1 INTRODUÇÃO A pesquisa abordará o tema da alienação parental, questão muito comum nos dias atuais, afetando famílias de todos as classes sociais, de todos os lugares, de todas as idades, nacionalidades. Por alienação parental entende-se, de acordo com Maria Berenice Dias (1999), o processo e o resultado da manipulação psicológica de uma criança em mostrar medo, desrespeito ou hostilidades, injustificados, em relação ao pai ou à mãe. Essa situação fere princípios fundamentais do Direito, especialmente o princípio da dignidade da pessoa humana, no sentido de que, o pai ou a mãe, em que pese não estarem mais convivendo, possuem o direito de acompanharem o desenvolvimento psicológico, educacional, cognitivo, físico, de seus filhos. Diante disso, a problemática do estudo é a seguinte: a alienação parental, como uma ofensa a princípios basilares da pessoa humana, possui tratamento penal proporcional no ordenamento jurídico brasileiro? Tem-se como resposta preliminar, que o ordenamento jurídico não consegue, na atual conjuntura, proteger as vítimas da alienação parental, de maneira eficiente, o que mostram, num primeiro momento, os dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, os quais serão apresentados no desenvolvimento do trabalho. Nesse sentido, de maneira geral, objetiva-se estudar o tratamento penal brasileiro da alienação parental. Paralelo ao objetivo geral, tem-se, ainda, como objetivos, verificar a situação atual da alienação parental na sociedade brasileira, por intermédio de dados quantitativos, além de se abordar a possibilidade de indenização por danos morais a ser pleiteada pelo genitor ou pela criança vítima da conduta. A pesquisa é importante por tratar de assunto atual, referente ao Direito de Família, ramo do Direito que possui relevância concreta na atual sociedade, principalmente diante do elevado número de vítimas da alienação parental, que carregam sequelas gravíssimas no seu desenvolvimento psicológico, social e educacional. Ademais, a temática perpassa questões de cunho penal, social e psicológico, mostrando a interdisciplinariedade do tema. Optou-se pelo procedimento metodológico da análise bibliográfica e documental. Nesse sentido, como elementos bibliográficos foram utilizados manuais de Direito de Família, de Direito Penal, artigos científicos de revistas especializadas, como também obras da história da família brasileira, tendo em vista o fato de que foi necessário realizar uma verificação do modo de vida das famílias brasileiras nas últimas décadas, quando houve um aumento exagerado das denúncias de alienação parental, comprometendo, sobremaneira, a dignidade humana de suas vítimas. Como fonte documental, foram utilizados dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, relativos ao quantitativo de práticas de alienação parental no Brasil nos últimos quatro anos. A pesquisa, do tipo indutiva, está dividida em três seções no seu desenvolvimento. Na primeira seção foi estudada a prática da alienação parental ao longo das quatro últimas décadas, na sociedade brasileira, por intermédio de uma análise histórica. Por sua vez, na segunda seção, foi realizado um estudo sobre a legislação penal brasileira referente ao assunto, com o objetivo de se preparar para a terceira seção, a mais importante do trabalho, local de análise da alienação parental à luz do princípio penal da proporcionalidade, com o intuito de se enfrentar a problemática da pesquisa. O referencial teórico da pesquisa é o conceito de proporcionalidade exposto na obra de Paulo Bonavides, que define o princípio da proporcionalidade como dúplice, ou seja, de um lado é desproporcional o excesso de proteção, como também é desproporcional a deficiência de proteção. Legenda: Vermelho: tema Verde: problemática Azul escuro: hipótese Roxo: objetivos Dourado: justificativa Cinza: metodologia Bonina: referencial teórico