estructuras antropológicas en pedro páramo

ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S
EN PEDRO PÁRAMO
Osario, paraíso:
nuestras raíces anudadas
en el sexo, en la boca deshecha
de la Madre enterrada.
Jardín de árboles incestuosos
sobre la tierra de los muertos.
O C T A V I O PAZ, "Ustica"
L a c r í t i c a m o d e r n a suele v e r l a o b r a l i t e r a r i a c o m o u n texto q u e
genera u n a p l u r a l i d a d de i n t e r p r e t a c i o n e s , c o n t r a d i c t o r i a s o c o m p l e m e n t a r i a s entre sí, a l a vez q u e s u b r a y a l a p o l i s e m i a y l a a m b i g ü e d a d esenciales del lenguaje a r t í s t i c o . Estas m i s m a s c u a l i d a des hacen de Pedro Páramo, l a ú n i c a novela de J u a n R u l f o , u n b u e n
e j e m p l o de lo que U m b e r t o Eco h a d e n o m i n a d o l a o b r a a b i e r t a :
u n t e x t o que n o e n c i e r r a u n sentido ú n i c o y u n í v o c o , dado p a r a
s i e m p r e , sino que se abre c o n s t a n t e m e n t e a lecturas p o l i v a l e n t e s .
A h o r a b i e n , l o i n s ó l i t o e n el caso de R u l f o reside en el c u r i o s o
y p a r a d ó j i c o contraste entre u n t e x t o f o r m a l m e n t e a b i e r t o y u n a
v i s i ó n del m u n d o p r o f u n d a m e n t e cerrada, fatalista y e s t á t i c a . Esta
n o v e l a , t a n m o d e r n a y a l a vez t a n i n m e r s a en t r a d i c i o n e s c u l t u rales, ejemplifica u n proceso m e d i a n t e el c u a l l a i m p r e s i ó n de u n a
d i n á m i c a f o r m a l d e p e n d e p a r a d ó j i c a m e n t e de l a a n u l a c i ó n de l a
t e m p o r a l i d a d c r o n o l ó g i c a o l i n e a l , a n u l a c i ó n c u y a consecuencia
es q u e el discurso se espacializa y que se a c e n t ú a el p r i n c i p i o de
i n d e t e r m i n a c i ó n . E n v i s t a de esta i n d e t e r m i n a c i ó n c o n s t i t u t i v a de
l a o b r a a b i e r t a , es n a t u r a l q u e l a c r í t i c a h a y a l e í d o l a n o v e l a e n
f o r m a s diferentes que parecen a veces i n c o m p a t i b l e s . C l a r o e s t á
q u e todas estas l í n e a s de i n t e r p r e t a c i ó n — s o c i o l ó g i c a s , formales,
s e m i o l ó g i c a s , m í t i c a s o hasta p o l i f ó n i c a s — son posibles y v á l i d a s .
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1
Para una clasificación descriptiva de tres de estas líneas de interpreta-
NRFH, X X X V I (1988), n ú m . 1, 567-606
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NRFH, X X X V I
A N T H O N Y STANTON
L a g r a n d e z a y l a m o d e r n i d a d del texto de R u l f o residen precisam e n t e en el hecho de que exige o sugiere estas distintas a p r o x i m a c i o n e s , al t i e m p o que se resiste a todas. A l eterno y necesario
i n t e r r o g a n t e q u e se p l a n t e a l a c r í t i c a l i t e r a r i a — ¿ d ó n d e u b i c a r el
t e x t o de R u l f o ? — estamos obligados a contestar: e n todas partes
y en n i n g u n a .
A diferencia de anteriores lecturas m í t i c a s o s i m b ó l i c a s , el presente enfoque i n t e n t a l o c a l i z a r las estructuras que l l a m a m o s ant r o p o l ó g i c a s d e n t r o de u n a d e t e r m i n a d a c u l t u r a y v e r c ó m o f u n c i o n a n en u n o r d e n social e s p e c í f i c o . U n o de los m a y o r e s peligros
de l a a r q u e t i p o l o g í a es su t e n d e n c i a a buscar i n v a r i a n t e s u n i v e r sales, o l v i d a n d o q u e los a r q u e t i p o s m í t i c o s se i n s e r t a n en u n a est r u c t u r a social y que deben estudiarse s e g ú n las funciones que c u m p l e n en cada c u l t u r a p a r t i c u l a r . M á s que h a b l a r de u n a o p o s i c i ó n
e x c l u y e n t e e n t r e h i s t o r i a y m i t o , entonces, p r e f i e r o h a b l a r , c o m o
lo hacen los h i s t o r i a d o r e s , de diferentes r i t m o s de c a m b i o en el
t i e m p o s o c i a l . L o que interesa a q u í , en el caso de Pedro Páramo,
son los f e n ó m e n o s que pertenecen a l a l l a m a d a ' ' l a r g a d u r a c i ó n ' ' :
estructuras mentales, m i t o s , i d e o l o g í a s colectivas, visiones del m u n do, a r q u e t i p o s sociales, creencias religiosas y ciertas formas de org a n i z a c i ó n social. Se t r a t a de m o d e l o s , p a r a d i g m a s o estructuras
q u e t i e n e n u n r i t m o de c a m b i o i m p e r c e p t i b l e ; e n c a r n a n u n a g r a n
resistencia al c a m b i o p e r o esta resistencia silenciosa se d a d e n t r o
de l a h i s t o r i a , a u n c u a n d o se t r a t e de las estructuras p r o f u n d a s
del inconscientes.
E n cierto sector de l a c r í t i c a que sigue u n a l í n e a m í t i c a o s i m b ó l i c a se destaca u n a t e n d e n c i a a r e i v i n d i c a r l a u n i v e r s a l i d a d del
2
ción (la sociológica, la m í t i c a y la formal o formalista) véase la " I n t r o d u c c i ó n "
de JOSEPH SOMMERS a La narrativa de Juan Rulfo. Interpretaciones críticas, ed. Jo¬
seph Sommers, Sep / Setentas, M é x i c o , 1974, p p . 7-11. U n buen ejemplo de
enfoque semiológico se puede encontrar en M A R T A P O R T A L , Análisis semiológico de Pedro Páramo, Narcea, M a d r i d , 1981. Por ú l t i m o , se ofrece u n intento —
no del todo convincente— de aplicar a Rulfo las t e o r í a s de Bajtín acerca de
la novela polifónica que carece de una conciencia n a r r a t i v a unificadora, en
M A R I B E L T A M A R G O , " E l poder subversivo de la escritura: una lectura de Pedro Páramo", en De la crónica a la nueva narrativa mexicana. Coloquio sobre literatura
mexicana, ed. M e r l i n H . Forster y J u l i o Ortega, Oasis, M é x i c o , 1986, pp.
277-284.
2
V é a s e F E R N A N D B R A U D E L , " L a larga d u r a c i ó n " , en La historia y las ciencias sociales, trad. Josefina G ó m e z Mendoza, Alianza, M a d r i d , 1968, pp. 60-106.
Algunos de los f e n ó m e n o s mencionados se analizan en el clásico estudio de O C T A V I O P A Z , El laberinto de la soledad, 2 ed. rev. y a u m , F . C . E . , M é xico, 1959. L a p r i m e r a e d i c i ó n de este ensayo a p a r e c i ó bajo el sello de Cua3
a
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S EN PEDRO
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t e x t o de R u l f o , apelando a los m i t o s de l a a n t i g ü e d a d grecor r o m a n a , c o m o si fuera necesario, e n v i s t a de las evidentes l i m i t a c i o n e s de u n a c r í t i c a n a c i o n a l i s t a o r e g i o n a l i s t a , leer la n o v e l a c o n f o r m e a coordenadas universales — q u e son, en realid a d , e u r o c é n t r i c a s — p a r a p r o b a r l a g r a n d e z a de Pedro Páramo e
i l u m i n a r l a f o r m a en q u e l a o b r a rebasa las l i m i t a c i o n e s c i r c u n s tanciales de u n t i e m p o y u n espacio d e t e r m i n a d o s . Si b i e n es hist ó r i c a m e n t e c o m p r e n s i b l e y hasta saludable este deseo de p r o c l a m a r l a m a y o r í a de edad de los mejores textos de la l i t e r a t u r a
h i s p a n o a m e r i c a n a , n o deja de p l a n t e a r n o s u n e x t r a ñ o p r o b l e m a
de u b i c a c i ó n c u l t u r a l puesto q u e l a c r í t i c a se ve o b l i g a d a a leer
la u n i v e r s a l i d a d de l a o b r a e n t é r m i n o s q u e son p r i m o r d i a l m e n t e
e u r o c é n t r i c o s . E n cambio, u n acercamiento a n t r o p o l ó g i c o tiende
a diferenciarse de esta l í n e a " u n i v e r s a l i s t a " en l a m e d i d a en q u e
el p r i m e r o busca l a u n i v e r s a l i d a d precisamente en las estructuras
presentes en l a c u l t u r a local y n o m e d i a n t e u n a c o m p a r a c i ó n c o n
u n geno-texto p r i v i l e g i a d o y p r e v i a m e n t e i d e n t i f i c a d o c o m o m a t r i z , m o d e l o o referente e x c l u s i v o . E n otras palabras, u n a c r í t i c a
a n t r o p o l ó g i c a i n t e n t a r e s t i t u i r l a c r e a c i ó n c u l t u r a l a su c o n t e x t o
m á s i n m e d i a t o , es decir, en este caso, a u n a t r a d i c i ó n c u l t u r a l m e x i c a n a . P o r sus propiedades i n t r í n s e c a s y sus supuestos t e ó r i c o s ,
este enfoque nos l l e v a r á a establecer í n t i m a s relaciones entre aspectos l i n g ü í s t i c o s y c a r a c t e r í s t i c a s formales y estructurales de l a
o b r a p o r u n l a d o , y , p o r o t r o , rasgos que son m á s b i e n c u l t u r a l e s
y sociales .
M e p r o p o n g o l l e v a r a cabo, entonces, u n a n á l i s i s de ciertos
f e n ó m e n o s c u y o d e n o m i n a d o r c o m ú n es l a idea de l a transgres i ó n de l í m i t e s y q u e , en su c o n j u n t o , a r t i c u l a n las estructuras an4
5
demos Americanos en 1 9 5 0 y, por lo tanto, el l i b r o flotaba en el ambiente
intelectual, suscitando no pocas p o l é m i c a s , cuando Rulfo trabajaba en El llano
en llamas y en Pedro Páramo.
Basten dos conocidos ejemplos: C A R L O S FUENTES, La nueva novela hispanoamericana,}. M o r t i z , M é x i c o , 1 9 6 9 , p p . 1 5 - 1 6 ; J U L I O O R T E G A , "Pedro Páramo", en La contemplación y la fiesta, M o n t e Á v i l a , Caracas, 1 9 6 9 , pp. 1 7 - 3 0 .
A pesar de las indudables posibilidades interpretativas que ofrece, existen escasos ejemplos de una crítica literaria que adopte u n enfoque a n t r o p o l ó gico. Sin embargo, hay dos estudios importantes —ambos serios y rigurosos
pero bastante diferentes del presente estudio— que de alguna manera intentan aprovechar c a t e g o r í a s y nociones a n t r o p o l ó g i c a s para el análisis del texto
literario: Gerald M a r t i n , " E s t u d i o g e n e r a l " , en Hombres de maíz, t. 4 de la edi4
5
c i ó n c r í t i c a de las O B R A S C O M P L E T A S de M I G U E L Á N G E L A S T U R I A S ,
Klincksieck-
F . C . E . , P a r i s - M é x i c o - M a d r i d - B u e n o s Aires, 1 9 8 1 , p p . xxi-ccxliv; Á N G E L
R A M A , Transculturación narrativa en América Latina, Siglo X X I , M é x i c o , 1 9 8 2 .
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NRFH, X X X V I
t r o p o l ó g l c a s aludidas en el t í t u l o . Esta t r a n s g r e s i ó n se r e a l i z a de
m u c h a s maneras y en distintos niveles de l a novela de R u l f o , pero
p a r a que se vea c o n c l a r i d a d l a o r g a n i z a c i ó n del t r a b a j o y l a nat u r a l e z a del m a t e r i a l q u e c o n s t i t u y e el objeto de a n á l i s i s , s i n t e t i zo a c o n t i n u a c i ó n l a e s t r u c t u r a de este estudio. D e s p u é s de u n
esbozo i n i c i a l de algunas ideas t e ó r i c a s que p r o v i e n e n d e l e s t u d i o
d e l incesto, el p a r r i c i d i o y los sistemas de parentesco en a n t r o p o l o g í a y otros campos afines, paso a a n a l i z a r , en u n n i v e l t e m á t i c o
y e s t r u c t u r a l , l a i m p o r t a n c i a q u e c o b r a n e n Pedro Páramo el incesto y el p a r r i c i d i o , e n t e n d i d o s d e n t r o d e l m e c a n i s m o m á s general i z a d o de l a s u s t i t u c i ó n y c o n f u s i ó n de roles sociales. S i el incesto
y el p a r r i c i d i o c o n s t i t u y e n dos versiones extremas y paralelas de
s u s t i t u c i ó n y c o n f u s i ó n , el f e n ó m e n o de las m e t a m o r f o s i s o t r a n s formaciones de seres h u m a n o s e n animales (el n a g u a l i s m o ) r e p r e senta o t r o p o l o de l a t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s . Estas reflexiones desembocan en u n a c o n s i d e r a c i ó n de las c a r a c t e r í s t i c a s del u n i v e r s o
m á g i c o de l a n o v e l a , y de l a i m p o r t a n c i a que tiene l a c r e a c i ó n
de zonas o m n i - i n c l u s i v a s — s u e ñ o , m a g i a , l o c u r a — e n las cuales
se b o r r a n las l í n e a s de d e m a r c a c i ó n fijadas p o r el p e n s a m i e n t o
r a c i o n a l , se v u e l v e a m b i g u a l a p e r c e p c i ó n y se t o r n a i m p o s i b l e
l a i d e n t i f i c a c i ó n precisa de personas o voces. Se e x a m i n a seguid a m e n t e l a presencia, en los niveles e s t i l í s t i c o , e s t r u c t u r a l y
t e m á t i c o - s i m b ó l i c o , de ciertos m o t i v o s recurrentes que f u n c i o n a n
c o m o ejes p a r a d i g m á t i c o s que a t r a v i e s a n zonas o n t o l ó g i c a m e n t e
opuestas. A c o n t i n u a c i ó n se enfoca el e m p l e o de los t i e m p o s verbales y de las l l a m a d a s expresiones d e í c t i c a s o shifters que a r t i c u l a n l a i n v e r s i ó n , c o n f u s i ó n o s u p e r p o s i c i ó n de diferentes t i e m p o s
y espacios, l o c u a l crea efectos de g r a n a m b i g ü e d a d e i n d e t e r m i n a c i ó n . E n el n i v e l t e m á t i c o se e s t u d i a l a m a n i f e s t a c i ó n social de
l a t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s en t é r m i n o s de l a e x p a n s i ó n v i o l e n t a del
cacique y su h i j o M i g u e l , e x p a n s i ó n que se t r a d u c e en l a d o m i n a c i ó n de tierras y cuerpos ajenos. E l ú l t i m o g r a n a p a r t a d o se cent r a e n dos secuencias de l a n o v e l a : l a de los h e r m a n o s incestuosos
y l a que g i r a a l r e d e d o r de Susana San J u a n . A t r a v é s de u n a lect u r a a n a l í t i c a de las dos secuencias se e j e m p l i f i c a n y se i l u m i n a n
m u c h a s de las manifestaciones descritas p r e v i a m e n t e en f o r m a aisl a d a e n d i s t i n t o s niveles del a n á l i s i s .
E n l a c o n c l u s i ó n se enlazan los d i s t i n t o s aspectos y niveles t r a tados p a r a ofrecer l a h i p ó t e s i s de q u e los efectos de i n d i f e r e n c i a c i ó n y a m b i g ü e d a d , l o g r a d o s p o r el m e c a n i s m o de l a transgres i ó n de l í m i t e s , expresan l a existencia de u n referente c u l t u r a l ,
de u n a v i s i ó n d e l m u n d o q u e a s i m i l a elementos h e t e r o g é n e o s e n
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S E N PEDRO
PÁRAMO
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u n a u n i d a d c o n t r a d i c t o r i a m á s vasta. P a r a l e l a m e n t e y desde o t r o
á n g u l o , estas estructuras a n t r o p o l ó g i c a s r e s u l t a n ser equiparables
a los efectos de a m b i g ü e d a d y p o l i s e m i a q u e se d e b e n al estilo de
J u a n R u l f o y que son expresiones c o n s c i e n t e m e n t e logradas de
u n t e x t o a b i e r t o y p l u r a l . A s í , r e s u l t a q u e el t r a s f o n d o a n t r o p o l ó gico que s e ñ a l a , en ú l t i m a i n s t a n c i a , l a existencia p r e v i a de u n
referente c u l t u r a l y social, q u e d a p e r f e c t a m e n t e fusionado e i n t e g r a d o a u n estilo l i t e r a r i o a l t a m e n t e i n d i v i d u a l , c u y a r i q u e z a y
dificultad, cuya forma abierta e i n d e t e r m i n a d a t e r m i n a n por conf u n d i r s e con u n a t r a d i c i ó n c u l t u r a l a r r a i g a d a , reacia a t o d o c a m b i o , p r o f u n d a m e n t e c e r r a d a sobre sí y , p o r eso m i s m o , de apar i e n c i a a u t ó n o m a y a u t o s u f i c i e n t e . Pocos textos de l a l i t e r a t u r a
h i s p a n o a m e r i c a n a h a n l o g r a d o c o n t a n t a p e r f e c c i ó n esta asomb r o s a f u s i ó n entre t r a d i c i ó n c u l t u r a l y c r e a c i ó n i n d i v i d u a l .
P a r a t r a t a r de d e s e n t r a ñ a r el sentido d e l incesto, el p a r r i c i d i o
y o t r o s f e n ó m e n o s relacionados, v e r sus i n t e r r e l a c i o n e s e i l u m i n a r sus v í n c u l o s c o n el o r d e n social, se e x t r a e r á n algunas ideas
de l a r a m a de l a a n t r o p o l o g í a que estudia los sistemas de
p a r e n t e s c o . S i g u i e n d o a los a n t r o p ó l o g o s cabe a f i r m a r que u n
sistema de parentesco se c o m p o n e de dos aspectos: en p r i m e r l u g a r es u n sistema de d e n o m i n a c i o n e s c u y o p r o p ó s i t o es l a clasific a c i ó n de los m i e m b r o s de l a f a m i l i a n u c l e a r o e l e m e n t a l (los t é r m i n o s " p a d r e " , " m a d r e " , " h i j o " , " h e r m a n o " . . . ) y , en segundo
l u g a r , constituye u n sistema de actitudes que especifica ciertas n o r m a s de c o n d u c t a e n t r e los m i e m b r o s (respeto o f a m i l i a r i d a d ; der e c h o o deber; afecto u h o s t i l i d a d . . . ) M i e n t r a s q u e el p r i m e r aspecto a r t i c u l a u n a serie de relaciones esencialmente b i o l ó g i c a s , el
s e g u n d o expresa relaciones q u e son m á s b i e n de o r d e n p s i c o l ó g i co y social. D a d a l a h e t e r o g e n e i d a d de las sociedades h u m a n a s ,
n o s i e m p r e existen e n diferentes c u l t u r a s correspondencias exac6
6
M e apoyo, fundamentalmente, en el conocido estudio de C L A U D E Lɬ
VI-STRAUSS, Las estructuras elementales del parentesco, t r a d . M a r i e T h é r e s e Cevasco, P a i d ó s Mexicana, M é x i c o , 1983. D e l mismo autor t a m b i é n me fueron útiles Antropología estructural [ I ] , trad. Eliseo V e r ó n , E U D E B A , Buenos Aires, 1977;
y Antropología estructural [ I I ] , t r a d . J u a n A l m e l a , Siglo X X I , M é x i c o , 1979. E n tre otros estudios modernos sobre los sistemas de parentesco, consulté la " I n t r o d u c c i ó n " de R A D C L I F F E - B R O W N al l i b r o African systems of kinship and marriage, eds. A . R . Radcliffe-Brown and D a r y l l Forde, O x f o r d University Press,
L o n d o n , 1950, pp. 1-85; y R O B I N F O X , Kinship and marriage: An anthropological
perspective, Penguin, H a r m o n d s w o r t h , 1967. Para u n ejemplo de una perspectiva interdisciplinaria sobre el estudio del incesto, véase H É C T O R V Á Z Q U E Z , Del
incesto en psicoanálisis y en antropología, F . C . E . , M é x i c o , 1986.
ANTHONY STANTON
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NRFH, X X X V I
tas entre los dos aspectos s e ñ a l a d o s , pero m u c h o s a n t r o p ó l o g o s
h a n a f i r m a d o q u e en las sociedades precapitalistas y rurales c o n
estructuras de o r g a n i z a c i ó n t r a d i c i o n a l e s que n o h a n r e c i b i d o el
i m p a c t o d i n á m i c o de l a m o d e r n i z a c i ó n , el sistema de parentesco
t i e n d e a r e g u l a r y c o n d i c i o n a r casi todas las relaciones existentes
d e n t r o de l a e s t r u c t u r a s o c i a l .
E n su famoso l i b r o Las estructuras elementales del parentesco, C l a u d e
L é v i - S t r a u s s e x p l i c a las í n t i m a s relaciones entre incesto y m a t r i m o n i o e x ó g a m o (o sea, fuera d e l g r u p o c o n s a n g u í n e o e l e m e n t a l
q u e c o n s t i t u y e l a f a m i l i a n u c l e a r ) de l a siguiente m a n e r a :
7
L a exogamia tiene u n valor menos negativo que positivo, afirma
la existencia social de los otros y sólo prohibe el m a t r i m o n i o e n d ó eamo para introducir y prescribir el matrimonio con otro grupo que
lo sea la familia biológica: no, por cierto, porque el m a t r i m o n i o
c o n s a n g u í n e o signifique u n peligro biológico, sino porque el m a t r i monio e x ó g a m o resulta u n beneficio social*.
E l t a b ú del incesto se i n t e r p r e t a a q u í c o m o l a o t r a cara de l a exog a m i a y resulta ser n o t a n t o u n a p r o h i b i c i ó n n e g a t i v a c o m o u n a
o b l i g a c i ó n p o s i t i v a : " L a p r o h i b i c i ó n del incesto es m e n o s u n a regla q u e p r o h i b e casarse c o n l a m a d r e , l a h e r m a n a o l a h i j a , q u e
u n a regla que o b l i g a a e n t r e g a r a l a m a d r e , l a h e r m a n a o l a h i j a
a o t r a p e r s o n a " . S e g ú n este a n t r o p ó l o g o , el m a t r i m o n i o es u n a
i n s t i t u c i ó n de i n t e r c a m b i o entre grupos q u e n o e s t á n r e l a c i o n a dos b i o l ó g i c a m e n t e . Se i n t e r c a m b i a n las mujeres, valores p o r excelencia, y l a c i r c u l a c i ó n de estos bienes, s e g ú n el p r i n c i p i o de
9
7
E l papel dominante que d e s e m p e ñ a n las relaciones de parentesco en las
sociedades primitivas se subraya especialmente en la a n t r o p o l o g í a marxista.
Baste la siguiente a f i r m a c i ó n que muestra la plurifuncionalidad de las relaciones de parentesco en las sociedades p r i m i t i v a s : " D o n c dans ce type de société,
les rapports de p a r e n t é fonctionnent comme rapports de production, rapports
politiques, s c h è m e i d é o l o g i q u e . L a p a r e n t é est donc i c i à la fois infrastructure
et superstructure. Cette p l u r i f o n c t i o n n a l i t é de la p a r e n t é dans les sociétés p r i mitives éclaire, selon nous, deux faits sur lesquels l ' u n a n i m i t é est faite depuis
le X I X siècle: la complexité de ses rapports et leur rôle dominant. C'est en m ê m e
temps parce que la p a r e n t é y fonctionne directement, i n t é r i e u r e m e n t , comme
rapport é c o n o m i q u e , politique, i d é o l o g i q u e qu'elle fonctione comme la forme
svmboliaue dans laquelle s'exprime le contenu de la vie sociale, comme laneaee
g é n é r a l des relations des hommes entre eux et avec la n a t u r e " . E n M A U R I C E
G O D E L I E R , Horizon, trajets marxistes en anthropologie, F r a n ç o i s Maspero, Paris,
1973,
p. 1 7 0 .
E
8
9
L É V I - S T R A U S S , Las estructuras elementales. . ., p . 557.
Ibid., p. 558.
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S EN PEDRO
PÁRAMO
573
l a r e c i p r o c i d a d , g a r a n t i z a el p r e d o m i n i o de l o social y l o c o l e c t i v o
sobre l o n a t u r a l y l o i n d i v i d u a l . L a s ventajas de este m e c a n i s m o
de c o m u n i c a c i ó n de signos (las m u j e r e s ) son tantas que " e l incesto es socialmente a b s u r d o antes de ser m o r a l m e n t e c u l p a b l e " .
M e d i a n t e este t i p o de i n t e r c a m b i o se f o r m a n alianzas p o l í t i c a s y
se r e a l i z a u n a e x p a n s i ó n del g r u p o que de t a l suerte e n t r a en c o n t a c t o c o n otros grupos. L é v i - S t r a u s s c o n s i d e r a que l a p r o h i b i c i ó n
del incesto es u n a regla u n i v e r s a l que expresa el paso de l a n a t u raleza a l a c u l t u r a , c o n s t i t u y e u n p u e n t e entre b i o l o g í a y socied a d : " L a p r o h i b i c i ó n d e l incesto f u n d a de esta m a n e r a l a socied a d h u m a n a y es, en u n s e n t i d o , l a s o c i e d a d " .
1 0
11
S i n t e t i z a n d o estas ideas c o n otras provenientes del estudio de
l a m e n t a l i d a d p r i m i t i v a y l a r e l i g i ó n , podemos d e c i r que el t a b ú
del incesto exige que los elementos i n t e r n o s de l a f a m i l i a n u c l e a r
(elementos que son r e l a c i ó n a l e s y n o a u t ó n o m o s ) sigan d i f e r e n ciados y que otros elementos b i o l ó g i c a m e n t e externos e n t r e n e n
el sistema. L a i d e n t i d a d o s u s t i t u c i ó n de los elementos i n t e r n o s
o u n a s i m e t r í a entre sus roles sociales i m p l i c a r í a desequilibrio, caos
y el estallido de u n a v i o l e n c i a r e c í p r o c a que t e r m i n a r í a p o r dest r u i r el o r d e n social. Es precisamente l a idea del p e l i g r o de l a c o n f u s i ó n que M a l i n o w s k i , el f u n d a d o r de l a c o r r i e n t e f u n c i o n a l i s t a
e n a n t r o p o l o g í a , ve c o m o l a clave d e l sentido de l a p r o h i b i c i ó n
d e l incesto. Esta m i s m a e x p l i c a c i ó n f u n c i o n a l i s t a fue puesta n u e v a m e n t e en c i r c u l a c i ó n en fecha reciente p o r E d m u n d L e a c h al
d e c i r que " l a « f u n c i ó n » del t a b ú del incesto es e v i t a r u n a c o n f u s i ó n de roles s o c i a l e s " .
12
S i m e t r í a , i d e n t i d a d , l o U n o , l o M i s m o : he a q u í l o i n c o n c e b i ble y l o t e r r i b l e p a r a el p e n s a m i e n t o m í t i c o , l o que es capaz de
desencadenar l a v i o l e n c i a sagrada. Es este f e n ó m e n o lo que R e n é
G i r a r d h a d e n o m i n a d o " l a f o b i a de l a s e m e j a n z a " . P a r a el
h o m b r e arcaico el p r o b l e m a f u n d a m e n t a l que representa l a f u e n te de m u c h o s m i t o s y p r o h i b i c i o n e s r i t u a l e s n o es u n asunto m o r a l sino l a existencia m i s m a del o r d e n social, u n o r d e n que n o es
o t r a cosa que " u n sistema o r g a n i z a d o de d i f e r e n c i a s " . E n este
p u n t o existe u n g r a n consenso e n t r e las diversas corrientes de l a
13
14
1 0
Ibid., p. 562.
L É V I - S T R A U S S , Antropología estructural [ I ] , p. x x x v i .
E D M U N D L E A C H , Cultura y comunicación. La lógica de la conexión de los símbolos, t r a d . J u a n Oliver S á n c h e z F e r n á n d e z , Siglo X X I , M a d r i d , 1978, p. 105.
R E N É - G I R A R D , La violencia y lo sagrado, trad. J o a q u í n J o r d á , A n a g r a m a ,
Barcelona, 1983, p. 67.
Ibid., p. 56.
11
1 2
1 3
1 4
574
A N T H O N Y STANTON
NRFH, X X X V I
a n t r o p o l o g í a , todas las cuales insisten en q u e t a n t o l a p r o h i b i c i ó n
del incesto c o m o las reglas prescriptivas del m a t r i m o n i o t i e n e n
c o m o finalidad ú l t i m a y s u p r e m a l a existencia del g r u p o h u m a n o
y d e l o r d e n s o c i a l . P a r a G i r a r d l a i n d i f e r e n c i a c i ó n es s i n ó n i m a
de caos, s i m e t r í a c o n f l i c t i v a y v i o l e n c i a r e c í p r o c a . Este pensador
c o n c l u y e q u e incesto y p a r r i c i d i o se p a r e c e n en c u a n t o represent a n amenazas de i n d i f e r e n c i a c i ó n : " A m b o s , el p a r r i c i d i o y el i n cesto, c o m p l e t a n el proceso de i n d i f e r e n c i a c i ó n v i o l e n t a " . U n a
consecuencia i m p o r t a n t e de esta a n u l a c i ó n de la d i f e r e n c i a que
g a r a n t i z a l a i d e n t i d a d , el o r d e n y el e q u i l i b r i o social, es que cada
e l e m e n t o se c o n v i e r t e p o t e n c i a l m e n t e e n d o b l e , i m a g e n o reflejo
de los otros. A s í aparecen los a n t i g u o s temas del d o b l e , l a m á s c a r a y l a s u s t i t u c i ó n i n f i n i t a entre c a t e g o r í a s i n t e r c a m b i a b l e s . E n
tales situaciones se o p e r a u n a p e r m u t a c i ó n c a ó t i c a e n t o d a l a r e d
de relaciones sociales, q u e afecta, en ú l t i m a i n s t a n c i a , al o r d e n
político.
15
1 6
E l incesto y el p a r r i c i d i o son temas q u e a t r a v i e s a n l a o b r a de
R u l f o . A p a r e c e n en varios cuentos de El llano en llamas (1953), pero
es sobre t o d o e n l a n o v e l a d o n d e c u m p l e n u n p a p e l esencial c o m o
ejes de s i g n i f i c a c i ó n q u e , a d e m á s de tener u n a f u n c i ó n s i m b ó l i c a ,
i n c i d e n de m a n e r a decisiva en l a r e d de interrelaciones de los personajes y e n l a e s t r u c t u r a c i ó n de l a o b r a . E n l o q u e se refiere al
aspecto de l a e s t r u c t u r a c i ó n , n o resulta ser u n a c o i n c i d e n c i a a r b i t r a r i a el que l a e x t r a ñ a secuencia de los h e r m a n o s incestuosos ocupe
u n l u g a r en el c e n t r o de l a n o v e l a . A u n q u e l a fluidez en el e m pleo de las estrategias de p r e s e n t a c i ó n d e l discurso — q u e oscilan
libremente entre n a r r a c i ó n , d e s c r i p c i ó n , d i á l o g o y m o n ó l o g o —
17
1 5
C o n s i d é r e s e , por ejemplo, la o p i n i ó n de R A D C L I F F E - B R O W N al hablar
de las reglas del m a t r i m o n i o y la p r o h i b i c i ó n del incesto: " T h e whole theory
is therefore one o f social structure and o f the necessary conditions of its stability and continuity. Incest, as here defined, is not merely disruptive of the social life o f a single family, it is disruptive o f the whole system o f moral and
religious sentiments on w h i c h the social order rests" {African
systems...,
p. 72). Por su parte, L É V I - S T R A U S S sostiene que " l o s sistemas de parentesco,
las reglas matrimoniales y de filiación, forman u n conjunto coordenado cuya
función consiste en asegurar la permanencia del grupo social entrecruzando,
a modo de u n t e ü d o las relaciones c o n s a n g u í n e a s y las relaciones fundadas
en la a l i a n z a " , cf. Antropología estructural [ I ] , p . 2 8 1 .
1 6
1 7
G I R A R D , op.
cit.,
p.
83.
L a secuencia abarca desde el fragmento 30 hasta el 36. D e s p u é s de
la p u b l i c a c i ó n en 1981 de la "segunda e d i c i ó n , revisada por el a u t o r " , se
ha podido establecer que son 70 los fragmentos que componen Pedro Páramo,
cada uno separado por u n signo tipográfico. S e g ú n explica J O S É CARLOS G O N -
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS E N PEDRO
PÁRAMO
575
y l a g r a n u n i d a d e s t é t i c a del l i b r o n o a u t o r i z a n n i n g u n a d i v i s i ó n
r í g i d a de l a o b r a en dos partes, c o m o l a que h a n establecido m u chos c r í t i c o s , l a secuencia c e n t r a l y el f r a g m e n t o que sigue sí m a r can u n a c o y u n t u r a t a n t o p a r a el l e c t o r , p e r p l e j o ante las d i s c o n t i n u i d a d e s del f r a g m e n t a r i s m o e s t r u c t u r a l , c o m o p a r a
ese
n a r r a d o r - p e r s o n a j e que es J u a n P r e c i a d o . A p a r t i r del f r a g m e n t o
37 el lector se d a c u e n t a de que l o que p a r e c í a u n a n a r r a c i ó n d i r i g i d a d i r e c t a m e n t e a él es, en r e a l i d a d , p a r t e de u n d i á l o g o q u e
sostiene J u a n P r e c i a d o c o n D o r o t e a , u n a m u j e r m u e r t a que c o m p a r t e l a m i s m a t u m b a . Para J u a n Preciado l a secuencia e n l a casa
de los h e r m a n o s incestuosos es i g u a l m e n t e d e t e r m i n a n t e : i n d i c a
su ingreso d e f i n i t i v o en el m u n d o de los m u e r t o s , su p l e n a i d e n t i ficación con el t r a s m u n d o . H a s t a aquel m o m e n t o se puede t e n e r
la i m p r e s i ó n de q u e el n a r r a d o r - p e r s o n a j e e s t á v i v o , i m p r e s i ó n
reforzada p o r las actitudes del m i s m o J u a n Preciado q u i e n n o puede a c o s t u m b r a r s e a los ecos, r u i d o s y m u r m u l l o s q u e c o n s t i t u y e n
los i n d i c i o s del o t r o m u n d o . E l incesto, entonces, m a r c a e n t é r m i n o s estructurales y p s i c o l ó g i c o s l a plena a c e p t a c i ó n de l a m u e r t e
c o m o r e a l i d a d t o t a l p a r a J u a n P r e c i a d o y el l e c t o r . L o q u e se perc i b í a antes c o m o dos t i e m p o s paralelos p e r o d i s t i n t o s (el t i e m p o
de las secuencias que se r e f i e r e n a l a v i d a de P e d r o P á r a m o y el
de las secuencias q u e n a r r a n las experiencias de J u a n P r e c i a d o )
se f u n d e e n u n solo t i e m p o , que es el n o t i e m p o de l a e t e r n i d a d
q u e abarca t o d o : l a v i d a y l a m u e r t e , y l a v i d a desde l a m u e r t e .
Sobre esta a n u l a c i ó n t e m p o r a l se v a e n m a r c a n d o l a m u l t i p l i c a c i ó n de voces e n los siguientes f r a g m e n t o s . P o r l o t a n t o , el incesto c o n s t i t u y e , e n el o r d e n e s t r u c t u r a l , u n a especie de p u e r t a de
acceso a l t r a s m u n d o : es el u m b r a l que el personaje debe traspasar p a r a alcanzar ese estado de reposo a g ó n i c o q u e es l a m u e r t e .
Si el centro de l a n o v e l a g i r a alrededor del incesto, el final e s t á
m a r c a d o p o r el p a r r i c i d i o . E l cacique que vive esperando l a m u e r t e
( " E s t a b a a c o s t u m b r a d o a v e r m o r i r cada d í a a l g u n o de sus pedaz o s " ) al m i s m o t i e m p o que se venga de C ó m a l a , recibe l a m u e r te en f o r m a v i o l e n t a de m a n o s de A b u n d i o M a r t í n e z , o t r o h i j o
1 8
ZÁLEZ B o i x o , esta segunda e d i c i ó n parece reproducir la v e r s i ó n original que
h a b í a quedado en el C e n t r o M e x i c a n o de Escritores: "Se trata, pues, de l a
e d i c i ó n original de la obra y no de una r e v i s i ó n " ( " I n t r o d u c c i ó n " a Pedro Páramo, ed. crítica de J o s é Carlos G o n z á l e z Boixo, C á t e d r a , M a d r i d , 1983, p. 48).
J U A N R U L F O , Pedro Páramo, 2a. ed., revisada por el autor, F . C . E . , M é xico, 1981, p . 157. E n adelante todas las referencias que aparecen entre paréntesis tanto en el texto como en las notas, s e r á n a esta e d i c i ó n . C o n respecto
a las c a r a c t e r í s t i c a s de dicha e d i c i ó n , v é a s e nota 1-7.
1 8
576
NRFH, X X X V I
ANTHONY STANTON
de P e d r o P á r a m o y , p o r l o t a n t o , h e r m a n o y d o b l e de J u a n Prec i a d o . Las dos apariciones, al c o m i e n z o y al final de l a o b r a , de
A b u n d i o , ese a r r i e r o que se a n t o j a u n a v e r s i ó n m e x i c a n a del past o r , g u í a o g u a r d i á n de las almas e n su descenso al i n f i e r n o , enc i e r r a n l a h i s t o r i a en u n c í r c u l o a t á v i c o , fatalista y r i t u a l . A s í , l a
n o v e l a se c i e r r a sobre sí m i s m a e n u n a e s t r u c t u r a cíclica.
P a r a que el presente acercamiento al incesto, p a r r i c i d i o y otras
estructuras a n t r o p o l ó g i c a s sea algo m á s q u e u n a s i m p l e descripc i ó n s i m b ó l i c a y para que tenga u n m a y o r p o d e r a n a l í t i c o y exp l i c a t i v o , v o y a estudiar a c o n t i n u a c i ó n c ó m o f u n c i o n a en l a n o v e l a de R u l f o el m e c a n i s m o de l a s u s t i t u c i ó n de roles sociales,
p r i m e r a m a n i f e s t a c i ó n del t e m a c e n t r a l de l a t r a n s g r e s i ó n de
límites .
E l p r i m e r e j e m p l o se d a en l a p r i m e r a p á g i n a de l a novela y
versa sobre l a relación í n t i m a entre J u a n Preciado y su madre muert a . E l h i j o h a p r o m e t i d o c u m p l i r c o n los deseos de l a m a d r e p a r a
c o n v e r t i r s e a s í en i n s t r u m e n t o de l a v e n g a n z a de ella en c o n t r a
del p a d r e desconocido. E l c l á s i c o c o m i e n z o ofrece, bajo su superficie e n g a ñ o s a m e n t e lisa y sencilla, m ú l t i p l e s resonancias c o n n o t a t i v a s : " V i n e a C ó m a l a p o r q u e m e d i j e r o n que a c á v i v í a m i padre, u n tal Pedro P á r a m o . M i m a d r e me lo d i j o " (p. 7). T e r m i n a
este p r i m e r f r a g m e n t o de la siguiente m a n e r a : " Y de este m o d o
se m e fue f o r m a n d o u n m u n d o a l r e d e d o r de l a esperanza que era
a q u e l s e ñ o r l l a m a d o P e d r o P á r a m o , el m a r i d o de m i m a d r e . P o r
eso v i n e a C ó m a l a " ( p . 7 ) . D e j a n d o a u n l a d o los notables efectos
estilísticos de l a r e i t e r a c i ó n , se aprecia e n l a n a r r a c i ó n del hijo u n a
t r a n s i c i ó n r e v e l a d o r a entre dos m a n e r a s de n o m b r a r al padre. E n
l a p r i m e r a o r a c i ó n del texto l a i m p l í c i t a i n t i m i d a d de " m i p a d r e "
es f r e n a d a i n m e d i a t a m e n t e p o r l a frase e n a p o s i c i ó n ( " u n t a l Ped r o P á r a m o " ) y esta a m b i v a l e n c i a crece hasta desembocar en l a
distancia i m p e r s o n a l de l a e x p r e s i ó n " a q u e l s e ñ o r " . Desde el p r i n 1 9
1 9
Q u e yo sepa, el presente trabajo representa el primer intento de explorar estos mecanismos desde una perspectiva a n t r o p o l ó g i c a . Sin embargo, debo
s e ñ a l a r que el f e n ó m e n o de la s u s t i t u c i ó n de papeles ha sido apuntado, sin desarrollarlo s i s t e m á t i c a m e n t e , en los siguientes trabajos: E M I R RODRÍGUEZ M O NEGAL, " R e l e c t u r a de Pedro Páramo", en Narradores de esta América, t. 2 , Alfa
A r g e n t i n a , Buenos Aires, 1 9 7 4 , p p . 1 7 4 - 1 9 1 ; L I L I A N A B E F U M O B O S C H I ,
"Pe-
dro Páramo o el regreso al h o m b r e " , en V I O L E T A P E R A L T A y L I L I A N A B E F U M O
B O S C H I , Rulfo. La soledad creadora, Fernando G a r c í a C a m b e i r o , Buenos Aires,
1 9 7 5 , p p . 8 7 - 2 4 5 ; S T E V E N B O L D Y , " T h e use o f a m b i g u i t y and the death(s) o f
B a r t o l o m é San J u a n i n Rulfo's Pedro Páramo",
FMLS,
1 9 (1983), 224-235; M A -
RÍA L U I S A BASTOS y S Y L V I A M O L L O Y , " L a estrella j u n t o a la l u n a : variantes
de la figura materna en Pedro Páramo",
MLN,
92 (1977), 246-268.
NRFH, XXXV:
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S EN PEDRO
c i p i o hasta el final del f r a g m e n t o el
" e l m a r i d o de m i m a d r e " c o n n o t a
c o n l a m a d r e , i d e n t i f i c a c i ó n que e n
n o v e l a se t r a n s f o r m a en s u s t i t u c i ó n
PÁRAMO
577
c a m b i o de " m i p a d r e " p o r
u n a creciente i d e n t i f i c a c i ó n
el segundo f r a g m e n t o de l a
simbólica:
Y o i m a g i n a b a v e r a q u e l l o a t r a v é s de los r e c u e r d o s de m i m a d r e ;
de su n o s t a l g i a , e n t r e retazos de s u s p i r o s . S i e m p r e v i v i ó ella suspir a n d o p o r C ó m a l a , p o r el r e t o r n o ; pero j a m á s v o l v i ó . A h o r a y o vengo
e n su l u g a r . T r a i g o los ojos c o n q u e ella m i r ó estas cosas, p o r q u e
m e d i o sus ojos p a r a v e r ( p . 8 )
2 0
E s t a i d e n t i f i c a c i ó n del h i j o c o n l a m a d r e se a m p l í a , o m á s b i e n
se p r o b l e m a t i z a , c u a n d o se r e v e l a d e s p u é s que E d u v i g e s D y a d a
p u d o h a b e r sido l a m a d r e de J u a n p o r q u e ella s u s t i t u y ó —es l a
p a l a b r a precisa— a D o l o r e s en su noche de bodas en l a c a m a de
P e d r o P á r a m o . Eduviges se d i r i g e a J u a n de esta f o r m a : " T e considero c o m o m i h i j o . S í , m u c h a s veces d i j e : «El h i j o de D o l o r e s
d e b i ó h a b e r sido m í o » " ( p . 17). A u n c u a n d o se aclare d e s p u é s
q u e es p r o b a b l e que J u a n n o sea su h i j o , E d u v i g e s l o sigue acept a n d o c o m o t a l y , p o r l o t a n t o , se c o n v i e r t e e n m a d r e suplente,
u n a de las varias figuras de este t i p o que aparecen en l a n o v e l a .
P o r o t r a p a r t e , el l e c t o r se d a c u e n t a de q u e E d u v i g e s p o d r í a ser,
e n cierto sentido m e t a f ó r i c o , m a d r e de todos los habitantes de C ó m a l a . C o n respecto a ella su h e r m a n a M a r í a declara al padre R e n t e r í a : " H a s t a les d i o u n h i j o , a t o d o s " ( p . 4 1 ) .
2 1
Y a hemos v i s t o dos clases de i d e n t i f i c a c i ó n de roles sociales:
l a p r i m e r a se d a p o r l a fuerza de los lazos b i o l ó g i c o s y e m o t i v o s
(el h i j o asume l a voz y los deseos de l a m a d r e ) , m i e n t r a s que l a
s e g u n d a se presenta c o m o el r e s u l t a d o d e l azar, de las c i r c u n s t a n cias o d e l d e s t i n o . E n este ú l t i m o caso parece n o e x i s t i r u n a relac i ó n b i o l ó g i c a de parentesco p e r o sí se d a u n a a c e p t a c i ó n — r e a l
o s i m b ó l i c a — del papel social correspondiente. A s í , m i e n t r a s E d u viges asume el papel m a t e r n o c o n respecto a J u a n , D a m i a n a C i s neros, q u i e n c u i d a a J u a n y a M i g u e l P á r a m o de n i ñ o s , a c t ú a tarn-
2 0
Esta identificación con la madre es asumida conscientemente por J u a n
Preciado y reiterada m á s tarde en la novela: " M i m a d r e , que vivió su infancia
y sus mejores a ñ o s en este pueblo y que n i siquiera p u d o venir a m o r i r a q u í .
Hasta para eso me m a n d ó a m í en su l u g a r " ( p . 84).
E l lector se entera t a m b i é n de que durante una é p o c a Eduviges dorm í a con M i g u e l P á r a m o (p. 30). Se subraya de este modo una nota de trastorno y c o n f u s i ó n , puesto que en sus relaciones con M i g u e l , Eduviges desempeñ a tres papeles en la novela: el de posible madre, el de amante y el de mediadora.
2 1
578
ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
b i é n c o m o m a d r e - s u s t i t u t o o n o d r i z a de los dos. D e esta f o r m a
D a m i a n a sustituye f u n c i o n a l m e n t e a E d u v i g e s en el papel m a t e r n o , siendo las dos m a d r e s v i c a r i a s p a r a J u a n Preciado. Es i n t e r e sante n o t a r que l a figura de l a n o d r i z a n o sólo se presenta bajo
l a f o r m a n o r m a l ( u n n i ñ o y u n a m a d r e - s u s t i t u t o ) , sino que t a m b i é n se da en el caso de Susana San J u a n , u n a m u j e r a d u l t a que
v i v e constantemente a c o m p a ñ a d a p o r J u s t i n a , q u i e n asume l a func i ó n de m a d r e p r o t e c t o r a , s u p l i e n d o a l a v e r d a d e r a m a d r e desap a r e c i d a c u a n d o Susana era n i ñ a . A q u í se debe recalcar u n hecho i m p o r t a n t e : en l a n o v e l a de R u l f o l a figura f e m e n i n a c u m p l e
con frecuencia u n a f u n c i ó n m e d i a d o r a , en cuanto es i n v a r i a b l e m e n t e la encargada de conectar a otras figuras, sobre todo las masc u l i n a s , c o n realidades d i s t i n t a s o c o n diferentes planos de l a m i s m a r e a l i d a d . L a f u n c i ó n de J u s t i n a , p o r e j e m p l o , es l a de
" a r t i c u l a r a Susana c o n l a « r e a l i d a d » a p a r t i r de l a « l o c u r a » en
la que está i n m e r s a " . De f o r m a a n á l o g a , Eduviges constituye
u n n e x o entre J u a n P r e c i a d o y D o l o r e s , y t a m b i é n entre J u a n y
l a o t r a r e a l i d a d de l a m u e r t e . D o r o t e a , a su vez, sustituye funcion a l m e n t e a Eduviges en l a segunda parte de l a novela y sirve c o m o
v í n c u l o entre J u a n P r e c i a d o y las voces de u l t r a t u m b a . E n t r e los
personajes masculinos, el ú n i c o que a c t ú a c o m o i n t e r m e d i a r i o entre
realidades d i s t i n t a s es el mensajero A b u n d i o , q u i e n i n t r o d u c e a
J u a n Preciado a C ó m a l a y q u i e n es a s i m i s m o el i n s t r u m e n t o de
l a d e s t r u c c i ó n del o r d e n y la a u t o r i d a d en el p u e b l o .
L a f u n c i ó n m e d i a d o r a de l a m u j e r se a m p l í a a otros terrenos
e n los casos de D o r o t e a y D a m i a n a , las dos figuras celestinescas.
E n l a c o n f e s i ó n que hace l a p r i m e r a al p a d r e R e n t e r í a nos enter a m o s de que ella le h a b í a p r o p o r c i o n a d o u n a l a r g a cadena de
muchachas a M i g u e l P á r a m o ( p . 9 5 ) ; en cuanto a D a m i a n a , t a m b i é n se i n s i n ú a que a c o s t u m b r a b a a c t u a r de i n t e r m e d i a r i a e n t r e
P e d r o P á r a m o y las j ó v e n e s de C ó m a l a ( p . 135). T a n t o D o r o t e a
c o m o D a m i a n a representan l a s u p e r p o s i c i ó n de varias funciones
( a q u í las de n o d r i z a y alcahueta) e n el m i s m o personaje. E n otros
casos se da el f e n ó m e n o i n v e r s o : l a existencia de m u c h o s personajes investidos de la m i s m a f u n c i ó n , sea é s t a l a de a m a d a o a m a n te, p a d r e o h i j o , a m o o s ú b d i t o , e m i s o r o receptor.
22
2 3
O t r o g r u p o diferente es el de los personajes que a s u m e n u n
p a p e l p o r deseo, s u e ñ o o p r o y e c c i ó n p s i c o l ó g i c a . E n este m a r c o
2 2
cit.,
L a función mediadora de la mujer se explora en B E F U M O B O S C H I , art.
pp. 219-237; y t a m b i é n en BASTOS y M O L L O Y , art. cit.
2 3
B E F U M O B O S C H I , art.
cit.,
p.
104.
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S EN PEDRO
PÁRAMO
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se d e b e n situar los dos s u e ñ o s de D o r o t e a , l a m u j e r que c o m p e n sa su p r o p i a esterilidad i n v e n t a n d o u n h i j o ficticio p a r a v e r r e a l i zados a s í , a u n q u e sea en el p l a n o i l u s o r i o y fugaz de la i m a g i n a c i ó n , sus deseos m á s p r o f u n d o s :
— ¿ L a i l u s i ó n ? Eso cuesta c a r o . A m í m e c o s t ó v i v i r m á s de l o
d e b i d o . P a g u é c o n eso l a d e u d a de e n c o n t r a r a m i h i j o , que n o fue,
p o r d e c i r l o a s í , sino u n a i l u s i ó n m á s ; p o r q u e n u n c a t u v e u n h i j o .
A h o r a q u e estoy m u e r t a m e he d a d o t i e m p o p a r a pensar y e n t e r a r m e de t o d o . N i s i q u i e r a el n i d o p a r a g u a r d a r l o m e d i o D i o s . S ó l o
esa l a r g a v i d a a r r a s t r a d a q u e t u v e , l l e v a n d o de a q u í p a r a a l l á m i s
ojos tristes q u e s i e m p r e m i r a r o n de r e o j o , c o m o b u s c a n d o d e t r á s
d e l a gente, sospechando q u e a l g u i e n m e h u b i e r a e s c o n d i d o a m i
n i ñ o . Y t o d o fue c u l p a de u n m a l d i t o s u e ñ o . H e t e n i d o dos: a u n o
de ellos l o l l a m o el " b e n d i t o " y a o t r o el " m a l d i t o " ( p p . 7 7 - 7 8 ) .
E n el s u e ñ o " b e n d i t o " D o r o t e a i m a g i n a que tiene u n h i j o y cree
e n el s u e ñ o t a n i n t e n s a m e n t e q u e hasta " r e c u e r d a " las sensaciones m a t e r n a s , pero en el " m a l d i t o " s u e ñ a que llega al cielo d o n de u n o de los á n g e l e s h u n d e l a m a n o en su e s t ó m a g o p a r a sacarle
" u n a c á s c a r a de n u e z " ( p . 7 8 ) . i m a g e n de l a esterilidad. Es c u r i o s o n o t a r que en este espacio c e n t r a l de l a n o v e l a , d o n d e J u a n
P r e c i a d o y D o r o t e a d i a l o g a n e n el a t a ú d c o m p a r t i d o , la y u x t a p o s i c i ó n física de los dos sugiere l a c o n v e r g e n c i a de dos b ú s q u e d a s
paralelas, a m b a s condenadas al fracaso: l a m a d r e que busca al
h i j o i n e x i s t e n t e se e n c u e n t r a entre los brazos del h i j o que busca
al p a d r e m u e r t o . Se h a o p e r a d o u n a i n v e r s i ó n m e d i a n t e l a c u a l
n o es l a m a d r e q u i e n abraza al h i j o sino a l a inversa, como observa
D o r o t e a : " M e e n t e r r a r o n en t u m i s m a sepultura y cupe m u y b i e n
e n el hueco de tus brazos. A q u í en este r i n c ó n d o n d e m e tienes
a h o r a . S ó l o se m e o c u r r e que d e b e r í a ser y o l a que te t u v i e r a abrazado a t i " ( p . 7 9 ) . Esta r e u n i ó n o r e c o n c i l i a c i ó n de b ú s q u e d a s
paralelas e i m p o s i b l e s en u n espacio q u e se h a v u e l t o c o m ú n y
c o l e c t i v o es u n f e n ó m e n o que se r e p i t e en los casos de otros personajes, c o m o se v e r á d e s p u é s .
O t r a f o r m a de i d e n t i f i c a c i ó n o c o n f u s i ó n que o c u p a u n l u g a r
i m p o r t a n t e e n l a n o v e l a es l a de las t r a n s f o r m a c i o n e s o m e t a m o r fosis de seres h u m a n o s e n a n i m a l e s y viceversa. Este f e n ó m e n o ,
c o n o c i d o c o m o el n a g u a l i s m o , es u n a creencia m u y d i f u n d i d a en
las t r a d i c i o n e s c u l t u r a l e s a m e r i c a n a s , especialmente en M e s o a m é r i c a , y h a sido e s t u d i a d o p o r l a e t n o l o g í a . A q u í estamos en
2 4
2 4
Sobre el nagualismo en M e s o a m é r i c a , véase el estudio de G E O R G E Fos-
580
A N T H O N Y STANTON
NRFH, X X X V I
el t e r r e n o de l a m a g i a , d o n d e se c o n f u n d e n y se b o r r a n los l í m i t e s
q u e el p e n s a m i e n t o r a c i o n a l i m p o n e entre l o h u m a n o y lo a n i m a l
o n a t u r a l ; entre e s p í r i t u y m a t e r i a ; entre sujeto y o b j e t o . E n Pedro
Páramo a b u n d a n las alusiones a p r á c t i c a s y creencias m á g i c a s : h a y
referencias a los a d i v i n a d o r e s o " z a h o r i n o s " ( p . 143); al d o n d i v i n o o sobrenatural del "sexto s e n t i d o " ( p . 29), y al oficio de " p r o v o c a d o r de s u e ñ o s " ( p . 24). P e r o el i n d i c i o m á s generalizado de
u n u n i v e r s o m á g i c o es l a c o n t i n u a i n t e r c o m u n i c a c i ó n que existe
entre los v i v o s y los m u e r t o s . Deseo s u b r a y a r que l a m a g i a n o
opera a q u í c o m o u n elemento p u r a m e n t e f o r m a l o l i t e r a r i o , c o m o
o t r a t é c n i c a novedosa p a r a p r o v o c a r efectos de sorpresa o asomb r o en el lector d e s p r e v e n i d o , sino de m o d o m á s p r o f u n d o , c o m o
u n referente a n t r o p o l ó g i c o y c u l t u r a l : expresa l a persistencia y v i t a l i d a d de u n a v i s i ó n d e l m u n d o colectiva que l a c u l t u r a r u r a l h a
hecho suya en u n a m e z c l a s i n c r é t i c a de elementos occidentales,
c o m o l a r e l i g i ó n c r i s t i a n a , y elementos o r i g i n a l m e n t e a u t ó c t o n o s ,
c o m o el a n i m i s m o .
E n l a m a g i a , la l ó g i c a positivista cede a u n a v i s i ó n m á s unificad o r a de la realidad, u n a visión en la cual la i n t u i c i ó n , la i m a g i n a c i ó n
y el lado i r r a c i o n a l de l a psique v u e l v e n a c o b r a r su a n t i g u a i m p o r t a n c i a en los esquemas de c o m p r e n s i ó n de l o r e a l . A s i m i s m o ,
el estrecho p r i n c i p i o de l a causalidad u n i d i m e n s i o n a l se disuelve
en u n a m p l i o p a n d e t e r m i n i s m o donde todo se corresponde: el p r i n c i p i o de a n a l o g í a r e m p l a z a el de a n á l i s i s o d i f e r e n c i a c i ó n . C o m o
consecuencia, l a i d e n t i d a d se p r o b l e m a t i z a , la p e r c e p c i ó n se vuelve
a m b i g u a , el t i e m p o y el espacio descubren secretas c á m a r a s de
c o m u n i c a c i ó n desconocidas u olvidadas p o r l a m e n t e r a c i o n a l , y
se v u e l v e a a m p l i a r n u e s t r o concepto de l o r e a l , r e d u c i d o a u n a
z o n a l i m i t a d a y p o b r e p o r el r a c i o n a l i s m o y el c i e n t i f i c i s m o de
la é p o c a m o d e r n a . C o m o n o es posible precisar l í n e a s d i v i s o r i a s
entre u n a cosa y o t r a , existen en el u n i v e r s o r u l f í a n o i n f i n i t a s posibilidades de m e t a m o r f o s i s y t r a n s f o r m a c i ó n . Se conocen m u y
b i e n los p r o b l e m a s q u e tiene el lector p a r a i d e n t i f i c a r y d i s t i n g u i r
entre las personas o'voces de l a novela. Estas d i f i c u l t a d e s se deb e n , en m u c h o s casos, a l a c o n f u s i ó n e x p e r i m e n t a d a p o r el lector
a c o s t u m b r a d o a las convenciones realistas, al e n c o n t r a r s e i n m e r -
TER, " N a g u a l i s m i n M é x i c o and G u a t e m a l a " , Acta Americana, 2 (1944), 85¬
103. Por sorprendente que parezca, no existe una sola referencia al nagualism o en toda la crítica rulfiana, hecho que confirma m i creencia de que la falta
de u n enfoque a n t r o p o l ó g i c o ha impedido que la crítica se fije en ciertas cosas
que saltan a la vista dentro de dicho enfoque.
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
PÁRAMO
581
so en u n a vasta zona i n t e r m e d i a , indecisa y t o t a l i z a d o r a , l l á m e s e
esta zona m a g i a , s u e ñ o o l o c u r a .
L a ausencia de l í n e a s de d e m a r c a c i ó n entre el m u n d o h u m a n o y el m u n d o a n i m a l se e j e m p l i f i c a en dos casos de n a g u a l i s m o
q u e se d a n en l a n o v e l a . A p a r t e del ejemplo de B a r t o l o m é y el
g a t o , que se t r a t a r á p o s t e r i o r m e n t e , el caso m á s destacado es el
v í n c u l o establecido y aceptado de m o d o n a t u r a l p o r m u c h o s personajes, sobre t o d o p o r E d u v i g e s , entre M i g u e l P á r a m o y su cab a l l o , s í m b o l o t r a d i c i o n a l asociado c o n el deseo sexual desenfren a d o y t a m b i é n c o n el l a d o i n t u i t i v o o m á g i c o del h o m b r e .
E d u v i g e s establece el nexo entre M i g u e l y su caballo (el Colorado)
e n su c o n v e r s a c i ó n c o n J u a n Preciado, y a q u í hay que e n t e n d e r
q u e es p r o b a b l e que l a m i s t e r i o s a p r e g u n t a que hace ella al final
del f r a g m e n t o 9, " — ¿ C u á n d o d e s c a n s a r á s ? " ( p . 2 8 ) , se d i r i g e n o
a su i n t e r l o c u t o r presente ( J u a n ) sino al caballo de M i g u e l , y este
caballo es i n d i s o c i a b l e d e l a l m a en p e n a del d i f u n t o . S ó l o a s í se
p u e d e e n t e n d e r l a e x p l i c a c i ó n q u e l a p r o p i a E d u v i g e s ofrece en
el f r a g m e n t o 1 1 : " — E s el caballo de M i g u e l P á r a m o , que g a l o p a
p o r el c a m i n o de l a M e d i a L u n a " ( p . 29). C o m o J u a n P r e c i a d o
n o p u e d e o í r este s o n i d o ( t o d a v í a n o e n t r a plena y d e f i n i t i v a m e n te e n el m u n d o a b a r c a d o r de los m u e r t o s ) , E d u v i g e s le dice que
es algo de su " s e x t o s e n t i d o " :
2 5
— S o l a m e n t e es el c a b a l l o q u e v a y v i e n e . Ellos e r a n i n s e p a r a bles. C o r r e p o r todas partes b u s c á n d o l o y s i e m p r e regresa a estas
h o r a s . Q u i z á el p o b r e n o p u e d e c o n su r e m o r d i m i e n t o . ¿ C ó m o hasta
los animales se d a n c u e n t a de c u a n d o cometen u n c r i m e n , no? (p. 2 9 )
P a r a E d u v i g e s , entonces, las repetidas " c a r r e r a s " del a n i m a l sign i f i c a n l a falta de reposo, t a n t o e n l a v i d a c o m o e n l a m u e r t e , de
un espíritu inquieto, turbulento y torturado.
T a m p o c o d u d a en aceptar esta c o m p e n e t r a c i ó n entre M i g u e l
y el caballo el m o z o de l a M e d i a L u n a que llega a c o m u n i c a r l e
a E d u v i g e s (o m á s b i e n a c o n f i r m a r l e , puesto q u e ella y a t u v o u n
p r e s e n t i m i e n t o ) l a m u e r t e de M i g u e l . E l m o z o se d i r i g e a ella de
esta m a n e r a :
2 5
Sobre el simbolismo del caballo, véase J U A N - E D U A R D O C I R L O T , Diccionario de símbolos, 6 ed., L a b o r , Barcelona, 1985, pp. 110-111. Por su parte,
G I L B E R T D U R A N D clasifica al caballo dentro del simbolismo c l ó n i c o de la región infernal de los muertos (Les structures anthropologiques de l'imaginaire, Bordas, P a r i s - B r u x e l l e s - M o n t r é a l , 1969, p p . 78-86).
a
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ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
L o supimos porque el Colorado volvió solo y se puso tan inquieto
que no dejó d o r m i r a nadie. Usted sabe c ó m o se q u e r í a n él y el caballo y hasta estoy por creer que el animal sufre m á s que don Pedro. N o ha comido n i dormido y n o m á s se vuelve u n puro corretear. Como que sabe, ¿sabe usted? Como que se siente despedazado
y carcomido por dentro (pp. 31-32).
L a a s o c i a c i ó n entre las carreras del c a b a l l o y l a v i d a de M i g u e l
es r e i t e r a d a p o r F u l g o r S e d a ñ o c u a n d o le dice a P e d r o P á r a m o ,
a p r o p ó s i t o d e l h i j o de é s t e : " E s t a n v i o l e n t o y v i v e t a n de p r i s a
q u e a veces se m e figura que va j u g a n d o carreras c o n el t i e m p o .
A c a b a r á p o r perder, y a l o v e r á u s t e d " ( p . 8 3 ) . P o r ú l t i m o , el m i s m o P e d r o P á r a m o , c u a n d o se e n t e r a de l a m u e r t e de su h i j o , da
la siguiente o r d e n escueta: " — M a ñ a n a m a n d a s m a t a r ese a n i m a l p a r a q u e n o siga s u f r i e n d o " ( p . 8 8 ) .
L a existencia de esta franja indecisa, que se a m p l í a hasta const i t u i r u n a vasta zona de a m b i g ü e d a d , p e r m i t e l a constante transg r e s i ó n de l í m i t e s . E l lector no t a r d a e n reconocer l a facilidad y
la n a t u r a l i d a d c o n que los personajes traspasan p u e r t a s , paredes
y u m b r a l e s , s í m b o l o s tradicionales de las barreras o divisiones que
s e p a r a n — y u n e n — m u n d o s o realidades diferentes. E l t r á n s i t o
entre estados o n t o l ó g i c o s distintos se realiza c o n u n a fluidez asombrosa, a u n cuando al lector se le presente corno una i n c ó g n i t a enigm á t i c a : t a l es el caso de J u a n P r e c i a d o , q u e se asusta c o n los g r i tos de u n h o m b r e que fue asesinado m u c h o t i e m p o antes en el
m i s m o cuarto donde d u e r m e el n a r r a d o r . D a m i a n a Cisneros " e x p l i c a " los g r i t o s de l a siguiente m a n e r a :
— T a l vez sea a l g ú n eco que está a q u í encerrado. E n este cuarto ahorcaron a T o r i b i o Aldrete hace mucho tiempo. Luego condenaron la puerta, hasta que él se secara; para que su cuerpo no encontrara reposo. N o sé c ó m o has podido entrar, cuando no existe
llave para abrir esta puerta (p. 4 4 ) .
E l l e c t o r t e n d r á que p r e g u n t a r s e sobre algo i g u a l m e n t e m i s t e r i o so: ¿ c ó m o h a n p o d i d o e n t r a r c o n aparente f a c i l i d a d e n ese m i s m o
c u a r t o D a m i a n a y Eduviges?
E l t e m a de l a t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s t i e n e o t r a m a n i f e s t a c i ó n
e n l a presencia de ciertos m o t i v o s que f u n c i o n a n en los niveles
e s t i l í s t i c o , e s t r u c t u r a l y t e m á t i c o - s i m b ó l i c o corno ejes p a r a d i g m á ticos que a t r a v i e s a n zonas opuestas o excluyentes. M e refiero a
los siguientes m o t i v o s recurrentes que l l e g a n a c o n v e r t i r s e en t ó picos: el a g u a y l a l l u v i a ; el h i l o o l a soga; el r a y o de l u z ; el aire
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
y el v i e n t o ; los m u r m u l l o s , r u m o r e s , ecos,
c o m o el l l a n t o . D a r e m o s unos ejemplos
s i r v e n p a r a entretejer realidades distintas
que u n i f i c a n y " a n u d a n " el texto en u n
2 6
PÁRAMO
583
r u i d o s y otros sonidos
de estos recursos que
m e d i a n t e los m o t i v o s
tejido metafórico:
Entonces oyó el llanto. Eso lo d e s p e r t ó : u n llanto suave, delgado, que q u i z á por delgado pudo traspasar la m a r a ñ a del s u e ñ o , llegando hasta el lugar donde anidan los sobresaltos (p. 3 3 ) .
U n a v a r i a n t e del l l a n t o es el m o t i v o del sollozo. E n el episodio
de l a m u e r t e d e l p a d r e de Pedro P á r a m o , el sollozo — q u e en l a
siguiente cita se identifica m e t a f ó r i c a m e n t e c o n el m o t i v o del h i l ó se presenta c o m o e l e m e n t o que u n i f i c a l a figura e m o c i o n a l m e n t e
despedazada de l a m a d r e : " C o n aqueUa v o z q u e b r a d a , deshecha,
s ó l o u n i d a p o r el h i l o d e l s o l l o z o " ( p . 8 6 ) .
E l m o t i v o del h i l o ( y su v a r i a n t e , l a soga) c o b r a g r a n i m p o r t a n c i a en el t e x t o a causa de su r e i t e r a c i ó n e n situaciones d i f e r e n tes, p e r o siempre c o n el objeto de r e u n i r realidades c o n v e n c i o n a l m e n t e opuestas. V e a m o s tres ejemplos de su e m p l e o . E n el
p r i m e r o se u t i l i z a p a r a establecer u n n e x o í n t i m o entre m a t e r i a
y e s p í r i t u . L a r u p t u r a del hilo expresa la s e p a r a c i ó n definitiva entre
c u e r p o y a l m a , d e s p u é s de l a c u a l el a l m a se c o n v i e r t e e n á n i m a
c o n d e n a d a a v a g a r p o r el m u n d o " b u s c a n d o v i v o s que recen p o r
e l l a " ( p . 8 5 ) . E l e j e m p l o aparece en l a p a r t e final del relato que
hace D o r o t e a acerca de su a l m a : " Y a b r í l a boca p a r a que se fuera. Y se fue. S e n t í c u a n d o c a y ó en m i s m a n o s el h i l i t o de sangre
con q u e estaba a m a r r a d o a m i c o r a z ó n " ( p . 8 6 ) .
Sin e m b a r g o , h a y dos instancias m á s de l a u t i l i z a c i ó n de este
m o t i v o que m e parecen d e t e r m i n a n t e s t a n t o p o r sus significaciones p a r t i c u l a r e s c o m o p o r el evidente p a r a l e l i s m o que se establece e n t r e las dos. L a p r i m e r a f o r m a parte de u n m o n ó l o g o i n t e r i o r
q u e aparece en el f r a g m e n t o 6 c o m o u n a i n t e r p o l a c i ó n que recrea
u n t i e m p o de f e l i c i d a d en l a i n f a n c i a , c u a n d o P e d r o P á r a m o y
Susana S a n J u a n j u g a b a n j u n t o s :
2 6
Estos motivos fueron s e ñ a l a d o s y analizados como " t e m a s " en H U G O
R O D R Í G U E Z A L C A L Á , El arte de Juan Rulfo. Historias de vivos y difuntos, Instituto
Nacional de Bellas Artes, M é x i c o , 1965, pp. 181-193. Posteriormente se han
estudiado como funciones estructurales a nivel t e m á t i c o , en JOSÉ CARLOS G O N ZÁLEZ B O I X O , Claves narrativas de Juan Rulfo, 2 ed. rev., Universidad de L e ó n ,
L e ó n ( E s p a ñ a ) , 1983, pp. 167-174. Existe t a m b i é n u n breve estudio de M A RÍA L U I S A BASTOS, " T ó p i c o s y n ú c l e o s narrativos en Pedro Páramo", en De la
crónica. . . , cf. nota 1, pp. 267-276.
a
584
ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
" E l aire nos hacía reír; juntaba la mirada de nuestros ojos, mientras el hilo corría entre los dedos detrás del viento, hasta que se r o m p í a con u n leve crujido como si hubiera sido trozado por las alas
de a l g ú n p á j a r o [ . . . ] " (p. 18).
A q u í se s u p e r p o n e n v a r i o s m o t i v o s : p o r u n l a d o , el aire y el v i e n t o q u e s i r v e n p a r a u n i r las dos m i r a d a s ; p o r o t r o , el h i l o del pap a l o t e que representa l a u n i ó n física y e m o t i v a de Pedro y Susan a . L a r u p t u r a del h i l o expresa l a s e p a r a c i ó n d e f i n i t i v a de los dos
personajes que posteriormente v i v i r á n en m u n d o s aislados, sin posibilidades de c o m u n i c a c i ó n .
L a segunda i n s t a n c i a aparece e n el f r a g m e n t o 50 d o n d e Susan a , de n i ñ a , es bajada a u n a m i n a p r o f u n d a p o r su padre p a r a
b u s c a r m o n e d a s de o r o , pero e n l u g a r de o r o e n c u e n t r a u n esq u e l e t o que se deshace entre sus m a n o s . H a y varios i n d i c i o s e n
el t e x t o que l l e v a n a pensar en esta e x p e r i e n c i a t r a u m á t i c a c o m o
u n a posible causa — f r e u d i a n a si se q u i e r e — de l a l o c u r a poster i o r de Susana y de su s e p a r a c i ó n de l a r e a l i d a d (el m u n d o de afuer a ) p a r a adentrarse en el m u n d o i n t e r i o r de los delirantes s u e ñ o s
e r ó t i c o s . E n el texto se sugiere c l a r a m e n t e q u e l a soga f u n c i o n a
c o m o u n v í n c u l o entre dos m u n d o s :
Estaba colgada de aquella soga que le lastimaba la cintura, que
le sangraba sus manos; pero que no q u e r í a soltar: era como el ú n i co hilo que la sostenía al m u n d o de afuera (p. 116).
A l c o m p a r a r estos dos episodios, de los f r a g m e n t o s 6 y 50, L i l i a na Befumo Boschi afirma:
E n ambas situaciones es el hilo el elemento de u n i ó n entre
Susana-Pedro y S u s a n a - B a r t o l o m é . E n el primer caso es el que permite la u n i ó n entre ellos y el d o m i n i o del cielo y el aire; en el otro,
es la ú n i c a vinculación de Susana con el m u n d o de "afuera". Sin
embargo, en el m u n d o de los recuerdos el hilo del barrilete se corta
y anula esa relación; en la " r e a l i d a d " se mantiene aparentemente
u n i d o ya que, en verdad, Susana ha conseguido por medio de la
" l o c u r a " u n corte definitivo y profundo con ese " a f u e r a " .
27
A p a r t i r de estas r u p t u r a s , expresadas p o r el corte — r e a l o
s i m b ó l i c o — del h i l o , cada personaje h a b i t a u n m u n d o aislado que
c o n s t i t u y e u n a especie de m i c r o c o s m o e n el c u a l el ser m u t i l a d o
2 7
B E F U M O B O S C H I , art.
cit.,
p.
154.
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S EN PEDRO
PÁRAMO
585
y f r a g m e n t a d o reconstruye n o s t á l g i c a m e n t e , en s u e ñ o s o en deseos, l a m i t a d p e r d i d a de su u n i d a d : los s u e ñ o s febriles de Susana
se reflejan en los recuerdos idealizados de P e d r o . A u n q u e los obj e t o s de sus respectivos deseos sean diferentes (Susana en el caso
de P e d r o ; F l o r e n c i o en el caso de Susana), t a n t o en la l o c u r a de
ella c o m o en el e n s i m i s m a m i e n t o de él se d a u n retroceso a u n
m u n d o i n t e r i o r y u n a fuga de l a r e a l i d a d e x t e r i o r . E n el m u n d o
i n t e r i o r se i n t e n t a en v a n o r e c o n s t r u i r l a u n i d a d p e r d i d a , m i e n tras que la realidad exterior c o n f i r m a dolorosamente lo definitivo
d e l corte entre los dos m u n d o s .
L a p o s i c i ó n de Susana en l a m i n a , " m e c i é n d o s e en la p r o f u n d i d a d , con sus pies b a m b o l e a n d o « e n el n o e n c u e n t r o d ó n d e pon e r los p i e s » " ( p . 116), es u n a v a r i a n t e de l a s e n s a c i ó n de suspens i ó n , u n o de los m u c h o s estados que son duplicaciones a escala
m e n o r de las tres zonas o m n i - i n c l u s i v a s y a m e n c i o n a d a s . D e esta
m a n e r a se asemejan varios estados — l a s u s p e n s i ó n , el flotar en
u n v a c í o , l a i n m e r s i ó n a c u á t i c a — en los cuales el ser h u m a n o se
p i e r d e m á s a l l á de los c o n t o r n o s físicos convencionales y se d i suelve en l a i n d e t e r m i n a c i ó n a m b i g u a . E n ocasiones, la s e n s a c i ó n
de i n g r a v i d e z crea l a i m p r e s i ó n de u n l i b r e fluir p r o p i o del m u n d o o n í r i c o , c o m o o c u r r e en l a siguiente d e s c r i p c i ó n que hace J u a n
P r e c i a d o de su estado físico y m e n t a l : " M e s e n t í en u n m u n d o
l e j a n o y m e d e j é a r r a s t r a r . M i c u e r p o , que p a r e c í a aflojarse, se
d o b l a b a ante t o d o , h a b í a soltado sus a m a r r a s y c u a l q u i e r a p o d í a
j u g a r c o n él c o m o si fuera de t r a p o " ( p . 17).
E n t r e los otros m o t i v o s s e ñ a l a d o s , m e r e f e r i r é b r e v e m e n t e a
l a i n q u i e t a n t e presencia de ecos, m u r m u l l o s , r u i d o s , r u m o r e s o
voces, que s i r v e n p a r a e n t r e l a z a r el m u n d o de los v i v o s c o n el de
los m u e r t o s . N o h a y q u e o l v i d a r l a i m p o r t a n c i a f u n d a m e n t a l que
esta c o n f i g u r a c i ó n — p o r lo t a n t o l a d o m i n a c i ó n de t ó p i c o — tiene
e n l a n o v e l a . E n los siguientes ejemplos el t ó p i c o se c o m b i n a con
l a c r e a c i ó n de u n efecto de i n d e t e r m i n a c i ó n espacial m e d i a n t e el
uso de los t é r m i n o s d e í c t i c o s " a d e n t r o " y " a f u e r a " . H a y u n a perm a n e n t e y d e l i b e r a d a c o n f u s i ó n en el t e x t o en c u a n t o a l a u b i c a c i ó n de las voces. E n l a p r i m e r a referencia e x p l í c i t a que J u a n Preciado hace a las voces, n o cabe d u d a de que é s t a s se localizan dentro
de é l :
28
2 8
Se sabe, por ejemplo, que Los murmullos fue uno de los títulos originales para la novela que hoy conocemos como Pedro Páramo. Rulfo llegó a p u b l i car una v e r s i ó n p r i m i t i v a del material que v e n d r í a a forma:- los fragmentos
42 y 43, bajo el título de " F r a g m e n t o de la novela Los murmullos",
RUMex,
1954, n ú m . 10, 6-7.
586
ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
[. . . ] sentí que el pueblo vivía. Y que si yo escuchaba solamente
el silencio, era porque a ú n no estaba acostumbrado al silencio; tal
vez porque m i cabeza v e n í a llena de ruidos y de voces.
De voces, sí. Y a q u í , donde el aire era escaso, se oían mejor.
Se quedaban dentro de uno, pesadas (p. 13).
V e a m o s en
ofrece de su
el fragmento
de u n calor
seguida l a segunda v e r s i ó n que el m i s m o personaje
m u e r t e . R e c o r d e m o s que en l a p r i m e r a v e r s i ó n , en
36, el narrador-personaje m u e r e " a h o g a d o " en m e d i o
sofocante. L a segunda, e n c a m b i o , d a otras causas:
Y de las paredes p a r e c í a n destilar los murmullos como si se filtraran de entre las grietas y las descarapeladuras. Y o los oía. Eran voces de gente; pero no voces claras sino secretas, como si me murmuraran algo al pasar, o como si zumbaran contra mis oídos. M e
a p a r t é de las paredes y sesmí por la m i t a d de la calle; pero las o í a
igual, igual que si vinieran conmigo, delante o d e t r á s de m í . N o
sentía calor, como te dije antes; antes por el contrario, sentía frío
(p. 76).
L a s voces, que antes p a r e c í a n ser i n t e r i o r e s , a q u í se h a n e x t e r i o r i z a d o pero en seguida t o d a n o c i ó n de u n a d i v i s i ó n clara entre
lo i n t e r i o r y lo e x t e r i o r se esfuma en u n a i n d e f i n i c i ó n generalizad a , de l a c u a l l o ú n i c o que se desprende es que las voces son u b i cuas: e s t á n en todas partes y atraviesan las c a t e g o r í a s y l í m i t e s
fijados p o r el p e n s a m i e n t o r a c i o n a l .
Si todos los m o t i v o s y t ó p i c o s analizados hasta a h o r a t i e n e n
l a f u n c i ó n de a b r i r canales de c o m u n i c a c i ó n y enlazar estados o n t o l ó g i c o s d i s t i n t o s , t a m b i é n se presenta a veces c i e r t a f u s i ó n entre
los m o t i v o s m i s m o s , r e f o r z a n d o de este m o d o l a i n t e r p e n e t r a c i ó n
sustitutiva que cada m o t i v o a r t i c u l a en el texto. A s í , en el siguiente
caso n o sólo se i d e n t i f i c a n los m o t i v o s de l a l l u v i a y el h i l o sino
q u e los dos se r e l a c i o n a n c o n l a m e d i a c i ó n de la o p o s i c i ó n entre
s o n i d o y silencio, que a su vez i m p l i c a l a o p o s i c i ó n v i d a - m u e r t e :
" L a l l u v i a a m o r t i g u a los r u i d o s . Se sigue o y e n d o a ú n d e s p u é s de
t o d o , g r a n i z a n d o sus gotas, h i l v a n a n d o el h i l o de l a v i d a " ( p . 112).
H e m o s s e ñ a l a d o a n t e r i o r m e n t e q u e el t ó p i c o de los m u r m u llos y sus v a r i a n t e s c o n s t i t u y e n los i n d i c i o s p r i n c i p a l e s del m u n d o
de los m u e r t o s que i r r u m p e c o n t i n u a m e n t e en l o que el lector cree
ser, al menos en l a p r i m e r a p a r t e , el m u n d o de los v i v o s . P e r o
sucede que a q u í t a m b i é n se i n t r o d u c e n connotaciones que i n v a l i d a n esta fácil o p o s i c i ó n e n t r e dos c a t e g o r í a s a p a r e n t e m e n t e exc l u y e n t e s . E n u n a de las i n t e r p o l a c i o n e s q u e t r a n s m i t e n l a v o z
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
PÁRAMO
587
de l a m a d r e — m u e r t a p e r o " v i v a " p a r a el h i j o — a t r a v é s de la
m e m o r i a d e l h i j o — ¿ v i v o o m u e r t o ? n o l o sabemos— el t ó p i c o
m e n c i o n a d o deja de estar relacionado exclusivamente con la m u e r te p a r a asociarse con l a v i d a . T r a n s c r i b o l a ú l t i m a p a r t e de l a i n t e r p o l a c i ó n y , e n p a r a d ó j i c o contraste, las palabras de J u a n Prec i a d o que siguen:
"Allí, donde el aire cambia el color de las cosas; donde se ventila la vida
como si fuera un murmullo; como si fuera un puro murmullo de la vida. . . "
— S í , D o r o t e a . M e m a t a r o n los m u r m u l l o s (p. 7 5 ) .
A q u í c o n v i v e n los dos p u n t o s opuestos de l a p o l a r i z a c i ó n v i d a m u e r t e : el t ó p i c o de los m u r m u l l o s a r t i c u l a fluidamente l a i d e n t i ficación de los c o n t r a r i o s , l a i n t e r p e n e t r a c i ó n de m u n d o s d i s t i n tos d e n t r o de u n a r e a l i d a d t o t a l i z a d o r a m á s vasta. Es significativo que l a cita a n t e r i o r se localice en el f r a g m e n t o 37, el " r e m a n s o "
e n t r e las dos partes, d o n d e se revela que J u a n P r e c i a d o y a e s t á
en l a t u m b a . P o r o t r a p a r t e , t a m b i é n es s i g n i f i c a t i v o el hecho de
q u e é s t a sea l a ú l t i m a i n t e r p o l a c i ó n de D o l o r e s que aparece en
el t e x t o : de a q u í en adelante el lector t e n d r á m e n o s dificultades
en aceptar l a c o m u n i c a c i ó n p e r m a n e n t e entre v i d a y m u e r t e ,
ya que se h a revelado q u e el p u n t o de v i s t a desde el c u a l cada
uno de los personajes evoca su v i d a es el de l a m u e r t e . E n este
f r a g m e n t o y a estamos en el " c e n t r o " de l a n o v e l a , en d o n d e se
p r o d u c e " u n a v e r d a d e r a q u i e b r a de las c a t e g o r í a s " .
2 9
3 0
E n p á r r a f o s a n t e r i o r e s se h a tocado o t r o de los m e c a n i s m o s
e m p l e a d o s p o r R u l f o p a r a expresar l a t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s y
la i n t e r p e n e t r a c i ó n de personas, espacios y t i e m p o s : m e refiero
al e m p l e o de las l l a m a d a s expresiones d e í c t i c a s o shifters .
Este
aspecto h a sido a n a l i z a d o c o n g r a n perspicacia en el c i t a d o estudio de B e f u m o B o s c h i , a s í que m e l i m i t a r é a s e ñ a l a r , e n t é r m i n o s
generales, los efectos l o g r a d o s p o r d i c h o e m p l e o . C a b e r e c o r d a r
31
2 9
N o quiero decir que d e s p u é s de este m o m e n t o desaparezca todo efecto
de a m b i g ü e d a d , sino que la a m b i g ü e d a d generada ya no depende principal
o exclusivamente de nuestra incertidumbre frente a la frontera borrosa entre
vida y muerte.
3 0
31
B E F U M O B O S C H I , art.
cit.,
p.
168.
Existen dos estudios fundamentales sobre estas expresiones lingüísticas:
É M I L E BENVENISTE las estudia bajo el nombre de deícticos en Problemas de lingüística general, trad. J u a n A l m e l a , Siglo X X I , M é x i c o , 1971, t. 1, pp. 161¬
206, R O M Á N JAKOBSON las analiza bajo el nombre de shifters en Ensayos de lingüística general, trad. Josep M . Pujol y J e m Cabanes. Origen-Planeta, M é x i c o ,
1986, p p . 307-332.
588
NRFH, X X X V I
ANTHONY STANTON
q u e l a f u n c i ó n n o r m a l de estas expresiones, c u y o referente y sent i d o s ó l o se p u e d e n fijar c o n r e l a c i ó n al acto m i s m o de l a e n u n c i a c i ó n , es l a de designar y a sea al e m i s o r o receptor, y a sea u n a sit u a c i ó n t e m p o r a l o espacial, pero siempre c o n f o r m e a las
circunstancias de l a i n s t a n c i a d i s c u r s i v a . E n l a n o v e l a de R u l f o
aparecen c o n m u c h a frecuencia pares de t é r m i n o s d e í c t i c o s q u e ,
en vez de aclararse s e g ú n l a p r e v i a d e f i n i c i ó n de l a instancia del
discurso, l l e g a n a crear u n efecto de g r a n a m b i g ü e d a d d e b i d o a
la s u p e r p o s i c i ó n de diferentes p l a n o s , a los saltos entre u n t i e m p o espacio y o t r o , o a l a persistente i m p o s i b i l i d a d de d i s t i n g u i r entre
personas, t i e m p o s y espacios. A l h a b l a r del uso de los adverbios
de l u g a r en R u l f o , B e f u m o B o s c h i observa que é s t o s , " a pesar
de estar u t i l i z a d o s insistentemente c o n l a aparente i n t e n c i o n a l i d a d de u b i c a r en el espacio, e n r e a l i d a d l o g r a n l a i n d e t e r m i n a c i ó n l o c a l " . E n l u g a r de precisar u n a i d e n t i d a d t e m p o r a l o esp a c i a l específica, los t é r m i n o s a q u í o a c á / a l l á , este / aquel, esto o
eso / aquello, a d e n t r o / afuera, a r r i b a / abajo, ahora / entonces,
c o m u n i c a n u n a d e s o r i e n t a c i ó n y d e s u b i c a c i ó n en las cuales las
coordenadas temporales y espaciales p i e r d e n los c o n t o r n o s de r í g i d a d e m a r c a c i ó n que h a b í a n t e n i d o en l a n o v e l a c l á s i c a d e l real i s m o d e c i m o n ó n i c o , p a r a r e l a t i v i z a r s e y volverse vagos, a m b i guos y s e m á n t i c a m e n t e m u l t i d i r e c c i o n a l e s .
M u c h o s c r í t i c o s h a n h a b l a d o de l a presencia, sobre t o d o en
l a segunda p a r t e de l a n o v e l a , de u n n a r r a d o r o m n i s c i e n t e en tercera persona que r e p r e s e n t a r í a u n a f o r m a de contraste con el m o n ó l o g o y el d i á l o g o que t i e n d e n a p r e d o m i n a r en R u l f o . S i n e m b a r g o , esta o b j e t i v i d a d de u n n a r r a d o r o m n i s c i e n t e raras veces
se d a en Pedro Páramo. C o n m u c h a frecuencia l o que parece ser
u n n a r r a d o r e x t r a d i e g é t i c o , s i t u a d o fuera de l a h i s t o r i a relatada,
r e s u l t a ser u n n a r r a d o r q u e a s u m e el p u n t o de v i s t a de a l g u n o
de los personajes, r e l a t i v i z á n d o s e de esta m a n e r a su supuesta obj e t i v i d a d . E n el f r a g m e n t o 8, p o r e j e m p l o , u n a p r i m e r a l e c t u r a
nos l l e v a a creer que se t r a t a de u n n a r r a d o r o m n i s c i e n t e , y a s í
lo h a a f i r m a d o e r r ó n e a m e n t e u n c r í t i c o , pero l a e x p r e s i ó n d e í c t i c a " a c á a d e n t r o " nos o b l i g a a r e c t i f i c a r esta s u p o s i c i ó n : " L a
l l u v i a se c o n v e r t í a e n b r i s a . O y ó : « E l p e r d ó n de los pecados y l a
r e s u r r e c c i ó n de l a carne. A m é n » . Eso era a c á a d e n t r o , donde unas
3 2
3 3
3 2
3 3
B E F U M O B O S C H I , art.
cit.,
p.
149.
E n su esquema de funcionamiento del narrador, GONZÁLEZ B o i x o identifica al narrador en tercera persona que inicia el fragmento 8 con u n narrador
en grado de omnisciencia (Claves narrativas. . . , p . 161).
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
PÁRAMO
589
m u j e r e s rezaban el final del r o s a r i o " ( p . 2 1 ) . A s i m i s m o , al final
d e l f r a g m e n t o 23, que consta de u n d i á l o g o entre F u l g o r S e d a ñ o
y P e d r o P á r a m o , aparece esta d e s c r i p c i ó n e n i g m á t i c a que o b l i g a
al l e c t o r a i n f e r i r que el p u n t o de v i s t a a d o p t a d o p o r el n a r r a d o r
es, c o m o en l a cita a n t e r i o r , el de a l g u n o de los personajes: " E l
cielo era t o d a v í a azul. H a b í a pocas nubes. E l aire soplaba allá a r r i b a , a u n q u e a q u í abajo se c o n v e r t í a en c a l o r " ( p p . 5 3 - 5 4 ) .
A l g o estrechamente r e l a c i o n a d o c o n las expresiones d e í c t i c a s
es el uso de los t i e m p o s verbales. P a r a v e r los efectos de su e m pleo v o l v e r é a c i t a r el pasaje a n a l i z a d o c u a n d o se h a b l ó de l a p r i m e r a s u s t i t u c i ó n de la novela, l a i d e n t i f i c a c i ó n s i m b ó l i c a entre J u a n
P r e c i a d o y su m a d r e . Es l a p r i m e r a o c a s i ó n en que aparecen los
t i e m p o s verbales del presente en l a n a r r a c i ó n del p r o t a g o n i s t a :
34
Y o imaginaba ver aquello a través de los recuerdos de m i madre; de su nostalgia, entre retazos de suspiros. Siempre vivió ella
suspirando por C ó m a l a , por el retorno; pero j a m á s volvió. A h o r a
yo vengo en su lugar. Traigo los ojos con que ella m i r ó estas cosas
porque me dio sus ojos para ver (p. 8).
E l c a m b i o a b r u p t o al t i e m p o v e r b a l del presente en l a cita anter i o r p l a n t e a u n p r o b l e m a de i n t e r p r e t a c i ó n , puesto que si b i e n
el l e c t o r se i d e n t i f i c a desde el p r i n c i p i o d e l t e x t o c o n el n a r r a d o r personaje J u a n Preciado, q u i e n v a n a r r a n d o en t i e m p o p r e t é r i t o
y c o p r e t é r i t o su llegada a C ó m a l a , de repente se tiene que e x p l i car el sentido de este c a m b i o en los t i e m p o s verbales. ¿ A q u é se
refiere el t é r m i n o d e í c t i c o " a h o r a " ? ¿ A q u é t i e m p o a p u n t a n los
verbos " v e n g o " y " t r a i g o " ? ¿ C u á l es l a u b i c a c i ó n t e m p o r a l y esp a c i a l del protagonista? E n este m o m e n t o el l e c t o r n o tiene resp u e s t a a sus dudas y s ó l o a l a m i t a d d e l l i b r o , c u a n d o se revela
q u e J u a n P r e c i a d o e s t á d i a l o g a n d o c o n D o r o t e a en l a t u m b a com ú n , p o d r á explicarse r e t r o s p e c t i v a m e n t e estos c a m b i o s que en
u n p r i n c i p i o desentonan y que R u l f o v a i n t r o d u c i e n d o s u t i l m e n te e n l a n a r r a c i ó n . A s í , los t i e m p o s verbales d e l presente se refier e n a l t i e m p o eterno del p e r p e t u o presente que es l a m u e r t e : u n
3 4
E n este sentido tiene r a z ó n G O N Z Á L E Z B o i x o cuando afirma que "generalmente resulta m u y difícil diferenciar esta tercera persona a nivel de o m nisciencia de la que se sitúa a nivel equisciente; de u n comienzo omnisciente
se suele pasar de forma sutil al nivel equisciente" (ibid., p . 131). Es una lástim a que el crítico no se atenga a sus propios lincamientos (véase nota 33). L a
dificultad consiste invariablemente en saber cuál es el punto de vista que se
e s t á adoptando cuando se emplea la tercera persona en grado de equisciencia.
590
ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
t i e m p o t o t a l y a b a r c a d o r que p e r m i t e r e c o n s t r u i r el pasado desde
l a perspectiva sin l í m i t e s de l a m u e r t e , en l a cual c o n f l u y e n todos
los t i e m p o s y todos los espacios. Es c u r i o s o n o t a r que los t i e m p o s
presentes que aparecen en las i n t e r p o l a c i o n e s de D o l o r e s Preciad o , de P e d r o P á r a m o y de Susana San J u a n , a u n q u e aparentem e n t e e v o q u e n recuerdos de hechos o c u r r i d o s en el pasado, tien e n el efecto de e t e r n i z a r sensaciones m o m e n t á n e a s e i m p r e s i o n e s
fugaces. Estas sensaciones p r e t é r i t a s se e t e r n i z a n en l a m e m o r i a
y al ser evocadas c o b r a n el c a r á c t e r ideal de esencias i n a l c a n z a bles, cristalizaciones a b s t r a í d a s del fluir t e m p o r a l .
T e n e m o s a s í , a p r i m e r a vista, dos t i e m p o s diferentes en l a nar r a c i ó n : u n t i e m p o p r e t é r i t o y sus v a r i a c i o n e s , que c a p t a n hechos
concretos, e s p e c í f i c o s y p a r t i c u l a r e s , y u n t i e m p o presente q u e en
todas sus vertientes ( l a e v o c a c i ó n l í r i c a de las i n t e r p o l a c i o n e s ; los
datos p s í q u i c o s i n m e d i a t o s en los m o n ó l o g o s ; las acciones h a b i tuales que se r e p i t e n e t e r n a m e n t e ) p r o v o c a resonancias q u e escap a n a las coordenadas convencionales de t i e m p o y espacio. E l presente expresa l a i n d e t e r m i n a c i ó n y l a u b i c u i d a d de l o e t e r n o
m i e n t r a s que el pasado es el i n s t r u m e n t o de e x p r e s i ó n de las acciones concretas realizadas en l a v i d a . Este contraste y o p o s i c i ó n
e n t r e u n estar e s t á t i c o , p a s i v o , que flota p e r m a n e n t e m e n t e susp e n d i d o fuera del flujo t e m p o r a l , y u n hacer d i n á m i c o y a c t i v o ,
acabado y finito, que r e l a t a lo o c u r r i d o d e n t r o de l a s u c e s i ó n hist ó r i c a , se corresponde c o n otras polarizaciones duales en l a n o v e l a .
T o m a n d o e n c u e n t a l o a n t e r i o r , n o resulta t a n i l ó g i c a l a afirm a c i ó n de J u a n P r e c i a d o en el sentido de que su m a d r e m u e r t a
a ú n vive:
[. . . ] sentí que el pueblo vivía. Y que si yo escuchaba solamente
el silencio, era porque a ú n no estaba acostumbrado al silencio; tal
vez porque m i cabeza v e n í a llena de ruidos y de voces.
De voces, sí. Y a q u í , donde el aire era escaso, se o í a n mejor.
Se quedaban dentro de uno, pesadas. M e a c o r d é d é l o que me hab í a dicho m i madre: "Allá me oirás mejor. Estaré más cerca de ti. Encon. trarás más cercana la voz de mis recuerdos que la de mi muerte, si es que algu-
na vez la muerte ha tenido alguna voz '. M i m a d r e . . . la viva (pp. 13-14).
L a m a d r e " v i v e " e n l a m e d i d a e n que el h i j o r e c u e r d a y a c t u a l i za ( a t e m p o r a l i z a ) e n u n presente eterno l a voz m a t e r n a , proyect a d a hacia el f u t u r o desde u n pasado que es i r r e c u p e r a b l e salvo
a t r a v é s de l a e v o c a c i ó n e n l a m e m o r i a . E n t o d a l a n o v e l a las v o ces de los m u e r t o s persisten c o m o ecos encerrados que se p r o l o n -
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
PÁRAMO
591
g a n i n f i n i t a m e n t e e n resonancias que atraviesan el t i e m p o y el
espacio. Esta i n d e t e r m i n a c i ó n t e m p o r a l y espacial es l o que d e b i l i t a y d i f i c u l t a el c ó d i g o realista de l e c t u r a , a l a vez que nos sugiere o t r a clase de espacio y de t i e m p o , m á s cercana, al r e i n o de l o
mítico.
Q u e d a p o r d e s c r i b i r l o que t a l vez c o n s t i t u y e , en el p l a n o tem á t i c o , l a m á s o b v i a m a n i f e s t a c i ó n del t e m a c e n t r a l de l a t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s : m e refiero al desprecio p o r l a i d e n t i d a d ajena
y p o r el l í m i t e que i m p l i c a el freno de l a ley, a esa e x p a n s i ó n v i o l e n t a h a c i a el e x t e r i o r q u e se n o t a en los personajes de P e d r o P á r a m o y su hijo/reflejo M i g u e l . L a t r a n s g r e s i ó n tiene a q u í u n sign i f i c a d o m a r c a d a m e n t e social. P e d r o P á r a m o , el cacique y
p a t r i a r c a social, v a d e s t r u y e n d o t o d o l o que es b a r r e r a p a r a sus
deseos e i n s t i n t o s , a p o d e r á n d o s e de tierras ajenas, p i s o t e a n d o los
derechos de o t r o s . Basten dos ejemplos: en ambos l a d i v i s i ó n de
la p r o p i e d a d es representada p o r el t é r m i n o " l i e n z o " , y e n los
dos es Pedro P á r a m o el q u e i n i c i a el d i á l o g o c o n F u l g o r :
— ¿ C o n q u é sale ahora el Aldrete?
—Cuestión de límites. Él ya m a n d ó cercar y ahora pide que echemos el lienzo que falta para hacer la división.
—Eso déjalo para d e s p u é s . N o te preocupen los lienzos. N o hab r á lienzos. L a tierra no tiene divisiones (p. 49).
— D e r r u m b a los
• — ¿ Y las leyes?
— ¿ C u á l e s leyes,
a hacer nosotros (p.
lienzos si es preciso.
.
Fulgor? L a ley de ahora en adelante la vamos
53).
T o d o se le presenta c o m o objeto que debe poseer o l i q u i d a r : el
d e s p o t i s m o p o l í t i c o es t a m b i é n d e s p o t i s m o sexual. E l p o d e r y el
deseo parecen n o conocer l í m i t e s y h a y , en el p l a n o e x t e r i o r , u n a
e x p a n s i ó n constante del sujeto que debe d o m i n a r p a r a crecer. Pero
t a m b i é n surge el d u a l i s m o q u e se h a n o t a d o en este personaje en
q u i e n l a b r u t a l i d a d y v i o l e n c i a exteriores del cacique se y u x t a p o n e n a l a sensibilidad y e n s o ñ a c i ó n interiores del e n a m o r a d o . Pedro P á r a m o es al m i s m o t i e m p o el p o d e r v o r a z y el a n h e l o i d e a l ,
la c r u e l d a d c í n i c a y l a f r a g i l i d a d s e n t i m e n t a l , el a t r o p e l l o sexual
35
3 5
Este dualismo antitético en el personaje lo señaló por primera vez C A R LOS B L A N C O A G U I N A G A en " R e a l i d a d y estilo de J u a n R u l f o " , Nueva novela latinoamericana, ed. Jorge Lafforgue, P a i d ó s , Buenos Aires, 1976, t. 1, p p . 85¬
113 [ a r t í c u l o publicado originalmente en 1955].
592
ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
y el deseo r o m á n t i c o y c a t ó l i c o de u n a m o r e s p i r i t u a l . E x i s t e , sin
e m b a r g o , u n l í m i t e s i e m p r e i n f r a n q u e a b l e en l a persona de Susan a San J u a n , descrita p o r P e d r o P á r a m o c o m o " l a m u j e r m á s
h e r m o s a q u e se h a d a d o sobre l a t i e r r a " ( p . 109) y que q u e d a
s i e m p r e m á s a l l á de su p o d e r .
Es s i n t o m á t i c a esta a m b i v a l e n c i a de P e d r o P á r a m o en el á m b i t o e r ó t i c o : desprecia l o que puede poseer m i e n t r a s que anhela
lo que e s t á fuera de su alcance. C o m o en el c o n t e x t o c u l t u r a l del
c a t o l i c i s m o , l a figura f e m e n i n a o s c ü a entre los dos extremos de
la p r o s t i t u t a y l a v i r g e n , pasando p o r l a figura i n t e r m e d i a de l a
m a d r e . Este respeto p o r lo p u r o , l o v i r g i n a l y lo i n a l c a n z a b l e se
t r a d u c e en u n a i d e a l i z a c i ó n e s p i r i t u a l del objeto deseado, con m a tices m a r c a d a m e n t e religiosos, c o m o se aprecia en el siguiente m o n ó l o g o de P e d r o , d o n d e l a e l e v a c i ó n e i n f i n i t a l e j a n í a del objeto
de deseo t i e n e n su c o r r e s p o n d e n c i a r e c í p r o c a p e r o inversa en l a
i m p o t e n c i a del sujeto deseante:
" A centenares de metros, encima de todas las nubes, m á s , m u cho m á s allá de todo, estás escondida t ú , Susana. Escondida en la
inmensidad de Dios, d e t r á s de su D i v i n a Providencia, donde yo no
puedo alcanzarte n i verte y adonde no llegan mis palabras" (p. 19)
36
H e c h o a l a i m a g e n d e l p a d r e , M i g u e l e j e m p l i f i c a las m i s m a s
f o r m a s de pisotear derechos ajenos, de n o reconocer l í m i t e s a sus
p r o p i o s deseos: el asesinato y l a v i o l a c i ó n . N o es f o r t u i t o que M i guel e n c u e n t r e l a m u e r t e s i m b ó l i c a m e n t e al t r a n s g r e d i r u n l í m i t e
establecido p o r el p a d r e , c o m o si q u i s i e r a e f e c t i v a m e n t e s u s t i t u i r l o , i n f r i n g i e n d o el espacio d e m a r c a d o p o r l a b a r r e r a de la a u t o r i d a d p a t e r n a : " « S ó l o b r i n q u é el l i e n z o de p i e d r a que ú l t i m a m e n t e
m a n d ó p o n e r m i p a d r e » " ( p . 3 1 ) . L a r e l a c i ó n q u e M i g u e l hace
a E d u v i g e s de su m u e r t e ofrece u n a extensa g a m a de i n t e r r e l a c i o nes c o n otros ejes significativos de l a n o v e l a :
—Se me p e r d i ó el pueblo. H a b í a mucha neblina o humo o
no sé q u é ; pero sí sé que Contla no existe. F u i m á s allá, según mis
3 6
L a i d e a l i z a c i ó n r o m á n t i c a de la mujer, hasta convertirla en valor absoluto e inalcanzable, no sólo se nota en las relaciones entre Pedro y Susana,
sino t a m b i é n en el caso de D a m i a n a Cisneros, la muchacha que no abre la
puerta cuando el cacique toca durante la noche: " P e d r o P á r a m o j a m á s regresó con ella. / Por eso ahora, cuando era la caporala de todas las sirvientas de
la M e d i a L u n a , por haberse dado a respetar, ahora, que estaba ya vieja, todavía pensaba en aquella noche cuando el p a t r ó n le dijo: « ¡ Á b r e m e la puerta,
D a m i a n a ! » " ( p . 136)
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS E N PEDRO
PÁRAMO
593
cálculos, y no encontré nada. Vengo a contártelo a t i , porque tú me
comprendes. Si se lo dijera a los d e m á s de C ó m a l a d i r í a n que estoy
loco, como siempre han dicho que lo estoy ( p . 30).
E l h u m o y l a n i e b l a f u n c i o n a n a q u í c o m o e n otras partes o p e r a n
l a o s c u r i d a d , la ausencia de perfiles delineados, e n fin, t o d o l o
q u e crea el a m b i e n t e de m i s t e r i o y c o n f u s i ó n , y q u e expresa l a
i m p o s i b i l i d a d de o í r o v e r c l a r a m e n t e , t r a d u c i é n d o s e de esta m a n e r a e n u n a de las p r i n c i p a l e s fuentes de a m b i g ü e d a d p a r a el lect o r y los p r o p i o s personajes. A d e m á s , es r e v e l a d o r a l a a s o c i a c i ó n ,
establecida p o r M i g u e l y c o n f i r m a d a p o r E d ü v i g e s , entre l a m u e r t e
y l a l o c u r a . C o m o en el caso de Susana, l a l o c u r a significa l a m i s m a i m p o s i b i l i d a d de d i s t i n g u i r , significa l a c o n f u s i ó n entre sujet o y o b j e t o , l a ausencia de d e m a r c a c i ó n q u e p r o p i c i a l a constante
t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s .
F i n a l m e n t e llegamos a u n a ú l t i m a clase de s u s t i t u c i ó n : se t r a t a d e l personaje q u e " t o m a el l u g a r " y asume el p a p e l de o t r o .
E n este caso n o existe, a l parecer, n i n g ú n lazo b i o l ó g i c o — r e a l
o deseado—, n i n g ú n deseo, s u e ñ o o p r o y e c c i ó n p s i c o l ó g i c a , a l m e nos e n u n n i v e l consciente, sino s i m p l e m e n t e u n i n t e r c a m b i o o
i d e n t i f i c a c i ó n de papeles. A q u í , e n esta clase, se s i t ú a el e x t r a ñ o
caso d e E d u v i g e s q u i e n , c u a n d o n a d i e a s u m e l a p a t e r n i d a d de su
h i j o , se d e c l a r a s i m u l t á n e a m e n t e m a d r e y p a d r e d e l n i ñ o . L a n a r r a c i ó n d e l hecho corre a cargo de su h e r m a n a M a r í a y aparece
intercalada en u n m o n ó l o g o del padre R e n t e r í a que empieza así:
T o d a v í a tengo frente a mis ojos la mirada de M a r í a Dyada, que
v i n o a pedirme salvara a su hermana Eduviges:
—Ella sirvió siempre a sus semejantes. Les dio todo lo que tuvo.
Hasta les dio u n hijo, a todos. Y se los puso enfrente para que alguien lo reconociera como suyo; pero nadie lo quiso hacer. Entonces les dijo: «En ese caso yo soy t a m b i é n su padre, aunque por casualidad haya sido su m a d r e » ( p . 41).
S i n e m b a r g o , p a r a estudiar m e j o r esta clase de s u s t i t u c i ó n v o y
a c e n t r a r m e e n dos secuencias: l a de l a p a r e j a incestuosa y l a q u e
t r a t a d e Susana San J u a n . L a p r i m e r a es u n episodio e x t r a ñ o y
e n i g m á t i c o que ha dado lugar a muchas interpretaciones
s i m b ó l i c a s . E n esta secuencia, q u e a b a r c a desde el f r a g m e n t o
3 7
3 7
L a s m á s convincentes de estas interpretaciones e s t á n en el estudio y a
citado de B E F U M O B O S C H I , y en G E O R G E R O N A L D F R E E M A N , Paradise
in Rulfo's
1970.
"Pedro Páramo":
andfall
Archetype and structural unity, C I D O C , Cuernavaca,
ANTHONY STANTON
594
NRFH, X X X V
30 al 36, l a p e r p l e j i d a d , c o n f u s i ó n e i n c e r t i d u m b r e de J u a n P r e
c i a d o c u l m i n a n en u n a e x p e r i e n c i a q u e , si n o representa l a m u e r
te d e l personaje, c o n s t i t u y e al menos u n a especie de r i t o de pasa
j e e n t r e estados o n t o l ó g i c o s diferentes, l o c u a l i m p l i c a r í a u n a c
v a r i a s m u e r t e s s i m b ó l i c a s . L a c o n f u s i ó n de J u a n y su d i f i c u l
t a d , c o m p a r t i d a p o r el lector, p a r a establecer u n a l í n e a d i v i s o r i ;
entre la vida y la muerte, desembocan a q u í en una indeterrnina
c i ó n p s i c o l ó g i c a y s i m b ó l i c a de g r a n r i q u e z a . Si existe e n el libre
u n a constante t e n s i ó n entre los polos opuestos de u n d u a l i s m o
es en esta secuencia d o n d e l a c o n v e r g e n c i a de los dos polos s o b n
el m i s m o eje v e r t i c a l l i e g a a c o n f o r m a r u n v e r d a d e r o c e n t r o simb ó l i c o que i r r a d i a haces de significados plurales y a m b i g u o s , come
resonancias de ondas c o n c é n t r i c a s que salen y regresan a u n n ú cleo s e m á n t i c o .
A l e n t r a r el p r o t a g o n i s t a en l a casa de ios h e r m a n o s incestuosos el s i m b o l i s m o r e l i g i o s o , presente e n t o d o el l i b r o , se a c e n t ú a .
L a p a r e j a se nos presenta i n i c i a l m e n t e c o m o los habitantes de u n a
i n o c e n c i a e d é n i c a : el h o m b r e desnudo y l a m u j e r t a m b i é n , " c o m e
D i o s l a e c h ó al m u n d o " ( p . 6 1 ) . U n a a n t i g u a t r a d i c i ó n h a d a d o
al m i t o l o g e m a de l a casa u n v a l o r s i m b ó l i c o c o m o c e n t r o c ó s m i co, espacio p r i m o r d i a l de l a c o s m o g o n í a y p u n t o de i n t e r s e c c i ó n
de todos los c a m i n o s . S e g ú n G i l b e r t D u r a n d , l a casa r e ú n e las
ideas de t i e r r a v cielo, v i e n t r e m a t e r n o y sepulcro, p a r a í s o e
i n f i e r n o . Si el s i m b o l i s m o t r a d i c i o n a l s u b r a y a la n o c i ó n de c o n v e r g e n c i a q u e es s i m u l t á n e a m e n t e o r i g e n y destino, R u l f o d a form a a esta idea m e d i a n t e l a c o n f u s i ó n de coordenadas t e m p o r a l e s
y espaciales. A s í , c u a n d o J u a n le p r e g u n t a a l a m u j e r : " ¿ C u á n t o
hace que e s t á n ustedes a q u í ? " , ella contesta: " D e s d e siempre. A q u í
n a c i m o s " ( p . 6 6 ) . E l t i e m p o se h a v u e l t o eterno, m i e n t r a s q u e
el espacio g e o g r á f i c o h a cobrado u n a i n d e t e r m i n a c i ó n p l u r i v a l e n t e :
3 8
39
4 0
— H a y m u l t i t u d de caminos. H a y uno que va para Contla; otro
que viene de allá. O t r o m á s que enfila derecho a la sierra. Ése que
se m i r a desde a q u í , que no sé para d ó n d e i r á — y me señaló con
sus dedos el hueco del tejado, allí donde el techo estaba roto—. Este
3 8
Sobre las muertes simbólicas v é a n s e los a r t í c u l o s de B E F U M O B O S C H I y
BOLDY.
3 9
V é a s e D U R A N D , op. cit, pp. 274-281.
C o m p á r e n s e las connotaciones religiosas del adverbio temporal que
aparece en la siguiente e n u n c i a c i ó n de la mujer: " A q u í donde me ve, a q u í
he estado sempiternamente. . . " (p. 66).
4 0
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S EN PEDRO
PÁRAMO
595
otro de por a c á , que pasa por l a M e d i a L u n a . Y hay otro m á s , que
atraviesa toda l a tierra y es el que va m á s lejos (p. 65).
L a casa de los h e r m a n o s r e p r e s e n t a u n espacio i n v e r t i d o e n
el c u a l l o de a r r i b a y l o de abajo, l o i n t e r i o r y l o e x t e r i o r , se c o n f u n d e n de l a m i s m a f o r m a e n q u e se t o c a n los p u n t o s c a r d i n a l e s .
D e a h í " e l techo en el s u e l o " ( p . 6 1 ) q u e p e r m i t e v e r l a l u n a y
las estrellas en u n " a l l á a r r i b a " q u e i m p l i c a necesariamente u n
" a q u í a b a j o " . Sobre este eje v e r t i c a l q u e atraviesa el " c e n t r o " ,
se u n e n los tres espacios c ó s m i c o s d e l cielo, l a t i e r r a y el i n f i e r n o ,
e n u n p a r a í s o i n f e r n a l q u e existe e n esta t i e r r a . Es u n espacio e d é n i c o i n v e r t i d o , d o m i n a d o p o r el pecado o r i g i n a l v el s e n t i m i e n t o
a g ó n i c o de c u l p a " . L a m u j e r , t a n a r q u e t í p i c a que carece de n o m b r e p r o p i o y que el l e c t o r conoce solamente p o r su papel b i o l ó g i co y social c o m o l a h e r m a n a y a m a n t e de D o n i s , hace referencias
tangenciales al t a b ú d e l acto sexual, acto que e n su caso es s i n ó n i m o del incesto f u n d a d o r que n o puede ser n o m b r a d o sino m e d i a n t e
e u f e m i s m o s y alusiones i n d i r e c t a s , p r o c e d i m i e n t o s de s u s t i t u c i ó n
r e t ó r i c o s p o r excelencia. T r a n s c r i b o el f r a g m e n t o relevante del d i á l o g o e n t r e l a m u j e r y su h e r m a n o :
— M i r a , se mueve. ¿ T e fijas c ó m o se revuelca? Igual que si lo
z a n g o l o t e a r a n por d e n t r o . L o sé porque a m í m e h a sucedido.
— ¿ Q u é te h a sucedido a ti?
-Aquello.
— N o sé de q u é hablas.
— N o h a b l a r í a si no m e acordara a l ver a ése, r e b u l l é n d o s e , de
lo q u e m e sucedió a m í l a primera vez que lo hiciste. Y de c ó m o
m e dolió y de lo mucho que m e a r r e p e n t í de eso.
— ¿ D e cuál eso?
—De c ó m o me sentía apenas me hiciste aquello, que aunque
tú no quieras yo supe que estaba m a l hecho (p. 63).
L a c o n c i e n c i a de c u l p a y r e m o r d i m i e n t o es t a n p r o n u n c i a d a
q u e a l u d e i n e v i t a b l e m e n t e a l a n o c i ó n del pecado o r i g i n a l m o t i v a d o p o r l a t r a n s g r e s i ó n de l a p r o h i b i c i ó n d i v i n a . E n u n a declar a c i ó n escalofriante, l a m u j e r le dice a J u a n P r e c i a d o : " ¿ N o m e
4 1
E n este punto me opongo a la i n t e r p r e t a c i ó n de B E F U M O B O S C H I , quien
ve en la casa u n espacio p a r a d i s í a c o , u n " P a r a í s o t e r r e n a l " (art. c i t . , p. 186).
M e parece que la casa es t a m b i é n u n espacio infernal, dominado por el pecado y el sufrimiento. E l mitologema de la casa, como m a n i f e s t a c i ó n del centro
sagrado, comparte la ambivalencia radical de lo sagrado.
596
ANTHONY STANTON
NRFH, X X X V I
ve el pecado? ¿ N o ve esas m a n c h a s m o r a d a s c o m o de j i o t e q u e
m e l l e n a n de a r r i b a abajo? Y eso es s ó l o p o r fuera; p o r d e n t r o
estoy hecha u n m a r de l o d o ' ' ( p p . 6 6 - 6 7 ) . E l proceso de m e t a f o r i z a c i ó n es t í p i c a m e n t e r u l f i a n o en c u a n t o v a de l o abstracto a l o
c o n c r e t o y m a t e r i a l : l o e x t e r i o r f u n c i o n a c o m o m a n i f e s t a c i ó n física de u n estado i n t e r i o r , de u n a c u a l i d a d esencial. Se ve c ó m o ,
en R u l f o , l a m e t á f o r a sirve i n v a r i a b l e m e n t e p a r a m e d i a r , c o n c i liar y unir categorías convencionalmente incomunicadas .
Esta m i s m a m u j e r , c a r c o m i d a p o r d e n t r o p o r l a c u l p a del pecado, hace referencia al i n e v i t a b l e incesto o r i g i n a l : " E s t á b a m o s
t a n solos a q u í , que los ú n i c o s é r a m o s nosotros. Y de a l g ú n m o d o
h a b í a que p o b l a r el p u e b l o " ( p . 6 8 ) . A c o n t i n u a c i ó n le c u e n t a a
J u a n P r e c i a d o c ó m o el obispo n o q u i s o casarlos, n e g á n d o l e s l a
a b s o l u c i ó n , y a q u í se m a n i f i e s t a l a a t m ó s f e r a de c o n d e n a y sufrim i e n t o que prevalece e n el u n i v e r s o de R u l f o , u n i v e r s o d o n d e n o
t i e n e n reposo n i las conciencias c o r p ó r e a s n i las á n i m a s en p e n a
disociadas del c u e r p o : " Y é s a es l a cosa p o r l a que esto e s t á l l e n o
de á n i m a s ; u n p u r o v a g a b u n d e a r de gente que m u r i ó sin p e r d ó n
y q u e n o l o c o n s e g u i r á de n i n g ú n m o d o , m u c h o menos v a l i é n d o se de n o s o t r o s " ( p . 6 8 ) .
42
¿ Q u é p a p e l d e s e m p e ñ a J u a n P r e c i a d o en este espacio p a r a d i s í a c o q u e se h a v u e l t o i n f e r n a l ? A l e n t r a r e n l a casa, él e n t r a e n
ese o t r o m u n d o . Es m á s : p a r a e n t r a r p l e n a m e n t e debe s u s t i t u i r
a u n o de los h e r m a n o s incestuosos y t o m a r su p a p e l . R e f i r i é n d o se a J u a n , l a m u j e r dice a D o n i s : " L e d i r é a ese f u l a n o que v e n g a
a acostarse a q u í c o n t i g o , e n el l u g a r q u e y o v o y a d e j a r l e " ( p . 6 4 ) .
L a s u s t i t u c i ó n se realiza d e s p u é s , p e r o e n f o r m a i n v e r t i d a , c u a n d o J u a n , despojado de su i n d i v i d u a l i d a d y c o n v e r t i d o e n el anon i m a t o de "ese f u l a n o " , se acuesta n o c o n el h e r m a n o sino c o n
l a h e r m a n a , asumiendo a s í el papel incestuoso, i d e n t i f i c á n d o s e c o n
el p r i m e r h o m b r e a d á n i c o , d i s o l v i é n d o s e en ese estado a c u á t i c o
d o n d e se b o r r a n los c o n t o r n o s d e l i n d i v i d u o , a h o g á n d o s e en ese
l o d o m e t a f ó r i c o que y a se h a b í a asociado c o n el pecado o r i g i n a l :
El calor me hizo despertar al filo de la medianoche. Y el sudor. E l
cuerpo de aquella mujer hecho de tierra, envuelto en costras de tierra, se desbarataba como si estuviera d e r r i t i é n d o s e en u n charco de
lodo. Y o me sentía nadar entre el sudor que chorreaba de ella y me
faltó el aire que se necesita para respirar. Entonces me levanté. L a
mujer d o r m í a . De su boca borbotaba u n ruido de burbujas m u y
parecido al del estertor (p. 74).
4 2
Dejo el análisis de las figuras r e t ó r i c a s para u n trabajo posterior.
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S E N PEDRO
PÁRAMO
597
¿ Q u é se puede d e d u c i r de esto? A q u í estamos necesariamente
e n el t e r r e n o de las i n t e r p r e t a c i o n e s s i m b ó l i c a s , p e r o n o me parece exagerado d e c i r q u e l a b ú s q u e d a del p a d r e , de l a i d e n t i d a d y
d e l o r i g e n c u l m i n a en el incesto y l a m u e r t e , en el d e s c u b r i m i e n to de u n a o r f a n d a d c o l e c t i v a en l a c u a l las i n f i n i t a s sustituciones
a s e g u r a n m ú l t i p l e s d u p l i c a c i o n e s de l a figura m a t e r n a p a r a sup l i r a l padre ausente, asesinado p o r su p r o p i o h i j o . C u a n d o J u a n
a s u m e el p a p e l del incestuoso, a c o s t á n d o s e c o n l a m u j e r a r q u e t í p i c a , su a c c i ó n tiene u n c o m p l e m e n t o s i m é t r i c o en el p a r r i c i d i o
q u e r e a l i z a su h e r m a n o y d o b l e , A b u n d i o : t a n t o el incesto c o m o
el p a r r i c i d i o son transgresiones q u e t i e n e n a q u í el objeto de e l i m i n a r al p a d r e . Si A b u n d i o e f e c t i v a m e n t e e l i m i n a a Pedro P á r a m o , s e r á J u a n Preciado el e n c a r g a d o de d e s c u b r i r las consecuencias c a ó t i c a s de esta ausencia que p o n e en m o v i m i e n t o l a
p e r m u t a c i ó n de papeles.
A p a r t i r de este m o m e n t o , ese y o , ese i n d i v i d u o que se l l a m a
J u a n P r e c i a d o , se disuelve e n l a p l u r a l i d a d de voces, ecos y m u r m u l l o s (algunos i d e n t i f i c a d o s , otros a n ó n i m o s ) que c o n s t i t u y e n
l a c o l e c t i v i d a d social. E n este a n o n i m a t o J u a n e n c u e n t r a su verd a d e r a i d e n t i d a d , n o c o m o u n i n d i v i d u o a c t i v o sino c o m o u n a
f u n c i ó n l i n g ü í s t i c a pasiva, u n r e c e p t o r de mensajes, u n a voz ent r e m u c h a s . I n c l u s o desde u n p u n t o de v i s t a t é c n i c o , l a v o z p r i v i l e g i a d a del n a r r a d o r - p e r s o n a j e q u e es J u a n P r e c i a d o en l a p r i m e r a m i t a d , v a cediendo l u g a r a las otras voces que de a q u í en
a d e l a n t e se a p o d e r a n del espacio t e x t u a l , p r o v o c a n d o l a m u e r t e
de J u a n c o m o i n d i v i d u o y q u i t á n d o l e el p r i v i l e g i o del p u n t o de
v i s t a n a r r a t i v o . E n adelante n o s e r á el h i j o q u e busca a su p a d r e
a t r a v é s de u n a s u c e s i ó n de figuras m a t e r n a s , n o s e r á el n a r r a d o r
c o n el cual se identifica el lector en su p e r e g r i n a c i ó n hacia la m u e r te, sino u n a caja de resonancias a t r a v é s de l a cual h a b l a n las otras
voces de C ó m a l a . C a b e s u b r a y a r q u e este espacio de encuent r o c o l e c t i v o es de consistencia l i n g ü í s t i c a : u n t e j i d o de voces que
se e n t r e c r u z a n en aparente desorden c r o n o l ó g i c o y que carecen
de u n a u b i c a c i ó n espacial precisa, a pesar de estar encerradas e n
l a soledad sepulcral del m o n ó l o g o . E n el " r e m a n s o " c o n s t i t u i d o
p o r el f r a g m e n t o 3 7 , el que hasta ese m o m e n t o h a b í a sido el p r o tagonista declara r o t u n d a m e n t e : " — E s cierto, Dorotea. M e mat a r o n los m u r m u l l o s " ( p . 75).
4 3
4 3
L a t r a n s f o r m a c i ó n del narrador en "escucha" o "caja de resonancias"
se apunta en ROBERTO E C H A V A R R E N , "Pedro Páramo: la muerte del n a r r a d o r " ,
Mi,
1981, n ú m s . 13 / 14, 111-125.
598
A N T H O N Y STANTON
NRFH, X X X V I
Pero d o n d e se p e r c i b e n c o n m a y o r c l a r i d a d las i n t e r r e l a c i o nes entre connotaciones s i m b ó l i c a s y aspectos formales es e n l a
y a m e n c i o n a d a segunda secuencia, l a que llega a d o m i n a r l a n o vela y que g i r a a l r e d e d o r de l a figura de Susana San J u a n , l a m u j e r loca que p e r m a n e c e al m a r g e n d e l p o d e r de P e d r o P á r a m o .
Se h a s e ñ a l a d o que las i n t e r p o l a c i o n e s de D o l o r e s , de P e d r o y de
Susana f o r m a n u n c o n j u n t o en el c u a l existe u n i d a d e s t i l í s t i c a y
t e m á t i c a . A u n q u e el objeto d e l deseo sea diferente en cada caso,
las tres series de i n t e r p o l a c i o n e s c o m p a r t e n , a d e m á s de u n g r a n
a l i e n t o l í r i c o y sensual, l a necesidad de e t e r n i z a r en l a m e m o r i a
u n o r d e n p r e t é r i t o : el deseo v i v e e n el presente p e r o e n f u n c i ó n
de u n pasado r e m o t o , i r r e c u p e r a b l e y a t e m p o r a l i z a d o . A s í , P e d r o
s u e ñ a c o n Susana, r e c o r d a d a en l a n i ñ e z ; D o l o r e s evoca n o s t á l g i c a m e n t e , a t r a v é s del r e c u e r d o de su h i j o , u n C ó m a l a de felicidad
que y a n o existe; Susana d e l i r a entre s u e ñ o s , recreando u n a m o r
sensual que fue t r u n c a d o p o r l a m u e r t e de F l o r e n c i o . E n los tres
casos el objeto del deseo o se c o n v i e r t e e n sujeto de u n deseo difer e n t e , o s i m p l e m e n t e deja de existir. C a d a sujeto deseante q u e
busca u n a c o r r e s p o n d e n c i a en el objeto deseado se ve r e d u c i d o
a u n a p a r á l i s i s , se c o n s u m e a sí m i s m o s i n e n c o n t r a r resonancias
r e c í p r o c a s en el O t r o .
Regresando a los fragmentos que versan sobre l a figura de Susana, m e parece que a q u í se a p r e c i a n de m a n e r a m u y eficaz l a
c o n f u s i ó n de roles y l a a m b i g ü e d a d que t a n t a i m p o r t a n c i a t i e n e n
e n l a n o v e l a . C o m o otros personajes, Susana tiene p l e n a c o n c i e n cia de su c o n d e n a , p e r o se d i s t i n g u e p o r l a falta de u n s e n t i m i e n to de c u l p a . A t r a v é s de su lenguaje, a medias entre l a l o c u r a y
l a l u c i d e z , se hace u n a c r í t i c a feroz de los valores religiosos y d e l
p o d e r i n s t i t u c i o n a l i z a d o de l a I g l e s i a , u n p o d e r representado p o r
la figura del p a d r e R e n t e r í a . Susana San J u a n h a b l a el lenguaje
del c u e r p o , u n lenguaje que se v u e l v e blasfemia, h e r e j í a d i a b ó l i ca. H a y q u e r e c o r d a r q u e la b l a s f e m i a es, en el p l a n o l i n g ü í s t i c o ,
o t r a f o r m a de t r a n s g r e s i ó n : es l a v i o l a c i ó n de l a i n t e r d i c c i ó n b í b l i c a de p r o n u n c i a r el n o m b r e de D i o s , r e m p l a z a n d o el n o m b r e
p o r su u l t r a j e * . Esta p r o f a n a c i ó n del t a b ú de l o sagrado se c o n v i e r t e , p o r l o t a n t o , e n u n e q u i v a l e n t e l i n g ü í s t i c o de las otras formas de t r a n s g r e s i ó n q u e se d a n e n l a n o v e l a .
P a r a Susana, que n o acepta el falso consuelo de l a fe, no exist e n n i el cielo, n i el a l m a , n i la s a l v a c i ó n , n i D i o s . Desde l a m u e r 4
4 4
V é a s e É M I L E BENVENISTE, " L a blasfemia y la eufemia", en op. at., t . 2 ,
pp. 256-259.
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
PÁRAMO
599
te de su m a d r e , este personaje — e l ú n i c o que n o guarda i l u s i o n e s v i v e en c o m p a ñ í a de J u s t i n a , l a n o d r i z a que l a protege del m u n d o e x t e r n o . L a c o n f u s i ó n de roles se i n s i n ú a desde u n m o m e n t o
t e m p r a n o . D o r o t e a i n t r o d u c e el p r i m e r elemento de t r a s t o r n o
c u a n d o , e n u n fallo de l a m e m o r i a , n i e g a p a r a d ó j i c a m e n t e q u e
Susana h a y a t e n i d o m a d r e ( p . 101), y esta e x t r a ñ a n e g a c i ó n cob r a otros matices c u a n d o se nos presenta a Susana c o m o l a reenc a r n a c i ó n de su m a d r e , " u n a s e ñ o r a m u y r a r a que s i e m p r e estuv o e n f e r m a y n o v i s i t a b a a n a d i e " ( p . 101). L a h i j a c o m o i m a g e n
de l a m a d r e , a s í c o m o el h i j o r e p r o d u c e el c a r á c t e r del p a d r e en
el caso de M i g u e l . Se m u l t i p l i c a n las i n c e r t i d u m b r e s c u a n d o F u l g o r S e d a ñ o cree que Susana es l a esposa de B a r t o l o m é en l u g a r
de su h i j a , c o m o se puede a p r e c i a r en este d i á l o g o e n t r e P e d r o
P á r a m o y Fulgor:
— ¿ H a n venido los dos?
— S í , él y su mujer. ¿ P e r o cómo lo sabe?
— ¿ N o será su hija?
—Pues por el modo como la trata m á s bien parece su mujer
(p. 105).
D e esta m a n e r a se i n t r o d u c e l a p r i m e r a s e ñ a l de u n a posible r e l a c i ó n incestuosa, p o s i b i l i d a d r e f o r z a d a p o r las resonancias s i m b ó licas que se d e s p r e n d e n d e l e p i s o d i o que tiene l u g a r en l a m i n a
a b a n d o n a d a y que y a se c o m e n t ó . E n este sentido, P e d r o P á r a m o
s u s t i t u y e f u n c i o n a l m e n t e a B a r t o l o m é , puesto que ambos i n t e n t a n a s u m i r los dos papeles i n c o m p a t i b l e s de padre y a m a n t e de
Susana. C a b e s e ñ a l a r el p a r a l e l i s m o que existe entre J u a n Prec i a d o , m a n d a d o p o r su m a d r e en busca del p a d r e , y Susana San
J u a n , m a n d a d a p o r el p a d r e e n busca d e l o r o . E n ambos casos
los hijos e s t á n o b l i g a d o s , p o r deber filial, a c u m p l i r u n a m i s i ó n
q u e i m p l i c a u n descenso a u n a r e g i ó n i n f e r n a l de t i n i e b l a s ( C ó m a l a : la m i n a ) en pos de u n tesoro u objeto q u i m é r i c o (el p a r a í s o
de l a m a d r e : el o r o e s c o n d i d o ) . E n f o r m a s i m é t r i c a p e r o i n v e r t i d a , l a ausencia de u n o de los padres acarrea u n a excesiva d e p e n d e n c i a de los deseos d e l o t r o . E l descenso, entonces, a r t i c u l a u n a
r e g r e s i ó n t e m p o r a l h a c i a los o r í g e n e s y h a c i a el i n c o n s c i e n t e : los
dos personajes p i e r d e n su conciencia ( J u a n al m o r i r ; Susana c u a n d o se desmaya). A d e m á s , se t r a t a de u n a r e g r e s i ó n q u e , e n el caso
de J u a n , conduce a l incesto y al ingreso en el m u n d o c o l e c t i v o
de l a m u e r t e , m i e n t r a s que e n el caso de Susana desemboca en
l a l o c u r a y el deseo d e l s u e ñ o e t e r n o q u e es l a m u e r t e . A s í , el e p i -
600
A N T H O N Y STANTON
NRFH, X X X V I
sodio de l a m i n a sirve c o m o espejo e s t r u c t u r a l y s i m b ó l i c o de los
temas p a r a d i g m á t i c o s del l i b r o .
Se h a s e ñ a l a d o q u e u n a de las p r i n c i p a l e s fuentes de a m b i g ü e d a d y c o n f u s i ó n e n l a n o v e l a es l a d i f i c u l t a d que e x p e r i m e n t a
el l e c t o r p a r a i d e n t i f i c a r a los hablantes. M u c h a s veces l a i d e n t i f i c a c i ó n sólo es posible p á g i n a s d e s p u é s , l o c u a l o b l i g a al lector a
i r r e c o n s t r u y e n d o la i n f o r m a c i ó n r e t r o s p e c t i v a m e n t e , y de a h í la
necesidad de varias lecturas. E n el caso de los d i á l o g o s , existen
p r o b l e m a s p a r a reconocer n o sólo al e m i s o r sino t a m b i é n al receptor. Se ofrece u n e j e m p l o del p r i m e r t i p o de a m b i g ü e d a d en
el f r a g m e n t o 4 8 , c u a n d o u n a v o z n o i d e n t i f i c a d a despide a J u s t i n a y , puesto q u e h a b l a en p r i m e r a persona p l u r a l , se establece
u n v í n c u l o entre el h a b l a n t e y Susana: " V e t e de a q u í , J u s t i n a .
A r r e g l a tus enseres y vete. Y a n o te n e c e s i t a m o s " ( p . 112). N u n ca se aclara de q u i é n es esta v o z .
E l a m b i e n t e de m i s t e r i o a u m e n t a c o n las apariciones del gato,
s í m b o l o tradicional relacionado con la m u e r t e , lo sobrenatural y
t a m b i é n c o n el deseo sexual. A l l e c t o r le l l e g a n trozos c o n t r a d i c t o r i o s de i n f o r m a c i ó n : se entera p r i m e r o de q u e el gato h a pasado
l a n o c h e c o n J u s t i n a , p e r o Susana a f i r m a q u e el m i s m o gato h a
pasado l a n o c h e en su c a m a ( p . 113). E n el f r a g m e n t o 49 el gato
hace o t r a a p a r i c i ó n que parece " e x p l i c a r s e " d e s p u é s , al menos
p a r a Susana q u i e n , al r e c i b i r l a n o t i c i a de l a m u e r t e de su p a d r e ,
i d e n t i f i c a al gato c o n el e s p í r i t u o n a g u a l de B a r t o l o m é : " — E n tonces era é l — y s o n r i ó — . V i n i s t e a despedirte de m í — d i j o ,
y s o n r i ó " ( p . 115). S i n e m b a r g o , esta " e x p l i c a c i ó n " — s i el lect o r puede aceptarla c o m o t a l — de n i n g u n a m a n e r a e l i m i n a la a m b i g ü e d a d generada p o r las otras a p a r i c i o n e s . M á s b i e n pone en
j u e g o o t r o posible e l e m e n t o s i g n i f i c a t i v o q u e a u m e n t a y e n r i q u e ce l a c a p a c i d a d s e m á n t i c a del t e x t o .
L a t é c n i c a de presentar i n f o r m a c i ó n s i n nexos t e m p o r a l e s o
causales e x p l í c i t o s t a m b i é n c o n t r i b u y e a i n t r o d u c i r elementos de
a m b i g ü e d a d y p o l i s e m i a . P o r e j e m p l o , d e s p u é s de l a i d e n t i f i c a c i ó n que Susana hace entre el gato y el á n i m a de B a r t o l o m é al
final del f r a g m e n t o 4 9 , se i n c l u y e u n a escena r e t r o s p e c t i v a que
presenta el episodio de l a m i n a , y al final de este f r a g m e n t o (50)
se d a u n aparente salto t e m p o r a l al t i e m p o del f r a g m e n t o 4 9 . Desp u é s del r e l a t o del e n c u e n t r o c o n el esqueleto y el d e s m a y o de Susana, se lee l o siguiente:
Por eso reía ahora.
—Supe que eras t ú , B a r t o l o m é (p. 117).
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS A N T R O P O L Ó G I C A S E N PEDRO
PÁRAMO
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E l n e x o l ó g i c o y causal ( " P o r e s o " ) es e n g a ñ o s o puesto q u e el
l e c t o r n o sabe a q u é t i e m p o se refiere el a d v e r b i o t e m p o r a l " a h o r a " . A d e m á s , l a a f i r m a c i ó n de S u s a n a ( " S u p e que eras t ú , B a r t o l o m é ' ' ) puede referirse o al gato del f r a g m e n t o 49 o al esqueleto
del f r a g m e n t o 5 0 « . L a s u p e r p o s i c i ó n de v a r i o s t i e m p o s y espacios p e r m i t e estas lecturas diferentes. P o r o t r a parte, las dos i d e n tificaciones ( c o n el gato y c o n el esqueleto) n o se c o n t r a d i c e n entre sí; m á s b i e n a p u n t a n hacia el m i s m o f e n ó m e n o . Se p o d r í a decir
q u e Susana p r e v i o l a m u e r t e de B a r t o l o m é en su n i ñ e z , m i e n t r a s
estaba en l a m i n a , y que d e s p u é s t u v o o t r o p r e s e n t i m i e n t o en l a
é p o c a en que su padre " r e a l m e n t e " m u r i ó . N o resulta t a n descab e l l a d a esta i n t e r p r e t a c i ó n si se r e c u e r d a q u e E d u v i g e s n o tiene
d i f i c u l t a d e s en p r e s e n t i r l a m u e r t e de M i g u e l P á r a m o . A d e m á s ,
si se acepta que el gato es, p a r a Susana, el n a g u a l de B a r t o l o m é ,
se t i e n e que reconocer que los valores s i m b ó l i c o s t r a d i c i o n a l e s d e l
g a t o (la m u e r t e y el deseo sexual e n t r e ellos) se p r o y e c t a n sobre
l a figura del p a d r e . A s í , se v u e l v e a establecer l a c o r r e l a c i ó n e n t r e
el incesto y l a m u e r t e c o m o actos de t r a n s g r e s i ó n que desemboc a n en u n estado de i n d i f e r e n c i a c i ó n a m b i g u a .
E n el f r a g m e n t o 51 o c u r r e o t r o hecho i n s ó l i t o . U n a vez m á s
es de noche en l a r e c á m a r a de Susana y se oye que a l g u i e n (o algo)
a b r e l a p u e r t a y a v a n z a h a c i a ella. H a y u n a p r e g u n t a de Susana
y u n a respuesta e n i g m á t i c a :
— ¿ E r e s t ú , padre?
—Soy tu padre, hija m í a (p. 118).
E n este m o m e n t o el l e c t o r piensa q u e t a l vez l a voz sea de B a r t o l o m é , p e r o esta s u p o s i c i ó n es c u e s t i o n a d a i n m e d i a t a m e n t e c u a n d o u n n a r r a d o r en tercera persona, y al parecer o m n i s c i e n t e , revela que la figura es el padre R e n t e r í a . Sin e m b a r g o , no se resuelve
l a c o n f u s i ó n p o r q u e l a p r e g u n t a de Susana al final del f r a g m e n t o
( " ¿ P a r a q u é vienes a v e r m e , si e s t á s m u e r t o ? " ) i n d i c a que ella
sigue c r e y e n d o que e s t á d i a l o g a n d o c o n el e s p í r i t u de B a r t o l o m é ,
a pesar de l o q u e s e ñ a l a el n a r r a d o r e x t r a d i e g é t i c o . E n este c o n t e x t o l a a m b i g ü e d a d de los t é r m i n o s " p a d r e " e " h i j a " p e r m i t e
v a r i a s sustituciones de figuras paternas y u n a i d e n t i f i c a c i ó n psic o l ó g i c a , e n l a m e n t e de Susana, n o e n t r e dos, sino tres posibles
" p a d r e s " . E n p r i m e r l u g a r e s t á el p a d r e b i o l ó g i c o ( B a r t o l o m é )
q u e Susana y a h a b í a rechazado al n e g a r c a t e g ó r i c a m e n t e q u e él
4 5
Esta i n t e r p r e t a c i ó n se desarrolla en B O L D Y , art. cit., p . 230.
ANTHONY STANTON
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fuera su p a d r e ( p . 108), p e r o cuyos deseos incestuosos p o r su h i j a
y a se h a n a p u n t a d o ; existe t a m b i é n u n rechazo al p a d r e e s p i r i t u a l ( R e n t e r í a ) , el i n t e r m e d i a r i o e n t r e Susana y u n D i o s q u e n o
existe p a r a ella; y c o m o tercera p o s i b i l i d a d , l a frase r e p e t i d a p o r
ella — " N o te necesito" ( p . 119)— puede estar d i r i g i d a i g u a l m e n t e
a P e d r o P á r a m o , el a m a n t e q u e p r e t e n d e poseerla, el p a d r e social
y p o l í t i c o , el p a t r i a r c a y c a u d i l l o de C ó m a l a . Este rechazo a l a
figura a u t o r i t a r i a , al p o d e r e n todas sus manifestaciones, coloca
a Susana en u n l u g a r aparte d e n t r o de C ó m a l a , e n o t r o m u n d o
inaccesible. P o r estar aislada y separada d e l m u n d o q u e l a r o d e a ,
p o r estar e n c e r r a d a , l i t e r a l y figurativamente, en el c u a r t o de los
s u e ñ o s febriles y e r ó t i c o s , e n l a l o c u r a i m p e n e t r a b l e , ella p u e d e
gozar de u n a p u r e z a y u n a i n o c e n c i a negadas a los d e m á s . U n a
de las muchas voces a n ó n i m a s del p u e b l o expresa esta idea c o n
la c a r a c t e r í s t i c a m e z c l a s i n c r é t i c a de d o c t r i n a religiosa y superstic i ó n p o p u l a r : " [ . . . ] d i c e n los zahorinos que a los locos no les vale
la c o n f e s i ó n , y a u n c u a n d o t e n g a n el a l m a i m p u r a son inocentes.
Eso sólo D i o s l o s a b e " ( p . 143).
4 6
L a figura de Susana San J u a n es r e a l m e n t e ú n i c a e n l a l i t e r a t u r a m e x i c a n a . E l estereotipo c u l t u r a l de l a m u j e r m e x i c a n a t i e n de a oscilar e n t r e dos e x t r e m o s : el p o l o n e g a t i v o de l a p r o s t i t u t a
a c t i v a y el p o l o p o s i t i v o de l a v i r g e n pasiva. E l m o d e l o g e n é r i c o
p o s i t i v o de l a m u j e r m e x i c a n a es el de u n ser que n o t i e n e deseos
p r o p i o s o, si los t i e n e , se c o n v i e r t e a u t o m á t i c a m e n t e en " m a l a
m u j e r " . Es p r e c i s a m e n t e p o r l a n a t u r a l e z a m a t e r i a l , c a r n a l y
sensual de Susana q u e ella q u e d a m á s a l l á de los deseos de P e d r o
P á r a m o , q u i e n busca e n ella a u n a figura p u r a , e s p i r i t u a l e i d e a l ,
es d e c i r , al a r q u e t i p o religioso de l a v i r g e n . E l e r o t i s m o n a d a coh i b i d o de Susana r o m p e el estereotipo t r a d i c i o n a l , puesto q u e su
m i s m a c a r n a l i d a d l a t r a n s f o r m a e n el i n s t r u m e n t o i d ó n e o p a r a
h a c e r u n a c r í t i c a d e s p i a d a d a de los valores i n s t i t u c i o n a l i z a d o s de
la r e l i g i ó n c r i s t i a n a .
4 7
48
4 6
E n realidad, no se trata de una voz a n ó n i m a en sentido estricto, ya que
la que habla recibe el nombre de d o ñ a Fausta, pero éste es el ú n i c o detalle
que se nos proporciona acerca de este personaje fantasmal, de consistencia p u ramente lingüística, como muchos otros de la novela.
Para una d e s c r i p c i ó n de estos estereotipos o modelos g e n é r i c o s de la
cultura mexicana, v é a s e O C T A V I O P A Z , op. cit, esp. pp. 3 1 - 3 5 . A l exponer estos rasgos del estereotipo cultural de la mujer, de n i n g u n a manera estoy sugiriendo que dicho modelo sea u n reflejo verídico de la realidad. Simplemente
quiero destacar que, como arquetipo, t o d a v í a tiene ü n peso considerable en
las creencias que rigen las manifestaciones ideológicas de la vida colectiva.
A l no llorar las muertes de su madre y su padre, Susana rompe las re4 7
4 8
NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS E N PEDRO
PÁRAMO
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Q u i s i e r a a h o r a v o l v e r a los n ú c l e o s m á s i m p o r t a n t e s del a n á lisis y s e ñ a l a r algunas r a m i f i c a c i o n e s de las ideas a q u í t r a t a d a s .
H e v e n i d o h a b l a n d o de los personajes m á s en t é r m i n o s de su f u n c i ó n o r o l social que p o r u n i n t e r é s p r o p i a m e n t e p s i c o l ó g i c o . D e
a h í q u e m e s o r p r e n d a que v a r i o s c r í t i c o s h a y a n c r e í d o p e r c i b i r
u n a p r o f u n d i d a d p s i c o l ó g i c a e n los personajes de l a n o v e l a .
A u n q u e i n d u d a b l e m e n t e p r o v o c a efectos p s i c o l ó g i c o s en el lector,
c o m o parte del proceso de l e c t u r a , n o m e parece u n a n o v e l a psic o l ó g i c a sino m á s b i e n de a r q u e t i p o s sociales y c u l t u r a l e s . Se h a
c o m e n t a d o l a ausencia de descripciones físicas, l a falta de rasgos
de d i f e r e n c i a c i ó n o de i n d i v i d u a l i z a c i ó n : sólo dos veces e n t o d a
la n o v e l a se a p l i c a u n a d j e t i v o físico a l a figura de P e d r o P á r a m o ,
y el lector sospecha q u e este a d j e t i v o ( " e n o r m e " ) c o n n o t a m á s
b i e n el poder social d e l cacique e n l u g a r de ser u n detalle q u e s i n g u l a r i z a en el sentido p s i c o l ó g i c o . M á s que i n d i v i d u o s c o n psic o l o g í a p r o p i a , los personajes son encarnaciones de deseos, sueñ o s e ilusiones. S o n , e n l a t e r m i n o l o g í a de G r e i m a s , actantes
m á s que actores, y se d e f i n e n n o t a n t o p o r sus rasgos i n t r í n s e c o s
c o m o p o r las relaciones q u e m a n t i e n e n , i m p o n e n o sufren, relaciones que son de tres clases b á s i c a s : las de p o d e r ( a m o y s ú b d i to), las de c o m u n i c a c i ó n ( e m i s o r y r e c e p t o r ) y las de deseo ( a m a dos y amantes). S o n , a l a vez, sujetos y objetos i n m e r s o s en u n a
c o m p l e j a r e d de relaciones sociales. Si el p r o t a g o n i s t a de l a n o v e 4 9
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glas convencionales de conducta. Ella hace, en los planos religioso / m o r a l y
social / político, algo que n i n g u n o de los otros personajes está dispuesto a hacer: negar la omnipotencia de la autoridad y del poder. L a h e r e j í a , la locura
d i a b ó l i c a , la blasfemia y el erotismo de Susana la convierten en la personificac i ó n de la t r a n s g r e s i ó n . Si se recuerda que en la t r a d i c i ó n cristiana el cuerpo
y la enfermedad son lugares de e n c a r n a c i ó n del pecado y del m a l , se a p r e c i a r á
que mientras para los d e m á s personajes la n o c i ó n de " c u e r p o " se conforma
al modelo cristiano de " p r i s i ó n del a l m a " , para Susana, en cambio, el cuerpo
goza de una extraordinaria a u t o n o m í a erótica, sin la carga negativa de u n sent i m i e n t o de culpa o pecado.
4 9
G O N Z Á L E Z B o i x o , por ejemplo, afirma que "todos los personajes e s t á n
trazados con gran profundidad psicológica [. . . ] son personajes totalmente i n dividualizados con u n a complejidad psicológica e x t r e m a " , y agrega que " l a
m a y o r í a de los personajes e s t á n analizados a t r a v é s de una psicología p r o p i a
que los d e f i n e " , para concluir diciendo que "se trata de personajes totalmente
caracterizados de forma i n d i v i d u a l " , Claves narrativas. . . , p. 118.
E l adjetivo " e n o r m e " , aplicado a Pedro P á r a m o , aparece en las p á g i nas 87 y 135 de la e d i c i ó n que manejamos.
V é a s e A . J . G R E I M A S , "Reflexiones acerca de los modelos actanciales",
en Semántica estructural. Investigación metodológica, trad. Alfredo de la Fuente, Gredos, M a d r i d , 1971, p p . 263-293.
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5 1
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A N T H O N Y STANTON
la r e g i o n a l i s t a es, c o m o tantas veces se h a a f i r m a d o , l a n a t u r a l e za, e n Pedro Páramo, e n c a m b i o , este p a p e l l o d e s e m p e ñ a l a colect i v i d a d social: sus s u e ñ o s , m i t o s y creencias, su h a b l a , sus deseos
y m o d o s de ser m á s p r o f u n d o s .
¿ C u á l es el v í n c u l o , entonces, entre este o r d e n social y las relaciones de parentesco q u e c o n s t i t u y e n el p u n t o de p a r t i d a de este
a n á l i s i s ? E n l a sociedad r u r a l , t r a d i c i o n a l y p r e c a p i t a l i s t a de C ó m a l a las relaciones sociales se basan hasta u n p u n t o excesivo en
las relaciones de parentesco. Se p o d r í a d e c i r que m u c h a s de las
funciones de l a v i d a social e s t á n unificadas y c o m p r i m i d a s en el
sistema d i f e r e n c i a l y r e l a c i o n a l d e n o t a d o p o r los t é r m i n o s de parentesco. E n consecuencia, u n a crisis e n las relaciones de p a r e n tesco refleja u n a crisis generalizada en t o d a l a e s t r u c t u r a social.
T o d o s los recursos e x a m i n a d o s a q u í c o n t r i b u y e n a crear l a r i q u e za s e m á n t i c a del t e x t o , pero en el p l a n o social se p u e d e n i n t e r p r e t a r c o m o alusiones a l a crisis, decadencia e i n m i n e n t e d e s t r u c c i ó n
de u n a sociedad neofeudal y p a t r i a r c a l q u e se d e s m o r o n a p o r su
i n e r c i a narcisista, su falta de d i n á m i c a h i s t ó r i c a , su tendencia cent r í p e t a hacia l o U n o , lo i n t e r n o y l o M i s m o , en l u g a r de u n a atracc i ó n c e n t r í f u g a hacia l o d i v e r s o , l o e x t e r n o o las f o r m a s de e x p a n s i ó n representadas p o r las relaciones de i n t e r c a m b i o , e x o g a m i a
y alianza .
S a b i d o es que l a R e v o l u c i ó n M e x i c a n a y las otras p o s i b i l i d a des de c a m b i o h i s t ó r i c o n o i n f l u y e n en l a v i d a i n t e r n a de C o m a l a , l a c u a l se estanca, sometida a u n e n s i m i s m a m i e n t o asfixiante.
P e r o si C ó m a l a se destruye p o r sus p r o p i a s fuerzas i n t e r n a s , p o r
su n e g a t i v a o i n c a p a c i d a d de e n t r a r e n c o n t a c t o c o n sistemas e
i m p u l s o s externos, capaces de r o m p e r l a i n d i f e r e n c i a c i ó n , t a m b i é n se debe r e c o r d a r q u e es m e d i a n t e este i m p o s i b l e i n t e n t o de
regresar a los o r í g e n e s naturales c o m o se l o g r a penetrar en el meollo
de esta c u l t u r a y calar en los estratos p s í q u i c o s m á s p r o f u n d o s de
l a c o l e c t i v i d a d . R u l f o parece decirnos que si h a y u n i d a d colectiva
en l a n a t u r a l e z a , que es l a fuente de t o d o o r i g e n , entonces el h o m b r e s ó l o p u e d e c o n q u i s t a r esta u n i d a d o r i g i n a l y t o t a l e n l a i n d i f e r e n c i a c i ó n absoluta que es l a m u e r t e . T o d o s los f e n ó m e n o s analizados a p u n t a n h a c i a l a i m p o s i b i l i d a d de d e s c u b r i r u n o r i g e n
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Es significativo que el ú n i c o m a t r i m o n i o que se realiza en la novela tiene el objeto no de establecer alianzas con grupos externos sino de eliminar u n
problema interno: se trata del m a t r i m o n i o arreglado entre Pedro P á r a m o y D o lores, su principal acreedora.
Es precisamente esta i n t u i c i ó n la que se encuentra en la cita del poem a de O c t a v i o Paz que hemos puesto como epígrafe a este a r t í c u l o .
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NRFH, X X X V I
ESTRUCTURAS ANTROPOLÓGICAS EN PEDRO
PÁRAMO
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i n d i v i d u a l : las b ú s q u e d a s que i n t e n t a n remontarse l i n e a l m e n t e hacia u n o r d e n p r e t é r i t o n o r e s u l t a n ser m á s que l í n e a s c o n v e r g e n tes q u e desembocan en el espacio social y colectivo de l a m u e r t e ,
u n espacio d o n d e l a c o n f l u e n c i a de voces a r t i c u l a u n a transform a c i ó n de l a p r e c a r i a i d e n t i d a d i n d i v i d u a l en u n a o r f a n d a d col e c t i v a , en u n a i n f i n i t a p e r m u t a c i ó n de papeles. E n u n m a r c o m á s
a m p l i o estos i n t e n t o s de b ú s q u e d a y de r e g r e s i ó n se p u e d e n v e r
c o m o expresiones de l a a t r a c c i ó n p e r m a n e n t e que l a c u l t u r a m e x i c a n a h a sentido p o r sus p r o p i o s o r í g e n e s .
Estas diversas manifestaciones del t e m a c e n t r a l de l a transg r e s i ó n de l í m i t e s i n c i d e n e n l a r e d de relaciones entre los personajes, en l a e s t r u c t u r a y , p o r ú l t i m o , en algunos aspectos f o r m a les, t e m á t i c o s y s i m b ó l i c o s de l a o b r a . Las l i m i t a c i o n e s de espacio
n o p e r m i t e n d e s a r r o l l a r y e x t e n d e r las presentes reflexiones en el
p l a n o del estilo r u l f i a n o . S ó l o p u e d o a p u n t a r que en u n n i v e l de
a n á l i s i s r e t ó r i c o s e r í a posible e n c o n t r a r p r o c e d i m i e n t o s a n á l o g o s
q u e t i e n e n l a f u n c i ó n de c o n f u n d i r y hacer i n t e r a c c i o n a r á r e a s de
l a e x p e r i e n c i a c o n v e n c i o n a l m e n t e diferenciadas. U n e x a m e n est i l í s t i c o r e v e l a r í a q u e las dos figuras t r a d i c i o n a l e s de l a semejanza, q u e son el s í m i l y l a m e t á f o r a , o c u p a n u n l u g a r destacado en
la prosa de R u l f o . E n el estilo del autor, con su c a r a c t e r í s t i c a mezcla
de lenguaje p o p u l a r recreado y lenguaje l i t e r a r i o t r a d i c i o n a l , pred o m i n a n las figuras r e t ó r i c a s de semejanza y s u s t i t u c i ó n : l a m e t á f o r a , el s í m i l , el s í m b o l o y l a a n a l o g í a . E n el presente t r a b a j o
se h i z o referencia b r e v e m e n t e a ciertos p r o c e d i m i e n t o s r e t ó r i c o s
de s u s t i t u c i ó n (tales c o m o el e u f e m i s m o , l a a l u s i ó n y l a blasfemia)
engendrados p o r l a existencia e n l a psique de p r o h i b i c i o n e s de o r i gen r e l i g i o s o , p e r o existen dos figuras m á s que m e parecen centrales en R u l f o y q u e expresan l a i n t e r p e n e t r a c i ó n de zonas separadas u opuestas: el o x í m o r o n y l a sinestesia .
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Se puede c o n c l u i r , entonces, d i c i e n d o que l a c o n f u s i ó n o sust i t u c i ó n de papeles y l a t r a n s g r e s i ó n de l í m i t e s en todas sus m a n i festaciones, f u n c i o n a n en el t e x t o c o m o m e c a n i s m o s generadores
de a m b i g ü e d a d en varios niveles de los planos de e x p r e s i ó n y cont e n i d o . Las a m b i g ü e d a d e s f o r m a l e s , estructurales y t e m á t i c a s ref u e r z a n l a i n d e t e r m i n a c i ó n y l a d e n s i d a d s e m á n t i c a del t e x t o y
h a c e n que l a i n t e r p r e t a c i ó n sea forzosamente p l u r a l . A l m i s m o
t i e m p o , estas cualidades expresan a d m i r a b l e m e n t e las c a r a c t e r í s -
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C o m o ya q u e d ó anotado, este nivel de análisis se l l e v a r á a cabo en u n
trabajo futuro, debido a la gran importancia que tienen las figuras r e t ó r i c a s
en el estilo de R u l f o .
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A N T H O N Y STANTON
NRFH, X X X V I
ticas esenciales de u n a c o s m o v i s i ó n c o m p a r t i d a p o r u n a t r a d i c i ó n
c u l t u r a l . D e esta m a n e r a , c r e a c i ó n i n d i v i d u a l y t r a d i c i ó n c u l t u r a l
se f u n d e n , plasmadas en u n a o b r a que n o deja de n u t r i r s e de estos dos ó r d e n e s . Esta fusión, y la apertura que p e r m i t e hacia nuevas
p o s i b i l i d a d e s significativas, hacen de Pedro Páramo u n a de las c o n tadas obras maestras de l a l i t e r a t u r a m e x i c a n a y le aseguran u n
l u g a r p r i v i l e g i a d o en c u a l q u i e r h i s t o r i a de l a l i t e r a t u r a hispanoamericana.
ANTHONY STANTON
E l Colegio de M é x i c o