en espacios abiertos, a p a r t i r d e l s e g u n d o l a a c c i ó n t r a n s c u r r i r á
en el p r o s t í b u l o y , sobre t o d o , e n u n a h a b i t a c i ó n . Se t r a n s i t a ,
p o r t a n t o , de espacios abiertos a c e r r a d o s . P o r e l c o n t r a r i o , e n
" L u b a " l a a c c i ó n c o m i e n z a e n el p r o s t í b u l o y se a b r e , a l final,
h a c i a l a calle. P i g l i a r e a l i z a u n a l e c t u r a o p t i m i s t a , diferente a
l a de A n d r e i e v o i n c l u s o a l a q u e h u b i e r a h e c h o t a l v e z e l v e r d a dero A r l t .
L a r e l a c i ó n entre A r l t y A n d r e i e v e s t á d o c u m e n t a d a . E l e g i r
a este ú l t i m o c o m o v í c t i m a d e l p l a g i o n o tiene n a d a de a z a r o s o .
Buenos Aires era —sólo superada por M a d r i d y Barcelona— l a
c i u d a d d e l m u n d o h i s p a n o e n q u e se h a b í a n p u b l i c a d o m a y o r
c a n t i d a d de textos de autores r u s o s . D e A n d r e i e v , antes de
1942 (es d e c i r , antes de l a m u e r t e de A r l t ) h a b í a n a p a r e c i d o
d o c e , e n l i b r o s y revistas. Y e n e l m i s m o 1942 se p u b l i c ó , p o r p r i m e r a v e z , " L a s t i n i e b l a s " (en l a r e v i s t a Las Grandes Novelas,
1942, n ú m . 6, s. p . ) . E l texto v o l v i ó a a p a r e c e r e n B u e n o s A i r e s
a l m e n o s e n dos ocasiones. E n 1953, l a c o l e c c i ó n A u s t r a l r e i m p r i m i ó l a e d i c i ó n m a d r i l e ñ a de 1920. A n t e s , e n 1946, " L a s
t i n i e b l a s " h a b í a s a l i d o c o n el s u b t í t u l o " L i u b a " (en La risa roja,
A y a c u c h o , B u e n o s A i r e s , s. p . ) .
7
P e r o l o m á s i m p o r t a n t e es q u e A r l t c o n o c í a l a o b r a de
A n d r e i e v . U n o de los c a p í t u l o s de El juguete rabioso se t i t u l a " J u das I s c a r i o t e " , q u i z á s c o m o h o m e n a j e a l a n o v e l a d e l r u s o . E s
c i e r t o q u e e l c a p í t u l o j u s t i f i c a p l e n a m e n t e s u t í t u l o , p e r o n o es
i m p r o b a b l e u n a r e m i s i ó n i n t e n c i o n a l a d i c h a n o v e l a . O t r o de los
grupa desgarrada y los intestinos al aire; y este pequeño detalle terrible y
repugnante, y al mismo tiempo inútil e inevitable, le causó una impresión aún
más penosa que la muerte de su camarada, al que la misma bomba mató
allí", Las tinieblas.y oíros cuentos, p, 9,
7
Se equivoca E. M C C R A C K E N , por tanto, al suponer que la elección de
Andreiev es arbitraria. Según ella, "by selecting an uncommon pre-text,
Piglia subverts cultural conventions, catching critics at their own game of purportedly establishing truth through excessively documented scholarship",
"Metaplagiarism and the critic's role as detective: Ricardo Piglia's reinvention of Roberto Arlt", PMLA, 106 (1991), p. 1073. El ensayo de McCracken,
a pesar de su rigor, más de una vez pierde de vista el mundo de Arlt y de
la literatura argentina, imprescindibles para comprender "Homenaje. . . " .
Por otra parte, y para cualquier información bibliográfica sobre literatura
rusa en España e Hispanoamérica, véase La literatura rusa en el mundo hispánico:
bibliografía, ed. G . O. Schanzer, University of Toronto Press, Toronto, 1972.
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"HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
c a p í t u l o s se l l a m a " L o s trabajos y los d í a s " , e n c l a r a a l u s i ó n a
l a o b r a de H e s í o d o . E n e l aguafuerte " L a m a d r e e n l a v i d a y
e n l a n o v e l a ' ' , A r l t hace c o m e n t a r i o s elogiosos de Sacha Yegulev
y , sobre t o d o , de Los siete ahorcados?. S c r o g g i n s p i e n s a q u e
. . . A r l t conocía dos importantes novelas de Andreiev. S u manera
de citarlas pone en evidencia l a a d m i r a c i ó n que sentía A r l t por el
arte del ruso y sugiere l a posibilidad de u n a i m i t a c i ó n consciente
en l a creación de personajes o de u n a influencia bastante fuerte en
l a selección de situaciones .
9
H a s t a donde sé, A r l t nunca hizo alusión a " L a s tinieblas";
es p r o b a b l e q u e n i c o n o c i e r a el c u e n t o . E s o f a c i l i t a l a m a n i p u l a c i ó n q u e se hace de é s e e n e l " H o m e n a j e . . . " . E n c u a l q u i e r caso,
q u e d a c l a r o q u e l a e l e c c i ó n de A n d r e i e v c o m o objeto d e l p l a g i o ,
e s t á lejos de ser g r a t u i t a . L o i m p o r t a n t e es q u e P i g l i a a r m a todo
este j u e g o p o r q u e ve r e l a c i o n e s p r o f u n d a s entre u n o y o t r o a u t o r ,
p o r q u e n o t a q u e de l a c o n j u n c i ó n de ellos p u e d e salir algo n u e v o :
D e hecho [lo ha subrayado] u n escritor es alguien que traiciona lo
que lee, que se desvía y ficcionaliza: hay como u n exceso en l a lectura que hace Borges de H e r n á n d e z , o en l a lectura que hace Olson
de M e l v i l l e , o G o m b r o w i c z de Dante, hay cierta desviación en esas
lecturas, u n uso inesperado del otro t e x t o .
10
8
(<
Véase Las aguafuertes porteñas de Roberto Arlt. Publicadas en El Mundo",
1928-1933, ed. D. C. Scroggins, Ediciones Culturales Argentinas, Buenos
Aires, 1981. Para S C R O G G I N S , "la relación entre Los siete ahorcados y Los siete
locos resulta aún más visible en el aguafuerte «Un cuidador de locos se ahorcó
en el Hospicio de las Mercedes»" (p. 31), aparecida en El Mundo, el 4 de julio
de 1928 (es decir, incluso antes de que Arlt escribiera su novela), y no recogida en ninguna de las antologías.
Op. cit., p. 32.
" L a lectura de la ficción", en Crítica y ficción, p. 16. Piglia pone en
práctica, en cierta medida, lo que G É R A R D G E N E T T E ha denominado hiper9
1 0
textualidad. Cf. Palimpsestos. La literatura en segundo grado, Taurus, Madrid,
1989 [1982], p. 489. "Homenaje...", o, para ser más preciso, "Luba",
escapa a las decenas de clasificaciones que Genette ofrece, pero no por eso
deja de ser un hipertexto de "Las tinieblas". De hecho, el título general del
texto recuerda esa tendencia apuntada por Genette, según la cual los "homenajes", son, con frecuencia, pastiches del autor homenajeado. El asunto del
título, en "Homenaje a Roberto Arlt", es especialmente problemático. Si por
un lado oculta el carácter ficcional del texto, por otro facilita la aproximación
de recursos arltianos. McCracken y Mudrovcic, en una polémica a la que
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2. P o r sus p r o p i a s c a r a c t e r í s t i c a s , " H o m e n a j e a R o b e r t o A r l t "
h a t e n i d o u n a r e c e p c i ó n a t í p i c a . S i b i e n el texto ofrece m u c h a s
pistas que r e v e l a n su c o n d i c i ó n de p l a g i o , é s t a s se p r e s e n t a n de
t a l m o d o q u e n o es difícil p e r d e r l a s de v i s t a . S ó l o e n trabajos c r í ticos recientes d i c h a c o n d i c i ó n se p o n e e n e v i d e n c i a . V a r i o s estud i o s o s n o l a p e r c i b i e r o n e i n c l u s o u n o l l e g ó a p e n s a r que el
c u e n t o e r a v e r d a d e r a m e n t e u n i n é d i t o a r l t i a n o . E s el caso de
H a y e s , q u i e n se e q u i v o c a l a m e n t a b l e m e n t e , c o n m á s de d i e z
a ñ o s de retraso, a l n o p e r c i b i r q u e " L u b a " es u n p l a g i o y , sobre
t o d o , a l a d j u d i c a r l e el c u e n t o a A r l t , s i n darse c u e n t a de q u e es
u n a c r e a c i ó n de P i g l i a . T a l e q u i v o c a c i ó n es semejante a l a de
q u i e n e s c r e y e r o n e n l a e x i s t e n c i a de u n escritor l l a m a d o P i e r r e
M e n a r d , d e s p u é s de h a b e r l e í d o el c u e n t o de B o r g e s .
1 1
H a y e s , que h a b í a p u b l i c a d o u n l i b r o sobre A r l t , y q u e es,
p o r t a n t o , u n c o n o c e d o r de su o b r a , l o g r a sacarle p a r t i d o al c u e n to. A n a l i z á n d o l o c o m o a u t é n t i c a m e n t e a r l t i a n o , detecta r e l a c i o nes q u e los d e m á s c r í t i c o s h a n p a s a d o p o r alto. H a c í a falta u n
a c e r c a m i e n t o c o m o el s u y o p a r a d e s c u b r i r q u e " L u b a " p o d í a
h a b e r sido escrito p o r A r l t , y p a r a c o n f i r m a r el t r i u n f o de l a ficc i ó n . L o i r ó n i c o es q u e , e n su e n s a y o , H a y e s se queje de q u e
esta tendencia al "descubrimiento" de la obra arltiana se ha extremado hasta el punto que, en 1968, se publicó otro "relato inédit o " , Viaje terrible. . . exhumado
entre los papeles de su padre por
M i r t a A r l t " dice el volumen. Sin embargo, esta obra no era inédita, n i mucho menos, ya que el mismo autor la publicó u n a ñ o antes
de m o r i r s e .
ÍC
12
L a s r e s e ñ a s aparecidas a r a í z de l a p u b l i c a c i ó n de Nombre falso,
a u n c u a n d o n o p e r c i b i e r o n el p l a g i o , h i c i e r o n y a p r o p u e s t a s
i m p o r t a n t e s : l a r e l a c i ó n entre ficción y e n s a y o , entre A r l t y B o r ges. P a r a N o é J i t r i k , p o r e j e m p l o ,
se produce a q u í una síntesis de lo esencial de los dos modelos; es
A r l t en los ambientes, en los personajes (estafadores, prostitutas
sanas y anarquistas), en el lenguaje al mismo tiempo preciso y
ambiguo, pero t a m b i é n es Borges en l a c o n s t r u c c i ó n narrativa, en
l a concepción m i s m a del relato [que] depende de u n núcleo clásica-
h a r é referencia m á s adelante, d i s c u t e n p r e c i s a m e n t e sobre si el t í t u l o e n c i e r r a ,
o no, l a cuestión central del " H o m e n a j e . . . " .
11
Roberto Arlt: la estrategia de su ficción,
1 2
A r t , cit., pp.
146-147.
Tamesis, L o n d o n , 1982.
NRFH,
XLII
"HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
121
mente borgiano, la o b t e n c i ó n de u n texto supuestamente perdido
y, por lo tanto, de lo que a h í se desprende: b ú s q u e d a e investigación para llegar a él, exactamente como en " E x a m e n de l a obra
de Herbert Q u a i n ' y los fragmentos iniciales de " T l o n , U q b a r ,
O r b i s T e r t i u s " ; mediante Borges, P i g l i a puede hacer algo con A r l t
pero no porque persiga u n a asociación ingeniosa sino porque l a
asociación está autorizada por todo lo que puede haber en c o m ú n
entre A r l t y Borges, mucho m á s de lo que suele preocupar a l a crítica, satisfecha con la existencia de todas las oposiciones aparentes .
v
13
T a l v e z sea é s t e el t i p o de c r í t i c a d o m i n a n t e : u n a q u e a u n c u a n d o
n o d e s c u b r a el " p l a g i o " o c u l t o , r e a l i z a u n a n á l i s i s r i g u r o s o d e l
t e x t o . E l ú l t i m o t i p o de c r í t i c a es a q u e l l a q u e c o n o c e , i n c l u s o ,
las relaciones entre " L u b a " y " L a s t i n i e b l a s " . Este p r o d u j o ,
h a c e p o c o , l a p o l é m i c a a q u e y a h i c e a l u s i ó n . E n su trabajo sobre
el t e x t o , M c C r a c k e n comete e l d e s a t i n o de s u p o n e r q u e fue e l l a
q u i e n d e s c u b r i ó el p l a g i o de " L a s t i n i e b l a s " . E s t o p r o v o c ó u n a
respuesta de M a r í a E u g e n i a M u d r o v c i c y u n a r é p l i c a de l a p r o p i a M c C r a c k e n . H o y , c u a n d o l a c r í t i c a parece h a b e r agotado
u n n i v e l de l e c t u r a , c u a n d o el " c r i m e n " y a es c o n o c i d o , c o m i e n z a p a r a " H o m e n a j e a R o b e r t o A r l t " , u n a r e c e p c i ó n diferente,
m á s c e r c a n a a l a q u e suele r e c i b i r c u a l q u i e r o t r o texto.
14
1 5
P a r a e n t e n d e r l a c o n f u s i ó n c a u s a d a p o r " H o m e n a j e . . . " es
i m p r e s c i n d i b l e e n t e n d e r su e s t r u c t u r a . P i g l i a suele i n s i s t i r e n q u e
u n relato debe c o n t a r s i e m p r e dos h i s t o r i a s : u n a s u p e r f i c i a l y o t r a
1 3
" E n l a s m a n o s d e B o r g e s e l c o r a z ó n d e A r l t . A p r o p ó s i t o d e Nombre
falso, d e R i c a r d o P i g l i a " , Cambio ( M é x i c o ) , 1976,
n ú m . 3, p . 87. A l c o n t r a r i o
d e A r l t , q u i e n e s t á s i e m p r e e n p r i m e r p l a n o , las referencias a B o r g e s — s o b r e
t o d o e n l a s e g u n d a e d i c i ó n , d o n d e n o se l e m e n c i o n a — s u e l e n ser v e l a d a s .
1 4
S o n los casos, p o r e j e m p l o , de F . D E R E D I T A , " ¿ E S p r o p i e d a d ? Indeter-
m i n a c i ó n g e n é r i c a , intertextualidad, d i s e m i n a c i ó n e n u n texto «de» R i c a r d o
P i g l i a " , e n Texto / Contexto de la literatura iberoamericana, I n s t i t u t o I n t e r n a c i o n a l
de L i t e r a t u r a Iberoamericana, M a d r i d ,
1981,
p p . 61-69; y d e R .
GNUTZ-
" H o m e n a j e a A r l t , B o r g e s y O n e t t i d e R i c a r d o P i g l i a " , Revlb, 58
MANN,
(1992), 437-448.
1 5
Véase
PMLA,
107
(1992),
pp.
609-610.
Con
respecto
al
título,
M u d r o v c i c se p r e g u n t a " w h y d o e s P i g l i a , w h o c o n s i d e r s A r l t t o b e o n e o f t h e
b e s t A r g e n t i n e w r i t e r s , p r o c l a i m i n h i s « h o m a g e » t h a t A r l t is a a « p l a g i a r i s t » ? " M C C R A C K E N r e s p o n d e q u e " i t is a n e s p e c i a l l y f i t t i n g h o m a g e t o A r l t
to h a v e d e v i s e d this elaborate m e t a p l a g i a r i s m a n d to h a v e s u b t l y a t t r i b u t e d
p l a g i a r y to A r l t h i m s e l f , g i v e n the t h e m a t i c c o n n e c t i o n o f l i t e r a t u r e a n d c r i m e
i n A r l t ' s w o r k a n d t h e c r i t i c s ' v i e w o f A r l t as a « b a d » a n d « u n o r i g i n a l » w r i t er", p.
610.
NRFH,
JORGE FORNET
122
XLII
1 6
p r o f u n d a . A l p r e g u n t a r s e si existe u n a constante e n sus n a r r a ciones asegura q u e
en ese caso no sería t e m á t i c a sino técnica: he tratado de construir
mis relatos a partir de lo no dicho, de cierto silencio que debe estar
en el texto y sostener l a t e n s i ó n de l a intriga. N o se trata de u n
enigma (aunque puede tomar esa forma) sino de algo m á s esencial:
l a literatura trabaja con los límites del lenguaje, es u n arte de lo
implícito. Esta es u n a p o é t i c a aprendida en Stendhal, en H e m i n g way; para ellos l a ficción consiste tanto en lo que se narra como en
lo que se calla. E n este sentido hay u n a frase de M u s i l sobre El hombre sin cualidades que p o d r í a , q u i z á s , servir para definir esto que
digo: " L a historia de esta novela se reduce al hecho de que l a histor i a que en ella d e b í a ser contada no ha sido c o n t a d a " .
17
E s t a i d e a se v i n c u l a c o n l a e s t r u c t u r a m i s m a d e l g é n e r o p o l i c i a l ,
q u e p o r d e f i n i c i ó n m a n e j a dos h i s t o r i a s ; u n a de ellas s ó l o p o d e m o s c o m p r e n d e r l a a l final, p e r o , p a r a d ó j i c a m e n t e , es l a q u e
s o p o r t a el i n t e r é s de l a l e c t u r a . " H o m e n a j e . . . " l l e v a a l l í m i t e esa
tesis y o c u l t a , c o m o pocos textos, l a h i s t o r i a m á s i m p o r t a n t e .
A u n q u e e n él e s t á n las claves q u e l o r e v e l a n c o m o u n p l a g i o de
" L a s t i n i e b l a s " , el a u t o r se las i n g e n i a p a r a hacerlas i m p e r c e p t i bles. S ó l o se puede detectar el c r i m e n si el c r í t i c o a s u m e funciones
detectivescas. P i g l i a l o d i c e textualmente: " u n c r í t i c o l i t e r a r i o es
s i e m p r e , de a l g ú n m o d o , u n detective: persigue sobre l a superficie
de los textos, las huellas, los rastros que p e r m i t e n descifrar su
e n i g m a " . Y m á s abajo c i t a u n a frase (seguramente a p ó c r i f a ) q u e
a t r i b u y e a F r e u d : " L a d i s t o r s i ó n de u n texto se asemeja a u n asesinato: l o difícil n o es c o m e t e r el c r i m e n , sino o c u l t a r las h u e l l a s "
( p . 136, p p . 175-176 — n o t a 1 7 ) . A m b a s a f i r m a c i o n e s t i e n e n
u n s i g n i f i c a d o e s p e c i a l . A q u í se h a c o m e t i d o u n c r i m e n , se h a n
i n t e n t a d o b o r r a r las h u e l l a s , y el c r í t i c o d e b e r á descifrar el e n i g m a , d e b e r á c u m p l i r l a f u n c i ó n q u e el n a r r a d o r - d e t e c t i v e n o h a
s a b i d o c o m p l e t a r . P a r e c e r í a q u e estamos ante u n texto e n e l c u a l
18
1 6
C f . " T e s i s sobre el c u e n t o " ,
1 7
" E l l a b o r a t o r i o d e l a e s c r i t u r a " , e n Crítica y ficción,
1 8
M á s tarde v o l v e r á sobre el tema:
e n Critica y ficción,
pp. 83-90.
p.
105.
" A m e n u d o veo a la crítica c o m o
u n a variante del g é n e r o p o l i c i a l . E l crítico c o m o detective que trata de descifrar u n e n i g m a a u n q u e n o h a y a e n i g m a . . . E n m á s de u n sentido el crítico
es e l i n v e s t i g a d o r y e l e s c r i t o r es e l c r i m i n a l . S e p o d r í a p e n s a r q u e l a n o v e l a
p o l i c i a l es l a g r a n f o r m a f i c c i o n a l d e l a c r í t i c a l i t e r a r i a " , " L a l e c t u r a d e l a
ficción",
e n Crítica y ficción,
p. 20.
NRFH,
XLII
'HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
123
p r e v a l e c e el e n i g m a y el f e t i c h i s m o de l a i n t e l i g e n c i a p u r a . I r ó n i c a m e n t e , ese culto a l a r a z ó n es p u e s t o e n tela de j u i c i o .
A l f u n d a r , e n 1969, l a Serie Negra de l a E d i t o r i a l T i e m p o C o n t e m p o r á n e o , P i g l i a r e i n v i n d i c a r í a u n t i p o de relato p o l i c i a l e n
q u e e l c r i m e n e s t á m o t i v a d o p o r relaciones e c o n ó m i c a s . A difer e n c i a de l a c o l e c c i ó n f u n d a d a p o r B o r g e s y B i o y C a s a r e s (El Séptimo Circulo) y de los textos escritos p o r ellos, d o n d e el detective,
p u r o r a z o n a d o r , a c t ú a p o r filantropía, e n l a l i t e r a t u r a p r e f e r i d a
p o r P i g l i a , el detective es u n a s a l a r i a d o q u e trabaja p o r d i n e r o .
E n 1975 aparece " L a l o c a y e l relato d e l c r i m e n " , su ú n i c o c u e n to v e r d a d e r a m e n t e p o l i c i a l . A q u í m e z c l a los dos aspectos: e l
d e l a m b i e n t e s ó r d i d o d o n d e el d i n e r o m a n d a , y e l d e l detective
q u e , gracias a sus c o n o c i m i e n t o s de l i n g ü í s t i c a , l o g r a desentrañ a r u n c r i m e n , s ó l o p o r el deseo de h a c e r j u s t i c i a . E s e m i s m o
a ñ o , e n " H o m e n a j e . . . " , P i g l i a hace algo semejante, p e r o e n
s e n t i d o i n v e r s o . S i el texto c o m i e n z a c o m o u n relato de e n i g m a ,
t e r m i n a c o m o u n a h i s t o r i a á s p e r a e n l a q u e p r e d o m i n a n los
m ó v i l e s e c o n ó m i c o s . P a s a , p o r d e c i r l o de a g ú n m o d o , de u n a
c o n c e p c i ó n b o r g e a n a de l a l i t e r a t u r a , a u n a a r l t i a n a . L o s e l e m e n tos d e l relato p o l i c i a l " d u r o " e s t á n , p o r e j e m p l o , e n los a p u n t e s
1 9
1 9
J . B . R I V E R A le o t o r g a u n a i m p o r t a n c i a c a r d i n a l a l c u e n t o . S e g ú n é l ,
" B o r g e s . . . s i n c r e t i z a e n estos r e l a t o s [ « E l j a r d í n d e s e n d e r o s q u e se b i f u r c a n »
y « L a m u e r t e y l a b r ú j u l a » ] los cabos sueltos de u n a t r a d i c i ó n y de u n a p r á c t i c a de e s c r i t u r a , e x p l o r a n d o , h a s t a el l í m i t e , las p o s i b i l i d a d e s de lo p a r ó d i c o
y l a s a p a r e n t e s c o n t r a d i c c i o n e s e n t r e l a s r e g l a s d e j u e g o d e l thriller y l a n o v e l a
de e n i g m a . E n 1975, c o n « L a loca y el relato del c r i m e n » , R i c a r d o P i g l i a
re-escribe y clausura, a su v e z , l a l e c c i ó n de Borges; y p o d r í a agregarse:
re-
escribe y clausura l a p r o p i a historia del relato policial argentino. / E m e r g e n t e
de l a m a n e r a « d u r a » y de l a «serie n e g r a » , P i g l i a m e z c l a r á e n su texto — a l
igual que Borges, y por razones completamente s i m é t r i c a s — notorios element o s d e e s a v e r t i e n t e y d e l a c l á s i c a novela-problema, c o n s u v o l u n t a d d e « d e s c i f r a miento» mediante
el uso de claves v e r o s í m i l e s y a l a vez sorprendentes o
s o f i s t i c a d a s . / S i u n n i v e l d e « L a l o c a y e l r e l a t o d e l c r i m e n » es l a r e c o n s t r u c c i ó n de las a t m ó s f e r a s y las c a r a c t e r í s t i c a s t i p o l ó g i c a s de l a m a n e r a
«dura»
( c o n sus m a r g i n a l e s , sus a j u s t e s d e c u e n t a s y s u t u r b i a v i o l e n c i a ) , e l o t r o s e r á ,
fundamentalmente,
l a r e i n t e g r a c i ó n de l a « s a b i d u r í a » y l a « r a c i o n a l i d a d » que
p e r m i t e n descifrar e l e n i g m a , e n este c a s o a t r a v é s d e l saber lingüístico d e l p e r i o d i s t a E m i l i o R e n z i , a v a t a r d e l saber lógico ( y c a b a l í s t i c o ) d e l d e t e c t i v e
L ó n n r o t . / C u a l q u i e r aficionado al g é n e r o e n c o n t r a r á resonancias
Erik
implícitas
y n o p r e c i s a m e n t e s e c r e t a s e n este v i r t u o s o « h o m e n a j e » d e P i g l i a ' ' , " E l r e l a t o
<e
p o l i c i a l e n l a A r g e n t i n a " , e n Los héroes difíciles":
La literatura policial en la
Argentina y en Italia, e d s . G . P e t r o n i o , J . B . R i v e r a y L . V o l t a , C o r r e g i d o r ,
Buenos Aires,
1 9 9 1 , p . 7 9 . E n Prisión perpetua, P i g l i a s i t ú a " L a l o c a . . . "
i n m e d i a t a m e n t e a n t e s d e " H o m e n a j e . . . " . L a r e l a c i ó n e n t r e a m b o s , e n este
c a s o , se h a c e m á s e v i d e n t e .
NRFH,
JORGE FORNET
124
XLII
de l a n o v e l a a d j u d i c a d a a A r l t ( l a h i s t o r i a de Letiff, q u i e n asesina
a su esposa p a r a c o b r a r u n seguro), y e n las v i c i s i t u d e s d e l
n a r r a d o r - p r o t a g o n i s t a . N o h a y q u e o l v i d a r el d e s p l a z a m i e n t o
m i s m o de l a i n v e s t i g a c i ó n ; si a l c o m i e n z o el n a r r a d o r t r a b a j a b a
p o r e l deseo de h a c e r l a e d i c i ó n de l a o b r a de A r l t , a l final t e r m i n a comprando e l texto m á s i m p o r t a n t e , y estableciendo u n a r e l a c i ó n t u r b i a c o n K o s t i a , c o n v e r t i d o e n personaje d e l bajo m u n d o .
P e r o e n e l f o n d o , las cosas n o f u n c i o n a n de esa m a n e r a y las
reglas d e l g é n e r o p o l i c i a l e s t á n alteradas. A l p r i n c i p i o , el n a r r a d o r r e c o n o c e q u e , d e s p u é s de p a s a r largas j o r n a d a s e n l a B i b l i o teca N a c i o n a l , y de establecer c o r r e s p o n d e n c i a o e n t r e v i s t a r a
quienes p u d i e r a n d a r l e a l g u n a i n f o r m a c i ó n , c o l o c ó v a r i o s avisos
e n p e r i ó d i c o s " a n u n c i a n d o m i i n t e n c i ó n de c o m p r a r c u a l q u i e r
m a t e r i a l i n é d i t o de A r l t " ( p . 1 0 1 , p . 138). E s é l , p o r t a n t o , e l p r i m e r o en poner en c i r c u l a c i ó n el dinero. C u a n d o A n d r é s M a r t i n a , e n t e r a d o p o r el a n u n c i o , le e n t r e g a a l n a r r a d o r e l p r i m e r
g r u p o de i n é d i t o s , se n i e g a a c o b r a r ; m á s t a r d e v o l v e r á a h a c e r
l o m i s m o . O sea, M a r t i n a le d a a l n a r r a d o r los papeles de A r l t ,
n o p o r r a z o n e s e c o n ó m i c a s , s i n o a pesar de ellas.
E n el tercer c a p í t u l o de " H o m e n a j e . . . " , K o s t i a aparece p o r
p r i m e r a v e z f í s i c a m e n t e . L a i m p r e s i ó n q u e p r o v o c a es u n t a n t o
r e p u l s i v a . P a r a el v e r d a d e r o P i g l i a , fue él q u i e n m o t i v ó l a e s c r i t u r a d e l texto:
Y o q u e r í a contar l a historia de u n tipo al que lo ú n i c o que le h a b í a
pasado en l a v i d a era que lo h a b í a conocido a A r l t . Es l a v i d a de
muchos que viven en el anonimato de l a ciudad, y que conocieron
a alguien y que hablan de eso todo el d í a . Q u e r í a escribir sobre
alguien que en u n bar, el R a m o s , se h a c í a pagar copas, y a cambio
hablaba de A r l t . . . K o s t i a . E m p e c é esta historia y de a h í surgió l a
necesidad de crear u n A r l t que era el A r l t que inventa ese tipo. Y
seguí adelante con esa línea. Ese fue el origen del relato que desp u é s se t r a n f o r m ó en esto que es a h o r a .
20
P o c o a p o c o , s i n e m b a r g o , se v a estableciendo u n a suerte de e m p a t i a entre el lector y K o s t i a . P o r u n l a d o , las opiniones que K o s t i a
tiene de A r l t c o i n c i d e n e n g r a n m e d i d a c o n las del P i g l i a verdadero, a d e m á s de q u e sus reflexiones sobre el plagio y l a falsificación,
d o m i n a n t e s e n el texto, son las m á s convincentes. E l es, si se quiere, el alter ego d e l autor real. H a conservado durante m á s de treinta
2 0
" L a l i t e r a t u r a y l a v i d a " , e n Critica y ficción, p . 1 9 5 .
NRFH, X L I I
"HOMENAJE A ROBERTO A R L T
125
a ñ o s el i n é d i t o arltiano, y sólo a h o r a l o vende, a r e g a ñ a d i e n t e s y
c o n l a c o n d i c i ó n de que n o se p u b l i q u e , ante l a insistencia d e l
n a r r a d o r e n que " l e pago l o que p i d a " . P e r o K o s t i a se a r r e p i e n t e
r á p i d o de l a t r a n s a c c i ó n y le exige a l n a r r a d o r q u e le d e v u e l v a
el i n é d i t o . C o m o é s t e se n i e g a , K o s t i a l o p u b l i c a c o n s u n o m b r e .
E n ese m o m e n t o K o s t i a parece u n estafador; n o obstante, a l
c o n o c e r e l secreto d e l p l a g i o , nos d a m o s c u e n t a de q u e c o r r i ó
todos los riesgos p a r a p r o t e g e r el n o m b r e de A r l t .
E l n a r r a d o r , p o r su p a r t e , sigue e l c a m i n o opuesto. E l l l e g a ,
c o m o se v e r á , a c o n o c e r el p l a g i o , y a u n a s í n o p o n e reparos e n
publicarlo como u n inédito arltiano. E n primer lugar "traicion a " a A r l t ; e n s e g u n d o , e n g a ñ a a l lector a l n o d e c i r l e e l secreto
q u e e n c e r r a b a el c u e n t o . I n c l u s o se t o r n a m u y a m b i g u o . S i a l
final reconoce h a b e r e n c o n t r a d o l a e x p l i c a c i ó n " q u e h a b í a dec i d i d o a K o s t i a a p u b l i c a r el relato de A r l t c o n su n o m b r e "
(p. 145, p . 184), l a o c u l t a . N o se p r o d u c e a q u í , p o r c o n s i g u i e n t e ,
n i n g u n a r e l a c i ó n de c o m p l i c i d a d c o n e l l e c t o r . E l n a r r a d o r detective t e r m i n a c o n v e r t i d o e n c r i m i n a l .
Q u e d a c l a r o entonces q u e de los tres personajes p r i n c i p a l e s
( M a r t i n a , K o s t i a y e l n a r r a d o r ) , es este ú l t i m o q u i e n sale p e o r
p a r a d o . E l , c u y o n o m b r e ( R i c a r d o P i g l i a ) surge p o r ú n i c a v e z e n
u n m o m e n t o e n q u e parece estar a p u n t o de e n l o q u e c e r (p. 143,
p . 182), r e c u e r d a a l n a r r a d o r - p r o t a g o n i s t a de Los papeles de
Aspern, a ese personaje c a p a z de c u a l q u i e r c o s a p o r o b t e n e r los
i n é d i t o s de u n p o e t a m u e r t o . E l t í t u l o de l a n o v e l a n o aparece
j a m á s e n " H o m e n a j e . . . " , p e r o c u a n d o el n a r r a d o r c o n v e r s a c o n
K o s t i a e n el b a r , é s t e le confiesa q u e , d u r a n t e l a s e m a n a q u e pasar o n j u n t o s e n 1942, A r l t se a p r e n d í a de m e m o r i a a H e n r y J a m e s .
Q u i z á s c o n esta referencia v e l a d a , P i g l i a q u i e r a establecer u n
p a r a l e l o entre su n a r r a d o r y el i n e s c r u p u l o s o personaje de J a m e s .
2 1
3. E n l a é p o c a e n que P i g l i a escribe " H o m e n a j e . . . " , p r i v i l e g i a u n
tipo de crítica que hace énfasis en lo e c o n ó m i c o y en su i m p o r t a n c i a
dentro de las relaciones sociales ( v é a n s e , p o r ejemplo, sus ensayos
sobre La traición de Rita Hayworth y sobre R o b e r t o A r l t ) . P i g l i a establece a l a vez u n a r e l a c i ó n m u y estrecha entre e c o n o m í a y literatur a ; s i , p o r u n a p a r t e , e n t i e n d e el r o b o de l i b r o s e n El juguete
rabioso c o m o u n a m e t á f o r a d e l acceso t r a n s g r e s o r de A r l t a l a lite-
2 1
L a r e l a c i ó n entre a m b o s textos y a h a b í a sido a p u n t a d a p o r A L F R E D O
P A Z e n s u r e s e ñ a d e Nombre falso a p a r e c i d a e n e l S u p l e m e n t o C u l t u r a l d e El
Cronista, 2 d e a b r i l d e 1 9 7 6 , n ú m . 3 4 , p . v i .
NRFH, X L I I
JORGE FORNET
126
r a t u r a , p o r o t r a , se c u e s t i o n a l a n o c i ó n de p r o p i e d a d p r i v a d a y
r e i v i n d i c a el d e r e c h o a l p l a g i o y l a f a l s i f i c a c i ó n .
P r o b a b l e m e n t e h a sido a p a r t i r de su r e f l e x i ó n sobre l a
f u n c i ó n d e l d i n e r o q u e P i g l i a h a e n c o n t r a d o u n a de las vertientes
f u n d a m e n t a l e s d e n t r o de l a l i t e r a t u r a a r g e n t i n a . D i c h a f u n c i ó n
se a s o c i a c o n e l r o b o , l a f a l s i f i c a c i ó n , e l p l a g i o y — a fin de c u e n tas— c o n l a n o c i ó n de p r o p i e d a d . Y a e n s u p r i m e r e n s a y o , P i g l i a
l e í a La traición de Rita Hayworth c o m o u n d e v a n e o entre l a s e x u a l i d a d y el d i n e r o . P o r u n a v í a semejante c o m i e n z a a acercarse a
l a o b r a de A r l t . D o s de los ensayos sobre é s t e t i e n e n t í t u l o s sintom á t i c o s : " R o b e r t o A r l t : u n a c r í t i c a de l a e c o n o m í a l i t e r a r i a " y
" R o b e r t o A r l t : l a ficción d e l d i n e r o " . E l p r i m e r o es u n a n á l i s i s
sustancioso de los m o t i v o s e c o n ó m i c o s e n El juguete rabioso ; e l
s e g u n d o , m á s b r e v e , t o c a elementos generales p e r o i g u a l m e n t e
r e v e l a d o r e s . A q u í a b r e p o n i e n d o las cartas sobre l a m e s a : " E l
d i n e r o — p o d r í a d e c i r A r l t — es el m e j o r n o v e l i s t a d e l m u n d o " .
A p a r t i r de a h í d e s c u b r e c ó m o el d i n e r o trae a p a r e j a d o c o n s i g o
2 2
23
2 4
2 2
E x i s t e n — d e c í a e n t o n c e s — " d o s ejes s o b r e l o s q u e g i r a t o d a l a n o v e -
la: el sexo y el d i n e r o . O mejor, l a s e x u a l i d a d y l a e c o n o m í a . . . B a s t a pensar
e n las reacciones de H é c t o r . . . p a r a v e r q u e el sexo y el d i n e r o e n c u a d r a n el
e s p a c i o e n e l q u e se m u e v e l a n o v e l a : a s c e n s o y c a í d a , v a i v é n . . . e n
e l s e x o y e l d i n e r o se c r u z a n , se y u x t a p o n e n , f o r m a n u n a e s t r u c t u r a
que
significa-
t i v a q u e define las relaciones, t r a n s f o r m a n d o e l i n t e r c a m b i o e c o n ó m i c o
en
u n a f o r m a de l a afectividad, y a l a r e l a c i ó n sexual e n u n m o d o de e c o n o m í a . /
E n este s e n t i d o p o d e m o s d e c i r q u e e n l a n o v e l a t o d o es s e x u a l i d a d , t o d o es
e c o n o m í a . D e s p u é s d e M a r x , d e s p u é s d e F r e u d , s a b e m o s q u e esos d o s n i v e l e s
d e l a m a t e r i a l i d a d s o n espejos d e l a e x i s t e n c i a e n t e r a " ,
m e d i a , c u e r p o y d e s t i n o . ( U n a l e c t u r a d e La
Manuel
Puig)",
traición
e n Nueva novela latinoamericana, t.
R . PIGLIA, " C l a s e
de Rita Hayworth d e
2 : La
narrativa argentina
actual, c o m p . J o r g e L a f f o r g u e , P a i d ó s , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 2 [ 1 9 6 9 ] , p . 3 5 7 .
2 3
A q u í PIGLIA descubre c ó m o f u n c i o n a el t e m a de l a p r o p i e d a d , e n tan-
t o q u e c a t e g o r í a e c o n ó m i c a , d e n t r o d e l a n o v e l a . N o es n e c e s a r i o d e t e n e r s e
e n d i c h o ensayo, pero vale l a p e n a , antes de seguir adelante, a p u n t a r ciertos
detalles. E l a l q u i l e r de libros, el r o b o a l a b i b l i o t e c a , o las citas, e s t á n — p a r a
P i g l i a — m u y v i n c u l a d o s c o n el h e c h o m i s m o de l a a p r o p i a c i ó n , d e l acceso
transgresor a l a literatura. Retrospectivamente, P i g l i a i n t r o d u c i r á el ensayo
d e n t r o d e l j u e g o propuesto p o r " H o m e n a j e . . . " , al p o n e r e n b o c a de K o s t i a
—adulterada—
u n a frase q u e y a e s t a b a
aquí:
" c u a n d o A r l t confiesa que
e s c r i b e m a l , l o q u e h a c e es d e c i r q u e e s c r i b e d e s d e d o n d e l e y ó o m e j o r , d e s d e
d o n d e p u d o l e e r " , Los Libros ( B u e n o s A i r e s ) , m a r z o - a b r i l 1 9 7 3 , n ú m . 2 9 ,
p . 2 6 . D e m o d o q u e l l e v a n d o a l e x t r e m o sus p r o p i o s r e c u r s o s , P i g l i a t e r m i n a
p l a g i á n d o s e a sí m i s m o .
2 4
S e t r a t a , c l a r o e s t á , d e u n a p a r á f r a s i s d e l a c o n o c i d a frase d e B a l z a c
s e g ú n l a c u a l e l " m e j o r n o v e l i s t a d e l m u n d o " es e l a z a r . D e a l g ú n m o d o , P i g l i a
se i n s e r t a e n l a c a d e n a d e p l a g i o s q u e s e r á n e s e n c i a l e s e n s u o b r a d e e n t o n c e s .
NRFH, X L I I
'HOMENAJE A ROBERTO ARLT"
127
el c r i m e n , l a estafa, l a f a l s i f i c a c i ó n , etc., y c o n c l u y e rescatando
e n A r l t c a r a c t e r í s t i c a s q u e y a h a b í a n o t a d o e n l a n o v e l a de
P u i g . E n o t r o texto de esa é p o c a , e n el q u e H e m i n g w a y le sirve de pretexto p a r a r e f l e x i o n a r sobre t e m a s m á s generales, reap a r e c e n las m i s m a s obsesiones. A l l í define l a
"influencia
l i t e r a r i a " a p a r t i r " d e l a a p r o b a c i ó n , de l a h e r e n c i a , p e r o t a m b i é n d e l r o b o , d e l p l a g i o o . . . e n ú l t i m a i n s t a n c i a , de l a p r o p i e d a d " . N o es de e x t r a ñ a r , entonces, q u e p o c o t i e m p o d e s p u é s
a p a r e c i e r a " H o m e n a j e a R o b e r t o A r l t " , nouvelle e n l a q u e de u n
m o d o u o t r o se a s u m e n todos estos t e m a s .
L a f a l s i f i c a c i ó n y el p l a g i o s u p o n e n l a a p r o p i a c i ó n de algo o r i g i n a l m e n t e ajeno. P o r eso, e l t e m a de l a p r o p i e d a d tiene u n a
especial i m p o r t a n c i a d e n t r o d e l texto. L a r e c u r r e n c i a a l a n a r q u i s m o (que es u n a constante e n A r l t y , m u c h o antes, e n
A n d r e i e v ) es l a r e c u r r e n c i a a u n a i d e o l o g í a q u e l u c h a c o n t r a l a
p r o p i e d a d . D e l m i s m o m o d o , se m a n e j a n elementos d e l d i s c u r s o
m a r x i s t a q u e l e g i t i m a n a quienes n o s o n p r o p i e t a r i o s de n a d a . A l
final de " L u b a " se suscita el siguiente d i á l o g o entre los p r o t a g o nistas: " — ¿ V o s crees e n m í ? — h a d i c h o e l l a . / / — S í , p o r q u e
s ó l o se p u e d e creer e n los q u e n o t i e n e n n a d a q u e p e r d e r "
(p. 171, p . 210). E l d i á l o g o , i n t r o d u c i d o p o r P i g l i a , r e c u e r d a u n o
s i m i l a r entre H i p ó l i t a y el A s t r ó l o g o e n Los lanzallamas: " — ¿ Y
usted c r e e r á e n m í ? / / — E n los ú n i c o s q u e creo es e n los q u e n o
t i e n e n n a d a q u e p e r d e r " . Y a m b o s fragmentos nos r e m i t e n a l
final d e l Manifiesto comunista, d o n d e se d e p o s i t a t o d a l a fe e n los
o b r e r o s p o r q u e s o n los q u e " n o t i e n e n n a d a q u e p e r d e r , m á s q u e
sus c a d e n a s " . E n " H o m e n a j e . . . " se v a c r e a n d o t o d o u n d i s c u r so e n c o n t r a de l a p r o p i e d a d q u e , e n ocasiones, se hace e x p l í c i t o .
D e a h í q u e c o m i e n c e d i c i e n d o : " E s t o q u e e s c r i b o es u n i n f o r m e
o m e j o r u n r e s u m e n : e s t á e n j u e g o l a p r o p i e d a d de u n texto de
R o b e r t o A r l t " (p. 9 9 , p . 135). D i c h o de o t r o m o d o : se e s t á
jugando con l a propiedad a tal punto que —aunque t o d a v í a no
l o s e p a m o s — u n escritor se a p r o p i a d e l texto de o t r o ( A n d r e i e v )
y se l o a d j u d i c a a u n tercero ( A r l t ) . C o n t i n u a m e n t e se hace a l u 2 5
2 6
2 5
" E n A r l t — d i c e — l a r i q u e z a se i d e n t i f i c a
c o n l a libertad de realizar
el deseo: todas las f a n t a s í a s sexuales de A s t i e r , de E r d o s a i n e s t á n ligadas a
esas m u j e r e s ' r i c a s ' a l a s q u e n o se t i e n e a c c e s o p o r q u e n o se t i e n e d i n e r o " ,
" R o b e r t o A r l t : l a ficción d e l d i n e r o " , Hispam, 1 9 7 4 , n ú m . 7, p . 2 4 . E s t a l í n e a
de las relaciones e c o n ó m i c a s e x p l o r a d a p o r P i g l i a , a b r i ó paso a lecturas s i m i l a r e s . C f . N . J I T R I K , " E n t r e e l d i n e r o y e l s e r ( l e c t u r a d e El juguete rabioso d e
R o b e r t o A r l t ) " , Dispositio, 1 ( 1 9 7 6 ) ,
2 6
100-133.
" L a a u t o d e s t r u c c i ó n d e u n a e s c r i t u r a " , CrisisBA, 1 9 7 4 , n ú m . 1 5 , p . 6 1 .
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128
s i ó n — e n t r e los supuestos a p u n t e s de A r l t — a l r e v o l u c i o n a r i o
c o m o a u n h o m b r e s i n " i n t e r e s e s personales, n a d a p r o p i o : n i
s i q u i e r a u n n o m b r e " ( p . 115, p . 153); se c u e s t i o n a n las o p i n i o nes q u e G o r k i m a n e j a e n Recuerdos de Lenin, y se defiende l a post u r a de los c a m p e s i n o s q u e u s a n c o m o o r i n a l e s los j a r r o n e s de
S é v r e s d e l p a l a c i o de i n v i e r n o , puesto q u e el ú n i c o c r i m e n q u e
c o m e t e n es c o n t r a l a p r o p i e d a d . M á s a d e l a n t e , e n el m i s m o c u a d e r n o , aparece u n t í t u l o : La propiedad es un robo (p. 118, p . 157);
si b i e n n o se d i c e , se t r a t a de u n a frase de P r o u d h o n que A r l t
h a b í a c i t a d o y a e n las " a g u a f u e r t e s " , " A r i s t o c r a c i a de b a r r i o "
y " F i l o s o f í a d e l h o m b r e q u e necesita l a d r i l l o s " . Y a l final, entre
los papeles e n c o n t r a d o s e n l a caja de m e t a l , aparece u n a c r í t i c a
e n q u e A r l t d i c e , entre otras cosas, q u e " l a e c o n o m í a c i e n t í f i c a
p e r m i t e d e s c u b r i r , d e t r á s de l a p r o p i e d a d p r i v a d a , todas las form a s d e l a n t a g o n i s m o de clases y l a t é c n i c a c o n q u e el h o m b r e es
e x p l o t a d o e n l a sociedad m o d e r n a " (p. 146, p . 185 — n o t a 19).
L a c i t a e s t á a l t e r a d a . P e r t e n e c e , e n efecto, a l a r t í c u l o " F o s c o o
l a e c o n o m í a a l r e v é s " , a p a r e c i d o e n l a r e v i s t a Argentina Libre (nov i e m b r e de 1940). P e r o el o r i g i n a l , q u e y a h a b í a sido r e p r o d u c i do p o r R a ú l L a r r a , no i n c l u y e n i n g u n a referencia a l a
propiedad p r i v a d a . E s t á claro que no sólo i m p o r t a aludir a l a
p r o p i e d a d , sino t a m b i é n r e c u r r i r a l a f a l s i f i c a c i ó n . E n caso c o n t r a r i o se p o d r í a n o b v i a r estas citas d u d o s a s y t r a e r a c o l a c i ó n , e n
c a m b i o , u n a b i e n elocuente. E n el aguafuerte " L a t r a g e d i a de u n
hombre h o n r a d o " , A r l t dice:
2 7
A veces voy a su café y me quedo u n a hora, dos, tres. E l cree
que cuando le miro a l a mujer estoy pensado en ella, y está equivocado. E n quien pienso es en L e n i n . . . en S t a l i n . . . en T r o t z k y . . .
Pienso con u n a alegría profunda y endemoniada en l a cara que este
hombre p o n d r í a si m a ñ a n a u n r é g i m e n revolucionario le dijera:
— T o d o tu dinero es papel mojado. . . .
2 8
E n todas estas citas, reales o falsas, se h a l l a el p r o p ó s i t o de a l u d i r
t a m b i é n a l a p r o p i e d a d intelectual. E l texto, constantemente, atenta c o n t r a ella. L u c h a r , e n el sentido en que el texto lo hace, c o n t r a
l a p r o p i e d a d intelectual, significa v a l i d a r el derecho a l a a p r o p i a 2 7
" L a e c o n o m í a c i e n t í f i c a p e r m i t e d e s c u b r i r todas las f o r m a s d e l a n t a -
g o n i s m o d e c l a s e s y l a t é c n i c a c o n q u e e l h o m b r e es e x p l o t a d o e n l a s o c i e d a d
moderna",
[1950], p.
2 8
Roberto Arlt, el torturado, E d i c i o n e s Á n f o r a ,
Buenos Aires,
127.
Aguafuertes porteñas,
L o s a d a , B u e n o s A i r e s , 1973, p. 57.
1973
NRFH,
XLII
"HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
129
2 9
c i ó n l i t e r a r i a c o m o fundamento m i s m o de l a c r e a c i ó n . Grosso
modo, p o d r í a d e c i r que P i g l i a t e o r i z a sobre el v a l o r de l a p a r o d i a ,
u t i l i z a n d o el recurso e x t r e m o — y p e n a d o — d e l p l a g i o . E s cierto
q u e n o h a y a q u í p l a g i o e n sentido estricto, p e r o sí l a f o r m a (entre
las l e g a l y é t i c a m e n t e aceptadas) q u e m á s se le a c e r c a . " H o m e naje . . . " , lejos de v e r e n el arte y l a l i t e r a t u r a s ó l o l a f u n c i ó n
" e s t é t i c a " , p o n e e n p r i m e r p l a n o las n o c i o n e s de v a l o r de uso y
v a l o r de c a m b i o .
4. U n o de los recursos l ú d i c o s m á s usuales e n " H o m e n a j e . . . "
es el de l a a m a l g a m a entre ficción y r e a l i d a d . A ello se debe q u e
el texto cause t a n t a c o n f u s i ó n e n t r e los lectores, p o r q u e e n él c o n v i v e n , c o n el m i s m o status, hechos reales e i m a g i n a r i o s . A s í ,
m u c h o s datos b i o g r á f i c o s v e r i f i c a b l e s de A r l t se m e z c l a n c o n
otros m á s d u d o s o s o a b s o l u t a m e n t e ficticios. A l g o semejante o c u r r e c o n el personaje de K o s t i a ; y el p r o p i o n a r r a d o r , l l a m a d o (no
p o r c a s u a l i d a d ) R i c a r d o P i g l i a , es l a s í n t e s i s de hechos v e r í d i c o s
y ficticios. E n él se p r o d u c e esa i d e n t i d a d entre a u t o r , n a r r a d o r
y h é r o e , que caracteriza a l a a u t o b i o g r a f í a .
E n " H o m e n a j e a R o b e r t o A r l t " , l a r e a l i d a d es falsificada
p a r a o b t e n e r u n a r e a l i d a d i n é d i t a , es d e c i r , u n a ficción. E s t e
r e c u r s o se e x p l o t a c o n a s i d u i d a d . D a d o q u e e n este sentido el texto p u e d e ser i n a g o t a b l e , n o h a y q u e p r e t e n d e r d e s c u b r i r todos
sus " e n g a ñ o s " ; pero v a l e l a p e n a o b s e r v a r los m á s i m p o r t a n t e s .
T a l v e z sea é s t a l a f o r m a f u n d a m e n t a l e n q u e " H o m e n a j e . . . "
r e v e l a las claves de su l e c t u r a . H a y , p o r supuesto, u n h e c h o
i n c u e s t i o n a b l e : que el texto e s t é i n c l u i d o d e n t r o de u n l i b r o de
c u e n t o s de P i g l i a . S i n e m b a r g o , a l final de l a n o t a 16, el a u t o r
i n t e n t a d a r u n a e x p l i c a c i ó n (bastante a m b i g u a , p o r cierto) p a r a
q u e el l e c t o r realice u n a l e c t u r a c r é d u l a . A fin de cuentas, casi
3 0
2 9
PIGLIA a b o r d a el t e m a c o n t o d a c o n c i e n c i a e n " P a r o d i a y p r o p i e d a d " :
" L o b á s i c o p a r a m í es q u e e s a r e l a c i ó n c o n l o s o t r o s t e x t o s , c o n l o s t e x t o s d e
otro q u e el escritor u s a en su escritura, esa r e l a c i ó n c o n l a literatura y a escrita
que f u n c i o n a c o m o c o n d i c i ó n de p r o d u c c i ó n e s t á c r u z a d a y d e t e r m i n a d a
las relaciones de p r o p i e d a d . A s í , el escritor enfrenta de u n m o d o
por
específico
l a c o n t r a d i c c i ó n entre escritura social y a p r o p i a c i ó n p r i v a d a que aparece visib l e m e n t e e n las cuestiones q u e s u s c i t a n el p l a g i o , l a c i t a , l a p a r o d i a , l a t r a d u c c i ó n , el pastiche, el a p ó c r i f o . ¿ C ó m o f u n c i o n a n los m o d o s de a p r o p i a c i ó n e n
l i t e r a t u r a ? E s a es p a r a m í l a c u e s t i ó n c e n t r a l y q u i z á s l a p a r o d i a d e b e r í a ser
p e n s a d a d e s d e e s a p e r s p e c t i v a " , e n Crítica y ficción,
3 0
pp.
126-127.
' ' E l h e c h o de que al presentar u n texto i n é d i t o de R o b e r t o A r l t
me
h a y a v i s t o f o r z a d o a u s a r l a f o r m a d e l r e l a t o , el h e c h o de q u e el c u e n t o de A r l t
se l e a e n e l i n t e r i o r d e u n l i b r o d e r e l a t o s q u e a p a r e c e c o n m i n o m b r e , es d e c i r :
NRFH,
JORGE FORNET
130
XLII
todas las claves son i g u a l de a m b i g u a s . E n l a n o t a 1 ( p p . 1001 0 1 , p p . 136-137), p o n g a m o s p o r caso, se r e p r o d u c e u n supuesto
r e t r a t o a u t o b i o g r á f i c o de A r l t q u e h a b í a p e r m a n e c i d o i n é d i t o .
E n r e a l i d a d , e l p r i m e r p á r r a f o e s t á sacado, c o n v a r i a c i o n e s , de
" Y o n o tengo l a c u l p a " , u n a de las " a g u a f u e r t e s " p o r t e ñ a s , el
s e g u n d o , e n su m a y o r í a , de u n a e n t r e v i s t a c o n c e d i d a p o r e l p r o p i o A r l t a l a r e v i s t a Literatura Argentina e n 1929, y e l t e r c e r o , c a s i
l i t e r a l m e n t e , d e l aguafuerte t i t u l a d o " L a i n u t i l i d a d de los
l i b r o s " . D e ese collage surge u n n u e v o texto, que si b i e n es coher e n t e , es y a otra cosa. E n l a c a r t a a K o s t i a , p o r su p a r t e , P i g l i a
i n c l u y e fragmentos de u n a c a r t a de A r l t a su h i j a M i r l a ; y e l p r o p i o personaje de K o s t i a es u n a a d u l t e r a c i ó n d e l o r i g i n a l . L a
n o t a n ú m e r o 13 (p. 122, p . 161), u n a c i t a e n que O n e t t i a l u d e
a d i c h o personaje, es r i g u r o s a m a n t e c i e r t a ; p e r o l o q u e se o c u l t a
3 1
e l h e c h o d e q u e n o m e h a y a s i d o p o s i b l e p u b l i c a r este t e x t o — c o m o h a b í a s i d o
m i intención— independientemente,
precedido por u n simple ensayo intro-
d u c t o r i o , d e m u e s t r a — y a se v e r á — q u e d e a l g ú n m o d o h e s i d o s o m e t i d o a
l a m i s m a p r u e b a q u e M a x B r o d " ( p . 135, p . 174).
S e p r o d u c e e n este c a s o
la m a y o r identidad posible entre narrador y autor real. E s o recuerda
relación
semejante,
también
e n notas a pie de p á g i n a ,
una
entre el cronista-
n a r r a d o r d e Los siete locos y Los lanzallamas, y e l p r o p i o A r l t : " n o e x i s t e u n a
d i f e r e n c i a s u s t a n c i a l e n t r e l a s n o t a s d e l « c o m e n t a d o r » a c e r c a d e l o s sucesos
p o l í t i c o s argentinos de los a ñ o s t r e i n t a y l a n o t a , esta v e z del « a u t o r » , q u e c o n firma
lo d i c h o p o r el A s t r ó l o g o acerca de l a a l i a n z a entre A l C a p o n e y G e o r g e
M o r a n " . E l l o " v u e l v e t o d a v í a m á s i m p r e c i s o e l l í m i t e e n t r e l a ficción y l a r e a <(
l i d a d " , R O S E C O R R A L , El obsesivo circular de la ficción. Asedios a Los siete locos"
y
e(
Los lanzallamas" de Roberto Arlt, E l C o l e g i o d e M é x i c o - F . C . E . ,
1992,
3 1
p.
México,
77.
E s evidente que el t e m a de l a
ficción
y l a r e a l i d a d , e n este c a s o ,
no
s ó l o e s t á v i n c u l a d o , s i n o q u e i n c l u s o se s u s t e n t a e n e l d e l a f a l s i f i c a c i ó n y e l
plagio. H a y u n ejemplo revelador: c u a n d o K o s t i a aparece p o r p r i m e r a vez,
e n e l c a f e t í n ( p . 129,
p . 168),
c o n c l u y e u n o d e sus p a r l a m e n t o s d e l m o d o
s i g u i e n t e : " H a y u n a frase d e G o e t h e , r e s p e c t o a este e s t a d o , q u e v a l e u n
P e r ú . « T ú m e h a s m e t i d o e n este d é d a l o , t ú m e s a c a r á s d e é l » . E s l o q u e a n t e r i o r m e n t e l e d e c í a " . L a c i t a es u n a c o p i a c a s i e x a c t a d e u n f r a g m e n t o d e l " a guafuerte",
" L a
terrible
sinceridad".
i n t r o m i s i ó n de l a r e a l i d a d e n el discurso
Esto
implica,
ficcional,
además
de
una
el tema del plagio, d a d o
q u e K o s t i a — p r o b a b l e m e n t e — e s t é p l a g i a n d o l a frase d e A r l t . A l u d o a l e j e m p l o p a r a q u e se n o t e q u e e n e l t e x t o e s t u d i a d o , e l t e m a d e l p l a g i o y l a f a l s i f i c a ción,
aunque
no
siempre
aparezca
en
primer
plano,
domina
toda
la
n a r r a c i ó n . P o r c i e r t o , e n ese m o m e n t o , K o s t i a r e c u r r e a l a frase d e G o e t h e
e n v a r i a s o c a s i o n e s , y le d i c e a s u i n t e r l o c u t o r : " N o le p i e r d a s l a p i s t a a
G o e t h e . . . P a r a poder salir del d é d a l o , p r i m e r o hay que perderse" (p.
131,
p . 170). N o es n e c e s a r i o a d v e r t i r q u e t a l e s p a l a b r a s p a r e c e n d i r i g i d a s a l l e c t o r detective.
NRFH, X L I I
"HOMENAJE A ROBERTO ARLT"
131
es q u e el K o s t i a a l q u e se refiere O n e t t i es s e u d ó n i m o de í t a l o
C o s t a n t i n i ( u n a m i g o de O n e t t i q u e le p r e s e n t a a A r l t ) y n o ,
c o m o se hace creer, e l a p e l l i d o de u n t a l S a ú l K o s t i a . P o r o t r a
p a r t e , l a referencia b i b l i o g r á f i c a d e l texto de O n e t t i es e x a c t a ,
salvo e n u n detalle: l a p á g i n a de l a c i t a n o es l a 3 8 6 , sino l a 3 6 8 .
E s p o s i b l e q u e se trate de u n a e r r a t a , p e r o n o d e s c a r t o l a p o s i b i l i d a d de q u e sea u n e l e m e n t o i n t e n c i o n a l . E s i m p o s i b l e d e m o s t r a r
c u a l e s q u i e r a de estas posturas; creo q u e de eso se t r a t a : de b o r r a r
las fronteras entre l a r e a l i d a d y l a ficción, r e c u r s o t a n c a r o a B o r ges y A r l t .
P i g l i a i n v a d e el texto c o n datos q u e p o n e n e n crisis su pretend i d o c a r á c t e r a c a d é m i c o , a l t i e m p o q u e l o r e f u e r z a n . M u c h o s de
esos d a t o s , e n m a y o r o m e n o r m e d i d a , s o n v e r d a d e r o s . E s cierto,
p o r e j e m p l o , q u e el c a p í t u l o " E l p o e t a p a r r o q u i a l " a p a r e c i ó e n
l a r e v i s t a Proa e n 1925, p e r o n o e n el n ú m e r o 6, s i n o e n el 10.
E s c i e r t o t a m b i é n q u e a ú n n o h a n sido r e c o g i d a s e n l i b r o s m á s
de m i l aguafuertes, p e r o " L a t e r r i b l e s i n c e r i d a d " y " L a i n u t i l i d a d de los l i b r o s " h a b í a n sido antologadas m á s de u n a v e z , antes
de l a a p a r i c i ó n de " H o m e n a j e . . . " . S i b i e n A r l t a l q u i l ó a u n
o b r e r o u n g a l p ó n p a r a sus e x p e r i m e n t o s , es falso q u e ese o b r e r o
fuera u n f e r r o v i a r i o l l a m a d o A n d r é s M a r t i n a . G r a n p a r t e de l a
i n f o r m a c i ó n q u e P i g l i a ofrece es t o m a d a de l a b i o g r a f í a q u e
L a r r a h i z o de A r l t . D e e l l a t o m a , y d a c o m o i n é d i t a , l a patente
d e l i n v e n t o de las m e d i a s e n g o m a d a s . I n c l u s o , e n ocasiones,
P i g l i a p o n e e n b o c a de a l g u n o s personajes o p i n i o n e s d e l p r o p i o
L a r r a . C u a n d o K o s t i a le escribe a A r l t q u e las m e d i a s t i e n e n
a r r u g a s de pescado y m á s b i e n p a r e c e n m e d i a s e l á s t i c a s p a r a
ajustar v á r i c e s , n o e s t á sino r e p i t i e n d o , casi t e x t u a l m e n t e , u n a
o p i n i ó n d e l b i ó g r a f o . A veces se p o n e n e n j u e g o falsificaciones
que p o d r í a n justificarse p o r l a posible i g n o r a n c i a del narrador
( c o m o d e c i r , p o r e j e m p l o , q u e A r l t m u r i ó e n j u n i o ) , p e r o otras
n o d e j a n l u g a r a d u d a s : e n l a n o t a 9 ( p . 116, p . 155) se c i t a u n
f r a g m e n t o de " E s c r i t o r f r a c a s a d o " ; t a l c i t a es a p ó c r i f a ,
A l m i s m o t i e m p o , P i g l i a r e c u r r e de m a n e r a o b l i c u a a su p r o p i a ficción. E n c i e r t o m o m e n t o (p. 117, p . 156) e x t r a e de los
papeles i n é d i t o s u n a frase de A r l t q u e m u c h o antes h a b í a s e r v i d o
c o m o e p í g r a f e a Jaulario y La invasión: " a nosotros nos h a t o c a d o
l a m i s i ó n de asistir a l c r e p ú s c u l o de l a p i e d a d " . L a c i t a , r e p r o d u c i d a t a m b i é n p o r L a r r a , pertenece a u n a b r e v í s i m a " a u t o b i o g r a fía" p u b l i c a d a y a e n 1929. A l c o m i e n z o d e l c a p í t u l o 1 de
3 2
3 2
Op. cit, p . 1 3 4 .
NRFH, X L I I
JORGE FORNET
132
" H o m e n a j e . . . " se hace referencia a u n t e m a a p a r e c i d o e n los
papeles de A r l t : " E n m e d i o de l a m u l t i t u d , e n l a j u n g l a de l a c i u d a d , i m a g i n a r a u n h o m b r e c u y o destino y c u y a v i d a e s t á n e n
p o d e r de otro, c o m o si los dos e s t u v i e r a n e n u n d e s i e r t o " (p. 104,
p . 141). Se trata, en r e a l i d a d , d e l t e m a de " L a caja de v i d r i o " ,
c u e n t o d e l p r o p i o P i g l i a p u b l i c a d o tanto e n Nombre falso c o m o e n
Prisión perpetua . A ese c u e n t o pertenece t a m b i é n el personaje de
R i n a l d i , m i e n t r a s q u e su d e s c r i p c i ó n física, e n c a m b i o , c o i n c i d e
c o n las de A l m a d a a l c o m i e n z o y a l final de " L a l o c a y e l relato
d e l c r i m e n " , y c o n l a de K o s t i a . A d e m á s , e l n o m b r e de l a
m e n d i g a ( E c h e v a r r e , M a r í a d e l C a r m e n ) g u a r d a bastante r e l a c i ó n c o n e l de l a d e m e n t e e n " L a l o c a . . . " y c o n u n personaje
h o m ó n i m o de Respiración artificial ( E c h e v a r n e , A n g é l i c a I n é s ) .
P o r ú l t i m o , e n esta m i s m a n o v e l a , u n o de los personajes ( M a r c e l o M a g g i ) se ve e n v u e l t o e n u n a s i t u a c i ó n m u y p a r e c i d a a l a de
"Luba" .
33
3 4
3 5
5. P a r a P i g l i a , u n o de los f u n d a m e n t o s de l a l i t e r a t u r a a r g e n t i n a
es p r e c i s a m e n t e el t ó p i c o d e l p l a g i o y de l a f a l s i f i c a c i ó n .
B a s t a r í a hacer —dice— l a historia del sistema de citas, referencias
culturales, alusiones, plagios, traducciones, pastiches que recorre
l a literatura argentina desde Sarmiento hasta Lugones para ver
3 3
Y a c o n c l u i d o este e n s a y o , d e s c u b r o q u e se t r a t a d e u n a c i t a d e u n
cuaderno
de
apuntes de
Nathaniel Hawthorne reproducido por
BORGES
{Obras completas, E m e c é , B u e n o s A i r e s , 1 9 7 4 , p . 6 7 3 ) .
3 4
L a d e s c r i p c i ó n de R i n a l d i d i c e : " G o r d o , j a d e a n t e , e l traje de
filafil
v e r d e n i l o m a n c h a d o c o n c a f é , c e n i z a y r o u g e " (p. 105, p . 142). L a de A l m a d a : " G o r d o , difuso, m e l a n c ó l i c o , el traje de
c u e r p o " . L a de K o s t i a ,
finalmente:
filafil
v e r d e n i l o n o t á n d o l e e n el
" K o s t i a era u n tipo gordo, asmático, que
r e s p i r a b a c o n u n j a d e o p e s a d o " ( p . 1 2 9 , p . 1 6 8 ) . E n este c a s o se j u e g a c o n
p e r s o n a j e s p r o v e n i e n t e s d e d i f e r e n t e s á m b i t o s ; s i e l p r i m e r o es, s u p u e s t a m e n t e , u n p e r s o n a j e i n é d i t o d e A r l t , e l s e g u n d o es d e P i g l i a , m i e n t r a s q u e e l
ú t l i m o s e r í a u n a p e r s o n a d e c a r n e y h u e s o . E n t a l c a s o se h a r í a n i n e x p l i c a b l e s
esas s e m e j a n z a s .
3 5
" E n e l a ñ o 33 l a c o n o c í [a C o c a ] p o r q u e estuve u n t i e m p o e s c o n d i d o
e n u n a boite de R o s a r i o que regenteaba u n c o r r e l i g i o n a r i o que h a b í a sido
c o m i s a r i o de p o l i c í a . L a C o c a t r a b a j a b a a h í y y o le p a r e c í a u n b i c h o r a r o ; l a
v e r d a d que t e n í a el aire i n v o l u n t a r i o de u n c o n s p i r a d o r de D o v s í o i e v s k i ; ella
p e n s ó q u e y o e r a u n a n a r q u i s t a . . . " , Respiración
artificial, P o m a i r e , B u e n o s
A i r e s , 1980, p . 28. I n m e d i a t a m e n t e M a r c e l o c u e n t a c ó m o l a C o c a i b a c o n él
a t o m a r m a t e m i e n t r a s él le h a b l a b l a de L e a n d r o A l e m , c u y o n o m b r e nos
r e m i t e a l d e l a c a l l e a l a q u e , a l final d e " L u b a " ,
salen los protagonistas.
NRFH, X L I I
'HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
133
hasta q u é punto Borges exaspera y lleva a l a parodia y al apócrifo
esa t r a d i c i ó n .
36
E n " H o m e n a j e . . . " , P i g l i a i n t u y e , antes de q u e a p a r e z c a e x p l í c i t a m e n t e e n otros textos, esa i d e a de q u e u n a parte i m p o r t a n t e
de l a l i t e r a t u r a a r g e n t i n a , desde S a r m i e n t o hasta h o y , se h a a p o y a d o de m a n e r a i n e q u í v o c a e n el p l a g i o y l a c i t a falsa. P a r a é l ,
los grandes n o m b r e s de d i c h a l i t e r a t u r a se h a n f o r m a d o sobre esa
base, y r e c í p r o c a m e n t e , l a h i s t o r i a de esa t e n d e n c i a es e n b u e n a
m e d i d a l a h i s t o r i a m i s m a de l a l i t e r a t u r a n a c i o n a l . " H o m e n a j e . . . " es, entre otras cosas, l a p u e s t a e n p r á c t i c a de u n a t e o r í a
q u e s ó l o e m e r g e r á c o m o t a l v a r i o s a ñ o s d e s p u é s . P a r a entonces,
P i g l i a i n s i s t i r á e n esa t r a d i c i ó n i n a u g u r a d a p o r S a r m i e n t o . E n
m á s de u n a e n t r e v i s t a hace r e f e r e n c i a a ese t e m a q u e c u a j a , e n
1980, c o n l a p u b l i c a c i ó n de " N o t a s sobre F a c u n d o " y Respiración
artificial. E n a m b o s textos m a n e j a l a i d e a de que l a c i t a q u e a b r e
el Facundo (On ne tuepoint les idees) es " f a l s a " . Facundo es l a p r i m e r a g r a n o b r a de l a l i t e r a t u r a a r g e n t i n a , p o r l o q u e l a c i t a se c o n v i e r t e en u n a frase i n i c i á t i c a e n l a c o n c i e n c i a d e l p a í s , q u e se
e n s e ñ a a los n i ñ o s desde l a escuela p r i m a r i a . N o h a y q u e p e r d e r
de v i s t a , s i n e m b a r g o , las diferencias entre S a r m i e n t o y a l g u n o s
de sus sucesores. E n él n o creo q u e e x i s t a l a v o l u n t a d de falsific a r ; m á s b i e n e r a m o n e d a c o r r i e n t e e n el siglo x i x c i t a r de m e m o r i a . D e todos m o d o s S a r m i e n t o i n a u g u r a , i n c o n s c i e n t e m e n t e ,
u n a t r a d i c i ó n que P i g l i a considera esencial.
S a r m i e n t o — c o m o se h a d i c h o m á s de u n a v e z — i n t e n t a l e g i t i m a r su d i s c u r s o m e d i a n t e l a a p r o p i a c i ó n de l a v o z de los " c i v i l i z a d o s " , p e r o * * escribe mal ese saber q u e a la vez e x a l t a " . E n
Recuerdos de provincia, S a r m i e n t o , a p r o p ó s i t o de " E l h i s t o r i a d o r
F u n e s " , decía:
3 7
3 6
3 7
" P a r o d i a y p r o p i e d a d " , e n Critica y ficción, p . 1 2 2 .
Desencuentros de la modernidad en América Latina. Literatura
JULIO RAMOS,
y política en el siglo xix, F . C . E . , M é x i c o , 1 9 8 9 , p . 2 2 . R a m o s se d e t i e n e e n l a
interpretación
que P i g l i a hace
d e S a r m i e n t o (cf. p p . 2 0 - 2 3 ) . A n t e s
había
r e p r o d u c i d o u n a frase d e Recuerdos de provincia: " N o s o t r o s , a l d í a s i g u i e n t e d e
l a r e v o l u c i ó n , d e b í a m o s v o l v e r los ojos a todas partes b u s c a n d o c o n q u é l l e n a r
el v a c í o que d e b í a n dejar l a i n q u i s i c i ó n destruida, el poder absoluto v e n c i d o ,
la exclusión religiosa ensanchada".
V a l e l a pena repetir l a pregunta:
q u é l l e n a r esos v a c í o s ? p r o b a b l e m e n t e
m i e n t o sea: " c o n c i t a s " .
l a respuesta
no formulada por
¿Con
Sar-
134
JORGE FORNET
NRFH, X L I I
Sobre el d e á n Funes ha pesado el cargo de plagiario, que para
nosotros se convierte m á s bien que en reproche, en muestra clara
de m é r i t o . . . A q u e l l o , pues, que llamamos hoy plagio, era entonces e r u d i c i ó n y riqueza; y yo prefiriera o í r segunda vez a u n autor
digno de ser leído cien veces, a los ensayos incompletos de l a r a z ó n
y del estilo que a ú n están en e m b r i ó n , porque nuestra inteligencia
nacional no se h a desenvuelto lo bastante, para rivalizar con los
autores que el concepto del mundo reputa dignos de ser escuchados.
S y l v i a M o l l o y h a h e c h o r e f e r e n c i a a ese f r a g m e n t o y a l a a l u s i ó n
a Facundo e n Respiración artificial . T a m b i é n h a n o t a d o q u e u n o
de los e p í g r a f e s de Recuerdos... es u n a f a m o s a c i t a ( m a l t r a d u c i da) a t r i b u i d a a Hamlet e n l u g a r de a Macbeth.
38
6. E s o b v i o q u e " H o m e n a j e a R o b e r t o A r l t " se i n s e r t a de m a n e r a coherente e n esa t r a d i c i ó n c o m e n z a d a c o n S a r m i e n t o . E l p r o p i o A r l t y a h a b í a e x p l o t a d o e l t e m a de l a f a l s i f i c a c i ó n . E n Los siete
locos y Los lanzallamas h a y referencias frecuentes a p e q u e ñ a s falsificaciones, desde las " m á s c a r a s " q u e u s a n los personajes ( l a c o n t i n u a s i m u l a c i ó n y esos a p o d o s q u e o c u l t a n s u v e r d a d e r a
i d e n t i d a d ) , las m e n t i r a s de q u e se v a l e n , o l a u t i l i z a c i ó n de d i n e r o falso, h a s t a l a f a l s i f i c a c i ó n m á s g r a n d e de todas y q u e es e l
s o s t é n m i s m o de l a h i s t o r i a : l a S o c i e d a d S e c r e t a y e l p r o y e c t o
r e v o l u c i o n a r i o d e l A s t r ó l o g o . E n " L u b a " r e a p a r e c e n a l g u n o s de
esos e l e m e n t o s , c o m o e l d e l u s o de las m á s c a r a s ( q u e estaba e n
el o r i g i n a l d e A n d r e i e v ) y e l d e l d i n e r o falso ( q u e es i n t r o d u c i d o
p o r P i g l i a ) . E n c u a n t o a l p r i m e r o , e l m á s i m p o r t a n t e , e s t á e n los
3 8
At face value. Autobiographical writing in Spanish America, C a m b r i d g e U n i -
versity Press, C a m b r i d g e , 1991. " T h e characters i n R i c a r d o P i g l i a ' s novel,
Respiración
artificial [ e s c r i b e M o l l o y ] , a r e t o b e f o u n d s t i l l d i s c u s s i n g S a r m i e n -
t o ' s p r o b l e m a t i c q u o t a t i o n . T h e y k n o w i t is n o t f r o m F o r t o u l , b e l i e v e i t t o b e
f r o m V o l n e y , b u t , i n t h e final a n a l y s i s , t h i s is o f n o c o n c e r n t o t h e m : W h a t
r e a l l y i n t e r e s t s t h e m is t h e b a s i c i r o n y o f t h e s i t u a t i o n , t h e fact t h a t a b o o k
l i k e Facundo, h a i l e d b y m a n y as t h e f o u n d i n g t e x t o f A r g e n t i n e l i t e r a t u r e , b e
heralded b y a quotation that,
firstly,
is f o r e i g n , a n d , s e c o n d l y , i s f a l s e . A n
a d d e d i r o n y t o t h i s , o f c o u r s e , is t h a t P i g l i a ' s n o v e l itself, d u e t o a t y p o g r a p h i c a l e r r o r , gets c a u g h t u p i n S a r m i e n t o ' s m i s t a k e . W h i l e i t s c h a r a c t e r s d e l i g h t
i n S a r m i e n t o ' s erroneous q u o t a t i o n , the n o v e l i n a w a y perpetuates it b y twice
s p e l l i n g Fourtol i n s t e a d o f Fortoul" ( p . 2 1 3 , n . 3 3 ) . P e r o l a i r o n i a n o se d e t i e n e
ahí. E l fragmento dedicado al d e á n Funes y reproducido p o r M o l l o y (p. 28),
no sólo está e n inglés, sino t a m b i é n adulterado. D e hecho omite, sin aclarac i ó n a l g u n a , l a f r a s e : "El médico a palos d e M o r a t í n e r a Le médecin malgré lui
de M o l i è r e " , q u e estaba e n el"original.- P o r si fuera p o c o , y a d i f e r e n c i a de
R a m o s , M o l l o y basa su análisis e n u n a n o v e l a y n o e n u n texto ensayístico.
NRFH,
XLII
"HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
135
dos personajes p r o t a g ó n i c o s . E l l a , l a p r o s t i t u t a , finge ser " u n a
m u j e r h o n r a d a " ; é l , el a n a r q u i s t a , finge ser " u n e x p e r i m e n t a d o
h o m b r e de m u n d o " . P e r o h a y m á s : l a m á x i m a f a l s i f i c a c i ó n que
e l l a ejerce — y esto l o v e r e m o s m á s a d e l a n t e — e s t á e n su p r o p i o
n o m b r e , m i e n t r a s q u e él se e n c u e n t r a " h a b i t u a d o , gracias a su
d o b l e v i d a , a o c u l t a r sus v e r d a d e r o s s e n t i m i e n t o s c o m o si fuera
u n a c t o r e n e l escenario de u n t e a t r o " .
P i g l i a , q u e h a m e d i t a d o l a r g a m e n t e sobre l a o b r a de A r l t
y es, h a s t a c i e r t o p u n t o , u n o de sus m á s c o n v i n c e n t e s re ¿ v i n d i c a dores, maneja c o n sorprendente recurrencia u n t e m a llamativo:
" e n A r l t — h a d i c h o — l a ficción se t r a n s f o r m a y se m e t a m o r f o s e a
y a m e n u d o se i d e n t i f i c a c o n l a estafa, c o n e l f r a u d e , c o n l a
falsificación, con l a d e l a c i ó n " . H u r g a n d o en " H o m e n a j e . . . "
p u e d e n e n c o n t r a r s e detalles q u e nos c o n d u c e n a a l g u n a s de las
pistas f u n d a m e n t a l e s d e l " c r i m e n " . C u a n d o M a r t i n a le e n t r e g a
a P i g l i a v a r i o s papeles i n é d i t o s , é s t e h a l l a u n a l i s t a de l i b r o s " l e í dos p o r A r l t e n esos d í a s o q u e A r l t p e n s a b a c o m p r a r " (p. 119,
p . 159). E n t r e ellos — i m p o r t a n t e s e n m a y o r o m e n o r g r a d o — se
e n c u e n t r a " L a s t i n i e b l a s " . E l d a t o p a s a i n a d v e r t i d o , p e r o dos
p á g i n a s m á s adelante, e n u n a c a r t a de K o s t i a d i r i g i d a a A r l t , y
q u e t a m b i é n le fue e n t r e g a d a a l n a r r a d o r p o r M a r t i n a , K o s t i a
c r i t i c a u n c u e n t o q u e A r l t le h a b í a e n v i a d o : " ¿ n o p o d r í a s e n c o n trarle u n a vuelta que sonara menos S a n Petersburgo? (la puta y
el a n a r q u i s t a , o h D i o s m í o , ¿ c u á n d o te vas a d e c i d i r a leer a
P r o u s t ? ) " . E l c u e n t o , c l a r o e s t á , es " L u b a " . ¿ P o r q u é a K o s 3 9
4 0
4 1
3 9
H A Y E S tiene r a z ó n , e n su y a citado ensayo sobre ' ' L u b a " , c u a n d o dice
q u e s i é l finge ser u n c l i e n t e e n b u c a d e s e x o , e l l a finge c r e e r l e c u a n d o sabe
q u e es u n p e r s e g u i d o . C o m o e l l a n o l o s e d u c e , f r a c a s a e n e l p a p e l d e p r o s t i t u ta; c o m o él n o a c t ú a , falla en su r e p r e s e n t a c i ó n del cliente. F a b r i c a n entonces
la
ficción
de u n a i n t i m i d a d ( l i n g ü í s t i c a ) entre los dos. A r t . c i t . , p . 144.
4 0
" S o b r e R o b e r t o A r l t " , e n Critica y ficción,
4 1
Q u i z á s e l l o e x p l i q u e q u e e n l a m e n c i o n a d a l i s t a a p a r e z c a A la sombra
p. 33.
de las muchachas en flor, c u y o a u t o r , d i c h o s e a d e p a s o , e r a u n c r e a d o r d e p a s t i c h e s . E n r e a l i d a d A r l t h a b í a h e c h o m e n c i ó n d e ese t e x t o y d e El camino de
Swan, e n e l a g u a f u e r t e " L a m a d r e e n l a v i d a y e n l a n o v e l a " . E n l a l i s t a e n t r e gada p o r M a r t i n a aparecen, al menos, otras dos novelas que n o
podemos
p a s a r p o r a l t o : La locura de Almayer, d e J o s e p h C o n r a d , y Bouvardy Pécuchet,
d e F l a u b e r t . La locura. . . ( 1 8 9 5 ) es l a p r i m e r a n o v e l a d e s u a u t o r ; e n e l l a — h a
d i c h o l a c r í t i c a — se n o t a n l a s d i f i c u l t a d e s d e C o n r a d p a r a m a n e j a r u n a l e n g u a
y u n a t é c n i c a que t o d a v í a no d o m i n a b a , deficiencias que, m á s de u n a vez,
se l e h a n a d j u d i c a d o a A r l t . L a n o v e l a d e F l a u b e r t , e n c a m b i o , fue l a ú l t i m a
q u e e s c r i b i ó , l a d e j ó i n c o n c l u s a y fue p u b l i c a d a , p o s t u m a m e n t e ,
en 1881.
L o q u e l l a m a l a a t e n c i ó n d e e l l a es e l a r g u m e n t o : d o s a m a n u e n s e s ,
Bouvard
y P é c u c h e t , c o m p r a n u n a g r a n j a a l a c u a l se v a n a v i v i r . A l l í r e a l i z a n l o s m á s
136
JORGE FORNET
NRFH,
XLII
t i a le s u e n a t a n S a n P e t e r s b u r g o ? ¿ P o r q u é — y esto y a es m á s
s e r i o — N a c a r a t t i c u e n t a q u e c u a n d o K o s t i a se e n o j a b a c o n A r l t
y " n o m b r a b a a Los siete locos fingía e q u i v o c a r s e . « C h e — l e d e c í a
K o s t i a — . P o r e j e m p l o e n Los siete ahorcados». L o j o d i a c o n
A n d r e i e v ? " (p. 127, p . 167). L a respuesta — s o l a p a d a — e s t á a l
final d e l texto, i n m e d i a t a m e n t e antes de q u e c o m i e n c e " L u b a " .
K o s t i a a c a b a de p u b l i c a r e l c u e n t o c o m o si fuera s u y o , c u a n d o
el n a r r a d o r a ú n n o l o h a d a d o a c o n o c e r . E s t e n o p u e d e e n t e n d e r
p o r q u é a q u é l l o hace o p o r q u é s ó l o a h o r a l o hace. E s entonces
c u a n d o reaparece M a r t i n a c o n u n a caja de m e t a l e n l a que
encontré la explicación, el motivo, que había decidido a Kostia a
publicar el relato de Arlt con su nombre. E n medio del polvo y
pegoteados en una sustancia gomosa que parecía caucho líquido,
había tres billetes de un peso; varias muestras del tejido de las
medias engomadas; un ejemplar de Las tinieblas de Andreiev... un
m o n t ó n de hojas manuscritas, numeradas del 41 al 75 y abrochadas con un alfiler: eran las páginas que faltaban en el cuaderno.
Escrito con tinta, borroso, estaba el original (inconcluso) de Luba
(p. 146, p. 184).
D e n u e v o se elude m e n c i o n a r l o m á s i m p o r t a n t e , pero e n lo d i c h o
se c o n c e n t r a l a clave, l a s o l u c i ó n d e l e n i g m a . E l hecho de que el
l e c t o r n o p u e d a p e r c i b i r l a e n sucesivas lecturas, se debe a que e s t á
d e m a s i a d o o c u l t a , a que el " c r i m e n " fue c o m e t i d o p o r u n profes i o n a l . N o p u e d o dejar de m e n c i o n a r e n este caso el c u e n t o de
B o r g e s t i t u l a d o " T e m a d e l t r a i d o r y d e l h é r o e " , e n e l c u a l se t r a b a j a u n a i d e a s i n g u l a r , m u y r e l a c i o n a d a c o n l o q u e he d i c h o :
a l g u i e n h a escrito, h a c i é n d o l a p a s a r p o r v e r d a d e r a , u n a h i s t o r i a
falsa, p e r o h a i n t e r c a l a d o e n e l l a pasajes p l a g i a d o s ( n a d a m e n o s
q u e de S h a k e s p e a r e ) , p a r a q u e a l g ú n i n v e s t i g a d o r d e l f u t u r o
pueda dar con la verdad.
R e n z i , el p r o t a g o n i s t a de Respiración artificial, d i c e e n u n
m o m e n t o u n a c o s a c i e r t a p e r o q u e , d e s p u é s de " H o m e n a j e . . . " ,
es d e c i r , de a d j u d i c a r l e a A r l t u n c u e n t o escrito p o r A n d r e i e v ,
v a r i a d o s o f i c i o s y e x p e r i m e n t o s , p e r o t o d o s f r a c a s a n . A l final, d e b e r á n r e g r e sar a su p r o f e s i ó n de a m a n u e n s e s .
Flaubert h a b í a previsto que
acabaran
c o p i a n d o l o s m á s d e s a t i n a d o s f r a g m e n t o s , q u i z á s e l Dictionnaire des idees recues
q u e é l m i s m o se d i v e r t í a e n r e c o p i l a r . E n este c a s o s a l t a n a l a v i s t a l o s p u n t o s
en c o m ú n c o n " H o m e n a j e . . . " : los experimentos fracasados, l a falsificación
q u e los personajes p o n e n e n p r á c t i c a c u a n d o i n t e n t a n e n c a r n a r dichos oficios,
y — s o b r e t o d o — l a q u e s u p o n d r í a l a r e p r o d u c c i ó n de los fragmentos ajenos.
NRFH,
XLII
'HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
137
p a r e c e i r ó n i c a ; " C u a l q u i e r m a e s t r a de l a escuela p r i m a r i a . . .
p u e d e c o r r e g i r u n a p á g i n a de A r l t , p e r o n a d i e p u e d e e s c r i b i r l a " . L o c u r i o s o es q u e t a m b i é n esa frase se i n s e r t a e n e l j u e g o
de falsificaciones y de p l a g i o s e n q u e estamos s u m e r g i d o s , pues
parece s a l i d a de u n texto de O n e t t i . L a c o n t r a d i c c i ó n es flagrante: de A r l t se d i c e q u e n a d i e p u e d e e s c r i b i r u n a p á g i n a c o m o
é l , p e r o l o c i e r t o es q u e " L u b a " — o u n a v e r s i ó n m u y a p r o x i m a d a , p a r a ser m á s p r e c i s o — fue e s c r i t a p o r A n d r e i e v . L a s o l u c i ó n
l a a p o r t a B o r g e s e n el famoso a r t í c u l o t i t u l a d o " K a f k a y sus p r e c u r s o r e s " , d o n d e p o s t u l a c o n r a z ó n q u e c a d a a u t o r nos o b l i g a a
releer l a l i t e r a t u r a precedente:
4 2
4 3
E n el vocabulario crítico, la palabra precursor es indispensable, pero
habría que tratar de purificarla de toda connotación de polémica
o de rivalidad. El hecho es que cada escritor crea a sus precursores.
Su labor modifica nuestra concepción del pasado, como ha de
modificar el futuro .
44
E n " L a flor de C o l e r i d g e " , e l p r o p i o B o r g e s r e i v i n d i c a el derec h o d e l escritor a t o m a r de a q u í y a l l á l o q u e necesite; a fin de
cuentas, el arte tiene " u n sentido e c u m é n i c o , i m p e r s o n a l . . . " .
4 2
Respiración artificial, p . 1 6 6 .
4 3
E n " S e m b l a n z a d e u n g e n i o r i o p l a t e n s e " , e n Nueva novela latinoameri-
cana, c o m p .
J .
Lafforgue, Paidós, Buenos Aires,
1972,
t.
2,
p.
376,
c u e n t a que " d e d i c a d o a c a t e q u i z a r , d i s t r i b u í l i b r o s de R o b e r t o A r l t .
ONETTI
Alguno
fue d e v u e l t o d e s p u é s d e h a b e r s e ñ a l a d o c o n l á p i z , s i n d i s t r a c c i o n e s , t o d o s l o s
errores ortográficos,
todos los torbellinos de l a sintaxis. Q u i e n
cumplió la
tarea tiene r a z ó n . P e r o siempre h a y compensaciones; no nos e s c r i b i r á n u n c a
nada equivalente a « L a a g o n í a del rufián melancólico», a «El h u m i l l a d o » o a
«Haffher
4 4
view
cae»".
Obras completas, p p .
(1941),
711-712.
un "sospechoso"
E n este m o m e n t o , B o r g e s c i t a Points of
texto adjudicado a E l i o t . E n r e a l i d a d d e b i ó
citar el ensayo del p r o p i o Eliot titulado " L a t r a d i c i ó n y el talento
individual"
(1919). y que h a b í a sido p u b l i c a d o incluso p o r l a editorial bonaerense
Emecé,
siete a ñ o s a n t e s q u e e l e n s a y o d e B o r g e s . C f . Los poetas metafisicosy otros ensayos
sobre teatro y religión, E m e c é , B u e n o s A i r e s ,
1944,
t.
2,
pp.
11-23.
Aquí,
ELIOT
p l a n t e a l a i d e a de que " e l sentido h i s t ó r i c o e m p u j a al h o m b r e a e s c r i b i r n o
s i m p l e m e n t e c o n su p r o p i a g e n e r a c i ó n e n l a sangre, sino c o n u n sentimiento
de q u e el conjunto de l a l i t e r a t u r a de E u r o p a desde H o m e r o , y d e n t r o de ella
el c o n j u n t o de l a l i t e r a t u r a de su p r o p i o p a í s , tiene u n a existencia s i m u l t á n e a
y constituye u n o r d e n s i m u l t á n e o . . . N i n g ú n poeta, n i n g ú n artista, de
cual-
q u i e r clase q u e sea, t i e n e , p o r s í s o l o , s u s e n t i d o c o m p l e t o . S u s i g n i f i c a d o , s u
a p r e c i a c i ó n es l a a p r e c i a c i ó n d e s u r e l a c i ó n c o n l o s p o e t a s y a r t i s t a s
muertos.
N o p o d e m o s v a l o r a r l o p o r sí solo; d e b e m o s colocarlo, p a r a contraste y c o m p a r a c i ó n , entre los m u e r t o s " , p . 1 3 .
NRFH,
JORGE FORNET
138
XLII
De modo que Piglia lee a Andreiev como u n precursor de Arlt,
hasta el punto de que puede intercambiar los autores sin que se
note, sin que resulte forzado. E n varias ocasiones—y ya es un
lugar c o m ú n — se ha acusado a Arlt de llevar a Dostoievski al
lunfardo "pasado por los traductores gallegos". Es exactamente
lo que hace Piglia: traducir al lunfardo, b a s á n d o s e en la e d i c i ó n
e s p a ñ o l a , el cuento de Andreiev. Y no olvidemos que los traductores —sobre todo en la é p o c a de A r l t — son los falsificadores y
plagiarios por excelencia.
E n su ya citada "semblanza" sobre Arlt, Onetti dice que
"era, literariamente, un asombroso semianalfabeto. N u n c a plag i ó a nadie; r o b ó sin darse cuenta" . T a m b i é n a q u í se reconoce la facultad de Arlt para explotar textos ajenos. Su literatura
revela m á s claramente que la de otros autores, una de las bases
de la literatura misma. Piglia aprovecha ese rasgo y lo utiliza en
el "Homenaje. . . " . C u a n d o el narrador se encuentra con K o s tia en el c a f e t í n , éste le bosqueja una p o é t i c a de Arlt y del escritor
argentino:
45
Lea Escritor fracasado: eso es lo mejor que Roberto Arlt escribió en
toda su vida. L a historia de un tipo que no puede escribir nada original, que roba sin darse cuenta : así son todos los escritores en
este país, así es la literatura acá. Todo falso, falsificaciones de falsificaciones. Arlt se dio cuenta que tenía que escribir sobre eso, metido hasta la garganta. Mire —dijo—, haga una prueba, compare
46
Escritor fracasado con ese cuento de Borges, con Pierre Menard: son
la misma cosa. E l tipo que no puede escribir si no copia, si no falsifica, si no roba: ahí tiene un retrato del escritor argentino. ¿A usted
le parece mal? Y sin embargo no está mal, está muy bien: se escribe desde donde se puede leer (pp. 132-133, pp. 171-172) .
47
4 5
" S e m b l a n z a . . . " , p. 374.
4 6
N ó t e s e q u e esto ú l t i m o c o i n c i d e c o n l a cita de O n e t t i i n m e d i a t a m e n t e
anterior.
4 7
E n l a e d i c i ó n d e Prisión
Menard";
perpetua d e s a p a r e c e t o d a r e f e r e n c i a a " P i e r r e
e l c a m b i o es i m p o r t a n t e p o r q u e s u p o n e e l e s c a m o t e o d e u n d a t o
n a d a d e s d e ñ a b l e . P a r e c e r í a q u e el autor intenta b o r r a r algunas pistas. S i n
e m b a r g o , p o r o t r o l a d o , l a n u e v a e d i c i ó n ofrece claves q u e n o e s t a b a n e n l a
p r i m e r a . E n l a n o t a 2 se c i t a u n a s u p u e s t a Correspondencia d e A r l t ; e n Nombre
falso se d i c e q u e l a s e l e c c i ó n , p r ó l o g o y n o t a s d e d i c h o l i b r o c o r r i e r o n a c a r g o
d e u n t a l P a b l o F o n t á n , p e r o e n Prisión
perpetua ese n o m b r e es s u s t i t u i d o p o r
el de E m i l i o R e n z i . D e m á s está decir que l a i n t r o m i s i ó n e n l a referencia
bibliográfica de u n personaje
ficticio
conocido, creado por el propio Piglia,
provoca, c u a n d o menos, nuestra sospecha. E l ú l t i m o c a m b i o
significativo
e n t r e l a s d o s v e r s i o n e s d e l t e x t o es q u e e n l a p r i m e r a e d i c i ó n " L u b a " e s t a b a
NRFH,
XLII
"HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
139
Se r e c o n o c e a s í , e n l a e s t é t i c a de P i e r r e M e n a r d , l a de t o d a u n a
t r a d i c i ó n l i t e r a r i a i n c l u y e n d o p o r supuesto a l p r o p i o A r l t . P e r o
esta i d e a aparece m a t i z a d a p o r l a d e l p l a g i o e c o n ó m i c a m e n t e
n e c e s a r i o . V a l e l a p e n a r e c o r d a r q u e , e n su c a r t a a K o s t i a , A r l t
se q u e j a de n o tener t i e m p o p a r a e s c r i b i r u n a n o v e l a . E n r e a l i d a d , l o q u e le falta es d i n e r o p a r a financiar ese t i e m p o l i b r e q u e
le p e r m i t i r í a dedicarse a l a l i t e r a t u r a ; c o m o necesita c o n s e g u i r l o ,
se d e d i c a e n c u e r p o y a l m a a su i n v e n t o de las m e d i a s e n g o m a d a s
( " C u a n d o las m e d i a s e s t é n e n l a calle y se v e n d a n y e m p i e c e a
e n t r a r p l a t a a h í v a n a v e r q u i e n es A r l t " , p . 124, p . 164). L a
referencia al cuento viene enseguida: " l o escribí medio obligado
p o r q u e m e l o p i d i e r o n e n El hogar ( m e p a g a n $ 1 l a p á g i n a . M á s
q u e a G á l v e z ) y les s a q u é $ 25 de a n t i c i p o " . E n ese entonces,
c o m o carece de t i e m p o , el p l a g i o es l a ú n i c a a l t e r n a t i v a q u e le
queda a A r l t para hacer literatura.
L l a m a l a a t e n c i ó n q u e entre los a p u n t e s q u e h a y e n el c u a d e r n o q u e M a r t i n a e n t r e g a a P i g l i a se e n c u e n t r e é s t e : " U n t e m a :
el h o m b r e p u r o y l a m a l a m u j e r e n u n a s i t u a c i ó n e x t r e m a . E n c e r r a d o s : v e r c ó m o c a m b i a n , se t r a n s f o r m a n ( ¿ m e t i d o s los dos e n
l a c á r c e l ? ) " (p. 116, p p . 154-155). Se t r a t a n i m á s n i m e n o s q u e
d e l t e m a de " L u b a " — o sea, de " L a s t i n i e b l a s " . U n p o c o m á s
a d e l a n t e se r e p r o d u c e el c o m i e n z o d e l c u e n t o t a l c o m o l o i b a
e s c r i b i e n d o A r l t , " s i n t a c h a r a m e d i d a q u e a v a n z a b a l a escritur a " . T a m b i é n el c o m i e n z o c o i n c i d e c o n el de " L u b a " y c o n el
d e l c a p í t u l o s e g u n d o de " L a s t i n i e b l a s " . P e r o , ¿ c ó m o es p o s i b l e
e n t o n c e s q u e A r l t se esfuerce e s c r i b i e n d o u n texto q u e y a e s t á
e s c r i t o , y c o n c u y a e s c r i t u r a v a a c o i n c i d i r a l final l a suya? ¿ P o r
q u é n o copia directamente? L a respuesta e s t á t a m b i é n en l a lógic a de P i e r r e M e n a r d , q u i e n n o i n t e n t a b a c o p i a r el Quijote sino
reescribirlo .
48
7. A t r a v é s de ejemplos e s p e c í f i c o s p u e d e verse c ó m o " H o m e n a j e . . . " l e g i t i m a el p l a g i o y se r e v e l a a sí m i s m o c o m o t a l . E n l a
n o t a 1, a l a c u a l y a he t e n i d o o c a s i ó n de r e f e r i r m e , se r e p r o d u c e
d i v i d i d o , c o m o " L a s t i n i e b l a s " , e n seis c a p í t u l o s . E n Prisión perpetua, e n c a m b i o , se f u n d e n l o s c a p í t u l o s t r e s y c u a t r o , l o q u e s u p o n e u n t o t a l d e c i n c o .
4 8
R e c u é r d e s e que Pierre M e n a r d " n o
quería componer
otro
Quijote
— l o c u a l es f á c i l — s i n o el Quijote. I n ú t i l a g r e g a r q u e n o e n c a r ó n u n c a
una
t r a n s c r i p c i ó n m e c á n i c a d e l o r i g i n a l ; n o se p r o p o n í a c o p i a r l o . S u a d m i r a b l e
a m b i c i ó n era producir unas p á g i n a s que coincidieran —palabra por palabra
y l í n e a p o r l í n e a — c o n l a s d e M i g u e l d e C e r v a n t e s " , J . L . B O R G E S , Obras
completas, p . 4 4 6 .
140
JORGE FORNET
NRFH, X L I I
—falsificada— u n a idea que A r l t h a b í a manejado en " L a inutilid a d de los l i b r o s " . L a v e r s i ó n d e l " H o m e n a j e . . . " d i c e , refir i é n d o s e a los escritores: " L a gente b u s c a l a v e r d a d y nosotros
le d a m o s m o n e d a f a l s a . . . L a gente cree q u e recibe l a m e r c a d e r í a
l e g í t i m a y cree q u e es m a t e r i a p r i m a , c u a n d o apenas se t r a t a de
u n a f a l s i f i c a c i ó n b u r d a , de otras falsificaciones q u e t a m b i é n se
i n s p i r a r o n e n f a l s i f i c a c i o n e s " ( p . 1 0 1 , p . 137). M á s adelante se
h a c e referencia a u n a frase s i m i l a r q u e e n los a p u n t e s de A r l t se
le a d j u d i c a a M e l v i l l e : " Q u é i n s e n s a t o , q u é i n c o n c e b i b l e q u e u n
a u t o r — e n n i n g u n a c i r c u n s t a n c i a p o s i b l e — p u e d a ser franco c o n
sus l e c t o r e s " (p. 113, p . 152). E n t r e los m i s m o s apuntes, c o m o
u n a a n o t a c i ó n a l m a r g e n , aparece: " A K o s t i a : defensa d e l p l a g i o
( E s c r i b i r t o d o : c o m o v e n g a ) " (p. 119, p . 158). E n c i e r t o m o m e n t o , P i g l i a , e n s u f u n c i ó n de n a r r a d o r personaje, trae a c o l a c i ó n
l a d i s y u n t i v a de M a x B r o d ante los i n é d i t o s de K a f k a , p a r a m e d i t a r sobre l a d i m e n s i ó n é t i c a d e l p l a g i o . E n ese instante, y m á s
t a r d e a p r o p ó s i t o de " L u b a " , e l n a r r a d o r insiste e n q u e esos textos (el de A r l t , los de K a k f a ) y a n o s o n de n a d i e , sino q u e perten e c e n a todos; es p o r ello q u e p u e d e n p u b l i c a r s e pese a l a
r e n u e n c i a de su a u t o r , p o r q u e u n a v e z escritos d e j a n de t e n e r
propietarios. U n a i d e a m u y s i m i l a r h a b í a sido m a n e j a d a antes p o r
B o r g e s . E n su c o n o c i d o t e x t o , " B o r g e s y y o " , d i c e " N a d a m e
c u e s t a confesar q u e [el otro] h a l o g r a d o ciertas p á g i n a s v á l i d a s ,
p e r o esas p á g i n a s n o m e p u e d e n s a l v a r , q u i z á p o r q u e l o b u e n o
y a n o es de n a d i e , n i s i q u i e r a d e l o t r o , s i n o d e l lenguaje o l a t r a d i c i ó n " . Y t e r m i n a d u d a n d o : " N o sé c u á l de los dos escribe esta
'
5 ) 4.Q
pagma *y.
•
A l m i s m o t i e m p o , e l texto se r e v e l a a sí m i s m o , a u n q u e n u n c a e x p l í c i t a m e n t e , c o m o p l a g i o . Y a se h a v i s t o q u e ello o c u r r í a
m e d i a n t e las pistas q u e i b a d e j a n d o sobre A n d r e i e v . P e r o a l m i s m o t i e m p o v a d e j a n d o otras c o m o l a i n s i s t e n c i a (ver n o t a p . 17,
p . 136, p . 175) e n e l v a l o r d e l " c r i m e n , l a estafa, l a f a l s i f i c a c i ó n
y el r o b o " en l a escritura arltiana, l a persistencia en el " r o b o "
p e r p e t r a d o p o r K o s t i a a l p u b l i c a r c o n su n o m b r e e l c u e n t o de
A r l t , y l a p e r p l e j i d a d ante e l secreto q u e e n c e r r a b a el c u e n t o ;
secreto q u e s ó l o se c o m p r e n d e u n a v e z q u e c o n o c e m o s e l p l a g i o .
E s f u n d a m e n t a l el h e c h o de q u e K o s t i a h a y a p u b l i c a d o e l c u e n t o
c o m o si h u b i e r a sido e s c r i t o p o r é l . L a r a z ó n e s t á e n q u e K o s t i a
sabe q u e " L u b a " es u n p a l g i o de " L a s t i n i e b l a s " y se a p r e s u r a
a p u b l i c a r l o c o m o s u y o — y a l o dije antes— p a r a p r o t e g e r a A r l t .
Obras completas, p . 8 0 8 .
NRFH, X L I I
'HOMENAJE A ROBERTO ARLT'
141
P e r o eso n o i m p i d e q u e P i g l i a l o p u b l i q u e c o m o o b r a de é s t e .
E n t r a m o s a s í e n u n j u e g o de espejos que m u l t i p l i c a las i m á g e n e s :
A r l t plagia a A n d r e i e v , K o s t i a plagia a A r l t (para protegerlo) y
P i g l i a p l a g i a a K o s t i a (al p u b l i c a r el c u e n t o o c u l t a n d o q u e se t r a t a de u n a f a l s i f i c a c i ó n ) . T o d o ello v a e n m a r c a d o , a d e m á s , d e n t r o
de l a ficción c r e a d a p o r el v e r d a d e r o P i g l i a , el a u t o r r e a l de t o d a
esta h i s t o r i a . P e r o h a y algo m á s i m p o r t a n t e a ú n : el t í t u l o c o n q u e
K o s t i a p u b l i c a el r e l a t o . " N o m b r e falso: L u b a " , esconde y a e l
p l a g i o . O sea, " L u b a " es e l n o m b r e falso d e l c u e n t o , d a d o q u e
e n r e a l i d a d d e b e r í a l l a m a r s e " L a s t i n i e b l a s " . A l a v e z , el t í t u l o
r e m i t e a l d e l v o l u m e n de P i g l i a (o de u n a s e c c i ó n , e n el caso de
Prisión perpetua), q u e se l l a m a p r e c i s a m e n t e Nombre falso, y a l final
de " L u b a " . Se p r o d u c e entonces u n d i á l o g o r e v e l a d o r entre
los p r o t a g o n i s t a s ; a m b o s a c a b a n de s a l i r d e l p r o s t í b u l o :
5 0
— V a m o s , L u b a —dice él.
— N o me llamo L u b a —dice ella, apretando l a valija contra su cuerpo—. M i verdadero nombre es Beatriz Sánchez (p. 172, p. 212).
S ó l o entonces los dos personajes se d e s p o j a n de las m á s c a r a s y
a d q u i e r e n su v e r d a d e r a i d e n t i d a d . E l proceso de " d e s n u d a m i e n t o " q u e se h a v e n i d o d a n d o a l o l a r g o d e l texto, a l c a n z a a q u í u n
p u n t o c l i m á t i c o . A s í , el c u e n t o e n t r o n c a c o n t o d o el " H o m e n a j e . . . " y c o n l a o b r a v e r d a d e r a de R o b e r t o A r l t . P i g l i a se h a v a l i d o de esta ficción p a r a acercarse a l a n a r r a t i v a de é s t e , p e r o a l a
v e z p a r a r e c r e a r u n a p o é t i c a q u e le p u d i e r a p e r t e n e c e r t a m b i é n
a B o r g e s , a l a l i t e r a t u r a a r g e n t i n a , o a l a l i t e r a t u r a a secas. S i p o r
u n l a d o se l e g i t i m a esa f o r m a " e c u m é n i c a e i m p e r s o n a l " de
e n t e n d e r l a , p o r o t r o se l l e g a a u n a de las constantes a r l t i a n a s : l a
p a r a d ó j i c a o b s e s i ó n de u t i l i z a r las m á s c a r a s c o m o f o r m a suprem a de l o g r a r l a a u t e n t i c i d a d .
J O R G E FORNET
C a s a de las A m é r i c a s
5 0
F i n a l q u e , p o r c i e r t o , n o e s t a b a e n e l o r i g i n a l d e A n d r e i e v s i n o q u e es
i n v e n c i ó n d e l p r o p i o P i g l i a . Y a q u í las cosas v u e l v e n a c o m p l i c a r s e . C a s i a l
ñ n a l de cuento (p. 169, p . 208) aparece u n a n o t a al pie que dice: " L a v e r s i ó n
m a n u s c r i t a se i n t e r r u m p e a c á . L o q u e s i g u e c o r r e s p o n d e a l a c o p i a m e c a n o grafiada p o r K o s t i a " . E s decir, n o existe constancia de que lo que c o n t i n ú a
estuviera e n el o r i g i n a l de A r l t , y q u e d a abierta l a p o s i b i l i d a d de q u e K o s t i a
h a y a r e e s c r i t o e l final d e l c u e n t o . E n v e r d a d , e l a p e g o a l o r i g i n a l d e A n d r e i e v
c o n t i n ú a h a s t a d o s p á g i n a s d e s p u é s , y s ó l o l a ú l t i m a p á g i n a y m e d i a es o b r a
d e P i g l i a . P e r o t o d o se c o m p l i c a p o r q u e l a s s u c e s i v a s f a l s i f i c a c i o n e s n o s h a c e n
perder el r u m b o
continuamente.
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