Do ascensor en oiedio de nna cíoilail

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Ilustración
Do ascensor en oiedio de nna cíoilail
S'íí¡',¿^!l''^D?'' r'^P ' ^ ^ D "^o^e^cial más importante del Brasil d e s tien^n ,5
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y P e r n a m b u c c ^ está e m p l a z a d a en la veriiente d e una meseta q u e termma en la costa.
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la r;,fH^S'^^."''^"*°
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la ciudad baja
la c u d a d alia y, para vencerlo, ha sido preciso construir un p o -
AIO VIL - NÚM. 284
popular
ILUSTRACIÓN
POPULAR
P R E C I O S
D E
S U S C R I P C I Ó N :
Director: M. JIMÉNEZ MOYA
EapaAa;
Director d . lo sección d e folletines
encuadernables: L o r e n z o C o n d e
Un m«s . . t ptat
Un aAo . . U *
' América: Un «no . . m ptas
\ o«má| palaaa: Un aAo 40 >
Ejamplar auaito
SO cta.
Oficinas: Diputación, 211.-— B a r c e l o n o
Númoro atraaado
S E
Para p r o v i n o i a t , la a u t c r i p a l A n m í n i m a «a un t r l m a a t r a .
P U B L I C A
l _ O S
S Á B A D O S
tente ascensor q u e se e l e v a hasta ochenta
metros d e altura y lleva al público d e la
p a r t e baja a la parte alta. De c ó m o e s e s e
e l e v a d o r p o d e m o s formarnos una idea e x a c ta p o r la fotografía.
l^a ciudad baja está constituida por uñó
cala q u e tiene siete quilómetros d e playa,
t n e s e barrio se desarrolla t o d o el movimiento comercial d e la población, y e n él
a b u n d a n los almacenes, bancos, depósitos,
etcétera, a d e m á s d e la a d u a n a , el arsenal y
los astilleros q u e contribuyen a aumentar la
animación.
En la p a d e alta hay numerosas tiendas y
magníficos edificios; veintinueve iglesias, la
Catedral, q u e por cierto e s la más hermosa
del Brasil, varios monasterios y otras construcciones d e estilo mcxferno.
Fué fundada esta población e n el a ñ o
1549, a instancias del rey Juan III y e s una
d e las más antiguas del Brasil.
Hoy cuenfa con más d e doscientos mil
habitantes, con p u e r t o d e importancia y v a rias industrias e n t r e las q u e d e s t a c a n las
manufacturas d e t a b a c o , la zapatería y los
hilados y tejidos d e algodón.
TAPAS EN TELA P A R A LA
Pequeña
Enciclopedia
Se hallan a la venia lapas p a r a encuadernar e l
Diccionorio Enciclopédico, publicado en A l G O .
En consonancia con la o b r a a que van destinadas, estas tapas han sido confeccionadas con
sólida lela de sobrio y elegante color sobre
la que resalta el título de la o b r a , en relieve
sobra la cubierta y oro sobre el lomo.
P r e c i o 3'SO
Usted es d e los que compran todos los
m e s e s la revista L E C T U R A S ¿verdad?
Si no la compra es p o r q u e no la conoce
o no la fia visto d e t e n i d a m e n t e .
P o r q u e L E C T U R A S es el primer m a g a zine literario y artístico de E s p a ñ a , y en la
casa donde e n t r a una vez ya no dejan nunca de a d q u i r i r l o .
Los m á s famosos escritores e s p a ñ o l e s y
e x t r a n j e r o s escriben p a r a L E C T U R A S cuentos, novelas y artículos que son i l u s t r a d o s
por los más notables dibujantes y fotógrafos; los m á s i m p o r t a n t e s cuadros y las m á s
bellas e s c u l t u r a s son r e p r o d u c i d o s en e s t a
revista por los procedimientos más modernos; las c a r i c a t u r a s e historietas m á s i n g e niosas a p a r e c e n en sus p á g i n a s ; en pliegos
s e p a r a d o s a p r o p ó s i t o p a r a e n c u a d e r n a r publica o b r a s m a g n í f i c a s ; convoca i n t e r e s a n t e s
concursos... Y sus secciones «De lo q u e vamos leyendo» y «De todos a todos» comp l e t a n , c a d a volumen, que es un a l a r d e d e
belleza, de riqueza y de buen gusto.
V continúa la o b r a de los h e r m a n o s Quint e r o «Los Galeotes», novelada por M a r i a
Luz M o r a l e s , e incluidas en el número las
c o r r e s p o n d i e n t e s p á g i n a s del fascículo « H o l a n d a » , c o r r e s p o n d i e n t e a la obra « B e l l a s '
t i e r r a s del mundo».
El número q u e h a publicado a h o r a e n '
e n e r o , lleva en la cubierta un r e t r a t o a t o - ¡
E s t e número, como todos los de LECTUdo color d e Josefina T a p i a s ; empieza con i RAS, es un a l a r d e d e seleccionado buen
la comedia en t r e s actos de Jacinto B e n a gusto y de esfuerzo e d i t o r i a l .
vente, «El p a n comido en la mano», ilustraEl que p r e p a r a para cl próximo febrero
da con e s p l é n d i d a s fotografías de W a i k e n
es también i n t e r e s a n t í s i m o , pues, a más d e
y pequeños motivos en color de F r e i x a s ;
c u a t r o reproducciones a todo color de cuadespués d e c u a t r o fotografías de l>elled r o s d e F e r n a n d o Bosch, c o n t e n d r á t r a b a z a s d e las q u e lian a c u d i d o al concurso
jos de José M a r í a de P e r e d a , W . F e r n á n d e z «La m a d r i n a de L E C T U R A S » , inserta el
Flórez, M a r i a n o T o m á s . C i a u d e J o n q u i é r c ,
cuento «Que a r d a la paja», de Luis P i r a n Gabriel Greiner. Braulio Solsona, la comedello, p r e m i o Nobel 1934, con dibujos de
dia e n t r e s a c t o s d e José y J o r g e de la
B a r s ó ; luego a p a r e c e «El secreto de famiCueva « M a r í a del Valle», e t c é t e r a .
lia», cuento d e Francisco H e r c z e g , ilustraN o deje usted d e ver algún número d e
do por F r e i x a s , y sigue a este cuento c l ^
L E C T U R A S . Le iotfifesa.
D i ¿ a
a
B a r c e l o n a
¡ M a d r i d
enviando el importe por giro postal o en sellos
de correo.
Advertimos a nuestros lectores que q u e d a n tod a v í a algunas, muy pocas, topas de V I D A S DE
HOMBRES ILUSTRES (3 ptas.), HISTORIA N A TURAL (6 ptas. los dos lomos) y TESORO DE
ARTE (3 ptas.), las cuales serviremos por riguroso orden de p e d i d o .
t u s
a m i b o s
q u e a h o r a e s la o c a s i ó n p o r a
e m p e z a r a coleccionar ALGO
Los que se suscriban por un mínimo
de 6 meses a partir de enero, pueden
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cio de
por el
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reducidísimo
pre-
PESETAS todo lo pu-
blicado hasta fin de diciembre de
Tenemos mucho gusto en hacer constar que el autor
de las fotografías del artículo <La pesco del atún> publicado en uno de nuestros últimos nijmeros, es el ar-
.J{>%**viMmff.Mmor Strnw»....
a r g u m e n t o d e la película «¿Y a h o r a q u é ? » ,
con fotografías de la misma película.
A continuación: «Pinacoteca a m b r o s i a n a » ,
articulo de M a r i a n o T o m á s , con magníficas
reproducciones de famososo c u a d r o s ; - L a
pistola e s t r i a d a » , cuento de J. S. Fletcfier,
con dibujos de B a r s ó ; «El misterio d e u n o s
ojos azules», cuento por José Baeza, con
dibujos de E . Vicente; una fiistorieta de
O p i s s o ; el cuento «¿Qué q u i e r e s ser t ú ? » ,
de Manuel Ros. i l u s t r a d o por Bosch; «La
primera o b r a de los Quintero», curiosa jntormación con f o t o g r a f í a s ; las secciones «De
lo q u e vamos leyendo» y «De todos a todos» y c a r i c a t u r a s e historietas de i n g e n i o sos dibujantes.
ptas.
Pedidos a los corresponsales de esta revista o
directamente a lo Administración
D i p u t a c i ó n , 211. —
V a i v e r d e ,
3 0 .
t pta.
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ESPAÑA HISTÓRICA
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P U B L I C I T A S ,
S.
A . Diputación, 211, Barcelona. - Valverde, 30, Madrid
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Barcelona: Pza. Catiluffa. 9, !.• Madrid: Av. Pi y Margall. 9. ent.'
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H I S T O R I A ,
L E Y E N D A Y T R A D I C I Ó N
LO Q U E F U É
Y LO QUE E S
DE
ROMA
es
ELd eColiseo
mayores
el anfiteatro
dimensiones
q u e ha q u e d a d o , a u n q u e en
ruinas, c o m o recuerdo del p o d e r í o d e Roma.
La visita a este coloso d e
la arquitectura romana, tan llen o d e recuerdos y q u e tanto
significa e n la historia d e la
antigua d u e ñ a del mundo, e s
obligada para t o d o forastero
q u e llega a la capital d e Italia en viaje d e turismo. Es
más,
los mismos habitantes
d e la Roma actual, dirigen
hacia él sus paseos, sin duda
FKsrque no se cansan d e contemplar el magnífico e s p e c táculo d e sus ruinas, y asi,
e n t o d o momento, hay gran
aninriación entre aquellas piedras milenarias d o n d e h a c e
siglos se congregatia una multitud d e cien mil e s p e c t a d o res,
q u e seguían con rugidos
d e entusiasmo las terribles
luchas entre hombres y fieras o entre hombres y hombres.
Antes d e pasar a d e l a n t e d i remos, p o r q u e v i e n e a c u e n to,
q u e e s un error llamar
circo al Coliseo d e Roma,
c o n f u n d i e n d o aquella d e n o m i nación con la d e anfiteatro.
Los circos eran los lugares
d o n d e se celebraban ias carreras d e carros, mientras los
anfiteatros se reservaban a
las luchas d e los g l a d i a d o res y a otros e s p e c t á c u l o s
igualmente crueles.
El n o m b r e prinrutivo del C o liseo fué el d e anfiteatro Flavio y lo m a n d ó construir Vespasiano. D e s p u é s s e le llamó
coliseo (colloseum) d e b i d o a
sus dimensiones realmente c o losales, según unos, y, según
otros, por h a b e r s e levantado
ante él una e n o r m e estatua
d e Domiciano, p u e s hay q u e
tener en cuenta q u e e s a s e s culturas qigantescas recibían
d e los romanos el nombre
d e «colosos».
El e s p a c i o d e s t i n a d o a los
e s p e c t a d o r e s e s t a b a dividido
e n tres partes: el «podium».
las «maeniana» y los «portici».
El «podium» era la m e ior localidad del anfiteatro.
En él estaban los sitios d e
honor destinados al e m p e r a dor, senadores, magistrados.
E n el
Coliseo h a y s i e m p r , • cenWn a r e s de v i s i t a n t e s .
H I S T O R I A
I V E Y E N D A Y
TRAftjCICÍN
vestales y d e más p e r s o n a s
Un m o n j e d u r a n t e -u discurso de prop a g a n d a r e l i g i o s a , e>ccna m u y f r e c u e n t e
e n t r e las r u i n a s del Coliseo.
Algunos visitantes
e n la
tribuna
donde a n t i g u a m e n t e
se
sentaban
los senadores.
saciada por los crueles e s p e c táculos q u e se c e l e b r a b a n allí
y q u e se v e n í a n o r g a n i z a n d o en
Roma d e s d e el a ñ o 264 antes d e
J. C , en q u e se ofrecieron por
primera v e z a los romanos bajo
la tutela d e Marco y Décimo
Bruto, los cuales quisieron honrar así la memoria d e su p a d r e .
Pero lo q u e los soberanos d e
Roma F>erseguían ofreciendo tales fiestas, por cierto gratuitas,
era atraerse las simpatías del
pueblo.
Cerca d e trescientos edificios
d e esta clase llegó a tener el
Imperio Romano esparcidos por
t o d o su territorio en la é p o c a
d e su máximo esplendor.
A veces, los espectáculos q u e
se c e l e b r a b a n en el Coliseo revestían una imponente g r a n d i o sidad, c o m o c u a n d o se organizaban batallas navales, para lo
cual se llenaba d e a g u a el círculo d e arena.
Hoy ya n o se c o n g r e g a e n
el Coliseo una multitud d e cien
mil personas, p e r o sí c e n t e n a r e s
d e visitantes q u e s e extasían e n
la contemplación d e las ruinas y
q u e recorren sus g r a d a s y tribunas o d e s c a n s a n e n los b a n c o s
q u e rodean el círculo d e arena,
en homenaje d e evocación a
aquellos tiempos en q u e Roma
fué la gran señora del m u n d o .
A v e c e s , se v e también un s a c e r d o t e q u e pronuncia d e s d e las
g r a d a s un discurso d e p r o p a g a n d a religiosa. Una multitud le rod e a en seguida y le escucha
con interés y respeto, a c a s o porq u e s a b e n q u e allí mismo hallaron una m u e r t e cruel muchos
mártires.
Así e s c ó m o e s a s piedras, hoy
ruinosas, q u e cuentan con una
a n t i g ü e d a d d e cerca d e d o s mil
años, n o han p e r d i d o a ú n el
contacto con la humanidad.
A l r e i l e d a r d e la
arena
centenares
d» p e r s o n a s
descansan y contemplan
e x t a s l a d a s el e s p e c t á c u l "
de las a n t i g u a s r u i n a s .
Alí^\
D e la vida escolar
n o r t e a m e r i c a n a
Cada a l u m n o se dedica libremente al trabaio q u e m á s le agrada.
EN L A S
p r e g u n t a r á n a l g u n o s — m a n t e n e r con
tal régimen u n a buena disciplina e n t r e
los es«olares? A esto p u e d e contestar. w
se que lo que alli impera es la autodisciplina. Sin necesidad de maestro
o p a s a n t e que bajo la a m e n a z a de severos castigos a t e m o r i c e a los niños, ellos mismos cuidan
del o r d e n . La escuela no es, al fin y al cabo, una institución de e n s e ñ a n z a p a r a adultos, sino p a r a niños. Y éstos
necesitan un régimen especial. E l sistema de que se valgan por si mismos, sirviéndose unoJ a o t r o s , es una excelente idea, pues asi a p r e n d e n a vivir en sociedad, lo cual
h a de serles muy provechoso p a r a el futuro.
A los seis a ñ o s de clase elemental siguen tres de «Júnior Highschool» y o t r o s t r e s de «Sénior Highschool».
Highschool n o significa estudios s u p e r i o r e s , sino medios, y
d u r a n h a s t a los dieciocho a ñ o s de e d a d . Son, p o r decirlo
así. el escalón de p a s o a las Universidades o a los «Collegcs» especiales.
T a m b i é n d u r a n t e los Highschools, q u e p o r cierto son
g r a t u i t o s , se evita s o b r e c a r g a r a los niños de s a b i d u r í a ,
y también i m p e r a en ellos lo práctico. F o r m a p a r t e del
g r a d o una clase de cocina p a r a muchachos. L a escasez d e
servicio domestico obliga con frecuencia a l h o m b r e a
a y u d a r a su mujer en los q u e h a c e r e s de la casa y a enseñarle a m a n e j a r las m á q u i n a s m o d e r n a s q u e a h o r r a n
t r a b a j o en el h o g a r . Las mujeres, por su p a r t e , reciben
una educación culinaria e s m e r a d a en cocinas e s c o l a r e s
comunes y en p e q u e ñ a s cocinas p a r t i c u l a r e s .
Los a l u m n o s de m e n t a l i d a d a t r a s a d a son objeto de especial atención. Se les educa p o r s e p a r a d o en p e q u e ñ o s
g r u p o s de inteligencia a n á l o g a y se e n c a r g a n d e ellos
maestros especializados q u e ponen t o d a su c a p a c i d a d p e dagógica y toda su paciencia p a r a vencer su r e t r a s o .
Los niños c o r p o r a l m e n t e débiles, y especialmente a q u e llos de peso inferior en un veinte p o r ciento o más a lo
normal, son a g r u p a d o s en clases especiales. P o r medio
de un régimen de alimentación c u i d a d o s a m e n t e escogida,
E
l, objetivo p r i m o r d i a l de la educación a m e r i c a n a es conservar
la salud del educando, pueslo que sin salud no hay inteligencia
despejada. Las vacaciones a n u a l e s d u r a n tres meses. Además, en
cl resto del año sólo a s i s t e a clase cinco dias p o r semana, pues
el s á b a d o y el domingo los tiene libres. La j o r n a d a escolar es de
seis h o r a s y m e d i a : de nueve de la m a ñ a n a a t r e s y media de la
t a r d e . H a s t a cumplidos los doce años no se violenta lo m á s minimo
la inteligencia del alumno. Los niños deben ser niños.
En la enseñanza, como en todo, existen varios caminos. E n E u r o pa, educar significa someter. Se obliga a los niños a s e g u i r rigidamente las directrices prefijadas por los mayores. En N o r t e a m é rica, educar es dejar que se desarrollen las disposiciones p r o p i a s
de c a d a cual, con a l e g r í a e independencia.
La clase llamada elemental comprende alli seis g r a d o s , c o r r e s pondientes a los años que median entre los seis y los doce de e d a d .
D u r a n t e ellos, la enseñanza es común p a r a ambos sexos y corre a
c a r g o de m a e s t r a s exclusivamente. E n locales amplios, al lado de
espaciosos j a r d i n e s , se dedican los niños a las ocupaciones a que
sus inclinaciones particulares les impulsan, fl unos (y según sean
niños o niñas) les a t r a e la máquina de escribir, a o t r o s la cocina,
a otros la construcción de una casa o su a r r e g l o interior, etcétera,
y a ello prestan libremente su atención sin que se les fuerce a hacer otra cosa. Sistema educativo que ejerce una s a l u d a b l e influencia no sólo sobre el cerebro, sino sobre toda la p e r s o n a del niño.
Altamente interesante es el procedimiento de a p r e n d i z a j e de la
geografía. Se a p r e n d e viviendo. Si se t r a t a del Japón, por ejemplo,
los niños van reuniendo durante varias s e m a n a s todos
los d a t o s que sobre dicho
pais encuentran. Después,
con los m a t e r i a l e s que tienen a su disposición, o r g a nizan una especie de función t e a t r a l , en la que imitan en todo lo posible la
vida nipona, vistiendo, comiendo, t r a b a j a n d o y durmiendo como los japoneses.
Las clases de lectura de
aquellas escuelas se diferencian notablemente de las
nuestras. N a d a de estrechos
bancos ni de libros iguales,
n a d a de normas rígidas, sino asientos y mesas libres,
y lecturas a elegir e n t r e libros y revistas convenienlemente escogidos, pero entre los que existe una g r a n
v a r i e d a d . Después, p a r a
que la lectura no deje de
d a r su fruto, un poco de
conversación bajo la dirección de la maestra, que anima a los niños a r e l a t a r a
sus compañeros lo q u e han
a p r e n d i d o leyendo.
¿ C ó m o es posible — s e
k
Alumnos y a l u m n a s
construyen una casita.
mucho descanso y una p e r manencia constante a la
luz y al aire, suelen o b t e nerse r e s u l t a d o s r á p i d o s y
duraderos.
H a y o t r a s clases cuyo
objeto principal es convertir r á p i d a m e n t e a los inmig r a d o s en c i u d a d a n o s a m e ricanos y fomentar, en seg u n d o lugar, el a p r e n d i z a j e de la lengua del pais.
fl las muchachas se les inculcan, a d e m á s , conocimientos útiles p a r a la casa y
la vida, y a los h o m b r e s ,
p a r a los negocios.
Las escuelas suelen e s t a r
en p l a n t a s b a j a s y dispuest a s de modo q u e p u e d e n
ser r á p i d a m e n t e e v a c u a d a s
en caso de incendio. Ante
su fachada principal hay
magníficos j a r d i n e s , cn los
que a b u n d a n las flores, y
en la p a r t e t r a s e r a no taita
nunca un amplio c a m p o de
j u e g o s . Los techos son a l -
,
'
EN 1,AS
UKLAS
y
aposentos espaciosos y bien ventilados, y no sólo s e procura que tiaya aire sufic i e n t e , sino q u e p o r
varios medios se consig u e q u e éste sea lo m á s p u r o posible y q u e
la atmósfera viciada t e n g a una forzosa y
r á p i d a salida.
N o r t e a m é r i c a h a puesto t o d a su voluntad
en crear una e n s e ñ a n z a modelo y lo ha conseguido. I.O consiguió a n t e s que E u r o p a , pero ya ésta ha l o g r a d o situarse a su lado
y ahora las dos avanzan j u n t a s de la mano
del p r o g r e s o .
ii'lJ''?'^^''** ^ t a i i ( < Ue Leipzig) M a x Z I M P E L
J u g u e t e s
que
se
construyen en
c a s a
EL P A T O Q U E A N D A
idea exacta de cómo es, Al mismo tiempo
p o d e m o s ver cómo e s la pieza B, q u e es la
t r a z a d a con p u n t o s .
La pieza C debe c o r t a r s e sobre una madera de veinte milímetros de grueso p a r a
ir r e b a j á n d o l a por un lado (el q u e ha de
q u e d a r a la p a r t e e x t e r i o r ) , como se desp r e n d e de la figura 1.
m a r c a d o en la pieza A. E l tornillo no debe
introducirse h a s t a la cabeza, con objeto de
q u e la p a t a t e n g a juego. Con la o t r a p a t ó
se procede e x a c t a m e n t e igual.
La figura III m u e s t r a el pato completamente t e r m i n a d o . Sólo falta introducir un
pequeño cáncamo en el pecho ( y a está indicado en la figura A), a t a r a él un iiilo r e -
D
EI. modo m á s claro posible voy a d e s cribir en este y sucesivos artículos cóm o se construyen b a r c o s que n a v e g a n , aviones q u e vuelan, a n i m a l e s q u e se mueven y
o t r o s juguetes curiosos. P a r a ello se pueden
aprovechar desperdicios de m a d e r a de los
q u e s i e m p r e suele h a b e r por ías c a s a s
y como h e r r a m i e n t a s sólo se
necesitan
una hoja de sierra p a r a metales (en cualquier ferretería se e n c u e n t r a n por veinte o
veinticinco céntimos) y un poco de papel de
lija p a r a a f i n a r las p i e z a s .
P a r a e m p e z a r voy a describir cómo se
construye un p a t o que a n d a . T i r a n d o de el
con un hilo, el p a t o a v a n z a moviendo los
pies y con ese balanceo característico en
dichos animales.
Piezas.
P a r a construir este p a t o nosotros
hemos e m p l e a d o m a d e r a de trece milímetros
de grueso, pero p u e d e e m p l e a r s e la q u e se
t e n g a a mano con tal de que su espesor
no baje de los diez milímetros ni pase de
los quince. L a s p i e z a s son cinco.
Una pieza de la forma A,
Dos p i e z a s de la forma B,
Dos piezas de la forma C.
Construcción.
E m p e z a r e m o s por cuadricular la t a b l a de la que hemos de c o r t a r
las piezas. Los cuadritos deben h a c e r s e de
m o d o que midan trece milímetros de lado,
t o n a y u d a de esta cuadrícula nos será fácil t r a s l a d a r a la m a d e r a las figuras t r a z a - i
d a s en n u e s t r o gráfico, gráfico que, como
vemos, está también cuadriculado.
sistente y t i r a r del cordel después de dejar
el p a t o en el suelo. E n t o n c e s las p a t a s s e
moverán, d a n d o la sensación de que el a n i mal a n d a por sí solo. La figura IV indica
cómo se pueden unir dos m a d e r a s p a r a cort a r a l mismo tiempo las dos piezas B, con
lo que r e s u l t a r á n e x a c t a m e n t e i g u a l e s .
Pintura.
Si se q u i e r e p i n t a r el j u g u e t e ,
debe h a c e r s e a n t e s de unir las piezas y esp e r a n d o a q u e la p i n t u r a sc seque bien p a r a r e a l i z a r el montaje.
E l modelo construido por mí tiene la p a r te interior de las p a t a s y cl pico de color
Una vez frazadas las figuras, se recortan
con la s i e r r a y se afinan, rebajan y perfeccionan con el c o r t a p l u m a s y el papel de lija.
Las piezas A y B no p r e s e n t a n n i n g u n a
dificultad de construcción porque son de
un gruesq uniforme —el
g r u e s o de la t a b l a — , p e r o
la pieza C tiene u n a torma i r r e g u l a r q u e no se puede p r e c i s a r en la cuadricula. P o r eso, a d e m á s d e
d a r l a en el gráfico cuadriculado, la r e p r o d u c i m o s
a p a r t e (figura I) p a r a q u e
p o d a m o s f o r m a r n o s una
La pieza B lleva un boquetito que la a t r a viesa, como se ve en el gráfico, y la pieza
A o t r o que no atraviesa la m a d e r a . Ambos
indican el punto de unión de las dos piezas m e d i a n t e un tornillo, como se explica
más adelante.
Montaje. Las piezas B y C se unen enc o l á n d o l a s . E n la figura I I s e ve claram e n t e cómo q u e d a n e s t a s piezas después
de u n i d a s . F o n n a n una p a ta. H u e l g a decir q u e hay
que hacer otra pata exac/ ' ^ w Jl
t a m e n t e igual, pero e n ^
colando la pieza C en la
o t r a c a r a d e la pieza B,
p a r a formar la p a t a del
o t r o lado.
Construida la p a t a , sc hace p a s a r un tornillo por cl
boquete de la pieza B y se
i n t r o d u c e con el destornillador en el punto de unión
r o j o ; la cabeza, las a l a s y la cola, n e g r a s ,
y el resto del
cuerpo, blanco.
W l a d i CUQUE
(*} El aue desee los planos en tamaño natural
del pato que anda, paade adquirirlos, al precio de
ana p«seta, en el domicilio de don J . Uabascall
Beorteaul, Avenida de Gaadi, 56, Barcelona.
DIVULGACIÓN
CIENTÍFICA
Cuando
hayan
dado la v u e l u
completa
a la Tierra, estos a v i o n e s g a n a r á n y
¿EN QUÉ D Í A
/ ^ O N motivo del articulo publicado en e s ^
tas páginas con el título d e « ¿ Q u é
hora es?», hemos recibido un artículo muy
acertado q u e lleva por titulo el q u e e n c a beza el presente y q u e es d e b i d o a don
L. Lobo Peña, d e Cantalejo (Segovia).
En el artículo p r e i e n t e no me p r o p o n g o
enmendar lo q u e muy bien ha dicho el
señor Lob)o Peña, sino ampliarlo convenientemente. En realidad, se trata d e una cuestión d e v e r d a d e r o interés y ger>eralmente
p o c o sabida. Los q u e vivimos en Eurofja,
por ejemplo, poco tenemos q u e preocuparnos d e ello. Si en estos momentos es,
por ejemplo, mediodía del lunes, no tendremos q u e hacer ningún esfuerzo d e imaginación para comprender q u e , sucediéndos e las horas del día, llegamos a medianoche y que, a partir d e este momento, vamos a empezar el martes. Los días irán
pasando sucesivamente como una cinta por
nuestro meridiano, y a las d o c e d e la noche
(hora legal), lo mismo para los astrónomos
que para el público en general, se iniciará el n u e v a día.
Pero imaginemos q u e cuando es mediodía
para nosotros, nos trasladamos hacia el Este, traspasando husos y más husos horarios.
Llegaremos instantáneamente a un meridian o q u e corresponde a las d o c e d e la noche.
perderán
un
dia
respectivamente.
ESTAMOS?
Hemos llegado a un punto crítico. Un p o co antes d e los 180 grados d e longitud s e rá lunes, por ejemplo, y un poco d e s p u é s
será también lunes; en el primer caso será
el lunes q u e termina y e n el s e g u n d o el
lunes q u e empieza. Pero este estado dura
un tiempo infinitamente corto, pues del m e ridiano d e los 180 grados d e longitud surgirán inmediatamente los primeros momentos del martes.
Si el viaje no lo efectuamos con la imaginación, sino con un vehículo cualquiera,
en aeroplano, por ejemplo, notaremos q u e
dirigiéndonos hacia el Este, el Sol se pondrá todos los días más temprano o q u e la
duración del día será más corta. Lo contrario ocurriría si efectuásemos el viaje en
sentido contrario. Sucederá, también, q u e
en un viaje d e circunnavegación e n el sentido E-W, se perderá aparentemente un día,
y d e W a t , lo ganará. Esto ocurrió, por
primera vez, el 6 d e noviembre d e 1524,
cuando los compañeros d e Magallanes, q u e
salieron d e España el 10 d e agosto d e 1519,
por el W y regresaron por el E, quedaron
asombrados al enterarse d e q u e los e s pañoles celebraban el domingo, mientras
su diario d e a b o r d o marcaba el sábado.
Lo contrario ocurrió a los portugueses y h o landeses q u e pasaron por el Catx> d e Bue-
na esperanza y regresaron por el O e s t e .
1al resultado ha d a d o lugar a la semana
d e los «tres jueves». En efecto, si d o s
viajeros han d a d o la vuelta al mundo, uno
por el Este y el otro por el O e s t e , y sup o n e cada uno d e ellos q u e el d í a d e su
llegada es un jueves, lo q u e para el urxj
será más pronto y para el otro más tarde
q u e el jueves local, resultarán tres jueves
consecutivos.
Por lo dicho se c o m p r e n d e q u e hay un
meridiano sobre la Tierra a partir del cuai
«surgen» los nuevos días y q u e dentro d e
él se «hunden» los días q u e terminan. Este
meridiano es precisamente el q u e dista
180 grados del meridiano del O b s e r v a t o rio d e Greenwich. Puede hacerse una representación mecánica d e este p r o c e s o cronológico comparando la Tierra a una cinta métrica arrollada dentro d e su estuche.
En la cinta métrica s u p e r a m o s q u e está
dibujado el lunes cuya longitud correspond e a t o d o el r u e d o del estuche. Tirando j
d e la cinta, irá saliendo el lunes, q u e se i
prolongará a t o d o lo largo del circulo. Al i
llegar el extremo d e la cinta otra vez al
sitio en q u e está la abertura del estuche,
empezará a salir el martes, al propio tiemp o q u e el extremo d e la cinta se introdu-
DIVULGACIÓN
CIENTÍFICA
eirá dentro del estuche.
La abedura d e este último significa en este
ejemplo los 180 grados d e longitud.
Ahora bien, se da la
magnífica
casualidad
que los 180 grados d e
tantemente existiría un día d e diferencia
entre los habitantes d e los tiarríos d e la
Catedral y los del Parque d e Montjuich. Si
se debiera celebrar una solemnidad nacional, medio Barcelona la celebraría y la
otra mitad lo efectuaría el día siguiente.
Las complicaciones serían intolerables d e s d e los puntos d e vista intelectual y mate-
ai astrónomo tomar puntos d e referencia
para determinar su duración.
En fin, recordaré que antes d e establecerse los husos horarios la línea d e demarcación del cambio d e día era más complicada que en la actualidad, en que e s
simplemente un meridiano. Entonces dicha
línea pasaba por el estrecho d e Beehríng.
Gráfico de los h u s o s horarios Í D que está d i v i d i d a la Tierra
longitud caen casi totalmente e n pleno
O c é a n o Pacífico, d e manera que el cambio
crítico d e fecha no interesa o perturba casi a nadie. Puede decirse que es una cuestión que sólo afecta a los navegantes cuand o pasan por aquel meridiano. Imaginemos,
por un momento, la molestia a u e se causaría si el meridiano crítico correspondiera
a un país poblado y civilizado. Supongamos que este meridiano pasara por las
Ramblas d e Barcelona. En e s t e caso cons-
rial. Como ha dicho muy bien un escritor,
situado un individuo en el meridiano crítico, podría colocar un pie sobre el día d e
Pascua y el otro pie sobre el Sábado Santo.
Sí el lector se fija bien, el cómputo d e
los días e s completamente convencional,
aunque indispensable para las necesidades
prácticas d e la vida. Para la Tierra, en el
espacio y girando alrededor d e su eje, no
existen días, ni semanas, ni meses. N o hay
más que rotaciones para las cuales le basta
Para «alwar < l e « € i i i J o t Je lo« maquini«la»
contorneabia las costas d e Siberia y d e
China, pasaba por el este d e Filipinas, d e
la Australia y d e la Nueva Zelanda. A últimos del siglo pasado, el gobierno español introdujo una modificación e n el curso
d e esta línea, cambiándola del oeste d e
Manila y d e Filipinas al este, mientras las
islas Marianas y Carolinas (jermanecían al
este d e dicha línea, lo cual no ocurre e n
la actualidad.
José COMAS SOLA
Más d e una v e z se ha producido una
catástrofe ferroviaria por no o b e d e c e r el
maquinista a las señales d e los discos.
Para evitar esto, s e ha inventado e n
Alemania un curioso disfjositivo eléctrico
que se instala junto a la vía del tren y
que s e combina con otro dispositivo
que lleva la locomotora, al lado d e las
ruedas. Cuando é s t e pasa sobre aquél,
actúan dos poderosos imanes y transmiten eléctricamente al puesto del maquinista fuertes señales auditivas. Los disDositivos sólo están instalados allí donde
el maquinista d e b e moderar la marcha
o detener el tren, lo cual precisan dichas señales. Así no hay posibilidad d e
que al conductor del tren le falle la
atención en un e x c e s o d e costumbre y
confianza.
El
dispositivo
:
en
el
...
momento
—
i
funcionar.
—
pL mayor e n e m i g o del maquini sta e s esa e s p e c i e d e adormecimiento d e
*^ la atención que produce la c ostumbre d e realizar un trabajo. Cuanto más
experimentado sea, tanto más acostumbrado está a ver las señales d e los
discos luminosos y, por consigui «-nte, tanto más expuesto a que su atención los pase por alto.
•
l'arte
784
SCHILLER
FRÍES.
MEL.
SAC.
FRUÍS.
OTROS
Vale más que respondas por ti mismo. Cumplimos con nuestro deber.
; Que vaya a la cárcel!
(A los circunstantes.)
¡Qué despotismo!... ¿Hemos de permitir que se
lo lleven ante nuestros propios ojos?
Nosotros somos los fuertes. No lo toleremos. Se pondrá a nuestro lado
toda la Rente lionrada.
¿Quién se opone a las órdenes del
baile?
TRES HOMBRES.
(Acercándose
al grupo.) ¿Qué ocurre? ¿Se prende a Tell?
No lo permitáis: nosotros os ayudaremos.
Vuelven
HILDEGAKDA,
MATILDE
e
TELL.
tjrES.
WAL.
ISABEL.
Ya me defenderé yo mismo. Id, buena gente. Si quisiera usar de mi
fuerza, ¿creéis que temería a su alabarda?
MEL.
(A Frieshard.)
¡Atrévete a prenderlo !
FfR.ST y S T A U .
¡ Calma ! ¡ Calma !
liiiES.
(Gritando.)
¡Revolución! ¡Revolución ! (óyense unos cuernos de caza.)
MUJERES.
¡ El baile está aquí!
FRÍES.
(Gritando más fuerte.)
¡Revolución!
¡ Revolución!
STAU.
¡ Así reventaras, maldito!
R O S . y M E L . ¿Te callarás, pelmazo?
FKEIS.
(Alzando más la voz.) ¡ Socorro! ¡ Socorro ! ¡ Favor al r e y !
FUBST.
Ya está aquí el l)aile. ¡Desgraciados! ¿Qué va a ser de nosotros?
TEI-L.
OES.
TELL.
OES.
TELL,
OES.
TELL.
GES,
TELL.
a caballo, con un halcón en la mano; R O D O L F O el
escudero,
BERTA,
RUDE.XZ
y
hombres de armas
formando
un bosque de picas.
GESSLER
GES.
RoD,
GES.
FRÍES.
OES.
(Fl escudero.) ¡ P l a z a ! ¡Plaza al señor baile!
¡Qué despejen!... ¿Quién reunió aquí
al pueblo? ¿Quién demanda socorro? (Todo el mundo guarda
silencio.) ¿Quién eres? ¿Qué ocurre?
Quiero saberlo. (A Frieshardt.)
Adelanta. ¿Por qué detienes a ese liombre? (Fntrega el halcón a un criado.)
Monseñor: pertenezco a tus hombres
de armas, doy la guardia a tu gorro
y he cogido a ese villano porque no
ha querido saludarlo. Tú diste sobre
este particular tus órdenes; mas e!
pueblo se ha empeñado ahora en libertarlo.
(DespiK'x de una pausa.) ¿Así, Tell,
desprecias la autoridad del emperador y la mía, toda vez que yo orde-
TELL.
GES.
TELL.
GES.
GUILLERMO
n o y mando cn su nombre? ¿Te nle^'as a prestar tu homenaje a ese
gorro que se ha puesto aqui para
probar la sumisión del pueblo? En
verdad que das prueba de tu mal
instinto.
l'erdonad, monseñor. Obré por inadvertencia y no para ofenderos. Si hubiera reflexionado, ya no me llamaría Tell. Vuelvo a pediros perdón:
no sucederá otra vez.
(Después de unos instantes de silencio.) Dicen que eres muy diestro en
el manejo del arco. Se añade que
desafías al mejor cazador,
Y es cierto, monseñor. Mi padre hace
caer a cien pasos de distancia una
manzana del árbol.
¿Es tuyo ese chiquillo, Tell?
Sí, monseñor.
¿Cuántos hijos tienes?
Dos, monseñor,
¿A cuál quieres más?
Los dos me son iguales.
Y bien: puesto que haces caer una
manzana de un árbol a cien pasos de
distancia, vas a probar tu destreza.
Coge tu arco y disponte a hacer blanco en una manzana colocada sobro
la cat)eza de tu hijo. Te aconsejo que
aciertes al primer golpe: si no das
en ella con tu flecha haré que te
corten la cabeza. (Todo el mundo se
horroriza.)
¡ Ah ! monseñor: ¡ qué atrocidad exigís!... ¿Y yo debo apuntar contra la
cabeza de mi hijo?... ¡ O h ! mi buen
sefior: no es posible que se os pueda
ocurrir tal idea... El Dios de la misericordia no puede inspirarla, ¡ Esto
no podéis exigirlo formalmente de un
padre!
Dispararás sobre la manzana colocada en la cabeza de tu hijo... Lo
quiero... Que mi voluntad se ejecute
en seguida,
¡ N o ! ¡ n o ! Antes que di.sparar mi
flecha contra esta cabeza querida,
prefiero cien veces la muerte.
Dispararás o morirás con él.
¡ Ser el asesino de mi hijo!... ¡ Nunca ! ¡Nunca! ¡ O h ! ¡señor! Vos no
tenéis hijos: ; vos no conocéis el corazón de un i)adre!
¡ Hola ! Parece que te has moderado.
Se me dijo que eras un soñador y
que no te parecías a los demás hombres. Pero veo que amas mucho. He
ahí porqué he elegido para ti algo
audaz y extraordinario. Otro vacilaría ; mas tü ejecutarás con valor mi
orden.
¿Quién no le conoce? ¿Le ha sucedido algo? Concluid.
STAU.
Landenberg, el baile, castigó a su
hijo por haber cometido una falta
harto ligera: hizo desuncir de su carreta su mejor par do bueyes y entonces el joven pegó al agente y emST»II.
prendió la fuga,
FURST.
(Cuya atención sigue en aumento.)
Pero ¿qué sucedió al padre? Hablad.
STAU.
Landenberg le mandó llamar para
que le entregara el hijo, y como el
anciano jurara, y no en falso, que
nada sabía del fugitivo, el baile enMEIvió por sus verdugos...
FLR.ST.
(Conduciendo a Stauffacher
al otro
lado de la escena.) ¡ Silencio!... ¡ silencio!.,, ¡Ni una palabra más!...
STAU.
(Hablando en voz más alta.) Y el
hile le dijo: "Si se escapó tu hijo, te
tengo a ti." Y mandándole arrojar al
suelo, le hizo sacar los ojos,
FUR.ST.
¡ Dios de misericordia !
MEL,
(Entrando bruscamente.) ¡ Los ojos!,.
¿Habéis dicho los ojos?
STAU.
(Sorprendido
y dirigiéndose a Walter.) ¿Quién es ese mozo?
MEL.
¡ Los ojos!... Hablad: ¿es esto cierto?
FUR.ST.
¡ Oh !... ¡ desgraciado!
STAU.
¿Quién es? ¿Quizá su hijo? (Walter
hace un signo afirmativo.)
¡ Santo
cielo!
FURST.
MEI-.
¡ Y aun dicen que permanezca lejos
de él!... ¡ Sus dos ojos!
FuR,ST.
¡ Conteneos!... ¡ Soportad con valor
esta desgracia!
MEL.
¡Por mi falta, por mi culpa!... ¡.\sí
MEL.
está ciego, privado de la luz para
siempre!
STAU.
Harto lo dije: la fuente de la luz
lia quedado en él extinguida, ¡ Ya no
verá más el s o l !
FUB.ST.
Reprimid vuestro dolor.
MEI.
¡ N u n c a ! ¡nunca!... (Coloca su mano
delante de sus ojos y guarda silencio
por algunos instantes: luego se vuelve a uno y otro lado y habla en voz
baja, entrecortada por las lágrimas.)
¡Oh! ¡qué noble don del cielo es la
luz!... Todos los seres viven de ella...
Las mismas plantas se vuelven risueñas hacia el sol... ¿Y habrá de
permanecer con el sentimiento de su
STAU.
desgracia en la eterna noche, en las
eternas tinieblas? ¿La verdura de
MEL.
los prados, el brillo de las flores no
alegrarán ya sus ojos? ¿No contemplará los ventisqueros con la púrpura del sol poniente? Morir no es
nada; pero vivir y no ver es desgracia Insoportable,,. (A Walter y
FÜR.'^T.
TEATRO CLASICO.—51
TELL
769
stauffacher.)
¿Por qué me miráis
con piedad? ¡ i'o al fin tengo dos
ojos sanos y no puedo dar uno a
mi padre, ni una sola hebra de la
mar de luz que llega en todo su brillo hasta mi vista!
¡ A y ! tengo aiin quo acrecentar vuestro dolor en lugar de atenuarlo...
Vuestro padre es aiin más digno de
lástima. El baile se lo ha quitado
todo: sólo le ha dejado un bastón
para que fuese ciego y desnudo a pedir limosna!
¡ Nada más que un bastón a un hombre viejo y ciego! ¡Todo se lo ha
robado, hasta la luz del sol, que es
bien de todos los pobres!... Que no
se hable de quedarme aquí, de ocultarme... ¡ Oh ! ¡ cuan cobarde y miserable fui pensando nada más que
en mi seguridad y no en la suya!...
¡De haber dejado su amada cabeza
en rehenes de aquellos bárbaros!..,
Lejos de mí una prudencia cobarde: i
sólo quiero pensar en una venganza '
sangrienta. Nada podrá detenerme... i
Yo pediré al baile los ojos de mi ;
padre. Le iré a buscar en medio de j
sus soldados. ¿Qué me importa la
vida si puedo endulzar mi horrible
y punzante dolor con su sangre?
(Intenta
irse.)
(Deteniéndole.)
¡Quedaos! ¿Qué podéis hacer contra el tirano? Se halla
en Sarnén, en su castillo; y, tranquilo en su fortaleza, se reirá de
vuestra cólera impotente.
.\un cuando viviera en el palacio de
hielo del Schreckhorn,
o en el más
alto aiin, donde la Jungfrau se halla
eternamente velada por las nubes, yo
me abriría hasta él un camino. Con
veinte jóvenes bien dispuestos cual
yo, destruiría su castillo; y si nadie
me sigue; si todos vosotros, temiendo por vuestros rebaños y vuestras
rasas, os doblegáis al yugo del tirano, yo reuniré los pastores del mont e ; y allí, bajo la libre bóveda del
cielo, donde el alma está atin viva
y el corazón sano, yo contaré la horrible atrocidad de que ha sido víctima mi padre.
La tiranía llegó a su colmo. ¿Esperaremos a que sea aun más extremada?
¿Qué extremo hay que temer, si el
ojo no está ya seguro en su órbita?
¿Nos hallamos indefensos? ¿Por qué,
pues, aprendimos a manejar el arco
y la pesada hacha de armas? Dios
ha dado a todos los seres algo con
770
S C H I L L E R
r U I L L E R M O
que defenderse: el perseguido ciervo
rrente que se desliza furioso en el
muestra a la jauría sus temibles asfondo de su lecho no ha rebasado
tas ; el corzo arrastra al cazador haaún sus orillas. Pero cuando vean al
cia el abismo... El mismo buey de lapaís en armas, esos nobles se colobor, ese dulce compañero del hombro
carán a nuestro lado.
que con tanta docilidad doblega el
F i i : < r . Si existiese un arbitro entre noscuello a su yugo, lanza con su potenotros y el Austria, su fallo podría
te cuerno al enemigo que le excita
resolver la contienda; pero el que
hasta l a s nubes.
nos oprime e s nuestro emi)erador y
FüssT. Si los tres cantones piensan como
nuestro juez supremo. Dios nos ayunosotros, haremos algo.
dará con su brazo. Pet^ad vosotros
STAU.
Sl los de Uri y Unterwalden prestan
en la gente de Schwyz; yo conquissu auxilio, el de Schwyz respetará
taré la de un. Pero, ¿quién cuidasu alianza.
rá de la de Unterwalden?
Yo... ¿Quién a ello tiene más dereMEL.
Tengo numerosos amigos en Unter- M E L .
cho?
walden y todos arriesgarán su sangre si hallan sostén y refugio en los
FURST.
No puedo consentirlo... Sois m y i u é s otros dos cantones. ¡Oh, vosotros,
ped y debo velar por vos.
padres de este buen país!... Yo no M E L
Dejadme: conozco las sendas más disoy más que un joven, y vosotros esfíciles y los más ásperos peñascos.
táis llenos de experiencia. MI voz
Encontraré amigos que me ocultarán
debe callar modesta en vuestra?
a nuestros enemigos y que me conasambleas. Mas no despreciéis mi pacederán bajo su techo un abrigo.
labra aunque me veáis mozo; yo no
STAU.
Que vaya y que Dios le guíe. Allí no
he vivido nuicho; no me Impulsa el
hay traidores, y se odia tanto al desardor de mi sangre joven, sino la
potismo, que nadie querrá ser su
fuerza de un dolor inmenso que eninstrumento. La gente de Alzellén
ternecería a las rocas. Vosotros solc
encontrará amigos en Mldwaldén y
padres, jefes de una familia y desublevará el país.
searéis sin duda un hijo virtuoso M E L .
¿Cómo nos participaremos l a s notique honre vuestras canas y vele por
cias? ¿Cómo evitaremos las sospela luz de vuestros ojos. ¡ Oh! ¡ aunchas del tirano?
que no haya tenido que sufrir vuesSTAU.
Podríamos reunimos en Brunnén o
tro honor ni vuestra hacienda; aunen Treib, donde van las naves merque conservéis claros y brillantes
cantes.
vuestros ojos, apiadaos de mi desgraFUBST.
cía! La espada del tirano se halla
Es sitio demasiado franco. Atendea
también suspendida sobre vuestra cabien: a la izquierda del lago yendo
beza ; librad a este país del yugo de
a Bnmnén y frente a frente de MyAustria. Mi padre no había cometido
thenstein hay una pradera oculta en
otro crimen ; vosotros también lo cola selva: los pastores la llaman Rutmetisteis y os halláis condenados
li, porque el bosque está desarraigacual él a los excesos del despotismo.
do. Allí está el límite de mi país y
STAU.
(A Walter.) Decidios: estoy pronto
del vuestro (a Melchtlial.), y en muy
a seguiros.
poco tiempo (A Stauffactier.)
vuestra l a n c h a os conducirá desde
FtmsT. Aguardemos a que los nobles señores
Schwyz a aquel sitio. Podremos ir
de Sillinén y de Attinghausen nos
de noche, emprendiendo por los más
den su consejo. Su nombre conquisocultos senderos, y allí celebraremos
tará partidarios.
sin ruido nuestras juntas. Cada uno
MEL.
i Existe en nuestras selvas y montade nosotros podrá traer diez homñas un nombre tan honrado cual el
bres de su confianza, cuyo corazón
vuestro? El pueblo cree en él y forestará unido con el nuestro y allí
ma autoridad. Heredasteis las virtupodremos
resolver lo que s e debe hades de vuestros abuelos y aun acrecer. Dios mediante.
centasteis su tesoro. ¿Necesitamos de
STAU.
Sea. Vengan nuestras manos. Y asi
nobles? Acometamos solos la emprecomo las tres se aprietan y entrelasa. ¡ O h ! ¡si no fuéramos más que
zan de un modo franco y honrado,
nosotros!...
así uniremos los tres cantones para
STAH.
L O S males que sufre el pueblo no han
la defensa y el ataque, sin que pueda
llegado aún hasta los nobles. Él todesunirnos m ú s j ^ e l a muerte.
MEL
ISA
FRÍES.
capaz de comprometer la gente honrada. Que cruce ante el gorro quien
quiera. Yo cerraré los ojos: no quiero verle.
Allí cuelga el baile. ¡Respetadle, pilludos I
¡ Ojalá s e fuera del país y nos dejara sólo su gorro! No seríamos tan
desgraciados.
(Dispersándoles.)
¿ H a r é i s sitio?
¿Quién os reclama nada, pueblo de
mujeres? Enviad aquí vuestros esposos: veremos si acatan la orden.
(Las mujeres se van.)
entra
a su hijo
en frente
se sitúan
TELL
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
WAL
TELL.
ITVAL.
TELL.
WAL
TELL.
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
WAL.
TELL.
con su arco guiando
de la mano.
Cruzan
del gorro sin verle y
en primer
término.
783
T E L L
¿Quién e s ese rey que e s dueño de
todo?
El que los protege y mantiene.
Entonces, ¿no pueden protegerse ellos
mismos?
N o : el vecino no se fia del vecino.
Padre: me sentiría ahogado e n ese
país tan vasto.
SI, hijo mío: son preferibles las montañas de hielo a l a gente mala.
(Quieren
irse.)
Mira, padre: un gorro colocado eu
una pica.
¿Qué nos Importa? Vamonos.
(En el instante
de irse,
Friesnardt
se dirige liacia Tell empuñando su
alabarda.)
FRÍES.
(Mostrando
el Baunberg.)
Padre:
TELL.
¿es verdad que en esta montaña los
árboles manan sangre cuando se les
LEUT.
hiere con hacha?
¿Quién te lo ha dicho?
El pastor lo cuenta. Dice que los ár- T E L L .
boles están encantados y que la maFRÍES.
no del que los hiere sale de la tumba.
WAL.
Los árboles están, ciertamente, encantados. ¿Ves los ventisqueros, cuyos blancos picachos se ocultan en el
cielo?
Son nieves que descienden e n alud
durante la noche.
Pues bien: estos aludes hubieran sepultado desde hace tiempo la aldea
de Altdorf, a no ser por esta selva
SAC.
que es su más fuerte barrera.
Ros.
(Luego de reflexionar.)
¿Y hay paíFRÍES.
ses donde no se ven montañas, paTELL.
dre?
Sl se baja de las nuestras, yendo haRos.
cia el llano, se ve un país donde las
aguas no mugen ni espuman y los
ríos corren mansamente; allí se ve
WAL.
sin obstáculos la grande extensión
del cielo. El trigo crece en dilatadas
ílanuras y la comarca e s un jardín.
FRÍES.
¿Por qué, padre, no vamos a un país
FUBST.
tan hermoso?
Es bello como el cíelo; pero los qu€
lo cultivan no gozan s u s bendiciones.
¿No son libres como nosotros?
Sus campos pertenecen al rey y al
obispo.
FRÍES
Pero cazarán con toda libertad en la
selva...
STAU.
N o : la caza pertenece al señor.
MEL.
¿Y no pueden pescar en los ríos?
LEUT.
Los ríos, la mar y hasta la sal perFURST.
tenecen al rey.
En nombre del emperador, deteneos.
¿Qué se os ofrece? ¿Por qué me cerráis el paso?
No habéis saludado el gorro del señor baile.
Dejad que siga mi camino, amigo
mío.
¡ A la cárcel con él 1
¡ MI padre a l a cárcel! ¡ Socorro!
¡Socorro! (Anda por la escena gritando.) ¡ S e llevan a la cárcel a mi
padre!
RossELMANiT, el cura, y P E T E B M A N N , cl sacristán,
llegan con
otros tres
hombres.
¿Qué ocurre?
¿Por qué detenéis a ese hombre?
Es enemigo del rey, un traidor.
(Cogiéndole
con fuerza.)
¿Yo traidor?
Te equivocas, amigo mío: Tell es un
hombre honrado y u n buen ciudadano.
(Percibe a Walter Furst y corre hacia él.) ¡ Socorro, abuelo, socorro
¡Se quieren llevar a mi padre!
¡ Vaya! A la cárcel...
(Acudiendo.)
; Deteneos'. Yo respondo por él. ¿Qué ha sucedido, Tell?
Llegan
MELCHTHAL
y
STAUTA-
CHEB.
Desprecia el soberano poder del baile. No quiere reconocerlo.
¡Es posible!...
Ese hombre miente.
No ha saludado al gorro.
¿Y por eso va a la cárcel? u e j a o i e :
ya dije que respondo de
782
Bek.
IluD.
Beb.
RUD.
Bee.
Rtjd.
Beb.
GUILLERMO
SCHILLER
gía ! Suceda lo que suceda, ponte a l
mía, en este p a í s ? ¡ Oti! ¡ B e r t a ! El
lado del pueblo. (Se oyen a lo le jai
a r d o r que me llevaba lejos de mi palos gritos de un cazador.) Se acert r i a , ¿qué era sino un efecto de mis
can... H a y que separarnos. ¡ L u c h a
aspiraciones hacia vos? A vos e r a a
por n u e s t r o p a í s y l u c h a r á s por tu
quien yo buscaba en la senda de la
a m o r ! ¡ H a y que venc-er al enemigo
gloria, y toda mi ambición consistía
a n t e el cual temblamos y conquisen ver premiado mi amor. ¿Deseáis
t a r la libertad de n u e s t r a p a t r i a I
e n c e r r a r o s conmigo en este pacífico
(Vanse.)
valle y renunciar a los esplendores
del mundo? ¡ O h ! entonces mi ambición está satisfecha. El torrente de
las pasiones no sacudirá e s t a s mpnESCENA I I I
tafias. N a d a desearé en lo f u t u r o :
estos montes nos r o d e a r á n con sus
P r a d e r a de Altdorf. — Arboles en prlmef
fuertes y sólidos muros y este dichot é r m i n o ; en el fondo, el gorro de Gessier
so y tranquilo valle no se a b r i r á m á s
puesto sobre una pica. L a escena se h a l l a
que p a r a recibir la bendita luz del
limitada por el Baunberg, sobre el cual se
cielo.
ve u n monte nevado.
H e ahí cómo te h a b í a sofiado mi
F r i e s h a r d t y L e o t h o l d , mona l m a : ¡ a h ! ¡ no me engañó mi espetando la guardia.
ranza !
¡Afuera las ilusiones que h a s t a hoy
Fríes.
Esperamos en vano. Nadie qniere
me deslumhraron ! E n c o n t r a r é la dis a l u d a r el gorro. Antes la gente vecha en mi p a t r i a . ¡ Aquí donde crecí
nía aquí como a una f e r i a ; ahora,
alegremente, en que me rodean mil
desde qtie ese esp.'intajo cuelga en la
dulces recuerdos, en que l a s fuenpica todo está desierto.
tes y los árboles viven conmigo, aquí
Lkut.
ú n i c a m e n t e se ve algún pUluelo que
yo quiero ser tuyo. ¡ Oh ! ¡ cuánto te
amo!,.. i Sin ti mi dicha es Imposip a r a b u r l a r s e de nosotros agita su
ble!
gorro hecho un guiñapo. L a gente
h o n r a d a prefiere d a r un rodeo a n t e s
¿Dónde h a l l a r á s l a Isla a f o r t u n a d a
que inclinarse a n t e la pica.
sino aquí mismo, en el p a í s de la
F r í e s . Lo bueno fué que cuando al medio
Inocencia, donde la fidelidad tiene su
día salieron de la casa del consejo
asiento y donde la falsedad no h a
tuvieron que p a s a r por aquí, quieras
p e n e t r a d o ? Aquí la envidia no enturb i a r á la fuente de n u e s t r a dicha y
no quieras. Pensé que d a r í a m o s el
l a s h o r a s se deslizarán siempre feligolpe, toda vez que n a d i e hubiera
ces. Aquí te veré con la dignidad del
saludado el g o r r o ; pero h e t e ahí que
h o m b r e ; como el primero de los ciude pronto Rosselmann, el cura, que
dadanos, h o n r a d o con p u r o y libre
venía de casa de un enfermo, sale
h o m e n a j e y g r a n d e como u n rey en
con el viático y se i^Itúa al lado de
s u s dominios.
la pica. El s a c r i s t á n hace sonar la
P u e s b i e n : tú s e r á s aquí la perla de
c a m p a n i l l a : todos caen de rodillas y
l a s m u j e r e s : tú, llevada por tu femeyo con ellos, y en vez de s a l u d a r el
nil actividad, convertirás en cielo mi
gorro s a l u d a n al Santísimo Sacracasa, y así como la p r i m a v e r a hace
mento.
b r o t a r l a s flores, tú embellecerás mi
Leut.
Me parece, compañero, que n u e s t r a
vida con t u s gracias y todo lo h a r á s
situación es algo violenta: esto de
feliz en torno mío.
d a r la g u a r d i a a un gorro no deja de
H e ahí, Rudenz, la causa de mi trisser ridículo. La gente digna y honteza : veía cómo d e s t r u í a s tu felicir a d a no podrá menos que despreciard a d con t u s propias manos. ¡ Desgra*
nos, ¡ Saludar a u n g o r r o ! ¡ Vaya un
ciada!... Qué sería de mí si tuviese
capricho e x t r a v a g a n t e !
que seguir a u n necio y orgulloso caF r í e s . Y, a pesar de todo, cuando t e conballero, un opresor de mi país, a su
viene, bien te Inclinas a n t e una casombrío castillo... Aquí no h a y casbeza vacía.
tillo a l g u n o : ningún m u r o me separ a de u n pueblo que yo puedo hacer
Hii-degarda, M e l c h t h a l e Isafeliz.
b e l entran con chiquillos y se
sitúan cerca de la pica.
¿ P e r o cómo e v i t a r é el riesgo a que
yo mismo me he lanzado?
Leut.
E r e s t a n servicial que fueras muy
|
¡ L í b r a t e de él con resolución y ener-
F u r s t y M e l . (Con sus manos
entrelazadas
a la de Stauffacher.)
¡ O vencer o
morir!
Mel.
¡ Oh, p a d r e mío! ¡ Oh, pobre ciego!
No podrás ver el día de la l i b e r t a d ;
m a s participarás de su alegría.
¡ Cuando en los Alpes luzca de mon-
ACTO
TELL
te a monte su brillante a n t o r c h a ;
cuando las cludadelas del despotismo se derrumben, se Irá en peregrinación a tu cabana y resonará en tu
oído la gloriosa nueva y el sol del
más hermoso día a l u m b r a r á tu noche
triste y s o l i t a r i a ! (Vanse.)
S E G U N D O
El castillo del barón de Attinghaussen. — Una sala gótica a d o r n a d a
escudos.
ESCENA
PRIMERA
771
con cascos y
Rudenz.) T e veo a r m a d o y e q u i p a d o !
¿vas al castillo de Altdorf?
El harón de A t t w g h a u s s i í n , anRut.
Sf, t í o ; no puedo a g u a r d a r más .
ciano de ochenta y cinco años,
A t t i n . (Sentándose.)
¿Llevas prisa? ¡ Cómo!
de elevada estatura,
apoyado
¿El tiempo de tu juventud es t a n
en un bastón con
empuñadura
escaso que no puedas ceder algún
de asta de ciervo y en traje
momento a tu tío?
forrado de pieles. K u o n i y seis
Ki-D.
Veo que no me necesitáis y que no
mozos de labranza en
tomo
soy más que u n e x t r a ñ o en vuestra
suyo, con azadones y guadacasa,
ñas ; U l r i c o d e R u d e n z en traA 1 ri.v. (Después de mirarle con fijeza.) Tieje de caballero.
nes r a z ó n : desgraciadamente la pat r i a es p a r a ti un nombre vano.
Rud.
Aquí estoy, tío... ¿Qué deseáis?
¡ U l y ! ¡ U l y ! casi no te conozco. To :
. \ t t i . n . Permite que, según la tradicional
vistes de seda, t e a d o r n a s con la plucostumbre de mi casa, me desayune
ma del pavo y ostentas el manto de
con mis criados, (Bebe en una copa
p ú r p u r a en t u s h o m b r o s ; m i r a s con
que circula en seguida entre ellos.)
desprecio al aldeano y te ruboriza su
En otro tiempo yo iba al campo y
saludo.
a los bosques vigilando sus faenas y
Itm.
Les honro cual merecen: yo les nle»
mi bandera les guiaba en el combago los derechos que pretenden a r r o t e ; ahora sólo puedo ejercer las fungarse.
ciones de administrador de mis tieA t t i n . El país entero gime bajo la cólera
r r a s , y si el sol no me visita en casa
del monarca. Los hombres de corayo no puedo ir al monte en busca
zón sienten tristeza por la t i r a n í a de
s u y a ; y estrechando cada día m á s |
de que son v í c t i m a s ; pero tú no parel círculo en que ant es me movía, i
ticipas del general dolor. Vives sehoy ando con peua hacia el último j
p a r a d o de los tuyos, al lado del enem á s estrecho y reducido en el cual
migo de la p a t r i a , despreciando
todo concluye. No soy m á s que u n a
nuestra miseria, corriendo t r a s laa
sombra y muy en breve no seré m á s
fiestas cortesanas y solicitando el
que un nombre.
favor de los príncipes que azotan
K u o n i . (Con la copa en la mano y dirigiéneste desgraciado país con su látigo.
dose a Rudenz.) A vuestra salud, joRuD.
Pero ¿por qué vive oprimido? ¿Quién
ven señor. Bebed con a l e g r í a : aquí
le ha lanzado al abismo en q u e se
sólo tenemos u n a copa y u n coraencuentra? Sólo tendría que pronunzón,
ciar una frase p a r a verse libre de
la tiranía en que vive y recobrar el
A t t i n . Id, hijos míos, y cuando llegue l a
favor y simpatías del monarca. Deshora del descanso hablaremos de
graciados aquellos que ciegan al puen u e s t r a p a t r i a . (Los criados salen. A
772
ATTIN.
llUD.
ATTIX.
RUD.
ATTIN.
SCHILLER
blo y le e x t r a v í a n de la senda del
bien. Impiden que estos cantones
presten j u r a m e n t o de fidelidad al
A u s t r i a como lo h a n hecho l a s dem á s comarcas. I^es complace sentarse en el banco de los señores con los
nobles... Quieren al emperador por
rey p a r a no tener rey alguno.
; Que yo oiga esto de t u s l a b i o s !
Me obligasteis a h a b l a r y permitiréis
que concluya. ¿Qné papel represent á i s aquí, tío mío? ¿No tenéis o t r a
ambición que ser l a n d a m m a n n y gobernador de ese pueblo de p a s t o r e s ?
¡ C ó m o ! ¿no fuera m á s glorioso prest a r j u r a m e n t o al rey, f o r m a r p a r t e
(le su brillante corte, antes que ser
igual a vuestros criados y administ r a r justicia a los labriegos?
¡ t i l y ! ¡ U l y ! ¡Reconozco la voz que
t e h a seducido! ¡ Se apoderó de t u
alma y envenenó tu corazón!
S í : no debo ocultarlo. Siento en el
fondo de mi pecho las b u r l a s del extranjero, que nos insulta llamándonos señores y nobles de a l d e a ; pero
m i e n t r a s la j u v e n t u d aristocrática
se reúne en torno de la bandera de
Hamburgo, yo no debo e s t a r ocioso
en mis t i e r r a s ni perder los m á s hermosos días de mi vida en t r a b a j o s
vulgares... L a s acciones brillantes,
los mundos de gloria me Impulsan
m á s allá de nuestros montes. MI casco y mi broquel se enmohecen y el
.sonido de la g u e r r e r a trompa, la voz
del heraldo que Invita a los torneos
no llegan a este valle. Aquí sólo se
oye el vulgar y monótono r u m o r del
Ranz de las vacas y las esquilas de
los rebaños.
¡ Ciego, deslumhrado por un engañoso brillo, desprecias a tu p a t r i a y
reniegas de las sencillas y tradicionales costumbres de t u s p a d r e s ! ¡Quizá llegue u n día que suspires por
tu país y t u s montañas, y quizá esa
t r i s t e melodía del Ranz de las vacas que desdeñas con disgusto se apodere de ti si la oyes sonar en t i e r r a
e x t r a ñ a ! Ese mundo falso y e x t r a n jero no so hizo p a r a ti. El mundo te
exigirá o t r a s virtudes que l a s adquir i d a s en el valle. A n d a : vende tu
alma l i b r e ; toma en feudo un pedazo de t i e r r a ; conviértete en servidor de príncipes y no serás dueño
de t i mismo ni rey de t u s dominios.
¡ A h ! ¡ U l y ! ¡ U l y ! ¡Quédate con los
t u y o s ; no v a y a s a Altdorf! ¡No
abandones la causa s a n t a de tu pa-
lU-i>,
ATTIN.
RuD.
GUILLERMO
t r i a ! Yo soy el último de mi raza.
Mi nombre concluye conmigo. Allí
están suspendidos mi escudo y ral
casco y se e n t e r r a r á n conmigo en mi
sepulcro. ¡ Cuan t r i s t e es pensar que
t ú a g u a r d a s a que yo lance mi último suspiro p a r a ir delante de e.sa
feudal corte y recibir de A u s t r i a los
nobles bienes que yo, completamente
libre, he recibido de D i o s !
E n vano resistiremos al duque. E l
mundo es s u y o : únicamente nosotros
deseamos luchar p a r a romper la cadena de territorios que colocó su
poder en torno nuestro. Los mercados, los tribunales le p e r t e n e c e n ;
h a s t a las bestias de carga que ascienden por el San Gotardo le pagan tributo. E s t a m o s encerrados y
enlazados en sus dominios como en
una red de la cual nadie escapa.
¿ P o d r á el emperador protegernos?
¿Acaso él mismo está g a r a n t i d o cont r a el poder siempre creciente de
A u s t r i a ? Si Dios no nos auxilia, estamos p e r d i d o s : ningún emperad<ir
puede ayudarnos. ¿Cómo hemos de
creer en la p a l a b r a de otros reyes
si a p r e t a d o s por la necesidad que tienen de dinero piensan vender l a s
ciudades que se han refugiado bajo
el águila imperial? Creedme, t í o : la
discreción y el propio interés aconsejan en ese tiempo de discusiones
a acogerse bajo la sombra del r e y
más poderoso. La corona imperial
pasa de una familia a otra y no reconoce los servicios prestados, mient r a s que si servís a un trono hereditario, sembráis p a r a los tiempos
futuros.
¿Y llamas a esto discreción? ¿Acaso
t u s abuelos, p a r a salvar la causa de
la libertad, no lucharon con su sangre, sus bienes y sus fuerzas de gigantes? Ve a L u c e r n a : p r e g u n t a de
qué modo pesa en el país la t i r a n í a
de los soberanos de Austria. Vend r á n a contar n u e s t r a s ovejas y
n u e s t r o s bueyes, medirán n u e s t r a s
montañas, prohibirán la caza en
nuestros bosques, pondrán b a r r e r a s
en nuestros puentes, a d q u i r i r á n nuevos territorios con el sudor de nuest r a frente y emprenderán nuevas
g u e r r a s exigiendo n u e s t r a sangre.
N o : si hay que verter sangre, h a y
que verterla por n u e s t r a causa. ¡ Por
c a r a que sea la libertad, no lo s e r á
t a n t o como n u e s t r a s e r v i d u m b r e !
vQué podemos hacer nosotros, iníe-
BER.
RuD.
BEB.
RuD.
BER.
RuD.
BER.
TELL
781
hallo sola, señora. E s t a m o s rodeados
^dio y el desprecio que merecen los
de abismos y en esta soledad no h a y
traidores.
testigos: puedo desahogar, pues, mi
RUD.
¿ P o r v e n t u r a no deseo el bien de mi
corazón libremente.
xjatrla? ¿No deseo que goce de t r a n ¿ E s t á i s cierto de que ningún cazaquilidad y de paz viviendo bajo el
dor nos sigue?
poderoso cetro de A u s t r i a ?
Todos están lejos. Dejad que aproBER.
P r e p a r á i s su esclavitud. Queréis lanveche t a n favorable momento... E s
ear la libertad de la postrer fortalenecesario que se decida mi suerte,
za que a ú n le queda. E l pueblo coma u n q u e p a r a ello tenga que separarp r e n d e mejor su desdicha. Ninguna
apariencia puede desviar su buen
me de vos p a r a siempre. ¡ Oh ! ¡ que
instinto. A u s t r i a ha echado sus redes
vuestros duk"es ojos no me lancen
en torno de v u e s t r a cabeza.
m i r a d a s t a n s e r e n a s ! ¿Quién soy yo
¡ Vos me odiáis, vos me despreciáis,
p a r a l e v a n t a r h a s t a vos mis aspiraRüD.
Berta!
clones y deseos? La gloria no me h a
concedido aún sus f a v o r e s : no puedo
F u e r a mejor p a r a mf. P e r o ver desBER.
colocarme e n t r e los caballeros que
preciado al que se está dispuesto a
llenos de fama y resplandecientes
amar...
con el brillo de s u s hechos os rin¡ B e r t a ! ¡ B e r t a ! ¡ E n un mismo insRim.
den homenaje. Sólo tengo mi corat a n t e m e m o s t r á i s l a dicha s u p r e m a
zón que reljosa de fidelidad y de
y me lanzáis al fondo del a b i s m o :
amor.
X o : los hidalgados Instintos no se
BKR.
hallan en vos completamente ahoga(Con severidad.)
¿Puede h a b l a r de
.dos. E s t á n dormidos y quiero desamor y fidelidad quien falta a sus
pertarlos. P a r a m a t a r v u e s t r a s nadeberes? (Rudenz retrocede.)
¿Puet u r a l e s virtudes os hicisteis violende h a b l a r este lenguaje el esclavo
cia ; pero a f o r t u n a d a m e n t e son m á s
de Austria que se vende al extranenérgicas que vos y sois bueno y gejero y se convierte en opresor del
neroso.
pueblo?
¡ Creed en mí, B e r t a : vuestro amor
¡ Y oigo t a l reproche de vuestros la- Htm.
me h a r á capaz de t o d o !
' bios, s e ñ o r a ! ¿A quién busco sino a
BER.
Sed t a l como la n a t u r a l e z a os hizo.
vos, amiga de Suiza, al o b r a r de esta
Ocupad el sitio que os señala. ¡ Manmanera?
teneos firme al lado de vuestra pa¿ E s decir, que pensáis h a l l a r m e ent r i a y luchad por sus santos deret r e t r a i d o r e s ? Preferiría conceder
chos 1
mi mano a Gessler, a l opresor, al
RUD.
¡Infeliz de m i ! ¿Cómo podría alcantirano, antes que d a r l a al hijo deszaros, poseeros, sl luchase contra el
n a t u r a l i z a d o de Suiza que se puee m p e r a d o r ? No es ésta la voluntad
de convertir en su instrumento de
de vuestros p a d r e s , que t i r a n i z a n
opresión.
t a n t o v u e s t r a mano.
¡ Oh, Dios mío!... ¡ Qué oigo!
BER.
Mis bienes están en Suiza, y si Sui¡ C ó m o ! ¿Desde cuándo no merecen
za es libre, yo también lo he de
interés los que son c o m p a t r i o t a s ?
ser.
¿ H a y n a d a p a r a un noble corazón
RUD.
¡Oh, B e r t a ! ¡Qué perspectiva abrís
t a n hermoso como el defender hi inoa n t e mis ojos..!.
cencia y proteger el derecho de los
BER.
No esperéis a l c a n z a r m e siendo partique viven oprimidos? MI corazijn se
dario de A u s t r i a : se tiende la mano
destroza al ver la situación de nueshacia mis bienes p a r a unirlos a l a
t r o p u e b l o : sufro con él y no puedo
g r a n herencia. E s t a sed de mando
menos que a m a r l e viéndole t a n huque quiere t r a g a r la libertad de todo
milde y, sin embargo, t a n lleno de
un pueblo pone en g r a n riesgo a l
fuerza. Mi corazón va hacia é l ; cada
mío. ¡ Oh, amigo m í o ! ¡ Quizá se me
día le quiero y honro más. P e r o vos,
h a elegido p a r a recompensar l a baa quien la n a t u r a l e z a y vuestros dejeza de u n favorito!... Se quiere
beres de caballero os dan el título
a t r a e r m e allí donde reina la falsede protector suyo y que a pesar de
d a d y la i n t r i g a ; se quiere a t r a e r m e
esto le abandonáis p a r a a b r a z a r trala la corte del emperador, donde hadoramente el p a r t i d o enemigo; vos
l l a r é las cadenas de u n himeneo reme afligís y me destrozáiz el alma
p u g n a n t e . Sólo vuestro amor puede
y debo r e p r i m i r los impulsos de mí
salvarme.
corazón p a r a no sentir por vos el
RUD.
¿Y e s t á i s r e s u e l t a a vivir a^^oí, a s e r
Í N D I C E
WILLIAM S H A K E S P E A R E
Nota biográfica
HámIet, príndpe de D i n a m a r c a
R o m e o y Julieta
El mercader de Venecia
U fierecilla domada
5
7
65
109
143
P E D R O CORNEILLE
Nota biográfica
El C i d . . - . - . ^
177
179
MOLIERE
N o f a biográfica
El m é d i c o a p a l o s
La e s c u e l a d e lo» m a r i d o s
El avaro
Tartufo o el impostor
20,3
205
219
241
273
JUAN R A C I N E
Nota biográfica
Británico
303
305
P E D R O D E MARIV AUX
Nota biográfica.
Juegos de a m o r y a z a r
329
331
CARLOS GOLDONI
Nota biográfica
El Café
La P o s a d e r a
357
359
393
TEÓFILO L E S S I N G
Nota biográfica
Emilia Galotti
427
429
PEDRO DE BEAUMARCHAIS
Nota biográfica
El barbero de Sevilla
El casamiento de Fígaro
465
467
495 \
8 0 6
Í N D I C E
VÍCTOR ALFIERI
Nota biográfica
Mérope
GUILLERMO
Z^:
aparta de él tus ojos a fin de que no
vean el camino que sigue
541
(Juan
Tell
éste
V se
Gótz de Berlichingen, el de la Mano de hierro
Egmont
RICARDO BRINSLEY SIIERIDAN
Nota biográfica
La escuela de la murmuración
5 6 3
565
6 1 3
6 5 5
657
FEDERICO SCHILLER
Nota biográfica
Los Bandidos
Guillermo Tell
6 9 3
695
761
el Parricida
adelanta
hacia
vivamente impresionado;
pero
le hace una seña con la mano
va.)
ESCENA ÚLTIMA
BEB.
El valle que hay frente a la cabana de Tell y
el monte que lo limita, cubiertos de gente
que se agrupa formando un bello cuadro.
Hombres, mujeres y nifios llegando por un
camino elevado que cruza por el Schachen,
Walter Furst y sus dos nietos, Melchthai
y Stauffacher, van al frente de ellos. Cuando ven a Tell le reciben con estrepitosos
vivas.
Toix)s,
¡Viva Tell, el cazador y el salvador
de n i i ^ t r a p a t r i a 1
F I N
803
(Mientras
los gue van delante rodeán a Tell y le abrazan, R U D E N Z
V B E K T A se presentan
en escena.
Berta abraza a Hedwig. una orquesta situada en lo alto del monte da realce a este mudo espectáculo. Cuando termina. Berta sc
coloca en medio del pueblo.)
543
JUAN W. GOETHE
Nota biográfica
TELL
TODOS,
BER.
RuD.
¡Confederados! recibidme en vuestra alianza ya que ful la primera en ;
gozar la dicha de ser protegida en i
este país de la libertad. Yo deposito \
en vuestras leales manos mi dere- '
cho. ¿Queréis protegerme a título de
conciudadana vuestra?
S Í : ¡ lo garantizamos con nuestra hacienda y nuestra sangre I
Pues bien: doy mi mano a este Jo»
ven; ¡ la libre Suiza se una al hombre libre!
¡Y yo a mi vez declaro libres a todos mis vasallos I
79t>
SCHILLER
t!i(l no soa extranjero para el otro,
("olocad fanales en nuestros montes
para que la alianza tle los puehlos
oltre con actividad y a r m o n í a Unios... unios... unios...
tra mano. Su conizón arrei)entido es
digno de tal confianza.
Mi i
(.\ Rudenz.)
¿Qué hemos de aguardar de vos? Recordad que despreciasteis a los aldeanos.
Kl
: Fué un error de mi juventud !
I'eriiiaiieced unidos: ésta fué la úl(Cae entre los almohadones,
tenientima palabra de vuestro padre.
do entre las suyas las manos de
M Rudenz.)
He aquí mi mano. La
Walter Furst y de Stauffacher.
-Mii.
palabra de un hombre del pueblo
Kstos le contemplan
en
silencio.
c i i M i u l o da la mano es .sagrada. ConDespués le dejan entregándose
a
tad en ella, sefior, y tened presente
su dolor. Entran los criados y se
(|iie nada jinede ser el caballero sin
acercan al muerto
profundamente
nosotros. El pueblo es más antiguo
impresionados.
AUiunos se arrodique la nobleza.
llan y lloran. Durante esta muda
esvena la campana del castillo dollvo.
Le honro y le ofrezco mí espada.
bla a muerto.)
Mel.
Kl brazo que cultiva el rudo suelo y
lo domina puede proteger igualmente vuestro pecho.
lien.
(Entrando
precipitadamente.)
¿ViUri).
Nosotros i)rotegeréls mi vida y yo la
ve? ¡Oh!, decidme si aún me puede
vuestra. Seremos fuertes el uno por
oír.
el otro. Mas ¿a qué viene hablar de
1''i;bst.
(Mtiestra al barón volviendo su rosesto cuando la patria vive aún bajo
tro.) Ahora sois nuestro sefior y proel yugo del extranjero? Cuando el
tector, y este castillo tendrá otro
país quede limpio de enemigos hat)Ianombre.
remos de nosotros. (Un momento de
Uii>.
(Cfjnicmpla
el cadáver y siente el
pausa.) ¿Guardáis silencio? ¿Nada
dolor
más intenso.)
¡ O h ! ¡Dios
tenéis que decirme? ¿No merezco
mío!... Me arrepentí denuisíado tarvuestra confianza? ¿Debo entrar
de. ¿No podía vivir unos minutos
contra vuestra voluntad cn vuestra
más para que viese el cambio que en
secreta liga? Estuvisteis en Rutli e
mi corazón se ha obrado? Yo deshicisteis juramentos de libertar al
precié su voz cuando i)erlenecía aún
pueblo. Lo sé todo, y aunque no se
a este mundo. Se ha ido para siemme ha confiado por vosotros, lo
pre dejándome sin expiar mi grave
guardo en mi corazón como un defalta. Decidlo, señores: ¿murió conI)óslto sagrado. Nunca fui enemigo
tra mí irritado?
de mi país y jamás hubiese obrado
STAU.
Cuando lanzó su postrer suspiro
en contra vuestra. Pero hicisteis mal
nosotros le dijimos cuánto habíais
en aplazar por tanto tiempo la reahecho en favor del pueblo, y bendilización de vuestra obra. >La hora
jo el valor y energía que demostrasse acerca y debemos aprovecharla.
teis ante el Ijaile.
El mismo Tell es víctima de vuestro
líl II.
(I'ostrúndose
ante cl eadáver de hiretardo.
nojos.)
¡Oh, queridos y sagrados
restos! Juro ante vosotros que he
Para obrar fijamos el día de Navlj
roto los lazos que con el extranjero
dad.
I
liüi».
me unían, que he vuelto al seno de
Yo no estaba en Rutli y no juré
i
mi pueblo y que soy y seré siempre
aguardar tanto.
suizo. (Levantándose.I
Llorad al
Mei..
Entonces vos quisierais...
amigo, a nuestro padre; mas que tal
Rui).
Soy ahora uno de los jefes del país,
desgracia no haga perder vuestro
y mi primer deber consiste en protealiento. No he heredado únicamente
geros.
sus bienes. Deseo que su InteligenF u b s t
Dar a la tierra esos tristes y preciocia y su corazón me animen y que
sos restos, es por ahora lo que más
mi florida juventud os conceda lo
urge.
qne sn ancianidad os prometía. ¡ DadRUD.
Cuando hayamos lll)ertado al país
me vuestra mano, padre m í o ! ¡Y
colocaremos la fresca y hermosa covos, Melchthal, dadme también la
rona de la victoria sobre su tumba.
vuestra! No me dejéis en tal trance.
¡Oh. amigos míos! no defiendo tan
¡ Ilecibíd el juramento de que seré
sólo contra la tiranía vuestra causa,
fiel a vuestra c a u s a !
sino la mía propia. Atended bien:
F U R S T .
C-l Melchthal.)
No le neguéis vuesBerta, mi querida Berta ha desapa-
GUILLERMO
recido: me la han robado con criminal audacia.
8TAU.
¿ Y el tirano ha o.sado cometer violencia contra una mujer Ubre y noble?
Uui).
¡Oh, amigos míos! os prometí mi auxilio y ahora debo reclamar el vuestro. Se me arrebató a mi amada.
¡ Quién sal)e dónde la oculta el déspota! ¡Quién sabe cuánto la violenta para que acepte un matrimonio
odiado! ¡ Xo me dejéis! ¡Ayudadme
a salvarla!... ¡Ella también os ama!
¡ Su carifio al país bien merece que
todos los brazos se armen a favor
suyo!
FURST.
¿Qué pensáis hacer?
RuD.
¿Lo sé acaso? En la noche que está
envolviendo su suerte, en la ansiedad horrible de la incertidumbre,
sólo un rayo de luz puede esclarecer
mi mente, y este rayo de luz me indica que la joven será hallada entre
los restos de la tiranía que nos está
aún oprimiendo. Es indis|)ensable
que nos apoderemos de los castillos:
sólo así llegaremos hasta su mazmorra.
MEL.
Pues guiad: nosotros os seguiremos.
¿Por qué aplazar para mañana lo
que se puede hacer hoy mismo? Tell
estaba libre cuando prestamos el
juramento; la monstruosidad que
con él se hizo no había surgido aún
de la mente del tirano. Pero han cambiado los tiempos y hay que dar el
golpe: ¿quién vacilará, quién se resistirá a ello?
RuD.
(A Stauffacher
y a Walter
Furst.)
Armaos y estad dispuestos. Entre
tanto aguardaréis a que brillen en el
monte las hogueras: la nueva de la
victoria cruzará rápida el espacio, y
cuando veáis el resplandor tan deseado, caed sobre el enemigo como el
rayo y destruid para siempre la tiranía ! (Se van.)
ESCENA III
Una hondonada cerca de Kussnacht. Se baja
a su fondo entre peñascos y antes de que
los viajeros aparezcan en la escena, se les
ve en una altura. Rocas, y cerca del proscenio un espacio con árboles.
Tkll.
(Entra con el arco a la
espalda.)
Detie venir por esta hondonada. Nin_^ún o t r o camino guía a Kussnacht..
TELL
793
I.,e aguardaré. La ocasión es favorable. Me ocultaré entre aquellos árboles y disiiararé contra él. La poca
anchura del camino no les i)ermitlrá
alcanzarme. Arregla con Dios tus
cuentas, baile. Es indispensable que
te vayas de este mundo: tu postrer
hora ha sonado. Yo vivía seguro y
tranquilo: mis flechas sólo .se dirigían contra los animales del tiosque;
jamás se me ocurrió el vengarme;
pero tú me arrebataste el descanso
en que vivía y trocaste en veneno la
dulzura de mis .sencillos pensamientos. Tú me has acostumbrado a tus
monstruosidades. El que hizo blanco
en una manzana puesta sobre la calieza de su hijo, también herirá el
pecho de su enemigo. Debo proteger
de tu furor a la e.sjiosa fiel y a los
inocentes hijos. Cuando ya preparaba la cuerda de mi arco; cuando mi
mano temlilaba. cuando con horrible
y diabólico placer tú me obligaste a
disparar contra la calieza de mi hl.11), yo prometí en el fondo de mi
< orazón, con un juramento que sólo
•omprendió el cielo, que en lo sucesivo tu corazón me serviría de blanco. Así en aquel momento de infernales torturas contraje una deuda
sagrada y yo voy a pagarla. Tú eres
mi amo y el baihí de mi emperador;
mas éste no hubiese hecho lo que tú
te has permitido. Te envió a este país
para que administrases justicia; pero no para gozar del liomicida iilacer de ejecutar impunemente crueldades. Hay un Dios que castiga y
que venga. (A .lv.-< flechas.) ; Volad,
instrumentos del dolor y de la muerte! ; Hoy os miro cual mis joyas más
preciadas!... Os daré un blanco que
hasta ahora me ha repugnado. ¡Y
tú, mi querido arco que tan fielmente has servido en mis horas de recreo, no me abandones en situación
tan grave I ¡ Mantente firme, ya que
hiciste volar tantas flechas! Si tu
cuerda se rompe no tengo otra con
que lanzarlas. (Cruzan alqunos viajeros por la escena.) Quiero sentarme en esta piedra que ofrece un
descanso al caminante. Aquí no hay
choza alguna, y el que cruza por
este sitio nada pregunta al viajero.
Pasan por aquí el audaz mercader,
el rápido peregrino, el piadoso monje, el hundido sombrío, el alegre menestral, el comerciante en ganado
que vienen de lejanas comarcas,
pues todas las sendas guian a l o s
794
SCHILLER
confines del mundo. Siguen su camino para ir a sus negocios; pero
ahora mi negocio consiste en realizar un homicidio. (Se sienta.) En
otro tiempo, cuando yo salía, el regreso a mi choza constituía la alegría de mis hijos; pues jamás entraba en ella sin traerles algo: ya
era una hermosa flor de los Alpes,
ya una ave de hermoso y raro plumaje. Ahora voy a otra caza: me
detengo en la orilla de un sendero
con la imaginación preocupada, y
me pongo al acecho esjx'rando al
enemigo. Par<i proteger vuestra inocencia, ¡oh, hijos míos!, para protegeros contra la venganza del déspota, voy a preparar mi arco. (Se levanta.) Aguardo una buena pieza. El
cazador no se cansa de esperar, de
errar días y más días en la estación
cruda del invierno, de saltar de roca
en roca, de ensangrentar sus pies en
el frío y duro hielo para matar a un
pobre gamo. Ahora se trata de algo
más precioso, ya que se trata de herir a un hombre que e s mi mortal
enemigo. (Se oye a lo lejos el alegre
rumor de una orquesta.)
He manejado el arco toda mi vida observando
para ello las reglas del cazador; con
frecuencia he hecho los blancos más
difíciles y he ganado premios en l a s
fiestas y certámenes de tiro. Así,
pues, hoy haré mi blanco y ganaré
el mejor premio.
(Por la hondonada
eruxan
algunos
hombres y mujeres que van a una
boda. Tell los contempla
apoyado
en su arco. Entra también S t i s s i . )
Sru.
Tfícx.
Stu.
Trax.
Stu.
(Se le acerca.) E s el colono del monasterio de Morlischachen, hombre
muy rico. Po.see cuando menos diez
rebafios. Va a buscar a su novia en
I m l ^ y esta noche s e celebrará un
gran festín en Kussnacht, Venid a
é l : se invita a la gente honrada.
No está bien en una fiesta de boda
el que se halla triste.
SI algún dolor os oprime, olvidadlo.
Gozad lo que se ofrece, pues la ocasión la pintan calva, l.os tiempos están duros y hay que aprovechar los
Instantes de alegría. . \ 1 que se casa
también le entierran.
Y con frecuencia .sepultim en una
misma tumba ai novio y la novia.
Este e s el mundo... Harto nos persigue la desgracia... Y si no, ved el
hundimiento ocurrido en el cantil
TKI.I,.
Stu.
Tki.i,,
GUILLERMO
de (üaris, donde se ha derrumbado
ima nurntafla.
;.Se hunden también las nKmtaflas?
Nada hay sólido en la tierra.
Cuéntan.se hechos extraños. Hablé
con un viajero que venía de Badén
y me dijo que otro viajero que se
dirigía al i)alacio del rey, dló con
un enjambre de avispas que mataron su caballo, teniendo que continuar a pie su camino.
Hasta los .seres más débiles tienen su
aguijón.
Llega . \ B . \ i G A R n ccm unos niños
sc coloca cn la hondonada.
Stt.
'rKi-i,.
.•>n .
Tki.i..
Stu.
Tkll.
y
E.sto se estima como presagio de
grandes desgracias.
Todos los días ocurren liechos extraordinarios y no necesitan anunciarse con señales maravillosas.
¡Feliz quien cultiva en paz su campo y se sienta tranquilo e n el hogar
al lado de los suyos!
Si hay un mal vecino, el hombre más
pacífico no puede vivir en paz. (Mira
con impaciencia
las alturas del camino.)
¡Vaya..., adiós! ;.Eslierais aquí a alguien?
Sí.
Stt-.
¡Buen viaje! ¿Sois de Uri? El señor
' baile irá allí hoy mismo.
r.N viA.iERo. (Que llega.) Pues que no l e
aguarden hoy. Las aguas con las lluvias que han caído llenan todos los
cauces y han arrastrado los puentes.
(Tell se levanta.)
.\RM.
(Acercándose.)
¿Es decir que el baile no viene?
Stu.
¿Tenéis algo que ijedirle?
Arm.
¡ A y ! sí.
Stu.
¿Por qué, pues, le aguardáis en esta
hondonada?
Arm.
I'ara que me oiga. P e este modo no
podrá evitarme,
F r i e s h a r d t
baja rápidamente
Arm.
(A Frieshardt.)
¿Cómo
cruzasteis
Attin.
.Mki..
.\ rri.v.
Stai-.
-Vttin.
Stau.
(Hedwig cae de rodillas con su hijo
a los pies del moribundo.)
.Vtti.n.
Attin.
Stau.
Attin.
¡ P a s o ! ¡ P a s o ! i que viene el señor
baile! (Vaso
Tell.)
(Con viveza.) ¡El baile llega! (Adelanta con sus hijos hacia el proscenio.)
(Kn lo alto del camino
aparecen
Oessler y Rodolfo, su escudero.)
Stu.
Stau.
a la
escena.
Fríes.
Tranquilizaos, señora. Todos trabajaremos para abrir pronto su calabozo.
Hki).
¿Qué haréis sin él? Mientras se hallaba libre podíais alentar cierta esperanza. La inocencia tenia tin amigo, el oprimido un defensor. ¡ Tell
os socorría a todos ; i>ero aliora, aunque os juntéis, no podréis romper sus
cadenas! (El barón
despierta.j
Baum.
Ha despertado, ¡silencio!
Attin.
(Incorporándose.)
¿Dónde está?
Stau.
¿Quién?
Atti.v,
¡ Oh ! ¡me abandona en el postrer Instante !
Stau.
Se refiere a su sobrino. ¿Se le ha ido
ya a llamar?
B'UR.sT. (Al barón.) Sí, tranquilizaos. Ha oído
la voz de su corazón. E s de los nuestros.
Attin.
¿Habló en favor del país?
Stau.
Con gran valor y energía.
Attin.
¿Por qué no viene a recibir mi última bendición? Siento que mi fin se
acerca.
Stau,
¡.\nImo, mi buen señor! El sueño os
hizo bien: vuestra mirada e s más
serena y brillante.
Attix.
El dolor e s la vida y ya no lo siento.
Mi esperanza se ha ido con mis
sufrimientos. (Percibe
a
Walter.)
¿Quién e s e s e niño?
F i r s t .
Bendecidle, señor. Es de mi hijo y ha
quedado sin padre.
TELL
Furst.
Attin.
Mki..
No lo tendréis ya vosotros. ¡ Infeliz
de mí cuyos ojos han presenciado la
ruina de mi patria! ¿Debía llegar al
último límite de la vida i)ara ver
morir mis esperanzas?
(A Walter.)
No del)emos permitir
que deje el mundo entristecido. Iluminemos su postrer hora con un rayo
de esperanza. (Al barón.)
Keanimaos, noble señor. No estamos com
pletamente abandonados. Tenemo>
aún recursos,
¿Quién podrá salvaros?
Nosotros mismos. Escuchad. Los tres
cantones se ligaron para echar de
aquí al tirano. Un sagrado juramento nos une. Cuando llegue el año nue
vo, se dará el grito de revuelta. Si
Dios dispusiera vuestra muerte,
vuestros restos descansarían en un
país libre.
Repetidlo: ¿Se hizo la liga?
Las tres ciudades se sublevarán en
un día convenido. Todo se halla dis-
791
puesto. El secreto se guarda con c\iidado por más que lo conozcan centenares de federados. El suelo está
vacío bajo el pie de los tiranos. Los
días del despotismo son contados y
pronto no quedará de él ni la huella
más ligera,
¿Y los castillos? ¿Y las fortalezas?
Caerán en un mismo día.
¿Qué hacen los nobles? ¿Forman en
la liga?
Contamos en ellos cuando .sea necesario ; pero los que hoy por hoy han
prestado el juramento son todos aldeanos,
(Se levanta con gran lentitud y habla con acento de sorpresa.) ¡ É l aldeano ha tomado por su cuenta el
lil)ertarse sin el auxilio de los nobles ! ¡ Qué confianza tiene en su
fuerza !... S í : ya no necesita de nosotros. Podemos bajar tranquilos al
sepulcro. El pueblo vivirá después
de la nobleza. La grandeza de la humanidad .se asentará en nuev.is bases. (Coloca su mano sobre la cabeza
de Walter, el hijo de Tell. que continúa a sus pies arrodillado.)
Sobre
esta cat)eza, donde estuvo la manzana, florecerá una libertad no conocida ; ¡ ha caído ya el viejo régimen y una nueva vida brotará de
entre sus ruinas!
(.i Walter Furst.)
; Ved ci'imo brillan sus ojos! No es la muerte de su
organismo: e s la aurora de una vida nueva.
El noble deja su antiguo castillo para Ir a l a s ciudades y prestar juramento de que respetará sus derechos eomo ha ya sucedido en las del
Vechland y la Tcmrwie. La ilustre
Berna levanta su dominadora calieza. Friburgo se ha convertido en lialuarte de la lil)ertad: la naciente
Zurlch arma sus gremios... El poder
del rey se quebranta ante sus muros. (Las palabras que siguen son
pronunciadas
con acento inspirado y
profético.)
Veo cómo los príncipes y
los nobles se cubren de hierro para
vencer un pueblo de pastores. Se traba una lucha a muerte, y nmohos
sitios se hacen famosos por sus sangrientos combates. El aldeano, víctima voluntario, .se precipita entre
sus bosques de lanzas. Las romi>e,
cae la flor de la nol)leza, y la liliertad victoriosa levanta su estandarte.
(Coge las manos de Walter Furst y
de Stauffacher.)
Unios estreclmnieiite. Que el país que conquiste la lil)er-
790
SCHILLER
GUILLERMO
l'KLx.
IiKücaduie el camino más breve que
IlKD.
¿Es cierto? ¿ X o estás herido? (Le
conduce a Arth y a Kussnacht.
contempla llena de ansiedad.) ¿Y e s
Teso.
El camino principal cruza por Steiposil)Ie? ¿Y ha podido disparar connén. I'ero mi hijo puede guiaros por
tra ti? ¡Cómo tuvo valor!... ¡ O h !
otro más corto y solitario.
¡ No tiene corazón ! ¡ Disparó una fleTeix.
(Atare/úndolc
la mano.) ;Que Dios
cha címtra su propio hijo!
premie vuestra acción generosa! (Se
l'l KST. Lo hizo a la fuerza y con el alma
aleja, pero en seguida vuelve.) ¿ N o '
destrozada. S e trataba de salvar su
prestasteis por ventura juramento en
vida.
Rutli?
; Hei).
¡ O h ! ¡ Sl hubiese tenido un corazón
l'Esc.
Sí. estuve en la asamblea y juré fidede padre, hubiese preferido la muerlidad a la liga.
t e cien mil veces!
Tell.
Hacedme el favor entonces de ir a
Stau.
.\labad la misericordia de Dios, que
ISurglén. Mi nmjer e.stá ansiosa: detodo lo ha conducido a buen fin.
cidle que estoy en síilvo y que perIlKi).
¿Olvidaré jamás la desgracia a que
manezco oculto. En mi casa enconexpuso a mi Walter? i Santo cielo!
traréis a mi suegro y a otros conju¡ Aunque viva un siglo me parece
rados. Decidles que tengan confianque veré al niño amenazado por la
za, que Tell está libre y que su brazo
flecha de su padre (pie se clavará en
es fuerte y robusto. Ya recibirán nomi coraz(jn eternamente!
ticias mías.
Mei..
; Oh, señora, si hubieseis visto al
Peso.
¿Tenéis que confiarme algún secreto?
baile!...
'I'ELL.
Va llegará la ocasión. (Vaae.)
Hkii.
L o s hombres n o tienen corazón. XaPesc.
Ensénale el camino, .luán. ; Que Dios
da atienden si st' les ofende. ¡Juele ayude y que lleve a buen término
gan en su insensato furor la cabeza
su empresa!
de su hijo y el corazón d e la madre!
B a i t m . ¿ X o es vuestro esposo bastante desgraciado para q u e agravéis su situación c(m censuras? ¿Xo comprendéis
ESCENA II
sus sufrimientos?
Heu.
(Mirándole altanera.) Sólo tienes lágrimas para la desgracia del amigo.
Castillo de Attinghausen
¿Dónde t e bailabas cuando se jirendió a mi esposo? ¿Qué socorro l e
A7 barón de A t t i n g h a u s e n moprestaste? Viste c o m o se le ataba y
ribundo
y sentado en un sinada hiciste a favor suyo. Permitisllón; W a l t e r P ' u r s t , S t a u f f a te que el baile se lo llevara. ¿Obra
c h e r , M e c h t h a l y BaitmoarTell de esta manera? Cuando los
ten
alrededor
suyo.
Walter
jinetes del baile te perseguían, cuande rodillas
frente
al morido el lago rugía encresnado, ¿vaciló
bundo.
e n socorrerte? Xo se desahogó en un
llanto inútil, sino que se metió en la
F u r s t . Todo ha concluido: ha muerto.
lancha, olvidó a su mujer y a s u s
Stau.
Aun n o : mirad, si no, cómo s e mueve
hijos, y t e .salvó.
la pluma que acerco a sus labios.
F u r s t . ¿Cómo jiodíamos libertarle siendo poDuerme tranquilo y sonríe,
(liaumcos y de.sarmados?
garten se dirige a la puerta y habla
Hed.
(Echándü.fc en brazos de su padre.)
con un criado.)
¡Oh! ¡Padre m í o ! ¿Tú también conF u b s t . (A liaumyarten.)
¿Qué ocurre?
tribuíste a perderle? Xos hará falta
Baum.
H a llegado Hedwíg, vuestra hija.
a todos: al país y a nosotros. ; Que
Desea hatUaros. (M'alter Tell se leDios salve su a l m a en la desesperavanta.) Quiere ver a su hijo.
ción de que e s víctima ! Xo habrá un
FuB.ST. ¿Puedo consolarla si yo estoy desamigo que baje a su mazmorra soesperado? Todas l a s desgracias se
litarla. Caerá enfermo e n el húmedo
reúnen en mi cabeza.
y oscuro calabozo. Así como la rosa
Hki).
(Entrando.)
¿Dónde está mi hijo?
de los Alpes se descolora e n un aire
D e j a d m e : quiero verle.
eniponzoñ.ido. de igual m o d o pereceStau.
¡Conteneos!... ¡Pensad que estáis en
rá él, porque su vida n o estará bañacasa de la muerte!...
da por la luz d e l sol, porque no resHeu.
(Precipitándose
hacia su hijo.) ¡ Walpirará el aire d e la montaña. ¡Él
ter mío!... ¡ V i v e ! ¡ V i v e !
encarcelado! ¡ É l para quien la liberWal.
(Abrazándola.)
¡Pobre madreI
tad e s aliento d e .«ii vida!
TELL
los vados si el agua .'<e ha llevado los Kon.
puentes?
Fkiks.
Cruzamos el lago y sostuvimos con
,\iím.
él una gran lucha, amigo mío.
Stu.
¿Xavegaliais con tan grande borrasca?
FuiKs. ¡ I'ues no!... Xo he de olvidarlo en
todos los días de mi vida.
Kon.
Stu.
Contad lo sucedido.
F r í e s . Llevo prisa. Tengo que anuntijir al
castillo, la llegada del señor baile.
(Vase.)
Stu.
Si en la barca hubiese ido gente
honrada, de fijo (jue .se hubiese estrellado ; pero esa raza de hombres
malos está a prueba de agua y del
fuego. (Mira en torno suyo.) ¿Don- A r . m .
(le tía ido el cazador? (Vase.)
tÍEssLKR y R o d o l f o a
(íks.
caballo.
Decid lo (jue g u s t é i s . Yo s o y un (íKs.
agente del empenidor y tengo que . \ i ! m .
complacerle. X o m e e n v i ó a o s t e p a i s
.\n.\i.
(;ks.
RoD.
Oes.
con objeto de adular al pueblo y tratarle c(m dulzura... .Vguarda de él la
obediencia, y la cuestión está en saber si el pueblo o el emperador e s el
señor de esta comarca.
Ha llegado el m o m e n t o . Voy a dirigirle m i súplica. (Sr acerca con inquietud.)
N o puse l u i g o r r o e n u n a pica para
conocer el corazón del pueblo. \je conozco desde hace muclio. Lo planté
allí para que h u m i l l e ante mí esa
cabeza que lleva tan erguida. Clavé
este emblema de mi poder e n un sitio frecuentado a fin d e que hiriera
sus ojos y recordara el señor a quien
olvida.
Mas el pueblo tiene ciertos dereclios...
N o e s éste el momento de aquilatarlos... Se jireparan y se quieren ejecutar vastísimos proyectos... La casa
Imperial v a a en.sanchar s u s doinlnios; lo que el padre comenzó tan
gloriosamente, quiere terminarlo el
hijo... Esta gentecilla e s para ello
un obstáculo y de un imido u otro
hay que sutiyugarla.
(Quieren seguir adelante
se coloca enfrente de
Arm.
GES.
.\rm.
Ci
.\it.\i.
C.i
.\u.\i.
Koi>.
.\f!m.
y la mujer
Gessler.)
; Misericordia,
señor!...
¡ Gracia!
¡ gracia!
¿Por q u é obstruís
mi camino?
¡ Atrás:
Mi marido está encarcelado, y estos
jiobres tiiiérfanos piden pan. ¡ Apiadaos,_jieüi)r,_de nuestra miseria!
795
.-.Quién sois? ¿Quién e s vuestro marido?
l'n .«(>gail(>r de yerlias salvajes en el
Rigi, mt buen señor, el cual siega,
las recoge e n los jieñascos y sobre
abismos que no se atreven a pisar
las fieras.
f 1 / baile.) ¡Qué vida tan miserable
y digna de lástima! Os suplico que
devolváis la libertad a ese desdichado. Sea cual fuere la falta que haya
cometido, el ejercer su terrible oficio
es ya un castigo. (A la mujer.) Se
os hará justicia... l'resentad vuestra
solicitud en el castillo... Este no e s
sitio para reciliirla.
. \ o : ¡yo no lo dejaré hasta que el
señor baile me haya devuelto mi esposo! Hace ya cinco meses que está
encarcelado y que aguarda inútilmente su sentencia.
¿Queréis hacerme violencia? ¡ A t r á s
1 Justicia, señor baile, justicia! Vos
sois juez en este país y reiiresentáis
a Dios y al emperador. Cumplid ccm
vuestro deber. ; Haced la justicia que
vos mismo aguardáis del cielo!
¡ V e t e ! ¡Apartad de mis ojos esc
pueblo insolente!
(Cogiendo su caballo por cl diestro.)
No, n o : nada tengo que perder. Xo
dejaréis, señor baile, este sitio sin
liacerme justicia. Fruncid el ceño,
(|iie vuestros ojos rueden en sus órbitas... Somos tan desgraciados que
MO tememos vuestra (>ólera.
; -Vparta o te aplastaré con mi caballo!
Kn hora buena... Aquí nos tenéis.
(Coge sus hijos y se lanza con ellos
en medio del camino.) .aplastad c<m
los pies de vuestro caballo a esos infelices huérfanos... Xo será lo peor
(pie habréis hecho.
¿Estáis loca?
(Con vehemencia.)
Hace mucho tiempo que hollasteis con vuestros píes
estas comarcas, i Xo soy sino mujer :
pero si yo fuera hombre haría al^ro
mejor que estar aquí arrodillada eu
este polvo!
(Se oye a lo lejos la orquesta que ya
se ha oido cn lo niá.s alto del
monte.)
Gi.-
Roi>.
¿Dónde están mis servidor(>s? Que
.se la eche de aquí o me olvidaré a
mí mismo y haré con ella algo que
sentiré en extremo...
Viiesti-.w
,Ti;i(liis
ni> pueden
llegar.
796
SCHILLER
GUILLERMO
GES.
sefior. Hay una lioda que obstruye el
camino.
Harto benigno me muestro con el
pueblo... Las lenguas están atin muy
.sueltas. No está aún domado como
debiera; mas yo lo pondró en cintura. Quiero romper su frente de bronc a . Quiero humillar su e.spíritu de
lil)ertad... Quiero publicar una ley
nueva... Quiero... (Le alcanza
una
flecha; lleva con rapidez la mano a
su corazón, y dice con voz dóhil.)
¡ .Muerto soy !... ¡ Tened piedad de mi,
Seilor!
Ron.
;.Qué e s esto? ¡Señor baile!... ¿Qué
ha ocurrido? ¿De dónde viene el
'olpe?
An.M.
-\sesinado! i .\sesInado! ¡ Vacila :
; cae! ¡ se muere!
ROD.
(Salta
del caballo.)
¡Qué desgr.icia !... ¡Implorad, señor baile, la misericordia de Dios!,,.
GKS.
¡ Me mata la flecha de Tell! (Itaja
del caballo con el auxilio de Rodolfo,
que le coloca sobre una
piedra.)
TELI..
(Apareciendo
en la cumbre del peñasco.) Conoces al arquero y no deseo otra cosa. Las chozas están libres : la inocencia está fuera de tu
tiranía; ya no harás más daño al
país.
(Desaparece.)
(Llega
(lente.)
STU.
(Adelantando.)
¿(jué ocurre? ¿QuO
ha pasado?
ARM.
El baile ha sido herido por una flecha.
G E N T E D E I , P U E B L O . (Precipitándose
en la i .s
cena.) ¿Quién le ha matado?
(Durante este tiempo llegan los que
iban cn la boda: parte de ella esíá
aún en las alturas, y la orquesta
sigue
tocando.)
cosas de la tierra. ¡ Pensad nada más
que en el cielo!
(El pueblo rodea al moribundo,
tiendo un horror
glacial.)
sinTELL
con su arco.
Llega con rápido paso.
Mira
sorprendido
en torno suyo y
está hondamente
emocionado.
Al llegar a mitad de la escena cae de rodillas, abraza la
tierra y dirige sus manos al
cielo.
GUILLERMO
STU.
Ved cuan pálido e s t á . La muerte penetra en su corazón.,. Los ojos se le
velan...
ABM
(Levantando
uno de sus hijos.) ¡Mira, hijo mío, mira cómo muere un
tirano!
Roí).
¡Locas mujeres!.,, ¿No tenéis piedad
ya que miráis tan fríamente este hor r o r o s o cuadro? ¡Auxiliadme! ¿Nadie me ayudará a sacar de su pecho
esta flecha que le tortura?
Mu.rKKKS. (Retrocediendo.)
¿Tocar nosotras a quien hirió el cielo?
¡Malditas s e á i s ! (Desenvaina
su esUoi).
pada.)
STU.
(Deteniendo
su brazo.) No os atreváis a ello, señor. Vuestro reinado
lia concluido. El tirano de estas comarcas ha desaparecido para siempre. No sufriremos violencias. ¡ Som o s un pueblo libre!
T O D OI--.
(De modo tumultuoso.)
¡ S í ! ¡sí!...
¡•Estamos libres!
líoi).
¿,\ tal extremo hemos llegado? ¿El
temor y la obediencia concluyen tan
pronto? (Entran
dos servidores
armados.) Ya veis el horrible asesinato cometido... Ya no necesita de
auxilio, sino de otros cuidados. Vamonos a Kussnacht. Salvemos al
emperador su fortaleza ; el orden y
los lazos del deber quedan destruídos, y no hay que contar con la fidelidad de nadie.
(.Mientras se va con los criados entran en escena seis hermanos de la
Misericordia.)
ROD.
Pierde su sangre. Prestadle socorro,
¡ Id y coged al asesino! ¡ No quisiste
oír mis consejos!
STU.
Está muy pálido,.. Habrá ya muerto.
M U C H A S V O C E S . ¿Qué importa?
RoD.
Este pueblo delira toda vez que-hace
sonar la orquesta ante un hombre
que e.spira. ¡ Que cese! (La
orquesta
deja de tocar. Va llegando más gente.) Hablad si podéis, señor baile.
¿Nada tenéis que confiarme? (Gessier hace signos con la mano, los cuales repite con viveza porque no son ^
comprendidos.)
¿Dónde he de ir? ¿A •
Kussnacht? No os comi)rendo... No
tengáis impaciencia.,. Olvidad las
les: Tell mismo. Pero tiene ahora las
manos y l o s brazos encadenados.
.\KM.
STU.
I>os
¡ P l a z a ! ¡ plaza ! ¡ He aquí los frailes!
La víctima está en el suelo, y ya bajan los cuervos.
aERMANOs (Forman
un semicírculo
en
derredor del muerto y cantan
con
grave salmodia.)
"La muerte coge al
hombre velozmente. No le concede
ningún plazo. Le derriba en mitad
de s u camino, y se lo lleva en la plenitud de la vida. ¡ Esté o no dispuesto a dejarla, tiene que comparecer
ante su juez!" (Mientras
pi-onuncian
/<ív íilfiíiiiis frases cae el telón.)
Ni.Ño.
(Que lo ha percibido.) Jlira, padre:
¿quién es aquel hombre hincado de
rodill.-is?
Abraza la tierra y parece extraordinariamente conmovido.
Ni.Ño.
(Descendiendo
de la altura.)
¿Qué
veo? ¡ P a d r e ! ¡ P a d r e !
l'Ksc.
(Acercándose.)
¡ Dios del cielo!... ¡ Es
Tell! (.i éste.) ¿Cómo habéis llegado hasta aquí? Hablad.
Ni.Ño.
¿.\o estabais en la lancha atado y
prisionero?
l'Ksc.
¿No se os debía llevar al castillo de
Kussnacht?
TKIX.
(Levantándose.)
Ya lo veis... estoy
libre.
I'Ksc. y s u H L T O . ¡Libre!... ¡Qué milagro!
NIÑO.
¿De dónde venís?
TELL.
De allí, de la lancha.
PESC.
PE.SC.
¡ Es posible!,.,
NIÑO.
¿Dónde está el baile?
TKLL.
Flota a merced de la tormenta.
TKLL.
l'Esc.
¡Qué oigo!... ¿I'ero cómo estáis aquí?
¿Cómo escapasteis al furor de la borrasca?
TELL.
J Por la misericordia de Dios!... Atended bien.
PESO.
S Í , S Í , h.iblad.
TELL.
Sin duda, no ignoraréis l o que en
Altdorf ha ocurrido.
PESC.
L O sabemos todo; proseguid.
TELL.
¿Sabéis que el baile me mandó atar
para llevarme a su castillo de Kussnacht?
I^sc.
S í : se embarcó con vos en Flueldén.
Lo sabemos todo... Continuad. ¿De
PESC.
qué modo escapasteis?
TELL.
Jle hallaba tendido en la lancha, a g a rrotado con cuerdas y con la desesperación rugiendo en el fondo de mi
alma. No esperaba ver más la luz del
TELI
sol ni los queridos rostros de mi mujer y de mis hijos, y triste y desolado contemplaba la inmensidad de
las aguas que por todas partes me
rodeaban.
PESO.
PESC.
¡ Infeliz!...
TmL.
TELL.
Entre tanto la lancha en que íbamos
PESC.
el baile, Rodolfo, los escuderos y yo,
PESC.
TELL
789
se:;uía navegando. Pero mi arco y mi
carcaj se hallaban al otro lado de la
nave. Cuando llegamos a la punta
del pequeño Axenl)erg. Dios quiso
que de los abismos del San Gotardo
brotase una tempestad tan horrible,
que los que iban al remo se asustaran perdiendo su energía. Entonces
uno de los servidores del baile se volvió a éste y le dijo: "¿Queréis que
vos y nosotros nos salvemos, monseñor? Estamos al borde de la tumba,
l.os remeros pierden la calieza y no
guían bien la n a v e ; pero Tell es fuerte y diestro y sabría dirigirla. Si él
quisiera nos salvaría del riesgo en
i|ne estamos." El baile se dirigió a mí
y me dijo: "¿ Si mandase romper tus
ataduras, ¿serías capaz de salvarnos, Tell?" "Sí. monseñor—contesté
yo. SI el cielo no me niega su ayuda,
cimfío evitar el peligro." Se rompieron mis cuerdas, me puse en el tiiiióu y dirigí la lancha con energía y
fortuna, \ pesar de esto, yo no quitalia los ojos de mi arco y mis flechas, y buscaba en la orilla un sitio
a iiropiisito para dejar la nave. Percibí el extremo de una roca que avanzaba aplanándose .sobre la superficie
del lago.
La conozco: está al pie del gran
.\xenberg; pero casi es imposible
saltar en ella desde una lancha.
< )rdené a los remeros que bogasen
• m brío hacia ella, y cuando estu. imos a corta itistancia de la misma
imploré el auxilio de Dios, y reuniendo todas mis fuerzas impulsé la nave
hacia la roca y en seguida, precipitándome sobre mi arco y mis flechas,
di un salto desde la lancha, caí de
pies sobre la roca y empujando con
uno de éstos y de un modo violento
la barca, hice que se internase en el
lago. Ahora, que flote como Dios
quiera. Estoy salvado de la furia de
la tempestad y de los hombres.
¡ Tell! ¡ Tell! El Señor ha hecho por
vos un milagro. Casi no creo lo que
oigo. Pero ¿dónde vais? SI el baile
se salva de la tempestad, nada podrá
evitar su venganza.
Cuando yo permanecía atado en el
fondo de la lancha, le oí decir que
quería desembarcar en Brunnen y
llevarme a su castillo pasando por
Schwyz.
¿Quería Ir a él por tierra?
Es probable.
Entonces del)é!s ocultaros. Dios no
os protegerá dos veces.
224
ANTONIO
DE
CARCER D E
MONTALBÁN
y entonces aumentó su número en toda España, especialmente en Córdoba, donde
una pléyade de poetas, gramáticos y teólogos fundaron una escuela talmúdica
que compitió con las mejores de Oriente.
En general, al respetar los invasores la independencia civil de los vencidos
y distribuirse el dominio de las tierras, los musulmanes vivieron casi siempre
cn las poblaciones rurales — los berberiscos en las regiones de la meseta y del norte,
y los árabes en las del sur y de levante — y
dejaron que el grueso de la población española, compuesta de cristianos y renegados,
continuase viviendo en las ciudades. Dentro
de
ellas, los cristianos, llamados mozárabes,
M o s a i c o á r a b e d e ia m e z q u i t a d e C ó r d o b a .
fueron agrupándose por necesidad de defensa social y acabaron por vivir en barrios separados.
Los mozárabes procedían inmediatamente de los antiguos visigodos e hispanorromanos, aunque las dificultades de la nueva situación hicieron desaparecer
entre ellos las diferencias que habían transtomado el reino de los visigodos.
Continuaron rigiéndose por condes, jueces y obispos como en*la época visigótica,
si bien el jefe del Estado musulmán se reservaba el derecho de nombrar, en las
grandes ciudades, el obispo y el conde que las habían de gobernar, con la particularidad de que el conde unas veces salía de la misma población muzárabe y
otras era un noble musulmán. En legislación siguieron teniendo asimismo el Líber
Júdicum de los hispanogodos, aunque sólo para las relaciones de los cristianos
entre sí,-pues para las relaciones con los musulmanes, sobre todo en los delitos
contra el Islam, se habían de ajustar a las del pueblo dominador.
Las contribuciones que pagaban los mozárabes eran de dos clases: la personal, llamada capitación, que pagaba cada uno por la única razón de ser cristiano, y la territorial, llamada jarach, que consistía en especies y obligaba indistintamente a todos los propietarios cristianos y musulmanes, si bien se sabe de
casos en que los mozárabes la habían de
satisfacer en doble cantidad. Del territorio
conquistado, el Estado se reservó, ya desde
los primeros años de la invasión, una quinta
parte, que constituía una especie de patrimonio público, llamado joms, y se concedió
para su cultivo a los siervos mediante el pago
M o s a i c o á r a b e d e la m e z q u i t a d e C ó r d o b a , i
del azaque en productos del propio cultivo.' ;
Además de la organización visigótica que quedó entre los mozárabes, la
España de entonces tuvo instituciones políticas propias de los musulmanes, desarrolladas igualmente alrededor de la hegemonía del califa. Durante los primeros
cuarenta años (711-756) España dependió del califa de Bagdad y se rigió por
emires que nombraba el gobernador de África o, con su aprobación, los árabes
ESPAÑA
HISTÓRICA
229
de la Península, pero a partir de Abderramán I (756) se hizo independiente >•
quedó organizada en régimen monárquico absoluto, de carácter electivo, cu.\ •
soberano se llamó emir independiente desde el citado Abderramán L y califa
desde Abderramán III (929). El emir o califa estaba asistido por el mexuar, cuerpo
consultivo con semejanza al senado, que elegía el propio monarca entre los nobles
y los sacerdotes, y por un consejo de visires o ministros, el primero de los cuales
se titulaba gran visir o hagib. El número de visires estaba en relación con la cantidad de ramos de que constaba la Administración—hacienda, intervención del
Tesoro, guerra, religión, etc.—, cada una de cuyas oficinas se titulaba diván y
tenía un secretario, llamado cátibe, para la tramitación de los negocios con los visires y el
califa. Es.notable que en esta organización administrativa hubiese un ministro que cuidaba especialmente de los intereses de los judíos y de los
mozárabes.
La administración territorial presenta bastante semejanza con la que tuvieron los visigodos. Desde Abderramán I (756) el territorio quedó
dividido en seis provincias—además de Córdoba,
capital del Estado—que eran: Mérida, Toledo,
Zaragoza, Valencia, Murcia y Granada, al frente
de cada una de las cuales había un gobernador,
llamado valí, con atribuciones civiles y militares
a semejanza del antiguo duque. Además, algunas
ciudades importantes, como Sevilla, aunque no
fuesen capitales de provincia, estaban gobernadas por un valí. En las poblaciones menores había
Capitel p r o c e d e n t e d e un palacio
M e d i n a Azalira (Córdoba).
de
un caíd o alcaide, sucesor del conde visigodo, que ha dado nombre al moderno
alcalde.
En la administración de justicia podía actuar de juez el propio califa, si
bien desempeñaba habitualmente este oficio el cadí en las grandes ciudades y el
háquim en las de menor importancia. Al frente de este cuerpo judicial estaba
el cadí de los cadíes, con residencia en Córdoba, que fallaba como magistrado
superior en última instancia. Además, también en la capital, había un juez especial de gran prestigio popular, llamado zalmedina, que entendía exclusivamente
en asuntos criminales y de policía y juzgaba en el acto, con justicia de hombre
Tjrudente y bueno, y otro, llamado el juez de las injusticias, con jurisdicción en
todo el imperio, que entendía en las quejas por desafueros de los funcionarios.
La base de la legislación musulmana fué el Corán, libro sagrado que sirve
a un tiempo de código civil y criminal y de doctrinario religioso, lo cual trajo
como consecuencia que, no existiendo verdadera compilación legal, se confundiese,
en la práctica, la ordenación civil con la obligación reHgiosa. El Corán, dividido
228
ANTONIO
DE
CñRCER DE MONTHLBñN
ESPAÑA
en suras, contiene las revelaciones de Mahoma y forma un cuerpo desigual de
dogmas, preceptos, consejos, fábulas, historias..., todo mezclado, en confusa e incoherente trabazón, con el nombre de Dios. Además del Corán, constituyeron
fuente de derecho la razón y el conjunto de tradiciones, llamado Zuna, sobre los
dichos y las sentencias del Profeta.
La religión del Islam se practicó en las mezquitas, templos sin imágenes,
con un punto principal, la alquibla, especie de hornacina orientada a la Meca,
hacia la cual dirigían los creyentes las oraciones. El almuédano, desde la torre,
llamada alminar, que tenían todas las mezquitas, convocaba a la oración a los
fieles en las horas prescritas. La oración la dirigía un imán desde el mimbar, y
la lectura e interpretación del Corán, trabajo siempre muy difícil y meritorio por
la misma incoherencia del texto, quedaba reservada a los alfaquíes, especie de
doctores o teólogos, que alcanzaron extraordinario prestigio desde el reinado de
Hixem I (788-822).
La oración, la limosna, las abluciones, el ayuno en el mes de Ramadán—reminiscencia de la cuaresma cristiana—y la peregrinación, por lo menos una vez en
la vida, al templo principal de la Meca, constituían los cinco preceptos fundamentales de la religión muslímica. Sin embargo, los árabes españoles, sobre todo
los de la clase aristocrática, no se distinguieron por su fervor religioso. Tuvieron
toda clase de atenciones con los alfaquíes, principalmente los soberanos interesados en crear la unidad política del país; pero no fueron, en general, buenos
cumplidores de la ley. Por lo contrario, los ganaron en fervor religioso y, consecuentemente, en intolerancia fanática, los berberiscos, que, lo mismo que los renegados, eran tenidos en menos por los árabes, motivo por el cual ellos mismos se
portaban más como pueblo sojuzgado que como pueblo hermano del de Arabia.
Como consecuencia de esta diversidad de prácticas religiosas nacieron también
del Islam algunas sectas heterodoxas, y, aunque muchas vivieron sin apariencia
exterior, al amparo del escepticismo de los nobles árabes, dieron, en cambio, ocasión de que se refinase la ortodoxia de otras sectas y creciese la propensión mística
de muchos creyentes. Así, mientras los árabes, desde el gobierno, permitieron con
amplia tolerancia que los mozárabes y los judíos practicasen libremente su respectivo culto, los berberiscos llevaron su fanatismo hasta hostigar públicamente a
los cristianos y promover las persecuciones que, en tiempos de Abderramán II
y de Mohámed I, dieron mártires a la Iglesia mozárabe. Entre ellos, el ilustre
San Eulogio (859) y su discípula Flora (851),
Esta misma rivalidad, que, cn cuestiones religiosas, se dió entre las diversas
tribus que componían el pueblo musulmán, alcanzó también a otra manifestación
de su actividad, sin duda de mayor interés para un pueblo como aquel de espíritu
batallador: la guerra. Hasta la época plena del califato, la organización militar fué
la misma que la de la tribu. Al convocar el emir a las tribus para emprender
alguna campaña, acudía el jeque con todos los hombres de la tribu que voluntariamente querían tomar parte en ella, y cada uno se agrupaba a la bandera de la
HISTÓRICA
223
de los renegados, estaba formada por los que habían apostatado del cristianismo
y se habían hecho musulmanes para no perder los bienes que tenían. Y a hemos
hecho notar que la dominación musulmana tuvo algo de especulación, cuando
toleraba la profesión de distintas religiones a cambio del pago de mayores tributos, como el de capitación. Fueron muchos los que, con el egoísmo de no
perder lo que tenían, llegaron a renegar, pero fueron muchos también los que
continuaron profesando el cristianismo, aun a costa de mayores sacrificios pecuniarios. Además, buena parte de la nobleza visigoda, al irrumpir la invasión de
árabes y berberiscos, se retiró hacia el norte
de la Península, y dejó por tanto libremente
sus propiedades en manos del invasor.
Por el contrario, la profesión del islamismo redimía de la esclavitud, y, al favor
de esta liberalidad, muchos esclavos españoles—los que se llamaron maulas—abjuraron del cristianismo para ser hombres libres
entre los musulmanes. Finalmente, los muladíes eran los hi^os de matrimonio mixto
Detalle decorativo del palacio de Medina
—madre cristiana y padre musulmán, o
Azalira (Córdoba).
viceversa—, los cuales quedaban obligados
por la ley a ser musulmanes. Se dió, además, el nombre de muladíes en general
a todos los musulmanes procedentes del cristianismo.
Ninguna, empero, de estas clases obtuvo nunca la consideración de los árabes,
que siempre se creyeron superiores a los demás en su privilegiada aristocracia
de tribu, A causa de ello, se vieron con frecuencia combatidos por los berberiscos,
muy superiores a ellos en ntímero, y por los renegados, que, habiendo llegado a
constituir una clase social activa, inteligente y poderosa, y viéndose menospreciados por los muslimes de abolengo, llegaron a poner en grave aprieto el dominio
árabe en España con el reino que formó el renegado Ornar ben Hafstín (884).
Entre esta oposición del pueblo musulmán y el crecimiento del poder de los
califas, la aristocracia árabe se vio duramente combatida, hasta perder su antigua
influencia a causa del pujante desarrollo de la clase media y de la preponderancia
del elemento militar que fomentó Abderramán III (912-961). Así, a la caída
del califato, esa aristocracia de raza quedó prácticamente aniquilada, de modo
que la mayoría de los pequeños reinos que luego se formaron los rigieron las
facciones de eslavos y berberiscos que estuvieron disputándose el mando desde
' la muerte de Almanzor (1002-1031),
En estrecho contacto con los árabes, vivieron los judíos, que, por haber
ayudado a los musulmanes en la invasión, mejoraron extraordinariamente de
consideración social y formaron una clase influyente y culta con la protección
que les dispensaron los emires y califas. El sabio israehta Hasdai ben Xabut,
al ser ministro de Abderramán III, obtuvo nuevos privilegios para los de su raza,
ta rendición de Breda, cuadro de Velázquez que se conserva en el Museo del Prado (Madrid).
ESPAÑA
HISTÓRICA
233
ANTONIO D E
CARCER D E MONTALBÁN
el año anterior, y acogió favorablemente en sus estados al Cid Campeador,
durante su destierro, quien a su vez ayudó a los hijos y sucesores de Almoctádir
en sus querellas intestinas y en sus guerras con los soberanos catalanes.
El mismo héroe castellano, en la mayor de sus hazañas, se apoderó del reino
de Valencia (1094), una de las más importantes taifas levantinas. Valencia estuvo
gobernada por eslavos hasta 1021 ó 1026, y por los amiríes, descendientes de
Almanzor, hasta 1065, año en que cayó en poder de Almamún, rey de Toledo,
quien a su vez la perdió diez años después. Tras el corto reinado del toledano
Alcádir, que murió asesinado (1092), declaróse Valencia en república, y poco
después (1094) fué conquistada por el Cid. Éste dominó en ella como soberano
independiente, y, tres años después de su muerte, su viuda doña Jimena la abandonó, incendiada, a los almorávides (1102).
La taifa de Denia, gobernada de hecho por un liberto amiri, Mochéhid, con
menoscabo de la autoridad del propio rey, se distinguió por sus empresas marítimas, en las que conquistó las islas Baleares (1015) y llegó hasta saquear la de
Cerdeña, donde, al fin, fué vencido Mochéhid (1016). Después de intervenir en
las contiendas de los demás reyezuelos, Denia quedó absorbida (1045) P^"" Almoctádir de Zaragoza, quien, para ello, destronó a Ali, hijo y sucesor de Mochéhid.
Almería estuvo regida por los eslavos, y el primero de ellos fué el propio
Jairán (1012-1028) que tanto había figurado en las luchas de partido que precedieron a la disolución del Califato. Caída en poder del rey de Granada, tras
la batalla de Alpuente, en que murió su emir Zoháir, y conquistada luego por el
de Valencia (1038), se proclamó de nuevo independiente (1040) y entonces fué
gobernada por la familia de los Tochibíes, que habían sido destronados de Zaragoza. De la desmembración de .Mmería nacieron en épocas diferentes dos taifas
m á s : Murcia y Lorca, que, tras innúmeras vicisitudes, cayeron, lo mismo que
Almería (1091), en poder de los almorávides.
E n Granada, ciudad que por entonces creció considerablemente por despoblación de Elbira, reinaron los berberiscos Beni Ziri, y uno de sus miembros,
Habús (1019-1038) tuvo por gran visir al judío Abenagrela, hombre de grandes
dotes políticas, con el que se dió el primer caso de que un soberano berberisco
tuviese por ministro a un judío. El cruel Badis (1038-1073), hijo de Habús,
sostuvo guerras contra Zoháir de Almería, al que mató en la batalla de Alpuente (1038), y contra el abadita Abulcásim de Sevilla, cuyas tropas derrotó
en el sitio de Carmona (1039). Al morir Idris H de Málaga, Badis anexionó a
sus dominios las tierras malagueñas (1055), y así pasó definitivamente a Granada la jefatura del partido berberisco. El hijo de Badis, Abdalá (1073-90), reinó
al principio pacíficamente y luego intervino activamente en las negociaciones
que trajeron los almorávides a España.
L a importante taifa de Málaga fué sede de la dinastía berebere de los
Hamudíes o Hamuditas, que, por haber sido entronizada en los últimos años
del califato para suceder a la de los Omeyas, siguieron usando el titulo de cali-
ESPAÑA HISTÓRICA
231
cn el superior—en los que predominaba siempre el conocimiento religioso del libro
sagrado del Corán—, la enseñanza alcanzó considerable difusión, hasta llegar a
ser la España musulmana la nación que tenía el número mínimo de analfabetos
entre todas las de Europa. La misma instrucción de la mujer fué muy apreciada,
como lo demuestra el hecho de que cultivaba la medicina y la literatura con absoluta libertad y se dedicaba a copiar toda clase de libros para formar las famosas
bibliotecas. Causa de ello fué, sin duda, la baratura que alcanzó el empleo del papel, fabricado en grandes cantidades por los mismos árabes, y la facilidad que representaba en la copia el carácter cursivo de la escritura arábiga.
Sin embargo, contrasta sensiblemente con esa elevación de la cultura la
prevención que en general tuvo el pueblo musulmán por los estudios especulativos. La astronomía, la geometría y las matemáticas, con ser las menos combatidas,
sólo se aceptaron en lo que ofrecían de empírico, para fines prácticos de la vida
o para satisfacer vulgares supersticiones. La investigación crítica que representan
las disciplinas filosóficas pugnaba con el espíritu simplista del Corán, y, por tanto,
era condenada por los alfaquíes y el pueblo creyente. Los mismos estudios que se
hacían de la medicina y la botánica estaban supeditados a la utilidad que inmediatamente derivaba de ellos.
Con todo, es preciso reconocer que todas esas ciencias—y, más que ninguna,
la filosofía—deben a los árabes por intermedio de los españoles el esplendor que
consiguieron en plena Edad Media. El álgebra es invención de un matemático
árabe, y la numeración en cifras, patrimonio también del pueblo arábigo. Además,
la aristocracia árabe gustó siempre de los libros de filosofía, y gracias a ella
llegaron a Occidente las obras de los filósofos griegos, con Aristóteles a la cabeza.
Esta afición de las clases aristocráticas contribuyó en mucho al escepticismo religioso que las distinguía, y, para no acabar de excitar los sentimientos de reacción
del pueblo creyente, escudado en este punto por la clase sacerdotal, los nobles
cultivaron, en algunas épocas, este género de estudios con el sigilo propio de las
sectas prohibidas.
Si bien el mayor florecimiento de los estudios científicos corresponde al
período más liberal que siguió al califato, durante los primeros tiempos descuellan
hombres de relevante mérito, como el cordobés Aben Masurra (883-931), filósofo
escéptico, de gran influencia en los siglos medievales; Aben Házam (994-1064),
ministro de Abderramán V, hombre culto y virtuoso, que estudió profundamente
las religiones en relación con el Islam ; Moslema Aben Alcásim (904-964), también
cordobés, profundo conocedor de la astronomía y la astrología, motivo por el
que fué considerado por el pueblo como mago; Maslama, de la segunda mitad del
siglo X, a quien se debe el establecimiento de una escuela en Madrid que trajo de
Oriente multitud de conocimientos; Abulcásim (936-1013), el médico y cirujano
más notable de aquel período; Aben Cholcol, médico y botánico que floreció en
el reinado de Hixem II (fines del siglo x ) y escribió una historia de los médicos
y otros sabios que tuvo España en aquel reinado..
E, a.—24
232
ANTONIO
DE
CARCER
DE
MONTALBÁN
ESPAÑA
Pero si grande fué el florecimiento de los árabes en el campo de las ciencias,
mucho más notable fué el que consiguieron en el de la literatura, singularmente
en el de la poesía, que constituye el patrimonio de todos los pueblos cultos de
Oriente. L,a delicada sensibilidad del pueblo árabe, unida a la facilidad de versificación por su afición a todas las manifes»'!^"\7^jr
F "•"""m-^rTiti
taciones orales, supo cantar en verso todas
^S'^^l^J'^^'^^^'iif^^^K^*
sus grandezas y hazañas. Los emires, los
{>SrJK^3r^ií*-;/v«^^^^í^'^^'^
n e t a l l e c o n fitruras h u m a n a s d e u n a a r q u e t a
aralje d e marfil, r o n s e r v a d a en l a c a t e d r a l
de Pampluna.
sabios, los jeques, las mujeres, y aun las
mismas clases populares sabían improvisar
en cualquier momento para expresar en forma poética sus sentimientos y deseos. Incluso obras científicas llegaron a escribirse
en verso. En la corte, los califas gustaban
de tener poetas a su servicio que improvisasen epigramas, sátiras y narraciones guerreras y amorosas, por todo lo cual los recompensaban con grandes cantidades en
dinero y con singulares distinciones.
Por la misma facilidad con que el árabe se convertía en poeta, es infinito el
número de cantores que llenan estas tres centurias de dominación musulmana.
Citemos solamente entre ellos a Aben Abderrábihi (868-950), autor del Libro
del Collar, especie de enciclopedia literaria; el poeta y diplomático Yahya Aben
Alháquem (774-864), llamado comúnmente Algazel por la esbeltez de su figura;
a Said de Bagdad, del siglo x, poeta muy erudito, al servicio de Almanzor; al
Ramadí, también del siglo x, a quien el mismo Almanzor obligó a guardar perpetuamente silencio en castigo de haber tomado parte en una conspiración contra
el califa... Y junto al de la literatura poética, debe recordarse el florecimiento de
la literatura histórica, disciplina también muy apreciada por los árabes, en la que
nos han dejado un tesoro inapreciable en crónicas y biografías para reconstruir
los siglos de dominación musulmana.
En la música hicieron también los autores arábigos considerable progreso,
hasta el punto de haberse sospechado que a ellos se debe la enseñanza del solfeo,
lo mismo que el actual sistema de notación musical, que, en tal supuesto, Guido
de Arezo no habría hecho más que modificar y divulgar. Desde luego, puede
afirmarse que la incomparable riqueza musical del pueblo español se debe en
gran parte a los árabes, quienes, desde la instauración de los Omeyas, trajeron de
Oriente multitud de músicos y cantadores, y con sus instrumentos típicos—la
flauta, el laúd, la cítara, el rabel, el oboe y, sobre todo, la guitarra—difundieron
por toda Andalucía la música que habían aprendido de persas y bizantinos.
Otro capítulo de gran importancia en la cultura arábiga es el de las bellas
artes, singularmente de la arquitectura, la cual, dada la diversidad de caracteres
HISTÓRICA
237
en reyezuelos al favor de las circunstancias, mantuvieron constantes guerras entre
sí—verdadera guerra civil en conjunto—para dirimir sus rivalidades o satisfacer sus ambiciones. En estas guerras, los soberanos se exterminaron unos a otros,
con la pretensión en cada uno de ellos de llegar a dominar a todos los demás para
reconstruir la antigua unidad del Estado y tomar luego el codiciado título de
califa. Y tanto quisieron avanzar en esta pretensión, que a mediados de aquel
mismo siglo, a los quince años de guerra, había cuatro príncipes que se daban
a sí mismos el título de califas de España: el falso
Ilixem II en Sevilla, Idris II en Ceuta, un Mohamed en Málaga y otro Mohámed en Algeciras.
En Córdoba se erigió, por acuerdo del antiguo
mcxuar, una república de carácter aristocrático
(1031) a cuyo frente estuvo Chahuar, hombre justo
e inteligente, que supo conservar el prestigio de la
ciudad. A su muerte (1043) sus hijos siguieron en
el gobierno, pero, codiciada la ciudad por los reyes
de Sevilla y Toledo, quedó definitivamente agregada a Sevilla (1077) por obra de Almotámid.
La taifa de Badajoz, que entonces empezó a ser
renombrado centro de cultura, estuvo gobernada por
la familia de los Aftasíes, quienes hubieron de defenderse enérgicamente contra las pretensiones imperialistas de Sevilla. Su rey Almodáfar, entusiasta
cultivador de las letras, fué tributario del rey de
Castilla, a quien recurrió también Almotaguáquil, el
Llaves árabes de ciudad, con
las g u a r d a s f o r m a d a s p o r u n a
inscripción.
último de los Aftasíes, ante el peligro de los almorávides, los cuales al fin se apoderaron de Badajoz (1094).
Toledo, la fortaleza de los mozárabes, se hizo independiente con un aventurero, que se sostuvo hasta 1035,
que fué sustituido por los Bcni Dunún,
familia berebere arabizada. Uno de sus reyes, Almamún o Alimenón, acogió a
Alfonso de Castilla cuando huía de la persecución de su hermano Sancho I I ;
luego conquistó a Valencia (1065) y puso sitio, aunque en vano, a Córdoba (1070),
ia cual se le entregó cinco años después por la traición de un bandolero. Su hijo
y sucesor Alcádir, perdió definitivamente a Toledo (1085) por la capitulación
convenida con el sitiador Alfonso V I de Castilla, quien, en compensación, dió
a Alcádir la taifa de Valencia.
El reino de Zaragoza, uno de los más poderosos, después de tener algunos
soberanos de la familia de los Tochibíes (1039), fué regido durante muchos años
por la de los Beni Hud, hasta que cayó en poder de los almorávides (1110). U n o
de sus principales reyes, Almoctádir (1046-1081), gran protector de las ciencias
y las letras, conquistó las taifas de Lérida (1048), Tortosa (1061) y Denic (1076),
recuperó a Barbastro (1065) del poder de los normandos, que la habían ocupado
244
ANTONIO
DE
CARCER DE MONTALBÁN
que, al tener noticia de los acontecimientos mientras sitiaba a Zaragoza, salió en
busca del almorávide con refuerzos de tropas de Aragón y Cataluña.
La memorable batalla entre cristianos y musulmanes se dió en Zalaca—la Sacralias de los primeros, y la Azagal de los segundos, cerca de Alburquerque,—y de
ella salió rotundamente victorioso Yúsuf ben Taxfín, que, a pesar de sus años—
sesenta y siete—peleó con denuedo sin igual (1086). El mismo Alfonso VI hubo
de huir a uña de caballo con unos pocos de los suyos, y, a consecuencia de las
enormes pérdidas sufridas en esta batalla, tuvo que
abandonar la plaza de Valencia, levantar el asedio de
la de Zaragoza y renunciar al cobro de los tributos de
algunos vasallos musulmanes.
Sin embargo, no sacaron los vencedores todo el
prdvecho que entrañaba la victoria, y, mientras Yúsuf
volvió a África al saber la muerte del mayor de sus
hijos, los cristianos se hicieron fuertes en el castillo de
Aledo, entre Lorca y Murcia, desde donde emprendían
incursiones que diezmaban toda la comarca. Almotámid
de Sevilla, para acabar con ese reducto, sitió a Aledo,
pero tuvo al fin que desistir ante la resistencia de los
cristianos.
A pesar, pues, de la intervención de los almorávides, los cristianos se habían rehecho rápidamente del
J a r r o d e c e r á m i c a hisp.-inoárabe.
desastre, y la situación de las taifas, impotentes contra
sus enemigos, seguía tan crítica como antes. Fuéles preciso recurrir de nuevo al pueblo africano, y esta vez la decisión fué más unánime
por cuanto el pueblo veía ya en Yúsuf a un caudillo invencible, y las clases sacerdotal y nobiliaria habían dejado de ver, con aquella victoria, la incultura y rudeza
que distinguía a los almorávides del Sahara.
En esta ocasión, fué el mismo Almotámid de Sevilla quien pasó personalmente a Marruecos a solicitar la ayuda de Yúsuf, el cual, en efecto, vino de nuevo
a España y desembarcó en Algeciras (1090) con un ejército mayor que el que había traído cuatro años antes. El primer acto de Yúsuf fué atacar a Aledo, pero
se retiró sin llegar a rendirla al saber que venía Alfonso V I con refuerzos, quien
luego mandó incendiar la fortaleza, ya maltrecha por tantos ataques.
Esta segunda venida de almorávides no tuvo, sin embargo, su máxima importancia en la guerra contra los cristianos, sino en el movimiento de opinión que
despertó favorable a la creación de un solo poder fuerte que reuniese el de todos
los reyezuelos entonces existentes. El pueblo, agobiado por la multitud de impuestos que había de pagar sin tener en compensación la paz y el bienestar que deseaba,
se mostró entusiasmado con el emperador almorávide, y los alfaquíes, viendo en
él al más fervoroso de los creyentes, le instigaron a que destronase a los emires
andaluces, poco cumplidores de los preceptos coránicos. Por otra parte, a Yúsuf
ESPAÑA
HISTÓRICA
245
le había gustado la fértil tierra de Andalucía y no necesitó, para decidirse, más
que el pretexto legal de la religión para hacerse dueño de aquellas tierras. Así,
al dar los alfaquíes unas fétuas—especie de sentencias de excomunión—contra
los emires de Málaga y Granada decretando que habían perdido el poder a causa
de sus faltas, Yúsuf penetró como conquistador en Granada (1090) y se apoderó
de las riquezas que allí había acumulado Badis.
Al ver el cambio de rumbo de la actitud de los almorávides, Almotámid de
Sevilla y Almotaguáquil de Badajoz, seguidos por otros emires andaluces, buscaron la protección de Alfonso VI, sin duda porque se veían más independientes
siendo tributarios de un cristiano ilustrado y tolerante que siendo rivales de un
musulmán inculto y fanático. Entonces los alfaquíes andaluces, con
la aprobación de los de África y
Oriente, dieron nuevas fétuas contra los emires que se habían aliado
con el príncipe cristiano, y desligaron a Yúsuf de los compromisos
que con ellos había contraído.
En rápida campaña (1090 a
1094) los almorávides, al mando de
Sir Abiñabiquéquer, pariente de
Yúsuf, se apoderaron de Tarifa,
Córdoba, Carmona, Sevilla (1091),
Ronda, Almería, Murcia, Denia,
Játiba, Badajoz y otras fortalezas
andaluzas, sin que lograse nada el
auxilio que para algunas de ellas
envió el rey de Castilla. Almotámid,
A g u a m a n i l árabe d e b r o n c e , l l a m a d o de
Fortuny.
el más popular de los emires andaluces, tan notable por su talento político como
por sus dotes de poeta, fué trasladado a África, donde murió en un calabozo, cargado de cadenas (1095).
Continuando la arrolladora campaña de conquista, atacaron los almorávides
a Valencia, de donde fueron enérgicamente rechazados por el Cid Campeador,
pero, al fin, muerto el héroe castellano, su viuda abandonó la ciudad, incendiada, a los invasores (1102). A continuación conquistaron las taifas de Alpuente y
Albarracin (1103) y dejaron a Zaragoza en perfecta independencia, por expreso
deseo de Yúsuf, mientras estuviese gobernada por los Beni Hud.
En aquel momento, la unidad política que, con la disolución del califato de
Córdoba, había desaparecido de la España musulmana, volvió a renacer bajo la
hegemonía de los nuevos invasores, y, para gobernarla, Yúsuf proclamó heredero en Córdoba a su hijo menor Alí (1106), que, como emperador, gobernó a un
tiempo en África y España, y tuvo aquí la capital en Granada.
246
ANTONIO
DE
CARCER D E MONTALBÁN
Los primeros años de! nuevo gobierno almorávide fueron prósperos para el
pueblo y los alfaquies, ya que se rebajaron los tributos a los tipos que limita el
Corán y se concedió mayor preponderancia al elemento religioso, que había perdido mucho de su prestigio frente al espléndido florecimiento que en las ciencias
y las letras habían conseguido las clases ilustradas. Asimismo, con las armas obtuvieron los almorávides señaladas
victorias, como la sangrienta de Uclés (1108), la toma de
Madrid y Guadalajara, y más adelante (1110), a la muerte
de Almostain, la rendición de Zaragoza, cuyo nuevo soberano continuó gobernando con independencia en Rueda.
N o obstante, las riquezas que habían atesorado los
reyes de taifas y la mayor facilidad de vida que ofrecían
las tierras peninsulares, enervaron la sensibilidad de los
almorávides, y pronto perdieron su valor guerrero y su
fervor religioso. A pesar de las victorias obtenidas en el
continuo guerrear—sobre todo en Castilla y Portugal,—la
dominación muslímica quedó estancada, y ni Toledo llegó
nunca a rendírseles, ni Zaragoza estuvo mucho tiempo en
su poder, reconquistada por Alfonso el Batallador de Aragón ( n i 8 ) .
Mientras el gobierno estaba mediatizado por Cámar,
una
de las mujeres de Alí, y la corrupción alcanzaba a
Vaso d é cerámica iiispano
árabe.
todos los órdenes de la administración, los aragoneses derrotaron a los almorávides en Cutanda (1120) y realizaron
una atrevida expedición por Andalucía (1124-1125), en la que consiguieron rescatar a varios miles de mozárabes, duramente perseguidos entonces por el fanatismo
de los conquistadores africanos. Asimismo, Alfonso V I I de Castilla, penetró por
Extremadura (1133) y, llegando hasta el corazón de Andalucía, asoló las tierras
de Carmona, Sevilla, Jerez y Córdoba.
Esta decadencia del poder almorávide en España llegó, principalmente, a tal
punto por el quebranto que ya venía sufriendo en África, desde 1125, a causa
de los ataques de un nuevo pueblo berberisco, los almohades, que iban conquistando el antiguo imperio de Yúsuf, y obligaron a Alí a llevarse muchas tropas
de las que tenía en la península. Y la ausencia del emperador y de sus fuerzas la
aprovecharon no sólo los cristianos para sus incursiones, sino también los propios musulmanes para levantarse contra aquella dominación, que había llegado
a hacerse sumamente odiosa. Asi, durante el breve reinado de Texufín (11431145), que ya entró a reinar, como hijo y sucesor de Alí, cuando los almohades
habían conquistado gran parte de Marruecos, los musulmanes andaluces iniciaron las rebeliones que acabaron prácticamente con el dominio almorávide. Y así ^
como a la disolución del califato precedieron unas sublevaciones que dieron luego vida a la multitud de reinos de taifas, así a la caída del poder almorávide pre-
Dominación de los almorávides
L pueblo que, en la segunda mitad del siglo x i , vino a realizar la nueva unidad política de la España musulmana procedía de varias tribus bereberes, principalmente de la de los
Lamtunas, establecidas en el desierto de Sahara. Convertidos recientemente al islamismo por la predicación enfervorizada de un alfaquí, los berberiscos de allende el Atlas, con
el nuevo nombre de almorávides—hombres devotos o consagrados a Dios—emprendieron la conquista del norte de África, y en poco tiempo lograron formar en el Magreb un importante imperio, bajo la jefatura de Yvísuf ben Taxfín, que se extendía desde Argel hasta el Senegal, con Marruecos por
capital.
Los musulmanes españoles, viéndose, tras la caída de Toledo y Valencia, e n
peligro de tener que emigrar o someterse a los príncipes cristianos, pusieron los
ojos en el nuevo imperio almorávide para traerle como auxiliar. El recurso era
eficaz, pero peligroso al mismo tiempo, por la facilidad con que los auxiliares podrían convertirse en conquistadores. La vacilación que esto produjo la resolvió
el propio Almotámid, rey de Sevilla, al replicar así a las objeciones que le hizo su
hijo: "Si he de elegir, prefiero ser camellero en África a ser porquero en Castilla."
Resuelta así la vacilación, envióse una embajada al almorávide Yúsuf, compuesta por cadíes de Sevilla, Badajoz, Málaga, Almería, Córdoba y Granada, quienes le invitaron a venir a luchar en España contra los cristianos, con la condición,
empero, de que no se volvería contra la independencia de ninguno de los emires
andaluces. Yúsuf sólo exigió por su parte la cesión de la plaza de Algeciras para
las operaciones de desembarco; pero, sin que los embajadores se la hubiesen concedido, porque no tenían facultad para ello, Yúsuf desembarcó poco después en
la misma Algeciras (1086) y mandó retirar la guarnición de sevillanos que había
en ella. En Sevilla y Badajoz se le unieron todas las tropas de los emires aliados
y con ellas marchó hacia Toledo, mas cn el camino se halló con el Alfonso \ T ,
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Vidriera gótica de la iglesia de Santa María del Mar d e Barcelona. (Siglo XIV.)
254
ANTONIO
DE
CARCER DE MONTALBÁN
nimerines consiguieron reconquistar a Jibraltar y, con el de
las naves genovesas, deshacer la escuadra cristiana que defendía el Estrecho (1333).
Ante el peligro de la inminente invasión de los benimerines, que ya, al mando del sultán Abul Hasán, habían desembarcado en Algeciras y sitiaban a
Tarifa, los ejércitos unidos de Alfonso XI de Castilla y Alfonso IV de Portugal infligieron a los musulmanes una
tremenda derrota a orillas del río Salado (1340),
que constituye uno de los mayores triunfos en la
epopeya de la reconquista. El rey de Granada perdió a la sazón varias plazas, y el sultán benimerin
hubo de volverse, vencido, a Marruecos. Desde
entonces desapareció para siempre el peligro de
la amenaza de África sobre España.
En adelante, tampoco Granada pudo hacer
nada para recobrar el prestigio musulmán en la
Península. Minada interiormente por las luchas
de partidos, al destronamiento de Nasar (1314).
último de los Nazaríes directos, siguieron reinando otras familias, muchos de cuyos miembros acabaron destronados o murieron asesinados. Con
Yúsuf III (1408-1417) aun tuvo Granada un período de esplendor; pero las conquistas de los castellanos, que, aunque muy lentamente, seguían la
obra de reconquista, fueron debilitando más todavía el dominio musulmán. Así perdió Granada las
plazas de Antequera (1410), Huesear (1435).
Huelma (1438), Jibraltar (1462), etc.
Los últimos reinados granadinos están ensangrentados por las luchas de los partidos de Cegríes
y Abencerrajes, en las que revive el espíritu indómito y feroz de los berberiscos. Hasta que, al fin,
después de haberse dividido el reino, para evitar
una guerra civil, en tres partes—las Alpujarras,
Almería y Granada,—acabó definitivamente en
España la dominación de los musulmanes con la
rendición de Boabdil de Granada a los Reyes CaC o l u m n a de ln sala de reposo del
B a ú o de la S u l t a n a , en la A l h a m b r a .
tólicos (1492). Desde la batalla del Barbate (711),
pues, había permanecido el Islam en España más de setecientos ochenta años.
La cultura musulmana después del Califato
A mayor transformación social que sufrió la España musulmana a la caída del califato fué la anulación de la raza
árabe, empujada por la extraordinaria preponderancia que
empezaron a tener desde entonces los elementos berberiscos
y eslavos. A la primera aristocracia dfe los asiáticos, de
gusto refinado y temple orgulloso, siguió la aristocracia militar de los africanos, de índole indómita y espíritu fanático.
Y aun, a los pocos años, los mismos eslavos fueron desapareciendo como diferencia social, absorbidos por el crecimiento de la población berberisca, engrosada
por el mayor número de renegados y muladíes, y, sobre todo, por la inmigración
de nuevos pueblos africanos. Así, con la invasión, primero, de los almorávides
y con la de los almohades, después, quedó prácticamente aniquilada la raza árabe
pura, y formada para siempre la mezcla de pueblos africanos y españoles que
dió el tipo vulgarmente conocido en España por moro.
El común del pueblo de entonces, por efecto del espíritu religioso que distinguía a los bereberes, se mostró más intolerante y fanático que nunca. Las reacciones de tipo religioso se daban con frecuencia, cuando los altos poderes del
Estado dejaban de cumplir los preceptos coránicos. A este avivamiento del sentimiento religioso del pueblo puede atribuirse la facilidad con que las invasiones de
pueblos africanos—todos ellos imbuidos, en el momento de venir, en la obsesión
de la pura observancia del Corán—se convirtieron en régimen político que domin()
en todo el país.
Efecto de esta misma exacerbación del espíritu muslímico fué la variación
que sufrió la situación de los judíos y los mozárabes. Durante los reinos de Taifas,
constituidos todavía dentro de la máxima libertad de convivencia de los diferentes
pueblos que formaban el Estado, siguieron tratados los judíos y los mozárabes
por los emires con la tolerancia de otras épocas, y así un reyezuelo hamudita,
Habús de Granada, tuvo por ministro a un judío famoso, Abenagrela, a quien
sucedió en el mismo cargo su hijo José. Pero el pnciilo n o fm'- en general tan
256
ANTONIO
DE
CARCER DE
MONTALBÁN
tolerante, y, al sentirse un dia descontento del proceder de ese ministro, armó
en Granada un motín en el que perecieron José y multitud de familias israelitas.
Los mozárabes, sobre todo en tiempos de los almorávides y almohades, se
vieron vejados y perseguidos con mayor encarnizamiento, hasta llegar a desaparecer como clase social. E n las conquistas que iban haciendo los cristianos, exigían
los reyes el rescate de mozárabes, y así Alfonso I
de Aragón, en su famosa correría por Andalucía
(1125-1126) se trajo a diez mil de ellos para repoblar las tierras de la derecha del Ebro, que acababa
de conquistar a los musulmanes. Naturalmente, los
que no alcanzaban a estos rescates, habían de sufrir
las represalias del pueblo y de los alfaquíes, en las
que muchos murieron asesinados o fueron deportados a ciudades de África, donde, a pesar de todo el
rigor, pudieron vivir respetados, incluso con iglesias,
formapdo parte de las tropas almorávides.
En la organización de las instituciones siguió
todo, en general, lo mismo que en la época del califato, con la sola variedad de la consiguiente multi- •
plicacion de los cargos y dignidades según el número
de taifas creadas. Así, cada reino tuvo el correspondiente cuerpo de visires y de cátibes, que ayudaba
en el gobierno al soberano, llamado entonces emir
o sultán. Estos emires, como sucesores del califa,
J u r r ó n d e la A l h . i m h n i
continuaron gobernando con absolutismo, forma de
(reconstruido).
gobierno que se perpetuó, agravada con mayor despotismo, en los emperadores almorávides y almohades. Las ciudades que, como
Córdoba y Sevilla, se erigieron al principio en forma de repúblicas, no pasaron
de mero formulismo, y, al fin, acabaron gobernadas monárquicamente. Durante
la dominación almohade, España, al perder la personalidad que había tenido con
su independencia, quedó convertida en provincia del imperio establecido en África
y, como en los primeros tiempos de la invasión árabe, tuvo sólo gobernadores,
que eran a la vez los jefes militares.
En la vida económica repercutió sensiblemente la disgregación política del
califato, y, a medida que la reconquista cristiana iba ganando terreno, fué también disminuyendo paulatinamente la importancia de algunas industrias que antes
habían llegado a su máxima prosperidad. Aun así, durante los reinos de Taifas
se mantuvo con bastante actividad el comercio con África y Asia, singularmente
desde los puertos de Almería, Denia, Valencia y Málaga, que traficaban en las
afamadas sederías españolas. Siguieron asimismo prósperas aún las artes industriales en que fueron maestros los árabes—fabricación de papel, de cueros, de
vidrio, de cerámica, de azulejos, de tapices, de armas, etc.—, y, por encima de
El reino de Granada
S T ü Último reducto de la dominación musulmana en España
tuvo origen en el reino de Arjona, que se fundó en 1230 al
desmembrarse la unidad imperial de los almohades. Su primer rey, Mohámed Alhamar, conquistó, primero, a Jaén
(1232) y consiguió luego, ante la dificultad de poderse mantener entonces los pequeños reinos, que fuese reconocido
por soberano en Baza, Guadix y Granada, ciudad ésta donde se estableció definitivamente (1238) y fundó la dinastía de los Nazaríes o Nazaritas, que subsistió más de dos siglos y medio en diversas ramas.
Esta larga duración en la Península de un reino muslímico pudo darse tanto
por la minoración que, tras las conquistas de Córdoba y Sevilla, sufrió el empuje
<le la reconquista, como porque el nuevo reino quedó enclavado en el terreno más
abrupto del sudeste andaluz. En efecto, se extendía por toda la Sierra Nevada
desde la plaza de Almería hasta el estrecho de Jibraltar, y con ello tenía dominado el camino del mar para comunicarse con el norte de África. Además, Alhamar entró en relaciones diplomáticas con Castilla para no tenerla por enemiga,
y, sobre cederle a Jaén (1246), ayudó como vasallo a los castellanos en la conquista de Sevilla (1248).
Por otra parte, los monarcas granadinos fueron recibiendo constantemente
la protección de los benimerines o merinidas, otro pueblo musulmán de la tribu
de Zeneta, que, desde la caída del imperio almohade, había logrado establecerse
en algunas plazas andaluzas, entre ellas Tarifa, Algeciras, Ronda y Estepona.
desde las que constituía un peligro de nuevas invasiones africanas. Así, en tiempo de Sancho I V de Castilla se les arrebató a los benimerines la plaza de Tarifa (1292)—una de las llaves para la entrada en España—y en tiempo de Fernando I V se les ganó a los granadinos la fortaleza de Jibraltar (1309).
E n esta lucha por el dominio del Estrecho entre los príncipes cristianos, el
reino de Granada y los sultanes benimerines—lucha en que el Islam pretende dominar en Europa, y España no quiere dejarse vencer por África,—culminaron los
episodios del reinado de Yúsuf I. Los granadinos con el auxilio de las tropas be-
263
ANTONIO
DE
CARCER D E MONTALBÁN
ees, pues con la muerte de Alfonso I en Cangas (757) coincidió la proclamación
de Abderramán I (756) como emir independiente en Córdoba, y, simultáneamente
con el engrandecimiento que el Omeya dió a la España musulmana, en Asturias
se desarrollaron las primeras rebeliones palaciegas por la posesión del trono,
disensiones éstas que acaban de dar a la monarquía asturiana todos los caracteres
de la visigótica.
Así, Fruela I (757-768), hijo y sucesor de Alfonso I el Católico, tuvo que
dominar primero una sublevación de vascos y, después, otra de nobles gallegos,
que pretendían proclamar rey a Vimarano, hermano del elegido. En estas luchas,
Vimarano murió a manos de su hermano Fruela, y a causa de ello los nobles
gallegos asesinaron al rey (768). En el orden interior Fruela I fundó la ciudad
de Oviedo, adonde trasladó la corte del reino, y echó los cimientos de la basílica
del Salvador.
lyos partidarios de la monarquía hereditaria pretendieron entonces que ascendiera al trono Alfonso, hijo de Fruela I, pero los nobles eligieron a Aurelio
(768-774), que mantuvo la paz con los musulmanes, y después de él a Silo (774-783),
que trasladó la corte a Pravia y tuvo que sofocar otra sublevación de los nobles
gallegos, partidarios de la proclamación del citado hijo de Fruela I.
A Silo sucedió Mauregato (783-789), hijo natural de Alfonso I y probablemente de una esclava mora, quien volvió en seguida a Oviedo para contrarrestar
la elección de los nobles que habían proclamado a Alfonso II. De este reinado
data la leyenda, apoyada en diversas tradiciones, del "tributo de las cien doncellas", concedido por el rey a los emires Omeyas, a cambio de conservar la neutralidad del reino cristiano. Este legendario hecho ha hallado apoyo en el nombre
del propio monarca, a quien se supone elegido con intervención de los maragatos;
pero, desde luego, la innegable relación que con ellos tiene es la necesidad en que
se vió de contener una invasión que hizo este pueblo berberisco por Asturias con
el propósito de imponer nuevas exigencias, y es más probable que, de la victoria
que sobre ellos obtuvo, le viniera el sobrenombre de Mauregato con que actualmente se le conoce.
Alfonso aún hubo de verse preterido por la elección de Bermudo I (789-791),
llamado el Diácono por tener ya este grado del sacerdocio al tiempo de ser elegido,
del cual obtuvo dispensa para poder reinar. A pesar de su carácter emprendedor,
no supo contener las algaras de Hixem I, que penetró victorioso por Álava y
Castilla y poco después por Galicia (791), y se hizo poco acepto a la nobleza.
A causa de ello abdicó Bermudo I la corona en favor del pretendiente
Alfonso, hijo de Fruela I, que, por fin, pudo llegar a reinar con el nombre de
Alfonso II. Su largo reinado (791-842) señala un nuevo período de engrandecimiento para el reino asturiano, pues derrotó en Lutus (794) a los musulmanes,
que habían llegado hasta Oviedo, y en diversas incursiones recorrió victorioso las
tierras de Lusitania hasta las márgenes del Tajo. Estas correrías terminaron
mediante pactos concertados con los emires de Córdoba, Hixem I y Abderra-
ESPflfJA HISTÓRICA
861
cantos religiosos, que llegaron a hacerse clásicos en las sinagogas; el otro toleda
no Abraham Abenezra (1092-1167), poeta, médico, astrónomo, filósofo panteísta,
infatigable viajero y exegeta racionalista del Pentateuco; el asimismo toledano
Abraham ben David (1110-1180), medico, astrónomo y filósofo, en cuya célebre
obra Fe sublime trata de conciliar la filosofía con la religión judaica; el cordobés Maimónides (i 135-1204), último de los grandes pensadores de la raza hebrea
española, que escribió sobre medicina, filosofía y teología, compendiadas en su
famosa Guía de los descarriados...
Después de la invasión almohade, a mediados del siglo x i i , este florecimiento de árabes y judíos empezó a decaer, coartado por la intolerancia coránica de
los sultanes africanos, que iniciaron así una persecución contra filósofos y científicos seguida de la destrucción de sus obras. El gran Averroes, a causa de sus
doctrinas, se vió expulsado de la mezquita mayor de Córdoba y vituperado por el
populacho, hasta que, tras innúmeros infortunios y encarcelamientos en Eucena
y Fez, acabó oscuramente sus días en Córdoba. Los judíos, ya perseguidos por
sus riquezas en tiempo de los almorávides, fueron más perseguidos aun por su sabiduría en tiempo de los almohades, con lo que llegaron a desaparecer colonias
hebreas tan florecientes como las de Lucena, Granada y Toledo. A causa de ello,
el racionalista Maimónides tuvo que profesar exteriormente el mahometismo
mientras ejerció de médico en la corte del famoso sultán Saladino. Con estas persecuciones, muchos sabios emigraron a países de Oriente o se establecieron en
los reinos cristianos de la península, donde acabaron de imprimir su influencia
en los estudios que engrandecieron los siglos medievales.
Finalmente, en Granada se dan los últimos destellos de este florecimiento de
la España musulmana con la creación de varias escuelas de ciencias y letras, oficialmente protegidas por el sultán, y, en tiempo de Yúsuf I (1332-1354), con la
fundación de la universidad granadina. Escritores ilustres del reino de Granada
son A b e n Said el Magrebí, de Alcalá la Real (1214-1297), que llegó a escribir más
de cuatrocientas obras; Aben Mosdai (1201-1264), famoso en el mundo musulmán por sus colecciones biográficas; Abenaljátib, de Loja (1313-1374), que desempeñó el cargo de visir y escribió un diccionario biográfico, valiosísimo para conocer la historia granadina del siglo x i v ; Abuhamu Muza II, nacido en Granada en 1323, que llegó a ser rey de Tremecén y escribió el tratado de política .titulado El collar de perlas; Aben Jaldún, nacido en Túnez (1332) de padres granadinos, famoso por su extensa obra titulada El intérprete de las lecciones de la
experiencia, compendio de la cultura musulmana de su tiempo...
En las bellas artes, después de la caída del califato, se desarrollan los otros
dos períodos de los tres en que se divide el arte musulmán. En el primero, que
abarca los siglos x i , x i i y x n i , sigue la evolución del arte califal, y lo que pierde
en el carácter visigótico que antes tenía lo gana en puras influencias orientales
que traen los almorávides y almohades, los cuales llevan a su vez influencias españolas a Túnez y Marruecos.
B.H,—27
262
ANTONIO
DE
CARCER D E M O N T A L B Á N
ESPAÑA HISTÓRICA
De la época de las Taifas (siglo x i ) se conservan unos pocos monumentos en
Zaragoza y Toledo. En la sede de los Beni Hud queda el oratorio de lo que fué
palacio de la Aljafería, profuso en trabajo de yesería, destrozado en el siglo pasado al convertirlo en cuartel; y en Toledo, las partes inferiores de la puerta vieja de I'isagra, el castillo de la Galiana y dos antiguas mezquitas: una llamada hoy
capilla del Cristo de la L,uz—que conserva mucho de la época califal—y otra llamada palacio de las Tornerías, situada en lo alto
de un edificio. En Toledo, además, aparece en
esta época el aparejo de ladrillos, género de construcción originario de Mesopotamia, que desde
entonces se propaga por la península y crea obras
de singular belleza en evolución posterior.
De la época almohade (siglos x i i y x i i i ) que
dan los principales monumentos en Sevilla: la
torre de la Giralda, antiguo alminar de la mezquita mayor, terminada en 1197; el Alcázar, obra
de yesería, con adiciones y reformas posteriores,
y la Torre del Oro, construida en 1220, que se
llamó así por el revestimiento de azulejos que tuvo
en el cuerpo superior de la fábrica, el cual producía, con el sol, deslumbrante refulgencia metálica.
El tercer período del arte musulmán, propio
de los siglos XIV y xv, está concentrado en Granada, motivo por el que también se llama granadino y nazarí, de la dinastía
de los Nazaríes que fundaron aquel reino. El conjunto de edificios conocidos
por la Alhambra es el principal monumento de este período, ya que el Generalife,
obra predecesora del estilo granadino, está muy desfigurado por reformas posteriores.
La Alhambra, en efecto, es un verdadero estuche del arte ornamental arábigo, cuya exuberante originalidad no ha sido aún superada por ningún otro arte
decorativo. Construyóse entre los años de 1324 y 1390, siguiendo, probablemente,
modelos de origen oriental, aunque, desde luego, desarrollados de modo que en
la Alhambra aparece el estilo como netamente original. Domina en toda ella la
construcción adintelada o arquitrabada, ingeniosamente disimulada por el revestimiento de yeso que convierte los vanos rectilíneos en graciosos arcos, presentados en multitud de formas, con yesería estalactítica. Abundan asimismo las bóvedas, en casi todas las formas hasta entonces conocidas. Las columnas, generalmente pareadas, disminuyen sensiblemente de cuerpo, para hacerse más esbeltas
y delicadas y terminar en capiteles cúbicos o almohadillados de peregrina invención. El revestimiento de yeso, que cubre todos los muros, adquiere aquí su máxima perfección con el arte del vaciado, en estrecha relación con los tonos rojos,
azules y dorados que se da a los arabescos y almocárabes, de inconcebible varieJarro de cerámica Iiispanoárabe.
267
campaña contra los cristianos y, tras obligar a Pelayo a recluirse de nuevo en
las montañas, dominó a Galicia y conquistó la plaza de Pamplona, en que todavía
gobernaba un conde visigodo.
Muerto Pelayo (737) en Cangas de Onís, capital de la restauración, le sucedió su hijo Favila (737-739), que, sin haber hecho nada por la causa de la reconquista, murió en una cacería, devorado por un oso.
A Alfonso I, llamado el Católico (739-757), hijo del duque de Cantabria y
yerno de Pelayo, se le debe la consolidación de la monarquía asturiana con la
incorporación del territorio de Cantabria—nunca dominado por los árabes—y con
las conquistas de expansión por el noroeste de la península. En rápida excursión,
reconquistó a Galicia, el norte de Lusitania y de León, y aun llegó hasta Salamanca, Avila, Segovia y Sepúlveda, talando y destruyendo cuanto hallaba al paso.
Estas incursiones las pudo hacer aprovechando la emigración de las tribus berberiscas hacia Andalucía, que iban a tomar parte en las guerras civiles que se
desencadenaron por entonces en la España musulmana (740-741) entre árabes,
sirios y bereberes. Pero, no teniendo aún
elementos suficientes Alfonso I para fortificar las plazas en que iba entrando, se
limitó a tomar posesión de Galicia, León
y Vardulia, de modo que entre esta
frontera cristiana y la de los musulmanes—Coimbra, Coria, Talavera, Toledo,
Guadalajara, Tudela y Pamplona—quedó
una extensa zona casi desierta, que fué
Alfonso I I el Casto, en oracién.
disputada durante muchos años por uno
(De una miniatura del iLibro de los Testamentos», de Oviedo, del siglo x.)
y otro bando.
Interiormente, el rey Católico procuró reorganizar la vida nacional con la
misma amplitud que había tenido antes del desastre del Barbate. Para ello, fortificó los límites del reino, repobló con mozárabes las tierras recuperadas, restableció la escala jerárquica de autoridades, fundó varios monasterios, creó nuevos
obispados para mantener vivo en el pueblo el culto católico y enriqueció las iglesias
con valiosos donativos, como el de la famosa cruz llamada "de los Ángeles", de
Oviedo, que la tradición supone labrada por dos ángeles en figura de orfebres.
Además, concedió que pudieran vivir con ciertas libertades los berberiscos que,
por no haber emigrado con los demás, habían caído en poder de los cristianos.
Núcleos de importancia de estos primeros musulmanes viviendo entre los cristianos fueron los de Astorga y de León, los cuales créese que dieron origen a los
actuales maragatos.
Este primer impulso de la reconquista cristiana quedó estancado por enton-
2G6
ANTONIO
DE
CflRCEf? D E M O N T A L B Á N
ESPAÑA
dos Únicos estados, fuertes y compactos: Castilla y Aragón, que acabaron por
expulsar a los musulmanes del suelo patrio.
El núcleo de resistencia de que se tienen noticias más lejanas es el de Asturias, dirigido por nobles y prelados fugitivos de la corte visigoda con elementos
astures, el p u e b l o autóctono. Así, la monarquía que allí se formó no la consideraron como I n s t i t u c i ó n de un nuevo estado, sino como verdadera continuación
de la monarquía visigoda, y por tanto de la cultura
de la
civilización, que había tenido la sede en Toledo hasta el
año 711.
Créese que, al tenerse noticia de la muerte de Rodrigo
en Segoyuela (713), los nobles refugiados en Cangas de
Onís proclamaron rey, en fecha todavía desconocida, a
Pelayo, alto dignatario de la corte toledana, que muy posiblemente era entonces uno de tantos condes que, en el
desmoronamiento de la España visigótica, ofrecían resisEscudo de armas del rey
tencia a la invasión, o pactaban capitulaciones con el invaPelayc de Asturias.
sor, como el conde Teodomiro del litoral mediterráneo.
Sean, empero, cuales fuesen la fecha y la ocasión de su proclamación, lo cierto
es q u e Pelayo constituye el sucesor directo de Rodrigo en el trono visigótico.
Desde luego, e l primer hecho histórico en que aparece Pelayo es l a batalla
de Covadonga (718), en la cual los españoles—parapetados unos en una cueva del
estrecho valle del Deva y emboscados otros en los montes vecinos que forman
los contrafuertes occidentales de los Picos d e Europa—lograron vencer a un ejército musulmán, cuyo jefe, Alcama, se vió impotente para resistir a unos hombres
que tenían su mejor defensa en la fragosidad del terreno. Además, un providencial
desprendimiento de tierras ocasionado por u n a tempestad con desbordamiento
del río, cayó como una maldición sobre e l ejército agareno, y entre los vencidos
pereció el propio Alcama. E s t a victoria de Covadonga, aunque de mínima importancia como hecho de armas, fué de capital trascendencia para el principio de la
reconquista, pues era la primera q u e conseguían los cristianos en los siete años
que llevaban resistiendo al invasor musulmán. A consecuencia de ello, el valí de
Gijón, Munuza, ante los peligros que suponía este primer descalabro, tuvo que
evacuar las posiciones conquistadas en la región oriental de Asturias, y así el
prestigio d e Pelayo como caudillo creció considerablemente, de tal modo, que si
aún no se le había proclamado rey, no hay duda de que desde este momento puede
figurar en la Historia como monarca efectivo de los visigodos refugiados en
Asturias.
Aún se mantuvo Pelayo invencible en las montañas y bajó luego al llano, en
dirección a la meseta de León, al amparo del abandono en que tenían aquellas
regiones los musulmanes, ocupados entonces en la campaña de las Galias; pero,
después de la derrota de Poitiers (732), cuando los agarenos perdieron l a esper a n z a d e mayor expansión por Europa, el emir Ocba (734-741) reemprendió la
HISTÓRICA
203
dad geométrica. Los revestimientos inferiores de alizares ofrecen una espléndida
nuu'Stra de la belleza del trabajo de azulejos, en que fueron maestros los musulmanes.
Además de la escritura en caracteres cúficos y cursivos como ornamento exI)resivo, tiene la Alhambra dos de los ejemplos que más han dado que discutir
sobre la prohibición coránica de representar seres animados: en escultura, los ,
leones, bastante estilizados, que sostienen la alberca del famoso patio, y, en pin- \
tura, las decoraciones del techo de la sala de la Justicia. Ya hemos hecho notar, 1
al hablar del arte del Califato, la mínima importancia que entre los árabes tuvieron la pintura y la escultura, motivo por el que la aparición de estos elementos
cn la Alhambra puede considerarse como esporádica, propia, sobre todo, de una
época en que no dominaba el fervor religioso. Desde luego, esas pinturas de la
Una de Ins pinturas que decor.in el techo de la s,nla de la Justicia de la . \ I h a m b r a .
sala de la Justicia son de pinceles cristianos, obra probablemente de algún italiano.
El conjunto, en fin. de la civilización musulmana es en extremo interesante,
ya que a ella debe mucho España de su actual sedimento de raza y de cultura.
En las guerras de reconquista y en las relaciones pacíficas de un estado con otro,
actuaron constantemente las mutuas influencias, y a la España cristiana llegaroi^
pronto los caracteres de los pueblos asiáticos y africanos que habían invadido la
Península. Los matrimonios mixtos, tan frecuentes entre las clases aristocráticas
como entre las más bajas, y la convivencia social de los mozárabes entre los musulmanes, y la de los mudejares entre los cristianos, trajeron necesariamente el
intercambio de influjos de civilización.
El lenguaje, síntesis eterna de la personalidad de los pueblos por su alta misión de unión y división, revela cuan profunda fué en España la influencia de los
pueblos muslímicos. En las comarcas que servían de frontera entre los estados
cristianos y musulmanes había un considerable número de gente, tanto por una
])arte como por otra—los llamados enaciados—, que hablaban comúnmente ambos
idiomas y servían de correos y de espías y prácticos al ejército que mejor los pagaba. Así, los musulmanes que sabían el romance se llamaban "moros ladinos",
y los cristianos que sabían el árabe se llamaban "cristianos algarabiados". Recíprocamente, por el contacto de ambos pueblos, más profundo que el de los meros
264
ANTONIO
DE
CARCER D E M O N T A L B Á N
contactos de fronteras, hubo textos árabes escritos con caracteres latinos—aljamiados—y textos latinos escritos con caracteres árabes—algarabiados—
Y como huella indeleble de esa recíproca influencia, quedan en el vocabulario castellano multitud de palabras de origen árabe que constituyen uno de sus
mayores tesoros lingüísticos. Así, aparte el sinfín de voces toponímicas que abunjS\j¿i,] j^]
^'nsai^-i
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la Península —
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Guadalquivir,
I \\ Guadiana, Guadalaviar, Alca^ ^ v ^ 1 ¡¿ (fortaleza). Almadén (mit
na), ^/cán/ora (puente), M e -
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de oaoíKZ,
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almena, atalaya,
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zaga...; las instituciones las
de alcaide, alguacil, albacea,
almojarife...;
el comercio las
^
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de quintal, arroba,
quilate,
azumbre, cahiz, fanega, zoE s c r i t u r a árabe en c a r a c t e r e s c u r s i v o s
co, bazar, cdm^neda, arancel,
maravedí...;
las artes y oficios las de albañil, alarife, albarda, alfarero,
albéitar, tahona, adobe, alféizar, andamio, alcantarilla...;
la agricultura las de
acequia, albufera, noria, azuda, zafra, albérchigo, algarroba, altramuz,
albaricoque, acelga, arroz, berenjena, alcachofa...;
el uso doméstico las de zaguán, azotea, algodón, alfombra, cenefa, arracada, azul, añil, falleba, alpargata,
zamarra,
alcancía, almohada, azúcar, almirez, alacena, ajedrez, azote, azar...; las ciencias
las de cifra, guarismo, cero, álgebra, cénit, nadir, acimut, jirafa, alferecía, alquimia, alcanbiquc, alquitrán, alcohol, azogue, alcanfor, bórax, álcali... Voces todas
éstas, que señalan no sólo la influencia de lo arábigo y morisco sobre la España cristiana, sino también el esplendoroso florecimiento que alcanzó la civilización musulmana en la Península.
ESPAÑA
CRISTIANA
(Del alio 711 al 1035)
1^
- J .
^ Í ^ »
R e s t a u r a c i ó n
d e
l a
m o n a r q u í a
v i s i g o d a
medida que el pueblo hispanogodo, después de la derrota del
Barbate (711), fué dándose cuenta de que el ejército musulmán había venido a la Península no tanto para ayudar en
las luchas dinásticas a los hijos de Vitiza como para realizar
sus propósitos de expansión por Europa, las ciudades fueron ofreciendo mayor resistencia. Y cuando los caudillos
árabes, con nuevos refuerzos venidos de África, emprendieron resueltamente la excursión por toda España en son de conquista, los restos
de la nobleza y del ejército visigodo, ante la imposibilidad de resistir el empuje
desbordante de aquellas tribus, se refugiaron en las anfractuosidades de los montes
del norte, que ya habían servido, en todos los tiempos, de refugio a los rebeldes
que no querían someterse a las nuevas civilizaciones de invasión.
Por tanto, a lo largo de aquellos montes, desde el Atlántico al Mediterráneo,
zt formaron diversos nticleos de resistencia—Galicia, Asturias, Cantabria, Navarra,
Aragón, Sobrarbe, Ribagorza, Cataluña...—, que fueron poco después el arranque
de la magna empresa de reconquista de la península, que duró cerca de ochocientos años (711-1492). Empero no todos esos mídeos consiguieron proseguir la
empresa con la independencia con que habían comenzado. A la inevitable falta
de trabazón de los primeros años siguió la conveniente absorción de unos ntícleo:
por otros, para aunar así los esfuerzos, y, con el tiempo, la preponderancia poli
tica de unos estados anuló la independencia de los otros, y así vinieron a quedar
252
ANTONIO
DE
CARCER D E
MONTALBÁN
musulmanes en trance de no poderse levantar más contra la reconquista cristiana. Y, aunque al año siguiente, los almohades consiguieron en una algarada talar
las comarcas de Talavera y Extremadura, la nueva derrota de Febragaen acabó
de afirmar el triunfo cristiano que ya se había conseguido en las Navas de T o losa, justamente considerada como punto culminante en la vieja epopeya de la
reconquista patria.
Por otra parte, el poder almohade empezó también entonces a sentirse interiormente minado por las discordias de los que aspiraban, aun dentro de la
misma familia imperial, a la ocupación
del trono, y a la muerte de Yúsuf II
(1224) surgió la primera sublevación que
puso fin a la unidad alcanzada por los
almohades. La anarquía se extendió rápidamente por Marruecos y España, con
encarnizadas luchas entre los pretendientes al imperio, algunos de los cuales recurrieron incluso al apoyo de las trftpas
castellanas.
Mientras el poder almohade se descomponía hasta llegar a su total desaparición de España, se fueron formando
diversos reinos independientes, como ya
R o d e l a d e los s o l d a d o s m u s u l m a n e s . ^
se habían formado en ocasiones anteriores. Los principales de ellos fueron: el
de Valencia, desde 1228, que subsistió muy poco tiempo; el de Murcia, también
desde 1228, que con su rey Aben Hud dominó la mayor parte de Andalucía, hasta 1 2 4 1 ; y el de Arjona, desde 1230, bajo Mohámed Alahmar, que luego se trasladó a Granada y, con la fundación de la dinastía de los Nazaríes (1238), llegó a
tener la hegemonía de la España musulmana, muy reducida ya entonces en extensión territorial.
Excepto este reino de los Nazaríes granadinos, todos los demás fueron desapareciendo conquistados por los monarcas cristianos, sobre todo por Fernando III
cl Santo, de Castilla, que recuperó a Córdoba (1236) y Sevilla (1248), y por Jai.me I de Aragón, que desembarcó en las tres Baleares (1229-1235) y conquistó a
\^alencia (1238). Murcia, tomada primero (1241) por el infante don Alfonso—
luego A l f o n s o X de Castilla y León—fué definitivamente cristiana (1269) con la
ayuda del rey Conquistador de Aragón.
Así, a partir de la segunda mitad del siglo x i i i , de aquel esplendoroso poderío musulmán que culminó con el Califato de Córdoba, no quedó en España más
que el reino de Granada.
ESPAÑA HISTÓRICA
257
todo, la agricultura se desarrolló como nunca en las tierras fértilísimas de Valencia, de Murcia y del valle del Guadalquivir.
Junto a este postrer aliento de la vida material de las Taifas, surge un florecimiento excepcional en las ciencias y las letras que contrasta extrañamente con
la decadencia política que desde entonces experimenta la España musulmana. La
relajación religiosa de las clases ilustradas trae
como consecuencia la mayor amplitud en el cultivo de los estudios especulativos y metafísicos,
sin las trabas del fanatismo islámico que dominaba
en las clases populares. Los filósofos pudieron decir entonces, escudados en la protección que hallaban en las cortes de emires y sultanes, cuanto lucubraban en sus profundas meditaciones, y con
ello llegaron a disgustar al pueblo y a los alfaquíes, que ante todo querían mantener las restricciones coránicas. Por eso, al desaparecer los reinos
de Taifas, absorbidos por la revolución religiosa
de los almorávides, pareció que iba a truncarse la
expansión de los sabios y filósofos; pero, al fin,
por el idéntico fenómeno de la relajación religiosa
de las clases superiores, la obra de la inteligencia
superó a la intolerancia del fanatismo, y el florecimiento de las ciencias y las letras continuó en el
siglo XII con mayor esplendor acaso que nunca.
Como en la época califal, las ciencias más cultivadas entonces fueron la medicina, la botánica,
Cafíitel d e d o s c o l u m n a s del p a t i o
d e los L e o n e s , e n la A l h n m b r a .
las matemáticas y la astronomía, estudios todos en que siguieron divulgándose
los conocimientos que los árabes habían aprendido en los libros griegos. En la
medicina florecieron multitud de sabios y, sobre todo, varios miembros de la
familia de los Abenzoar, entre ellos Abdelmélic, de Sevilla (1073-1162), llamado
Avenzoar por excelencia, cuya obra Taisir o Libro de ¡a ciencia de curar y del
régimen, dedicada a su discípulo Averroes, es la mejor que cn medicina
experimental escribieron los árabes. En botánica hicieron notables adelantos
Abulabás Abenarrumá, de Sevilla (1161-1239), que viajó por África y Oriente
y estudió las plantas más como naturalista que como médico; y su famoso discípulo Abenalbéitar, de Málaga (i 197-1248), que residió en Sevilla, el Cairo y Damasco y escribió el libro titulado Colección de medicamentos simples, catálogo
alfabético de vegetales y medicamentos, en que da noticia de más de doscientas
especies hasta entonces desconocidas. En matemáticas sobresalen el granadino
Abensalo (1096-1175), con fama de alquimista, con quien iban a aprender en
Baeza muchos sabios cristianos y judíos; y el sevillano Chéber Abenafhah (siglo x i i ) , gran astrónomo también, a quien se ha atribuido erróneamente la inven-
258
ANTONIO
DE
CARCER D E MONTALBÁN
ESPAÑA HISTÓRICA
ción del álgebra. En astronomia, se opusieron ya los árabes al viejo sistema
sideral de Tolomeo y establecieron observatorios de fama en el mundo entero,
como el que hubo en el alminar principal de Sevilla—la Giralda—, creado por
un califa almohade (1196). Sabio astrónomo de este tiempo, además del citado
Chéber Abenafhah, es Azarquiel, de la segunda mitad del siglo x i , inventor de
varios aparatos y autor de diversas obras de técnica astronómica.
Mucho más importante fué el desarrollo que alcanzó en aquella época la filosofia, con la que los árabes, fundándose igualmente en las doctrinas de los helenos,
abrieron el camino a las grandes escuelas filosóficas de la Edad Media. Pero no
fueron sólo heterodoxos los filósofos árabes en la creación de sus escuelas, sino
que formaron también sectas de carácter religioso, que tendían manifiestamente
al misticismo, y exacerbaron el sentimiento religioso del pueblo, como los moridines de Andalucía y Extremadura, fundados en el siglo x i i por Abenalarif, conocidos por su intolerancia con los cristianos y su rebelión contra los almorávides.
Entre los más famosos filósofos de aquellos siglos descuellan Avempace, de
Zaragoza (1085-1138), filósofo, astrónomo, matemático y poeta, autor del libro
titulado Régimen del solitario, en que renueva las utopías republicanas de Platón ; Abubéquer Abentofail, de Guadix, del siglo x i i , amigo y protector de Averroes, y autor de la novela de El viviente hijo del vigilante, en que desarrolla ideas
de los filósofos alejandrinos; Averroes, de Córdoba (1126-1198), matemático, médico y pensador profundo, el más grande comentarista de Aristóteles y Platón, a
pesar de los errores que luego han tenido que rectificársele, y fundador del sistema llamado, de su nombre, averroísmo, que influyó considerablemente en el Renacimiento; Mohidín Abenarabí, de Murcia ( i 164-1240), cuyas obras, inspiradas
en el sufismo, penetraron en todo el mundo musulmán y aiin llegaron a influir
en los poetas medievales cristianos...
En las artes literarias, como la historia y la poesía, hubo también esclarecidos escritores, que continuaron la tradición poética del pueblo arábigo. Entre los
mismos filósofos, hombres todos de ciencia infinita, hubo muchos que cultivaron
la poesía y los géneros puramente literarios. Almotámid, rey de Sevilla ( 1 0 4 0
1095), no sólo cultivó la poesía con exquisita originalidad, sino que se rodeó, para
el gobierno, de hombres de letras, como el poeta Abenamar, ejemplo que siguieron con singular complacencia muchos reyes de Taifas, principalmente los Beni
H u d de Zaragoza.
Y junto a ese esplendente florecimiento de hombres sabios en las ciencias y
las letras—los mayores que tiene la España musulmana—deben figurar los sabios
de raza hebrea, que, como en la época califal, compitieron con los árabes en todas
las disciplinas, y aun llegaron a superarlos en el conocimiento de la filosofía neoplatónica. Figura en primer lugar el malagueño Salomón Abengabirol, más conocido por Avicebrón (1021-1070), tan notable poeta en su Corona real como esclarecido filósofo neoplatónico en su Fuente de la vida; el toledano Jehudá Haleví
(1085-1143), filósofo en su poema dialogado Cuzary y poeta en sus innumerables
251
algunas ciudades que no querían reconocer a Abdelmumen, emprendióse la conquista por las armas. Las principales de estas ciudades fueron; Málaga, que se
rindió en 1153, Granada, que lo hizo al año siguiente, y Algarbe, Guadix y Almería (1157), ciudad ésta que a la sazón estaba en poder de los cristianos. Con
la rendición de Hilel (1172) que reinaba en Murcia como hijo y sucesor del rey
Lope, quedó nuevamente rehecha la unidad política de la España musulmana,
bajo el dominio de los almohades.
El emperador residía habitualmente en África, por lo que España quedó gobernada por emires o gobernadores, a título de provincia imperial. Abu-Yácub
Yúsuf residió algún tiempo en la península y estableció la capital en Sevilla (1171),
ciudad que embelleció con diverso género de construcciones.
El siglo escaso de dominación almohade ofrece poco interés en su desarrollo interno, limitado a la sofocación de varias de las sublevaciones que caracterizan aquellas épocas de hegemonía berberisca. El máximo interés está en las constantes guerras mantenidas, con suerte diversa, contra los cristianos, quienes lograron en este período un positivo avance en la empresa de la reconquista. Así,
Ramón Berenguer I V de Cataluña, después de conquistar a Tortosa (1148) y a
Lérida (1149), expulsó definitivamente a los musulmanes de las tierras catalanas (1153), y Alfonso V I I I de Castilla, aunque se vio vencido en Atarquines, cerca de Badajoz, y en Santarem, venció él a su vez en Ciudad Rodrigo, Silves, Ébora y Cuenca (1177), plaza ésta muy fortificada que requirió para rendirse largo
asedio de las tropas conjuntas de Castilla y Aragón. Avanzando tan rápidamente
la reconquista por todas partes, fué prudente firmar un tratado entre los monarcas de ambas naciones para limitar los territorios que cada uno de ellos había de
reconquistar (1179).
El sultán Yácub ben Yúsuf, llamado también Almansur, retado por Alfonso V I I I , mandó predicar la guerra santa y vino a España con un poderoso ejército que se enfrentó con el cristiano en Alarcos (Ciudad Real): La acción fué
una completa derrota del rey de Castilla (1195), que, a pesar de su valentía y de
la lealtad de sus caballeros, no pudo contener el empuje de los almohades, por
falta de la ayuda de los demás monarcas cristianos entonces enemistados con él.
Almansur, a raíz de esta victoria—que dejó en extremo comprometida la empresa de la reconquista,—recuperó a Madrid, Guadalajara y Uclés y asoló los alrededores de Toledo, antes de volverse a Marruecos (1198).
Con todo, la guerra continuó encendida, y, ante el recobramiento de los cristianos, el nuevo sultán Mohámed ben Yúsuf mandó predicar otra vez la guerra
santa y vino a la península al frente de un gran ejército. Por su parte, los reinos
cristianos se prepararon convenientemente para recibirle y dieron a la empresa
carácter de cruzada. La memorable batalla se dió junto a la aldea de Navas de
Tolosa (Ciudad Real), y, esta vez, la unión de las huestes de Castilla, León, N a varra y Aragón alcanzaron una tremenda victoria sobre los almohades (1212),
que fué no sólo un cumplido desquite de la rota de Alarcos, sino que dejó a los
E
11-96
242
ANTONIO
DE
CARCER D E
MONTñLBñN
Abad ben Mohámed, más conocido por Almotádid, hombre ilustrado aunque
despótico, con aptitudes de poeta y de político, sucedió (1042) a su padre Abulcásim, y siguió su política de oposición a los berberiscos. En sucesivas campañas,
conquistó las taifas de Mértola (1044), Niebla, Huelva, Silves y Santa María de
Algarbe (1052) y las berberiscas de Morón, Ronda, Arcos, Jerez (1053) y luego
Algeciras, tras una contienda en que salió vencido Badis de Granada (1058).
Obtenida poco después la alianza de Denia y Valencia, juzgó Almotádid
suficientemente consolidada su autoridad y quiso prescindir de la superchería
del falso califa. Para librarse de ella, inventó otra
que le pareció más razonable y publicó, con el testimonio de papeles apócrifos, que Hixem II había
muerto y le había nombrado a él emir de toda
España.
A Almotádid sucedió su hijo Almotámid
(1069-1091), que se hizo famoso por su amistad
con el poeta Abenamar, a quien nombró primer ministro, y por sus amores con Romaiquía, mujer inge¡'endiente árabe de p l a t a . !
niosa y viva, singularmente caprichosa en los deseos.
Siguiendo la política de expansión de su padre,
conquistó Almotámid a Córdoba (1069) contra las pretensiones de Almamtin de
Toledo y la confió al cuidado de su hijo Abad; pero, muerto éste en la traición
del bandolero Abinocacha, Córdoba cayó en poder del rey toledano (1075) y tuvo
que ser reconquistada dos años después.
Este incesante movimiento de la vida interna de las taifas lo aprovecharon
los príncipes cristianos para consolidar la obra de la reconquista, ya conquistando unos reinos, ya convirtiendo otros en tributarios. Sobre todo, Alfonso VI
de León y Castilla fué quien llevó sus conquistas más adentro del dominio musulmán y, así, mientras duraba el sitio que había puesto a Toledo (1080), penetró
en las tierras del sevillano Almotámid, en represalias de no haberle querido pagar
el tributo en moneda de buena ley. Después de sitiar durante tres días a Sevilla
—sitio que hubo de levantar, segtin la tradición, a causa de haber perdido una
partida de ajedrez en competencia con el célebre Abenamar, ministro de Almotámid—devastó toda aquella comarca y llegó hasta las playas de Tarifa (1082),
tíltimo confín de las tierras de España. Rindió luego a Toledo (1085), que estaba
en poder de Alcádir, penetró en tierras de Granada y Almería, puso sitio a
Zaragoza, y venció en cuantas acciones se le ofrecieron al paso.
En momentos tan difíciles para el poder del Islam en España, los principales
emires llegaron al acuerdo de pedir auxilio a los musulmanes de África—una
prueba más de la estrecha relación que España siempre ha tenido con el norte
africano—, y con esta ocasión penetró en la Península un nuevo pueblo fanático,
los almorávides, que en el sur y el sudeste se extendieron poco después como
verdadera invasión.
ESPAÑA HISTÓRICA
247
cedieron otras sublevaciones que acabaron en seguida en la creación de nuevos
reinos independientes, que constituyen como un segundo período de reinos de
taifas.
Entre estas nuevas taifas—todas ellas de efímera existencia, porque las absorbieron fácilmente los almohades—fueron las más significadas las de Algarbe,
Córdoba, Granada, Murcia, Valencia, Málaga y las Baleares, en todas las cuales
las luchas se desarrollaron con tanta violencia como en el período anterior.
La primera sublevación estalló en Algarbe (1144) donde Abencasi, jefe de
la secta anticristiana de los moridines, se proclamó independiente con la toma de
Hiato d e c e r á m i c a h i s p a n o á r a b e de reflejos m e t á l i c o s .
Plato de cerámira morisca procedente de
\'aiencia.
Mértola. Mas, por rivalidades surgidas con Sindrey, otro jefe rebelde de la comarca, Abencasi pidió el auxilio de los almohades, los cuales hallaron así ocasión
de entrar en la península (1146) y emprender luego la campaña de conquista.
En las islas Baleares, que desde 1114 habían caído en poder del pirata Moxábir y, a la muerte de éste, en el de los genoveses, consiguieron también dominar
los almorávides, quienes tuvieron en ella el tíltimo reducto de su dominación.
Zafadola, tiltimo vastago de la familia de los Beni Hud de Zaragoza, intentó apoderarse de algunas plazas para rehacer la unidad de la España musulmana,
y aun se le llegó a pedir que, con la alianza de los príncipes cristianos, expulsase
a los almorávides de España, a cambio de un crecido tributo que pagaría el pueblo musulmán. Pero, después de reinar sucesivamente, en breves períodos, en Córdoba (1145), Granada y Murcia, murió en la batalla de Aloe, cerca de Chinchilla,
peleando contra los cristianos (1147). Uno de sus sucesores, el rey Lobo o Lope
(1147-1172), de origen cristiano, fué el soberano más significado y poderoso de
aquel período, cuyo dominio se extendía por las regiones de Valencia y Murcia
y parte de lo que fué reino de Zaragoza. Lope pactó alianzas con los príncipes de
Cataluña, Aragón, Castilla, Genova y Pisa para luchar contra los invasores. A su
muerte, empero, su propio hijo Hilel se rindió a los almohades (1172), los cuales
tuvieron desde entonces la completa hegemonía de la España musulmana.
ESPAÑA HISTÓRICA
Dominación de los almohades
i r, espíritu extremadamente religioso de los berberiscos estuvo en aquellos primeros siglos de conversos en constante
reacción que exacerbaba su fanatismo. Cuando la observancia del Corán decaía por efecto de la relajación de las clases superiores, pronto aparecía un reformador u otro, que
arrastraba tras sí al pueblo y fundaba una nueva secta de
estricta observancia. Así, al relajarse en Andalucía el fervor de los almorávides, en África renacía la pureza de la fe y de las prácticas coránicas con la predicación de un reformador, que se daba el nombre de Mahdi,
cuyos adeptos, recogidos entre los berberiscos del Atlas, principalmente de la feroz tribu de Masamuda, se llamaron en adelante almohades, esto e s : los unitarios
de la fe.
Como en todos estos movimientos de las sectas reformadoras del Islam, la
primera empresa de los almohades fué la guerra para destruir a los tibios o a los
enemigos. Irrumpieron, pues, en los dominios africanos de los almorávides (1125)
y, en rápida campaña, se apoderaron de todo el territorio del imperio que había
fundado Yiásuf ben Taxfín, de, modo que con la toma de la capital. Marruecos,
desapareció el poder almorávide de África (1147).
En España, aún tenian los almorávides algunos reductos de importancia, pero
con ocasión de la entrada de sus enemigos en la Península (1146) a título de auxiliares del arraz Abencasi, sublevado en Algarbe, los fueron perdiendo paulatinamente entre las sublevaciones de los andaluces y las conquistas de los almohades.
Estos, después de ocupar a Sevilla (1147), conquistaron todo el sur de A n dalucía y Badajoz, al tiempo que Abengania, arraz almorávide, que gobernaba en
Córdoba, les entregó voluntariamente la antigua ciudad califal. Abdelmumen, sult a n del nuevo imperio africano, invitó (1150) a los cabecillas andaluces a que se
le rindiesen—cosa que hicieron la mayoría de ellos—, y como todavía quedasen
241
fas. Idris I (1035-1039), aliado con Almería, luchó contra Granada, y luego,
aliado con Granada, contribuyó a la derrota de los sevillanos en el sitio de Carmona (1039). Con la muerte de Idris II (1055), hombre de carácter excesivamente bondadoso que no supo conjurar la guerra civil de los que se disputaban
el gobierno, se extinguió la dinastía hamudita, y Málaga quedó anexionada a
Granada, a donde pasó también la jefatura del partido berberisco en la persona
del tiránico Badis.
Entre tanta lucha y tanto desconcierto propios de este período—que no, por
complicado, deja de ser en extremo interesante—, una taifa supo consolidarse
con sus brillantes hechos de armas hasta lograr constituirse en el reino más
importante de aquellos dias: Sevilla. Mientras los demás estados se combatían
encarnizadamente, y unos pasaban a las manos de otros, creciendo y menguando
sucesivamente, Sevilla conseguía una insospechada preponderancia que le hizo
aspirar a la restauración del califato bajo su hegemonía.
En efecto, declarada Sevilla ya independiente (1023) durante el califato del
hamudita Yahya Almotalí, su cadí Abulcásim Mohámed, de la prestigiosa familia
yemenita de los Abaditas, constituyó un consejo municipal con miembros de las
principales familias sevillanas, para regir la ciudad a título de república. Su
ambición, empero, le llevó a anular prácticamente la autoridad de sus compañeros de senado aristocrático, y se dedicó a organizar un ejército, con el que hizo
algunas incursiones por tierras cristianas de Lusitania y conquistó la plaza de
Beja, que pertenecía a los Aftasíes de Badajoz. Para evitar el peligro que amenazaba a Sevilla con la ambición de los jefes berberiscos, reconoció, aunque
nominalmente, la soberanía del hamudita Yahya ben Alí de Málaga (1027), y.
después de disuelto el califato, trató de unir a los árabes y eslavos bajo el pendón de los Omeyas, con intento de contrarrestar la pujanza de las taifas berberiscas.
Para ello, recurrió a una impostura. Sabiendo que en Calatrava había un
esterero, llamado Jalaf, que, por su extraordinario parecido con el desaparecido
Hixem II, se hacía pasar por el verdadero califa omeya, se valió de él Abulcásim
para hacer creer al pueblo que el infortunado califa se había refugiado en Sevilla
y le había nombrado a él primer visir. La estratagema dió resultado, y reconocieron al falso Hixem II los emires de Carmona, Valencia, Denia y Tortosa. La
misma república cordobesa, por más que entrevio la superchería, acató exteriormente al califa de Abulcásim, atenta al beneficio que reportaba aquella unión en
oposición a la unión de los bereberes; pero se negó resueltamente a abrirle las
puertas cuando se presentó frente a la ciudad con intento de establecerse en el
palacio califal, en el que, naturalmente, hubiese gobernado el sevillano Abulcásim.
La lucha siguió entonces más encarnizada aun, y, muerto Yahya de Granada
al sitiar a Sevilla (1035), obtuvieron luego los berberiscos malagueños de Idris I
y los granadinos de Badis, unidos todos al príncipe de Carmona, una victoria
contra los sevillanos, que intentaban apoderarse de esta plaza (1039).
E S P A Ñ A HISTÓRICA
233
que presenta en los ocho siglos de dominación, suele dividirse para su estudio en
tres períodos. El primero, llamado del califato, abarca del siglo v i i i al x ; el
segundo, propio de las taifas, del siglo x i al x i v , y cl tercero, conocido por granadino y nazarí, del siglo x i v al .\v.
Los reinos de Taifas.
\ unidad política que con tantos esfuerzos había conseguido
1 califa Abderramán III (912) cercenando las prerrogativas de la aristocracia y refrenando los levantamientos de
los berberiscos, quedó interiormente quebrantada con la
actuación personalista de Almanzor. El crecimiento de los
partidos militares—compuestos de elementos tan heterogéneos, que hacían imposible su acoplamiento para un fin
harmónico—trajo como consecuencia la anarquía de los últimos treinta años del
califato, y, al destronamiento de Hixem III, nació la multitud de pequeños reinos
llamados de Taifas, voz ésta que en árabe significa tribu, partido o bandería.
Ea desmembración del territorio se efectuó al empezar el año de 1032; pero,
de hecho, la capital del califato ya había perdido el dominio de los valiatos desde
la muerte de Abdelmélic Almudáfar (1008), hijo de Almanzor. La falta de verdadera autoridad en la persona del califa dió pie al crecimiento de los intereses
y ambiciones de los valíes, que, al amparo de las concesiones de los califas,
habían convertido prácticamente el territorio de su mando en un verdadero feudo.
Los reinos entonces formados—cuyos soberanos tomaron el título de emir—•
fueron más de treinta, si bien la mayoría de ellos eran de mínima significación,
y, absorbidos unos por otros, o conquistados por los cristianos, no llegaban a
diez los que de cierta importancia quedaban a la venida de los almorávides, a
fines del siglo x i . En general, se agruparon los nuevos reinos según la procedencia de sus respectivos soberanos, y así las taifas de levante (Almería, Denia,
Tortosa, Valencia, Baleares, Murcia, etc.) quedaron dominadas por los eslavos;
las del sur (Granada, Málaga, Algeciras, Carmona, Jerez, etc.) por los berberiscos, y las de las regiones fronterizas (Zaragoza, Lérida, Badajoz, Toledo, etc.,
junto con Córdoba y Sevilla) por familias de origen árabe, establecidas casi todas
d í a s en España desde los primeros tiempos de la conquista.
El desarrollo histórico de esta multitud de reinos es de lo más confuso y
agitado de la dominación musulmana. Los valíes o los simples alcaides, erigidos
El monumento principal de este primer período es la gran mezquita o aljama
de Córdoba, que representa al mismo tiempo un tipo definido de arquitectura
islámica que se propagó de Occidente a Oriente, Atribuyese su fundación al
primero de los Abderramanes, quien, para ello, en el año 7 8 6 obligó a los mozárabes a que le cediesen la parte que aún conservaban de una catedral visigótica
dedicada a San Vicente, cuya otra mitad había sido ya habilitada para mezquita
unos cuarenta años antes, de modo que hasta el tiempo del primer Omeya los
dos cultos subsistieron cobijados bajo un mismo techo. Algunos de los califas
que le siguieron—Hixem I, Abderramán II, Alháquem II, Hixem II—hicieron
obras de ampliación en la mezquita hasta darle la suntuosidad que la hizo famosa
en el mundo entero, suntuosidad
que se aprecia todavía a pesar
de las modificaciones y restauraciones que ha sufrido la fábrica, hasta convertirla en catedral.
En esta mezquita — flanqueada, como todos los templos
del Islam, por el típico alminar
y el patio con fuente y soportales — están concentrados todos
los elementos constructivos y
decorativos del arte árabe: la bó- D e t a l l e o r n a m e n l a l de la a l q u i b l a de la m e z q u i t a de Córdoba.
veda de crucería con ojo central, tipo admirable que supera las del estilo gótico; las columnas con capiteles corintios o compuestos; los arcos lobulados procedentes de Mesopotamia,
que aquí se combinan y entrecruzan hasta convertirse en ornamentales; los arcos
de herradura, tipo característico de la arquitectura árabe, por más que ya lo
conocieron ampliamente los visigodos, y el adorno de arabescos, con su sorprendente variedad de flora estilizada o de complicados trazados geométricos que el
artista iba combinando con los vivos colores—rojo, azul y oro—que daba a los
vaciados del revestimiento de yeso o mármol de las paredes. Con estos elementos
alternan, además, los de manifiesta influencia bizantina o de inequívoca procedencia visigótica, por lo que bien puede considerarse la antigua mezquita cordobesa como un museo de vestigios visigodos.
Otras construcciones notables de este primer período son la alcazaba de
Granada, que data probablemente del reinado de Abderramán I, y hoy está comprendida en el recinto de la Alhambra; la alcazaba de Mérida del tiempo de
Abderramán I I ; los baños árabes de Palma de Mallorca, y, sobre todo los palacios,
234
ANTONIO
DE
CARCER D E M O N T A L B Á N
ESPAflA
hoy en ruinas, de Alamiría y Medina Azahra, ambos en los alrededores de Córdoba, que, a jusgar por las referencias de autores antiguos, fueron de lo más suntuoso
y maravilloso que se construyó en tiempo de Abderramán III (siglo x ) .
Además de las artes constructivas son de gran interés las artes industriales
y decorativas. En cerámica, vidriería, tejidos, marfiles, etc., crearon obras de
singular belleza, que culminaron aún en épocas siguientes. La prohibición coránica de usar utensilios de metales nobles restringió la factura de útiles de oro y
plata, si bien reportó, en compensación, mayor perfeccionamiento del arte con
otros materiales para fines suntuarios. Así, la cerámica con reflejos metálicos
obtuvo ya en este período espléndido florecimiento, y, en tiempos posteriores, el
damasquinado, el alicatado y la vidriería dorada, de procedencia oriental. Otro
tipo de ornamentación arábiga es el mosaico de vidrio que reviste los muros del
vestíbulo de la alquibla de la mezquita cordobesa.
HISTÓRICA
235
máticas, y aun en filosofía los aventajaron por la novedad y la prioridad con
que supieron ahondar en sus inconmensurables arcanos.
En cambio, la cultura mozárabe, hallándose como incrustada en una civilización extraña, quedó sensiblemente estancada. Más que por el florecimiento propio, figuró por la influencia que recibió y por la que ella, a su vez, ejerció sobre la
del pueblo vencedor, al traducir al árabe muchas obras de los clásicos latinos,
griegos e hispanorromanos. Los mismos renegados, poseedores de cultura romana,
influyeron mucho en el desarrollo de la cultura musulmana. Con todo, glorias de
este precario período de la Iglesia son el abad Esp^raindeo, que vivió entre los
Es curioso observar cómo la escritura es uno de los motivos decorativos
más profusamente empleados en todo género de obra de arte árabe. Si los arabescos y tracerías forman como una orgía ornamental que habla del espíritu analítico
y sensual de un pueblo, la profusión de escritos por todos los objetos y lugares
representa, a un tiempo, una consecuencia y un vehículo de la idea religiosa de
aquel mismo pueblo. Casi todas estas inscripciones, que reproducen pasajes del
Corán o conmemoran algún hecho, están trazadas en caracteres cúficos—originarios de la antigua ciudad de Cufa, en Mesopotamia—, que en España empezaron
con la sobriedad de sus trazados gruesos y rectos y acabaron, siglos después, con
exuberante profusión de rasgos y aditamentos ornamentales.
Inscripciones arábigas en diversos Upos del carácter cúfico.
Por el contrario, así como la palabra y la estilización de la flora se hallan
en casi todos los objetos de arte arábigo, escasea bastante la representación animal
y mucho más aún la humana. Aunque la discutida prohibición coránica de representar seres animados sólo alcanza a la ornamentación de la mezquita, no fueron
ciertamente los musulmanes muy dados a este medio ornamental, como tampcKO
lo fueron en absoluto a la representación escénica, que es en el fondo una manifestación plástica a lo vivo, antagónica, por tanto, con el espíritu de las religiones
iconoclastas. Aunque se dan las representaciones de animales y de seres humanos en
diversos objetos suntuarios, es un hecho su escasez, sobre todo en relación con la
crecida cantidad de obras de arte árabe que conocemos. Propiamente, los árabes
carecen de pintura y escultura. Y, desde luego, los objetos en que aparecen esas
manifestaciones podrían atribuirse, bien a influencias de artes extraños—como en
las arquetas de marfil de los siglos x y xi, de origen persa—bien a épocas o sectas
que se mostraron más tolerantes en este punto, como en los leones del famoso
patio y en las pinturas que decoran el techo de una de las salas de la Alhambra.
Junto a esta espléndida manifestación de la ciencia y del arte de los sarracenos convivió la cultura de otros dos pueblos: la mozárabe y la judía, que
no dejaron de influir en ella. Los judíos, sobre todo, compitieron muy dignamente con los árabes en el estudio de la medicina, de la botánica y de las mate-
siglos VIII y IX, autor del Apologético, en que combate la religión de Mahoma, y
sus dos discípulos: San Eulogio, hombre de espíritu profundamente cristiano, que
escribió varias obras sobre apologética y murió mártir (859), y San Alvaro de
Córdoba, muerto en el año 862, gran conocedor del hebreo y del árabe.
De la arquitectura mozárabe, continuación más pura de la visigótica, se sabe
que tuvo numerosos ejemplares de apreciable valor artístico, pero el tiempo y las
persecuciones de algunas épocas debieron de destruirlos, y hoy sólo quedan meros
vestigios de ellos. Más fácil de estudiar es el arte mozárabe importado por los
fugitivos a tierras cristianas, pero, por su mismo desarrollo dentro de esa otra
civilización, es más oportuno hablar de él al tratar de la España cristiana.
Cada una de las culturas que convivieron en la España musulmana del califato tuvo su idioma propio para el trato y la escritura. Así, los mozárabes continuaron hablando el latín, los judíos el hebreo, y los musulmanes el árabe puro
como idioma oficial, además del propio que tenía cada raza y cada tribu, como el
berberisco y el egipcio, que diferían mucho del arábigo. Esta diversidad de lenguas
difundidas en un mismo Estado trajo como consecuencia la creación de una lengua
vulgar para los usos generales, mezcla de los idiomas existentes en la Península
y de los importados por los conquistadores, que sirvió, cuando menos, de aglutinante exterior entre pueblos de tan diverso origen y de tan heterogénea condición.
ESPRÑR
HISTÓRICA
,
827
tribu a que pertenecía. Los que nabian íiguraao en la campaña recibían, al terminarla, un sueldo, a título de soldados, excepto los jeques y sus familiares, que,
por esa misma nota de superioridad, estaban obligados a la guerra.
Las campañas habituales no eran verdaderas guerras. Eran simplemente incursiones, llamadas algaradas o aceifas, en las que se penetraba en territorio enemigo y se destruía cuanto se hallaba al paso, con el doble fin de privar de defensa a
los cristianos y satisfacer el afán del botín. Estas algaradas o aceifas solían hacerse
Instituciones y cultura de la España musulmana
hasta el fin del Califato
de los rasgos que más caracterizan la organización social
de la España musulmana es la diversidad de clases que llegó
a comprender. Además de la inveterada de dominados y
dominadores, que seguía pregonando la falta de independencia de la población autóctona, la más importante división
social era la fundada en la religión, que establecía dos grupos, el de los musulmanes y el de los cristianos, con diversidad de componentes, especialmente entre los primeros.
El primer grupo estaba dominado por el núcleo de los árabes, los más puros
de raza, que continuaron divididos en tribus, como en el país de origen, regidas
por jeques. Estos jeques, junto con otros altos dignatarios del imperio muslímico, constituían la preponderante clase aristocrática, la cual en los primeros
tiempos se distinguió completamente de la clase popular y estuvo en lucha constante con los emires para imponer sus prerrogativas. Además, existía la diferencia social entre hombres libres y no libres, los cuales a su vez se subdividían
en esclavos (los destinados al servicio doméstico), en eunucos (los que guardaban
el harén del emir o del califa, y llegaron a ocupar influyentes cargos palaciegos)
y en siervos (los destinados al cultivo de la tierra, en condiciones mejoradas
respecto las que tuvieron entre los visigodos).
Los berberiscos—conocidos también por moros y bereberes, procedentes del
norte de África—, aun constituyendo un gran núcleo de población y profesando
la misma religión de Mahoma, nunca fueron considerados como hermanos por
los árabes, a causa de su diferencia racial y de su carácter más inquieto y fanático.
Entre los mismos árabes existían diferencias semejantes, que excluían de su grupo
gi los sirios, a los yemenitas y a los persas, venidos posteriormente a la península.
D e la población indígena se unieron a este grupo religioso tres clases distintas : los renegados, los maulas y los muladíes. La más importante de ellas, la
en primavera, o a lo sumo al comenzar el verano, y, una vez conseguido el objeto de la expedición, se
abandonaban de nuevo, generalmente incendiadas o destruidas, las
plazas asaltadas, y cada tribu volv í a a sus ocupaciones habituales.
Además de las armas y máquinas de guerra que tuvieron todos
los pueblos de aquella época—lanzas, dardos, espadas, arcos, cascos,
escudos, cotas, arietes, catapultas,
etcétera—, se valieron mucho los
árabes de las tropas de caballería,
de las que había unidades en todas
las ciudades de importancia. La
caballería se compuso en un principio de mulos, con preferencia a
los caballos, los cuales no se utiliCaballo á r a b e de b r o n c e del siglo x, p r o c e d e n t e de l a s
excavaciones de Medina Azalira (Córdoba).
zaron como auxiliar de guerra hasta después del califato. Y, desde
luego, los jinetes montaban sin estribos y evolucionaban con prodigiosa habilidad.
Todo este desarrollo militar estaba supeditado, como hemos dicho, a la organización de la tribu, y, naturalmente, las rivalidades de una tribu con otra, las
obligaciones de cada una de ellas para procurarse el sustento en las labores
agrícolas y, sobre todo, la ambición de los jeques aristócratas que se rebelaban
contra las disposiciones del califa o del emir, eran motivos que afectaban gravemente a la integridad del ejército, con riesgo de comprometer el éxito de la expedición. A causa de ello los califas fueron organizando con el tiempo un ejército
permanente, reclutado entre los esclavos o entre los mercenarios extranjeros,
ejército que Almanzor elevó a su máximo poder al deshacer la antigua división
por tribus y obligar a los musulmanes a concurrir a la guerra con sujeción a la
división regular en regimientos. Entre las tropas mercenarias que entonces entraron a formar parte del ejército había muchos berberiscos y muchos soldados
procedentes de reinos cristianos—los llamados eslavos—, entre todos los cuales
,
I
j
223
ANTONIO
DE
CHRCER D E M O N T A L B Á N
surgieron, a la muerte de Almanzor, terribles rivalidades que, según hemos visto,
llevaron al califato a su total aniquilación.
Además de las tropas comunes para la guerra, hubo en las fronteras y en el
litoral de todo el dominio sarraceno una institución militar, con evidente carácter
religioso—como todas las instituciones musulmanas—, que tenía la especial misión
de vigilar desde las rápitas—fortalezas con ambiente y prácticas de monasterio—
las posibles incursiones de los cristianos. De esta institución nacieron probablemente las órdenes militares que luego, entre los cristianos, tuvieron la misma
misión de vigilar a los sarracenos en las fronteras.
La marina de guerra de los árabes españoles, con la base en el puerto de
Almería, fué asimismo de considerable importancia a partir del emirato independiente, y llegó a ser, en la primera mitad del siglo x , la más poderosa del Mediterráneo occidental. En parte, a este engrandecimiento marítimo contribuyó la
necesidad de contrarrestar las incursiones de los normandos y mantener los dominios que Abderramán III había conquistado en el norte de África. Así, al desaparecer el peligro de los normandos y perderse las conquistas del Magreb oriental, fué decayendo también el poder de la escuadra, que ya ni se aprovechó, como
se había hecho antes, para las algaradas marítimas por Galicia y Asturias.
El desenvolvimiento económico del califato hizo de la España musulmana
uno de los países más ricos y más poblados de Europa. La industria, la minería,
la agricultura y la ganadería dieron vida próspera a muchos puertos y ciudades,
que comerciaban activamente con todos los países de Oriente. Los invasores
aprendieron de los mozárabes los perfeccionamientos de la agricultura—labor que
los árabes consideraban en menos, como propia de los siervos—, y ellos a su vez
hicieron aquí extraordinarias obras hidráulicas, como la construcción de molinos
y la canalización de aguas. En este punto fué singularmente favorecida la región
andaluza y la del litoral mediterráneo, donde introdujeron el cultivo de muchas
especies hasta entonces aquí desconocidas, como el arroz, el albaricoquero, el
granado, la caña de azúcar, etc. Consiguieron ya entonces singular desarrollo la
cerámica artística, la metalurgia, el esmalte, la carpintería, la orfebrería, la fabricación de papel, el mosaico, los cueros, y, sobre todo, la fabricación de armas que,
por la delicadeza del temple y la belleza del cincelado en oro y pedrería, hicieron
famosas en el mundo entero a Toledo, Córdoba, Sevilla y Almería.
En el orden cultural, aunque los conocimientos del pueblo invasor no tenían
la amplitud de los del vencido, debe reconocerse a los árabes españoles como uno
de los pueblos más cultos de aquellos siglos. N o fueron, ciertamente, notables por
su inventiva—-cualidad en la que los superaron siempre los persas—, pero sí se
distinguieron por la gran facilidad con que asimilaban las enseñanzas de otros
pueblos y las propagaban por medio de sus célebres escuelas.
La enseñanza fué, en aquella época, todavía privada, sin más intervención
del Estado que la de garantizar la libertad del maestro en todo lo que quisiera
explicar, según su competencia y sabiduría. Tanto en el grado elemental como
ESPUÑA
HISTÓRICA
221
La anarquía política era cada vez mayor, y con este ir y venir de califas,
supeditado siempre a las conveniencias y ambiciones de los partidos militares, no
se entreveía manera alguna de hacer volver la paz al pueblo. A causa de ello,
hubo un interregno de seis meses, durante los cuales gobernó el Consejo de
Estado, hasta que al fin se ofreció de nuevo el trono al hamudí Yahya Almotalí
(1025), que parecía hombre enérgico y emprendedor. Con todo, el nuevo califa
sólo reinó hasta el año siguiente, en que fué expulsado por un levantamiento.
La asamblea de nobles de Córdoba, el mexuar, acordó entonces elegir de
nuevo a un omeya como medio de conjurar tanto mal, y la elección recayó en
Hixem III (1027), hombre apocado y sin aspiraciones, que se opuso al principio
a la elección, para no tener que salir del retiro en que vivía. N o obstante, ante la
insistencia de los magnates, accedió a ser califa y, para comenzar con mejor
fortuna que sus antecesores, no quiso entrar en Córdoba sin haber obtenido antes
alguna victoria contra los cristianos, que entonces, al favor de la descomposición
interna del estado musulmán, habían vuelto a hacerse fuertes en las plazas fronterizas a lo largo del Duero. La guerra santa predicada para tal fin, oída en acjüel
ambiente tan poco propicio para estas grandes empresas que piden cohesión y
energía, resultó un fracaso, por lo que al fin se decidió Hixem III a entrar en
Córdoba (1029) sin la aureola de gloria que deseaba. La poca fortuna obtenida
en este conato de guerra fué a la vez un verdadero augurio de la desgraciada
gestión del nuevo califa, que, para librarse de los cargos del gobierno, nombró
hoffib a un hombre humilde, Háquem Abensaid, amigo suyo, y él se retiró a la
vida sosegada que siempre había llevado.
El desagrado que produjo este proceder del califa concitó el odio de todos
contra el primer ministro, y, aunque éste pudo sostenerse algún tiempo a costa
de abusos del poder, murió al fin asesinado por una revolución (1031). Hixem III,
acobardado ante la muerte de su ministro, se entregó a los amotinados, y fué
encerrado en una fortaleza, de la que logró evadirse después, y aun logró acabar
tranquilamente sus días, según parece, en el reino de Lérida (1037).
Visto que habían fracasado todos los esfuerzos hechos para rehabilitar el
prestigio de Córdoba sobre la unidad política del país, el Consejo de Estado
declaró entonces abolida la institución del califato en Occidente, y su capital se
erigió en república aristocrática. Inmediatamente, los valíes de todas las principales ciudades musulmanas se declararon independientes, y así surgieron multitud de pequeños estados, llamados de taifas, que vivieron entre constantes luchas
y rivalidades, hasta que fueron absorbidos, paulatinamente, por los más poderosos
reinos cristianos.
El califato había subsistido en España, desde su primera emancipación en
el omeya Abderramán I, doscientos setenta y cinco años. "Así pasó el estado y la
fortuna de los Omeyas, como si no hubiese sido—comenta un historiador árabe
a propósito de aquellos luctuosos tiempos— Feliz quien bien obró, y loado sea
siempre aquel cuyo imperio jamás acabará."
B. H . — 2 3
788
SCHILLER
ía f//ZZi?AW6>
Cuando partí de Fliielén estaban a
punto de embarcarse; mas la tempestad que aliora empieza y que me
ha obligado a desembarcar en esta
orilla, quizá se liaya opuesto a su
salida.
l'F.sc.
;Tell preso y en poder del baile!
¡ Ah!... ¡ le ocultará en un sitio donde no verá más el sol! Sin duda temerá la justa venganza del hombre
libre a quien tan gravemente ha irritado.
KuNZ. Dicen también que nuestro antlgim landammann, el noble harén de
Attinghausen, se halla en su lecho de
muerte.
I'Esc.
He allí cómo l.'i última esperanza de
Síilvación desaparece. Era el único
hombre que .se atrevía a levantar su
voz para defender los derechos del
pueblo.
KiTNZ.
La tempestad crece. Adiós. Voy a la
aldea en busca de un hogar: hoy no
podré seguir mi viaje. (Vase.)
I'KSC.
¡ Tell prisionero y el barón muerto!
Alza tu frente, ¡oh, despotismo!, desprecia todo pudor. ¡ La verdad quedará muda, el ojo que todo lo veía
quedará cerrado para siempn? y el
brazo que podía salvarnos quedará
eternamente encadenado!
.NIÑO. ¡(Vmio arrecia el granizo!... Vamonos
a la choza, padre; el aire libre incomoda.
rE.sc.
¡Itiígid, vendavales! ¡Rayos que despide la tormenta: azotad la tierra
con vuestro látigo de fuego! ¡ Abrios,
cataratas del cielo, y anegad esta comarca ! ¡ Destruid el germen de los
seres que aun no han nacido! ¡ Convertios en nuestros señores, salvajes
elementos! ¡ Lobos, osos, fieras, terribles a l i m a ñ a s : salid de las cavernas y apoderaos de este país que os
pertenece! ¿Quién querrá vivir en él
sin líl)ertad?
NIÑO. ¿D.ves cómo silba el viento y muge
el lago? Nunca he presenciado tormenta como ésta.
PESC. ¡Obligarle a dísjKirar contra la calie
za de su propio h i j o ! ¡Nunca se usi)
de tan extrema crueldad con un pad r e ! ¿Cómo no se han de enfurecer
los elementos? ¡ N o fuera extraño
que estos peñascos se hundieran en
el lago, que estos picos, estas cimas
cuyo hielo no se ha fundido desde
el día en que fueron creados, se derritieran en su a g u a ; que se rompiesen las niímtañas, que se abrieran
l a s fauces de los abismos y q u e un
TELL
797
segundo diluvio inundase la morada
de los vivos!
(Se oye a lo lejos el rumor
campana.)
de una
¿NO OÍS? Se habrá visto una embarcación a punto de naufragar, y tocan
la campana. (Sube a una altura.)
PESC. ¡ Desgraciada la nave que se mece
en tan horrible cuna ! ¡ En ella el timón y el piloto son inútiles; la tempestad gobierna y las ondas se burlan del poder e inteligencia de los
hombres! No hay cerca de aquí ni
golfo ni ]>laya que pueda ofrecer un
abrigo. Las abruptas e inhospitalarias rocas se levantan alrededor
suyo para mostrarle únicamente su
pedio de granito.
(A la izquierda.)
Allí veo una lanNIÑO. cha
: viene de Flueldén.
Dios ayude a sus tripulantes!
PESC. ¡Que
Cuando la tempestad se engolfa en
esos líquidos abismos ruge ccm la angustia de un animal salvaje que lucha con los hierros de una jaula : en
vano busca mugiendo la salida: los
peñascos que se levantan hasta el
cielo la encierran y le sirven de muralla. (Sube a la altura.)
Ni.Ño.
P^s la lancha del baile do Uri. La conozco en su bandera y en sus tintas
rojizas.
I 'Ksc.
¡ .lusticia del cielo! Sí... allí va el baile... Allí navega con su horritile crimen. Sobre su cabeza está el brazo
de Dios, .\hora reconoc-erá que sobre de él bay un Señor más poderoso. Las olas no otiedecerán su voz.
Estos peñascos no inclinarán la cabeza ante su gorro... ¡ No ores, hijo
mío! No detengas con tu rezo la cólera del Juez Supremo.
.Vi.Ño.
Es que j'o no oro por el baile, sino
por Tell, q\ie va con él en la nave.
PESC. ¡ O h ! ¡sinrazón del desapiadado y
ciego elemento! ¿Es posible que para
castigar al cul|>able tengas que perder la nave y su piloto?
NIÑO. Ved, ved, padre m í o : habían cruzado
con fortuna el Jlaitirisyrat; pero la
violencia de la borrasca sostenida
por el Tcnfelmunster
les lanza sobre el gran Axenberg... Ya no se perciben.
PESC. ¡Allí está el Hachmesscr, donde se
han estrellado ya tantas naves! Si no
viran con fortuna se harán cien mil
pedazos contra una roca que desciende hasta las profundidades del
lago. Sólo un hombre^podria salvar-
ACTO
NIÑO.
QUINTO
La plaza de Altdorf. En el fondo y a la derecha, la fortaleza de Zvving-UrI con todos
sus andamios, como en la tercera escena del primer acto. A la izquierda, montañr
iiñas en
las que arden hogueras. Ruy:i la aurora, y a alguna distancia .se oyen campanas
[inas que <
tocan a rebato.
ESCENA PRIMERA
Kiii
111,
KroM,
WiKM,
i'i;i>iíi;no, hombres
mujeres y niños.
Uro.
I'ic.
Uro.
Pie.
Ri'o.
I'ic.
Tonos.
Ruó.
EL
(Se precipitan, a la fortaleza
trucción.)
del
i:i.
i'iiA-
pueblo,
¿Veis las hogueras cómo arden en el
monte?
¿Oís cómo al otro lado de la selva
tocan las campanas a rebato?
Se ha arrojado del país a los tiranos.
Se han tomado los castillos.
¿Y nosotros los de Uri, permitiremos
que siga en pie el nuestro? ¿Seremos los últimos en declararnos libres?
¿El yugo qne nos encorvaba no ha de
romperse? Vaya: ¡destruidlo!
¡ Abajo! ¡ Abajo!
¿Dónde está la bocina de Uri?
Aquí. ¿Qué debo hacer?
Subid a las alturas donde se monta
la guardia; dad algunos toques de
forma que retumlien a lo lejos y que
despertando el eco de nuestros peñascos reúna a los hombres de la
montaña.
1-iHoi.
(Va-te el pregonero.
Furst.)
FIRST.
Ruó.
Pie.
Ruó.
TODOS.
Llega
Walter
¡Deteneos! ¡Deteneos! Nos faltan
aún noticias acerca de lo ocurrido en
Unterwalden y en Schwyz. Esperad
a que llegue el mensajero.
¿Por qué hemos de aguardar? Murió
el tirano y la aurora de la libertad
está brillando.
¿Qué más mensajero que el fuego
que brilla en las montañas?
¡ Venid ! ¡ venid ! Manos a la obra.
Echad af)ajo el andamio. ¡Destruid
las bóvedas, que caigan las paredes,
que no quede piedra sobre piedra!
¡ Esto e s 1
es 1
J JJS^
¡ Se dió el impulso y no hay quien lo
detenga!
(Llegan Melchthal
MEI..
l'iRST.
MEI..
FURST.
.MEL.
PKKGO.N'KRO.
Ruó.
en cons-
FURST.
y
¡Cómo! ¿Aún está en pie la fortaleza? El castillo de Sarnen está en
ruinas y el d é Rossberg ya se ha tomado.
¿Sois vos, Melchthal? ¿Nos traéis la
libertad? ¿El país está libre del tirano?
(Abrazándole.)
Ya no mancha nuestro suelo. Regocijaos: Suiza no tiene ya déspotas.
¡Hablad, hablad! ¿Cómo han caído
en vuestro poder las fortalezas?
Rudenz ganó la de Sarnen con un
goliie audaz y valiente. Yo en la noche antes escalé el Rossberg; pero
cuando arrojamos de él al enemigo,
cuando le pusimos fuego, cuando las
llamas se i>erdían chisporroteando
hacia el cielo, Duthelm, criado de
Gessler, acudió a nosotros diciendo
que Berta de Brunech ardía entre
las llamas.
¡Dios de misericordia!
(Se oyen caer las vigas
mio.)
MKI:
WAL.
MEL.
Baumgarten.)
del
anda-
Se la había encerrado secretamente
por orden del baile. Rudenz corrió
a ella hecho un loco, se oían ya crujir las bóvedas, las fuertes vigas y
se oían entre el humo los gritos de
angustia que la pobre señora exhalaba.
¿Y por fin se salvó?
Se necesitaba obrar con resolución y
presteza. Si Rudenz no hubiera sido
más que nuestro barón, no hubiese^
mos expuesto nuestra vida; pero era
nuestro aliado y Berta era amiga
798
SCHILLER
del pueblo. Así es que exi)usinios nuf e d e r a d o s : lo que j u r a m o s en Rutli
dazuiente n u e s t r a existencia lanzánhoy se cuinjile solemnemente.
donos por e n t r e l a s llamas.
FUR.ST.
La obra ba comenzado, pero no e s t á
FUBST.
;.Y la salvasteis?
ccmcluída. Ahora m á s que nunca neMKI..
S Í : y no bien Itudenz y yo la sacesitamos de valor y unión e n t r e
camos del fuefro, cuando su cárcel
nosotros. E s t a d seguros de q u e el
se d e r r u m b ó con estruendo. Y cuane m p e r a d o r no t a r d a r á nmcho en
do se vio salvada, cuando abrió los
vengar la m u e r t e de su l)aile, y q u e
ojos a la luz del cielo, el l)arón se
i n t e n t a r á sujetarnos.
precipitó en mis brazos y formamos
.MKL.
Que venga con todo su ejército. Y a
silenciosamente u n a alianza que seq u e hemos lanzado de n u e s t r o p a í s
r á indestr\ictible, ya que se hizo a
al enemigo, taml)ién resistiremos al
p r u e b a de fuego.
que quiera invadirlo.
F u B S T , ¿Dónde e s t á Landent)erg?
Ruó,
Sólo pviede llegar aquí por c i e r t a s
MEL.
M á s allá del Hrunnig. No dependió
sendas que nosotros cubriremos con
de mí el q u e yo le ¡irivara de la luz
nuestros cuerpos.
del día, ya q u e había sacado los ojos
BAI-M.
E s t a m o s unidos por u n a e t e r n a aliana mi p a d r e . Le perseguí, le alcancé
za, y sus a r m a s no pueden a s u s t a r y le a r r a s t r é a los pies del pobre annos.
ciano. Mi espada estatia suspendida
sobre su cabeza cuando le perdoné
Llegan R O S S E I . M A N N y S T A U F F A C H E R .
la vida gracias a l a s súplicas que en
favor suyo me dirigió el generoso
Ros.
(EntrandQ.) ¡ Kl cielo h a hecho u n a
ciego. J u r ó que no volvería al p a í s
gran justicia!
y q u e n o .se vengaría. Cumplirá s\i
V A R I A S V O C K S . ¿Qué sucede?
j u r a m e n t o , ya que esta ccmvencido de
Ros.
¡ E n qué tiempo vivimos !
l a fuerza de n u e s t r o brazo.
FUR.ST.
¿Qué ocurre? ¡-\h! ¿Sois vos. sefior
FURST.
Hiciste bien en no m a n c h a r con sanW e r n e r ? ¿Qué nuevas t r a é i s ?
g r e u n a victoria t a n p u r a y t a n bri( ¡ E N T E D E L P U E B I O . Hablad.
llante.
Ros.
Lo que os d i r é va a llenaros de sorMUCHACHOS.
(Corriendo
por la excena con
presa.
rcsto.1 de la fortaleza.)
¡Viva l a liSTAU.
Ya no podéis temer, compañeros.
bertad !
Ros.
Sat)ed, pues, que el e m p e r a d o r h a
m u e r t o asesinado,
(Oyese la bocina de Uri.)
FURST.
;I>ios de m i s e r i c o r d i a !
FUBST.
¡ Q u é g r a n día ! Los niños y los ancianos lo r e c o r d a r á n e t e r n a m e n t e ,
(Algunas mujeres traen el gorro de
Oessler en el extremo de una pica;
la escena se llena de gente.)
(I,a gente
rodea a
TODOS.
MKL.
STAU.
Ruó.
BAUM.
FURST.
MUCHAS
FUBST.
Ahí está el gorro a n t e el cual dettíamos inclinarnos.
¿Qué hemos de hacer?
¡ Ah ! ¡ Dios nu'o ! Del)ajo de e s t e gor r o se colocó a mi nieto.
V O C E S . D e s t r u y a m o s este
recuerdo
ominoso del poder at)soluto. ¡ Quemémoslo !
N O : conservémoslo. Debía servir a la
t i r a n í a . Q u e sea e t e r n o signo de 11l)ertad.
(El pueblo, liombres, mujeres y niños .
se mantienen en pie y sentados sobre las vigas del derruido
andamio
formando pintorescos
grupos.)
MES..
Ya veis los restos de la t i r a n í a , con-
FURST.
STAU.
MEL.
STAU.
del pueblo se levanta
Stauffaclier.)
y
¡ C ó m o ! ¿ E l emperador asesinado?
; . \ O es posif)le! ¿Quién os h a d a d o
la noticia?
Nada t a n cierto. Cayó t)ajo el golpe
del asesino cerca de Bruch. Un
hombre, cuya formalidad no es dudosa, h a t r a í d o de Schaffhausen la
nueva.
¿Quién cometió acción t a n horrible?
E S t a n t o m á s horrible, c u a n t o el asesino del rey . \ l b e r t o es el hijo d e su
h e r m a n o , el d u q u e de Suabia,
¿Qué le impulsó a cometer el p a r r i cidio?
El e m p e r a d o r retenía la herencia de
su sotírino, y éste la reclamaf)a impaciente. Decíase que el monarca
t r a t a b a de q u e d a r s e con ella, ofreciéndole en cambio u n a m i t r a de
obispo. Sea lo que fuere, lo cierto es
q u e el joven dió oídos a s u s compañeros d e a r m a s , y uniéndose a los
nobles señores d e Eschenbach, d e
GUILLERMO
TELI..
GES.
TELL.
GES.
STAU.
GES.
Ros.
GES.
lo vi. Dime qué q u e r í a s h a c e r de
ella.
(Vacilando.)
Mon.señor, é s t a e s cost u m b r e de los a r q u e r o s .
N O , T e l l : no me .satisface la respuest a . A no dudarlo, tuviste u n a idea,
Hal)la y no t e m a s . T u vida está salvada. ¿Qué te proponías hacer con
la o t r a flecha?
P u e s bien, monseñor, ya que garant i z á i s mi vida, os d i r é la v e r d a d sin
rodeos ni amliages. (Saca la flecJia
de su jubón y la enseña al baile, dirigiéndole una mirada terrible.)
Esta
segunda flecha yo la hubiese dispar a d o contra vos si en vez de d a r a
la m a n z a n a bubie.se herido a mi hijo.
P e r o yo os j u r o que con vos no hubiese e r r a d o el golpe.
Bien, Tell... R e s p e t a r é t u vida, y a
q u e h e dado mi palat)ra de caballer o ; m a s como estoy persimdido d e
t u s m a l a s intenciones, t e h a r é conducir y g i m r d a r donde no veas m á s el
sol, a fin de que yo viva al abrigo de
t u s flecha.s. ¡Hola, g u a r d i a s ! ¡prended a este homlire! (l.os guardias le
atan.)
¡Cómo, s e ñ o r ! ¿Obráis a s í con u n
homt)re a quien la m a n o d e Dios h a
protegido de modo t a n visible?
Ya veremos cómo s e a r r e g l a p a r a
s a l v a r s e o t r a vez. ¡ Llevadle a mi
lancha ! Quiero conducirle yo mismo
al castillo de Ku.snacht.
NI vos ni el e m p e r a d o r tenéis derecho a llevarlo. Lo que hacéis es cont r a fuero. Lo prohiben n u e s t r a s cartas.
¿Dónde e s t á n ? ¿ L a s h a ratificado el
m o n a r c a ? No... T a l favor s e a l c a n z a
TELL
787
obedeciendo. Sois unos rebeldes y fom e n t á i s u n a sublevación que castig a r é C(m mano fuerte. Conozco vuest r a s m a l a s intenciones. Yo cojo a
Tell e n t r e todos v o s o t r o s ; pero todos, como él, sois culpables. ¡ Que el
discreto a p r e n d a a obedecer y a
g u a r d a r silencio! (Vase.)
BERTA,
THOLD
y sus criados le
y LEUquedan.
RUDENZ
siguen.
FRIESHARDT
se
(Pre-ta de un dolor violento.)
¡Ah!
¡ese h o m b r e h a j u r a d o p e r d e r a mi
y a los m í o s !
STAU.
(A Tell.) P e r o ¿por q u é i r r i t a s t e i s a l
déspota ?
TELL.
¿ P o r v e n t u r a el que siente u n dolor
tan g r a n d e como el mío e s capaz de
contenerse?
STAU.
¡Todo ha concluido! ¡ Q u e d a m o s par a siempre e n c a d e n a d o s !
Los ciRciwsTA.vTKs. (Rodcando a Tell.) Con
vos desaparece n u e s t r o último consuelo.
LEUT.
(Acercándosele.)
Os c o m p a d e z c o ,
Tell, pero tengo que obedecer a mi
jefe,
TELL,
; Adiós, amigos m í o s !
WAL.
(Estrecha sus rodillas presa de un
dolor violento.)
¡ P a d r e mío!.,, ¡pad r e mío!...
TELL.
(Señalando al cielo.) ¡ T u p a d r e e s t á
allí!...
STAU.
¿Qué diré a v u e s t r a esposa?
TKLL.
(Estrechando contra su corazón a su
hijo.) El niño no e s t á h e r i d o ; Dios
c u i d a r á de a y u d a r l a . (Deja
precipitadamente
la escena y sigue a los
hombres de armas.)
- 1''URST.
ACTO CUARTO
S ' ^ I n - ^ T ' ^ ibrillare.
r r l S erayo\
t ^ ly Íei lít rUd' SÍ lSe tVl bÍ .Sf ^e n t l ^tS o""""
""^" ^
^^
Olas,
ESCENA
PRIMERA
KuNz D E G E R S A U ,
su hijo.
Ktnvz.
E L PESCADOR
PESC.
y
L O vi con mis propios o j o s : podéis
creerlo. Sucedió t a l como lo cuento.
KUNZ.
¡Tell conducido prisionero al castillo de K u s s n a c h t ! ¡ í:!! ¡ E l hombre
m á s h o n r a d o de e s t a s comarcas, el
brazo m á s fuerte si un d í a se hubiese
de combatir por la libertad de nuestra patria!
El baile le hizo c r u z a r con él el lago.
786
SCHILLER
eia fl baile ya hacia el cielo. De
pronto se apodera
de su carcaj.
,<iara de cl una flecha y la oculta
en su jubón. El baile no pierde nin
auno de sus
movimientos.)
WAL.
GUILLERMO
to a mi rey, a quien amo y resjieto,
yo os echaría mi guante y os obligaría a recogerlo... Sí, haced una señal a vuestro séquito. Sabré defenderme. (Indicando al pueblo.) ¡También tengo una esjiada!
((¡rifando.) ¡Cayó la manzana!
(Colocado
bajo el tilo.) Ya puedes
STAI".
tirar, padre, uo tengo miedo.
'I'KLL.
• (Cúmplase la voluntad del cielo!
(Mientras los circunstantes
escucha(Prepara el arco.)
ban a Gessier y Rudenz, y Berta
Uri).
(Que durante esta escena ha perma
se colocaba entre ellos. Tell ha disnecido mudo y fijando cn todo su
parado la flecha.)
atención,
reprimiéndose
con violencia.) Señor baile: no podéis llevar
Kos.
; El niño vive !
esto más lejos; no tenéis dereclio a
M U C H A S VOCKS.
¡ Ha dado en la manzana !
ello. Va se lia puesto a prueba ese infeliz. El olijeto ya S ( Í ha alcanzado,
(Walter Furst está a punto de caer
('uando la .severidad se exagera, no
hondamente
emocionado y Berta
cumple con su fin y el arco que se
le sostiene.)
tiende mucho se rompe.
(ÍK.S.
Nadie se mete con vos. ¡Guardad si(¡KS.
(Sorprendido.)
¡Cómo! ¿Ha disparalencio !
do? ¡ Vaya un loco!
Km.
¡Quiero hablar y cumplo mi delier
BER.
El chiquillo vive. Reponeos, Tell.
con e l l o ! I.a honra del em[)erador me
WAL.
(Corriendo y trayendo la manzana.)
es sagrada, y vos, que le represenAquí la tienes, padre: ya sabía yo
táis, no baléis otra cosa que levanque no herirías a tu hijo.
tar odios. El emperador jamás autorizará vuestra conducta. Lo digo y
(Tell permanece con el cuerpo hacia
lo sostengo. Mi imeblo no merece que
adelante, como si quisiese seguir la
se le trate con tanta crueldad: ¡ no
flecha. El arco se desprende de su ,
tenéis derecho para e l l o !
maiw, y cuando ve llegar a su hijo, i
GKS.
¡ Ved que os desmandáis!
corre hacia él y lo estrecha entre ;
Hvn.
Ante los hechos que ocurren, yo hassus brazos. I,uego cae como si se '
ta ahora he permanei'ido silencioso.
le hubiesen extinguido las fuerzas.
Cerré los ojos y contuve la ira y la
Todo el mundo está vivamente convergüenza que bullían en el fondo de
movido.)
i
mi alma. Pero el callar por más
tiempo e<iuivaldría a .ser traidor a
BKE.
; Bondad del cielo!
mi país y a mi monarca.
FUBST.
¡Hijos!... ¡Hijos míos! (Abraza
o
r?KR.
(Ijanzémdose entre Itudenz y el baiTell y a Walter.)
le.) ;,Qué estáis diciendo? ¿No veis
STALT.
; Que Dios sea alabado!
que irritáis más aún la furia de este
LKUT.
¡ Vaya un blanco! ¡ Se hablará de él .
hombre?
en los tiempos venideros!
•
]{i I).
.Vbandoné mi pueblo, renegué de mi
Ron.
En tanto que la montaña permanezca i
sangre y rompí los lazos de la natu• sobre su base, todo el mundo hablaraleza para alcanzar vuestro cariño.
rá de Tell como de un tirador faFavoreciendo al emperador creí que
moso. (Coge la manzana y la entrega
aseguraba el bienestar de todos:
al baile.)
pero boy la venda ha caído de mis
GKS.
¡Atravesada de medio a medio! Es
ojos... Veo con horror que estoy al
un golpe maestro: hay que hacerle
borde de un abismo. (.\
(¡essler.)
justicia.
Vos extraviasteis mi juicio .seducienRos.
Tiró muy bien : ¡ pero desgraciado
do mi leal corazón, y ahora me condel que le obligó a tentar a Dios!
venzo de que con la mejor intención
STAU.
Serenaos, Tell: os habéis portado
yo illa a perder a mi patria,
como un hombre y podéis volver li¡Temerario!... ¿Y te atreves a usar
bremente a vuestra casa.
con tu señor este lenguaje?
Ros.
Venid, venid: llevad el hijo a su maMi señor no sois vos, sino el monardre. (Quieren
llevárselo.)
ca. Nací libre cual vos y puedo meGES,
Escucha, Tell,
dirme con vos en el terreno del hoTELL.
(Vuelve.) ¿Qué se os ofrece, monse
nor .V de las caballerescas virtudes..,
ñor?
SI no representaseis en este momeaGES.
Metiste otra flecha en tu jubón,,. Yo .
TELL
799
Tagerfeid, de Wart y de I'alm, refrutos. Tienen que mantenerse de sí
solvió, ya que no ¡lodía alcanzar jusmismos. Se gozan en la muerte y
ticia, vengarse ccm sus propias mahallan sustento en el horror,
nos.
STAU.
El crimen no alegra al asesino; pero
FUBST,
¡Continuad, continuad! ¿De qué monosotros aceptaremos con manos pudo se ejecutó el crimen?
ras el liendito fruto del sangriento
STAU.
El rey salió a caballo de la fortaleza
parricidio. Ya no debemos temer: el
de Badén para dirigirse a Rheinenemigo de nuestra libertad ha caído
feld, donde se hallaba la corte; con
y el cetro irá de la ca.sa de los
Habsburgo a otra casa; el imperio
él ilian los prínciiies Juan y l.«opolquerrá mantener su derecho de elecdo y un séquito de nobles. Cuando
ción.
llegaron cerca la Reuss, que se cruza en lancha, los asesinos procuraFUBST.
(Y otros.) ¿Sabéis algo?
ron separar al monarca de su séquiSTAU.
El conde de Luxemburgo está ya deto. Luego, cuando el rey cruzaba un
signado para sustituir al rey muerto.
campo cultivado en el que se ven
FUBST.
Ventaja es para nosotros el haber
las ruinas de una ciudad antigua
sido fieles al imperio: creo que se
muy grande, frente al viejo castillo
nos hará justicia,
de Habsburgo, donde nacieron sus
STAU,
El nuevo señor necesitará de amigos
abuelos, el duque Juan le hundió el
valientes, y nos protegerá contra
puñal en la garganta; Rodolfo de
Austria.
l'aliii le cruzó el cuerpo con su espada y Eschenbach le hendió el crá(Los circunstantes
se abrazan. E L
neo, de forma que cayó bañado en
S A C B L S T A N llega
con un
mensajero
sangre, asesinado por los suyos en
del imperio.)
sus mismos dominios. Desde la orilla opuesta su séquito presenció el
homicidio: mas .separados por el río
SAC.
(Al mensajero.) Aquí tenéis a los vesólo pudieron lanzar gritos de liorror.
nerables jefes del país.
En el borde del camino había una
Ros.
otros.) ¿Qué ocurre?
pobre mujer, y el rey exbaló a sus
SAC.
Un mensajero real trae este escrito.
pies su último suspiro.
TODOS.
(A Walter Furst.) ¡ l ^ d l o ! ¡leedlo!
MEL.
En su ambición insaciable uo hizo
FUBST,
(Leyendo.) "Víctima del gran pesar
más que abrirse un sepulcro antici" y del inmenso dolor que le ha ocapado.
" sionado el trágico fin de su señor,
STAU.
El país está conmovido. Todos los
" la emperatriz recuerda aún la ansenderos se hallan tomados; cada
" tigua fidelidad de las comarcas suicantón guarda .sus límites; la vieja
" zas..."
Zurlch, que tiene sus puertas abier.MEL.
Sf: pero en su prosperidad las tuvo
tas desde hace treinta años, las ha
olvidadas.
cerrado temiendo los asesinos, y aun
Ros.
¡ Silencio!.,. ¡ Atended!
más que éstos a sus vengadores. DíFUBST,
(Leyendo.) "Y e.spera que sus fieles
cí'se que la reina de Hungría, la se" habitantes profesarán el más granvera Inés, que no está dotada con la
" de horror a sus malditos asesinos.
dulzura de su sexo, va a llegar de un
" H e ahí por qué cree que los tres
día a otro para vengar la sangre de
" cantones no pre.starán ninguna clasu padre en toda la raza de los ase" se de auxilio a los autores del crlsinos, en sus criados, en sus hijos, en
" men, sino que, al contrario, proculos hijos de .sus hijos y hasta en las
" rarán entregarlos a sus vengadopiedras de .sus castillos. Ha jurado
" res, recordando el amor y los antienviar a la tumba de su padre gene" guos favores que obtuvieron de la
raciones enteras con objeto de bañar" real casa de Rodolfo,"
.se en su sangre como si fuese rocío
de mayo.
(Señales de desagrado por parte del
MEL.
¿No se sabe dónde huyeron los asepueblo.)
sinos?
STAU.
Luego de ejecutado el crimen, emprendieron por cinco distintos camiM U C H A S VOCES,
¡ Su amor y sus favores!
nos y se dividieron para no reunirSTAU,
L O S recibimos de su padre; pero no
se jamás... El duque Juan del)e andel hijo. ¿Ratificó nuestra constitudar errante por el monte.
ción a semejanza de sus antecesores?
FUBST,,
La venganza y el crimen no dan
¿Administró bien la justicia y prote- _^
800
SCHILLER
FLTRST.
MEL.
Rió la inocencia? ¿Quiso escuchar a
HED.
nuestros mensajeros? El rey nada
hizo por nosotros. Si no nos hubiésemos tieeho justicia por nuestras
manos, ¿i)or ventura el rey nos hubiese protegido? ¡Invoca nuestro
agradecimento!... No lo ha sembrado
en estos valles. Colocado en un trono podia ser nuestro padre; mas no
ha curado de nosotros. ¡ Que le lloren los malditos a quienes llené de
(i VI.
riquezas!
HED.
No hay que regocijarnos de su desgracia ni recordar todo el mal que
nos hizo; pero nosotros no debemos
vengar la nnierte de un emperador
que jamás hizo el bien, ni debemos GUL
perseguir a los que no nos hicieron
WAL.
daño. El amor consiste en el sacrificio espontáneo. La muerte libra de
los deberes que se han contraído por
JUAN.
fuerza : nada le debemos.
Sl la reina llora en su cámara y dirige al cielo los gritos de su dolor
salvaje, en cambio aquí está un pueWAL.
blo libre que dirige al cielo la expresión de su agradecimiento. El que
quiera cosechar lágrimas debe semJUAN.
brar amor.
(Vase
STAU.
el
HED.
mensajero.)
(Al pueblo.) ¿Dónde se encuentra
Tell? ¿l'or qué el que nos ha proporcionado la lil)ertad no se halla
entre nosotros? ¿No es quien ha más
cruelmente sufrido? Venid conmigo.
¡ Vamos a su casa para saludar al
que fué salvador nuestro!
(Vanse
JUAN.
HED.
JUAN.
todos.)
HED.
ESCENA I I
Vestíbulo de la casa de Tell. — Al pie brilla
una hoguera. La puerta, que está abierta,
da sobre el campo.
JUAN.
HED.
HEDWIO, WALTER y
HED.
WAL.
GUILLERMO.
Hoy regresa vuestro padre. ¡Vive,
hijos queridos! Está libre y nosotros
seremos también libres. /Vuestro padre es quien ha salvado la patria!
Yo también estaba, madre. No hay
que olvidarme. La flecha de mi padre sill>ó sot)re mi cabeza, y sin embargo, no sentí miedo.
WAL.
HED.
GUILLERMO
(Abrasándole.)
S í : te v i v a s t e . Te
he dado el ser dos veces, l'or ti sufrí
por dos veces los dolores del alumbramiento, i Os tengo a los dos y hoy
regresa vuestro padre!
BER.
GES.
E L P A R R I C I D A , con
tiábito
de fraile, se acerca a la puerta.
JUAN
Mira, madre: ahí está un fraile...
Sin duda nos pedirá algo.
Haced que entre [lara que conforte
su cuerpo. Verá una casa d(mde todo
el mundo es dichoso, (tac va y regresa con una copa, en la mano.)
(Al fraile.) ¡ Entrad, buen padre! Mi
madre os quiere dar algo.
Venid y descansad para seguir vuestro camino con tmen ánimo.
(Dirigiendo
cn torno suyo
miradas
de desconfianza
y con rostro demudado.) ¿Qué país e s éste? ¿Dónde estoy? Contestadme.
Os batiréis extraviado. Estáis en
Burglén, a la entrada del valle de
Schachen. en el cantón de Uri.
(A Ilcdiving, que regrc.<ta.) ¿Estáis
sola? ¿Se halla ausente vuestro esposo?
Cabalmente le aguardo... ¿Pero qné
os suc-ede? Vuestro aire no trae nada
bueno... Pero qulenqttiera que seáis
tomad si os sentís desfallecido. (Le
alarga la copa.)
Hien que necesite tomar algo, nada
aceptaré si no prometéis...
i No toquéis mi vestido, no os acerquéis !... Si deseáis que os escuche,
permaneced lejos de mí.
Por la lumbre hospitalaria que aquí
brilla, por la cabeza querida de vuestros hijos que yo be.so... (Coge los
niños.)
¿Qué hacéis? ¿En qué pensáis? ¡Dejad mis hijos!... ¡Vos no sois fraile!
.Vo: no lo sois. La paz se envuelve
en esos hábitos, y la paz no existe
en vuestro rostro.
Soy el m á s desgraciado de los hombres.
La desgracia habla con corazón valiente: pero vuestro aspecto cierra el
corazón a la piedad.
.\hí está padre, madre mía. (Vase
corriendo.)
¡ O h ! ¡Dios m í o !
(Quiere ir tras Walter,
y se detiene.)
pero
tiembla
ROD.
FUBST
BEB.
GES.
FURST.
WAL.
STAU.
...
Ros.
GuL
(Corriendo.)
¡Padre! ¡ P a d r e !
Sefior: no os burléis de esas pobres
gentes. Ved como palidecen y tiemblan. No están híibituados a vuestras
bromas.
¿Quién dice que me burlo? (Coge la
rama de un árbol que está encima de
él.) Aquí está la manzana. Despej a d : que coja la distancia según
costumbre. I..e concedo ochenta pasos : ni más ni menos. Dice que hace
blanco a cien. Ya lo veremos. Dispon tu flecha y al a v í o : mira de tocar la manzana.
Esto va por lo serio. Arrodíllate,
nirío, y ruega al señor baile que te
conceda la vida.
(A Melchthal. que no puede contenerse.) ¡ Reprimios, Melchthal! ¡ Os
lo suplico!
(A Gessler.) Basta, señor. Esto de
jugar así con la angustia de un padre e s inhumano. Si por su ligera
falta ese hombre mereció la muerte,
la ha sufrido ya cien vee»>s. Dejad
que vuelva tranquilamente a su choza. Ya ha llegado a conoceros. Se
acordarán de este momento él, sus
hijos y los hijos de sus hijos.
¡ P l a z a ! ¡ P l a z a ! ¿Por qué vacilas?
Mereces la muerte; puedo mandar
que te corten la cabeza y a pesar
de ello pongo con indulgencia tu
suerte en tu destreza. No se puede
quejar de la sentencia aquel que se
hace arbitro de su vida. ¡ Te alabas
de que tu ojo es tan certero! Pues
bien : demuéstralo. La acción es digna de t i ; su premio es grande. Cualquiera que maneje el arco podrá dar
en un blanco ordinario; pero si tus
manos no tiemblan y tu vista no se
oscurece, yo te proclamaré el más
diestro de los flecheros.
(Arrodillándose
ante Gessleí-.) Sefior
baile, reconocemos vuestra autorid:id; pero que la clemencia reemplace la justicia. ¡ Coged la mitad de
mi hacienda, cegedla toda; mas no
hagáis pasar por prueba tan horrible a un Infeliz y desgraciado padre!
¡ No te arrodilles, abuelo, ante un
hombre tan malo! Dime dónde voy a
colocarme. Nada temas por mí. Mi
padre mata un pájaro al vuelo y no
errará el golpe. Se trata de salvar a
su hijo.
¡.\h." señor baile! ¿No os conmueve
la inocencia de este niño?
¡ Pensad, señor, que hay un Dios en
el cielo a quien tendréis que dar
cuenta de vuestros actos!
TEATRO CLÁSICO
52
TELL
785
GES.
(Indicando a Walter.) .\tadle a ese
tilo.
¿Queréis atarme? ¿Para qué? N o : y o
no lo |)ermito. Estaré quieto como un
corderino. Ni siquiera respiraré. Pero si me atáis no podré contenerme
y me agitaré con violencia.
UOD.
Deja por lo menos que te venden los
ojos.
WAL
Tampoco. Yo no temo la flecha de
mi padre. La aguardaré tranquilo sin
moverme. Pronto, padre mío: prueba
a esta gente que tu arco e s certero.
El baile no lo cree y se ha propuesto perdernos. Búrlate de su mala intención y dispara haciendo blanco.
(Se dirige hacia el tilo y coloca sobre su cabeza la manzana.)
MEL.
(A sus amigos.)
¡Cómo! ¿Permitiréis que tanta crueldad s e ejecute?
¿De qué sirve, pues, el juramento
que hicimos?
STAU.
Sería inútil. Carecemos de armas;
ya veis el bosque de lanzas que nos
rodea.
GES.
(A Tell.) Manos a la obra : no se em
puna un arco impunemente. Ahora
verás cuan iieligroso es llevar un arma, y cómo la flecha se lUiede volver
contra el arquero. Este insolente dere<?ho que usurpa el aldeano llevando
armas ofende al señor de estas comarcas, t^'nicamente puede usarlas
quien manda. Os lisonjea el llevar
arcos y flechas; pues bien: yo os
daré el blanco en que podréis utilizarlas.
TELL.
(Prepara su aren y dispara una flecha.) ¡ Despejad !... ¡ Despejad !...
STAU.
¡Cómo, Tell!... Y tú quieres... ¡ O h !
¡ nunca !... ¡ nunca !... Vacilas, tu mano tiembla... tus rodillas flaquean
TELL.
(Deja caer su flecha.) Ciertamente...
mi vista se oscurece.
MUJERES.
¡ Santo cielo!
TELL.
(Al baile.) Renunciad a vuestra exigencia... .\quí tenéis mi coraz<)n (descubriendo su pecho), heridle vos mis
mo. Dad orden a vuestros jinetes
para que me aplasten bajo los pies
de s u s caliallos: pero no insistáis en
que dispare contra Walter.
GES.
Ño quiero tu v i d a : quiero presen
ciar tu destreza. Eres valiente: manejas el timón como el arco y no te
asustan las liorrascas si se trata de
salvar a alguno. Pues bien, sálvate a
ti mismo ya que socorres tan l)ien
al prójimo.
WAI.
(Tell .sufre una horrible lucha
rige sus manos y sus oíos t,
di-
802
S C H I L L E R
poldo lleno de honores, rlqnfslmo en
bienes... m i e n t r a s yo, que tenía s u s
afios, vivía en la servidumbre de la
menor edad...
TEIX.
¡ D e s d i c h a d o ! ¡ H a r t o te conocía tu
tía cuando no te concedía el gobierno de dominios y vasallos! Con t u
crimen violento y salvaje h a s justificado de modo h a r t o horrible
su discreta previsión. ¿Dónde están
los sangrientos cómplices de t u homicidio?
JUAN.
Donde les h a n guiado los espíritus
vengadores. Desde que se ejecutó el
crimen no h e vuelto a verlos.
TEI.L.
¿Sabes que se h a pregonado t u cabeza? ¿Que se h a privado a t u s amlmos de p r e s t a r t e auxilio, y se h a
autorizado a t u s enemigos p a r a que
t e maten?
JUAN.
H e ahi por qué no voy por caminos
frecuentados; he ahí por qué no pido
limosna en choza algima. Dirijo mis
pasos hacia los puntos m á s desiertos,
me asusto d e mi sombra, ando e r r a n te a t r a v é s de las montañas y retrocedo estremecido ante mf mismo
cuando l a s a g u a s de u n riachuelo me
m u e s t r a n mi desdichada Imagen.
¡ Oh ! ¡Si fueseis piadoso vos!... ¡ Sl
fueseis h u m a n o conmigo!... (Cae de
rodillas.)
TELL.
(Impresionado.)
¡ L e v a n t a o s ! ¡ levantaos !
JuAJí.
No lo h a r é si antes no me a l a r g á i s
vuestra generosa mano p a r a auxiliarme.
TELL.
¿ P u e d o socorreros? ¿ E s esto posible
a u n mortal?... ¡Levantaos!... P o r
horrible que sea vuestra acción, sois
al fin un hombre... ¡ Nadie deja a
Tell sin recibir consuelo... y lo que
yo pueda h a c e r lo haré!...
•TuAN.
(Cogiéndole
la mano con
viveza.)
¡ Oh ! ¡ T e l l ! ¡ Vos salváis de la desesperación mi a l m a !
TELL.
Dejad mi mano... No podéis contin u a r a q u í sin ser descubierto, y u n a
vez descubierto mi protección os será
Inútü... ¿Dónde queréis Ir? ¿Dónde
p e n s á i s h a l l a r algün reposo?
.TuAN.
¡ A y ! ¿ L o sé yo por v e n t u r a ?
TELL.
E s c u c h a d : tengo u n a inspiración q u e
quizá Dios me envía. I d a Italia, a
la ciudad de S a n Pedro. E n ella os
e c h a r é i s a los pies del P a p a : confes a d l e v u e s t r o crimen, y t a l vez resc a t a r é i s v u e s t r a alma.
JUAN.
¿ N O m e e n t r e g a r á a mis vengadores?
TELL.
Si lo hace, resignaos y aceptadlo
como si Dios lo o r d e n a r a .
JUAN.
¿Cómo l l e g a r é a t a n lejano y desco-
TKLL.
JUAN.
TELL.
JUAN.
TEIX.
JUAN.
TELL.
HED.
JUAN.
TELL
llK-.
TELL.
nocido p a í s ? No sé los caminos y no
me a t r e v e r é a J u n t a r m e con los l í a Jeros.
Indicaré vuestra vfa. Atended bien.
Seguiréis contra l a corriente de la
Reuss. cuyas salvajes y bullidoras
a g u a s se precipitan desde el monte...
(Asustado.)
¿Veré la Iteuss? Se deslizaba no lejos del sitio en que ejecuté el crimen.
E l camino bordea precipicios y e s t á
indicado por cruces l e v a n t a d a s en
memoria de los caminantes que b a n
perecido en l a s nieves.
No temería los h o r r o r e s de la naturaleza sl pudiera dominar l a s salvaj e s t o r t u r a s q u e mi corazón e s t á sufriendo.
Delante de cada cruz postraos de rodillas y expiad con l a s a r d i e n t e s lágrimas del arrepentimiento vuestro
crimen. Y si cruzáis felizmente estas
sendas espantosas, si el monte no os
envía desde sus cimas cubiertas de
nieve s u s terribles aludes, si salváis
con buena fortuna estos senderos,
llegaréis a u n sitio donde se hacinan grandes y negruzcos peCascos
y que no h a iluminado j a m á s la
luz del día. Cruzad por e n t r e ellos y
luego encontraréis u n valle riente y
hermoso. Pero lo cruzaréis rápidamente. No podéis deteneros allí donde vive la paz.
¡ O h ! ¡Rodolfo! ¡Rodolfo! l O h ! ¡ m i
real a n t e p a s a d o ! ¿Y es así como t u
nieto debe p e n e t r a r en t u reino?
Subiendo así, llegaréis a l a s a l t u r a s
del San Gotardo, donde veréis los
eternos lagos q u e se llenan con los
t o r r e n t e s del cielo. U n a vez allí deJaréis a Alemania, y el alegre curso
de otro río os conducirá a Italia, que
será p a r a vos la t i e r r a prometida.
(Se oye el R a n z de l a s vacas tocado
por muchas bocinas.) Viene gente.
¡Huid! ¡Huid!
(Entrando.)
¿Dónde estás, Tell? MI
p a d r e llega. Avanza a l frente de los
confederados.
(Echándose
el capuchón
sobre el
rostro.) ¡Desgraciado de m í que no
puedo detenerme e n t r é los que viven
felices I
Ve, esposa m í a : d a algo a ese hombre p a r a q u e se anime. Cárgale de vit u a l l a s porque el camino que va a
emprender es m u y largo y no hallará
mesón donde albergarse. ¡ P r o n t o !
¡pronto!
¿Quién e s ?
N a d a t e Importa. Cuando s e vaya,
GUILLERMO
WAL.
(i
VI.
TELL.
WAL.
TELL.
HED.
(Uetde fuera.) ; Ya estáis de vuelta !
(Desde fuera.) ¡ P a d r e uiío! ¡ P a d r e
luío!
(Desde fuera.) Ya estoy de vuelta.
¿Dónde se e n c u e n t r a vuestra m a d r e ?
(Entra.)
E n el umbral d e la p u e r t a ; m a s no
puede ir m á s lejos porque tiembla de
espanto y de alegría.
¡ O h ! ¡ E d w i g ! ¡ E d w i g ! , m a d r e de
mis hijos. ¡ Dios acudió e n mi auxilio! ¡Ya no volverá a separarnos el
déspota!
(Colgándose a su eucUo.) ¡ O h ! ¡ T e l l !
¡ O h ! ¡ T e l l ! ¡ C u á n t o por ti he sufrido !
(Juan lo observa y escucha
gran
atención.)
Gui.
TELL.
HED.
TEI.L.
HED.
TELL
HED.
JüAIT.
TELL.
JUAN.
TELL.
HED.
TELL.
Olvida t u s a n g u s t i a s y n o pienses
m á s q u e en n u e s t r a alegría. ¡ Ya estoy d e r e g r e s o ! ¡ Aquí está mt choza ! ¡ Estoy en mi c a s a !
¿Qué hicisteis del arco, p a d r e ? No le
veo.
Ni le verás m á s . Se conserva e n tm
paraje sagrado. Ya n o servirá p a r a
la caza.
¡Oh! ¡Tell! ¡ O h ! ¡Tell!
(Retrocede
y deja caer su matw.)
¿Qué t e asusta, mujer?
:.Cómo vuelves? E s t a mano,., ¿imedo
estrecharla?... ¡ Oh ! ¡ Dios m í o ! ¡ Dios
mío!
(Con orgullo y valentía.)
Os defendió a todos y salvó mi p a t r i a . Puedo
l e v a n t a r l a a l cielo sin escriipulo. (El
fraile hace un movimiento
rápido.
Tell lo percibe.) ¿Quién e s ese hermano?
h a b í a olvidado. Háblate. Su presencia m e a s u s t a .
(Acercándose.)
¿Vos sois Tell, cuya
mano h a disparado la flecha contra
el baile?
(Examinando
con detención al fraile.) Sí, soy y o : no tengo por qué ocultarlo.
Heristeis a u n enemigo que os hizo
daño;, yo tambiéu herí a otro enemigo porque no me hacía justicia. También e r a enemigo vuestro,,. Yo libert é de él al país,
(Retrocediendo.)
Entonces vos sois...
¡ A h ! ¡qué horror!,.. Hijos míos, salid de aquí.,. ¡ Vete, esposa mía!.,.
¡ O h ! ¡ D e s g r a c i a d o ! Con q u e sois...
i Santo cielo! ¿Qué ocurre?
No lo preguntes. V e t e : los niños n o
deben oírlo. Sal de casa. Vete l e j o s :
TEATRO CLASICO.
HED.
TELL.
JUAN.
TELL.
JUAN,
TELL.
todo con
«
TELL.
JELL
JUAN.
TELL.
JUAN,
TELL.
JUAN.
TELL.
JUAN.
801
no puedes e s t a r bajo el techo que co
bija a este hombre.
¡ Desgraciados de n o s o t r o s ! ¿Qué hab r á sucedido? Venid conmigo, niños.
(Se va con sus hijos.)
(Al fraile.)
Vos sois el duque de
Austria... Vos heristeis al emperador,
vuestro señor y tío.
Me robó mi herencia.
¡Asesinar a vuestro tío, a vuestre,
e m p e r a d o r ! ¿Y la tierra a u n os sostiene? ¿Y el sol os a l u m b r a ?
Escuchadme, Tell.,,
¿Destilando atin sangre el regicidif.
y el parricidio, t e a t r e v e s a p e n e t r a r
en mi casa, donde reina l a ])ureza?
¿Osas m o s t r a r t u semblante a un
hombre honrado, y pedirle hospitalid a d bajo su techo?
Yo esperaba h a l l a r en vos misericor
dia. Recordad, Tell, q u e vos también tomasteis venganza de vuestro
enemigo,
¡ D e s g r a c i a d o ! ¿ E s posible q u e confundas el sangriento crimen de la
ambición con l a j u s t a necesidad q u e
tiene u n p a d r e de defenderse? ¿Defendiste la a m a d a cabeza de t u s hijos? ¿Protegiste el s a n t u a r i o del hog a r ? Yo puedo l e v a n t a r m i s manos
p u r a s al cielo y puedo maldecirte a
ti y a t n crimen. Yo vengué la s a n t a
n a t u r a l e z a que t ü profanaste. N a d a
tengo de comtln contigo: tii asesinaste,.., yo defendí lo que p a r a el hombre existe de m á s precioso e n el
mundo.
¿Entonces me rechazáis? ¿Ni slqule
r a me prodigáis u n a p a l a b r a de consuelo?
Al h a b l a r t e me estremezco d e horror.
V e : sigue tu horrible cauíino; deja
p u r a u n a cabana donde sólo mora la
Inocencia.
(Disponiéndose
a salir.) ¡ D e este
modo la vida es imposible!
P e r o me d a s compasión... ¡ A h ! ¡ Dios
mío!... ¡ T a n joven... hijo de u n a r a z a
t a n noble... nieto de Rodolfo, mi rey
y mi sefior, huyendo como asesino y
deteniéndose desesperado y suplicant e e n el u m b r a l de la choza de un
Infeliz labriego!... (Se oculta el rostro entre las manos.)
¡ O h ! ¡si pudieseis l l o r a r ; si mi desgracia os conmoviera! Mi situación
es en verdad terrible. Soy príncipe...
es decir, lo era... Podía ser feliz si
hubiese dominado l a Impaciencia de
mis deseos... Pero la envidia me roía
l a s e n t r a ñ a s . Veia a m i p r i m o Leo-
780
HED.
TEIÍ.
HED.
TELL.
HED.
TEIX.
HED.
TELT..
HED.
TELL.
HED.
TELT,.
HED.
TELL.
HED.
TELL.
WAL.
TKLL.
WAL.
HED
TELL.
HED.
TELL.
HED.
TELL.
HED.
TELI..
SCHILLER
cha en casa, no hay necesidad de
tre los peflascos un sendero solitario
recurrir al cai-pintero. (Coge su goen un sitio donde sólo podía cruzar
rro.)
un hombre, pues encima de mí había
íDónde vas?
una roca inaccesible y debajo se
Altdorf, a ca.sa de mi padre.
precipitaban rugiendo las aguas del
;.No piensas en el riesgo a que te exSchoechen (Los chiquillos se aprietan
pones?
a derecha e izquierda de su padre y
;.En cuál?
le miran con curiosidad.),
hallándoSe trama algo contra los bailes.
me en aquel sitio vi venir al baile.
Se lia celebrado una reunión en UutIba solo. Estábamos frente a frente
li y se ha contado en ti para formar
y a nuestros pies mugía el abismo.
parte de la liga.
Cuando el baile me vio a mí, a quien
Lo ignoro..., mas no me negaré'a mt
no hacía mucho que me había hecho
país si me llama.
expiar de un modo harto severo una
Te colocarán allí donde esté el pelipequeña falta, palideció y sus rodigro : como siempre, te se dará el
llas temblaron. VI que iba a caer sopuesto más arriesgado.
bre el peñasco y sintiendo piedad, le
Se da el que uno merece.
dije con acento humilde: "Soy yo,
;,No cruzaste el lago con el liouibre
señor baile." No acertó a pronunde TJnterw.alden? Milagro fué que
ciar ni una frase. Únicamente me
llegaras sano y salvo. ¿Es decir, que
hizo una seña para que siguiera mi
no piensas ni en tu mujer ni en tus
camino. Seguí andando, encontré su
hijos?
escolta y le dije dónde encontraría a
Sí, querida mía: pienso en vosotros
su jefe.
y he ahí por qué salvé aquel homHED.
Tembló ante ti. ¡ Oh! ¡ desgraciado!
bre : era padre y esposo.
; Nunca te perdonará el que hayas
¡Cruzar el lago estando furioso!
presenciado su flaqueza!
Esto no se llama fiar en Dios, sino
TELL.
He ahí por qué le evito. Afortunadatentarle.
mente no irá en busca mía.
El que reflexiona mucho no socorre
HED.
No vayas hoy a Altdorf. Mejor fuea nadie.
ra que anduvieses de caza.
Sí: tú eres bueno y generoso: auxiTELL.
¿Por qué?
lias a todo el mundo; pero el día
HED.
Me siento intranquila. No vayas.
que tengas una desgracia nadie acuTELL,
¿Por qué te inquietas, mujer, sin modirá en tu socorro.
tivo?
Dios me libre de necesitarlo. (Coge
HED.
Por esto precisamente: porque no
el arco y las flechas.)
tengo motivo para inquietarme.
¿Por qué te llevas el arco? Déjalo
TELL.
Prometí que iría allí.
aquí.
HED.
Ve entonces; pero deja al chiquillo
Cuando me faltan las armas siento el
WAL.
No, madre, quiero ir con él.
brazo flojo. (Los nmos
vuelven.)
HED.
¿Prefieres dejarme?
¿Dónde vas, padre?
WAI .
Te traeré una cosa de casa el abue
A Altdorf, hijo mío, a casa del abuelito. (Vase con su padre.)
lo, ¿Quieres venir conmigo?
«Ul.
Yo me quedo contigo, madre mía,
¡ Ya lo creo!
HED,
(Besándole.)
Eres un buen muchaEl baile está también ahora allí. No
cho: tú me harás compañía. (Se divayas.
rige a la puerta del patio y sigue
Pero saldrá de Altdorf hoy mismo.
con los ojos, durante algún
tiempo,
Pues deja que marche. Haz que no
a su esposo y a su hijo.)
te v e a : bien salies que nos mira con
malos ojos.
Nada me importa. Sólo hago lo que
ESCENA II
es justo y no temo a mi enemigo.
Cabalmente él odia al que es juslo.
Porque no tiene dónde cogerle. Creo,
Un bosque con cascadas que se precipitan
sin embargo, que a mí me dejara
desde lo alto de los peñascos.
en paz.
¿En qué te fundas?
BERTA, en traje de
cazadora;
No hace mucho, cuando yo iba a caluego RuDE.Nz.
zar a las salvajes comarcas del valle
de Schoechen, donde no se ve la hueBER,
Me sigue: pues bien, le hablaré claro.
lla del hombre, y mientras seguía enKuD.
(Entrando
con viveza.) Por fin os
GUILLERMO
IELL
773
lioes pastores, contra el ejército de
ESCENA I I
Alberto?
ATTLX. No conoces nuestro puebl«: no le has
Una pradera rodeada de árboles y peñasvisto luchar como yo en la batalla
cos. — Arrimados a éstos, escalas por donde Faenza. Si los tiranos se hallan
de bajan algunos hombres. En el fondo
dispuestos a sujetarnos al yugo, nosun lago solire el cual se cierne arco iris
otros queremos sacudirlo. Aprende a
lunar. En lontananza montañas elevadas
conocer la raza de que eres hijo. No
cubiertas de nieve. Es de noche y el lago
lances un falso brillo sobre tu proy los venti.squeros están iluminados por el
pia dignidad. Sé el jefe de un pueastro nocturno.
blo libre que se consagra a ti con
lealtad y con cariño y que se manM E L C H T H A L , BAITMOARTE.V, W I N ,
tiene fiel a tus órdenes entre el ruKELKIED, MiCIER D E S A R N E N ,
mor de la batalla. He ahí a lo que
B U R K H A R T UE B U H E L , A K N O I . D O
debe aspirar la gloria de tu nombre.
DE SEWA, H A N S DE F U T E II
Ya que la naturaleza y tus propios
otros hombres
armado».
sentimientos te ligan y encadenan a
tu patria, ámala con ternura. En
MEL,
(I-ya el fondo de la escena.) ¿Quién
ella están las poderosas raíces de
tiene valor para seguirme? Conozco
tu fuerza; allí, en la corte, en aquel
el peñasco y la (nuz que le corona.
suelo extranjero, vivirás solo; serás
Hemos llegado al término del camicomo un árbol débil que cae al so
no: aquí está Uulli. (Adelantan
en
pío de las borrascas. No vayas hoy
la escena con
antorchas.)
a Altdorf: ¡ concede un solo día a los
WINK.
¿Se oye a alguien?
que tanto te quieren!
ARN.
Nadie.
RUD,
Di mi palabra de que iría y hay
MEIER.
Nosotros, los de Unterwalden, somos
que cumplirla,
los primeros en llegar a la cita.
ATTI.N. (Con severidad y dejando de estreMEL.
¿Qué hora es?
charle la mano.) Diste tu palabra...
BAU.M.
El vigilante de Sitlsberg anunció las
Sí, desgraciado; pero te compromedos de la madrugada.
tiste porque has caído en las redes
del amor. (Rudenz vuelve la cabeza.)
(únese a lo lejos el rumor de una
DI lo que quieras. Berta de Bruneck
campana.)
te guía al castillo y te encadena al
BURK.
La capilla del bosque, que está a ir.
servicio del emperador. Quieres conotra parte tlel lago, da el toque de
quistarla haciendo traición a tu pamaitines.
tria. N o : te engañan, Rudenz. Se te
FLUE.
muestra a la joven para seducirte;
La noche está tranquila y se oye de
muy lejos.
pero el cielo no la ha destinado a tu
MEL.
sencillez y tu inocencia.
Encended hogueras para que sirvan
RUD.
de guía a los que vien'—
Quedo enterado... Adiós, tío. (Vase.)
.\TTI.V.
; Quédate, insensato!... ¡ Se ha mar(Salen dos
hombres.)
chado !... No puedo ya salvarle, ¡ He
ahí cómo la juventud abandona su A R N .
Hace una noche de luna hermosísipatria!... Seducida por los resplandores de una corte extranjera quo
BUHK. ma, líl lago parece un espejo.
Nuestros amigos lo cruzarán fácilpenetran en nuestras montañas, lo
mente,
olvida todo. ¡ .'Vh ! ¡ maldita la hora
WINK.
(Extendiendo
la mano hacia el laen que elementos extraños vinieron
a destruir en esos felices y sosegaMEIER. go.) ¿No veis nada?
Sí: el arco iris en medio de la nodos valles la piadosa Inocencia de
che.
sus costumbres! La novedad lo M E L .
arrastra todo; la dignidad se v a :
KLANS, Lo produce la luna.
Es tan raro como extraordinario.
llegan otros tiempos y todo varía.
¿Qué es lo que hago en el mundo?
BAU.M. Mucha gente nunca lo ha visto.
Debajo de él veo una barca bogando.
Aquellos con quien yo vivía han des- MEL.
Será la de Stauffacher, Es un vacendido al sepulcro. Mi tiempo ya
liente que no se hace esperar mucho.
no existe. ¡Felices aquellos que no
(Se dirige con Baumgarten
hacia la
se ven ya obligados a transigir con
los u s o s y costumbres nuevas!
MEIER. orilla del lago.)
Los que tardan más son nuestros
(Vase.)
compañeros de Uri.
774
SCHILLER
/BuBK.
(Durante este
hogueras.)
MEL.
STAU.
GUILLERMO
Tienen que dar nn gran rodeo por
el monte para evitar el espionaje del
baile.
tiempo
se
encienden
(En la orilla del lago.) ¿Quién va?
Dadme la consigna.
(Desde el foro.) Amigos de la patria.
(Todos se dirigen al fondo para recibir a los gue llegan.)
STAUTTACHER,
HA.NS
JORO DE HOFE,
ULRICO
DE
CONRADO
SCHEMITD,
MAUER,
HUNN,
VEILER
V
otros tres hombres
armados
saltan en tierra desde la lancha.
TODOS.
¡ Sed bien venidos 1
(Mientras se quedan en el foro y se
saludan, Melchthal y Stauffacher
STAU.
adelantan en la escena.)
MEL.
MEL.
STAU.
MEL.
(A Stauffacher.)
; A h ! ¡señor Stauffacher ! ¡ He visto a mi padre!, al
hombre que no me verá nunca más.
He puesto la mano sobre sus ojos y
me ha inspirado una horrible venganza el verlos sin luz.
N O hables de venganza. No debemos
vengar lo que ya está hecho, sino
adelantarnos al mal que nos está
amenazando. Dime lo que en el cantón de Unterwalden habéis ganado a
nuestra causa; dime lo que piensa
el país y cómo escapasteis a la red
que la traición nos tiende.
A través de la peligrosa cadena de
montañas de Surenén, cruzando el
vasto campo de hielo en que el águila
de los Alpes exhala sus graznidos,
yo llegué a las praderas en que los
pastores de Uri y de Engelberg se
llaman y se saludan, calmando mi
sed con las fuentes de los ventisqueros que descienden espumosas al
torrente. Me detuve en las granjas
abandonadas, esperando llegar a las
aldeas. En aquellos valles se conocía ya mi desgracia, en que me ha
sumergido la crueldad del baile, y
esto hizo que se me abrieran todas
las puertas en que yo llamaba. Hallé
que todos los corazones estaban irritados por las violencias del nuevo
régimen; pues así como las montafias nutren las mismas plantas, las
fuentes corren por un mismo cauce
STAU.
MEL
STAU.
MEL.
STAU.
y las nubes y los vientos siguen una
dirección siempre igual, del misma
modo las costumbres antiguas se han
transmitido, sin cambiar, de los padres a los hijos. No admiten reformas temerarias en sus viejas costumbres y en la marcha uniforme
de su vida... Tendiéronme sus francas y rudas manos, descolgaron de
las paredes sus enmohecidas espadas y no bien pronuncié vuestro respetado nombre y el de Walter Furst,
cuando brilló en sus ojos el sentimiento del valor y de la patria, jurando al mismo tiempo que os seguirían hasta la muerte. Así ful de
choza en choza bajo la santa protección de la hospitalidad, y cuando
llegué a mi país natal, donde viven
mis muchos parientes, encontré a mi
desgraciado padre, ciego y desi)ojado, albergado en casa ajena y viviendo de la limosna...
¡ Santo cielo!...
Yo no lloré: no desíihogué mi aolor en Impotentes lágrimas: lo encerré en el fondo de mi corazón y
no pensé más que en vengarme.
Subí a las más altas cumbres del
monte y no dejé ni im valle: encontré ni mismo pie de los ventisqueros cabanas habitadas y hallé
el odio a la tiranía hasta en aquellos limites de la creación, donde el
suelo se hace estéril... Entusiasmé
con el fuego de mi palabra el corazón del pueblo y a esta hora nos
pertenece por completo.
Hicisteis mucho en poco tiempo.
Más aún: Uosstjerg y Sarnen son las
dos fortalezas que teme más el país,
ya que el enemigo se defiende tras
sus muros de peñascos y ya que asuela desde ellas las comarcas. Yo quise verlas y me dirigí a ellas.
¡Cómo!... ¿Entrasteis en la caverna
del tigre?
SI: me disfracé de peregrino y vi &\
baile como se embriagaba en su mesa... ¡ Juzgad lo que sufrí para dominarme : vi a mi enemigo y sin embargo no le hice trizas en mis manos!
Vuestra temeridad fué grande; mas
la fortuna os fué propicia. (Durante
este tiempo los demás
personajes
avanzan en la escena.) Pero decid:
¿quiénes son los hombres que os siguen? Haced que yo les conozca a
fin de que nos inspiremos confianza
los unos a los otros
STAU.
rando el aire viciado de las ciodades, prestemos juramento de alianza. Queremos ser hermanos sin que
ningún contratiempo ni ningún riesgo nos separen. (Todos repiten estas
frases.) Queremos ser libres como lo
fueron nuestros padres, y antes que
vivir en la esclavitud preferimos la
muerte. (Todos lo repiten.) Nos confiamos a Dios Todopoderoso y no tememos el poder de ningún hombre.
(Lo repiten y todos se abrazan.)
Ahora, que cada uno vuelva en silencio al lado de sus amigos. Que el
que sea pastor guarde tranquilamente sus rebaños y conquiste en secre-
ACTO
TELL
779
to partidarios. Sl hay que sufrir, suframos. Dejad que crezcan las cuentas de la tiranía: día llegará en que
podremos saldarlas. Que cada uno reprima su furor y aplace su venganza
en bien de todos; el que sin el consentimiento general quiera hacer justicia en su causa, hará un robo al
bien común.
(Mientras cada cual va por su lado,
la orquesta toca un himno; el telón
continúa por algún tiempo levantado y los montes cubiertos de hielo se iluminan con los primeros rOr
yoa del sol.)
TERCERO
Patio frente la casa de Guillermo Tell
ESCENA PRIMERA
HED.
empuñando una hacha de
carpintero; H E D W I O , SU mujer,
ocupada en trabajos
domésti-
TELL,
cos.
WALTER y
GUILLERMO,
SUS
hijos, en el fondo, jugando con
un pequeño arco y disparando
fleclias.
WAL.
TELL.
HED.
TELI..
HED.
TELL.
(Cantando.) Con su ñecha y su arco
y a través de los valles y los montes
se ve al cazador a la primera luz del
día. Asi como en la región de los
aires el águila es reina de las aves,
de igual manera el cazador es rey
de las montañas. El espacio es s u y o ;
suyo es todo lo que anda y vuela.
(Corriendo hacia Tell.) Se ha roto
la cuerda de mi arco. ¿Quieres arreglarla. padre?
No. Un buen cazador se la compone
él mismo. (Los niños se alejan.)
Nuestros hijos, con ser tan pequeños, empiezan ya a manejar el arco.
El que quiere ser maestro en su oficio debe cultivarlo desde niño.
Quiera el cielo que no lo aprendan
jamás.
Lo deben aprender todo. El que quiere abrirse un camino en la vida tiene que armarse para el ataque y la
defensa.
Entonces viviré siempre Intranquila.
¡ Oh ! ¡ cuánto me disgusta tu oficio !...
TELL.
La naturaleza no hizo de mi un pastor: es necesario que persiga siempre un objeto fugitivo. Sólo gozo de
la vida cuando adquiero algo luchando.
HED.
¿Y no piensas en la Inquietud que
sufre tu esposa, quien se desespera
aguardándote? Lo que se me ha contado de tu peligroso oficio me llena
de terror. Cuando sales, mi corazón
se estremece porque temo que no volveré a verte. Te contemplo extraviado en esas montañas de hielo; veo
cómo saltas los peñascos; cómo el
gamo, volviéndose hacia ti, te arrastra hacia el abismo; cómo te sepulta
j
un alud; cómo el hielo engañador se
j desprende sobre ti y te hunde y te
( traga en su fría y horrible tumba.
¡ A y ! ¡la mnerte se apodera con varios modos del cazador de los Alpes:
¡ E s un oficio desgraciado que bordea siempre el abismo!
TEIX.
El que está alerta, el que está sano
y robusto y confía en Dios y en sus
fuerzas, evita el riesgo fácilmente.
La montaña no asusta nunca a sus
hijos. (Ha concluido su trabajo y
suelta el hacha.) Vaya: está ya remendada la puerta. Teniendo una lia-
778
SCHILLER
nuevos. Lo que sea del emperador
combatimos todos p o r un mismo deserá del emperador. E l q u e tenga un
recho?
señor, que le sirva.
WlNK.
Creo que no debemos sublevarnos
MEIEB.
Y O tengo un feudo de Austria.
h a s t a el día de Navidad. E s costumFUBST.
P u e s rendiréis homenaje a A u s t r i s .
b r e e n e s t a pascua q u e todos los vaW E I L E B . Yo pago u n t r i b u t o a los señores de
sallos manden presentes a l castillo
Rappersweil.
del b a i l e : se pueden reunir en él
rUBST. Continuaréis pagándolo.
diez o doce de los nuestros que no
Yo presto Juramento a la abadesa de
Ros.
sean sospechosos y llevar estoques,
Zurich.
ya que se prohibe e n t r a r en el casKlRST.
D a r é i s al convento de Zurich lo que
tillo con a r m a s . A g u a r d a r á en la seles suyo.
va un buen golpe de gente, y si aquéSTAU.
Yo no rindo m á s vasallaje q u e el que
llos se apoderasen de l a s p u e r t a s , ha- ,
debo al imperio.
r á n u n a señal con su bocina y se i r á •
F U B S T . Que se cumpla lo debido; pero n a d a
allí p a r a g a n a r l a s fortalezas.
más. Queremos lanzar de esta t i e r r a
MEL.
Yo escalaré la de Rosslierg: me hallo
a los bailes y destruir l a s fortaleen relaciones con u n a de sus mujezas ; m a s esto, a ser posible, h a y q u e
r e s y le pediré u n a cita de n o c h e ;
hacerlo sin derramamiento de san
cuando esté en ella h a r é q u e suban
gre. Que el emperador se convenza
mis amigos.
de que sólo la necesidad nos obliga
R E M N O . ¿C<mvenís todos en que la sublevaa la lucha. Si ve que no salimos de
ción se aplace?
nuestros justos límites quizá, aunque no sea m á s que por política, d e
(La mayoría levantan la mano.)
m i n a r á su cólera; el pueblo que
muestra moderación a u n desenvaiSTAU.
(Contando los votos.) E s l a mayonando la espada, se hace siempre
r í a : veinte contra doce.
temible.
FUBST.
Si en el día señalado caen en nuesR E D I J I G . Pero veamos: ¿cómo llevaremos a
tro poder los castillos, levantaremos
cabo n u e s t r a empresa? El enemigo
hogueras en l a s cumbres de los monestá bien a r m a d o y no cederá fáciltes. L a revolución será proclamada
mente.
en los cantones. Si los bailes ven que
STAU.
Cederá si nos levantamos en a r m a s :
nos levantamos en a r m a s , creed que
le sorprenderemos a n t e s de que esté
renunciarán a la lucha y abandonapreparado.
r á n este país.
MEIEB.
Lo q u e decís e s t á b i e n ; pero e s difíSTAU.
E l que ofrecerá m á s dificultades
cil hacerlo. Nuestro país se halla doserá Gessler: rodeado de sus jinetes,
minado por dos fortalezas que seres hombre temible: no a b a n d o n a r á
v i r á n de refugio al enemigo. Si el
su puesto sin verter sangre. E s direy cae sobre él será temible. Los
fícil, ya que no peligroso, el l u c h a r
castillos de Rossberg y de Sarnen
con u n hombre del carácter de Gessdetien ser nuestros a n t e s de subleler.
v a r los t r e s cantones.
BAUM.
Allí donde sea mayor el peligro, allí
STAU.
Si t a r d a m o s mucho, seremos descue s t a r é yo. Tell m e salvó l a vida y l a
biertos. H a y demasiada gente iniciasacrificaré a mi p a t r i a .
d a en el secreto.
R E D I N G . E l tiempo es gran consejero. AguarMEIEB.
Aquí n o h a y t r a i d o r e s .
dad con calma. Algo se tiene que
E l m á s e n t u s i a s t a de n u e s t r a s liberRos.
confiar a la inspiración del moment a d e s , sin querer, puede echarlo a
to. P e r o v e d : el brillante fanal de
r o d a r todo.
la a u r o r a tiñe ya l a s m á s a l t a s cumFUBST.
Si t a r d a m o s en obrar, la fortaleza de
bres. Separémonos antes de que nos
Altdorf q u e d a r á t e r m i n a d a y en ella
sorprenda aquí la luz del día.
se fortificará el baile.
No h a y á i s m i e d o ; la noche deja con
FUBST.
aiEIEE. N o p e n s á i s m á s q u e en vosotros.
l e n t i t u d el valle.
SAC.
Y vosotros sois m u y injustos.
MEIEB.
(Interrumpiendo.)
¡Nosotros injus(Todos se descubren y
contemplan
t o s ! ¿Y U r i se a t r e v e a declararlo?
en reliyioso silencio el purpúreo
R E D I N G . ¡ Calma, federados, calma ! P e n s a d en
albor de la mañana.)
n u e s t r a causa.
MEIEB.
C i e r t a m e n t e : que Schwyz y U r i nc
Ros.
P o r esa luz que saludamos nosotros, ^
riñan.
los primeros de todos los pueblos que .
K E D I N O . N O t u r b é i s l a p a z con violencias. ¿No
viven debajo de estos montes respl-
GUILLERMO
MEIEB
STAUF.
MEL
STAU,
CON.
MKIKK.
STAU.
WlNK.
(A stauffacher.)
¿Quién n o os conoce en los t r e s cantones? Yo soy
Meier d e S a r n e n : h e a h í a S t r u t h
de ^\•inkel^led, el hijo d e m i hermana.
No m e son desconocidos estos nomores. Un Winlíelried m a t ó el dragón
de la laguna de Weiler y pereció e n
la contienda.
E r a mi abuelo.
(Indicando
dos hombres.)
Éstos h a bitan m á s a l l á de la selva: son vasallos de la abadía de Engelberg...
No los despreciéis p o r siervos y porque no son dueños de sus t i e r r a s .
A m a n la p a t r i a y gozan de buen
nombre.
(A los dos hombres.)
Venga vuest r a mano. Feliz el que está l i b r e ;
pero la lealtad se halla también en
los siervos.
Aquí tenéis al caballero Reding,
n u e s t r o antiguo l a n d a m m á n .
Le conozco. E s mi adversario en u n
l i t i g i o ; pero sl somos enemigos a n t e
la justicia, aquí seremos amigos.
(Le tiende la mano.)
Me place t a l lenguaje.
¿No oís? Y a llegan. Escuchad l a
t r o m p a de U r i .
(A derecha e izquierda de la escena
se ven hombres
que
descienden
con linternas sordas por entre los
peñascos.)
MAUEK.
BAUM.
Ved al buen servidor de Dios, a su
digno párroco. No ha temido la fatiga del camino ni la oscuridad de
la noche, p a r a velar como buen pastor por su pueblo.
Viene también con él el sacristán de
la parroquia. Veo también a Walter
F u r s t ; pero no a Tell el cazador.
WALTEB FUBST,
el cura
ROSSELMÁNN,
KuoNi el pastor, W E B . M el cazador, RuoDi el pescador, el S A C R I S T Á N y otros hombres en número
de treinta y tres se acercan a la
loguera.
FUBST.
MEL.
¿ A S Í , pues, en nuestra misma tierra,
en el paterno suelo debemos c a m i n a r
furtivamente entre la oscuridad de
la noche que presta su negro m a n t o
a la conspiración y al crimen, como
si fuéramos asesinos, siendo a s í q u e
venimos p a r a reconquistar n u e s t r o
derecho m á s claro y m á s brillante
que la luz del sol?
¿Qué importa? Lo que se t r a m e en
las sombras de l a noche, b r i l l a r á
TELL
775
alegre a n t e el resplandor del día.
Oíd, confederados, u n a idea q u e el
cielo a no dudarlo me inspira. Vamos
a r e u n i m o s en asamblea y podremos
consirerarnos r e p r e s e n t a n t e s de todo
u n pueblo. Obremos conforme a
n u e s t r a s a n t i g u a s c o s t u m b r e s : lo
que sea ilegal q u e d a r á excusado por
l a s necesidades de los tiempos.
STAU.
E s t á b i e n : sigamos n u e s t r a s costumbres. Aunque sea de noche, n u e s t r o
derecho resplandece.
A pesar de que no e s t a m o s todos, el
MEL.
corazón d e todo u n pueblo nos acomp a ñ a . Los mejores se h a l l a n presentes.
CON.
Y sl n o tenemos a mano los Ubros
antiguos, los llevamos escritos en
n u e s t r o corazón.
Ros.
¡ E a ! Haced círculo. P l a n t a d l a s espadas.
M.\UEB
Que el alcalde ocupe su sitio y q u e
se coloquen a su l a d o los secretarlos.
S A C B I S , T r e s son los pueblos. ¿A cuál de
ellos corresponde presidir la asamblea?
MEIEB.
E s t a distinción puede disputarla
Schwyz con U r i ; nosotros, los de
Unterwalden, renunciamos a ella.
MEL.
Nosotros renunciamos también. Hemos venido a suplicar, pedimos ayuda a los amigos m á s fuertes.
STAU.
Tome, pues, Uri la espada. Su bandera nos guía en las expediciones
del Imperio.
FUB.ST.
El honor de llevar la espada lo compartiremos con Uri, porque de su linaje todos nos enorgullecemos.
Ros.
Dejadme solucionar amistosamente
este noble forcejeo. Schwyz guiará
el Consejo, Uri el campo.
FURST.
(Presentando
las espadas de Stauffacher.) Tomad, pues.
STAU.
Yo no, que este honor sea p a r a el
más anciano.
-JORG.
Quieií tiene m á s años es Ulrich el
Herrero.
M A U E B . El hombre vale, pero no es libre, y
en Schwyz ningún hombre qne no
sea libre puede ser Juez.
¿No está aquí el señor Reding, el
ST.U-.
antiguo alcalde? ¿A qué, pues, buscar uno que sea m á s digno?
Sea, pues, el alcalde y el caudillo
FUBST.
del día. Quien esté conforme que levante la mano. (Todos levantan la
mano.)
Ros.
REDINQ.
No puedo poner mi mano sobre los
libros, pero j u r o a lo más alto, a l a s
estrellas eternas, que j a m á s me apart a r é de l a Justicia. (Colocan ante él
775
STMJ-
STAt
SCHILLER
las dos espadas. Los presentes
forsus costumbres primitivas y los homman circulo a .su alrededor:
ScJiwyz
bres de Schwyz se reconocen entre
permanece en medio, üri a la deretodas las razas extranjeras que se
cha, Vnterwalden
a la izquierda; él
han establecido en el p a í s : su corase apoya sobre la espada.) ¿Qué e s
zón y su sangre son siempre los mislo que hace reunir a los tres pueblo?
mos. (Tiende la mano a cuantos foraquí, en la inhospitalaria orilla del
man círculo.)
lasco, a la hora de los fantasmas?
MAUER
S
í : forman un solo corazón y una
;.('nál ha de ser el fin de la nueva
sola sangre.
alianza que fundamos ahora bajo el
TODOS.
(Tendiéndose
las manos.) Somos un
cielo estrellado?
pueblo solo y queremos vivir inde(Entrando
en el circulo.)
Nosotros
pendientes.
'laudamos una alianza: resucitamos
STAU.
Otros soportan el yugo extranjero.
la fundada por nuestros padres. SaSe han sometido al vencedor: hay
bedlo, confederados: aimque el lago
en nuestro mismo país hombres que
y la montafia nos separen y que catransigen con la tiranía y legan su
da pueblo se gobierne con indepenservidumbre a sus hijos. Pero nosdencia, todos pertenecemos a una
otros, la raza de los viejos suizos,
misma raza y a una misma s a n g r e ;
hemos conservado la lil)ertad constodos somos hijos de una misma patantemente. No doblamos la rodilla
tria,
ante los príncipes: hemos aceptado
.^sí, pues, conforme s e dice en nuesla protección del emperador de un
tros cantos populares, nuestros pamodo libre.
dres vinieron a ese país desde muy Ros.
Sí; y esto se halla consignado en la
lejos. Comunicadnos lo que sepáis
carta de Federico II.
acerca de esto, i Que la antigua
STAU.
Pero el más libre no carece de setior.
alianza fortifique la nueva!
Tiene que haber un jefe, un juez suOíd lo que se cuenta. En un país del
premo, que administre justicia. H e
Norte, había un noble pueblo que viahí por qué nuestros abuelos presvía en gran miseria. Su asamblea
taron homenaje al emperador de
resolvió que de cada diez habitanAlemania y Italia, y cómo los ciutes uno de ellos saldría del país
dadanos libres le han prometido el
decidiéndolo la suerte. Hízose así y
servicio de sus armas, Éste es el
los diezmados, hombres y mujeres,
único deber del hombre libre: proabandonaron su patria gimiendo y
teger siempre al emperador que l e
llorando y se dirigieron a manera de
protege.
ejército liacia el mediodía de EuroÍMET..
Hacer
más e s servidumbre.
lia abriéndose paso espada en mano
STAI .
Siguieron la bandera del imperio
a través de la Alemania, llegando
cuando se llamó al ejército y luchaa este país de altos y escarpados
ron en los combates. Fueron a Itamontes hasta que se detuvieron en el
lia donde ciñeron la corona de Roagreste valle donde entre verdes prama en la frente del monarca. En su
dos corre el Muotta. En él no se veían
país se gobernaban. conforme a sus
las huellas del hombre. Sólo enconleyes y costumbres, y únicamente se
traron una choza solitaria donde
concedía al emperador la alta Jurisvivía un guardián del lago. Pero
dicción criminal. Cuando se cometía
este rugía violento y n o era naveun delito, se le llamaba y admini.sgable. Entonces examinaron con de
traba justicia, ¿Hay en ello trazas
tención el país, vieron grandes b o s
de servidumbre? Si alguien cree otra
ques, descubrieron muchas fuentes y
cosa, que hable.
creyeron que habían vuelto a enconJoRa.
trar su querida patria; edificaron la
N o : es tal como decís. Nunca se ha
aldea de Schwyz y desmontaron no
admitido el despotismo entre nossin pena sus bosques. I.uego, cuando
STAU.
otros.
la tierra no produjo lo bastante paCuando no se quiso hacer justicia a
ra sostenerles, se extendieron por
los sacerdotes, nos rebelamos contra
nuestros montes hasta el Weisland,
el monarca. Esto suoedió cuando
donde, abrigado tras hielos eternos,
los monjes de Einsiedeln reivindicaotro pueblo habla otra lengua. Consron los prados en que se alimentatruyeron la aldea de Stanz en el
ban los rebaños de nuestros padres,
Kernwald, a lo largo de Altdorf y en
"Si el imperio se resiste a hacer jusel valle de Reuss. Mas vivieron con
ticia, dijeron éstos, iremos a nuestras montañas." Y ahora bien: ¿|o-
GUILLERMO
portaremos nosotros un nuevo yugo?
¿Permitiremos que un vasallo extranjero obtenga de nosotros lo que
no pudo alcanzar el emperador mismo? Hemos creado este suelo con el
trabajo de nuestras manos; la vieja selva que fué guarida de osos, se
ha transformado en habitación para
los liombres; matamos el dragón que
infectaba la laguna con su mortífero
aliento; hemos destrozado el velo de
niebla que se cernía en este país
salvaje; hemos derrumbado peñascos y levantado puentes que ofrecen
al viajero libre y seguro p a s o ; este
suelo es nuestro por la posesión de
muchos siglos, y a pesar de todo esto,
un vasallo extranjero quiere forjar
nuestras cadenas. ¿Es esto admisible? (Obsérvase mucha agitación en
todos.) N o : el despotismo tiene s u s
límites. Si el oprimido no halla justicia, si el fardo de la tiranía se le
hace insoportable, recurre lleno de
confianza al poder del cielo, y reivindica su derecho que es como sus estrellas inmutable. La vieja costumbre de luchar el hombre con el
hombre resucitará entre nosotros.
Siempre nos quedará nuestra espada con la cual defenderemos nuestro
derecho. ¡ Combatiremos por la patria, por nuestras mujeres, por nuestros hijos!
TODOS.
Ros.
¡MAUK-R,
BuRK
REDINO.
AR.\,
FEUE.
MEIER.
MAUER.
MEL.
(Golpeando sus espadas.) ¡ Combatiremos por nuestras mujeres y por
nuestros hijos!
(Entra en el circulo.) Antes de desenvainar la espada, reflexionad maduramente. Quizá se podría entrar
en arreglo con el emperador. Sólo
tenéis que pronunciar una frase para que los tiranos que hoy os oprimen os adulen. Separaos del imperio ; reconoced la soberanía de Austria.
¿Qué dice el cura? ¿Prestar nosotros
juramento a Austria?
¡ No le escuchéis!
¡El que tal aconseja e s un traidor!
¡ Calma, federados!
¡Soportar el yugo de Austria después de tantos ultrajes!
¡ Dejaremos arrebatarnos por la violencia lo que no queremos ceder a
la dulzura!
En tal caso fuéramos esclavos y seríamos dignos de serlo.
El que hable de someternos a Austria, que se le excluya de la confederación suiza.
Y que s e l e prive de gozar honores
TELL
777
y que nadie le reciba nunca en su
hogar.
(Levantando
la mano derecha.) ¡Que
esto sea l e y !
RED.
Lo será.
Ros.
Con ella seréis libres: Austria no
úebe alcanzar por violencia lo que no
ha obtenido con amistosas demandas.
RED.
Confederados: ¿se han intentado los
medios conciliatorios? Quizá el emperador no lo sabe y estamos sufriendo sin él saberlo. Antes de desenvainar la espada, elevaremos hasél nuestras quejas. La violencia es
siempre horrible hasta en una causa justa. Dios no ajTida cuando no
se ayudan los hombres.
STAU.
(A Conrado JHunn.) Cuenta lo que
sabes. Habla.
2o.\.
Fui a Rheinfeld, al palacio del e m perador, para quejarme de la dureza con que nos tratan los bailes y poseer la carta de nuestras antiguas
liliertades que cada nuevo emperador confirma. Encontré allí gran número de mensajeros de las ciudades
de Suabia y de las orillas del Rin
que habían ido por sus cartas y que
regresaban llenos de alegría a su patria, Pero a mí, e s decir, a vuestro
mensajero, se me hizo entrar en el
consejo y se me dieron vanas excusas. "El emperador, se me dijo, no
ha podido firmar aún vuestra carta;
la firmará otro día," Y como yo
atravesara lentamente las salas del
real alcázar vi al duque Juan que
lloraba ; cerca de él estaban los nobles señores de Wart y de Tagerfeld,
que me llamaron y dijeron: "Ayudaos vosotros mismos. No esperéis
del emperador justicia, ¿No despojó
a su hijo de su corona? ¿No detenta
su herencia? El duque reclamaba los
bienes d e su madre; tenía edad para
ello. ¿Qué respuesta obtuvo? El emperador ciñó a su cabeza una corona
de flores y dijo: "¡He ahí la gloria
de la juventud!"
M A U E R . Ya lo oís. No aguardéis justicia del
emperador: ayudaos vosotros mismos.
TODOS.
UEDING.
HURST,
N O queda otro medio. Ahora discurramos lo necesario para salir bien
en nuestra empresa de libertad y de
justicia.
(Entra en el círculo.) Rechazaremos
un yugo odioso; guardaremos nuestros antiguos derechos tal como los
recibimos de nuestros padres, sin
que tratemos de conqaistar otfOS
DIVULGACIÓN
CIENTÍFICA
til
menos
HIGIIKA, TKGPAIIOKA
1-
y
ISBFATH;AKLB
DIVULGACIÓN
CIENTÍFICA
Gracias a sus raices
trepadoras, la hiedra se
encarama f á c i l m e n t e
por piedras y rocas.
Una r a m a de
hiedra en flor.
En esas ramas es donoe se produce la flor de la hiedra, que aparece en otoño.
Son flores de un verde pálido,
agrupadas en racimos y tan llenas
de miel que los insectos acuden a
ellas en gran número. Pasado cierto tiempo estas flores producen
unas bayas verdes que poco a poco
se van obscureciendo hasta adquirir un tono de púrpura profundo.
casi negro. E s cl fruto invernal de la hiedra. También estas bayas atraen poderosamente a
los pájaros, que, al mismo tiempo, encuentran un buen refugio entre las ramas.
flsi, la hiedra, útil para el hombre porque a d o r n a sus jardines y Ic da el tesoro de su
sombra, es más útil aún para los pájaros, a los que proporciona alimento y abrigo.
A la Izquierda del tallo
se ven las pequeñas raices
trepadoras de la hiedra.
por SUS troncos es
iólo porque éstos le
ofrecen un apoyo firme. La hiedra puede
c a u s a r daño a los
árboles, p e r o s ó l o
cuando son jóvenes,
pues entonces, al enroscarse a sus tiernos troncos, los puede asfixiar. En las
paredes causa también a veces excoriaciones que perjudican al
muro, pues merman su resistencia, pero, en compensación, hay
muchas paredes ruinosas que se sostienen gracias a la maraña
protectora que tiende en torno de ella esta planta ansiosa de
abrazarlo todo y de elevarse en busca de luz.
La hiedra tiene una curiosa particularidad, y es la de que sus
hojas se sitúan de modo que reciben todas y de pleno la luz
del so!, fl esto es a lo que se llama «mosaico de h o j a s . . Dan
la sensación de hat)€rse puesto de acuerdo unas con otras para
formar ese «mosaico» que les asegura a todas la luz que para ellas
es vida. Estas hojas son de un color verde obscuro por encima, y
verde pálido por debajo. El tono lustroso de su superficie da una
grata impresión de frescura. Y como además crece y se extiende
con rapidez y abundancia, se cultiva en muchos jardines para tapizar muros y empalizadas y cubrir cenadores y glorietas. E n est a s últimas la hiedra representa un doble papel, pues, además de
adornar, proporciona fresca sombra en los dias calurosos.
De la maraña que forma la hiedra se destacan algunas ramitas que no parecen tener el instinto de enredarse con las demás.
Lat
hojas de esta planta saben situarse de modo que el sol les dé de
pleno.
EN LAS
^ A R I O era la desesperación
. de sus padres. Tenía ocho
anos, uno menos que José Luis,
ei nino d e los señores d e CamPomanes, sus vecinos, y entre
uno y otro mediaba un abismo.
LO$
. N o e.ra que Mario fuese menos
imeligente que José Luis: era
que no estudiaba. Aprendía las
lecciones d e prisa y corriendo,
entre qlase y clase. ¿No era
una lástima que pudiendo saber mucho s e contentara con
salir del paso, con saber lo inCjispensable para que los profesores no le pusieran malas
notas en las hojas que enviaban mensualmente a los pap a s d e los alumnos?
En cambio, allí estaba José
Luis, tan estudioso, tan seriecl'o. Daba gusto oírle hablar.
—Hola, José Luis.
—Buenas tardes, don Manuel.
¿Cómo está usted?
- B i e n ; ¿y tú, rico?
—Bien, muchas gracias.—
Después callaba y no decía;
pada como no le preguntasen.
Obedecía siempre a las personas mayores. No hacía el mefior ruido cuando jugaba. No
pedía nada nunca. Siempre c o Jfecto, siempre formal. Era, en
nn, un niño modelo.
Pues bien, aquel niño modelo no podía Mario digerirlo. Y sus papas, empeñados en
que fuera a jugar con él. Ma•^io procuraláa siempre
evadirse.
—Acabo d e ver a José Luis y t e está e s perando— le decía, por e emplo, su padre.
— M e duele un p o c o a cabeza, papa.
—Entonces, a la cama.
— N o hace falta. En cuanto nw d é el
aire un p o c o se me quitará. —
Y s e iba a la calle a jugar con el «Rojo».
Esto es lo que sacaba a su papá d e sus
casQIas.
— | A jugar con José Luis, o a la cama!—
Y Mario, i qué remedio!, se iba a jugar
con José Luis.
¡Qué aburrimiento. Señor!
.
— N o te sientes encima d e la caja, Mano,
que se puede romper... N o arrastres la punja d e los zapatos, que mi
nermanita duerme. N o m o ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ S
les el d e d o para pasar las
nojas del cuaderno. Ese
;
libro no lo toques, que e s
de papá.—
Un día, Mario se dijo resueltamente:
«Esto s e acabó.»
. Y produjo un considerable destrozo en los juguetes d e José Luis. Desd e entonces el vecino no
lo volvió a llamar. Los padres d e Mario se enteraron
y lo tuvieron castigado a
no salir d e casa en tres
días. Pero aquellos tres
días pasaron, y Mario se
vio libre del Castigo y d e
la pesadilla d e José Luís.
En seguida fué a comunicar si Rojo el feliz resultado del ardid.
—Primero le di un puntapié al rompecdt)«zas, d e s pués le machaqué un vagón del ferrocarril... ¡Si hubieras visto la cara que
puso!
—i Chócala!—
El Rojo era el hijo del
guarda d e unas tierras certanas al chalet en que
vivía Mario. El pobre Rojo era bastante feo y so
pelo colorado —de aquí el
mote— presentaba siempre un desorden lamentable. No iba del todo limpio y los remiendos y los
A M I C
ARIO
desgarrones alternaban como adorno d e
sus vestidos. Como no había ido al c o l e gio ni una sola vez, aunque tenía d o s
años más que Mario, no sabía ni siquiera
el abecedario. Todos estos defectos eran
gravísimos para la familia d e Mario, pero
para él niño no eran ni siquiera d ^ e c t o s .
¿Qué le importaba a él que s e peinara o
se dejara d e peinar, que llevara zapatos
o alpargatas, que supiera leer o no, si con
él pasaba las mejores horas d e su vida?
Si su papá hubiera sabido lo difícil
que era subirse a los árboles y hubiera
visto la ligereza con que el Rojo trepaba
hasta las ramas más altas, no habría tenido
Los amigos del
hombre
más remedio que admirarlo. N o
h a b í a ido
Pág
al colegio,
7 ,
p e r o sabía muchas cosas que jamás
podría saber José Luis. Por
ejemplo, cazar grillos. El Rojo
se echaba al suelo, aguzaba el
o í d o para localizar el canto,
se deslizaba
silenciosamente,
c o m o un gato, levantaba la
mano y, cuando la dejaba caer,
era seguro q u e debajo estaba
el grillo. Y con la misma facilidad cazaba lagartijas, y caballitos del diablo, y saltamontes.
Hasta los rústicos juguetes
del Rojo eran para Mario m o tivo d e admiración. ¡Cuántas
v e c e s le dejaba la bicicleta a
cambio del carretón que su
padre, el guarda, le había
construido con maderas v i e jas
¡Y cuántas v e c e s habia cambiado su panecillo d e Viena
con jamón por la rabanada d e
pan moreno con aceite q u e
invariablemente c o n s t i t u í a la
merienda del Rojo!
Esto era lo q u e más indignaba al padre d e Mario.
—i Q u e siempre hayas d e preferir lo malo a lo buerro!—
Y Mario miraba a su papá
sin, comprenderle, porque p a ra él lo bueno era el carretón
y el pan con aceite. De la
bicicleta y del jamón estaba
hasta la coronilla y le parecían dos cosas
francamente detestables.
Un día ocurrió en casa dei guarda a l g o
que conmovió profundamente a los d o s
amíguítos. Cuando regresaron d e una d e
sus frecuentes correrías, s e encontraron con
que ia perra del Rojo estaba rodeada d e
perritos. Se arrodillaron junto al cajón.
—i Hay uno d e color café!
—¡Y uno negro!
—jY d o s blancos!
—jMira, mira cómo tiemblan!
—¿Será d e miedo?
—fes q u e tienen frío —intervino la madre del Rojo—. N o los saquéis del cajón.
—Pues y o n o t e n g o frío
^^^^^^^^
— dijo Mario.
—Pero ellos sí, hombre.
¿No v e s que son tan p e queños? Además, n o hace
muy buena tarde. Si tenemos e s t e tiemp>o e n s e p tiembre, en enero nos vanios a helar. —
Al día siguiente, el Rojo y Mario hicieron más
d e cien visitas al cajón
d e los perros. Los acariciaban, los besaban, los
tenían en brazos. Mario
estaba enamorado dei d e
color café. Y el Rojo, en
un rasgo d e generosidad,
exclamó:
—Voy a decirle a rr.i
madre que te lo d é . —
Echó a correr y volvió
en seguida saltando a l e gremente.
—Mi madre dice que t e
lo p u e d e s llevar, pero q u e
no le d e s más q u e leche.
—Yo t e regalaré a ti la
pelota d e goma— prometió Mario conmovido.
•
Poco después, s e presentaba en su casa con el
perrito e n brazos.
—¡Mira, papá! M e lo ha
regalado la madre d e í Rojo. N o p u e d e tomar más
que leche. —
Y aquel entusiasmo, aquella emoción, aquel fulgor
d e alegría q u e iluminaba
Í(6)ESÍ:UEIA3
los ojos del niño, se
apagó ante esla réplica
seca y terminante:
—¿Un perro? ¡No quiero perros!
—¿Por qué, papá?—
preguntó Mario con angustioso desaliento.
—¡Porque no! ¡Todo lo ensucian, crían
parásitos, huelen mal! ¡No quiero perros!
—Papá, es que...
—No repliques. Ahora mismo vas y lo
devuelves. —
Mario bajó la cabeza y salió de casa
con el perro en brazos. Anochecía. Cruzó
el jardín. Ya iba a tirar de la puerta de
hierro, cuando se detuvo. ¿Y si lo escondiera? Por lo menos sería suyo durante algunos días. Sí, sí. En la parte de atrás
había un cajón donde el jardinero guardaba las herramientas. Allí estaría seguro.
Todo el jardín recorrió con el perrito en
brazos.
Sacó las herramientas del cajón y d e p o sitó allí su pequeño tesoro.
—Ahora —le dijo— a dormir y a callar,
pues si nos descubren, nos hemos lucido. —
Y volvió a la casa, cenó y se acostó, lal
vez para soñai en su perrito de color café.
V A cruzaba el jardín en dirección al au' to, como todas las mañanas, cuando el
papá de Mario se detuvo.
¿Qué rumor era aquél? ¿Quién llorabta en
el jardín? Se desvió hacia un lado de la
casa y, por el camino lateral, llegó hasta
la parle posterior. Allí se detuvo, extrañado. Mario estaba echado en el suelo. Sus
bracifos descansaban sobre el borde de
un cajón y servían de almohada a su cabeza. Lloraba, lloraba desconsoladamente.
Los sollozos repercutían como sacudidas
en el cuerpo del niño. Nunca, nunca había conocido el papá de Mario una pena
tan profunda y desgarradora.
Se acercó un poco más y vió que dentro dei cajón estaba, rígido e inmóvil, el
perrito de color café.
Lo comprendió todo. Mario lo había ocul-
tado allí la noche pasada, en vez de devolverlo, y el animalito había" muerto de
frío.
El papá de Mario se sintió contagiado
de aquel dolor y experimentó una especie de amargo remordimiento.
¿Por qué? No se detuvo a averiguarlo.
Lo que nizo fué marcharse a toda prisa y
regresar media hora después con un perrito muy semejante a aquel que había
muerto al faltarle el calor d e la madre.
Era también de color café y tan chiquitín como et otro.
— ¡Mario, hijo mío! Mira lo que fe ha
comprado papá. Este no se morirá porque
lo cuidaremos mucho. —
Y se arrodilló junto al niño, y le enjugó
los ojos con su pañuelo, y le besó en la
frente...
Y aun hizo más. Le dijo:
—¿Sabes lo que he pensado? Que le
regales al Rojo la bicicleta. V o / a decirle
al c a r p i n t e r o que te
construya un carretón. —
José BAEZA
Cómo
obtenemos
agua los habitantes
de las
ciudades
IJJ
FltCHAi
INDICAN
lA DIRECCIÓN
DI LA
Podemos obtenerla de los n o s y lagos o de los
depósitos subterráneos que se forman a consecuencia
Oe las filtraciones. En el primer caso basta atrir un
canal para conducir el agua a los tanques de reposo.
t n el segundo, se precisan pozos artesianos o bombas para elevar el agua a la superficie. También son
CORZIENJE.
TUBO CENÍ UAL
necesarias tos bombas para llevar el liquido a los
canales cuando el nivel del rio baja.
El agua extraída de las profundidades de la tierra
suele llegar a la superficie purificada, al filtrarse por
las distintas capas de aquélla. El agua de los rios o
los lagos pasa primero por unos filtros y después
por otros y de alli, por medio de bombas, se conduce
a depósitos que se iiallan en las cercanías de las ciu
dades, a la mayor altura posible, con objeto de que
el a g u a , al buscar en las casas el m i s m o nivel que
tiene en los depósitos, suba por les tuberías hasta
los pisos m á s altos.
HISTORIA,
I V E Y E N D A Y
T R A D I C I Ó N
f
ROYA, Ic* antiquísima ciudad del extremo
noroeste del Asia Menor, estuvo sitiada
P"^"^ los griegos durante diez años, pero
P
conseguir q u e los froyanos se rindieran,
entonces los griegos idearon un plan para
sogañar y vencer a los enemigos. Construyeron un enorme caballo d e madera en
cuyo vientre p u d o alojarse buen número
soldados y lo llevaron a las puertas, d e
la ciudad. Allí lo dejaron los griegos y en
seguida se retiraron a sus naves para h a cer creer a los troyanos q u e abandonat>an
el sitio.
Los sitiados abrieron entonces las puertas d e la ciudad y el asombro fué qeneral
al ver el magnifico caballo. ¿ Q u é signific a l M aquella colosal figura a b a n d o n a d a por
los griegos? Entonces se presentó un qru-
p o d e troyanos con un soldado e n e m i g o ,
al q u e hatjían c o n s e g u i d o hacer prisionero.
Interrogado éste, explicó q u e el enorme caballo era un homenaje rendido por los
griegos a Minerva para q u e les asegurase
un buen viaje d e regreso. Su gran tamaño impediría q u e los troyanos s e a p o d e r a ran d e él, pues n o cabía por la gran puerta d e la ciudad, cosa q u e habian tenido
H I S T O R I A ,
L E Y E N D A Y
T R A B U C I O N
Dos mil quinientos años
de la historia de la música
Berlín hay un m a g E Nnifico
Museo Musical
donde se conservan más
(íe cuatro mil valiosos
instrumentos, que representan dos mil quinientos años de la historia
de la música.
Allí está, cuidadosamente g u a r d a d o cn
una vitrina, el cémbalo de Sebastián
Bach, tan lleno de evocaciones para
los amantes de la música. Hl cémbalo
es cl precursor del actual piano. Su
tecUido estaba dispuesto en dos filas
y las teclas eran también blancas y
negras. Los había de varias clases y
cada una tenía su denominación propia - c é m b a l o de amor, cémbalo angélico, etcétera—. El de Bach era de
los llamados de pedal, y p a r a él escribió buen número de sus magníficas
composiciones,
Juan Sebastián Bach (1685-1750) fué
uno de los más g r a n d e s genios musicales que ha habido cn ci mundo, Eu
su obra puede encontrarse el punto
de partida de todas las Innovaciones
realizadas eu la música por los compositores que le siguieron. Empezó
siendo organista y para órgano compuso fugas, tocatas, preludios de un!»
belleza que raya en lo grandioso y
de una técnica tan elevada, que bien
puede decirse que alcanzó un punto
no Igualado jamás por nadie en las
composiciones p a r a dicho instrumento.
Bach alcanzó la época en que el
piíino/orte
empezaba a desterrar al
ccmlwlo e instrumentos similares, y
También está en dicho museo el piano
de Mcndelssohn, otro g r a n músico alemán, hijo de un acaudalado banquero
que pudo darle una educación completa y esmerada. Así pudo adquirir una
sólida cultura que. sin duda, tavoreció
el rápido desarrollo ue su^» aptitudes
musicales. Por cierto que las primeras
lecciones de música las recibió de su
El plano de viaje de Federico el Grande podia pleg a r l e , con lo que n o abultaba m á s que una m a l e t t ,
A l m i s m o dueño perteneció la flauta que se ve sobre
el p i a n o . El estuche de la izquierda c o n t i e n e piezas
de r e c a m b i o .
Beethoven, pero desde que fué la señora
de Schumann se dedicó a interpretar las de
su marido y las de Chopin.
Y también puede verse el piano de Carlos
,Maria Weber, el famoso compositor alemán
tuyo nombre ha recorrido todo el mundo
acompañado de su ópera «Der Freischutz»,
Pero no son sólo recuerdos de los genios
musicales lo que contiene el interesante museo, sino también instrumentos que tienen
un valor histórico o que pertenecieron a
altas personalidades que no practicaban la
música como profesión. En tal caso están el
riquísimo piano de M a n a Antonieta y cl de
viaje de Federico cl Grande, curioso instrumento que se podía plegar y no a b u l t a b a
más que una maleta.
Son curiosísimos los instrumentos de adorno, de lormas caprichosas, como el violínbastón, el violín-abanico. etcétera. Generalmente estos instrumentos eran valiosos objetos de adorno y de lujo, con sus incrustaciones de marfil y de piedras preciosas.
A la serie dfe instrumentos curiosos pertenece el llamado «orphica», combinación
de arpa, laiítl if piano, adecuado para excursiones.
La . o r p h í k a . , raro instrum e n t o adecuado para viajes
y excursiones, y que era u n a
c o m b i n a c i ó n de arpa, laúd
y p i a n o portátil.
madre, lo que parece indicar que la vocación
musical de Mcndelssohn
fué hereditaria. A los
once años componía ya
con gran soltura e inspiración. Sus . R o m a n zas sin palabras» p a r a
piano son, e n t r e s u s
composiciones, las que
más fama han alcanzado. Mcndelssohn nació
en H a m b u r g o en 1809
y murió en Leipzig en
1817.
E s U arpa egipcia es reconstrucción de la a u t é n t i c a
que se ve en el fondo, a la Izquierda y que tiene v . i n t l c l n c o siglos de antigüedad,
también dejó escritas para piano, o b r a s que
han pasado a la inmortalidad. Las composiciones de este gigante de la música se
cuentan por centenares, pues su obra fué
tan asombrosa en calidad como en cantidad.
los griegos muy en cuenta, p o r q u e un profeta les había a u g u r a d o q u e si el caballo
entraba en la ciudad d e Troya, los troyanos derrotarían a los griegos.
Así habló el prisionero, cumpliendo órd e n e s d e sus jefes, q u e le habían aleccion a d o antes d e q u e se dejara coger por los
troyanos para q u e se siguiera cumpliendo
el ingenioso pian q u e había d e terminar
con la derrota d e Troya.
Lo q u e los griegos querían era q u e los
troyanos entraran ei cát>allo e n la ciudad.
El p i a n o de C l a r a
Schumann es otra de las
joyas que se conservan
La m á s valiosa
en el Jttusco Musical de
Berlin. Clara fué la esposa del g r a n compositor Roberto Schumann, pero antes de casarse con él era ya muy conocida como pianista en los círculos musicales. Tenia grandes aptitudes p a r a la música. Así lo demuestra el hecho de que a los diez años diera ya
conciertos en público. Siendo soltera se distinguió como intérprete de las obras de
Desde el punto de vista histórico hay instrumentos valiosísimos entre los que destaca
un arpa egipcia que d a t a de hace dos mil
quinientos años.
V asi, hasta cuatro mil instrumentos que
van haciendo desfilar a n t e los ojos del visitante siglos y siglos de la historia de la
pues para ello habrían d e derribar un trozo d e muralla d e j a n d o un h u e c o por dond e podrían penetrar los asaltantes. Y si
además podían salir del vientre del caballo los q u e se ocultaban allí y abrir las
puertas d e la ciudad, mejor q u e mejor.
Después d e algunas vacilaciones, s e cumplieron íos d e s e o s d e los griegos, p u e s los
troyanos introdujeron el caballo en la ciud a d d e s p u é s d e derrit>ar un trozo d e muralla.
Y por la ncx:he, cuando en Troya remaban
la obscuridad y el silencio, los soldados
griegos salieron sigilosamente del caballo
y abrieron las puertas d e la ciudad, por
d o n d e entraron en alud los sitiadores, q u e
habían d e s e m b a r c a d o y esp>eraban ocultos
en las cercanías d e las murallas.
Los troyanos, cogidos por sorpresa, sufrieron una gran derrota y la ciudad fué
totalmente arrasada.
El g r a b a d o representa el instante en q u e
los soldados griegos d e s c i e n d e n d e l caballo y se deslizan sigilosamente hacia las
puertas d e la ciudacT para abrirlas
reliquia
det
museo:
cl
címbalo
de
Baclk.
' Z / ^ VI11 TA A L A
í
ANTICUA COíaide DXAMO)
De nuestro c o n curscNúmero 3
A
'os pocos minutos d e partir d e Bilbao en el ferro^ar^it d e S^n Sebastián, pueo e admirarse el característico
paisaje vasco. A un lado y
a Qtro d e l,a vía cíel tren se
ven verdes praderas donde
pacen vacas y ovejas. Junto
^ ellas, ^Igún rapazuelo o
algún viejo aldeano miran con
0 | o s curiosos el paso del tren.
^Qn frecuencia cruzamos camPos d e maíz y remolacha, cuyo verdor contrasta con el
lOndo formado pot altas montañas d e un tono gris, e n vueltas sus cumbres por la
niebla.
Diseminados por el campo,
ven infinidad d e caseríos
con e s e sello especial d e la.
arquitectura vasca. De vez en
cuando, algún riachuelo, con
^' correr cantarín d e sus
aguas, da más amenidad al
paisaje.
También vemos pequeño»
pueblos compuestos d e un
Qrupo d e casas apiñadas alrededor d e la iglesia, y en
cuyas proximidades s e alzan
""portantes factorías que los
están transformando y les dan un carácter
industrial.
Después d e un viaje d e tres horas y d e
nacer dos cambios d e tren, lleganios a
'-'ñate, la antigua corte carlista. Todo e s
aquí quietud y silencio. Creemos encontrarnos en algún pueblo castellano. Todo, su
ambiente, sus calles, sus viejas casonas con
escudos d e piedra, guarda semejanza con
'os pueblos d e Castilla.
Y también, como en los pueblos castellanos, en la plaza principal, debajo d e tos
arcos, bailan as jovencitas los domingos al
son del tamboril. Recorro varias calles. To-j
«as están desiertas. Sólo encuentro algunos
niños q u e hablan entre sí en vascuence y
algún cura, que pasa silenciosamente. Está
anocheciendo y llueve. Me encamino a la
'9'esia y m e d e t e n g o frente a su fachada^
El
Un
bello
rinctfn
de
las
Inmediaciones
principal, varias v e c e s restaurada. Tiene una
forma un p o c o irregular y es del siglo XVI,
menos su torre, que e s posterior.
De v e z e n cuando entra o sale alguna
viejecita que me mira inquisitivamente. Me
decido a entrar y no me pesa. Hay en el
altar un gran retablo tan antiguo como la
iglesia. Es muy interesante. A los lados hay
cios naves ocupadas por dos capillas muy
bellas, las cuales poseen dos verjas d e
estilo renacimiento d e tsastante mérito artístico. En la d e la derecha hay un s e pulcro d e alabastro digno d e verse, pues
es una obra admirable. Después d e recorrer varios rincones d e la iglesia me doy
cuenta que algunas mujerucas que están
rezando me miran con hostilidad. Sin duda
soy un obstáculo para sus rezos, y decido
marcharme.
c l a u s t r o de la
Univcrsidai.'
de
Oñale.
Sigue lloviendo y entro en un café. Para
pasar el tiempo entablo conversación con
el d u e ñ o y le h a g o algunas preguntas relacionadas con la vida del pueblo. Me entero
d e muchas cosas. Son los vecinos en su
mayoría g e n t e pudiente. Ante mi extrañeza
d e que el pueblo no prospere con unos
vecinos adinerados, me explica que la falta
d e iniciativa y la vida d e contemplación a
que están entregados, con raras e x c e p c i o nes, son la causa d e que permanezca el
pueblo c o m o hace siglos. Sus vecinos siguen haciendo la misma vida que hacian
sus remotos antepasados, e n contraste con
los d e los pueblecitos próximos q u e han
sabido crear industrias nuevas y hoy son
ricos y poderosos con sus modernas fábricas.
Doy por terminada la conversación con
ei amable d u e ñ o del café y m e retiro a
descansar. Al día siguiente visito la Universidad, obra del
arquitecto francés Pedro Picard
y fundada por Rodrigo Mercad o y Zuazola en 1540. En un
tiempo esta universidad g o z ó
d e justa fama y sus estatutos
eran los mismos que tenia el
c o l e g i o mayor d e San Bartolomé d e Salamanca. Actualmente
s e dan e n ella clases d e s e gunda enseñanza.
Tiene una bonita fachada con
profusión d e hornacinas y figuras, en las cuales va dejando
el tiempo sus huellas, t n el
interior hay un claustro muy
bello, así c o m o unos soberbios
artesonados y una capilla con
un buen retablo, todo ello e n
excelente estado d e conservación, a pesar d e que en la
guerra carlista sirvió d e alojamiento a la tropa. Además, e s tuvo en ella la imprenta oficial,
pues d e aquí salía la gaceta
del gobierno d e d o n Carlos.
Otra d e las cosas que m e rece verse al venir a este pueblo e s el palacio d e don Juan
d e Garay, que guarda en su
interior una valiosa colección
d e obras d e arte y muebles
antiguos d e mérito. Y tras recorrer todos los rincones del
pueblo emprendo el regreso a
Bilbao alejándome del espíritu
tradicional d e la antigua corte
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