Subido por Julio César Solis Zavala

La cocina de la escritura-Daniel Cassany

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Daniel Cassany
cocina de la escritura
EDITORIAL ANAGRAMA
BARCELONA
Título de la edición catalana:
La cuina de l'escriptura
Editorial E m p u ñ e s
Barcelona, 1993
Versión castellana
del autor
Portada:
Julio Vivas
Ilustración: xilografía del siglo xv
Primera edición: mayo 1995
Segunda edición: septiembre
Tercera edición: enero 1996
1995
© Daniel Cassany i Comas, 1993
© EDITORIAL ANAGRAMA, S.A., 1995
Pedro de la Creu, 58
0 8 0 3 4 Barcelona
ISBN: 84-339-1392-1
Depósito Legal: B . 1651-1996
Printed in Spain
Libergraf, S.L., Consdtució, 19, 0 8 0 1 4 Barcelona
Per ais meus nebots Guillem,
incipients
i imaginatius
tots els altres
questa
mena
aprenents,
cuiners
Roger, Joan
i
de l'escriptura,
«pinches»
i «gourmets»
David,
i per a
d'a-
de cuina.
Para mis sobrinos Guillem, Roger, Joan y David,
incipientes
e imaginativos cocineros de la escritura,
y
para los demás aprendices,
pinches y «gourmets»
de
este tipo de c o c i n a .
Per so qar ieu, Raimonz Vidals, ai vist et conegut qe
pauc d'omes sabon ni an saubuda la dreicha maniera de
trobar, voill eu far aqest llibre per far conoisser et saber
qals deis trobadors an mielz trobat et mielz ensenhat, ad
aqelz qe.l volram aprenre, con devon segre la dreicha maniera de trobar.
Las rasos de trobar, siglo
XIII
RAMÓN VIDAL DE BESALÚ
Puesto que yo, Ramón Vidal, he visto y conocido que pocos
hombres saben o han sabido la correcta manera de trovar,
quiero yo hacer este libro para dar a conocer y saber qué
trovadores han trovado mejor y han enseñado mejor, y cómo
deben seguir la correcta manera de trovar aquellos que
quieran aprender.
AGRADECIMIENTOS
C o m o un buen caldo e n la bodega, esta cocina ha m a d u r a d o c o n
la práctica d e los últimos aflos: a partir d e la escritura, de m i trabajo
c o m o profesor de r e d a c c i ó n y del c o n t a c t o diario c o n aprendices y
c o n borradores y escritos d e t o d o tipo. R e c o n o z c o que la h e estado
p r e p a r a n d o a partir de las sugerencias que m e hicieron —¡quizás sin
darse c u e n t a ! - los asistentes a mis cursillos.
M. D o l o r s Alá, J o a n J . B a r a h o n a , V i c t o r i a C o l o m , Alicia C o m pany, Delfina Corzán, F r a n c e s c Florit, P e r e F r a n c h , M a r t a G o n z á lez, Griselda Martí, M. T e r e s a Sabater, M a i t e Salord, G l o r i a Serres,
Elisenda Vergés y otros escritores y escritoras cuyos n o m b r e s n o r e c u e r d o , han escrito algunos ejemplos que aliñan y dan sabor a m i
prosa. O t r o s ejemplos, fragmentos a n ó n i m o s extraídos d e periódicos, revistas y c o r r e s p o n d e n c i a c o m e r c i a l , n o tienen autoría y quién
sabe si algún día un l e c t o r r e c o n o c e r á casualmente alguno c o m o
propio. L l e g a d o el caso, confío que n o se moleste.
P a r a esta versión castellana de la cocina h e c o n t a d o c o n la ayuda desinteresada d e varios colegas. P e p a C o m a s —amiga d e m u c h o s
años y colaboradora ya habitual— ha traducido c o n e s m e r o más d e
la mitad del original y ha c o l a b o r a d o e n la elaboración d e su c o n junto; c o n ella he c o m p a r t i d o las angustias, los m i e d o s y las alegrías
que causa una e m p r e s a tan compleja. M a r í a P a z B a t t a n e r y C a r m e n
L ó p e z , colegas d e d o c e n c i a e investigación en la Universitat P o m peu F a b r a , han leído esta cocina y m e han p r o p o r c i o n a d o valiosas
ideas y sugerencias para el texto. T a m b i é n quiero m e n c i o n a r a Q u i c o
F e r r a n , que siempre responde c o n inmediatez a mis neuróticas solicitudes de ayuda informática, bibliográfica o literaria. A todos ellos les
d e b o que esta cocina n o tenga tantos e r r o r e s o imprecisiones. G r a c i a s .
Sin la c o l a b o r a c i ó n d e todas estas personas mi cocina habría sido
distinta, c l a r o está; p e r o , sobre todo, habría resultado rn^s aburrido
e ingrato prepararla. Puesto que lo que m e n o s m e gusta d e la escritura es la soledad c o n que trabajamos los autores, m e las h e ingeniado para e n c o n t r a r buenos c o m p a ñ e r o s d e viaje que quieran c o m partir c o n m i g o la a v e n t u r a d e escribir un libro.
D . C.
PRÓLOGO
La mayoría de adolescentes se sienten muy inseguros
cuando tienen que explicar algo e incluso aceptan su incapacidad. Esto no es bueno. Hay que darse cuenta de que redactar correctamente —lo cual no es un indicio de sensibilidad literaria— es ante todo un problema «técnico» y que
debe resolverse a tiempo para que no se convierta en un
problema psicológico.
JOSEP M .
ESPINAS
L a vida m o d e r n a exige un c o m p l e t o d o m i n i o d e la escritura.
¿Quién puede sobrevivir e n este m u n d o tecnificado, b u r o c r á t i c o ,
c o m p e t i t i v o , alfabetizado y a l t a m e n t e instruido, si n o sabe r e d a c t a r
instancias, cartas o e x á m e n e s ? L a escritura está arraigando, p o c o a
p o c o , e n la m a y o r p a r t e d e la actividad h u m a n a m o d e r n a . D e s d e
aprender cualquier oficio, hasta cumplir los deberes fiscales o p a r t i cipar e n la vida cívica d e la c o m u n i d a d , cualquier h e c h o r e q u i e r e
c u m p l i m e n t a r impresos, e n v i a r solicitudes, plasmar la opinión p o r
escrito o elaborar un informe. T o d a v í a más: el trabajo de m u c h a s
personas (maestros, periodistas, funcionarios, economistas, abogados, e t c . ) gira t o t a l m e n t e o e n p a r t e en t o r n o a d o c u m e n t a c i ó n e s crita.
E n este c o n t e x t o escribir significa m u c h o más q u e c o n o c e r el
abecedario, saber «juntar letras» o firmar el d o c u m e n t o d e identidad. Q u i e r e decir ser capaz d e expresar información d e f o r m a c o h e r e n t e y c o r r e c t a para q u e la entiendan otras personas. Significa p o der elaborar:
• un curriculum personal,
• una c a r t a para el periódico ( u n a / d o s hojas) que c o n t e n g a la
opinión personal sobre temas c o m o el tráfico r o d a d o , la e c o logía o la xenofobia,
• un resumen de 1 5 0 palabras de un capítulo d e un libro,
• una tarjeta para un obsequio,
• un informe para pedir una subvención,
• una queja e n un libro d e reclamaciones,
• etc.
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E n ningún caso se trata de una tarea simple. E n los textos más
complejos ( c o m o un informe e c o n ó m i c o , un p r o y e c t o educativo y
una ley o u n a sentencia judicial), escribir se c o n v i e r t e en u n a tarea
tan ardua c o m o construir una casa, llevar la contabilidad d e una
empresa o diseñar una coreografía.
L a f o r m a c i ó n que h e m o s recibido los autores y las autoras de estos textos es bastante escasa. L a escuela obligatoria y el instituto
ofrecen unos rudimentos esenciales d e g r a m á t i c a q u e n o pueden c u brir de ninguna m a n e r a las complejas y variadas necesidades de la
vida m o d e r n a . M á s allá, sólo los estudios especializados d e periodismo, t r a d u c c i ó n o magisterio c o n t i e n e n , y de forma más bien limitada, alguna asignatura suelta de redacción. Incluso los escritores
potenciales d e literatura c r e a t i v a tienen que c o n f o r m a r s e estudiando filología (que enseña más a leer que a escribir) p o r q u e n o
hay equivalente d e las Bellas Artes o del C o n s e r v a t o r i o d e Música
en el c a m p o de las letras.
¿ Y el resto d e personas que d e s e m p e ñ a m o s nuestra profesión
c o n la escritura? ¿ Y los ciudadanos y ciudadanas que t e n e m o s que
ejercer los d e r e c h o s y deberes sociales? ¿ L o s abogados, psicólogos,
ingenieros, físicos, políticos, e t c . , que escribimos e n nuestro trabajo,
d ó n d e y c ó m o a p r e n d e m o s a h a c e r l o al nivel que se nos exige? T e r m i n a m o s p o r f o r m a r n o s e x c l u s i v a m e n t e e n nuestra profesión, en
nuestra área específica de c o n o c i m i e n t o , y p e r m a n e c e m o s indefensos ante un papel en blanco. Si n o nos las ingeniamos p o r nuestra
cuenta, nos q u e d a m o s para siempre c o n las c u a t r o reglas escolares
d e ortografía.
E n algunos casos esta c a r e n c i a llega a c o m p r o m e t e r el ejercicio
profesional. F o r m a y f o n d o se interrelacionan de tal m a n e r a que los
defectos de r e d a c c i ó n dilapidan el contenido. ¿Cuántas veces has t e nido que esforzarte para e n t e n d e r la letra pequeña de un c o n t r a t o o
de una ley, que se supone que deberíamos c o m p r e n d e r c o n facilidad? ¿ N o te has e n c o n t r a d o n u n c a discutiendo el significado de a m bigüedades n o premeditadas e n un d o c u m e n t o ? ¿ T e has enfrentado
alguna vez a artículos d e reputados especialistas que, p o r la impericia de su prosa, resultan indigestos e incluso difíciles d e c o m prender?
E n general, la f o r m a c i ó n e n escritura q u e la mayoría de usuarios
poseemos es fragmentaria, o incluso bastante pobre. L o prueba la
larga lista de prejuicios de t o d o tipo que nos estorban. M u c h a s per14
sonas c r e e n que los escritores nacen; que n o se puede a p r e n d e r a r e dactar; que n o hay t é c n i c a ni oficio en la escritura y que, p o r lo
t a n t o , n o se puede enseñar ni a p r e n d e r de la m i s m a m a n e r a que u n
aprendiz de carpintero aprende a m o n t a r armarios. L a escasa p r e ceptiva que pueda c o n o c e r s e se e n v u e l v e en una auréola d e s e c r e tismo. Se a c u ñ a n y aplauden expresiones opacas c o m o estar inspirado o tener mucha maña. Incluso la palabra escritor/a sugiere un
misterio y un prestigio inmerecidos y se utiliza en un sentido m u y
distinto al de sus equivalentes lector o hablador, cualquier p e r s o n a
puede ser un lector, un hablador, pero... ¿a quién nos referimos
c u a n d o decimos de alguien que es escritor?
E n estas circunstancias, el libro que tienes en las m a n o s p r e tende ayudar a las personas que tengan que escribir. La cocina de la
escritura es un manual para a p r e n d e r a redactar. U n buen plato d e
p a t o a la naranja conlleva horas d e trabajo y la sabiduría d e t o d a
una tradición culinaria. D e l m i s m o m o d o , una carta, un c u e n t o o
un informe t é c n i c o esconden el intenso trabajo del a u t o r y u n a larga
preceptiva sobre c o m u n i c a c i ó n impresa. A u t o r e s y autoras trajinam o s ante el papel c o m o un chef e n la cocina: limpiamos la vianda
d e las ideas y la sazonamos c o n un p o c o de pimienta retórica, sofreímos las frases y las a d o r n a m o s c o n tipografía variada.
M e gustaría que este libro fuera una c o c i n a abierta p a r a todos
los aprendices de escritura. E s c r i t o r a s y escritores: ¡Ven! ¡ E n t r a !
¡ N o te quedes en el c o m e d o r ! E n t r a en la c o c i n a a v e r c ó m o los
autores preparan sus escritos. P o d r á s v e r c ó m o buscan y e n c u e n tran las ideas, de qué forma las estructuran, c ó m o tiene q u e ser
la prosa para que sea sabrosa, y c ó m o se a d o r n a un escrito.
A p r e n d e r á s a ser más eficaz, c l a r o o e n c a n t a d o r c o n la p l u m a , a
conseguir mejor tu propósito y, al m i s m o tiempo, a agradar al
lector.
N o e n c o n t r a r á s nada d e g r a m á t i c a ni d e ortografía. M i cocina sólo
utiliza productos comestibles. T r a t a del m á s allá, de lo q u e hay detrás
de barbarismos o faltas d e ortografía. T a m p o c o e n c o n t r a r á s recetas
c o m o las de los formularios d e c o r r e s p o n d e n c i a c o m e r c i a l o d e los
manuales escolares que explican las partes de u n a c a r t a o d e un c o m e n t a r i o de texto. N o busques modelos o ejemplos p a r a solucionar
urgencias de última hora.
M i cocina e x p o n e los rudimentos elementales d e la escritura, v á lidos para todo tipo de textos y ámbitos. P u e d e ser p r o v e c h o s a
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t a n t o para escolares c o m o para profesionales, periodistas,
científi-
c o s , técnicos, o para ciudadanos a quienes les guste leer y escribir.
Si algún á m b i t o deja de lado, éste es sin duda la literatura. C o m o un
payaso de c i r c o que h a c e reír y llorar, poetas y novelistas tienen der e c h o a subvertir cualquier regla del escenario y a disfrazarse c o m o
mejor les plazca.
E l m e n ú es variado. E m p i e z a c o n una lección magistral sobre
las investigaciones m á s importantes e n redacción, se e x p o n e la d o c trina fundamental sobre la palabra, la frase, el párrafo, la puntuación, etc.; se muestran las o p e r a c i o n e s básicas de pre-escribir, escribir y reescribir. T a m b i é n se h a c e un repaso al equipo m í n i m o del
autor y se presentan poderosas razones para a p r o v e c h a r el instrum e n t o epistémico de la escritura en beneficio personal. A p a r t e de
m o s t r a r la técnica d e la letra, m e gustaría a n i m a r a mis lectores a
escribir, a divertirse y a pasarlo bien escribiendo. Reivindicaré el
uso activo d e la escritura para el o c i o , para divertirse, para a p r e n der, para pensar, para m a t a r el t i e m p o —siempre sin pretensiones literarias.
L a c o m p o s i c i ó n de los platos depara algunas filigranas: hay exposiciones doctas, disecciones de borradores, c o m e n t a r i o s , consejos,
curiosidades. Se incluyen muestras aleccionadoras de maestros ( F e rrater, B e r n h a r d . . . ) , o esa c o l u m n a a n ó n i m a que tanto nos gusta, y
la carta c o n t u n d e n t e de una amiga, etc. Puesto que el c o c i n e r o debe
saber degustar manjares delicados, m e gustaría e d u c a r a nuestros paladares de lectores y escritores para p o d e r distinguir las prosas finas
de las insulsas.
Para lectores incrédulos, he aderezado las explicaciones c o n m á s
de un c e n t e n a r de ejemplos de diversa procedencia: prensa, libros,
redacciones de alumnos, etc. (identificados en la bibliografía). P a r a
los amantes de las novelas policíacas, hay sorpresas
escondidas.
C o m o un m a g o c o n el s o m b r e r o lleno de palomas, he camuflado
t o d o tipo de trucos y juegos e n t r e la prosa. ¡Atención! Intentaré pillarte desprevenido. P r e p á r a t e para llevarte algunas sorpresas. M e
gustaría haber escrito un libro divertido. Quisiera que la ciencia y la
diversión se dieran la m a n o desde ahora hasta el
final.
E n c a m b i o , a los lectores m á s impacientes, los tentaré c o n ejercicios estilísticos (siempre c o n soluciones). ¡ E s p e r o que te animes a
h a c e r tus propios pinitos! A h o r a bien, ya lo sabes, c o m o en cualquier restaurante: puedes leer siguiendo el orden lógico de
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los
capítulos o, si lo prefieres, escoger a la c a r t a según tus preferencias.
L l e v o más de o c h o años p r e p a r a n d o esta cocina. Mi a n t e r i o r libro, Describir el escribir, ya pretendía ser, al principio, un curso
práctico de redacción c o n fundamentos teóricos, p e r o esta última
parte c r e c i ó c o m o una planta tropical d e v o r a n d o lo que le rodea.
D e s d e entonces m e he dedicado a enseñar r e d a c c i ó n a aprendices
de t o d o tipo, desde amas d e casa hasta universitarios, maestros, secretarios o economistas. H e elaborado ejercicios, h e c o r r e g i d o t e x tos, m e h e d o c u m e n t a d o c o n manuales de variada p r o c e d e n c i a , h e
buscado la m a n e r a más idónea de explicar cada t e m a , etc. L a cocina
es el resultado de esta experiencia enriquecedora.
E n los primeros cursillos que impartí, m e ilusionaba t a n t o enseñar lo que había aprendido que actuaba c o m o un p r e d i c a d o r en el
pulpito. Pretendía que mis fieles aprendices escribieran c o m o yo lo
hacía, siguiendo las mismas técnicas, adoptando el m i s m o estilo.
¡ V a n a fantasía! P r o n t o m e di c u e n t a d e que estaba equivocado. E l
estilo y el m é t o d o es al autor, c o m o el c a r á c t e r a la persona: todos
somos distintos —¡afortunadamente!—. Alguien despreocupado puede
redactar de m a n e r a anárquica o impulsiva; o t r o puede proceder c o n
orden cartesiano, más propio de un talante meticuloso; p e r o ambos
pueden producir excelentes textos.
Hay tantas maneras de escribir c o m o escritores y escritoras. N o
se pueden dar recetas válidas para todos, sino que c a d a u n o debe
adaptar los patrones a sus propias medidas. Cada u n o tiene que d e sarrollar su propia técnica de escritura. P o r ello he p r e t e n d i d o q u e
esta cocina sea una gran exposición de recursos, trucos, tendencias y
procedimientos de redacción. ¿ T e animas a e n t r a r e n ella? ¡Se p a r e c e a un s u p e r m e r c a d o r e t ó r i c o o lingüístico! C o n t e m p l a las h e r r a mientas expuestas y escoge las que más te gusten.
Y nada más. L a c o m i d a está servida. E l c o c i n e r o se lo ha pasado
bien preparando el festín y n o desfallece. ¡ T e ofrezco mis mejores
deseos para el banquete que empieza! ¡ Q u e a p r o v e c h e !
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1. L E C C I Ó N M A G I S T R A L
Lo que no es tradición
es plagio.
C u a n d o descubrí que t a n t o las m a t e m á t i c a s c o m o la historia, la
física y todas las demás disciplinas del saber h u m a n o tienen autores,
c o n nombres y apellidos, m e sentí estafado. D e pequeño, e n la escuela m e lo enseñaron todo sin m e n c i o n a r m e ni un científico de los
que trabajaron en cada c a m p o (quizá sólo N e w t o n y Galileo, p o r lo
de la manzana y lo del juicio), de m o d o que entendía el saber c o m o
algo absoluto, objetivo e independiente de las personas. N o se p o día estar en desacuerdo o e n t e n d e r l o de otra m a n e r a ; e r a así y
punto.
D e m a y o r aprendí a relativizar el c o n o c i m i e n t o y a v e r l o simp l e m e n t e c o m o la explicación más plausible, p e r o n o la ú n i c a , q u e
p o d e m o s dar a la realidad. M e di cuenta de que el saber n o existe al
margen de las personas, sino que se va construyendo a lo largo de la
historia gracias a las aportaciones d e todos. M e ayudó m u c h o el h e c h o de c o n o c e r a algunos autores d e c a r n e y hueso q u e se e s c o n d e n
detrás de cada teoría o explicación. M e impresionó descubrir que la
teoría de conjuntos, que tuve que estudiar c o n e m p e ñ o —y q u e m e
había p r o c u r a d o alguna diversión—, la había inventado una p e r s o n a
a finales del siglo pasado: el m a t e m á t i c o alemán G e o r g C a n t o r .
E n el t e r r e n o de la lengua, este p u n t o de vista epistemológico
relativizador m e p a r e c e imprescindible, porque - s i cabe— los h e chos son todavía más opinables y c o n t r o v e r t i d o s que en otras disciplinas. N o quisiera que nadie t o m a r a los consejos q u e doy en este
libro c o m o verdades irrefutables —y que más tarde, leyendo otros
manuales, se sintiera e n g a ñ a d o , c o m o m e pasó a m í de pequeño—.
P o r esta razón, el p r i m e r plato de esta cocina repasa algunas de las
investigaciones más importantes del siglo X X sobre r e d a c c i ó n , c o n
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n o m b r e s y apellidos, las cuales constituyen el origen d e buena p a r t e
d e lo' que se e x p o n e más adelante.
D e b o decir que hablaré sobre t o d o de la tradición anglosajona,
p o r q u e es c o n c r e c e s la más interesante y fecunda. L o s precursores
del estudio d e la r e d a c c i ó n son
filósofos
británicos del siglo X I X
c o m o T h o m a s Carlyle o Herbert Spencer. E s t e último escribió en
1 8 5 2 un m e m o r a b l e artículo titulado Philosophy
qf Style, e n el cual
hace, antes d e t i e m p o , auténticas reflexiones psicolingüísticas sobre
la prosa, y ya r e c o m i e n d a redactar c o n frases cortas y palabras sencillas. E n E s p a ñ a , B a r t o l o m é Galí Claret publicó un delicioso y m o dernísimo tratado de estilística en 1 8 9 6 .
P e r o las corrientes de investigación m á s prolíficas y variadas
surgen en N o r t e a m é r i c a a principios de siglo. Así, la p r i m e r a v e r sión d e u n o de los manuales de r e d a c c i ó n m á s c o n o c i d o s , el clásico
The Elements
qf Style, c o n o c i d o p o p u l a r m e n t e c o n el n o m b r e de sus
autores: Strunk
y White,
es de 1 9 1 9 . E s t e librito de sesenta páginas
ya c o n t i e n e la mayoría d e las reglas d e c o n s t r u c c i ó n d e frases q u e
c o m e n t a r é en el capítulo séptimo y que también a p a r e c e n —con
ciertas pretensiones de n o v e d a d - e n los recientes manuales de estilo españoles.
¡ P e r o n o t o d o nos llega del inglés! T a m b i é n m e n c i o n a r é las investigaciones francesas sobre legibilidad y, al final, c o m e n t a r é la bibliografía española, h a c i e n d o un rápido repaso a la i m p o r t a n t e lab o r d e actualización e n técnicas d e escritura iniciada e n
estos
últimos años. E n conjunto, p r e t e n d o esbozar los estudios y las investigaciones que fundamentan la preceptiva d e la escritura.
L A LEGIBILIDAD
El objetivo de las investigaciones sobre legibilidad es
aprender a predecir y a controlar la dificultad del lenguaje
escrito.
GEORGES HENRY
E l c o n c e p t o d e legibilidad
designa el g r a d o d e facilidad c o n que
se puede leer, c o m p r e n d e r y m e m o r i z a r un t e x t o escrito. H a y que
distinguir la legibilidad
tipográfica
(legibility
e n inglés), que estudia.-
la p e r c e p c i ó n visual del t e x t o (dimensión de la letra, c o n t r a s t e d e
20
fondo y f o r m a ) , d e la legibilidad lingüística (readibility), q u e trata
d e aspectos e s t r i c t a m e n t e verbales, c o m o la selección léxica o la
longitud d e la frase. E s t a última es la q u e m e r e c e m á s c o n s i d e r a ción y la q u e desarrollaré a continuación.
L a s primeras investigaciones se sitúan e n t r e los años v e i n t e y
treinta e n los E E . U U . y se relacionan c o n el enfoque estadístico d e l
lenguaje, q u e se ocupaba d e cuestiones cuantitativas c o m o , p o r ejemplo, q u é fonemas, palabras o estructuras son los más frecuentes e n la
lengua, o q u é longitud media tiene la oración. Partiendo de varias
pruebas (preguntas d e c o m p r e n s i ó n , rellenar huecos e n b l a n c o d e
t e x t o , e t c . ) , los científicos pudieron discriminar diferentes grados d e
dificultad d e la escritura: es decir, textos m á s legibles, m á s fáciles, simples o que se entienden m á s rápidamente, y otros m e n o s legibles, q u e
requieren m á s t i e m p o , atención y esfuerzo p o r parte d e l lector.
E l análisis d e estos textos permitió extraer las pautas verbales asociadas a unos y a otros. E l g r a d o d e legibilidad dependía d e factores
lingüísticos objetivos y mesurables. E l siguiente c u a d r o m u e s t r a la
mayoría d e rasgos descubiertos:
LEGIBILIDAD ALTA
•
•
•
•
•
•
•
•
Palabras cortas y básicas.
Frases cortas.
Lenguaje concreto.
Estructuras que favorecen la anticipación.
Presencia de repeticiones.
Presencia de marcadores textuales.
Situación lógica del verbo.
Variación tipográfica: cifras, negrita, cursiva.
L E G I B I L I D A D BAJA
•
•
•
•
Palabras largas y complejas.
Frases más largas.
Lenguaje abstracto.
Subordinadas e incisos demasiado largos.
• Enumeraciones excesivas.
• Poner las palabras importantes
al final.
• Monotonía.
Según esto, un escrito d e oraciones breves, palabras c o r r i e n t e s ,
t e m a c o n c r e t o , e t c . , n o presenta tantas dificultades c o m o o t r o d e frases largas y complicadas, incisos, p o c a redundancia, t e r m i n o l o g í a
p o c o frecuente y c o n t e n i d o abstracto. D e toda la lista anterior, los
tres primeros puntos son los m á s relevantes:
E n la mayoría d e lenguas, las palabras m á s frecuentes suelen ser
21
cortas y p o c o complejas fonéticamente, mientras que las polisilábi­
cas suelen ser m e n o s corrientes y ofrecen más dificultades. T a m b i é n
p a r e c e c l a r o que las oraciones breves, especialmente si n o llevan in­
cisos, son más asequibles que las largas [con ciertos matices, v e r
pág. 9 4 ] . Y n o r m a l m e n t e nos interesamos más p o r textos q u e tratan
de personas y h e c h o s c o n c r e t o s ( n o m b r e s propios,
testimonios,
a n é c d o t a s ) , que d e t e m a s abstractos.
Estas pautas se difundieron y popularizaron n o t a b l e m e n t e a par­
tir d e tests o fórmulas que p e r m i t e n m e d i r c o n facilidad el g r a d o de
legibilidad de la prosa y c o m p a r a r l o c o n el de otros textos d e refe­
rencia. U n o d e los más famosos e n inglés es el de R u d o l f Flesch
( 1 9 4 9 ) , que consta de un test de facilidad
d e la prosa (extensión de
las palabras y d e las frases) y o t r o d e interés
humano
del c o n t e n i d o
( c o n c r e c i ó n , n o m b r e s propios). P a r a el francés, han propuesto fór­
mulas parecidas, e n t r e otros, H e n r y ( 1 9 8 7 ) y R i c h a u d e a u ( 1 9 8 4 y
1992).
L o s criterios para m e d i r la legibilidad varían según el autor. E l
siguiente c u a d r o r e c o g e la mayoría:
PUNTO MEDIDO
SISTEMA D E M E D I D A
Extensión
del vocablo:
• Número de sílabas por 100 palabras.
• Número de letras, vocales o consonantes.
Vocabulario
básico:
• Número de palabras que no pertenecen a un deter­
minado vocabulario básico.
• Número de afijos cultos (ej.: re-, in-, -ismo, -lo­
gia...) y, por lo tanto, de palabras supuestamente
complejas.
• Grado de variación léxica; con más variedad hay
más probabilidad de encontrar palabras difíciles.
Extensión
d e la oración:
• Número de sílabas por frase.
• Número de palabras por frase.
• Cantidad de puntuación fuerte: punto y seguido,
dos puntos, punto y coma, paréntesis...
• Número de preposiciones de la oración: con más
preposiciones, frase más compleja.
Grado de interés
y concreción:
• Número de mayúsculas que no empiezan oración.
• Número de palabras personales: pronombres per­
sonales, sustantivo de género natural (Jorge, Miró,
hermana, actriz...), palabras como gente o persona.
22
• Cantidad de puntuación activa: interrogaciones,
exclamaciones, puntos suspensivos, guiones.
• Frases con estilo directo, diálogos, órdenes.
L o s dos fragmentos q u e siguen ejemplifican la aplicación d e estos criterios. Se trata d e dos explicaciones del c o n c e p t o dialecto:
la
p r i m e r a d e un ensayo d e difusión y la segunda d e u n a enciclopedia.
L a palabra dialecto es un término
de uso diario y significa la variedad lingüística utilizada en una región geográfica determinada o por
una'clase social determinada. Los
lingüistas a menudo hacen la distinción entre dialectos regionales y
sociales. E n teoría estos dos tipos
de dialectos son distintos, *pero en
Gran Bretaña las dimensiones regionales y sociales están relacionadas. E n pocas palabras, cuanto más
se asciende en la escala social, menos variación regional se encuentra en el habla. Así, individuos
educados de la clase media alta de
toda la isla hablan más o menos de
la misma forma, con muy pocas diferencias de pronunciación. Pero
los trabajadores agrícolas de Devon y Aberdeen, por poner un
ejemplo, es posible que tengan
considerables dificultades para entenderse. [Stubbs, 1976]
dialecto
m L I N G Cada una de las
modalidades que presenta una lengua en las diversas regiones de su
dominio, delimitadas por varias
isoglosas, los hablantes de una de
cuyas modalidades no tienen muchas dificultades de comprensión
con los hablantes de las otras, aunque tienen conciencia de ciertas
diferencias entre ellas. E n el
mundo griego, el término SictXeKrog significaba 'conversación', 'discusión' o 'habla local' [...] Además
de este concepto horizontal de dialecto existe otro vertical, el de dialecto social o sistema lingüístico
de un grupo social determinado,
de particularidades sobre todo léxicas, sea con una finalidad esotérica
(malhechores, facinerosos, etc.) o
también formando parte de una
lengua técnica o de grupo. [ G E C ]
CARACTERÍSTICAS
CARACTERÍSTICAS
• Número de oraciones: 6 (o 7,
con * ) .
• Extensión media de la oración:
20,5 palabras.
• Extensión media de la palabra:
2,45 sílabas.
• Número de oraciones: 2 (enteras).
• Extensión media de la oración:
47 palabras.
• Extensión media de la palabra:
2,39 sílabas.
23
• Palabras personales: los lingüistas, los individuos educados, los
trabajadores agrícolas.
• Mayúsculas no iniciales: 3.
• Puntuación fuerte: 6 puntos.
• Terminología específica:
dad lingüística.
varie-
• Palabras personales: los hablantes.
• Mayúsculas no iniciales: 0.
• Puntuación fuerte: 2 puntos; un
par de paréntesis.
• Terminología especifica: modalidad, isoglosas, SIOXEKTOQ concepto
horizontal, vertical, sistema lingüístico, lengua técnica...
L a m a y o r legibilidad del f r a g m e n t o de la izquierda se basa en la
m e n o r extensión d e las frases, en un m a y o r g r a d o d e c o n c r e c i ó n
( c o n más palabras personales y más mayúsculas que n o empiezan
o r a c i ó n ) y en la ausencia d e terminología específica. N o hay variaciones significativas p o r lo que se refiere a la extensión d e la palabra. U n análisis m á s detallado y cualitativo que tuviera e n c u e n t a el
n ú m e r o de incisos, el orden de las palabras o el tipo d e c o n e c t o r e s ,
posiblemente revelaría otras diferencias relevantes.
L a aplicación de estas fórmulas a t o d o tipo d e textos permitió
elaborar p a r á m e t r o s estándar para interpretar la legibilidad d e un
escrito y contrastarla c o n otros textos. Según estos p a r á m e t r o s ( M i 11er, 1 9 6 9 ; R i c h a u d e a u , 1 9 8 4 ) , los c ó m i c s (Tintín),
los libros d e lec-
tura y de t e x t o de enseñanza básica o la literatura de c o n s u m o (Corto
Tellado)
figurarían
son los textos más legibles; en el e x t r e m o opuesto
los artículos científicos, la literatura d e élite ( P r o u s t ) o al-
gunos periódicos (Le
Monde).
L a legibilidad disfrutó d e m u c h a aceptación durante los años
c i n c u e n t a y sesenta, gracias a los manuales simplificados que astutam e n t e difundieron los estudiosos. L o s libros d e R . Flesch se c o n v i r tieron en clásicos populares, y algunos organismos oficiales n o r t e a mericanos incluso a d o p t a r o n los tests d e legibilidad para evaluar su
d o c u m e n t a c i ó n . A d e m á s , todavía hoy esta c o r r i e n t e de investigación c u e n t a c o n una prolífica n ó m i n a de autores y hallazgos. H e n r y
( 1 9 8 7 ) h a c e un r e c o r r i d o p o r los trabajos más importantes aparecidos e n t r e 1 9 2 3 y 1 9 7 7 y m e n c i o n a a m á s de sesenta investigadores y
alrededor de una c u a r e n t e n a d e fórmulas distintas d e
legibilidad,
todo para el inglés, aparte d e otras adaptaciones para el francés, el
castellano o el alemán.
24
P e r o a c t u a l m e n t e bastantes especialistas, adscritos a otras c o rrientes, cuestionan este tipo d e investigación y, sobre todo, el uso
d e fórmulas simples y fáciles para m e d i r la legibilidad. Discuten la
validez de algunos de los criterios utilizados y a r g u m e n t a n q u e n o
se puede reducir la complejidad d e un escrito a una serie de sumas y
restas. E l m i s m o R i c h a u d e a u , u n o d e los estudiosos m á s c o n o c i d o s
para el francés, aconseja usar estos criterios para reflexionar sobre la
redacción, p e r o los descalifica si tienen q u e utilizarse c o m o auditoría rigurosa de un escrito.
E n c o n t r a r á s más información e n Miller ( 1 9 6 9 ) , Martínez A l b e r tos ( 1 9 7 4 ) , R i c h a u d e a u ( 1 9 8 4 y 1 9 9 2 ) , H e n r y ( 1 9 8 7 ) , Z a c h a r i a
(1987), Turk y Kirkman (1982), Timbal-Duclaux ( 1 9 8 6 y 1989).
E L ESTILO LLANO
Una comunicación transparente es esencial para un
buen gobierno. Por tanto, es responsabilidad de la escritura
oficial que sea inteligible —y que no confunda a la gente ni
le haga la vida difícil con palabras poco familiares o frases
largas e impenetrables.
ROBERT D.
EAGLESON
A partir d e los años sesenta y setenta, las asociaciones d e c o n sumidores de los E E . U U . se dieron c u e n t a de que para defender a
sus asociados era necesario c o m p r e n d e r los textos i m p o r t a n t e s q u e
afectan a los ciudadanos: leyes, n o r m a s , seguros, impresos, c o n t r a tos, sentencias, condiciones, garantías, instrucciones, etc. C o n la
progresiva expansión de la burocracia, d e la legislación, d e la t e c n o logía, la vida cotidiana se había inundado d e escritos imprescindibles que n o siempre se c o m p r e n d í a n . Piensa, p o r ejemplo, en las a c tuales sentencias judiciales, los impresos de hipotecas, p r é s t a m o s , d e
seguros, o incluso en los estatutos d e determinadas organizaciones.
¿Se entienden fácilmente? E s a s asociaciones e m p e z a r o n a exigir q u e
toda esta documentación' se escribiera c o n un estilo llano, asequible
para todos.
E l impulso inicial c u l m i n ó en un i m p o r t a n t e m o v i m i e n t o d e r e n o v a c i ó n de la redacción e n los ámbitos público y laboral, c o n o c i d o
c o n el n o m b r e de M o v i m i e n t o del E s t i l o L l a n o (Plain
language
25
Movement).
D o s hechos relevantes le dieron el empuje
definitivo:
e n el a ñ o 1 9 7 5 , el Citibank de N u e v a Y o r k reescribió sus formularios de préstamos para adaptarlos al n u e v o estilo llano, lo cual agradecieron m u c h o sus clientes; en el a ñ o 1 9 7 8 el g o b i e r n o C á r t e r o r d e n ó que «todas las regulaciones más importantes fueran redactadas
en un inglés llano y comprensible para todos los que las tenían que
cumplir».
D e s d e e n t o n c e s hasta hoy, el m o v i m i e n t o n o ha p a r a d o de c r e cer, sobre t o d o en el m u n d o anglosajón. O r g a n i s m o s públicos y privados han seguido el ejemplo d e sus precursores r e f o r m u l a n d o los
textos. H a n surgido c e n t r o s de estilo llano que p r o m u e v e n n o r m a tiva legal sobre c o m u n i c a c i ó n escrita (leyes y r e c o m e n d a c i o n e s ) , investigan sobre r e d a c c i ó n (qué problemas de r e d a c c i ó n tienen
los
textos, c ó m o pueden resolverse...), forman a los técnicos que tienen
que redactar en c a d a disciplina (abogados, jueces, científicos...) y, en
general, difunden las ideas del m o v i m i e n t o a través d e publicaciones y jornadas informativas.
D o s aspectos sociales i m p o r t a n t e s de este m o v i m i e n t o son la
ética y la e c o n o m í a . P o r un lado, la c o m u n i c a c i ó n escrita tiene que
relacionarse c o n el ejercicio de los derechos y deberes de la ciudadanía. L o s organismos administradores, públicos
o privados, p e r o
también los autores individuales, tienen el deber de hacerse e n t e n der, mientras que los administrados tienen el d e r e c h o d e poder
c o m p r e n d e r lo que necesiten para desenvolverse en la sociedad m o derna. L a s dificultades en la c o m u n i c a c i ó n c r e a n desconfianza y
atenían c o n t r a la c o n v i v e n c i a social.
L a d e m o c r a c i a se f u n d a m e n t a p r e c i s a m e n t e en la facilidad de
c o m u n i c a c i ó n e n t r e la ciudadanía. Sólo las personas que tienen a c ceso a la información d e la c o m u n i d a d pueden participar activam e n t e en la vida política, c í v i c a o cultural. L o s párrafos confusos,
las frases complicadas y las palabras raras dificultan la c o m p r e n s i ó n
de los textos, privan a las personas del c o n o c i m i e n t o y, p o r lo t a n t o ,
las inhiben de sus derechos y deberes d e m o c r á t i c o s . ¿ Q u i é n podrá
cumplir una ley que n o se entiende? ¿ Y quién se atreverá a quejarse
o a r e c l a m a r algo, si los criterios o las vías para h a c e r l o n o están
claros?
P o r o t r a parte, el estilo llano ha d e m o s t r a d o ser e c o n ó m i c a m e n t e rentable, p o r q u e ahorra d i n e r o y esfuerzos técnicos y h u m a nos. Si bien revisar cualquier d o c u m e n t a c i ó n origina gastos consi26
derables (especialistas, diseño n u e v o , impresión, papeleo...), los b e neficios superan c o n c r e c e s la inversión, tal c o m o d e m u e s t r a la e x periencia. H e aquí un ejemplo curioso:
La Comisión Federal de Comunicaciones de los E E . U U . publicó
las regulaciones para conseguir licencias de emisora local de radio
con el tradicional lenguaje legal y necesitó 5 empleados a tiempo
completo para resolver las dudas del público. Con una nueva versión de las regulaciones en inglés llano, los 5 empleados pudieron
dedicarse a otras tareas. [Eagleson, 1990]
Ya
en el t e r r e n o p u r a m e n t e lingüístico,
el estilo llano
nos
ofrece varias novedades: u n a definición de prosa comprensible, investigación específica sobre las dificultades de c o m p r e n s i ó n d e los
textos técnicos y aplicaciones c o n c r e t a s para mejorar los escritos.
E n lo referente al p r i m e r p u n t o , un escrito llano y eficaz r e ú n e
las siguientes condiciones:
• U s a un lenguaje (registro, v o c a b u l a r i o ) apropiado al l e c t o r ( n e cesidades, c o n o c i m i e n t o s ) y al d o c u m e n t o ( t e m a , objetivo). E s
decir, se adapta a c a d a situación; p o r ejemplo: las p o n e n c i a s
para científicos incluyen terminología y datos específicos que
sólo pueden e n t e n d e r los especialistas, p e r o los manuales de difusión usan un vocabulario m á s c o r r i e n t e , asequible para todos.
• T i e n e un diseño racional que p e r m i t e e n c o n t r a r la i n f o r m a ción i m p o r t a n t e en seguida. L o s datos relevantes o c u p a n las
posiciones i m p o r t a n t e s del escrito, que son las q u e el ojo v e
p r i m e r o . ¡ Q u e n o o c u r r a aquello tan típico de q u e la l e t r a p e queña del pie de página, e n las notas, e n t r e paréntesis, es la
que trata d e lo que r e a l m e n t e nos afecta!
• Se puede e n t e n d e r la p r i m e r a vez q u e se lee. ¡ N o te fíes de las
relecturas! C u a n d o tienes que d e t e n e r t e a m e n u d o p o r q u e has
perdido el hilo sintáctico de la prosa, c u a n d o tienes q u e v o l v e r atrás para c o g e r l o d e nuevo... ¡es señal d e q u e la escritura
n o funciona! L a prosa llana tiene que captarse a la p r i m e r a .
• C u m p l e los requisitos legales necesarios.
27
L a investigación sobre las dificultades de c o m p r e n s i ó n demuestra que los dos escollos más importantes q u e d e b e m o s superar
c u a n d o l e e m o s textos difíciles son la estructura sintáctica d e la
frase, a m e n u d o e x c e s i v a m e n t e compleja, y la ausencia de un c o n t e x t o c o m p a r t i d o autor-lector. E l abuso d e la subordinación y del
p e r í o d o largo añade m u c h a dificultad a la lectura; y un g r a d o de
abstracción o de generalización elevado del c o n t e n i d o impide que
el lector pueda relacionar el t e x t o c o n su c o n o c i m i e n t o del m u n d o ,
c o n su e n t o r n o . T a m b i é n pueden c r e a r dificultades la puntuación,
la c o n s t r u c c i ó n del párrafo o la presentación general del t e x t o . E l
d e n o m i n a d o r c o m ú n de estos aspectos es que son p o c o familiares al
lector.
E n c a m b i o , el léxico específico o d e s c o n o c i d o n o p a r e c e un p r o blema insalvable. Fijémonos, p o r ejemplo, e n el siguiente fragm e n t o , e x t r a í d o d e un informe t é c n i c o sobre a g r o n o m í a , e n el que
se describe el t e r r e n o de una finca:
El suelo, del mismo tipo en ambas parcelas, es de aluvión y muy
profundo. Pese a encontrarse la finca en una cota mucho más alta
que la del río Llobregat, que discurre muy cerca de allí, es evidente
el carácter que tiene de antigua terraza fluvial, si tenemos en cuenta
los numerosos guijarros existentes [...] E n la primera parcela, la rotura ya se ha efectuado. Ocupa la parte más llana de un valle y parte
de una ladera. Como consecuencia de los movimientos de tierra
efectuados, prácticamente todo el terreno está dispuesto en bancales
de pendiente nula. [CRIP]
A u n d e s c o n o c i e n d o el significado específico de vocablos c o m o
aluvión,
terraza
fluvial,
rotura
o bancales
de pendiente
nula,
las
oraciones cortas y claras p e r m i t e n seguir la prosa sin dificultades y
captar su sentido global. E n el caso d e que q u e r a m o s e n t e n d e r t o dos los detalles, t e n d r e m o s que buscar en el diccionario las e x p r e siones q u e n o c o n o z c a m o s , sin necesitar la ayuda de un especialista.
P e r o si el p r o b l e m a estuviera e n la sintaxis, en el g r a d o de abstracción o en la presentación del d o c u m e n t o , entonces e n c o n t r a r í a m o s
obstáculos reales para e n t e n d e r el t e x t o a u t ó n o m a m e n t e . ¿ C ó m o ,
d ó n d e , a quién... podríamos consultar nuestras dudas?
P o r lo que se refiere a las aplicaciones prácticas d e la r e d a c c i ó n ,
el estilo llano i n c o r p o r a los m e n c i o n a d o s criterios d e legibilidad,
28
pese a que critica sus fórmulas, y amplía su c a m p o d e a c c i ó n a n u e v o s
aspectos c o m o el párrafo, la presentación del escrito o la a d e c u a c i ó n
al destinatario. H e aquí algunos d e los consejos que p r o p o n e :
• B u s c a r un diseño funcional y c l a r o del d o c u m e n t o .
• E s t r u c t u r a r los párrafos.
• P o n e r ejemplos y demostraciones c o n c o n t e x t o explícito.
• Racionalizar la tipografía: mayúsculas, cursivas, e t c .
• E s c o g e r un lenguaje apropiado al lector y al t e m a .
E s t o s criterios se c o n c r e t a n e n la reformulación llana del estilo
retorcido y r e t ó r i c o , típico d e la burocracia. Fijémonos e n el siguiente ejemplo, extraído d e un i m p r e s o administrativo:
ORIGINAL
LLANO
No obstante, y habiéndose informado previamente al interesado de
la posibilidad de solicitar el anticipo a cuenta de la pensión que le
fuere reconocida en su momento,
de acuerdo con lo que dispone el
articulo 47 de la Ley 3 1 / 1 9 9 0 , de
27 de diciembre, el citado funcionario desea acogerse a este derecho, habiendo cumplimentado y
firmado el modelo CPA / 2 que se
adjunta.
E l funcionario se acoge al derecho
de solicitar un anticipo a cuenta de
la pensión que se le reconozca en
su momento, de acuerdo con el articulo 47 de la Ley 3 1 / 1 9 9 0 , de 27
de diciembre. Para ejercerlo, ha
cumplimentado y firmado el modelo CPA / 2 que se adjunta.
Por lo cual y después de haber efectuado el cálculo de previsión de
acuerdo con las fórmulas previstas
en el Real Decreto 6 7 0 / 1 9 8 7 de 30
de abril, y las circunstancias concurrentes en el expediente del interesado (30 años de servicio en el
mismo Cuerpo), el porcentaje a
aplicar por el anticipo a cuenta de
la pensión no se prevee que pueda
ser inferior al 8 0 %. [CRIP]
El porcentaje que se aplique al anticipo será del 80 % o superior, de
acuerdo con las fórmulas previstas
en el Real Decreto 6 7 0 / 1 9 8 7 de
30 de abril y con la circunstancia
de que el interesado tiene 3 0 años
de servicio en un mismo cuerpo,
según el expediente.
29
E l estilo llano n o pretende desvirtuar los textos técnicos o espe­
cializados reescribiéndolos c o n una prosa c o r r i e n t e o incluso «vul­
gar». V i e n d o reformulaciones c o m o la anterior, se suele criticar que
las dos versiones difieren en detalles que pueden ser relevantes
desde un p u n t o de vista legal. P o r ejemplo, p u e d e resultar diferente
decir que (no) pueda
ser inferior
al 80 % o será del 80 % o supe­
rior. E s inevitable que una versión m á s llana modifique el estilo, la
sintaxis y también el regusto y las c o n n o t a c i o n e s del original, p e r o
esto n o significa que se puedan e n t e n d e r ideas distintas. L a lengua
es —debe ser— lo bastante dúctil y maleable para expresar cualquier
dato c o n palabras comprensibles.
P a r a t e r m i n a r , debemos t e n e r en c u e n t a que las implicaciones
del estilo llano se extienden m u c h o m á s allá de la escritura. C u a n d o
se r e h a c e la r e d a c c i ó n de un d o c u m e n t o c o m o en el ejemplo a n t e ­
rior, p e n s a m o s que se trata sólo de una cuestión de sintaxis. P e r o ,
en el fondo, varían otras cosas m u c h o más importantes: c a m b i a la
m a n e r a d e leer y d e escribir el texto; cambian también los hábitos
lingüísticos d e las personas que utilizan el d o c u m e n t o ; a u m e n t a el
grado de c o m p r e n s i ó n del impreso; c a m b i a la filosofía de la c o m u ­
nicación. E n definitiva, lo que nos p r o p o n e el lenguaje llano es una
nueva cultura
comunicativa,
u n a m a n e r a más eficaz y d e m o c r á t i c a
de e n t e n d e r la c o m u n i c a c i ó n escrita e n t r e las personas.
Encontrarás
más
información
en
Bailey
(1990),
Eagleson
( 1 9 9 0 ) , W y d i c k ( 1 9 8 5 ) , C L I C ( 1 9 8 6 ) , Cassany ( 1 9 9 2 ) y en la revista
especializada Simply
Stated.
L O S PROCESOS D E COMPOSICIÓN
Escribir es un proceso; el acto de transformar pensa­
miento en letra impresa implica una secuencia no lineal de
etapas o actos creativos.
JAMES B. G R A Y
El proceso de escribir me recuerda los preparativos para
una fiesta. No sabes a cuánta gente invitar, ni qué menú
escoger, ni qué mantel poner... Ensucias ollas, platos, vasos,
cucharas y cazos. Derramas aceite, lo pisoteas, resbalas, vas
por los suelos, sueltas cuatro palabrotas, maldices el día en
30
que se te ocurrió la feliz idea de complicarte la existencia.
Finalmente, llegan los invitados y todo está limpio y reluciente, como si nada hubiera pasado. Los amigos te felicitan
por el banquete y tú sueltas una de esas frases matadoras:
«Nada..., total media hora... ¿Todo lo ha hecho el horno!»
[GS]
L o s procesos d e c o m p o s i c i ó n del escrito son una línea de investigación psicolingüística y un m o v i m i e n t o de r e n o v a c i ó n de la enseñanza de la redacción. Su c a m p o de a c c i ó n es el p r o c e s o de c o m p o sición o de escritura, es decir, t o d o lo que piensa, h a c e y escribe un
autor desde que se plantea producir un t e x t o hasta q u e t e r m i n a la
versión definitiva. H a recibido m u c h a influencia de la psicología
cognitiva y la lingüística del t e x t o , y está p r o v o c a n d o i m p o r t a n t e s
cambios en la enseñanza d e la escritura.
A partir de los años setenta, en los E E . U U . , varios psicólogos,
pedagogos y profesores de redacción e m p e z a r o n a fijarse en el c o m p o r t a m i e n t o de los escritores c u a n d o trabajan: en las estrategias que
utilizan para c o m p o n e r el t e x t o , en las dificultades c o n que se e n c u e n t r a n , en c ó m o las solucionan, y en las diferencias q u e hay e n t r e
individuos. A partir de aquí aislaron los diversos subprocesos q u e int e r v i e n e n en el a c t o de escribir: buscar ideas, organizarías, redactar,
revisar, formular objetivos, etc; también elaboraron un m o d e l o t e ó r i c o general, que paulatinamente se ha ido revisando y sofisticando.
L a investigación
descubrió diferencias significativas
e n t r e el
c o m p o r t a m i e n t o d e los aprendices y el de los e x p e r t o s , q u e p a r e c e n relacionarse c o n la m a l a o buena calidad de los textos q u e
p r o d u c e n unos y otros. E n síntesis y de una forma un t a n t o tosca,
los e x p e r t o s utilizan los subprocesos de la escritura p a r a desarrollar
el escrito; buscan, organizan y desarrollan ideas; r e d a c t a n , evalúan
y revisan la prosa; saben adaptarse a circunstancias variadas y tien e n m á s c o n c i e n c i a del lector. E n c a m b i o , los aprendices se limitan a capturar el flujo del p e n s a m i e n t o y a rellenar hojas, sin r e l e e r
ni revisar nada.
P u e s t o que los resultados de estas investigaciones ya se h a n difundido bastante e n t r e nosotros, r e m i t o al lector a Cassany ( 1 9 8 7 y
1 9 9 0 ) y a C a m p s ( 1 9 9 0 a , 1 9 9 0 b y 1 9 9 4 ) . A c o n t i n u a c i ó n m e limitaré a citar c u a t r o implicaciones
que tiene esta c o r r i e n t e para
nuestra cocina:
31
• Si la legibilidad y el estilo llano tratan de cómo tiene que ser el
escrito, esta tercera vía trata de cómo trabaja el escritor/a. D e s cribe las estrategias cognitivas que utilizamos para escribir y
p r o p o n e técnicas y recursos para desarrollarlas. A título de
ejemplo:
• Buscar
ideas: torbellino de ideas, estrella de las preguntas,
escritura libre o automática.
• Organizar
ideas: ideogramas, mapas mentales, esquemas.
• Redactar: señales para leer, variar la frase, reglas d e e c o n o m í a y claridad.
• F o m e n t a el c r e c i m i e n t o individual del escritor, más que el uso
de recetas, fórmulas o técnicas establecidas de escritura. N o
hay una única m a n e r a d e escribir, sino que cada cual tiene
que e n c o n t r a r su estilo personal de composición.
• E s c r i b i r es un p r o c e s o de elaboración de ideas, además de una
tarea lingüística de redacción. E l escritor tiene que saber trabajar c o n las ideas t a n t o c o m o c o n las palabras.
• E s c r i b i r es m u c h o más que un m e d i o de c o m u n i c a c i ó n : es un
i n s t r u m e n t o epistemológico d e aprendizaje. E s c r i b i e n d o se
aprende y p o d e m o s usar la escritura para c o m p r e n d e r mejor
cualquier t e m a .
L o s procesos d e composición han d e s e m b o c a d o en un caudal
i m p o r t a n t e y r e n o v a d o r de libros y manuales prácticos sobre escritura, que presentan varias estrategias y técnicas de composición.
L o s que h e considerado para el presente manual son: L u s s e r R i c o
( 1 9 8 3 ) , B o o t h Olson ( 1 9 8 7 ) , F l o w e r ( 1 9 8 9 ) , Murray ( 1 9 8 7 ) y W h i t e
y Arndt ( 1 9 9 1 ) .
32
E L CASTELLANO ESCRITO
Para deziros la verdad, muy pocas cosas observo, porque
el estilo que tengo me es natural, y sin afetación ninguna
escrivo como hablo, solamente tengo cuidado de usar de vocablos que sinifiquen bien lo que quiero dezir, y dígolo
quanto más llanamente me es posible, porque a mi parecer
en ninguna lengua stá bien el afetación.
JUAN DE VALDÉS
E n los últimos años, la lengua y la escritura castellanas h a n e v o lucionado y están e v o l u c i o n a n d o al r i t m o vertiginoso que m a r c a n
los sucesos históricos y las necesidades socioculturales. L a transición
d e m o c r á t i c a y el desarrollo d e un estado constitucional exigieron
inevitablemente la c r e a c i ó n de un lenguaje político n u e v o . E l v e tusto estilo administrativo de la dictadura, c a r g a d o d e clichés c o m plicados, sintaxis rebuscada, tratamientos jerárquicos y expresiones
halagadoras o humillantes —hoy en día ridiculas y risibles—, está d e jando paso —¡quizás c o n m e n o s rapidez de la deseada!— a un lenguaje m u c h o m á s sencillo, neutro, que trate c o n respeto a todos los
españoles y españolas. ¡Se tienen que acabar los Muy ilustre señoría...,
ruego tenga en consideración...,
su servidor
humildemente
pide...! E l Manual de estilo del lenguaje administrativo
( 1 9 9 1 ) del
Ministerio para las Administraciones Públicas significa u n p r i m e r
a v a n c e m o d e r a d o en este sentido, que debe ser c o m p l e t a d o c o n m á s
decisión.
P o r otra parte, los avances tecnológicos, la investigación y el
c r e c i e n t e c o n t a c t o de lenguas imprimen un d i n a m i s m o a s o m b r o s o a
los usos lingüísticos. C a d a a ñ o surgen nuevos c o n c e p t o s , objetos o
actividades que exigen d e n o m i n a c i o n e s específicas, y se olvidan
otros que dejan de utilizarse. L a lengua castellana tiene que g e n e r a r
la terminología propia necesaria para satisfacer estas necesidades, si
pretende sobrevivir a la todopoderosa colonización verbal del inglés. L o s yuppie, overbooking, catering o rafting deberían e n c o n t r a r
un v o c a b l o o una expresión que fuera más respetuosa c o n la estructura y los recursos propios de la lengua. L a s referencias bibliográficas sobre este importantísimo c a m p o lingüístico se están multiplic a n d o y se han c r e a d o algunos grupos y redes de trabajo, c o m o
T e r m e s p ( T e r m i n o l o g í a española, 1 9 8 5 ) y R I T E R M ( R e d I b e r o 33
a m e r i c a n a de T e r m i n o l o g í a , 1 9 8 8 ) , al a m p a r o del C S I C (Consejo
Superior d e Investigaciones Científicas). P a r a u n a revisión a fondo
del t e m a , v e r C a b r é ( 1 9 9 3 ) .
En
t e r c e r lugar, la imparable y c o m p e t i t i v a expansión de los
medios d e c o m u n i c a c i ó n p r o v o c a u n a búsqueda p e r m a n e n t e del
lenguaje llano q u e pueda llegar a todas las audiencias potenciales,
tratando los temas actuales q u e interesan y r e c o g i e n d o la creatividad y los usos lingüísticos d e la calle. Periódicos, radios y televisiones se afanan p o r elaborar un estilo expresivo p r o p i o y adecuado a
los tiempos m o d e r n o s . Así lo demuestra el c r e c i e n t e n ú m e r o de
manuales de estilo e n el á m b i t o periodístico (ABC, Agencia
El País,
La Vanguardia,
La Voz de
EFE,
Canal
Sur Televisión,
Galicia,
TVE,
Sol [ 1 9 9 2 ] ) . P a r a u n a revisión del t e m a , v e r F e r n á n d e z B e a u -
m o n t ( 1 9 8 7 ) y B l a n c o Soler ( 1 9 9 3 ) , e t c .
L a p r e o c u p a c i ó n p o r mejorar la c o m u n i c a c i ó n escrita también
está llegando a la empresa. Clientes, t é c n i c o s y empresarios se están
d a n d o c u e n t a d e q u e la lengua incide decisivamente e n la actividad
e c o n ó m i c a : un a n u n c i o publicitario o u n a carta c o m e r c i a l bien escritos pueden v e n d e r m á s q u e u n a visita o u n a llamada telefónica;
un impreso diseñado r a c i o n a l m e n t e a h o r r a t i e m p o y errores; u n a
auditoría sucinta p e r m i t e t o m a r decisiones c o n rapidez, e t c . E n los
últimos años, la oferta editorial sobre escritura para la empresa se
ha multiplicado: c o r r e s p o n d e n c i a c o m e r c i a l , informes técnicos, c o m u n i c a c i ó n protocolaria, publicidad, relaciones públicas, e t c . (Delisau,
1 9 8 6 ; F e r n á n d e z de la T o r r i e n t e y Zayas-Bazán; 1 9 8 9 ; G a r r i d o ,
1989,
e t c . ) . A d e m á s , algunas empresas ya han e m p e z a d o a elaborar
sus propios manuales y formularios d e c o m u n i c a c i ó n : «la Caixa»
(1991).
L a enseñanza n o se queda atrás. E n pocos años h e m o s pasado
de la o r a c i ó n al discurso, de la m e m o r i z a c i ó n de reglas ortográficas
a la práctica de la expresión. L a r e c i e n t e R e f o r m a E d u c a t i v a ha r e m a c h a d o c o n fuerza este p l a n t e a m i e n t o c o n un c u r r i c u l u m q u e da
tanta importancia a las habilidades como a los conocimientos. Los
talleres d e escritura y las técnicas d e r e d a c c i ó n ya son u n a realidad
e n m u c h a s aulas. Y la escritura especializada también ha e n t r a d o
c o n decisión e n los estudios superiores: periodismo, magisterio, traducción e interpretación, filologías, e t c . E n el á m b i t o bibliográfico,
las referencias se h a n ampliado y consiguen un nivel de calidad r e m a r c a b l e ( C o r a m i n a y Rubio, 1 9 8 9 ; L i n a r e s , 1 9 7 9 ; Martín Vivaldi,
34
1 9 8 2 : Martínez Albertos, 1 9 7 4 y 1 9 9 2 ; Martínez d e Sousa, 1 9 8 7 ,
1 9 9 2 y 1 9 9 3 ; M o r e n o , 1 9 9 1 ; Serafini, 1 9 8 5 y 1 9 9 2 , e t c . ) .
E n conjunto, y sin p r e t e n d e r ser exhaustivo, estas iniciativas
parten del objetivo de conseguir una escritura más eficaz, clara, c o ­
rrecta, para que los ciudadanos y las ciudadanas lean y escriban m e ­
jor todo tipo d e textos. M u c h a s de las obras citadas adaptan al caste­
llano, consciente o i n c o n s c i e n t e m e n t e , las investigaciones
citadas
m á s arriba sobre legibilidad, estilo llano y, en m e n o r g r a d o , p r o c e ­
sos de composición.
Considero i m p o r t a n t e que nuestra tradición de escritura se n u ­
tra de las investigaciones más recientes y que a p r o v e c h e t o d o lo
b u e n o que tengan las prosas extranjeras, p e r o adaptándolo a las c a ­
racterísticas específicas d e nuestra cultura y, sobre t o d o , sin r e n u n ­
ciar a nuestras raices. D i c e el pueblo: Quien de los suyos se aleja,
Dios lo deja; el que a los suyos se parece, honra merece. Q u e n o o c u ­
rra lo que t e m e m o s algunos: que, deslumhrados por estos sugerentes
ensayos anglófonos, a c a b e m o s todos escribiendo c o n un estilo sim­
ple y pobre, más propio de las películas n o r t e a m e r i c a n a s q u e de la
tradición literaria europea.
35
2. D E L O Q U E H A Y Q U E S A B E R P A R A E S C R I B I R
BIEN; D E LAS GANAS D E HACERLO; D E L O Q U E
SE P U E D E ESCRIBIR; D E L E Q U I P O
IMPRESCINDIBLE PARA LA ESCRITURA,
Y D E A L G U N A S COSAS MÁS
Los escritores dicen que escriben para que la gente les
quiera más, para la posteridad, para despejar los demonios
personales, para criticar el mundo que no gusta, para huir
de sus neurosis, etc., etc. Yo escribo por todas estas razones
y porque escribiendo puedo ser yo misma.
MARÍA ANTONIA
OLIVER
Antes d e ponerse el delantal, c o n v i e n e h a c e r ciertas reflexiones
generales sobre la escritura. H a y que darse c u e n t a del tipo d e e m presa en q u e nos m e t e m o s , t o m a r c o n c i e n c i a d e las dificultades que
nos esperan y formular objetivos sensatos según la capacidad y el interés d e c a d a cual. ¡Ah! A t e n c i ó n al equipo necesario p a r a escribir.
N o se puede esquiar sin esquís, ¿verdad?
CONOCIMIENTOS, HABILIDADES Y ACTITUDES
E n la escuela nos enseñan a escribir y se nos da a e n t e n d e r , más
o m e n o s v e l a d a m e n t e , que lo más i m p o r t a n t e —y quizá lo ú n i c o a
t e n e r en cuenta— es la gramática. L a mayoría aprendimos a redactar
pese a las reglas de ortografía y d e sintaxis. T a n t a obsesión p o r la
epidermis gramatical ha h e c h o olvidar a veces lo que tiene que haber dentro: claridad de ideas, estructura, t o n o , registro, etc. D e esta
m a n e r a , h e m o s llegado a t e n e r una imagen parcial, y t a m b i é n falsa,
de la redacción.
Para p o d e r escribir bien hay que t e n e r aptitudes, habilidades y
actitudes. E s evidente que d e b e m o s c o n o c e r la g r a m á t i c a y el léx i c o , p e r o también se tienen que saber utilizar e n c a d a m o m e n t o .
¿ D e qué sirve saber c ó m o funcionan los pedales de un c o c h e , si n o
se saben utilizar c o n los pies? D e la m i s m a m a n e r a hay que d o m i n a r
las estrategias de redacción: buscar ideas, h a c e r esquemas, h a c e r b o 36
rradores, revisarlos, etc. P e r o estos dos aspectos están d e t e r m i n a d o s
p o r un t e r c e r nivel m á s profundo: lo que p e n s a m o s , o p i n a m o s y
sentimos en nuestro interior a c e r c a de la escritura. E l siguiente c u a d r o nos muestra estas tres dimensiones:
CONOCIMIENTOS
HABILIDADES
ACTITUDES
Adecuación: nivel de
formalidad.
Analizar la comunicación.
¿Me gusta escribir?
Estructura y coheren- Buscar ideas.
cia del texto.
Hacer esquemas, orCohesión: pronomdenar ideas.
bres, puntuación... Hacer borradores.
Gramática y ortografía.
¿Por qué escribo?
¿Qué siento cuando
escribo?
¿Qué pienso sobre escribir?
Valorar el texto.
Rehacer el texto.
Presentación del
texto.
Recursos retóricos.
L a c o l u m n a d e los c o n o c i m i e n t o s c o n t i e n e una lista d e las p r o piedades que debe tener cualquier p r o d u c t o escrito para q u e a c t ú e
c o n é x i t o c o m o vehículo de c o m u n i c a c i ó n ; es lo que autoras y a u t o res deben saber imprimir e n sus obras. L a c o l u m n a d e las habilidades desglosa las principales estrategias d e r e d a c c i ó n que se p o n e n
en práctica d u r a n t e el a c t o de escritura, c o m o si fueran las h e r r a mientas d e un c a r p i n t e r o o de un cerrajero. P o d r í a m o s a ñ a d i r las
destrezas psicomotrices d e la caligrafía o del tecleo. L a t e r c e r a lista,
la de las actitudes, r e c o g e c u a t r o preguntas básicas sobre la m o t i v a ción de escribir, que c o n d i c i o n a n todo el conjunto.
V e á m o s l o . Si nos gusta escribir, si lo h a c e m o s c o n ganas, si nos
sentimos bien antes, d u r a n t e y después d e la r e d a c c i ó n , o si t e n e m o s una buena opinión a c e r c a de esta tarea, es muy probable q u e
hayamos aprendido a escribir de m a n e r a natural, o q u e nos resulte
fácil a p r e n d e r a h a c e r l o o mejorar nuestra capacidad. C o n t r a r i a m e n t e , quien n o sienta interés, ni placer, ni utilidad alguna, o quien
tenga que obligarse y v e n c e r la pereza para escribir, éste seguro q u e
tendrá que esforzarse d e lo lindo para aprender a h a c e r l o , m u c h o
m á s que en el c a s o anterior; incluso es probable que n u n c a llegue a
37
poseer el m i s m o nivel. ¡Las actitudes se e n c u e n t r a n e n la raíz del
aprendizaje d e la escritura y lo c o n d i c i o n a n hasta límites q u e quizá
ni sospechamos!
¡ P e r o esto n o sirve d e excusa para los m á s desmotivados! M u chas personas c o n d u c e n bastante bien, circulan p o r todas partes sin
t e n e r accidentes, aunque n o soporten ni los c o c h e s ni las carreteras
—como m e sucede a m í m i s m o - . O t r a s personas odian la cocina, los
cacharros y los fogones, p e r o aprenden a sobrevivir c o n las c u a t r o
reglas básicas del c o n g e l a d o y el m i c r o o n d a s . Pues bien, así pasa
- ¡ d e b e r í a pasar!— c o n la escritura. T o d o el m u n d o tendría q u e p o seer un m í n i m o nivel d e expresión p a r a p o d e r defenderse e n esta
difícil sociedad alfabetizada e n la q u e nos h a t o c a d o vivir. E s t o es
absolutamente posible. R e c o r d e m o s lo q u e decía e n la introducción:
escribir es u n a técnica, n o u n a magia.
R A Z O N E S PARA ESCRIBIR
Tardamos bastante más de lo que calculan los maestros
en entender la escritura como búsqueda personal de expresión. El primer aliciente para expresarse por escrito de una
manera espontánea surge, precisamente,
como rebeldía
frente a su mandato. La ruptura con los maestros es condición necesaria para que germine la voluntad real de escribir.
CARMEN MARTÍN GAITE
C u a n d o le preguntas a alguien si le gusta escribir y q u é escribe,
la c o n v e r s a c i ó n se llena inevitablemente de tópicos. Alguien puede
e n t e n d e r escribir e n el sentido literario, si le gusta escribir cuentos,
p o e m a s o cualquier o t r o t e x t o c r e a t i v o . O t r a persona pensará en las
cartas y responderá lo más seguro q u e n o , q u e m u y r a r a m e n t e , p o r que es más rápido llamar p o r teléfono; y luego c o m e n t a r á q u e cada
vez se escribe menos. A l fin y al c a b o , todos c o n c l u i r e m o s diciendo
que n o t e n e m o s t i e m p o para escribir, aunque n o s gustaría p o d e r h a cerlo m á s a m e n u d o .
L a imagen social más difundida d e la escritura es bastante raquítica y a m e n u d o e r r ó n e a . N o t o d o el m u n d o califica c o m o escritos
lo q u e se elabora e n el trabajo (informes, notas, p r o g r a m a s ) , en la
38
escuela
(reseñas, apuntes, e x á m e n e s , trabajos), para u n o
mismo
(agenda, diario, anotaciones), o para amigos y familiares (invitaciones, notas, dedicatorias). A s i m i s m o , se suele pensar s i e m p r e en la
función de c o m u n i c a r (cartas, cuentos, certificados) y m u c h o m e n o s
en la de registrar (apuntes, resumen de u n libro, n o t a s ) , la d e a p r e n d e r (trabajos, análisis d e un t e m a , reflexiones), o la de divertir
( p o e m a , dedicatoria). C o n una g a m a tan limitada de utilidades, es
m u y lógico que n o e n c o n t r e m o s m o t i v o s importantes para redactar.
P e r o la escritura tiene m u c h a s utilidades y se utiliza en c o n t e x tos m u y variados. Fíjate en el c u a d r o de la siguiente página, d o n d e
e n c o n t r a r á s una clasificación d e los diferentes tipos de escritura.
39
TIPO D E ESCRITURA
CARACTERÍSTICA
FORMA
p
E
R
S
O
N
A
L
Objetivo básico: explorar intereses
personales
Audiencia: el autor
Base para todo tipo de escritura
Tiene flujo libre
Fomenta la fluidez de la prosa y el
hábito de escribir
Facilita el pensamiento
diarios personales
cuadernos de viaje y de trabajo
ensayos informales y narrativos
escribir a chorro
torbellino de ideas
ideogramas
recuerdos
listas
dietarios
agendas
F
U
N
C
I
O
N
A
L
Objetivo básico: comunicar, infor­
mar, estandarizar la comunicación
Audiencia: otras personas
Es altamente estandarizada
Sigue fórmulas convencionales
Ámbitos laboral y social
correspondencia comercial, admi­
nistrativa y de sociedad
C
R
E
A
T
I
V
A
Objetivo básico: satisfacer la necesi­
dad de inventar y crear
Audiencia: el autor y otras personas
Expresión de sensaciones y opiniones
privadas
Busca pasarlo bien e inspirarse
Conduce a la proyección
Experimental
Atención especial al lenguaje
E
X
P
O
S
I
T
I
V
A
Objetivo básico: explorar y presentar
información
Audiencia: el autor y otras personas
Basado en hechos objetivos
Ámbitos académico y laboral
Informa, describe y explica
Sigue modelos estructurales
Busca claridad
informes
noticias
exámenes
entrevistas
cartas
normativa
ensayos
instrucciones
manuales
periodismo
literatura científica
P
E
R
S
U
A
S
I
V
A
Objetivo básico: influir y modificar
opiniones
Audiencia: otras personas
Pone énfasis en el intelecto y / o las
emociones
Ámbitos académico, laboral y político
Puede tener estructuras definidas
Real o imaginado
editoriales
cartas
panfletos
ensayos
cartas
contratos
resúmenes
memorias
solicitudes
invitaciones
felicitaciones
facturas
poemas
mitos
comedias
cuentos
anécdotas
ensayos
cartas
canciones
chistes
parodias
novelas
anuncios
eslóganes
peticiones
artículos de
opinión
publicidad
literatura científica
[extraído de Sebranek, Meyer y Kemper, 1989]
40
Confieso que m e gusta escribir y q u e m e lo p a s o bien escribiendo. M e resisto a c r e e r que nací c o n este don especial. A l c o n trario, m e gusta c r e e r que h e aprendido a usar la escritura y a divert i r m e escribiendo; que y o m i s m o h e configurado mis gustos. L a
letra impresa ha sido un c o m p a ñ e r o de viaje que m e h a seguido e n
circunstancias muy distintas. P o c o a p o c o h e cultivado mi sensibilidad escrita, desde que llevaba pañales, c u a n d o veía a padres y h e r m a n o s jugando c o n letras, hasta la actualidad.
C u a n d o era un adolescente escribía p o e m a s y cuentos p a r a a n a lizar mis sentimientos, sobre t o d o e n m o m e n t o s delicados. E n la escuela y en la universidad, m e harté d e t o m a r apuntes, r e s u m i r y
anotar lo que tenía que r e t e n e r para repasar m á s tarde; t a m b i é n escribí para a p r e n d e r (reseñas, c o m e n t a r i o s , trabajos) y para d e m o s trar que sabía ( e x á m e n e s ) . T o d a v í a hoy, c u a n d o t e n g o que e n t e n d e r
un t e x t o o una tesis complejos, hago un e s q u e m a o un r e s u m e n escritos.
T a m b i é n escribí p o r trabajo: e x á m e n e s , informes, p r o y e c t o s , a r tículos, cartas. Incluso en u n a ocasión r e c u e r d o que a p r o v e c h é la
escritura c o n
finalidades
terapéuticas. E r a m u y joven e impartía m i
p r i m e r curso de r e d a c c i ó n e n una e m p r e s a privada. Mis a l u m n o s n o
sólo eran bastante mayores que yo, sino que habla algunos que t r a bajaban en la e m p r e s a desde antes d e que y o naciera. M e sentía t a n
inseguro que casi m e daba m i e d o e n t r a r e n el aula c a d a día. D e c i d í
llevar un diario de curso para reflexionar sobre la experiencia.
C u a n d o finalizaba c a d a clase, m e ponía a escribir t o d o lo q u e había
pasado y lo que sentía. P r o y e c t a b a en el papel t o d o tipo de frustraciones, dudas e inseguridades. E r a c o m o si m e t o m a r a una aspirina:
recobraba confianza y fuerza para v o l v e r a clase al día siguiente.
C r e o que c a d a persona puede cultivar la afición p o r la escritura
de una m a n e r a parecida. Sólo se trata de saber e n c o n t r a r los indiscutibles beneficios personales que puede ofrecernos esta tarea. U n
día te pones a escribir sin que nadie te lo o r d e n e y e n t o n c e s descubres su e n c a n t o . Vuelves a h a c e r l o y, p o c o a p o c o , la escritura se r e vela c o m o u n a gran amiga, c o m o una e x c e l e n t e y útil c o m p a ñ e r a d e
viaje. T e conviertes e n u n / a e s c r i t o r / a — ¡ojo!, e n minúscula, si h a c e
falta.
41
EQUIPO TÉCNICO
E l desarrollo t e c n o l ó g i c o ha sacudido también a la escritura,
c o m o a tantas otras actividades. L a c o c i n a del escritor se ha llenado
de t o d o tipo de artefactos sofisticadísimos. Siempre será m u c h o más
agradable deslizar la p l u m a sobre la rugosidad de un papel d e barba
- a ser posible r o d e a d o de un bonito p a i s a j e - , p e r o nadie discute
que cualquier o r d e n a d o r m í n i m a m e n t e digno simplifica el trabajo.
P o r otra parte, cada vez tecleamos
más y caligrafiamos
m e n o s : den-
tro d e p o c o sólo utilizaremos las plumas para apuntar n ú m e r o s d e
teléfono, firmar cheques o escribir algún p o e m a personal.
E l amplio abanico del equipo se extiende desde el apreciado lápiz y papel hasta los completos procesadores de textos, c o n diccion a r i o y verificador ortográfico incorporados. Al aprendiz a m a t e u r le
basta una libreta y un bolígrafo, mientras que el profesional necesita
libros de consulta, unos rotuladores determinados o quizá incluso
casetes para grabar. E l c u a d r o de la siguiente página presenta los
utensilios para la escritura distribuidos p o r funciones.
E n el capítulo de informática las novedades se sustituyen a una
velocidad vertiginosa. C u a n d o todavía n o nos h e m o s a c o s t u m b r a d o
a escribir d e n t r o del c u b o del o r d e n a d o r c o n un p r o c e s a d o r n o r m a l ,
ya hay —sobre t o d o en inglés— p r o g r a m a s de redacción asistida para
c a p t a r y organizar ideas, analizar el g r a d o de legibilidad de un t e x t o
(longitud de las frases, vocabulario básico, estructuras) o traducir
palabras y expresiones d e ámbitos específicos, de una lengua a otra.
C u a n d o el fax empieza a ser una h e r r a m i e n t a c o n o c i d a , llega el c o r r e o e l e c t r ó n i c o , que modificará aún más nuestros hábitos.
U m b e r t o E c o ( 1 9 9 1 ) destaca la posibilidad q u e ofrece el o r d e n a d o r de fundir en un t e x t o escritos de procedencias distintas; es
decir: la intertextualidad, que es el c e n t r o de la reflexión filosófica y
de la literatura c o n t e m p o r á n e a s . A ñ a d e : « P o r p r i m e r a v e z en la historia de la escritura, se puede escribir casi a la m i s m a velocidad c o n
que se piensa: sin preocuparse d e las faltas. [...] C o n el o r d e n a d o r
transcribes en la pantalla al m i s m o t i e m p o todas tus ideas sobre un
t e m a . ¡ E s la realización de la escritura a u t o m á t i c a d e los surrealistas!
T i e n e s delante tu p e n s a m i e n t o , en bruto.»
E l i m p a c t o de la informática en los hábitos del escritor tiene
que considerarse t o t a l m e n t e positivo.
L a s pocas v o c e s q u e h a c e
unos cuantos años desconfiaban del o r d e n a d o r y auguraban una re42
EQUIPO PARA L A ESCRITURA
Soportes para
reunir información
y redactar:
• libro en blanco para un diario personal
• c u a d e r n o , libreta o agenda para t o m a r notas
• hojas sueltas para anotar, escribir o hacer esquemas
[un detalle que hará sonreír a más d e uno: A t e n c i ó n
a los
planteamientos
ecológicos:
papel
reciclado,
aprovechar las dos caras de la hoja, etc.]
• microcasete para grabar pensamientos huidizos
Utensilios
para marcar:
• herramientas autónomas: lápiz (y sacapuntas), bolígrafo, pluma, rotuladores, etc.
• máquina de escribir m e c á n i c a o eléctrica
• o r d e n a d o r fijo o portátil: soporte informático
Material
de consulta:
• manuales de ortografía y g r a m á t i c a
• diccionarios de lengua: generales y específicos,
bi-
lingües, de sinónimos, de verbos, inversos, etc.
•
Informática:
enciclopedias
• procesador de textos con funciones
básicas
• verificador ortográfico
• diccionario y
sinónimos
• verificación a u t o m á t i c a de la legibilidad
• p r o g r a m a s de redacción y traducción asistida
• p r o g r a m a s de edición de textos
• programas de diseño de gráficos y dibujos
Otros utensilios
de utilidad:
• clips, notas adhesivas, g o m a de borrar, c o r r e c t o r líquido o de lápiz, rotuladores
fluorescentes,
pega-
m e n t o , grapas y material c o r r i e n t e de oficina
43
ducción d e la calidad de la escritura o u n a pérdida d e los valores
tradicionales, ahora p r o v o c a n risa. E s t a s máquinas liberan al autor
de las tareas más pesadas de la escritura: copiar, c o r r e g i r o borrar, y
le p e r m i t e n c o n c e n t r a r s e mejor e n las más creativas de buscar ideas,
construir significado y redactar. E l t e x t o gana calidad p o r q u e da
m e n o s pereza revisar y de este m o d o se puede elaborar más.
P o r lo que se refiere al material de consulta, que nadie se averg ü e n c e de utilizarlo d e la m a n e r a m á s natural. N o tiene fundam e n t o alguno el c r e e r que los buenos autores n u n c a dudan ni n e c e sitan hojear la g r a m á t i c a , o que si nosotros lo h a c e m o s es
p r e c i s a m e n t e porque n o sabemos escribir. L o s más eminentes escritores —¡que m e perdonen!— también c o m e t e n incorrecciones y t a m bién tienen lagunas lingüísticas. L o s profesionales t e n e m o s siempre
la m e s a puesta, c o n el o r d e n a d o r , los diccionarios de lengua, de sin ó n i m o s , la g r a m á t i c a , etc.
A d e m á s , p o d e m o s alegar precedentes ilustrísimos. E n el siglo
X I I I , R a m ó n Vidal d e Besalú escribió la p r i m e r a g r a m á t i c a neolatina
c o n o c i d a , Las rasos de trobar [un f r a g m e n t o d e cuya introducción se
ha citado al principo d e esta cocina], para enseñar a los aprendices
d e t r o v a d o r catalanes la m a n e r a c o r r e c t a d e c o m p o n e r versos, siguiendo el ejemplo de los grandes maestros provenzales. U n siglo
más tarde ( 1 3 7 1 ) , el tío de Ausiás M a r c h , J a c m e M a r c h , r e d a c t ó el
Llibre de concordances, un diccionario inverso de seis mil palabras
para ayudar a los poetas a e n c o n t r a r rimas; y p a r e c e d e m o s t r a d o que
el gran p o e t a medieval J o r d i de Sant J o r d i lo utilizó e n más d e una
ocasión, c o n resultados excepcionales.
L A ESCRITURA RESPETUOSA
« E l lenguaje [y, p o r lo t a n t o , también la escritura] n o es una
c r e a c i ó n arbitraria d e la m e n t e h u m a n a , sino un p r o d u c t o social e
histórico q u e influye e n nuestra p e r c e p c i ó n de la realidad. Al trasmitir socialmente al ser h u m a n o las experiencias acumuladas de generaciones anteriores, el lenguaje c o n d i c i o n a nuestro p e n s a m i e n t o y
d e t e r m i n a nuestra visión del m u n d o . » D e este m o d o empieza la
U N E S C O ( 1 9 9 1 ) las Recomendaciones
lenguaje,
una m a n e r a respetuosa.
44
para
un uso no sexista
del
en las que ofrece algunos consejos para usar el lenguaje d e
L a escritura c o r r i e n t e arrastra los prejuicios sexistas que se h a n
atribuido a las mujeres d u r a n t e generaciones y que h a n p e r m a n e cido fijados en los usos lingüísticos. E s c r i b i m o s el hombre, los hombres, el niño, los andaluces o los escritores y el autor, para referirnos
t a n t o a las personas del sexo masculino c o m o femenino. D e n o m i n a m o s abogado y médico a la mujer que ejerce estas profesiones. U t i lizamos formas c o m o señorita María ( p e r o n o señorito Martín), él y
su mujer, señora de Pérez. Sea d e un m o d o más o m e n o s c o n s c i e n t e ,
en todos estos usos discriminamos a las mujeres: c u a n d o n o las
m e n c i o n a m o s , c u a n d o lo h a c e m o s c o n palabras e n masculino, o
c u a n d o las subordinamos a los hombres.
E n la medida en que aceptamos estos usos y los utilizamos, estam o s perpetuando expresiones sexistas y los prejuicios que c o m p o r tan. L o s escritores y las escritoras debemos colaborar e n la elaboración de un n u e v o lenguaje, un n u e v o i n s t r u m e n t o de análisis y
reflexión, libre de tics discriminatorios y respetuoso c o n todas las
personas y colectividades. Mediante la a c c i ó n educativa y cultural,
p o d r e m o s difundir estos nuevos modelos verbales para que influyan
positivamente e n los c o m p o r t a m i e n t o s h u m a n o s y e n nuestra p e r cepción d e la realidad.
L a Administración pública es tal vez el á m b i t o e n el cual se h a
e m p e z a d o a trabajar c o n más a h í n c o en este t e r r e n o , c o n la adaptación al castellano de las Recomendaciones...
d e la U N E S C O ( 1 9 9 1 ) ,
que he citado más arriba, y c o n varias propuestas para e v i t a r los
usos discriminatorios. E l siguiente ejemplo c o n t r a s t a d o es u n a a d a p tación al castellano de los textos que presenta para el catalán las Indicacions per evitar la discriminado
per rao de sexe en el
llenguatge
administratiu:
RESPETUOSA
SEXISTA
Estimado
señor:
Lamentamos tener que informarle
sobre la decisión de los directores,
que no lo han considerado apto
para la vacante de adjunto, para la
cual fue entrevistado. Ha resultado
bastante difícil escoger entre tantos
Estimado
Estimada
señor:
señora:
Lamentamos tener que informarle
sobre la decisión del consejo de dirección, que ha considerado que no
reunía las condiciones
suficientes
para la vacante de adjunto/a, para
la cual realizó la entrevista. Ha re45
candidatos que, como usted, estaban muy capacitados. De todos
modos, los responsables de esta entidad nos sentiríamos muy honrados si pudiéramos contar con usted
entre nuestros futuros
colaboradores.
sultado bastante difícil escoger entre un grupo tan numeroso de aspirantes que, como usted, mostraron
muchas capacidades. De todos modos, esta entidad se sentiría muy
honrada si pudiera contar con su
futura
colaboración.
L a versión respetuosa utiliza fórmulas válidas para ambos sexos:
doble saludo masculino y femenino
(estimado
señor,
estimada
ñora),
uso d e la barra inclinada para abreviar ambas formas
to/a);
vocablos de significado c o l e c t i v o (dirección,
roso, entidad,
colaboración);
un grupo
se-
(adjunnume-
perífrasis y circunloquios para evitar
fórmulas sexistas, etc. L a U N E S C O ( 1 9 9 2 ) también ofrece una lista
de los usos sexistas más frecuentes c o n propuestas alternativas d e
solución
(para más información, v e r G a r c í a Meseguer,
1994, y
L l e d ó , 1 9 9 2 ) . E l siguiente c u a d r o presenta algunas fórmulas:
E J E M P L O S D E USOS N O SEXISTAS
USOS CORRIENTES
POSIBLES SOLUCIONES
El hombre o los hombres
los hombres y las mujeres, la humanidad, las personas
el cuerpo del hombre
el cuerpo humano
el hombre de la calle
las personas corrientes, la gente en
general, la mayoría de la gente
los niños
los niños y las niñas, la infancia
los mexicanos
los mexicanos y las mexicanas
el pueblo mexicano
las mujeres de la limpieza
el personal de limpieza
los médicos y las enfermeras
el personal médico, el personal de
salud
Ana Cot, abogado, médico, ingeniero, ministro, arquitecto, diputado, etc.
Ana Cot, abogada, médica, ingeniera, ministra, arquitecta, diputada, etc.
P o r otra parte, la escritura respetuosa abarca otros c a m p o s además del sexismo. T a m b i é n hay que ser respetuoso c o n las diversas
46
colectividades
sociales (razas, dialectos, profesiones,
poblaciones,
minorías, etc.). P o r ejemplo, demasiadas veces a d o p t a m o s un p u n t o
de vista e t n o c é n t r i c o : nos dirigimos sólo a los ciudadanos y ciudadanas de una i m p o r t a n t e metrópoli o del dialecto c o n m a y o r n ú m e r o de hablantes o c o n más prestigio, prescindiendo de las zonas
rurales o del resto de variedades dialectales.
E n los países anglosajones, y sobre t o d o en E E . U U . , es d o n d e se
ha desarrollado c o n más interés, fervor y hasta fanatismo esta t e n dencia a erradicar del lenguaje cualquier tipo d e discriminación.
C o n la sigla PC (Politically
corred:
políticamente c o r r e c t o ) se d e -
signa el lenguaje neutro que respeta la gran diversidad de razas, sexos, orientaciones sexuales, apariencias físicas, e t c . , d e la ciudadanía
—¡y que incluye también el respeto hacia todas las especies a n i m a les!—. Se trata d e eliminar del habla expresiones c o m o un trabajo
chinos,
gro,
es un gitano,
maricón,
africano
habla como un perro,
moro o subnormal
(o afroamericano,
de
etc; o de sustituir los ne-
corrientes p o r los correspondientes
caribeño,
e t c . ) , gay, árabe
y
disminuido.
P e r o la radicalización de esta m u y loable t e n d e n c i a p u e d e c o n ducirnos al esperpento lingüístico, c o m o demuestra c o n s a r c a s m o
p r e m e d i t a d o el diccionario «oficial» de lo p o l í t i c a m e n t e
correcto
[ver B e r d y C e r f ( 1 9 9 2 ) ] . Según este pequeño p e r o jugoso m a n u a l ,
tribu debería sustituirse p o r nación o pueblo,
para evitar la c o n n o t a -
ción de primitivismo del p r i m e r o —de acuerdo—; portera
ladora
de accesos; pobre p o r económicamente
o también de renta
dura postiza
explotado
baja; feo p o r cosméticamente
p o r dentición
alternativa.
por
o
diferente,
contro-
marginado,
y
denta-
Sin c o m e n t a r i o s .
E n el t e r r e n o del sexismo lingüístico, el e x t r e m i s m o puede llevarnos a redacciones c o m o la siguiente: « E s t i m a d o s / a s padres y m a dres: os r e c o r d a m o s que la semana que v i e n e v u e s t r o s / a s hijos/as
asistirán a las tradicionales colonias anuales, a c o m p a ñ a d o s / a s de alg u n o s / a s m a e s t r o s / a s . D a d o que l o s / l a s m o n i t o r e s / a s del c e n t r o d e
educación ambiental...» ¡ N o v a m o s a ninguna parte, c o n este estilo!
Quizá n o discrimine a las madres, a los maestros o a las m o n i t o r a s d e
educación ambiental... p e r o nos fastidia a todos los lectores, seamos
hombres o mujeres. E n consecuencia, c r e o que es sensato y n e c e s a r i o
pulir nuestra habla y buscar el respeto para todos, p e r o el sentido c o m ú n debería p e r m a n e c e r p o r e n c i m a del radicalismo.
P o r lo que se refiere a esta cocina,
he intentado ser respetuoso
c o n mis lectores y c o n mis lectoras. M e gustaría que n i n g u n a escri47
tora se sintiera discriminada p o r mis palabras y que la g e n t e d e
cualquier r i n c ó n de m i país se sintiera incluida en los ejemplos.
P e r o r e c o n o z c o que n o siempre h e sabido eliminar los tics sexistas
d e m i prosa: ese autor o ese escritor pesados y difíciles d e modificar.
M e h e limitado a evitar las discriminaciones en las partes y las posiciones más importantes del libro (títulos, subtítulos, inicio) y a r e cordar, d e vez e n c u a n d o , que m e refiero t a n t o a los h o m b r e s c o m o
a las mujeres.
Mi
IMAGEN D E ESCRITOR/A
E l p r i m e r ejercicio d e la cocina es una reflexión escrita. Si escribir sirve para aprender, p o d e m o s a p r e n d e r de la escritura escribiendo sobre escribir. Se trata de e x p l o r a r las opiniones, las actitudes y los sentimientos que poseemos sobre la redacción. T o m a r
c o n c i e n c i a de la realidad es útil para c o m p r e n d e r l a mejor, para
c o m p r e n d e r n o s mejor y para dar explicaciones a hechos que tal vez
d e otra f o r m a nos parecerían absurdos.
Y o ya m e desnudé más arriba. A h o r a te t o c a a ti. Puedes resp o n d e r a las siguientes preguntas e iniciar un m o n ó l o g o escrito sobre tu i m a g e n de escritor o escritora. T a m b i é n puedes h a c e r l o pensando o hablando, p e r o el ejercicio pierde energía.
¿ Q U É I M A G E N T E N G O D E MÍ C O M O E S C R I T O R
O ESCRITORA?
Escribir es como fotografiarse,
plicar la fotografía. [GM]
y explicar cómo escribes es como querer ex-
• ¿ M e gusta escribir? ¿ Q u é es lo que m e gusta más de escribir?
¿ Y lo q u e m e gusta m e n o s ?
• ¿ E s c r i b o m u y a m e n u d o ? ¿ M e da pereza p o n e r m e a escribir?
• ¿ P o r q u é escribo? P a r a p a s á r m e l o bien, para c o m u n i c a r m e ,
para distraerme, para estudiar, para aprender...
• ¿ Q u é escribo? ¿ C ó m o son los textos que escribo? ¿ Q u é adjetivos les pondría?
48
• ¿Cuándo escribo? ¿ E n qué m o m e n t o s ?
¿ E n qué estado
de
ánimo?
• ¿ C ó m o trabajo? ¿ E m p i e z o enseguida a escribir o antes d e d i c o
t i e m p o a pensar? ¿ H a g o m u c h o s borradores?
• ¿ Q u é equipo utilizo?
¿ Q u é utensilio m e
resulta
más
útil?
¿ C ó m o m e siento c o n él?
• ¿Repaso el t e x t o muy a m e n u d o ? ¿Consulto diccionarios, gramáticas u otros libros?
• ¿ M e siento satisfecho/a d e lo que escribo?
• ¿Cuáles son los puntos fuertes y los débiles?
• ¿ D e qué m a n e r a c r e o que podrían mejorar mis escritos?
• ¿ C ó m o m e gustaría escribir? ¿ C ó m o m e gustaría que
fueran
mis escritos?
• ¿ Q u é siento c u a n d o escribo? Alegría, tranquilidad,
angustia,
nerviosismo, prisa, placidez, c a n s a n c i o , aburrimiento, pasión...
• ¿Estas sensaciones afectan de alguna f o r m a al p r o d u c t o
final?
• ¿ Q u é dicen los lectores de mis textos? ¿ Q u é c o m e n t a r i o s
me
h a c e n más a m e n u d o ?
• ¿ L o s leen fácilmente? ¿ L o s entienden? ¿ L e s gustan?
• ¿ Q u é importancia tiene la c o r r e c c i ó n gramatical del
texto?
¿ M e preocupa m u c h o que pueda haber faltas en el t e x t o ? ¿ D e d i c o tiempo a corregirlas?
• ¿ M e gusta leer? ¿ Q u é leo? ¿ C u á n d o leo?
• ¿ C ó m o leo: rápidamente, c o n tranquilidad, a m e n u d o , antes d e
acostarme...?
A título d e ejemplo,
h e aquí dos imágenes distintas
de
dos
aprendices de redacción:
MI I M A G E N D E E S C R I T O R A
«No sé cómo empezar», ésta es la primera afirmación que hago
cuando tengo que escribir un tema para un examen o preparar una
clase o hacer un trabajo; en estas situaciones necesito redactar bien,
explicar claramente los contenidos y, además, hacerlo con un lenguaje culto. Ante estas perspectivas, me «bloqueo» y no sé cómo empezar, ni cómo continuar.
49
Para mí, hacer este trabajo supone un sacrificio porque invierto
mucho tiempo mirando y remirando el diccionario de sinónimos, la
gramática, leyendo y releyendo lo que he escrito cincuenta mil veces; y aun así, siempre consigo un texto mediocre, nunca me siento
satisfecha, creo que falta algo...
Ahora bien, cuando escribo por placer, es decir, cuando escribo
porque me apetece, o porque psicológicamente lo necesito, entonces
no me cuesta nada empezar. Escribo todo lo que me pasa por la
mente: idea que tengo, idea que apunto; no me preocupa la gramática, ni la coherencia, ni la puntuación. Nada me preocupa, simplemente «vomito» todo lo que tengo en la cabeza y que por un motivo
u otro no quiero compartir con nadie, es una especie de desahogo.
Resultado: un texto sin cohesión con las ideas muy mezcladas, un escrito que a veces resulta incluso infantil.
Cabría comentar que nunca he tenido inquietudes de «escritora»,
en el sentido de persona que se dedica a cultivar los géneros literarios. No he intentado escribir ni un cuento ni un poema..., creo que
no está hecho para mí.
¿Soluciones? Supongo que hay, sólo hay que saber vehicularlas.
Así lo espero. [ E V ]
E N T R E E L P L A C E R D E ESCRIBIR
Y E L DEBER D E REDACTAR
«Hágame un informe para mañana por la mañana a primera
hora. Cuando llegue quiero verlo encima de mi mesa. Ahora ya se
puede ir y recuerde que no quiero excusas. Venga, hombre, vayase
que no tengo todo el día.»
J B dio media vuelta sin decir nada; estaba hasta las narices de
aquel mal nacido que les habían mandado de la central para imponer orden. Con su ademán de chulo intentaba esconder la incompetencia de la mediocridad mal digerida, no era más que un burócrata
estirado, envuelto en papel de máster de dirección de empresas hecho en el extranjero.
Una vez más se vería obligado a reducir toda la complejidad de
la realidad a la frialdad esquemática de un papel encorsetado; «si tenemos unas normas que regulan toda la documentación escrita de
esta casa, me hará el favor de cumplirlas», le había masticado mientras las hojas llovían a trocitos por la mesa.
Era imposible intentar dialogar con un sujeto que perdía el hilo
a la primera subordinada con que tropezaba y que convertía en
50
dogma de fe cualquier disparate que superara el 50 % en las encuestas de opinión. La única justificación razonable era que sufriera algún tipo de trauma psíquico provocado por la lectura obligatoria, en
su tierna adolescencia, de toda la obra completa en prosa de algún
glorioso académico de su tierra.
J B , sentado en su escritorio, se sentía trastornado por la duda,
poco hamletiana, entre la dignidad y el pan. Con dos expedientes
abiertos, o se adaptaba al modelo de texto reglamentario o pasaba a
engordar las filas de parados esperando el maná del subsidio. Se
pasó toda la tarde encestando borradores en la papelera y se fue a
casa con el problema en la maleta y la cabeza llena de preocupaciones.
El hecho de ser uno de los últimos representantes, todavía en
activo, de los empeñados en escribir con pluma pese a los dulcísimos cantos de sirena que emanaban de las pantallitas informáticas,
ya resultaba terriblemente sospechoso a la vista de la jerarquía. U n
individuo que públicamente confesaba echar de menos las tertulias
en el bar era, sin duda, un ser antisocial, improductivo y potencialmente peligroso.
Para remachar el clavo, hacía días que había cometido la imprudencia temeraria de afirmar que prefería pasar el rato hurgando entre estantes de una librería de segunda mano, por si encontraba alguna joya escondida que su sueldo le permitiera adquirir, a consultar
la sofisticada base de datos acabada de instalar en el sistema de información. Una excentricidad que rozaba la perversión.
Después de cenar, con la mesa limpia y los folios dispuestos, la
situación no parecía mejorar. Una profunda sensación de angustia se
le adhería al cerebro y el estómago se le revolvía bajo una inclemente tormenta desatada en un mar de café. Después de aligerarse
el cuerpo a la manera romana clásica, el espejo le reflejaba la imagen
de un redactor ojeroso, pálido, despeinado, abatido y definitivamente perplejo. [JB]
Y t e r m i n o c o n otra respuesta a la pregunta fundamental
-el
principio de todas las c o s a s - , que encabezaba este capítulo: ¿por
qué
escribo? A h o r a es la poetisa n o r t e a m e r i c a n a Natalie G o l d b e r g ( 1 9 9 0 )
quien responde: « E s una buena pregunta. E s buena hacérsela de vez
en cuando. N i n g u n a de las posibles respuestas p o d r á h a c e r n o s dejar
de escribir y, c o n el paso del tiempo, nos d a r e m o s c u e n t a d e q u e
nos las h e m o s planteado todas:
51
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
Porque soy una cretina.
Porque quiero darle una buena impresión a los chicos.
Para darle gusto a mi madre.
Para molestar a mi padre.
Porque cuando hablo nadie me escucha.
Para hacer la revolución.
Para escribir la novela más grande de todos los tiempos y
vertirme en millonaria.
Porque soy una neurótica.
Porque soy la reencarnación de Shakespeare.
Porque tengo algo que decir.
Porque no tengo nada que decir.»
A cuál te apuntas?
3. A C C I O N A R M Á Q U I N A S
Una comunicación escrita es como un territorio extenso y
desconocido que te contiene a ti, a tu lector/a, tus ideas, tu propósito y todo lo que puedas hacer. Lo primero que debes hacer
como escritor/a es explorar este territorio. Tienes que conocer
las leyes de la tierra antes de empezar a escribir el texto.
LINDA
FLOWER
Pasan los minutos y n o se te o c u r r e ninguna idea. T e sientes c o n fundido. N o ves p o r d ó n d e empezar. T e c o m e n los nervios. T i e n e s
p o c o tiempo. N o te sale nada. Vuelves a pensar en ello. L a cabeza se
te v a d e aquí para allá, y de allá para aquí. Falta c o n c e n t r a c i ó n . T i e nes que h a c e r l o ahora. T e gustaría tener páginas y páginas repletas d e
letra, aunque sólo fueran borradores. Sería un principio. P e r o la p á gina, en blanco. Blanca. Vacía. Llega la angustia. ¡ O t r a vez! T e d a
m i e d o esta situación. T e r r o r . L a página e n b l a n c o te p r o v o c a terror.
T o d o s h e m o s sentido más de una vez estas sensaciones. E l p r o ceso de la escritura es difícil d e accionar, c o m o todas las máquinas.
E s posible que n o e n c o n t r e m o s ideas, que n o nos gusten o q u e n o
t e n g a m o s muy claras las circunstancias que nos incitan a escribir.
N o s bloqueamos, nos sentimos mal, y pasan y pasan los minutos e n
balde. Si la situación se repite muy a m e n u d o , e m p e z a r e m o s a desarrollar miedos y fobias a la letra escrita, a la situación d e p o n e r s e a escribir. E n este capítulo y e n el siguiente presentaré algunos recursos
para superar estos m o m e n t o s delicados y c a l e n t a r la m á q u i n a de la
escritura.
E X P L O R A R LAS CIRCUNSTANCIAS
U n a situación determinada nos empuja a escribir, de m a n e r a m á s
o m e n o s consciente. A veces q u e r e m o s divertirnos un rato, i n f o r m a r
a alguien d e un h e c h o o apuntar lo que se nos ha o c u r r i d o para n o olvidarlo. E n cualquier caso, el escrito es una posible respuesta, e n t r e
otras, a la circunstancia planteada. Fíjate e n los siguientes ejemplos:
53
ACTUACIONES
CIRCUNSTANCIAS
El perro
La vecina del piso de arriba de tu
casa tiene un perro que se las trae:
ladra por la noche y no deja dormir;
hace sus necesidades en la escalera;
se te echa encima y te ensucia
cuando te ve, y asusta a los niños, al
cartero y a los invitados imprevistos. Has hablado reiteradamente
con la dueña de la bestia y no te hace
ningún caso.
Viaje a T u r q u í a
Estás a punto de iniciar un magnífico viaje organizado a Turquía. Durante quince días visitarás muchas
ciudades, harás amigos y vivirás
anécdotas divertidas. Sabes por experiencia que poco después de tu regreso no te acordarás ni del nombre
de los monumentos que visitaste, ni
del de las personas que conociste, ni
de la mitad de las cosas que te sucedieron. Harás fotos y comprarás algún recuerdo, pero te gustarla conservar mucho más que todo esto.
•
•
•
•
•
•
Quejarse formalmente.
Denunciar al vecino.
Informar a la asociación de vecinos.
Educar al perro.
Deshacerse del perro.
Buscar aliados y apoyo entre los
otros vecinos.
• Grabar en vídeo.
• Llevar un diario oral con un
cásete.
• Hacer un cuaderno de viaje.
• Llevar un diario personal.
• Guardar todos los papeles (billetes, facturas, programas...) que te
den.
I
Fútbol
No tienes nada en contra del fútbol,
pero te parece una exageración que
sólo se hable de eso. La televisión retrasmite dos o tres partidos cada semana y repite cuatro o cinco veces
los goles del domingo; los periódicos
• Difundir tu opinión.
• Hablarlo con tus amigos.
• Buscar personas que piensen como
tú.
• Dejar de escuchar y leer los medios
de comunicación.
llenan de fútbol los titulares de pri-
• Formar un club de enemigos del
mera página; la radio se harta de hacer comentarios futbolísticos. Te
gustaría que se trataran otros temas
culturales mucho más relevantes.
Sospechas que muchas personas
opinan como tú y permanecen calladas.
54
fútbol.
D e las posibles actuaciones, c o m o m í n i m o las que aparecen en cursiva requieren escritura. U n a denuncia, un c u a d e r n o de viaje o u n a carta
pública actúan sobre las circunstancias planteadas para intentar solucionarlas. E l éxito de la actuación dependerá e n buena parte de la eficacia
que tenga el escrito. P o r ejemplo, una queja seria y expeditiva puede
conducir a nuestra vecina a vigilar a su p e r r o y a educarlo.
U n a buena t é c n i c a para a c c i o n a r la m á q u i n a de escribir consiste
en e x p l o r a r las circunstancias que nos m u e v e n a redactar. M i profesor d e m a t e m á t i c a s decía que un p r o b l e m a bien planteado ya está
m e d i o resuelto. D e l m i s m o m o d o , u n a situación c o m u n i c a t i v a bien
entendida p e r m i t e p o n e r en m a r c h a y dirigir el p r o c e s o de la escritura hacia el objetivo deseado. F l o w e r ( 1 9 8 9 ) p r o p o n e la siguiente
guía, que hay que responder al inicio d e la redacción:
G U Í A PARA E X P L O R A R E L P R O B L E M A R E T Ó R I C O
Propósito
•
•
•
•
¿Qué quiero conseguir con este texto?
¿Cómo quiero que reaccionen los lectores y las lectoras?
¿Qué quiero que hagan con mi texto?
¿Cómo puedo formular en pocas palabras mi propósito?
Audiencia (receptor)
• ¿Qué sé de las personas que leerán el texto?
• ¿Qué saben del tema sobre el que escribo?
• ¿Qué impacto quiero causarles?
• ¿Qué información tengo que explicarles?
• ¿Cómo se la tengo que explicar?
• ¿Cuándo leerán el texto? ¿Cómo?
Autor (emisor)
• ¿Qué relación espero establecer con la audiencia?
• ¿Cómo quiero presentarme?
• ¿Qué imagen mía quiero proyectar en el texto?
• ¿C^ué tono quiero adoptar?
• ¿Qué saben de mí los lectores y las lectoras?
E s c r i t o (mensaje)
•
•
•
•
•
¿Cómo será el texto que escribiré?
¿Será muy largo/corto?
¿Qué lenguaje utilizaré?
¿Cuántas partes tendrá?
¿Cómo me lo imagino?
55
L o m á s c o r r i e n t e es responder a estas preguntas m e n t a l m e n t e y
de m a n e r a rápida para hacerse una composición de lugar. E n circunstancias c o m p r o m e t i d a s , o c u a n d o estemos bloqueados, m e r e c e
la pena dedicarles más t i e m p o para d e t e r m i n a r más c o n c r e t a m e n t e
los objetivos de la escritura. E n el caso del p e r r o del piso de arriba,
ésta podría ser una reflexión h e c h a a partir de las preguntas. Se
trata del m o n ó l o g o interior de un escritor, preparándose p a r a ejecutar su tarea:
Tal vez la asociación de vecinos pueda resolver el problema. Me
gustaría que el presidente le buscase las cosquillas a la dueña del perro; que fuera a visitarla y le formulara la queja oficial de todos los
vecinos; que le insinuara incluso que tomaremos medidas legales si
no tiene cuidado con la bestia.
No conozco al presidente, pero me han dicho que es un hombre
muy enérgico. Esto me va bien. Se lo tendré que explicar todo
punto por punto —quiero que comprenda mi indignación, que la
haga suya—. Detallaré todas las molestias que provoca el perro, sobre
todo lo de la mierda. Enviaré el escrito a la asociación. Puede que
no sea él quien lea la carta en primer lugar. ¿Tienen secretario? No
creo que reciban muchas cartas como ésta. Mejor.
A mí no me conocen. Pero sí que conocen a la señora CalHs, la
vecina de abajo. Quizá podría firmar ella la carta. ¡Espera! La podríamos firmar todos los vecinos, o unos cuantos. Tendría mucha
más fuerza. Todos estarían de acuerdo y así se le darla más gravedad
a la situación. ¿Tal vez la señora Callís podría llevar la carta personalmente?
Debemos trasmitir unión e indignación contenida. No se me
tiene que escapar la mala leche. Tiene que ser una carta seria - d e
usted—, no demasiado larga, pero que exponga todo con pelos y señales. Dos hojas como máximo. También conviene destacar que hemos intentado muchas veces hablar con la propietaria y que pasa
olímpicamente de nosotros.
C u a n t o más c o n c r e t a sea la reflexión, más fácil será ponerse a
escribir y conseguir un t e x t o eficaz y adecuado a la situación. D e masiadas veces escribimos c o n una imagen desenfocada del p r o blema, p o b r e o vaga, que nos h a c e p e r d e r t i e m p o y puede g e n e r a r
escritos inapropiados e incluso incongruentes.
56
OTRAS MANERAS D E PONERSE E N MARCHA
A m e n u d o el bloqueo inicial de la m á q u i n a p r o v i e n e d e la p e reza que nos causa escribir, de la falta de hábito. N o escribimos p o r que nos cuesta hacerlo y n o s cuesta h a c e r l o porque escribimos p o c o .
U n a m a n e r a d e r o m p e r este círculo vicioso es acostumbrarse a r e dactar un p o c o cada día: t o m a r notas o llevar un diario personal.
T a m b i é n hay u n a t é c n i c a especial para preguntas escritas y o t r a
para representar el pensamiento de m a n e r a gráfica:
• Desarrollar un enunciado
L a circunstancia q u e n o s m u e v e a escribir puede limitarse a u n a
pregunta escrita, e n e x á m e n e s , cuestionarios o pruebas. Así: ¿Por qué
J. P. Sartre se considera uno de los principales difusores del
existencialismo? ¿Qué tienen en común las diversas corrientes pictóricas de vanguardia, a principios de siglo? ¿En qué se parecen y en qué se diferencian los libros y las novelas de caballerías? E n estas ocasiones h a y q u é
basar la reflexión sobre el enunciado. Se trata d e desarrollar o e x p a n d i r
las palabras d e la pregunta para definirla de m a n e r a precisa.
P o n g a m o s el ejemplo de la última interrogación. L a p r i m e r a t e n tación y la m á s frecuente e n la que c a e n los estudiantes es e x p l i c a r
todo lo que saben sobre narrativa de caballería, c i t a n d o autores, títulos, épocas. P e r o esto n o es lo que se pide. L a pregunta presupone e s tos c o n o c i m i e n t o s para c o m p a r a r dos estilos. P r i m e r o hay q u e d e t e r m i n a r q u é son los libros de caballería, p o r un lado, y las novelas de
caballería, p o r otro; hay q u e buscar ejemplos d e cada grupo y e x t r a e r
las características generales. L u e g o , contrastándolas u n a p o r u n a , h a y
que buscar las semejanzas y las diferencias. L a respuesta apropiada a
la pregunta es ú n i c a m e n t e la lista sucinta d e ambas.
• Diario personal
¡ N o te asustes! N o es difícil ni laborioso. Sólo requiere diez m i n u tos al día. Se puede h a c e r p o r la m a ñ a n a , antes d e desayunar, c u a n d o
se está fresco, o p o r la n o c h e , antes d e acostarse, c o m o u n a p e q u e ñ a
reflexión cotidiana, c u a n d o la n o c h e t e e n v u e l v e y se apagan los ruidos estridentes del día. T e sientas delante del papel o del c u b o del o r denador y allí viertes t o d o lo que te haya pasado d u r a n t e el día. Nulla
57
dies sine
Linea, escribió Plinio el Viejo (Naturalü
Historia),
refi-
riéndose al pintor Apeles, quien cada día pintaba una Hnea c o m o
m í n i m o ; la frase, convertida e n cita clásica, se aplica hoy sobre
t o d o a la escritura.
E s c r i b e sobre temas variados: amigos, trabajo, estudios...
Hay
diarios íntimos sobre la vida privada, diarios d e aprendizaje sobre
la escuela, cuadernos de viaje, etc. L a escritura periódica y personal p e r m i t e aprender, reflexionar sobre los hechos y c o m p r e n d e r los mejor. D a confianza y desarrolla e n o r m e m e n t e la habilidad de
escribir. A d e m á s , se c o n v i e r t e e n un registro d e ideas y palabras
a d o n d e siempre se puede acudir a buscar información p a r a textos
urgentes. N u n c a te quedas en b l a n c o o bloqueado p o r q u e siempre
puedes buscar lo que escribiste cierto día sobre la m i s m a cuestión.
U n a a l u m n a de redacción escribía lo siguiente,
hablando de su
diario:
Tengo el vicio de escribir un diario. Por las noches, justo antes
de apagar la luz, cojo la pequeña libreta y hojeo lo que escribí unos
días, o incluso unos meses, atrás. Y entonces, ¡sorpresa! ¿Por qué
apunté aquel pequeño detalle? ¿Qué debió de hacerme esta personita para merecer un sitio entre tantas intimidades? ¿Cómo estaba
tal día para decir tantas sandeces?
E s fantástico. Soy mucha gente unida en una fría cabeza. Me
gusta y tengo que aprovecharlo. Son los dos puntos de vista: el de la
víctima y el del juez. Por ello me parece muy útil cualquier intento
de aprender cosas nuevas en torno a este vehículo para hacer confesiones que es el hecho de la escritura. [MG]
• Mapas y redes
L o s mapas (de ideas,
o ideogramas)
mentales,
o d e n o m i n a d o s también
árboles
son una forma visual de representar nuestro pensa-
miento. Consiste e n dibujar en un papel las asociaciones
mentales
de las palabras e ideas que se nos o c u r r e n en la m e n t e . E l resultado
tiene una divertida apariencia d e tela de araña, r a c i m o de uva o red
de pescar:
58
t
j
1
' '
¡:7/A'.'p
1
t
J 'i
¡;,.t�
El procedimiento es bien sencillo. Escoge una palabra nuclear
sobre el tema del que escribes y apúntala en el centro de la hoja,
en un círculo. Apunta todas las palabras que asocies con ella, pon­
las también en un círculo y únelas con una línea a la palabra con
que se relacionan más estrechamente. La operación dura escasa­
mente unos segundos o pocos minutos. El papel se convierte en la
prolongación de tu mente y en un buen material para iniciar la re­
dacción.
Los precursores de la técnica, Buzan (19 7 4) y Lusser Rico
(1983), sugieren que los mapas incrementan la creatividad. Es sa­
bido que el cerebro humano consta de dos hemisferios: el izquierdo,
que procesa la información de forma secuencial, lineal, lógica, ana­
lítica, etc.; y el derecho, que actúa de forma simultánea, global, vi­
sual, analógica, holística, etc. Mientras que las funciones básicas del
59
lenguaje están situadas sobre todo en el izquierdo, el derecho tiene
las capacidades más creativas e imaginativas de la persona. Para los
citados autores, la espontaneidad y el carácter visual de los mapas
permiten utilizar el potencial escondido del hemisferio derecho
para la escritura. Lusser Rico llega a calificar a los mapas como «la
manera natural de escribir», el método más simple para conectar
con la voz interior de la persona. [Me referiré de nuevo a los mapas
más adelante, pág. 73.]
En el siguiente capítulo se exponen otras técnicas también útiles
para superar bloqueos y poner en marcha la máquina de la es­
critura.
60
4. E L C R E C I M I E N T O D E L A S I D E A S
Para mí escribir es un viaje, una odisea, un descubrimiento, porque nunca estoy seguro de lo que voy a encontrar.
GABRIEL FIELDING
Muchos y muchas estudiantes creen que escribir consiste simplem e n t e en fijar en un papel el pensamiento huidizo o la palabra interior.
Entienden la escritura sólo e n una de sus funciones: la d e guardar información. Cuando tienen que elaborar un texto, apuntan las ideas a m e dida que se les ocurren y p o n e n punto y final c u a n d o se acaba la hoja o se
seca la imaginación.
Al contrario, las escritoras y escritores c o n experiencia saben que la
materia en bruto del pensamiento debe trabajarse c o m o las piedras p r e ciosas para conseguir su brillo. Conciben la escritura c o m o un instrum e n t o para desarrollar ideas. Escribir consiste en aclarar y o r d e n a r información, h a c e r que sea más comprensible para la lectura, p e r o
también para sí mismos. L a s ideas son c o m o plantas que hay q u e regar
para que crezcan.
E n este capítulo expondré algunos recursos para buscar y alimentar
ideas. Fingiré que tengo que explicar a mi editor en un pequeño t e x t o
c ó m o quiero que se imprima esta cocina. M o s t r a r é c ó m o e l a b o r o las
ideas desde c e r o hasta obtener un esquema c o m p l e t o , que se e n c u e n tra en el siguiente capítulo, y c o m e n t a r é las técnicas que h e utilizado.
E L T O R B E L L I N O D E IDEAS
L o p r i m e r o que h a g o es c o n c e n t r a r m e en el t e m a y a p u n t a r en u n
papel t o d o lo que se m e ocurre. Y a había tenido antes alguna idea,
p e r o es la p r i m e r a vez que m e dedico e x c l u s i v a m e n t e a esta cuestión.
H a g o un torbellino
de ideas inicial (brainstorming
o tormenta cere-
bral). M e sale t o d o lo que e n c o n t r a r á s a continuación:
61
TORBELLINO DE IDEAS
El torbellino de ideas es una tormenta fuerte y breve de verano.
Dura pocos segundos o minutos, durante los cuales el autor se de­
dica sólo a reunir información para el texto: se sumerge en la pis­
cina de su memoria y de su conocimiento para buscar todo lo que le
sea útil para la ocasión. En este caso, he encontrado una quincena
de ideas, expresadas con palabras o sintagmas. Por ejemplo, la
quinta idea «textos dentro de textos» significa que «se reproducirán y
citarán otros textos en el libro».
Para aprovechar todo el potencial de la técnica conviene evitar
algunos de los errores más comunes: confundir esta lluvia con una
redacción, preocuparse por la forma, valorar las ideas, etc Hay que
tener en cuenta los si guientes puntos:
62
CONSEJOS P A R A E L T O R B E L L I N O D E I D E A S
• Apúntalo todo, incluso lo que parezca obvio, absurdo o ridículo ¡No
prescindas de nada! Cuantas más ideas tengas, más rico será el texto.
Puede que más adelante puedas aprovechar una idea aparentemente
pobre o loca.
• No valores las ideas ahora. Después podrás recortar lo que no te
guste. Concentra toda tu energía en el proceso creativo de buscar
ideas.
• Apunta palabras sueltas y frases para recordar la idea. No pierdas tiempo
escribiendo oraciones completas y detalladas. Tienes que apuntar con
rapidez para poder seguir el pensamiento. Ahora el papel es sólo la prolongación de tu mente.
• No te preocupes por la gramática, la caligrafía o la presentación. Nadie
más que tú leerá este papel. Da lo mismo que se te escapen faltas, manchas o líneas torcidas.
• Juega con el espacio del papel. Traza flechas, círculos, líneas, dibujos.
Marca gráficamente las ideas. Agrúpalas. Dibújalas.
• Cuando no se te ocurran más ideas, relee lo que has escrito o utiliza una
de las siguientes técnicas para buscar más.
L a práctica y el hábito ayudan a familiarizarse c o n la t é c n i c a y a r e n tabilizarla al m á x i m o . E n la escuela n o se nos enseña a h a c e r borradores,
esquemas o listas d e ideas antes de elaborar un escrito, d e m a n e r a q u e
puede resultar difícil para algunos aprendices. N o h a c e falta d e c i r que
también se puede utilizar el o r d e n a d o r en lugar del lápiz y el papel.
EXPLORAR EL TEMA
P o d e m o s reunir más ideas mediante otras técnicas d e creatividad.
U n a d e las más conocidas consiste en estudiar
el t e m a sobre el que se es-
cribe a partir de u n a lista teórica de aspectos a considerar. E s c o m o si el
autor fuera un e x p l o r a d o r e n tierra desconocida y utilizara una brújula
para descubrir el t e r r e n o .
P o r ejemplo, siguiendo la retórica clásica d e Aristóteles, habría
que definir,
comparar,
abordar las causas y los efectos y
argumentar
el t e m a en cuestión. ( E s m u y probable que esta lista d e o p e r a c i o n e s
63
te suene de la época escolar, porque muchos libros de texto expli­
can los hechos siguiendo este patrón.) Pero también podemos en­
contrar otros modelos de exploración más prácticos, como la estre­
lla y el cubo. La estrella deriva de la fórmula periodística de la
noticia, según la cual para informar de un hecho tiene que especifi­
carse el quién, el qué, el cuándo, el dónde, el cómo y el porqué. Estos
seis puntos, las llamadas 6Q, son los esenciales de cualquier tema,
aunque pueden ampliarse con otras interrogaciones:
LA ESTRELLA
Procedimiento:
1. Hazte preguntas sobre el tema a
partir de la estrella. Busca pregun­
tas que puedan darte respuestas
relevantes.
2. Responde a las preguntas.
3. Evita las preguntas y las ideas re­
petidas. Busca nuevos puntos de
vista.
El cubo es otra gu ía para explorar temas. Consiste en estudiar las
seis caras posibles de un hecho a partir de los seis puntos de vista si­
guientes:
EL CUBO
Procedimiento:
Descríbelo. ¿Cómo lo ves, sientes,
hueles, tocas o saboreas?
Compáralo. ¿A qué se parece o de
qué se diferencia?
Relaciónalo. ¿Con qué se relaciona?
Analíz.alo. ¿Cuántas partes tiene?
¿Cuáles? ¿Cómo funcionan?
Aplícalo. ¿Cómo se utiliza? ¿Para
qué sirve?
Arguméntalo. ¿Qué se puede decir
a favor y en contra?
He utilizado esta última técnica para ampliar mis ideas sobre el di­
seño de este libro:
64
APLICACIÓN DEL CUBO
-/�¼; v['iV:JLfnc.Í.'ccl 111<1'-""'-c:.,.,..e.,<A�'--'­
f•<.:�
l-s ��
-eo�,�f.�ró.s:
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C..OAM..l> l!a,l
T
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"'li,t.,k
fu.,c.),... Q.uu-- ¡,cr-­
b �!.tJ ��
k_,:¡;;:� 1-<-�
f,J,..1t,...,l._
(.Qw.o
,t<:o...u.w,..,
-r�ct."Lo
��4l.
f ...t.kr-:
. lli�tz...: t; J.A.¡,f.n..e. �
�t\ir�cü.lw.w
"e,.;;..¼-'zs.
RJ
P-n-
- 4"14.e.(� : -�-,'1 u�� e,.,;,f,qµ.J.J.v...ti.
�w.w°(¡¡
- /yiVC#.k : U t.:fora
.
t,I �
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11t
11'
� �"'-�
A,1,1.,(:VW--tA�
� ,JJ/l,. cJ.iM� ¡;.J..ut� ll1t;. ...
.,1,-�J tí,J,,__f,,_� ...
El resultado tiene forma de prosa, aunque también contiene muchas
palabras sueltas y sintagmas. Comparándolo con el torbellino anterior,
salen dieciséis ideas nuevas y se repiten algunas (visual, práctico...); los
datos están mejor explicados, han madurado; y hay una primera clasifi­
cación de ideas. He empezado a elaborar la información:
Tanto la estrella como el cubo son más gu iados que el torbellino; y
el cubo lo es más que la estrella. Quien tenga práctica en elaborar in­
formación sabrá utilizar todas las técnicas, pero quien se sienta más de­
sorientado encontrará más cómodo el cubo. En la estrella hay que sa­
ber formular las preguntas relevantes, y en el cubo no.
DESENMASCARAR PALABRAS CLAVE
Las palabras clave son vocablos que esconden una importante
carga informativa. Se denominan clave porque, además de ser relevan65
tes, pueden aportar ideas nuevas, c o m o una llave que abre puertas
cerradas. Sin darnos cuenta, se nos escapan c u a n d o buscamos ideas,
c u a n d o r e d a c t a m o s o incluso c u a n d o revisamos una versión casi
terminada. H a y que saber identificarlas y desenmascarar la informa­
c i ó n que e s c o n d e n si q u e r e m o s que la r e d a c c i ó n sea c o m p l e t a m e n t e
trasparente. P o r ejemplo:
PALABRAS C L A V E
Original: Trabaja de relaciones públicas en una empresa de cosmética. E s
un trabajo estimulante pero muy agotador.
estimulante
agotador
•
•
•
•
Trata con VIPS.
Viaja mucho.
No tiene horario fijo.
Gana mucho dinero.
•
•
•
•
Es insustituible.
Tiene poco tiempo libre.
Trabaja muchos fines de semana.
Trata con mucha gente y siempre
tiene que estar alegre y sociable.
Ampliación: Trabaja de relaciones públicas en una empresa de cosmé­
tica. E s un trabajo estimulante, porque viaja mucho, no
tiene horario fijo, tiene un buen sueldo y trata con muchos
VIPS; pero termina agotadísima: tiene poco tiempo libre
(trabaja los fines de semana), es insustituible y siempre
tiene que hacer buena cara a todo el mundo.
L o s adjetivos estimulante
y agotador
se entienden en el t e x t o o r i ­
ginal, p e r o ningún lector podría deducir de ellos t o d o lo que se e x ­
plica en la versión ampliada, c o n la información desenmascarada.
Se puede utilizar esta t é c n i c a e n textos acabados, borradores o
listas de ideas, siempre c o n la finalidad de expandir la escritura. E l
p r o c e d i m i e n t o q u e se ha de seguir es el siguiente: identificar las p a ­
labras, h a c e r una lista de todas las ideas que esconden (un torbellino
de ideas selectivo) y reescribir o reestructurar el t e x t o c o n la nueva
información. H e descubierto p o r lo m e n o s dos palabras c l a v e en mis
ideas anteriores y h e intentado d e s e n m a s c a r a r su información:
66
DOS PALABRAS CLAVE
Me he concentrado en las palabras tipografías distintas y jugar
con el espacio, que aparecían en la primera hoja, para especificar to­
dos los detalles posibles. El resultado contiene una decena "'de ideas
nuevas y tiene forma de esquema o mapa mental, que agrupa ideas
alrededor de un núcleo.
La utilización encadenada de las tres técnicas me ha permitido
desarrollar mi pensamiento tanto desde un punto de vista cuantita­
tivo como cualitativo. La quincena inicial de ideas se ha convertido
en una cuarentena larga, si se suman todas; también son más con­
cretas y empiezan a tener una estructura.
OTROS RECURSOS
En la misma línea de recursos creativos, también podemos utili­
zar la escritura libre y las frases empezadas, ambas bastante más dis­
cursivas, o tomar notas. También pueden ser útiles las técnicas para
accionar la escritura que he expuesto en el capítulo anterior.
'
67
• Escritura libre
También denominada automática,
consiste en ponerse a escribir de
m a n e r a rápida y constante, a c h o r r o , apuntando todo lo que se nos
pase p o r la cabeza en aquel m o m e n t o sobre el t e m a del cual escribimos
o sobre otros aspectos relacionados c o n él. H a y que c o n c e n t r a r s e en el
c o n t e n i d o y n o en la forma, v a l o r a r la cantidad de texto, más que la c a lidad; y, sobre todo, n o detenerse e n ningún m o m e n t o . Se r e c o m i e n d a
empezar p o r sesiones de diez minutos, que pueden llegar hasta veinte
o treinta c o n la experiencia ( E l b o w , 1 9 7 3 ) .
E s m u y útil para g e n e r a r ideas y superar bloqueos. E l t e x t o resultante tiene todas las características de prosa de escritor o egocéntrica
(Cassany, 1 9 8 7 ) : el autor explora el t e m a , busca información e n su m e moria; aparecen su lenguaje y su experiencia personales, que n o c o m parten necesariamente los futuros lectores del texto; hay frases i n c o n e xas, anacolutos, un bajo g r a d o de cohesión y c o r r e c c i ó n gramatical,
etc. P e r o , pese a estas deficiencias, se trata de una materia p r i m a e x c e lente para desarrollar y reescribir
una versión
final.
Según B o i c e y Myers ( 1 9 8 6 ) , se trata de una actividad semihipnótica en la que se escribe sin esfuerzo, c o n un bajo nivel d e c o n c i e n c i a y
asumiendo p o c a responsabilidad sobre la escritura. E s t o p e r m i t e que
aflore el subconsciente
personal y que se produzca una especie de inspi-
ración. Según los mismos autores, tiene una larga tradición histórica
en distintos ámbitos: se ha utilizado en sesiones de espiritismo para c o nectar c o n el más allá; fue u n o de los primeros tests proyectivos de la
psicología; también la han utilizado varios poetas, e n t r e los cuales destaca A n d r é B r e t ó n , que la popularizó c o n el m o v i m i e n t o surrealista.
¡Manos a la obra! Siéntate c o n un papel o un o r d e n a d o r delante.
P o n t e c ó m o d o . Relájate, déjate ir c o n la m e n t e en blanco. C o n c é n t r a t e
en el t e m a que te ocupa. E m p i e z a a apuntar t o d o lo que se te ocurra.
¡Adelante! N o te preocupes p o r nada: ni la caligrafía, ni la ortografía,
ni ninguna otra grafía.
¡Que n o te quede nada en la cabeza! N o te de-
tengas durante c i n c o , diez o quince
minutos.
• Frases empezadas
O t r a técnica para r e c o g e r información
es L M I E ,
en
inglés
W I R M I . Se trata de t e r m i n a r c u a t r o o c i n c o frases que e m p i e c e n c o n
Lo Más Importante
68
Es...,
(What
I really
mind
is...), apuntando ideas
relevantes p a r a el t e x t o . P o r ejemplo, m e p r o p o n g o escribir una
c a r t a de o p i n i ó n para un periódico, sobre la e x c e s i v a p r e s e n c i a del
fútbol e n los medios d e c o m u n i c a c i ó n [pág. 5 4 ] . T e r m i n o c i n c o frases que e m p i e c e n p o r L M I E .
EJEMPLO DE LMIE
Lo más importante e s t í o s ^ f n W j W cc^oyo
Lo más importante es..^v^"V^O^
<MA~"^O
Lo más importante es.../M<2ür- A M u ^ k o
^^'o
-
^kov&J.
ru.'clo .
Lo nías importante e s . . . i « í ^ « * . Í ^ ^ A í - T f^**.
ís importante es... ¿Jcr*Mj*jr
Lomas
f^*- *t
djt-
<c~iftt.fr?
ck.U
¿MU****
L a s frases empezadas son bastante m á s c o n c r e t a s que el t o r b e llino de ideas o la escritura a u t o m á t i c a , y p o r esto p u e d e n ser m á s
útiles a los aprendices que se sientan desorientados c o n las t é c n i c a s
demasiado abiertas. A d e m á s , dirigen la a t e n c i ó n del a u t o r h a c i a el
propósito y los puntos más importantes d e la c o m u n i c a c i ó n . O t r o s
posibles c o m i e n z o s son:
Tengo que evitar que...
Quiero conseguir que...
No estoy de acuerdo con...
Me gustarla...
Soy de la opinión que...
L a razón más importante es...
• Tomar notas
L a s notas son una versión más m o d e s t a del diario, y limitada a
una tarea especifica. A m e n u d o se nos o c u r r e n ideas que n o p o d e m o s escribir: viajando en autobús, paseando, en u n a reunión. Si n o
las a n o t a m o s r á p i d a m e n t e c o r r e m o s el riesgo d e olvidarlas y, después, c u a n d o p o d a m o s escribir, quizá v o l v e r e m o s a t e n e r la m á quina parada sin saber c ó m o empezar.
Se trata de a n o t a r t o d o lo que se nos o c u r r e p a r a p o d e r l o a p r o v e c h a r después. P o d e m o s apuntarlo en u n a p e q u e ñ a libreta, e n la
69
agenda, en una servilleta, en el periódico, en cualquier trozo de papel o incluso - ¡ v i v a la sofisticación!- grabarlo en un m i c r o c a s e t e d e
periodista. L o s temas suelen ser más específicos: un artículo que est a m o s escribiendo, un p o e m a , una pregunta, un dato t é c n i c o , una
frase poética que se nos o c u r r e , etc.
Confieso que h e estado t o m a n d o notas durante t o d o el t i e m p o
que he estado escribiendo esta cocina.
C a d a día p o r la n o c h e m e
sentaba ante el o r d e n a d o r e iba introduciendo en la m á q u i n a todas
las ideas q u e se m e habían o c u r r i d o durante el día. A veces e r a n
ideas completas, una metáfora, un ejercicio, pero también palabras
sueltas que m e gustaban y que quería que aparecieran en el libro.
H e actuado c o m o un trapero que r e c o g e c a r t o n e s y c a c h i v a c h e s de
aquí y de allá, reuniendo ideas y palabras.
70
5. C A J O N E S Y A R C H I V A D O R E S
Llegamos al plan: la trama del texto: el orden de las
instrucciones, el de los argumentos en un anuncio, el de los
episodios en una novela. [...] Aquí las prácticas varían mu­
chísimo. Guy des Cars establece un plan
extremadamente
detallado para cada novela, que llega hasta el párrafo. [...]
En cambio, Cecil Saint-Laurent esboza un simple esquema
que puede evolucionar durante la redacción.
FRANfOIS
RlCHAUDEAU
E l t o r r e n t e de las ideas brota d e forma natural de la m e n t e , sin
el orden ni la lógica que requiere la c o m u n i c a c i ó n escrita. T a n t o las
listas c o m o la prosa a u t o m á t i c a , los primeros borradores o las notas
suelen ser anárquicos, desorganizados, sucios d e fondo y forma. H a y
repeticiones, mezclas, ideas inacabadas, palabras sueltas, lagunas,
etc. L a escritora y el escritor tienen que limpiar toda esta m a t e r i a
prima: hay que seleccionar las ideas pertinentes, ordenarlas, tapar
huecos y elaborar una estructura para el texto. L a tarea implica t o ­
m a r decisiones relevantes sobre el enfoque que t e n d r á el escrito y,
en definitiva, sobre su eficacia.
P o d e m o s h a c e r este trabajo al principio, a partir de notas o ideas
sueltas; más adelante, sobre el p r i m e r borrador; o al final, en una
revisión global. Algunos autores pueden t e n e r m a y o r facilidad para
hacerlo, y algunos textos pueden ser más complejos que otros. P e r o
cualquier t e x t o debe tener una organización c o h e r e n t e de las ideas,
preparada para que la puedan c o m p r e n d e r los lectores, que serán
personas diversas y distintas del autor. E n este capítulo reflexiona­
ré sobre la estructura del t e x t o , presentaré algunos recursos para
ayudar a los aprendices a elaborarla, y también analizaré un
ejemplo.
O R D H N A R IDKAS
P o d e m o s utilizar varias técnicas: desde las más modestas, c o m o
agrupar por temas los datos de una lista, p o n e r n ú m e r o s , flechas u
ordenar las frases; hasta las más sofisticadas, c o m o h a c e r algún tipo
71
]
i
i
d e esquema c o n llaves, diagramas, sangrados o líneas. U n o d e los
sistemas m á s completos de o r d e n a r informaciones es la n u m e r a c i ó n
decimal, q u e se utiliza sobre t o d o en los textos técnicos. P o r ejemplo, ésta podría ser una m a n e r a d e o r d e n a r las ideas desarrolladas
e n el capítulo anterior:
ESQUEMA DECIMAL
1. Características editoriales del libro.
1.1. Descripción. Formato grande. Visual y atractivo: tiene que entrar
por la vista. Limpio y pulido. Práctico: no un tostón; como los
americanos.
1.2. Recursos propuestos.
1.2.1. Jugar con el espacio: columnas, franjas, huecos; poner notas alrededor del texto; hacer recuadros y esquemas.
1.2.2. Tipografías: normal, grande para los títulos, más pequeña para
los documentos, manuscrita personal.
1.2.3. Otros: figuras, dibujos, ¿fotos?, reproducciones exactas.
1.3. A r g u m e n t o s :
1.3.1. Tiene que ejemplificar la teoría.
1.3.2. Es la tendencia actual.
1.3.3. Debe animar a leer.
1.3.4. Tiene varios destinatarios: jóvenes, adultos, estudiantes y trabajadores.
1.3.5. Es un libro para usar más que para leer.
H a y un salto d e gigante e n t r e las hojas previas de ideas y este
p r i m e r esquema. P a r a elaborarlo, he tenido que resolver varias
cuestiones. E n p r i m e r lugar, h e v a l o r a d o t o d o lo que había recogido
y he seleccionado lo más apropiado. H e prescindido de ideas c o m o :
72
que se pueda escribir en él, que huela o como los libros de texto, q u e
m e han p a r e c i d o irrelevantes. T a m b i é n h e clasificado toda la inform a c i ó n e n tres apartados (descripción, recursos y argumentos);
y, fin a l m e n t e , lo h e o r d e n a d o t o d o según un plan d e t e r m i n a d o de c o m u n i c a c i ó n . E n conjunto, h e construido una p r i m e r a arquitectura
del texto.
L a s razones para elegir este esquema son las siguientes. M i p r o pósito es explicar c ó m o tiene que ser este libro de forma llana y sucinta. P o r esto, dedicaré la m a y o r parte del t e x t o , dos apartados d e
tres, a describirlo y a especificar el tipo d e recursos gráficos q u e p o drían utilizarse. Dejaré p a r a el final una justificación d e la propuesta
c o n c i n c o argumentos esenciales. T o d a s las informaciones se o r d e narán d e más a m e n o s importantes y d e más abstractas a m á s c o n cretas, siguiendo un planteamiento lógico. C r e o que ésta es la m a nera más apropiada de presentar los hechos desde el p u n t o d e vista
del lector, y la que podría ser más eficaz.
L a tarea d e o r d e n a r las ideas implica escoger un t e x t o e n t r e m u chos posibles. Mientras selecciona las ideas, las agrupa y las o r d e n a ,
el autor d e t e r m i n a el enfoque que dará a su texto: si tiene que ser
prolijo o breve, descriptivo o n a r r a t i v o , c r o n o l ó g i c o , abstracto, c o n
ejemplos o sin ellos, etc. Estas decisiones n o pueden ser gratuitas o
irreflexivas: d e t e r m i n a n el éxito final que tendrá la c o m u n i c a c i ó n .
E n la medida e n que seamos capaces de construir una buena e s t r u c tura, la mejor, el lector c o m p r e n d e r á c o n m a y o r claridad y rapidez
nuestra intención.
¿ T e imaginas o t r o esquema para el ejemplo? ¿ E l c u b o d e las seis
caras, la estrella d e las preguntas, e n f o r m a de carta, o incluso siguiendo el torbellino d e ideas inicial? H a y m u c h o s esquemas posibles, incluso los e n c o n t r a r í a m o s coherentes y claros, p e r o seguro
q u e n o todos serían igual d e idóneos para las circunstancias d e c a d a
momento.
MAPAS CONCEPTUALES
T a m b i é n p o d e m o s a p r o v e c h a r la t é c n i c a de los mapas p a r a o r d e n a r ideas y elaborar un esquema. E l resultado e s una figura q u e
se p a r e c e bastante a los mapas del capítulo anterior, p e r o difiere d e
ellos p o r su función, utilidad y p r o c e s o de elaboración. P o r esto
73
también le otorgamos el nombre específico de mapa conceptual
(Novak y Gowin, 1984). Éste sería un ejemplo equivalente de mi
esquema anterior:
MAPA CONCEPTUAL
.¡. �Oot-J
,(>' ��
{�;� l
){
,<.
J
V"P,. t,- 0
1
J�r;a;
i- .,e_!,U..()...l.h.J
1
1 1
•
74
1
1
¡
El rectángulo central determina el título o el tema del que nace
el resto de los datos. Sólo se utilizan palabras clave o de significado
pleno: sustantivos, adjetivos y verbos. Los conceptos se sitúan más
cerca o más lejos del centro según su importancia y se relacionan je­
rárquicamente, de forma que se fija la posición de cada uno en el
conjunto. Todo tipo de signos gráficos ayuda a destacar los elemen­
tos: flechas, números, círculos, etc.
Los mapas conceptuales ofrecen algunas ventajas con respecto a
los esquemas tradicionales:
• Cada mapa es como un cuadro irrepetible, distinto de cual­
quier otro. Lo recordamos más fácilmente. Piensa en los es­
quemas decimales o en las páginas escritas: todas se parecen y
es más difícil distinguirlas.
• No tienen final, si no es que se acaba el papel (y siempre po­
demos coger uno nuevo). Ahora mismo podría continuar el
mapa anterior con nuevas ideas. ¡Espera! Me doy cuenta de
que he olvidado una idea importante en el apartado de des­
cripción: que el libro se tiene que elaborar gráficamente. Ade­
más, quiero marcar que la idea de práctico está relacionada
con el quinto argumento. Voy a hacerlo ahora mismo:
¿Cómo lo haría mediante el esquema decimal? Tendría que
rehacerlo entero y aun así no podría marcar gráficamente la
interrelación de práctico/5. argumento.
0
75
• T i e n e n varias utilidades: o r d e n a r ideas, h a c e r un esquema, resum i r un t e x t o que se lee, t o m a r apuntes, desarrollar u n t e m a , etc.
• Son flexibles y se adaptan al estilo de cada uno. Si es posible,
c o m p a r a mapas de diversas personas; descubrirás que son distintos y que, curiosamente, cada u n o congenia c o n el estilo y
el c a r á c t e r de su autor.
P e r o n o t o d o el m u n d o prefiere los mapas ni los e n c u e n t r a tan
fantásticos. Algunos aprendices de escritura y otros autores, sobre
todo los que tienen hábitos más adquiridos, dicen que jamás p o drían aclararse en una telaraña tan intrincada; prefieren los esquemas tradicionales. Algunos estudiantes prueban la técnica una vez
y, si les gusta, repiten. A medida que la practican, la adaptan a sus
necesidades y se la h a c e n suya.
ESTRUCTURA D E L TEXTO
L a organización de las ideas tiene que quedar reflejada e n el
texto de alguna m a n e r a , si queremos que el lector siga la estructura
que h e m o s d a d o al mensaje. L a s divisiones y subdivisiones de nuestro esquema tienen que corresponderse c o n unidades equivalentes
del texto. C a d a división debe t e n e r unidad de contenido, p e r o t a m bién tiene que m a r c a r s e gráficamente. Sólo de esta m a n e r a conseguiremos c o m u n i c a r de forma c o h e r e n t e lo que nos h e m o s p r o puesto.
M u c h o s tipos de t e x t o tienen una estructura estandarizada. Así,
una carta tiene c a b e c e r a , introducción, c u e r p o y conclusión;
instancia: la identificación,
el expongo
una
y el solicito; y un cuento:
planteamiento, n u d o y desenlace. E s t a s c o n v e n c i o n e s facilitan notablemente el trabajo del escritor, p o r q u e lo orientan en el m o m e n t o
de elaborar el contenido. Si tienes que escribir una carta formal, n o
hace falta quebrarse la cabeza buscando una estructura: puedes r e c o rrer a un m o d e l o o a un formulario estándar y ¡adelante!
¿ Y si tienes que escribir un artículo, un informe, una redacción
o un c o m e n t a r i o , o cualquier o t r o t e x t o que n o tiene
convenciones
estrictas? ¿ C ó m o puedes estructurar el mensaje? E n los manuales de
redacción e n c o n t r a r í a m o s también t o d o tipo de modelos, más o m e 76
nos genéricos, m á s o m e n o s adaptables a todas las situaciones: tesisantltesis-síntesis, tesis-argumentos, i n t r o d u c c i ó n - e x p o s i c i ó n - c o m e n tarios-opinión.
P e r o , al m a r g e n de estas estructuras tipificadas, la escritura
c u e n t a c o n su propia organización jerárquica [observa el c u a d r o siguiente], que p e r m i t e articular cualquier mensaje p o r apartados. E s
c o m o un juego d e m u ñ e c a s rusas que se m e t e n unas d e n t r o d e otras,
las pequeñas d e n t r o de las grandes.
ESTRUCTURA DEL ESCRITO
TEXTO
Apartados
o capítulos
Párrafos
Frases
Cada unidad del esquema tiene identidad de fondo y forma. E l
t e x t o es el mensaje c o m p l e t o , que se m a r c a c o n título inicial y
p u n t o final. C a d a capítulo o apartado trata d e un subtema del c o n junto y se introduce c o n un subtítulo. L o s párrafos t i e n e n t a m b i é n
unidad significativa y se separan en el t e x t o . L a s frases empiezan
c o n mayúscula inicial y t e r m i n a n c o n p u n t o y seguido. [Consulta el
esquema de la pág. 1 7 7 . ]
P o r ejemplo, una a r g u m e n t a c i ó n e n c o n t r a de la p e n a d e m u e r t e
podría c o n s t a r d e varios apartados: d e r e c h o penal, datos estadísticos, legalidad en los estados m o d e r n o s , historia, ética, etc. E n este
77
último apartado sobre ética, podría h a b e r un párrafo o una frase,
e n t r e otras, que m e n c i o n a r a el d e r e c h o universal a la vida.
En
c a m b i o , en o t r o t e x t o sobre la declaración d e los derechos h u m a nos, esta m i s m a idea ocuparía posiblemente una posición más relev a n t e , en extensión y en jerarquía: un apartado e n t e r o , un capítulo
o incluso m á s de la mitad del texto. L a correlación e n t r e las ideas
y los datos del t e x t o se establece a partir de esta jerarquía estructural.
Cualquier t e x t o , ya sea más largo o m á s c o r t o , y del
ámbito
que sea, tiene una f o r m a jerárquica c o m o la del esquema, c o n un
grado variable de complejidad y, p o r lo tanto, c o n más o
menos
muñecas. U n p e q u e ñ o cartel c o m o el que sigue, que podría colgarse en la e n t r a d a d e una tienda, es un t e x t o c o m p l e t o que consta
de un párrafo, f o r m a d o por una sola frase d e una palabra. E n c a m bio, el libro titulado La cocina
de la escritura
consta de dieciséis
capítulos además de c o m p l e m e n t o s (prólogo, epílogo,
bibliografía);
cada capítulo puede tener de tres a seis apartados o subcapítulos;
cada apartado, un n ú m e r o variable de párrafos (además d e subapartados, gráficos, esquemas y d o c u m e n t o s insertados); y cada párrafo, una m e d i a de c u a t r o o c i n c o frases. E n total, c i n c o o más
niveles d e estructuración.
CERRADO
La
organización del t e x t o c o n este conjunto d e unidades faci-
lita e n o r m e m e n t e la c o m u n i c a c i ó n . A y u d a al a u t o r a p o n e r cada
idea en su sitio, a evitar repeticiones o a buscar el o r d e n lógico del
discurso. Al lector, le permite o b t e n e r una visión d e conjunto del
texto, poder situarse en todo momento o leer selectivamente sólo
lo que más le interesa. L a investigación sobre lectura y m e m o r i a
(Richaudeau, 1 9 9 2 ) demuestra que los textos d e o r d e n lógico se
leen y se r e c u e r d a n mejor que los d e orden aleatorio.
Simple-
mente: ¿ C ó m o sería la lectura d e esta cocina si n o hubiera capítulos, ni apartados, ni párrafos, o si todos estuvieran mal puestos
equivocados?
78
¡Imposible!
o
C u a n t o más largo y complejo es un t e x t o , más detallada debe ser
su estructura para que el lector n o se pierda. P e r o los textos relati­
v a m e n t e c o r t o s también deben t e n e r su organización, a u n q u e sea
más modesta. Y puesto que sólo intervienen párrafos y frases, es r e ­
c o m e n d a b l e que sean m u y claros.
Fijémonos en el siguiente artículo. A la d e r e c h a de la c o l u m n a
se describe la función de los párrafos en el conjunto del t e x t o ; a la
izquierda, la organización interna d e cada párrafo y la relación e n t r e
las frases. T a m b i é n he m a r c a d o en cursiva la tesis o frase t e m á t i c a
[pág. 8 4 ] y c o n un recuadro, los m a r c a d o r e s textuales [pág. 1 5 4 ] d e
c a d a párrafo.
PARA UN LENGUAJE SOLIDARIO
Organización
interna
F u n c i ó n de
los párrafos
En estos últimos días, hablar de dis­ 1" párrafo:
criminación, racismo y xenofobia es, 7 oraciones
desgraciadamente, una obligación. Por
todas partes se levantan voces indigContextoJ nadas ante el vergonzoso espectáculo
situacionaJ que los países «civilizados» de Europa
damos en estos momentos. Y es que
las muestras de intolerancia e insolidaridad sublevan a cualquier persona
mínimamente sensata. |Sin embargoJ INTRODUCCIÓN
estos últimos acontecimientos no de­ GENERAL:
berían sorprender demasiado. Vivimos desigualdad I - „ ,
> actuales
en un mundo desigual e injusto donde insolidaridadj
se potencian
actitudes
conformistas,
androcéntricas (el mundo se ve siem­
pre desde una perspectiva
masculina)
etnocéntricas (hay unas razas supe­
riores a las demás). Y esto es así, aun­
que no nos guste tener que recono­
cerlo. |Un ejemplo: [si observamos
nuestro lenguaje nos daremos cuenta
de que, de manera inconsciente, pero
no por ello más tolerable, desprecia­
mos todo lo que consideramos «dife­
rente» y / o «inferion).
6
Tesis más
general
Concreción:,
el ejemplo
del lenguaje
79
es un reFrase Se ha dicho que el lenguaje
temática flejo del sistema de pensamiento
colectivo, de cómo piensa,
siente y actúa
una sociedad.\ Asi,|el lenguaje nunca es
imparcial; con él siempre trasmitimos,
desarrollo. aunque inconscientemente, una determinada ideología. Una ideología que
muchos, la mayoría, rechazamos en
teoría pero que en la pequeña práctica
'cotidiana fomentamos.
Observemos, |por ejemplo,| que cuando
Frase
se tiene que utilizar una fórmula
para
temática
referirse a individuos de ambos sexos la
subtesis-» r balanza siempre se inclina hacia la variante masculina: hablamos de «profeEjemplo/ sores», «directores» para aludir a profesores y profesoras, directores y directoras. Curiosamente, podemos notar que
cuando se diferencian los géneros de
ciertas palabras es para otorgar connoC taciones bien distintas: no es lo mismo
EjemplcK hablar de una «mujer pública» que de
l un «hombre público». Y podríamos comentar muchos más casos como éste.j
frase [Por otra parte, \la mayoría de libros de
2." párrafo:
4 oraciones
TESIS:
El lenguaje como
reflejo
Jer.
párrafo:
4 oraciones
EJEMPLO:
fórmulas masculinas
y femeninas
4." párrafo:
temática texto que encontramos
en el
mercado 2 oraciones
envían mensajes sexistas escondidos
de- EJEMPLO:
trás de redacciones
normales o ilustra- libros de texto
ciones gráficas: nunca encontraremos
I ejemplo| padres haciendo los trabajos de casa ni
madres ejecutivas.
J
Si analizamos frases hechas de uso muy 5." párrafo:
notaremos
que
constante- 9 frases
frase frecuente,
a la
temática mente citan a razas diferentes
nuestra y siempre de manera
peyorativa. Las referencias a «negros» y «negras», «gitanos» y «gitanas», «moros» y
«moras» van íntimamente relacionadas
con la explotación, la suciedad, la delincuencia y otras «cualidades» negativas como si fueran las que mejor definieran a estos grupos: siempre trabaja-.
80
mos como negros; nuestra suciedad nos
acerca a la raza calé; cuando hablan mal
de nosotros nos dejan en el libro de los
ejemplos' negros; si alguna persona se ha enriquecido en poco tiempo es un poco gitana;
pasamos una vida de moros; hacemos el
j n d i o , etc. Prostitutas y homosexuales,
por aquello de que no son «normales», no
corren mejor suerte.
Tesis que |En fin;|y después de todo aún pretenenlaza con deremos que nuestros hijos e hijas sean
el inicio respetuosos, solidarios y tolerantes. Sin
Cierre—» comentarios.
EJEMPLO:
frases hechas
a
6.
párrafo:
2 oraciones
CONCLUSIÓN
Ecolingüistes Associats
[Menorca, 28-11-92]
O b s e r v e m o s que c a d a párrafo trata u n t e m a o a s p e c t o i n d e p e n diente y que e n t r e todos construyen un significado global único. E n el
interior, las frases se o r d e n a n d e m á s generales a m á s c o n c r e t a s ; los
ejemplos siempre v a n al final. A d e m á s , los m a r c a d o r e s textuales suelen
o c u p a r siempre la posición relevante de inicio d e la frase, que es la q u e
p e r m i t e distinguirlos c o n facilidad.
Para terminar, un esquema del contenido del t e x t o en forma d e llaves
podría ser el siguiente, h e c h o a partir de títulos posibles de cada párrafo:
ESQUEMA D E L T E X T O
PÁRRAFOS
FUNCIÓN
-Introducción
1. Intolerancia e insolidaridad
2. El lenguaje como reflejo
• Tesis
Núcleo o
cuerpo
3. Fórmulas masculinas y femeninas
"Ejemplos—
Por un
lenguaje
solidario
4. Libros de texto
5. Frases hechas
6. ¿Hijos solidarios y tolerantes?
• Conclusión
81
6. P Á R R A F O S
p á r r a f o . Cada trozo de un discurso o de
un escrito que se considera con unidad y suficientemente diferenciado del resto para separarlo con una pausa notable o, en la escritura, con un «punto y aparte».
MARÍA
MOLINER
El párrafo es como una mano que coge objetos variados:
un puñado de arena, un chorro de agua, un mango, un
montón de hojas o tres pelotas de tenis. Adopta formas distintas según los casos, pero siempre tiene un pulgar grande
y enérgico que aprieta el objeto contra los otros dedos. De la
misma manera, el párrafo necesita un dedo, una idea clave
que dirija el resto de las frases y les dé unidad y sentido.
LOUIS TlMBAL-DUCLAUX
Ni siquiera la puntuación es tan i m p o r t a n t e en el t e x t o y al
m i s m o t i e m p o t a n desconocida, c o m o lo es el párrafo. N o es sólo
que los manuales de r e d a c c i ó n , c o n alguna e x c e p c i ó n , n o hablen d e
él, sino que el estudiante suele t e n e r p o c a n o c i ó n o ninguna d e qué
es, de qué se c o m p o n e y para q u é sirve: suele redactar al azar, e m pezando y c e r r a n d o parágrafos sin pensárselo demasiado. D u r a n t e
estos últimos años, h e c o r r e g i d o bastantes redacciones de universitarios que n o hacían ni un p u n t o y aparte en dos hojas; y h e podido
c o m p r o b a r después, c u a n d o se lo c o m e n t a b a , que n o habían asimilado el c o n c e p t o de parte del discurso, o de unidad significativa su-
praoracional, aunque obviamente conocieran la palabra párrafo que
justamente se refiere a ello.
U n juego t a n simple c o m o el que e n c o n t r a r á s e n la siguiente p á gina sirve p a r a darse c u e n t a d e la trascendencia que llega a t e n e r
esta unidad en el t e x t o . ¿Cuál d e las páginas siguientes crees que
está mejor escrita, mejor o r d e n a d a ? ¿Cuál crees que sería más fácil
de leer?
82
La
respuesta más habitual suele ser la B , que es la que presenta
un n ú m e r o de párrafos más adecuado c o n r e s p e c t o a la página, y
c o n un t a m a ñ o parecido. L a página A causa pereza d e leer incluso
antes d e v e r la letra: estos parágrafos tan largos dan la sensación d e
un t e x t o c o m p r i m i d o . P e r o la situación c o n t r a r i a , la página C , n o es
m u c h o mejor: tantos párrafos y tan c o r t o s p a r e c e n u n a lista desli-
gada de ideas donde no pueda
haber argumentos elaborados. Y se-
g u r a m e n t e la página D es la que p r o v o c a m a y o r desconfianza p o r la
variación desmesurada del t a m a ñ o d e los párrafos, que insinúa u n a
posible anarquía estructural.
Si la impresión
visual ya g e n e r a sensaciones
controvertidas,
pensemos ¡qué puede pasar al e m p e z a r a leer! E l párrafo sirve p a r a
estructurar el c o n t e n i d o del t e x t o y p a r a m o s t r a r f o r m a l m e n t e esta
83
organización. Utilizado c o n acierto facilita el trabajo d e c o m p r e n sión; p e r o e m p l e a d o de m a n e r a i n c o r r e c t a o gratuita, puede llegar
incluso a e n t o r p e c e r la lectura. E n este capitulo intentaré explicar
los secretos más importantes de esta unidad básica de la redacción.
L A TEORÍA
Definición
Se suele definir el párrafo c o m o un conjunto de frases relacionadas que desarrollan un único tema. E s una unidad intermedia, superior a la oración e inferior al apartado o al texto, c o n valor gráfico y
significativo. Tiene identidad gráfica porque se distingue visualmente
en la página, c o m o hemos visto en el juego anterior: empieza c o n
mayúscula, a la izquierda, en una línea nueva, y termina c o n punto y
aparte; también se simboliza c o n los signos § o / [pág. 2 2 3 ; § 3].
Tiene unidad significativa porque trata exclusivamente un t e m a , subt e m a o algún aspecto particular en relación c o n el resto del texto.
Función
externa
E n los textos breves de dos páginas o m e n o s , el párrafo es trascendental, p o r q u e n o hay otra unidad jerárquica (capítulo, apartado,
p u n t o ) que clasifique la información y, de este m o d o , pasa a ser el
único responsable de la estructura global del texto. Se encarga de m a r car los diversos puntos de que consta un t e m a , de distinguir las opiniones a favor y en c o n t r a , o de señalar un c a m b i o de perspectiva en el discurso. D e esta m a n e r a , el párrafo llega a asumir funciones
específicas
d e n t r o del texto: se puede hablar de párrafos de introducción,
clusión final,
Estructura
de recapitulación,
la entrada
res textuales,
84
o de
se suelen
distinguir
resumen.
interna
Ya en el interior
tuyentes:
de ejemplos
de con-
del párrafo,
inicial,
la conclusión,
el desarrollo,
varios
los
constimarcado-
etc. E l e l e m e n t o más i m p o r t a n t e es la p r i m e r a frase,
que ocupa la posición más relevante: e s lo p r i m e r o que se lee y, p o r
lo t a n t o , debe introducir el t e m a o la idea central (aquí la h e m a r c a d o en cursiva). A s i m i s m o , la última frase puede c e r r a r la unidad
c o n algún c o m e n t a r i o global o una recapitulación ( v a subrayada)
que recupere algún dato relevante. E n m e d i o suele haber varias
frases que desarrollan el t e m a y que a veces pueden estructurarse
mediante m a r c a d o r e s textuales (en negrita) [pág. 1 5 4 ] . P e r o r a r a m e n t e los párrafos contienen todos estos elementos a la vez y d e
m a n e r a tan evidente ( c o m o en este caso, que se trata d e un ejemplo
premeditado). L o más n o r m a l es que tengan u n o u o t r o y m á s o
menos
escondidos.
Tipología
A d e m á s , el c o n t e n i d o también d e t e r m i n a la organización
del
párrafo. L o s teóricos (Repilado, 1 9 7 7 ; F l o w e r , 1 9 8 9 ; Serafini, 1 9 9 2 )
distinguen
diversas estructuras según el tipo d e datos
expuestos.
Así, una argumentación requiere necesariamente tesis, a r g u m e n t o s
y tal vez también ejemplos; una narración o r d e n a c r o n o l ó g i c a m e n t e
las frases; una pregunta retórica precede a la respuesta razonada; un
contraste de datos (a f a v o r / e n c o n t r a , v e n t a j a s / i n c o n v e n i e n t e s ,
s i t i v o / n e g a t i v o ) se articula c o n m a r c a d o r e s del tipo por una
por otra parte,
pero, en cambio...
poparte/
Y un párrafo d e lista de casos posi-
bles, c o m o p o r ejemplo éste, c o n t i e n e una introducción general y la
e n u m e r a c i ó n correlativa de unidades.
Extensión
C o n respecto a la extensión que debe t e n e r el párrafo, n o hay
directrices absolutas. V a r í a notablemente según el tipo d e t e x t o , el
t a m a ñ o del soporte (papel, línea, letra) o la é p o c a histórica. U n a
noticia suele t e n e r párrafos más c o r t o s que un informe t é c n i c o y t o davía más que un tratado de filosofía. L o s manuales d e estilo p e r i o dístico (El País, La Vanguardia,
La Voz de Galicia,
France-Presse)
r e c o m i e n d a n brevedad y ponen varios topes: un m á x i m o d e 4 o 5
frases, de 1 0 0 palabras o de 2 0 líneas. A d e m á s , un m i s m o párrafo
escrito c o n varios t a m a ñ o s de letra o interlineados c a m b i a notable85
m e n t e de v o l u m e n y puede resultar largo o c o r t o . Colby ( 1 9 7 1 ) e x p o n e que los párrafos escritos d u r a n t e el siglo pasado son m u c h o
más largos, e n general, que los actuales, para los cuales r e c o m i e n d a
un t a m a ñ o m e d i o de unas 1 0 0 - 1 5 0 palabras.
Recomendación
E n general, el aspecto visual p a r e c e i m p o n e r s e a las necesidades
internas de extensión. L o que i m p o r t a ante todo es que página y párrafos ofrezcan una buena imagen e inviten a la lectura, c o m o hem o s visto en el juego inicial. P o r lo t a n t o , la r e c o m e n d a c i ó n más
sensata es que cada página tenga e n t r e tres y o c h o párrafos, y que
cada u n o c o n t e n g a e n t r e tres y c u a t r o frases, a c e p t a n d o siempre t o das las e x c e p c i o n e s justificadas que haga falta. Resulta difícil y peligroso reducir una r e c o m e n d a c i ó n a cifras absolutas.
Faltas
principales
H e aquí c i n c o de las faltas más corrientes del párrafo. L e s he
puesto un n o m b r e —bastante personal— y las explico:
• Desequilibrios.
Mezcla anárquica d e párrafos largos y cortos sin ra-
zón aparente (ejemplo D en el juego anterior). N o existe un orden
estructurado: el autor los ha m a r c a d o al azar.
• Repeticiones
y desórdenes.
Se r o m p e la unidad significativa p o r
causas diversas: ideas que debieran ir juntas a p a r e c e n en párrafos
distintos, se repite una misma idea en dos o más párrafos, dos unidades vecinas tratan el m i s m o t e m a sin que haya ninguna razón que
impida que constituyan un ú n i c o párrafo, etc.
• Párrafos-frase.
E l t e x t o n o tiene puntos y seguido; cada párrafo
consta de una sola frase, más o m e n o s larga. E l significado se desc o m p o n e en una lista i n c o n e x a d e ideas. E l lector debe h a c e r el trabajo de relacionarlas y construir unidades superiores (ejemplo C en
el juego).
86
• Párrafos-lata.
Párrafos e x c e s i v a m e n t e largos que o c u p a n casi una
página entera (ejemplo A del juego). A d q u i e r e n la apariencia d e
bloque espeso d e prosa y suelen c o n t e n e r en su interior diversas
subunidades. E l lector debe abrir la «lata» del párrafo para p o d e r
identificar y separar todas sus partes.
• Párrafos
escondidos.
E l t e x t o está bien o r d e n a d o a nivel profundo,
pero resulta p o c o evidente para el lector, que tiene que leer muy
a t e n t a m e n t e para descubrir su estructura. L a prosa n o tiene m a r c a dores ni «muestra» visualmente su organización. E l t e x t o ganaría e n
claridad si hiciera más evidente el o r d e n o, p o r ejemplo, si lo explicara al principio.
Truco
¡Ah! Y un t r u c o final para c o n t r o l a r los párrafos de un t e x t o ,
tanto los que escribimos c o m o los que leemos. Se trata de ponerles
título, resumir el t e m a que tratan o la información que c o n t i e n e n
en dos o tres palabras —tal c o m o he h e c h o en este apartado—. Si los
títulos resultantes n o se solapan y guardan una buena relación d e
vecindad entre ellos; es decir, si n o hay vacíos en el desarrollo t e mático, ni repeticiones, ni desórdenes, significa que los párrafos tienen unidad significativa y que están bien construidos. A d e m á s , el
truquillo sirve para identificar c o n más facilidad el t e m a d e cada
unidad y ayuda a leer, ¿ n o te p a r e c e ?
EJEMPLOS COMENTADOS
E m p e c e m o s c o n algunas muestras de laboratorio, producidas e n
un curso de r e d a c c i ó n , en la lección dedicada a párrafos:
ESTRUCTURA
ANUNCIOS TELEVISIVOS
D E TESIS Y A R G U M E N T O S
Hace algún tiempo vi un anuncio delicioso en la televisión: un
perro era abandonado en la carre- ' Frases iniciales: introducción del tema
tera y sus ojos imploraban que no
87
lo abandonaran. E r a un pequeño I
poema tierno y triste, algo cruel, J
quizás. Me gustan mucho más los
anuncios que muchas películas ma> Tesis central
las o banales que, lejos de divertir o
educar, solamente nos vuelven estúpidos. Los anuncios son ideales
por tres motivos. E l primero: son
cortos y concisos. E l segundo: en
ellos aparecen frecuentemente jue- ' Argumentos numerados
gos de palabras. Y en tercer lugar,
aunque no menos importante: nos
llegan de una forma fulminante,
como un pequeño rayo de inspira- '
ción. Asi, descartando los mensajes
subliminales y las bobadas del tipo
«sea libre con este coche deporConclusión final. Cierre
tivo», un pequeño poema vale más
que ciento veinte minutos de aburrimiento. [MG]
ESTRUCTURA
¿CULEBRONES ALIENANTES?
D E PREGUNTA Y RESPUESTAS
Algunos defensores de los llamados
Introducción del tema
«culebrones» reivindican estos productos para que las amas de casa se • Información complementaria
liberen, durante un rato, de sus
preocupaciones caseras. Sin embargo, la cuestión no es tan sencilla. ¿Merece la pena no pensar en
croquetas y coladas para tragarse las
Pregunta tesis
desgracias de un hombre rico, elegante e infeliz? L a señora Engracia
no mejorará su calidad de vida
viendo semejantes epopeyas, tamRespuestas
poco será más rica, ni más interesante... Por lo tanto, hace falta replantearse la cuestión de esta manera: ¿los «culebrones» son alienan- >
Conclusión: pregunta retórica
tes o más bien embaucadores?
[MG]
88
L o s dos párrafos m a n t i e n e n el esqueleto r e t ó r i c o que p r o p o n e la
teoría: frase inicial d e introducción, frase final de conclusión y m a r c a dores textuales para apoyar el desarrollo del contenido. T a m b i é n son
remarcables los recursos utilizados: c o m b i n a c i ó n e n t r e formulación
teórica y explicación llana, ejemplos c o n c r e t o s y preguntas retóricas.
O t r a muestra, tan inteligente o más, puede ser el siguiente a r tículo de Maruja T o r r e s (El País, 1 6 - 3 - 9 4 ) , en el q u e la estructura d e
los párrafos vehicula admirablemente el mensaje del texto:
Angustia
Maruja Torres
• j i -
j a adolescencia es una edad angustiosa, algo así como hallarse
J—/permanentemente a las cuatro de la madrugada, cuando el desastre parece definitivo, y los errores irresolubles, exasperantes. Cualquiera que guarde memoria del abrumador sentido de la responsabilidad
que en semejante momento de la vida se desploma sobre uno, como una
carga personal e insoslayable, tiene, por fuerza, que haberse sentido
acongojado por los resultados de la encuesta de la Confederación Española de Asociaciones de Padres de Alumnos.
2 Un 45 % de alumnos, de edades comprendidas entre los 13 y 16
aftos, consideran que están fracasando total o parcialmente en los estudios. Creen haber fracasado cuando aún están empezando a palparse el
ego, como esos arbolillos urbanos que, justo cuando arrancan a verdecer,
parece que miran alrededor y, asfixiados por la perspectiva de desarrollarse en un entorno adverso, se agostan y renuncian a dar la batalla de
sus brotes tiernos.
3 E l propio sentido de la autocrítica —que al crecer se va abandonando: sin autocomplacencia, resultaría bastante depresivo ser adulto— y
el endemoniado sistema de enseñanza masificada y exámenes globales
arrasan la propia estima de chicas y chicos que, además, se ven condicionados por el culto que esta sociedad rinde al triunfo. Asimismo, las más
livianas condiciones en que su existencia se desenvuelve -hablando en
términos generales—, en comparación con la dureza que marcó —también
en general— a las generaciones precedentes, son brutalmente cuestionadas por la pavorosa ausencia de futuro. Pues se les exige cumplir con
creces, en nombre de las facilidades iniciales que reciben, pero saben que
nadie les esperará a la salida de la universidad para mostrarles el camino
hacia su lugar en el mundo.
2
3
4
5
6
7
4
8
Ellos son el resultado de nuestras más profundas malas notas.
89
H e n u m e r a d o los párrafos y m a r c a d o c o n superíndices los puntos y seguido. H e aquí un s o m e r o análisis del equilibrio e n t r e párrafo, oraciones, signos de puntuación y extensión:
PÁRRAFO
EXTENSIÓN
ORACIONES
(líneas)
( p u n t o s y seg.)
1.°
15
2°
3.°
•
4.°
COMAS
GUIONES
2
9
0
13
2
7
0
23
3
8
4
2
1
0
0
L o s párrafos mantienen ciertas constantes de extensión, n ú m e r o
de oraciones y estilo, e x c e p t o al final, d o n d e una única frase c o r t a y
directa, constituida en párrafo —lo que le da m a y o r fuerza—, r o m p e
el t o n o del artículo y lo cierra. E l v a l o r más reflexivo o subjetivo
del t e r c e r párrafo (donde la autora opina sobre la encuesta) puede
quedar reflejado en su extensión superior y en el uso de los guiones.
R e s p e c t o al c o n t e n i d o , los dos primeros párrafos constituyen
una introducción o p r i m e r a parte, en la que se citan los datos objetivos en que se basa el artículo: la encuesta realizada ( p u n t o n.° 2 ) y
el 4 5 % de presuntos fracasos (n.° 3 ) . D o s c o m p a r a c i o n e s poéticas
e n m a r c a n estas informaciones al inicio (n.° 1: hallarse
mente...)
y al final (n.° 4: como esos arbolillos...).
permanente-
E n c a m b i o , el ter-
c e r párrafo desarrolla el c o m e n t a r i o o la opinión de la autora a partir d e una repetida contraposición e n t r e chicos y chicas y adultos: la
personalidad d e unos y otros (n.° 5 ) ; lo que tienen hoy los primeros
y lo que tuvimos los segundos (n.° 6 ) , así c o m o lo que esperamos de
ellos en el m a ñ a n a y lo que r e a l m e n t e tendrán (n.° 7 ) . L a metáfora
final de las malas notas (n.° 8 ) , c o n sus c o n n o t a c i o n e s escolares, r e laciona chicos y chicas c o n adultos y sintetiza este juego d e oposiciones. P o r este m o t i v o la autora m a n t i e n e la expresión «malas n o tas» (nuestras
nuestras
90
más profundas
profundas
peores
malas
notas) en vez de la forma lógica:
(más + m a l a s )
notas.
P Á R R A F O S ESTROPEADOS
Y t e r m i n o c o n tres fragmentos para reparar. T a m b i é n son reales
y más imperfectos, extraídos de periódicos y libros d e consulta e s c o lares. A v e r si sabes e n c o n t r a r los errores y puedes mejorarlos, antes
d e leer los c o m e n t a r i o s y las soluciones del
final:
ORIGINALES
E L BAIX PENEDES
H O O V E R Y SU A M I G O
(pie de foto)
Tradicionalmente, la comarca del
Baix Penedes se dedicaba a la agricultura. Al ser durante siglos tierra
de paso, los cultivos no abarcaban
más que un reducido porcentaje de
la superficie cultivable. Así, encontramos en el cartulario de Sant Cugat que, hasta bien entrado el siglo
XII, la mayor parte de la comarca
estaba constituida por bosques, matorrales, yermos, marismas y cañaverales cerca del mar. [CRP]
E n esta fotografía tomada en 1936
aparecen J . Edgar Hoover y su
amigo durante mucho tiempo,
Clyde Toisón (derecha). Hoover,
según se afirma en un libro y en un
programa de televisión, dados a conocer ahora, veinte años después
de su muerte, era travestido y homosexual. Hoover, el tantos años
temido y admirado jefe del F B I , fue
chantajeado, según el libro y el programa de T V , por jefes de la mafia,
a los que protegió porque tenían
fotografías en las que él aparecía en
desahogos sexuales con Toisón. [El
Comercio, 9-2-93]
E l párrafo d e la izquierda presenta una c o n t r a d i c c i ó n a p a r e n t e ,
aunque n o real, e n t r e la p r i m e r a frase y el resto. U n a c o m a r c a
puede dedicarse básicamente a la agricultura, cultivando sólo u n a
minúscula parte d e la superficie total del t e r r e n o . L o q u e c o n f u n d e
al lector es la c o n e x i ó n e n t r e las dos primeras frases. T a m b i é n es
preferible evitar los comienzos
-mente,
d e párrafo c o n un adverbio
en
si n o se trata de un m a r c a d o r textual [pág. 1 5 4 ] .
E n el párrafo de la derecha, el o r d e n de los datos n o es el más
c o r r e c t o , según los c o n o c i m i e n t o s previos del lector y el interés de
la noticia. A d e m á s , se repiten algunas palabras innecesarias
(tomada
91
en, según el libro y el programa de TV, los jefes de) y se puede m e jorar un p o c o la redacción. E n m e n d a n d o estos puntos, ésta podría
ser una buena revisión de los dos fragmentos:
MEJORADOS
E L BAIX PENEDES
HOOVER Y SU AMIGO
La comarca del Baix Penedés se dedicaba tradicionalmente
a la agricultura, aunque, al ser tierra de
paso durante siglos, los cultivos no
abarcaban más que un reducido
porcentaje de la superficie cultivable. Así, encontramos en el cartulario de Sant Cugat que, hasta bien
entrado el siglo XII, la mayor parte
de la comarca estaba constituida
por bosques, matorrales, yermos,
marismas y cañaverales marítimos.
El tantos años temido y admirado
jefe del FBI, J . Edgar Hoover, aparece en esta fotografía de 1936 con
el que fue su amigo durante mucho
tiempo, Clyde Toisón (derecha).
Según afirman un libro y un programa de televisión dados a conocer ahora, veinte años después de
su muerte, Hoover era travestido y
homosexual. La mafia lo chantajeó
con unas fotografías en las que aparecía en desahogos sexuales con
Toisón, a cambio de protección.
V e a m o s p o r último un c l a r o ejemplo d e mala distribución d e la
información en una noticia completa. A la izquierda está el original
y a la d e r e c h a una posible solución:
S O R P R E N D I D O S «IN F R A G A N T I »
Dos delincuentes habituales, uno de
ellos, G.A.G., de 25 años, con 21 antecedentes por delitos contra la propiedad y la salud pública, fueron detenidos en la madrugada del sábado
por la Policía Local de Torrelavega
como presuntos autores de un robo
cometido en el bar Las Palmeras.
Dos delincuentes habituales fueron
detenidos en la madrugada del sábado por la Policía Local de Torrelavega, como presuntos autores de un
robo cometido en el bar Las Palmeras. Se trata de G.A.G., de 25 años,
con 21 antecedentes por delitos contra la propiedad y la salud pública, y
de AJ.M.P., de 28 años, ambos vecinos de Torrelavega.
En
Los dos jóvenes fueron vistos por la
92
compañía
de A.J.M.P.,
de
28
años, también vecino de Torrelavega, el anteriormente citado fue
visto por la Policía cuando abandonaba el citado establecimiento a las
4.30 horas de la madrugada. Después de una persecución, consiguieron detenerlos en la zona de Mies
de Vega. Se les ocupó una bolsa de
plástico con 11.000 pesetas en monedas procedentes del tragaperras.
[El Diario, 12-5-94]
Policía cuando abandonaban el citado establecimiento a las 4.30 horas de la madrugada. Después de
una persecución, fueron
detenidos
en la zona de Mies de Vega. Se les
ocupó una bolsa de plástico con
11.000 pesetas en monedas procedentes del tragaperras.
L a cita de los datos personales d e los sospechosos e n párrafos
distintos (en cursiva en el t e x t o ) p r o v o c a importantes problemas d e
anáfora, además de la extrañeza lógica d e e n c o n t r a r l o s separados.
E n el segundo párrafo, el también vecino de Torrelavega
n o tiene
referente: ¿quién es el p r i m e r v e c i n o ? ¡ N o puede ser la Policía L o cal! D e b e m o s sobreentender que se refiere al p r i m e r sospechoso,
aunque n o se m e n c i o n e . M á s adelante, sólo G . A . G . , el
anteriormente citado, fue visto p o r la policía, aunque le a c o m p a ñ a r a
A . J . M . P . ; y el sujeto plural elíptico d e consiguieron
no coordina en
n ú m e r o c o n el referente singular lógico d e la Policía. F i n a l m e n t e ,
los p r o n o m b r e s d e detenerlos y les ocupó c a r e c e n d e referente gramatical inmediato (deberíamos r e m o n t a r n o s a dos delincuentes
habituales), si bien los desciframos sin dificultad p o r q u e el sujeto de la
acción son los dos jóvenes y lo r e c o r d a m o s e n t o d o m o m e n t o .
L a versión de la d e r e c h a reestructura las informaciones y supera
los defectos gramaticales c o m e n t a d o s . A d e m á s , consigue dos p á r r a fos más c o m p a c t o s , c o n dos y tres oraciones de extensión m o d e r a d a ,
respectivamente.
93
7. L A A R Q U I T E C T U R A D E L A F R A S E
Constituyen
una oración los enunciados
que
todos sus constituyentes
en relación con un verbo
en forma
personal.
organizan
conjugado
JUAN ALCINA FRANCH y JOSÉ M A N U E L BLECUA
L l e g a m o s al fondo de la cuestión, a la esencia de la escritura: la
prosa, la frase. Se ha investigado más que cualquier o t r o aspecto, t a m bién es lo que más se enseña en la escuela. P e r o ¡hay que v e r los quebraderos de cabeza que aún nos procura! E n el capítulo más largo de
esta cocina,
paso revista al perfil ideal que debería t e n e r una o r a -
ción. B u s c a m o s la frase atractiva, eficaz, clara... (¿¡la que quizás sólo
se e n c u e n t r a en las g r a m á t i c a s teóricas!?). ¡ E s p e r e m o s q u e no!
D e todas las reglas que presentan los manuales de r e d a c c i ó n , he
seleccionado las m á s valiosas y he p r e p a r a d o un sofrito personal. E l
plato se sirve c o n ejemplos didácticos: a la izquierda está la frase
mejorable y a la d e r e c h a la mejorada. Q u i e n
quiera e n t r e n a r s e
puede tapar c o n un papel la c o l u m n a de la d e r e c h a e intentar mejorar
la frase p o r su cuenta. Al final del capítulo también hay ejerci-
cios a la carta c o n las soluciones correspondientes.
EL
TAMAÑO
T o d o s los manuales de r e d a c c i ó n aconsejan brevedad: el libro
de estilo de El País r e c o m i e n d a una media m á x i m a d e 2 0 palabras
por frase; el de La Vanguardia también cita un máximo de 20, pero
d e s c o n t a n d o artículos y otras partículas gramaticales; F r a n c e - P r e s s e
p o n e el límite d e legibilidad e n los 3 0 vocablos o en las tres líneas;
el resto (ABC,
R e u t e r , E f e , T V E , Canal Sur, Avui,
«la Caixa»...)
c o i n c i d e en preferir la o r a c i ó n c o r t a c o n pocas c o m p l i c a c i o n e s ( o
c o n un m á x i m o de dos subordinadas: Reuter).
Incluso el M A P ( M i -
nisterio para las Administraciones Públicas) califica de
94
«longitud
desmesurada» la extensión de 2 0 - 3 0 palabras q u e dice que suele t e n e r «el párrafo administrativo» [sic].
T a m b i é n p o d e m o s citar precedentes más r e m o t o s . E n su
tado de las cualidades
esenciales
de la elocución
(estilo),
Tra-
de 1 8 9 6 ,
B a r t o l o m é Galí Claret r e c o m i e n d a evitar «las cláusulas largas, las
cuales c o n su excesivo n ú m e r o de conjunciones y p r o n o m b r e s relativos, h a c e n el estilo confuso, lánguido y pesado». Y añade este delicioso ejemplo (con estas cursivas):
EJERCICIO D E L ALUMNO
CORRECCIÓN D E L MAESTRO
He leído tu última carta con muchísima alegría porque veo que el
cariño que me tienes es muy
grande, tan grande como el que yo
te tengo; por más que me haya causado alguna tristeza el que me digas en tu carta que no te querré
mucho porque no te escribo más a
menudo, lo que no es cierto, puesto
que te amo muchísimo; pero tú ya
sabes que me cuesta mucho hacer
una carta por más que sea muy sencilla, y que uno tiene siempre pereza de hacer lo que no sabe o le
cuesta mucho hacer.
He leído tu última con muchísima
alegría pues veo cuan grande es el cariño que mutuamente nos profesamos.
Sin embargo aquellas palabras de
tu carta, «no me querrás mucho
cuando me escribes con tan poca
frecuencia», no han dejado de causarme cierta pena, pues bien sabes
cuánto te quiero.
Y a te escribiría más a menudo,
primo mío, pero me es muy difícil
componer la más sencilla carta, y
por otra parte uno tiene siempre pereza de hacer lo que no sabe o le
cuesta mucho hacer.
E l ejemplo confunde la unidad de la frase (punto y seguido) £ o n la
del párrafo (punto y aparte), p e r o el c o n t r a s t e e n t r e los dos t e x t o s
muestra c o n claridad las dificultades que presenta la o r a c i ó n extensa
- ¡ y el t e m a y el t o n o del t e x t o n o tienen desperdicio!—. V e a m o s a h o r a
algunos ejemplos actuales:
Las imágenes televisadas de las recientes corridas de toros celebradas
en La Coruña y Pontevedra, esta plaza del barrio de San Roque, atestada hasta la bandera de un público quizás algo condescendiente pero
entusiasta (que es lo que importa ahora), nos llenan de satisfacción a los «taurinos» y amantes, por otra parte, de esas tierras gallegas en las
que viví y trabajé. [Carta al director: ABC, 25-8-94] = 6 2 p a l a b r a s
95
Queda muy claro, o a mí me lo parece, que la pretensión que los hoteleros jiennenses aspiran a consensuar (otro concepto que se las
trae) con sus colegas costasoleños, un tanto en plan Juan Palomo, no
es otra cosa que la de conseguir un cierto viso de legalidad (un look
de caballeros sin tacha) a la coz que desean propinar en el mismo
epigastrio de la economía de mercado, como al navajazo con que,
sin menor duda, quedaría desfigurado el rostro de la competitividad.
[Columna de opinión: Sur, 17-9-94] = 84 palabras
Cuarto. — La objetiva contemplación de las distintas actuaciones
obrantes tanto en el expediente administrativo como en los autos
determina nuestra convicción de que efectivamente se ha producido
un resultado dañoso —lesión de la reclamante consistente en fractura-luxación de Monteggia codo izquierdo—, pero en modo alguno
existe constancia indubitada, pues ni se ha demostrado ni podemos
estimar como tal la mera declaración de la reclamante ni la de su esposo, de que tal lesión se produjo como consecuencia de una caída
determinada por el estado que ofrecía la acera de la calle Francisco
Manuel de los Herreros de la ciudad de Palma de Mallorca, a causa
de las obras municipales realizadas por el contratista adjudicatario, y
siendo ello así, no habiendo acreditamiento, ni tan siquiera indiciario, ya que la Sala de primera instancia parece basarse, al margen de
reputar que en el caso de autos se produce la inversión de la carga
probatoria, en simples presunciones que después analizaremos, del
nexo causal que ha de vincular necesariamente la lesión al funcionamiento normal o anormal de los servicios públicos, es por lo que ya
en principio no cabe compartir el criterio que, en relación con el
tema que consideramos, expresa la Sala de primera instancia en la
sentencia impugnada, pues insistimos, la parte reclamante no ha demostrado, a pesar de que le incumbía, que el accidente sufrido se
debió al mal estado de la acera y a la deficiente iluminación de la referida calle... por el hecho de que se realizaran obras de reforma del
alumbrado público en dicha zona», y adviértase que el informe del
Sr. Subinspector de la Policía Municipal de 26 de enero de 1988,
sólo refiere que la reclamante «fue trasladada el día 4 de noviembre
de 1987 a la Residencia Sanitaria de la Seguridad Social porque habla sufrido una caída, según propia manifestación», sin concretar la
causa que había determinado aquélla, añadiendo a seguido que el esposo de la lesionada el día 5 siguiente había hecho constar que «la
culpa de la caída era una zanja existente sobre la acera, de unos diez
centímetros de profundidad, protegida por una valla, al hallarse dicha acera en obras». [Sentencia judicial (5-7-94; Tribunal Supremo,
Sala 3. ): Actualidad Jurídica Aranzadi, 163, 8-9-94] = 3 5 8 palabras
a
96
¡Vaya tostones! ¿Cuántas veces has tenido que releer cada frase?
Quizá hayas desistido. N o c r e o que hayas podido c o n la última. ¿Quién
puede c o n ella? ¡ Y es del Tribunal Supremo!
T e n g o que r e c o n o c e r que resulta más difícil entender una oración
sola, sacada de contexto, sin c o n o c e r previamente e l t e m a de qué trata.
E n algún caso, c o m o en el segundo ejemplo, las referencias culturales
son tan locales que se nos escapan. P e r o está claro que los períodos largos c o m o los anteriores n o son nada fáciles de leer.
Las investigaciones sobre la extensión media de la frase en prestigiosos escritores o en tipos de texto también demuestran que la prosa más
popular suele usar períodos sintácticos breves. L o s siguientes recuentos,
extraídos de Richaudeau ( 1 9 9 2 ) , apuntan también una curiosa tendencia histórica a acortar la oración, por lo menos en la narrativa inglesa:
N O V E L A S INGLESAS
ESCRITORES FRANCESES
PROMEDIO D E
AUTOR
PALABRAS
PROMEDIO D E
PERÍODO
POR F R A S E
George Simenon
Jean Giono
Gustave Flaubert
Paul Valéry
Marcel Proust
Rene Descartes
15
15
18
22
38
74
PALABRAS
POR FRASE
entre
entre
entre
entre
1740-1790
1800-1859
1860-1919
1920-1979
41
29
25
15
P a r a que estas cifras tuvieran validez absoluta tendríamos q u e saber
qué se entiende p o r frase, puesto que puede haber discrepancias relevantes: un período sintáctico, lo que hay e n t r e dos mayúsculas d e c o mienzo de oración o e n t r e dos signos de puntuación, etc. R i c h a u d e a u ,
que posiblemente es quien ha estudiado más a fondo este p u n t o , define
la frase c o m o un período de p r o s a c o n a u t o n o m í a sintáctica y s e m á n t i c a ,
que se m a r c a visualmente c o n puntuación fuerte ( p u n t o , e x c l a m a c i ó n ,
e t c . ) o semifuerte { p u n t o y c o m a , dos puntos, e t c . ) .
L a investigación psicolingüística sobre la capacidad de c o m p r e n sión de los lectores aporta más información. P o r un lado, la c a p a c i d a d
media de la m e m o r i a a c o r t o plazo es de 15 palabras; o sea, nuestra c a p a cidad para r e c o r d a r palabras, mientras leemos, d u r a n t e unos p o c o s segundos, es muy limitada. E s t o significa que c u a n d o nos e n c o n t r a m o s
c o n un período largo, c o n incisos también extensos, nuestra m e m o r i a se
97
sobrecarga, n o puede retener todas las palabras y perdemos el hilo de la
prosa ( ¡ c o m o nos ha pasado c o n las frases anteriores!).
P o r o t r o lado, las frases muy cortas y de lectura fácil son más difíciles
de recordar si se encadenan una detrás d e otra sin conexiones lógicas. E l
lector lee sin esfuerzo pero tiene que recordar las ideas u n a p o r una, n o
puede relacionarlas significativamente para formar unidades superiores. Asi pues, t a m p o c o hay que caer en el e x t r e m o opuesto redactando
períodos telegráficos. C o m p a r a las tres posibilidades de este fragmento:
U N PUNTO
C U A T R O PUNTOS
SEIS PUNTOS
Los expertos en ganadería se oponen a la importación de estos animales
por varios motivos, que
van desde la falta de
garantías sanitarias de
los países vendedores
(quienes no han podido
aportar ningún documento, de valor internacional, sobre la cuestión), al descenso de la
demanda de estas carnes
en nuestro país, y también a la falta de una explicación satisfactoria
sobre cómo se realizaría
el transporte, el almacenamiento y la conservación de la mercancía.
Los expertos en ganadería se oponen a la importación de estos animales por varios motivos. E n primer lugar,
los países vendedores
no han podido aportar
garantías sanitarias, con
documentación de valor internacional. También, la demanda de estas carnes ha descendido en nuestro país. Y ,
finalmente, no se ha explicado de forma satisfactoria cómo se realizaría el transporte, el
almacenamiento y la
conservación de la mercancía.
Los expertos en ganadería se oponen a la importación de estos animales. Hay varios motivos en contra. Los países vendedores no han
aportado garantías sanitarias. No han podido
aportar ningún documento de valor internacional. La demanda de
estas carnes ha descendido en nuestro país.
Tampoco se ha explicado de forma satisfactoria cómo se realizaría el transporte, el almacenamiento y la conservación de la mercancía.
L a retahila d e frases de la derecha ayuda p o c o o nada a c o m p r e n d e r
el significado del fragmento, porque n o relaciona las ideas entre sí c o m o
hacen las otras dos versiones. Seguramente nos quedaríamos c o n la v e r sión del c e n t r o , que identifica cada idea c o n una oración cerrada c o n
punto final, y que incluye marcadores textuales [pág. 1 5 4 ] . V a m o s a
c o m p r o b a r l o c o n un ejemplo real (que contiene una silepsis m a r c a d a
c o n cursiva [ver pág. 122]):
98
ORIGINAL
MEJORADO
Todo ello [los banquetes del restaurante de un casino] dentro del ambiente más selecto en el que una relajante decoración, en armonía con
múltiples y bellas plantas de interior, ponen la nota de distinción de
este establecimiento que, como ya
hemos mencionado, destaca por la
flexibilidad de su horario: desde las
21 horas hasta las 4.30 de la madrugada, y al que se puede acceder directamente —con el único requisito
de presentar su documento nacional
de identidad o pasaporte— o bien reservando su mesa al número 281
X X X X o fax 281 X X X X . [Sur,
17-9-94]
Todo ello se realiza dentro del ambiente más selecto en el que pone
nota de distinción una relajante decoración, con múltiples y bellas
plantas de interior. Como ya hemos
mencionado este establecimiento
destaca por la flexibilidad de su horario: desde las 21 horas hasta las
4.30 de la madrugada. Se puede acceder a él reservando su mesa al número 281 X X X X o fax 281 X X
X X , o bien directamente —con el
único requisito de presentar su documento nacional de identidad o
pasaporte.
¿ Q u é fragmento se lee mejor? ¿ E l d e la d e r e c h a , v e r d a d ? L e e mos las oraciones breves, ordenadas y directas c o m o las d e la d e r e c h a sin pararnos; c o m p r e n d e m o s sus ideas principales c o n u n a sola
pasada rápida, sin tener que prestar ninguna atención especial. E n
c a m b i o , ¿qué pasa c o n la de la izquierda? Seguro q u e has perdido el
hilo de la prosa y has tenido que r e t r o c e d e r para releerla. ¡Quizá
hayas tenido que pasar dos, tres o m á s veces para c o m p r e n d e r l a ! L a
oración es tan larga y tiene tantos incisos, que te extravías e n ella;
de p r o n t o te olvidas del referente d e algún p r o n o m b r e , del sujeto
que da sentido a un verbo... y tienes que r e t r o c e d e r p a r a repescarlos.
E n definitiva, la extensión de la frase n o es un v a l o r absoluto.
Pueden c o m p l i c a r la oración otros aspectos c o m o los incisos, el o r -
den de las palabras o determinadas estructuras sintácticas. Además,
la c o m u n i c a c i ó n depende también d e o t r o s factores c o m o el nivel
cultural del lector destinatario o el t e m a del texto. P o r lo t a n t o , es
lógico que los períodos varíen y se adapten a las circunstancias.
Quizás la mejor r e c o m e n d a c i ó n final para escribir frases la f o r m u l ó
h a c e un siglo, c o m o una p r e m o n i c i ó n iluminada, un g r a m á t i c o español: « N o escribamos n u n c a cláusula alguna en el papel, sin h a 99
berla construido antes en el entendimiento, y desechémosla p o r demasiado larga, enredada y confusa siempre que después d e construida, n o p o d a m o s retenerla c o n facilidad en la m e m o r i a . » (Gall,
1896)
C O M O UN ÁRBOL
DESNUDO
E s t a c a n c i ó n d e Lluís L l a c h ( « C o m un arbre nu») m e v a d e perlas para presentar esta c o m p a r a c i ó n e n t r e frases y árboles. L a sintaxis de la frase es c o m o la copa de un árbol que trepa y se subdivide
en m u c h a s ramas, de más o m e n o s longitud, repletas de hojas de adjetivos y c o m p l e m e n t o s que r e v e r d e c e n la planta. Según esto, ¿cuáles son los árboles-frase más bonitos y fáciles de leer?
L a s r a m a s de la frase son todas aquellas expresiones, añadidas a
la estructura básica, que podrían eliminarse sin q u e el período perdiera a u t o n o m í a sintáctica: relativos, aposiciones, vocativos, explicaciones, algunas subordinadas, circunstanciales, etc. P u e d e n ir o n o
marcadas gráficamente c o n signos de puntuación delante y detrás.
L a s d e n o m i n a r é incisos para simplificar.
L o s incisos enriquecen la idea básica d e la frase c o n información c o m p l e m e n t a r i a , pero también la alargan hasta la e x a g e r a c i ó n ,
si n o se p o n e freno. U n a estructura básica de pocas palabras (sujeto,
v e r b o y objeto) puede convertirse en un período de diez líneas o
m á s , alargándola c o n incisos y m á s incisos. Repasa los ejemplos c i tados más arriba de frases extensas y contrasta su estructura básica
de oración c o n los incisos añadidos; e n algunos casos los incisos son
m u c h o más extensos que la base principal.
L a s consecuencias de este h e c h o son bastante graves. L a frase
principal queda camuflada e n t r e tantas ramificaciones y al l e c t o r le
cuesta identificarla. L o s incisos demasiado largos separan e l e m e n t o s
continuos y r o m p e n el hilo de la lectura, c o m o h e m o s visto. E l l e c t o r n o tiene capacidad para recordar t o d o lo que v a leyendo. Fíjate
en los incisos de los dos siguientes párrafos-frase [Avui, 1 4 - 1 - 9 3 ] , dibujados c o m o un árbol de lado. H e separado en el espacio cada inciso y he m a r c a d o la frase principal en letra negrita:
100
PRIMER ÁRBOL-FRASE
Jordi Arcarons s e g u r a m e n t e p a s a r á
a la historia c o m o un héroe,
etiqueta
exagerada
que
entre todos acostumbramos
a colgar en la espalda
y
continua con su obstinación
de sumar victorias de etapa
en el rally París-Dakar.
si
sin tener en cuenta
a los protagonistas
de un éxito deportivo
remarcable.
101
SEGUNDO ÁRBOL-FRASE
E n su odisea
moderna,
montado
en una nave
de dos ruedas
por África,
a la búsqueda
del tiempo perdido
o,
mejor,
sumado como
un lastre injusto,
ya que
pensamos que 8 horas
de penalización es un castigo
excesivo por un error
o, incluso, por una travesura,
Arcarons hace cinco
días que vacía el reloj
de arena
^
que
le han cargado
en la moto
los organizadores,
tirando
granitos
I
que
se confunden
con el desierto
y
dejando atrás
a sus rivales.
102
i
L a p r i m e r a frase resulta más fácil d e leer p o r q u e la r a m a p r i n cipal está al inicio y en seguida nos d a m o s c u e n t a d e c ó m o se relac i o n a el resto c o n ella. P e r o la segunda presenta m á s dificultad,
puesto que el v e r b o principal n o a p a r e c e hasta m á s allá de la m i tad y, antes, h e m o s tenido que ir sorteando y descifrando varios
incisos que n o p o d e m o s e n t e n d e r c o m p l e t a m e n t e hasta que llegam o s al v e r b o principal. E s más que probable que n o p o d a m o s r e c o r d a r toda la información a la vez y que nos e x t r a v i e m o s a m e d i a
lectura.
L o s manuales de r e d a c c i ó n ofrecen algunas ideas para e v i t a r
frases c o m o las anteriores, o para reducir al m á x i m o el efecto p e r nicioso que causan:
1. L i m i t a r los i n c i s o s
Richaudeau ( 1 9 7 8 ) califica el inciso de pantalla
lingüística
(écran linguistique),
porque corta el flujo natural d e la frase. P r o p o n e h a c e r un uso m o d e r a d o d e los incisos, t a n t o e n cantidad
c o m o en calidad, y da dos consejos. P r i m e r o , reducir los incisos a
m e n o s d e 1 5 palabras que, c o m o h e m o s d i c h o antes, es la c a p a c i dad media d e la m e m o r i a a c o r t o plazo. P e r o si n o p o d e m o s prescindir de un inciso largo, e n t o n c e s el a u t o r r e c o m i e n d a - y éste es
el segundo consejo que, d i c h o sea d e paso, es una de las estrategias
más usadas en el habla—, r e c o m i e n d a refrescar la m e m o r i a del lector repitiendo la última palabra d e la frase después del inciso, tal
c o m o acabo de h a c e r repitiendo la palabra recomienda.
Veamos
o t r o ejemplo:
La Administración Clinton decidió ayer, en lo que parecen ser los
preparativos finales
para
una
eventual invasión de Haití y en
medio de la creciente oposición popular y de la oposición republicana, enviar a las costas de este
país caribeño a dos portaaviones...
[El Periódico, 14-9-94]
...y de la oposición republicana,
decidió enviar a las costas...
103
2. P o d a r l o i r r e l e v a n t e
H a y que c o m p r o b a r que todas las r a m a s de la frase aporten inform a c i ó n útil. A m e n u d o algunas subordinadas y c o m p l e m e n t o s del
n o m b r e (introducidos p o r de, por, a...) son muletillas o clichés de
escaso o nulo significado [pág. 1 4 5 ] . L a frase gana claridad si se le
poda la hojarasca seca y nos q u e d a m o s solamente c o n las palabras
c l a v e , c o n las hojas verdes y lustrosas:
Un hombre no identificado, al parecer joven, que se cubría el rostro con
un capuchón y portaba una pistola,
realizó un atraco en las dependencias
de la sucursal del banco X , ubicada
en la calle Y , de la que consiguió llevarse un botín que asciende a un total
de dos millones de pesetas. [La Voz
de Galicia, 1992]
Un encapuchado se llevó a punta de
pistola dos millones de pesetas de la
sucursal del banco X en la calle Y .
Un médico de un gran hospital londinense ha provocado una fuerte
polémica al afirmar que está preparado para utilizar un programa de
ordenador diseñado para decidir
qué pacientes deben ser atendidos
prioritariamente en función
de
sus posibilidades de supervivencia.
[ABC, 25-8-94]
Un médico londinense crea polémica al presentar un programa informático que decide qué pacientes
deben ser atendidos prioritariamente según sus posibilidades de
supervivencia.
Las drogas son sustancias que, si bien
antes algunas de ellas se utilizaban
para curar, hoy en día, además de ser
utilizadas por la medicina, sirven
para que algunos individuos, ya sea
por vía intravenosa, en pastillas, esnifando o de cualquier otra manera
que ellos saben, les produzca, una vez
han entrado en la circulación sanguínea y llegan al cerebro, un estado de
excitación especial. [Al]
Si bien antes las drogas se utilizaban
para curar, hoy en día las ingieren algunos individuos, ya sea por vía intravenosa, en pastillas, esnifando o
de cualquier otra manera, para conseguir una excitación especial
cuando la sustancia llega al cerebro a
través de la sangre.
104
E s t e estilo vacío de la izquierda, supuestamente formal y culto,
sólo consigue dificultar la c o m u n i c a c i ó n . E l lector y la l e c t o r a tien e n que leer más palabras y prestar más atención... ¡y los autores
nos c o m p l i c a m o s la vida escribiendo frases torturadas!
3. J u n t a r l a s p a l a b r a s r e l a c i o n a d a s
E l inciso puede estorbar o incluso confundir la lectura, si se inserta t o r p e m e n t e e n t r e dos palabras que deben a p a r e c e r juntas. E s t e
es el caso de algunos incisos que separan, sin m o t i v o , sujeto y
verbo, verbo y objeto, o n o m b r e y adjetivos. D e b e m o s situar el inciso en la posición de la frase que resulte m e n o s conflictiva.
Ejemplos:
La pasta, si se prepara con imaginación, puede ser, incluso en los
banquetes más formales, un plato
muy apreciado.
La pasta puede ser un plato muy
apreciado, incluso en los banquetes más formales, si se prepara con
imaginación.
La vida del tercer conde Godo, actual editor de «La Vanguardia», a
quien se acusa de trapícheos con
facturas falsas e implicación en espionaje telefónico, del que se declara inocente, tiene, en la tragedia
juvenil, un cierto paralelismo con
la de su abuelo Ramón. [El
Mundo, 28-11-93]
La vida del tercer conde Godo, actual editor de «La Vanguardia»,
tiene un cierto paralelismo con la
de su abuelo Ramón en la tragedia
juvenil. Se le acusa de trapícheos
con facturas falsas e implicación
en espionaje telefónico, del que se
declara inocente.
U n a última cuestión más
filosófica
sobre los incisos se refiere
a las causas que los p r o v o c a n . Cada persona elige su estilo d e escritura y, p o r lo tanto, p a r e c e lícito que alguien se incline p o r el
inciso abundante y el estilo rebuscado. P e r o sospecho que a veces
n o se trata de una elección personal, sino d e limitaciones v e r b a les y, al fin y al cabo, d e incapacidad para expresar ideas intrincadas una detrás de otra, d e m a n e r a simple y comprensible. H a y
una gran diferencia e n t r e la o r a c i ó n compleja que desarrolla m i nuciosamente una única idea, c o n incisos q u e matizan y c o m p l e m e n t a n la estructura básica; o el c h o r r o d e frases brutas, p o c o
105
elaboradas, e n las q u e los incisos sirven para incluir nuevas ideas,
dispersas y distintas, que n o se han sabido formular de ninguna
otra forma.
V e a m o s qué puede pasar e n la práctica. N u e s t r o p e n s a m i e n t o
c o r r e más deprisa q u e la m a n o , a p u n t a n d o o tecleando, y se nos
o c u r r e n ideas paralelas, c u a n d o t o d a v í a n o h e m o s t e r m i n a d o de
escribir la primera. P u e s t o que n o hay t i e m p o y t a m p o c o encajan
s i n t á c t i c a m e n t e , la solución más sencilla consiste e n abrir un inciso e n la frase q u e estamos escribiendo (un paréntesis, unos guiones o unas c o m a s ) y apuntar la idea nueva; luego lo c e r r a m o s y
c o n t i n u a m o s la frase original c o n la p r i m e r a idea, y así sucesivam e n t e . A c t u a n d o de esta m a n e r a , eludimos la tarea de relacionar
las ideas e n t r e sí y d e presentarlas ordenadas y claras en el texto.
E l lector t e n d r á que suplir el trabajo q u e el a u t o r descuidó. L e e r
será m u c h o más difícil.
T e r m i n o este apartado c o n una cita d e o t r o c a n t a u t o r catalán.
C o m p a r t o c o n J o a n Manuel Serrat —¡y quizás estarás d e a c u e r d o c o n
nosotros!— lo d e t e n e r algo personal c o n ciertos tipos: c o n «los sicarios» q u e « n o pierden ocasión en d e c l a r a r públicamente su e m p e ñ o
e n propiciar un diálogo de franca distensión, que les p e r m i t a hallar
un m a r c o p r e v i o que garantice unas premisas mínimas, q u e contribuyan a c r e a r los resortes que impulsen un punto de partida sólido y
capaz, de este a oeste y de sur a n o r t e , d o n d e establecer las bases de
un t r a t a d o de amistad que contribuya a p o n e r los cimientos d e una
plataforma d o n d e edificar un h e r m o s o futuro de a m o r y de paz. E n t r e estos tipos y y o hay algo personal».
O R D E N Y POSICIÓN
L a o r d e n a c i ó n interna de la frase es otra cuestión q u e incide
d i r e c t a m e n t e sobre la inteligibilidad
d e la prosa. E n el habla las
palabras se e n c a d e n a n e s p o n t á n e a m e n t e , moduladas p o r la e n t o n a ción, las pausas, el t o n o y las inflexiones de la voz. E n la escritura
sólo p o d e m o s servirnos de la p u n t u a c i ó n para m a r c a r los giros sintácticos y, p o r lo t a n t o , el o r d e n d e las palabras n o es t a n libre; se
c o n v i e r t e en esencial para conseguir u n a redacción
fluida.
A m e n u d o las palabras se h a c e n un lío. D e b e m o s r e h a c e r el flujo
natural de la frase para buscar una o r d e n a c i ó n más racional. L a es106
tructura más básica y comprensible es la d e
m e n t o s (ABC,
El País,
La
Vanguardia,
Alfonso Guerra desde la sesión de
investidura pensaba proponer como
alternativa al presidente González,
si éste no superaba la moción de
confianza, al guerrista Francisco
Vázquez. [Diario 16 G, 22-5-94,
portada]
sujeto-verbo-comple-
etc.):
Alfonso Guerra pensaba proponer
al guerrista Francisco Vázquez
como alternativa al presidente
González, si éste no superaba la
moción de confianza, desde la sesión de investidura.
Desde la sesión de investidura, Alfonso Guerra pensaba proponer al
guerrista Francisco Vázquez como
alternativa al presidente González,
si éste no superaba la moción de
confianza.
Corrió la chica, después, hacia la carretera y, con mucha fuerza, gritó.
Después la chica corrió hacia la
carretera y gritó con mucha fuerza.
P e r o todos los e x t r e m o s son peligrosos. ¿ T e imaginas u n t e x t o
e n el que todas las oraciones respetaran escrupulosamente este o r d e n básico? ¡Sería aburridísimo! L o s tratadistas de r e t ó r i c a r e c o m i e n d a n variar de vez en c u a n d o la estructura de la frase p a r a animar la prosa [pág. 2 0 5 ] .
Por o t r o lado, el principio de la frase es la posición m á s i m p o r t a n t e de un período: la que el lector v e y lee p r i m e r o y, t a m b i é n , la
q u e luego se recuerda mejor (Flesch y Lass, 1 9 4 7 ; R i c h a u d e a u ,
1 9 9 2 ) . P o r ello, p a r e c e lógico que la información i m p o r t a n t e del
t e x t o , que tendría que vehicularse e n la frase principal, o c u p e siempre esta posición preeminente. Ejemplos:
El martes, a las 19, en la Facultad
Las primeras
cuatro
aulas
de
la
de Ciencias Económicas de la Uni-
nuevo
versidad Nacional Lomas de Zamora, Camino de Cintura y Avda.
Juan X X I I I , se inaugurarán
las
primeras cuatro aulas de la nueva
ala de construcción de 16 salones,
que se sumarán a las 35 ya existentes. [La Nación, 5-6-94]
salones, se inaugurarán el martes,
a las 19, en la Facultad de Ciencias
Económicas de la Universidad Nacional Lomas de Zamora, Camino
de Cintura y Avda. Juan X X I I I .
Estas nuevas aulas se sumarán a las
35 ya existentes.
ala de construcción, de 16
107
A primeras horas de la mañana de
ayer, jueves, apareció ahorcado en
un corral junto a su domicilio, en
Pedroso, un hombre de 62 años,
casado y con cuatro hijos. [El Correo, 15-4-94]
Un hombre de 62 años, casado y
con cuatro hijos, apareció ahorcado
en un corral junto a su domicilio,
en Pedroso, a primeras horas de la
mañana de ayer, jueves.
P e r o a veces la m a l a situación de la información i m p o r t a n t e se
c o m p l i c a c o n la presencia de palabras irrelevantes o c o n incisos que
alejan los vocablos que deberían ir juntos. E n el siguiente doblete,
h e tenido que aplicar al m i s m o t i e m p o las tres últimas reglas para
mejorar sensiblemente el original (la cursiva señala los datos i m p o r tantes y el subrayado lo secundario o prescindible):
El disgusto entre cierto sector de
la producción cinematográfica catalana por el rechazo de los
proyectos catalanes que aspiraban
conseguir ayudas del Instituto de
Cinematografía (ICAA) mediante
la nueva modalidad del plan bianual de ayudas a la producción ha
tenido como consecuencia la dimisión de Pere Fages como presidente
de la asociación de productores catalanes y, también, de la comisión
que concede dichas ayudas.
Pere Fages dimitió como presidente
de la asociación de productores catalanes y, también, de la comisión
que concede las ayudas a la producción del Instituto de Cinematografía (ICAA), a causa del disgusto entre la producción cinematográfica
catalana por el rechazo de sus
proyectos a dichas ayudas.
Fages, tras ver cuestionada el pasado lunes en una asamblea de su
asociación la actitud que ha mantenido en dicha comisión, anunció
su decisión irrevocable de dimitir
de ambos organismos. [La Vanguardia, 23-6-94]
Fages anunció su decisión irrevocable de dimitir de ambos organismos,
tras ver cuestionada el pasado lunes en una asamblea de su asociación la actitud que ha mantenido
en dicha comisión.
¡Vaya c a m b i o ! P e r o qué trabajo que lleva, ¿verdad? E n resumen,
la frase se v u e l v e enérgica y más clara si la información relevante se
da al principio. William Zinsser ( 1 9 9 0 ) nos recuerda: «La frase
importante
108
en cualquier
texto es la primera.
Si no induce
más
al lector a
pasar
a la segunda,
tu texto está
muerto.»
Y p o d r í a m o s decir lo
m i s m o de la p r i m e r a frase de un apartado o de un párrafo... ¡ Y
puede que también de las primeras palabras de una frase!
L a s subordinadas quedan mejor al final, ordenadas d e m á s c o r tas a más largas, o según su significado. Sólo los c o m p l e m e n t o s c o r tos, c o m o los circunstanciales de t i e m p o y d e lugar, pueden ir al
principio de la frase sin e n t o r p e c e r su
fluencia.
Linda
Flower
( 1 9 8 9 ) estudia cuál es la mejor posición que puede o c u p a r u n inciso
en el período. Distingue tres tipos de frase:
RAMA A L PRINCIPIO
RAMA E N E L C E N T R O
RAMA A L FINAL
De acuerdo con los plazos con que trabajan los
técnicos del
ayuntamiento vigués, el retranqueo de la superficie
del terreno de juego de
Balaldos y el levantamiento total del césped
se llevará a cabo a partir
del día 6 de junio. [Faro,
22-5-94]
El retranqueo de la superficie del terreno de
juego de Balaídos y el levantamiento total del
césped, de acuerdo con
los plazos con que trabajan los técnicos del ayuntamiento vigués, se llevará a cabo a partir
del día 6 de junio.
El retranqueo de la
superficie del terreno
de juego de Balaídos y
el levantamiento total
del césped se llevará a
cabo a partir del día 6
de junio, de acuerdo
con los plazos con que
trabajan
los técnicos
del
ayuntamiento
vigués.
P o n i e n d o la r a m a subordinada al principio —tal c o m o estoy haciendo ahora—, el lector lee las circunstancias y los datos c o m p l e m e n tarios antes que la idea nuclear. D e este m o d o , c u a n d o llega la inform a c i ó n esencial (el retranqueo y el levantamiento
del
terreno...),
estamos preparados para e n t e n d e r la idea c o n todos sus detalles. P e r o
si la subordinada es demasiado larga, el lector puede impacientarse e
incluso desorientarse.
L a opción de la r a m a en el c e n t r o p e r m i t e insertar información secundaria en cualquier punto de la frase, abriendo un p e q u e ñ o inciso
después de la palabra elegida. Se p r o d u c e un cierto «suspense» en la
lectura, porque las ideas empezadas - s ú b i t a m e n t e interrumpidas p o r
un dato c o m p l e m e n t a r i o relacionado c o n la o r a c i ó n básica— n o t e r m i nan hasta el final del inciso. E l i n c o n v e n i e n t e más i m p o r t a n t e es que
separa palabras que tendrían que ir juntas y, p o r t a n t o , se puede c a e r en
los riesgos que he c o m e n t a d o a n t e r i o r m e n t e .
Para terminar, las ramas del final son más fáciles de leer y de es109
cribir, p o r q u e reproducen el p e n s a m i e n t o natural de las personas
- s e g ú n afirma la m i s m a autora c o n un ejemplo p a r e c i d o al anter i o r - . P r i m e r o leemos la frase principal, que c o n t i e n e la información más i m p o r t a n t e , y después los datos secundarios. E l peligro de
esta opción son las frases-cascada, o aquella prosa en q u e los c o m plementos se v a n añadiendo al final, u n o detrás d e o t r o , m e d i a n t e
c o m a s o conjunciones,
c o m o una cascada interminable
que
va
cayendo río abajo, de m a n e r a que el lector v a leyendo, despreocupado, siguiendo el curso sintáctico de la frase, hasta que llega al final y se p e r c a t a —¡oh, sorpresa!— que ya n o se acuerda de c ó m o e m pezaba y, lo que es peor, que n o tiene ni idea de la relación que
tiene t o d o este rollo que está leyendo ahora m i s m o c o n el t e m a del
párrafo —¿no es cierto?
H e aquí o t r o ejemplo más ilustre y divertido. A ver si, leyendo
sólo una vez la frase, puedes relacionar el sentido del principio c o n
las subordinadas
finales.
¡Quien avisa n o es traidor!:
Por mucho que se empeñen los anuncios que proliferan por doquier, proclamando sistemas para perder kilos en verano, lo único
que por estas fechas adelgaza de verdad son los periódicos, deprimente comprobación, en lo que a mí respecta, porque detesto convertirme en una lectora de agosto condenada a enterarme de chorradas —e incluso a escribirlas—, a mayor honra de esa bobería
generalizada que se nos adjudica cuando entramos en periodo de vacaciones. [El País, 3-8-94]
L a cascada es o t r o tipo d e frase atiborrada de incisos, típica d e
aprendices, novatos o de redacciones p o c o elaboradas.
S E L E C C I Ó N SINTÁCTICA
Determinadas
construcciones
son
menos
comprensibles
que
otras, sobre t o d o si se usan sin criterio ni cautela. L o s siguientes c o mentarios se refieren a las estructuras sintácticas que han d e m o s trado ser más claras en la prosa. Así pues, ¡atención a la selección
sintáctica que hagas!
110
1. Dejar actuar a los actores
Si los protagonistas reales d e lo que se explica c o i n c i d e n c o n el
sujeto y el objeto gramaticales, la frase g a n a transparencia. E n c a m bio, si la prosa esconde a los protagonistas semánticos e n c o n s t r u c ciones impersonales o pasivas, el discurso pierde fuerza. Ejemplos:
Se han difundido varios chismorreos sobre los príncipes a través
de la prensa italiana en los últimos meses.
La prensa italiana ha difundido
varios chismorreos sobre los príncipes en los últimos meses
Antes de preparar la primera taza,
se llena el depósito de agua, se
añade el café molido a la cápsula,
y se deja calentar la máquina hasta
que se apague la luz piloto.
Antes de preparar la primera taza,
llene el depósito de agua, añada el
café molido a la cápsula, y deje calentar la máquina hasta que se
apague la luz piloto.
U n a técnica retórica para c o n c r e t a r y h a c e r más c o m p r e n s i b l e la
redacción consiste en introducir un a c t o r e n cada frase, q u e actúe
d e sujeto a n i m a d o . E n el último ejemplo, los imperativos
llene,
añada y deje implican un usted que ejerce de sujeto g r a m a t i c a l y real
d e la acción.
2. Ratio baja de nombres y verbos
Según Martínez Albertos ( 1 9 7 4 ) y M A P ( 1 9 9 1 ) , los lenguajes p e r i o dístico y administrativo m o d e r n o s (y y o t a m b i é n añadirla el a c a d é m i c o y el científico) sufren una c r e c i e n t e t e n d e n c i a hacia el estilo n o m i nal; es decir, la proporción de n o m b r e s supera c o n c r e c e s la d e verbos
e n cada frase. D e esta m a n e r a la prosa ahorra c o n e c t o r e s (conjunciones, relativos, e t c . ) y gana impersonalidad y objetividad; p e r o t a m b i é n
pierde claridad y se impregna de un regusto abstracto. Ejemplos:
E n el caso de una excesiva preocupación de los estudiantes por la gramática puede ser útil el conocimiento de las técnicas de generación
Si los estudiantes se preocupan excesivamente por la gramática puede
ser útil que conozcan las técnicas
para generar ideas y reflexionen de
111
ideas y la reflexión sobre los defectos
cometidos durante la escritura.
sobre los defectos que cometen
tras escriben.
mien­
número de palabras: 28
verbos: 7
sustantivos: 5
número de palabras: 35
verbos: 1
sustantivos: 11
No alfavorecimiento del
aprendizaje
de un único método de redacción,
a causa de la técnica personal, deter­
minada por el carácter, la persona­
lidad y el estilo individuales de
trabajo.
número de palabras: 29
verbos: 0
sustantivos: 9
Nofavorece que se aprenda un único
método de redacción, porque cada
cual tiene una técnica personal, que
está determinada por el carácter, la
personalidad y el estilo individuales
de trabajo.
número de palabras: 31
verbos: 4
sustantivos: 7
F l o w e r ( 1 9 8 9 ) p r o p o n e equilibrar a la baja la p r o p o r c i ó n d e n o m ­
bres y verbos para r e c u p e r a r el estilo verbal. T a l c o m o h e m o s h e c h o
en estos ejemplos, n o m b r e s c o m o preocupación,
recimiento
pan,
conocimiento
pueden transformarse e n las formas equivalentes
conozcan
o favorece.
o favopreocu­
L a prosa adquiere un t o n o más d i n á m i c o y
vital, más parecido al habla.
P o r otra parte, la negación de n o m b r e s es bastante más pesada o
torpe que la de verbos. Ejemplo:
...pero da la impresión de que lo
auténticamente «chic» en estos mo­
mentos [en E E . U U . ] es agarrar una
película europea, dejarla irrecono­
cible e intentar sacar de ella todo el
dinero posible. A menudo, además,
la compra de los derechos por parte
de uno de los grandes estudios in­
cluye la no distribución del original
en Estados Unidos.
[El
País,
18-9-93]
112
...además, la compra de los dere­
chos por parte de uno de los gran­
des estudios incluye que el original
no se distribuya en Estados Unidos.
...además, cuando uno de los gran­
des estudios compra los derechos de
un original éste no se distribuye en
Estados Unidos.
3. L i m i t a r l o s
gerundios
L a g r a m á t i c a c o n d e n a el llamado gerundio copulativo o d e pos­
teridad: el que equivale a una o r a c i ó n c o o r d i n a d a c o n y y q u e e x ­
presa un t i e m p o posterior al del verbo principal. U n a frase c o m o
*El agresor huyó siendo detenido horas después [ R A E ] , e n la que la
detención es posterior a la huida, debería ser: El agresor huyó y
(pero) fue detenido horas después. A d e m á s , la mayoría d e manuales
de estilo (ABC, El País, Canal Sur, La Vanguardia,
La Voz de Gali­
cia, Avui; p e r o n o T V E en Mendieta, 1 9 9 3 ) rechazan otras c o n s ­
trucciones c o n gerundio: el anglicismo estar siendo + participio
(*La oferta está siendo discutida); el llamado gerundio de «Boletín
del E s t a d o » (*Se ha votado una enmienda
regulando...);
las ambi­
güedades; y, en general, expresan bastantes prevenciones respecto a
su uso y su abuso.
E n mi opinión, el e x c e s o de gerundios, incluso c o r r e c t o s , c a r g a n
la frase y le imprimen un regusto arcaico p o c o agradable. Quizás sea
una m a n í a personal, p e r o n o m e gusta m u c h o utilizarlos. Ejemplos:
...Una razón que, pese habérsela
quitado el Tribunal Constitucional
en el punto esencial de «su» ley
Corcuera, increíblemente
siguió
creyendo que conservaba hasta el fi­
nal, protagonizando
uno de los
«reality shows» más bochornosos
que recuerde esta aún joven demo­
cracia. [El Mundo, 28-11-93]
...Una razón que, pese habérsela
quitado el Tribunal Constitucional
en el punto esencial de «su» ley
Corcuera, increíblemente creyó
conservar hasta el final; y protago­
nizó uno de los «reality shows»
más bochornosos que recuerde esta
aún joven democracia.
Me ha pedido permiso para citar
en la conferencia los resultados de
mis investigaciones, asegurándome
que sólo los comentaría oralmente
y que no pasaría ninguna fotoco­
pia, y comprometiéndose a mencio­
nar mi autoría exclusiva.
Me ha pedido permiso para citar
en la conferencia los resultados de
mis investigaciones. Me ha asegu­
rado que sólo los comentarla oral­
mente y que no pasaría ninguna
fotocopia, y se ha comprometido a
mencionar mi autoría exclusiva.
113
4. Evitar las negaciones
L a s frases negativas son difíciles de e n t e n d e r , p o r q u e requieren
m á s atención y t i e m p o que las afirmativas. M u c h a s veces p o d e m o s
sustituirlas c o n formulaciones más positivas. Ejemplo:
Ignoraba que los cajeros automáticos no pudieran servir billetes de
1000 PTA.
Creía que los cajeros automáticos
podían servir billetes de 1000
PTA.
Los sindicatos no se reunirán mañana con representantes del gobierno. [La Voz de Galicia, 1992]
Los sindicatos suspenden la reunión con representantes del gobierno.
A d e m á s , e n la correspondencia c o m e r c i a l , la publicidad o, incluso, las relaciones públicas, se considera indecoroso e m p l e a r palabras negativas, o c o n c o n n o t a c i o n e s « p o c o finas», c o m o no, negar,
rechazar; se prefiere un estilo más c o n s t r u c t i v o que p o n g a énfasis
en los puntos positivos. D e este m o d o se habla de aspectos mejorables, en vez d e negativos, de dificultades
en vez de problemas,
o de
obras desafortunadas
y n o de malas, absurdas o
funestas.
5. Buscar un estilo activo
L a pasiva morfológica, que funcionaba tan bien en latín y que
se usa a diestro y siniestro en inglés o en a l e m á n , n u n c a cuajó en
las lenguas románicas. Sólo la influencia
humanística y culta la
m a n t u v o ( A l c i n a y Blecua, 1 9 8 9 ) , c o n t r a la tendencia natural del
habla, que la utiliza muy raramente. E l escrito recurre a ella en el
estilo periodístico y e n el t é c n i c o , c o m o solución d e urgencia para
destacar en posición inicial al objeto de la acción. Ejemplo:
pintura
de Miró fue
en la pintura
robada
Una
ayer en el Museo, d o n d e la noticia está
de Miró y n o en los ladrones desconocidos que la r o -
baron.
C o n este tipo de construcciones la prosa se carga de palabras y
adquiere un r i t m o lento, pesado. Ejemplos:
114
La disposición de Mariano Rubio
a acceder a la solicitud para que
comparezca esta tarde ante la comisión de Economía y Hacienda
del Congreso y explique sus actividades financieras fue acogida con
escepticismo en el Gobierno y entre los partidos. [El Correo, 15-494]
El taxista Héctor Jorge González
fue muerto de un balazo en San
,
_
, ,
.
.
Justo. Se trata del segundo asesinato.... [Clarín, 7-9-94]
La disposición de Mariano Rubio
a comparecer esta tarde ante la c o misión de Economía y Hacienda
del Congreso y explicar sus actividades financieras fue acogida c o n
escepticismo por el Gobierno y los
partidos.
La disposición de Mariano Rubio
comparecer esta tarde ante la c o misión de Economía y Hacienda
del Congreso y explicar sus actividades financieras, la acogieron el
Gobierno y los partidos con escepticismo.
a
.
. .
...muño de un bala
E n el p r i m e r ejemplo, la p r i m e r a frase de la d e r e c h a p o d a algunas palabras irrelevantes y c o r r i g e las preposiciones lógicas d e la p a siva morfológica; la segunda solución ( c o n la acogieron)
propone
una alternativa m á s coloquial.
EJERCICIOS
Después d e la teoría v i e n e la práctica. L a s siguientes frases, e x traídas de periódicos o d e redacciones d e aprendices, son c o r r e c t a s
pero bastante mejorables. Se trata d e pulir estos diamantes e n bruto
c o n las herramientas anteriores. E n c o n t r a r á s al final algunas soluciones posibles y los c o m e n t a r i o s correspondientes. H e aquí las
frases:
1. E l ministro asegura que el gobierno central n o quiere q u e el
diálogo c o n la Generalitat sea difícil y p o c o fluido. [ Í 4 V M ¿ ]
2. L a s jornadas d e huelga d e la c o n s t r u c c i ó n h a n sido paraliza115
das hasta el mes de septiembre, p o r decisión de los sindicatos
CCOO y UGT.
[Avui]
3. L a o p e r a c i ó n salida para este largo fin de s e m a n a , q u e e m ­
pieza c o n la festividad de San J u a n , y la coincidencia c o n la v e r ­
bena de ayer p o r la n o c h e p r o v o c a r o n un gran colapso c i r c u l a t o ­
rio e n B a r c e l o n a durante toda la tardé, de m a n e r a q u e
las
principales vías d e salida d e la ciudad n o pudieron engullir los
más de doscientos mil c o c h e s que se preveía que saldrían, y el
caos d u r ó hasta p r i m e r a hora de la n o c h e .
[Avut\
4. Según hizo saber ayer p o r b o c a d e su portavoz, J u a n Pellón, el
gobierno central se muestra c o n t r a r i o , p o r razones políticas y ju­
rídicas, al h e c h o de que la c o r p o r a c i ó n c r e e una n u e v a regula­
ción de las transacciones comerciales.
5. E s t e libro es una novela en la cual se ven plasmadas las t e o ­
rías individuales del Modernismo... [Al]
6. E s t e m i c r o c o s m o s expuesto en
Wilt
[la novela
de
Tom
Sharpe], sirve n o solamente a la sociedad inglesa, sino a cual­
quier o t r a sociedad desarrollada c o m o aquélla, que sería nuestro
caso. [Al]
Soluciones y comentarios:
1. ^kf
ministro
asegura
qí^el
gobierno
q u i e r e 3&etí2J d i á l o g o c o n la G e n e r a l i t a t
central
rjX J
dffiofl-y p^(f>
fluido.
^
P o d e m o s transformar la negación original p o r una afirmación,
eliminar las dos construcciones c o n que, y trasladar al final el decla­
rante, que es m e n o s importante que la declaración. E l resultado es
una frase más simple y breve: el gobierno
fácil
y fluido
con la Generalitat,
según
central
asegura
quiere
un
el ministro.
diálogo
P a r a al­
gunos puede haber una distancia i m p o r t a n t e —especialmente en p o ­
lítica— e n t r e «no querer que el diálogo sea difícil y p o c o fluido» y
116
f
«querer un diálogo fácil y fluido». C i e r t o , p e r o e n t r a m o s de lleno e n
el t e r r e n o de la ambigüedad e incluso d e la confusión premeditadas.
E n t o n c e s , sobran las reglas de e c o n o m í a o claridad
n las regias uc ccuiiuima u ciariaaa.
2. T i i í h i i i í i m T l Í Í
1
/
, ., .
ó nr r*hhaa n s j M ^ p a h u e l g a d e l a c o n s t r u c c ii ó
ralizaflaq|hasta g f irwwnT s e p t i e m b r e . | p n ili | ¡hii'nuili te» s¿g^
3iartcgÍCCOO y UGT.}
A m i entender, la mejor revisión es la huelga de la construcción,
la han decidido paralizar
CCOO y UGT hasta septiembre,
porque
m a n t i e n e el o r d e n original. L a solución: CCOO y UGT han decidido
paralizar
la huelga de la construcción hasta septiembre,
c a m b i a la
perspectiva de la frase, ya q u e p o n e el énfasis e n los sindicatos, e n lugar de e n la huelga. E n ambos casos e l i m i n a m o s sindicatos,
jornadas
y mes p o r obvios. T a m b i é n se podría prescindir d e
decisión-decidido,
si fuera necesario.
3. L a o p e r a c i ó n salida p a r a e s t e l a r g o fin d e s e m a n a ,
( q u e e m p i e z a c o n la festividad d e S a n J u a n ^ y
Tj^eiaeóáai-
£ * { p M t la v e r b e n a d e a y e r p o r la n o c h e p r o v o c a r o n u n
gran
colapso
circulatorio en
t a r d e $ $EJIwmm^ge
Barcelona durante toda
Jlas p r i n c i p a l e s v í a s d e salida
JtaetaJT n o p u d i e r o n engullir los m á s d e
floscientos
"FV^viLíÍDLf
ches
SE2tBeaía-íí«*aaiáSS>)(é^
la
d&¿*
mili c o -
-300. OOO
c
a
o
s
^
u
r
ó
h a s t a )fC
p r i m e r a h o r a d e la n o c h e .
Se trata de una oración excesivamente larga, con subordinadas e
incisos. U n a buena t é c n i c a para recortarla es sustituir las palabras
de e n l a c e p o r puntuación. T a m b i é n p o d e m o s eliminar la coincidencia con, de la ciudad; reducir que se preveía que saldrían a previstos;
o usar la cifra 200.000.
L a frase gana claridad y c o n c i s i ó n c o n estas
modificaciones (solución d e la izquierda), p e r o aún se p u e d e p r e s cindir de m á s palabras (solución d e la d e r e c h a ) :
117
Poco
M Á S SIMPLIFICADA
MODIFICADA
La operación salida para este largo
fin de semana, que empieza con la
festividad de San Juan, y la verbena de ayer por la noche provocaron un gran colapso circulatorio
en Barcelona durante toda la
tarde. Las principales vías de salida no pudieron engullir los más
de 200.000 coches previstos. E l
caos duró hasta primera hora de la
noche.
La operación salida de este largo
fin de semana y la verbena de San
Juan de ayer provocaron un gran
colapso circulatorio en Barcelona.
Las salidas no pudieron engullir
los 2 0 0 . 0 0 0 coches previstos. E l
caos duró hasta primera hora de la
noche.
4 J S e g ú n hizo saber a y e r p o r b o c a d e su p o r t a v o z , J u a n )
^Pellónjjfl
zones
gobierno
políticas
c e n t r a l j e |pwnui m
omiuJ.i'iu,/' p o r r a -
y j u r í d i c a s ^ a ^ liiinlin IT] q u e
la
corpora-
c i ó n c r e e u n a n u e v a r e g u l a c i ó n d e las t r a n s a c c i o n e s c o m e r ciales.
1
Modificando el o r d e n de los c o m p l e m e n t o s , c o n un v e r b o más
sintético y elidiendo palabras q u e sobran: el gobierno
opone a que la corporación
ciones comerciales,
su portavoz
Juan
cree una nueva
por razones
políticas
regulación
y jurídicas,
central
de las
según
se
transacdijo
ayer
Pellón.
5. E s t / ¡ Q B m m S J , n o v e l a &$Jf£frg3í$f?íikt{
plasmábalas
t e o r í a s individuales del M o d e r n i s m o . . .
¡Basta ya de expresiones complicadas! Simplemente: esta
plasma
las teorías
individuales
del Modernismo.
dice bastante m e n o s que novela
culto y de la perífrasis verbal.
118
E l hiperónimo
novela
libro
y se puede prescindir del relativo
6. E s t e m i c r o c o s m o s expuesto en
WiltX s i r v e ) n o
sola
m e n t e a la s o c i e d a d inglesa, s i n o a c u a l q u i e r o t r a
d e s a r r o l l a d a c o m o aquélla, ^ u u j u l a numiuo UUJU.
L& r e d a c c i ó n esconde incapacidad expresiva. L a palabra sirve
s e g u r a m e n t e quiere significar
describe,
frase c o m p l e t a sería: este microcosmos
solamente
rrollada,
a la sociedad
inglesa,
como la española.
caricaturiza,
expuesto
sino a cualquier
dibuja...
en W i l t retrata
otra que sea
a
La
no
desa-
L a palabra t é c n i c a q u e designa este inci-
d e n t e d e la r e d a c c i ó n es idea subdesarrollada:
se trata d e una idea
raquítica o embrionaria que el a u t o r n o ha sabido f o r m u l a r d e
f o r m a c o m p l e t a y que el lector debe reconstruir a partir d e sus c o n o c i m i e n t o s e intuición.
E s t a s rectificaciones n o son las únicas y puede q u e t a m p o c o
sean las mejores. L a prosa se puede ir r e t o c a n d o hasta el infinito y,
si c o n t á r a m o s c o n los textos completos d o n d e aparecían estas frases,
p o d r í a m o s afinarlas todavía más. P e r o t a m p o c o se trata a h o r a d e rizar el rizo.
D e c i r lo m i s m o de m a n e r a más clara y c o n m e n o s palabras n o
es tarea fácil. E s t a s reglas son lecciones básicas de principiante. E l
pulido eficaz de la r e d a c c i ó n requiere e n t r e n a m i e n t o c o n s t a n t e y
voluntad. R e c u e r d o c u a n d o descubrí estas reglas y e m p e z a b a a aplicarlas: se m e hacía bastante difícil hallar los estorbos de c a d a frase y
d e s h a c e r los enredos. P e r o p o c o a p o c o fui adquiriendo facilidad y
a h o r a lo h a g o bastante más deprisa.
T e r m i n a r é c o n una lista de los consejos m á s i m p o r t a n t e s sobre
la frase, a m o d o d e «chuleta» para t e n e r delante c u a n d o revisemos
la prosa:
119
OCHO CONSEJOS PARA ESCRIBIR FRASES EFICIENTES
1. ¡Ten cuidado c o n las frases largas! Vigila las que t e n g a n m á s
de 3 0 palabras. C o m p r u e b a que se lean fácilmente.
2. E l i m i n a las palabras y los incisos irrelevantes. Q u é d a t e sólo
c o n lo esencial.
3. Sitúa los incisos e n la posición m á s oportuna: que n o separen
las palabras que están relacionadas.
4. Busca el orden m á s sencillo de las palabras: sujeto, v e r b o y
c o m p l e m e n t o s . E v i t a las c o m b i n a c i o n e s rebuscadas.
5. C o l o c a la información r e l e v a n t e en el sitio m á s i m p o r t a n t e de
la frase: al principio.
6. N o abuses de las construcciones pasivas, de las negaciones ni
del estilo nominal, que o s c u r e c e n la prosa.
7. Deja actuar a los actores: que los protagonistas de la frase suban al escenario, que actúen de sujeto y objeto gramaticales.
8. ¡ N o tengas pereza de revisar las frases! Tienes que elaborar la
prosa, si quieres que sea enérgica y que se entienda.
120
8. L A P R O S A D I S M I N U I D A
De las faltas,
de los defectos y de las
impurezas.
C o m o cualquier otra construcción, la frase a veces presenta g r i e tas y resquebrajaduras que hacen t a m b a l e a r el edificio del t e x t o . L a s
faltas de redacción despilfarran la fuerza expresiva d e la prosa, r o m pen su sinuosidad sintáctica, c r e a n vacíos semánticos, p r o v o c a n a m bigüedades y, e n definitiva, arriesgan el éxito final d e la c o m u n i c a ción. L a prosa se vuelve coja, dislocada, minusválida.
Solemos darnos cuenta de los errores importantes de r e d a c c i ó n ,
sobre t o d o si atentan c o n t r a el significado, p e r o cuesta m u c h o más
identificar los detalles o las pequeñas imperfecciones. P o r otra
parte, nos referimos a t o d o c o n el m i s m o n o m b r e de error de gramática, anacoluto o solecismo; prescindimos de estudiar las diferencias, de clasificar los distintos tipos d e e r r o r , sus posibles soluciones... N o s basta c o n evitarlos: ¡qué simple!
E n este capítulo presentaré las faltas más corrientes y relevantes
d e redacción, además d e otras impurezas y defectos que ensucian la
prosa. C o m o la mayoría se designan c o n t é r m i n o s d e la r e t ó r i c a c l á sica, que hoy en día resultan extraños e incluso crípticos, desenmascararé su etimología y su significado, y p o n d r é ejemplos d e c a d a
uno.
SOLECISMOS
E n la antigüedad, los p o c o afortunados habitantes d e la villa d e
Soloi, una colonia ateniense en la Cilicia (actual T u r q u í a ) , tenían
tanta fama de hablar mal el griego que el t é r m i n o soloikismos (y después el latín soloecismus)
pasó a designar «las expresiones q u e c o n 121
travienen las reglas d e gramática»; y todavía hoy nos a c o r d a m o s de
ellos y d e ellas p o r este m o t i v o . Así pues, son solecismos los barbarismos léxicos, los calcos sintácticos d e otras lenguas, las frases incoherentes, la ausencia d e c o n c o r d a n c i a y, en definitiva,
cualquier
falta que c o n t r a v e n g a la n o r m a t i v a d e la lengua. Algunos manuales
( D R A E , M a r t í n e z d e Sousa, 1 9 9 3 ) utilizan este t é r m i n o p a r a referirse sólo a las i n c o r r e c c i o n e s sintácticas d e la c o n s t r u c c i ó n , p e r o el
uso general p a r e c e m u c h o más amplio. P o r ejemplo, M a r í a M o l i n e r
cita c o m o «solecismos graciosos, d e c r e a c i ó n popular, nacidos en
Sevilla»: «el café del olivo» p o r «el café de Hollywood», y «el e x plica» p o r «el
speaker».
Gergely ( 1 9 9 2 ) , Martínez d e Sousa ( 1 9 9 3 ) y W a l e s ( 1 9 8 9 ) defin e n algunos de los solecismos más habituales d e la prosa, que n o
siempre son fáciles d e distinguir y clasificar. Mi lista personal es un
c o m p e n d i o c o n ejemplos d e las referencias anteriores:
1. S i l e p s i s
V i e n e del griego sullepsis, q u e significa «comprensión». T a m bién c o n o c i d a c o m o concordancia
ad sensum o discordancia,
consiste e n q u e b r a n t a r la c o n c o r d a n c i a e n el g é n e r o , el n ú m e r o o la
persona para a t e n d e r al sentido de la frase. Así, se escribe: «Su E x celencia, el Presidente, está decidido» (un f e m e n i n o c o n un m a s c u lino), «la m a y o r parte han aceptado» (un singular c o n un plural), y
«ustedes trabajáis c o n m u c h o r i t m o » ( t e r c e r a persona c o n segunda).
O t r o s ejemplos:
La Asociación de Centros de Educación Infantil, que engloba en
Logroño a la mayor parte de las
guarderías privadas,
consideran
que los colegios están haciendo
una competencia desleal al sector.
[La Voz, 15-4-94]
* Pero la mayoría del comité federal permanecieron ajenos a la noticia que, sin embargo, fue corrien122
... considera que los colegios están
haciendo...
Pero la mayoría del comité federal no
fue informada de la noticia que, sin
embargo, fue corriendo de boca
rriendo de boca en boca. Algunos
de ellos salieron al pasillo para hablar con los periodistas. [El País,
30-4-94]
boca en boca. Algunos diputados
salieron al pasillo para hablar con
los periodistas.
Se trata d e una cuestión compleja que abarca casos m u y variados
[ver
Bello, 1 9 8 8 ; R A E , 1 9 7 3 ; y A l c i n a y B l e c u a , 1 9 8 9 ] , desde la dis-
crepancia e n t r e el sexo d e la persona y el g é n e r o g r a m a t i c a l ( c o m o
«su Majestad está cansado») hasta las discordancias deliberadas p o r
m o t i v o s estilísticos (por ejemplo: el « ¿ c ó m o estamos?» dirigido a un
e n f e r m o en vez del lógico « ¿ c ó m o estás?»). U n caso frecuente e imp o r t a n t e son los sustantivos colectivos (gente,
las expresiones del tipo una parte
pelotón o mayoría)
de o un grupo
o
de, las cuales ejer-
c e n una función cuantificadora en el g r u p o n o m i n a l , a u n q u e gram a t i c a l m e n t e ejerzan d e núcleo. ¿Cuáles d e las siguientes frases d e b e m o s escribir?:
1.
2.
3.
4.
5.
La mitad llegó a tiempo.
La mitad llegaron a tiempo.
La mitad de los invitados llegó a tiempo.
La mitad de los invitados llegaron a tiempo.
La mitad de los invitados, entre los que figuraba el representante
del Partido Reformista, llegaron a tiempo.
6. La mitad de los invitados llegó agotada.
7. La mitad de los invitados llegaron agotados.
8. E l 2 5 % de las jóvenes adolescentes quedó embarazado [La Voz
de Galicia, 1992].
La
ABC,
r e c o m e n d a c i ó n general [seguida p o r los manuales d e estilo:
El País, La Vanguardia,
La Voz de Galicia,
T V E ] es preferir
la c o n c o r d a n c i a gramatical y tolerar aquellas desavenencias m á s c o rrientes que n o causen extrafieza. D e este m o d o , preferimos la frase
1
a la
2, p e r o
aceptamos
la 3 y la 4. E n la 5, la mayor distancia en-
tre sujeto y v e r b o p e r m i t e la c o n c o r d a n c i a ad sensum.
También pre-
ferimos la frase 7 a la 6 , que causa extrafieza p o r el p r e d i c a t i v o agotada, y sólo escribiríamos la 8 en una antología del disparate.
Por
otra parte, en algunos casos la falta de c o n c o r d a n c i a a p o r t a
matices interesantes de significación. Fíjate en la diferencia e n t r e la
gente
dice, la gente
dicen o la gente
decimos.
E n c a m b i o , el ú l t i m o
123
ejemplo, m a r c a d o c o n asterisco, debe considerarse una falta g r a v e
p o r q u e , además de ser evidente, p u e d e desorientar al lector: el permanecieron
ajenos ( c o n un valor s e m á n t i c o sorprendente) y el ellos
n o tienen ningún referente plural en la frase.
2. A n a c o l u t o
V i e n e del griego anakolouthon, negación d e akolouthon, que significa «el que sigue, c o m p a ñ e r o de viaje». Son aquellas frases rotas,
e n las que la segunda parte n o a c o m p a ñ a a la p r i m e r a o n o se c o rresponde c o n ella. Ejemplos:
La televisión aparte de distraernos,
su función tendría que ser también
educativa. [Al]
La televisión, aparte de distraernos, tendría que educarnos.
La función de la televisión, aparte
de distraer, tendría que ser la de
educar.
Entre el 38 % de residentes en Cataluña que se consideran castellanohablantes lo interesante sería saber la clase social a la que pertenecen. [La Vanguardia, 22-4-94]
También el servicio militar que sigue transmitiéndose a los jóvenes
como una obligación cuya desobediencia está trayendo cárcel y represión a muchas personas que lo único
que han hecho es denunciar y criticar públicamente esta realidad, con
su propia opción personal, seguida
por múltiples formas de apoyo social y colectivo expresado de forma
pública y organizada. [Heraldo,
17-9-94. Correo del lector]
Sería interesante saber la clase social a la que pertenece el/ese 38 %
de residentes en Cataluña que se
considera castellanohablante.
¡ N o m e siento capaz d e reconstruirla!
P o d e m o s e n t e n d e r las frases d e la izquierda, si nos p a r a m o s a releerlas y restituimos los lazos lógicos de significado. P e r o en o t r o s casos el
124
anacoluto destruye la estructura de la frase hasta hacerla i r r e c u p e r a ­
ble, c o m o e n el último ejemplo. V e a m o s o t r o caso d e una aprendiz
c o n carencias importantes:
La publicidad es un mecanismo de atracción para introducir un pro­
ducto, en una comunidad. Que lo conozcan y de alguna manera se
haga familiar, alrededor de donde quieran mostrar el producto. Y de
esta manera sea más fácil su venta. [Al]
L a segunda frase c a r e c e de v e r b o principal y n o hay m a n e r a d e
saber si que lo conozcan...
es sujeto, objeto verbal o una subordi­
nada final (que podría introducirse c o n para que). E n la t e r c e r a
frase, el subjuntivo sea exige un v e r b o subordinante principal. E l
escaso sentido que p o d e m o s e x t r a e r del fragmento p r o v i e n e d e la
interpretación libre que podamos dar a cada palabra o sintagma
inconexo.
E l t é r m i n o anacoluto
se utiliza a m e n u d o d e m a n e r a genérica,
c o m o sinónimo d e solecismo, para referirse a t o d o tipo d e i n c o r r e c ­
ciones sintácticas. Así, el anantapódoton
y el zeugma,
que t r a t a r é a
continuación, p e r o también la silepsis, se presentan a veces c o m o
tipos específicos d e anacolutos. G ó m e z T o r r e g o ( 1 9 9 3 ) analiza y c o ­
m e n t a m u c h o s ejemplos actuales de anacolutos y discordancias.
3. Anantapódoton
E n griego significa «privado de la c o r r e s p o n d e n c i a simétrica».
E s una variante de anacoluto, en el que sólo se e x p o n e u n o d e los
dos elementos correlativos que tendrían que a p a r e c e r en la frase.
Ejemplos:
El sistema permite mejorar, por
una parte, el ruido de los vehícu­
los y el alto riesgo de accidentes.
[Gergely, 1992]
El sistema permite mejorar, por
una parte, el ruido de los vehícu­
los y, por otra, el alto riesgo de ac­
cidentes.
E n los E E . U U . , los unos querían
intervenir, pero nadie quería la
guerra.
E n los E E . U U . , los unos querían
intervenir, pero los otros no que­
rían la guerra.
125
E n los E E . U U . , algunos querían
intervenir, pero nadie quería la
guerra.
A veces puede resultar difícil diferenciar un a n a c o l u t o d e un
a n a n t a p ó d o t o n o viceversa, ya que los dos r o m p e n el curso lógico
de la oración.
4. Z e u g m a
V i e n e del griego zeugma: «que sirve para unir, enlace». Según el
D R A E : «consiste e n que c u a n d o una palabra tiene c o n e x i ó n c o n
dos o m á s m i e m b r o s del período, está expresa e n u n o d e ellos y ha
de sobreentenderse en los demás». Ejemplos: « E r a de c o m p l e x i ó n
recia, seco d e c a r n e s , enjuto de rostro, gran m a d r u g a d o r y a m i g o de
la caza», d o n d e el v e r b o era se refiere a los c i n c o atributos p e r o sólo
aparece en el p r i m e r o ; también: «la m a d r e barre la sala, y la hija, el
comedor».
L á z a r o C a r r e t e r ( 1 9 6 8 ) distingue el zeugma simple, e n el que la
palabra n o expresada es e x a c t a m e n t e la m i s m a que figura en el
e n u n c i a d o (Jorge compró un collar, y su hermana [ c o m p r ó ] un pendiente), del c o m p u e s t o , en que la palabra necesitaría alguna variación morfológica si fuera expresada: El partido fue distraído y los
goles [fueron] emocionantes,
o Ayer corrí cuatro kilómetros y hoy [he
c o r r i d o ] seis. Y también se puede usar el zeugma c o m o figura r e t ó rica, c o n finalidades estéticas: «Cierra los ojos, las preguntas...» ( P e d r o -Salinas: « ¡ Q u e e n t e r a c a e la piedra!» en La voz a ti
debida).
P o r otra parte, el zeugma es un tipo d e elipsis que evita repeticiones innecesarias, p e r o que puede dar lugar a regímenes irregulares y discordancias gramaticales. Algunas de las faltas típicas d e
zeugma son de este tipo:
Major planta cara a sus rivales y
Rocard, sin opción a la presidencia. [La Vanguardia, 14-6-94, titular de portada]
126
...Rocard no tiene opción a la presidencia.
...se queda sin opción...
Romario, que marcó tres goles y le
fueron
anulados
otros dos, y
Stoichkov, que falló un penalti y
marcó dos tantos, pusieron en pie
al público del Camp Nou. [La
Vanguardia, 13-3-94, portada]
Romario, que marcó tres goles, y
al que le fueron anulados otros
dos, y Stoichkov, que marcó dos
tantos y falló un penalti, pusieron
en pie al público del Camp Nou.
Romario, que marcó cinco goles (2
anulados), y Stoichkov, que marcó
dos y falló un penalti, pusieron en
pie al público del Camp Nou.
E n el p r i m e r ejemplo, las dos frases coordinadas n o c o m p a r t e n
el m i s m o v e r b o plantar,
d e m o d o que n o se p u e d e e l i m i n a r el se­
g u n d o v e r b o c o n u n a c o m a ; la o r a c i ó n adquiere u n estilo t e l e g r á ­
fico y agramatical impropio de un escrito, aunque se trate d e u n ti­
tular periodístico. E n el segundo, los dos relativos que c o m p l e m e n ­
tan
Romario
tienen
coordinarse: Romario
regímenes verbales distintos
marcó (sujeto) p e r o fueron
y no
anulados
pueden
a
Roma-
rio (objeto indirecto); p o r otra parte, los otros dos relativos d e
Stoichkov presentan una asimetría c o n los primeros. L a s dos solucio­
nes de la d e r e c h a presentan algunos inconvenientes:
la p r i m e r a
pierde agilidad c o n el doble relativo que y al que, y la segunda quizá
n o sea tan elegante.
L a s asimetrías, o los defectos y roturas de estructuras sintácticas
paralelas, también pueden incluirse en un c o n c e p t o a m p l i o
de
zeugma:
El procesador de textos está pro­
gramado para utilizarse en inglés y
en francés, pero no para escribir
informes castellanos.
...utilizarse en inglés y en francés,
pero no en castellano.
...escribir informes en inglés o en
francés, pero no en castellano.
E l banquete de la boda tenía que
satisfacer económicamente a los no­
vios y al paladar de los invitados.
...satisfacer la economía de los no­
vios y el gusto de los invitados.
...satisfacer el bobillo de los novios
y el paladar de los invitados.
127
E n estos casos n o hay ninguna desconexión sintáctica, p e r o la
c o n s t r u c c i ó n adquiere un i m p o r t a n t e valor estético. L a s soluciones
d e la d e r e c h a son más fáciles de c o m p r e n d e r y presentan un estilo
más acabado.
5. P l e o n a s m o
D e r i v a del griego pleon: «más numeroso»; y de pleonasmos:
perabundancia». Se asocia c o n la redundancia
y el énfasis,
«suy se
o p o n e a la elipsis. Según el D R A E , «consiste en e m p l e a r e n la oración u n o o más vocablos innecesarios para el r e c t o y cabal sentido
de ella, p e r o c o n los cuales se da gracia o vigor a la expresión; v. gr.
Yo lo vi con mis ojos». María M o l i n e r incluye otros ejemplos: «lo escribió de su p u ñ o y letra», «entrad dentro», «subí arriba». A m b o s
diccionarios tratan este f e n ó m e n o c o n benevolencia y, aunque r e c o n o c e n su c a r á c t e r redundante o gratuito, n o llegan a censurarlo.
Martínez de Sousa ( 1 9 9 3 ) se muestra más severo y ofrece una
extensa tipología d e casos. Considera c o r r e c t o s los pleonasmos que
dan m a y o r énfasis a la o r a c i ó n , «en ciertas situaciones» [sic], c o m o
verlo por mí mismo,
a mí me buscan,
al fin y a la postre,
nunca
ja-
más, sea como sea, hoy en día o diga lo que diga, además de los ya
citados. P e r o censura los siguientes ejemplos, e n t r e otros muchos:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Hacer frente a los dos frentes.
Volver a reincidir.
Reiniciar de nuevo.
Este fármaco es aproximadamente
unas diez veces más potente.
No ha recibido apenas ningún tipo de atención.
Tampoco no lo haré nunca jamás.
Elegante y grandiosa a un mismo tiempo.
Nosotros escribimos este libro, yo salí a la calle.
Pequeña vaquilla, pequeña
miniencuesta, nifio pequeño.
La ciudad de Magdeburgo (donde burgo significa «ciudad»).
E n ellos las palabras en cursiva podrían suprimirse o cambiarse
p o r otras distintas sin modificar el significado d e la frase. O t r o s
ejemplos reales:
128
Actualmente y en nuestros días, estas dos formas verbales «seducir» y
«seducido». [Al]
Actualmente,
bales...
estas dos formas ver-
La sala Hortensia Güell del Centre
de Lectura será el escenario, mañana a las ocho treinta de la noche, donde se realizará la inauguración de una muestra de obras
artísticas donadas a beneficio de
Manos Unidas. [ND, 17-1-93]
£ n la sala Hortensia Güell del
Centre de Lectura se inaugurará,
mañana a,las ocho treinta de la
noche, una muestra de obras artísticas donadas a Manos Unidas.
F i n a l m e n t e , en el e x t r e m o del laconismo, Galí Claret ( 1 8 9 6 )
muestra algunos ejemplos en los que el anacoluto inútil es m u c h o
más que una repetición superflua (las cursivas y la ortografía son
del original):
Un día, á eso del anochecer, una
aldeana con sus dos hijos se dirigían á su casa, caminando lentamente porque estaban muy fatigados.
Un día, á eso del anochecer, se dirigían a su casa una aldeana y sus
dos hijos.
Estando madre é hijos ya cerca de
su casa, vieron brillar dentro de
ella una lucecita que iluminabd-4ébilmente las habitaciones interiores.
Estando ya cerca de ella, vieron
brillar dentro una lucecita.
E n resumen, si bien el c o n c e p t o d e p l e o n a s m o es c l a r o y resulta
útil para mejorar la r e d a c c i ó n , n o está m u y definida la frontera e n tre lo que debe censurarse y lo que puede tolerarse - ¡ o incluso lo
que favorece la prosa!—. Al final, se i m p o n e el criterio subjetivo del
autor. Sea c o m o sea y digan lo que digan las gramáticas, nosotros,
autores y autoras, debemos decidir p o r nuestra c u e n t a c u a n d o escribimos una escritura tensa o c u a n d o nos permitimos e l lujo lujoso d e
unos cuantos pleonasmos redundantes, repetitivos y reiterados.
Hasta aquí llegan los solecismos más corrientes de la prosa. P e r o
estos c i n c o defectos no agotan las disminuciones que puede sufrir la
129
escritura y q u e los escritores y las escritoras intentamos evitar. L a s
faltas que c o m e n t a r é a c o n t i n u a c i ó n n o atentan c o n t r a la g r a m á t i c a
o la n o r m a t i v a de la lengua, aunque también aportan molestias e
impurezas varias.
OTROS DEFECTOS
6.
Anfibología
V i e n e del griego amphibolia,
sentido
o incerteza.
que significa ambigüedad,
doble
Son frases q u e pueden interpretarse de dos o
más m a n e r a s distintas. Ejemplos:
E l deportista declaró que había ingerido sustancias prohibidas repetidamente. [Martín Vivaldi, 1982]
El deportista declaró
repetidamente que había ingerido sustancias prohibidas.
Cuando el acta tiene más de una
página y las hojas van sueltas, cada
plana tiene que llevar la firma del
presidente o del secretario, en el
margen izquierdo del papel, como
mínimo. [ E F P ]
Cuando el acta tiene más de una
página y las hojas van sueltas, cada
una tiene que llevar la firma del
presidente, o del secretario como
mínimo, en el margen izquierdo
del papel.
E n la p r i m e r a frase, el adverbio repetidamente
modifica verbos
distintos según su colocación. E n la segunda, la expresión como
mí-
nimo se refiere a la firma del secretario y, si se deja al final d e la
frase, puede p r o v o c a r confusiones c o n el o t r o c o m p l e m e n t o : en el
margen
izquierdo
del papel.
M a r t í n e z d e Sousa ( 1 9 9 3 ; v e r
ambigüe-
dad) ofrece una exhaustiva clasificación de los distintos tipos de anfibología
y sus causas: desde el o r d e n d e las palabras, c o m o e n los
ejemplos anteriores, hasta el orden sintáctico, la falta de información, la h o m o n i m i a del p r o n o m b r e le (le conté la historia,
ella?), el posesivo su (Juan
se encontró
¿a él o a
a Lola en su casa, ¿en qué
casa?) o la polisemia de una palabra (su marido
no pinta nada
en
casa).
L a dificultad
de las ambigüedades
y los dobles
sentidos
es
que pueden ser difíciles de d e t e c t a r . N o resulta fácil p e r c a t a r s e a la
130
vez d e dos o m á s formas distintas d e e n t e n d e r u n a frase, o descubrir aquellos puntos e n los que un lector o una l e c t o r a p o d r á n
interpretar ideas distintas d e las previstas. P o r este m o t i v o ,
es
m u y r e c o m e n d a b l e actuar c o n cautela: leer a t e n t a m e n t e n u e s t r o
t e x t o más d e una vez y e n m o m e n t o s distintos, intentar anticiparnos a las posibles reacciones del destinatario, revisar el escrito,
etc.
P a r a t e r m i n a r , a v e r si descubres las posibles ambigüedades d e
la siguiente frase:
Una mujer californiana recuperó ayer a su hijo de dos años en el
aeropuerto londinense de Heathrow después de atraer con un señuelo al padre iraquí del niño, que lo había trasladado a Irak sin su
consentimiento, con la colaboración de una empresa privada de seguridad montada por antiguos agentes de la unidad antiterrorista estadounidense, Delta Forcé. [El País, 6-9-94]
7. Cacofonía
V i e n e del griego kakos («malo») y phono («voz»). Se refiere a
la repetición casual d e algunas letras o sílabas, que p r o d u c e n un
sonido desagradable. Fíjate en la p r i m e r a frase que se m e o c u r r i ó
para introducir esta lista d e defectos; "¡la tuve que revisar e n seguida!:
Algunos de los solecismos más cotúentes de la prosa —que no siempre son evide«í«— son los siete sigaientes:
Algunos de los solecismos más habituales de la prosa —que no siempre sabemos detectar— son los siete
siguientes:
Pretende ayudar a maestros y a
alumnos a encontrar utilidad, satisfacción, e incluso diversión, en la
tarea de la corrección.
...e incluso ¿Xvettimento,
rea de corregir.
en la ta-
131
8. T i c s p e r s o n a l e s
D e l m i s m o m o d o q u e c u a n d o hablamos t e n d e m o s involuntariam e n t e a reiterar un gesto, un p a r p a d e o o u n a e n t o n a c i ó n , la prosa
también refleja rutinas verbales: palabras r e c u r r e n t e s aquí y allá, frases calcadas, párrafos c o n el m i s m o p a t r ó n d e fondo, etc. N a d i e d o m i n a el infinito caudal léxico o sintáctico d e la lengua; todos y t o das c a r g a m o s c o n limitaciones expresivas. Así, los niños a c o s t u m bran a c o n e c t a r las oraciones c o n y, q u e es u n o d e los enlaces m á s
básicos.
C u a n d o estas o c u r r e n c i a s adquieren relevancia suficiente
para
llegar a e m p o b r e c e r la prosa, hablamos d e tics o vicios d e r e d a c c i ó n .
Son personales, imprevisibles, a m e n u d o inconscientes y, a veces,
difíciles d e detectar. E n v a r a n la prosa c o n repeticiones y r e d u c e n la
variación léxica a m í n i m o s escolares. L a prosa resulta m o n ó t o n a e
insulsa.
Los
tics pueden afectar a varios aspectos d e la redacción:
• R e p e t i r u n a palabra o expresión (vocablos genéricos, c o m o d i -
nes,
conjunciones, adverbios...): entonces,
actualmente,
así
pues, desde luego, aspectos, mucho... L a palabra actúa c o m o
c u ñ a o muleta q u e articula la prosa.
• A b u s o d e alguna estructura sintáctica: gerundios antepuestos,
frases c o m p a r a t i v a s , subordinadas, profusión d e adverbios o
de adjetivos... Resultan m á s difíciles d e descubrir. A l leer la
prosa e n v o z alta o baja, se descubre u n a tenue musiquilla p e gajosa.
• E s t r u c t u r a s calcadas e n párrafos y textos: e m p e z a r c o n el
m i s m o v o c a b l o o expresión, abusar d e los m a r c a d o r e s textuales, c e r r a r siempre los párrafos c o n la m i s m a frase, e t c .
• Usos p o c o corrientes o personales d e puntuación: e x c e s o d e
incisos c o n paréntesis o guiones, uso frecuente d e los dos p u n tos y del p u n t o y c o m a ( m u y p o r e n c i m a d e lo n o r m a l ) , abuso
de notas, asteriscos, e t c .
H e aquí un ejemplo real d e prosa apelmazada p o r un t i c p e r s o 132
nal, que desgraciadamente a p a r e c e e n m u c h o s d o c u m e n t o s
nicos:
téc-
El día 20 de noviembre el señor X x x x x x realiza una visita con el
fin de ver el estado de las obras del edificio para sala de espera y
bar-restaurante de la estación de ferrocarril de Xxxxxxxx.
Como efectivamente' expresan los técnicos encargados de la dirección del proyecto, podemos observar claramente un retraso considerable en el ritmo del trabajo inicialmente previsto. La situación
se debe aparentemente al incumplimiento del contratista, que subcontractó, legalmente o no, la obra a otra empresa que no ha cumplido debidamente la tarea encomendada.
De hecho, el volumen de trabajo actual es escasamente el producto de una semana de actividad, después que finalmente el Consejo, a través del Patronato de Turismo de la ciudad, requiriera un
ritmo realmente efectivo al contratista. [CRIP]
2
3
4
5
6
7
8
9
¡ Q u é hacinamiento! ¡ Y qué cacofonía p e r m a n e n t e ! P o d e m o s
preguntarnos: ¿son necesarios tantos adverbios? ¡Claro que n o ! L o s
n ú m e r o s 1 y 9 , y quizás también el 6 y el 8 , n o a p o r t a n datos relevantes al d o c u m e n t o y podrían eliminarse. L o s n ú m e r o s 2 , 3 y 4
pueden sustituirse respectivamente por con claridad,
al inicio ( d e trás de previsto) y en apariencia. U n a buena mejora para el n ú m e r o
7 consiste e n sustituir el verbo: no llega a o no se ajusta a; o t a m bién c a m b i a r el adverbio p o r apenas. P a r a t e r m i n a r , el n ú m e r o 5
podría quedarse igual.
E l mejor antídoto c o n t r a los tics es la supervisión estilística y
formal de la prosa. L a s repeticiones léxicas y gramaticales, c o m o en
el ejemplo anterior, son fáciles y rápidas d e descubrir y de e n m e n dar. T o d o s r e c o r d a m o s la insistente y aburrida consigna d e r e d a c ción escolar, que nos prohibía repetir la m i s m a palabra o expresión
en c i n c o o seis líneas. P e r o hay otros tics más sutiles y molestos q u e
hacen la puñeta a las miradas m á s atentas y finas. P o r ejemplo, ¿ n o
te has dado c u e n t a del vicio sintáctico y habitual que p r e m e d i t a d a y
s o c a r r o n a m e n t e h e imprimido en la prosa barroca y adjetivada d e
este párrafo h i n c h a d o y pesado?
Si se
- ¡ p e r o te
abuso d e
adjetivos.
te ha escapado, tienes o t r a oportunidad en este párrafo
lo p o n d r é difícil!-. E n el anterior se pecaba t a n t o p o r el
las coordinadas y y o, c o m o t a m b i é n p o r la profusión d e
E n éste, puedes buscar e n t r e los c o n e c t o r e s , c o m o t a m 133
bien en la estructura de la frase. L o s tics sintácticos se camuflan
t a n t o detrás d e la variación léxica c o m o también e n esta musiquilla
reiterativa q u e p r o v o c a n . Cuesta m u c h o identificarlos. Se requiere
u n a buena dosis d e capacidad d e observación, c o m o también m u c h a
flexibilidad sintáctica para modificar la frase. Si n o , n o hay m a n e r a
de descubrir que a c a b o de repetir c u a t r o v e c e s como también en un
solo párrafo.
EJERCICIOS
Se trata d e hallar los errores d e las c u a t r o frases disminuidas siguientes. ¿ Q u é tipo de falta sufren? ¿ C ó m o pueden mejorarse?
1. Pienso que el alcohol se usa más q u e se abusa, e x c e p t u a n d o el
fin d e s e m a n a q u e pasa a la inversa. [Al]
2. D e s d e su fundación [la inmobiliaria] ha construido gran c a n tidad de viviendas —cerca d e 6.000— en barrios m u y c o n o c i d o s
e n M á l a g a que curiosamente n u n c a han sido bautizados p o r la
propia inmobiliaria c o n el n o m b r e d e E c h e v a r r í a , aunque de t o dos los malagueños son p o p u l a r m e n t e c o n o c i d o s p o r este n o m bre - c a s o de E c h e v a r r í a d e G a m a r r a o E c h e v a r r í a del P a l o - ,
m o t i v o p o r el cual en la firma m a l a g u e ñ a se sienten m u y orgullosos. [Sur,
17-9-94]
3. E l presidente del c o m i t é d e e m p r e s a d e la factoría d e Astilleros E s p a ñ o l e s d e P u e r t o R e a l , A n t o n i o N o r i a , manifestó ayer a
este periódico que una vez transcurrido el período d e v e r a n o ,
c o n t i n u a r á n c o n la c a m p a ñ a que iniciaron para d a r a c o n o c e r la
falta d e carga d e trabajo que h a m o t i v a d o la regulación de e m p l e o q u e afecta a c t u a l m e n t e a 1 0 0 trabajadores. [Cádiz, 1 6 - 9 - 9 4 ]
4. Tal c o m o están las cosas, el País V a l e n c i a a u m e n t a su aportación al p r o d u c t o interior bruto p o r e n c i m a d e la m e d i a estatal
—a pesar d e la situación d e a b a n d o n o d e nuestro tejido productiv o - , t e n e m o s altas tasas d e desocupación y la renta familiar v a lenciana n o se c o r r e s p o n d e c o n nuestra aportación.
28-1-93]
134
[Levante,
5. E l n o r t e d e África es un p r o b l e m a p e r m a n e n t e y s e g u r a m e n t e
al que h e dedicado más t i e m p o desde que soy ministro d e E x t e riores. [Heraldo,
El Semanal,
18-9-94]
Soluciones y comentarios:
1. Z e u g m a o discordancia c o n los argumentos verbales d e usar y
abusar, «se usa el alcohol» y «se abusa del alcohol». L a frase t i e n e difícil solución si se quiere c o n s e r v a r el juego d e palabras. F o r z a n d o
la sintaxis, quizá se podría aceptar una d e las dos:
Pienso que del alcohol se abusa m e n o s d e lo que se usa.
Pienso que se usa m á s que se abusa del alcohol.
2. F r a s e compleja y larga c o n incisos, pasivas innecesarias
sido bautizados,
Echevarría),
repeticiones
ños/malagueña)
la firma
son conocidos),
pleonasmos
redundantes
(gran
cantidad
(nombre,
(han
de,
de
Málaga/malague-
y una elipsis final d e sujeto que roza la silepsis (en
se sienten...).
L a prosa puede mejorar n o t a b l e m e n t e :
D e s d e su fundación ha construido cerca de 6.000
viviendas
en
barrios m u y c o n o c i d o s d e Málaga, que c u r i o s a m e n t e n u n c a bautizó la inmobiliaria c o n su p r o p i o n o m b r e , aunque todos los m a lagueños los conocen p o p u l a r m e n t e p o r éste —caso d e E c h e v a r r í a
de G a m a r r a o E c h e v a r r í a del Palo—. L a firma está m u y o r g u llosa de
ello.
3. ¿Cuál es el sujeto de continuarán
y de iniciaron?
Se trata d e
una elipsis sin referente previo (puesto q u e es la p r i m e r a frase del
t e x t o ) . Quizá n o p o d e m o s hablar p r o p i a m e n t e d e silepsis, p o r q u e
n o hay discordancia. P o r el c o n t e x t o e n t e n d e m o s q u e es el
de empresa
de la factoría
rán con la camparía que...
o los trabajadores d e ésta los q u e
comité
continua-
La o r a c i ó n n o causaría extrafieza si aña-
diéramos un sujeto explícito:
...el período de v e r a n o , el comité continuará
inició...
...los trabajadores
c o n la c a m p a ñ a q u e
continuarán c o n la c a m p a ñ a q u e iniciaron...
135
a
4. Silepsis escondida e n t r e , p o r una parte, la 3 . persona g r a m a tical del País Valencia y la renta familiar
valenciana, c o n los verbos
respectivos aumenta y no se corresponde,
y el posesivo su, y, p o r
otra, la 1. persona c o n que se identifica el autor: nuestro tejido productivo, tenemos altas tasas y nuestra aportación. E s más c o h e r e n t e
y claro o p t a r p o r una de las dos siguientes opciones:
a
3.
a
1.
PERSONA
Tal como están las cosas, el País
Valencia aumenta su aportación al
producto interior bruto por encima de la media estatal —a pesar
de la situación de abandono de su
tejido productivo-, tiene altas tasas
de desocupación y su renta familiar no se corresponde con su aportación.
a
PERSONA
Tal como están las cosas, los valencianos aumentamos nuestra aportación al producto interior bruto por
encima de la media estatal —a pesar de la situación de abandono de
nuestro tejido productivo—, tenemos altas tasas de desocupación y
nuestra renta familiar no se corresponde con nuestra aportación.
5. Z e u g m a forzado e n t r e las dos partes del predicado nominal.
L a i n d e t e r m i n a c i ó n de un problema
permanente
contrasta c o n la
d e t e r m i n a c i ó n que exige el relativo al que, que introduce una c o m paración e n t r e todos los problemas
que he dedicado...).
(es seguramente
el problema
al
H a y varias soluciones c o n pequeños matices de
significado q u e también evitan la cacofonía:
E l n o r t e de África es un p r o b l e m a p e r m a n e n t e y es quizás el
problema
al que h e dedicado m á s t i e m p o desde que soy ministro
de E x t e r i o r e s .
...es
un
problema
permanente
al
problema
permanente
que
que
he
dedicado
mucho
ocupado
mucho
tiempo...
...es
un
me
ha
tiempo...
Estas discordancias gramaticales abundan e n la conversación, pero es
preferible evitarlas en la prosa. E n este caso, la frase proviene d e una entrevista oral, que probablemente el periodista grabó p r i m e r o c o n cásete y
transcribió después al papel. E l zeugma delata el origen oral del texto:
constituye un rastro de oralidad e n la redacción.
136
9. J U E G O S S I N T Á C T I C O S
¡Con tantas reglas v a m o s a t e r m i n a r e m p a c h a d o s ! ¿ N o se trataba
d e pasarlo bien escribiendo? ¡Pues estamos bien apañados, si hay
que recordar a c a d a m o m e n t o el sinfín d e n o r m a s y consejos de los
dos últimos capítulos! ¡ N o p o d r e m o s apuntar ni tres palabras sin d e tenernos a analizar si c u m p l e n todos los requisitos!
T e p r o p o n g o un c a m b i o d e t o n o . D e s p u é s de tanta t e o r í a , nos
iría bien jugar un rato c o n la frase, y tratarla c o m o si fuera u n g a t o
juguetón y cariñoso. V a m o s a perderle el respeto y a ejercitar nuestras destrezas sintácticas. L a s frases son c o m o guantes q u e se giran
del d e r e c h o y del revés; o juegos d e c o n s t r u c c i ó n q u e se m o n t a n y
d e s m o n t a n haciendo cientos de castillos distintos. E l e s c r i t o r y la
escritora deben tener la habilidad suficiente para escoger la f o r m a
m á s acertada de entre todas las posibles. L o s siguientes ejercicios
tienen c o m o objetivo desarrollar la flexibilidad y la fluidez d e la r e dacción.
EXAGERACIONES
E m p e c e m o s c o n una irreverencia. ¿ R e c o m e n d é que la frase tuviera una media de m e n o s de 3 0 palabras? ¡Pues v a m o s a c o m p o n e r
oraciones interminables! P a r a los textos cotidianos, para las c o m i d a s
frugales y rápidas d e lunes a viernes, los períodos c o r t o s y ligeros
son más digeribles. ¡ P e r o también hay días festivos, c o m o los d o mingos o el día de Navidad, y es c o s t u m b r e y casi necesidad h a r tarse a tope!
Algunos autores se han h e c h o famosos p o r su estilo b a r r o c o d e
137
frases interminables. H e aquí una historieta ejemplar d e T h o m a s
Bernhard (1978):
AUMENTO
E n el tribunal de distrito de Wels, una mujer condenada anteriormente veinticuatro veces, que el presidente del tribunal calificó
nada más abrir su por ahora último proceso, como escribe el periódico de Wels, de ladrona veterana bien conocida del tribunal, y que
estaba acusada entonces del hurto de unos impertinentes para ella
totalmente inútiles, que robó a una aficionada a la ópera recientemente fallecida, la cual, sin embargo, desde hacía muchos años no
podía andar y, por esta razón, no utilizaba los impertinentes y, realmente, los había olvidado ya, como se reveló durante el proceso,
consiguió aumentar su pena de prisión, fijada sólo en tres meses, en
otros seis meses, al dar, inmediatamente después de la lectura de la
sentencia por el presidente del tribunal, una bofetada precisamente
al presidente. Ella había esperado por lo menos nueve meses de cárcel, porque no soportaba más la libertad, declaró.
Casi basta c o n u n a o r a c i ó n d e unas 1 3 0 palabras para explicar
una historia bastante completa. E s t a p r i m e r a frase c o n t i e n e nueve o
diez incisos largos, m a r c a d o s c o n puntuación, más otros c o m p l e m e n t o s sin m a r c a r . M á s d e una vez un inciso breve se inserta dent r o d e o t r o m a y o r , construyendo una estructura sintáctica que par e c e un castillo d e naipes en el aire, p o r su complejidad y fragilidad.
Si ya es difícil conseguir una prosa fluida c o n oraciones cortas,
imagina qué puede pasar c u a n d o p r e t e n d e m o s escribir períodos largos y complejos c o m o el anterior. L o s incisos deben introducirse e n
el m o m e n t o o p o r t u n o , la puntuación tiene que m a r c a r c o n claridad
todos los giros sintácticos, las anáforas deben cohesionarse gramatic a l m e n t e , e t c . ¡ E s t a n fácil que un p e q u e ñ o detalle haga tropezar al
lector y le haga perder el hilo sintáctico! U n autor tristemente fam o s o p o r este m o t i v o es Alfons d e L a m a r t i n e , el r o m á n t i c o francés
del siglo X I X que —según explica el estudioso de la legibilidad F . R i chaudeau, también francés—, e n sus embrolladas o r a c i o n e s , el v e r b o
del final a veces n o c o n c u e r d a c o n el sujeto del inicio, separado por
numerosos incisos, y ni el m i s m o a u t o r —¡que suponemos que debía
releerlo!— ni sus c o r r e c t o r e s se dieron c u e n t a de este e r r o r en la prim e r a edición d e sus obras; d e m a n e r a que, s a r d ó n i c a m e n t e , el t é r -
138
m i n o lamartinismo
- c o n t i n ú a Richaudeau— ha pasado a designar e n
francés este e r r o r gramatical (que e n español —me p e r m i t o añadir
yo e n t r e p a r é n t e s i s - d e n o m i n a m o s solecismo o silepsis, tal c o m o
h e m o s visto [pág. 122]).
¡Ufl ¡ Q u é frase! ¡Descansa un p o c o , antes de empezar! E n este
p r i m e r juego sintáctico, hay que e n g o r d a r los c o m p o n e n t e s d e una
frase simple, c o n todo tipo d e c o m p l e m e n t o s escogidos
libremente,
hasta construir una o r a c i ó n larga y compleja. N o v a l e utilizar p u n tos y seguido ni puntos y c o m a , o abusar d e los paréntesis. Si puedes
redactar una o r a c i ó n c o n un solo v e r b o principal, t e n d r á m á s m é rito todavía. D e este m o d o , a partir d e El loro picó a la abuela
se
puede elaborar la siguiente historia:
E L LORO
verde
que me regaló un
amigo
charlatán
que sólo come pipas
tropical
rabioso
PICÓ
tres veces
por sorpresa
en el comedor
lunes por la mañana
desde dentro de la
jaula
A LA ABUELA
octogenaria
dormilona
que se llama Teresina
desdentada
que siempre se queja
porque le quitaba las
pipas al loro
H e aquí una propuesta:
E l lunes p o r la m a ñ a n a , e n el c o m e d o r y desde d e n t r o d e su
jaula, el verde, tropical, rabioso y c h a r l a t á n l o r o q u e m e regaló
un amigo y que sólo c o m e pipas p i c ó tres veces a la o c t o g e n a r i a ,
desdentada y d o r m i l o n a abuela T e r e s i n a , que siempre se queja,
porque le quitaba las pipas.
L e e la frase y c o m p r u e b a si se resigue sin t e n e r que detenerse ni
volver atrás. Si es así, el ejemplo funciona. Si no, es que algo falla:
alguna c o m a o algún inciso están m a l encajados.
Para redactar este tipo de frases d e b e m o s r e c o r d a r algunos c o n sejos básicos:
• L o s circunstanciales de t i e m p o y d e lugar, sobre t o d o si son c o r tos, pueden ir al principio d e la frase para descargar el
final.
139
• H a y que juntar los adjetivos y ordenarlos c o n criterios s e m á n ticos. Se pueden a n t e p o n e r al sustantivo y dejar la p a r t e de
atrás para las relativas adjetivas, que son m á s largas.
• H a y que o r d e n a r los c o m p l e m e n t o s desde el p u n t o d e vista de
la c o m p r e n s i ó n del lector. V a l e la p e n a dejar los m á s largos al
final.
Y si ya has conseguido u n a o r a c i ó n bien construida t e p r o p o n g o
el juego inverso, que consiste en d e s m o n t a r y m o n t a r el artificio,
c o n frases distintas. A h o r a tienes que t r a n s f o r m a r la frase compleja
en un p e q u e ñ o f r a g m e n t o n a r r a t i v o d e o r a c i o n e s cortas y ágiles.
E l lunes p o r la m a ñ a n a el l o r o p i c ó a la abuela Teresina. E s
un l o r o v e r d e , tropical, rabioso y c h a r l a t á n q u e m e regaló un
amigo. Sólo c o m e pipas y aquel día la abuela se las quitaba. E n
el c o m e d o r , desde d e n t r o d e su jaula, la bestia le p i c ó tres veces.
L a abuela T e r e s i n a , o c t o g e n a r i a , desdentada y d o r m i l o n a , que
siempre protesta, aquel día se q u e d ó perpleja.
C R E A T I V I D A D SINTÁCTICA
U n buen c o c i n e r o sabe preparar el b a c a l a o c o n recetas variadas
y una violinista puede t o c a r la m i s m a p a r t i t u r a c o n variaciones infinitas. N o s o t r o s , ¿de cuántas m a n e r a s diferentes p o d e m o s escribir el
m i s m o mensaje? ¿Somos c a p a c e s d e d e c i r lo m i s m o c o n otras palabras, c o n frases nuevas, c o n estilos y t o n o s r e n o v a d o s ? Q u i e n puede
decir lo m i s m o c o n otras palabras es libre d e e s c o g e r las q u e más le
gusten para c a d a ocasión, p e r o a quien le cuesta trabajo t e r m i n a r
u n a ú n i c a v e r s i ó n acaba siendo e s c l a v o d e sus limitaciones expresivas y t e r m i n a repitiendo tics y vicios personales.
E l t e r c e r juego consiste e n escribir infinitas frases c o n la m i s m a
i n f o r m a c i ó n , sin modificarla sustancialmente. P o r ejemplo, a partir
de un original c o m o :
D u r a n t e los p r i m e r o s años, el Festival d e C i n e de
Donosti
servía d e plataforma de l a n z a m i e n t o del c i n e español m á s subvencionado y acomodado.
140
¿Cuántas variaciones, siempre diferentes, puedes h a c e r d e este
fragmento? E x p l o r a tu capacidad creativa. Así:
FRASE
TIPO D E VARIACIÓN
1. ¿No es cierto que, durante los
primeros años, el Festival de Cine
de Donosti servía de plataforma de
lanzamiento del cine español más
subvencionado y acomodado?
Modalidad: afirmativa, interrogativa, exclamativa...
2. E n su inicio el certamen cinematográfico vasco era el escaparate
de las producciones hispánicas más
oficiales.
Sinónimos.
3. Servía de plataforma de lanzamiento, en los primeros años, del
cine español más subvencionado y
acomodado, el Festival de Cine de
Donosti.
Forzando el orden de las palabras
hasta el límite.
4. Las películas españolas más ricas se lanzaban en el Festival de
Cine de Donosti, en sus primeros
años.
Cambios sintácticos con implicaciones significativas. Los complementos hacen de sujeto y viceversa: varía el punto de vista.
5. Promocionar la industria cinematográfica oficial española era
una de las utilidades del Festival
de Cine de Donosti en su inicio.
Cambios sintácticos.
6. Al principio el «show» de Donosti enjabonaba y vendía las pelis
españolas más enchufadas.
¡Caída repentina de registro!
7. E n su inicio el Festival de Donosti apadrinaba al cine español.
Los filmes más beneficiados fueron los que recibían más subvención. E n años posteriores varió el
enfoque del certamen.
Multiplicación de la frase en tres,
añadiendo puntos y seguido.
141
8. Actualmente, el Festival de Donosti ya no hace tanta propaganda
del cine español oficial.
Pequeñas variaciones en la información explicando lo que era implícito.
9. E n aquellos años el cine español
sólo contaba con el trampolín del
Festival de San Sebastián para hacerse un sitio en el mercado internacional.
Variaciones de significado.
¡ Y así hasta el infinito! Y aún p o d e m o s h a c e r otras modificaciones más atrevidas: introducir v o c e s y personajes en la frase, transformarla en distintos tipos de t e x t o (telegrama, instancia, p o e m a . . . ) ,
utilizar tipografías diferentes, c a m b i a r el t o n o , el h u m o r , introducir
ironía o ambigüedades, buscar a n t ó n i m o s , etc. C u a n t o más rica sea
la capacidad de r e h a c e r la frase c o n nuevas ideas, más fácil será r e d a c t a r y más creativa será la escritura.
M O D E L A R L A INFORMACIÓN
L a s dos últimas frases nos i n t r o d u c e n en un capítulo nuevo: la
manipulación de la información. A q u í manipular
significa trabajar
los datos: desarrollarlos, ampliarlos, c o m p r i m i r l o s , c a m b i a r el p u n t o
de vista, e t c . U n a simple variación estilística r e t o c a inevitablemente
algún matiz del sentido. D e este m o d o , ninguna d e las n u e v e frases
anteriores dice e x a c t a m e n t e lo m i s m o , o tiene las mismas presuposiciones o implicaciones discursivas. P e r o c u a n d o la modificación
tiene
finalidades
ideológicas, se c o n v i e r t e en una tergiversación
premeditada e interesada del c o n t e n i d o .
L o s mejores maestros en el arte de estirar, encoger y retocar la información son los periodistas. L o s locutores de radio, por ejemplo,
son capaces d e hablar durante c i n c o minutos sobre una noticia que
quizá sólo ocupa dos o tres frases; p e r o también pueden decir m u c h o
c o n el m í n i m o n ú m e r o de palabras posible, si el t i e m p o apremia. P a rafrasean, hacen circunloquios, r e t o m a n los mismos datos c o n palabras distintas, mencionan las circunstancias, las valoran desde puntos
de vista c o m u n e s . . . ¡ Y lo más asombroso de t o d o es que tú, oyente, n o
tienes la sensación de que están repitiendo lo mismo!
142
¿ T o m a d u r a d e pelo? ¿Habilidad c o m u n i c a t i v a ? U n
poco
de
todo. E l último juego del capítulo consiste e n jugar de esta m a n e r a :
alargar las veintidós palabras anteriores hasta el m á x i m o posible y
reducirlas, también hasta el m í n i m o . ¡Venga! A v e r si puedes super a r las 1 3 0 palabras de este rollo:
E l Festival de Cine de Donosti ha servido de promoción internacional del cine español. Especialmente en los primeros años del certamen, las producciones españolas se exhibían y esperaban poder lanzarse en el extranjero a partir del Festival. Las películas que siempre se
presentaban eran las que recibían más ayudas institucionales, es decir,
las más oficiales y subvencionadas. E n los últimos años este planteamiento ha cambiado y ahora el Festival ha dejado de ser una plataforma tan descarada de publicidad. Los filmes más marginales o que
no han recibido tanto dinero de los organismos públicos también pueden presentarse al Festival. Y también hay otros concursos y encuentros de cinefilos en los que se pueden presentar las nuevas obras cinematográficas españolas. No hace falta recurrir siempre a Donosti, esta
conocida ciudad v a s c a Al revés, p o d e m o s prescindir de la mitad d e las palabras originales e n la versión reducida (trece palabras):
Al principio el Festival de Donosti hacía publicidad de los filmes
españoles subvencionados.
L a capacidad d e atomizar o c o m p r i m i r información está adquiriendo i m p o r t a n c i a a causa de las limitaciones
espacio-temporales
q u e c a d a vez c o n m á s frecuencia a c o m p a ñ a n a un t e x t o escrito.
T a n t o periodistas c o m o congresistas, autores d e cartas al p e r i ó d i c o ,
de informes técnicos o de e x á m e n e s tienen que a d e c u a r sus m e n s a jes a un n ú m e r o d e t e r m i n a d o de líneas, d e palabras o d e minutos.
¡ E l t i e m p o y el espacio cuestan dinero! L a escritura debe a p r e n d e r a
convivir con esas limitaciones.
143
10. N U E V E R E G L A S P A R A E S C O G E R P A L A B R A S
La diferencia entre la palabra acertada y la palabra
casi acertada es la que hay entre la luz de un rayo y una
luciérnaga.
MARK TWAIN
E l siguiente plato c o n t i e n e n u e v e reglas más c o m o las d e la frase,
ahora sobre selección léxica. L a c a r n e teórica se g u a r n e c e c o n ejemplos
variados, listas y ejercicios c o m e n t a d o s para el lector hambriento.
L A S REGLAS
1. N o repetir
L a repetición reiterada de una palabra de significado
pleno
( n o m b r e , v e r b o , adjetivo o adverbio) e n un período b r e v e p r o v o c a
m o n o t o n í a y aburrimiento. N o importa que sea una palabra bonita,
c o r t a , básica (es, tiene,
punto...)
o la central de un t e m a ; o que la
causa de la repetición sea una anáfora, la especificidad del t é r m i n o
usado o la dificultad d e e n c o n t r a r sinónimos. L o s efectos pernicio­
sos son los mismos y n o se excusa de ningún m o d o . E j e m p l o :
REFLEXOLOGÍA PODAL
En muchas partes del cuerpo como
son las manos, las orejas o los pies,
están representados todos los órga­
nos y partes del cuerpo. Incidiendo
sobre estas zonas se pueden crear ar­
cos reflejos que actúen directamente
sobre cualquier órgano del cuerpo y
que solucionen cualquier anomalía
que exista. [Al]
144
E n las manos, las orejas o los pies, se
representan todos los órganos del
cuerpo. Incidiendo sobre estas zo­
nas se pueden crear arcos reflejos
que actúen directamente sobre cual­
quier punto del organismo y que so­
lucionen la anomalía que exista.
L a preceptiva escolar d e redacción consideraba una falta repetir
la m i s m a palabra en sólo c i n c o o seis líneas y ordenaba sustituirla
p o r p r o n o m b r e s , sinónimos, un circunloquio o una elipsis. N o c r e o
que p o d a m o s dar p o r buena y universal una restricción tan severa,
pero sí que hay que andar c o n pies de p l o m o e n t o d o m o m e n t o
[pág. 1 3 2 ] .
2. Evitar las muletillas
A nivel de expresiones, el h e c h o de repetir a m e n u d o algunas
palabras actúa de alguna m a n e r a c o m o un p r o c e s o d e fijación d e
auténticas muletillas o clichés lingüísticos. P e r s o n a l m e n t e , pienso
que se pueden utilizar de entrada en función de llenar vacíos, a raíz
de articular una frase coja - y , también, e v i d e n t e m e n t e , en base a la
m o d a verbal del momento—, p e r o e n cualquier caso se abusa d e
ellas sin m o t i v o en el a c t o d e repetirlas. P a r a empezar, h e aquí las
principales ( c o m o m í n i m o las que llevan asterisco n o se consideran
c o m o m u y correctas).
¿ Q u é ha pasado? ¿ P o r qué es tan c o m p l i c a d o , lo anterior? ¡ A c e i taste!: está infectado de muletillas. Repásalo. ¿Cuántas has descubierto? Subráyalas. Aquí tienes el m i s m o párrafo limpio d e clichés y
vicios:
A menudo algunas expresiones actúan como auténticas
muletillas o clichés lingüísticos.
Se pueden
utilizar para llenar vacíos o
articular
una frase coja —¡y también para estar a la moda
verbal!—, pero demasiadas
veces se abusa de ellas sin motivo.
He
aquí las principales
(las que llevan asterisco no se consideran
correctas):
*a nivel de
*a raíz de
a través de
*bajo el punto de vista
como muy
como mínimo
de alguna manera
en cualquier caso
*en función de
es evidente
evidentemente
de cara a
de entrada
para empezar
145
el acto de
el proceso de
el hecho de que
*en base a
personalmente
pienso que
quiero decir que
L a lista podría ampliarse c o n c o m o d i n e s , palabras abstractas
[ver más adelante] o expresiones innecesarias. E n general, aportan
p o c o o nulo significado, r e c a r g a n la sintaxis y t e r m i n a n c o n v i r t i é n ­
dose e n tics repetitivos. D a n una falsa categoría «culta» a la prosa y
e n c i m a , c o m o decía, puede p a r e c e r que están de m o d a o que «que­
dan bien». V e a m o s dos ejemplos, una r e d a c c i ó n d e un aprendiz y el
párrafo central de una carta q u e la dirección de una revista envía a
sus lectores:
Un tema por el cual estoy intere­
sada es el relacionado con los efec­
tos que provoca la droga a nivel
deportivo. [Al]
Estoy interesada en los efectos que
provoca la droga en el deporte.
Con la intención de dar respuesta a
la gran acogida que ha tenido el
boletín y con el fin de atender a la
creciente demanda, hemos ini­
ciado una nueva etapa con la «Re­
vista de CIFA» con el fin de abrir
nuevas páginas tanto a nuevas pro­
puestas temáticas como a nuevos
colaboradores. Es por este motivo
que hemos preparado un proceso
de suscripción a la revista que nos
permitirá, tal como se nos pedía
últimamente, profundizar en aque­
llas temáticas más actuales, de la
Tal como se nos pedía, «Revista de
CIFA» inicia otra etapa, con más
páginas, y temas y colaboradores
nuevos, con el fin de poder aten­
der a la gran acogida que ha te­
nido. Para poder conseguirlo, nos
hemos visto obligados a pedir una
suscripción formal a la revista...
mano de~Jersonas que estén impli­
cadas en ellos desde todas las pers­
pectivas... [CIFA]
E s t e ú l t i m o ejemplo podría figurar e n una antología del dispa­
rate léxico. H a y un p o c o de todo: muletillas (con el fin de, un pro­
ceso de, por este motivo, e t c . ) , c o m o d i n e s (proceso, propuesta
temá146
tica), repeticiones léxicas (nuevas, temáticas, atender/dar respuesta),
redundancias (de la mano de personas que estén implicadas en ellos
desde todas las perspectivas...).
dad:
M i versión mejorada n o t i e n e pie­
suprime lo v a c í o , r e m u e v e lo c a ó t i c o y destaca l o q u e estaba
escondido e n el original.
3. Eliminar los comodines
Si el c o m o d í n es la carta q u e encaja e n cualquier juego, la pala­
bra-comodín es aquel n o m b r e , v e r b o o adjetivo, d e sentido bastante
g e n é r i c o , que utilizamos c u a n d o n o se n o s o c u r r e o t r a palabra m á s
específica. Son palabras c o m o d í n las q u e sirven para t o d o , q u e se
pueden utilizar siempre, p e r o q u e precisan p o c o o n a d a el signifi­
c a d o d e la frase. Si se abusa d e ellas, e m p o b r e c e n la prosa y la v a ­
cían d e contenido. Ejemplo:
Nombres: aspecto, cosa, elemento, hecho, información, problema,
tema...
Verbos: decir, hacer, poner, tener...
Adjetivos: bueno, interesante, positivo...
Lo mejor desde el punto de vista
de la escultura ha sido la cantidad
de esculturas que se han colocado
en Barcelona, cuya obra más inte­
resante ha sido «La caja de ceri­
llas», y las excelentes esculturas
que se han colocado en Vic con
motivo del 92: todas ellas muy in­
teresantes. [Ausona, 31-12-92]
La insipidez de la frase está provocada
por la abundancia de repeticiones (la
tripleta de escultura/s y el doblete de
colocado), además del doble comodín
interesante, que no aporta ningún
matiz significativo al texto. Algunos
posibles sustitutos son, respectiva­
mente: obras, tallas,figuras...;situa­
das, instaladas, ubicadas, emplaza­
das...; sugerentes, apreciables, conse­
guidas, innovadoras...
V e a m o s a h o r a c ó m o un m i s m o c o m o d í n tiene valores m u y distin­
tos según el c o n t e x t o :
PROBLEMAS
La problemática del racismo eneabeza todos los periódicos.
SOLUCIONES
incremento, radicalización, expansión...
147
Se han planteado problemas de tesorerla en la empresa.
• dificultades, carencias, limitaciones...
El problema de la escasez de lluvias son las restricciones en el suministro de agua.
• consecuencia,
efectos...
Han modificado las disposiciones
más problemáticas de la ley.
• discutibles, controvertidas, criticadas...
inconveniente,
A d e m á s d e los c o m o d i n e s profesionales, cualquier palabra g e n é rica puede sustituir o c a s i o n a l m e n t e a otra más c o n c r e t a . L a escritura
de los niños, adolescentes, y t a m b i é n d e bastantes adultos, se c a r a c t e riza a m e n u d o p o r el amplio uso d e hiperónimos, d e vocabulario básico y de palabras que tienen c o r r e s p o n d e n c i a formal c o n otra lengua
de c o n t a c t o (interferencias léxicas y semánticas), mientras que los
términos m á s específicos, más cultos o sin equivalencia e n la otra
lengua pierden vitalidad. Ejemplos:
Subió al árbol para ver el nido de
pájaros.
Trepó a la encina para ver el nido
de gorriones-
No encontraba esponsor para el
mtting.
No encontraba patrocinador para el
encuentro.
E l ruido
cupaba.
La refregadura del
nos inquietaba.
del
aparato nos
preo-
limpiaparabrisas
Natalie G o l b e r g ( 1 9 9 0 ) dice al respecto: «Sed precisos. N o digáis
fruto.
Especificad de qué fruto se trata. Es una granada.
D a d a las c o -
sas la dignidad de su propio n o m b r e . »
4. Preferir palabras concretas a palabras abstractas
L a s palabras c o n c r e t a s se refieren a objetos o sujetos tangibles;
el lector las puede descifrar fácilmente porque se h a c e una clara
imagen d e ellas asociándolas a la realidad. E n c a m b i o , las palabras
148
abstractas designan conceptos o cualidades m á s difusos y suelen
abarcar un n ú m e r o m a y o r d e acepciones. E l lector necesita más
t i e m p o y esfuerzo para c a p t a r su sentido: n o hay referentes reales
y hay que escoger una acepción apropiada e n t r e las diversas p o sibles.
V a m o s a analizar un ejemplo c o n detalle. L e e el siguiente titular
y responde a las preguntas de la derecha:
LOS UNIVERSITARIOS
P L A N T E A R Á N A LOS
CANDIDATOS PUNTOS Q U E
D E B E N ASUMIR
¿Qué tipo de puntos? ¿Se refiere a
propuestas o peticiones? ¿Quizás a
cuestiones, a discrepancias, a ejercicios o notas? ¿ Y cómo se pueden
asumir los puntos? Además, ¿a qué
tipo de candidatos se refiere? ¿A
qué optan?
¡ E s un titular demasiado ambiguo! U n a d e las dificultades principales reside en el significado d e puntos. A l tratarse de u n v o c a b l o
polisémico y bastante genérico, e n t r a n en juego m u c h a s a c e p c i o n e s
( 3 5 según el D R A E , sin c o n t a r sentidos figurados ni expresiones).
Fíjate e n este esquema (sólo incluye las más habituales):
puntos
puntada
señal
circular
en una
tela
3
1
signo de
puntuación
1
pico de
pluma
2
de
sutura
(cirugía)
4
referencia
de
ganchillo
5
valoración
10
parte de
un asunto
medida
nota
11
cifra
12
i —
espacial temporal
sitio, posición estado momento,
lugar cardinal en un instante
6
7
proceso
9
apartado,
capítulo,
pasaje
13
fin,
objetivo,
motivo
I
asunto,
cuestión,
aspecto
16
petición,
idea
reivindicación principal
14
15
149
¿Cuál d e estos significados es el a d e c u a d o p a r a el titular a n t e rior? E l c o n t e x t o (el resto d e palabras, la frase, nuestros c o n o c i mientos previos) n o ofrece suficientes pistas para e s c o g e r u n a de las
m u c h a s posibilidades. E l l e c t o r sólo p u e d e leer y r e l e e r a t e n t a m e n t e
el título, reflexionar unos segundos al r e s p e c t o y c o n s t r u i r u n a hipótesis d e significado muy g e n é r i c a o arriesgada. O b v i a m e n t e , éste
n o p u e d e ser el p r o c e d i m i e n t o habitual d e lectura —¡y todavía m e nos en un periódico!—. L o s titulares deben bastar p a r a d a r al inst a n t e u n a idea esquemática p e r o c o n c r e t a del h e c h o .
E n la práctica, el desarrollo c o m p l e t o de la noticia aclara el significado preciso d e
puntos:
Los representantes de los alumnos de la Universidad de La Rioja (UR) en
el Claustro Constituyente han elaborado de forma conjunta una serie de
puntos reivindicativos que plantearán a los dos candidatos a rector, Carmelo Cunchillos y Urbano Espinoza, y que serán «innegociables» según un
representante estudiantil. [La Voz, 15-4-94]
Se trata, pues, d e la a c e p c i ó n n ú m e r o 1 4 del esquema anterior. E l
titular resultaría m u c h o más a u t ó n o m o y comprensible si i n c o r p o r a r a
la expresión m á s c o n c r e t a :
Reivindicaciones resulta mucho más
comprensible que puntos; el adjetivo innegociables formula de manera más concreta la idea de que deben asumir, y la especificación a
rector aclara el tipo de candidatos a
que nos referimos.
LOS UNIVERSITARIOS
PLANTEARÁN
REIVINDICACIONES
I N N E G O C I A B L E S A LOS
CANDIDATOS A R E C T O R
C o n el m i s m o n ú m e r o d e diez palabras se consigue u n a c o m u n i c a c i ó n m u c h o m á s eficaz. V e a m o s o t r o ejemplo:
E l principal factor de desarrollo de
la ciudad de Reus fue el sector indusMal. [ND, 17-1-93]
L a c o n c r e c i ó n d e industria
E l principal motor de desarrollo de
Reus fue la industria.
o incluso la metáfora de motor resultan
más expresivos que los abstractos sector
150
industrial
y
factor.
5. Preferir palabras cortas y sencillas
A veces la lengua nos p e r m i t e escoger e n t r e u n a palabra usual o
u n a equivalencia culta, más extraña. L a palabra c o r r i e n t e es a m e n u d o más c o r t a y ágil y facilita la lectura del t e x t o . ( D e b e m o s r e c o r dar q u e las palabras m á s frecuentes y simples de la lengua suelen ser
las m á s cortas [ver pág. 2 1 ] . ) H e aquí algunos ejemplos d e dobletes,
en los que es preferible la f o r m a d e la d e r e c h a (el asterisco m a r c a
los vocablos que n o a p a r e c e n e n el D R A E p e r o que se usan a
menudo):
aproximativo
concomitancia
concretizar
diferenciar
disminución
ejemplificar
entregar
explosionar
finalizar
hacer evitación
inclusive
influenciar
lentificar
realizar
parágrafo
*periodificar
profundizar
*receptivizar
utilización
*vehiculizar
visionar
aproximado
semejanza, parecido
concretar
distinguir
baja, merma
dar ejemplo
dar
explotar
concluir, terminar
evitar
incluso (adv.)
influir
hacer lento, retrasar
hacer
párrafo
*periodizar
ahondar
recibir
uso
•"vehicular
ver
También es preferible evitar arcaísmos como antaño, ergo, al
pronto, tengo de, su padre de usted, en verdad, etc., q u e n o se oyen
ni se leen demasiado. C o n ellos la prosa adquiere un t o n o vetusto y
anticuado.
¿ Q u é palabras utilizas más a m e n u d o e n tus textos? ¿ L a s d e la izquierda o las d e la d e r e c h a ? ¿Las viejas o las actuales? A m b a s listas
son orientativas; quizás las podrías a m p l i a r c o n o t r o s dobletes; el
151
idioma es r i c o en palabras, e n llanezas y e n complicaciones. R e ­
cuerda siempre lo que dijo el maestro: «Aquí alzó otra v e z la voz
m a e s e P e d r o , y dijo: "Llaneza, m u c h a c h o ; n o te e n c u m b r e s , que
toda afectación es mala."» (El Quijote,
II, X X V I )
6. Preferir las formas más populares
L a lengua t a m b i é n nos ofrece dos formas posibles e n algunos as­
pectos de fonética, ortografía o morfosintaxis. E n las siguientes pa­
rejas, la solución de la d e r e c h a , más llana y popular, también resulta
m á s recomendable:
septiembre
transcendente
substantivo
E l hotel de Venecia en el cual nos
hospedamos era limpio y barato.
El Roses se coloca a sólo tres pun­
tos del líder, el Vic, al cual visitara el próximo domingo. [HN,
26-1-93]
setiembre
trascendente
sustantivo
...donde nos hospedamos...
...el Vic, antes de visitarlo...
7. Evitar los verbos predicativos
L o s verbos ser y estar recargan innecesariamente la frase. L o s
verbos de predicación c o m p l e t a son m á s enérgicos y claros. O t r o s
verbos débiles que a veces p o d e m o s sustituir son hacer,
parecer,
llegar
a y
El gobierno es el director de la politica monetaria y el inspector de
las instituciones
financieras.
152
encontrar,
haber.
E l gobierno dirige la política monetaria e inspecciona las instituciones financieras.
Las palabras largas hacen la frase
cargada y complicada.
Las palabras largas cargan y com­
plican la frase.
El espectáculo tiene una duración
aproximada de 50 minutos. [DdA,
17-1-93]
El espectáculo dura aproximada­
mente 50 minutos.
La vitalidad cultural se encuentra
estancada a causa de la crisis eco­
nómica.
La vitalidad cultural se ha estan­
cado a causa de la crisis económica.
Ha habido un incremento en la
oferta privada de cursos de forma­
ción desde que aumentó el paro.
La oferta privada de cursos de for­
mación se ha incrementado desde
que aumentó el paro.
8. T e n e r c u i d a d o c o n l o s a d v e r b i o s e n
-mente
L o s adverbios d e m o d o terminados e n -mente
particularidades:
poseen algunas
• Son propios de registros formales. E l estilo coloquial prefiere
los adverbios más vivos y breves. P o r ejemplo:
• actualmente, modernamente, contemporáneamente: hoy, ahora,
hoy en día
• antiguamente, anteriormente: antes
• claramente: de manera clara, con claridad
• completamente, definitivamente, totalmente, plenamente, Integra­
mente, absolutamente: del todo, por entero
• especialmente, esencialmente, fundamentalmente, principalmente:
sobre todo
• excesivamente: demasiado, mucho
• finalmente: al final, para terminar
• frecuentemente: a menudo, muchas veces
• gratuitamente: gratis
• indudablemente: sin duda
• inicialmente: al principio, de entrada
• lentamente: poco a poco
• literalmente: al pie de la letra, palabra por palabra
• obligatoriamente, necesariamente: a la fuerza
153
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
obviamente, naturalmente, evidentemente: claro que
periódicamente: a menudo, de vez en cuando
permanentemente: siempre
posiblemente, probablemente: quizá
posteriormente, seguidamente: después, ahora, a continuación
provisionalmente, momentáneamente, eventualmente: de momento
próximamente: pronto
rápidamente, velozmente: deprisa, corriendo
recientemente, últimamente: hace poco
sensiblemente, notablemente: bastante
súbitamente: de pronto, de repente, de golpe
suficientemente: bastante, suficiente
únicamente, solamente, exclusivamente: solo, nada más
[Coramina, 1 9 9 1 ]
• Si se abusa d e los adverbios e n -mente,
se recarga la prosa y se
h a c e pesada, p o r q u e son palabras largas. E n t o d o c a s o , se pueden
sustituir p o r las equivalencias anteriores.
• E s aconsejable evitar el t i c d e iniciar un t e x t o o u n a unidad textual m a y o r (apartado, página) c o n un adverbio de este tipo, e x c e p t o c u a n d o su función sea la de m a r c a d o r textual. E j e m p l o e n
un inicio d e párrafo:
Posiblemente es la frase que mejor
define la visión presente y la voluntad de futuro.
Es la frase que posiblemente define
mejor la visión presente y la voluntad de futuro.
• Puesto q u e todos ellos tienen la m i s m a t e r m i n a c i ó n -mente
provo-
c a n cacofonías q u e c o n v i e n e evitar, [pág. 1 3 1 ]
9. M a r c a d o r e s t e x t u a l e s
Señalan los accidentes de la prosa: la estructura, las c o n e x i o n e s e n tre frases, la función de un fragmento, e t c . T i e n e n f o r m a d e conjunciones, adverbios, locuciones conjuntivas o incluso sintagmas, y son útiles
para ayudar al lector a c o m p r e n d e r el t e x t o [págs. 8 4 y 2 2 4 ] . L a siguiente muestra es u n a m a c e d o n i a extraída d e Marshek ( 1 9 7 5 ) , F l o w e r ( 1 9 8 9 ) , Cassany ( 1 9 9 1 ) , «la Caixa» ( 1 9 9 1 ) y Castellá ( 1 9 9 2 ) . P o r
supuesto, es forzosamente orientativa, funcional e incompleta:
154
MARCADORES
TEXTUALES
P A R A E S T R U C T U R A R E L T E X T O . Afectan a un fragmento relativamente
e x t e n s o del t e x t o (párrafo, apartado, grupo d e oraciones...). Sirven p a r a
establecer o r d e n y relaciones significativas
e n t r e frases:
• Introducir el tema del texto
el objetivo principal de
nos proponemos exponer
este texto trata de
nos dirigimos a usted para
• Iniciar un tema nuevo
con respecto a
por lo que se refiere a
otro punto es
en cuanto a
sobre
el siguiente punto
trata de
en relación con
acerca de
• Marcar orden
1°
2°
3
4
o
o
en
en
en
en
primer lugar
segundo lugar
tercer lugar
cuarto lugar
primero
segundo
tercero
cuarto
en último lugar
en último término
primeramente
finalmente
de entrada
ante todo
antes que nada
para empezar
luego
después
además
al final
para terminar
como colofón
• Distinguir
por un lado
por una parte
en cambio
por otro
por otra
sin embargo
ahora bien
no obstante
por el contrario
• Continuar sobre el mismo punto
además
después
a continuación
luego
asimismo
así pues
• Hacer hincapié
es decir
en otras palabras
dicho de otra manera
como se ha dicho
vale la pena decir
hay que hacer notar o sea
lo más importante
esto es
la idea central es
en efecto
hay que destacar
hay que tener en cuenta
155
• Detallar
en particular
en el caso de
a saber
como botón de muestra
como, por ejemplo,
baste, como muestra,
así
en resumen
brevemente
resumiendo
recapitulando
en pocas palabras
globalmente
recogiendo lo más
importante
en conjunto
sucintamente
para finalizar
finalmente
así pues
en definitiva
al mismo tiempo
simultáneamente
en el mismo
momento
entonces
después
más tarde
más adelante
a continuación
acto seguido
por ejemplo
p. ej.
cfr.
verbigracia
• Resumir
• Acabar
en conclusión
para concluir
• Indicar tiempo
antes
ahora mismo
anteriormente
poco antes
• Indicar espacio
arriba/abajo
derecha/izquierda
más arriba/más abajo en medio/en el
centro
delante/detrás
cerca/lejos
encima/debajo
al centro/a los lados
dentro y fuera
en el interior/en el
exterior
de c a r a / d e espaldas
P A R A E S T R U C T U R A R LAS IDEAS. Afectan a fragmentos más breves de
t e x t o (oraciones, frases...) y c o n e c t a n las ideas e n t r e sí e n el interior de la
oración. S o n las conjunciones d e la g r a m á t i c a tradicional.
• Indicar causa
porque
ya que
visto que
puesto que
a causa de
gracias a/que
por razón de por culpa de
con motivo de
156
pues
como
a fuerza de
dado que
considerando que
teniendo en cuenta
que
• Indicar consecuencia
en consecuencia
por tanto
de modo que
a consecuencia de así que
por lo cual
por consiguiente
consiguientemente razón por la cual
por esto
pues
conque
• Indicar condición
a condición de/que
en caso de/que
si
siempre que
siempre y cuando
con solo (que)
en caso de {que)
con tal de (que)
a fin de (que)
con el fin de (que)
con el objetivo de
a fin y efecto de
<que)
con la finalidad de
Indicar finalidad
para (que)
en vistas a
con miras a
• Indicar oposición (adversativas)
en cambio
antes bien
no obstante
ahora bien
por contra
con todo
por el contrario
sin embargo
de todas maneras
• Para indicar objeción (concesivas)
aunque
si bien
a pesar de (que) por más que
aun + (gerund.)
con todo
L o s m a r c a d o r e s textuales deben c o l o c a r s e e n las posiciones
im-
portantes del t e x t o (inicio d e párrafo o frase), para q u e el l e c t o r los
distinga d e un vistazo, incluso antes d e e m p e z a r a leer, y p u e d a h a cerse una idea d e la organización del t e x t o . N o hay q u e abusar d e
ellos porque pueden atiborrar la prosa y c o n v e r t i r s e e n cuñas. [ E n
las págs. 2 1 0 - 2 1 6 hay un buen ejemplo sobre su uso p a r a c o m p r o b a r
el efecto que p r o d u c e n e n a c c i ó n . ]
EJERCICIOS
E n las siguientes frases se han camuflado t o d o tipo d e c o m o d i nes, muletillas y demás expresiones indeseables. A v e r si eres c a p a z
de rectificarlas.
157
1. H e sabido a través de los medios d e c o m u n i c a c i ó n q u e su e m presa hará los actos en la delegación d e Málaga.
2. E l informe h e c h o p o r los t é c n i c o s dice, a nivel t e ó r i c o y p r á c t i c o , los diversos aspectos sociales y e c o n ó m i c o s q u e tiene la industria turística d e la zona.
3. E s evidente que se t e n d r á n q u e t o m a r medidas expeditivas e n
función d e los resultados del partido.
4. P e r s o n a l m e n t e , quisiera d e c i r q u e los responsables deben llegar a v a l o r a r lo interesante d e c a d a p r o y e c t o , en base a los objetivos propuestos y la información que se da.
5. E l alcalde se hizo responsable d e los e l e m e n t o s m á s i m p o r tantes d e la solicitud, e s p e c i a l m e n t e de los q u e la prensa h a est a d o v a l o r a n d o c o m o los m á s negativos.
Soluciones y comentarios:
1. U n a m u l e t a y un c o m o d í n :
H e sabido/a lumen difl los medios d e c o m u n i c a c i ó n que su
e m p r e s a fetHC¡flos actos en la delegación de Málaga.
.
158
r
2. B u e n ejemplo d e frase descafeinada p o r u n e x c e s o d e c o m o d i nes (hacer,
decir, problemas
y tener);
también está la muletilla a ni-
vel. C a m b i a n d o solamente esto:
E l i n f o r m e p o r los t é c n i c o s £ < g , ( a nivel t e ó r i c o y p r á c t i c o ^
los diversos ^ S J M ^ S sociales y económicos que
tria turística d e la zonaT**^
la
indus-
^
3. ¡Basta ya d e muletillas redundantes!
( l ^ i i i i i l i f P i l r T i]ñ\ i ^ e ^ é n d r á n ^ q u e t o m a r m e d i d a s
expeditivas
{cTl_ [üxtviAfí^Sef los resultados del partido.
4. H a y tres muletillas: personalmente,
quisiera decir y en base a;
dos comodines: interesante
y que se da (expresión q u e a d e m á s es
demasiado coloquial para la frase), y un v e r b o débil: llegar a. P o r
tanto:
Sa2i8(ig^nicStE,(c|¡SSB3w4««É0p}eJlos responsables deben
ÜSgsC
rftj
>f v a l o r a r l o interesanteide cada proyecto,fer>base a)los objetivos
infnrn-nrirtn (njjp^M
^jf***
^prnpnr-itrn y>Y ln
i*4
veniyaé
159
5. D o s verbos débiles: hizo responsable
dos c o m o d i n e s m u y claros: elementos
portante.
cialmente.
y ha estado
y negativos,
valorando,
y u n o dudoso: im-
Puestos a dudar, e n c o n t r a m o s también el adverbio
espe-
Resultado:
E l alcalde se!
tboio
d e la solicitud,FEjpeeialmonta|de los que la prensa h a ¿ 5 * « D $ v a W-ffir^^m? W
i i . "")', '' "y
r
Con mó¿ c/U^it&Hua.
L a s reglas sobre palabras son más frágiles que las de la frase,
p o r q u e d e p e n d e n todavía más del c o n t e x t o lingüístico en* q u e apar e c e c a d a vocablo. L o que p r o v o c a que u n a palabra sea p o c o adecuada, reiterativa o v a c í a es su situación c o n c r e t a : el tipo d e t e x t o ,
el t e m a , las palabras que p r e c e d e n y siguen, etc. Sería absurdo c o n d e n a r para siempre las palabras d e las listas anteriores. E s t a s reglas
apuntan los abusos e n los que se c a e más a m e n u d o y que, p o r lo
tanto, hay que c o n t r o l a r . P e r o también podríamos hallar ejemplos
en los q u e un problema,
un arriba
o un a través
cluso necesarios.
T e r m i n o c o n otra «chuleta» de consejos:
160
son precisos e in-
CINCO CONSEJOS P A R A E S C O G E R PALABRAS
1. E v i t a las repeticiones, las muletillas, los clichés y los c o m o d i nes. E n s u c i a n la prosa y la vacian de
significado.
2. Prefiere las palabras cortas a las largas, las sencillas a las c o m plicadas, las populares a las cultas, y las c o n c r e t a s a las abstractas.
U n vocabulario llano y v i v o ayuda a c o m p r e n d e r el t e x t o .
3. Sustituye los verbos ser o estar p o r palabras c o n m á s fuerza y
significado.
4. ¡Atención a los adverbios en -mente.'
prosa!
¡ Q u e n o invadan tu
5. Utiliza m a r c a d o r e s textuales para m o s t r a r la organización d e
tus ideas.
161
11. L A T E X T U R A E S C R I T A
El autor todavía no ha llegado a escribir una prosa que
no tenga forma de esponja.
GABRIEL FERRATER
Siempre p o n g o el ejemplo del collar de perlas para explicar la c o hesión textual. D e l m i s m o m o d o q u e u n a retahila de perlas n e c e sita un hilo e n su interior, las frases del escrito m a n t i e n e n múltiples lazos de unión, más o m e n o s evidentes: puntuación, conjunciones, p r o nombres, determinantes, parentescos léxicos y semánticos, relaciones
lógicas, etc. E l conjunto de esas c o n e x i o n e s establece una red de c o h e sión del t e x t o , la textura escondida del escrito, que le da unidad para p o d e r actuar c o m o mensaje c o m p l e t o y significativo.
U n o d e estos m e c a n i s m o s d e cohesión es la anáfora, la repetición
sistemática de un e l e m e n t o a lo largo del discurso. L a anáfora cose una
frase c o n la siguiente c o n p r o n o m b r e s , sinónimos y elipsis, d e forma
que da al conjunto un sentido c o n g r u e n t e . Supongamos que estamos
escribiendo la historia de un conejo y una zanahoria:
éstos aparecerán
f r e c u e n t e m e n t e en el t e x t o , bajo diferentes formas: animal,
mífero, él, 0 ; hortaliza,
vegetal,
alimento,
bestia,
ma-
ella, 0 . E l trabajo de la es-
critora y del escritor consiste e n camuflar las constantes repeticiones o
en ahorrarlas, si es posible, siempre q u e se garantice la c o n e x i ó n y la
comprensión. U n a h o r r o e x c e s i v o p r o v o c a vacíos d e significación y
d e s c o n c i e r t o , p e r o la reiteración sistemática de las mismas palabras
carga la n a r r a c i ó n y le quita vigor. A l final, la anáfora se c o n v i e r t e en
u n o de los dolores de cabeza m á s persistentes del autor.
EL
ANÁLISIS
P a r a m o s t r a r los problemas —y algunas soluciones— que afectan a
este aspecto de la redacción, analizaré un pequeño suceso reseñado en
162
El Correo Vasco, edición de La Rioja, del 15 de abril de 1994. Fíjate
la maraña de pronombres, elipsis, referencias y otr_as anáforas de un
texto de sólo doscientas palabras (sólo se marcan las tres anáforas
básicas):
l.
nmac:uWaV.J
2.
3. perpetrado en el establecimiento Benetton, de Gran Vía, el 27 de abril de 1991.
4.
previamente de acuerdo conlMartinaJ. Ari;enor de edad
xi
irrumpieron en el citado comercio con el ánimo de
6
algunas de las prendas que se hallaban en uno de los mostradores,
7. prendas que esta última escondió bajo la falda. Tal maniobra fue observada
8. por la propietaria, Paloma Martínez,
a Martina
9. comenzó a 0 zarandea 1
1 O Este momento, según declara probado la resolución dictada
or a Audiencia,
1 3. materializar inicialmente, al 0 ser retenida por la empleada del local, sí 0 logró
14 consumar 0 poco después al 0 retorcerle el dedo pulgar.
1 6. en el local hasta la llegada de la Policía.
Cada uno de los entramados (claro, semioscuro, oscuro) distingue
una anáfora. Las flechas unen las ocurrencias de un mismo entra­
mado entre sí y dibujan el recorrido de cada anáfora a lo largo del
texto. He aquí la lista completa de anáforas:
163
RELACIONES ANAFÓRICAS
Básicas o generales:
1. R e f e r e n t e inicial en línea 1: Inmaculada
Carmen A. V.
Anáforas:
línea
línea
línea
línea
línea
línea
1: condenadas
2: autoras
4: estas dos mujeres
4: puestas
5: las dos acusadas
5 / 6 : 0 sustraer
línea
línea
línea
línea
línea
2. R e f e r e n t e inicial en línea 4: Martina
Anáforas:
línea 4: menor... y familiar...
línea 7: esta última
línea 8: a Martina
línea 9: zarandearla
línea 9: 0 escondía
3. Referente inicial en línea 8: la
línea
linea
línea
línea
línea
V. J. y su hija María
11:
11:
12:
15:
15:
la madre y la hija
0 abalanzarse
0 propiciar
a las dos encausadas
con ellas
J.
A.
12:
12:
13:
13:
14:
de
0
a/
0
al
del
la menor
no jbudo materializar
0 í¿r retenida
/ogro
0 retorcerle
propietaria
Anáforas:
línea 8: Paloma Martínez
línea 8: quien
línea 8: 0 dirigiéndose
linea 11: contra la dueña
línea 15: la propietaria
línea 15: 0 encerrándose
Restringidas:
4. Referente inicial en línea 1: Inmaculada
V. J.
Anáfora: línea 1: su hija María del Carmen A. V.
5. R e f e r e n t e inicial en línea 2: por
la Audiencia
Provincial
Anáfora: linea 10: por la Audiencia
6. R e f e r e n t e inicial en línea 2: un delito
de robo
Anáfora: línea 3: perpetrado
7. R e f e r e n t e inicial en línea 3: en el establecimiento
Gran
164
Vía
Benetton,
de
Anáforas:
línea 5: en el citado comercio
línea 13: la empleada del local
línea 16: en el local
8. Referente inicial en línea 6: algunas
de las
prendas
Anáforas:
línea 6: que
línea 7: prendas
que
línea 9: las ropas
línea 9: que
9. Referente inicial en línea 7: que esta última
Anáforas:
línea 7: tal
maniobra
línea 7: fue
10. Referente inicial en línea 9: cayeron
Anáforas:
línea 11: este momento
escondió bajo la
11. Referente inicial en línea 11: para
Anáfora:
línea 12: de este modo
abalanzarse
12. Referente inicial en línea 12: la
fuga
Anáforas:
línea 12: una fuga
línea 12: que
observada
las ropas que
línea 11: fue
escondía
aprovechado.
contra
la
línea 13: sí logró consumar
' 13. Referente inicial en linea 13: la empleada
Anáfora: línea 14: retorcerle
falda
dueña
0
del local
Estas trece anáforas c o n sus repeticiones n o agotan la red d e r e laciones cohesivas del texto. Q u e d a n fuera del esquema a n t e r i o r los
deícticos que enraizan el t e x t o c o n una situación c o m u n i c a t i v a determinada (el establecimiento
Benetton, de Gran Vía; el 27 de abril
de 1991),
las relaciones temporales e n t r e los sucesos (puestas
previamente,
inicialmente,
poco después, fueron
condenadas,
declara
probado), t o d o tipo de relaciones semánticas e n t r e vocablos (madre/
hija/familiar,
condenadas/prisión,
delito/robo/sustraer,
Audiencia/resolución/encausadas,
propietaria/empleada,
establecimiento/
mostrador),
los c o n e c t o r e s (conjunciones: no obstante,
y
según;
165
y, según; relativos: que, quien; gerundios; m a r c a d o r e s textuales: este
momento;
incisos: como autoras...),
Provincial,
un delito),
la d e t e r m i n a c i ó n (la
Audiencia
la puntuación o el o r d e n de las palabras.
E l objetivo del análisis es estudiar los recursos utilizados para
a h o r r a r o e s c o n d e r repeticiones d e palabras y h a c e r así más digestiva la lectura del escrito. Sólo c o n las anáforas anteriores ya e n c o n t r a m o s un buen n ú m e r o de
• Sinónimos
posibilidades:
o correferentes léxicos:
local; dos mujeres/dos
acusadas/dos
establecimientofcomerciof
encausadas;
prendas/ropas;
dueña/propietaria.
• P r o n o m b r e s gramaticales: personales (tónicos: ellas; átonos:
dirigiéndose,
zarandearla,
abalanzarse,
retorcerle,
encerrándose); relativos (que, quien); posesivos (su).
• P r o f o r m a s variadas: en el c i t a d o comercio,
esta última,
este
m o m e n t o , de este m o d o .
• G r a d o s d e determinación: la fuga
bra, estas dos mujeres, esta última,
/ una fuga
/ 0 , tal
manio-
algunas de las prendas,
etc.
• Elipsis ( m a r c a d a s c o n 0 ) :
• Sujetos: con el ánimo de 0 sustraer (las dos mujeres); 0 dirigiéndose (la propietaria); que 0 escondía (la m e n o r ) ; al 0
ser retenida (la m e n o r ) ; sí 0 logró consumar (la m e n o r ) .
• Objeto d i r e c t o en una estructura bimembre: sí logró
mar
0
• C o n c o r d a n c i a de sustantivos, adjetivos y participios:
das, autoras,
miliar,
consu-
(la fuga).
perpetrado,
observada,
puestas...
retenida,
de acuerdo,
menor...
condenay
fa-
etc.
A d e m á s , estos recursos tienen algunas limitaciones o reglas g r a maticales que deben respetarse para q u e puedan a c t u a r eficazmente.
E n p r i m e r lugar, sólo se pueden usar p r o n o m b r e s y elipsis si el ele166
m e n t ó que se sustituye o elide ha aparecido r e c i e n t e m e n t e e n el
t e x t o , d e m a n e r a que el lector pueda r e c u p e r a r l o d e su m e m o r i a
para restituirlo e n la frase en que n o aparece. P o r ejemplo, la f o r m a
zarandearla
a Martina
o la elipsis d e 0 escondía
sis seguidas de 0
cerle
(ambas e n línea 9) r e m i t e n a
(línea 8 ) . M á s abajo, en la m i s m a anáfora, las c u a t r o elipno pudo,
al 0 ser retenida,
sí 0
logró y 0
retor-
(líneas 1 2 - 1 4 ) también se interpretan fácilmente c o n el refe-
rente la menor
(línea 1 2 ) , porque éste está m u y c e r c a n o y p o r q u e
n o hay otras anáforas c o n las que puedan
confundirse.
P e r o c u a n d o la distancia e n t r e el e l e m e n t o referido y su sustituto
o su elipsis es m a y o r , o c u a n d o coinciden otros p r o n o m b r e s o anáforas, debemos a c t u a r c o n cautela: las referencias pueden confundirse
e n t r e sí o perderse. Así, siguiendo c o n el m i s m o ejemplo, en la línea
12 se repite el atributo la menor (que f o r m a parte de la anáfora original, en línea 4: Martina J. A., m e n o r de edad y familiar),
p o r q u e el
referente más c e r c a n o posible dista m á s de c u a r e n t a palabras (línea 8:
a Martina) y el lector n o puede r e c o r d a r l o . ¿ Q u é pasaría si utilizáram o s un p r o n o m b r e u otra p r o f o r m a en su lugar: ...propiciar
de este
modo la fuga de la anterior, la fuga de la citada o la fuga de ella o su
fuga? Pues que n o sabríamos interpretar la frase: ¿de q u é fuga estam o s hablando?, ¿de la de la m a d r e , d e la d e la hija, d e la de ambas?,
¿quizás de la d e la dueña? ¡ P o r q u e todas a p a r e c e n e n la m i s m a frase!
Fíjate en este o t r o ejemplo. L e e p r i m e r o la versión original de la
izquierda y el c o m e n t a r i o que sigue, antes d e repasar la solución d e la
derecha:
USO Y ABUSO D E LAS DROGAS
Todos tienen miedo de que su hijo
entre en el mundo de las drogas, un
mundo del cual muy pocos han
conseguido salir. Sólo quien tiene
...salir. Sólo lo consigue quien tiene
una familia (JUG puede comprender
Un» familia
que ser drogadicto es una enfermedad, y tiene los medios económicos
suficientes para desintoxicarse, lo
consigue. [Al]
prender...
«jue
j?uede
com-
¿Has entendido este lo consigue a la p r i m e r a ? ¿Has tenido q u e r e gresar al principio del t e x t o para buscar su referente? ¡ E s m u y p r o b a 167
ble! E l referente (un mundo del cual muy pocos han conseguido salir) está muy alejado y escondido en una subordinada. L a versión de
la d e r e c h a soluciona este problema juntando las dos ocurrencias d e
la m i s m a anáfora.
E l anverso de la m o n e d a es el abuso de repeticiones, la infrautilización de los recursos de ahorro. E n este caso la c o m p r e n s i ó n
queda asegurada —¡si n o se abusa!—, p e r o el escrito resulta redundante, lento, pesado. Fíjate en la siguiente versión del segundo párrafo del texto:
ORIGINAL
SIN ELIPSIS
Este momento, según declara probado la resolución dictada por la
Audiencia, fue aprovechado por la
madre y la hija para 0 abalanzarse
contra la dueña y 0 propiciar de este
modo la fuga de la menor. Una fuga
que aunque 0 no pudo materializar
inicialmente, al 0 ser retenida por
la empleada del local, sí 0 logró
consumar 0 poco después al 0 retorcerle el dedo pulgar.
Este momento, según declara probado la resolución dictada por la
Audiencia, fue aprovechado por la
madre y la hija para abalanzarse las
dos acusadas contra la dueña y propiciar ellas de este modo la fuga de la
menor. Una fuga que aunque ella no
pudo materializar inicialmente, al
ser retenida Martina por la empleada
del local, sí logró Martina consumar/a poco después al retorcer Martina a la empleada el dedo pulgar.
¡ Q u é confusión! ¡Qué aburrimiento! ¡Cuántas palabras y repeticiones inútiles! T a m b i é n se introduce alguna ambigüedad nueva.
O t r a cuestión a tener en c u e n t a son las limitaciones y la precisión en el uso de las referencias anafóricas. L o s vocablos que p r e tendan referirse a un m i s m o e l e m e n t o han de c o m p a r t i r una base
semántica ( c o m o dueña
y propietaria
o establecimiento
y
comercio)
o han de poder asociarse a partir d e la información del t e x t o . P o r
ejemplo, interpretamos sin dificultades la empleada
del local, por-
que local nos remite a «tienda» y, en consecuencia, al
miento
Benetton.
estableci-
A d e m á s , es lógico y sabido que un c o m e r c i o
tenga empleados; forma parte del c o n o c i m i e n t o del m u n d o que t e n e m o s los lectores. Pero... ¿qué pasaría si escribiéramos la
pleada
firma
de
italiana
o la
empleada
de
la
em-
controvertida
de moda? ¿ P o d e m o s presuponer que todos los lectores saben
que Benetton
168
la marca
es una m a r c a italiana de m o d a , que en los últimos años
ha lanzado c a m p a ñ a s publicitarias m u y controvertidas? D e
ningún
m o d o ; esta última solución p r o v o c a r í a extrañeza, c o m o m í n i m o .
O t r o ejemplo: ¿se entendería la noticia si dijéramos (línea 9 ) :
...comenzó
o ...hasta
a zarandearla
que cayeron
hasta que cayeron las bufandas
los calcetines
que escondía?
ropas a c t ú a c o m o referente de prendas
blos genéricos (dos hiperónimos)
que
escondía
E n el original, las
(línea 7 ) . Al ser ambos v o c a -
de sinonimia parcial, los asociamos
sin dificultades. E n c a m b i o , el uso de términos específicos c o m o bufandas
o calcetines
(prendas)
(dos hipónimos)
para referirse a su h i p e r ó n i m o
causaría sorpresa, aunque probablemente se interpretaría
sin dificultad. ( E s más c o r r i e n t e y lógico al revés: m e n c i o n a r p r i m e r o
el h i p ó n i m o específico, para ganar precisión d e significado, y e m plear después su h i p e r ó n i m o para evitar repeticiones.)
V a m o s a analizar un último ejemplo, un e n c a b e z a m i e n t o d e Clarín [ 7 - 9 - 9 4 ] . L e e el t e x t o y contrasta tu interpretación c o n la q u e
hice yo e n su m o m e n t o :
Dos encapuchados robaron en
Tiffany joyas por us$ 1.250.000
Ni las puertas de acero, ni las ventanas a prueba de balas,
ni las cajas de caudales que resisten hasta la dinamita, y
menos los sofisticados sistemas de alarma, sirvieron para
defender a la joyería más famosa del mundo de los ladrones. Dos de ellos, muy profesionales como definió la policía, no sólo se llevaron un lote de 3 0 0 joyas sino también
las cintas de vídeo de las cámaras de vigilancia. E n sólo
una hora terminaron con una fama de inviolable que hasta
el lunes habla conseguido asimilarla a Fort Knox, donde se
guardan las reservas de oro de los Estados Unidos.
Mi experiencia de lectura tuvo varios tropiezos. L a p r i m e r a
duda fue el n ú m e r o de atracadores q u e participaron e n el robo.
¿ E r a n dos o más? E l titular de dos encapuchados
es m u y c l a r o , p e r o
m e despistó este dos de ellos (posiblemente un a n g l i c i s m o ) , q u e implica que había más ladrones que n o se llevaron joyas. T u v e q u e r e leer a t e n t a m e n t e el t e x t o para c o m p r e n d e r que, en a q u e l l a fr«*e
- a u n q u e n o sea muy habitual y tenga p o c o sentido—, los ladrones
fC
169
refería a todos los cacos y n o a los que habían e n t r a d o e n Tiffany.
M á s adelante, m e sonó m a l una fama seguido d e de
inviolable.... ¿Debería ser la fama o esta fama, n o ? ¡ Y a se ha hablado de
ella! P e r o m e interesó m u c h o más el siguiente p r o b l e m a , que afectaba a la comprensión: ¿cuál es el sujeto de había conseguido? M i
p r i m e r a hipótesis fue la joyería (los propietarios d e ésta) puesto que
conseguir prefiere sujetos animados (es más c o r r i e n t e que consigan
cosas los seres vivos que los c o n c e p t o s abstractos), y éste p a r e c e ser
el significado lógico del texto. A d e m á s , el p r o n o m b r e la de asimilarla también se refiere a la tienda —aunque el referente esté d e m a siado lejos—, y p a r e c e reforzar esta interpretación.
Sólo una relectura minuciosa m e p e r m i t i ó d a r m e c u e n t a de la
v e r d a d e r a estructura de esta frase. E l auténtico sujeto gramatical d e
había conseguido es el relativo que, c o n el a n t e c e d e n t e una fama:
una fama que había conseguido asimilar la joyería a... P a r a terminar, el t e x t o presupone que el lector tiene c o n o c i m i e n t o s previos
sobre Fort Knox (lo cual resulta una t e m e r i d a d , c o m o m í n i m o para
los lectores sudamericanos o españoles a los que se dirige el periód i c o ) . H e aquí una versión mejorada:
...sirvieron para defender a la joyería más famosa del m u n d o .
Dos ladrones
(muy profesionales c o m o definió la policía) n o sólo
se llevaron un lote de 3 0 0 joyas, sino también las cintas de vídeo
d e las c á m a r a s de vigilancia. E n sólo una h o r a t e r m i n a r o n c o n
la fama de inviolable que tenía
hacía equiparable
la joyería
y que hasta el lunes la
a F o r t K n o x , el edificio
militar d o n d e se guar-
dan las reservas de o r o de los E s t a d o s Unidos.
¿ Q u é te p a r e c e ? ¿Has seguido el m i s m o c a m i n o d e lectura? ¡ Y o
m e hice un lío! ¡Quizá tú n o hayas c h o c a d o c o n tantos obstáculos
c o m o yo! P e r o estarás de a c u e r d o en que son imprecisiones anafóricas que pueden subsanarse fácilmente, c o m o en la versión anterior.
E n definitiva, las referencias anafóricas tienen restricciones gramaticales y semánticas importantes. N o p o d e m o s h a c e r elipsis a
diestro y siniestro o sustituir cualquier palabra p o r un p r o n o m b r e .
Autores y autoras debemos respetar escrupulosamente estas limitaciones si q u e r e m o s garantizarla y a h o r r a r t e paradas súbitas, relecturas reiteradas, dudas y pérdidas de tiempo. ¿ V e r d a d ?
170
MUESTRAS EJEMPLARES
M e ha costado e n c o n t r a r ejemplos singulares o relevantes d e a n á foras, porque estos recursos suelen h a c e r su trabajo e n silencio. C o m o
el servicio d e limpieza, que sólo se advierte c u a n d o falta, los m e c a n i s m o s de cohesión trabajan p o r debajo de la prosa, a escondidas, c o siendo los p r o n o m b r e s c o n sus referentes para que los lectores p o d a m o s interpretarlos sin problemas. C u a n d o fallan, c u a n d o se r o m p e u n
hilo, c u a n d o éste se e n m a r a ñ a c o n o t r o , c u a n d o se presentan dudas d e
c o m p r e n s i ó n , entonces r e c o n o c e m o s sin dilación el v a l o r de su tarea.
Gabriel F e r r a t e r escribió al principio d e Les dones i els dies ( L a s
mujeres y los días) la frase que encabeza este capítulo. Quizá se refería
a la calidad poética de sus textos en prosa, o quizá a la c o n e x i ó n e n t r e
las frases, a los agujeros que inevitablemente c o n t i e n e la prosa. E n
cualquier caso, el autor supo a p r o v e c h a r c o n inteligencia las anáforas
del siguiente fragmento ( 1 9 6 6 , prólogo a su traducción de El
procés
de F r a n z K a f k a ) , para conseguir efectos estéticos. Describe la difícil
infancia del novelista judío en la P r a g a multiétnica y c o n v u l s i o n a d a
de principios de siglo. L a prosa se c o n v i e r t e en un espejo formal del
c o n t e n i d o , c o n un juego de repetición d e palabras y anáforas.
Desde sus primeros años, el niño excesivamente sensible que era Franz Kafka se encontró exhortado a menospreciar e ignorar a la
gran mayoría* de la gente de su alrededor, a
considerarse miembro de una cierta minoría*,
pero a no darle ningún valor, y a destinarse a
ingresar dentro de otra minoría* todavía mucho más pequeña y por la cual era menospreciado. Y todo por la prescripción de su padre,
que de hecho pertenecía a la mayoría* que se
debía menospreciar, que menospreciaba del
mismo modo la primera minoría* a la cual se
* la checa
* la alemana
* la judía
* la checa
* la alemana
resignaba a pertenecer, y que casi no hablaba
la lengua de la segunda minoría* dentro de la
cual se tenía que ingresar. ¿Qué tiene de extraño, entonces, que el niño Kafka sintiera
que el mundo estaba constituido ante todo
por una ley y que la ley estaba constituida
ante todo por la imposibilidad de penetrarla y
de ajustarse a ella o de ajusfárnosla?
* la judía
171
Acabaré con otro ilustre ejemplo, convertido ahora en ejercicio.
¿Cómo sería un texto que no utilizara ninguno de estos recursos, sin
pronombres, elipsis ni sinónimos? ¿Se entendería? ¡Vamos a hacer
la prueba! Te propongo un texto breve muy conocido, que quizá recuerdes: la «vida» del trovador Guillem de Berguedá, escrita en catalán en el siglo XIII y adaptada al castellano actual (sin respetar las
anáforas):
Guillem de Berguedá fue un gentil barón de Catalunya, vizconde de Berguedá y señor de Madrona y de Puig-reig. Guillem
de Berguedá fue un buen caballero y un buen guerrero, y Guillem de Berguedá tuvo guerra con Ramón Folc de Cardona, y
Ramón Folc era más rico y poderoso que Guillem de Berguedá.
Ocurrió que un día Guillem de Berguedá se encontró con Ramón Folc y Guillem de Berguedá mató a Ramón Folc a traición;
y por la muerte de Don Ramón Folc Guillem de Berguedá fue
desheredado. Durante largo tiempo los parientes de Guillem de
Berguedá y los amigos de Guillem de Berguedá mantuvieron a
Guillem de Berguedá; pero después todos los parientes de Guillem de Berguedá y todos los amigos de Guillem de Berguedá
abandonaron a Guillem de Berguedá porque Guillem de Berguedá ponía cuernos a todos los parientes de Guillem de Berguedá y a todos los amigos de Guillem de Berguedá, o con las
mujeres o con las hijas o con las hermanas, de manera que no
quedó nadie que mantuviera a Guillem de Berguedá, excepto
Arnau de Castellbó, y Arnau de Castellbó era un valiente gentil
hombre de aquella región. Guillem de Berguedá hizo buenos
serventesios, y en los serventesios Guillem de Berguedá decía
mal de unos y bien de otros, y Guillem de Berguedá fanfarroneaba de las mujeres que sufrían de amor por Guillem de Berguedá. Ocurrieron a Guillem de Berguedá muy grandes aventuras de armas y de mujeres, y grandes desventuras. Y después un
peón mató a Guillem de Berguedá. Y aquí están escritos los serventesios de Guillem de Berguedá.
¡Qué embrollo! La destrucción de las anáforas entorpece la lectura y casi imposibilita la comprensión. Tienes que poner mucha
atención y paciencia y, también... ¡tienes que superar el aburrimiento!
172
El ejercicio que te propongo consiste en reparar este estropicio,
reescribir
la biografía de manera comprensible, Puedo darte al­
en
gunas pistas: al original le bastan 168 palabras para contar toda la
historia, pero la versión que acabas de leer contiene casi cien más:
265. La simple técnica de tachar todo lo que sea prescindible será
de gran ayuda. Por ejemplo, el original sólo cita una vez, al princi­
pio, el nombre del protagonista, Guillem de Bergueda, mientras que
en la versión estropeada aparece veinticuatro veces. Puedes elimi­
nar muchas palabras restituyendo esta anáfora. Pero no va a ser tan
fácil, porque tendrás que añadir varios pronombres, además de
cambiar el orden de las palabras en algunos casos.
¡Anímate a hacerlo! Luego puedes comparar tu versión con la
que dieron al mismo problema los tratadistas de poesía provenzal
del siglo XIII. ¡Es todo un desafío!
ORIGINAL
«Guillem de Bergueda fue un gentil barón de Catalunya, vizconde de
Bergueda y señor de Madrona y de Puig-reig. Fue un buen caballero y
un buen guerrero, y tuvo guerra con Ramon Folc de Cardona, que era
más rico y poderoso que él. Ocurrió que un día se encontró con Ra­
mon Folc y lo mató a traición; y por la muerte de Don Ramon Folc
fue desheredado. Durante largo tiempo lo mantuvieron sus parientes
y sus amigos; pero después lo abandonaron todos porque a todos
ponía cuernos o con las mujeres o con las hijas o con las hermanas, de
manera que no quedó nadie que lo mantuviera, excepto Arnau de
Castellbo, que era un valiente gentilhombre de aquella región. Hizo
buenos serventesios donde decía mal de unos y bien de otros, y fanfa­
rroneaba de las mujeres que sufrían de amor por él. Le ocurrieron muy
grandes aventuras de armas y de mujeres, y grandes desventuras. Y des­
pués lo mató un peón. Y aquí están escritos sus serventesios.»
173
12. E L T E R M Ó M E T R O D E L A
PUNTUACIÓN
Pensamos equivocadamente que para puntuar bien solamente hay que saber qué signo debe ir en cada posición.
Pero las personas que saben puntuar escriben de un modo
diferente de las que no saben hacerlo. Quien entiende la
coma, el punto y coma, el punto —y también los dos puntos,
el guión y la interrogación— produce estructuras sintácticas
distintas de quien no los entiende.
E D W A R D P.
B A I L E Y , Jr.
B e r t r á n del V e r n e t , caballero y t r o v a d o r , se lo pasaba m u y bien
c o n las peleas de los nobles. E n una ocasión escribió un serventesio
c a r g a d o d e mala intención
para e n f u r e c e r a su v e c i n o ,
Huguet
T r e n c a c o l l s , que tenía fama de h a c e r h o n o r a su apellido y r o m p e r
el cuello a quienes buscaban pelea. B e r t r á n m a n d ó a su juglar,
O c e l l , al castillo v e c i n o para c a n t a r el p o e m a .
E l juglar se dirigió asustado h a c i a allí, ensayando la c a n c i ó n y
pensando algún truco. L a c a n t ó y Huguet la e n c o n t r ó m u y halagadora. N o sólo n o había nada ofensivo en ella, sino que incluso le
gustó y se lo agradeció c o n buenas palabras y regalos para el señor
del
Vernet.
C u a n d o se e n t e r ó , B e r t r á n se quedó
consternado.
¿ C ó m o podía ser que para Huguet fuera agradable un
serventesio
t a n escatológico y repulsivo? ¿Quizá había perdido él la gracia d e
molestar? ¿Ocell habla c a n t a d o la m i s m a c a n c i ó n que él había escrito? Ocell le juró que se la había recitado palabra
por palabra.
Y
así lo hizo:
C Ó M O L O ESCRIBIÓ B E R T R Á N
Ratas de estercolero, de
mojados,
bigotes
limazas babosas, lagartija salada.
E n la mesa de Huguet Trencacolls
no encontraréis mejor manjar.
E n abundancia os llenará el plato.
Hug, ¡caray!, es un puerco, no es
un señor.
174
CÓMO LO CANTÓ O C E L L
Ratas de estercolero, de
mojados,
bigotes
limazas babosas, lagartija salada
en la mesa de Huguet Trencacolls
no encontraréis. Mejor manjar
en abundancia os llenará el plato.
Hug, ¡caray!, ¿es un puerco? No, es
un señor.
T o d o esto pasa e n el c u e n t o Páranla
palabra)
per páranla
(Palabra
por
d e M a r í a N o v e l l ( 1 9 7 5 ) , q u e d e m u e s t r a la r e l e v a n c i a q u e
puede llegar a t e n e r la puntuación e n el t e x t o , aunque sea c o n u n
ejemplo d e e x c e p c i ó n .
E n la m i s m a línea, a finales d e los sesenta los autobuses b a r c e l o neses mostraban el siguiente rótulo, c o l g a d o e n la e n t r a d a del v e hículo: « E x h i b a a b o n o , o pase antes d e q u e se lo exijan», lo cual eximía d e pagar tíquet si se subía c o n rapidez (porque debiera s e r
« E x h i b a a b o n o o pase, antes d e q u e se l o exijan»). Se trata d e d o s
ejemplos q u e demuestran la i m p o r t a n c i a q u e puede llegar a tener
un minúsculo signo d e puntuación.
IMPORTANCIA
N o hay o t r o aspecto del t e x t o t a n desgraciado c o m o la p u n t u a ción, quizás c o n la e x c e p c i ó n del párrafo. P o c o s h e m o s tenido la
suerte d e q u e se nos enseñara a p u n t u a r e n la escuela, y si se h a h e cho, a m e n u d o h a p r o v o c a d o confusiones perniciosas, c o m o la d e
relacionar e n e x c e s o la puntuación c o n la e n t o n a c i ó n . M u c h o s libros d e lengua y bastantes gramáticas la negligen. N o la gobiernan
reglas generales ni absolutas q u e p u e d a n ser memorizadas, c o m o
por ejemplo las n o r m a s d e acentuación. Y para m a y o r sorna, la
mayoría fruncimos el c e ñ o c u a n d o se n o s c o r r i g e alguna c o m a , y
reivindicamos el d e r e c h o a p u n t u a r c o n libertad.
N o es d e extrañar, pues, q u e la m a y o r í a d e personas alfabetizadas prescindan d e este aspecto del t e x t o o q u e l o consideren p o c o
importante, y q u e a los estudiantes les parezca difícil a p r e n d e r a
puntuar f o r m a l m e n t e . E n mis cursos d e r e d a c c i ó n , c a d a a ñ o m e
cuesta trabajo c o n v e n c e r a los a l u m n o s d e la relevancia d e la p u n tuación. L a autoridad q u e m e respetan d u r a n t e t o d o el c u r s o , se m e
discute e n el m o m e n t o d e p o n e r puntos y c o m a s . T o d o el m u n d o
cree que su maneta
Je puntuar, incluyendo Jos erfófeS, 6S táfl
áCfip-
table c o m o cualquier otra. N i n g ú n o t r o aspecto despierta tantas
preguntas, reparos o resistencias.
A m i entender, la p u n t u a c i ó n es c o m o un t e r m ó m e t r o d e la escritura. Solamente e c h a n d o un vistazo a los puntos y las c o m a s d e
un t e x t o , puedes a v e n t u r a r una idea bastante a p r o x i m a d a d e la calidad general d e la prosa. D o s c o m a s colocadas e n el lugar a d e c u a d o
175
m a r c a n u n a buena subordinada; el uso frecuente de puntos
y
aparte regula el equilibrio de los párrafos; en c a m b i o , el abuso de
paréntesis, la escasez de puntos y seguido o la presencia excesiva
d e c o m a s sueltas son malos indicios. L o s signos de puntuación se
interrelacionan í n t i m a m e n t e c o n el resto de la redacción, p e r o ,
p o r ser tan c o n c r e t o s , p e r m i t e n darse c u e n t a en seguida de
los
aciertos y de los errores de la prosa.
L a s funciones
de
la p u n t u a c i ó n
son
diversas: estructura el
texto, delimita la frase, m a r c a los giros sintácticos de la prosa,
p o n e de relieve ideas y elimina ambigüedades, m o d u l a la respiración en la lectura en voz alta, etc. L a s reglas de puntuación n o son
anárquicas ni personales, p e r o sí variables y n o siempre simples.
P u e d e que haya m á s de una m a n e r a d e p u n t u a r c o r r e c t a m e n t e una
o r a c i ó n , p e r o todos los manuales c o i n c i d e n en c o n d e n a r ciertos
errores inaceptables.
E n los últimos años varios manuales h a n e m p e z a d o a o r d e n a r
esta
situación
caótica.
Entre
otros,
Real
Academia
Española
( 1 9 7 3 ) , L i n a r e s ( 1 9 7 9 ) , Seco ( 1 9 8 6 ) , M a r s á ( 1 9 8 6 ) , Casado ( 1 9 8 8 )
y también M i r a n d a P o d a d e r a ( 1 9 8 7 ) y C o r o m i n a y Rubio ( 1 9 8 9 )
ofrecen información exhaustiva sobre los usos m á s corrientes de
cada signo. E n este capítulo m e limitaré a h a c e r algunos c o m e n t a rios sueltos y generales al respecto. A h , ¡atención! L o s ejemplos se
han mezclado b u r l o n a m e n t e c o n la exposición, c o m o un r o s c ó n de
Reyes c o n sorpresa. ¡ T e n cuidado de que n o te toque la habichuela!
J E R A R Q U Í A D E SIGNOS
L o s signos n o tienen la m i s m a fuerza, ni función, ni i m p o r t a n cia en el conjunto del discurso. M á s allá de títulos y subtítulos, la
puntuación también sirve para organizar la información en capítulos, apartados, párrafos, frases, etc. H a y una estrecha relación e n t r e
signos,
(1990):
176
unidad lingüística
y v a l o r c o m u n i c a t i v o . Según
Mestres
SIGNO
UNIDAD
TEXTUAL
U N I D A D SIGNIFICATIVA
punto final
texto
mensaje
punto y aparte
párrafo
tema, capítulo,
apartado
punto y seguido
oración
idea, pensamiento
punto y coma
frase, sintagma
apunte, comentario
coma, admiración,
interrogación,
paréntesis
inciso, aposición
añadido
Así pues, la puntuación estructura las diversas unidades
del
texto: el final d e los párrafos, de las frases, las relaciones d e subordinación e n t r e ideas, etc. E n la medida e n q u e los signos reflejen
la organización del c o n t e n i d o ( t e m a central, subtema, idea, detalle), el t e x t o se h a c e más c o h e r e n t e y claro.
P o r otra parte, según cuáles sean los signos m á s utilizados y según en qué cantidad, se puede d e t e r m i n a r el g r a d o d e complejidad
del escrito. U n a prosa llena de paréntesis, puntos y c o m a , guiones
o dos puntos puede matizar c o n más precisión las relaciones e n t r e
las diversas ideas, y elabora una red intrincada de c o n e x i o n e s y r e laciones jerárquicas. E n c a m b i o , un t e x t o que s o l a m e n t e
utilice
puntos y seguido y c o m a s c o n t i e n e ú n i c a m e n t e dos niveles d e
puntuación y forzosamente resulta m á s simple. P o r ejemplo,
los
textos de los niños y de los estudiantes suelen ofrecer un r e p e r t o rio de signos m á s bien limitado, mientras que los textos
filosóficos
o ensayísticos pueden presentar u n a puntuación m u c h o m á s c o m pleja.
Siguiendo a M . A. K . Halliday, L u n a ( 1 9 9 2 ) distingue seis g r a dos distintos de complejidad de p u n t u a c i ó n según los signos que se
utilicen:
177
GRADOS D E COMPLEJIDAD D E LA PUNTUACIÓN
+
Signos
Grado
simple
utilizados
1.°
p u n t o y seguido
2.°
+ p u n t o y aparte y c o m a
3.°
+ punto y coma
4.°
+ dos puntos
5.°
4- puntos suspensivos y
6.°
+ guiones, paréntesis, comillas y
recursos para resaltar
etcétera
«
+ complejo
E l autor incluye en la p u n t u a c i ó n otros recursos gráficos paralelos c o m o la palabra etcétera o el uso d e la letra cursiva o negrita y
del subrayado, que sirven para resaltar la prosa. Cada g r a d o d e c o m plejidad c o n t i e n e los signos de los grados anteriores, m á s los añadidos c o n el signo de la suma ( + ) en la línea correspondiente. Así, en
el p r i m e r o y m á s simple solamente se utiliza el p u n t o y seguido; en
el t e r c e r o , el p u n t o y seguido, el p u n t o y aparte, la c o m a y el punto
y c o m a ; y en el sexto y m á s complejo, todos los signos m e n c i o nados.
¿ Q u é g r a d o d e complejidad en p u n t u a c i ó n suele t e n e r tu escritura? ¿Utilizas todos los signos del e s q u e m a anterior? ¿Con qué frecuencia? ¿Abusas de alguno? ¿Cuál te resulta más difícil? ¿ P o r qué?
Fíjate en la p u n t u a c i ó n de tus textos y ¡ a n í m a t e a sacar tus propias
conclusiones!
M O D A E HISTORIA
E l paso del t i e m p o ha modificado los usos de la puntuación,
hasta configurar las c o n v e n c i o n e s actuales, n o exentas de hábitos y
modas. E l curioso c u a d r o siguiente ( e x t r a í d o de T h o r n d i k e p o r Mi11er, 1 9 6 9 ) , muestra algunas tendencias modernas:
178
D I S T R I B U C I Ó N R E L A T I V A D E L A P U N T U A C I Ó N P O R C A D A M I L SIGNOS
:
>
SIGLO
-
0
...
á?
¡I
xvm
Daniel Defoe
Samuel Richardson
Henry Fielding
Jane Austen
718
534
584
522
134 121
10
4
3
0
8
2
161
85
198 119
92
270
37
14
6
65
22
31
34
19
4
0
0
0
33
28
2
51
13
4
687
569
583
466
510
177
213
233
336
323
58
64
57
58
55
1
22
12
25
9
48
44
35
29
41
1
20
20
4
6
0
0
0
6
3
12
30
25
32
31
12
3
34
44
20
433
441
440
447
586
302
337
368
292
368
65
30
31
61
4
31
3
20
28
5
70
53
19
58
3
7
1
8
5
2
15
32
7
1
0
50
30
37
38
28
27
31
69
70
9
SIGLO XIX
Walter Scott
W. M. Thackeray
Charles Dickens
George Meredith
Thomas Hardy
SIGLO XX
Edith Wharton
H. G. Wells
Arnold Bennett
John Galsworthy
Angela Thirkell
E s t á c l a r o que las diferencias e n t r e los c a t o r c e autores tendrían
que explicarse a partir del estilo de c a d a u n o d e ellos, d e los t e m a s
sobre los que escriben o del público a quien se dirigen. P e r o n o d e jan d e destacar las siguientes constantes:
• C e r c a del 8 0 % de los signos utilizados son c o m a s y puntos, en
la mayoría de autores. E s decir, la c o m a y el p u n t o son los signos más frecuentes y los más importantes.
• A lo largo de los tres siglos, se i n c r e m e n t a el uso del p u n t o en
d e t r i m e n t o del de la c o m a . T a m b i é n desciende
el uso
del
p u n t o y c o m a , mientras que los dos puntos se m a n t i e n e n . E s tos c u a t r o datos p a r e c e n apuntar u n a tendencia m o d e r n a a
abreviar o c o r t a r las oraciones.
179
• L o s signos m a r c a d o r e s de la modalidad (interrogación y admiración) y los puntos suspensivos e x p e r i m e n t a n un a u m e n t o
i m p o r t a n t e , que s e g u r a m e n t e hay que relacionar c o n el i n c r e m e n t o de los diálogos o del discurso directo.
D e b e m o s recordar lo d i c h o e n la presentación de la cocina sobre
el c a r á c t e r subversivo de la literatura, para evitar estrechas c o m p a raciones e n t r e estos resultados, basados en el análisis de obra narrativa, y los usos corrientes de puntuación en la escritura cotidiana.
P e r o n o dejan de ser evidentes algunas coincidencias, c o m o la d e la
importancia esencial de la c o m a y del punto, o el c r e c i e n t e desuso
que sufre el p u n t o y c o m a .
LOS MÁS IMPORTANTES
C o m o de costumbre los más usados son también los más difíciles. P o c o s estudiantes dudan en p o n e r o n o una interrogación, p e r o
¿quién n o ha r e t o c a d o más de dos veces las c o m a s de un t e x t o , o ha
dudado e n t r e un punto y un p u n t o y c o m a ? H e aquí algunos c o n sejos:
• Punto y seguido
Si una mayúscula inicial abre un período sintáctico (una orac i ó n ) el p u n t o y seguido lo cierra. Mayúscula inicial y punto y seguido son interdependientes. Ejemplos: Estoy leyendo
de mayúscula
las frases
inicial
que verlo también
asociados
y punto
que empiezan
y seguido.
con mayúscula
al revés).
un-
Se trata de ver que todas
terminan
con punto
(Es decir que una y otro van
incluso con paréntesis en
ejemplo
(hay
siempre
medio.)
• Comas
D e e n t r e la treintena larga d e funciones que puede realizar
una c o m a , Linares ( 1 9 7 9 ) h a c e una distinción muy útil entre dos
grupos. E l p r i m e r o incluye las c o m a s que van solas, y se d e n o 180
m i n a coma-1; el o t r o abarca las que funcionan p o r parejas, y lleva el
n o m b r e de coma-2.
U n o y o t r o se reparten t o d o el trabajo de la
coma:
COMA-1
coma sola
COMA-2
pareja de comas
Separa ideas y conceptos:
• enumeraciones
• omisión del verbo
• fórmulas: Señora,
• fechas: Córdoba, 1 de enero...
Introduce incisos:
• aposiciones
• cambios de orden
• subordinadas
—circunstanciales
—causales
—relativos
• marcadores textuales
l a
lb
E s d e c i r , la 1 se coloca e n t r e dos elementos; l a 2 , * a l c o m i e n z o y a l
final de un m i s m o elemento. E s t a simple distinción,
2-1
si se aplica b i e n ,
2b
3
permite corregir algunos de los errores típicos, " c o m o el d e c o m e r s e al3 b
4
gún signo de la pareja c o m a - 2 . E s bastante frecuente que, " quizá c o n c e n t r a d o en la e n t o n a c i ó n o en las pausas q u e haría si leyera el t e x t o en
4b
voz a l t a , el aprendiz se a h o r r e alguna c o m a - 2 , * q u e los incisos del t e x t o
queden camuflados,* y que el lector tenga q u e estar más a t e n t o p a r a de5
tectarlos. " P o r e j e m p l o ,
5b
algunas c o m a s q u e se podrían olvidar fácil6
m e n t e son la 2a de si se aplica bien, * la 4a, " que algunos p o n d r í a n e r r ó n e a m e n t e antes del que anterior,
615
e incluso la 1 b del principio.
¡Atención! H e señalado todos los signos del párrafo a n t e r i o r para
ejemplificar las c o m a s 1 y 2 en uso. L l e v a n asterisco ( * ) las c o m a s - 1 y
he m a r c a d o c o n superíndices correlativos las parejas d e c o m a - 2 ( o
2
2 b
sea: '* y "', * y . . . ) . R e s p e c t o a este tipo d e c o m a , hay q u e t e n e r en
cuenta que los signos más fuertes (punto y seguido, p u n t o y c o m a ,
dos puntos...)
pueden sustituir una c o m a d e la pareja si c o i n c i d e n , d e
m o d o que n o se repitan dos signos c o m o los anteriores e n una m i s m a
posición. P o r esta razón n o hay c o m a en la posición 3 b , q u e es p u n t o
y seguido, o en la l a , que se corresponde c o n una mayúscula inicial.
Respetando siempre estas reglas esenciales, los autores utilizan
c o m a s y puntos c o n estilos diversos, buscando efectos estilísticos y literarios especiales. E n algún caso rozan la subversión literaria. C o m para los siguientes fragmentos:
181
N O SE CULPE A NADIE
APARICIÓN D E L E T E R N O
FEMENINO
Cuando quisimos recordar era verano y en el verano todo se olvida.
Así que también Elke se nos olvidó a mí y al Chino junto con
todo lo demás. Al Chino más que
a mí porque el Chino vive al día
como también, según Belinda, don
Rodolfo. Y o no soy tan del verano
como muchos de mi curso. Los veranos se echa siesta. Como yo no
tengo sueño no me duermo, al revés que el Chino, que se queda
frito. Echar la siesta da calor, además del que hace de por sí. Y las
ferias están bien. Pero yo prefiero
el curso. [Pombo, 1993]
Los
El frío complica siempre las cosas,
en verano se está tan cerca del
mundo, tan piel contra piel, pero
ahora a las seis y media su mujer lo
espera en una tienda para elegir un
regalo de casamiento, ya es tarde y
se da cuenta de que hace frío, hay
que ponerse el pulóver azul, cualquier cosa que vaya bien con el
traje gris, el otoño es un ponerse y
sacarse pulóveres, irse encerrando,
alejando. Sin ganas silba un tango
mientras se aparta de la ventana
abierta, busca el pulóver en el armario y empieza a ponérselo delante del espejo. [Cortázar, 1976]
valores de la c o m a y el p u n t o y seguido son m u y distintos
en un caso y en o t r o . P o d r í a m o s reescribir los textos de m a n e r a s diferentes, p e r o el estilo perdería la personalidad y el c a r á c t e r que
tiene en c a d a caso.
SINTAXIS Y ENTONACIÓN
E s una práctica escolar bastante habitual la d e r e l a c i o n a r puntuación y e n t o n a c i ó n c o n
finalidades
didácticas. Se sugiere que los
estudiantes se fijen e n la segunda, que t i e n e n consolidada e n el dis-
curso oral, para aprender a usar la primera en el escrito, De esta
m a n e r a , a mi e n t e n d e r , c a e m o s e n u n a confusión t e ó r i c a de fondo
q u e , a la larga, t e r m i n a desorientando al aprendiz y distrayéndolo
d e las auténticas funciones d e la puntuación.
E l ejemplo más banal de confusión es la c o r r e l a c i ó n e n t r e m a r cadores d e e n t o n a c i ó n y signos d e puntuación. D e la m i s m a m a n e r a
que p e d i m o s a los estudiantes que escriban ¿ ? y /.' c u a n d o en el discurso oral h a r í a m o s una pregunta o u n a e x c l a m a c i ó n , les p r o p o n e 182
m o s que pongan una c o m a c u a n d o e n c u e n t r e n una pausa débil o
una curva ascendente de e n t o n a c i ó n , y u n p u n t o c u a n d o e n c u e n tren una pausa larga o una c u r v a descendente. E s decir, p r o p o n e m o s que se fijen en los usos orales para d e t e r m i n a r el escrito y los
estudiantes t e r m i n a n escribiendo frases c o m o las siguientes:
Las drogas, llegan a provocar adicción, y causan numerosos problemas. [Al]
• Sobra la coma entre sujeto y
verbo.
• También se podría eliminar la
segunda, porque la frase es corta.
Muchos «enganchados» aunque
querrían curarse, no pueden porque no tienen apoyo afectivo ni
dinero. [Al]
• Falta la primera coma-2 del inciso, antes de aunque...
No estoy de acuerdo evidentemente, con la aplicación de la
pena de muerte. [Al]
• Evidentemente debe llevar coma
delante y detrás.
L o s estudiantes a r g u m e n t a n que, hablando o leyendo e n
alta, se h a c e una pequeña pausa e n t r e drogas y llegan
ejemplo, p e r o que n o hay pausa después d e «enganchados»
acuerdo,
voz
en el p r i m e r
ni d e de
en los casos siguientes, y, según los consejos q u e les h e m o s
d a d o antes, llevan toda la razón. L o s m o t i v o s para p o n e r o sacar c o mas en estos ejemplos son e x c l u s i v a m e n t e sintácticos: la relación d e
íntima c o n c o r d a n c i a e n t r e sujeto y v e r b o , o la presencia d e incisos
que hay que aislar e n t r e signos; y p o c a o ninguna relación tienen
c o n la entonación.
L a escritura es una c o m u n i c a c i ó n básicamente m u d a . L a m a y o ría de textos q u e r e d a c t a m o s están destinados a ser leídos en soledad y en silencio. E l lector y la lectora se enfrentan al escrito sólo
c o n sus ojos, prescinden d e las cuerdas vocales y del oído. L o s hábitos de oralizar o subvocalízar (de pronunciar algunas
palabras mien-
tras leemos, aunque sea l e v e m e n t e y en v o z baja) se consideran m a nías perniciosas
para la lectura; son
r e m o r a s que
impiden
el
desarrollo global de la velocidad y la c o m p r e n s i ó n lectoras.
D e l m i s m o m o d o , el a u t o r construye su t e x t o - ¡ d e b e r í a c o n s truirlo!— siguiendo las reglas internas del discurso escrito, q u e son
ajenas e independientes d e la c o m u n i c a c i ó n oral. E l p e r í o d o sintác183
tico, la m o d u l a c i ó n de la frase o la densidad léxica y gramatical de
la prosa constituyen un estilo de c o m u n i c a c i ó n distinto de la espontaneidad y la frescura de la c o n v e r s a c i ó n o del discurso. N o tiene
ningún sentido escribir según lo que d e c i m o s o lo que e n t o n a m o s
—¡a n o ser que p r e t e n d a m o s simular o reproducir los tics del diálogo
y e s c o n d e r el estilo escrito de un texto!
E n este último caso, estaríamos r e p r o d u c i e n d o o transcribiendo
c o n escritura los diálogos, m o n ó l o g o s y conversaciones típicos d e la
c o m u n i c a c i ó n oral, y trataríamos d e traducir la extraordinaria riqueza de matices, pausas y tonos orales c o n los limitados recursos
que ofrece la puntuación. E n este ú n i c o caso podríamos hallar una
cierta c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e puntuación y e n t o n a c i ó n , p e r o debemos e n t e n d e r l o c o m o una e x c e p c i ó n a la generalidad.
P o r otra parte, supeditando la puntuación a la e n t o n a c i ó n difundimos i n c o n s c i e n t e m e n t e la obsoleta idea de que la escritura es una
simple transcripción de la modalidad oral de la lengua, que sería el
c ó d i g o p r i m e r o y esencial. P o r el c o n t r a r i o , la e n t o n a c i ó n y la puntuación son m e c a n i s m o s de cohesión independientes y p e r t e n e c i e n tes a dos modalidades distintas y equipolentes del idioma (Cassany,
1 9 8 7 ) . P o r ello, es m u c h o más rentable y comprensible fundamentar el aprendizaje y el uso de los signos de puntuación en la observación y el análisis sintácticos.
D E S U S O S Y ABUSOS
T a m b i é n podríamos decir de la puntuación que solamente se
e c h a en falta c u a n d o n o está. Puntos y comas pasan desapercibidos
si ejercen su oficio c o n normalidad; p e r o los lectores nos quejamos
en seguida si están mal puestos o si hay demasiados o demasiado
pocos. A m e n u d o la falta de f o r m a c i ó n o la negligencia han c o n d u c i d o a los estudiantes a c o m e t e r errores por defecto o p o r exceso.
E l p r i m e r e r r o r y el más c o m ú n es olvidarse de los signos y enlazar una frase tras otra de m a n e r a que le toque al lector adivinar
los perfiles de la prosa cortar las oraciones por los e x t r e m o s dar sentido a las palabras y detenerse a respirar entonces la escritura se parece a una cinta de colores interminable que hay que sacar del ovillo y r e c o r t a r en pequeños
trozos para poder e n t e n d e r c ó m o se
puede interpretar si n o este fragmento.
184
E l e x t r e m o c o n t r a r i o , e r r o r también - p e r o m á s sofisticado (¡reservado para gente c o m p l i c a d a ! ) - , y también habitual, consiste en
p o n e r signos, siempre, a diestro y siniestro, c a d a tres palabras. L a
prosa, c o m o es lógico, se c o n v i e r t e en muy, p e r o que m u y - ¡ d e m a siado!— barroca, o, quizá, también, obstaculizada. E l l e c t o r —y la lectora—, sin prisas, incluso v o l u n t a r i o s o / a , debe superar: a h o r a dos
puntos, a h o r a una c o m a , a h o r a un p u n t o y c o m a ; c o m o , e x a c t a m e n t e , palos, pequeños, en la rueda. Tienes, i n e v i t a b l e m e n t e ,
la
sensación - d e s a g r a d a b l e , en el fondo— de n o p o d e r , pese a las g a nas, avanzar, leer, tan rápido, y c l a r o , c o m o querrías.
E n r e s u m e n , ni desusos ni abusos. L a o r a c i ó n debe deslizarse
fresca p o r la pendiente del papel, deprisa y d e m a n e r a c o n t r o l a d a ,
c o m o una m a n c h a de tinta que se escurre pendiente abajo. L o s signos de puntuación deben apuntalar el c a m i n o del descenso. P u e d e
que s o l a m e n t e se considere u n a falta la ausencia d e signos o los p a tinazos graves ( c o m a e n t r e sujeto y v e r b o . . . ) , p e r o cualquier signo
de más tiene también incidencia e n el r i t m o final del discurso.
185
13. N I V E L E S D E F O R M A L I D A D
El proceso de aprender una lengua se nos presenta corno
el ensanchamiento gradual del repertorio verbal [...], del
conjunto de dialectos y registros que cada hablante domina.
ISIDOR MARÍ
L o r e c u e r d o al mirar la agenda: ¡EXAMEN! Dejo una nota en el
recibidor para avisar a mi familia: Hoy
tarde
a cenar.
No me esperéis.
ausentarme: ...solicito
prueba
evaluativa
permiso
con
de mis estudios
profesor pone: ...certifico
la asignatura
que...
de comunicación
tengo
examen
el fin
de poder
de redacción...
llegaré
ha realizado
escrita
durante...
asistir
a
una
E l justificante del
una comprobación
de
A l regresar a casa,
p o r la n o c h e , t o m o nota en mi diario íntimo: ¡Vaya
tado ser el examen!...
y
P i d o p e r m i s o e n el trabajo para
rollo ha
resul-
Y m e acuesto c o n la satisfacción del deber
cumplido.
¿ T e imaginas una nota manuscrita, dejada en la mesita del recibidor, para la familia, c o n este tono: Lamento
que, a consecuencia
mis estudios
de la realización
de comunicación
escrita,
a la cena a la hora acostumbrada?
el trabajo que dijera: ¡Tengo
tener
de una prueba
que
informarles
evaluativa
no me será posible
para
comparecer
¡ Q u é risa! ¿ O una solicitud para
un examen!
¡Dejadme
salir antes!?
No
sólo n o conseguiría el permiso, sino que nos tildarían d e maleducados o torpes. Cada situación requiere un nivel de formalidad distinto, adecuado al interlocutor, a la función y al t e x t o ; si n o se respeta, c o m o
en
los
ejemplos
anteriores, peligra el
éxito
de
la
c o m u n i c a c i ó n y la relación e n t r e los interlocutores. V a m o s a ver:
¿qué pasa c u a n d o nos presentamos desharrapados en una reunión
de etiqueta?
E l nivel de formalidad es la sal y la pimienta del escrito. U n a
instancia c o n vocablos vulgares tiene un sabor vetusto, c o m o un bac a l a o salado o reseco, y una carta d e a m o r c o n prosa neutra o científica aburre c o m o un filete insípido. P e r o aunque el c o m e n s a l lec186
t o r se p e r c a t e de los sinsabores de la c o m i d a , n o es nada fácil hallar
el p u n t o justo de c o n d i m e n t a c i ó n para c a d a c o m u n i c a c i ó n : el t o n o
directo y picante d e una nota, la sintaxis precisa d e la solicitud, o la
terminología t é c n i c a para un informe. D o m i n a r la escritura significa t a m b i é n percibir el valor sociolingüístico d e la lengua.
MARCAS DE
[INFORMALIDAD
T o d o s los usuarios y las usuarias más o m e n o s c o m p e t e n t e s de
una lengua pueden discriminar los escritos formales de los i n f o r m a les, p e r o sólo los autores más conscientes del valor d e las palabras
saben d e t e r m i n a r las causas de ello. L a impresión global de formalidad q u e puede desprenderse de una instancia, o el t o n o más familiar de un m o n ó l o g o , dependen de factores c o n c r e t o s y analizables:
la selección del vocabulario, los usos sintácticos o los recursos estilísticos. L l a m a m o s marcas de finjformalidad,
de formalidad
o d e informalidad,
a cada u n o de los elementos que otorgan al escrito su
nivel de formalidad. L a «impresión» global que causa un t e x t o depende de la suma d e todas sus marcas.
P o r ejemplo, la frase La Merche se largó deprisa de la
habitación
puede calificarse a simple vista de familiar y m u c h o s d e s t a c a r í a m o s
c o m o marcas el uso del hipocorístico Merche o la l o c u c i ó n adverbial
deprisa. P e r o un análisis a t e n t o revela más m a r c a s d e informalidad,
p o r c o n t r a s t e c o n otras posibilidades expresivas:
La Merche
— Merche
— Doña Mercedes
— Señora D." Mercedes
se largó
— se fue
— salió
— abandonó
deprisa
— rápidamente
— con rapidez
la
— el cuarto
— el dormitorio
— la estancia
Sánchez
formal
informal
habitación
187
L a adjudicación de formalidad o informalidad a un rasgo verbal
depende d e los usos lingüísticos que haga de él su c o m u n i d a d de
hablantes. Si una palabra c o m o charlar suele utilizarse e n c o n t e x t o s
coloquiales, distendidos, e n t r e amigos o conocidos, queda m a r c a d a
c o n ese v a l o r y, c u a n d o se usa en situaciones más formales, c o n serva ese carácter. A d e m á s , en el diccionario mental de c a d a h a blante este v o c a b l o contrasta c o n todos los que p e r t e n e c e n al
m i s m o c a m p o s e m á n t i c o y que podrían utilizarse e n situaciones parecidas, c o n sus respectivas marcas: conversar, hablar, también coloquiales, y parlotear y darle a la sin hueso, vulgares; o comunicar,
argumentar,
deliberar,
departir, m u c h o más formales.
D e este m o d o , n o existe nada neutro. Cualquier palabra, c o n s trucción o giro carga c o n sus propias marcas, c o n sus c o n n o t a c i o nes, c o n la historia de los usos lingüísticos que de ellos ha h e c h o la
c o m u n i d a d hablante. E n general, los rasgos informales suelen asociarse a situaciones espontáneas (conversaciones, notas personales,
e t c . ) , al lenguaje c o r r i e n t e y c o n o c i d o , al que se ha adquirido de
m a n e r a natural, p o r la interacción c o n la familia, los amigos, etc.
E n c a m b i o , los rasgos formales se relacionan c o n el lenguaje m e n o s
popular, más culto, aprendido en la escuela c o n instrucción p r o g r a m a d a , y c o n las c o m u n i c a c i o n e s más controladas, aquellas en que
los usuarios «vigilamos» más y mejor lo que decimos y c ó m o lo decimos.
P o r otra parte, la carga f o r m a l / i n f o r m a l de la lengua n o es un
valor estable ni absoluto para todos los usuarios. N o se puede trazar
una frontera estricta e n t r e lo coloquial y lo formal; más bien deberíamos e n t e n d e r estas variaciones c o m o un c o n t í n u u m paulatino,
c o m o una escala de colores. L a valoración varia a lo largo d e la historia: construcciones c o m o vos y vostro, muy corrientes siglos atrás,
suenan hoy formales e incluso extrañas. T a m b i é n c a m b i a c o n la
geografía: p o r ejemplo, liviano es más coloquial que ligero, y prieto
lo es más que oscuro o negro, en el español de A m é r i c a , al revés d e
lo que o c u r r e e n la península. P e r o incluso en un m i s m o lugar y espacio, cada individuo tiene una experiencia lingüística distinta (origen, viajes, migraciones, nivel de estudios, e t c . ) , que le da un c o n o c i m i e n t o personal y parcial d e las m a r c a s de [ i n f o r m a l i d a d .
V a l l v e r d ú ( 1 9 8 7 ) p r e p a r ó un curioso ejercicio para v a l o r a r el
c o n o c i m i e n t o que tenía un g r u p o de c o r r e c t o r e s lingüísticos de las
marcas de formalidad del catalán. Se trata de una buena práctica
188
para desarrollar la sensibilidad sociolingüística sobre estas cuestiones y para t o m a r c o n c i e n c i a de algunas d e las m a r c a s m á s habituales. L a siguiente propuesta es una adaptación al castellano d e la
idea original. P a r a cada frase, debemos decidir si es formal ( F ) o inf o r m a l ( I ) y subrayar las m a r c a s que lo d e t e r m i n a n . ¡ A n í m a t e a intentarlo! L u e g o v i e n e n las soluciones.
1. Si n o quieres eso, dalo.
2. Pese a las intensas investigaciones, n o las han localizado.
3. Olvidaros, dejarlo correr.
4 . Súbitamente, la revuelta se p r o p a g ó p o r todas las provincias
del país.
5. N o pensaba llamarlo.
6. E s t á n la m a r d e contentos.
7. ¿Manzanas?, las c o m p r a a m o n t o n e s la María.
8. C o m p r e n d i ó las razones p o r las cuales n o había sido admitido.
9. Si se da cuenta, ya la has liado.
10. E l lunes partirán en dirección a N u e v a Y o r k .
H e aquí el análisis y los c o m e n t a r i o s de cada frase:
1. Informal. L a forma dalo se considera i n c o r r e c t a p o r q u e c a r e c e del objeto indirecto se: dáselo. Otras m a r c a s son el d e m o s trativo neutro eso, c o n un cierto matiz despectivo además d e impreciso, que en un estilo m á s formal sustituiríamos p o r una
expresión más específica (el libro, el objeto,
m i e n t o de tú, que contrasta c o n el
el yogur...);
el trata-
usted.
2. F o r m a l . L a selección léxica es bastante culta y h o m o g é n e a .
P o d e m o s usar soluciones m u c h o m á s familiares: búsqueda
investigaciones;
p o r intensas.
encontrado
A pesar
p o r localizado;
de o aunque
o muchas o
por
bastantes
t a m b i é n son m á s c o r r i e n t e s
que pese a. E n conjunto, la m i s m a frase c o n bastante m e n o s formalidad podría ser: Aunque
las han buscado
mucho,
no las
han
encontrado.
Fijémonos que la subordinada verbal introducida
p o r aunque
suena m u c h o más coloquial que la n o m i n a l c o n pe-
se a.
189
3. Informal. Es coloquial el uso del infinitivo olvidar y dejar, en
lugar del imperativo que correspondería a la frase: olvidaos, de­
jadlo. También tiene claras connotaciones informales la expre­
sión dejarlo
correr.
4. Formal. Súbitamente y propagó tienen equivalencias coloquia­
les en de golpe y expandió, extendió o llegó, de más a menos for­
mal. Posiblemente en un estilo familiar seríamos menos precisos
y diríamos: por todas partes del país, por todas partes o por todo
el país.
5. Formal. El pronombre de persona masculino lo es bastante
menos frecuente que el equivalente le, en este contexto; se trata
del leísmo de persona, unánimemente aceptado.
6. Informal. La expresión la mar de tiene claras connotaciones
expresivas y coloquiales.
7. Informal. La expresión a montones es propia de la conversa­
ción, además de la anteposición y la repetición del objeto di­
recto manzanas. El orden de las palabras también remite a un
discurso dialogado improvisado.
8. Formal. El relativo culto por las cuales y la construcción pa­
siva no había sido destacan como marcas muy formales y poco
habituales en el lenguaje cotidiano. Además, también podríamos
considerar soluciones más bien formales el verbo comprender en
vez del más coloquial entender o el uso de las razones en plural.
Una versión mucho más coloquial serla: Entendió por qué no lo
habían querido o por qué no lo quieren.
9. Informal. La expresión ya la has liado resulta muy popular.
Algunas curiosas equivalencias formales J e la frase podrían ser:
Si descubre el hecho, no habrá ninguna
ello, habrá terminado el juego.
posibilidad
o Si se fija en
10. Formal. El verbo partir con la accepción de irse o marcharse
no es muy habitual. La locuación en dirección a también resulta
mucho más formal que la corriente hacia.
190
L a oposición f o r m a l / i n f o r m a l se cruza c o n la de
específico/ge-
neral. Fíjate en las siguientes expresiones paralelas: responder
test o resolver
que realizar
examen,
una ecuación.
una prueba,
a un
T i e n e n el m i s m o nivel de formalidad
m u y p o r e n c i m a d e redactar
o escribir
y todavía más alejada de la coloquial hacer el examen.
un
Pero
las dos primeras son bastante más especializadas que el resto, p o r que detallan el tipo c o n c r e t o de prueba evaluativa y el a c t o específico d e realizarla.
Siguiendo el ejercicio anterior, p e r o i n c o r p o r a n d o otras fuentes,
h e resumido e n el siguiente esquema algunas d e las marcas de [in-]
formalidad más corrientes del castellano actual:
MARCAS D E [ I N F O R M A L I D A D
COLOQUIALES
FORMALES
Sustantivos
• Reducciones consonanticas: setiembre, conciencia, trascendente,
trasmitir, sustantivo, oscuro.
• Abreviaciones: mili, poli, bici,
mates, uni, bocata, mami, pro/e.
• Hipocorísticos:
Merche,
Pili,
Teo, Dani.
• Comodines: cosa, eso, fulano, esto, tema.
• Forma sin reducción: septiembre,
consciencia, transcendente, transmitir, substantivo, obscuro.
• Formas originales: servicio militar, policía, bicicleta,
matemática, universidad, bocadillo, madre o mamá, profesor.
• Formas completas: Mercedes, Pilar, Teodulo, Daniel.
• Uso de vocablos más precisos y
específicos.
Pronombres
• Combinaciones dialectales: dalo,
• Combinaciones normativas: dá-
i/z a iza CFasí Vasco),toíz/f¡tía, uí A fí¡
(septentrional).
• Leísmo aceptado: le he visto (a
José).
• Leísmo no aceptado: le he visto (a
María).
• Loísmo, laísmo: lo dio un regalo,
la di el paquete.
li ÚÍJL
• Sin leísmo: lo he visto (a José).
• Forma normativa: la he visto (a
María).
• Formas normativas: le dio un regalo, le di el paquete.
191
• Formas procliticas: se lo quiso
preguntar,
la va a cantar, nos lo
quería dar (y también un triste
ejemplo que dio la vuelta al
mundo el 23-2-1981: fíe sienten,
cono...»).
• Formas
neutras:
eso,
esto,
aquello.
• Relativos más usuales: el chico,
que vino a verme...; lo que significa que...; el hijo del cual
llamó
a lapuerta
(su hijo, que
llamó...).
• Formas enclíticas: quiso
társelo,
va a cantarla,
dárnoslo,
siéntense.
pregunquería
• Formas más específicas para
cada contexto.
• Formas cultas: el chico, el cual
vino a verme...;
lo cual
significa
que...;
cuyo hijo llamó
a la
puerta...
Verbos
• Participios analógicos:
elegido,
imprimido.
• Uso de perífrasis de futuro: voy a
ir, va a cantar.
• Participios latinos: electo,
impreso.
• Futuro morfológico: iré, cantará.
• Infinitivo con valor de imperativo: a callar,
marcharos.
• Imperativo morfológico:
marchaos.
Adverbios
• Formas populares: deprisa,
de
gratis, de golpe, mayormente
[ver
pág. 152).
• Formas en -mente:
rápidamente,
gratuitamente,
súbitamente.
Conectores
• Polisemia de algunos conectores.
Por ejemplo, que, además de
conjunción y relativo, actúa
como conector general:
• Objeción hipotética en forma
interrogativa: ¿que riñes?, ¿que
te vas?
• Introduce estilo indirecto sin
verbum dicendi: que no quiere,
que vendrá
mañana.
• Conjunción explicativa, de justificación: que me molesta.
• Uso con valores de como
pues, que.
192
que,
callad,
• Uso de conectores y fórmulas
más específicos:
• ¿es verdad?,
¿es cierto que te vas?
• Sin elipsis: dice que no quiere,
me dijo que vendrá
mañana.
• Conjunciones habituales: porque
me molesta, ya que causa molestias.
Otros aspectos
• Estilo verbal: aunque las buscamos
mucho...; cuando llegaron la gente
gritó...
• Orden de las palabras más flexible.
• Uso general de formas activas.
• Muletillas: o sea, pues, entonces, a
nivel de.
• Onomatopeyas,
interjecciones,
frases hechas, refranes.
• Fórmulas de conversación: a ver,
allá tú, venga.
• Fórmulas de referencia oral: lo que
te dije, lo que te acabo de decir, te lo
di antes.
• Sintaxis irregular: anacolutos, ora­
ciones sincopadas, discordancias
gramaticales {silepsis, zeugmas).
• Estilo nominal: a pesar de la bús­
queda intensa...; a su llegada la
gente gritó...
• Orden de las palabras más fijo: su­
jeto-verbo-objeto-complementos.
• Uso más frecuente de formas pa­
sivas.
• Fórmulas de referencia escrita: lo
que mencione más arriba, en la pá­
gina XX, tal como comenta el capí­
tulo XX ( § 4 4 ) .
• Sintaxis regular: oraciones com­
pletas, grado superior de gramaticalidad.
CORRESPONDENCIA
L a variación de formalidad afecta a todos los aspectos textuales,
además del léxico y de la morfosintaxis. D e s d e la caligrafía o la p r e ­
sentación hasta la organización d e la información o el estilo r e t ó r i c o ,
t o d o se adapta a cada situación c o m u n i c a t i v a , c o m o un c a m a l e ó n q u e
se camufla en cada paisaje. D e este m o d o , una carta íntima es fresca,
personal, desordenada, c o n grafía espontánea, original (parecida al
payaso de la literatura); mientras que una carta c o m e r c i a l repite los
modelos estructurales y la fraseología típicos fijados p o r el uso.
E l nivel d e formalidad adquiere m u c h a relevancia en la c o r r e s ­
pondencia, p o r q u e autor y lector se interpelan el u n o al o t r o p o r m e ­
dio de la escritura. L a s cartas, las solicitudes o las felicitaciones refle­
jan la interrelación entre ambos, c o m o también los factores que
condicionan
la c o m u n i c a c i ó n
(estatus social, propósito, tipo
de
texto). V e á m o s l o en las tres cartas siguientes, que podrían haberse
extraído de un periódico cualquiera:
193
yi.
1
di*ecá»:
¿dwU, fechada
el 6 de wMemfóe de 1984, en, ¿a cual ie
manifieUa
¿ácaéo de /eet una cmta delfietiódixx
4ou*ú, fomeféal eftetadí» del huí Amo alemán, toéte iodo en uu
aue dúdente de
9kuJ 9&
delfau&afe, el medio amátenle y la ümfdesja de áa táuu hace aue u»
SBedeatet, afUma aue ¿a degMtdación.
¿uu&ias ie mue&iten, aílicai.
Sk^kuéA de
fitenáo
ningún
aue
Áaéet mátiado
&e /etuAéa aue
eviia*
eáioy com^eiamem/f, de
ámenle
la faulaüna
degradación, améienáU;
táfiia
fiAíMH^ouiA
fdaya¿>,
cá/aá
m
acuetdo
U
con
MI
$daá
cfiintán,
ncfttonio no
y.
iwttdta
üttüUa.
%U iuu&ia alemán
[DA]
2
Si. tUtecto*-:
Sn etfieniádieo-/huí, can feeüa- 6 de tetCenténe,
leí cata, fruue: Antonia
Geneu/jena. (leva. a. <ut íetta. majen, "JHanía. @atai6«cin, a. montan a. caéatla."
")Xe exútaH» fue ae eaná¿denana- natUia. et ¿teeAe de fue- cout, fianeja, vaya, *
montan,, eáta fian. cata, fiante, 'tyfionta. auto-, et 6ee4e de fue (a* fieniediótaA
tenoan ¿¿emfine tendencia- *fianenadjetiuai. eat¿¿¿eat¿vo4. * taá, fienáanoA detexe
femenina.
t( ifa m e fineaunta: ¿Jtan fué no ai tevéa.?: u-ffCanía. 0ataiaeín
¿enmate manida- a. montan * catatíe.'"
Ueoa. a 4U
Un anta, de cata. [MTS/DCo/AC]
3
8r. director:
Ya bs hora de que empiece a ligar que está aburriendo al personal con un periódico tan chorra. Las informaciones del día 6 sobre el Julio Catedrales y la Marta
Nervlz son temas que no enroñan a la peña. No gaste guita escribiendo sobre historias pachangas y dediqúese a hablar de gente más legal.
Me la trae floja que si medio mierda del Julo Catedrales se enrole con la cursi
de la Brooke Shlelds o que la María Nervb de la paliza atoscarrozas que la siguen.
Hay temas más guays.
V paso de añadir nada más.
Un punqul [VC/PF]
194
¡Uau! ¡ Q u é diversidad! L o s textos n o son auténticos aunque puedan p a r e c e r l o , sobre t o d o los dos primeros. L o s elaboraron aprendices d e redacción atendiendo a la siguiente instrucción: a partir de un
rol d e t e r m i n a d o , otorgado p r e v i a m e n t e (turista
y punqui),
alemán,
ama de casa
se tenía que escribir una c a r t a para la sección Cartas al di-
rector, c o m e n t a n d o alguna noticia del periódico [Avui, 6 - 9 - 8 4 ] . A u n que n o se trataba de un ejercicio p r e m e d i t a d o d e formalidad, los estudiantes tenían que adaptarse a su n u e v a identidad y utilizar el
lenguaje apropiado a las circunstancias. L a s cartas muestran un v a riado caudal de recursos de formalidad. Fijémonos en ello:
L o s tres textos m a n t i e n e n una m i s m a estructura de cita de la noticia original y del t e m a , c o m e n t a r i o personal y conclusión o cierre;
p e r o la [ i n f o r m a l i d a d , el estilo y la selección de la información varían
notablemente. P o r ejemplo, sólo en la simple referencia a la fecha del
periódico ya se pierde información según el g r a d o de formalidad:
1. ...una carta del periódico
1984,...
A v u i , fechada
2. En el periódico A v u i con fecha
3. Las informaciones
del día 6...
6 de
el 6 de setiembre
de
setiembre...
E l p r i m e r t e x t o es el más formal y diplomático. U n a sintaxis c o m pleja y cargada de incisos p e r m i t e precisar todos los detalles del c o n tenido. Cada párrafo consta de una única o r a c i ó n principal; n o hay
puntos y seguido. L a s m a r c a s de formalidad abarcan desde la v a r i a ción léxica (manifiestan,
cultos (completamente,
ravillosas playas,
cultos: en la
afirma,
se muestren
rápidamente)
paulatina
críticos),
los adverbios
o la adjetivación literaria (ma-
degradación),
hasta el uso de relativos
cual.
E l segundo resulta bastante más familiar: c o m b i n a algunas soluciones formales c o n otras más coloquiales. E n t r e las p r i m e r a s debem o s n o t a r las expresiones el hecho de que, por una parte,
tengan
tendencia
a poner
adjetivos calificativos
por la otra o
(en vez d e la equiva-
lencia más corriente acostumbrar a comentar/calificar). También son
rasgos coloquiales el estilo directo y la introducción d e v o c e s distintas ( c o n t r a la explicación indirecta m o n o l o g a d a ) , el uso de interrogaciones retóricas, o la sintaxis breve y llana, casi sin incisos.
L a escasa verosimilitud de la t e r c e r a carta p r o v i e n e del contraste:
un periódico r a r a m e n t e publicaría un escrito t a n vulgar, en el que incluso se llega al insulto desnudo, ni un punqui posiblemente estaría in195
teresado e n escribir una carta parecida —¡que n o se ofendan los punquis!—. P e r o se trata de un buen ejercicio de r e d a c c i ó n y c r e o que está
bastante bien resuelto. E x p r e s i o n e s vulgares y de argot (empezar a ligar, la peña, gastar guita, gente más legal...) e insultos (me la trae
floja, cursi, medio mierda, paliza) se p o n e n al servicio de oraciones directas, cortas, ágiles, que dan al t e x t o un t o n o cáustico y espontáneo.
U n ú l t i m o ejemplo nos introduce en un t e r r e n o delicado: la formalidad es una parte de la educación social. D i c h o de o t r o m o d o , la
urbanidad o las buenas maneras también enseñan —¿enseñaban?—
c ó m o d e b e m o s dirigirnos a cada persona e n cada situación. P o r
suerte, la c o m u n i c a c i ó n actual n o sufre la rigidez de antaño. P e r o
t a m p o c o h a c e tanto t i e m p o que se escribían aquellas cartas de sociedad tan elegantes y protocolarias. Fíjate e n esta joya, extraída d e
un m a n u a l de correspondencia a m o r o s a (Nogales, sin fecha):
0
E
De un viudo de cierta edad
E
a una joven soltera
E
E
E
Señorita: Aunque con pocas esperanzas de éxito, dada mi edad y conE diciones, la gracia y la gentileza de usted me han cautivado hasta el
E
E punto de que, saltando por todos los obstáculos morales que hasta hoy
E me han detenido, me atrevo a dirigirme a usted pintándola, aunque con
E lívidos colores, el juego de esta pasión, algo tardía, es cierto, pero no
E
i
1
3
3
1
exenta de firmeza y de lealtad, unidas a una decisión inquebrantable de
hacerla mi esposa.
Tras largas vacilaciones y dudas, tras largos temores e incertidumbres, hoy llego a usted con la firme pretensión de hacerla mi esposa,
pues de todas las mujeres que he conocido, ninguna me ha parecido tan
digna de ocupar el puesto de la que fue compañera de mi vida, y Dios
fue servido de arrebatarme.
Esta circunstancia será para usted una garantía, si no de vehemente
v apasionada felicidad, por lo menos de seriedad, pues, dadas mis condiciones, no me está permitido perder el tiempo en insulsos galanteos.
Quede, pues, firme eljalón de lo que puede ser para los dos el comienzo de una vida tranquila y sin desvelos, y esperando su respuesta en sentido afirmativa, le ofrece la expresión de su admiración respetuosa.
Pedro.
a
3
a
3
a
a
0a EMI5JSJIIll@J@MSlIJSí^^
196
0
E
E
E
E
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E
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E
E
E
E
I
1
1I
3
3
3
a
3
3
a
3
3
3
03
¡ Q u é delicia! A l m a r g e n de las costumbres sociales d e otros
tiempos que se reflejan en la carta (declararse f o r m a l m e n t e , m a n t e n e r correspondencia...), destaca el estilo r e t ó r i c o de la prosa. Cada
idea se formula c o n un barroquismo y una retórica —¡o una cursilería!— que hoy nos sorprenden. Fíjate en esta doble c o l u m n a :
EXPRESIÓN
SIGNIFICADO
...la gracia y la gentileza de usted
me han cautivado hasta el punto de
que...
la amo tanto que
...pintándola,
aunque con lívidos
colores, el fuego de esta pasión,
algo tardía, es cierto, pero no
exenta de firmeza y de lealtad,
unidas...
contándole mis sentimientos apasionados
...hoy llego a usted con la firme
pretensión de hacerla mi esposa...
la pido en matrimonio
N o t a m o s la delicadeza del estilo en la adjetivación refinada (lívidos colores,
insulsos galanteos,
decisión inquebrantable...)
o, t a m -
bién, en el curioso uso que se h a c e de los incisos, para «esconder»,
para decir sólo de m a n e r a velada, sin darle importancia —y la lectora que los entienda, si quiere y p u e d e - , algunos detalles i m p o r tantes para el caso: ... los obstáculos
detenido...
morales
( m e pregunto: ¿a qué obstáculos
que hasta hoy me
han
se refiere?, y todavía
más, ¿ c u á n t o tiempo h a c e que el autor siente estas pasiones en silencio?), ...si
no de
vehemente
y
apasionada
felicidad...
(obvia-
mente, está hablando de lo que n o puede ofrecer a la d a m a p o r
edad y condiciones,
¿a qué se refiere?..., mejor n o imaginarlo). M e
paro aquí porque ya m e estoy pasando bastante de lo lingüístico.
A c a b o c o n un pequeño florilegio de disfraces. Se trata de modificar el nivel de formalidad de las cartas anteriores, c a m b i a n d o el contexto c o m u n i c a t i v o en el que surgieron. Así, un punqui alemán escribe sobre ecología en las Islas Baleares y las dos amas de casa se
quejan del periódico:
1 9 7
Escucha tío:
El o t r o d í a l e í l a c a r t a d e l q u e c o n t r o l a e l r o l l o t u r í s t i c o . V o m i t a b a
q u e l a s Islas s e e s t á n p u d r i e n d o . H e p a s e a d o p o r s u s p l a y a s y m e
a p u n t o a l r o l l o e s t e , t í o . Si n o s a c á i s p r o n t o l a m i e r d a , l a p e ñ a e m i g r a r á a la C h i n a .
Un punqui alemán [Al]
Sr.
director:
M e d i r i j o a u s t e d , c o m o m á x i m o r e s p o n s a b l e d e l p e r i ó d i c o Avui,
pata, manifestarle mi más absoluto desacuerdo con la iniciativa que está
tomando al publicar noticias, como las fechadas e l día 6 de setiembre
de 1984, sobre los cantantes Julio Catedrales y María Nerviz.
C r e o que los lectores nos merecemos otro tipo de informaciones,
que no incluyan los devaneos amorosos de los famosos —entre otras
cuestiones—, dado que para eso ya existe la llamada prensa del corazón.
Sería conveniente que su publicación adoptara un punto de vista m á s
serio, y que prestara más atención a temas culturales, políticos, sociales,
de ámbito nacional e internacional.
Confío en que tenga presente esta opinión en el futuro.
Atentamente,
Dos amas de casa [Al]
198
14. L A O R A T O R I A D E L A P R O S A
O cómo se envuelven
tácitos de colores.
los escritos con papel de regalo y
E s t e capítulo trata de la retórica. E l objetivo del capítulo es enseñar a los lectores c ó m o pueden utilizar recursos retóricos en sus escritos. L a cuestión es que escribir bien n o es n a d a fácil. L a razón d e q u e
escribir bien n o sea fácil es que m u c h o s escritores y escritoras c o m e t e n
algunas faltas básicas. L a falta m á s básica que c o m e t e n es ser repetitivos. L a otra falta básica que c o m e t e n es repetir c a d a punto. L a siguiente falta básica es ser redundante o ser demasiado pesado, o c o n t i n u a r escribiendo hasta el p u n t o de que un p u n t o que ya h a sido
explicado debe ser explicado de n u e v o para estar seguros que se haya
e n t e n d i d o este punto preciso. O t r a falta básica i m p o r t a n t e es e m p e z a r
casi todas las frases c o n los mismos determinantes (el, la, este...). ¡ Y así
sin parar!
O t r a cuestión es que, para garantizar la m o t i v a c i ó n l e c t o r a d e la
audiencia hasta el final del escrito, tiene q u e producirse una intensa
i n t e r a c c i ó n e n t r e autor y lector, a través del m e d i o c o m u n i c a t i v o d e
la prosa, para que el r e c e p t o r active su c o n o c i m i e n t o del m u n d o y
pueda conseguir una c o n s t r u c c i ó n del sentido del mensaje. L a o r g a n i zación textual de la prosa que haga el a u t o r tiene que estimular los focos perceptivos del lector y debe c o n e c t a r c o n su e x p e r i e n c i a personal,
d e m o d o que pueda proyectar en el t e x t o su c o n c e p c i ó n del m u n d o y
pueda, así, representarse m e n t a l m e n t e y d e m a n e r a única y activa, el
universo s e m á n t i c o del escrito. E n el discurso oral e s p o n t á n e o este
tipo d e c o n s t r u c c i ó n interactiva y c o m p a r t i d a de significados se realiza
c o n c o p r e s e n c i a espacio-temporal de los interlocutores verbales y c o n
plurigestión textual, p e r o en el discurso escrito el c o n t a c t o lingüístico
se vehicula a través de la prosa, y el diálogo a u t o r - l e c t o r se articula n e c e s a r i a m e n t e e n el pensamiento de c a d a uno. E s evidente, ¿ v e r d a d ?
199
¿ T o d a v í a estás aquí? ¿ A ú n estás l e y e n d o ? ¡Gracias! T e a g r a d e z c o
la paciencia. H e querido m o s t r a r t e l o q u e n o debería escribirse
nunca. Son ejemplos de prosa a m o d o r r a d a , v a c í a , gris. E s c r i b e c o n
ese estilo, si quieres deshacerte d e tus l e c t o r e s y lectoras, si quieres
que pierdan el t i e m p o , que tengan q u e a p e r r e a r s e en c o m p r e n d e r el
sentido profundo de tus palabras. C u a n d o n o tengas n a d a que decir,
c u a n d o sea p o c o o nada interesante, o c u a n d o prefieras que nadie te
siga... utiliza las palabras de este m o d o y nadie resistirá u n a paliza
parecida. ¡ T o d o s te abandonaremos! [ D o y gracias a G r e i f ( 1 9 6 9 ) p o r
la idea y a h o r a sí que, de v e r d a d , e m p i e z a el capítulo.]
NUEVA
INTRODUCCIÓN
D u r a n t e una t e m p o r a d a asesoré u n a revista de i n f o r m a c i ó n e c o n ó m i c a , editada p o r una entidad
financiera.
Mi trabajo consistía e n
f o r m a r a sus redactores y sugerir mejoras lingüísticas.
l e e r m e bastantes artículos sobre t e m a s c o m o
Tuve
la d e c l a r a c i ó n
que
de
renta, los planes de a h o r r o , las inversiones, los seguros... —que, sea
dicho en voz baja, en aquel m o m e n t o . . . ¡ n o m e atraían e n absoluto!
La
m a y o r p a r t e de escritos respondía al perfil previsible de r e -
vista casi especializada: textos t é c n i c o s , espesos, cargados de c o n ceptos y terminología, c o n una sintaxis tortuosa..., que exigían un
esfuerzo i m p o r t a n t e de lectura y que, al final, se c o n v e r t í a n e n soporíferos y crípticos. P e r o de vez en c u a n d o espigaban algunos a r tículos que se leían c o n fluidez, que despertaban curiosidad e, incluso,
que
al
final
—¡con n o
poca
sorpresa mía!— llegaban
a
interesarme. E c h a b a s una ojeada a las primeras líneas y te sentías
arrastrado a seguir la prosa hasta el final, c o m o si se tratara de u n a
novela negra.
T o d o s los artículos c u m p l í a n unas mínimas condiciones de cali-
dad, porque pasaban por una corrección minuciosa; eran normativos, c o n buena puntuación, cohesionados y m á s o m e n o s c o h e r e n tes y adecuados. P e r o , ¿qué hacía que unos fueran tan atractivos y
otros tan p o c o ? , ¿por qué te enganchabas a leer unos hasta el
final?,
¿por qué resistías p o c o más d e un p a r de párrafos en otros? L a respuesta tiene o c h o letras:
RETÓRICA.
O también el arte d e c o m u n i -
carse, o de saber c o n v e n c e r , atraer, persuadir... ¿ Q u é m á s da c ó m o
lo llamemos?
200
L o s escritos m á s conseguidos e r a n magníficos ejemplos d e o r a toria clásica. N o sólo acertaban en el t o n o divulgativo y llano, sino
que a p r o v e c h a b a n t o d o tipo de recursos expresivos p a r a atrapar al
lector despistado y para m a n t e n e r l o c o n interés hasta el final: vacíos
de información, preguntas retóricas, c o m p a r a c i o n e s , juegos, a n é c d o tas... T a n t o la información c o m o la estructura o la prosa ayudaban a
la audiencia a c o m p r e n d e r las ideas. E n c a m b i o , los artículos m e n o s
afortunados se despreocupaban de h a c e r e l artículo, p r e s u p o n i e n d o
quizás que la m o t i v a c i ó n y la dedicación de los lectores ya estaban
garantizadas - ¡ v a n a ilusión!—. C o n enunciaciones largas, m o n ó t o nas, se c o n t e n t a b a n c o n e x p o n e r el c o n t e n i d o d e f o r m a d o c t a y fundamentada.
D e este m o d o llegamos a la conclusión que quizás ya sospechábamos: n o basta c o n escribir c o r r e c t a m e n t e y c o n c o h e r e n c i a y a d e cuación y cohesión. T a m b i é n h a c e falta ingenio r e t ó r i c o y saber
preparar trucos para seducir al lector, p a r a t e n t a r l o c o n la prosa.
H o y en día, la retórica puede m a r c a r la diferencia e n t r e los que se
hacen leer y los que se olvidan en silencio. E n la i n t r i n c a d a selva
c o m u n i c a t i v a del siglo X X , atiborrada d e d o c u m e n t o s , c o r r e s p o n dencia, periódicos, papeles y escritos de t o d o tipo, que se disputan a
los lectores y las lectoras, la retórica puede m a r c a r diferencias...,
puede ser la única a r m a para defenderse.
RECURSOS
RETÓRICOS
Cubre a la retórica u n a c i e r t a auréola de magia, de disciplina
científicamente inabordable e, incluso, d e capacidad expresiva innata. P a r e c e que n o se pueda descubrir p o r qué unos textos son m e jores que otros, ni qué recursos e m p l e a n , ni t a m p o c o q u e se p u e d a n
aprender. E s c o m o si los buenos c o m u n i c a d o r e s , los que saben usar
la
retórica
COll eficacia, hubieran nacido con b u e n a estrella, y el
resto tuviéramos que c o n t e n t a r n o s sólo c o n la envidia, c o n d e n a d o s
a ser aburridos, sosos o sin gracia. P e r o se trata de prejuicios gratuitos, c o m o tantos otros en la escritura. L a a t r a c c i ó n que rezuma un
escrito depende de sus figuras retóricas y de la técnica que, c o n m á s
o m e n o s a c i e r t o , sepa imprimir el a u t o r en su prosa. C a d a u n o
puede a p r e n d e r a usar estos recursos a su m a n e r a .
P o r tradición, la retórica se h a c e n t r a d o en la literatura d e c r e a 201
ción, casi e n exclusiva, y ha olvidado el resto de escritos, m á s funcionales y pedestres. E n c o n t r a m o s metáforas, juegos verbales y figuras d e t o d o tipo en p o e m a s y novelas, p e r o m u y p o c o s o n i n g u n o e n
los informes, los trabajos a c a d é m i c o s o las cartas q u e r e d a c t a m o s día
a día. ¿ P o r qué? ¿ E s que estos escritos son m e n o s i m p o r t a n t e s , agradables, funcionales o profundos? E n cualquier escrito, sea del tipo
que sea, se pueden a p r o v e c h a r técnicas retóricas para h a c e r m á s
comprensible y atractiva la c o m u n i c a c i ó n .
Los manuales ingleses d e escritura n o c r e a t i v a (informes, cartas,
periodismo, e t c . ) ofrecen una larga lista de consejos y recursos que
abarcan todos los niveles lingüísticos del texto: la e c o n o m í a d e la
frase, la selección léxica, la presentación visual, los párrafos... A q u í
m e referiré sobre t o d o a las cuestiones m á s estratégicas: el p u n t o de
vista, el t o n o , el enfoque, la voz, los trucos retóricos o los golpes d e
efecto que m a n t i e n e n el interés del lector, etc. H e aquí seis principios generales d e r e t ó r i c a para la escritura funcional:
1. Punto de vista
T e n e m o s que diferenciar la expresión
de la comunicación.
L a es-
critura n o acaba c u a n d o h e m o s sabido formular u n a idea c o n letras
e n el papel. Si lo p r i m e r o que nos p r e o c u p a al escribir es ser c a p a ces de e n c o n t r a r palabras para las ideas que rondan p o r nuestra
m e n t e , c u a n d o las hallamos c o r r e m o s el riesgo de pensar que ya h e m o s t e r m i n a d o . ¡ Q u é sencillo! ¡ Q u é fácil sería escribir si sólo c o n sistiera en traducir c o n vocablos —con los vocablos p e r s o n a l e s - las
ideas de cada uno! E s c r i b i r requiere m u c h o más esfuerzo: significa
c o m u n i c a r informaciones a otra/s persona/s,
a individuos
distintos,
que poseen experiencias, puntos d e vista, opiniones y palabras diferentes a los nuestros. L o difícil es p o d e r formular nuestras ideas c o n
palabras
que
también pueda compartir %\ iec^Qí) gQfl
palabras
dC
todos.
U n a buena estrategia retórica p a r a salvar estos agujeros d e c o n o c i m i e n t o y léxico e n t r e a u t o r y destinatario consiste e n adoptar el
p u n t o de vista del lector c u a n d o f o r m u l a m o s una idea, e n intentar
expresarla c o n sus palabras, c o n sus ejemplos, c o n su f o r m a de v e r
el m u n d o . Algunas ideas para buscar el punto de vista del lector y
de la lectora son:
202
• Utilizar su lenguaje: evitar palabras q u e desconozca, c o n t r o l a r
las c o n n o t a c i o n e s q u e puedan t e n e r para ellos las expresiones
que usamos, buscar frases hechas q u e c o n o z c a n , e t c .
• E x p l i c a r las ideas a partir de sus c o n o c i m i e n t o s previos: t e n e r
siempre e n c u e n t a l o q u e saben y l o q u e n o saben, para n o r e petirse ni dejar de explicar lo necesario.
• P o n e r ejemplos relacionados c o n su entorno
y su
realidad:
pensar e n su e n t o r n o , en sus intereses y adaptar los ejemplos y
las explicaciones a ello, emplear referentes colectivos.
• Implicarles e n el t e x t o c o n preguntas retóricas, e x c l a m a c i o n e s
a
o interpelaciones e n 2 . persona.
E l d é c i m o m a n d a m i e n t o del Decálogo del escritor d e E d u a r d o
T o r r e s ( M o n t e r r o s o , 1 9 7 8 ) recomienda: Trata de decir las cosas de
manera que el lector sienta siempre que en el fondo es tanto o más
inteligente
que tú. De vez en cuando procura que efectivamente
lo
sea; pero para lograr eso tendrás que ser más inteligente' que él. E n
resumen y sin ironía, se trata de t e n e r siempre e n la cabeza al lect o r / a , de n o olvidarlo n u n c a y d e r e c o r d a r l e , de v e z e n c u a n d o , q u e
t o d o lo que estás imaginando, q u e t o d o l o q u e estás h a c i e n d o , q u e
t o d o lo que estás escribiendo..., es para él o ella. ¿Estás d e a c u e r d o ?
2. C o n c r e c i ó n
¿Cuál es el p r o b l e m a del segundo párrafo de este capítulo? P u e s
que se sitúa e n u n nivel d e abstracción demasiado elevado, q u e
tiene p o c a c o n e x i ó n c o n el t e m a de la práctica d e la escritura y q u e
los lectores t e n e m o s que h a c e r un esfuerzo interpretativo e x t r a o r d i nario para p o d e r relacionar el c o n t e n i d o c o n nuestros c o n o c i m i e n tos, c o n nuestra realidad. L o s hechos c o n c r e t o s son m u c h o m á s
comprensibles y atractivos que las formulaciones abstractas o generales. N o s interesan m u c h o m á s las cosas delimitables, observables,
fijas, perceptibles, q u e las reflexiones vagas [ v e r t a m b i é n pág. 1 4 8 ] .
Se puede escribir sobre cualquier t e m a c o n c o n c r e c i ó n . Sólo d e b e m o s incluir ejemplos, anécdotas, imágenes visuales,
esquemas,
metáforas, c o m p a r a c i o n e s y n o m b r e s propios (citas, autoridades, r e ferencias, e t c . ) p a r a q u e la prosa g a n e claridad. L a s metáforas son
un poderoso r e c u r s o imaginativo para explicar hechos complejos y
203
nuevos
cuerdas
cuántas
cocinar
de una m a n e r a llana, a partir d e lo que u n o ya sabe. ¿ R e cuántas metáforas h e utilizado en lo que v a d e libro? ¿ D e
formas distintas estoy a p r o v e c h a n d o la c o m p a r a c i ó n e n t r e
y escribir?
3. P e r s o n a l i z a c i ó n
N o h a c e falta ser cotilla, p e r o el t o n o personal interesa m u c h o
más que el neutro. C o n personajes reales, c o n p r o n o m b r e s personales, el t e x t o se a c e r c a a los géneros de la narrativa y a la explicación
oral, adquiere c o n c r e c i ó n , un t o n o más directo, y la lectura es más
asequible. P e r o . . . ¿podemos escribir expresiones c o m o : yo creo
estamos
quema,
de acuerdo
en que,
compara
los datos o fíjense
que,
en el es-
en un ensayo, en un artículo científico o en un informe t é c -
nico? ¿ L a prosa n o pierde objetividad o imparcialidad? ¿ N o se nos
ha enseñado a evitar expresiones subjetivas de este tipo?
L a v e r d a d es que hoy en día los p r o n o m b r e s personales
no
abundan e n los escritos —prescindiendo de la literatura y el periodismo de opinión—. V i v i m o s en una tradición de escritura despersonalizada. A s o c i a m o s la claridad de la información c o n el t o n o impersonal y neutro. H e m o s aprendido a evitar el yo y el tú en los
textos. L o s sustituimos p o r circunloquios y frases pasivas creadas
para la ocasión. C u a n d o e n c o n t r a m o s formas personales en un escrito supuestamente «científico», fruncimos el ceño: suenan mal,
dudamos de la calidad de la prosa e incluso desconfiamos de la o b jetividad del contenido.
Turk y K i r k m a n ( 1 9 8 2 ) explican que la literatura científica inglesa de antes del siglo X I X utilizaba a m e n u d o p r o n o m b r e s personales. P e r o que, c u a n d o se impuso el estilo formal Victoriano [sic],
el t o n o impersonal se c o n v i r t i ó en una n o r m a estricta p a r a cualquier escritura intelectual, y que esta tendencia ha
sobrevivido
hasta nuestros días en los textos científicos. Quizás nuestra sensibilidad tenga las mismas raíces y e n t r o n q u e c o n esa tradición científica
occidental.
E n cualquier caso, n o p o d e m o s e n c o n t r a r a r g u m e n t o s sólidos
para desterrar las referencias personales a autores y lectores. ¡ T o d o
lo contrario! Si el escrito es c o m u n i c a c i ó n e n t r e dos sujetos,
lo
más n o r m a l es que éstos aparezcan explícitamente en la prosa. R e 204
sulta m u c h o m á s artificioso e incluso falso p r e t e n d e r o c u l t a r cualquier rastro o huella personales y simular u n estilo n e u t r o sin a u t o ría que n o se dirige a nadie. A d e m á s , la objetividad o la claridad d e
la información n o dependen de la presencia o de la ausencia d e estas referencias: dependen
de otros factores c o m o la actitud del
autor, el t r a t a m i e n t o de los datos, la discriminación e n t r e i n f o r m a ción y opinión o el estilo global d e redacción.
L a m a y o r p a r t e de los manuales de r e d a c c i ó n t é c n i c a o científica que h e consultado (Bailey, 1 9 9 0 , Barrass, 1 9 7 8 , Blicq, 1 9 9 0 ,
K i r k m a n , 1 9 9 2 y T u r k y K i r k m a n , 1 9 8 2 ) r e c o m i e n d a n el estilo m a tizadamente personal en vez del artificio d e lo impersonal. A l g u n o s
ejemplos que aportan son los
siguientes:
IMPERSONAL
PERSONAL
E s recomendable que...
Más arriba se ha comentado que...
Los diversos componentes han
sido ordenados...
Ha sido argumentado por el autor
que...
La hipótesis de la autora es que...
El lector / el usuario tiene que
considerar que...
Recomendamos que....
He comentado más arriba que...
Hemos ordenado los diversos componentes...
He argumentado que...
Mi hipótesis es que...
Considera (tú) / considere (usted)
/ consideren (ustedes) que...
L a s frases de la izquierda tienen que recurrir a c o n s t r u c c i o n e s
pasivas y a perífrasis rebuscadas para e v i t a r las referencias p e r s o n a les. Son m á s largas, m á s complejas y, en c o n s e c u e n c i a , m á s difíciles
de escribir y de c o m p r e n d e r . E n c a m b i o , las equivalentes d e la d e recha son decididamente más c o n c r e t a s y llanas - ¡ y t a m b i é n m e n o s
sexistas! ¿ T e suenan mejor las d e la izquierda? ¿ T e p a r e c e n m á s
«científicas»? ¡Pues sólo es un prejuicio! E l peso de la c o s t u m b r e .
4. P r o s a c o l o r e a d a
E l párrafo que empieza este capítulo, el p r i m e r o de
todos,
muestra los defectos habituales d e u n a prosa insulsa q u e repite un
m i s m o m o l d e en c a d a oración. Cada idea se repite dos o m á s veces;
205
c a d a frase sigue el m i s m o p a t r ó n sintáctico
(sujeto-verbo-comple-
m e n t o s ) , empieza siempre c o n un d e t e r m i n a n t e ; n o hay elipsis ni
p r o n o m b r e s que descarguen la redundancia; un ú n i c o t o n o a n u n c i a tivo y frío abarca t o d o el fragmento. ¡ N o hay sorpresas ni v a r i a c i o nes! ¿Has e n c o n t r a d o alicientes para c o n t i n u a r leyendo? M e a t r e v e ría a decir que no: este tipo de prosa a c a b a a m o d o r r a n d o al m á s
voluntarioso.
A l contrario, la prosa que anima a leer es la variada, viva e imaginativa. N o sólo debemos evitar las repeticiones y los clichés, sino que
hay que buscar un léxico preciso y claro, p e r o abigarrado, v i v o , enriquecedor. Se puede aprovechar la expresividad del léxico m á s coloquial o popular, las frases hechas, las preguntas o las exclamaciones.
¿ N o es c i e r t o que la modalidad interrogativa y la admirativa
r o m p e n la m o n o t o n í a ? ¿ T e implica u n a prosa variada c o m o ésta,
l e c t o r / a ? ¡Claro que sí! N o hay n a d a m á s insípido que d e c i r cosas
una detrás de otra, sin ton ni son, ¡con un m i s m o triste y simple
t o n o d e voz! T o d o ayuda a animar: las salidas de t o n o , los cambios
d e r i t m o , el h u m o r , la ironía o el s a r c a s m o - ¿ p o r qué será?
5. D e c i r y m o s t r a r
T e p r o p o n g o o t r o juego. L e e el siguiente f r a g m e n t o y los dos
p r i m e r o s párrafos del capítulo
anterior [pág.
186]. Compáralos.
¡Venga! ¡ N o tengas pereza!
NIVELES D E FORMALIDAD
A c o s t u m b r a m o s a utilizar lenguajes diferentes en c a d a escrito, aunque se trate de un m i s m o t e m a . I m a g i n e m o s a una
mujer, estudiante y trabajadora, que un día tenga que pedir permiso e n el trabajo para p o d e r asistir a un e x a m e n e n la universi-
dad, que también tenga que pedir un justificante al profesor
c o n f o r m e lo ha h e c h o , que escriba u n a n o t a p a r a sus familiares
avisando de que llegará tarde a c e n a r p o r este m o t i v o , y que
además t o m e nota del h e c h o en su diario íntimo. L o s c u a t r o escritos, la solicitud del permiso, el justificante, la n o t a y el c o m e n t a r i o íntimo, e m p l e a r á n un nivel d e formalidad
a d e c u a d o al interlocutor, a la función y al mensaje.
206
distinto,
La
solicitud usará un estilo administrativo, el
justificante
será formal y, en c a m b i o , la n o t a y el diario í n t i m o t e n d r á n u n
t o n o m u c h o más coloquial o familiar. E l c o m e n t a r i o
íntimo,
que e n principio n o tiene que leer nadie más q u e su propia
autora, incluso puede incluir palabras o expresiones
En
vulgares.
conjunto, está claro que n o podría ser d e o t r a m a n e r a . ¿ T e .
imaginas una nota para decir que n o irás a c e n a r , escrita c o n u n
lenguaje administrativo? ¿ O una solicitud c o n estilo d e n o t a c a -
sera? E s absurdo. El texto no conseguiría su función y el autor
sería tildado de maleducado.
¿ Q u é diferencia hay? M u c h a , ¿verdad? L o s dos fragmentos dan
la m i s m a información p e r o d e m a n e r a distinta. E s t e último la dice,
la explica c o n un t o n o llano y p r e t e n d i d a m e n t e atractivo. E l o t r o
f r a g m e n t o la muestra, la h a c e sentir y vivir c o m o si fuera una n a r r a ción o una obra d e teatro. M u r r a y ( 1 9 8 7 ) y Rebekah Caplan ( 1 9 8 7 )
distinguen e n t r e decir los hechos y mostrarlos y aconsejan utilizar
esta segunda posibilidad siempre q u e sea posible.
E s decir, se trata de describir la información desde u n a óptica
personal, de ser específico, de c o n t a r l o t o d o c o n detalles c o n c r e t o s ,
colores, estilo directo, c o m e n t a r i o s personales, e t c . , c o m o si se tratara d e una pintura o de una fotografía precisas. A l c o n t r a r i o , limitarse a e n u n c i a r los datos resulta bastante m e n o s a t r a c t i v o y más
aburrido: el t e x t o c a r e c e d e aportaciones personales, la prosa g a n a
abstracción, se aleja de la realidad. E s la m i s m a diferencia q u e e n c o n t r a m o s e n t r e v e r una película u o í r c o n t a r l a , p o r m u y bien q u e
se cuente.
6. D E S P I E C E S
El último recurso retórico que comento, a medio camino entre k
elaboración de la información y la presentación visual, tiene las siguientes características:
• No tiene nombre fijo. Suele llamarse despiece, complemento, recuadro o también noticia segregada (sidebar o follow-up en
inglés).
• Consiste en segregar o desplazar una información secundaria y
autónoma del texto principal.
207
• Recibe un tratamiento gráfico especial. Se presenta dentro de un
recuadro, en forma esquemática o destacada.
• Descarga el cuerpo del texto, introduce variación en la prosa y
aligera la tarea de leer.
• Se utiliza sobre todo en periodismo, pero se ha exportado con
éxito a otros campos (libros, documentación).
Los despieces se relacionan con los esquemas, los gráficos y, en
conjunto, con todos los recursos visuales para presentar información escrita. [Consulta el siguiente capítulo.]
¡ACCIÓN!
A mi entender, la mejor m a n e r a d e a p r e n d e r recursos retóricos
p a r a la r e d a c c i ó n es verlos e n a c c i ó n , es decir, e x p e r i m e n t a r l o s
c o m o l e c t o r / a y e s c r i t o r / a . U n a lista de ideas c o m o la a n t e r i o r
puede ser útil, p e r o n u n c a podrá trasmitir las sensaciones q u e p r o v o c a n unos cuantos trucos bien p r e p a r a d o s , situados en el m o m e n t o
o p o r t u n o de la lectura. P o r este m o t i v o , c i e r r o este capítulo c o n el
c o m e n t a r i o r e t ó r i c o de dos textos
expositivos.
E l p r i m e r escrito es n e c e s a r i a m e n t e fragmentario. ¿ T e has planteado alguna vez la jubilación? ¿ N o ? Mejor. D e este m o d o podrás
valorar si el a r r a n q u e persuasivo del artículo te arrastra a leer o no.
Atención: ¡ A c c i ó n !
UN
Inicio concretado
en una palabra —
clave
Opiniones
contrapuestas
E N F O Q U E POSITIVO
La palabra jubilación, como tantas
otras en nuestros días, evoca una variedad de respuestas al interrogar a personas de diversos niveles y ocupaciones:[para el directivolde empresa con
formación superior, puede ser la oportunidad esperada durante años para dedicarse a una afición intelectual, deportiva
o social postergada por su intensa vida de ejecutivo; Ipara el trabajador |
208
Ejemplos
- próximos al
lector potencial
manual especializado, puede suponer
el fin de una actividad que le absorbía
física e intelectualmente, y el ingreso
en el grupo de pasivos para quienes la
vida carece de significado. La jubilación constituye motivo de alegría o de
Variación
contrariedad, según la formación, el
tipográfica.
nivel educacional, el puesto de trabajo
o una serie de variados factores de la
vida laboral y social de cualquier persona. Veamos dos tipos de diálogo posible entre personas que se acercan a la
jubilación:
Positivo: ¡Chico, porfin mejubilo y
Contraste de
voy a disfrutar con...! (La familia, el
positivo y
deporte, el coleccionismo, etc.)
negativo.
Negativo: Voy a jubilarme y me da
miedo a lo que viene, me preocupa...
(La escasez de la pensión, la relación
con mi mujer o hijos, el tiempo libre,
etc.)
Pregunta retórica
¿Por qué unas personas adoptan
sobre una
un enfoque negativo, y otras, positivo?
cuestión central. Se puede contestar reduciendo la resCrea un vacío
puesta a una sola causa: cuantía de la
de información. pensión, personalidad del sujeto,
apoyo del cónyuge, etc.; pero ninguna*razón por si sola explica satisfactoriamente una situación compleja en la
que intervienen multitud de factores
[...] A continuación se han clasificado
los factores en tres grupos: individuales, materiales y sociales [...] que tienen
su paralelismo en el refrán popular
«salud, dinero y amor», orientador de
tantas generaciones :n el pasado y aún
válido actualmente [Moragas, 1989]
Avance de los contenidos y
la estructura del libro en
tres ejes.
Juego de
oposiciones.
Introducción
de voces
distintas.
Respuestas
contrapuestas.
_Uso de un refrán tópico,
muy popular y con fuerte
carga emotiva.
209
¿Es hábil, v e r d a d ? P o d r í a m o s preguntarnos si c o n una i n t r o d u c ción m e n o s sofisticada, c o n el t o n o m á s objetivo o frío d e los textos
científicos o a c a d é m i c o s , nos sentiríamos motivados a leer, si realm e n t e c o n t i n u a r í a m o s leyendo este t e x t o . ¡ N o lo sé! L o s lectores y
las lectoras t e n e m o s pocas manías. C u a n d o un escrito n o nos interesa, lo a b a n d o n a m o s sin piedad. Sólo seguimos si nos
atraídos. La primera
tiene
que inducir
muerto.
frase
de un texto es la más importante
al lector a pasar
a la segunda;
sentimos
porque
si no, el texto
está
[Leíste antes esta frase: ¿dónde?, ¿quién la dijo?]
E l segundo ejemplo es más s o c a r r ó n . U n a vez m e t o c ó escribir
un artículo divulgativo sobre las excelencias del aire a c o n d i c i o n a d o
—¡qué cosas tiene que h a c e r u n o en la vida!—. Se trataba, c l a r o está,
de publicidad
indirecta
- ¡ v a y a d e n o m i n a c i ó n más tramposa!— diri-
gida a lectores de periódicos y revistas. C o n finura y picardía, tenía
que c o n v e n c e r a todos d e las indudables ventajas d e esta n u e v a t e c nología, c o n un lenguaje n e u t r o y sin aspavientos.
C o m o sabía p o c o o n a d a sobre el t e m a , m i cliente m e llenó las
m a n o s d e prospectos técnicos sobre aire acondicionado: descripc i ó n , tecnología, funciones, modelos, prestaciones..., ¡todo! Y yo m e
preguntaba: ¿ C ó m o p u e d o h a c e r atractivos unos datos tan técnicos y
tan desconectados de los intereses del c i u d a d a n o d e a pie? V a m o s a
analizar la respuesta que pude y supe dar, la mejor que supe escribir
—y r e c o n o z c o que he introducido algún c a m b i o de última h o r a para
adaptar el t e x t o a esta cocina-.
E n la c o l u m n a de la d e r e c h a , c o n le-
tra m e n u d a , e n c o n t r a r á s explicados los recursos retóricos q u e utilicé
conscientemente:
UN N U E V O CONFORT:
EL
AIRE
ACONDICIONADO
Título con las
clave del tema.
palabras
Tamaño más grande de le-
tra para Ja introducción
(tres primeros párrafos) y
para la conclusión
(el
último).
C a d a v e r a n o , c u a n d o llega el b o chorno
y
las
temperaturas
suben
t a n t o q u e resulta difícil trajinar p o r
210
Inicio con estilo de cuento
narrativo.
casa, descansar o h a c e r algo,
muchos
pensamos: Quizá podríamos poner
aire
acondicionado.
Tendría que informarme de lo que cuesta. ¡Quizá no sea
muy
caro! A l g u n o s l o h a c e n y a c a b a n
instalándolo;
otros
no
a
pensamos: 1. pers. pl. Implica al lector, que se convierte en protagonista involuntario. Establece complicidad entre autor y lector.
encontramos
n u n c a el m o m e n t o d e visitar u n a t i e n d a
de electrodomésticos o pensamos que
n u e s t r o bolsillo n o llegaría a s e m e j a n t e
lujo. Y al t e r m i n a r el v e r a n o , la idea se
esfuma. A s í v a m o s t i r a n d o y y a está. E l
a ñ o q u e v i e n e —y el siguiente—
empe-
zará t o d o igual... ¡hasta q u e nos l i e m o s la
m a n t a a la c a b e z a !
E l a i r e a c o n d i c i o n a d o es u n o d e los
hitos i m p o r t a n t e s del a c t u a l n i v e l d e
vida y del c o n f o r t d o m é s t i c o . E n p o c o s
a ñ o s , lo q u e e r a un lujo d e p o c o s h a p a s a d o a ser u n a n e c e s i d a d d e m u c h o s .
A n t a ñ o era exclusivo de empresas o de
locales públicos, h o y l o e n c o n t r a m o s
e n m u c h o s h o g a r e s familiares. L o s
a v a n c e s t e c n o l ó g i c o s y la c o m e r c i a l i z a c i ó n m a s i v a h a n p e r m i t i d o esta difusión generalizada. H a p a s a d o a ser u n
b i e n t a n asequible c o m o u n a c a d e n a
m u s i c a l , u n a t e l e v i s i ó n o u n frigorífico
nuevos.
Quizá...: Estilo directo. E l
uso de distintas voces es un
rasgo conversacional típico
de la comunicación distendida y poligestionada (aquella en la que participan varias personas). Aporta variación, color y concreción al
discurso técnico.
Juego de oposiciones y paralelismos: un lujo de pocos/
una necesidad de muchos,
antaño/hoy,
empresas/hoga-
D e l m i s m o m o d o , ya h a p a s a d o a la
historia acjuel c u b o g o r d o y r u i d o s o ,
encaramado en puertas y ventanas de
bares y r e s t a u r a n t e s , q u e c h o r r e a b a
a g u a y n o s p r o c u r a b a súbitas c o r r i e n t e s
d e aire fresco. L a ú l t i m a t e c n o l o g í a n o s
ofrece una variada y
sofisticadísima
g a m a d e a p a r a t o s , utilidades y f o r m a s
diversas d e a i r e a c o n d i c i o n a d o ,
que
...a
la
historia...
Retrato
minucioso de una imagen
concreta y recordada. Conecta el discurso con la experiencia del lector, aporta
un tono familiar y afectivo.
Fijémonos:
hubiera
sido
mucho
menos
efectivo
—aunque mucho más preci211
h a n a r r i n c o n a d o aquel p o p u l a r aire
frío. E n definitiva: q u i e n q u i e r e v i v i r
m e j o r se instala aire a c o n d i c i o n a d o y
e v i t a b o c h o r n o s y sufrimientos.
so— algo como: ...a la histo­
ria los aparatos compactos
instalados en aberturas de
salas, de gran volumen, alto
nivel de ruido, con pérdidas
relevantes de agua, y con
deficiente graduación de la
temperatura
global de la
sala.
Frases de cierre de la intro­
ducción, que recuperan el
tono del principio y avan­
zan los contenidos que se
van a tratar.
Párrafos 1-3: Introduccióncebo para atraer lectores. E l
primer párrafo rastrea la
opinión tópica sobre el AA,
que los siguientes rectifican
con una visión actualizada.
Se sitúa el tema del ar­
tículo.
Utilidades del aire acondicionado
Gracias a una avanzada tecnología,
los actuales equipos de aire acondicio­
nado (en adelante A A ) son silenciosos,
potentes, saludables y manejables; tienen
larga vida y consumen razonablemente.
Al margen de modelos, marcas, poten­
cias y prestaciones, el A A ofrece todo lo
que sigue:
La
regulación
de
la t e m p e r a t u r a
ambiental es la principal función
del
A A . L o s modelos tradicionales refrige­
ran el aire en v e r a n o , pero los más m o ­
dernos también son capaces d e c a l e n t a r
212
Subtítulo para marcar
apartados del artículo.
los
AA: Sigla para economizar
palabras.
cr
l. apartado: Después de una
breve presentación general,
cada párrafo desarrolla una
utilidad. Los marcadores tex­
tuales muestran al lector
en invierno o , dicho de o t r o m o d o , de
actuar c o m o auténticas calefacciones.
C o n un simple sistema d e bombas de
calor, en v e r a n o el aparato saca aire c a ­
liente del interior de la vivienda hacia
el exterior; y en invierno, al revés,
a p r o v e c h a el c a l o r de la calle para c a ­
lentar el interior. L o s termostatos regu­
lan estas operaciones y obtienen la
temperatura deseada en cada habita­
ción y en cualquier m o m e n t o del día o
de la noche. A d e m á s , se trata d e un sis­
t e m a bastante e c o n ó m i c o , si lo c o m p a ­
ramos c o n el c o s t e sumado d e la refri­
geración estival y la calefacción in­
vernal.
la organización del texto
(1.°: la principal
función,
2°: la segunda, 3.°: asi­
mismo, 4.° finalmente).
E l A A también c o n t r o l a —y ésta es
su segunda gran f u n c i ó n - el g r a d o de
humedad relativa del ambiente y lo si­
túa en su nivel adecuado: e n t r e el 4 0 %
y el 6 0 % . E l e x c e s o de h u m e d a d difi­
culta la e v a p o r a c i ó n del sudor h u m a n o ,
causa molestias físicas importantes (vías
respiratorias, afecciones reumáticas) y
también puede estropear algunos elec­
trodomésticos (hifi, vídeo...). L a s zonas
acuáticas (costas, ríos, lagos...) son las
más expuestas a un e x c e s o d e humedad.
A s i m i s m o , los equipos de A A asegu­
ran la salubridad del aire: lo r e n u e v a n
periódicamente y limpian las impurezas
que suele c o n t e n e r . L o s filtros del apa­
rato eliminan las partículas de p o l v o y
de polen que acostumbran a flotar en el
ambiente, así c o m o cualquier olor,
h u m o o foco de c o n t a m i n a c i ó n que
pueda p e n e t r a r del exterior.
Uso de paréntesis para am­
pliar la información con
ejemplos y detalles. Éstos
quedan perfectamente aisla­
dos y el lector poco intere­
sado puede saltárselos con
facilidad.
Marcadores textuales situa­
dos en puntos estratégicos,
en el inicio del párrafo y de
la frase: asimismo,
final­
mente...
213
Se garantiza un aire más limpio y saludable para respirar en la zona a c o n d i cionada. ( E s t a prestación es útil sobre
Detalle añadido después del
u n t o
t o d o para las personas que sufren aler-
P
gias estacionales causadas p o r las partí-
t e s l S -
final
Y
e
n
t
r
e
P
a r é n
"
culas q u e lleva el aire.)
F i n a l m e n t e , el A A también regula
la velocidad del aire, de m a n e r a q u e la
t e m p e r a t u r a de una sala sea la m i s m a
en todos los puntos, y que se elimine el
c a l o r que p r o d u c e el c u e r p o h u m a n o ,
que puede desestabilizar el
ambiente.
E l m o v i m i e n t o constante y c o n t r o l a d o
del aire p r o d u c e una agradable sensación en la piel.
Equipamientos diversos
E l A A se adapta a todo tipo de espacios, tiene un diseño m o d e r n o , es fácil
de instalar y ofrece buenas prestaciones
y garantías de funcionamiento. H a y dos
grupos de equipos según la situación d e
sus componentes: producción de frío,
tratamiento de la humedad, r e n o v a ción... Son los compactos y los partidos.
Los
compactos integran todos los
c o m p o n e n t e s en un solo a r m a z ó n , que se
instala en la zona que se ha de climatizar.
lIQlffltttlllilJffllí
un t e r c e r o que es portátil.
2° apartado: Las negritas de
las dos palabras clave se sitúan al final de la presentación y determinan la estructura del apartado. Los siguientes párrafos arrancan
con estas palabras.
E l p r i m e r o es
m u y útil para adaptarlo a edificios viejos
y p e r m i t e a c o n d i c i o n a r zonas independientes. E l segundo se c o l o c a en el suelo,
c o m o un p e q u e ñ o mueble en una pared
o en un rincón.
214
Descripción
modelos.
numerada de
E l t e r c e r o se maneja c o n
se puede
simplicidad:
transportar d e un punto
a
o t r o , es m u y útil para pequeñas salas y
sólo necesita una abertura al exterior.
Los
partidos sitúan e n el exterior
el sistema d e e v a c u a c i ó n del aire c a liente y en el interior, unido c o n un
c o n d u c t o , el
resto d e componentes. D e
esta m a n e r a , se a p r o v e c h a n los espacios
muertos, se evitan las obras e n el inmueble y se pueden organizar varios
acoplamientos. T a m b i é n se trata de los
equipos más silenciosos, m u y apropiados para dormitorios y salas-comedores. L a unidad interior puede adosarse
a la pared, al suelo, al t e c h o o puede
ser portátil. L a s salidas d e aire también
varían: verticales, horizontales, laterales, etc. Algunos m o d e l o s incluso tienen m a n d o a distancia.
Consejos útiles para poner AA
A h o r a bien: «¿Cuál de estos modelos
es el mejor para mi casa?, ¿puedo poner
AA sólo en el comedor?, ¿y para mi pisito viejo?» Preguntas difíciles d e responder.
3 . " apartado: Preguntas retóricas en 1. persona como
presentación.
E n p r i m e r lugar, se tiene que h a c e r
un análisis de la zona p o r acondicionar.
Marcadores de orden situados en el inicio del párrafo:
( t i l
a
II
e n la t e m p e r a V/ a n o s tactores influyen
intk
tura del edificio: el e n t o r n o de la c o n s -
en
definitiva.
trucción, el g r a d o d e aislamiento térm i c o , la incidencia del sol, d e la luz y
del aire, el v o l u m e n y el espacio q u e
hay que climatizar, el n ú m e r o d e o c u pantes, su actividad física, etc. L a p o 215
tencia, la situación y las prestaciones
del A A v a r i a r á n según estos factores.
A s i m i s m o , también hay que t e n e r
en c u e n t a si sólo se a c o n d i c i o n a r á u n a
dependencia o toda una vivienda, si es
posible h a c e r obras en el edificio y el
coste que pueden t e n e r , el espacio disponible
para
los
aparatos,
etc.
Y
c u a n d o ya se sabe t o d o , e n t o n c e s debemos decidirnos p o r una m a r c a o p o r
otra, c o n las implicaciones c o r r e s p o n dientes d e precios, atención al cliente y
servicio p o s v e n t a de reparación y m a n tenimiento.
E n definitiva, a la vista de t o d o lo
que debemos vigilar, lo m á s r e c o m e n dable es e n c o m e n d a r s e a un
Consejo final de resumen
del tercer apartado,
especia-
lista para que prepare un estudio serio
de las necesidades del inmueble y p r o ponga
un
sistema
ajustado y
garan-
tizado.
¡ A h ! Y un ú l t i m o c o n s e j o al o í d o :
si e s t á n ustedes i n t e r e s a d o s e n a d q u i rir un A A n o e s p e r e n a q u e l l e g u e el
v e r a n o y p a s e t o d o lo q u e dijimos al
principio:
¡ e n t o n c e s es
cuando
los
c o n c e s i o n a r i o s están llenos h a s t a los
topes! [ E n h e r , 1 9 9 1 ]
216
Conclusión final que remite
al inicio por la tipografía
más grande y el tono, como
la pescadilla que se muerde
la cola. Dice Josep M. Espinas que un discurso, oral o
escrito, es como el vuelo de
avión que despega y aterriza. Algunos escritos y
bastantes más parlamentos
pecan precisamente de no
saber acabar a tiempo y dar
vueltas y más vueltas repitiendo ideas y aburriendo a
la audiencia. El escrito
completo es aquel que fina-
liza en el momento opor­
tuno, ni antes ni después de
decir todo lo necesario,
con el convencimiento del
autor y el beneplácito del
lector.
T e r m i n o c o n algunos c o m e n t a r i o s generales:
E l escrito muestra un lenguaje llano, evitando el t o n o d e m a ­
siado formal o la terminología e x c e s i v a m e n t e técnica. Utiliza c o n
p r o v e c h o la expresividad d e locuciones, frases hechas y coloquialismos c o m o : vamos tirando, liarse la manta a la cabeza, la pescadilla
que se muerde la cola, hasta los topes. L a sintaxis también busca un
estilo asequible, c o n estructuras breves y simples.
E l t e x t o revela su organización interna c o n subtítulos, apartados
y parágrafos m u y pautados. C a d a a p a r t a d o c o n s t a de i n t r o d u c c i ó n ,
desarrollo y conclusión. C a d a párrafo tiene unidad significativa y
ordena la información i n t e r n a d e más a m e n o s i m p o r t a n t e y gene­
ral. L o s detalles y los ejemplos v a n al final e n posiciones marginales
(entre paréntesis o c o m a s , e n listas, etc.).
217
15. L A I M A G E N I M P R E S A
La imagen de las palabras
vale más que mil
palabras.
¿Has c o n t a d o alguna vez la cantidad de horas que te pasas delante d e una hoja escrita? L e e m o s periódicos, artículos, informes,
anuncios, impresos, libros, una n o v e l a el fin d e s e m a n a o en verano; escribimos textos: avisos, cartas, proyectos...; y siempre t e n e mos una página de letras ante los ojos. Administrativos, ejecutivos,
maestros, negociantes, estudiantes, periodistas, contables..., todos
nos pasamos horas y horas sentados delante de un papel.
L o s y las que trabajamos c o n o r d e n a d o r nos p r e o c u p a m o s en
t o d o m o m e n t o d e protegernos la vista c o n filtros. M u c h o s también
nos p r e g u n t a m o s si la silla o la butaca d o n d e nos sentamos t a n t o
t i e m p o es la más adecuada. ¿Será lo suficientemente e r g o n ó m i c a
para prevenir dolores de espalda? E n c a m b i o , n o siempre nos p r e o c u p a m o s de buscar el diseño más eficiente para la página e n blanco,
de hallar la m a n e r a más fácil de presentar la imagen del t e x t o a los
ojos, aquella que nos a h o r r e t i e m p o y esfuerzos.
O j o s E
IMÁGENES
L a s páginas escritas son imágenes visuales. C u a n d o las m i r a m o s ,
lo p r i m e r o que distinguimos es un m a r c o rectangular que cierra una
piscina d e letras. D e n t r o d e ella, las formas más destacadas (títulos,
mayúsculas, dibujos...) nos llaman la atención en p r i m e r lugar. A n tes d e que p o d a m o s descifrar nada, estas formas ya nos informan sobre el t e x t o . N o s h e m o s pasado tantas horas observando imágenes
escritas y t e n e m o s tanta experiencia en hacerlo que casi somos c a paces de adivinar de qué se trata antes de empezar a leer.
218
Por ejemplo, fíjate en la siguiente imagen y responde a las pre­
de abajo (encontrarás la solución al final del capítulo):
gu ntas
Epa acsos staen
rótesu hacer geció
Han entredea satopo con vista
Epa (Apnoto).-Acsos staen
contamente para hacer gecio
a Epa. Han entredea satopo
con vista, en tel cachen róse­
tu.
Atia han gecioea 100 ma­
totes, 58 matotes de pácila et
42 matotes de tícula. Conga­
fitosos matotes Espite Oolo­
nari et Micas staera ecs poc­
teres de Epa et Patrina.
Ec UBC (Utmai Catali de
Burgio) ha feae coti rósetu
camible.
En Epa staen acsos muy tiv
• Intiri p. 4
2
1.
2.
3.
4.
S.
6.
7.
8.
¿Qué tipo de texto es y dónde lo podemos encontrar?
¿En qué lugar pasan los hechos? ¿Dónde se sitúa la acción?
¿Qué significan las letras del cuadro 1?
¿Y las palabras del cuadro 2?
Di cinco palabras del texto que aporten información relevante.
Di cinco más que no aporten información.
¿Qué crees que significan la.s palabras de debajo de la foto?
¿Qué función tienen los cuatro tipos de tipografía del texto?
¿Has acertado la mayoría? ¿Todas? ¡Si no se entiende nada! Al fin y
al cabo, no hay nada que comprender porque no se trata de ningún
idioma. Son palabras inventadas que no significan nada. Pero la
compaginación tipográfica como se presentan, en forma de noticia
periodística, nos permite deducir algunos datos básicos sobre el
219
texto. C o m o buenos lectores de periódicos, r e c o n o c e m o s esta imagen y sus c o n v e n c i o n e s y las interpretamos sin dificultad. [Imagina el
mismo lío de letras sin titulares ni columnas, ni pies de foto ni foto, con un solo cuerpo
y tipo de letra... ¿Habrías podido responder con éxito a las mismas preguntas?]
E l p e r i o d i s m o y la p u b l i c i d a d
s o n los á m b i t o s e s c r i -
tos que seguramente h a n sabido a p r o v e c h a r c o n más int e l i g e n c i a el p o t e n c i a l c o m u n i c a t i v o n o v e r b a l d e la i m a g e n i m p r e s a . H a n sabido desarrollar un código c o m p l e t o de
compaginación del escrito en una página en blanco, que facilita y favorece la comprensión. A p r o v e c h a n la c o l o c a c i ó n de la
letra, su t a m a ñ o o su forma para i n f o r m a r y atraer al l e c t o r m u c h o
antes de q u e éste e m p i e c e a leer. D e este m o d o , t e n e m o s que sup o n e r q u e el t e x t o anterior c o n s e r v a la estructura típica de u n a
noticia: la pirámide invertida q u e o r d e n a la información de m á s
i m p o r t a n t e a menos. E l p r i m e r párrafo, llamado lead
o también
«sombrero», debe c o n t e n e r los datos esenciales que responden a
las preguntas de quién, qué, cuándo,
dónde y por qué. [Fijémonos que
este primer párrafo repite todas las palabras que aparecen en el título y en el subtítulo.]
E n el c a s o del periódico, solemos t e n e r p o c o t i e m p o para leerlo,
lo hojeamos rápidamente, leemos sólo los titulares y, quizás, alguna
noticia importante. Somos d e s c a r a d a m e n t e selectivos y agradecemos la disposición cuidadosa de la información, que nos p e r m i t e
avanzar deprisa. [Repito la misma pregunta, también entre corchetes: ¿Puedes imaginarte cómo sería un periódico impreso en forma de libro, sin las convenciones tipográficas establecidas? ¿Lo podríamos leer del mismo modo?]
LA
IMAGEN
ORGANIZADA
L a i m a g e n de la página es la p r i m e r a impresión que tiene un
lector del texto. E s lo p r i m e r o q u e se v e , lo p r i m e r o q u e trasmite
información y p r o v o c a sensaciones sobre el escrito. [Lo hemos visto en
la página 8 3 , con el juego de los párrafos, y también lo estoy demostrando ahora con los
distintos tamaños de letra en este texto.] L O S
maquetistas,
tipógrafos
e
profesionales del eSCritO,
impresores,
buscan
imágenes
l i m p i a s y a t r a c t i v a s q u e a n i m e n a leer. U n a p á g i n a sucia o
220
demasiado cargada causa pereza; o t r a que
sea
pulida,
en
c a m b i o , p a r e c e m u c h o m á s ligera. Q u i e n suela leer m a n u s c r i tos —los maestros, p o r ejemplo— c o n o c e bien la diferencia q u e hay
e n t r e un escrito c l a r o c o n buena presentación y o t r o descuidado.
L a p r e s e n t a c i ó n d e los e s c r i t o s s e h a s o f i s t i c a d o n o t a b l e m e n t e e n los ú l t i m o s a ñ o s . Sólo d e b e m o s r e c o r d a r los m a nuales escolares que utilizábamos en la infancia, o algún v o l u m e n
d e c i m o n ó n i c o , y c o m p a r a r l o s c o n cualquier libro actual. E n los a n tiguos c a d a página se p a r e c e a la siguiente, c o n mares d e letra m o n ó t o n a d o n d e n o destaca nada, párrafos larguísimos y p o c a s o ninguna ilustración. E n los actuales, la d i v e r s i d a d t i p o g r á f i c a ,
e s q u e m a s , las
f o t o s , la
m a q u e t a c i ó n , etc.
i d e n t i d a d p e r s o n a l a c a d a hoja, q u e
se
confieren
c o n v i e r t e en
los
una
un
c u a d r o ú n i c o e irrepetible. ¡ Q u é a t r a c t i v a s son las páginas d e
hoy y qué a b u r r i d a s y p e s a d a s nos p a r e c e n las de antes!
E s t o s cambios también han modificado nuestra f o r m a d e leer.
H o y ya n o leemos c o m o a n t a ñ o , siempre d e izquierda a d e r e c h a y
de arriba abajo, resiguiendo la línea d e t e x t o . E s t a b l e c e m o s u n a interacción rápida c o n el texto: saltamos hacia adelante y hacia atrás
buscando datos c o n c r e t o s , evitamos los fragmentos que n o nos interesan y nos c o n c e n t r a m o s en los que c o n t i e n e n lo que buscamos.
L a m e m o r i a visual ha adquirido m u c h a importancia: hay fotografías, cuadros; r e c o r d a m o s un esquema p o r su forma, o u n a frase p o r
su situación. ¿ N o te ha o c u r r i d o n u n c a que, buscando u n a cita e n
un libro, recuerdes haberla leído en una posición e x a c t a , e n la p á gina izquierda o e n la d e r e c h a , arriba o abajo?
U n a d e las causas d e este c a m b i o son los p r o g r a m a s informáticos de p r o c e s a m i e n t o y edición de textos, que han r e v o l u c i o n a d o la
c o m u n i c a c i ó n escrita. H e m o s pasado de r e d a c t a r a m a n o a usar la
máquina de escribir, p r i m e r o m e c á n i c a y después e l e c t r ó n i c a , para
pasar hoy a diseñar escritos d e n t r o de un c u b o , casi c o m o si fueran
dibujos o imágenes. L a calidad t é c n i c a y c o m u n i c a t i v a d e un escrito
de antes n o p u e d e c o m p e t i r de ninguna m a n e r a c o n la d e los a c t u a les. Se han acabado los textos sin justificación, la impresión hundida
en la textura del papel, la m o n o t o n í a tipográfica, las m a n c h a s , las
tachaduras, los «entrañables» típex y las raspaduras.
221
L a informática ofrece a la escritora y al escritor corrientes las
posibilidades técnicas de la edición profesional. H o y los escritores
d e b e m o s preocuparnos tanto de c o r r e g i r los errores de ortografía
c o m o de escoger la mejor familia tipográfica, el interlineado, los
m á r g e n e s o el título, etc. L a s más recientes guías de r e d a c c i ó n dedic a n m u c h a importancia y atención a la presentación del t e x t o ( v e r
Diccionario
de la edición,
1 9 9 0 o Griselin et al., 1 9 9 2 ) . R e s u m o en
la siguiente lista unas pocas reglas para conseguir buenas imágenes
escritas.
ORGANIZACIÓN D E LA PÁGINA
1. L a página es c o m o una pintura e n m a r c a d a de una exposición. L a escritura es la acuarela y el papel b l a n c o el lienzo que
le da soporte. L o s márgenes deben ser generosos y rectos, simétricos —¡que la página n o se desplome hacia la derecha!
2. D e l equilibrio entre tamaño
terlineado
d e la letra y de la hoja y el in-
depende la facilidad d e p e r c e p c i ó n ocular. V a l e la
pena preferir los espacios amplios y la letra grande.
3. L o s párrafos suelen marcarse bien con un espacio interlineal doble,
llamado línea blanca - t a l c o m o se h a c e en esta lista—, bien c o n un
p e q u e ñ o sangrado al inicio —como en el resto del libro—. N o se suelen m e z c l a r los dos sistemas. ( P e r o hay o t r o tipo de párrafos más estéticos y m e n o s usados; para cualquier cuestión tipográfica, consultar Martínez de Sousa, 1 9 8 7 y 1 9 9 2 . )
4. L a s E X P R E S I O N E S I M P O R T A N T E S -títulos, palabras
clave, tesis, e t c . - pueden m a r c a r s e gráficamente, tal c o m o se h a c e
en este resumen. P e r o d e b e m o s ser CAUTOS: los excesos entorpecen y n o ayudan (tal como se demuestra en este punto).
5. D e b e r í a m o s identificar cada página p o r m o t i v o s d e seguridad y
comodidad: para que n o se extravíe y para que sepamos e n t o d o m o m e n t o q u é estamos leyendo. L o s identificadores
de página se sitúan
en posiciones estratégicas de los márgenes. L o s m á s corrientes son el
número
222
de página,
el título o la referencia del tema y el autor.
Un
abuso de identificadores resulta redundante y ensucia los márgenes hasta distorsionar la página. P o r este m o t i v o suelen c o n centrarse todos en un solo m a r g e n .
6. L o s títulos y subtítulos son las etiquetas del t e x t o . L a s leem o s m u c h a s más veces que ninguna otra p a r t e del escrito. V a l e
la pena que sean cortos, claros y atractivos: que indiquen
lo
que el lector v a a e n c o n t r a r , que c o n t e n g a n las palabras c l a v e
del t e m a y que sirvan para identificar cada p a r t e del t e x t o . E l
título de u n o d e los capítulos d e esta cocina
muestra exacta-
m e n t e lo que n o deberíamos h a c e r n u n c a . ¿Cuál es?
Quizás este abecedario d e la presentación p e r m i t a sobrevivir
en el actual m u n d o tipográfico. P e r o se trata sólo de unos mínim o s imprescindibles. L a imagen escrita puede ser todavía m u c h o
más compleja si se utilizan algunos recursos retóricos de presentación de textos.
SEÑALES
PARA
LEER
L a s líneas d e un escrito son la c a r r e t e r a q u e el l e c t o r y la lectora siguen para descubrir el paisaje d e la página y p a r a llegar a su
c o m p r e n s i ó n . L e e r es c o n d u c i r la vista p o r las estribaciones d e letras y captar su sentido. Si la c a r r e t e r a es buena, está e n c o n d i c i o nes aceptables, está señalizada —como una autopista—, leer es un
placer y c o m p r e n d e m o s el significado c o n rapidez y facilidad. P e r o
si se trata de un c a m i n o c a m p e s t r e , d e un asfalto d e t e r i o r a d o o d e
una vía sin señales de tráfico ni m a r c a s , la lectura resulta m u c h o
más complicada: n o sabemos qué accidentes nos d e p a r a r á el t e rreno; leemos p o c o a p o c o y c o n precaución.
P o d e m o s ayudar al lector a leer el t e x t o , enderezándole el c a -
mino que tiene que recorrer. Le podemos marcar las ideas más
importantes, explicarle los c r u c e s conflictivos d o n d e puede e q u i v o carse, o trazarle un m a p a del viaje para que n o se confunda. D i s p o n e m o s de varios recursos para señalizar un escrito y guiar su
lectura. L a siguiente lista, adaptada d e F l o w e r ( 1 9 8 9 ) , e n u m e r a los
principales:
223
SEÑALES PARA LEER
Titulo.
Extractos
Membretes y encabezamientos
Citas
Apartados de introducción, prólogo o prefacio
Frases iniciales de tesis/cuestión/propósito
Frases temáticas de párrafo
índice
Señales
d e anticipación
Frases finales de resumen/conclusión/recuerdo
Apartados de resumen, conclusiones o epílogos
Recapitulaciones
Señales
de resumen
Puntuación
Señales tipográficas:
•
•
•
•
variación tipográfica (cuerpo, familia...)
subrayados, negritas, cursivas
M A Y Ú S C U L A S , V E R S A L I T A S , cifras
numeración de apartados, capítulos
Señales
visuales
Disposición visual:
• márgenes
• líneas blancas, sangrados, blancos
• filas, columnas, franjas
• dibujos, gráficos, esquemas
Marcadores textuales:
• enlaces: conjunciones, preposiciones..
• repeticiones: anáforas, pronombres...
Señales
verbales
Las señales d e anticipación avisan al principio lo q u e se e n c o n trará e n el t e x t o (extracto,
ción (frases iniciales,
índice...)
subtítulos...);
o d e lo que seguirá a continualas d e resumen, r e c u e r d a n lo más
i m p o r t a n t e que se ha dicho. L a s visuales destacan determinados
fragmentos c o n procedimientos n o verbales: formas, colores, t a m a ños... L l e g a n al lector incluso antes que la lectura. L a s verbales
apuntalan el desarrollo de la lectura c o n alguna información lin224
güística: orden de las palabras, anáfora, relaciones e n t r e
ideas
(causa, consecuencia...).
C o m o siempre, un uso excesivo o inapropiado d e cualquiera d e
estas señales sería c o n t r a p r o d u c e n t e . D e b e m o s seleccionar las señales más adecuadas para c a d a tipo de c o m u n i c a c i ó n y t a m b i é n t e n e mos que usarlas c o n m o d e r a c i ó n . Fíjate e n el siguiente t e x t o , q u e
c o r r e s p o n d e a la página 2 5 de la cocina, a los primeros seis párrafos
del apartado El estilo llano. C o m p a r a las dos posibles versiones, las
dos formas distintas d e presentar casi la m i s m a información. ¿Cuál
te gusta más? ¿Cuál c r e e s que es m á s adecuada?
El estilo llano
Nombre
Plain English Movement, adaptado a Movimiento del estilo o el lenguaje
llano.
Definición
Movimiento de renovación de la redacción desarrollado en E E . U U . a
partir de los años setenta y luego expandido al mundo anglosajón.
Objetivos
Con el propósito general de promover un estilo llano para los textos
públicos, se intenta:
• Elaborar normativa legal sobre comunicación escrita (leyes y recomendaciones).
• Investigar sobre redacción (qué problemas de comprensión presentan
los textos, cómo se pueden resolver...).
• Formar a los técnicos de cada disciplina que han de redactar (abogados, jueces, científicos...).
• Difundir las ideas del movimiento con publicaciones y jornadas informativas.
Ámbito de acción
Administraciones públicas y organizaciones de servicios a la comunidad.
225
T i p o d e textos
Leyes, normas, seguros, impresos, contratos, sentencias,
garantías, instrucciones, etc.
condiciones,
Historia
Datos más importantes:
1960-70: Las Asociaciones de Consumidores de EE.UU. piden que la documentación básica se escriba en un lenguaje llano.
1975:
E l Citibank de Nueva York reescribe sus formularios de préstamos para adaptarlos a este nuevo estilo llano.
1978:
E l gobierno Cárter ordena que «todas las regulaciones más
importantes se redacten en un inglés llano y comprensible
para todos aquellos que deban cumplirlas».
F u n d a m e n t o s éticos
La democracia se fundamenta en la facilidad de comunicación entre las
instituciones y la ciudadanía. La administración pública y el sector privado tienen el deber de expresarse de manera llana, mientras que los
administrados tienen el derecho de poder comprender todo lo que necesiten para desarrollarse en la sociedad moderna.
Economía
La reelaboración de cualquier documentación con un estilo llano genera gastos al principio (especialistas, diseño nuevo, impresión, evaluación), pero a largo plazo resulta rentable porque ahorra dudas y esfuerzos humanos y económicos.
Quizás te gusta m á s esta presentación que la de la página 2 5 . E s
m á s esquemática, ordenada, visual; presenta la información a t o m i zada; p e r m i t e hallar cada dato c o n el m í n i m o esfuerzo, hacerse una
impresión global con una ojeada; también ayuda a estudiar. Pero no
es m u y agradable para una lectura c o n t i n u a d a o reflexiva, p a r a sentarse en una butaca y leer tranquilamente. ¿ V e r d a d que n o invita a
leer, a pasarte una o dos horas o b s e r v a n d o páginas de este tipo? P o r
última vez: ¿te imaginas este libro escrito í n t e g r a m e n t e c o n esta últ i m a presentación, de m a n e r a telegráfica y esquemática? L a lectura
hubiera sido distinta, pero... ¿te habría gustado?
226
Respuestas al texto de Epa acsos
l. Es una noticia de prensa y podría aparecer en la primera página de
cualquier rotativo.
2. En Epa (Apnoto); Epa puede ser el barrio, pueblo o ciudad; y Apnoto,
la comarca, provincia o estado. Lo sabemos porque estas palabras ocu­
pan la posición habitual de los topónimos que localizan cada noticia.
3. Algo así como Mds información pdg. 4.
4. Debe ser la agencia propietaria de la fotografía.
5. Las que ocupan las posiciones relevantes del texto (titulares, primer
párrafo, inicio de frase), o las más repetidas. Por ejemplo: Epa, acsos,
gecio, satopo, entredea...
6. Las del final del texto, las menos repetidas o las cortas y presumible­
mente gramaticales. Por ejemplo: camible, ha, et, de, para...
7. Explican, sitúan o comentan la fotografía.
8. Establecen jerarquías de información. Siguiendo la estructura de pi­
rdmide de la noticia: lo más básico e importante se dice al principio y
los complementos o los detalles más adelante o al final. Las variaciones
tipográficas destacan estas distinciones.
227
16. P I N T A R O R E C O N S T R U I R
Escribir es reescribir.
DONALD
M.
MURRAY
La persona que no comete errores no suele
hacer nunca nada.
E.
J . PHELPS
E m p i e z o c o n inquietud este último capítulo —¡en o r d e n de posición!—. M e ronda p o r la cabeza desde que h e empezado a escribir
esta cocina. N o m e gusta que esté aquí. ¡Aquí! ¡Precisamente aquí!
¡Al final del libro! Hubiera querido p o d e r c o l o c a r l o m á s adelante,
después d e El crecimiento
de las ideas y de Cajones y... ¡ P e r o llega
muy tarde! E s t o s dos capítulos enlazan muy bien u n o c o n o t r o , y
este t e r c e r o tendría que haberlo m e t i d o c o n un calzador.
Repito: n o m e gusta nada dejarlo aquí, este capítulo. Si ya es un
prejuicio m u y extendido que la revisión se tiene que h a c e r al final y
sólo al final, todavía r e m a c h o el c l a v o hablando d e este t e m a aquí y
n o antes. ¿ C ó m o puedo afirmar que la revisión es esencial, que se
tiene que realizar durante t o d o el p r o c e s o de escritura y que afecta a
todo el escrito, si sólo le dedico un capitulito al final, n u e v e páginas
justitas? ¿ Q u i é n m e creerá?
Y a que n o e n c u e n t r o solución y, así pues, el capítulo se queda
aquí, al final de la cocina, a p r o v e c h o r e t ó r i c a m e n t e mis inquietudes,
las confieso c o n sinceridad, escribo este encabezamiento y así pido
perdón p o r mis faltas. Incluso consigo atraer el interés de m i lector
o lectora.
APRENDICES
Y
EXPERTOS
E n ningún o t r o apartado del p r o c e s o d e redacción se nota tanto
la diferencia e n t r e aprendices y expertos c o m o e n la revisión. L a investigación científica demuestra q u e unos y otros se c o m p o r t a n d e
m a n e r a absolutamente distinta c u a n d o revisan, hasta el p u n t o de
228
que realizan dos actividades distintas, aunque se las l l a m e del
m i s m o m o d o : los primeros sólo reparan las averías d e su prosa
(errores, incorrecciones, defectos), mientras que los segundos a p r o ­
v e c h a n la revisión para mejorar el escrito de pies a cabeza, p a r a h a ­
cerlo más claro, intenso, c o m p l e t o . P a r a los aprendices consiste e n
dar una c a p a de pintura a la prosa; para los segundos se trata d e r e ­
construir el edificio del t e x t o desde los cimientos.
F l o w e r ( 1 9 8 9 ) describe c o n detalle el c o m p o r t a m i e n t o d u r a n t e la
revisión d e escritores aprendices y expertos. E l siguiente e s q u e m a c o m ­
para los objetivos, las técnicas y el m é t o d o d e trabajo d e unos y otros:
DIFERENCIAS E N E L PROCESO D E REVISIÓN
APRENDICES
EXPERTOS
Objetivo:
• La revisión sirve para corregir
errores y pulir la prosa.
• La revisión sirve para mejorar globalmente el texto.
Extensión:
• La revisión afecta a palabras o fra­
ses aisladas.
• Afecta a fragmentos extensos de
texto, las ideas principales y la es­
tructura.
Técnicas:
• La técnica más usada es tachar pa­
labras.
• Piensan: esto no suena bien, esto es
incorrecto.
Manera de trabajar.
• Revisan al mismo tiempo que leen
el texto. Avanzan palabra por pa­
labra.
• Tratan la revisión como una parte
del proceso de desarrollar y redac­
tar ideas.
• Deciden cómo se tiene que revi­
sar: leyendo el escrito, detectando
errores, reformulándolos, etc.
• Tienen objetivos concretos y una
imagen clara de cómo quieren que
sea el texto. Durante la revisión,
comparan esta imagen con el texto
real.
229
• Cuando detectan un problema,
lo resuelven rápidamente.
• Dedican tiempo a diagnosticar el
problema y planifican
cómo
pueden enmendarlo.
¿ E n qué b a n d o te sitúas tú? ¿ E n la izquierda o e n la derecha?
¿Revisas c o m o un aprendiz o c o m o un e x p e r t o ? ¿ C o n quién te identificas y en qué grado?
E n r e s u m e n , los aprendices sólo saben revisar en la superficie
del t e x t o , c o n unidades locales c o m o letras, palabras o expresiones,
que leen y rectifican instintivamente c u a n d o d e t e c t a n alguna falta.
A c t ú a n sobre t o d o c o n criterios de c o r r e c c i ó n y g r a m á t i c a , intent a n d o eliminar los defectos del escrito. Suelen sentir la revisión
c o m o u n a o p e r a c i ó n enojosa, aburrida, m e c á n i c a , que se tiene que
realizar obligatoriamente, y que - ¡ q u é r e m e d i o ! - h a c e n c o n rapidez
y desgana.
E n c a m b i o , los expertos se m u e v e n en todos los niveles del
t e x t o , también c o n unidades globales y más profundas c o m o ideas,
párrafos, puntos de vista, enfoques, e t c . Son capaces de revisar sel e c t i v a m e n t e , c o n c e n t r á n d o s e en aspectos distintos. N o esperan a
e n c o n t r a r problemas para actuar: pueden r e h a c e r frases o ideas ya
c o r r e c t a s para darles una f o r m a o un sentido mejores. T i e n e n criterios definidos sobre lo que quieren conseguir y utilizan m é t o d o s variados p a r a conseguirlo, según las circunstancias. P a r a ellos y ellas,
revisar f o r m a p a r t e del a c t o d e escribir, es un c o m p o n e n t e c r e a t i v o
que les p e r m i t e avanzar e i n v e n t a r cosas nuevas. N o les p r o v o c a
m á s pereza o aburrimiento que otras o p e r a c i o n e s de la escritura.
P o r estas razones, los e x p e r t o s n o esperan a t e n e r una versión
c o m p l e t a del t e x t o para revisar. P u e d e n v a l o r a r listas de ideas, n o tas, apuntes, esquemas, borradores o incluso los planes o las intenciones q u e todavía n o tienen f o r m a escrita, que sólo son
mientos mentales más o m e n o s huidizos.
pensa-
Utilizan la revisión
en
cualquier m o m e n t o del largo p r o c e s o de c o m p o s i c i ó n del escrito,
c o m o una m a n e r a d e v a l o r a r la tarea h e c h a y d e rectificarla para
que se adapte mejor a sus propósitos.
E l siguiente e s q u e m a m u e s t r a la posición c e n t r a l que o c u p a la
revisión y la c o n e x i ó n que tiene c o n el resto d e procesos de escritura:
230
I
E n conclusión, revisar es m u c h o m á s q u e una t é c n i c a o u n a supervisión final del escrito: implica u n a d e t e r m i n a d a actitud d e escritura y un estilo de trabajo. L o s aprendices que quieran modificar
su c o m p o r t a m i e n t o , n o sólo tienen que e n t r e n a r s e e n un ejercicio
t é c n i c o sino q u e deben desarrollar u n a actitud y unos valores sust a n c i a l m e n t e nuevos respecto a la escritura.
GUÍA
D E REVISIÓN
H e aquí u n a pauta d e revisión para t e n e r en c u e n t a todos los aspectos del t e x t o . L a puedes utilizar e n todos los m o m e n t o s del p r o ceso d e
revisión.
GUÍA D E PREGUNTAS PARA REVISAR
1. Enfoque del escrito:
• ¿ E l tipo d e t e x t o es a d e c u a d o a la situación?
• ¿Consigue el t e x t o m i propósito? ¿ Q u e d a c l a r o lo que p r e tendo?
• ¿ R e a c c i o n a r á el l e c t o r / a tal c o m o espero, al leer el t e x t o ?
• ¿ Q u e d a n claras las circunstancias q u e m o t i v a n el escrito?
231
2. I d e a s e
información:
• ¿Hay la información suficiente? ¿ N i e n e x c e s o ni p o r defecto?
• ¿ E n t i e n d o yo t o d o lo que se dice? ¿ L o e n t e n d e r á el l e c t o r / a ?
¿Las ideas son lo bastante claras?
• ¿Hay un buen equilibrio e n t r e teoría y p r á c t i c a , tesis y argum e n t o s , gráficos y explicación, datos y c o m e n t a r i o s , información y opinión?
3.
Estructura:
• ¿ E s t á bastante clara para que ayude al l e c t o r / a a e n t e n d e r m e jor el mensaje? ¿ A d o p t a su p u n t o d e vista?
• ¿ L o s datos están bien agrupados en apartados?
• ¿ L a información relevante o c u p a las posiciones i m p o r t a n t e s , al
principio del t e x t o , de los apartados o d e los párrafos?
4.
Párrafos:
• ¿Cada párrafo trata de un subtema o aspecto distinto?
• ¿ T i e n e n la extensión adecuada? ¿ N o son d e m a s i a d o extensos?
¿Hay algún párrafo-frase?
• ¿ T i e n e c a d a u n o una frase t e m á t i c a o tesis que a n u n c i e el
tema?
• ¿ E s t á n bien m a r c a d o s visualmente en la página?
5. F r a s e s :
• ¿Hay m u c h a s frases negativas, pasivas o d e m a s i a d o largas?
• ¿Son variadas: d e extensión, o r d e n , modalidad, estilo?
• ¿ L l e v a n la información i m p o r t a n t e al principio?
• ¿ H e d e t e c t a d o algún tic d e r e d a c c i ó n ?
• ¿Hay abuso de incisos o subordinadas m u y largas?
6. P a l a b r a s :
• ¿ H e e n c o n t r a d o algún c o m o d í n , cliché, muletilla o repetición
frecuente?
• ¿Hay m u c h a s palabras abstractas o complejas? ¿ H e utilizado el
léxico o la terminología precisos?
• ¿Utilizo los m a r c a d o r e s textuales de m a n e r a a d e c u a d a ?
• ¿ E l l e c t o r / a e n t e n d e r á todas las palabras que a p a r e c e n en el
texto?
232
7. Puntuación:
• ¿ H e repasado todos los signos? ¿ E s t á n bien situados?
• ¿ E s apropiada la p r o p o r c i ó n d e signos p o r frase?
• ¿Hay paréntesis innecesarios?
8. Nivel de formalidad:
• ¿ E s adecuada la imagen que el t e x t o ofrece d e mí? ¿ M e gusta?
• ¿ E l escrito se dirige al l e c t o r / a c o n el t r a t a m i e n t o adecuado?
¿Tú o usted?
• ¿Hay alguna
vulgar?
expresión
o
palabra informal
o
demasiado
• ¿Se m e ha escapado alguna expresión rebuscada, e x t r a ñ a o e x cesivamente compleja?
• ¿Hay alguna expresión sexista o irrespetuosa?
9. Recursos retóricos:
• ¿ E l t e x t o atrae el interés del l e c t o r / a ?
• ¿ L a prosa tiene un t o n o e n é r g i c o ?
• ¿Hay introducción, resumen o recapitulación? ¿Son
sarios?
nece-
• ¿Puedo utilizar algún recurso d e c o m p a r a c i ó n , ejemplos, p r e guntas retóricas, frases hechas, e t c . ?
10. Presentación:
• ¿Cada página es variada, distinta y atractiva?
• ¿Utilizo las cursivas, las negritas y las mayúsculas de m a n e r a
racional?
• ¿Son claros los esquemas, los gráficos, las c o l u m n a s ?
• ¿Los márgenes, los títulos y los párrafos están bien m a r c a d o s ?
• ¿ E l t e x t o da lo q u e el título p r o m e t e ?
C o m o otras veces, los diez mandamientos o consejos deben resumirse en uno, que es el que cualquier escritor debería tener escrito
c o n letra grande en la primera hoja del c u a d e r n o —o quizás pegado a
la pantalla del ordenador, c o n letra roja—. E s la pregunta última y decisiva, la que puedes y debes formularte en todo m o m e n t o : ¿Esta es
la mejor versión de este texto que soy capaz de escribir? C o m o una
pintura que n o acaba, sin fin, sin m e t a , la escritura siempre puede
llegar más allá... ¡puede ser interminable y horrorosa!
233
P e r o n o siempre se tiene que revisar siguiendo esta especie de
brújula de preguntas que es la lista anterior. L o s tratados de r e d a c ción ofrecen ideas variadas e incluso curiosas para mejorar un b o rrador. L o s diez truquillos
siguientes son una selección personal he-
c h a a partir d e M u r r a y ( 1 9 8 7 ) , R i c h a u d e a u ( 1 9 7 8 ) y F l o w e r ( 1 9 8 9 ) .
L é e l o s y escoge tus técnicas preferidas para revisar.
DIEZ
TRUQUILLOS PARA REVISAR
1. Leer como un escritor/a. U n fotógrafo observa las fotos de m a nera muy distinta a un profano. L e e tu escrito c o m o un auténtico
profesional. N o tengas respeto p o r nada. T o d o puede c a m b i a r , t o d o
puede mejorar. Cada página está llena de nuevas posibilidades. ¿ E l
papel dice e x a c t a m e n t e lo que está en tu m e n t e ? ¿Se entiende todo?
Arregla lo que n o sea aún bastante bueno.
2. Leer como un lector/a. E r e s tu p r o p i o lector p o r unos m o m e n tos. M é t e t e d e n t r o de él o ella (si lo c o n o c e s , todavía te será más fácil). L e e el escrito y detente en c a d a párrafo. ¿ Q u é piensas? ¿ L o entiendes? ¿Estás de acuerdo? ¿ C ó m o rebatirías lo que dice? ¿ Q u é
opinión tienes de eso? A p u n t a todas tus respuestas y, c u a n d o hayas
t e r m i n a d o , analízalas desde tu óptica real de autor. Di: ¿qué p u e d o
h a c e r para evitar lo negativo que ha pensado «el lector»?
3. Hablar con un lector/a real. Pide a un a m i g o o a un colega que
lea tu escrito. Pídele que diga cuál es, según su opinión, el objetivo
fundamental del t e x t o y sus ideas principales. E s c u c h a c o n atención
lo que te diga. N o te justifiques. ¿ C ó m o puedes a p r o v e c h a r sus opiniones?
4.
Imaginar un diálogo con el lector/a. Si n o hay lectores reales,
¡imagínatelos! I m a g i n a que visitas a tu lector real (en el despacho, en
su casa, en la escuela) y que le cuentas el c o n t e n i d o del t e x t o . ¿ Q u é te
diría?, ¿ c ó m o reaccionaría? ¿ Q u é le responderías tú? I m a g i n a el diálogo que podríais tener. Utilízalo para e n m e n d a r tu escrito.
5.
Adoptar una actitud crítica. R e l e e el t e x t o c o m o si fueras un c r í -
tico implacable, c o n actitud dura. E x a g e r a los errores, busca todo lo
234
que los lectores puedan caricaturizar. N o dejes títere c o n cabeza.
Después, r e c u p e r a el t o n o racional y v a l o r a si estas críticas t i e n e n
algún fundamento. Si acaso, rectifica los excesos.
6.
Oralizar el escrito. E l o í d o puede descubrir lo q u e n o ha descu-
bierto el ojo. L e e el t e x t o en voz alta c o m o si estuvieras d i c i é n d o l o
a u n a audiencia. E s c u c h a c o m o suena: ¿queda bien?, ¿te gusta?
7.
Comparar planes. C o m p a r a la versión final de tu escrito c o n los
planes iniciales que habías trazado. Si p a r a p o n e r en m a r c h a la c o m posición habías p r a c t i c a d o alguna t é c n i c a c o n c r e t a [pág. 5 3 ] , c o m para lo que anotaste en aquel m o m e n t o c o n el p r o d u c t o final. ¿ H a s
olvidado algo? ¿Responde a lo que t e habías planteado?
8.
Tests fluorescentes. Si te gustan los rotuladores d e colores y las
técnicas sofisticadas, ésta puede ser tu h e r r a m i e n t a preferida. N e c e sitarás dos rotuladores fluorescentes, (rojo y v e r d e ) , algunas
fotoco-
pias de tu t e x t o y seguir los siguientes pasos, d e a c u e r d o c o n las r e glas del semáforo:
• M a r c a c o n c o l o r rojo los grupos nominales y c o n v e r d e los
verbales: si la página adquiere un t o n o rojizo... ¡ m u y mal! P a r a
y revisa la sintaxis [pág. 1 1 1 ] .
• M a r c a c o n rojo las frases que t e n g a n el o r d e n sintáctico estricto de sujeto-verbo-complementos,
y c o n v e r d e las q u e v a -
ríen. Si tu escrito tiene más sangre que v e r d u r a , es d e m a s i a d o
monótono.
• C o n rojo, las palabras abstractas y los verbos e n f o r m a pasiva;
c o n v e r d e , las palabras c o n c r e t a s y los verbos activos. ¡Ojo, si
has utilizado m u c h o el rojo!
E n resumen, el c o l o r rojo te exige q u e pares y reconsideres tu
trabajo. E l v e r d e t e deja vía libre.
9.
Programas de ordenador. Si dispones d e un buen equipo infor-
m á t i c o o si puedes utilizarlo en algún lugar, n o dejes pasar la o c a sión de verificar la ortografía, la g r a m á t i c a o la legibilidad c o n p r o 235
gramas automáticos. L a lenta informática d e t e c t a imperfecciones tipográficas u olvidos camuflados que h a n burlado la m i r a d a h u m a n a .
¡Las máquinas nos humillan!
10. H a c e r r e s ú m e n e s . L e e el t e x t o y r e s u m e en una frase c o r t a el
mensaje esencial que c o m u n i c a . H a z una lista de las c i n c o ideas m á s
importantes que la fundamentan. B u s c a un título c o n c r e t o para
cada párrafo. Después, responde: ¿ L a s frases designan e x a c t a m e n t e
lo que querías decir?, ¿te gusta la organización de los párrafos?,
¿crees que es la mejor posible?
P a r a t e r m i n a r , vale la pena r e c o r d a r u n o d e esos maravillosos
aforismos
del
malogrado
y
conocido
doctor
Eduardo Torres
(Augusto M o n t e r r o s o , 1 9 7 8 ) : « T o d o trabajo literario debe corregirse
y reducirse siempre. Nulla
día.»
236
dies sine
linea.
A n u l a una línea c a d a
EPÍLOGO
DECÁLOGO D E
LA
REDACCIÓN
Primero se habla de lo que se hablará, después se habla y al
final se habla de lo que se ha hablado.
ORATORIA CLÁSICA
N o hay brebajes mágicos ni recetas instantáneas para escribir. N o se
puede pasar, de la n o c h e al día, de la vacilación d e un aprendiz a la c o n fianza del experto, de la ingenuidad a la madurez. N i n g ú n c a t e c i s m o
puede sustituir el entrenamiento que i m p o n e la redacción: un poso a m plio de lecturas, técnica y pasión a partes iguales, dedicación inagotable,
la paciencia del relojero que engarza los engranajes de un despertador,
etc. C o m o el pinche de cocina que n o sabe ligar un alioli, p e r o que c o n el
tiempo llega a preparar sofritos refinados, del mismo m o d o el aprendiz
de escritura aprende su oficio.
H a c e ya tiempo osé escribir este Decálogo, a petición d e algunos
oyentes y aprendices que m e pedían, resumidas en unos p o c o s c o n s e jos, todas las enseñanzas de esta cocina. T i e n e t o d o lo q u e implican d e
b u e n o y de estúpido a la vez este tipo de d o c u m e n t o s : dice lo m á s e s e n cial, p e r o reduce la sabiduría a diez frases. M e gustaría que estos diez
consejos los a p r o v e c h a r a n los más despistados y que los c r i t i c a r a n —o
los tiraran— los más entendidos. A q u í los tenéis, p r i m e r o e n f o r m a r e ducida y después expandida:
DECÁLOGO D E LA REDACCIÓN
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
No tengas prisa.
Utiliza el papel como soporte.
Emborrona.
Piensa en tu audiencia.
Deja la gramática para el final.
Dirige tu trabajo.
Fíjate en los párrafos.
Repasa la prosa frase por frase.
Ayuda al lector a leer.
Deja reposar tu escrito.
237
1. No empieces a escribir inmediatamente. No tengas prisa.
Date tiempo para reflexionar sobre lo que quieres decir y hacer (el texto, el propósito, el lector...).
U n a e x t r a ñ a y desconocida fuerza nos arrastra a m e n u d o a escribir e n seguida que se nos presenta la necesidad d e h a c e r l o , a rellen a r la hoja c o n garabatos y a dar la tarea p o r c o n c l u i d a c u a n d o lleg a m o s al final del papel. ¡Basta d e precipitaciones! D e d i c a t i e m p o ,
antes de e m p e z a r a escribir, a pensar e n las circunstancias que te
llevan a h a c e r l o , e n la audiencia que t e leerá, en lo que quieres escribir, en tu propósito, en el estilo que quieres dar al texto.
¡Ordénate! Racionaliza el t i e m p o de que dispones y planifica tu
redacción: ¿por d ó n d e empezarás?, ¿ c ó m o ? , ¿cuántos borradores h a rás?, ¿ c ó m o los revisarás?, ¿dispones de t o d o el material necesario?
2. Utiliza el papel como soporte. Haz notas, listas y esquemas.
No te preocupes si están sucios, mal hechos o si no se entienden.
A l principio, c o n c é n t r a t e en el contenido. Busca ideas, tesis,
ejemplos, datos, etc. A p r o v e c h a las técnicas d e búsqueda y organizac i ó n de la información: torbellino de ideas, palabras c l a v e , estrellas,
cubos, esquemas,
mapas, etc. A p ú n t a l o
todo.
Cualquier
detalle
puede ser i m p o r t a n t e .
Utiliza el papel blanco c o m o soporte d e trabajo. ¡ N o seas tan r e m i r a d o , ahora! Q u e n o te entorpezcan los hábitos escolares de guardar m á r g e n e s a izquierda y d e r e c h a , líneas rectas o caligrafía m u y
clara. Usa la hoja para construir tus ideas y deja para más adelante,
para otras hojas en blanco, la tarea de pulir la i m a g e n del escrito.
A h o r a sólo estás c o m u n i c á n d o t e c o n t i g o m i s m o .
3. Emborrona, borrajea, garabatea todo lo que haga falta. No
tengas pereza de reescribif el texto una y otra vez.
E m b o r r o n a , borrajea... ¿ C ó m o ? H a c e r borradores, pruebas, e n sayos... H a z todos los que haga falta hasta q u e estés c o n t e n t o y satisfecho de tu t e x t o . Escribir
es reescribir,
¡recuerda! N o te sientas ino-
p e r a n t e o estúpido p o r el h e c h o d e b o r r o n e a r . ¡ D e eso nada! ¿Crees
que para los escritores que te gustan, para aquellos que escriben lo
238
que tú querrías haber escrito, escribir es p a n c o m i d o ? ¡ N o lo h a c e n
p o r arte de magia! Escribir le cuesta a t o d o el m u n d o , a u n o s m á s
que a o t r o s , y es habitual - ¡ n o r m a l ! — t e n e r que garabatear, releer,
revisar, r e t o c a r y b o r r o n e a r para mejorar lo que escribes.
4 . Piensa en tu audiencia. Escribe para que pueda entenderte.
Que tu texto sea un puente entre tú y ella.
Escribir es hablar por escrito. Si no tienes a tu oyente delante,
c o n v i e n e que lo guardes e n el r e c u e r d o , en el p e n s a m i e n t o . E s cribe para él o ella y facilítale la tarea d e c o m p r e n d e r t e . U s a palabras que c o m p a r t a contigo, explícale bien y p o c o a p o c o lo q u e sea
difícil —¡tal c o m o lo harías en una c o n v e r s a c i ó n ! - , anticípale lo
que le c o n t a r á s , resúmeselo al final. A s e g ú r a t e d e q u e te e n t e n derá. Si le abandonas tú, m i e n t r a s escribes, t e a b a n d o n a r á t a m b i é n
él c u a n d o te lea.
5. Deja la gramática para el final. Fíjate primero en lo que quieras decir: en el significado.
N o vale la p e n a dedicarse a la f o r m a , a los detalles superficiales,
al inicio de la c o m p o s i c i ó n . D e d i c a tus p r i m e r o s esfuerzos a lo que d e
verdad es importante: al significado global del t e x t o , a la e s t r u c t u r a , a
o r d e n a r y aclarar ideas, a h a c e r m á s comprensible tu mensaje. H a z
c o m o el arquitecto que dibuja los planos d e una casa antes d e c o m e n zar a construirla. N o hagas el trabajo del pintor o del d e c o r a d o r
c u a n d o aún n o se ha levantado el edificio. ¡ N o e m p i e c e s la casa p o r
el tejado!
6. Dirige conscientemente tu composición. Planifícate la tarea
de escribir.
¡ N o lo hagas todo! ¡ N o lo hagas t o d o d e golpe! E s m u y difícil c o n seguirlo t o d o a la primera: t e n e r ideas brillantes, o r d e n a r l a s c o n c o h e r e n c i a , escribir una prosa clara, sin faltas, etc. D e d í c a t e selectivam e n t e a c a d a u n o d e los procesos q u e c o m p o n e n la escritura: buscar
información, planificar, redactar, revisar, etc. Dirígelos del m i s m o
m o d o que un d i r e c t o r d e orquesta dirige a sus músicos: o r d e n a
c u á n d o entra el violín, y c u á n d o tiene que callar la t r o m p a . E n la es239
critura, tus instrumentos son los procesos d e composición. ¡ Q u e t o quen música celestial!
N o te dejes arrastrar por el c h o r r o de la escritura, p o r la pasión del
m o m e n t o o p o r los hábitos adquiridos... T e perderías: encallarías, te
bloquearías, perderías el t i e m p o y harías esfuerzos innecesarios. Sé
consciente de lo que haces y a p r o v e c h a r á s mejor el tiempo. D e c i d e
c u á n d o quieres que la m e m o r i a te vierta ideas, c u á n d o cierras su grifo
de ideas y datos —antes de que se seque— y pones o r d e n e n tal desbarajuste, c u á n d o y c ó m o escoges las palabras precisas para c a d a c o n c e p t o ,
o c u á n d o abres la puerta a t o d o lo que tienes de m a n i á t i c o / a y riguros o / a para e x a m i n a r c a d a c o m a y c a d a r e c o v e c o sintáctico.
7. Fíjate en los párrafos: que se destaque la unidad de sentido y
de forma, que sean ordenados, que empiecen con una frase
principalI m a g í n a t e el escrito c o m o u n a m u ñ e c a rusa: un t e x t o , un capítulo, un párrafo, una frase. C a d a o r a c i ó n matiza una idea, c a d a p á rrafo c o n c l u y e un subtema, y el escrito c o m p l e t o agota el mensaje.
Haz que tu t e x t o c o n s e r v e este o r d e n y que tu audiencia pueda c a p tarlo. C o m p r u e b a que cada párrafo tenga unidad, que o c u p e el lugar
que le c o r r e s p o n d a y que arranque c o n la idea principal. P r o c u r a que
tenga una extensión c o m e d i d a . E v i t a los párrafos-frase de dos líneas
o los párrafos-lata d e más de quince.
8. Repasa la prosa frase por frase, cuando hayas completado el
escrito. Cuida que sea comprensible y legible. Busca economía
y claridad.
Palabras y frases se e n r e d a n en el papel, p o r q u e nuestro pensam i e n t o n o siempre fluye d e m a n e r a transparente. L a sintaxis se
rompe; se desordena el orden de los vocablos; crecen huecos en el
e n t r a m a d o del significado; se escapan muletillas, repeticiones y c o modines; la paja esconde el g r a n o . . . ¡ N o te impacientes!' E s n o r m a l .
D e d i c a las últimas revisiones a pulir la prosa. B u s c a un estilo c l a r o y
llano. P o d a las r a m a s que tapan el tallo central, las palabras que sobran; deshaz los líos sintácticos, escoge los vocablos m á s elegantes,
los más precisos... Haz c o m o el d e c o r a d o r que arregla una habitación
y sabe añadir un p e q u e ñ o t o q u e personal.
240
9. Ayuda al lector a leer. Fíjate que la imagen del escrito sea
esmerada. Ponle márgenes: subtítulos, números, enlaces...
L e e r también es conducir: r e c o r r e m o s palabra p o r palabra la c a rretera que v a de una mayúscula inicial a un p u n t o final. P r o c u r a
que el c a m i n o sea leve. M a r c a los arcenes, tapa los baches del asfalto. Avisa al lector d e los puertos de m o n t a ñ a y de los cruces peligrosos (el sentido de las palabras, las ideas importantes, los c a m b i o s
de t e m a . . . ) . Dibuja un plano c l a r o d e la carretera antes de iniciar el
viaje y déjalo c o m p r e n d e r c o n facilidad: que el lector se divierta
c o n d u c i e n d o y disfrutando del paisaje.
10. Deja reposar tu escrito en la mesita. Déjalo leer a otra persona, si es posible.
E l t i e m p o , ese juez lento e implacable, te m o s t r a r á tu e s c r i t o
c o n unos ojos nuevos. Deja pasar dos días, una s e m a n a , un m e s , e n tre la redacción y la revisión, y tus ojos descubrirán cosas q u e n o
habían n o t a d o antes.
C u a t r o ojos siempre v e n más que dos. Y si se trata d e dos ojos
distintos, v e r á n un t e x t o diferente. É s t e es el e x a m e n m á s a u t é n t i c o
que puedes h a c e r de tu escrito. P r e g u n t a a tu c ó m p l i c e lector t o d o
lo que quieras. E s c u c h a lo q u e tenga que decirte. N o te justifiques
ni te defiendas. A p r o v e c h a sus críticas para mejorar el t e x t o . A ú n
n o es tarde. T o d o lo que puedas enderezar a h o r a n o se te discutirá
más tarde... ¡ c u a n d o llegue aquel m o m e n t o en el que los autores t e nemos que dar c u e n t a de nuestras obras!
Y t e r m i n o c o n el quinto m a n d a m i e n t o de o t r o decálogo, ya c i tado en otras partes de esta cocina: el Decálogo
tor E d u a r d o T o r r e s , alter
del escritor del d o c -
ego del escritor Augusto M o n t e r r o s o
(1978):
Aunque
no lo parezca,
ser escritor
como el artista
o el luchador
por
que es el que lucha
para
ejercítate
escribir
es ser un
esta
del
es un
arte;
artista,
trapecio
antonomasia,
con el
lenguaje;
lucha
de día y de
noche.
241
ABREVIATURAS D E LOS EJEMPLOS
L a s salsas y las guarniciones que aliñan esta c o c i n a , es decir, los
ejemplos d e aquí y de allá, son reales e n su mayoría. P r o c e d e n d e
periódicos, revistas, libros variados, literatura, c o r r e s p o n d e n c i a , o
de escritos d e aprendices d e redacción. L a abreviatura q u e figura al
final d e cada u n o identifica el n o m b r e d e la publicación y la fecha,
o su autor. L o s fragmentos c o n n o m b r e c o m p l e t o y a ñ o ( c o m o F e rrater, 1 9 6 6 ) deben buscarse en la bibliografía general; el resto, en
la lista que sigue a continuación. T a m b i é n hay algunos textos sin
referencia que ha redactado un servidor para la ocasión.
M e ha guiado el propósito de ilustrar c a d a u n o d e los accidentes
de la prosa. H e estado buscando y g u a r d a n d o ejemplos desde h a c e
tiempo, y r e c o n o z c o que lo he h e c h o c o n p r e m e d i t a c i ó n , p e r o sin
alevosía. D a d o que son fragmentos minúsculos y aislados, n o tienen
ningún o t r o v a l o r y n o pueden considerarse representativos del estilo de los textos d o n d e aparecieron, o de las publicaciones d o n d e se
difundieron. P o r eso n o m e ha p a r e c i d o c o r r e c t o d a r los n o m b r e s
d e los periodistas, los alumnos y, en definitiva, los autores y autoras
de los fragmentos que critico. ¡ N o querría de ningún m o d o q u e esta
cocina se convirtiera en un chismorreo d e la escritura!
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Guide to Writing
Non-fiction.
a
255
ÍNDICE
Agradecimientos
11
Prólogo
13
1.
2.
LECCIÓN MAGISTRAL
19
L a legibilidad
20
E l estilo llano
L o s procesos de composición
E l castellano escrito
25
30
33
D E
NAS
L O Q U E H A Y Q U E SABER PARA ESCRIBIR BIEN; D E LAS GA­
DE
HACERLO;
DE
LO
QUE
SE
PUEDE
ESCRIBIR;
EQUIPO IMPRESCINDIBLE PARA LA ESCRITURA, Y D E
DEL
ALGUNAS
COSAS MÁS
C o n o c i m i e n t o s , habilidades y actitudes
3.
Razones para escribir
38
Equipo técnico
42
L a escritura respetuosa
44
Mi imagen de e s c r i t o r / a
48
ACCIONAR MÁQUINAS
E x p l o r a r las circunstancias
•
Otras m a n e r a s d e ponerse en m a r c h a : desarrollar un e n u n ­
ciado, diario personal, mapas y redes
4.
36
36
E L CRECIMIENTO D E LAS IDEAS
53
53
57
61
E l torbellino de ideas
61
E x p l o r a r el t e m a
D e s e n m a s c a r a r palabras clave
63
65
Otros recursos: escritura libre, frases empezadas,
tomar
notas
5.
°'
CAJONES Y ARCHIVADORES
71
O r d e n a r ideas
Mapas conceptuales
E s t r u c t u r a del t e x t o
6.
7.
71
73
76
PÁRRAFOS
82
L a teoría
Ejemplos c o m e n t a d o s
84
87
Párrafos estropeados
91
L A ARQUITECTURA D E LA FRASE
94
El tamaño
94
C o m o un árbol desnudo: limitar los incisos, podar, juntar
palabras
O r d e n y posición
99
106
Selección sintáctica: dejar actuar a los actores, ratio de
n o m b r e s y verbos, gerundios, negaciones, estilo a c t i v o . . . . 1 1 0
Ejercicios
115
8.
L A PROSA DISMINUIDA
Solecismos:
9.
10.
121
silepsis, anacoluto,
anantapódoton,
zeugma,
pleonasmo
121
Otros defectos: anfibología, cacofonía, tics personales
130
Ejercicios
134
J U E G O S SINTÁCTICOS
137
Exegeraciones
Creatividad sintáctica
137
140
M o d e l a r la información
142
N U E V E REGLAS PARA ESCOGER PALABRAS
144
L a s reglas: n o repetir, muletillas, c o m o d i n e s , palabras c o n cretas, palabras cortas, formas populares, verbos predicativos, adverbios e n -mente,
Ejercicios
11.
m a r c a d o r e s textuales
144
157
LA T E X T U R A ESCRITA
.162
E l análisis
162
Muestras ejemplares
171
12.
E L TERMÓMETRO DE LA PUNTUACIÓN
174
1 75
Importancia
Jerarquía d e signos
M o d a e historia
L o s más importantes: punto y seguido, c o m a s
Sintaxis y e n t o n a c i ó n
Desusos y abusos
13.
1
0
178
180
182
184
NIVELES D E FORMALIDAD
186
M a r c a s de [ i n f o r m a l i d a d
187
Correspondencia
14.
/
193
L A ORATORIA D E LA PROSA
199
N u e v a introducción
200
Recursos retóricos: p u n t o de vista, c o n c r e c i ó n , personaliza-
15.
16.
ción, prosa coloreada, decir y m o s t r a r , despieces
201
¡Acción!
208
LA IMAGEN IMPRESA
218
Ojos e imágenes
218
L a imagen organizada
220
Señales para leer
223
PINTAR o
RECONSTRUIR
Aprendices y expertos
G u í a de revisión
Diez truquillos para revisar
Epílogo: Decálogo
Abreviaturas
Bibliografía
de la redacción
de los ejemplos
228
•
228
231
234
237
243
247
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