LA SITUACIÓN SOCIAL DE LAS ESCRITORAS ARGENTINAS EN LAS PRIMERAS DÉCADAS DEL SIGLO XX. ANTECEDENTES Ricardo Szmetan* N o se necesita ser un c o n v e n c i d o m a r x i s t a p a r a estar de a c u e r d o c o n la p r e m i s a d e Karl M a r x , en el p r e f a c i o a la Contribución a la crítica de la política económica (1976), en c u a n t o a q u e n o es la c o n c i e n c i a del h o m b r e la q u e establece o dirige su existencia, sino q u e , p o r el contrario, es su existencia c o m o parte d e la s o c i e d a d la q u e i n f l u y e e n la f o r m a c i ó n d e su c o n c i e n c i a . P e s e a esta c o n c e p c i ó n u n tanto d e t e r m i n i s t a d e la historia, h a b i e n d o t r a b a j a d o en el t e m a de la situación social del escritor en la A r g e n t i n a d e las p r i m e r a s d é c a d a s del siglo X X , aun a s í m e l l a m ó la atención lo p o c o q u e se p u e d e m e n c i o n a r a las m u j e r e s e n su calidad d e escritoras, a u n q u e las h u b i e r a p o r cierto y tuvieran u n a n a d a d e s d e ñ a b l e a c t u a c i ó n d e n t r o d e la m i s m a . E s sabido q u e la s o c i e d a d e n L a t i n o a m é r i c a tiene, e n general, rígidos roles j e r á r q u i c o s y un d i s c u r s o n o m e n o s d e f i n i d o e n c u a n t o a los límites q u e se i m p o n e a cada g r u p o . P o r cierto q u e la A r g e n t i n a n o e s c a p a b a a este o r d e n d e cosas, s i e n d o q u e la m u j e r allí t i e n e l i m i t a c i o n e s c o n s i d e r a d a s p o r m u c h o s c o m o normales, tanta es la f u e r z a d e la tradición e i d e o l o g í a d o m i n a n t e . D e s d e la p e r s p e c t i v a de u n a crítica f e m i n i s t a c o n s c i e n t e d e esta situación, al o r i g e n d e m u c h a d e esta s o m b r í a r e a l i d a d se e n c u e n t r a u n d i s c u r s o d e índole patriarcal * Arizona State University Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 115 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... sostenido p o r representantes d e los g r u p o s sociales m á s a v e n t a j a d o s . E x i s t e así u n a artificial división entre h o m b r e s y m u j e r e s , y en particular entre lo c o n s i d e r a d o c o m o f e m e n i n o y m a s c u l i n o , y se da p o r s o b r e e n t e n d i d a la s u p u e s t a superioridad del h o m b r e por su m a y o r f u e r z a física y, t a u t o l ó g i c a m e n t e , por o c u p a r los principales p u e s t o s de c o n d u c c i ó n en la sociedad. A d e m á s , siguen s i e n d o p r e p o n d e r a n t e s antiguas c o s t u m b r e s s o b r e el rol q u e c a d a u n o d e b e r í a tener d e n t r o del n ú c l e o familiar, m á s q u e las c o n s i d e r a c i o n e s a las reales d i f e r e n c i a s biológicas. D e esta m a n e r a se b u s c a r í a p e r p e t u a r la prioridad del h o m b r e p o r sobre la mujer. A u n q u e el t e m a es a m p l i o y bastante c o m p l i c a d o , h a sido bien e s t u d i a d o entre otras p o r Kate Millett (1969), J a n e G a l l o p (1982), H é l é n e C i x o u s ( 1 9 9 1 ) y la d e c a n a de los estudios feministas, S i m o n e de B e a u v o i r ( 1 9 4 9 , 1 9 7 0 ) q u i e n , c o m e n t a n d o sobre la situación d e aparente s u m i s i ó n d e la m u j e r ante las fijas reglas de la sociedad, a f i r m a b a q u e : " O n e is not born a w o m a n , o n e b e c o m e s o n e " (p. 301). E s decir, q u e en la f o r m a c i ó n del rol q u e se s u p o n d r í a d e b e r í a j u g a r la m u j e r c o m o individuo, h a y m u c h o s estereotipos c o n d i c i o n a n t e s y, p e o r aún, se la d e f i n e y d i f e r e n c i a e n relación al h o m b r e y n o - c o m o d e b e r í a ser en r e f e r e n c i a a ella m i s m a , lo q u e h a c e q u e , en m u c h o s aspectos, él sea c o n s i d e r a d o el Sujeto y ella la Otra suya. Esta visión d e alteridad es r e m a r c a d a por los m o d e l o s m á s tenidos en cuenta, q u e casi s i e m p r e son los m a s c u l i n o s , a u n q u e esté c a m b i a n d o la situación c o n el p a s o del t i e m p o y la c a d a vez m e n o r f u e r z a i m p e r a n t e de m u c h a s de las tradiciones en b o g a . C o n las m u j e r e s escritoras argentinas d e p r i n c i p i o s d e siglo e s t a b a a d e m á s el crucial i n t e r r o g a n t e d e saber si p o d í a n vivir d e m a n e r a directa o indirecta d e lo q u e les diera la escritura, si n o c o m o c r e a d o r a s - y a q u e m u y p o c o s de todas m a n e r a s lo c o n s e g u í a n , aun los d e s e x o m a s c u l i n o q u e tenían m a y o r éxito - , p o r lo m e n o s q u e el relativo r e c o n o c i m i e n t o p o p u l a r las a y u d a r a a c o n s e g u i r t r a b a j o p a r a d e d i c a r s e con m á s facilidad a las actividades artísticas e intelectuales. P e s e a la voluntad en contrario, t a m p o c o es m u c h o ni m u y f a v o r a b l e lo q u e se p u e d e d e c i r al respecto. A d e m á s , el t e m a n o s i e m p r e ha t e n i d o la i m p o r t a n c i a q u e m e r e c e e n el á m b i t o l a t i n o a m e r i c a n o , y n o existen t o d a v í a en el m i s m o estudios c o m o , p o r e j e m p l o , los d e S a n d r a Gilbert y S u s a n G u b a r c o n su The madwoman in the Attic (1984), sobre las restricciones culturales q u e s u f r í a n las escritoras retratadas en las literaturas británica y e s t a d o u n i d e n s e del siglo X I X , y c ó m o aún así trataban d e tener u n a u n i d a d t e m á t i c a q u e m o s t r a r a - bien q u e s o l a p a d a m e n t e - la situación en q u e se e n c o n t r a b a n y su latente rebelión. C i e r t a m e n t e , la gran m a y o r í a d e las p o c a s m u j e r e s q u e escribían eran d e f a m i l i a s a c o m o d a d a s , mientras q u e las d e m á s d e b í a n t r a b a j a r p a r a p o d e r vivir o 116 Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 116 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas. seguir c o n la minoritaria práctica tradicional de t o m a r los hábitos, o casarse - si q u e r í a n o podían - , casi c o m o u n a suerte d e i m p o s i c i ó n social, m á s en el interior del país q u e en la c o s m o p o l i t a B u e n o s Aires. L e s q u e d a b a el t r a b a j o en el m a g i s t e r i o - por e n t o n c e s bien p a g o - , mientras q u e e s t u d i a r en la universidad - n o h a b l e m o s d e ser p r o f e s o r a en ella - era en verdad u n a rareza. Tal vez se las viera en la Facultad de Letras o e n las A c a d e m i a s d e B e l l a s Artes o de M ú s i c a , casi n u n c a en las d e m á s instituciones culturales y educativas. En un a m b i e n t e d i s p u e s t o de esta m a n e r a , la ideología i m p e r a n t e se e n c a r g a b a d e q u e c a d a u n a d e ellas tuviera u n a relación imaginaria con la realidad circundante, n o s i e n d o r e s p o n s a b l e s c o m o c e n t r o s d e iniciativa p a r a tratar d e m o d i f i c a r la identidad c r e a d a p o r la sociedad y a la cual llegaban c o n u n a h e r e n c i a d e t e r m i n a d a . A d e m á s , h a b í a t o d a clase d e i m p e d i m e n t o s y era m u y difícil p o d e r eludirlos. C o m o bien lo n o t a H a y d e n W h i t e : " L i k e desire and p o w e r , discourse u n f o l d s in e v e r y society within the c o n t e x t of external restrains that a p p e a r as rules of e x c l u s i o n , rules that d e t e r m i n a t e s w h a t can be said or not said, w h o has the right to s p e a k o n a given s u b j e c t (...) w h a t will count as true a n d w h a t as f a l s e " (p. 112). Por eso, n o d e b e l l a m a r d e m a s i a d o la atención q u e las m u j e r e s t a m p o c o f o r m a r a n parte d e la dirigencia de las organizaciones culturales; y si a v e c e s participaban en las r e u n i o n e s d e los c e n á c u l o s de escritores, era m á s a título decorativo q u e otra c o s a , salvo en el caso particular d e A l f o n s i n a Storni ( 1 8 9 2 - 1 9 3 8 ) , la p r i m e r a m u j e r e n f r e c u e n t a r a c t i v a m e n t e e s a s r e u n i o n e s , c o m o ya lo i n d i c a r a R o b e r t o F. Giusti ( R o x l o - M á r m o l , p. 64). A partir d e ella y p r i n c i p a l m e n t e a partir de finales d e la d é c a d a del treinta, e m p e z a r á n a a p a r e c e r c a d a vez m á s otras escritoras q u e c o m p a r t i r á n la vida p ú b l i c a c o n sus c o n g é n e r e s v a r o n e s , p e r o s i e m p r e e n m e n o r m e d i d a a lo q u e se p o d r í a esperar. D e ellas se r e c u e r d a p r i n c i p a l m e n t e a las h e r m a n a s O c a m p o : Sil vina (1903-?), y m u y p a r t i c u l a r m e n t e Victoria ( 1 8 9 0 - 1 9 7 0 ) , quien tuviera b a j o su é g i d a un g r u p o m u y d e s t a c a d o d e artistas y u n a d e las revistas d e m a y o r p r e d i c a m e n t o y larga vida: Sur ( 1 9 3 1 - 1 9 7 0 ) . 2 S e p u e d e citar t a m b i é n c a s o s anteriores de escritoras d e familias p u d i e n tes q u e vieron sus o b r a s p u b l i c a d a s , casi s i e m p r e c o s t e a d a s d e su p r o p i o bolsillo, c o m o las q u e se hacían editar en París, n o sólo p o r q u e era m á s distinguido, sino t a m b i é n - en m u c h o s c a s o s - m á s barato. E s t a b a p o r e j e m p l o la prolífica e d u c a d o r a y periodista J u a n a M a n s o de N o r o n h a ( 1 8 2 0 - 7 5 ) q u e escribiera Los misterios del Plata ( 1846), q u e sólo saldría p u b l i c a d a m u c h o m á s tarde, en 1899, con a l g u n a s p á g i n a s p r e p a r a d a s p o r otro autor, ya q u e para e n t o n c e s seguía e s t a n d o i n c o m p l e t a . L a n o v e l a es m u y crítica - c o m o la gran m a y o r í a de las escritas sobre el t e m a en la é p o c a , y d e s p u é s - del g o b e r n a d o r de B u e n o s Aires, J u a n M . d e R o s a s ( 1 7 9 3 - 1 8 7 7 ) , lo q u e le valió a ella, y a su f a m i l i a , el Letras, Curitiba, n.51,p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 117 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... a c o s t u m b r a d o - p o r e n t o n c e s - exilio. L a p r o p i a autora a f i r m a b a h a b e r l a p u b l i c a d o c o n el s e u d ó n i m o Avellaneda, p e r o n o se e n c u e n t r a n rastros de e s a edición. E s t á a m b i e n t a d a en el Brasil d o n d e viviera d e m u y j o v e n d u r a n t e su destierro, lo m i s m o q u e La familia del comendador ( 1854), q u e p r i m e r o a p a r e c i ó c o m o folletín, c o m o la gran m a y o r í a de las o b r a s q u e se c o n o c e n d e p o r e n t o n c e s . A d e m á s p u b l i c a Un compendio de historia de las Provincias Unidas del Río de la Plata ( 1862), q u e f u e m u y p o p u l a r c o m o texto e s c o l a r p o r m u c h o s años. Por su parte, J u a n a M . Gorriti ( 1 8 1 8 - 9 2 ) era la h i j a del f a m o s o militar norteño J o s é I. Gorriti, participante de las gestas d e i n d e p e n d e n c i a . E s la creadora, s e g ú n M y r o n L i c h t b l a u (p. 29-30), d e la c o n s i d e r a d a c o m o p r i m e r a n o v e l a corta de autor argentino: La quena, p e s e a q u e su t r a m a transcurre e n Perú, d o n d e se exilara c o n su f a m i l i a y n o se h a c e r e f e r e n c i a a t e m a s argentinos. P r i m e r o apareció e n capítulos en La Revista de Lima, en 1845, y e n f o r m a d e libro en 1865 en B u e n o s Aires. E n t r e sus m u c h a s o b r a s se p u e d e n citar t a m b i é n Sueños y realidades ( 1 8 6 5 ) y Panoramas de la vida (1876). E d u a r d a M a n s i l l a d e G a r c í a ( 1 8 3 5 - 9 2 ) , es otra escritora q u e p r o c e d í a d e u n a f a m i l i a tradicional, y a q u e era hija del general L u c i o M a n s i l l a y d e A g u s t i n a R o s a s , h e r m a n a del g o b e r n a d o r J. M . d e R o s a s , m i e n t r a s q u e su h e r m a n o era el c o n o c i d o escritor y militar L u c i o V. M a n s i l l a ( 1 8 3 1 - 1 9 1 3 ) . Ella p u b l i c a Lucía en La Tribuna, b a j o el s e u d ó n i m o d e Daniel, e n t r e el 10 de m a y o al 4 d e j u l i o d e 1860. M u c h o d e s p u é s , en 1882 y b a j o su n o m b r e v e r d a d e r o , a p a r e c e esta o b r a sin c a m b i o s p e r o esta v e z c o n el título d e Lucía Miranda. El r o m a n t i z a d o t e m a de la n o v e l a f o r m a p a r t e d e la tradición histórica q u e llega hasta los t i e m p o s d e la I n d e p e n d e n c i a , y es el a m o r d e L u c í a p o r el j e f e indio M a n g o r a y el asesinato d e a m b o s p o r Siripo. C u r i o s a m e n t e , la q u e m e j o r trataría el t ó p i c o sería R o s a G u e r r a (¿-1894), de la q u e a p e n a s se c o n o c e n d a t o s de su vida y q u i e n p u b l i c a r a un libro con el m i s m o título e n 1860. E n t r e s u s d e m á s n o v e l a s t a m b i é n se d e s t a c a El médico de San Luis (1860). Estos e j e m p l o s son d e escritoras q u e se darían a c o n o c e r en el inicio del siglo X X , c o n el m a y o r desarrollo d e las instituciones culturales del país, f r u t o en p a r t e del p l a n d e s a r r o l l a d o p o r los m i e m b r o s d e la Generación del 80. A u n así, las n o m b r a d a s son casi las ú n i c a s q u e se p u e d e n citar, y n o p a s a n de ser e x c e p c i o n e s a la regla general d e (auto) e x c l u i m i e n t o q u e se n o t a c o n ellas. A p a r t e , sus o b r a s n u n c a tuvieron m a y o r d i f u s i ó n , m á s allá d e q u e eran b a s t a n t e s m o d e s t a s en sus c u a l i d a d e s intrínsecas. M i c h a e l F o u c a u l t es d e los q u e m e j o r e n t i e n d e los vericuetos del al p a r e c e r h o m o g é n e o Poder, q u e casi s i e m p r e e s t á d i s e m i n a d o y s u j e t o a sus p r o p i a s c o n t r a d i c c i o n e s internas, y a q u e sólo e x p r e s a u n a parte d e la realidad. A d e m á s , p a r a m a n t e n e r s e d e b e f o m e n t a r e s t e r e o t i p a d o s roles q u e , en este caso, se e s p e r a b a tuviera la m u j e r . T a m b i é n h a c e notar el 118 Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 118 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... peligro q u e conlleva p a r a el o r d e n c o n s t i t u i d o el d i s c u r s o d e los c o n s i d e r a d o s c o m o diferentes, al revelar q u e : "in the f r e e play of words, the arbitrariness of every rule and n o r m , e v e n t h o s e on w h i c h society itself, with its rules of exclusion and hierarchical order, is f o u n d e d " ( W h i t e , p. 113). Y p i d e evitar q u e sólo el m o n o l ó g i c o d i s c u r s o e n b o g a sea el e s c u c h a d o , liberándolo de cualquier i m p e d i m e n t o f o r m a l i m p u e s t o p o r el hábito, para abrirlo u n a vez m á s "to the Sadean p r o y e c t of saying e v e r y t h i n g that can be said in as m a n y w a y s as it c a n be said" ( W h i t e , p. 113), y cerrar, d e n t r o de lo posible, la distancia q u e hay entre las palabras y las cosas q u e bien o m a l representan. E s t o era t o d o lo contrario de lo q u e p a s a b a en la A r g e n t i n a d e principios d e siglo, d o n d e c o n v e n í a q u e las m u j e r e s n o tuvieran v o z p r o p i a s i n o a través d e la visión m a s c u l i n a , tanto a nivel político, social c o m o literario. Q u i e n se fije en los p r i n c i p a l e s n o m b r e s d e escritoras - y aun e n los secundarios - , p o d r á a p r e c i a r c o m o e n territorio argentino, m i s m o d e s d e su c o m i e n z o c o m o c o l o n i a e s p a ñ o l a y hasta bien e n t r a d o el siglo X X , los e j e m p l o s a n o m b r a r son bien p o c o s . C o m o el a s p e c t o social y e c o n ó m i c o del artista e n general n u n c a f u e fácil e n n i n g u n a parte, m á s allá del p r á c t i c a m e n t e desaparecido m e c e n a z g o , n o es d e e x t r a ñ a r q u e t a m p o c o lo f u e r a allí, a u n q u e los escritores varones c o n t a b a n c i e r t a m e n t e c o n m á s posibilidades prácticas q u e sus colegas m u j e r e s . P i é n s e s e en la difícil situación d e un escritor q u e n o tuviese m a y o r e s bienes h e r e d a d o s y - en m e n o r m e d i d a - d e un n o m b r e d e familia patricio, y a q u e estaría o b l i g a d o a u s a r d e su p l u m a para subsistir. M u y diferente sería el c a s o si f u e s e r i c o y d e buena cuna c o m o el c i t a d o L. V. Mansilla, por e j e m p l o , c r e a d o r de o b r a s c o s t u m b r i s t a s sin gran relieve salvo Una excursión a los indios Ranqueles ( 1870), en d o n d e , d e s d e la posición d e un militar victorioso a u n q u e r e s p e t u o s o de las t r a d i c i o n e s d e los v e n c i d o s , m u e s t r a u n a realidad q u e m a r c ó a t o d a A m é r i c a d u r a n t e siglos y es tal vez su característica principal: el s o m e t i m i e n t o a la f u e r z a d e los indios, c u y a c o n s e c u e n c i a n o sólo f u e su m a t a n z a sistemática con p o c o s p a r a n g o n e s en la historia universal, sino también la creación d e g r a n d e s l a t i f u n d i o s y la p r e s e r v a c i ó n d e u n a casta d e familias q u e d o m i n a r á n casi todos los e s t a m e n t o s sociales y fijarán h e g e m ó n i c a m e n t e la ideología en vigencia. Otro e j e m p l o d e escritor d e élite era E u g e n i o C a m b a c e r e s ( 1 8 4 3 - 8 8 ) , c r e a d o r de n o v e l a s naturalistas p o c o r e c o r d a b l e s salvo Sin rumbo (1885), p r e c u r s o r a del d e c a d e n t i s m o en L a t i n o a m é r i c a . T a m b i é n se d e b e m e n c i o n a r a G r e g o r i o de L a f e r r è r e ( 1 8 6 7 - 1 9 1 3 ) , e x i t o s o a u t o r d e o b r a s teatrales c o s t u m b r i s tas p r o p e n s a s a la risa fácil c o m o ¡Jettatore! (1904), Locos de verano ( 1 9 0 5 ) o Las de Barranco ( 1 9 0 8 ) , q u e t e n í a u n a r g u m e n t o m á s p r o f u n d o , c o n el a f á n d e u n a m a d r e d e f a m i l i a d e n o m b r e - p e r o v e n i d a a m e n o s - p o r c a s a r bien a sus Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 119 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... hijas a c u a l q u i e r precio, m o s t r a n d o c o m o su p r o p i a clase e s t a b a p e r d i e n d o l o s privilegios d e s a n g r e y p o s e s i ó n de la tierra, en d e t r i m e n t o del a v a n c e - sin p a u s a ni tregua - de u n c a p i t a l i s m o c a d a v e z m á s exitoso, p e r o p o c o r e s p e t u o s o d e l a s c o s t u m b r e s del país. Estos escritores - y a l g u n o s otros - m o s t r a b a n a v e c e s u n a actitud u n tanto x e n ó f o b a a n t e el aluvión d e e x t r a n j e r o s p r o v e n i e n t e s d e l a e m p o b r e c i d a E u r o p a , q u e h a c í a q u e e n u n t i e m p o llegaran h a s t a ser m á s n u m e r o s o s q u e los p r o p i o s nativos. C o n estos e j e m p l o s se p o d r í a p e n s a r e n diletantes, causadores, que escribían p a r a divertirse y m a t a r u n p o c o el o c i o d e t o d o s los días. C o n m e n o s n o m b r e y bienes, a u n q u e c o n los contactos n e c e s a r i o s , e s t a b a M a n u e l G á l v e z ( 1 8 8 2 - 1 9 6 2 ) , un novelista realista q u e o b t e n í a b a s t a n t e éxito d e v e n t a s y crítica. S u s obras m á s d e s t a c a b l e s son El mal metafísico (1914), e n d o n d e m u e s t r a v i v a m e n t e la v i d a de b o h e m i a d e su j u v e n t u d , y La maestra normal (1916), e n la q u e e x p o n e los p e r j u i c i o s p r o v i n c i a n o s h a c i a u n a m a e s t r a q u e , s e d u c i d a , d e c i d e tener u n h i j o natural. P o r su parte, Nacha Regules ( 1 9 1 9 ) trata d e los estragos sociales q u e p r o d u c e la prostitución y, finalmente, se d e s t a c a Hombres en soledad ( 1 9 3 8 ) q u e , c o m o el m i s m o título lo indica, es el t e s t i m o n i o d e l a s o l e d a d del artista p o c a s v e c e s c o m p r e n d i d o , n o sólo p o r la sociedad e n su c o n j u n t o , s i n o t a m b i é n p o r sus p r o p i o s c o l e g a s , m u c h a s v e c e s i n d i f e r e n t e s y h a s t a e n v i d i o s o s d e la v i d a y o b r a a j e n a s . A o t r o nivel, se p u e d e citar t a m b i é n a H u g o W a s t ( s e u d ó n i m o d e G u s t a v o A d o l f o M a r t í n e z Z u v i r í a 1 8 8 3 - 1 9 6 1 ) y su gran éxito p o p u l a r c o n n o v e l a s chirles, f á c i l m e n t e olvidables, tales c o m o Alegre (1906), Flor de durazno (1911), Valle negro (1918), y m u c h a s otras c o n ingredientes r o m a n t i z a d o s p r e s t a d o s d e las n o v e l a s d e cordel e u r o p e a s , c o n p r e d e c i b l e s p e r s o n a j e s y a r g u m e n t o por lo d e m á s m a n i q u e o . Si de t o d a s m a n e r a s a ellos la clase alta los tenían c o m o p r o p i o s , i g u a l los c o n s i d e r a b a n u n a s suerte d e ovejas negras, b o h e m i o s t r a s n o c h a d o r e s , s o ñ a d o r e s p o c o prácticos q u e vivían en un m u n d o aparte, a u n q u e en r e a l i d a d m u c h o s tuvieran q u e t r a b a j a r c o m o periodistas o escribir p i e z a s d e teatro p a r a el l u c i m i e n t o d e los c a p o c ó m i c o s d e m o d a q u e , j u n t o c o n los e m p r e s a r i o s , e r a n los reales b e n e f i c i a d o s e c o n ó m i c a m e n t e d e esta situación. L o s m á s d e b í a n contentarse c o n llegar m a l a m e n t e a fin d e m e s ; esto en un p a í s q u e h a s t a p o r lo m e n o s 1937 e s t a b a entre los diez p r i m e r o s del m u n d o en c u a n t o al nivel d e v i d a d e sus habitantes. C o n la c r e a c i ó n d e i m p o r t a n t e s instituciones culturales y d e la p r i m e r a c á t e d r a d e literatura argentina e n la F a c u l t a d de L e t r a s d e la U n i v e r s i d a d d e B u e n o s Aires, e n 1921, q u e r e c a y e r a e n el i n c a n s a b l e y p r a g m á t i c o R i c a r d o R o j a s ( 1 7 8 4 - 1 8 2 4 ) , e j e m p l o del s i s t e m a d e crítica patriarcal, se n o t a u n c r e c i e n t e interés p o r la literatura nacional. A y u d a t a m b i é n la a p a r i c i ó n d e revistas d e 120 Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 120 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... calidad c o m o Nosotros ( 1 9 0 7 - 3 4 ; 1936-43), y de bastantes n u e v o s escritores y críticos q u e publican a m e n u d o en diarios y revistas d e actualidad d e creciente tiraje, p e r o aún así son m u y p o c a s las m u j e r e s q u e se p u e d e n citar. 4 M u c h o s surtían n o v e d a d e s a u n - al p a r e c e r - n u n c a s a t i s f e c h o m e r c a d o de lectores, c a d a vez m á s a m p l i o p e r o al m i s m o t i e m p o p o c o sofisticado. El m i s m o a u g e y características se n o t a b a a s i - m i s m o en la a b u n d a n t e e d i f i c a c i ó n de teatros, d o n d e a veces se estrenaban a diario p i e z a s r á p i d a m e n t e escritas y m á s p r o n t o olvidadas. Así, en este p r o p i c i o a m b i e n t e la u n tanto indirecta p r o f e s i o n a l i z a c i ó n del escritor es un h e c h o , p e s e a q u e casi n o q u e d a r a n m e c e n a s y no f u e r a c o m o antes en q u e el escritor - j a m á s la escritora - era también u n p e r s o n a j e político, o c u p a n d o los cargos d e g o b i e r n o m á s i m p o r t a n t e s . En esta s o c i e d a d c a d a v e z m á s m e r c a n t i l i z a d a se hacía sentir la n u e v a división del trabajo, y el escritor, en su m a y o r í a d e clase m e d i a con n o m b r e de f a m i l i a q u e hacía ver su o r i g e n f o r á n e o , d e b i ó a c o s t u m b r a r s e al e s c a s o reconocim i e n t o social. Entre tanto, ¿ q u é p e n s a r d e la m u j e r escritora? A lo m á s , algunas se atrevían t í m i d a m e n t e a ser p o e t a s . S i n o , c a s o contrario, h a b r í a q u e r e c o r d a r q u e m i s m o la n o v e l a Stella ( 1905), u n o d e los p r i m e r o s g r a n d e s éxitos d e ventas de principios de siglo, f u e escrita b a j o el s e u d ó n i m o de César Duayen, ya q u e su autora, E m m a d e la B a r r a d e L l a n o s ( 1 8 6 1 - 1 9 4 7 ) , t e m í a las r e p e r c u c i o n e s q u e la m i s m a podría tener entre la buena s o c i e d a d . R e c i é n en 1933 r e c o n o c e en un r e p o r t a j e d a d o a la revista El Hogar y en parte transcripto por M a r í a G. M i z r a j e (1997), que: " ¿ C ó m o iba a a t r e v e r m e a firmar u n a n o v e l a ? ¡Qué e s p e r a n z a ! E r a e x o n e r a r m e al ridículo y al c o m e n t a r i o . " C o m o q u e d a d i c h o , a l g u n a s atrevidas se p e r m i t í a n ir a las r e u n i o n e s de los círculos literarios, m á s n o f u e r a q u e p a r a p o n e r u n a nota p i n t o r e s c a en los m i s m o s , p e r o en las instituciones culturales n o era casi cuestión de q u e pudieran participar. L e s q u e d a b a el e n t o n c e s bien p a g o t r a b a j o del magisterio, pero q u e q u i t a b a m u c h o t i e m p o p a r a la o b r a creativa. N o era t a m p o c o c o m ú n q u e t r a b a j a s e n en el p e r i o d i s m o , lo q u e a lo m e n o s las h u b i e r a a y u d a d o en la difícil práctica d e la escritura, a u n q u e m u c h a s v e c e s f u e r a s o b r e t e m a s d e m o m e n t o y no los q u e c i m e n t a n la trayectoria d e un escritor; si bien de esta m a n e r a p o d í a n g a n a r u n m a g r o salario q u e , p o r o t r a parte, n o s i e m p r e se p a g a b a . Interesante es d e s t a c a r c o m o en el c u i d a d o s o y c o m p l e t o t r a b a j o d e A u g u s t o G o n z á l e z C a s t r o ( 1 9 6 6 ) s o b r e las historias y a n t o l o g í a s d e la literatura argentina, la p r i m e r a alusión a u n a m u j e r es c o m o destinataria d e la p o e s í a y n o c o m o c r e a d o r a d e la m i s m a : Album poético para niñas (1902), p r e p a r a d o por J. B. Igón. L a p o s i b l e p r i m e r a m e n c i ó n d e u n a escritora es recién en 1917 en la Antología de poetas jóvenes ( G a l í n d e z ) en d o n d e , entre c u a t r o escritoras q u e n o a p a r e c e n d e s p u é s e n otras c o m p i l a c i o n e s , se h a c e alusión a Storni, c u y o n o m b r e Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 121 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... a través d e los años será el m á s m e n c i o n a d o d e e n t r e todas las m u j e r e s . E n ese m i s m o año, e n la antología p r e p a r a d a por E r n e s t o M o r a l e s y D a n i e l Novillo Quiroga, a p a r e c e el n o m b r e d e la prolífica e s p o s a d e M . G á l v e z , D e l f i n a B u n g e de G á l v e z ( 1 8 8 1 - 1 9 5 2 ) , entre los c u a t r o escritores m e n c i o n a d o s . C u r i o s a m e n t e , en el r u b r o d e autores argentinos d e su Lectura para mujeres (1924), la laureada Mistral elige sólo a d o s escritores: L e o p o l d o L u g o n e s ( 1 8 7 8 - 1 9 3 8 ) y A r t u r o C a p d e v i l l a ( 1 8 8 9 - 1 9 6 7 ) , a m b o s varones. El c o m p e n d i o d e M a r í a M o n v e l ( 1930), p o r su parte, es b a s t a n t e curioso, y a q u e e l i g i e n d o entre los t r a b a j o s de las poetisas, se p r e g u n t a el p o r q u é hay tantas, l l e g a n d o a la siguiente insólita conclusión: ¿ S e tra-taría acaso d e la liberalidad en las c o s t u m b r e s y del respeto con q u e se e s c u c h a entre n o s o t r o s el p e r p e t u o vagido a m o r o s o d e las m u j e r e s ? S e g u r a m e n t e es esta la r a z ó n y n o otra c u a l q u i e r a " ( G o n z á l e z Castro, p. 183-84). Alfonsina Storni S u c a s o es u n a e x c e p c i ó n a la regla general de e x c l u s i ó n de las m u j e r e s escritoras ya m e n c i o n a d a s , y a d e m á s p o r su i m p o r t a n c i a c o m o p o e t a y su éxito popular, m e r e c e un p á r r a f o especial, ya q u e su s i g n i f i c a c i ó n p a r a las letras argentinas y a resulta e v i d e n t e . E s autora de finos p o e m a r i o s tales c o m o Irremediablemente ( 1 9 1 9 ) e n d o n d e , e n un l e n g u a j e a p a r e n t e m e n t e simple, expresaba las e m o c i o n e s m á s p r o f u n d a s del a l m a f e m e n i n a ante el a m o r n o c o r r e s p o n d i d o y la angustia del t i e m p o q u e p a s a i n e x o r a b l e m e n t e sin q u e n a d a al p a r e c e r c a m b i e . P o c a s tuvieran su talento y p o p u l a r i d a d , sin d u d a n o m e n o r e s a los de G a b r i e l a Mistral ( 1 8 8 9 - 1 9 5 7 ) , a la q u e algún s u e c o d e la A c a d e m i a se había t o m a d o el t r a b a j o de traducir y así abrirle la puerta al j u s t a m e n t e - y a p a r a la é p o c a - c u e s t i o n a d o , p e r o c o n s a g r a d o r p a r a el establishment y principescamente remunerado, premio Nobel. N o sólo Storni era m u j e r , y a d e m á s u n a de o r i g e n h u m i l d e , sino q u e también, c i e r t a m e n t e , n o de las m á s a g r a c i a d a s f í s i c a m e n t e c o m o p a r a h a c e r l e ganar f a v o r e s o r e s p a l d o i n m e d i a t o s , p o r lo q u e n o t u v o en vida el r e c o n o c i m i e n t o q u e m e r e c í a . E s o sí, entre sus c o n g é n e r e s f u e d e las p r i m e r a s q u e intentó g a n a r s e la vida c o m o escritora o q u e al m e n o s q u e su bien c o n q u i s t a d o prestigio y p o p u l a r i d a d le a y u d a s e n a c o n s e g u i r t r a b a j o ; e n su c a s o c o m o p r o f e s o r a o d a n d o c o n f e r e n c i a s , e n u n a é p o c a en q u e éstas eran m u y p o p u l a r e s . Sin d u d a que, en m u c h o s aspectos, f u e u n a v e r d a d e r a p i o n e r a y p r e c u r s o r a d e m u c h a s prácticas q u e h o y en día c o n s i d e r a m o s c o m o normales. E n ella se unía la a c o s t u m b r a d a soledad del c r e a d o r con la casi p e r m a n e n t e carencia afectiva. Pese a la aparente inocencia q u e traslucía su e n a m o r a d i z a 122 Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 122 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... figura, se n o t a b a en su p o e s í a m u c h a a m a r g u r a . S e g u r a m e n t e i n f l u í a el ser u n a i n v o l u n t a r i a t r a n s g r e s o r a en lo q u e en u n h o m b r e h u b i e r a sido visto m á s f a v o r a b l e m e n t e : d e m u y j o v e n se e n a m o r ó p e r d i d a m e n t e de u n h o m b r e d e f a m i l i a d e a b o l e n g o , c a s a d o a d e m á s . N o sólo era él m u c h o m a y o r , sino q u e , en algo q u e n u n c a s e le p e r d o n ó a ella y sí a él: tuvieron u n h i j o natural q u e Storni d e f e n d i ó s i e m p r e . A l r e s p e c t o , e n su p o e m a " L a l o b a " c o m e n t a : Yo soy como la loba. Quebré con el rebaño y me fui a la montaña fatigada del llano. Yo tengo un hijo fruto del amor, amor sin ley ... Yo soy como la loba, ando sola y me río del rebaño. El sustento me lo gano y es mío donde quiera que sea, que yo tengo una mano que sabe trabajar y un cerebro que es sano. El hijo y después yo, y después... ¡lo que sea! (Roxlo-Mármol, p. 61). H a s t a el final d e su vida, c o n su p o é t i c o p e r o p a t é t i c o suicidio en el m a r c u a n d o s a b í a q u e tenía un c á n c e r incurable, Storni j a m á s p u d o aspirar m á s q u e a p u e s t o s m e n o r e s . A d e m á s , la terrible s o l e d a d q u e s u f r i ó es de a l g u n a m a n e r a c o m p a r t i d a p o r casi t o d a s sus c o l e g a s escritoras, q u e n o sólo f u e r o n i n c o m p r e n d i d a s en c o n j u n t o , sino q u e , a d e m á s , n u n c a tuvieron el r e c o n o c i m i e n t o q u e a l g u n a s d e ellas h u b i e r a n m e r e c i d o . U n e j e m p l o d e la directa alusión q u e h a c e S t o r n i d e su p e r m a n e n t e s o l e d a d , se e n c u e n t r a en el p o e m a " E l d i v i n o a m o r " d e Irremediablemente (1919): Te ando buscando amor que nunca llegas, Te ando buscando amor que te mezquinas; Me aguzo por saber si me adivinas, Me doblo por saber si te me entregas (Roxlo-Mármol, p. 99). D e s p u é s d e su m u e r t e , n i n g u n a otra p o e t i z a argentina (y p a r a el c a s o novelista o de cualquier otro género) - salvo muy posteriormente Alejandra P i z a r n i k ( 1 9 3 6 - 1 9 7 2 ) - a l c a n z a r á la calidad d e su o b r a y la f a m a q u e en v i d a j u s t i c i e r a m e n t e m e r e c i e r a . P o r lo d i c h o , se p u e d e a f i r m a r q u e su c a s o f u e casi Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 123 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... único, ya q u e a d e m á s por lo m e n o s en su trato con sus c o l e g a s h o m b r e s , era c o n s i d e r a d a por ellos c o m o u n a igual y tratada en c o n c o r d a n c i a a e s a especial valoración con q u e se la h o n o r a b a . Otras escritoras argentinas de principios de siglo C o m o q u e d a dicho, la m a y o r í a d e las escritoras argentinas d e p r i n c i p i o s d e siglo tuvieron q u e resignarse a un papel s e c u n d a r i o , y a q u e eran j u z g a d a s e n su m a y o r parte por un reaccionario p a t r i a r c a d o paternalista q u e m u y p o c o r e s p e t a b a sus c o n d i c i o n e s intelectuales. C o n t o d o , u n a de las m á s f a v o r e c i d a s por los lazos d e s a n g r e era sin d u d a la nieta del general B a r t o l o m é M i t r e ( 1 8 2 1 - 1 9 0 6 ) , M a r g a r i t a A b e l l a C a p r i l e ( 1 9 0 1 - 6 0 ) , quien dirigiera la sección literaria del prestigioso diario La Nación, p r o p i e d a d d e su f a m i l i a . E n 1938 obtiene el P r e m i o M u n i c i p a l d e P o e s í a c o n 5 0 poesías. Otras escritoras a m e n c i o n a r son E m i l i a B e r t o l é ( 1901 - 1 9 4 9 ) , autora d e Espejo en sombra ( 1927); H e r m i n i a C. B r u m a n a ( 1 9 0 1 - 1 9 5 4 ) , m a e s t r a de p r o f e s i ó n y quien escribiera Cabezas de mujeres (1923), Mozaico ( 1 9 2 9 ) y el p r i m e r t r a b a j o crítico s o b r e J o s é H e r n á n d e z ( 1 8 3 4 - 1 8 8 6 ) h e c h o p o r u n a m u j e r : Cartas a las mujeres nas: Nuestro hombre argenti- (1936). M a r í a A . D o m í n g u e z (1908-?), por su parte, es r e c o r d a d a por C r e p ú s c u l o s de o r o ( 1 9 2 6 ) y R e d e n c i ó n , q u e r e c i b e el P r e m i o N a c i o n a l d e Literatura del bienio 1933-35. P o r ú l t i m o , se p u e d e citar t a m b i é n a M a r í a R . A d l e r ( 1901 -?), autora de Revelación ( 1922) y L a d i v i n a tortura ( 1927). P a r a un estudio p o r m e n o r i z a d o del t e m a sigue v i g e n t e - p e s e al p a s o del t i e m p o - el m o n u m e n t a l t r a b a j o d e H e l e n a P e r c a s ( 1 9 5 8 ) 6 . D e todas m a n e r a s , c u a l q u i e r análisis revisionista de la é p o c a q u e se h a g a - c o m o el reciente d e F r a n c i n e M a s i e l l o (1997), p o r e j e m p l o - , tendrá q u e tener en c u e n t a los factores s o c i o - p o l í t i c o s - e c o n ó m i c o s aludidos, sin los c u a l e s se c a e r á en f a l s o s r e d u c i o n i s m o s y n o se e n t e n d e r á el vacío q u e p r o d u j o en m u c h a s escritoras leyes n o escritas, p e r o d e c u m p l i m i e n t o casi i n e x o r a b l e , en c o n t r a de sus legítimas aspiraciones. E n las siguientes d é c a d a s , s i g u i e n d o t í m i d o s p e r o reales a v a n c e s en el a s p e c t o social y p r o f e s i o n a l , entre los c u a l e s se d e s t a c a el d e r e c h o al voto y la m a y o r participación de la m u j e r en la vida laboral y p r o f e s i o n a l , se n o t a r á u n a m a y o r cantidad d e escritoras a m e c i o n a r , ya n o s i e n d o y a u n a rareza encontrarlas e n a m b i e n t e s tenidos hasta e n t o n c e s p o r f e u d o s m a s c u l i n o s . El a v a n c e es real p e r o está lejos t o d a v í a la é p o c a e n q u e se p u e d a a n a l i z a r su o b r a h a c i e n d o abstracción de su sexo. 124 Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 124 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... Notas 1. Sobre lo que he escrito anteriormente sobre el tema social de los escritores, ver, por ejemplo: Szmetan, Ricardo. La situación del escritor frente a la sociedad en algunas obras de Manuel Gálvez (1916-1935). New York: Peter Lang, 1994. _ . La situación del escritor frente a la sociedad en algunos cuentos de Rubén Darío. Revista Iberoamericana, n. 50, p. 415-423, 1989. . Sobre las ruinas de Roberto J. Payró, dentro del contexto de la época." Revista Interamericana de Bibliografia, n. 40, p. 212-217, 1990. 2. En la siguiente nómina, que en ningún quiere ser exaustiva sino más bien indicativa, se veen bastantes nombres de escritoras argentinas que, en muchos casos, todavía siguen vigentes en la escena local. De alguna manera siguen el camino pionero de sus congéneres de principios de siglo: Gloria Alcorta (1915-); María A. Bosco (1917-); Silvina Bullrich (1915-89), Estela Canto ( 1919-), Sara Gallardo (ca. 1934- ?); Griselda Gambaro ( 1928-); Carmen Gándara ( 1900-77); Mária Granata (1921-); Beatriz Guido (1924-); Alicia Jurado (1915-); Norah Lange (1906-72); Luisa M. Levinson (1914-); Pilar de Lusarreta (1914-67); Marta Lynch (1925-85); Olga Orozco (1920-); Elvira Orphee (1930-); Syria Poletti (1921-); Marta Traba (1930-83); María de Villa-reno (I905-); María E. Walsh (1930-). 3. Otra de las pioneras instituciones literarias a destacar es la Academia Argentina, que luego de la federalización de la capital es inaugurada en 1876, presidiéndola Juan Carballido. El segundo presidente ( 1877-79) fue Martín Coronado ( 1850-1919), acompañado de figuras tales como Martín García Merou (1862-1905), Rafael Obligado (1851-1920), Carlos Vega Belgrano, Ernesto Q u e s a d a (1858-1934), Adolfo Lamarque (1852-88) y Eduardo L. Holmberg (1852-1937). Trataron de afianzar lo nacional ante el avance del reinante cosmopolitismo. La Academia reunió unas 4000 voces para la formación de un diccionario de argentinismos, cuyas fichas se perdieron. Con ese antecedente, la Academia Argentina de Letras como se la conoce hoy en día, nació por un decreto presidencial de José F. Uriburu (1868-1932) del 13 de agosto de 1931, contando con 20 miembros en sus comienzos (todos hombres; algunas pocas mujeres serían designadas mucho después), bajo la iniciativa de Gálvez, el historiador y hombre del Régimen Carlos Ibarguren (1877-1956), y Guillermo Rothe (1879-1959), ministro de Justicia e Instrucción Pública. Aparte de ellos, formaban parte como primeros académicos, el crítico Juan P. Echagüe (1877-1950), el poeta Enrique Banchs (1888-1968) y los ensayistas Joaquín Castellanos (1861-1932) y Juan B. Terán (1877-1956). Su Boletín publica en general artículos de sus miembros y nació junto a la Academia en 1933 bajo la dirección de Terán, y se mantuvo inalterable hasta enero de 1952 cuando, por razones políticas, se suspendió su aparición, lo que duró hasta 1956. Hasta la fecha sigue aportando importantes estudios sobre la literatura argentina. Normalmente se le critica lo conservador de su enfoque, pero siendo las academias por naturaleza poco predispuestas a los cambios, no se debería juzgarla con demasiada dureza al respecto. En realidad, quien estudie seriamente la literatura argentina no puede pasarse sin consultarla, ya no fuera que por sus aportes bibliográficos y la información sobre nuevas palabras incorporadas al diccionario de la lengua, una de sus funciones más importantes. La calidad de los trabajos presentados en su boletín es buena, teniendo los colaboradores el espacio necesario para desarrollar con comodidad los temas más diversos. La dirección de la revista cambia a medida que se renuevan las autoridades. También han publicado libros de sus miembros y de otros escritores bastante olvidos con el paso del tiempo. Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 125 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... 4. Lichtblau, en su remarcable - por lo completo - trabajo sobre la novelística argentina del siglo XIX, afirma correctamente lo siguiente, porque si bien siempre ha habido quienes trataran de vivir del usufructo de su pluma, tenían que tener actividades colaterales, principalmente como periodistas: "Only Cambaceres and Ocantos even approached the status of profesionals novelists. 19th century Argentine society was not ready to receive that type of writer, for it was virtually impossible for an author, however talented he might have been, to sustain himself exclusively on the proceeds of his novels. Owing to this condition, it is safe to assume that much novelistic talent remained undeveloped and even untested; yet, considering all, the number of writers who at least tried their fortune at fiction writing was truly impresive. It was not before the 20th century in the persons of Wast and Gálvez, that the true professional and full-fledged novelists appeared" (p. 204). Además, debe considerarse dentro de la situación personal de cada uno de los escritores citados, ya que en la mayoría de los casos no necesitaban trabajar para vivir, en particular Cambaceres, quien venía de una de las familias más ricas del país. Por su parte, Carlos M. Ocantos (1860-1950) era diplomático de carrera y como tal vivió fuera del país la mayor parte de su vida. En sus comienzos Sur salía trimestralmente, con una corta interrupción entre 1934 y 1935. Luego, desde entonces hasta fines de 1952 se publicó mensualmente, hasta que, finalmente, de 1953 en adelante aparecía en forma bimestral. Se dejó de publicar a la muerte de su fundadora, aunque hay un intento de seguir sacándola en la actualidad. Aparte de los del grupo de Florida, la revista contaba con la colaboración de conocidos escritores de todo el mundo. La misma mostraba un interés especial en el análisis de las ideas en general y en el aspecto estético de la literatura en particular. Lamentablemente, pese al innegable interés que tuvo en la divulgación de la cultura para un gran círculo de lectores, descuidó el desarrollo de las actividades literarias nacionales, salvo las del pequeño grupo que participaba en ella. 5. Nació Stomi en Sala Capriasca (cantón suizo del Ticino) el 22 de mayo de 1892. A los cuatro años se traslada con sus padres a la Argentina. Vive en Santa Fe, Rosario y Buenos Aires, ciudad en la que se suicidó el 25 de octubre de 1938. Publicó siete libros de poemas: La inquietud del rosal (1916), H dulce diario (1918), Irremediablemente (1919), Languidez ( 1920), Ocre ( 1925), Mundo de siete pozos ( 1934) y Mascarilla y trébol ( 1938), además de una Antología poética ( 1938) que contenía poesías inéditas y un libro de poemas en prosa: Poemas de amor (1926). La biblografía sobre Storni no deja de aumentar con el paso del tiempo. Entre la misma se destacan los siguientes trabajos: ANDREOLA, Carlos A. Alfonsina Storni: vida-talento-sociedad. Buenos Aires: Plus Ultra, 1976. ARMANI, Horacio. La renovación poética de Alfonsina Stomi. Boletín de la Academia Argentina de Letras v. 290-210, n. 53, p. 431-439, 1988. BARALIS, Marta. Bibliografía sobre Alfonsina Stomi. Boletín del Fondo Nacional de las Artes, n. 8, 1964. CAPDEVILA, Arturo. Alfonsina: época, dolor y obra de Alfonsina Stomi. Buenos Aires: Centurión, 1948. ESTRELLA GUTIÉRREZ, Fermín. Alfonsina Stomi. Su vida y su obra. Boletín de la Academia Argentina de Letras v. 91-92, n. 24, p. 29-55, 1959. ETCHENIQUE, Nira. Alfonsina. Buenos Aires: La Mandrágora, 1958. 126 Letras, Curitiba, n. 51, p. 115-130, jan./jun. 1999. Editora da UFPR 126 SZMETAN R. La situación social de las escritoras argentinas... FERNÁNDEZ, Javier. A veinticinco años de la muerte de Alfonsina Storni. Cuadernos del Congreso por la Libertad de la Cultura, p. 93-96, 1964. FERNÁNDEZ MORENO, César. Dos épocas en la poesfa de Alfonsina Storni. Revista Hispánica Moderna, n. 24, p. 27-35, 1958. . 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RESUMEN En este artículo trato la situación socioeconómica de las escritoras argentinas a principios del siglo XX, en especial Alfonsina Storni, en relación con la situación general del escritor argentino. El analisis es sociológico y político, ademas de darse relación a ideas de género y de la teoria feminista. Palabras-clave: literatura argentina, escritoras argentinas del principio siglo XX, situación del escritor. del RESUMO Neste artigo trato a situação socioeconómica das escritoras argentinas no princípio do século XX, em especial Alfonsina Storni, em relação à situação geral do escritor argentino. A análise é sociológica e política, além de fazer relações com idéias de gênero e da teoria feminista. Palavras-chave: literatura argentina, escritoras argentinas século XX, situação do escritor. do princípio do BIBLIOGRAFÍA BEAUVOIR, Simone de. The second sex. Trad, de H. M. Parshley. New York: Alfred A. Knopf, 1970. GALÍNDEZ, Bartolomé, (Ed.) Antología de poetas jóvenes. 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