EL MUNDO DE LA CELESTINA* G l o s a n d o hasta cierto p u n t o las Coplas de J o r g e M a n r i q u e , y rep i t i e n d o algunas de sus i m á g e n e s y a l g u n a s de sus palabras, dec l a r a , en el acto d é c i m o s e x t o de La Celestina , P l e b e r i o a A l i s a : 1 Alisa, amiga, el tiempo según me parece, se nos va como dicen, de entre las manos. Corren los días como agua de r í o . N o hay cosa tan ligera para huir como la vida. L a muerte nos sigue y rodea, de la cual somos vecinos y hacia su bandera nos acostamos, según natura. Esto vemos m u y claro, miramos nuestros iguales, nuestros hermanos y parientes en derredor. Todos los come ya la tierra, todos están en sus perpetuas moradas. Y pues somos inciertos c u á n do habernos de ser llamados, viendo tan ciertas señales, debemos echar nuestras barbas en remojo y aparejar nuestros fardeles para andar este forzoso camino; no nos tome improvisos n i de salto aquella cruel voz de la muerte. Ordenemos nuestras á n i m a s con tiempo, que m á s vale prevenir, que ser prevenidos. Demos nuestra hacienS 1 * Q u i e r o agradecer a la U n i v e r s i t y o f California at Los Angeles el "Aca¬ demic Senate Research G r a n t " , que me p e r m i t i ó realizar este estudio. A L A N D . D E Y E R M O N D (The Petrarchan Sources qf"La Celestina", O x f o r d U n i v e r s i t y Press, L o n d o n , 1961, pp. 75-76), opina que, en parte, las palabras de Pleberio —por supuesto, ampliadas por é s t e — derivan de Petrarca (De rebus f amiliaribus, Praef. A 2 - 3 , A 1 0 , B16-17). Puede tener r a z ó n D e y e r m o n d , y u n a de las tres coincidencias que s e ñ a l a es sin duda m u y p r ó x i m a ( " T e m p o ra, ut a i u n t , Í n t e r dígitos e f f l u x e r u n t " ) ; por otra parte, de las otras dos, una nos parece demasiado vaga ("Spes nostrae veteres c u m amicis saepultae s u n t " ) , la otra es tan frecuente entre los autores medievales que se p o d í a a t r i b u i r fácilmente a cualquiera de ellos ( " m o r t e sequacius"). Preferimos, por eso, relacionar con las Coplas las palabras de Pleberio —como t a m b i é n hicieron otros críticos; por ejemplo, A M É R I C O C A S T R O , "La Celestina" como contienda literaria, Revista de Occidente, M a d r i d , 1965, y, como puede verse infra, nota 10, Ser r a n o de H a r o - , comprendemos, sin e m b a r g o f q u e se puede poner a nuestra o p i n i ó n los mismos reparos que nosotros pusimos a la de D e y e r m o n d . 1 NRFH. X T , H 9 9 2 V m í m . 1 QQ-llfi 100 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL da a dulce sucesor, a c o m p a ñ e m o s nuestra ú n i c a hija con m a r i d o , cual nuestro estado requiere, porque va[ya]mos descansados y sin dolor de este mundo (p. 204). 2 P o r supuesto, a u n q u e piensa a h o r a Pleberio en el p o e m a ent e r o de M a n r i q u e , son l a p r i m e r a y l a tercera de las Coplas las q u e d e t e r m i n a n sus palabras: 3 Recuerde el alma dormida, avive el seso y despierte, contemplando c ó m o se passa la vida, c ó m o se viene la muerte tan callando... Nuestras vidas son los ríos que v a n a dar en la mar, qu'es el m o r i r (1 y 3). E n los c o m e n t a r i o s de P l e b e r i o y en los versos de M a n r i q u e , l a v i d a , c o m o agua de r í o , pasa y h u y e , m i e n t r a s q u e l a m u e r t e se acerca silenciosa. Esa h u i d a y ese acercamiento a v i s a n l a neces i d a d de prepararse p a r a l a llegada i n c i e r t a de l a m u e r t e . A l f o n d o de las dos m e d i t a c i o n e s , s o s t e n i é n d o l a s y p r o f u n d i z á n d o l a s , se o y e n ecos de l a d r a m á t i c a e x h o r t a c i ó n de San G r e g o r i o e n su h o m i l í a x i i i de las de su p r i m e r l i b r o de los dos que dedica al E v a n g e l i o . R e c u e r d a San G r e g o r i o , el deslizarse l i g e r o de l a v i d a y el acercarse cauteloso de l a m u e r t e , y , c o m p a r a n d o c o n u n l a d r ó n a é s t a , c o n m i n a al q u e escucha a estar despierto, a n o dejarse sorp r e n d e r p o r su v e n i d a : " E l a l m a se despierte para su defensa [. . . ] pues e n t r a el l a d r ó n c u a n d o el p a d r e de f a m i l i a n o l o sabe; p o r q u e m i e n t r a s el e s p í r i t u d u e r m e y n o v i g i l a , l a m u e r t e v i n i e n d o de i m p r o v i s o , i r r u m p e e n l a h a b i t a c i ó n de n u e s t r o c u e r p o y m a t a al d u e ñ o a q u i e n e n c u e n t r a d o r m i d o " . L o inesperado de l a lleg a d a de l a m u e r t e , p o r q u e San L u c a s l o r e l a c i o n a en su e v a n g e l i o 4 2 E l a ñ a d i d o entre corchetes es nuestro. Las citas a La Celestina son de la e d i c i ó n de D o r o t h y S. Severin, 1 1 ed., A l i a n z a E d i t o r i a l , M a d r i d , 1985, en el texto sólo aparece entre p a r é n t e s i s el n ú m e r o de p á g i n a . N o es ésta la ú n i c a vez en que Pleberio piensa en las Coplas: en su planto las recuerda de manera literal incluso. Citamos las Coplas por las Obras de JORGE M A N R I Q U E , ed. de A n t o n i o Serrano de H a r o , A l h a m b r a , M a d r i d , 1986. E l n ú m e r o de estrofa sigue a la cita, entre p a r é n t e s i s . " U t per haec animus ad sui custodiam suscitetur. . . Nesciente e n i m paterfamilias fur d o m u m perfodit, q u i a d u m a sui custodia spiritus d o r m i t , i m p r o v i s a mors veniens carnis nostrae h a b i t a c u l u m i r r u m p i t , et e u m q u e m a 3 4 NRFH, XL EL M U N D O DE LA CELESTINA 101 — q u e San G r e g o r i o c o m e n t a en l a h o m i l í a — c o n l a llegada i m prevista del l a d r ó n , es u n l u g a r c o m ú n que l a t r a d i c i ó n repite most r a n d o l a necesidad de estar preparados a su asalto. A ello a p u n t a precisamente San G r e g o r i o : " Q u i s o N u e s t r o S e ñ o r q u e desconoc i é r a m o s l a h o r a de l a m u e r t e p a r a que s i e m p r e p u d i é r a m o s tem e r l a , de m o d o q u e , al n o poder a d i v i n a r l a , e s t u v i é r a m o s siempre p r e p a r a d o s " * . N o s o r p r e n d e n las notables semejanzas entre los tres autores; al fin y a l cabo, busca M a n r i q u e a San G r e g o r i o , y , de m o d o d i recto, a p o y a e n las a f i r m a c i o n e s de a q u é l sus c o m e n t a r i o s . Fern a n d o de R o j a s , p o r su p a r t e , busca e n l a Coplas de M a n r i q u e , y p o r l o t a n t o i n d i r e c t a m e n t e en San G r e g o r i o — y q u i z á s t a m b i é n d i r e c t a m e n t e — , los soportes de las a f i r m a c i o n e s de Pleber i o . S o r p r e n d e , sin e m b a r g o , l a m a n e r a c o m o R o j a s se d i f e r e n c i a de M a n r i q u e : d i f e r e n c i a c i ó n que le separa t a m b i é n de San G r e gorio. E n efecto, e n San G r e g o r i o y en las Coplas, " p r e p a r a r s e a l a l l e g a d a i n c i e r t a de l a m u e r t e " significa "prepararse a l a llegada c i e r t a de l a v i d a p e r d u r a b l e " , ganar c o n b u e n a s obras el p r e m i o d e f i n i t i v o : "Puesto que las horas h u y e n " , dice San G r e g o r i o , " h e r m a n o s c a r í s i m o s , despertad y haced p a r a q u e r e c i b á i s el p r e m i o de vuestras buenas obras"*; y e n las Coplas dice l a M u e r t e al M a e s t r e : " Y pues vos, claro v a r ó n / t a n t a sangre derramastes/ de paganos,/espeVad el g a l a r d ó n / q u e en este m u n d o ganastes/por las m a n o s " (esír. 3 7 ) . Este m u n d o - e l t e m p o r a l - es, pues, e n los dos autores, s ó l o el c a m i n o que conduce a l m u n d o eterno! L o h a e x p l i c a d o m u y b i e n J o r g e M a n r i q u e : " E s t e m u n d o es el c a m i n o / p a r a el o t r o , q u e es m o r a d a / s i n p e s a r " (estr. 5 ) . San G r e g o r i o lo h a d i c h o i n n u m e r a b l e s veces; e n su h o m i l í a x i d e l m i s m o l i b r o , por e j e m p l o : " P o r q u e e n l a v i d a presente estamos c o m o e n u n d o m i n u m domus invenerit d o r m i e n t e m necat", GREGORIUS M A G N U S , Homiliarum in Evangelia, I , H o m i l . x i i i , en M i g n e , Patrología Latina, 79, col. 1126. " H o r a m vero u l t i m a m D o m i n u s noster i d circo voluit nobis esse incogn i t a m , ut semper possit esse suspecta, u t d u m illam praevidere non possumus, ad i l l a m sine intermissione p r a e p a r e m u r " (col. 1126). T o d a l a h o m i l í a se escribe para ello; para conseguir que los que escuchan, atemorizados por la muerte, se preparen para su venida. Es que en el proceso de la s a l v a c i ó n , el temor es siempre esencial para San Gregorio. Escuchemos las palabras con que term i n a l a h o m i l í a : " S i c e n i m sic mors ipsa c u m venerit vincetur, si p r i u s q u a m veniat semper t i m e a t u r " [ " A s í , pues, a s í , es como se vence a la muerte cuando llega: si antes de que "llegué se la teme s i e m p r e " ] (col. 1127). 5 6 " Q u i a i g i t u r momentis suis horae fugiunt, agite, fratres charissimi, ut in b o n i operis mercede t e n e a t u r " (col. 1127). 102 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL 7 c a m i n o p o r el cual vamos hacia nuestra p a t r i a " . L a m u e r t e , p o r l o t a n t o , p a r a M a n r i q u e y p a r a S a n G r e g o r i o , es s ó l o l a p u e r t a a t r a v é s de l a c u a l se llega a l a p a t r i a , a l a m o r a d a deseada: " L o s j u s t o s son conducidos a l a c l a r i d a d de su g l o r i a [de l a g l o r i a de D i o s ! " , dice h a b l a n d o de l a m u e r t e San G r e g o r i o ; y Jorge M a n r i q u e a ñ a d e , " P a r t i m o s c u a n d o nascemos,/andamos ¿dentras viv i L s . / y llegamos/al t i e m p o que fenescemos" (estr. 5 ) . S i n e m b a r g o , en boca de Pleberio " p r e p a r a r s e a l a llegada i n c i e r t a de la m u e r t e " ( " O r d e n e m o s nuestras á n i m a s c o n t i e m p o " , p . 204) n o significa " p r e p a r a r s e a l a l l e g a d a c i e r t a de l a v i d a p e r d u r a b l e " , sino t o d o l o c o n t r a r i o . S i g n i f i c a o r d e n a r los bienes t e m p o rales de m a n e r a que n o t e r m i n e n c o n su d u e ñ o , sino q u e pasen a los h o m b r e s posteriores y c o n t i n ú e n c o n los h o m b r e s posteriores subsistiendo: " D e m o s nuestra hacienda a dulce sucesor, acomp a ñ e m o s n u e s t r a ú n i c a h i j a c o n m a r i d o , c u a l n u e s t r o estado req u i e r e , p o r q u e v a [ y a ] m o s descansados y sin d o l o r de este m u n d o " ( p . 2 0 4 ) . L o que a P l e b e r i o i m p o r t a , p o r l o t a n t o , son los bienes t e m p o r a l e s , y , ante l a a m e n a z a de la m u e r t e , es M e l i b e a s ó l o l a q u e puede g a r a n t i z a r l e l a c o n t i n u i d a d de esos bienes t e m porales,'la que puede de a l g ú n m o d o hacer q u e sea su p a r t i d a m á s descansada y menos dolorosa. D e a h í l a i m p o r t a n c i a que para Pleb e r i o tiene M e l i b e a y el d o l o r q u e l a m u e r t e de é s t a h a de ocasion a r l e ; de a h í t a m b i é n que l a m u e r t e e n boca de P l e b e r i o aparezca c o m o p a r t i d a e n vez de c o m o llegada: " P o r q u e v a [ y a ] m o s descansados y sin d o l o r de este m u n d o " ( p . 2 0 4 ) . P o r o t r a p a r t e , p a r a evocar el paso d e l t i e m p o y l a a c c i ó n dest r u c t o r a de l a m u e r t e , u t i l i z a P l e b e r i o el m o t i v o d e l " u b i s u n t ? " , c o m o antes h a b í a n hecho San G r e g o r i o y t a m b i é n las Coplas. Y lo u t i l i z a precisamente c o m o San G r e g o r i o y c o m o las Coplas l o h a b í a n u t ü i z a d o ; es decir, r o m p i e n d o l a t r a d i c i ó n establecida, apoy á n d o s e en ejemplos actuales y a b a n d o n a n d o los a n t i g u o s . D i c e S a n G r e g o r i o , h a c i e n d o s u r g i r l a e t e r n i d a d entre las b r u m a s de l a m u e r t e : " ¿ Q u e r é i s o í r l o q u e sois? E l p r o f e t a l o dice c u a n d o a f i r m a : « C i e r t a m e n t e es h e n o el p u e b l o » . Y si n o fuera heno el p u e b l o ¿ d ó n d e e s t á n aquellos q u e el a ñ o pasado c e l e b r a r o n c o n nosotros el n a c i m i e n t o de S a n F é l i x q u e h o y estamos celebrand o ? " . D i c e a su vez M a n r i q u e : 8 9 7 " I n praesenti etenim v i t a quasi i n v i a sumus, qua ad p a t r i a m pergim u s " i c o l . 1115). " J u s t i ad claritatis ejus gloriara p e r t r a h u n t u r " (col. 1125). " V u l t i s audire q u i d estis? Propheta indicat, dicens: «Veré fenum est pop u l u s » (Isai, X L , 7). Si e n i m fenum populus n o n est, u b i sunt i l l i q u i ea quae 8 9 NRFH, XL E L M U N D O DE LA CELESTINA 103 Dexemos a los t r ó v a n o s que sus males no los vimos, n i sus glorias; dexemos a los romanos aunque o í m o s y leímos sus historias. N o curemos de saber lo de aquel siglo passado q u é fue d'elío; vengamos a lo de ayer, que t a m b i é n es olvidado como aquello (15). Y viene, en efecto, a los de ayer: a d o n j u á n I I y a d o n E n r i q u e I V , al p r í n c i p e A l f o n s o , a los Infantes de A r a g ó n y a d o n A l v a r o de L u n a ; en fin, a todos aquellos que f u e r o n sus contempo¬ r á n e o s : " ¿ Q u é se h i z i e r o n ? " . T a m b i é n a sus c o n t e m p o r á n e o s acude Pleberio, y t a m b i é n sus palabras, c o m o las de M a n r i q u e y las de San G r e g o r i o , hacen surg i r l a e t e r n i d a d entre las b r u m a s de l a m u e r t e ; pero se t r a t a ahor a de u n a e t e r n i d a d c r i s t a l i z a d a y v a c í a . P l e b e r i o , c o m o j u g a n d o c o n las i m á g e n e s de M a n r i q u e , c o n v i e r t e l a " m o r a d a s i n p e s a r " e n l a que h a b i t a b a g l o r i o s a el a l m a del M a e s t r e ( " D i o el a l m a a q u i e n gela d i o , / e l c u a l l a p o n g a en el cielo/en su g l o r i a " , 4 0 ) , e n u n c e m e n t e r i o h a m b r i e n t o y p o p u l o s o en el q u e los m u e r t o s aparecen, e n m i l m o r a d a s —perpetuas y a — , c o m i d o s p o r l a tier r a : " L a m u e r t e , de l a c u a l somos vecinos y hacia c u y a b a n d e r a , s e g ú n n a t u r a , nos i n c l i n a m o s , nos sigue v nos rodea. Esto vemos m u y c l a r o , si m i r a m o s nuestros iguales, nuestros h e r m a n o s y parientes e n d e r r e d o r . T o d o s los c o m e y a l a t i e r r a , todos e s t á n en sus perpetuas m o r a d a s " ( p . 2 0 4 ) . L o s c a m b i o s , pues, q u e P l e b e r i o i n t r o d u c e en las i m á g e n e s y en las palabras de las Coplas d a n a su c o n c e p c i ó n de l a v i d a y del m u n d o u n c a r á c t e r absolutamente distinto del que tienen la c o n c e p c i ó n de l a v i d a y d e l m u n d o de M a n r i q u e y de San G r e g o r i o ; y c o m o l a c o n c e p c i ó n de P l e b e r i o c o i n c i d e c o n l a de La Celestina e n general, y c o n l a de los personajes de é s t a e n p a r t i c u l a r , p o d e m o s nosotros, c o m o h a n hecho otros c r í t i c o s , s e ñ a l a r l a par a d o j a q u e e n c i e r r a l a c o n t e m p o r a n e i d a d de las dos obras. P a r a d o j a s ó l o a p a r e n t e , p o r o t r a p a r t e , puesto q u e l a d i f e r e n h o d í o colimus nobiscum transacto anno beati Felicis natalitia celebraverunt?" (col. 1126). 104 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL cia entre La Celestina y las Coplas se debe p r e c i s a m e n t e a l a difer e n c i a entre los m u n d o s que cada u n a de ellas a n a l i z a . Es d e c i r , el p r o p ó s i t o de las dos obras es el de m o r a l i z a r , el m i s m o , p o r l o t a n t o ; pero los m u n d o s que presentan son d i s t i n t o s : el de La Celestina es el m u n d o del pecado, el de las Coplas el m u n d o de l a gracia. E l m u n d o del pecado, p o r naturaleza, excluye a D i o s , pues con él es i n c o m p a t i b l e ; p o r eso, el m u n d o de La Celestina es u n m u n d o e n el q u e D i o s n o aparece, y sobre el q u e D i o s n o a c t ú a . E l m u n d o de l a gracia e n c a m b i o , es u n m u n d o e n el c u a l , a pesar de los pecados, D i o s e s t á presente, y sobre el q u e D i o s a c t ú a . L a presencia o l a ausencia de D i o s p o r u n a p a r t e , y su a c t u a c i ó n o n o a c t u a c i ó n p o r o t r a , d a n al m u n d o sentido o se l o q u i t a n . Es d e c i r , t a n t o las Coplas c o m o La Celestina, t r a b a j a n c o n los m i s m o s m a t e r i a l e s : l a c o n d u c t a h u m a n a , el paso d e s t r u c t o r del t i e m p o , l a l l e g a d a i n e v i t a b l e de l a m u e r t e , el m o v i m i e n t o de F o r t u n a , l a b r e v e d a d de los bienes t e m p o r a l e s , y otros m u c h o s , p o r supuest o . A n t e esos m a t e r i a l e s , l a r e a c c i ó n p u e d e ser l a m i s m a , pero l a a c t i t u d q u e se a d o p t a es diferente. P o r e j e m p l o , ante l a destrucc i ó n de los bienes del m u n d o — c o n su d o n o s u r a , c o n su belleza y c o n su g r a c i a — siente M a n r i q u e , a u n q u e q u i z á n o se note dem a s i a d o , algo m u y p a r e c i d o a l o q u e los personales de La Celestina sienten: " ¿ Q u é se hizieron las damas, sus tocados, sus vestidos, sus olores? ¿ Q u é se hizieron las llamas t r=r e n d , d ° s que t a ñ í a n ? que t r a í a n ? (17) Es d e c i r , l o que sienten es u n p r o f u n d o d o l o r y u n a p r o f u n d a a n g u s t i a . S i n e m b a r g o , e n La Celestina ese d o l o r y esa a n g u s t i a n o p u e d e n superarse: desde el c o m i e n z o al final ellos r i g e n l a o b r a . L o s ú l t i m o s l a m e n t o s de P l e b e r i o i n d i c a n m u y b i e n c ó m o el d o l o r y l a a n g u s t i a , o r i g i n á n d o s e e n l o que desaparece, c o n t i n ú a n c u a n d o t o d o se c o n c l u y e : " ¿ P o r q u é m e dejaste c u a n d o y o te hab í a de dejar? ¿ P o r q u é m e dejaste penado? ¿ P o r q u é m e dejaste E L M U N D O D E LA NRFH, XL CELESTINA 105 t r i s t e y solo « i n hac l a c h r y m a r u m v a l l e » ? " ( p . 2 3 6 ) . E l d o l o r y l a a n g u s t i a en las Coplas, p o r el c o n t r a r i o , se s u p e r a n , y u n c o n suelo transcendente, o r i g i n a d o precisamente en l o q u e desaparece, sostiene a los que q u e d a n : " D i o el a l m a a q u i e n gela d i o , / e l c u a l l a p o n g a en el cielo/en su g l o r i a . / Y a u n q u e l a v i d a m u r i ó , / n o s d e x ó h a r t o consuelo/su m e m o r i a " ( 4 0 ) . Y eso es a s í , p o r q u e e n La Celestina, en donde n o a c t ú a l a d i v i n a p r o v i d e n c i a , los sucesos, faltos de significado transcendente — r e v e l a n d o l a c a d u c i d a d de su c a r á c t e r y los encontrados s e n t i m i e n t o s q u e su r e a l i z a c i ó n supone— p r o d u c e n , c o m o consecuencia, u n m u n d o absurdo y sin sentido: " O h F o r t u n a variable, m i n i s t r a y m a y o r d ó m a de los m u n danales bienes [ . . . ] d i é r a s m e [ . . . ] t r i s t e l a m o c e d a d c o n vejez alegre; n o p e r v i r t i e r a s l a o r d e n . . . " ( p p . 232-233); " ¡ O h m u n d o , m u n d o f . . . 1 Y o pensaba f . . . 1 q u e eras y e r a n tus hechos r e g i d o s p o r a l g u n a o r d e n ; a g o r a [ . . ] m e pareces u n l a b e r i n t o de e r r o r e s " ( p 233); " ¡ O h a m o r , a m o r ! [ . ] E n e m i g o de a m i gos, a m i g o de enemigos, ¿ p o r q u é te riges sin o r d e n n i conciert o ? " ( p p . 235-236). E n las Coplas, sin e m b a r g o , e n d o n d e a c t ú a l a d i v i n a p r o v i d e n c i a , los sucesos se l l e n a n de significado trans¬ c e n d e n t e —es decir, n o r e v e l a n s ó l o l a c a d u c i d a d q u e les carater i z a , sino a d e m á s l a t r a n s c e n d e n c i a de sus i m p l i c a c i o n e s e t e r n a l e s - y p r o d u c e n , c o m o r e s u l t a d o , u n m u n d o cargado de sentido y comprensible; El v i v i r que es perdurable e rnd an^ C O n e S t a d ° S n i con vida deleitable e„ „ a „ ,0, pecado, M á s los buenos religiosos g á n a n l o con oraciones L T a S e ^ c , , con trabajos y afflicciones contra moros (36). P o r eso el o p t i m i s m o de las Coplas y el p e s i m i s m o de La Celestina. E s v e r d a d , r e p i t o , q u e e n las dos obras, el paso a r r o l l a d o r d e l t i e m p o y el acercarse d i s i m u l a d o de l a m u e r t e p r o v o c a n el m i s m o d o l o r y el m i s m o espanto; sin e m b a r g o , c o m o M a n r i q u e c o n v i e r t e ese d o b l e m o v i m i e n t o en u n i m p u l s o que lleva a l a v i d a perd u r a b l e , y c o m o hace d e l d o l o r y de los sinsabores de l a v i d a , m é - 106 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL r i t o s que aseguran l a felicidad eterna, el m u n d o h u m a n o , a pesar de su c a d u c i d a d y de l o e x t r a ñ o de su c o m p o r t a m i e n t o , se trueca de hecho en el c a m i n o q u e desde el p r i n c i p i o se v i e n e p r e d i c a n d o , y a d q u i e r e de ese m o d o v a l o r y c o b r a de ese m o d o sentido: e n c u a n t o c a m i n o precisamente, en c u a n t o c a m p o de b a t a l l a en d o n d e c o n a l e g r í a s y dolores se gana l a v i d a p e r d u r a b l e . D i c e n las Coplas: " E s t e m u n d o b u e n o fue/si b i e n u s á r e m o s d é l / c o m o deb e m o s , / p o r q u e , s e g ú n n u e s t r a fe,/es p a r a ganar a q u é l / q u e atend e m o s " (estr. 6 ) . La Celestina, p o r el c o n t r a r i o , c o m o n o hace de este m u n d o cam i n o p a r a el o t r o , c o m o n o c o n v i e r t e los sinsabores de l a v i d a en m é r i t o s q u e aseguran l a f e l i c i d a d eterna, reduce a l í m i t e s t e m p o rales el v a l o r de los b i e n e s . Y c o m o estos bienes e s t á n , p o r su m i s m a n a t u r a l e z a , amenazados p o r el pasar d e l t i e m p o y condenados al plazo de l a m u e r t e , p i e r d e n e n r e a l i d a d su v a l o r , y pierde el m u n d o c o n eUos su sentido. A s í , el m u n d o se c o n v i e r t e er m o r a d a — e l m u n d o t e m p o r a l , n o el eterno ( " m o r a d a s i n p e s a r " c o m o en las Coplas s u c e d í a — ; es d e c i r , se c o n v i e r t e e n l a ú n i c a m o r a d a q u e el h o m b r e puede p r o m e t e r s e , m o r a d a a b s u r d a p o r q u e e n ella t o d o se deshace ( " C h o z a s i n r a m a q u e se l l u e v e p o i cada p a r t e " , p . 9 0 ) , m o r a d a p a v o r o s a y sin s e n t i d o , p o r q u e er ella t o d o es d o l o r , c r u e l d a d y a n g u s t i a i n c o m p r e n s i b l e : " M o r a d ; de fieras, j u e g o de h o m b r e s q u e a n d a n en c o r r o " ( p . 2 3 3 ) . E l m u n d o de La Celestina, pues, q u e es el que v a m o s a estu d i a r a h o r a , m e d i a t i z a d o p o r su t e m p o r a l i d a d y p o r l a naturaleza c o n t r a d i c t o r i a de sus bienes, p r o d u c e u n intenso p e s i m i s m o qu( a c t ú a sobre los personajes y q u e d e t e r m i n a l a e s t r u c t u r a d e l c o n j u n t o . V a r i o s elementos cooperan p a r a p r o d u c i r l o . Existe, p o r uní p a r t e , u n a serie de a f i r m a c i o n e s c o n las q u e los personajes ade l a n t a n el desenlace desgraciado: p o r e j e m p l o , dice P á r m e n o , h a b l a n d o de M e l i b e a , " S o y c i e r t o q u e esta d o n c e l l a h a de ser par; é l [ p a r a C a l i s t o ] cebo de anzuelo o carne de b u i t r e r a , q u e suelei 10 1 1 0 A n t o n i o Serrano de H a r o , en la e d i c i ó n de las Coplas que nosotros se g ü i m o s , al comentar la estrofa 5, cita el mismo p á r r a f o de La Celestina p a n i m p l i c a r que t a m b i é n Pleberio entiende la vida como camino: " E n La Celesti na: « d e b e m o s [. . . ] aparejar nuestros fardeles para andar este forcoso cami n o » " , p . 248. N o —decimos nosotros—, si leemos con a t e n c i ó n , y si empeza mos a leer u n poco antes ("Pues somos inciertos c u á n d o habernos de ser Ha mados, viendo tan ciertas señales, debemos echar nuestras barbas en r e m o j í y aparejar nuestros fardeles para andar este forzoso camino; no nos tome i m provisos n i de salto aquella cruel voz de la m u e r t e " ) , veremos que Pleberií se refiere a l a muerte y no a l a vida: al forzoso camino de la muerte. NRFH, XL E L M U N D O DE LA CELESTINA 107 pagar b i e n el escote los q u e a c o m e r l a v i e n e n " ( p . 170). Existe o t r a serie que alude al acercarse de l a m u e r t e de m a n e r a p a r e c i d a o u t i l i z a n d o los m i s m o s materiales: dice P á r m e n o a S e m p r o n i o horas antes de q u e l a m u e r t e les s o r p r e n d a , " B i e n hablas, en m i c o r a z ó n e s t á s , h u i g a m o s l a m u e r t e que somos m o z o s " ( p . 175). Existe o t r a q u e a t r i b u y e a los personajes u n a p e c u l i a r ceguera ( " A h o r a v e s " , dice S e m p r o n i o a C a l i s t e , " c o n ojos de a l i n d e , c o n que l o poco parece m u c h o y l o p e q u e ñ o g r a n d e " , p . 55): ceguera que les p e r m i t e a d i v i n a r el d a ñ o que se cierne sobre los otros i n d i v i d u o s , pero que les i m p i d e , sin e m b a r g o , n o t a r el que a ellos m i s m o s les acecha, a u n i n c l u s o c u a n d o es t a n e v i d e n t e que pued e n i n t u i r sus amenazas: " ¡ M a l a vieja, falsa es é s t a ! " dice Semp r o n i o h a b l a n d o de Celestina, " ¡ E l d i a b l o m e m e t i ó c o n ella! ¡ M á s seguro m e fuera h u i r de esta venenosa v í b o r a , q u e t o m a l l a ! » ( p . 104). P r o d u c e n esas a f i r m a c i o n e s , a l y u x t a p o n e r s e , u n a sens a c i ó n de f a t a l i s m o angustioso, s e ñ a l a n d o l a c a t á s t r o f e y a d v i r t i e n d o a l a vez l a i m p o s i b i l i d a d que existe de e v i t a r l a . A s í sucede, p o r e j e m p l o , c u a n d o P á r m e n o c o m e n t a , v i e n d o c ó m o su a m o recibe a C e l e s t i n a : " P e r d i d o es q u i e n tras p e r d i d o a n d a . ¡ O h C a liste d e s a v e n t u r a d o , a b a t i d o , ciego! [. . . ] Deshecho es, v e n c i d o es, c a í d o es: n o es capaz de n i n g u n a r e d e n c i ó n n i consejo n i esf u e r z o " ( p . 6 5 ) . P o r q u e P á r m e n o , sin e m b a r g o , sigue d e s p u é s a C e l e s t i n a . O t r o t a n t o sucede c u a n d o el m i s m o P á r m e n o dice a C a l i s t o c o n v i r t i e n d o — c o n u n a fuerza s i l o g í s t i c a i r r e f u t a b l e — al a m o r e n l a causa de su p e r d i c i ó n y de su desgracia eterna: "Señ o r , p o r q u e perderse el o t r o d í a el n e b l í fue causa de t u e n t r a d a en l a h u e r t a de M e l i b e a a le buscar, l a e n t r a d a causa de l a v e r y h a b l a r ; l a h a b l a e n g e n d r ó a m o r ; el a m o r p a r i ó t u p e n a ; l a p e n a c a u s a r á p e r d e r t u c u e r p o y el a l m a y h a c i e n d a " ( p . 77). P o r q u e P á r m e n o se e n a m o r a r á enseguida de A r e ú s a , y su a m o r , podemos d e c i r nosotros, s e r á l a causa de q u e se e n t r e g u e a C e l e s t i n a , y su entrega a Celestina c a u s a r á l a p é r d i d a de su hacienda, de su cuerpo y de su a l m a . T a m b i é n p r e v é n S e m p r o n i o y C e l e s t i n a el p e l i g r o que acecha a los sirvientes que se d e d i c a n a f a c i l i t a r el a m o r de sus s e ñ o r e s , y p u e d e n , a d e m á s , r e l a c i o n a r l o c o n su caso. D i c e Celestina: " E s t o s [. . . ] a m a n t e s [ . . . ] v u e l a n sin d e l i b e r a c i ó n , sin pensar el d a ñ o que [. . . ] su deseo trae [ . . . ] p a r a sus personas y s i r v i e n t e s " . Y responde S e m p r o n i o : " P a r e c e p o r t u r a z ó n que nos p u e d e v e n i r a nosotros d a ñ o [ . . . ] y q u e m a r n o s c o n las centellas que r e s u l t a n de este fuego de C a l i s t o [ " . . . ] A l p r i m e r desc o n c i e r t o q u e v e a en este negocio n o c o m o m á s su p a n ; m á s vale perder l o servido, que la v i d a por c o b r a r l o " ( p p . 79-80). Y tanto J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO 108 NRFH, XI S e m p r o n i o c o m o C e l e s t i n a , sin e m b a r g o , se q u e m a n l u e g o , por retener lo servido, en las centellas que resultan del fuego de C a l i í t o . E l p e s i m i s m o procede, p o r o t r a p a r t e , de u n a s á t i r a social que b r o t a c o n t i n u a m e n t e , t a m b i é n , de los c o m e n t a r i o s de los personajes: desde q u e aparece C e l e s t i n a v e n d i e n d o " l a sangre inocent e ' ' ( p . 60) de las mozas que e n t r a b a n e n su casa o de las de aquellas en c u y a casa e n t r a b a ella; desde q u e se describe a los nobles y a los e c l e s i á s t i c o s vencidos p o r l a l u j u r i a ( " C a b a l l e r o s viejos > m o z o s , abades de todas d i g n i d a d e s , desde obispos hasta sacristan e s " , p . 151), desde que se revela l a c r u e l d a d de los ricos, y h e x p l o t a c i ó n q u e é s t o s hacen de los pobres ( " C o m o l a sanguijuela saca l a sangre [ a s í ! desagradecen, i n j u r i a n , o l v i d a n servicios, nieg a n g a l a r d ó n " , pp. 68 6 9 ) . E n fin, desde q u e se descubre l a hi¬ p o c r e s í a , l a m a l d a d , l a p e r v e r s i ó n q u e c o n v i e r t e n al m u n d o com o dice P l e b e r i o e n " u n l a b e r i n t o de errores, u n desierto espan t a b l e " (p. 233). Este p e s i m i s m o se relaciona c o n el m u n d o que La Celestina noi r e v e l a . N o es que n o sea c r i s t i a n o el m u n d o de La Celestina: le es t a n t o c o m o el de las Coplas. E l m u n d o de La Celestina es, come d i j i m o s antes, el m u n d o d e l pecado. U n m u n d o e n el q u e los b i e nes temporales e x c l u y e n e n absoluto a los eternos; u n m u n d o qu< se c a r a c t e r i z a p o r l a ausencia de D i o s , y e n el q u e , p o r lo t a n t o n o t i e n d e n hacia D i o s los personajes. C i r í a c o M o r ó n A r r o y o h ; s e ñ a l a d o m u y b i e n este aspecto e n su excelente estudio de La Ce lestina y , c i t a n d o a San A g u s t í n y a Santo T o m á s , l o h a situad( e n l a t r a d i c i ó n que le c o r r e s p o n d e : El nervio estructural de la obra [. . . ] es la definición agustinian; de pecado: «aversio a Deo, conversio ad creaturas» (apartamient, de Dios por conversión a las criaturas), que recoge luego toda 1 t r a d i c i ó n cristiana: «Dos cosas hay que considerar en el pecado, e apartamiento del bien inmutable que es infinito, y la conversión de sordenada al bien finito» (Santo T o m á s , Summa Thcologica, P r i m secundae, cuestión 87, art. 4 ) . n E n efecto se a p a r t a n de D i o s , d e l b i e n i n m u t a b l e , los personaje de La Celestina, y buscan d e s o r d e n a d a m e n t e el b i e n finito: el a m o C a l i s t o y M e l i b e a , el d i n e r o y el placer P á r m e n o y S e m p r o n i o — t a m b i é n E l i c i a y A r e ú s a - ; busca el d i n e r o l a alcahueta, y busc t a m b i é n los placeres q u e p u e d e n t o d a v í a d e l e i t a r l e ; busca Plebe 1 1 C I R Í A C O M O R R Ó N A R R O Y O , Sentido y forma de "La tedra, M a d r i d , 1 9 8 4 , p. 5 1 . Celestina", 2 A ed., C ; NRFH, XL E L M U N D O D E LA CELESTINA 109 r i o d i n e r o , h o n r a y descendencia, y p o r eso su h i j a — M e l i b e a c o l m a y d i r i g e sus aspiraciones. E l deseo que m u e v e al m u n d o de La Celestina, p o r l o t a n t o , es el de gozar los bienes t e m p o r a l e s . Y p o r q u e el o b j e t o de ese deseo son los bienes temporales —amenazados siempre p o r l a dest r u c c i ó n que l a t e m p o r a l i d a d supone— l a s a t i s f a c c i ó n de ese deseo se convierte en u n a o p e r a c i ó n m i x t a y encontrada: p o r q u e dent r o de ella c h o c a n el d o l o r y l a a l e g r í a ; es d e c i r , p o r q u e d e n t r o de ella chocan los c o n t r a r i o s . Ese c a r á c t e r b é l i c o t i p i f i c a , p o r l o t a n t o , al m u n d o de La Celestina. Y R o j a s , p a r a q u e l o n o t e m o s y p a r a que c o m p r e n d a m o s su sentido, c o n v i e r t e esa c o n t r a p o s i c i ó n y ese c h o q u e e n esquema de l a e s t r u c t u r a de l a o b r a ; es dec i r , d a a l a a r q u i t e c t u r a de La Celestina u n sesgo e n c o n t r a d o v c o n t r a p u e s t o . Stephen G i l m a n l o h a d e f i n i d o m u y b i e n e n el i m p r e s i o n a n t e estudio q u e a l a o b r a h a d e d i c a d o . " T h e t e x t u r e o f the w o r k is one o f strife, o f b i c k e r i n g a n d d i s p u t e " . E n otras palabras, el c a r á c t e r e n c o n t r a d o y c o n t r a p u e s t o del sesgo de La Celestina sirve p a r a i n d i c a r q u e ese c a r á c t e r es precisamente el d e l m u n d o q u e e n ella se d i b u j a , y q u e e n ese m u n d o ese c a r á c t e r r e v e l a la esencia de l a s a t i s f a c c i ó n de su deseo d o m i n a n t e : el c h o q u e q u e t i e n e l u g a r d e n t r o de esa s a t i s f a c c i ó n entre el d o l o r y l a a l e g r í a . I n c l u s o los m i s m o s personajes p u e d e n d e f i n i r , y d e f i n e n , de ese m o d o l a c a l i d a d de los bienes t e m p o r a l e s . D i c e S e m p r o n i o , p o r e j e m p l o : " F i a r e n l o t e m p o r a l y buscar m a t e r i a de t r i s t e z a [ . . . 1 es i g u a l g é n e r o de l o c u r a " (p. 7 5 ) , y P á r m e n o , t a m b i é n , e x p l i c a a s í el c a r á c t e r de l a v i d a d e l h o m b r e - d e l h o m b r e , c l a r o e s t á , q u e se d e d i c a a los bienes m u n d a n a l e s — : " O í d o l o h a b í a d e c i r y p o r e x p e r i e n c i a l o v e o , n u n c a v e n i r placer sin c o n t r a r i a z o z o b r a e n esta t r i s t e v i d a " ( p . 137). P a r a Rojas l a esencia de los bienes t e m p o r a l e s es su r e s u l t a d o c o n f l i c t i v o y c o n t r a p u e s t o : el hecho de q u e p r o d u z c a n a l a vez tristeza y a l e g r í a . D e a h í q u e R o j a s p a r a d e f i n i r el a m o r , q u e e n La Celestina se presenta c o m o el m á s a l t o de esos bienes, a c u d a a l a t é c n i c a de y u x t a p o n e r c o n t r a r i o s ; t é c n i c a q u e P e t r a r c a y sus seguidores h a b í a n utilizado p a r a m o s t r a r los c o n t r a d i c t o r i o s efectos de C u p i d o y q u e sirve a h o r a p a r a m o s t r a r los c o n t r a d i c t o r i o s efectos de los bienes m u n d a n a l e s : " E s u n fuego escondido, u n a agradable llaga, u n sabroso veneno, u n a d u l ce a m a r g u r a , u n a delectable d o l e n c i a , u n alegre t o r m e n t o , u n a dulce y fiera h e r i d a , u n a b l a n d a muerte'' (p. 159). D e f i n i c i ó n q u e 1 2 1 2 STEPHEN G I L M A N , The Art of'La sin Press, M a d i s o n , 1959, p . 151. Celestina", T h e U n i v e r s i t y o f Wiscon- 110 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XI p o r ser de los bienes del m u n d o — d e l a m o r que los r e p r e s e n t a p u e d e aplicarse t a m b i é n a l a v i d a de los que a esos bienes se d e d i c a n —es d e c i r , a l a v i d a de los e n a m o r a d o s q u e l a r e p r e s e n t a n — y p u e d e , c o m o r e s u l t a d o , m o s t r a r l a p e r p l e j i d a d de esa v i d a , si n a t u r a l e z a m i x t a , conflictiva y c o n t r a p u e s t a : " Q u e n i c o m e n n beben, n i r í e n n i l l o r a n , n i d u e r m e n n i velan, n i hablan n i callan, n p e n a n n i descansan, n i e s t á n contentos n i se q u e j a n , s e g ú n l a per p l e j i d a d de aquella dulce y fiera llaga de sus c o r a z o n e s " ( p . 147) N o es de e x t r a ñ a r , p o r l o t a n t o , q u e l a s a t i s f a c c i ó n de ese de seo y q u e l a p e r t u r b a c i ó n q u e esa s a t i s f a c c i ó n supone, se v i n c u l e n e n La Celestina a dos m o t i v o s q u e t r a d i c i o n a l y r e s p e c t i v a m e n te se h a b í a n u t i l i z a d o p a r a m o s t r a r l a a l e g r í a de l a v i d a y la triste za q u e su t e r m i n a c i ó n p r o v o c a : el d e l " c o l l i g e v i r g o r o s a s " y e d e l " f u g i t i r r e p a r a b i l e t e m p u s " . T a n t o el u n o c o m o el o t r o apa recen desde el p r i n c i p i o e n l a o b r a y , c o m o causa a efecto, se r e í a c i o n a n desde entonces: el paso r a p i d í s i m o d e l t i e m p o r e c o m i e n d ; el goce de las rosas. P e r o , a d e m á s , p o r q u e se r e a l i z a el goce baj< l a a m e n a z a q u e su t e r m i n a c i ó n i m p l i c a , se t i ñ e é s t e de u n pecu l i a r c a r á c t e r : se t r a t a de gozo, p o r supuesto, pero de u n gozo mixt< y e n c o n t r a d o e n el q u e l a a n g u s t i a y l a a l e g r í a c o n t i e n d e n y b a t a l i a n . Pierde el gozo de esa m a n e r a su sentido, y lo p i e r d e n los biene t e m p o r a l e s ; p i e r d e su sentido t a m b i é n , y c o m o consecuencia, e m u n d o h u m a n o , puesto q u e el m u n d o h u m a n o se m a n t i e n e a ba se de esos bienes t e m p o r a l e s . L a f u n c i ó n q u e La Celestina e n c o m i e n d a al " t e m p u s f u g i t " e d i s t i n t a de l a q u e J o r g e M a n r i q u e le e n c o m i e n d a e n Las Coplas M o s t r a b a M a n r i q u e c o n el pasar d e l t i e m p o l a falta de v a l o r d las cosas t e m p o r a l e s ( " V e d de c u á n p o c o v a l o r / s o n las cosas t r a q u e a n d a m o s / y c o r r e m o s " , estr. 7 ) , y aconsejaba p o r ello aban donarlas y dedicarse a los bienes transcendentes. C o n d u c e el " t e m pus f u g i t " , pues, a l " c o n t e m p t u s m u n d i " , y n o , c o m o e n La Ct lestina, a l " c o l l i g e v i r g o r o s a s " ; d a sentido de ese m o d o al m u n d de los h o m b r e s , puesto q u e , a p a g a n d o el desconsuelo que l a t e i m i n a c i ó n de los bienes t e m p o r a l e s p r o d u c í a , hace de ese m u n d p l a t a f o r m a p a r a ganar los bienes p e r d u r a b l e s : Este m u n d o bueno fue si bien u s á r e m o s dél NRFH, XL E L M U N D O DE LA CELESTINA 111 Y aun el hijo de Dios pannos „ C o , a nascer acá entre nos, y a vivir en este suelo do m u r i ó (estr. 6). La Celestina, pues, p a r a conseguir sus o b j e t i v o s , r e l a c i o n a desde el c o m i e n z o , y de m a n e r a d i f e r e n t e , el " t e m p u s f u g i t " y el " c o l l i g e v i r g o r o s a s " . U n a y o t r a m e l o d í a , t r e n z á n d o s e y yuxta¬ p o n i é n d o s e , resonando c o n u n a i n t e n s i d a d m u y g r a n d e , se escu¬ c h a n c u a n d o p o r p r i m e r a vez se e n f r e n t a n las dos p r o t a g o n i s t a s : C e l e s t i n a y M e l i b e a . S i r v e n de f o n d o entonces a l a s d o s m u j e r e s , pero r e v e l a n , a d e m á s , l o q u e é s t a s s i g n i f i c a n desde l a perspectiva q u e estamos s e ñ a l a n d o . Es d e c i r , m u e s t r a l a j o v e n l a p l e n i t u d gozosa d e l presente ( " N o b l e j u v e n t u d y florida m o c e d a d " , p. 90), la a n c i a n a los estragos d e l t i e m p o e n su persona ( " O t r a parece m u y m u d a d a e s t á s " , p . 92). R e v e l a el e n f r e n a m i e n t o l a índole del destino h u m a n o - l o q u e t i e n e de d o l o r o s o v l a a m e n a z a q u e desde el f u t u r o p e r t u r b a y ahoga l a d i c h a de presente ( " V e r n á el d í a q u e e n el espejo n o te c o n o z c a s " p 93) A n g u s t i a y d o l o r b r o t a n p o r l o t a n t o , a l a vez q u e b r o t a ía a l e g r í a y q u e se Jconseia el eozo- " D i o s l a deie eozar su n o b l e i u v e n t u d v f l o r i d a moce¬ d a d q u e es el t i e m p o e n q u e m á s placeres y m a y o r e s deleites se a l c a n z a r á n Q u e a l a m i fe l a vejez n o es sino í 1 congoja cont i n u a llaga ^ c u r a b l e m a n c i l l a de l o pasado p e n a de l o presente c u i d a d o triste de l o p o r v e n i r " (p 90) Estos'sentimientos crean p ú e s a l mezclarse y a E d i ¿ " el que pe^í^S E s d e l rnundcse ^ S ^ ^ ^ ^ ^ l áTs o o Z tienTeruprCaes^ yespantaatoZa^ Melibea 92) ' A p a r t i r de entonces el trenzarse y destrenzarse de las dos m e l o d í a s c o n t i n ú a ; de f o r m a q u e m u y p r o n t o c o n d u c e n é s t a s a u n a l e c c i ó n m o r a l — m o r a l , a pesar de l a p a r a d o j a i m p l í c i t a — q u e los personajes de l a obra a d m i t e n y q u e a d e m á s u n o ¡ a otros se ofrecen a m e n u d o : el gozar c o n p r i s a los bienes t e m p o r a l e s . L e c c i ó n , pues, q u e a p r o v e c h a n d o el m o t i v o t r a d i c i o n a l del " c a r p e diem" c o n d u c e , c o n a p r e m i o y c o n a n g u s t i a , al gozo y al deleite. D e a h í q u e el acto V I I - q u e sirve p r e c i s a m e n t e p a r a presentar de u n a m a n e r a v i s u a l el " c a r p e diem", y e n el q u e l l e v a n el consejo a 112 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL l a p r á c t i c a P á r m e n o y A r e ú s a — c o m i e n c e y acabe c o n l a j u s t i f i c a c i ó n t e ó r i c a d e l r e p e t i d o consejo. D i c e a s í , a l p r i n c i p i o , Celest i n a a P á r m e n o : " G o z a t u m o c e d a d , el b u e n d í a , l a b u e n a n o che, el b u e n c o m e r y beber. C u a n d o p u d i e r e s h a b e r l o , n o l o dej e s . P i é r d a s e l o que se p e r d i e r e . N o llores t ú l a h a c i e n d a q u e t u a m o h e r e d ó , q u e esto te l l e v a r á s de este m u n d o , pues n o le tenem o s m á s de p o r n u e s t r a v i d a " ( p . 121); y a s í h a b l a , a l final, a C e l e s t i n a , E l i c i a : " H a y a m o s m u c h o placer. M i e n t r a h o y t u v i é r e m o s de c o m e r , n o pensemos en m a ñ a n a . T a m b i é n se m u e r e el q u e m u c h o allega c o m o el que p o b r e m e n t e v i v e [. . . ] Gocemos y h o l g u e m o s " ( p . 133). L a a c c i ó n de La Celestina c u l m i n a —de a c u e r d o c o n l a trayect o r i a de los diversos personajes— e n dos m o m e n t o s paralelos que p r e s e n t a n — c a d a u n o a su m a n e r a — l a s a t i s f a c c i ó n d e l deseo dom i n a n t e . E l p r i m e r o — q u e se reserva p a r a C e l e s t i n a , p a r a E l i cia, p a r a A r e ú s a , p a r a S e m p r o n i o y p a r a P á r m e n o — tiene lugai en el acto I X , e n casa de C e l e s t i n a ; el segundo — q u e se reserve p a r a C a l i s t o y M e l i b e a — tiene l u g a r en el j a r d í n de P l e b e r i o , er el acto X I X . L o s dos m o m e n t o s se v i n c u l a n , p o r supuesto, a l mot i v o d e l " t e m p u s f u g i t " y al d e l " c o l l i g e v i r g o r o s a s " . E l p r i m e r m o m e n t o se o r g a n i z a en f o r m a de b a n q u e t e , y se e f e c t ú a e n t o r n o a l a mesa de l a vieja: se e n t r e g a n los j ó v e n e s < l a c o m i d a , a l a b e b i d a y a los placeres sexuales; l a alcahueta, er c a m b i o , goza d e l v i n o y de l a c o n t e m p l a c i ó n de l a a c t i v i d a d se x u a l de los otros comensales. Es d e c i r , el b a n q u e t e representa d« m a n e r a g r á f i c a l a r e a l i z a c i ó n d e l consejo q u e antes c o m e n t á b a mos: " G o z a t u m o c e d a d . . . el b u e n c o m e r y b e b e r " ( p . 121) Se c o m e y se bebe p r e c i s a m e n t e p o r q u e se h a de m o r i r m a ñ a n a " N o pensemos en m a ñ a n a . T a m b i é n se m u e r e el que m u c h o alleg; c o m o el q u e p o b r e m e n t e v i v e " ( p . 133). Y p o r q u e l a escena re presenta el consejo, t i e n e u n sentido l i t e r a l el m o r i r m a ñ a n a ; ei efecto, m u e r e n m a ñ a n a , e n l a v e r s i ó n p r i m e r a , C e l e s t i n a , P á r meno y Sempronio. L a escena se c o n s t r u y e e n l a z a n d o f u e r t e m e n t e los dos m o t i vos s e ñ a l a d o s . M u e s t r a el del " t e m p u s f u g i t " l a t e m p o r a l i d a d d los bienes q u e se b u s c a n , aconseja el d e l " c o l l i g e v i r g o r o s a s " si goce a p r e s u r a d o . D e a h í q u e p u e d a C e l e s t i n a , c u a n d o el festíi c o m i e n z a , ofrecer c o m o l e c c i ó n m o r a l l a necesidad de gozar y d gozar c o n p r i s a : Gozad vuestras frescas mocedades, que quien tiempo tiene y mejc lo espera, tiempo viene que se arrepiente. C o m o yo hago agora pe NRFH, XL E L M U N D O DE LA CELESTINA 113 algunas cosas que dejé perder, cuando moza, cuando me preciaba, cuando me q u e r í a n . Que ya, ¡mal pecado!, caducado he, nadie no me quiere. ¡ Q u e sabe Dios m i buen deseo! M i e n t r a a la mesa estáis, de la cinta arriba todo se perdona. Cuando seáis aparte, no quiero poner tasa, pues que el rey no la pone. Que yo sé por las mochachas, que nunca de importunos os acusen y la vieja Celestina m a s c a r á de dentera con sus botas encías las migajas de los manteles (p. 148). L a y u x t a p o s i c i ó n , pues, de los dos m o t i v o s d e t e r m i n a el nacim i e n t o , en los personajes, de u n a a n g u s t i a acentuada p o r la p r e sencia y p o r los c o m e n t a r i o s de l a v i e j a . C e l e s t i n a t a m b i é n , c o m o los j ó v e n e s , se c o n m u e v e al i n f l u j o de l a l u j u r i a ( " ¡ Q u e sabe D i o s m i b u e n d e s e o ! " , p . 148), p e r o , a d i f e r e n c i a de é s t o s , se ve o b l i gada - p o r el paso i r r e p a r a b l e de los a ñ o s - a satisfacer su deseo sustituyendo p o r el v i n o y p o r el v o y e r i s m o los actos sexuales: " P o neos e n o r d e n , cada u n o cabe l a suya; y o , q u e estoy sola, p o r n é cabe m í este j a r r o y taza, que n o es m á s m i v i d a de c u a n t o c o n ello h a b l o . D e s p u é s q u e m e f u i h a c i e n d o v i e j a , n o sé m e j o r oficio a l a mesa que e s c a n c i a r " ( p . 144); "Besaos y abrazaos,' que a m í n o m e q u e d a o t r a cosa sino g o z a r m e de v e l l o " ( p . 148). Eso es l o q u e en C e l e s t i n a significan el v i n o y l a c o n t e m p l a c i ó n de l a sex u a l i d a d de los amantes; y a eso se debe l a a n g u s t i a que fluye de l a presencia de l a a n c i a n a gastada y c o n s u m i d a p o r los a ñ o s . U n a a n g u s t i a que se s u b o r d i n a , c o m o puede notarse, al paso destruct o r d e l t i e m p o : q u e se l l e v a e n su h u i d a los i n s t r u m e n t o s que p a r a gozar c o n p l e n i t u d d e l placer p o s e í a C e l e s t i n a . Eso es l o que i n d i c a n , p o r supuesto, las e n c í a s botas de l a v i e j a : " C e l e s t i n a mascar á de d e n t e r a c o n sus botas e n c í a s las m i g a j a s de los m a n t e l e s " ( p . 148). L a p é r d i d a de las m u e l a s y los dientes, i n d i c a , pues, l a i m p o t e n c i a de l a a n c i a n a , y e x p l i c a , p o r l o t a n t o , su a n g u s t i a , com o se nos h a b í a hecho v e r e n el acto V I I : " V o y m e solo p o r q u e m e h a c é i s d e n t e r a c o n v u e s t r o besar y r e t o z a r . Q u e a ú n el sabor e n las e n c í a s m e q u e d ó ; n o le p e r d í c o n las m u e l a s " ( p . 132). Es u n a a n g u s t i a q u e n o se reduce a su persona, sino que se p r o y e c t a sobre los j ó v e n e s e n t r i s t e c i é n d o l e s y q u i t á n d o l e s el placer de ent r e las m a n o s . L a a n g u s t i a de C e l e s t i n a , pues, n o d e s t r u y e el deseo n i i n m o v i l i z a a los amantes, s i n o , p o r el c o n t r a r i o , intensifica el deseo y e m p u j a a los amantes a gozar f r e n é t i c a m e n t e de las cosas t e m p o r a l e s . Eso es l o q u e significa, p o r supuesto, el que los j ó v e n e s se l e v a n t e n de l a mesa y se r e t i r e n c o n p r i s a a gozar los unos de los o t r o s : " M a d r e " , d i c e S e m p r o n i o , " n i n g ú n p r o v e c h o 114 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL t r a e la m e m o r i a d e l b u e n t i e m p o , si c o b r a r n o se puede; antes tristeza. C o m o a t i a g o r a , q u e nos has sacado el placer de e n t r e las m a n o s . Á l c e s e l a mesa. I r n o s hemos a h o l g a r " ( p . 152). L a angustia de l a escena, sin e m b a r g o , n o se debe t a n s ó l o a Celestina; h a y en el a m b i e n t e u n peso que la d e t e r m i n a y l a p r o v o c a : es ese el p r e c i o , c o m o y a hemos a f i r m a d o , q u e h a y q u e p a g a r p o r el goce de los bienes t e m p o r a l e s . L o que sucede e n este caso es que la prisa que aconseja Celestina y que mueve a los a m a n tes cobra ante el lector u n a p r o f u n d i d a d y u n d r a m a t i s m o e x t r a o r d i n a r i o s ; pues el l e c t o r c o m p r u e b a q u e esa c o m i d a es l a ú l t i m a q u e h a n de r e a l i z a r los personajes — m e refiero, p o r supuesto, a la v e r s i ó n p r i m e r a . L a escena, p o r l o t a n t o , r e v e l a el c a r á c t e r c o n t r a p u e s t o q u e l a s a t i s f a c c i ó n del deseo d o m i n a n t e a d q u i e r e a l o l a r g o de l a o b r a . Es el t i e m p o c o n su paso presuroso el q u e , a r r a s t r a n d o l a a m e n a za de l a vejez y de l a m u e r t e , i n v i t a a gozar las rosas j u v e n i l e s . Y es la m u e r t e , p o r supuesto, l a q u e al final se i m p o n e , y a l i m ponerse i n f u n d e u n c a r á c t e r h í b r i d o a l a s a t i s f a c c i ó n q u e se a c o n seja; es gozo, p e r o u n gozo que se intensifica a expensas d e l esp a n t o que l a p r o x i m i d a d de su fin p r o v o c a , y q u e se t i ñ e , c o m o consecuencia, de a n g u s t i a y de a m a r g u r a . Ese gozar, pues, revel a l a esencia de l a v i d a e n el m u n d o d e l pecado: u n m u n d o q u e n o transciende sus fronteras t e m p o r a l e s , que i g n o r a p o r l o t a n t o l a e t e r n i d a d que espera tras l a m u e r t e : " p u e s n o le tenemos m á s de p o r n u e s t r a v i d a " ( p . 121). D e a h í , pues, que e n ese m u n d o sea l a m u e r t e — y n o el i n f i e r n o — l a m a y o r de las desgracias. T i e n e r a z ó n D e y e r m o n d cuando afirma con claridad m u y grande: " D e a t h is seen as a final disaster, n o t as a t r a n s i t i o n t o a n o t h e r life" . E l segundo m o m e n t o e n el q u e l a a c c i ó n c u l m i n a tiene l u g a r , c o m o d i j i m o s antes, e n el acto X I X . R e ú n e en el j a r d í n de Pleber i o a C alisto y M e l i b e a , y ofrece a é s t o s , c o m o a n t e r i o r m e n t e a los criados, el f e s t í n de los deleites t e m p o r a l e s . T r e s veces, al parecer, gozan del a m o r aquella noche ios amantes; mientras se cierne sobre ellos l a a m e n a z a de l a m u e r t e c o n q u e c o n c l u y e l a e n t r e v i s t a . L a s palabras de M e l i b e a , al c o m i e n z o m i s m o d e l acto X I V —acto q u e en l a Comedia f o r m a b a p a r t e d e l ú l t i m o e p i s o d i o — , c r e a n al c o n t r a p o n e r de m a n e r a i n d i r e c t a el placer y el t r a n s c u r r i r d e l t i e m p o , l a t e n s i ó n que c a r a c t e r i z a b a al m o m e n t o que a n tes e s t u d i a m o s ; e n efecto, p o r u n a parte l a p r i s a de l a m u e r t e , 1 3 1 3 A . D . DEYERMOND, 0 p. cit., p. 114. NRFH, XL EL M U N D O DE LA CELESTINA 115 p o r o t r a l a p r i s a del a m a n t e : " ¡ O h m i s e ñ o r [dice a C a l i s t o c u a n do llega, M e l i b e a ] , n o saltes de t a n a l t o , q u e m e m o r i r é en v e r l o ; baja, b a j a poco a poco p o r el escala; n o vengas c o n t a n t a presur a ! " ( p . 190). Se t r a t a , claro e s t á , de l a m i s m a p r i s a y de l a m i s m a escala q u e cuestan l a v i d a a C a l i s t o al t e r m i n a r l a escena: " A la v u e l t a de su v e n i d a , c o m o de l a f o r t u n a m u d a b l e estuviese dispuesto y o r d e n a d o [. . . ] c o m o las paredes e r a n altas [dice luego t a m b i é n M e l i b e a ] , l a noche escura, l a escala d e l g a d a [ . . . ] y él bajaba presuroso [ . . . ] n o n v i d o b i e n los pasos, puso el pie en v a cío y c a y ó [. . . ] C o r t a r o n las hadas sus h i l o s , c o r t á r o n l e sin c o n fesión su v i d a " ( p . 2 3 0 ) . A h o r a — c o m o antes e n el festín de los c r i a d o s — el t i e m p o , d e s t r u y e n d o , r e a l i z a su h u i d a i r r e p a r a b l e . D i c e M e l i b e a : " ¡ M i b i e n y placer, t o d o es i d o en h u m o ! ¡ M i a l e g r í a es p e r d i d a ! ¡ C o n s u m i ó s e m i g l o r i a ! " ( p . 224). A h o r a a d e m á s , c o m o en el festín se a d i v i n a b a , acaba l a m u e r t e , c o n su p r i s a , l a f e l i c i d a d de los amantes: " ¡ O h m i s e ñ o r y m i b i e n m u e r t o ! ¡ O h m i s e ñ o r y nuest r a h o n r a d e s p e ñ a d o ! " ( p . 2 2 4 ) . A h o r a t a m b i é n l a s a t i s f a c c i ó n de los deseos revela su n a t u r a l e z a c o n t r a p u e s t a —angustiosa y d e l e i t a b l e — , y t a m b i é n c o m o resultado surge l a l e c c i ó n m o r a l de boca de M e l i b e a : " ¿ C ó m o n o g o c é m á s d e l gozo? ¿ C ó m o t u v e en t a n poco l a g l o r i a que entre m i s manos tuve? ¡ O h ingratos m o r tales! ¡ J a m á s c o n o c é i s vuestros bienes, sino c u a n d o de ellos carec é i s ! " ( p . 2 2 5 ) . L a l e c c i ó n m o r a l es l a m i s m a q u e f o r m u l a r o n ant e r i o r m e n t e E l i c i a y C e l e s t i n a y l a que f o r m u l a r á poco d e s p u é s P l e b e r i o , l a m i s m a q u e f o r m u l a r á de n u e v o E l i c i a , c o n palabras m u y p r ó x i m a s a las de M e l i b e a , c u a n d o se c o n v i e r t a en t r a g i c o m e d i a l a c o m e d i a : " ¡ O h b i e n y gozo m u n d a n o , q u e m i e n t r a s eres p o s e í d o eres m e n o s p r e c i a d o y j a m á s te consientes conocer hasta que te p e r d e m o s ! " ( p . 2 0 1 ) . Esta l e c c i ó n m o r a l , debemos a f i r m a r p o r ú l t i m o , n o es en verd a d l a que l a o b r a b r i n d a a los lectores. L a l e c c i ó n m o r a l de La Celestina es, p o r supuesto, d i f e r e n t e ; es t a m b i é n d i f e r e n t e l a m a nera c o m o La Celestina l a presenta. Es d e c i r , l o q u e l a o b r a aconseja a los lectores es apartarse d e l pecado, h u i r d e l m u n d o de La Celestina, r o m p e r los l í m i t e s que i m p l i c a el dedicarse a los cosas m u n d a n a l e s , v i v i r de u n m o d o transcendente. Y esa l e c c i ó n m o r a l , a d i f e r e n c i a de l a q u e h e m o s v i s t o e n boca de los personajes, se presenta de u n a m a n e r a i n d i r e c t a : s ó l o e n los m a t e r i a l e s que p r e c e d e n o q u e siguen a l a t r a g i c o m e d i a — y q u e n o son y a l a t r a g i c o m e d i a , p o r l o t a n t o - aparecen d i r e c t a m e n t e . R e c u é r d e n s e los versos i n i c i a l e s , p o r e j e m p l o : " O h d a m a s , m a t r o n a s , manee- 116 J O A Q U Í N G I M E N O CASALDUERO NRFH, XL bos, c a s a d o s / n o t a d b i e n l a v i d a q u e a q u é s t o s h i c i e r o n , / t e n e d p o r espejo su fin c u á l h o b i e r o n : / a o t r o que amores d a d vuestros c u i d a d o s " ( p . 4 0 ) ; r e c u é r d e n s e t a m b i é n los versos finales e n los que " c o n c l u y e el a u t o r a p l i c a n d o l a o b r a a l p r o p ó s i t o p o r q u é l a acab ó " : " P u e s a q u í vemos c u á n m a l fenecieron/aquestos amantes, h u i g a m o s su d a n z a , / a m e m o s a a q u e l q u e espinas y lanza,/azotes y clavos su sangre v e r t i e r o n " ( p . 2 3 6 ) . D i g a m o s nosotros, pues, v o l v i e n d o sobre n u e s t r o t e m a y resum i e n d o lo que y a hemos a d v e r t i d o : el paso d e l t i e m p o y la n a t u r a l e z a e f í m e r a de las cosas m u n d a n a l e s n o c o n d u c e n en La Celestina al " c o n t e m p t u s m u n d i ' ' n i l l e v a n a pensar en los bienes transcendentes. L a r a z ó n es clara, el m u n d o de La Celestina es el m u n d o d e l pecado, el m u n d o de los q u e v i v e n ajenos a D i o s y sin pensar e n los bienes p e r d u r a b l e s . L o s ú n i c o s bienes de ese m u n d o , p o r l o t a n t o , son los bienes t e m p o r a l e s — " ¡ J a m á s c o n o c é i s vuestros bienes, sino c u a n d o de ellos c a r e c é i s ! " ( p . 2 2 5 ) — y desaparecidos esos bienes, desaparece t a m b i é n l a r a z ó n de l a existencia. A s í se e x p l i c a el suicidio de M e l i b e a — " ¡ M u e r t a l l e v a n m i a l e a r í a ! ' ' , dice é s t a c u a n d o se l l e v a n los criados el c u e r p o de C a l i s t ; " ¡ N o es t i e m p o de v o v i v i r ' " — a s í se e x p l i c a n t a m b i é n los c o m e n t a r i o s finales de P l e b e r i o ante su h i j a d e s t r o z a d a - ' ' ' N u e s t r o b i e n t o d o es p e r d i d o . ¡ N o q u e r a m o s m á s v i v i r ! " ( p . 2 3 2 ) . o JOAQUÍN GIMENO CASALDUERO U n i v e r s i t y o f California at Los Angeles