Iniziativa Anno di 1883 - Europa in Brasile Thiago Pompermayer “Como galhos de uma árvore, todos crescemos em direções diferentes, mas nossa raiz continua sendo a mesma.” (Autor Desconhecido) 1 antepassados saíram da vida abundante daqueles campos Prefácio: europeus? Tendo neve no topo da montanha e tanta Esse estudo tem a intenção de trazer ao nosso conhecimento um pouco mais sobre a família Pompermayer, desde sua viagem da Itália no ano 1883 para o Brasil até os dias de nossos pais e avôs. O que segue é apenas um resumo, uma forma de conhecer um pouco mais de nosso passado um tanto desconhecido e esquecido. Convido você a viajar nessas linhas e desbravar essa história, o nome desse projeto é INIZIATIVA, o mesmo nome do navio que trouxe centenas de imigrantes europeus para a América do Sul. Em todos esses anos pouco se conhecia sobre quem eram os primeiros colonos e como viveram aqui no Brasil, dessa forma muitas perguntas foram apresentadas, como por exemplo: Qual será a língua que essas pessoas falavam? Porque nossos beleza peculiar, com tanto ar limpo e puro para respirar; porque vieram para cá? O que encontraram por aqui? E como viveram? E em resposta a essas questões e tantas outras, foi preservado um material de pesquisa, que com as evidências encontradas foi possível escrever a respeito do assunto com toda convicção necessária. Obtendo assim uma divisão histórica dos fatos e até uma árvore genealógica, onde o resultado pode ser conferido nesse estudo que, a partir de agora, é apresentado para todos nós. Nossos antepassados viveram essa rica história de luta, de vitória, de sede de justiça e glória, de fé e vivenciaram de perto o sol daqueles sonhos, a promessa daqueles dias, enxergaram de perto o brilho do olhar de nossos bisavós, tataravós, das culturas do plantio e do 2 cultivo daquelas sementes de amor; tiveram contato com as famílias que serão mencionadas nesse material precioso, como em um memorial de nomes, não estivemos todos lá e talvez nossos avós não souberam dessas memórias mas em algum momento de suas vidas chamaram esses nomes, e quais eram esses nomes? De pais, de filhos, de avós? Certamente em um abraço fraterno nos juntamos até eles de alguma forma e não só pelo sangue que nos corre nas veias, você também tem sua história, procure saber sobre ela e faça que ela chegue até você, nos lava a alma com graça, carinho e emoção mas, enquanto isso, junte-se a esse propósito de conhecimento sobre nossas raízes. Ótima leitura! O autor 3 Sumário: Introdução.......................................................................5 Ligações de Parentesco....................................................6 Divisão de Terras.............................................................26 Bairro do Traviú...............................................................31 Origem dos sobrenomes..................................................8 Origem nome Pompermayer com i ou y..........................8 Nono José (Bepe).............................................................32 Origem do local, Ponteprimeira......................................10 Árvore Genealógica Pompermayer Jundiaí.....................40 Primeiras atividades dos Pompermayer.........................12 Irmãos..............................................................................42 Uma língua diferente......................................................13 Porque a mudança da Europa para a América?..............13 A vida no Brasil................................................................17 Os Pompermayer em São Paulo......................................20 Conclusão.........................................................................50 Agradecimentos...............................................................52 Material disponível na Internet........................................52 Recomeço em novas terras.............................................24 Gasparus Andreas Pompermajer.....................................26 Fontes e pesquisas...........................................................53 4 ele me ajudou de tal forma que consegui finalizar, Introdução: Carregamos um orgulho apresentar e realizar esse projeto, também dedico ao Sr. de ser Pompermayer, carregamos uma história quase milenar e cheia de grandes feitos, temos raízes com comunidades de pessoas de várias partes do mundo: na Itália, na Argentina, ramificações inclusive em Costa Rica, Estados Unidos, assim como em tantos outros países e em vários estados brasileiros, principalmente no Espírito Santo, São Paulo, Rio Grande do Sul, entre outros. Dedico esse trabalho ao querido Malori José Pompermayer que muito me inspirou, dedico também a saudosa Lúcia Helena Pompermayer que também muito me inspirou, dedico também ao primo mais velho Renato Pompermayer que reside em São Paulo e sua ajuda com informações da Orlando Steck que tem um valioso acervo de fotos dos descendentes da imigração da região do Bairro do Traviú na cidade de Jundiaí - SP e que me apresentou pela primeira vez (em fotos) meus bisavós Pompermayer e Carbonari. Por fim dedico também ao amigo Rolando Giarolla que reservou um espaço junto aos meios de comunicação de rádio e jornal para apresentar um pouco da história da família em forma de homenagem. Deixo claro que por mais que eu tenha vontade de contar a história, costumes e vida de toda essa gente não conseguiria, então trarei um pouco da história dos Pompermayer que chegaram ao Brasil, vieram até São Paulo, trabalharam arduamente em fazendas de café e viagem da chegada dos primeiros Pompermayer ao Brasil, 5 plantações de uva e hoje são muitos e residem, estudam e trabalham e se dedicam aos seus familiares em Jundiaí. Ligações de parentesco: Dizem que, de passagem, todos os Pompermayer devem ter alguma ligação, desde seus primórdios até os dias de hoje, carregando uma única linhagem, muitos se perguntam se essas raízes e o parentesco com tantos Pompermayer são os mesmos e, logo de início, já afirmo que sim, mesmo que por algum motivo seu sobrenome for Pompermayer com Y ou I, até mesmo J, podemos concluir que o erro está apenas na forma como foi escrito no registro de nascimento, as indicações dos patriarcas Placa comemorativa de Nov/2001 entregue pelo ex-prefeito de Jundiaí, Pompermayer, Pompermaier, Pompermajer e Pompermai Sr. Miguel Haddad, em reconhecimento aos trabalhos prestados pelos Pompermayer de nossa Cidade. que se instalaram por várias partes do mundo saíram de um mesmo lugar, uma nação de tantos sobrenomes e tantos dialetos. Iniciamos em comunidades cristãs, trabalhávamos em atividades agrícolas, falávamos uma 6 língua em especial e cultivávamos de um mesmo ideal, desbravamos um mundo de oportunidades e boas relações, onde pai, mãe e filho se sentam na mesma mesa, trabalham até no mesmo ofício e acompanham o progresso com entusiasmo do futuro de seu estado e nação em que prosperam, onde a vida é uma fonte de perseverança, onde filhos e pais construíram juntos o que conhecemos de valioso hoje, seja na saúde, no plantio, na educação, segurança, engenharia, moda e no mercado industrial. 7 Origem dos Sobrenomes: Hoje é quase impossível encontrar alguém que não tenha um sobrenome mas nem sempre foi assim, antes do ano parentes mais próximos de adotarem um sobrenome, criando de acordo com o que se fosse escolhido pelo patriarca, baseado no nome de um local ou da profissão que a família desempenhava. de 1500 todas as pessoas eram conhecidas por nomes Origem dos sobrenomes Pompermayer, Pompermaier, repetidos, nasciam e eram chamadas com nomes muito Pompermai ou Pompermajer: parecidos, como por exemplo: Maria artesã filha da Maria leiteira, ligando o nome já muito utilizado a alguma profissão que a família exercia ou a algum nome que Se voltarmos no tempo de todo o registro que se tem conhecimento dos Pompermayer encontramos um nome registrado em 1520 d.c, sendo ele: provinha de um descendente da própria casa mas isso não diferenciava dos demais e virava uma confusão entre GIORGIO POMPERMAJER tanta gente que habitava um mesmo vilarejo e até umas Esse Giorgio era um habitante da província de Trentino- mesma cidade. Foi dessa forma que na Itália no século Alto Ádige, ao norte da Itália, uma espécie de estado, XVI, por influência da Igreja Católica Apostólica Romana e onde existe uma região montanhosa conhecida como do sistema feudal da época, sentiu a necessidade de Valle dei Mocheni. Nessa região temos a cidade de registrar todas as pessoas que viviam na mesma casa e os Trento, que por entre as montanhas fica um vilarejo 8 menor de nome Fiorozzo, cada vilarejo constitui seu próprio nome para diferenciar uma localidade de outra, tal que os Pompermayer vindos da Itália para o estado de São Paulo no Brasil saíram de Romagnano, uma espécie de vila, uma pequena comunidade aos redores de Fiorozzo e San Felice. 9 Origem do local, chamado de Ponteprimeira - Pompermayer: Nossa descendência é Tedesca, ou seja alemã, e remonta o século IX, que a procura de trabalho em novas terras nossos antepassados se mudaram da Alemanha para a Áustria, onde depois se tornaria parte da Itália após a primeira Guerra Mundial, esses moradores, portanto, ganharam nacionalidade italiana em 1918. Mas, antes disso, no ano 1300 o sobrenome Ponteprimai começou a ser utilizado por essas pessoas devido morarem próximos do local de uma ponte muito conhecida e muito importante daquele lugar, essa ponte ligava vilarejos desse Valle dei Mocheni, a distribuição de alimentos era apenas por essa ponte, assim como a comunicação e passagem de várias famílias e animais do campo era possível apenas por essa travessia. Algo que existe até 10 hoje e já dura seus 700 anos, onde a paisagem é revigorante e belíssima, mesmo antes de nascermos fomos presenteados em obtermos o nome desse lugar que de "Primeira ponte" com o tempo “germanizou” sua pronúncia e escrita e ficou como conhecemos atualmente: Pompermayer. 11 Primeiras atividades dos Pompermayer: sendo uma comunidade especializada nesse ramo de extração e praticantes da fé católica. Tais práticas Já no ano 1500, como era de costume, os impostos duraram bastante tempo, foram se revezando nessas cobrados aos colonos Pompermayer eram repassados aos atividades, mas as minas foram se esgotando e se governantes do império que habitavam os castelos da tornando muito perigosas, então hoje essas atividades na região. A igreja, por sua vez, ganhava uma parte e o região são muito raras, quase inexistentes mas algumas curioso para nós é que boa parte desses impostos eram dessas minas estão abertas para visitação turística. Já pagos por ano de forma a serem distribuídos, além de ser pelos anos de 1700 muitos dos moradores de Fiorozzo em dinheiro, também com animais e ovos. Mas a primeira mudavam suas atividades de acordo com seu tempo e, atividade desses colonos, nossos patriarcas do passado, portanto, faziam compras de vários objetos de comércio era a agricultura. Vale lembrar que justamente nessa na Áustria e vendiam nas cidades vizinhas, se instalando época esses patriarcas tinham apenas o primeiro nome até em outros países próximos, na maioria dos casos não como referência, adotando portanto o sobrenome levavam a família e ficavam muito tempo fora, retornando Pompermayer devido a instalação da ponte. Os cultivos com seu rendimento para o sustento da família. Já suas desses colonos eram pequenos bosques, além de criarem mulheres desempenhavam trabalho com porcos, vacas, cabras e vacas e, por muito tempo, trabalharam com forte cabras e galinhas, para tanto o sustento próprio ou em domínio em minas de prata e outros metais da região, 12 troca de outras mercadorias da região, por isso também Uma língua diferente: se herdou esse costume os nossos avôs com os comerciantes antigos, era uma prática que valia o suor e Essa é uma das partes mais interessantes da pesquisa pois trazia o pão as nossas mesas, mas naquela época a moeda lá no vilarejo de Fiorozzo, desde o ano de 1200, os povos que se circulava era outra, ás famílias se dividiam em boa falavam um dialeto próprio até os dias de hoje que se parte na agricultura. Estamos chegando nesse trabalho chama MOCHEN, um linguajar muito utilizado, se não o aos Pompermayer do Brasil, mas antes vamos entender, único, tendo raízes da língua alemã com grande de o porque saíram daquela vida em que tanto se propriedade e misturado com a língua italiana que esbanjava um lindo por do Sol e tantos frutos preciosos predomina em todo o território do país, mas o MOCHEN da natureza e convívio em família, para tentarem se ainda resiste ao tempo e permanece fiel. arriscar em uma vida desconhecida em outro Pais tão Porque a mudança da Europa para a América? distante, sendo esse o Brasil, que ninguém se quer conhecia. Todos sabemos ou ouvimos falar que lá nas terras europeias a beleza é invejável e suas reservas e riquezas são inúmeras, muitos vão a turismo e voltam encantados, ficam deslumbrados com tudo que podem ver e com a cultura tão distinta. Mas porque tantas famílias vieram à 13 América e não voltaram? Em primeiro plano, muitos dos famílias passavam fome e beiravam o desespero da má nossos antepassados europeus tinham o sonho de mudar administração desse estado já com a engrenagem fraca e de vida, como já lemos, muitos viviam buscando novas desgastada. Para completar vieram as guerras, onde atividades que pudessem render mais e, se preciso fosse, jovens obrigatoriamente se alistavam e deixavam suas mudavam de lugar, levando consigo toda a bagagem de casas, lutavam bravamente para expulsar as tropas de conhecimento e também seus costumes, religião e cultura Napoleão mas sua superioridade era evidente e Napoleão da região em que nasceram mas apenas a curiosidade e a acabou com o sistema já falho dos senhores feudais e do necessidade financeira não foram predominantes, o que clero que foram enfraquecidos, passando tudo para as abalou a permanência das famílias da Europa entre o final mãos do imperador francês e nessa região, mesmo depois de 1800 e início de 1900, foram os conflitos entre os da saída de Napoleão pouca coisa mudou, os tempos governantes e o clero que disputavam entre si parte das eram difíceis, enquanto na Alemanha e Suíça o terras e seus tributos e o fardo do trabalho para pagar a capitalismo avançava e o aparecimento das indústrias e a moradia e a utilização da terra recaía sobre os habitantes modernização da agricultura, as coisas evoluíam e se tinha dali, um controle foi estabelecido entre ambas as partes muita valorização da moeda e muito emprego, já nas para não perderem seu espaço mas as plantações e o terras Trentinas nada mudou e o sistema continuava o comércio enfrentavam crises e não circulavam, muitas mesmo das eras anteriores e então, sem saída para esse 14 problema, vieram as propagandas de novos trabalhos na então muitos buscaram com garra seu espaço na nova América, especialmente no Brasil, as famílias recebiam terra e assim foi escrito o que mudaria no curso das folhetos com a grande esperança de mudança de vida e páginas de nossas vidas e agora poderemos conhecer de oportunidades de trabalho vindas de outro pais e, melhor toda essa história, e se tudo que nossos diante da situação que enfrentavam resolveram mudar, e antepassados vieram buscar conseguiram encontrar. como sabemos, a coisa por lá não melhorou, pois logo aconteceu a Primeira Guerra Mundial em 1914 e ainda em 1939 com a Segunda Guerra Mundial muitas dessas famílias se mudaram para o Brasil, de 1850 até 1950, preenchendo o espaço de terras brasileiras que ainda estava em uma nova fase de expansão em exportação e importação, com grande extensão de terra para ser habitada e muita matéria-prima, solo fértil para o plantio, onde se deu lugar à esperança de um progresso para toda gente onde muito seria cobrado e pouco seria dado pelo governo mas a força para a mudança era maior que tudo, 15 16 A vida no Brasil: preferindo trazer pessoas que já tinham esses Parece que desde aquela época os governantes já nessa altura já era reconhecido como trabalhador, dado dominavam a arte de manipular a mente humana em ao menos direito a um salário por seus trabalhos nas favor exclusivamente de seus interesses, pois desde o fazendas. Com o surgimento da implantação dessas ideias começo o propósito de se trazer famílias da Europa para o surgiu também o intento de se remunerar os colonos solo brasileiro já era para enriquecerem com isso, recém chegados e com isso movimentar a economia, sabemos que essa terra tinha muita matéria-prima que girando cada vez mais o capital nacional e assim favorecer acabou sendo levada para Portugal, e muito da força a exportação e expansão das terras que muito ainda bruta dos imigrantes foi utilizada para esse propósito, a estavam desabitadas. Isso não foi ruim para a época e Abolição da escravatura em 1888 não foi um ato para aqueles que buscavam aprimorar o espaço vazio de humanitário e sim uma visão aguçada do Império Real novas Português sobre a possibilidade de povoar as terras enriquecimento contidas na propaganda, moradias brasileiras com outros povos, até mesmo pelo tom da cor enfeitadas de conforto, terras já limpas e bem cuidadas, de pele para o povoamento e querendo usufruir de suas íngremes e um lugar onde os imigrantes fossem patrões habilidades na arquitetura, engenharia e na agricultura, tivessem até um tipo de castelo, igual de seus antigos conhecimentos ao invés de ensinar o povo escravo, que oportunidades mas as promessas de 17 patrões na Europa, seriam chefes supremos de sua nova agricultura, sendo os alemães, italianos, suíços, franceses, terra, com a ajuda do novo governo, educação aos seus portugueses e austríacos em sua grande maioria, filhos, com postos de saúde aos seus familiares, tudo isso implantando sua arte, dança, comidas típicas, músicas, parecia um prato cheio para tantas famílias surradas e festas, sua influência religiosa e muito mais. desgastadas com a vida que não dava frutos na Europa, desembarcando no Brasil imaginavam encontrar tudo que jamais sonhavam. Mas não foi bem assim, pois aqui o que tinham demais era terra, suor, trabalho e pouco dinheiro. Educação, casas limpas e terrenos bem cuidados não encontraram, saúde também não estava nos planos do novo governo como foi prometido inicialmente e assim quem chegou teve que ficar, mas na primeira oportunidade os poucos que guardaram um dinheiro retornaram para a Itália. Porém, os que ficaram muito trabalho encontraram, utilizando fielmente seu conhecimento em várias áreas, da construção e 18 19 Os Pompermayer em São Paulo: O desembarque no porto de Santos do navio em que nossos antepassados vieram ocorreu no ano de 1883 quando os imigrantes europeus de nossa linhagem colocaram seus pés nas terras brasileiras e carregavam o sangue dos Pompermayer, como de tantas outras famílias. Era dia 28/09/1883 e o Vapor: INIZIATIVA, nome do navio que partiu de Gênova na Itália, um navio de aproximadamente 2.200 toneladas que pertencia à armadora Società Italiana di Transporti Marittimi Ragio & Co, fundada no ano de 1882 pelos irmãos Carlo, Edilio e Armando Ragio. A viagem durou aproximadamente 40 dias, fazendo uma parada no Rio de Janeiro. No porto de Santos desembarcaram: Giacomo Giovanni Pompermayer de 70 anos, casado com Rosa Forti, 61 anos e trouxeram consigo 5 filhos: Rosa, 27 anos; Anna, 19 anos; Maria, 17 anos; Pantaleone, 25 anos e Andrea, 21 anos. Esse último foi de crucial importância para a história de quem reside nos arredores da cidade de Jundiaí, pois embora seu nome pareça ser de uma mulher chamada Andréia, é de um rapaz austríaco, no Brasil sendo conhecido posteriormente como André, que em seu país de origem a pronúncia era Andrea, inclusive na escrita, mas não resta dúvidas que se trata de André, o velho André, conhecido por sua grande capacidade de força física, era um Pompermayer com muita habilidade em fazer trabalhos manuais e que dependiam de muita força, era alto, tinha um bigode e olhos claros mas para chegarmos em André vamos desbravar um pouco mais sobre as instalações e atividades desses Pompermayer. Giacomo, o patriarca, já tinha enviado em 1877 um filho de 25 anos de nome Ippolito, vindo para as fazendas de café em São Paulo 20 tentar a sorte grande e mudar de vida, se caso as coisas compreender que se tratava de oportunidades, dessem certo, logo em seguida Ippolito avisaria seu pai do considerando terra, plantio e trabalho. Por isso sucesso da sua recente viagem e Giacomo viria com toda imaginamos que a vida que levavam em outro continente a família que restava na Áustria. Primeiramente Ippolito não era das mais favoráveis, e assim começou a história se instalou na fazenda Sete Quedas localizada em da família Pompermayer em São Paulo. Campinas, que pertencia ao Visconde de Indaiatuba, mudando-se para alguma cidade vizinha anos depois, mas poucas informações foram obtidas sobre o paradeiro de Ippolito, além do que era casado com Domenica Francesca Botura desde que se mudou para o Brasil. Histórias dos mais velhos em Jundiaí dão a certeza da proximidade de Ippolito com seu pai Giacomo, tendo se comunicado por carta com ele anteriormente para que ele viesse ao Brasil assim que possível, pois aqui as condições eram melhores do que onde moravam e na situação que estavam na Europa, podemos facilmente 21 Em cima: Cópia do livro de chegada do porto de Santos, com os nomes dos Pompermayer que vieram no ano de 1883 para o Brasil Lado esquerdo: Única foto de Andrea, pelo ano de 1900, em uma procissão no Bairro do Traviú, na cidade de Jundiaí-Sp. 22 23 Recomeço em novas terras: duradouros. Porém, o trabalho era árduo mas com o dinheiro que conseguiram os Pompermayer de Giacomo, Giacomo desembarcou no porto de Santos, indo em juntaram com o que já haviam trazido na bagagem e seguida para a Fazenda Sete Quedas, onde foi recebido dessa forma fizeram seus "pés de meia" e dividiram entre por seu filho mais velho. Ali permaneceram juntos com os irmãos, cada um portanto seguiu seu caminho, toda a família, trabalhando por anos na lavoura de café, Pantaleone, por exemplo, se casou com Rosa Peffer conquistando seu espaço na comunidade, participando Fredozzi e dessa união nasceu José Pompermayer, seu das festividades anuais, eram católicos devotos e único filho, relatos confirmam que Pantaleone foi participavam das missas locais, mantinham um propósito assassinado em Campinas mas pouco se sabe sobre isso. de se unir com tantas outras famílias, obtendo uma nova Os Pompermayer de Piracicaba, procedentes de José fonte de prosperidade como tantos outros. Nesse meio é Pompermayer têm uma ligação forte de sangue com os importante colocarmos aqui como os imigrantes se deram Pompermayer de Jundiaí, uma vez que José é sobrinho de bem e puderam se conhecer, viriam a se casar e criariam Andrea, José Pompermayer se casou com Francisca Correr laços familiares fortíssimos aqui. Famílias como os e tiveram também um filho que se chamava Francisco Carbonari, Tomasetto, Brunelli, Steck, entre outras, Pompermayer, uma homenagem à sua mãe e este construíram bons relacionamentos e fortaleceram esses Francisco Pompermayer se casou com Esthepania Stenico. laços, para assim expandir sua fé em tempos melhores e 24 Os descendentes dos imigrantes em Piracicaba são muitos tiveram 11 filhos, fácil imaginarmos que existem muitos e preservam festas, danças, músicas e comidas típicas, descendentes desse casal. contam com grande acervo de fotos e também museus e ambientes em que se conservam a história em imagens e livros sobre os antepassados das várias famílias dos imigrantes que vieram para o estado de São Paulo. Também em Piracicaba essas festividades se dividem em dois bairros, sendo as comunidades de Santa Olímpia e Santana famosas por suas comemorações das festas da polenta e do vinho. Uma irmã de Giacomo, Rosa Cattarina Pompermayer, também veio nos anos de 1880 para o Brasil. Giacomo com sua família ficou em Jundiaí e a irmã dele estabeleceu-se na cidade de Piracicaba, igual ao filho de Pantaleone. Sua idade é desconhecida mas Rosa Cattarina casou-se com Giacomo Antonio Vigillio Correr e Foto: Giacomo Antonio Vigillio Correr e Rosa Cattarina Pompermayer, vieram casados e com 11 filhos, da Itália para o Brasil por volta de 1880, se estabelecendo em Piracicaba, interior do estado São Paulo, Rosa era irmã de Giacomo Pompermayer de Jundiaí, cidade essa próxima a Piracicaba. 25 Gasparus Andreas, pai de Giacomo Giovanni, de Andrea e Gasparus Andreas Pompermajer: de Bepe, e como veremos, pai de André do bairro Traviú, Um fato muito interessante é poder ligar os nomes é perceptível a sequência de repetição do nome André, quando temos acesso às informações dessa genealogia e variando com o tempo, mas se seguiu um tipo de aos documentos preservados e, ainda na Itália, o pai de homenagem ao repetir os nomes dos antepassados, Rosa Cattarina e de Giacomo Pompermayer foi possível desde a Itália até os dias atuais. encontrar depois de pesquisas realizadas pela internet, e a partir de então chegamos ao nome de Gasparus Andreas Pompermajer e Maria Anna Brunelli, moradores de Romagnano, vivos e falecidos nessa região por volta do século XVI, tendo seus filhos se instalado entre Jundiaí e Piracicaba. Igualmente nesse caso podemos notar que em homenagem ao seu pai, Giacomo colocou o nome Andreas em um de seus filhos e futuramente um outro José Pompermayer, o Bepe, esse de Jundiaí – falaremos dele adiante - também colocou o nome de André em um Divisão de terras: Em terras brasileiras Andrea começou a ser chamado de André mas isso lá para o ano de 1900, depois de seus pais terem trabalhado por anos nas fazendas de café, André, já com seus 40 anos, mudou-se para a terra da uva (Jundiaí), permanecendo no bairro do Traviú e aqui, junto com tantos outros colonos mudou mais uma vez de cultivo, ali conviveu com sua esposa Florinda Carbonari, que era conhecida na terra natal como Fiore, aqui no Brasil de seus filhos. Seguindo portanto essa genealogia, vemos 26 mudou seu nome, essa prática de adotar nomes vez mas outra história nos traz uma informação que diferentes, porém similares, era para que seus nomes André foi obrigado a se distanciar de toda sua família, ficassem mais compreensíveis na cultura brasileira, esposa e filhos, era um tanto que comum naquela época Florinda veio junto com sua família no mesmo navio que acontecerem alguns tipos de sequestros por parte de André, desembarcando no porto do Rio de Janeiro, mas fazendeiros bem armados, utilizando de trabalho escravo posteriormente trabalhou na mesma fazenda de café que para com suas vítimas, foi aí que André, numa viagem André e sua família em Campinas, foi dessa forma que se realizada para trabalhar com parentes em outro estado e conheceram, desde a juventude. A família Pompermayer aumentar sua renda para o sustento de seus filhos, foi e Carbonari fortaleceram seus lares e entregaram seus raptado e para sobreviver ele se submeteu a lutar ao lado dotes para André e Florinda que se casaram e viveram até de estrangeiros, em fazendas fora e dentro do país, juntos, tiveram 5 filhos, sendo eles: Maria, Vital (Tio combatendo os inimigos de seus novos patrões e, sem Vitale), José (Bepe), Antônio (Tonico) e Angelina. A aviso prévio, deixou forçadamente sua esposa e filhos. história desse André é muito curiosa, tendo em vista que Nesse meio hostil André foi obrigado a lutar pelos sua forma física era avantajada, os outros sempre interesses que nada tinham a ver com ele. Dentro desse queriam tê-lo por perto. Algumas história dão conta que conflito, André recebeu notícias de sua família, Florinda André colocou para correr cinco arruaceiros de uma só estava desesperada por informações de seu esposo e seus 27 filhos passavam necessidades. Um dos carrascos se após ser internado mas seu legado e história permanecem sensibilizou com a história de André e, além de dar-lhe com a esperança de serem lembrados na posteridade. dinheiro para a viagem, liberou seu soldado "escravo" e o mais emocionante de toda essa história é o fato de André ter aparecido no bairro do Traviú, exausto e faminto e, ao saber que sua esposa naquele momento estava na igreja arrumando o altar e orando, foi até seu encontro e lhe deu um abraço que não poderia mais se romper. Só depois desse momento tão difícil que passou sua família, André teve seus outros filhos: Bepe, José (que viveu no bairro do Traviú), Tonico e Vitale, que foram morar após se casarem no Bairro dos Fernandes, próximo ao Bairro do Traviú. Mas logo depois, no ano de 1919, André foi ferido por um de seus cunhados enquanto retornava para casa, seu filho Tonico, na época uma criança, presenciou o fato pois estava caminhando ao seu lado, André faleceu dias 28 Em cima: Cópia do livro de chegada do porto de Santos, com os nomes dos Carbonari que vieram no ano de 1883 para o Brasil Lado esquerdo: Florinda Carbonari 29 30 Bairro do Traviú: utilizando o conhecimento que trouxeram de tantos outros lugares e épocas, trabalharam muito com animais: Como pudemos ver foi no bairro do Traviú que se porcos, galinhas, ovos de galinha, vacas, bois, leite de estabeleceram nossos mais próximos antepassados, vale vaca e com bezerros, vendiam e trocavam entre si e para dizer que o significado da palavra Traviú quer dizer Guia, quem viesse comprar, era como se tivessem voltado no ali que começou a se expandir bem mais a nossa cultura tempo e tivessem fazendo o que a mais de 1000 anos os do plantio que conhecemos ainda hoje, mesmo que de seus ancestrais faziam nas terras da Europa, os grupos de passagem. As primeiras famílias que cultivaram o solo famílias que aqui viviam,se casavam entre si e seus filhos desse bairro a partir de 1900 foram: os Steck, Carbonari, mantinham os dons ensinados por seus pais, na vontade Pompermayer, Tomasetto, Lorenzon e Brunelli e o plantio de suas crenças, de sua fé e de seu legado. Construíram a foi a grande força desses primeiros colonizadores, o café igreja em 1914, fizeram suas regras baseadas no bem não produzia de forma satisfatória nesse solo, então se estar de todos, construíram a sede esportiva da Sociedade optou por tantas outras frutas que davam em abundância, Amigos do Traviú em 1923 que serviria de lazer, com como: morango, poncã, acerola, caqui, abacate, pêssego jogos de tabuleiros e cartas, a bocha era um jogo favorito e, principalmente, a uva, essa última muito cultivada por entre eles que competiam na comunidade, construíram a muitas décadas. As construções foram o grande triunfo, escolinha para se educar os mais novos. Os membros mais tudo em primeira mão, os colonos fizeram tudo sozinhos, 31 participativos da comunidade do Traviú tinham até uma propriedades por confiarem nos demais moradores banda sinfônica, onde o nono Bepe era membro. Já nos vizinhos. dias de hoje muitos dos filhos dessas famílias do Traviú são médicos, políticos, advogados e engenheiros. Por Nono José (Bepe): décadas todos os domingos as famílias se reuniam e ainda Esse homem, conhecido como nono Bepe, se chamava se reúnem, as comadres com suas famílias entre primos e José Luigi Pompermayer, se casou com Itália Tomasetto e as gerações de diversas idades, para um almoço, um café, tiveram também muitos filhos, na arvore genealógica partilhando de brincadeiras e é ali que lembramos de podemos ver os nomes desses filhos, tios e tias que nossos bisavós e avós, os nonos e nonas, como eram carregam histórias de muita superação, foram educados chamados. E uma característica interessante que devo na fé, no esforço entre a comunidade, lutaram na terra, mencionar e pouco habitual na maior parte dos bairros da construindo seus projetos de vida, suas casas e região e bem particular que ainda permanece no Traviú alcançando seus sonhos bem perto de todos nós, tantos desde a antiguidade, é que as casas e terrenos não momentos sendo esses de nome, tão peculiares em possuem cercas ou portões, se assemelhando às casas dos nossas mentes, tão puros de recordações, eram netos de norte-americanos Andreas o (André) e de Florinda Carbonari. José e Itália que também não cercam suas tiveram 9 filhos: Geraldo, Joaquim, Adolfo, André, 32 Salvador, Teresa, José Jr., Gemma (Odete) e Edvirges. Guinarello, Salles, Lourenção (Lourençon, Lourenzon), e Todos carregam o sobrenome Pompermayer, se casaram construíram as paredes das casas que crescemos e dos e sua descendência é numerosa, desses nove apenas sonhos que criamos, da fé que possuímos, do caráter que Edvirges não teve filhos e pelo que consta não se casou obtivemos e do orgulho que sentimos. Desses homens e mas como todos tem seu papel primordial na família, mulheres, não posso deixar de citar mais uma vez Tonico Edvirges ajudou a cuidar de tantos sobrinhos e de seus e Vitale, irmãos de nono Bepe, todos esses homens irmãos até o final de sua vida. Existem inúmeras histórias conquistaram seu pedaço de chão com muito trabalho, curiosas sobre esses tios e tias avós, todos participaram moram entre o bairro dos Fernandes e Traviú e, como já do progresso de suas comunidades, foram exemplares, vimos, foram engenhosos na arte de plantar e colher, tinham sim seus defeitos, como também nós temos, mas sendo seu maior conhecimento quando o assunto era souberam aproveitar ao máximo seu potencial no comercializar e expor as belas amostras de uva e morango trabalho nas festas comemorativas da região de Jundiaí, onde que desempenharam e ainda muitos desempenham, são nossos Pompermayer do coração, que temos grande orgulho de serem de nossa valiosa família. Esses nossos nonos fizeram parte da cultura, da música, do futebol e foram casados com os Brunelli, Tomasetto, nossos avôs e pais desempenharam grande papel. Tio Salvador (Dori), Tio José Jr. (Zito), Tio André, Tio Joaquim, Tio Geraldo (meu avô), Tio Adolfo (Dorfo ou Dolfo), todos esses homens que tiveram seus filhos que 33 também muito tenho apreço, sendo esses: Glacir, Jaime, Sérgio, Laércio, Luis Carlos, Glaudemir, Roberto, Maria Inês, Marisa, Ana, entre tantos outros, em que suas histórias e nomes são lembrados mas não caberiam nessas linhas de tanta gente especial e com belíssimas histórias. Fecho esse trabalho com grande entusiasmo e orgulho em homenagear esse nosso sobrenome. Dedico ao querido avô Geraldo Pompermayer com quem passei 20 anos de minha vida e ao meu filho Igor Henrique de Oliveira Pompermayer. 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Conclusão: Muito pouco eu sabia quando iniciei as pesquisas sobre toda a história que contei aqui, comecei a me interessar quando uma prima em 2005 do bairro do Traviú chamada Lúcia Helena trouxe um livro que um professor de Belo Horizonte chamado Malori José Pompermayer havia escrito sobre os Pompermayer, a partir de então descobri as origens remotas de um sobrenome tão diferente e que eu sempre achei bonito de se pronunciar mas ainda faltava muita coisa, que nem meus avós e meus tios avós sabiam sobre o passado e muita informação não pude encontrar. Mas dali em diante até hoje (algo que já dura dez anos), comecei a cavar mais e descobri com grande alegria o nome dos primeiros colonos Pompermayer que chegaram no porto de Santos e isso só foi possível com informações de um primo de São Paulo chamado Renato Pompermayer, que me disse ter em mãos um documento que continham esses nomes, essa curiosidade de juntar o quebra-cabeças ficou mais aflorado quando um parceiro da Rádio difusora 810 AM, chamado Rolando Giarolla de Jundiaí me procurou para saber se eu poderia fornecer alguma informação sobre a história completa da família e isso me fez traçar mais ainda toda essa viagem que, trazendo para os dias atuais, concluo que muita coisa ainda pode ser escrita mas o que já foi escrito na mente e coração dos nossos ancestrais poderia ser perdido, porém cada um teve um papel muito importante, cada pessoa desenvolveu um dom dentro de si e, tanto em relatos registrados em livros, ou guardando fotos, ou descrevendo em palavras foi fazendo tão pouca informação se transformar em um material rico em evidências e logo criou uma vida em meio a tão pouco e 50 que se não registrarmos tudo que aconteceu até aqui que tantos outros, nesse presente tempo e em tempos agora se tem consciência, perderíamos essa essência, algo futuros. que reproduzo para que possa ir até onde os olhos de Jundiaí, 24 de Janeiro de 2017 quantas pessoas eu conseguir alcançar. Claro que somos um grão de areia na história dessa grandiosa nação Thiago Leme Pompermayer brasileira mas contribuímos muito para o crescimento desse país, somos parte de uma bandeira de pano que limpou o suor e as lágrimas de muitas pessoas que sonharam alto, e tão alto que muitos nem tentariam chegar, que se prepuseram mudar de vida e deram seu melhor para o que viria a seguir, e o que veio depois de tanta luta, foram nosso orgulho em ser um membro desse grupo que, mesmo distante, nos fazem fruto desse propósito, desse sentimento de bravura, que fico muito feliz em ter conhecido nesses tantos relatos e nessas tantas fotos e ter a possibilidade de compartilhar com 51 Agradecimentos: Material disponível na internet: Agradeço a Regiane Rossini na revisão do projeto, Material de áudio e vídeo no site: Orlando Steck com as fotos fornecidas, Rolando Giarolla com o convite para apresentar em rádio e jornal sobre a família entre julho e outubro de 2015, e todos os familiares e amigos que contribuíram de alguma forma com o conteúdo desse trabalho. www.youtube.com - Documentário: DOC Imigrantes - Ano: 2015 Produzido por: MOV PRODUÇÕES - Entrevista: Pompermayer (Imigração) - da Rádio Difusora Jundiaí (810 AM) - gravada e exibida em julho de 2015, apresentada por Adilson Freddo. 52 Fontes consultadas: Pesquisas em sites da internet: Livro: Os Pompermayer na Itália, Brasil e Argentina de pt.wikipedia.org (Consulta sobre imigração italiana no Malori José Pompermayer. Maza Edições, Ano: 2005 Brasil e abolição da escravidão) Livro: “O Bairro do Traviú no seu Centenário”, de Hilário myheritage.com.br Caniato. Editor Independente, Ano: 1994 genealógicas) (Consulta sobre árvores inci.org.br/acervodigital (Consulta Livro de chegada dos imigrantes) museudaimigracao.org.br (Consulta de registros da imigração) rotatirolesa.com.br (Consulta sobre os bairros italianos de Piracicaba) 53