Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de

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ISSN 1981-8874
Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de
comportamento reprodutivo pouco conhecido, na pátria
da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) (Psittaciformes:
Psittacidae), destacando-se novos dados sobre o comportamento reprodutivo
do besourinho-de-cauda-larga (Phaethornis gounellei) (Apodiformes: Trochilidae)
a descrição do ninho da choca-do-nordeste (Sakesphorus cristatus) (Passeriformes:
Thamnophilidae) e do jacucaca (Penelope jacucaca) (Galliformes: Cracidae)
9 771981 887003
00153
Pedro Cerqueira Lima; Rolf Grantsau; Rita de Cássia
Ferreira da Rocha Lima; Thyers Novaes de Cerqueira
Lima Neto & Luiz Eduardo Souza Silva
Sumário: O presente trabalho apresenta dados sobre a reprodução de algumas espécies de aves, dentre elas espécies listadas como ameaçada de
extinção, endêmicas, raras e algumas, que apesar de não se enquadrarem
em nenhuma das características anteriores, seus comportamentos reprodutivos são pouco conhecidos. O presente estudo foi desenvolvido no Raso
da Catarina (pátria da espécie A. leari,) em ambientes de caatinga arbustiva e floresta semidécidua, entre os anos de 2005 a 2010. Durante os anos
de 2002 a 2005 realizamos campanhas de inventário, empregando métodos de observação direta, registro fonográfico e captura em redes de neblina, em que foi possível identificar 212 espécies de aves (Lima 2005).
Palavras Chave: Anodorhynchus leari; ninhos de espécies ameaçadas,
endêmicas e raras.
Introdução
Durante muito tempo, não se sabia qual era verdadeira pátria da espécie
Anodorhynchus leari. Bonaparte, em 1856, descreveu a espécie baseandose em um exemplar taxidermizado depositado no Museu de Paris e em outro indivíduo que vivia no Jardim Zoológico de Anvers. Em 1978, Helmut
Sick e seus discípulos, Luiz Pedreira Gonzaga e Dante Martins Teixeira,
descobriram a verdadeira pátria da A. leari, situada no sertão da Bahia entre os municípios de Jeremoabo, Canudos e Euclides da Cunha e, especificamente, dois pontos de dormida e reprodução: Toca Velha, no município
de Canudos e Serra Branca, no município de Jeremoabo. Em 1994, Lima
incentivou um “mateiro” da região a procurar novas populações de A. leari
e em 1995, fruto desta iniciativa, foi descoberta uma nova população localizada no município de Campo Formoso Munn (1995). Por muito tempo a
população de A. leari não passava de 170 indivíduos, mas com a inclusão
das comunidades nas pesquisas foi possível descobrir novos dormitórios
elevando a população a mais de 1000 aves. Várias palestras foram realizadas, inclusão de membros das comunidades nas pesquisas de campo, documentários em TV rádios e jornais. Um desses documentários merece destaque por abordar a dificuldade da comunidade em conviver com uma espécie rara e cobiçada: As Cores da Caatinga, da jornalista Isana Pontes. O programa de Educação Ambiental causou uma verdadeira revolução ambiental, que mereceu destaque na revista PsittaScene com o título Lear's homeland inspires comunity revolution (Simões, 2005). O Raso da Catarina tem
sido alvo da atenção de ornitólogos pesquisadores e conservacionistas de
todo mundo, porém essas ações estiveram sempre voltadas para as araras,
relegando para um segundo plano as atividades com as outras espécies da
região. Sick e seus colaboradores foram os primeiros a divulgarem dados
sobre o levantamento da ornitofauna da pátria da A. leari, quando relataram a presença de 132 espécies de aves (Sick et al. 1987). Lima e colaboradores (1996, 2000, 2002, 2003, 2003, 2004, 2004, 2005, 2008, 2008,
2008) dedicaram-se a estudar mais profundamente a região. A inclusão de
Grantsau nas pesquisas de campo foi de grande importância. Uma delas foi
a descrição de uma nova subespécie de Caprimulgus (Grantsau 2008). Os
nossos estudos sobre o comportamento das espécies de aves do Raso da Catarina é uma pequena contribuição que visa à conservação do bioma como
todo, sem esquecer-se da importância, e da inclusão, das comunidades nas
ações conservacionistas.
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Casal de Phaethornis gounellei no ninho
Áreas de estudos e metodologias
As pesquisas foram desenvolvidas na área de influência do povoado
de Água Branca pertencente a município de Jeremoabo, cuja vegetação
se caracteriza por uma caatinga arbustiva densa ou raleada, com altura
máxima de cinco metros, e que, em alguns trechos, forma um aglomerado compacto de difícil acesso, principalmente por causa da vegetação
espinhosa. Para nossas observações diretas, utilizamos binóculos
SWAROVSKI e Bushnell 10 x 40, além de uma luneta Kawa TSN2 60x.
As campanhas com as comunidades foram realizadas em fevereiro, março e abril por ser esse o período em que a grande maioria das espécies se
reproduz, após o período das chuvas, quando há abundância de alimentos. Os dados biométricos foram aferidos usando-se régua milimetrada
e paquímetros e o peso foi obtido com uma balança digital Tanita modelo 1479 capacidade máxima 100 g. precisão de 0,1 g. As fotografias foram feitas com câmara fotográfica digital Nikon COOLPIX 8800VR
com lente 35-350 mm. Uma segunda câmera digital NIKON D90 com
Lente objetivaTAMRON de 500 mm foi utilizada para fotografar algumas espécies mais ariscas. Para os registros fonográficos, utilizamos
um gravador digital EDIROL R-09HR e um microfone direcional Sennheiser k6. No programa de educação ambiental a metodologia utilizada foi a elaboração de cartazes com diversas fotos da espécie A. leari e
demais espécies ameaçadas e endêmicas da região, sendo que esses cartazes foram distribuídos em diversas comunidades. Foram distribuídos
ainda dois lotes de transparências, um para a Secretaria de Educação de
Jeremoabo e outro para a comunidade de Água Branca (comunidade mais próxima do habitat da espécie A. leari) com 100 fotografias das aves
da região, além de outras espécies animais. As transparências foram utilizadas pelos professores das comunidades com o objetivo de instruir
os alunos sobre a fauna local. Outra estratégia utilizada foi o envolvimento dos membros das comunidades, principalmente professores nas
atividades de anilhamento, para que adquirissem conhecimentos sobre
a fauna local e assim participassem mais diretamente da conservação
do habitat como um todo. Também foram realizadas palestras sede do
município, Jeremoabo, em diversas escolas, no povoado de Água Branca e Brejo Grande.
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Resultados
Nas campanhas realizadas nos meses de fevereiro a abril entre os anos
de 2005 a 2010 foram descobertos centenas de ninhos, de mais de 100 espécies de aves da região. Aqui abordaremos apenas 24 das espécies consideradas ameaçadas, endêmicas e outras pouco estudadas. Este artigo também acrescenta novos dados sobre o comportamento reprodutivo do besourinho-de-cauda-larga (Phaethornis gounellei) (Lima et al. 2008) a descrição do ninho da choca-do-nordeste (Sakesphorus cristatus) e do jacucaca (Penelope jacucaca).
A codorna-amarela (Nothura maculosa).
Constrói uma pequena cavidade no solo forrada com penas de si mesma.
Localizamos um ninho contendo seis ovos de cor roxa brilhante pesando
em média 24 g e medindo 44 mm x 33 mm.
O jacucaca (Penelope jacucaca).
Constrói o seu ninho em forma de uma tigela confeccionada de gravetos
e forrado internamente com folhas secas. Ele é feito em arbustos, nos pés
de mandacaru ou nas hastes da palmeira ouricuri (Cyagrus coronta). A postura consta de dois a três ovos de cor branca, pesando em média 92 g e medindo 68 mm x 50 mm. A casca pesa 14,8 g equivale a 13,6 % do peso do
ovo. O ninho desta espécie nunca tinha sido descrito (del Hoyo 1994).
Bacurau-chintã (Caprimulgus parvulus).
A postura consta de dois ovos de cor creme, manchados com algumas
pintas de cor marrom, pesando em média 4,7 g medindo 25 mm x 19 mm.
São postos diretamente no solo e dificilmente vistos. Quando da presença
de um intruso no momento em que estão incubando, voam para longe do ninho talvez para não denunciar o local do ninho. Quando estão com filhotes,
costumam fingir que estão com as asas quebradas e, dessa maneira, tentam
afastar o intruso das proximidades dos filhotes.
O bacurauzinho (Chordeiles pusillus xerophilus).
É o menor bacurau da Caatinga. Possui uma plumagem amarronzada, diferindo de Chordeiles p. pusillus, que é cinza escuro. Em relação à reprodução também existe uma grande diferença, o primeiro reproduz em lajedos de cor avermelhada, assemelhando-se à sua plumagem. A postura consta de dois ovos que são postos junto às centenas de pedras de diversos tamanhos, próximo a uma pequena moita que lhe proporciona sombra que será
de grande importância tanto, durante o período de incubação e principalmente quando do nascimento do filhote. Os filhotes, na ausência dos pais,
no horário de sol quente, busam abrigo embaixo dessa moita. As pedras
próximas aos ovos ou filhotes proporcionam uma perfeita camuflagem, onde dificilmente serão avistados. O filhote durante o processo de crescimento vai sendo confundido com diversas pedras de tamanhos diferentes e
de colorações diversas. Chordeles p. pusillus costuma reproduzir em áreas
de vegetação rasteira próximo às pequenas moitas onde o solo e as folhas
depositadas no solo assemelhem-se à sua coloração acinzentada. Seus
ovos são de cor creme com várias pintas de cor castanha. Não temos certeza sobre a cor dos ovos de Chordeles p. xerophilus. Certa vez, encontramos
um ovo de cor branca que pesava 2,3 g e media 26 mm x 16 mm, que estava
posto no solo junto com dezena de pedras de diversas cores. Esse ovo parecia muito com o padrão dos bacuraus, no entanto, estava abandonado.
A rolinha-de-asa-canela (Columbina minuta).
Constrói o seu ninho em forma de tigela, confeccionado de maneira rala
com gravetos, forrado com gramíneas e fixado debaixo das folhagens dos
arbustos. A postura consta de dois ovos de cor branca que pesam em média
2,4 g e medem 21 mm x 15 mm.
A rolinha picui (Columbina picui).
Constrói o seu ninho em forma de tigela, confeccionado de maneira rala
com gravetos, forrado com gramíneas e fixado debaixo das folhagens dos
arbustos. Pode construir embaixo de telhados nas varandas de casas do
campo. A postura consta de dois ovos de cor brancos puros que pesam em
média 3,4 g e medem 24 mm x 17 mm.
A pararu-azul (Claravis pretiosa).
Constrói o seu ninho em forma de tigela, confeccionados de maneira rala com gravetos, forrado com gramíneas e fixado debaixo das folhagens
dos arbustos. A postura consta de dois ovos de cor branca que pesam em
média 3,8 g e medem 23 mm x 18 mm.
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O besourinho-de-cauda-larga (Phaethornis gounellei).
O ninho dessa espécie foi descrito por Lima et al. (2008). Dois ninhos foram encontrados fixados na parte inferior de uma folha de trepadeira. Não foi
possível registrar nem os ovos nem a fêmea chocando, uma vez que uma vaca
tinha comido algumas folhas da trepadeira no qual o ninho tinha sido fixado e
os dois ovos caíram. Essa descoberta ocorreu no dia 23 de fevereiro de 2008.
No dia 10 de fevereiro de 2010, fomos informados da descoberta de mais um
ninho. No dia 12 de fevereiro viajamos até Jeremoabo para registrar o fato.
Dessa vez ao chegarmos estava acabando de nascer um filhote; o segundo ovo
havia sumido. O ninho assemelhava-se ao descrito, no entanto estava fixado
na parte inferior de uma folha de cansanção (Cnidoscolus urens), vegetal da família Euphorbiaceae, que provoca uma sensação de queimadura ao toque da
pele. Essa planta é comum no Nordeste do Brasil, sendo evitadas e temidas.
Um fato que merece destaque é que o macho de P. gounellei visita o ninho durante o período em que a fêmea está incubando, observa o interior quando a fêmea esta ausente, também visita o ninho e observa o seu interior após o nascimento do filhote. Está sempre nas proximidades do ninho desde a postura até
o nascimento do filhote. A proteção do macho de beija-flor durante o período
de incubação e cria dos filhotes foi observado pela primeira vez com a espécie
Phaethornis pretrei (Lima 2007). Essa descoberta abre uma possibilidade que
esse fato ocorra pelo menos no gênero Phaethornis. Portanto, torna-se necessário estudar, com mais profundidade, os representantes desse gênero.
O ninho do picapauzinho-anão (Venliornis passerinus).
É construído em árvores mortas ou vivas e também pode construir em estacas de cercas. A boca mede 25 mm x 25 mm e a profundidade pode chegar a 150 mm. A postura consta de dois ovos de cor branca, pesam em média 2,5 g e medem 19,5 mm x 15 mm. Macho e fêmea participam da incubação e alimentação dos filhotes.
O papa-lagarto-canelado (Coccyzus melacoryphus).
Constrói o ninho em forma de tigela, confeccionado de gravetos, medindo
100 mm de diâmetro por 30 mm de altura por 20 mm de profundidade. É forrado internamente com folhas secas e fixado debaixo das folhagens dos arbustos. A postura pode ser de três a quatro ovos, o peso pode variar entre 7,2
g a 8,9g e a medida pode variar entre 27 mmm x 21 mm a 30 mm x 23 mm.
O garrinchão-de-bico-grande (Thryothorus longirostris).
Constrói o ninho em forma de uma bola, confeccionado de fibras de plantas. Esses ninhos são construídos em locais de difícil acesso: pé de cansanção, cactos e muitas vezes próximo de casas de vespas. A postura pode ser
de dois a três ovos de cor creme com pintas de cor castanha, pesando em
média 2,3 g e medindo 20,5 mm x 14 mm.
O choro-boi (Taraba major)
Constrói o ninho em forma de um cesto fixado em uma forquilha, em arbustos no meio das folhagens numa altura entre 1,5 m a 3,0 m do solo. Possui entrada de 100 mm x 100 mm, altura 65 mm e 60 mm de profundidade.
A postura consta de dois ovos pesando em média 6.2 g e medindo 27,5 mm
x 21 mm. Macho e fêmea participam da incubação.
A choca-barrada (Thamnophilus doliatus).
Constrói o ninho em forma de um cesto fixado em uma forquilha, em arbustos no meio das folhagens numa altura entre um a três metros do solo. A
postura consta de dois ovos pesando em média 3,8 g. Os filhotes possuem a
cor interna do bico de cor laranja intensa.
A choca-do-nordeste (Sakesphorus cristatus).
Constrói o ninho em forma de um cesto fixado em uma forquilha, em arbustos próximos ao solo, a 70 cm do solo, aproximadamente. Possui boca
de 60 mm x 50 mm, altura 50 mm e profundidade de 45 mm, forrado com líquen externamente. A postura consta de dois ovos pesando em média 3,3 g
e medindo 22 mm x 17 mm. Macho e fêmea participam da incubação. O ninho desta espécie nunca tinha sido descrito (del Hoyo 2003).
O formigueiro-de-barriga-preta (Formicivora melanogaster).
Constrói o ninho em forma de um cesto fixado em uma forquilha, em arbustos bem próximos ao solo. É parecido muito com o de Formicivora grisea, mas os ovos diferem deste uma vez que o de F. melanogaster possui
uma cor creme com várias pintas de cor castanha concentradas no pólo superior, sendo que em F. grisea as pintas são espalhadas por toda a superfície do ovo. Tanto o macho como a fêmea chocam e a postura consta de dois
ovos que pesam em média 1,9 g medindo 28 mm x 17 mm.
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A choca-do-planalto (Thamnophilus pelzelni).
Constrói seu ninho em forma de um cesto fixado em uma forquilha, em
arbustos com alturas variáveis desde 80 cm do solo até mais de dois metros. Tanto o macho como a fêmea chocam. A postura consta de dois ovos
que pesam em média 3,0 g medindo 27 mm x 16,5 mm.
O guaracavuçu (Cnemotriccus fuscatus).
Constrói o ninho em forma de um pequeno cesto com boca medindo 50
mm x 50 mm, altura de 70 mm e profundidade de 48 mm. A postura consta
de dois ovos pesam em média 2,0 g e medem 17 mm x 14 mm. Esse pássaro
é muito arisco ao perceber um intruso nas proximidades do ninho voa para
longe e só retorna depois que o intruso desaparece.
O ninho do papa-moscas-do-sertão (Stigmatura napensis).
Fica bem escondido em meio às folhagens do arbusto, a uma altura que pode variar entre 70 cm do solo a um metro e meio. Possui boca de 40 mm x 40
mm, uma profundidade de 25 mm e uma altura de 30 mm. A postura pode
constar de dois a três ovos, pesam em média 1,2 g e medem 17 mm x 12 mm.
A gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)
Constrói o ninho em forma de tigela, semelhante a um ninho de Mimus saturninus, confeccionado de gravetos, forrado com gravetos menores. A postura pode ser de dois a três ovos de cor verde claro com pintas de cor marrom espalhadas por toda a superfície do ovo e com maior concentração no pólo Superior. Pesam em média 7,1 g e medem 30 mm x 20 mm. O casal é muito arisco.
Ao perceber que o ninho foi descoberto voa para longe do ninho e fica observando à distância só retornando para o ninho depois que o perigo desaparece.
O pássaro-preto (Gnorimpsar chopi).
Constrói o ninho em ocos de árvores, utilizando fibras de vegetais. Possui boca de 80 mm x 90 mm e a profundidade de 65 mm. A postura pode
conter de dois a três ovos de cor esverdeados, pesando em média 6.2 g e medindo 28.0 mm x 20 mm. O período de incubação é de 16 dias. Caso obtenha sucesso reprodutivo, podem utilizar o mesmo ninho por vários anos.
Várias aves cuidam do ninho. Já contamos até cinco indivíduos cuidando
do mesmo ninho, acreditamos tratar-se de filhotes de ninhadas anteriores
que ajudam criar os seus irmãos. Retiram as fezes do interior do ninho.
A polícia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris).
Constrói o ninho em forma de um cesto fixado entre a vegetação. Costuma se reproduzir em colônia. Já encontramos aproximadamente 10 ninhos
distantes um dos outros cerca de dois metros. Todos os ninhos que encontramos foram em áreas alagadiças. A postura consta de dois ovos que pesam em média 3,0 g, medindo 21 mm x 16 mm.
O azulão (Cyanocompsa brissonii).
Constrói o ninho em forma de um pequeno cesto com boca medindo 70
mm de diâmetro, altura de 48 mm e profundidade de 30 mm. A postura
consta de dois ovos pesando em média 2,5 g e medem 21 mm x 15 mm.
O ninho do tico-tico (Zonotrichia capensis).
O ninho fica bem escondido em meio às folhagens do arbusto, a uma altura que pode variar entre 10 cm do solo a dois metros. Possui boca de aproximadamente 50 mm de diâmetro e uma profundidade de 35 mm. A postura pode constar de dois a três ovos, que pesam em média 2,4 g e medem 21
mm x 15 mm. Encontramos um ninho construído em um pequeno arbusto
que não passava de 20 cm de atura, que ficava no centro de uma estrada rural pouco frequentada. Os carros que circulavam, passavam literalmente
por cima do ninho. No entanto o casal conseguiu criar os filhotes.
O ninho do tico-tico-rei-cinza (Coryphosphigus pileatus).
O ninho fica bem escondido em meio às folhagens do arbusto, a uma altura que pode variar entre 70 cm do solo a um metro e meio de altura. A postura consta de dois ovos de cor verde clara pesando em média 2,0 g.
Agradecimentos
Este artigo é dedicado a Zé Grande das Barreiras, município de Euclides
da Cunha, área de ocorrência da A. leari. Ele viveu seus mais de noventa
anos em perfeita harmonia com as araras, plantava milho para subsistência, que eram comidos pelas araras, preservava dezenas de pés de ouricuri
na sua roça para que as araras pudessem se alimentar. Zé grande foi um
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grande amante da natureza que nasceu, cresceu e morreu no mesmo local,
Barreira, onde também foi enterrado. Agradecemos a Eliane Ribeiro da Silva, Elizangela Silva Souza, Rosivane Ribeiro da Silva, Zezito de Jesus, Zildomar Souza Magalhães pela participação direta nas campanhas de campo
e especialmente a Carlos Silva Ribeiro e Zacarias de Jesus, o descobridor
dos ninhos. Agradecemos a alta direção da Cetrel em nome do Dr. Ney Silva que sempre incentivou as nossas pesquisas de campo. Agradecemos à
comissão editorial de AO, que muito contribuiu na revisão deste artigo.
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Ninhos de espécies ameaçadas, endêmicas e outras de comportamento reprodutivos pouco
conhecidos, na Pátria da Arara-Azul-de-Lear (Anodorhynchus leari, Bonaparte, 1856).
Destacando-se novos dados sobre o comportamento reprodutivo do
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Codorna-amarela (Nothura maculosa)
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Jacucaca (Penelope jacucaca)
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Bacurau-chintã (Caprimulgus parvulus)
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Babacurauzinho (Chordeiles pusillus xerophilus)
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Rolinha-de-asa-canela (Columbina minuta)
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Rolinha picui (Columbina picui)
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P araru-azul (Claravis pretiosa)
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Besourinho-de-cauda-larga (Phaethornis gounellei)
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Picapauzinho-anão (Venliornis passerinus)
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P apa-lagarto-canelado (Coccyzus melacoryphus)
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Garrinchão-de-bico-grande (Thryothorus longirostris)
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Choro-boi (Taraba major)
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Choca-barrada (Thamnophilus doliatus)
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Choca-do-nordeste (Sakesphorus cristatus)
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Formigueiro-de-barriga-preta (Formicivora melanogaster)
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P apa-foriga-pardo (Formicivora grisea)
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Choca-do-planalto (Thamnophilus pelzelni)
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Guaracavuçu (Cnemotriccus fuscatus)
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P apa-moscas-do-sertão (Stigmatura napensis)
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Gralha-cancã (Cyanocorax cyanopogon)
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P ássaro-preto (Gnorimpsar chopi)
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Policia-inglesa-do-sul (Sturnella superciliaris)
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Azulão (Cyanocompsa brissonii)
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Tico-tico (Zonotrichia capensis)
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Tico-tico-rei-cinza (Coryphosphigus pileatus)
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