AMBIGÜEDAD D E L A P A L A B R A "PÚBLICO" E N E L SIGLO XVIII E n 1832, y bajo el s e u d ó n i m o de " E l Pobrecito H a b l a d o r " , M a r i a n o J o s é de L a r r a comienza su p r i m e r a r t í c u l o comentando que u n a vez decidido a escribir para el p ú b l i c o , tiene que averiguar de antemano " q u i é n es el p ú b l i c o " . A u n q u e l a p r o p o s i c i ó n tenga u n aire razonable, parece como si h u b i e r a expuesto u n a c u e s t i ó n ilógica. Dijérase que u t i l i z ó l a palabra clave de su premisa y conc l u s i ó n con diferentes valores, pues en cierto modo ú n i c a m e n t e p o d í a preguntarse qué era el p ú b l i c o , y n o quién. E l vocablo alude a todos los habitantes de u n a r e g i ó n o lugar, a l a p o b l a c i ó n considerada en conjunto. I n t e r p r e t a c i ó n que se acom o d a a l a d e f i n i c i ó n del Diccionario de Autoridades de 1737, y que repiten luego las sucesivas ediciones hasta l a d é c i m a de 1852: "se toma por el c o m ú n del pueblo o c i u d a d " . Escribiendo, pues, "para el p ú b l i c o " , podemos ver a L a r r a en el papel harto definido de q u i e n intenta ilustrar a toda la c o m u n i d a d , de benefactor de la res publica. S i n embargo, cuando trata de identificar " q u i é n es el p ú b l i c o " , ya no se refiere a l a totalidad como u n i d a d integrante, sino a las partes que l a componen. Este ligero cambio de sentido anticipa por fuerza el desarrollo de la nueva d e f i n i c i ó n que la R e a l A c a d e m i a ofrece de público en l a u n d é c i m a e d i c i ó n del Diccionario (1869) : " C o n j u n t o de las personas que participan de unas mismas aficiones o con preferencia concurren a determinado lugar. Cada escritor, cada teatro tiene su público". Antes de hablar de " u n " p ú b l i c o o de " s u " p ú b l i c o , hay que abandonar l a c o n c e p c i ó n abs1 2 3 1 Se ha modernizado la ortografía y p u n t u a c i ó n de todos los textos españoles que se citan.—La traducción se debe a don Felipe C. R . Maldonado, a quien deseo expresar m i gratitud. M e atengo a la distinción que sienta el Oxford English dictionary: "b) T h e community as an agrégate, but not i n its organized capacity; henee the members of the community". Se apoya en textos de Boyle (1665), Steele (1711) y otros autores. E l uso del sustantivo para denominar a los espectadores de una función teatral está documentado en 1784, en u n texto que acusa la presencia 2 3 NRFH, XXIV LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII 47 tracta de u n a p o b l a c i ó n total, para interpretar el t é r m i n o como alusivo a los miembros de l a c o m u n i d a d . L a r r a destacó de manera maestra l a confusión entre ambos significados, para demostrar cuan vacío estaba el concepto " p ú b l i c o " de u n valor normativo para el escritor que acomete c o n l a mayor seriedad su f u n c i ó n artística. L a palabra representa cualquier cosa menos u n cuerpo aglutinado. C a d a u n o de los sucesivos grupitos c o n q u e tropezaba en su paseo p o r M a d r i d , le demostraba u n gusto antojadizo y variable, aunque afectado de u n a constante i n m u t a b l e : cierta p r e d i l e c c i ó n insensata p o r l o q u e fuera inferior y defectuoso. A b u e n seguro que L a r r a se s i n t i ó ganado p o r l a desilusión. L o podemos ver en u n pasaje comparativo tocante a ' p ú b l i c o " , en e l que se advierte hasta q u é p u n t o h u b i e r a deseado que fuera e l m u n d o de otra forma. E l breve " T r a t a d o de s i n ó n i m o s de l a lengua castellana" es m e r i d i a n o sobre su o p i n i ó n acerca de las diferencias que acusan las tres palabras clave, pueblo, público y vulgo: D e l pueblo se habla con miedo; del público con respeto; del vulgo con desprecio. E l pueblo es temible, el público respetable porque representa l a reunión de lo escogido de las gentes sensatas, al paso que aquél representa la fuerza de una nación entera. E l vulgo es l a hez de la sociedad. A l pueblo es preciso engañarle con maña, sujetarle con fuerza o sucumbir. A l público basta con deslumbrarle. E l vulgo tiene todas las ideas equivocadas, se le dirige con milagros con las más groseras patrañas por poca apariencia que tengan de verdad: es l a masa común de las gentes que no se distinguen n i se hacen en nada visibles . 4 D e acuerdo c o n este pasaje, " E l P o b r e c i t o H a b l a d o r " , cuando trata de ilustrar a l p ú b l i c o , n o se dirige a l a vasta c o m u n i d a d q u e define l a R e a l A c a d e m i a , sino a u n escogido a u d i t o r i o . E l " p ú b l i c o " que a q u í describe nos recuerda l a t r a d i c i o n a l a n t i n o m i a de discrede ambos artículos, determinado e indeterminado: " . . . reflexionando el Gobierno que los teatros en las funciones de diversión es e l lugar donde m á s requiere la tranquilidad y decencia, para que el tiempo de su asistencia surta el efecto de entretenimiento que se busca por todas clases, las que juntas forman e l cuerpo del público considerado allí unido, y acreedor a l recíproco mayor respeto...; se manda que se guarde y observe con el m á s exacto cumplimiento lo prevenido en los artículos siguientes: . . . que todos los parajes son abrigados; y que si no le acomodase así a alguno, puede escusar l a concurrencia, buscando sus comodidades sin agravio de tercero, y sin disturbar l a atención que u n público se merece..." (Memorial literario, instructivo y curioso de la corte de Madrid, marzo de 1784, pp. 108-109) —Agradezco profundamente a l profesor d o n Rafael Lapesa su amabilidad a l dejarme consultar l a d o c u m e n t a c i ó n sobre público, que se guarda en el "Seminario lexicográfico" de l a R e a l Academia Española. BAE, t. 129, p. 219. E l artículo " ¿ Q u i é n es el público y d ó n d e se encuentra?", se puede ver en el t. 127, pp. 73-77 de la misma edición. 4 * « * 48 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV tos y necios o vulgo, por cuanto " l o escogido de las gentes sensatas" equivale a unos pocos y no a l a masa, es algo respetable y n o v i l , capaz de asimilar la verdad antes que de seguir ciegamente u n a o p i n i ó n tumultuaria. C o n todo, a t e n i é n d o s e a la d e f i n i c i ó n acad é m i c a o a la suya, L a r r a se acerca a la d e c e p c i ó n . D e hecho, como refiere en su a r t í c u l o , el p ú b l i c o es tan arbitrario y proclive a las "ideas equivocadas", que p r á c t i c a m e n t e desaparece l a l í n e a d i v i soria entre los conceptos opuestos. t P o d r í a decirse que l a a m b i g ü e d a d que acabamos de observar es el tercer paso en l a historia de público: los dos primeros determ i n a n el cambio desde considerarlo u n i d a d colectiva a juzgarlo u n compuesto de diferentes sectores; acto seguido surge l a naturaleza e q u í v o c a o decepcionante de los i n d i v i d u o s que integran el conj u n t o . Entenderemos mejor c ó m o se produce la e v o l u c i ó n en el siglo anterior a L a r r a , si ponemos mayor a t e n c i ó n en " p u e b l o " , el otro s i n ó n i m o de su análisis, sobre todo porque el Diccionario de Autoridades l o usa para definir público. L a r r a l l a m ó pueblo a " l a n a c i ó n entera", l o que presupone u n organismo de mayor c a t e g o r í a política que el meramente colectivo descrito por l a R e a l A c a d e m i a en 1737: " P U E B L O : s.m. E l lugar o c i u d a d que está poblado de gente. L a t . oppidum. . . P u e b l o tanto quiere decir como ayuntamiento de gentes de todas maneras, de aquella tierra do se l l e g a n . . . Se toma t a m b i é n por el conjunto de gentes que habita el lugar. L a t . populus. . . Se l l a m a t a m b i é n la gente c o m ú n y o r d i n a r i a de alguna c i u d a d o p o b l a c i ó n , a d i s t i n c i ó n de los nobles. L a t . píebs, vulgus. .." Las acepciones de pueblo apuntan a l o que será u n p a t r ó n b á sico para el desarrollo de público, desde el instante en que l a total i d a d de l a p o b l a c i ó n ("populus") recibe igual nombre que una de las partes, su sector m á s h u m i l d e ( plebs, vulgus"). C u a l q u i e r a de ambos t é r m i n o s puede provocar en el escritor tanto sentim i e n t o idealista cuanto condescendencia o su d e s d é n . T o d a v í a m á s , u n f e n ó m e n o similar de c o n t a m i n a c i ó n entre colectividad y plebe, e s t i m a c i ó n y desprecio, se puede advertir en otra palabra importante, a l i n e á n d o l a con l a d e f i n i c i ó n a c a d é m i c a de público. Se trata de común, registrada con estos valores en el p r i m e r diccionar i o (1729) : " L o que n o siendo privativamente de n i n g u n o pertenece a m u c h o s . . . V a l e t a m b i é n l o que es corriente, y está r e c i b i d o y a d m i t i d o de todos, y por tal reputado en la e s t i m a c i ó n del pueblo. . . Vale t a m b i é n vulgar, o de poca e s t i m a c i ó n . . . Usado como substantivo se l l a m a así al pueblo todo de cualquier provincia, ciudad, v i l l a o lugar". E n el vocabulario equivalente del siglo XVII —" los discretos", " e l vulgo", "los doctos", " e l lector perverso (amado, benigno) "— í( * NRFH, XXIV LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII 49 el valor estimativo quedaba establecido como regla general. A l i g u a l que los otros dos t é r m i n o s de a n á l o g o cariz s e m á n t i c o , sin embargo, público acusó u n n a t u r a l e q u í v o c o a comienzos del siglo XVIII ; esto r e q u i r i ó con el tiempo que el autor pusiera en claro su a c t i t u d ante l a propia obra y ante los destinatarios previstos. Sin l u g a r a dudas, el creciente n ú m e r o de posibles lectores y, p o r supuesto, l a esperanza de aumentar los ingresos con nuevos clientes, m á s el deseo de muchos escritores de cultivar u n extenso auditorio nacional, fueron los m ó v i l e s que les llevaron a dirigirse al " p ú b l i c o " . T i e n e i m p o r t a n c i a u n estudio de l a t e r m i n o l o g í a relevante, porque i l u m i n a las dificultades con que tropezaron los autores a l enfrentar u n a mayor audiencia. C u a n d o el padre B e n i t o J e r ó n i m o Feijoo escribe su Teatro crítico universal, partiendo de u n ataque al c r é d i t o que merece l a s a b i d u r í a popular, está b i e n preparado para sostener las diferencias ideológicas de sus lectores, pero n o las de l a crítica l i n g ü í s t i c a . Su ensayo i n i c i a l " V o z del p u e b l o " comienza con l a c é l e b r e afirm a c i ó n de que por ser l a plebe superior en n ú m e r o pero inferior en intelecto, l a voz del p u e b l o es inadmisible como dechado de verdad. N o se puede afirmar, sin embargo, que los párrafos siguientes mantengan una precisa d i s t i n c i ó n entre l a m a y o r í a y el todo. E l uso que hace Feijoo de vulgo y pueblo delata u n a i d e n t i d a d de valor y asimismo que las opiniones mantenidas por ambos e s t á n m u y cerca de las expresadas por " l a voz c o m ú n " . Sus ene5 6 5 Sobre su desarrollo en Francia he consultado ERICH AUERBACH, " L a cour et l a ville", Scenes from the drama of European literature, New York, 1959, pp. 133-79; y el artículo (ampliamente basado en el A b b é Jean-Baptiste D u B o s ) , de R É M Y G . SAISSELIN, The rule of reason and the ruses of the heart. A philosophical dictionary. . . , Case-Western Reserve U n i v . Press, 1970, pp. 171-76. Son provechosos para el estudio de la situación en Inglaterra A . S. COLLINS, " T h e growth of the reading public during the eighteenth century", RES, 2 (1926). 284-294, 428-438, y ALEXANDRE B E L J A M E , Men of letters and the English public in the eighteenth century 1660-1774, tr. E . O . Lorimer, L o n d o n , 1948. E n cuanto a España, véase la relevante tesis de PAUL-JACQUES GUINARD, La presse espagnole de 1737 á 1791, París, 1973, pp. 69-89; y las comunicaciones publicadas en Creación y público en la literatura española, ed. de J . F . Botrel y S. Salaün, M a d r i d 1974; uno de los ponentes, Jean Sentaurens, alude brevemente al problema de la palabra público en pp. 74-75, nota 27. 6 "Preguntado alguna vez el Papa J u a n X X I I I q u é cosa era la que distaba más de la verdad, r e s p o n d i ó que el dictamen del vulgo. T a n persuadido estaba a lo mismo el severísimo Foción, que, orando una vez en Atenas, como viese que todo el pueblo de c o m ú n consentimiento levantaba l a voz en su aplauso, p r e g u n t ó a los amigos que tenía cerca de sí que en q u é h a b í a errado, pareciéndole que en l a ceguera del pueblo no cabía aplaudir sino los desaciertos... Los que dan tanta autoridad a la voz c o m ú n no prevén una peligrosa consecuencia que está muy vecina a su d i c t a m e n . . . E l vulgo de los hombres, como la ínfima y más humilde porción de la orbe, se parece a l elemento de la tierra en cuyos senos se produce poco oro, pero muchísimo hierro" (Teatro crítico * 50 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV migos captaron en seguida l a i m p r e c i s i ó n aparente de aquella term i n o l o g í a . Salvador J o s é M a ñ e r , tan insufrible de costumbre por sus razonamientos superficiales y su mezquindad, tiene mayor atractivo cuando hace reproches a Feijoo por haber confundido " l a voz del p u e b l o " con " l a voz c o m ú n " . A q u é l l a "procede y se considera en el pueblo, que se compone de nobleza y plebe, de eclesiástico y secular, en que entran todas j e r a r q u í a s , y así n o puede tenerse por una p r o p i a la voz c o m ú n . . . " . A f i r m a que con propiedad se tiene a l a ú l t i m a por e x p r e s i ó n de una m u c h e d u m b r e vulgar, en tanto que " l a voz del p u e b l o . . . se organiza en l a m i s m a plebe u n i d a con las d e m á s partes que componen una r e p ú b l i c a " . P o r consiguiente, se puede aceptar l a autoridad de l a vox populi. N o a c e p t ó Feijoo sino u n a parte d e l desafío a su tesis. T r a s algunos reparos a M a ñ e r por arrogarse autoridad en materia de usanzas, soslaya l a defensa que hace su oponente de l a voz del pueblo, y se reduce a defender c á u s t i c a m e n t e el empleo del segundo término: 7 L a expresión voz común a cada paso se usa para significar del todo de l a República, sin excepción de clases. Y así, si uno dice, "Entre los españoles es voz c o m ú n que el cuerpo de Santiago está en Galicia", nadie entiende que se atribuye este sentir sólo a la plebe de España. Y a entiendo de donde vino l a equivocación del señor Mañer. V i o que l a expresión estado común significa el villanaje, y por aquí quiso regular l a expresión voz común, sin advertir que el adjetivo común (como otros muchos) significa con m á s o menos limitación según el substantivo a que se aplica. Pregúnteles a los lógicos si por razón común entienden sólo los predicados que convienen a los entes vulgares; y a los políticos si por utilidad común entienden únicamente el interés de los plebeyos . 8 Feijoo d e m o s t r ó su admirable h a b i l i d a d para sofisticar u n a cuest i ó n filológica, pero n o c o n s i g u i ó enterrar l a p o l é m i c a , pues volvió a la carga el padre Francisco Soto y M a r n e . N o hay por q u é repet i r sus argumentos, que a b u n d a n en los de M a ñ e r , a e x c e p c i ó n de u n curioso detalle. S i a q u é l identificaba l a voz c o m ú n con l a de la plebe, Soto y M a r n e l a relaciona con u n rango m á s a m p l i o y l u m i universal, M a d r i d , 1726, t. 1, pp. 2-3). Los dos volúmenes siguientes, que se citan más adelante, fueron impresos en M a d r i d por Francisco del Hierro en 1728 y 1729 respectivamente. Anti-teatro crítico sobre el primero y segundo tomo del teatro crítico universal, M a d r i d , 1729, p. 1. Ilustrado?! apologética al primer y segundo tomo del teatro crítico, M a drid, 1729, p. 1. Tampoco sirve en el asunto u n aliado de Feijoo, fray M a r t í n Sarmiento; de hecho, tan sólo se apoyará en los principios de su maestro; Demostración crítico-apologética del teatro critico universal, 1732, t. 1, p. 6 (4» ed., M a d r i d , 1757). 7 8 NRFH, XXIV LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII 51 noso de pueblo: " P . M r o . : l a voz común siempre se h a merecido el aprecio y asenso de los verdaderos críticos porque comprehende la b r i l l a n t e clase de los doctos, cuyo circunspecto j u i c i o examina, pesa y g r a d ú a l a cualidad d e l concepto. E n esta prudente circunsp e c c i ó n se funda aquella m á x i m a de Vox populi, vox dei ". E n suma, el p u ñ a d o de textos que hemos repasado nos informa que " p u e b l o " y " c o m ú n " comparten u n a cierta a m b i g ü e d a d en cuanto a q u e vayan referidos a u n a c o m u n i d a d general y variada, o a u n sector de l a misma i n c u l t o y torpe. 9 R e s u l t a igualmente ilustrativa en otro aspecto l a p o l é m i c a entre Feijoo y estos dos adversarios, pues despierta nuestro i n t e r é s por u n e q u í v o c o a n á l o g o en l a palabra vulgo. P a r e c í a estar convenido que l a i d e n t i f i c a c i ó n de u n a persona c o n e l vulgo n o residía en su c o n d i c i ó n social sino en su discernimiento. Pone de manifiesto tal inteligencia en el siglo x v n l a e x p r e s i ó n de u n autor de l a nobleza, Francisco G u t i é r r e z de los R í o s , tercer conde de F e r n á n N ú ñ e z : " N o componen el vulgo solamente los plebeyos y gente o r d i n a r i a , porque vulgo son todos aquellos que, ignorantes de las cosas humanas y presumidos como los m á s hombres l o son, juzgan y h a b l a n de ellas imprudentemente y r e s u e l t a m e n t e " . A d e m á s , otra corriente d e l pensamiento -—Mal L a r a , González de Salas e incluso Cervantes— juzgaba capaz al vulgo de u n a s a b i d u r í a casera, de u n a cierta perspicacia y a u n de b u e n tino, por l o que su reacción, sobre todo en el teatro, m e r e c í a de parte de los autores u n a respetuosa e x p e c t a c i ó n . Este p u n t o de vista, sin embargo, n o ejerció l a m i s m a influencia que e l anterior. L o q u e parece nuevo, a m i entender, es l a dificultad que los escritores d e l siglo XVIII experimentan en sentar unas líneas d i v i sorias incuestionables. S i u n o l l a m a vulgar a otro, i m a g i n á n d o s e superior, es para saber a l a postre que le merece igual concepto despectivo. L a confianza de M a ñ e r en su a u t o e s t i m a c i ó n r e c i b i r á 10 9 Reflexiones crítico-apologéticas sobre las obras del Rr. P. Maestro Benito Jerónimo Feijoo, Salamanca, 1749, t. 1, pp. 66-67. i° El hombre práctico, 1680 [Madrid, 1764], pp. 426-427. Juan de Valdés, Cervantes y G r a d a n , por ejemplo, h a b í a n expuesto ya ese punto de vista, aunque u n escritor tardío del siglo x v n , José Alcázar, sea quien identifique con mayor precisión el vulgo y l a capa inferior de la sociedad. Véanse los dos artículos siguientes de OTIS H . GREEN, " O n the attitude toward the vulgo i n the Spanish Siglo de Oro", StR, 4 (1957), 190-200; y "«Se acicalaron los auditorios»: A n aspect of the Spanish literary baroque", HR, 27 (1959), 413-422; E . C . RILEY, "Author and public", Cervantes* theory of the novel, Oxford, 1962, pp. 107-115; A . PORQUERAS M A Y O y F . SÁNCHEZ ESCRIBANO, " F u n c i ó n del vulgo en l a preceptiva dramática de la Edad de Oro", RFE, 50 (1967), 123143, y ALBERTO PORQUERAS M A Y O , El prólogo ñoles, M a d r i d , 1968, pp. 17-19. en el manierismo y barroco espa- * 52 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV las burlas de Feijoo en otro pasaje de l a Ilustración apologética, del que salen a u n tiempo apabullados teorías y teorizante: . . . asienta que erré en atribuir solamente al vulgo la nimia confianza en l a medicina; y lo prueba porque muchos fuera del vulgo están impresionados de esa nimia confianza. Este argumento se funda en el errado concepto de que sólo es vulgo el que viste gabán y polainas. Señor Mañer, para el efecto que aquí se trata, hay algún vulgo metido de gorra entre las pelucas, entre las togas, entre los bonetes, entre las capillas. Y para decirlo de una vez, n i aun se escapan de ser vulgo algunos de los que se precian de escritores, y muchos de los que se meten a Tertulios (p. 2 3 ) . 11 U n amigo de M a ñ e r , por su parte, no vaciló en juzgar que Feijoo sólo sería apreciado por el vulgo, a pesar de l a evidente dificultad que o p o n í a n las confesadas intenciones del benedictino de atacar los errores en que caen sus componentes. A f i r m a el contradictor que l a masa popular, predispuesta contra los seglares y en favor de los religiosos, d e s p r e c i a r á el Anti-teatro crítico, l i b r o que sólo busca el aplauso de los discretos . C o n el mayor desenfado, Feijoo le r e p l i c ó que h a b i é n d o s e metido a d e s e n g a ñ a r al p ú b l i c o de sus falsas opiniones, d e b í a combatir a M a ñ e r , el cual "como si fuese juez conservador de los errores del vulgo, solicitó mantenerlos en su anticuada p o s e s i ó n " (Ilustración, p. s. n.) . M á s adelante, Soto y M a r n e se declara convencido de que el Teatro crítico logrará u n a a c e p t a c i ó n sin distingos, porque "los necios" se sienten habitualmente a t r a í d o s por el b r i l l o de una e n s e ñ a n z a superficial (Reflexiones, t. 1, p. 2 1 ) . A l g u n a s p á g i n a s m á s adelante reconoce que Feijoo es tan inteligente, "que tiene equivocados no sólo a 12 1 1 De la última puntada que tira Feijoo se deduce que M a ñ e r es el responsable del ataque contenido en la Tertulia histórica y apologética (s. 1. n. a.), publicado a nombre de " D o n Jaime Ardanaz y Centellas". L a idea general de Feijoo aparece de nuevo al final de una novela de DOMINGO UGENA: "Vulgo: Palabra equívoca que comprende todas ]as órdenes de la sociedad; entran en él señores de mucha distinción, muchísima peluca y muchísimo espadín" ("Diccionario parafrástico para entender mejor la novela", Entusiasmo alegórico, M a d r i d , 1788, p. cx-viii). " A l vulgo, contra quien dirigió su teatro el Padre Maestro, le contemplo enemigo del anti-teatro, pues le veo parcial de sus doctrinas (efecto regular de las novedades), pero como debe usted sólo apetecer la aceptación de los discretos, vocee el vulgo lo que quisiere... [El] intento sólo de oponerse usted al Reverendísimo Feijoo tan mano a mano, acredita su á n i m o de gallardo; y más cuando a sujetos de corbata los contempla el vulgo incapaces de saber lo que los religiosos, como si fuesen las facultades inseparables de los claustros, y el estado secular repugnase el incomparable beneficio de l a sabiduría" ("Carta de don Gaspar Domingo de A n g ó s . . . al autor", Anti-teatro crítico, p. s. n.). 1 2 NRFH, XXIV LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII 53 los ignorantes preciados de curiosos, si t a m b i é n a muchos i n t e l i gentes tenidos por eruditos" (t. 1, p. 2 5 ) . Los inteligentes quedan embaucados como los ignorantes, apilados los eruditos con los e s t ú p i d o s , y los enemigos intercambian acusaciones de solicitar o halagar a l a necia m u l t i t u d . E n esta confusión de categorías intelectuales, sin embargo, alguien m á s entra en combate defendiendo a Feijoo en u n tratado a n ó n i m o contra el autor de ciertas notas críticas, de q u i e n dice: " P r u e b a con u n silogismo ser i n ú t i l [el "Consectario contra los filósofos modernos"] p o r q u e n o es materia para el vulgo; pero es necesario entender el A n o t a d o r que hay vulgo de discretos y doctos y vulgo de mentecatos, y si no fuere para desterrar errores comunes de éstos, serv i r á para los otros" . C o n el hallazgo de u n "vulgo de discretos" el pisto es absoluto. A u n q u e los críticos vituperasen l a pretendida vanagloria y á n i m o interesado de Feijoo, él m a n i f e s t ó con frecuencia que tan sólo e s c r i b í a en b i e n del p ú b l i c o . N o obstante, el empleo específico que hace de l a palabra público dista m u c h o de ser uniforme, y u n examen de los respectivos alcances acusa las dos vertientes a que ya hemos aludido. Las diferencias n o son siempre acusadas y cabe contar con alguna s u p e r p o s i c i ó n de valores. H a y que consignar el uso del vocablo como equivalente v i r t u a l de "patria", con referencia indudable a l a totalidad de l a p o b l a c i ó n considerada como u n todo o r g á n i c o : 1 S 1 4 1 5 1 3 Soto y Marne se valió de una imagen más picante para simbolizar los ataques de su adversario contra los errores comunes y l a crítica culta: " V . R m a . debe de haber ganado algún privilegio de los dioses para transferir a las representaciones de su teatro aquella mágica actividad que animaba las famosas transformaciones del fabuloso Proteo: pues ya se representa V . R m a . Orfeo que convierte en racionales los brutos; ya aparece Circe que transforma en brutos los racionales" (Reflexiones, t. 1, p. 4 7 ) . Diálogo entre el Juicio y el Desengaño (s. 1., 1727), p. 24. E l autor 1 4 responde a cierto DOMINGO PARGAS ZUENDÍA y GOSÁN, Anotaciones crítico al teatro universal, Madrid, 1727. E n el siglo anterior el sustantivo fue mucho menos empleado que el adjetivo. SEBASTIÁN DE COVARRUBIAS registra "publicar", "publicidad", y el adjetivo, pero no el nombre (Tesoro de la lengua castellana o española, M a d r i d , 1611). CÉSAR OUDIN glosa varias formas de la palabra, pero no incluye el sustantivo (Tesoro de las dos lenguas francesa y española, París, 1616). FRANCISCO SOBRINO traduce " E l público" castellano al equivalente francés, pero aclara "Le public" como "tout le peuple en general" (Diccionario nuevo de las lenguas española y francesa, Bruselas, 1705). J O H N STEVENS omite el nombre, aunque anota en el adjetivo, "the Public weale, R e p ú b l i c a " (A new Spanish and English dictionary, London, 1706). Cf. P. ESTEBAN DE TERREROS Y PANDO, cuya definición dice años más tarde: "opuesto al particular, el c o m ú n de todo el pueblo en general, la sociedad civil, los hombres, ciudadanos, etc." (Diccionario castellano con las voces. .. correspondientes en las tres lenguas, M a 1 5 drid, 1788). 54 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV 1) . . . porque se interesa mucho el público en que se coloquen en los empleos hombres bien intencionados ("La política m á s fina", t. 1, p. 81). 2) A u n aquellas proezas que inmortalizó la fama como últimos esfuerzos del celo por el público, acaso fueron m á s hijas de l a ambición de gloria que del amor de la patria ("Amor de l a patria y pasión nacional", t. 3, p. 213). Pero no se refiere a la n a c i ó n o al país cuando en el " P r ó l o g o al lector", que i n i c i a el p r i m e r tomo de su Teatro crítico universal, escribe: 3) Dijo bien el padre Malebranche que aquellos autores que escriben para desterrar preocupaciones comunes no deben poner en duda en que recibirá el público con desagrado sus libros (p. s. n.). A q u í utiliza público Feijoo como cifra de l a generalidad humana hostil a c u a l q u i e r crítica que le concierna; con todo, se refiere a u n a colectividad menos fijada que el pueblo a que a l u d í a en los dos primeros ejemplos. C u a n d o reaparece l a palabra en el prólogo puesto al segundo tomo, parece que se h u b i e r a reducido su alcance para comprender ú n i c a m e n t e a "mis lectores en general": 4) E l público me ha favorecido liberalísimamente, y esto basta para que yo, bien lejos de desistir de lo empezado, continúe más fervorosamente en servir a su diversión y utilidad. Algunos quisieron con sus censuras detener la corriente de la general aceptación que logró el primer tomo.. . (t. 2, p. s. n.). T a m b i é n sugieren los escritos de Feijoo los sutiles caminos por los cuales público adquiere u n matiz peyorativo apuntando a l a masa del vulgo. E n el p á r r a f o inmediato aclara y explica u n a exp r e s i ó n colectiva relacionada con " e l c o m ú n " : 5) N i debajo del nombre de errores comunes quiero significar que los que impugno sean trascendentes a todos los hombres. Bástame para darles ese nombre que estén admitidos en el común del vulgo, o tengan entre los literatos más que ordinario séquito. E l autor reduce l a universalidad de "comunes" de manera que abrace solamente dos grupos, el " v u l g o " y u n sector de "los literatos", que no son opuestos en esta ocasión. E n el pasaje inmediato se justifica por el empleo del castellano, y comenta: N o niego que hay verdades que deben ocultarse al vulgo, cuya flaqueza m á s peligra tal vez en la noticia que en l a ignorancia, pero ésas n i en latín deben salir al público, pues harto vulgo hay entre los que entienden este idioma, y fácilmente pasan de éstos a los que no saben m á s que el castellano ("Prólogo", t. 1, p. s. n.). NRFH, XXIV LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII 55 Desde luego, l a e x p r e s i ó n "salir al p ú b l i c o " y la inmediata, pocas l í n e a s m á s adelante, "comunicar al p ú b l i c o " , significan hacer a todos p a r t í c i p e s de algo en vez de l i m i t a r l o a u n grupo reducido, y su i n t e n c i ó n es neutra. P e r o ambos pasajes representan el riesgo de d i f u n d i r sin cortapisas l o que n o han de comprender los ignorantes n i los medianamente instruidos. P a r a Diego de T o r r e s V i l l a r r o e l , joven c o n t e m p o r á n e o de Feijoo, el p ú b l i c o era i n e q u í v o c a m e n t e plebeyo. Y de entre todos los escritores de aquellas fechas acaso sea el ú n i c o que estuviera en buenos t é r m i n o s con ese p ú b l i c o , l o que n o deja de ser significativo. A veces a s u m i ó el papel de abogado suyo, como en este p á r r a fo dicho ante una real sociedad m é d i c a : " E l p ú b l i c o (Señores m í o s ) es la primera y m á s desnuda c o m u n i d a d del m u n d o : es el pobre, el ignorante, el enfermo y el desvalido m á s visible y m á s acreedor a nuestras contribuciones, bienes, documentos y fatigas. . ." . E n otra suplicación, cuatro años m á s tarde, aparece l a palabra dos veces, y en ambas ocasiones queda identificada con la gente menesterosa. E n el p r i m e r caso es claramente definitoria ("el p ú b l i c o , d i v i d i d o en los dos gremios de l a plebe y de l a escuela"), por l o que m u y b i e n puede identificarse con l a f ó r m u l a tradicional para expresar las necesidades de todos los subditos. P e r o acto seguido se reduce su alcance a solamente "los pobres", al agregar l a " c i u d a d " como entidad distinta y aislar t a m b i é n el cuerpo de los profesores. Se trata de u n a a l o c u c i ó n ante el R e a l Consejo de Castilla, en la que T o r r e s solicita mejoras en el abasto de l a c i u d a d : 1 6 E l claustro-de doctores de Salamanca es cierto que me votó esta comisión; pero los que me han conducido a empujones hasta los pies de V . A . son los pobres, es el público, dividido en los dos gremios de la plebe y de la escuela. L a Universidad por sí sola sin duda alguna hubiera elegido otro hombre m á s d i g n o . . . pero los gritos y las raras aprensiones de este vulgo l a persuadieron que tal vez convendría más poner sus ruegos inocentes y sus súplicas en la boca de un filósofo humilde.. . Suplico a V . A . que así lo haga, y que lo haga por Dios, por los pobres y por m í . . . Y si esto no es posible, yo juro besar por justas las deliberaciones de V . A . aunque sean contrarias a nuestros deseos. Y el público, que recurra al cielo por sus socorros; l a ciudad, que tenga paciencia; y los de m i claustro, que busquen en Dios y en su filosofía sus conformidades y consuelos . 1 1 1 6 " A los señores socios de la R e a l Junta Práctica-médica de Ntra. Sra. de la Esperanza de M a d r i d (1752)", Obras, t. 5, M a d r i d , 1794, pp. 364-365. 17 "Segunda oración (1756)", Vida, en Obras, t. 15, 1799, pp. 273-375. L a posible correlación entre público y pueblo, en el sentido de gente indocta o no universitaria, queda sugerido por la observación de Torres a su regreso a 56 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV Lejos de condescender a tan h u m i l d e auditorio, T o r r e s l o cultiva como escritor, y a menudo confiesa sin empacho que va en busca de su dinero. D a n fe docenas de folletos, por lo c o m ú n en form a de almanaques. U n plieguecillo suelto, generosamente titulado Utilidades y divertimientos del público (Salamanca, 1755), empieza: " T o d o es e n g a ñ o . . . A u n este cuaderno en que a b o m i n o y descubro las cautelas y espantajos empieza desde el t í t u l o a ser embuste, ganga y pasmarota. P o r q u e cuando me puse a escribirlo no me acordaba de m á s u t i l i d a d n i divertimientos que los m í o s . M i pura i n t e n c i ó n fue asentarme al bufete a discurrir c ó m o p o d r í a ganar cien ducados para ayuda de mantener otros cinco sobrinos h u é r f a n o s , p á r v u l o s , enfermos y desnudos. . ." (p. 5). N o sólo procura T o r r e s ganarse u n posible cliente con su franqueza, sino que t a m b i é n desarma la solemnidad y p r e s u n c i ó n de que hacen gala quienes protestan servir al provecho y esparcimiento del p ú b l i c o . N o d i r i g i é n d o s e al p u e b l o en general sino a las clases m á s bajas, T o r r e s hace menos abstracta y grave la palabra " p ú b l i c o " . T a l es, en t é r m i n o s generales, el camino que conduce a la apar i c i ó n de u n ente nuevo en la escena de l a literatura española, el " S e ñ o r P ú b l i c o " o el " S e ñ o r d o n P ú b l i c o " . L o tropiezan los ojos en la segunda m i t a d del siglo XVIII, en el auge de los periódicos, pues la r e p r e s e n t a c i ó n se aviene m u y b i e n con el estilo l l a n o del a r t í c u l o p e r i o d í s t i c o . M á s propia fuera la esperanza de que u n autor consiguiese personificar i n e q u í v o c a m e n t e a su p ú b l i c o , tal y como h i c i e r o n sus predecesores con el "lector" de sus prólogos. Pero no sucede así, por cuanto la i n d i v i d u a l i d a d no aparece sino en el mero nombre, " S e ñ o r P ú b l i c o " . Francisco M a r i a n o N i f o hizo en 1761, que yo sepa, el primer esfuerzo por resolver el problema y concretar esta entidad. N i f o era u n publicista pertinaz y fuera de l o c o m ú n —fundó dieciocho periódicos— y fue el p r i m e r gacetero que sólo vivió de su p l u m a . E n las distintas p á g i n a s introductorias de aquellas publicaciones m a n i f e s t ó su deseo de despertar a " E s p a ñ a " , a "nuestra n a c i ó n " o "patria". E l procedimiento habitual fue la r e i m p r e s i ó n de autores españoles del siglo anterior y la t r a d u c c i ó n de obras extranjeras que considera útiles. N o parece que sus c o n t e m p o r á n e o s sintieran gran estima por aquellos esfuerzos; Clavijo, R o m e a y T a p i a , M o r a t í n y Forner, no sólo despreciaron sus gustos literarios, sino que denunciaron su p r i m o r d i a l i n t e r é s e c o n ó m i c o al aprovecharse de los viejos escritos españoles y de las descuidadas traducciones que d i f u n d í a sin mayor criterio. Salamanca: "que no era razón ni justicia que fuese paga y premio de un tan honroso beneficio que yo conseguí para la Universidad y el público, un desaire tan repentino, tan impensado y tan desmerecido. Esto y más que esto h a b l ó el pueblo, y esto hablaban con él muchos doctores", ib id., pp. 277-278. NRFH, XXIV LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII 57 N o es difícil comprender en tal s i t u a c i ó n por q u é N i f o se sint i ó a t r a í d o por el contraste que ofrecían el concepto a c a d é m i c o de " p ú b l i c o " , totalidad de una p o b l a c i ó n , y l a m u l t i t u d de opiniones q u e de hecho c o m p r e n d í a ese todo. D e a h í las ideas con que p r i n c i p i a este a r t í c u l o : Esta palabra "público" es una de las más difíciles de entender entre cuantas componen el diccionario copioso de las ideas humanas; y aunque precisa en el significado, es tan extensa en los supuestos que se deben entender por ella un sin n ú m e r o de caprichos, enlazados por casualidad y desunidos por naturaleza. E l común de los hombres forma esta palabra, y cada uno de ellos confunde su significación. Público, a l a verdad, no es otra cosa que un conjunto de pareceres, pocas veces conformes; pero pasa por un aprecio general lo que apenas es conveniencia de pocos. De esto proviene un eng a ñ o del que se dejan adular muchos que n i conocen al público n i estudian en conocerse a sí mismos. Siempre han hallado los tímidos, y los que tratados con honor se llaman discretos, un sin n ú m e r o de inconvenientes para hacerse bien vistos de este que llamamos Público, sujeto descontentadizo que, acaso cuando más se le sirve, se muestra menos satisfecho. . , . 18 N i f o hizo dos observaciones originales acerca del p ú b l i c o y de l a c o n d i c i ó n de sus opiniones. N o t a p r i m e r o que l o que corre a t í t u l o de o p i n i ó n generalmente aceptada no es en realidad sino el j u i c i o coincidente de unos pocos; parecer que, según podemos asum i r , hace suyo una masa sin criterio propio. Segundo, las personas con discernimiento son t í m i d a s y n o se esfuerzan por conquistar el consenso popular. N o hay u n a r e l a c i ó n lógica entre ambas conclusiones, ya que N i f o n o p o d í a significar que son los discretos quienes g u í a n a l a m u l t i t u d . D e antemano les h a b í a tachado de r e t r a í d o s , y luego insistió en l a idea convencional de que "esta exquisita parte del p ú b l i c o " está encubierta por las sombras de l a ignorancia y el error (ibid., p. 9 9 ) . P a r a comprender mejor cuáles son las ideas de N i f o debe pasarse a l a p r e s e n t a c i ó n de las secciones inmediatas, en l a que h á b i l m e n t e dispone de u n mantenedor y u n crítico para demostrar l o que debe hacer u n periodista. N i f o pretende haber r e c i b i d o u n a carta en l a que u n amigo le cuenta su confusión cuando le han invitado a escribir algo con que d i v e r t i r " a l s e ñ o r d o n P ú b l i c o " (ibid., p. 101). Se le aconsej ó q u e presentase u n a piececilla frivola si q u e r í a tener é x i t o , y en verdad que su p r o p i a experiencia del m a l gusto que reina en E s p a ñ a "me hizo creer que p o d r í a en pocos días hacerme u n o de 1 8 "De l a dificultad que se ofrece para contentar y dar gusto al público, porque tiene tantos paladares como individuos", Cajón de sastre o montón de muchas cosas, t. 3, n ú m . 18, M a d r i d , 1761, pp. 97-98. 58 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV los muchos que pasan por discretos en l a numerosa caterva de los tontos. Efectivamente me d e j é reconvenir de esta lisonjera esperanza, dando p r i n c i p i o a unas burlas de veras, que eran veras aunque p a r e c í a n burlas" (loe. ext.). Este amigo alude c o n el ú l t i m o comentario al sistema de mezclar o d i s i m u l a r el castigo con el eng a ñ o ; estrategia que apunta sin lugar a dudas al p l a n de N i f o . N o es de menor i m p o r t a n c i a el retrato que se traza, en l a carta ficticia, de u n a nueva c a t e g o r í a de escritor, que no puede identificarse con los discretos n i con los tontos. E l amigo, a q u i e n se supone hombre de alcances, trata de fingir u n talento de r e l u m b r ó n con que impresionar a l a muchedumbre. Así pues, como " u n o de los muchos que pasan por discretos", no es u n mastuerzo encampanado, ya que su inteligencia es real, sino sujeto que explota con la mayor indiferencia unas dotes estimables. E n la sección inmediata el calculador amigo de N i f o refiere que cuando d i s c u t í a en l a tertulia sobre su aventura literaria, le reprendieron, y t a m b i é n al ausente N i f o , por su insistencia en acometer materias graves. E l tertuliano p r e f e r í a l a poesía ligera, de la que hace muestreo en las p á g i n a s siguientes. N i f o , a decir verdad, ha i n t r o d u c i d o el arduo problema de c ó m o u n autor culto puede s i m u l t á n e a m e n t e complacer a un buen n ú m e r o de posibles lectores y salir beneficiado; para ello se ha valido de u n a carta, de u n a c o m p o s i c i ó n semiboba y semigrave, del d i á l o g o y del verso, de manera que l o ú t i l resulte grato. Pone así en p r á c t i c a l a política u n tanto c í n i c a que ha desaprobado en apariencia cuando se l a r e c o m e n d ó u n amigo. D e m o s t r a c i ó n que asimismo aclara c ó m o relaciona N i f o los dos puntos que resultaban inconexos en las observaciones preliminares. Su pensamiento básico es que los discretos pueden guiar opiniones vulgares si estudian el auditorio masivo y m a q u i n a n los medios para captar su a t e n c i ó n . U n texto posterior del mismo a ñ o confirma esta interpretac i ó n . D e nuevo el oportuno comentario de u n " a m i g o " dispone l a escena. Confiesa éste —y no aclara N i f o si con satisfacción o con envidia— c u á n t o le place observar que el p u b l i c i s t a encuentra en el p ú b l i c o tan a mano l a fortuna que otros han de buscar en Indias. C o n h a b i l i d a d recoge los vocablos público y fortuna para mostrar que ambos son fruto de l a inconstancia. C o m o u n c h i q u i l l o a q u i e n debe mimarse y u n a ramera que reclama lisonjas, n o son constantes sino en l a i n g r a t i t u d y el descontento. A l t e r a n d o el virgiliano audentes Fortuna juvat, escribe N i f o : " C r é a m e V d . y crea que le hablo con sinceridad: al Público y a l a Fortuna, para tenerlos contentos, n o hay como tratarlos con desenfado. . ." Y afectando una completa falta de p r i n c i p i o s replica en otro lugar: " N o hay m á s 1 0 1 Q "Introducción", Cajón de sastre, t. 5, 1761, p. s. n. NRFH, XXIV 59 LA PALABRA " PUBLICO" EN EL SIGLO XVIII F o r t u n a que D i o s en cuanto al e s p í r i t u ; y en cuanto a l o terreno, n o hay F o r t u n a como el dinero n i mejor P ú b l i c o que pesos gordos". Pero n o hay que tomar a l pie de la letra sus expresiones de escarnio n i de codicia; son simples naipes en el juego de " e n g a ñ a r con l a verdad", y l a i n t e n c i ó n de N i f o es sugerir que u n editor i n genioso puede ganarse a l p ú b l i c o mientras le instruye. N o se atiene precisamente al consejo del avisado R o d r i g o de Pacheco, cuyos versos utiliza para apostillar su c o n c l u s i ó n : " E n c i e r r e ya en l a cárcel de sus labios / el sabio e l n é c t a r de su fiel doctrina, / pues le han de conocer tan pocos sabios". M i x t o de buscavidas y de celoso patriota, j a m á s se cansó de publicar buenas lecturas para sus c o n t e r r á n e o s . 2 0 N o fue menos devoto del b i e n c o m ú n JOSÉ C L A V I J O Y F A J A R D O , q u i e n manifiesta en e l prefacio a El Pensador ( M a d r i d , 1762, p. 6) que su objeto es "mejorar a los hombres". P o r ardua que sea l a empresa, declara, el autor que consiga rectificar sus ideas, "les h a r á u n servicio". Incluso en otro ensayo pone a l a par su e m p e ñ o y el del predicador ; y en sus observaciones preliminares d i r í a s e que sigue una f ó r m u l a e v a n g é l i c a de h u m i l d a d y d e v o c i ó n cuando advierte que se d a r í a por satisfecho con mejorar las ideas de u n a sola persona. C l a v i j o se retrata m á s adelante, n o como u n observador, antes como apasionado i n q u i s i d o r de todas las clases sociales, silente y decidido, estudioso de l a naturaleza h u m a n a . E l trato, sin embargo, con las gentes le exaspera en tal m e d i d a que p r o n t o pierde su objetividad filosófica: " T o d o s estos, digo, y otra inmensa turba me hacen rabiar, l l o r a r y g e m i r . . . E n f i n , por desgracia m í a , yo soy tan sensible, especialmente en orden a aquellos 2 1 2 2 2 0 Atinadamente observa Luis MIGUEL ENCISO RECIO que se puede compilar una antología con las diversas actitudes que el periodista mantuvo ante el público; véase Nipho y el periodismo español del siglo xviii, Valladolid, 1956, pp. 148-149. Este mismo autor aprecia que el nivel de comunicación a que aspiraba N i f o queda establecido en l a introducción a la Estafeta de Londres: " N o es m i intento c o m u n i c a r . . . asuntos tan elevados como los que aspiran a enseñar, n i tan rastreros como los que fundan todo su m é r i t o en hacer reír" (cita en la p. 150) . Traza de este modo e l paralelo: "aunque no su misión y facultades, el fin y objeto del Pensador es el mismo que el de u n orador evangélico. L a diferencia está en que el predicador directa y abiertamente acomete a l vicio, tomando sus principales armas d e . . . principios sagrados de la religión; y el autor de una sátira lícita los impugna no tan abiertamente y por otros principios no tan sagrados..." ("Pensamiento 46", El pensador, t. 4, 1763, 112113). L a comparación está citada por GUINARD, op. cit., p. 188. " . . . las horas del d í a que tengo libres las empleo en examinar toda clase de gentes. T a n presto me introduzco en una asamblea de políticos como en u n estrado de damas. N i en uno n i en otro paraje hago traición a m i querido s i l e n c i o . . . Visito los teatros, los paseos y las tiendas; entablo mis diálogos con el sastre, el zapatero y el aguador. L a Puerta del Sol me consume 2 1 2 2 60 NRFH, XXIV MONROE Z. HAFTER males que turban la sociedad, que no puedo mirarlos sin dolor; y tan simple, que m i filosofía pierde los e s t r i b o s . . . " (ibid., pp. 15-16). A u m e n t a su zozobra, sigue diciendo, tal y "como si todos ellos fueran mis hijos, o yo tuviese c o m i s i ó n particular para proteger l a v i r t u d , las artes, el buen gusto y l a r a z ó n " (ibid., p. 16). N o se permite Clavijo el enfoque magistral de u n Feijoo, n i mantiene l a r e t ó r i c a del predicador, el filósofo o el padre. Antes b i e n asume una postura de modestia y a u n de indiferencia. Sus palabras adquieren u n tono c o l o q u i a l cuando declara: " E n punto de a m b i c i ó n estoy m u y bonitamente. Y o no me considero nacido para mandar a los hombres, n i éstos me parecen tales que merezcan l a pena y afanes que cuesta el mandarlos" (loe. cit.). Crece nuestra conciencia de una postura conflictiva cuando analizamos l a c o n c l u s i ó n , pues C l a v i j o n o se encara con u n lector a q u i e n urge l a enmienda, sino con alguien entre juez y amigo colaborador: Y a es tiempo de concluir, señor Público. V d . está sin duda admirado de no encontrar en este prólogo zalamería n i arrogancia, pero no hay que esperar uno n i otro de m i pluma. Y o no me he de poner de rodillas a suplicar a V d . pase en silencio los defectos de la obra, porque antes bien estimaré me los advierta para corregirlos. Tampoco me estaría bien tratar con fanfarronadas a mis jueces. Así, si no encuentra V d . los hipócritas epítetos de benévolo, candido, curioso y benigno, tampoco verá los insolentes de grosero, impertinente, preocupado y necio. Vayase uno por otro; y en todo caso si a V d . le pareciere, honrando m i trabajo, que es susceptible de crítica, que recaiga ésta sobre l a obra y no sobre el operario... Basta. Seamos amigos, y crea V d . que lo es suyo muy de veras (El pensador, pp. 21-22). Oscila entre crítico y amigo al encararse con sus lectores, dudando si proclamar sin tapujos su o p i n i ó n acerca de todos los hombres que componen l a sociedad, o si adoptar unos modales m á s suaves que le granjeen la s i m p a t í a de i n d i v i d u o s tan h e t e r o g é n e o s . O t r o periodista de l a m i s m a é p o c a d i o con l a feliz solución de aparentar que en E s p a ñ a no h a b í a gente vulgar. E l abate J . Langlet dirige c o m p l a c i d í s i m o sus observaciones proemiales al "ilustre" o al "sabio y respetable p ú b l i c o " . C o n f o r m e se pasea buscando u n a c o n t e s t a c i ó n a su pregunta " ¿ D ó n d e está el v u l g o ? " , encuentra las calles, teatros y l i b r e r í a s ocupados por ciudadanos sensibles, que responden a las ideas y a los hechos de manera loable. L a evidencia de u n a captatio benevolentiae cerca del auditorio hispano queda subrayada por el contraste con otro pasaje ulterior, en el 2 3 algunos ratos, y en estas escuelas aprendo más en u n día que pudiera en una universidad en diez años" (op. cit., pp. 13-14). El hablador juicioso y crítico imparcial, M a d r i d , 1763, p. v. 2 3 NRFH, XXIV LA PALABRA "PUBLICO" EN EL SIGLO XVIII 61 que Langlet previene a sus lectores contra l a i n f l u e n c i a de la necedad: "deseo conozcáis que entre los filósofos hay vulgo, y vulgo m á s perjudicial que el que ellos mismos a b o m i n a n " ("Carta I I " , op. cit. pp. 3-4). L a estratagema de identificar al p ú b l i c o de m o d o exclusivo con "los discretos", sin embargo, pone indirectamente de manifiesto las dificultades del autor al dirigirse a u n cuerpo indiferenciado de lectores. E l caso de J u a n C r i s t ó b a l R o m e a y T a p i a ofrece nuevas muestras de tal inseguridad por parte de los escritores, y ello a pesar de que al p r i n c i p i o se muestre totalmente confiado, como q u i e n sabe m u y bien con q u i e n habla. Se dirige al " S e ñ o r P ú b l i c o " calificándole agresivamente de monstruo de virtudes y vicios, engendro formado por los inteligentes y los l e r d o s . A n u n c i a que endereza sus papeles a los sujetos m á s estólidos e insensibles de l a sociedad. D e una parte, pagan como nadie; de otra, n o pueden reclamar el derecho de criticar la obra sin sacrificar los privilegios de su estupidez. Él, en suma, será el ú n i c o que navegue viento en popa, lejos del alcance de q u i e n pueda ofenderle. D e pronto, con tristeza, reconoce cuan imposible es todo esto, ya que en l a vida cada cosa tiene u n contrario que afrontar y la l u c h a es inevitable. E l tono de R o m e a cambia en el remate; su optimismo temerario cede al comprobar que los necios le j u z g a r á n de todos modos, así como, podemos a ñ a d i r , los autores envidiosos y los cínicos, que son t a m b i é n sus adversarios en el p ú b l i c o . R o m e a se sabe independiente de dos grupos, y n o precisamente de la m u l t i t u d mema o ignorante. C u a n d o se define como "escritor sin t í t u l o " , se aisla de los colegas diplomados en petulancia; y el afirmar en l a portada que su trabajo está "traducido del e s p a ñ o l al castellano" es una b u r l a de los traductores incompetentes que i n u n d a n las l i b r e r í a s . ? 24 2 5 2 4 "Señor Público: . . . V d . es u n monstruo, todo virtudes y vicios, pues ya se ve que de cuantos componen su dilatado imperio, unos son necios y mentecatos, otros hábiles e instruidos. Y o , al revés de los demás, no quiero nada con éstos porque c o m ú n m e n t e son melancólicos y mal contentadizos; con los estólidos me las quiero avenir, que pagan mejor sus tonterías, se inclinan a lo peor, y liman sus yerros a peso de plata. L o más que p o d r á n decir es que mis papeles son engañabobos. Pero no sé quién, pues si lo dicen los sabios, h a r á n muy mal porque no escribo para ellos; y los necios mucho peor, pues p e r d e r á n los grandes privilegios y exenciones que la fortuna les tiene concedido ipso facto que se conozcan. Conque, ajustadas cuentas, yo seré el único que corra viento en popa, sin que haya nadie quien me ofenda en u n pelo. Y a se ve que esto es pedir peras al olmo, porque todas las cosas han de tener su contrario, y no fuera tan estimada l a ciencia si de cuando en cuando no carease con la ignorancia. Y así, no hay que cantar victoria sino disponerse para l a pelea. Está muy bien, y yo le daré las gracias al que me convenza de mis necedades y botaratadas" (El escritor sin título, M a d r i d , 1763, pp. s. n . ) . Estos puntos están persuasivamente expuestos por GUINARD, op. cit., pp. 188-190. 2 5 62 MONROE Z. HAFTER NRFH, XXIV T a m b i é n los sandios y los cínicos escriben para doctrinar al pueblo, aunque lo perviertan en realidad. D e a h í que R o m e a quiera diferenciar su voz de l a de a q u é l l o s , y s u p r i m i r el aura de noble d e d i c a c i ó n en que se envuelven quienes h i p ó c r i t a m e n t e claman servir al p ú b l i c o . L a postura de R o m e a nos conduce casi al final del trayecto recorrido por l a palabra público en el siglo x v i n . T o d a v í a pertenece al campo de las conjeturas el p o r q u é de su empleo creciente; pero sin duda c o n t r i b u y ó a l a d i f u s i ó n una clara conciencia del atraso de l a c u l t u r a nacional. C u a n d o los autores se dirigen a esa u n i d a d o r g á n i c a que al p r i n c i p i o cifra el publico nos parece que, con u n e s p í r i t u afín al del despotismo ilustrado, quieren i l u m i n a r al p u e b l o e s p a ñ o l . D e todas maneras, el sustantivo, desde Feijoo en adelante, demuestra, por l a forma en que fue utilizado, una notable confusión con respecto a las diferentes secciones que componen la sociedad, y a l a vulgar m a y o r í a luego. Acaso tal a m b i g ü e d a d sea t a m b i é n u n reflejo de que m á s gente c o m e n z ó a leer, aunque defectuosamente, y a comprar publicaciones, de suerte que, cuando u n autor quiso dirigirse a l a c o m u n i d a d en conjunto, en efecto lograba alcanzar u n mayor n ú m e r o de lectores. E l deseo de atraerse u n a clientela y de impresionarla, requiere u n a estrecha identificac i ó n entre creador y consumidor de literatura. A n d a n d o el tiempo, la acusación de v u l g a r i d a d que se lanzaba contra el público vino t a m b i é n a formularse contra l a república literaria en general. U n escrito acusadamente c r í t i c o de finales de siglo nos proporciona u n cuadro inusitado y curioso de l a s i t u a c i ó n , porque aunque su autor fustiga de forma ostensible a los escritores por el bajo n i v e l de sus obras y defiende al p ú b l i c o , éste no sale mejor parado: A l juzgar por lo que se habla, se escribe y se piensa, nuestra nación debía ser l a m á s ilustrada: las esquinas no pueden sufrir el peso de los carteles; vomitan las librerías todo género de obras; trabajan noche y d í a las prensas... ved l a mayor parte de nuestras producciones literarias. Clámase continuamente contra el público; trátasele de juez injusto y voluble, y su paciencia es tal que después de conocer claramente l a sin razón, no se queja contra los reos, y aun los elogia y enriquece. E l público sufre continuos disparates, ridiculas producciones; aguanta m i l extravagancias; y engañado por un título magnífico compra obras pésimas, enriquece, honra y estima a autores que no saben lo que escriben y debían aprender a leer antes de tomar l a pluma en l a mano; y estos mismos autores tienen l a avilantez de insultarle... L a caterva de escritorzuelos, que como los bárbaros del norte han hecho una irrupción en l a República literaria, . . . éstas son las causas de nuestro atraso . 2 6 2 6 CECILIO PÉREZ, La inoculación del entendimiento, M a d r i d , 1789, p. 29-33. NRFH, XXIV 63 LA PALABRA "PÚBLICO" EN EL SIGLO XVIII E n l a d e s c r i p c i ó n de C e c i l i o Pérez el " p ú b l i c o " no se distingue del " v u l g o " , y los autores no son otra cosa que b á r b a r o s tras el b o t í n de unas liquidaciones. L a c o r r u p c i ó n general del gusto y del b u e n sentido es u n grave i m p e d i m e n t o para que las gentes de verdadero talento consigan audiencia; cuando menos, esto es lo que L a r r a quiso significar a ñ o s m á s tarde con las e q u í v o c a s palabras que puso al final de su a r t í c u l o . Pretende con amargura no ser mejor que sus colegas, cuando admite que a l escribir para el p ú b l i c o , en verdad, tan sólo escribe para sí mismo. MONROE Universidad de Michigan. Z. HAFTER