NOTAS JUAN DE CUEVA Y EL DRAMA HISTÓRICO H a s t a 1935 se venía aseverando q u e J u a n de l a C u e v a fue e l p r i n c i p a l representante d e l arte d r a m á t i c o e n e l ú l t i m o tercio d e l siglo x v i . E n t r e los comienzos d e l teatro renacentista — E n c i n a , T o r r e s N a l i a r r o , G i l V i cente— y su p l e n i t u d — L o p e , G u i l l e n de Castro, T i r s o — n o se descubría m a y o r d r a m a t u r g o que J u a n de l a C u e v a : e n comparación c o n él, D i e g o Sánchez de B a d a j o z e r a u n p r i m i t i v o ; T i m o n e d a resultaba poco o r i g i n a l , si n o u n p l a g i a r i o ; L o p e de R u e d a , c o n ser u n g r a n entremesista, c o m p u s o comedias frías. P e r o J u a n de l a C u e v a , con e x c e p c i ó n de sus o b r a s grecorromanas, parecía ser e l B a u t i s t a de l a era de L o p e y form a r parte de l a g r a n tradición dramática española: El saco de Roma, El infamador, y sobre todo las comedias histórico-nacionales, Los siete infantes de Lara, La libertad de España por Bernardo del Carpió, La muerte del rey don Sancho, p r e f i g u r a b a n e l teatro de L o p e . J u a n de l a C u e v a , p o r ser e l p r i m e r o en valerse de l a h i s t o r i a n a c i o n a l p a r a fines dramáticos y p o r h a b e r i n t r o d u c i d o e l r o m a n c e r o e n e l teatro, tenía, así, u n mér i t o e x t r a o r d i n a r i o de i n n o v a d o r . D e l efecto p r o d u c i d o p o r l a p r i m e r a representación de La muerte del rey don Sancho dice d o n R a m ó n M e néndez P i d a l : 1 2 U n a emoción extraña y nunca sentida en el teatro debió de apoderarse de todos los espectadores cuando se dejó oír aquella voz leal de un leonés que gritaba al rey de Castilla: Rey don Sancho, que del cerco de rey don Zamora Sancho, — un — no traidor dirás que había no te aviso, salido. Eran los mismos versos de u n romance que todos sabían y recitaban desde tiempo inmemorial y que, repetidos ahora aquí, anunciaban una nueva fuente de vida para el teatro, cuyo manantial comenzaba a gotear antes de desatarse en copiosos raudales . 3 E s t a v a l o r a c i ó n de J u a n de l a C u e v a fue deshecha súbitamente e n e l y a c i t a d o a ñ o de 1935, c u a n d o MARCEL BATAILLON p u b l i c ó sus " S i m p l e s réflexions sur J u a n de l a C u e v a " . E l insigne h i s p a n i s t a francés le niega 4 Véase por ejemplo M É R I M É E - M O R L E Y , A history of Spanish lite ra tare, New York, 326. R A M Ó N PÉREZ DE A Y AL A, Las máscaras, Madrid, 1919, t. 2, pp. 121-122. R A M Ó N MENÉNDEZ PIDAL, L'épopée castillane á travers la littératare espagnole, París, 1910, pp. 2 0 5 - 2 0 6 . Cf. la trad. española, Buenos Aires, 1945, p. 177. BHi, 37 ( 1 9 3 5 ) , 3 2 9 - 3 3 6 . No obstante, ha habido protestas: cf. EDWIN S. M O R B Y , "Notes on Juan de la Cueva: versification and dramatic theory", HR, 8 (1940), p. 2 1 3 : 1 1930, p. 2 3 4 NRFH, IX NOTAS 15° a C u e v a l o m i s m o su i m p o r t a n c i a histórica q u e s u i n f l u e n c i a sobre l o s lopistas. E n p r i m e r l u g a r , consta q u e le desconocen sus c o n t e m p o r á n e o s y sus sucesores; p o r l o menos n o se a l u d e a C u e v a e n los bosquejos h i s tóricos d e l teatro e s p a ñ o l q u e se e n c u e n t r a n e n las obras d e C e r v a n t e s y L o p e , a u n q u e sí se le d e d i c a n c u a t r o versos e n l a de A g u s t í n de R o j a s . A d e más, es n o t o r i o q u e h u b o u n teatro floreciente, y p o r l o t a n t o m u c h a s c o m p o s i c i o n e s dramáticas, e n t i e m p o de J u a n de l a C u e v a , sobre t o d o e n S e v i l l a : C u e v a se refiere e n su Ejemplar poético a las " m i l t r a g e d i a s " d e su p a i s a n o J u a n de M a l L a r a . S i n o se conserva l a a m p l i a p r o d u c c c i ó n t e a t r a l de M a l L a r a y d e sus coetáneos, es q u e n o se p u b l i c ó . J u a n de l a C u e v a t u v o l a b u e n a suerte de e n c o n t r a r a u n e d i t o r q u e rescatara sus obras d r a m á t i c a s d e l o l v i d o . Y B a t a i l l o n n o v a c i l a e n d e c i r q u e C u e v a , casi d e s c o n o c i d o e n e l s i g l o x v u a pesar de las dos e d i c i o n e s de su t e a t r o — S e v i l l a , 1583 y 1588—, n o m e r e c i ó s u b u e n a f o r t u n a . Sería u n o de tantos d r a m a t u r g o s de s e g u n d o o r d e n q u e a b u n d a b a n p o r S e v i l l a e n a q u e l e n tonces. A h o r a b i e n , l o q u e hace B a t a i l l o n es teorizar respecto a u n a fase p o c o c o n o c i d a de l a h i s t o r i a l i t e r a r i a . ¿ N o sería u n p r o c e d i m i e n t o más j u s t o t r a t a r de v a l o r a r l a o b r a de J u a n de l a C u e v a f u e r a de l a h i s t o r i a l i t e r a r i a , j u z g a r d e l m é r i t o intrínseco de sus dramas? P o r q u e p u e d e ser q u e t e n g a n u n v a l o r i n d e p e n d i e n t e , y más allá de l a m e r a i n n o v a c i ó n . T a l , p o r l o menos, es n u e s t r a pretensión e n este ensayo. P e r o y a q u e q u e r e m o s d e m o s t r a r q u e l a técnica d r a m á t i c a de J u a n de l a C u e v a n o sólo es eficaz p o r sí, s i n o q u e b o s q u e j a u n a c o n c e p c i ó n n a c i o n a l d e l teat r o histórico, pasamos p o r a l t o sus comedias y tragedias e x c l u s i v a m e n t e h u m a n i s t a s y nos l i m i t a m o s a e s t u d i a r u n o d e sus d r a m a s históricos: l a Comedia de la muerte del rey don Sancho y reto de Zamora por don Diego Ordóñez . A l escoger u n a c o m e d i a de tema n a c i o n a l n o negamos q u e es t a m b i é n u n a o b r a de arte h u m a n i s t a , f u n d a d a en lecturas clásicas y e s c r i t a e n e s t i l o e r u d i t o c o n vocablos l a t i n i z a n t e s . S i se i n t r o d u c e n e n e l l a versos de r o m a n c e , c o n f o r m e a l a i n d i c a c i ó n de M e n é n d e z P i d a l , q u e d a n sumerg i d o s e n r e d o n d i l l a s , o sea adaptados a u n a m é t r i c a a c o n s o n a n t a d a (p. 22): 5 6 7 GUARDA—Echa por vando preciso al traydor de aquesse rancho; rey don no Sancho, digas que rey don no te Sancho, aviso. Y por que estés advertido, te vengo a avisar agora que un del cerco traydor de avía Qamora salido. Y u n a c i t a más consciente d e l r o m a n c e r o ( p p . 18-19): "his Comedias y tragedias... rather gain than lose i 11 significance if we regard them as typical rather than exceptional". AGUSTÍN DE R O J A S , en El viaje entretenido (ed. de Madrid, 1901, p. 144), dice que Cueva fue el primero en introducir en la comedia "reyes y reinas"; añade que "hizo del padre tirano, / como sabéis, dos comedias". 5 6 7 Ed. E. WALBERG, Lund, 1904, p. 76. J U A N DE LA CUEVA, Comedias y tragedias, Madrid, 1917, t. 1, pp. 11-53. NRFH, IX NOTAS 151 CID—A Dios pongo por testigo, si a tal quisiera venir; mas puédeseme dezir: "Mensagero soys, amigo". Que bien saneado esto que dirán de m i llegada: " A u n q u e traéys la embaxada, no merecéys culpa, no". T o d a v í a es t e m p r a n o p a r a q u e se h a b l e e n verso de romances e n e l t a b l a d o . P o r p r u r i t o s pedantes, e l p o e t a prefiere insertar r i p i o s a d e j a r q u e h a b l e n sus personajes e n e l m e t r o v u l g a r . Desde e l c o m i e n z o se n o t a e l lenguaje a l t i s o n a n t e , encajado e n o c t a vas reales llenas de p o m p a clasicista (p. 14-15): CID—Ecelso Rey, en nombre tuyo e sido citado, que viniesse a tu presencia, en la qual puesto, humilde esto, ofrecido a tu querer, constante en m i obediencia. R E Y — G r a n C i d , de quien el Bárbaro atrevido teme, y huyendo con infame ausencia, desocupa los límites de España, que ya opressó, y agora no los daña . .. ¡ N o se h a b l a b a así e n l a épica a n t i g u a ! Se d a c u e n t a e l lector de q u e e l C i d y d o n S a n c h o h a n s i d o desarraigados d e l a m b i e n t e juglaresco e n e l q u e l i t e r a r i a m e n t e n a c i e r o n , p a r a i n c o r p o r a r s e a l a tradición r e n a c e n tista, disfrazados de soldados r o m a n o s . N a d a q u i t a n d e esta literarización d e l C i d las parcas r e m i n i s c e n c i a s d e l r o m a n c e r o . C o n e l m i s m o e s t i l o r e t u m b a n t e — a q u e l día de 1579, e n l a h u e r t a d e d o ñ a E l v i r a , e n S e v i l l a — se d i o fin j u n t a m e n t e a l a fiesta, a l a o b r a , y a l cerco de Z a m o r a . T a l e s p a l a b r a s n o se le o c u r r i r í a n j a m á s a u n j u g l a r (p. 5 3 ) : Que ya la pura luz que da el Oriente nos falta, y por el mundo se derrama la obscura sombra, y con aquesto iremos a descansar, y fin a todo demos. L o n a c i o n a l español q u e d a de esta m a n e r a engastado e n l o c o s m o p o l i t a r e n a c e n t i s t a d e l siglo x v i . D e l a tradición h u m a n i s t a —diálogos lucianescos— p r o c e d e n t a m b i é n los a r g u m e n t o s en prosa de l a o b r a e n t e r a y de cada j o r n a d a e n p a r t i c u l a r : p r u e b a de q u e l a o b r a v a d e s t i n a d a , más q u e a l a representación p ú b l i c a , a l a l e c t u r a e n casas p a r t i c u l a r e s . F a l t a n las a c o s t u m b r a d a s acotaciones d i r i g i d a s a los representantes; n i s i q u i e r a se i n d i c a n las salidas y entradas de los personajes . 8 9 Con decir esto 110 negamos que se representara alguna vez la obra. E l argumento general comprueba el hecho: "Esta farsa fue representada la primera vez en Sevilla, año de 1 5 7 9 . . . Representóla Alonso Rodríguez, autor de comedias, en la güerta de doña Elvira" (p. 12).—Véanse ejemplos de lectura dramática en casas particulares, en J . E. GILLET, "Torres Naharro and the Spanish drama of the sixteenth century", 8 Estudios eruditos in memoriam de Bonilla, t. 2, pp. 4 3 9 y 4 4 1 . Sin duda se empleó para este drama el escenario múltiple, o décor simultané, típico del teatro del quinientos. W. H . SHOEMAKER, The múltiple stage in Spain during the fifteenth and sixteenth centuries, Princeton, 1935, p. 5 6 , considera algunos problemas planteados por la escena en la huerta de doña Elvira. 9 NOTAS 152 NRFH, I X E l h e c h o d e q u e l a Muerte del rey don Sancho n o se h a y a e m a n c i p a d o d e l a f ó r m u l a h u m a n i s t a característica de J u a n de l a C u e v a n o d e b e cegarnos a l h e c h o i g u a l m e n t e s i g n i f i c a t i v o de q u e e n l a c o m e d i a i n c o r p o r a m a t e r i a épica: e l a s u n t o d i o l u g a r a l conocidísimo refrán: " N o se g a n ó Z a m o r a e n u n a h o r a " ; los personajes d e r i v a n de l a e p o p e y a ; se glosan dos romances. S i n o i n s i s t i m o s e n esto es q u e y a h a sido sufic i e n t e m e n t e c o m e n t a d o p o r l a crítica. Q u e r e m o s enfocar b i e n e l p r o b l e m a : e l teatro histórico-nacional es u n p r o d u c t o d e l h u m a n i s m o s e v i l l a n o d e l siglo x v i . E l arte d e J u a n d e l a C u e v a , e n esta o b r a , consiste e n l a fusión de l o h u m a n i s t a y l o t r a d i c i o n a l ; l a E d a d M e d i a se i n f i l t r a e n u n d r a m a de concepción r e n a c e n tista; l a poesía y los s e n t i m i e n t o s p o p u l a r e s coexisten c o n e l arte e r u d i t o . P o r m u c h o q u e a l u d a a l r o m a n c e r o , o l o cite, nuestro a u t o r se sirve d e u n a métrica, de u n v o c a b u l a r i o , de u n a concepción de l a poesía d r a m á t i c a q u e , siendo e r u d i t o s , se m a n t i e n e n e n u n n i v e l i n t e l e c t u a l s u p e r i o r a l de las fuentes romancistas. S u interés p o r l o p o p u l a r es e l d e l a r t i s t a , d e l estudioso, q u e condesciende c o n e l p u e b l o , l o m i s m o q u e E r a s m o o el M a r q u é s de ¿ a n t i l l a n a a l recoger los adagios o refranes: p r o c e d i m i e n t o t o t a l m e n t e opuesto a l de L o p e de V e g a o de G ó n g o r a , quienes a s i m i l a n l o p o p u l a r identificándose, e n e l m o m e n t o de l a composición, c o n e l p u e b l o . E l p o p u l a r i s m o de C u e v a es f r u t o de l a e r u d i c i ó n r e n a c e n t i s t a , n o u n a creación a l o p o p u l a r . P o d r í a m o s r e s u m i r así su a c t i t u d : si L o p e , e n s u p r i m e r a época, r e n i e g a d e l arte p a r a e s c r i b i r según e l d i c t a d o d e l a naturaleza — p a r a e l p u e b l o y c o m o e l p u e b l o — , C u e v a sólo p e r m i t e q u e l a n a t u r a l e z a se asome a su teatro. P e r o n o p o r eso h a y q u e desprest i g i a r s u arte. E l c o n d e n a r a C u e v a p o r su i n c a p a c i d a d de absorber l o p o p u l a r nos o b l i g a r í a a c o n d e n a r d e i g u a l m o d o y p o r i d é n t i c o m o t i v o a C a l d e r ó n , a l g r a n d r a m a t u r g o b a r r o c o q u e n o l o g r a identificarse c o n el p u e b l o , o q u e r e n u n c i a a e l l o . P e r o l a defensa d e C u e v a n o consiste sólo e n señalar su m a n e r a d e valerse d e l r o m a n c e r o y d e temas p o p u l a r e s : su esfuerzo p o r c o n c i l i a r h u m a n i s m o y r o m a n c i s m o . E s t r i b a m á s b i e n e n e l arte c o n q u e s u p o f u n d i r los elementos m á s o menos dispares d e q u e se c o m p o n e su d r a m a . E s t o l o consigue m e d i a n t e u n a e s t r u c t u r a ideológica y d r a m á t i c a q u e , con sus dos niveles —ideas y acción, pensar y o b r a r — , r e ú n e las a c t i t u d e s m e d i e v a l y renacentista. E l p r o b l e m a i d e o l ó g i c o q u e p l a n t e a l a c o m e d i a , e l de l a r e l a c i ó n e n t r e l a fuerza y l a j u s t i c i a — l a cuestión d e si " f u e r z a es d e r e c h o " — , se p l a n t e a e n u n a f o r m a d r a m á t i c a d u a l i s t a . Se p r e g u n t a n los personajes si l a d i s p u t a sobre l a h e r e n c i a t e r r i t o r i a l h a d e resolverse m e d i a n t e l a fuerza m i l i t a r — u n e m p e ñ o c o l e c t i v o : s i t i o y defensa— o m e d i a n t e l a p r o e z a i n d i v i d u a l — e l asesinato, e l desafío, e l d u e l o . R e s u l t a ser u n a i n d a g a c i ó n a l o M a q u i a v e l o d e l a c o n e x i ó n entre política y ética. E n estos d i l e m a s históricos e l a u t o r se c o l o c a frente a l a m a y o r p a r t e de sus personajes. E s d e c i r , i n t r o d u c e u n a d i s c r e p a n c i a entre e l p u n t o d e vista a d o p t a d o p o r sus personajes y l a r e a l i d a d histórica representada p o r l a acción. L a i d e a , o más b i e n l a creencia, de q u e D i o s , e l de las b a t a l l a s , 10 Cf., sobre esta distinción, R. MENÉNDEZ PIDAL, "Lope de Vega: el arte nuevo y la nueva biografía", en De Cervantes y Lope de Vega, Buenos Aires, 1940, pp. 82 ss. 1 0 NRFH, IX NOTAS *53 favorece a los l i d i a d o r e s justos, se refleja, a u n q u e sea i m p e r f e c t a m e n t e — c o n ciertos reparos tímidos—, e n los personajes d e l d r a m a . E n las escenas q u e p r e c e d e n a l asesinato d e l rey d o n S a n c h o se h a b l a de este tema. D o ñ a U r r a c a , creyendo tener razón, reconoce q u e e n l a g u e r r a n o s i e m p r e v e n c e n los justos, p e r o confía e n q u e D i o s h a de d a r l a v i c t o r i a final a los e n e m i g o s de su h e r m a n o (p. 19): Quando don Sancho aya hecho lo que promete en m i tierra y aya ganado por guerra lo que no por buen derecho, yo espero en el justo cielo que a de vsar de su piedad y castigar tal maldad, pues falta quién en el suelo. E l C i d , s i n expresar su s e n t i m i e n t o sobre l a creencia f u n d a m e n t a l , l e desea a d o ñ a U r r a c a e l favor d i v i n o : " P u e s e l cielo sea e n t u a m p a r o " (p. 19). A r i a s G o n z a l o , l o m i s m o q u e su señora, cree e n el t r i u n f o i n e v i t a b l e de los agraviados; dice a d o ñ a U r r a c a : " D i o s a de ser t u defensa / y É l te dará l a v e n g a n c a " (p. 20). V e l l i d o D o l f o s r u e g a a D i o s q u e favorezca a los sitiados — " ¡ O justíssimo cielo, tú nos g u í a / p o r d o n d e r e p a r e m o s nuestra suerte / d e l R e y severo e n su i n m o r t a l p o r f í a ! " ( p . 20)—, p e r o en seguida se d e c l a r a , s i n tener l u g a r a e l l o , i n s t r u m e n t o d e l castigo q u e q u i s i e r a q u e f u e r a d i v i n o : " C o n t r a e l R e y c r u d o i n t e n t o l a v e n g a n z a " (p. 21). P o r supuesto, l a creencia v a a c o m p a ñ a d a de s u cor r e s p o n d i e n t e a g l o m e r a c i ó n de d u d a s y v a c i l a c i o n e s : n o p o r eso deja d e ser u n a creencia. P e r o es u n a creencia c o m p l e j a , pues l a e x p e r i e n c i a d e m u e s t r a q u e e l D i o s de las batallas n o p u e d e a y u d a r a todos los q u e i m p l o r a n su a y u d a . E s t a c o m p l i c a c i ó n e m p í r i c a se refleja e n l a acción, más q u e e n l a c r e e n c i a de los personajes. L a j u s t i c i a , e n e l caso c o n c r e t o d e l s i t i o de Z a m o r a , es difícil de d e t e r m i n a r . Y e n g e n e r a l , a u n q u e n o q u e r a m o s creerlo, l a h i s t o r i a — c i e n c i a t a n e s t u d i a d a p o r los h u m a n i s t a s — a b u n d a e n e j e m p l o s de bárbaros injustos q u e s a l i e r o n t r i u n f a n t e s . E n l a escena d e l d u e l o e n tre d o n D i e g o O r d ó ñ e z y los h i j o s de A r i a s G o n z a l o , e l a n c i a n o persiste e n su creencia de q u e los justos h a n de t r i u n f a r (p. 40): Que a Dios demanda a bozes la justicia. Él os promete cierta la v i c t o r i a . . . L o s campeones, p o r su fe egoísta, p o n e n a l c i e l o e n los cuernos de u n d i l e m a (p. 41): DON DIEGO—Pues sólo Dios será parte, traydor, para darte vida. PERO ARIAS—Por maldad tan conocida el cielo a de castigarte. L a ú n i c a m a n e r a d e s a l i r de t a l p e r p l e j i d a d es i n v o c a r u n a d o c t r i n a r e l a t i v i s t a de l a j u s t i c i a (p. 42): DIEGO ARIAS—Padre, tened esperanza, que ya os daré la venganca, si el cielo no me es avaro. NRFH, I X NOTAS 154 Según este c o n c e p t o d e u n D i o s " a v a r o " , n o se les p u e d e d i s t r i b u i r a u n o l a j u s t i c i a y a o t r o e l castigo: a veces l a j u s t i c i a se ve a m e n g u a d a p o r las circunstancias. E l r e s u l t a d o d r a m á t i c o , e n n u e s t r a c o m e d i a , es u n cuasi-empate: e l v a l o r p e r s o n a l de D i e g o O r d ó ñ e z — s u b r í o e g o c é n t r i c o — está e q u i l i b r a d o p o r l a j u s t i c i a z a m o r a n a , c o n t a m i n a d a p o r l a d e b i l i d a d d e l a f a m i l i a de A r i a s G o n z a l o y l a traición d e V e l l i d o D o l f o s . H a y , pues, u n a tensión i d e o l ó g i c a entre personajes y t r a m a , e n t r e h o m b r e s y c i r c u n s t a n c i a s . Este h e c h o p r o d u c e e n algunos d e los personajes p r i n c i p a l e s ciertos errores d e categoría. T r e s de ellos — V e l l i d o D o l fos, D i e g o O r d ó ñ e z , A r i a s G o n z a l o — , creyendo v e r u n a i n j u s t i c i a e n v í a s de pesar sobre l a c o l e c t i v i d a d a q u e p e r t e n e c e n , se fían más de sus p r o e zas personales q u e d e l esfuerzo m i l i t a r . T r a t a n de i m p o n e r u n a s o l u c i ó n i n d i v i d u a l a u n p r o b l e m a colectivo. V e l l i d o D o l f o s r e c u r r e a u n t i r a n i c i d i o cobarde q u e atrae sobre su c o m u n i d a d l a v e r g ü e n z a y l a d e s h o n r a . D i e g o O r d ó ñ e z l a n z a u n reto i n d i v i d u a l —y p o r l o tanto a b s u r d o — a l a c i u d a d de Z a m o r a : reto c o n d e n a d o , a causa de su exageración, p o r l o s dos bandos. A r i a s G o n z a l o , i m p e l i d o p o r l a d e b i l i d a d f e m e n i n a de d o ñ a U r r a c a , e m p r e n d e l a defensa d e l a h o n r a z a m o r a n a a pesar de q u e les f a l t a n a sus h i j o s e l v i g o r y l a e x p e r i e n c i a necesarios. L a i n t e r v e n c i ó n p e r s o n a l , e n estos tres casos, n o sólo n o es eficaz, s i n o q u e i m p l i c a a t o d a l a c o m u n i d a d d e l personaje egocéntrico e n u n a f a l t a m o r a l . E l g r u p o n o rechaza l a r e s p o n s a b i l i d a d p o r los actos c o m e t i d o s s i n s u a p r o b a c i ó n , p e r o t a m p o c o se o c u l t a e l q u e estos actos n o convien e n a l estado. L a c o l e c t i v i d a d , p a r a o b r a r b i e n y eficazmente, tiene q u e obrar en cuanto c o l e c t i v i d a d . Se comete, pues, u n a serie de errores políticos q u e s o n a l a vez tachas m o r a l e s . L a intrusión p e r s o n a l sólo es lícita si l a i n i c i a y a p r u e b a e l g r u p o ; si n o , es señal de q u e e l mesías es v í c t i m a d e l a soberbia, p e c a d o c a p i t a l . V e l l i d o D o l f o s , p o r e j e m p l o , q u e se e s t i m a e l i n s t r u m e n t o d e l a j u s t i c i a d i v i n a , p i e r d e p o r s u acto a Z a m o r a . L a c i u d a d está e n l o j u s t o , y él sólo, p o r s u pecado, l a p r i v a de s u j u s t i c i a , de su derecho a u n a v i c t o r i a c o n t u n d e n t e . N o es q u e e l t i r a n i c i d i o esté p r o h i b i d o p o r l a l e y d i v i n a (ciertos teólogos l o j u s t i f i c a n ) , p e r o p a r a m a t a r a los tiranos h a y que poner p o r obra l a v o l u n t a d general y actuar s i n cobardía n i traición, l o c u a l n o hace V e l l i d o D o l f o s c u a n d o d i c e a l R e y (p. 21): 1 1 12 Vellido soy, y tráeme m i siniestra suerte a pedir remedio a m i quebranto, y a seguir tu vandera levantada, s i e n d o m u y o t r a su i n t e n c i ó n . P e r o e n e l acto d e m a t a r a d o n S a n c h o d e m u e s t r a ser v í c t i m a de o t r o p e c a d o m a y o r (p. 26): La justa causa que tengo rige aqueste braoo fuerte 1 1 Véase M A U R I C E DE W U L F , Philosophy and civilization in the Middle Ages, New York, 1953, p. 236. L a noción de la responsabilidad colectiva, con ser esencialmente medieval, es también muy moderna. Recuérdense los procesos de Nuremberg, y las palabras de T . S. ELIOT: "The notion of communal responsibility, of the responsibility of every individual for the sins of the society to which he belongs, is one that needs to be more firmly apprehended" (The idea of a Christian society, London, 1939, p. 73) . Según J U A N DE SALISBURY, por ejemplo, el tiranicidio es licitum, aequum y 1 2 justum (Policraticus, I I I , 15). NRFH, IX NOTAS *55 a dar al Rey fiera muerte, con que a doña Vrraca vengo. Pague su ciega codicia, y pagúela por mi mano; muera el injusto tirano y viva nuestra justicia. A l identificarse p e r s o n a l m e n t e c o n l a causa de Z a m o r a , se hace reo de l a s o b e r b i a , e l p e c a d o q u e , según l a s a b i d u r í a t r a d i c i o n a l , siempre a n t e c e d e a u n a caída. L o m i s m o cabe d e c i r respecto a D i e g o O r d ó ñ e z y a A r i a s G o n z a l o , y e n m a y o r g r a d o a ú n respecto a d o n Sancho. E l R e y i n c u r r e e n v a r i o s pecados. E n l a c o d i c i a , p o r e j e m p l o : e n u n s o l i l o q u i o acerca de los móviles de su señor, dice e l C i d (p. 15): ¡O cudicia de aqueste mundo ciego! ¡O ciego el que en el alma tiene puesta tu ponzoña, y, siguiendo tal camino, traspassa el fuero humano y el divino! P o r su c o d i c i a y p o r " s u g r a n d e i n o b e d i e n c i a / c o n t r a el p a t e r n o y p i a d o s o m a n d o " (p. 16), d o n S a n c h o p i e r d e el respeto — p e r o n o l a l e a l t a d — de su m a y o r vasallo. P o c o después éste h a de acusarle también d e s o b e r b i a (p. 24): A b l a n d a tu crudo pecho; mueva tu sobervio intento la fuerza del juramento que a tu padre tienes hecho. Y si las cosas del suelo menosprecias, ten memoria que si desto as la victoria, ay quien te juzgue en el cielo . . . R E Y — ¿Aquésse es tu parecer? Rodrigo, ;aquesso me dizes? Pues lo que me contradizes, esso quiero y a de s e r . . . CID— Señor, no te ensoberbezcas de lo que diziendo esto. CID— P o r su s o b e r b i a e l R e y n o hace caso d e l consejo d e l C i d , n i d e l aviso d e l g u a r d a c o n o c e d o r d e l r o m a n c e r o : l a caída i n e v i t a b l e n o t a r d a en l l e g a r . E l s o b e r b i o V e l l i d o D o l f o s m a t a a l s o b e r b i o rey d o n S a n c h o . D e esta clase son los " c l a r o s y evidentes e x e m p l o s " del drama. E s c u r i o s o n o t a r q u e e l ú n i c o personaje c o n bastante h u m i l d a d p a r a e v i t a r u n a caída trágica es R o d r i g o , e l héroe, a q u e l a q u i e n l l a m a n e n l o s r o m a n c e s a n t i g u o s " e l s o b e r b i o c a s t e l l a n o " . S i n o f u e r a p o r esta r e v a l o r a c i ó n de l a tradición juglaresca, l a Muerte del rey don Sancho t e n d r í a q u e calificarse d e " t r a g e d i a " y n o de " c o m e d i a " c o n su " f i n . . . alegre, s i n t e m o r n o c i v o " . E l carácter recto d e l C i d n o le d e j a entregarse a las d e b i l i d a d e s q u e c a r a c t e r i z a n a los demás personajes. Puesto él t a m b i é n e n u n d i l e m a — v a s a l l o p o l í t i c o de u n rey cuyas injusticias n o desconoce; v a s a l l o , p o r e l a m o r cortés, de l a e n e m i g a de este rey, " m i s e ñ o r a " 1 3 1 4 1 8 1 4 Comedias Ejemplar y tragedias, poético, ed. ed. cit., cit., p . p . 76. 7. 156 NRFH, IX NOTAS (p. 23) —, sale ileso p o r su l e a l t a d p a r a c o n ambos. Es e l a r b i t r o j u s t o , a c e p t a b l e a cada b a n d o . P o r su i n t e g r i d a d e j e m p l a r se salva l a h o n r a t a n t o de los zamoranos c o m o de los castellanos; l a g u e r r a t e r m i n a felizmente. E n r e s u m e n , l a Comedia de la muerte del rey don Sancho y los dem á s d r a m a s históricos de C u e v a i n t r o d u c e n en e l teatro h u m a n i s t a p a r a leer, temas p o p u l a r e s y a integrados e n los diálogos y tratados renacentistas. P o r esta i n s i s t e n c i a n u e v a e n l o folklórico se desvía el teatro aristocrático h a c i a las formas p o p u l a r e s —farsas y autos— c o m p r e n d i d a s p o r a q u e l l a época e n e l Códice de autos viejos. L a c o n v e r g e n c i a de las dos tendencias — l a clásica y l a p o p u l a r — p r o d u c e e n l a o b r a de J u a n de l a C u e v a u n d r a m a perfectamente i n t e g r a l y representativo d e l p l e n o R e n a c i m i e n t o español. Ser p o p u l a r en E s p a ñ a es ser n a c i o n a l ; p o r esto C u e v a n o p u d o menos de i n c o r p o r a r en su d r a m a h u m a n i s t a p r o b l e m a s estéticos, éticos y legales heredados de l a E d a d M e d i a . D e resultas de esta fusión, p e c u l i a r a l g e n i o de J u a n de l a C u e v a , nació e l d r a m a histórico d e L o p e y de G u i l l e n de C a s t r o . BRUCE W . WARDROPPER T h e Johns Hopkins University. LOS FRANCISCO DE C A S T R O D E L SIGLO XVII L a e x i s t e n c i a en e l siglo x v n de varios escritores l l a m a d o s F r a n c i s c o d e C a s t r o h a d a d o l u g a r a cierta confusión q u e creo debe aclararse. P o r e j e m p l o , C e j a d o r a t r i b u y ó a F r a n c i s c o de C a s t r o , m a d r i l e ñ o , las tres partes de l a Alegría cómica (Zaragoza, 1702), e l Libro nuevo de entremeses intitulado Cómico festejo (ed. p o s t u m a , M a d r i d , 1742) y las Metamorfosis a lo moderno ( F l o r e n c i a , 1 6 4 1 ) . H o m e r o Serís dice q u e F r a n c i s c o de C a s t r o fue a u t o r de El Garañón, de los Tercetos contra la vida de palacio y de las Metamorfosis a lo moderno, d a n d o a e n t e n d e r , q u i z á s i n querer, q u e los autores de estas obras f u e r o n u n a m i s m a pers o n a . M i p r o p ó s i t o es m o s t r a r q u e se trata de tres autores d i s t i n t o s e i d e n t i f i c a r l o s , sobre t o d o a l a u t o r de las Metamorfosis, libro ameno del c u a l p r e p a r o a c t u a l m e n t e u n a edición m o d e r n a . E l p r i m e r o de estos autores h o m ó n i m o s ( a u n q u e n o el p r i m e r o cron o l ó g i c a m e n t e ) fue, c o m o dice C e j a d o r , entremesista m a d r i l e ñ o . F l o r e ció a fines d e l siglo x v n y d u r a n t e los p r i m e r o s diez años d e l s i g u i e n t e . C o m p u s o unas c i n c u e n t a y c i n c o piezas, p u b l i c a d a s e n su m a y o r í a e n l a Alegría cómica. D o c e (entre ellas El Garañón) aparecieron en e l Cómico festejo. A d e m á s , h a y varias p u b l i c a d a s en colecciones de otros, y algunas q u e d a n m a n u s c r i t a s . S e g ú n los datos biográficos q u e ofrece C o t a r e l o y M o r i , fue h i j o de M a t í a s de C a s t r o , célebre gracioso, y de J u a n a Gutiérrez. E m p e z ó a trabajar antes de 1692, se casó p o r s e g u n d a 1 2 2, JULIO CEJADOR Y ERAUCA, Hist. de la leng. y lit. cast., M a d r i d , 1916, t. 5, p . 173. H O M E R O SERÍS, " G u í a p a r a n u e v a s i n v e s t i g a c i o n e s " , e n Estudios hispánicos: Homenaje a Archer M. Huntington, W e l l e s l e y , M a s s . , 1952, p p . 551-552. D e b e m o s a p u n t a r q u e l a f e c h a d e l p r i m e r m a n u s c r i t o d e El Garañón que da HONORIO CORTÉS e n RFE, 22 ( 1 9 3 5 ) , 5 0 - 5 1 , y q u e r e p i t e e n s u a r t í c u l o e l p r o f e s o r S e r í s , es e r r ó n e a . D e b e s e r 1695 y n o 1595. E l s e g u n d o m a n u s c r i t o d a t a d e 1708, c o m o d i c e n ellos. 1 2 3