Vangeli sinottici e Atti degli Apostoli Rafael Aguirre Monasterio Antonio Rodrìguez Carmona INTRODUZIONE ALLOSTUDIO DELLA BIBBIA Paideia 6 WT T 1 • • ■ f Vangeli sinottici e Atti degli Apostoli Rafael Aguirre Monasterio Antonio Rodrlguez Carmona Edizione italiana a cura di Antonio Zani J’aideia Editrice ISBN 8 8 . 3 9 4 . 0 5 1 8 . 6 Titolo originale dell’opera: Rafael Aguirre Monastero - Antonio Rodrfguez Carmona Evrittgeìios sniópticos y Hechos de fos Apóstoies Traduzione italiana dì Saverio Campanini Revisione di Antonio Zani © Editoria! Verbo Divino, Estdia 1992. © Paideia Editrice, Brescia 1995 Sommario 9 Premessa Parte prim a I N T R O D U Z I O N E AI V A N G E L I S I N O T T I C I Capitolo l 17 Origine e natura dei vangeli sinottici C a p i t o l o 11 54 Storia delPinterpretazione e problemi aperti Parte seconda IL V A N G E LO S E C O N D O M ARCO C a p i t o l o HI 91 La dimensione letteraria Capitolo iv 114 L a dimensione teologica Capitolo v 146 La dimensione storica Parte terza IL V A N G E L O SECONDO MATTEO Capitolo vi 167 La dimensione letteraria Capitolo 199 v ii L a dimensione teologica C a p i t o l o vil i zz4 La dimensione storico-sociale Parte quar ta L ’ OPERA DI LU CA (L C .-A T T l) C a p ito lo ix 2,39 La dimensione letteraria Capitolo x Z74 La dimensione teologica C a p i t o l o xi 300 Aspetti storici 33* Indice del volume Premessa P iù le n t a m e n t e d e l p r e v is t o , c o m e s p e s s o a c c a d e p e r le o p e r e c u i co lla b o r a n o m o lti a u t o r i , a p p a r e o ra il s e s to v o lu m e d i q u e s t a allo studio della Bibbia. Introduzione S o n o o r m a i tre ì v o lu m i e d iti s in o a o g g i e s p e r ia m o d i p o t e r a c c e le r a r e il r it m o dt p u b b l i c a z i o n e n e i p r o s s im i d u e a n n i , t e r m in e e n t r o c u i è p re v is to il c o m p le t a m e n t o d e l l ’o pera * P e r q u e s t o v o lu m e s o n o sta te s e g u it e le in d ic a z io n i g e n e r a li v a lid e p e r l ’o p e r a in te ra , g ià s p e r im e n t a t e n e i d u e v o lu m i p r e c e d e n t i ; la s u a p a rtiv a n g e li s in o ttic i e g li A tti d e g li A p o s t o li . P a rtic o la re im p o rta n z a è a ttri­ b u ita a q u e lli c h e p o s s ia m o c o n s id e r a r e c o m e d a ti a c q u is iti a t t u a lm e n t e d a lla s c ie n z a b ib lic a 3 m a a l t e m p o s te s s o si o f f r o n o le c h ia v i e le in d ic a ­ z io n i b ib lio g r a fic h e s u ffic ie n ti p e r l ’a g g i o r n a m e n t o s u i p r o b l e m i a p e r t i e le d is c u s s io n i a ttu a ti . S i è d a t o p a r t ic o la r e riliev o alla te o lo g ia d e i s in g o li lib ri stu d ia ti t e n e n d o s e m p r e p r e s e n t e tl c o n t e s t o in cut p r o b a b i l m e n t e n a c q u e ro * G li a u t o r i di q u e s t o v o lu m e y R a fa e l A g u i r r e M o n a s t e n o e A n t o n io R o d r t g u e z C a r m o n a s o n o c a tte d ra tic i d i q u e s t e d is c ip lin e ris p e ttiv a ­ m e n t e alla F a co ltà d i T e o lo g ia d e ll’ U n iv ersità d i D e u s t o e alla F a c o ltà d i T eo lo g ici di G a rtu ja a G ra n a d a . A lla lu n g a e s p e r ie n z a d i d o c e n t i essi u n is c o n o u n a s e rie d i p u b b lic a z io n i s c ie n t ific h e s u i v a n g e li c h e li c o llo ­ c a n o tra ì m ig lio r i r ic e r c a t o r i s p a g n o li in q u e s t o c a m p o . Il le tto re p o t rà c o g lie r e s e n z a d u b b i o a l l i n t e r n o d e l p ia n o u n i f o r m e d e l v o lu m e a c c e n t i d iv e rs i in o g ?tu n o d i lo r o , m a c iò , a n z ic h é im p e d i r e u n a c o n o s c e n z a a d e g u a t a d e l l a r g o m e n t o , c o s titu is c e u n a r r ic c h im e n t o p e r il l e t t e r e e lo s t u d e n t e c h e a ffr o n t a n o q u e s t o la v o ro . E n t r a m b i g li a u t o ri s o n o in o ltre m e m b r i d e l l A s s o c ia z io n e B ib lic a S p a g n o la , p r o m o t r i c e d e l l o p e r a . A n o m e d e l c o n s ig lio d i d ir e z io n e d e l l Introduzione allo studio delia Bibbia, d e s id e r o in fin e r in g r a z ia r e g li a u t o ri d i q u e s t o v o lu m e p e r la d is p o n ib ilità d im o s tra ta n e l c o n fo r m a r s i a lle e s ig e n z e d e l p ia n o d e ll o p e r a 3 l E d i t o r tal V e r b o D iv in o p e r la p a z ie n z a e l ’e ffic ie n z a e i le tto ri p e r l ’e c c e lle n t e a c c o g lie n z a c h e q u e s ti m a n u a li u n iv e rs ita ri h a n n o a v u to fin o a o g g i. José M anuel Sànchez Caro ( oordinatore del Consiglio di Direzione \•• * I Abbreviazioni e sigle A b b revia z io n i dei lib ri b ib lici A b . A ba cu c. A bd . Abdia. Atti Atti degli Apostoli. Lettera ai Colossesi. A g g . Aggeo. Bar. Baruc. A m . A m os. Cant. Cantico dei Cantici. Col. i , 2 C o r . Prima, seconda lettera ai Corinti. 1, 2 Cron. Primo, secondo libro delle Cronache. ronomio. Efesini. Ebr. Lettera agli Ebrei. Es. Esodo. ra ai Filippesi, Esd. Esdra. Dan. Daniele. Eccl. Ecclesiaste. Est. Ester. Film. Lettera a Filemone. Lettera di Giuda. A p o c . Apocalisse. Deut. De ut e­ Ef. Lettera agli Ez. Ezechiele. F iL Lette­ G a l. Lettera ai C a la t i. Gd. Gdt. Giuditta. Gcn . Genesi. Ger. Geremia. Giac. Lettera di Gi ac om o, G iob . Giobbe. Gion. Giona. Gios. Giosuè. Giud. Giudici. G L Gioele. G v . Vangelo di Giovanni. da, terza lettera di Giovanni. Is. Isaia. Lu ca . Lev. Levitico. M al a ch i a . Matteo. Me. Lam . Lamentazioni. Naum Naum. Mich. M ic h e a . N e e m . Neernìa. I, 2 Pt. Prima, seconda lettera di Pietro. dei Regni ( L X X ) . Siracide (Ecclesiastico). 1 ob. T o b i a . Num . Numeri. Prov, Proverbi. Rum. Lettera ai Romani, t , Mt. Va nge lo di O s. Osea. 1, 2 Re Primo, 1 , 2, 3 , 4 Regti. Primo, secondo, terzo, quarto libro Sam. Pruno, secondo libro di Samuele. Tessaionicesi. Le. V an gel o di 1 , 2 M a c c . Primo, secondo libro dei M acc ab ei. M a l . Vangelo di M a r c o . secondo libro dei Re. i , 2 , 3 G v . Prima, secon­ Sof. Sofoma. Ru t Rut. S a L Salmi. 1, 2 Sap. Sapienza di Salomone. Sir. 1 , 2 Tess. Prima, seconda lettera ai 2 Ti m . Prima, seconda lettera a Timoteo. Tit. Tito. Z a c c . Zacc ari a. A ltre abbreviazio n i À cca d. accadico. A dv. M a r c . Tertulliano, A dversus M arcionem . P d a g . G er o l a m o , D ialogus adversus Pelagianos Adv. A n t . Flavio Giuseppe, An- tiquìtates lu d a ìc a e . Ap. Filone Alessandrino, C antra A p io n em . ApoL Giustino, A p o lo g ia . arab. arabo. aram. aramaico. Asc. Is. Ascensio Isatae . A . T . Antico Testamento. b T a l m u d babilonese (segue il titolo dei trattato). Bell. Flavio Giuseppe, De bello ludaico. 1 Clem. Clemente R om a n o, Epistula ad C orinthios. D ia L Giustino, D ialogus cum T rypbone ludaeo. Did. D tdacbe X II A postolotum ebr. ebraico. Eph. Ignazio, 1 2 A b b re via zio n i e sig le Epistuia ad Ephestos. Haer. Ireneo, A dversus haereses Hist. ecd. Eusebio di Cesarea, D isforìa ecclesiastica. j Talmud di Gerusalemme (segue il titolo del trattato). L X X Septuaginta. ms(s). manoscritto/i. N .T. N uoyo Te­ stamento. Poi. Ignazio, Epistuia ad Polycarpum . Sim. Pastor H erm ae , Sm. Ignazio, Epistuia ad Sm yrnaeos. t Tosefta (segue il titolo dei trattato). Tg. I argum. T.M . testo masoretico. Vg. Volgata. Vir. ili. Gerolamo, D e virts iltustribus. Sim iiitudines Sigle ANRW À ufstieg und N iedergang der Ròm ìschen Welt. AUSS Andrews Uni­ versity Seminar/ Studies. BAC Biblioteca de Autores Cristianos. BeO Bibbia e Oriente. Bib Biblica. BjjbTB Biblica! Tbeology Bulletin BJRL Vhe Bulletin of thè John Ryiands Library. BiTod The Bible Today. BZ Biblische Zeitschrift. CBQ Cathoiic Biblical Quarterly. C FC Cuadernos de Filologia Clàsica. Comm Communio. Internationale Katholische Zeit­ schrift. CSEL Corpus Scriptorum Ecclesiasticorum Latinorum. Cuad Cua­ dernos Bibìicos. DBS D icttonnaire de la B ìhle, Suppiém ent. EB E ncbiridton Biblìcum . D ocum enti della Chiesa sulla Sacra Scrittura. E dizio n e B ilin ­ gue. EE Estudios Eclesiasticos. EnB A. Diez Macho - S. Bartina - J.A. Gutiérrez Larraya (edd.), E n ciclopedia della B ib b ia KstBib Estudios Biblicos. E T Expository Times. E T L Ephemerides Theologicae Lovanienses. EvQ The Evangelica! Quarterly. EvTh Evangelische Theologìe. G LN T G ran de Lessico d el N u o vo Testam ento . HeyJ Heythrop Journal. H TR The Harvard Theological Review. IKaZ Internationale katholische Zeit­ schrift. Inierp Interpreta rion. ITS Indian Theological Studies. JB L Jour­ nal of Biblica] Literaturc. JETS Journal of thè Evangelical Theological Society. JSNT Journal for thè Study of thè New Testamene JTS Journal of Theological Studies. LB Leuvensche Bijdragen LìngBib Linguistica Biblica. LTJ Lutheran Theological Journal. N R T Nouvelle Revue Theologique. N T Novum Testamentum. NTS New Testament Studies. RB Revue Bìbjjque. R C T Revista Catalana de Teologia. RevBìb Kevista Bi­ blica. Buenos Aires. RtvBib Rivista Biblica. RJ Rouet de Journet, Etichiridìon Patristìcum . RQ Revue de Qumran. RR Review for Religious, RSPhTh Revue de Sciences Philosophiques et Théologiques. RSR Recherches de Science Religieuse. RThPh Revue de Théologie et Philosophie. R T L Revue Théologique de Louvain. SBL Society for Biblical Literature. ScrVict Scnptorium Victoriense. SN TU Studien zum Neuen Testament und seiner Llmwelt. ST Studies in Theology StPap Studia Papyrologica. SWJT Southwestern Journal of Theology. T h L Z Theologische Literaturzeitung. ThQ Theologische Quartalschrift. ThR Theologische Rundschau. ThRv Theologische Revue. ThStKr Theologische Studien und Kritìken Abbreviazioni e sigle T h Z Theologische Zeitschrift. Untersachungen. Fheological Studies. TZTb Tubinger Zeitschrift far 1 heologie. V i g C h r Vigiliae Christianae. W T h J The Westminster Theological Journal, Zeitschrift fiir neutestamentliche Wissenschaft. logie und Kirthe. T U ì extc und I W N T Tbeologtsches W órterbuch zum N euen Testamenti T y o B Ty nd a le BuIIexin. Verbum Domini, TS 13 VD V T Vecus Testamentum. W u D W o r t und Dienst ZNW Z T h K Zeitschrift far Th eo- Parte prima Introduzione ai vangeli sinottici R afael A guirre M onasterio * 5 Capitolo i Origine e natura dei vangeli sinottici I. IN T R O D U Z IO N E i . L o studio dei vangeli sinottici Ci accingiam o allo studio dei testi che hanno sempre goduto di una posizione privilegiata nella vita della chiesa sia nel culto ufficiale sia nella religiosità popolare. Soltanto di questi la proclam azione si ascol­ ta in piedi ed essi sono considerati i testi più semplici e popolari. T uttavia il loro studio rivela una com plessità e una difficoltà ben più profonde di qualunque altro scritto del N u ovo Testam ento. Ecco alcu­ ni problem i. Il lettore delle lettere di Paolo conosce perfettamente la natura di questi scritti poiché si tratta di un genere letterario noto e diffuso in quel tempo. M a qual è la natura dei vangeli: relazioni storiche, proclam azio­ ni missionarie, antologie di testi su Gesù? Si tratta di un problema chiave perché molte letture erronee dei vangeli derivano da un frainten­ dimento della loro natura. Nelle lettere di Paolo s ’incontrano passaggi di difficile comprensione, in cui è arduo seguire il filo dell’argomentazione e cogliere il senso delle allusioni all’Antico Testamento. Ciò nonostante si tratta di testi fonda­ mentalmente unitari, nati dalla creatività letteraria e teologica di un autore conosciuto, così come conosciamo le caratteristiche dei destina­ tari e le circostanze che motivarono lo scritto. I vangeli, al contrario, non dicono nulla sui propri autori, sui destinatari originari o sulle cir­ costanze che li hanno motivati. E ancora. E chiaro che i vangeli si basano sulla ripresa di tradizioni preesistenti. Una prima lettura scopre facilm ente quelle che, in lin­ guaggio tecnico, si chiam ano p erico p i, ovvero piccole sezioni letterarie di carattere unitario con un inizio e una fine ben distinguibili, ciascuna delle quali appartiene a un genere letterario preciso (m iracolo, parabo­ la ecc.). Inevitabilm ente sorge la questione della form a e della trasm is­ sione di queste pericopi prima che fossero incorporate nel racconto attuale. T uttavia questa prim a lettura mette in risalto anche blocchi letterari unitari e più ampi. Per esempio una sezione di controversie (Me. z , i - 3 , 6 ) , una di parabole (Me. 4 ,1-3 4 ) e una di m iracoli (Me. i8 Origine e n a tu r a dei vangeli sinottici 4>3 5"5>43)- È evidente che criteriTneram ente biografici o storici non presiedono airorganizzazione del racconto. L ’esistenza stessa dei tre vangeli sinottici è di per sé un fenomeno letterario singolare. Com ’è possibile che esistano questi tre vangeli con somiglianze tanto notevoli, senza che siano, tuttavia, l’uno copia dell’al­ tro? Talvolta incontriamo differenze rilevanti in testi molto venerati, di probabile origine liturgica, per i quali ci si sarebbe aspettata un’identica tradizione. Si confronti per esempio, tenendo conto del testo in sé e del contesto, la versione del Padrenostro in M t. 6 ,9 -13 e in Le. 1 1 , 1 - 4 ; e ancora il racconto dell’ ultima cena nei tre sinottici (Me. 14 ,2 2 - 2 5 ; Mt. 26,26 -29 ; Le. 2 2 ,19 -2 0 ; cfr. inoltre 1 Cor. 11,2 3 - 2 6 ) . Quanto si è osservato basti a fissare alcuni dei problemi che lo studio dei sinot­ tici ha di fronte. Sui vangeli la letteratura è imponente e molto varia (devota, esegetica, critica, narrativa ecc.). Nessun testo di nessuna civiltà è stato studiato tanto e tanto approfonditamente quanto i vangeli, soprattutto nel corso degli ultimi due secoli. Lo studio dei vangeli rappresenta uno dei grandi compiti dello spirito critico moderno. E stato, inoltre, uno studio fortemente appassionato, poiché pretendeva di interpretare, difendere o combattere una realtà intima come la fede e un elemento socialmente importantissimo come il fenomeno cristiano. Si è segnalata all’inizio la situazione paradossale dei vangeli: il carattere popolare e semplice, che attribuisce loro una considerazione religiosa spontanea, e insieme la complessità e la difficoltà messe in luce dallo studio scientifico. È una sfida per il nostro studio che vuole mantenersi fedele alla dimensione reli­ giosa e popolare dei vangeli e, a un tempo, alle esigenze critiche della cultura moderna. L ’esperienza insegna che questa doppia fedeltà non è facile e la pro­ spettiva religiosa spesso rifiuta di accettare la critica che distrugge una lettura semplice e ingenua; e del resto non è raro che ^attitudine critica sprofondi a tal punto nelle varie questioni accademiche da perdere di vista l’intenzione ultima dei testi, che è di carattere religioso e interpellante. 2. Itinerario del nostro studio NeH’introduzione ai vangeli sinottici si è soliti presentare le grandi tap­ pe della ricerca, proprio per l’importanza da essa assunta. In questo tipo di introduzione, l’autore presenta le proprie opinioni in dialogo critico con i grandi studiosi dell’ inizio del secolo x x (soprattutto Dibelius e Bultmann). Qui si seguirà un percorso diverso. Si esporrà, anzitutto, l’origine e la natura dei vangeli, basandosi sullo stato attuale della ricerca, evitando 1 punti piu controversi, in modo tale che le affermazioni fatte corrisponda­ no a un ampio consenso che si va stabilendo tra gli studiosi. Si tratta di un’esposizione lineare, con poche citazioni, che non entra in polemica Introduzione *9 con altre opinioni. Essa presenta il vantaggio di portarci al tema in se stesso, al testo dei vangeli e alla comunità in cui nacque, evitando il vezzo accademico di cominciare parlando di autori, opinioni e titoli. D 'altra parte è evidente la necessità di conoscere e apprezzare il dibat­ tito moderno, vastissimo, sviluppatosi su questi temi. Tale dibattito verrà presentato in un secondo momento, nel capitolo ri, di necessità molto esteso, in cui si trovano numerosi problemi che non possono essere ignorati da chi voglia intraprendere lo studio dei vangeli smottici con qualche rigore. Si inizierà, dunque, descrivendo la nascita delle tradizioni raccolte dai vangeli e la loro trasm issione nelle com unità prim itive fino alla redazione scritta definitiva, così come ci è giunta (parte il). A p ro p o ­ sito dei vangeli è senz’altro vero quanto diceva Aristotele: «Il m iglior metodo d’investigazione è studiare le cose nel loro processo di svilup­ po com inciando d all’ in izio » .1 Studiatane l’ origine, sarem o nelle m i­ gliori condizioni per affrontare lo studio della natura dei vangeli (i h ). D opo l’esposizione sistematica compiuta nelle parti il e III, presenterò la storia della ricerca e insieme i problemi più dibattuti negli studi attuali (capitolo il). 3. « Vangeli» I quattro vangeli canonici sono composizioni anonime sorte negli anni 65-90 riunite in una raccolta intorno a ll’anno 12.5. Gli autori non im­ posero loro alcun titolo. I titoli più antichi furono probabilmente ag­ giunti all’epoca del costituirsi della raccolta e constavano di due termi­ ni: «secondo» (kata) + il nome dell’evangelista all’accusativo. L’ associa­ zione di ciascun’opera con un autore determinato si basava su una Tradizione antica. Questo semplice titolo di due parole su ampliò ben presto esteso in «il vangelo secondo...». Perché sono chiamati «vangeli»? Che cosa implica? Si tratta di una parola greca che, alla lettera, significa «buon {eu) annuncio (angelion)»* Per comprendere con quale valore fosse usata all’epoca bisogna consi­ derare la tradizione biblica giudaica e la cultura ellenistica, poiché il N uovo Testamento si trova all’ incrocio di questi due mondi. Nella Bibbia greca dei L X X il sostantivo non ricorre ma è importante il participio del verbo (euangelizom enos, il nunzio di buone notizie). Com pare nel Deurero-Isaia e designa il messaggero che annuncia l’inter­ vento salvifico e liberatore di Dio che si appresta a esercitare la sua sovranità sulla storia a favore del popolo oppresso a Babilonia: [ . Politica i, ijizsztf. C o m e sono belli sui monti i piedi del messaggero che annuncia (euangelìzomenos) la pace, che porta buone nuove (euangelizomenos), che annuncia salvezza, che dice a Sion: «Regna il tuo Dio» (Js. 5 2 , 7 ; cfr. 4 0 , 9 ; 60,6; 6 i , i ; Haum 2,1). Si tratta di una buona notizia, che riempie di gioia e di speranza; inoltre è una buona notizia paradossale e insieme liberatrice: paradossale per­ ché la salvezza di Dio giunge per una via inattesa, mediante Razione del re pagano C iro, strumento del disegno divino; liberatrice perché agisce modificando la situazione storica del popolo sofferente. Ciò ha grande importanza perché il libro di Isaia era molto conosciu­ to al tempo dt Gesù. M olte piccole sinagoghe, oltre agli immancabili rotoli della torà e dei salmi, possedevano soltanto quello con il profeta Isaia. Ben nota è l'im portanza di questo profeta tra i seguaci della setta di Qumran. Nei vangeli Gesù presenta la propria missione e il proprio messaggio riferendosi alle profezie di Isaia, il che probabilmente corri­ sponde al comportamento del Gesù storico. Il sostantivo euangelion non ha grande importanza né nei L X X né nel giudaismo intertestamentario. In compenso fu usato in senso religioso nel culto imperiale romano a indicare la buona notizia dell’ ascesa al trono o della vittoria dell’ imperatore. In una stele del 9 a.C . la nascita dell’imperatore Augusto è salutata come «l’inizio per il mondo della buona notizia (euangelion) che egli portava». Il termine «vangelo» fu impiegato molto presto nella tradizione cri­ stiana, come quella che trova espressione in Paolo: a quest’ultimo ap­ partengono 60 delle 76 occorrenze del sostantivo nel N .T . e z i delle 28 occorrenze del verbo. In tutti i casi si tratta delPannuncio orale della salvezza di Dio offerta agli uomini in Gesù Cristo. Paolo parla del «vangelo dt Dio» (Rom. 1 , 1 ; 1 5 ,1 6 ) , del «vangelo di Cristo» (R o m , 1 5 ,1 9 ; r Cor. 9 , 1 1 ; 2 Cor. 2 ,1 2 ; 9 ,13 ) e del «vangelo di suo figlio» (Rom. 1,9 ); il genitivo e oggettivo e soggettivo a un tempo: il vangelo che è e che viene da Dio o da Cristo e che ha per oggetto Cristo o Dio (la salvezza che da loro proviene). M arco utilizza il sostantivo, ma non il verbo, 7 volte, di cui 5 in forma assoluta senza complemento ( 1 ,1 5 ; 8,3 5; 10 ,19 ; 1 3 , 1 0 ; 1 4-9; cfr. 1 ,1 .1 4 ) . M atteo usa una volta il verbo evangelizzare con chiaro riferimento a Isaia ( 1 1 , 5 ) e non il sostantivo in forma assoluta, tuttavia in tre casi parla di «vangelo del regno». Ricordiam o che in Isaia La buona notizia per antonomasia è l’instaurazione storica del regno di Dio. Luca non impiega il sostantivo nel vangelo, mentre vi ricorre due volte negli Atti Origine dei vangeli sinottici zi per indicare la predicazione di Pietro (i 5,7) e di Paolo (2.0,24). In com ­ penso adopera largamente il verbo evangelizzare nel senso di annuncia­ re la buona notizia del regno di Dio riscontrabile nel Deutero-Isaia. N on è questo il luogo per precisare il significato del termine vangelo in ognuno dei sinottici, ma è chiaro che esso si riferisce sempre alla predicazione orale e non indica mai redazioni scritte. Il primo autore che senza dubbio chiama vangeli gli scritti che noi conosciam o è G iusti­ no (t 16 5 ) .2 Quando questo uso si fu esteso, si ebbe cura di dire sempre «vangelo secondo...», perché fosse chiaro che il vangelo è uno, anche se trasmesso in quattro differenti versioni. Riassumiamo brevemente ciò che era implicito nella denominazione di questi testi come vangeli. Significava abbandonare un atteggiamento di neutralità di fronte a questi scritti; in sostanza era una professione di fede che li considerava testimoni della salvez­ za delPumanità a opera di Dìo. È una notìzia , qualcosa che l’ uom o non sapeva e che gli viene incontro, qualcosa che l'uomo non poteva ricavare dalle proprie autonome potenzialità, ma solo dalla potenza e dall’ amore di Dio. Ed è una notizia buona , la prossimità di D io umanizza, dà felicità e gioia. L o studio dei vangeli dovrà evidenziare il carattere benefico e umanizzante della straordinaria prossimità di Dio alPumanità. C o n riguardo aJPuso profano del termine si sottintende che l'autentica buona notizia non viene dal potere imperiale, ma dalPorizzonte di inattesa pienezza di schiuso da Gesù Cristo con la sua morte e risurrezione. L o studio dei vangeli dovrà sottolinearne la valenza critica nei confronti di qualunque potere o ideologia. Sulla base dell’ uso del verbo nella tradizione giudaica, s ’ intende che in Gesù Cristo si realizza Pautentica buona notizia intravista dai profeti. L o studio dei vangeli approfondirà lo sfondo veterotestamentario e il compimento dell5Antico Testamento che essi rappresentano. IL O R IG IN E DEI V A N G E L I SINO TTICI I vangeli intendono trasmettere tradizioni su quel che Gesù disse e fece durante la sua vita terrena (1). L ’esperienza pasquale, avendo trasformato z. D i a l . 10,2; 100,1. È interessante notare che, se è vero che Giustino definisce questi scritti «vangeli», designazione di fede introdotta in polemica con Marcione, li chiama anche «memorie degli apostoli» ( a p o m n e m o n e u m a t a t o n a p o s t o l o n , A p o i . 1,66,3 e 67,3; l’espressione ritorna in D i a l . 100-107), collocandoli all’interno di un genere letterario { a p o m n e m o n e u m a t a / memorie) noto nella cultura greca del tempo. Giustino si esprime in termini intraecclesiali, senza tuttavia perdere di vista la cultura profana nella quale intende ambientare il cristianesimo. H. Kòster, F r o m t h è K e r y g m a - G o s p d t o W n t t e n G o s p e l s : NTS 35 (1589) 377 n. 3 sostiene che questa accezione di a p o m n e m o n e u m a t a è posteriore e che quindi Giustino non ne dipende, ma si riferisce semplicemente all’importanza del verbo m n e m o n e u e i n nella tradizione cristiana, ma la cosa è incerta: cfr. D.E. Aune, T h e N e w T e s t a m e n t in its L i t e r a r y E n v i r o n m e n t , Philadelphia 1987, 67; H. Stepbanus, T h e s a u ­ r u s G r a e c a e L i n g u a e t Paris i 8 z 9, n, 1572.. 2 2 Origine e n a tu r a dei vangeli sinottici profondamente i discepoli e il loro rapporto con Gesù, modificò di conseguenza le tradizioni su Gesù e il modo di trasmetterle (2). La com parsa dei vangeli In forma scritta richiese un certo tempo, corrispo­ se a esigenze precise e implicò una specifica interpretazione della tradi­ zione precedente (3). Per studiare l’origine dei vangeli distingueremo le seguenti tre tappe: gruppo prepasquale, comunità postpasquale e redazione dei vangeli. 1. O rigine della tradizione: Gesù e i discepoli prim a della pasqua a) La comunità prepasquale intorno a Gesù Intorno a Gesù si form ò un gruppo di discepoli al cui interno venne coltivata una tradizione di parole di Gesù. Egli annunciava il regno di Dio, e il suo ministero aveva un centro in C afarnao, sulle sponde del lago di Galilea («la sua città», secondo M t. 9 ,1) , ma aveva anche carat­ tere itinerante («il figlio dell’ uomo» non ha dove poggiare il capo, M t. 8,20). Egli suscitò un movimento carism atico, nel senso che non era basato sugli elementi tradizionali della religione giudaica (Gesù non era scriba e nemmeno sacerdote), ma sulla forza della sua personalità e sul successo popolare che incontrava (Me. 1 ,3 7 ; 3 ,7 -10 ; cfr. 1 2 , 1 2 ; 14 ,1-2 ). Sin d all’inizio troviamo intorno a Gesù un gruppo di discepoli che lo accom pagnano in permanenza, ne condividono la vita, sono gli ascolta­ tori privilegiati del suo insegnamento e, in alcuni casi, sono inviati a proclamare lo stesso messaggio del regno di Dio. Indubbiamente sono esistiti anche quanti si sogliono chiamare i «simpatizzanti locali», per­ sone che, senza abbandonare la vita consueta, hanno accolto nella so ­ stanza l’annuncio di Gesù. Da un punto di vista storico appare chiaro che Gesù aveva le carat­ teristiche di un maestro e di un profeta e che così lo vide la gente. Viene considerato un maestro e ci si rivolge a lui con l’espressione aramaica rabbi (Me. 9 ,5 ; 1 0 ,5 1 ; 1 1 , 2 1 ) o con quella greca didaskalos (M e. 1 0 ,1 7 par.; 1 2 , 1 4 par,; #2:,i9 par.; 1 4 ,1 4 par.). Già qui si può fare un esercizio molto istruttivo: com parare due testi di M arco in cui Gesù è chiamato maestro (4,3 8 e 9 ,17 ) con 1 passi paralleli di M atteo in cui si usa l'espres­ sione «Signore» (8,25 e 1 7 ,1 4 ) . Risulta chiaro che M arco riflette un uso più primitivo e Matteo ha introdotto una formula piu riverente ed ec­ clesiale. A questo punto è necessaria una precisazione im portante. Soltanto dopo la distruzione di Gerusalemm e neU’ anno 70 e l’insorgere di un giudaism o norm ativo più uniform e, centrato sulla legge, «rabbi» si trasform a in titolo e fa la sua com parsa il rito dell’ordinazione dei Origine dei vangeii sinottici z3 rabbi. Per il tempo precedente Pespressione ha il senso, non ancora form ulare, di «mio signore», «mio m aestro», e in questo senso veniva attribuito a GesùT N on vi sono dubbi che molti considerarono Gesù come profeta {Me. 8,28 par.; Me. 6 ,15 par.; Mt. 2 1 , 1 1 . 4 6 ; L e. 7 ,1 6 ,3 9 ; 2 4 ,19 ; G v. 4 ,19 ; 6 ,14 ; 7 ,4 0 ,5 2 ; 9 ,17 ) e che egli stesso si presentò come tale sia diretta-7 mente (Me, 6,4 par.; L e. 1 3 ,3 3 ) sia indirettamente (M t. 2 3 ,2 9 -3 2 ; 2 3 ,3 7 par,). I lineamenti del m aestro e del profeta non sono in con­ traddizione. Negli ultimi due secoli precedenti al cristianesim o e nel primo secolo successivo le funzioni del m aestro e del profeta vengono progressivam ente assimilate. «I saggi assum ono tratti profetici, i p ro­ feti si vanno trasform ando in saggi isp ira ti» .1 Sia nei circoli profetici del giudaism o sia attorno ai maestri si raccoglievano discepoli e si form avano tradizioni. Anche nel gruppo di Gesù dovette esistere una tradizione coltivata di parole del maestro. S’ intende che una tradizione coltivata è m olto diversa da una tradizione folcloristica e popolare per la sua origine, per la natura del gruppo che la trasmette e per i meccanismi della trasm issione. Infatti, anche se i discepoli di Gesù conducono un’esi­ stenza povera ed errabonda, non c’è motivo di attribuire loro un livel­ lo culturale particolarm ente basso; anzi, si potrebbe pensare il contra­ rio di un pubblicano o di pescatori di C afarn ao o Betsaida che vivono in contatto con Tellenismo della Decapoli o con i grandi centri di M agdala e Tiberiade. Viene da chiedersi se un movimento carism atico, ricco di entusiasmo e di creatività ma non fondato su elementi istituzionali stabiliti, non sia incompatibile con la costituzione e la trasmissione di una tradizione. Assolutamente no, e lo dimostra l’esperienza di ogni epoca. Dibelius osservò come nel secolo v si sia form ata la «tradizione dei padri del deserto», che presenta affinità essenziali con la storia della tradizione del materiale evangelico.4 (M alauguratamente questo autore, come si vedrà, non tenne conto di questa sua osservazione tanto pertinente). La regola di Pacomio dev’ essere imparata a memoria. Pensiamo ai tanti movimenti religiosi che sviluppano rapidamente tradizioni proprie e ripetono le massime del fondatore. Lo stesso fenomeno si può osservare alle origini degli ordini religiosi e nei «nuovi movimenti» dei giorni no­ stri, per quanto antirabbinici possano sembrare, che prendono spesso a modello il gruppo di Gesù e dei suoi discepoli. 3. M. Hengel, Judentum und Helìemsmus, Tùbingen 31:98 8, 375. 4. La bistorta de las formai euangélicas7 Valencia 1 9 8 4 , 1 6 9. b) Cultura della m em oria e della tradizione Per comprendere j I gruppo di Gesù e dei suoi discepoli è necessario collocarlo nel contesto del mondo giudaico cui appartiene interamente. D ’altra parte bisogna fare molta attenzione a non incorrere nel grave anacronismo di proiettare sul tempo di Gesù il sistema d ’insegnamento delle scuole rabbiniche posteriori alPanno 70, il quale ha prodotto la maggior parte della letteratura giudaica giunta fino a noi. Sappiamo bene come questo giudaismo normativo, successivo alla distruzione del tempio nel 70 , s ’impegnasse a conservare scrupolosam ente le tradizio­ ni dei maestri con l’ impiego di tecniche molto raffinate. Tuttavia si deve tenere presente, anzitutto, che la cura della memoria del passato è la caratteristica fondamentale d ’Israele in tutte le epoche, il che spiega la sua stupefacente sopravvivenza ed è alle origini stesse del sorgere della Bibbia. Inoltre, già prima del 70 esisteva una vera e propria pedagogia popolare giudaica basata sulla coltivazione della tradizione. Diversamente da quanto accade attualmente con il continuo cam bia­ mento dei piani di studi, la pedagogia popolare nel mondo antico era molto conservatrice e si basava su tre istituzioni fondamentali: la casa paterna, la sinagoga e la scuola elementare. Elemento centrale di tutte e tre era la memorizzazione. In famiglia il padre aveva l’obbhgo di trasmettere ai figli le tradizioni religiose del popolo ed essi dovevano apprenderle a m em oria.5 G li arti­ coli fondamentali della fede israelitica e la torà erano Trasmessi all’inter­ no della fam iglia. L ’esempio più noto di quanto un ebreo doveva ap­ prendere a memoria e il «credo storico» di D eu t. 2 6 ,5 -10 , che si doveva recitare presentando le primizie del raccolto. Sappiam o dell’esistenza di sinagoghe a Nazaret, «dove era stato alle­ vato» Gesù (Le. 4 ,16 ), a C afarnao (Me. 1 ,2 1 ) e m altre località della Galilea (Me. 1,3 9 ). Il culto sinagogaie era incentrato sulla lettura delia Bibbia, preceduta dalla recita del decalogo e dallo Shema" Israel da parte di tutto il popolo che lo sapeva a memoria. Il presidente della sinagoga (archisynagogos) o l’assistente della sinagoga (bazzan, hyperetes) si accordava in precedenza con un membro della comunità perché provvedesse alla lettura. Poiché Pebrajco si scriveva senza vocali, la lettura doveva essere ben preparata e spesso i lettori conoscevano il 5. Sandh neil’ebraico mishmeo e tenah/*atni nell’aramaico posteriore sono termini tecnici per l’ insegnamento mnemonico. Da queste parole derivano Mishna e tattnaiti (questi ultimi sono i maestri della legge che vissero dall’anno r al zzo). Nell’Antico Testamento non c’è ancora un termine tecnico per la memorizzazione. Si considera il cuore la sede delia me­ moria ed espressioni come bazar ieb («custodire nel cuore») o sim teb («riporre nel cuore»; cfr. i! francese «par coeur») possono significare l’imparare a memoria. Origine dei vangeli sinottici 2-5 testo a memoria. N on dimentichiamo che Gesù apparteneva a una fam i­ glia molto religiosa, in cui gli furono certamente trasmesse le tradizioni bibliche (le circostanze di Le. 2,46-47 sono storicamente verisim ili), ed era in grado di leggere pubblicamente nella sinagoga (Le. 4 ,16 ). Pare che già al tempo di Gesù fosse stato introdotto un sistema di scuole elementari nei villaggi giudaici (bet ha-sefer = «casa del libro»). Quando i farisei acquisirono influenza con la regina Salome Alessandra (76-67 a.C.), questo fu uno degli obbiettivi che si proposero per resistere alla ellenizzazione. Gli studi superiori erano compiuti nella bet ha-midrash («casa di studio»), di accesso più ristretto. Dato il carattere religio­ so delPinsegnamento, come di tutta la cultura giudaica dell’epoca, la bet ha-sefer era inseparabile dalla sinagoga e si trovavano di norma nello stesso edificio. Come a Babilonia, in Grecia e a Rom a, il metodo fonda­ mentale d’ insegnamento era basato sulla memoria. S’imparava a memo­ ria anche ciò che non si comprendeva e che veniva spiegato solo in segui­ to. «Primo imparare (a memoria), poi comprendere» era una massima rabbinica che rifletteva la pratica della scuola elementare precristiana/ È proverbiale la fedeltà della tradizione rabbinica, che veniva imparata a memoria; il miglior esempio è il trattato Pirqe A b o t (Detti dei Padri) della M ishna. Questi metodi non possono essere riferiti puramente e semplice­ mente al tempo di Gesù, ma è impensabile che siano una novità assoluta sorta soltanto dopo il 70. Anche un ebreo della diaspora, Filone, presup­ pone la ripetizione e la memorizzazione come metodo d’insegnamento: «I veri maestri non mirano, con il loro insegnamento, al proprio successo per­ sonale ma al beneficio dei discepoli e li obbligano a imparare a memoria quel che si è detto loro, perché fissino stabilmente dentro di sé quanto hanno ascol­ tato» (Quaestìones in Genesim 10 6 ). Al di fuori del giudaismo troviamo un parallelo notevole alla tradizione di Gesù nella scuola epicurea. Epicuro si preoccupò della conservazione e della trasmissione del suo insegnamento, per cui bisognava imparare a memoria compendi della sua dottrina e leggerne ripetutamente le lettere. I discepoli stabilirono con lui, mentre era ancora in vita, un rapporto di tipo religioso, che si accrebbe dopo la sua morte. È stata dim ostrata la correlazione tra la venerazione religiosa di Epicuro e la trasmissione scrupolosa del pensiero e dei detti più im portanti del maestro citati alla lettera.6 78Il sistema di memorizzazione era usato inoltre tra i pitagorici/ 6 . B. Gerhaidsson, M em ory and M a n u scn p t . O ra i Uppsala-Lund 1964, 1 1 6 - 1 3 0 ; R, Riesner, J e s u s Tiibìngen 1 9 8 1, 1 9 3 -1 9 5 . 368. R a b b in ic Ju d a ìs m a n d E a r ly C b r is t ia n ity , a h Leh rer , T r a d i t i o n a n d W r i t t e n T r a n s m i s s i o n in 7. K.H. Rengstorf, in G L N T vi, 1 1 3 9 - 1 1 4 0 . 8. R. Riesner, op . c ì t 441. 2 .6 Origine e n a tu ra dei vangeli sinottici Bisogna infine tenere presente che queste scuole filosofiche godevano di una penetrazione relativamente estesa in alcune zone della Palestina. L ’eco di questa capacità di memorizzazione è riscontrabile in alcune testimonianze. G erolam o, che visse per molti anni in Palestina, si me­ ravigliava che alcuni giudei del suo tempo fossero capaci di ripetere gli elenchi di nomi dei libri delle Cronache nell’ordine esatto, dal primo all’ultimo e viceversa (Com m entarius in lerem iam 2.5,2.6), e anche conoscessero a m em oria la T orà e i Profeti (Com m entarius in Isaiam 58,2). Per apprendere questo metodo erano necessarie tecniche mnemoni­ che, anzitutto lo studio dei testi a voce alta e cantilenante.3 Sai. 1 , 1 - 2 ci dice che nelle scuole postesiliche del tempio la T orà veniva sussurrata (hagab), ossia la s’im parava a memoria cantilenandola. Alcuni testi dell’Antico Testamento portano il riflesso di tecniche atte a favorire la memorizzazione: l’ allitterazione (Prov. 18 ,2 0 -2 2 ), il ricorso all’ordina­ mento alfabetico (Prov. 3 1 , 1 0 - 3 1 ) , la rima e il ritmo (è più facile man­ dare a memoria i versi anziché la prosa), le domande e le risposte (Sai. 3 4 ,13 ss.; ricordiam o i catechismi tradizionali composti in vista della memorizzazione). I discepoli di Gesù erano intrisi di questa cultura della memoria e della tradizione. E ancora: uno studio form ale della tradizione evange­ lica mostra che, in larga misura, essa è stata com posta in modo tale da poter essere facilmente memorizzata e fedelmente trasmessa. Gesù non impiega un linguaggio formalmente teologico, che definisce, distingue e concettualizza. Egli usa immagini, metafore, simboli, espressioni enig­ matiche e pregnanti. Il suo è un modo di parlare plastico e immaginoso, che s’imprime nella memoria più facilmente delle astrazioni. Il linguag gio di Gesù è poetico. Un maestro della legge è assorbito dall’ interpre­ tazione del già detto e non sente la necessità di forzare il linguaggio. Gesù muove da un’esperienza personale della vicinanza di D io, non è un esegeta della legge ma un esegeta di Dio e si esprime in linguaggio poetico perché la realtà gli parla di D io e D io illumina la realtà. Questo linguaggio non è un semplice ornamento letterario di concetti, ma l’espressione spontanea di esperienze profonde non comunicabili altri­ menti. Perciò il mistico è poeta quando descrive l’esperienza intima di Dio. «L’esperienza profonda, l’intelligenza del mistero si traduce ed esprime in metafore piuttosto che in argomentazioni. Questa è la causa dell’espressione sim bolica».10 Del resto i momenti culminanti della rivesi. Questo procedimento è ancor oggi abituale in molte scuole rabbiniche di Gerusalemme: dalle strade adiacenti è possibile udire una cantilena ritmica ininterrotta. io . J.L. Espinel, La poesia de Jesus , Salamanca 1 9 8 6 , Z 0 5 . Origine dei vangeli sinottici 2 7 lazione nella Bibbia (pensiamo a numerosi passi profetici) sfociano in espressioni poetiche. Benché non si disponga deiroriginale aram aico, non si è mancato di studiare il linguaggio poetico di Gesù: ne risulta che egli ricorre a diver­ se forme di parallelism o, un procedimento tecnico fondamentale della poesia eb raica." Nel parallelism o sinonimico il secondo verso ripete il contenuto del primo ricorrendo a espressione diverse (Sai. 114 ,1- 2 .; M t. 5,4 5; Me. 2., 19 ). N el parallelism o antitetico il secondo verso presenta una situazione parallela al primo, ma opposta (Mt. 16 ,2 5 ; Me. 2,27). Come nel linguaggio poetico, anche nelle parole di Gesù si trova il gioco fonico, tanto l’ assonanza (ripetizione di suoni vocalici) quanto la con­ sonanza (ripetizione di suoni consonantici). I parallelism i sono correlati con il ritmo che si ottiene componendo versi dalPegual numero di accenti. Il ritmo binario (versi con due accen­ ti) è facilmente riconoscibile anche nelle traduzioni (Mt. 10 ,8 ; Mt. 2 5 ,3 5 ­ 36 ; Le. 6 ,27-28 ; Le. 7 ,2 2 -2 3) e produce formule sobrie ed efficaci. J. Jerem ias dimostra con esempi che Gesù ha impiegato prevalentemente il ritmo di due accenti (binario) per inculcare le idee fondamentali del suo messaggio. R. Riesner ha compiuto uno studio del linguaggio di Gesù partendo da 247 detti dei sinottici, considerati autentici dalla m aggioranza degli studiosi. Di questi, 19 7 sono molto brevi (in media meno di due versetti) e hanno una forma poetica determinata dall’ impiego di qualche tipo di parallelismo. Per lo più si tratta di compendi o sommari delPinsegnamento di Gesù adatti alla ripetizione e alla memorizzazione che doveva­ no essere spiegati nella predicazione. I rimanenti 50 detti sono più ampi (in media 6 versetti) e Riesner li chiama m esbalìm ; anche se non hanno form a poetica in senso stretto (parallelismo e ritmo), presentano un carattere immaginoso, simbolico ed enigmatico che li rende molto adatti a essere ripetuti e appresi. Le caratteristiche formali, la concisione, la forza e persino gli aspetti enigmatici delPinsegnamento di Gesù, spesso rivelano Pimento di una sua ripetizione e memorizzazione. Così si esprime al proposito un famo­ so ararnaista: 1 1 . Talvolta il testo greco conserva abbastanza fedelmente la forma poetica originale. Agli studiosi è possibile compiere retrotraduzioni in aramaico. Un’altra difficoltà è costituita dalla individuazione delle parole autentiche di Gesù, per quanto le caratteristiche formali possano essere un valido aiuto in alcuni casi. Su tutta questa problematica si veda Popera pionieristica di C.F. Burney, T h e P o e t r y o f O u r L o r d t Oxford 192.5; R. Riesner, op. c i t . } 392-408; J, Jeremias, T e o l o g i a d e l N u o v o T e s t a m e n t o } 1. L a p r e d i c a z i o n e d i G e s à > Brescia ‘ 1976; J.L. Espine!, op. c it. Nelle ultime due opere citate si trova una trattazione molto chiara di argomenti che qui non È possibile sviluppare, quali il parallelismo, il ritmo, la rima, le iterazioni foniche ecc. 28 Origine e n a tu ra dei vangeli sinottici «Gesù non scrisse nulla, ma con il linguaggio e con ia forma poetica garanti che i suoi detti non sarebbero stati dimenticati. L ’ impressione che provocano in aiam aico è di una trasmissione scrupolosamente preordinata e s tu d ia ta » ." c) Caratteristiche specifiche della tradizione prepasquale su Gesù fe molto importante ricondurre il gruppo form ato da Gesù e dai disce­ poli alFinterno della cultura tradizionale giudaica e individuarne le analogie con le scuole protorabbiniche, eppure questo compito è stato a lungo trascurato dagli studiosi. M a neppure questo è sufficiente: è necessario cogliere anche le caratteristiche specifiche di un gruppo tanto singolare, poiché la natura di una tradizione dipende dalla natura del gruppo in cui nasce e viene coltivata. Nella comunità prepasquale si presentano situazioni tipiche e ricorrenti 3 che spiegano la necessità di coltivare la tradizione delle parole di Gesù, di conservarle e trasmetterle. I maestri giudei chiedevano ai discepoli l'adesione alla legge. Gesù chiede di accogliere il regno di Dio, che implica un’ adesione del tutto peculiare alla sua persona. A differenza di quel che accadeva nelle scuo­ le rabbiniche, Gesù ha la pretesa di essere 1 unico m aestro, al punto che i suoi discepoli non devono cercare un altro maestro né possono aspi­ rare a diventarlo (Mi. 2.3,8). La radicalità implicita nell’ adesione a Gesù è sorprendente: essa giunge a relegare in secondo piano persino un dovere sacro qual era per i giudei il dare sepoltura ai morti (Mt. 8 ,2 1z ì ; Mt. 10 ,3 7 ). La parola di Gesù rivendica un valore essenziale: sola­ mente su di essa è possibile edificare una vita autentica (Mi* 7,24-27) e solamente chi la abbraccia sarà accolto dal Padre nelPulti.mo giorno (Me. 8,38; Le. 9,26). «fe chiaro che una parola che si presenta con siffatte esigenze deve non soltanto essere seguita, ma anche conservata; si tratta quindi di una parola che determina il costituirsi di una tradizione » . 1*14 Questa adesione alle parole di Gesù spiega inoltre perché sono stati conservati detti non compresi appieno o non utilizzati, soprattutto pa­ role profetiche o volutamente oscure, riferite al futuro e adatte a essere conservate (per esempio Le, 12 ,4 9 s.: difficilmente parole così oscure sarebbero potute nascere dopo la pasqua). Dunque Porigine e la neces­ 1 1 . M. Black, A n A r a m a ic A p p r o a c h to t h è G o s p e l s a n d A c ts > Oxford 1:967, 1 S 5 . 13. Di solito sì ricorre all'espressione tecnica tedesca S it z im L e b e n («collocazione nella vita» o «contesto vitale»). Si tratta delle situazioni e contesti vitali della comunità nei quali si trasmette e si conserva una tradizione. Si tornerà più avanti sull’argomento. 14. H, Schurmann, L a t r a d iz io n e d e i d e tti d ì G e i ù ì Brescia *1980, 38. Origine dei vangeli sinottici 2-9 sita del formarsi di una tradizione si trovano nel particolare rapporto dei discepoli con Gesù e la sua parola. N ell'am bito di un popolo la cui vita era largamente dom inata da tradizioni, ci troviam o di fronte a una tradizione di tipo particolare. È utile tenerlo presente per non sopravvalutare le analogie con il concetto rabbinico di tradizione, come si vedrà in seguito. Per fornire esempi concreti si può fare riferimento a due situazioni tipiche della comunità prepasquale che richiedevano la coltivazione di una tradizione di parole di Gesù. Gesù ha form ulato e trasmesso ai suoi discepoli una serie di detti come sussidi per la loro attività m issionaria prima della pasqua. La missione prepasquale dei discepoli è uno dei dati piu sicuri della vita di Gesù (quando e quante volte abbia avuto luogo è m olto meno certo). Com pare nei tre sinottici (M t. 10 ,1- 4 0 ; Me. 6 ,7 - 13 ; Le. 9 ,1 - 6 .1 0 ; 1 0 , 1 ­ 20) con tratti chiaramente prepasquali, il che prova la presenza di un nucleo storico in questi testi: 1 . la predicazione non ha carattere diret­ tamente cristologico (come sarebbe stato per la chiesa prim itiva), ma annuncia il regno di D io; 2. presenta alcuni tratti di radicalità e disin­ teresse che non manterranno lo stesso vigore in seguito; 3. è rivolta, come quella di Gesù, al popolo d'Israele e manca di qualsiasi orizzonte universale. Certamente molti dei compendi dottrinali, concisi e poetici, facili da ricordare, furono utilizzati dai discepoli nelle loro missioni. Essi erano quello che in ebraico si designava saliàh («inviato») e parlavano in nome di chi li aveva mandati. I rabbi dicevano che un alunno doveva rispondere con le parole del m aestro,'5 ma la norm a risale a un’antichità più remota, poiché la si incontra in un papiro della x ix -x x dinastia egiziana: «È bene se un figlio (= alunno) sa rispondere con i detti di suo padre (= m aestro)».1516 Possiamo pensare che incominciassero il loro di­ scorso con un detto di Gesù, che spiegavano immediatamente dopo, come facevano i rabbi con una massima della torà. Una serie di detti ben si adatta all’ annuncio del regno di Dio e corri­ sponde alla situazione dell’ invio prepasquale (L e . 6 ,2 0 -2 1; 10 ,2 3 -2-4; 12 ,5 4 -5 5 ). Num erose parabole non sono che sviluppi di questo stesso annuncio. L ’annuncio del regno era congiunto con l’ invito alla conversione e alla penitenza. I detti riguardanti la necessità di essere prudenti e decisi di fronte alla gravità del momento (Le. 1 6 ,1 - 8 ; 17 ,2 7 -3 0 ), di essere 1 5 . A bo t 1 , 1 6 ; 6 t6; Berakot 130-136. Sukkot z8a; Ta'anit yb\ cfr. B. Gerhardsson, op. cit 16 . H. Brunner, Altàgyptiscbe Erzìehung , Wiesbaden 1 9 5 7 , 1 7 8 ; è probabilmente a questo che si riferisce Sir. 8,8 s. 30 Origine e n a tu ra elei vangeli sm ottici pronti e vigilanti (Le. 12 ,3 9 -4 0 ; Me. 13 ,3 5 -3 6 ) , corrispondono a questa situazione. I discepoli sono inviati a Israele e questo spiega la polemica con il popolo e le minacce (Le. 13 ,1-9 .2 8 -2 9 ). Non si tratta qui di com­ piere né uno studio critico di tutti i testi né una storia del gruppo prepa­ squale di Gesù, ma semplicemente di dimostrare che rin vio prepasquale di Gesù richiedeva la coltivazione di una tradizione di parole di Gesù. Un’altra situazione che richiedeva la conservazione e la trasmissione dì parole era la vita interna del gruppo com posto da Gesù e dai disce­ poli, che si differenziava sociologicamente da altri gruppi giudaici. N on si deve pensare a norme precise come la regola di Qumran, ma a nume­ rose parole di Gesù che definiscono lo stile di vita dei suoi discepoli e i rapporti che devono sussistere tra loro. Si possono così citare detti sulla sequela e la perseveranza (Le. 14 ,2 6 ; 9,62), sulla ricompensa promessa a coloro che lo seguono (Me. 10 ,2 8 -2 9 ), sulla disponibilità a servire (Me. 10 ,4 3-4 4 ) e a perdonare (Mt. 6 ,14 ), sulla fiducia nel Padre in ogni circostanza (Mt. 6 ,25-33) eccInsomrna, l ’inizio della tradizione dei detti di Gesù deve la sua origine al gruppo prepasquale, alle particolari esigenze di due situazioni tipiche: la missione prepasquale dei discepoli e la vita interna del gruppo. Come afferm a H, Schurmann: «Gli inizi della tradizione dei logia devono cercarsi nella cerchia dei discepoli immediati di Gesù e, quindi, in Gesù stesso».17 Una tradizione di detti di Gesù era coltivata già prima della pasqua. Lo stesso non si può dire della tradizione narrativa. Il messaggio di Gesù, tuttavia, è tanto profondamente legato alla sua persona, e questa assume un’ importanza così particolare, che era im­ possibile trasmettere i detti di Gesù senza fare riferimento alla sua vita e alla sua persona. Certamente i discepoli, nella missione prepasquale, dovevano essere in grado di narrare fatti e attitudini del maestro e profeta di cui proclamavano le parole; d ’ altro canto gli ascoltatori avran­ no fatto molte domande. Inoltre vi sono parole che richiedono una certa cornice narrativa per poter essere intese (Me. 2 ,1 7 ; 2,,27). Alcune azioni simboliche dì Gesù, come il mangiare con i peccatori, contengono inse­ gnamenti fondamentali per l’annuncio del regno e possono essere state narrate dai discepoli prima della pasqua. Dunque prima della pasqua esistevano tradizioni narrative intorno a Gesù, anche se non si trattava di una tradizione coltivata in modo esplicito e accompagnata dai procedimenti tecnici utilizzati per la tradi­ zione dei detti. Solo dopo la pasqua Si può parlare della coltivazione di una tradizione narrativa su Gesù. 1 7. O p. c i t 61-63. z. L a comunità postpasquale: la tradizione reinterpretata alla luce deWespertenza pasquale a) Fedeltà e attualtzzaztone delta tradizione Tra la comunità prepasquale e quella postpasquale si dà un rapporto di continuità/discontinuità. Di continuità perche si tratta dello stesso gruppo di persone, la cui stretta relazione con Gesù prima della pasqua implicava già una qualche fede in lui, per cui l’incontro con il Risorto è un ri-conosci­ mento. M a anche di discontinuità perché essi sono gli stessi ma non iden­ tici, sono cambiati, trasformati dalPesperienza del Risorto: hanno scoper­ to una luce nuova che illumina tutta la vita vissuta insieme al maestro. Cosa comporta questo per la tradizione dei detti di Gesù che aveva incominciato a formarsi? La si conserva con maggior cura, ci sono pm motivi per trasmetterla, ma anche per reinterpretarla. Alla comunità po­ stpasquale interessa soprattutto la trasmissione fedele della tradizione e il legame con il Gesù del passato proprio perché egli è stato riscattato da Dio. AI tempo stesso essa ha scoperto che Gesù non è un semplice maestro o uno scriba del passato, ma il Signore risorto e presente tra i suoi. Non le basta, perciò, ricordarne le parole al passato, ma ha bisogno di ascol­ tarne le parole nel presente e per questo attualizza la tradizione ricevuta. È interessata al significato attuale del passato e non a una mera ripetizione meccanica. La fedeltà al passato è inseparabile dalla libertà di renderlo rilevante nel preseme. Questo è un carattere peculiare della tradizione evangelica che non si riscontra, almeno non nella stessa misura, nella tradizione rabbinica. Una tradizione che non tenesse conto dell’azione presente del Risorto e non fosse diretta dallo Spirito rimarrebbe lettera morta {2 Cor. 3,6); sarebbe come la tradizione rabbinica. Se d'altra parte la tradizione si fondasse solo sulla pasqua e la pentecoste e non fosse vincolata al Gesù terreno e ai suoi discepoli più vicini, non sarebbe fondata sulla stona e non si distinguerebbe dalla gnosi. Nel cristianesimo primitivo ci fu chi, come gli ebioniti giudeocristiani, mantenne un forte legame col Gesù ebreo del passato ma rimase ancorato a questo e non superò la visione di Gesù come semplice profeta; all’ altro estremo ci furono settori pregnostici, come gli «spirituali» di Corinto, con un’esperienza esaltata dello Spirito e di una risurrezione già presente, che non si interessavano al Gesù del passato. L ’autentico concetto cristiano di tradizione deve evitare entrambi gli unilateralismi, che riappaiono spesso nel corso della storia. Numerosi fattori sociali richiedevano l’adattamento e Pattualizzazione della tradizione evangelica.'* La traduzione d all’aram aico m greco 18 18. G. Sega Ha, P a n o r a m a le tt e r a r io d e l N u o v o T esta m en to TBrescia *‘ 1 9 $ i, 73. 3 2- Origine e n a tu ra dei vangeli sinottici implicava un adattamento linguistico. Era poi necessario un adattam en­ to sociale in quanto certe tradizioni sorte nel m ondo rurale palestinese dovevano adeguarsi alla civiltà urbana (il cristianesimo si diffuse nel bacino del M editerraneo particolarmente in grandi città come Corinto., Efeso e Antiochia). Inoltre era inevitabile un adattamento culturale, per la diversità dei costumi semitici della Palestina da quelli in uso nei grandi centri ellenistici; così, per esempio, la versione m arciana dei detti di Gesù sul divorzio tiene conto non soltanto della possibilità che l’uo­ mo abbandoni la moglie (così la versione piu semitica di Mf. 19 ,9 e 5 ,3 1-3 2 ), ma anche delPeventualità che la moglie lasci il marito, il che corrispondeva ai costumi romani (Me. 1 0 , 1 1 - 1 2 ) . L ’esistenza di nuove comunità cristiane con problemi e situazioni particolari rese necessario un adattamento ecclesiale. Si può confrontare, per esempio, la versione della parabola della pecorella smarrita in Le. 15 ,4 -7 con 1 8 ,1 2 - 1 3 . In Luca la parabola è diretta contro gli scribi e i farisei, che criticano Gesù perché mangia con pubblicani e peccatori ( 1 5 ,1 ) , e tende a giustificare il comportamento di Gesù, In M atteo e rivolta ai discepoli ( 18 ,1) e intende insegnare il comportamento da adottare verso 1 «picco­ li» nella comunità cristiana ( 18 ,6 .10 .14 ) , va^e a dire verso i membri più poveri. Questa tradizione fedele, che mantiene il legame con il Gesù del pas­ sato, è allo stesso tempo una tradizione viva , che viene adattata e attua­ lizzata, ma è anche una tradizione garantita da alcuni testim oni. La comunità postpasquale è ben diversa da una massa indistinta che spon­ taneamente crea e propaganda leggende. Si tratta, al contrario, di una comunità organizzata attorno ad alcune persone legittimate come testi­ moni perché erano rimaste continuamente con Gesù «a partire dal bat­ tesimo sino al giorno in cui fu innalzato di tra noi» [Atti 1,2 1- 2 2 ) . Il movimento m issionario che predica il Cristo al di fuori della Palestina si preoccupa di mantenere la comunione con questi testimoni residenti a Gerusalemme: vediamo Paolo, dopo la conversione, recarsi in questa città per conoscere ed essere informato (historesaì)IS da Pietro (G a i 1 ,1 8 ) . Questa preoccupazione di garantire la testimonianza si riflette, inoltre, nella formula «ricevere (paralam banein)/consegnare (p a ra d ìd o n aì)», che corrisponde a un’espressione tecnica ebraica usata per indi­ care la fedeltà alla tradizione (qtbbel m infm asar l e). Paolo vi ricorre per trasmettere due tradizioni particolarmente care, il credo primitivo basa­ to sulla morte e risurrezione di Gesù ( 1 Cor. 15 ,3 ) e Vistituzione delPeu.19. 11 verbo greco historesaì ha un valore più complesso di «visitare* o del semplice «conoscere». Bauer lo Traduce «far visita al fine di conoscere» (Worterbucb zum N .T . , Berlin 1 9 6 3 , ad toc.). Il Liddell-Scott traduce «far visita a una persona per porle delle domande» (A Greek-Engtìsh Lexicon , Oxford 19 6 8, ad loc.). Origine dei vangeli sinottici 33 carestia (j Cor. 1 1 ,2 3 ) . H termine il Signore («io ho ricevuto dal Signore quel che vi ho trasmesso») indica qui il Gesù terreno, come si vede nel seguito («il Signore Gesù, nella notte in cui veniva consegnato») e in passaggi analoghi in cui Paolo impiega il titolo «Signore» nel trasm et­ tere prescrizioni risalenti a Gesù (cfr. 1 Cor. 1 , 1 0 ; 9 ,14 ). b) II ricorso alla Scrittura «Oh insensati e tardi di cuore a credere alle parole dei profeti! N on era forse necessario che il Cristo patisse ciò ed entrasse così nella sua gloria? E, cominciando da M osè e continuando con tutti i profeti, spiegò loro ciò che le Scritture contenevano su di lui» (Le. 2 4 ,2 5 -2 7 ). In queste parole del Signore ai discepoli di Emmaus si ritrova un'esperienza fon­ damentale della comunità postpasqnale (cfr. G v . 5,39 ; A tti 8 ,27-35). I discepoli erano ebrei e, pertanto, la Bibbia era per essi parola di D io, oltre a costituire il loro orizzonte culturale. Per essi era fondamentale porre Gesù alla luce della Scrittura come suo compimento. D ’altro can­ to la pasqua ha dato loro occhi nuovi, una nuova luce (cfr. il testo citato di Luca) per leggere le Scritture; ora leggono i testi partendo da Gesù. C om ’è ovvio, in questo impegno i discepoli si m uovono all’ interno della mentalità giudaica e con le tecniche esegetiche giudaiche che pos­ sono sembrarci lontane o difficili, ma che è necessario comprendere poiché il N uovo Testamento, e i vangeli in particolare, sono imbevuti di riferimenti, citazioni e allusioni all’ Antico Testamento, cosicché uno dei requisiti indispensabili per studiare un testo evangelico è la ricerca dei suoi riferimenti alPAntico Testamento e alla tradizione giudaica. Q ual­ siasi specialista dei vangeli deve essere, almeno fino a un certo punto, un esperto di giudaismo. Per questo non è possibile comprendere la com u­ nità postpasquale senza esporre, seppure in maniera m olto semplice, le concezioni delPambiente giudaico che collega {'Antico Testamento con il Gesù in cui essa crede. Per gli ebrei la Scrittura ha un’autorità suprema come parola di Dio. Secondo un detto fam oso, «nella Scrittura ci sono settanta volti» e con ciò si allude alla pluralità dei suoi significati. Si dice inoltre che «ciò che non è nella torà, non è nel mondo», ossia tutto è compreso nella Bibbia ed essa può gettar luce su qualsiasi circostanza della vita; il difficile è scoprire questa luce. Ciò spiega la costante interrogazione dei testi pro­ pria della religiosità giudaica. Questa attitudine favorì la cosiddetta esegesi derashica (deras = cercare, indagare), che si basa su di una serie di tecniche per interpretare e attualizzare i testi (sulPargomento non ci si può qui sofferm are; cfr. voi. 2, cap. x m ). 1 principi fondamentali sono due: l’ unità di tutta la Scrittura e la necessità di spiegare qualsiasi testo 34 Origine e natura dei vangeli sinottici della Scrittura ricorrendo ad altri passi della Scrittura stessa. Questo metodo comporta che testi assai disparati siano messi in relazione e servano Puno a interpretare Paltro, sulla base degli indizi più diversi.10 Non si tratta qui di discutere il valore dell esegesi derashica; quel che importa è comprenderne la dinamica interna e la considerazione del testo biblico che essa implica. Sulla base di questi presupposti si può comprendere la gran mole di lavoro intellettuale sviluppata alPinterno del giudaismo. Si è già parlato della scuola elementare (bet ha-sefer) e di quella superiore (bet ha-mìdrash)y incentrate sulla Bibbia. U n’ampia conoscenza della Bibbia era diffusa. La lettuta sinagogale aveva abituato il popolo a mettere in relazione passi della T orà con passi dei Profeti. Nella sinagoga, dopo la lettura del testo ebraico, veniva proclam ata la traduzione aram aica (targum). Questi targumim non erano però una semplice traduzione letterale, erano piuttosto versioni popolari che spiegavano passi difficili e contenevano sviluppi halaktcì (a proposito delle leggi) e aggadici (nar­ rativi, extralegali). Bisognerà vedere caso per caso se i riferimenti vete­ rotestamentari presenti nei vangeli dipendono dal testo ebraico, dal greco o dalParam aico. Àncor piu importante: i primi cristiani affronta­ no il testo biblico con I attitudine derashica giudaica e le relative tecni­ che, cercandovi lumi sulla persona e l’opera di Gesù e, d'altronde, pro­ iettando sulla loro ricerca derashica la luce nuova offerta dalla morte e risurrezione di Gesù. Risulta con evidenza che nel cristianesimo prim itivo si dispiegò un’ attivita di studio e di riflessione senza la quale non sì può intendere la conservazione e l'elaborazione della tradizione evangelica. In termini rigorosi si può dire che Pattività teologica ed esegetica, esplicita e riflessa, fu praticata nella comunità postpasquale sin dal primo momento. T rat­ tandosi di ebrei osservanti, essi erano obbligati a rileggere la parola di Dio e a esaminarla secondo il metodo derashica a partire da Gesù, che per loro costituisce il dato di partenza. G ià in precedenza si è segnalato come Gesù stesso aveva presentato il proprio vangelo del regno di Dìo alla luce del Deutero-Isaia e come suo compimento (sopra, 1,3). Pare che in un primo momento Gesù e i fatti della sua vita siano stati visti genericam ente come compimento dell5Antico Testam ento (M e. 14 ,4 9 ). Soprattutto la sua morte, ma ancora in modo generico, viene interpretata alia luce della Scrittura, come mezzo per superare lo scan­ no. Sull’esegesi derashica cfr. H.L, Strack G- Slemberger, E i n l e ì t u n g in T a l m u d a n d M i d r a s c h , Munchen 1 9 8 2 ; A. del Agua, E l m è t o d o m i d r à s i c o y la e x é g e s i s d e l N u e v o T e s t a m e n t o y Valencia 19 S i5; F. Manns, L e M id r a s t i- A p p r o d i e e t c o m m e n t a ir e d e T E c r i t u r e , Jérusalem 19 9 0 ; Id.t L e g g e r e la M i s n a h , Brescia 1 9 8 7 ; D. Munoz Leon, D e r à s . L o s c a m in o s y s e n t i d o s d e la P a L i b r a D i v i n a e n la E s c r ì t u r a , Madrid 1987. Origine dei vangeli sinottici 35 dalo che im plicava (cfr. il credo primitivo di i Cor, 15 ,3 -4 ). Per questa ragione il racconto della passione è ricco di allusioni all’Antico T esta­ mento, che non arrivano alla citazione esplicita; in particolare, ma non solo, si trovano allusioni al Salmo 22 per presentare Gesù come il vero giusto che soffre ingiustamente, riscattato però da D io (Me. 15,2.4 e Sai. 2,2,19; 15 ,2 9 e S a i 22,8 ; 15 ,3 4 e &*/. 22,34 ). La tendenza generale è d’ introdurre in ogni caso numerosi riferimenti e citazioni delPA.T. Me. 15 ,2 4 , «si divisero le sue vesti per vedere quale parte toccava a ciascuno», è una chiara allusione al Sai. 2 2 ,19 (efr- Ali. 2 7 ,3 5 ; Le. 23,34 ). Giovanni propone il fatto come compimento esplici­ to delPA.T. («perché si adempisse la Scrittura») e cita più correttamente il testo greco (19 ,2 3 -3 4 ). Questo esempio presenta un ulteriore motivo d ’interesse, perché mostra come, in certi casi, il testo delPA.T. ha potuto portare persino alla creazione di un dato di fatto. Il Salmo 22 come viene utilizzato dai sinottici serve a interpretare un dato reale (i crocifissi venivano spogliati dei loro vestiti) alla luce della sofferenza del giusto. Il v. 19 del Salmo 22 è un parallelism o sinonimico in cui il secondo verso intende soltanto ripetere e sottolineare il primo. E evidente che la spar­ tizione della tunica di cui parla G v. 19 ,2 3 -2 4 (assente nel parallelo sinottico) è stata introdotta in seguito per influsso di Sai. 2 2 ,19 0 . N on è eccessivo afferm are che il riferimento alPAntico Testamento e una dimensione presente in tutti i testi evangelici, poiché sia per quelli che sono aJPorigine della tradizione - Gesù e la comunità prepasqua­ le - s i a per quelli trasmessi nei vari stadi della tradizione, era fonda­ mentale interpretare ogni episodio come compimento del piano di Dio. Dunque un momento indispensabile nelPinterpretazione di qualunque testo evangelico è la ricerca del retroterra veterotestamentario, tenendo conto delle tecniche derashiche giudaiche e dell’interpretazione dell’A n ­ tico Testamento nel giudaism o intertestamentario. c) Interpretazione derashica delle parole di Gesù La comunità prepasquale fece tuttavia qualcosa di più, e della massima importanza. Giunse ad attribuire ai detti di Gesù, che già prima gode­ vano di enorme prestigio, la stessa autorità della parola di Dio ne Ile Scritture. Essa applica pertanto alle parole di Gesù le tecniche derashi­ che applicate alPAntico Testamento, per adattarle, attualizzarle e cer­ carvi illuminazione per le nuove realtà. Nel corso della loro trasm issio­ ne, quindi, i detti di Gesù possono subire rielaborazioni e adattamenti. La predicazione programmatica di Gesù in Le. 4 ,16 ss., ad esempio, è uno sviluppo - che a buon diritto può essere definito derashico - di quella di Me. 1 , 1 4 - 1 5 ; Luca rende esplicito, utilizzando una serie di 36 Origine e natura dei vangeli sinottici riferimenti biblici, quanto era implicato dalPannuncìo del regno di Dio. Il racconto delle tentazioni di Gesù in Mt. 4 , 1 - 1 1 e Le. 4 ,1 - 1 3 è proba­ bilmente uno sviluppo, basato su testi di Num eri e Deuteronomio, del­ l'episodio brevissimo di Me. 1 , 1 2 - 1 3 . T alvolta, inoltre, la comunità mette in bocca a Gesù attualizzazioni del suo messaggio che vanno evidentemente ben al di là di quel che storicamente egli disse: la missio­ ne universalistica e trinitaria di Mu 2 8 ,18 -2 0 , ad esempio, presuppone la difficile esperienza dell'apertura ai gentili e una profonda riflessione sul significato di Gesù alla luce dello Spirito. d) Coltivazione dì tradizioni narrative su Gesù N ella comunità prepasquale esistevano tradizioni sulla vita e le azioni di Gesù, ma soltanto dopo la pasqua tali tradizioni narrative com inciaro­ no a essere conservate e trasmesse in forma regolare e fissa. Dopo la pasqua divenne assai più chiara l’ importanza della persona di Gesù e l’inseparabilità della sua persona e della sua dottrina. D ’ altra parte, quanto più si avvertiva l’assenza fisica di Gesù, tanto più acquisiva valore il mantenimento dei ricordi della su3 vita. Qualcosa di simile accade per 1 ricordi di personalità importanti che sono alle origini di un movimento sociale. Fra le tradizioni narrative si segnala, anzitutto, la passione, un rac­ conto molto antico, di carattere unitario e che forse fu il primo a essere messo per iscritto. Alcuni episodi di questo racconto non poterono esi­ stere separatamente, per quanto, a dire il vero, alcune pericopi esistenti in precedenza in forma isolata possono essere state inserite in questa narrazione unitaria e continua. Proprio perché si tratta di una narrazio­ ne continua e unitaria, la passione ha una trama ovvero una connessio­ ne causale degli eventi, in cui intervengono gli interessi e le motivazioni dei personaggi (Gesù, sommi sacerdoti, il prefetto romano Pilato, il popolo), 1 conflitti, Fepilogo plausibile ma non necessario. La trama cattura Pinteresse del lettore, che ne coglie il filo, scopre le possibilità che si aprono ed è coinvolto nella lettura. La trama della passione do­ veva avere una funzione essenziale per l’esistenza e Porgamzzazione del racconto evangelico nel suo insieme. e) Le diverse attività della comunità postpasquale La comunità postpasquale conserva, rielabora e trasmette la tradizione evangelica nelFambito delle molteplici attività che ne costituiscono la vita. Le informazioni di cui disponiamo sono sufficienti a conoscere le più importanti. Origine dei vangeli sinottici 37 N ella comunità esisteva la catechesi. Questa non è un’afferm azione ovvia presumibile a priori, ma una constatazione che si deduce facil­ mente dagli Atti degli Apostoli («perseveravano continuamente nell’in­ segnamento degli apostoli», 2,42). M olti testi dei sinottici presentano caratteristiche che ne evidenziano l’uso nella catechesi prim itiva; per esempio la sintesi di m orale evangelica del discorso della montagna di Mt. 5-7. U n’altra attività della comunità fu l’ annuncio del vangelo prima ai giudei, poi ai gentili, ossia la predicazione m issionaria. G ià prim a della pasqua ci si serviva di compendi dell’ insegnamento di Gesù per l’attività missionaria. Queste tradizioni, dopo la pasqua, vennero conservate e sviluppate (Me. 6 ,6 -10 ; Mt. io ; Le. 9 ,1-6 ; 1 0 ,1 - 1 6 ) , mentre altre ne nacquero con caratteristiche spiccatamente cristologiche, come quelle presenti nei discorsi missionari degli Atti. La comunità si trovò coinvolta in numerose controversie su diversi fronti: dispute fra gruppi cristiani differenti, con l’ambiente pagano, con le autorità civili e con il giudaismo. Da un punto di vista teologico le dispute con il giudaismo sono particolarmente importanti e costituisco­ no un tema centrale nel N uovo Testamento. N ei vangeli sono frequen­ tissime le dispute di Gesù, alle quali si faceva ricorso, in buona misura, per giustificare il comportamento altamente conflittuale della comunità. Basti pensare alla polemica sul condividere la mensa con quelli che la mentalità giudaica riteneva impuri (Me. 2 , 1 3 - 1 7 par.) o sul digiuno (Me. 2 ,18 -2 2 ) o ancora sui limiti del riposo sabbatico (Me. 2 ,2 3-2 8 ). La comunità postpasquale, composta da giudei pii, osservava le pra­ tiche pie giudaiche (Atti 2,46; 3 ,1). Aveva però anche una form a propria di culto, incentrato sulla «frazione del pane» (Atti 2,42). Alcune tradi­ zioni evangeliche furono trasmesse nel contesto liturgico, il che è facil­ mente provato dalle caratteristiche letterarie imposte da questo impiego (solennità, schematismo; M e. 14 ,2 2 -2 5 par.; Mt. 6 ,9 -13 ; Le. 11,2 - 4 ) . Si è sottolineata sopra I’ impoctanza dello studio nella comunità po­ stpasquale, inteso sostanzialmente come illuminazione reciproca tra il testo biblico e Gesù e anche come reinterpretazione derashica delle stes­ se parole di Gesù che vengono equiparate alla parola di Dio. Questa fu una delle attività più importanti della comunità e improntò tutta la tradizione. N onostante la sua importanza fondam entale in una comuni­ tà che condivideva con gli ebrei la venerazione per la Bibbia e i metodi di studio, tuttavia non è stata presa in sufficiente considerazione dagli studi sulle origini dei vangeli. Tutte le suddette attività influirono sulla configurazione della tradi­ zione. Resta inoltre da citare l’ «anamnesi» (in alcuni periodi purtroppo del tutto trascurata dalla ricerca), ossia il desiderio di ricordare la storia Origine e natura dei vangeli sinottici di Gesù, la volontà di coltivare il legame con lui. La cura della tradizione di ciò che Gesù fece e insegnò fu un compito giustificato in se stesso. Può darsi benissimo il caso di detti di Gesù che non corrispondono a nessuna situazione sociale della comunità o addirittura sono in contraddizione con questa e che tuttavia furono trasmessi per fedeltà alla memoria di Gesù. La cura della memoria è una caratteristica peculiare dell’attitudi­ ne religiosa giudaica. Per la comunità postpasquale un fatto del passato è il punto di partenza della propria identità: Gesù di Nazaret. La fede postpasquale riconosce nel crocifisso, e in nessun altro, il Risorto ed esige fedeltà alle sue parole e gesti. f ) La complessità della tradizione: pericopi isolate e ampi blocchi, tradizione orale e scrìtta NelPintroduzione si è osservato come una prima lettura dei vangeli riveli l’ esistenza di pericopi unitarie che sembrano relativamente auto­ nome. In effetti, si può incontrare una stessa pericope in luoghi distinti nei diversi vangeli (Me. 1 1 , 1 5 - 1 7 e G v , 1 , 1 3 - 1 7 ; Mt. 6 ,9 -13 e Le* 1 1 , 2 ­ 4); inoltre il collegamento tra le pericopi sembra spesso vago e incerto. Queste pericopi (mono trasmesse in un primo momento oralmente e, in molti casi, in forma isolata. La ricerca moderna ha studiato a tondo queste piccole unità cercando di classificarle secondo la «forma» lette­ raria (ovvero secondo le loro caratteristiche letterarie) e di scoprire Puso e Pevoluzione di ogni forma nella vita della comunità primitiva. Nel capitolo seguente (li, 1,3) ci soffermeremo maggiormente su questo pro­ blema. M a la tradizione era costituita anche da blocchi di una certa estensio­ ne e relativamente unitari, incorporati dagli evangelisti nelle loro opere e facilmente individuabili (raccolta di controversie: Me. 2 ,1- 3 .6 e Le, 5 ,1 7 - 6 , 1 1 e M t. 9 ,1 - 1 7 + i z , i - i 4 ; parabole: M e, 4 ,1- 3 4 ; miracoli: M e, 4 ,3 5 -5 ,4 3 ; Le, 8 ,22-56 e Mt, 8,2.3-34 + 9 ,18 -2 6 ): si tratta, pei lo più, di raccolte di pericopi affini. Si è già osservato che il racconto della passione si segnala per estensione, antichità e unità. Analogamente a quanto si fa per le «forme» isolate, è possibile studiare queste raccolte o blocchi piu estesi dal punto di vista letterario. Questo tema è molto interessante, perché ci mostra teologie diversificaie presenti nelle com u­ nità più antiche; si tratta, tuttavia, di un terreno largamente congettu­ rale e piuttosto specialistico, cui faremo riferimento più avanti (cfr. la sezione m ,4 c in questo capitolo) La tradizione evangelica fu trasmessa alPinizio in form a orale. Pensa­ re che i discepoli prendessero appunti scritti delle parole di Gesù è un O r i g in e dei v a n g e li sin o ttici 39 anacronismo. Tuttavia non si può neppure, per il tempo e il popolo di ( *esù, separare troppo la tradizione orale e quella scritta. Non si tratta­ va di un ambiente di oralità pura. La cultura orale giudaica si esprimeva in un contesto in cui testi scritti erano noti e diffusa era la pratica della scrittura. La memorizzazione di un testo puramente orale è ben diversa da quella di uno scritto o delPinterpretazione di uno scritto. La messa per iscritto della propria tradizione da parte delle comunità cristiane sorse inevitabilmente e in epoca aurica. Questo avveniva in quanto si andavano formando raccolte più estese e si accentuava il desiderio di non perdere nulla per assicurarne la trasmissione. L a trasmissione della tradizione evangelica fu dunque un processo assai complesso, avvenuto alPinterno di comunità vive e organizzate, rna in corso di rapida evoluzione e differenziazione. Furono trasmesse pencopi isolate e raccolte o blocchi di una certa ampiezza. La messa per iscritto non implicò la sparizione automatica della tradizione orale: entrambe coesistettero a lungo ed ebbero influssi reciproci. Allo stesso modo si scam biavano e influivano Luna su ll’altra le tradizioni delle varie comunità. 3. L a redazione dei vangeli sinottici La terza rase nella nascita dei vangeli sinottici e la redazione dei testi a noi noti. Gli evangelisti raccolgono e trasmettono la tradizione evangelica esi­ stente nella chiesa ma sono, talvolta, veri e propri autori. Da una parte compilano la tradizione che aveva avuto origine in Gesù e nei discepoli, conservata e rielaborata nella comunità postpasquale. Da questo punto di vista gli evangelisti sono i portavoce delle chiese cui appartengono e i vangeli sono libri della chiesa: infatti in essi è stato raccolto quel che essa ha trasmesso e rielaborato nella sua vita e inoltre la chiesa si rico­ nosce in queste opere e non in altre. D 'altra parte gli evangelisti sono veri e propri autori, perché hanno un proprio stile letterario, una manie­ ra propria di modellare, selezionare e ordinare la tradizione, una p ro ­ pria ottica teologica; ciascuno di essi riflette una propria esperienza di Gesù e una peculiare risposta alle necessità della propria comunità. La chiesa cattolica, nel suo magistero più solenne, ha accolto in pieno le tre tappe che l’investigazione moderna individua nella genesi dei van ­ geli, presentate in questa sezione. Il concilio Vaticano n fu preceduto da vivaci dibattiti intorno a questi problemi. N elLaprile del 19 6 4 apparve l’istruzione Sancta Metter Ecclesia della Pontificia Com m issione Biblica, suiLorigine e la natura dei vangeli, la cui dottrina doveva essere ripresa, poco dopo, dalla costituzione dogmatica sulla Divina Rivelazione del 40 Origine e natura dei vangeli sinottici Vaticano il (novembre 19 6 5 ). Il paragrafo, assai denso e conciso, che si riferisce ai vangeli, è il seguente: «La santa madre chiesa ha ritenuto e ritiene con fermezza e con ininterrotta costanza che i quattro vangeli sopraindicati, dei quali afferma senza esitazione la storicità* trasmettono fedelmente quanto Gesù Figlio di Dio, durante la sua vita tra gli uomini, effettivamente operò e insegnò per la loro eterna salvezza, fino al giorno in cui fu assunto in cieìo (Atti 1,1-2 ). Gli apostoli poi, dopo rascensione del Signore, trasmisero at loro ascoltatori ciò che egli aveva detto e fatto, con quella piu completa intelligenza di cui essi, ammaestrati dagli eventi gloriosi di Cristo e illuminati dalla luce dello Spirito di verità, godevano. Gli autori sacri, poi, misero per iscritto i quattro vangeli, scegliendo alcune cose tra le molte tramandate a voce o già messe per iscritto, di altre raccogliendo una sintesi o spiegandole tenendo presente la situazione delle chiese, conservando infine il carattere di predicazione, sempre però in modo tale da riferirci su Gesù cose vere e autentiche. Essi scrissero, infatti, attingendo sia dalla propria memo ria e dai propri ricordi sia dalla testimonianza dì coloro che ‘ne furono testimoni fin dal principio e divennero ministri della parola’, scrissero con l’ intenzione di farci conoscere la verità’ (cfr. Le. 1,2-4) degli insegnamenti sui quali siamo stati istruiti» (DV 19). Il lavoro degli evangelisti viene descritto nei seguenti termini: Selezionare dati della tradizione orale o scrìtta. Sia Giovanni (20 ,30 ­ 3 1 ; 2 1,2 5 ) s*a Luca (1,1- 4 ) fanno chiaramente capire di essersi basati su diverse fonti e inform azioni e di non avere la pretesa di dire tutto, ma di aver operato una selezione in funzione dei propri obbiettivi. C om piere sintesi come, per esempio, quella che M atteo fa dell'inse­ gnamento morale di Gesù nel discorso della montagna (capp. 5-7). È chiaro che M atteo ha compiuto questa sintesi raccogliendo fonti, riela­ borandole e riordinandole creativamente. Adattare la tradizione ricevuta alle situazioni delle diverse chiese. R icordiam o come M atteo ( 1 8 ,1 2 - 1 4 ) e Luca (15 ,4 -7 ) riprendano la stessa tradizione - la parabola della pecorella sm arrita - , ma la uti­ lizzino in maniera diversa in funzione delle necessità delle rispettive com unità. Conservare lo stile della predicazione. L'obbiettivo degli evangelisti non era fornire informazioni storiche o com pilazioni esaurienti, ma offrire alla chiesa la base della fede e della vita cristiana. Sorgono subito due problemi: qual è la natura delle opere dei redat­ tori? quale finalità perseguivano? Ciò significa che qui termina lo studio della genesi dei vangeli e dobbiam o passare alla sezione seguente. Resta tuttavia un problema in sospeso: perché gli evangelisti ripren­ dono la tradizione evangelica precedente proprio nella form a di una vita di Gesù? Seguono un modello letterario preesistente? O è la dinamica Natura dei vangeli sinottici 41 stessa di questa tradizione ecclesiale che, sviluppandosi a partire dalla proprie potenzialità, ebbe come risultato la configurazione letteraria che conosciamo? Questo e un tema importante, ma oscuro, che rinviam o alia sezione dedicata ai problemi aperti nel capitolo successivo. in. n a t u r a dei v an g eli sin o t t ic i In questa sezione studieremo la natura dei vangeli sinottici, il che con­ sentirà di trarre alcune conseguenze su come h si debba leggere. Le afferm azioni teoriche qui avanzate saranno chiarite dagli esempi propo­ sti nella sezione i t i del capitolo 11. 1 l vangeli sono testi narrativi I vangeli sono testi narrativi che presentano la vita di Gesù e il suo insegnamento. Stabiliamo anzitutto la natura letteraria dì questi testi, compito fondamentale per poterli leggere adeguatamente ma disatteso spesso negli studi di tipo teologico. Sia nell Antico sia nel N uovo Testamento vi sono testi argomentativi (ad esempio Rorn. 4 ,1 - 1 7 ) , appellativi (Es. 2 .0 ,1-17 ), esortativi (Rom. 1 2 , 1 - 2 1 ) , poetici ecc. M a quanto vi è di piu specifico nella fede biblica e espresso in form a narrativa. Dì fronte all agire imprevedibile e unico di Dio nella storia è possibile solo la narrazione, il racconto. Il «credo» israelitico narra ciò che Dio ha compiuto nella storia a favore del suo popolo (Deut. 26,5-9). La teologia, in quanto esercizio razionale, fa un largo uso dell’argomentazione; oggi però si è maggiormente consapevoli che la teologia giudaica e la cristiana possiedono una dimensione fon­ damentale e irriducibile di carattere narrativo. Trasmettere eventi ed esperienze storiche è il tratto caratteristico della narrazione. «Narrativita» e «storicità» sono termini correlati se si intende per storicità la descrizione di eventi situati nel tempo e nello spazio. Tutto ciò non pregiudica il valore referenziale del racconto (questo è un altro proble­ ma), perché è chiaro che si possono narrare «storie» fittizie (la lingua inglese distingue tra story —sem plice racco n to —e history - racco n to con intenzioni di riferimenti storici).1 r La comparazione tra i vangeli sinottici e il Vangelo di Tom m aso, un ope­ ra gnostica del secolo il, può essere istruttiva. Quest’ultimo inizia così:li. l i . Tanto le narrazioni veritiere o «storiche» quanto quelle fittizie sono in rapporto con la storicità umana e non sono cosi diverse come si potrebbe credere. La narrazione storica non è mai il mero riflesso dei nudi fatti e implica sempre una buona dose di soggettività da parte dello storiografo. La narrazione fittizia esplora possibilità che appartengono alla storicità umana. Sulla uà n atività cfr. P. Ricoeur, T em po e racconto, 3 voti., Milano 1986-1988. Origine e natura dei vangeli sinottici <«Queste sono le parole segrete che pronunciò Gesù il Vivente e che Didimo Giuda Tommaso tramandò per iscritto. E disse: Chi trova il senso di queste parole non gusterà la morte». Seguono 1 1 4 frasi, per lo più introdotte d all’espressione «disse Gesù», ma senza alcuna struttura narrativa. Ciò significa che nel Vangelo di Tom m aso troviamo una raccolta di parole di Gesù ma non un vangelo nel senso dei quattro canonici. 11 carattere narrativo è molto evidente in M arco, probabilmente il vangelo più antico: in esso le parole di Gesù sono molto più rare che in M atteo e Luca (costituiscono il 2,0% circa del totale dell opera). Un elemento letterario fondamentale della narrazione è la trama o intreccio. E la connessione interna che mette in relazione i personaggi, le loro motivazioni, atteggiamenti e rapporti, i loro conflitti’ la trama implica una relazione causale tra gli eventi, verisimili, sebbene anche contingenti, in quanto storici e frutto della liberta umana. Leggere un testo narrativo significa scoprire il filo 0, meglio, i fili che costituiscono il testo (il latino textum significa tessuto; il testo è un tessuto) e seguirne gli intrecci. È ovvio che la trama si coglie soltanto quando si legge un vangelo dall’inizio alla fine come un’opera unitaria. La trama narrativa, simile nei tre sinottici, si basa su alcuni personag­ gi (Gesù, i discepoli, i farisei e le autorità giudaiche, Pilato, il popolo); ha un inizio (il ministero di Gesù in G allica), uno sviluppo (l’eco popo­ lare che suscita, l’ incomprensione, l’ostilità crescente da parte delle autorità, l’ aggravamento del conflitto, l’approfondirsi dell msegnamento, la decisione di andare a Gerusalemme, il viaggio e lo scontro in città) e un epilogo (il conflitto sfocia nella passione e morte in croce di Gesù, seguita dalla risurrezione). Questa trama coinvolge l’interesse del lettore che trova connessioni contingenti, sorprese e personaggi che lo attrag­ gono o provocano in lui rifiuto. Qual e l’origine della trama evangelica? Le pericopi isolate e 1 blocchi più ampi della tradizione evangelica non avevano una trama o un intreccio veri e propri, mentre lo aveva Pantichissimo racconto della passione che, ap­ punto per questo, possedeva un carattere eminentemente narrativo, am­ pio, unitario e ben connesso. Infatti nella passione si trovavano messi in relazione, fin dal primo momento, il proposito delle autorità giudaiche di eliminare Gesù, il tradimento di uno dei suoi, l’ abbandono da parte dei discepoli, gli atteggiamenti dei sommi sacerdoti e del procuratore romano, le oscillazioni della folla giudaica, lo scherno dei soldati e la morte sulla croce. Con ogni probabilità questa trama di racconto si è estesa 111 seguito alla vita di Gesù dagli inizi, in modo tale che con tutta una serie di tradi­ zioni preesistenti e stato costruito un racconto coerente, percorso da una trama «in crescendo» fino a sfociare nella passione-morte-risurrezione. Natura dei vangeli sinottici 43 Risale a M . Kàhler, studioso del secolo scorso, una frase che ha avuto molto successo: «I vangeli sono il racconto della passione con un’ampia introduzione». Dal punto di vista quantitativo questo giudizio è ecces­ sivo, Tuttavia resta vero che il racconto della passione ha avuto la funzione fondamentale di strutturare la trama che presiede alla narra­ zione evangelica nel suo insieme.12. Ciò ha importanti conseguenze che saranno messe in evidenza tra poco. Si è accennato al carattere narrativo di M arco, il vangelo più breve e, probabilmente, più antico. È molto probabile che M atteo e Luca cono­ scessero, in maniera diretta o indiretta, la narrazione di M arco e vi abbiano fatto ricorso per le loro opere. Entram bi utilizzarono, inoltre, raccolte di detti di Gesù non presenti in M arco, ma le distribuirono e le inserirono nella narrazione di base derivata da lui. A differenza del Vangelo di Tom m aso, dunque, essi non com posero una raccolta di sen­ tenze isolate di Gesù, ma introdussero i detti nel contesto della sua vita, all’interno di una narrazione. Sia M atteo sia Luca com pletarono l’opera con narrazioni delle origini di Gesù (i cosiddetti racconti dell’ «infanzia») e degli eventi successivi alla risurrezione, sezioni assenti in M arco (la cui conclusione originaria si trovava probabilmente in 16 ,8 ). M atteo e Luca sono più discorsivi di M arco, ma Je loro opere mantengono indiscutibil­ mente una fondamentale natura narrativa. Entram bi, anzi, con le ag­ giunte operate sul presunto predecessore, ne accentuano il carattere narrativo. Probabilmente l’inserzione degli eventi delPinfanzia e della pasqua avvicina le opere di M atteo e Luca alle convenzioni del genere letterario della biografia. Il carattere narrativo dei vangeli suggerisce due riflessioni. In primo luogo, si tratta di opere unitarie, coerenti e ben costruite, non di sem­ plici compilazioni di frammenti preesistenti; solo una lettura continuata che metta in evidenza la trama de) racconto è adeguata alla natura dei vangeli. In secondo luogo, si rende necessaria una cautela: la prospettiva teologica sui vangeli facilmente svaluta e misconosce l ’aspetto narrativo per diverse ragioni: i . l’uso, sia nella lettura spirituale sia in quella liturgica, di pericopi isolate e staccate dal contesto; z. un certo metodo teologico può tendere a vedere tutti gli eventi come diretti im m ediata­ mente dalla volontà di Dio, a detrimento della libertà umana e della trama contingente che ne deriva; al posto della trama viene sottolineato «il piano di D io»; al posto della narrazione vengono individuate nel 22,. Ciò non significa che i vangeli siano stati scritti a partite da un racconto della passione, cui si sarebbero aggiunte via via diverse tradizioni fino a far emergere le opere attuali. Mi riferisco al concatenarsi della tram a e non al modo in cui, di fatto, sorse il testo scritto. Diverso è il problema del perché gli evangelisti abbiano dato alla loro opera la forma di una vita di Gesù. 44 O r i g in e e n a t u r a dei v a n g e li s in o ttic i testo astrazioni teologiche. Questa è, evidentemente, una falsa antino­ mia e tuttavia rappresenta un rischio molto concreto. M a ciò richiede il passaggio al punto successivo. 2.. I vangeli sono narrazioni teologiche È necessario precisare ciò che si è osservato nel punto precedente perché la narrazione può avere diverse forme. I vangeli non sono narrazioni di pura finzione né tanto meno cronache storiche del passato. Sono narra­ zioni teologiche in quanto scoprono nella vita di Gesù l’azione di Dio e il compimento dell’Antico Testamento. Un semplice cronista non po­ trebbe mai farlo. I vangeli sono testi religiosi che partono dalla fede nel Dio della Bibbia e in Gesù Cristo, G li evangelisti sono sulla linea della tradizione storiografica giudaica, cui si deve la Bibbia, che scopre l’azione di Dio nella storia e che poco tempo prima aveva letto nell’ottica della fede gli eventi della dominazio­ ne selencidica e della rivolta maccabaica, producendo i libri di Damele e dei M accabei. Essi scoprono e narrano l’azione storica di Dio nella vita di Gesù di, N azaret e partono dalla fede in Cristo risorto. I vangeli sono narrazioni di Gesù con una trama che sfocia nella croce; ai tempo stesso sono professioni di fede sulla presenza attuale del Signore risorto nella comunità mentre rivolge a essa la sua parola. Nei vangeli il Signore risuscitato parla oggi alla comunità, ma attraverso la vita e le parole del Gesù del passato che finì sulla croce (e non attraverso rivela­ zioni nuove o esoteriche). La luce della pasqua illumina tutto il racconto evangelico, ma soltanto il cammino che porta alla croce - la narrazione di Gesù - consente di giungere alla pasqua e di comprendere il Kisorto. A partire da Bukmann si è spesso ripetuto che i vangeli sono scritti alla luce della risurrezione, ma bisogna anche aggiungere che sono scritti ai piedi della croce e per non dimenticarla. Gesù è il Signore risorto e glorificato ma non c ’è Signore risuscitato senza Cristo crocifissoUna certa fusione di orizzonti sì produce tra il passato di Gesù e il presente del Signore risorto e cosi la narrazione evangelica cerca di rendere presente ciò che narra. Sappiam o già che, nel corso della loro trasmissione, vi è uno sforzo costante per attualizzare le tradizioni in modo che acquistino rilevanza nel presente. G li evangelisti selezionano i propri m ateriali, li modificano, inseriscono aggiunte, li rielahorano (operazioni viste in ir,3 ). Essi tendono a com porre un racconto che interpelli e introduca i! lettore nella narrazione. Nei vangeli si trovano tre preoccupazioni simultanee che presiedettero anche alla trasmissione della tradizione: 1 . evocare in maniera sod­ disfacente la storia passata di Gesù. Il legame con le parole e le opere di ,*r ~ Natura dei vangeli sinottici 45 Gesù era una preoccupazione costante; z. attualizzare per il presente la tradizione ricevuta. Quel che interessa è il significato attuale di questa storia, perché il Gesù del passato è il Signore risorto e presente; 3. il rapporto con la Scrittura. La tradizione viene costantemente reinterpre­ tata alla luce dell’Antico Testamento che, per i primi cristiani, è parola di Dio, e ciò è attuato secondo i vari metodi dell’esegesi giudaica. Evocazione della storia passata (è Gesù di N azaret, il crocifisso), attualizzazione (è il Signore glorioso) e ricorso alla Scrittura (è l’atteso, il promesso, il figlio inviato da Dio) sono le tre dimensioni permanenti del racconto evangelico e di ciascuno dei testi che lo com pongono, per quanto siano articolate diversamente secondo il particolare carattere letterario e teologico di ognuno di essi. 3. I vangeli non sono cronache storiche, benché siano basati sulla storia Ciò che si è detto sin qui basterebbe a chiarire il rapporto dei vangeli con la storia ma, poiché si tratta di una questione appassionatam ente discussa che ha avuto una certa risonanza nel pubblico, vale la pena di approfondirla un poco. È chiaro che i vangeli non sono relazioni storiche né cronache del passato. N on sono nemmeno biografie nel senso moderno: non descri­ vono il carattere del personaggio né la sua evoluzione né tutti i dettagli della sua vita a partire dagli antecedenti fam iliari e della sua infanzia. Spesso la nostra curiosità storica resta frustrata dai vangeli. Come finì il rapporto di Gesù con i suoi parenti che ritenevano fosse fuori di sé [Me. 3 ,z i) ? Giovanni Battista invia dal carcere i suoi discepoli a inter­ rogare Gesù; nutre egli stesso dubbi se sia davvero lui il messia (MT i i , z - 5 ) ? E tante altre domande che sorgono spontaneamente. I vangeli tuttavia sono fondati su dati reali e pretendono di trasmet­ tere con fedeltà parole, fatti ed eventi della vita di Gesù. La ricerca attuale considera ingiustificato lo scetticismo della ricerca della prima metà del secolo x x sul valore storico dei vangeli e sulla possibilità di accedere al Gesù terreno per loro tramite. La mia esposizione preceden­ te m ostra come la tradizione evangelica ebbe sempre una volontà espli­ cita di garantire la fedeltà del legame con Gesù. La semplice lettura dei vangeli rivela che la rielaborazione e l’attualizzazione degli evangelisti aveva un limite ben preciso: non perdere di vista il riferimento a una storia passata. I racconti evangelici non sono, in genere, anacronistici, ma riflettono circostanze e dati corrispondenti alla situazione anteriore all’anno 70: si dà per scontata l’esistenza del tempio e del sistema cultuale, la situazione della G alilea, la differenza 46 Origine e natura dei vangeli sinottici tra giudei e galilei, l’inimicizia coi sam aritani, l’esistenza del sinedrio come autorità giudaica autonoma (scomparve nel 70) ma parzialmente asservita ai rom ani, i tratti negativi dei discepoli (impossibile che siano stati inventati), il nome di personaggi conosciuti (C ada, Pilato, Erode e i suoi figli ecc.). Questa considerazione non ci porta al cuore della tra­ dizione evangelica, ma ha il pregio di rivelare il rispetto per una situa­ zione storica che aveva subito profonde modificazioni all epoca in cui i vangeli furono scritti. E, ancora più importante, vi sono numerose affer­ mazioni su Gesù che, da un punto di vista cristologico, sono ambigue e aperte: riflettono una situazione prepasquale la cui form ulazione lette­ rale non è stata modificata dalla fede netta delle comunità al cui interno i vangeli furono scritti (Le. 10 ,2 3 -2 4 ). Afferm are che «non è possibile scrivere una vita di Gesù» è ormai un luogo comune. Questa idea nacque come reazione alle intenzioni, assai diffuse tra la fine del x ix e la prima parte del secolo x x tra i conservatori e tra i critici, di scrivere «vite di Gesù» utilizzando i vangeli come fonti storiche. Da questo punto dì vista, la frase citata sopra è giustificata: i vangeli non sono cronache storiche né è possibile scrivere una biografia di Gesù con il rigore e la completezza di una biografia moderna. Ma è subito da aggiungere che per nessun giudeo dell’epoca si dispone di informazioni tanto numerose e credibili quante se ne hanno per Gesù. Esiste una quantità di notizie sul conflitto e sulla morte di Gesù (la ricerca storica deve incominciare da qui), sul suo messaggio, le sue azioni, il suo rapporto con il giudaismo ecc., che si possono sostenere attualmente con ragionevole sicurezza. 4. Finalità dei vangeli La compendierò in tre punti: a) Suscitare e rafforzare la fede delle comunità cristiane Giovanni lo afferm a esplicitamente: «Questi (segni) sono stati scritti perché crediate che Gesù è il Cristo, il figlio di Dio, e perché credendo abbiate vita nel suo nome» (G f. 2 0 ,3 1). I vangeli sono scritti per creden­ ti e intendono irrobustire la fede dei credenti. Si tratta di una letteratura confessionale indirizzata all’interno della comunità e non a coloro che le sono estranei (lo stesso vale, probabilmente, per tutto il N uovo Testa­ mento). Anche Luca lo conferma dichiarando nel prologo la finalità della propria opera: «...perché tu conosca la solidità degli insegnamenti che hai ricevuto», 1,4 ; vale a dire, l’intento è quello di dotare di solide basi la dottrina già accettata. Natura dei vangeli sinottici 47 I vangeli sono documenti intraecclesiali che però contengono la ch ia­ mata alla conversione. Intendere questo punto non è difficile. N ella chiesa primitiva c ’erano paterfam ilias che si erano convertiti al cristia­ nesimo, il che, di norma, com portava la conversione delPintera fami­ glia. Q ueste famiglie cristiane costituirono la struttura fondamentale della chiesa («chiese domestiche»). Si davano tuttavia casi di membri che non avevano compiuto una scelta definitiva. A questi è rivolta la chiam ata alla conversione. M a, evidentemente, non è tutto: l’approfon­ dimento nella fede e la coerenza con essa nella vita è un processo per­ manente. I testi evangelici intendono promuovere questo processo di conversione continua di ogni cristiano e delle comunità. b) Fare della vita di Gesù il paradigm a di com prensione delle sue parole ì vangeli fanno della vita di Gesù il contesto in cui bisogna situare e intendere le sue parole. Si è ricordata sopra la diversità rispetto al Van­ gelo di TommasOy che è una raccolta di parole di Gesù priva di una qualsiasi trama narrativa. Per i vangeli canonici la vita di Gesù è il principio ermeneutico delle sue parole, perché l’adesione alle sue parole è inseparabile dalla sequela della sua vita. La fede cristiana non è un semplice contenuto dottrinale, poiché questa dottrina è indissolubilmente legata alla persona che la proclam a. Per dirla in termini ancora più precisi: l’ adesione al Risorto non può essere separata dalla sequela del crocifisso. Venne un momento in cui non bastavano più pericopi isolate, né blocchi più ampi ma parziali, e si costruì un racconto che abbracciava tutta la vita di Gesù e la cui trama - particolarm ente conflittuale sfociava nella morte di Gesù in croce. È molto probabile, come già si è visto, che la trama che organizza l’ intero racconto sia sorta a partire da quella presente nell’antica narrazione della passione, ma quel che è certo, considerando l’ opera attuale nel suo insieme, è che questa trama porta alla passione e alla croce e cerca di spiegarle storicamente. Indubbiamente nei vangeli si presta attenzione al R isorto, ma questa era stata l’intenzione di tutte le pericopi della tradizione evangelica precedente. La questione è, piuttosto, questa: perché in un momento determinato, intorno all’anno 70 , sorgono questi racconti che chiam ia­ mo vangeli e che non erano esistiti sino ad allora? Caratteristica pecu­ liare dei vangeli è il loro carattere narrativo, in grado di sviluppare tutta la vita di Gesù fino alla sua scandalosa conclusione. L a narrazione rivendica questa storia passata ed evita che sia dimenticata. I vangeli intendono portarci fino alla croce (questa è la trama) e dirci che il figlio 48 Origine e natura dei vangeli sinottici di Dio si incontra nella croce e nella storia che essa necessariamence implica (cfr. Me. 15 ,3 9 ). T vangeli intendevano combattere una spiritualità tanto entusiasta, tanto affascinata dal!'esperienza del Signore glorioso e dai doni dello Spirito, da considerare totalmente superato, residuo di una mentalità terrena e imperfetta, ogni riferimento al Gesù terreno? In effetti è pro­ babile che la rivendicazione della storia di Gesù sostenuta dalle narra­ zioni evangeliche non mirasse soltanto a impedire che lo scorrere del tempo portasse a dimenticarla ma, anzitutto, a contrastare una spiritua­ lità e una teologia che, in nome della pasqua e della risurrezione, pre­ scindevano dal Gesù terreno, dalla croce e dalle esigenze storiche che questa com portava. c) Visione equilibrata e sintetica, dal punto di vista letterario e teologico, sia della persona e dell'opera di Gesù sia del legame dei discepoli con lui Le pericopi isolate, ma anche le sezioni o blocchi più ampi, preesistenti alla redazione dei vangeli, sottolineavano un aspetto della vita o dell’in­ segnamento di Gesù. La raccolta dei miracoli ne evidenziava la potenza, la raccolta di detti lo presentava come un maestro, la passione lo indicava come il giusto sofferente e il servo di Jahvé. Le tradizioni preevangeliche, insomma, avevano ciascuna il proprio genere letterario e la propria teo­ logia. Ne risultavano diversi modi d’intendere il legame con Gesù e perciò la vita cristiana: ora come partecipazione alla sua potenza, ora come adesione alla sua dottrina ora come proseguimento del suo destino ecc. 1 racconti evangelici sono caratterizzati dalla fusione di tradizioni di­ verse, integrate in una visione unitaria che evita gli umlaterahsmi e, perciò stesso, gli errori cui era esposta ogni tradizione presa isolatamente. «Tratto caratteristico dei vangeli canonici è l’ intento di evitare la deformazione riduzionista che vede la presenza di Dio in Gesù in un modo solo, e insieme Pimento di favorire una comprensione ampia ed equilibrata, sia delia presenza divina sia del discepolato che essa suscita»/3 I vangeli canonici, da un punto di vista letterario, si articolano come una visione completa della vita pubblica di Gesù. Ciò consente loro d’inclu­ dere raccolte parziali e, allo stesso tempo, di reinterpretarle criticamente in profondità. Il racconto della passione fornisce la trama letteraria e il principio teologico fondamentale. Z3. Cfr. H. Talbert, The G o sp e l and thè G o sp elst in J.L. Mays (ed.), Interpretin g thè G ospelsy PhiladeJphia 1 5 8 1 , zz; Idem, O nce A gain: G o sp e l G e n re : Seraeia 43 (i<?88) 53-74. Natura dei vangeli smottici 45 Attualmente si discute molto se gli apocrifi cristiani più antichi abbia­ no conosciuto i vangeli canonici o no. Quale che sia la risposta, credo si possa afferm are che, come costruzione letteraria, vi sono apocrifi che non sono necessariamente deviazioni secondarie della form a canonica e possono essere visti come sviluppi di forme letterarie esistenti e in uso nella comunità cristiana prima dei vangeli canonici. Un chiaro esempio è il già ricordato Vangelo di Tom m asoy opera gnostica del il secolo, consistente in una raccolta di parole di Gesù senza contesto né cornice narrativa. Indipendentemente dalla soluzione del problema se i m ateria­ li di quest’opera dipendano sempre da quelli canonici, esso può essere considerato, come costruzione letteraria, uno sviluppo autonom o della forma dell'antichissimo documento Q .M 5. La pluralità dei vangeli I vangeli di M atteo, M arco e Luca presentano grandi somiglianze ma non sono copie l’ uno delPaltro. Sono detti vangeli sinottici, parola che etimologicamente significa «con uno sguardo» {syn-opsis) perché, in effetti, i loro testi sono di natura tale che possono essere disposti su colonne parallele, cosicché appaiano in modo rapido e chiaro le affinità e le differenze. Per uno studio serio è imprescindibile Puso di una sinossi dei vangeli. Il «problema sinottico» è stato molto studiato nelPintento di scoprire le relazioni letterarie, esistenti tra questi tre vangeli e di fornire una spiegazione soddisfacente di questo strano fenomeno. A f­ fronteremo più avanti lo studio di questo controverso problem a (cfr, cap. 11, 1,2). G ià da subito però si deve tener conto delle implicazioni che com por­ ta la molteplicità dei vangeli. Indubbiamente vi è una qualche relazione letteraria, mediata o immediata, tra i sinottici. Ciò significa che nella chiesa primitiva le narrazioni su Gesù venivano riscritte. Veniva com ­ piuto uno sforzo continuo di fedeltà e attualizzazione. N on bastava una ricezione passiva: ci si sforzava di rielaborare e completare sulla base della propria esperienza. I testi e le tradizioni si influenzavano recipro­ camente. Si ripeteva, fino a un certo punto, un fenomeno che aveva interessato il popolo giudaico. Anch’esso riscriveva la storia: ricordiam o 14. L'esistenza di questo documento è largamente ammessa nella ricerca attuale sui van­ geli. Cfr. il cap. n, 1,2. Si trattava di un documento molto antico, conosciuto da Matteo e Luca, e consisteva in una raccolta di parole di Gesù senza una cornice narrativa. Altro esempio più problematico, ma istruttivo, può essere il Vangelo dell*infanzia di Tommaso , che è composto essenzialmente di grandi miracoli di Gesù. Si tratta, senza dubbio, di un’opera tarda che però potrebbe essere considerata, quanto al genere letterario, uno sviluppo (favoloso e di scarso significato religioso) di una «fonte di miracoli», simile a quella usata da Giovanni e, probabilmente, anche da Marco. 50 Origine e n a tu ra dei vangeli sinottici come il Cronista giunge a riscrivere, dalla sua ottica più tarda e sacer­ dotale, la storia narrata secoli prima dal Deuteronomista. M atteo e Luca, probabilmente, lavorarono sul testo di M arco e lo riscrissero, con nuovi contributi, in funzione delle necessità delle loro comunità. La chiesa accettò sempre la pluralità dei vangeli e si oppose ai ten­ tativi dì lim itarsi a uno solo o di com porre un racconto che fosse una sintesi di tutti. La prima di queste possibilità fu messa in pratica da M arcione (8 5-16 0 ) che accettava soltanto una versione ridotta di Luca; egli raggiunse una grande influenza ed ebbe num erosissim i seguaci. La seconda fu rappresentata dal D iatessaron d ell’autore sirìaco Taziano (seconda metà del sec. 11), che ebbe grande influenza. Il D iatessaron è un’ arm onizzazione dei vangeli, che dispone testi presi dai quattro ca­ nonici in un’ unica storia continuata. Questo testo prevalse in molte chiese ed ebbe numerose traduzioni. La traduzione latina fu compiuta in data molto antica e rappresentò il primo abbozzo di vangelo in questa lingua. Il D iatessaron però non riuscì a soppiantare il «vangelo tetram orfo». Indubbiamente la pluralità di testi evangelici presuppone una ricchez­ za teologica. Sappiam o per esperienza che è molto meglio contare su quattro versioni di un evento anziché su di una sola. Ciascun evangelista vede Gesù e il suo messaggio da una prospettiva propria e in funzione delle necessità della propria comunità. Per questo è fondamentale co­ gliere le differenze esistenti tra i sinottici. Dietro la loro apparente som i­ glianza si nascondono teologie e chiese diverse. La chiesa, proprio per­ ché colse e valorizzò questa diversità, mantenne con accanimento la pluralità di testi evangelici, anche nel culto. Il «vangelo tetram orfo» ci parla della ricchezza, della pluralità e, insieme, dell’apertura alla comunione e alPunità: nessuna versione esau­ risce la ricchezza di Gesù e del suo m essaggio e, perciò, tutte sono aperte, per principio, ad altre versioni e interpretazioni. Vi sono ap o­ crifi che sviliscono P«unico vangelo» di Gesù Cristo con sviluppi fan­ tasiosi e la chiesa ritenne che essi andassero al di là del pluralismo legittimo; d ’altra parte ci furono tentativi di eliminare la pluralità, lim itandosi a un unico testo (cosi M arcione), ma la chiesa non accettò questo uniform ism o, che all’ epoca costituì un grave pericolo, il cui am pio successo fu dovuto all’ attrattiva esercitata dalla semplificazione e dalla sicurezza. 6. Lettura verticale e lettura orizzontale dei vangeli Per la natura dei vangeli sinottici si seguono due tipi di lettura che non sono in contraddizione ma complementari. a) Lettura orizzontale o comparata dei sinottici Caratteristica tipica dei sinottici è che. assai spesso, il testo di uno ha paralleli nell3altro o in altri. In questi casi è della massima im portanza com parare i testi, per cui si deve ricorrere a una sinossi dei vangeli. Per questo la chiamiamo lettura orizzontale. La comparazione dev'essere molto accurata e riguardare il testo e il contesto, i . Il testo. Sono da notare le somiglianze e, soprattutto, le differenze. È forse possibile scoprire quale testo è più antico ma è so­ prattutto interessante cogliere la peculiarità di ciascun vangelo. Talune differenze possono essere puramente stilistiche mentre altre possono avere un significato teologico, z. I l contesto. Uno stesso testo può avere di fatto un significato distinto solo perché si trova in contesti diversi. Un esempio è quello, già notato, della parabola della pecorella smarrita (Mt. i 8, i z -I4; Le. 15 ,4 -7 ). Lo studio dei vangeli sinottici deve portare a cogliere le differenze, la varietà delle teologie e delle comunità. Questo tipo di lettura com parata non è per nulla un gioco letterario ma un'introduzione a esperienze distinte di Gesù Cristo e della vita cristiana. b) Lettura verticale o continuata di ciascun vangelo Consiste nella lettura di ciascun vangelo come unità narrativa, seguendo i diversi fili della tram a, dall'inizio alla fine. I vangeli non sono semplici raccolte di pericopi ma racconti coerenti dotati di un proprio piano letterario e teologico e perciò richiedono una lettura che ne colga il dinamismo interno e l'unità. Ciò è ovvio ma è opportuno insistere nel sottolinearlo. Oggi è chiaro che gli evangelisti sono autori veri e propri e non meri com pilatori di tradizioni anteriori. Tuttavia, come ho già osservato, l'uso religioso dei vangeli si compie quasi sempre sulla base di pericopi isolate. Accade che popolo cristiano «riconosca» tutti 1 testi evangelici, ma non sia in grado di collocarli in una trama narrativa, che ignora, così come non è in grado di distinguere un vangelo dall'altro. L esperienza insegna che per molti cristiani la lettura continua e ben fatta di un vangelo risulta di solito una scoperta appassionante. N on di rado si pensa che l'im portanza teologica di un testo si basi sul suo grado di storicità o sulle «idee» teologiche e m orali che se ne rica­ vano. E un giudizio unilaterale e riduttivo. Il testo canonico è un testo narrativo e come tale bisogna leggerlo: solo questa dimensione narrati­ va ci trasmette un’esperienza/racconro di Gesù e sollecita una risposta, e questo ha la massima importanza teologica e spirituale. Perciò conviene n i i i ■ m ■ ■ | r ■ ■ ■ 52. O rig in e e natura dei vangeli sm o ttici che la liturgia non sia I unica forma di accesso di fede ai testi evangelici. La lettura continua costringe a collocare ogni pericope nel proprio con­ testo, collegandola con quel che precede e segue. Una lettura di questo tipo deve basarsi, metodologicamente, piuttosto che sulle pericopi tra­ dizionali, su sezioni più ampie e unitarie che consentano di scoprire meglio il filo che percorre tutta Popera. 7. / tre Ituellì dei testi dei vangeli sinottici Si è detto nelPintroduzione che, dietro la loro apparente semplicità, i testi sinottici si rivelano i più complessi, quando se ne affronta lo studio rigoroso, proprio per la loro lunga evoluzione prima della redazione definitiva. Adesso possiamo senza dubbio comprendere questa afferm a­ zione, A differenza di quel che accade per un testo che procede dalla creatività immediata di un autore (per esempio Paolo), nei testi dei sinottici possiam o distinguere tre livelli. a) L ivello redazionale. Che cosa significa questo testo nella situazione attuale rappresentata dalPopera nella sua interezza, tenendo conto del contesto e situandolo nel complesso della trama? b) L ivello tradizionale. Questo testo non e, di solito, prodotto dalla pura creatività delPultimo redattore. L ’evangelista ha redatto la sua opera utilizzando tradizioni esistenti nella chiesa cui apparteneva: pos­ siamo perciò interrogarci sulla preistoria di ciascuna pericope. Come si è evoluta questa pericope nella tradizione viva della chiesa? Da chi ha ricevuto questa concreta forma letteraria? M olti fattori hanno contribuito all’evoluzione di una tradizione, ma è importante leggere anche, nella storia di una tradizione evangelica, l’esperienza di fede che si è andata accumulando in essa, seguire Pitine­ rario di fede che ha trasmesso e rielahorato ogni pericope. c) Riferim ento storico, I testi non sono chiusi in se stessi ma rinviano a personaggi reali e a eventi storici. In particolare: sappiam o che nei vangeli sinottici è sempre presente l’intento di riferirsi a Gesù di N aza­ ret. Tuttavia la qualità di questo riferimento storico non è la stessa in tutti i testi. In alcuni si trovano parabole o fatti che possono risalire piuttosto direttamente a Gesù. In altri può predominare l’elaborazione della comunità che interpreta razione di Gesù. Il riferimento alla storia è sempre presente, ma il modo varia molto da un testo all’altro. Non tutte le porte si aprono con la stessa chiave. Ugualmente ogni testo dovrà essere esaminato attentamente per scoprire l’indole della sua sto- N a t u r a dei vangeli sinottici 53 ricità. Potremo sempre dom andarci: in che modo questo testo risale a Gesù di Nazaret? La risposta, per principio, non è il risultato di una scienza esatta e mantiene un certo margine d ’incertezza e opinabilità, La ricerca sulla storicità non può essere, beninteso, Punica e nemme­ no la prima preoccupazione, perché sappiam o che il testo non pretende di essere una cronaca storica ma di trasmetterci un messaggio religioso. Tuttavia è una questione legittima in quanto il messaggio religioso dei vangeli si basa su di una storia reale. L a conoscenza di un vangelo è, anzitutto e in senso stretto, la lettura delPopera come un’unità, come una trama narrativa, come si è detto nel punto precedente. Tuttavia lo studio completo di ciascuna pericope implica il passaggio per i suddetti tre livelli. Tutti questi problemi hanno un rilievo storico e teologico. La forza con cui ho sottolineato il carat­ tere del vangelo come unità narrativa non delegittima assolutamente la lettura e l’ uso di ciascuna pericope presa per se stessa, prescindendo relativamente dal contesto, nel culto, nella spiritualità, nella teologia o nello studio. Ogni pericope è dotata di un senso compiuto. È evidente che l’ uso teologico di una pericope isolata si compie situandola nel contesto vitale della morte e risurrezione di Gesù Cristo, che è il punto di partenza della fede. C apitolo U Storia dell’interpretazione e problemi aperti I. STORIA D E L L ’ INTERPRETAZIONE i . G li inizi d e ll im p o s ta z io n e critica n e I V in t e r p r e t a z io n e d e i v a n g e li Nel corso della storia della chiesa i vangeli sono stati commentati con­ tinuamente, spesso con un grado di penetrazione che mantiene una perenne validità ed è fonte d ’insegnamento anche nel nostro tempo, ma lo studio scientifico vero e proprio fa la sua com parsa solo nel x ix secolo. Si è sempre stati consapevoli della presenza nei testi di un certo numero di problemi: quanti erano gli angeli nel sepolcro di Gesù: uno (M f., M e .) o due (Le., G lc)? il centurione si rivolge a Gesù direttamente (Mt* 8) o per mezzo di messaggeri (L e . 7)? Questi problemi tuttavia furono airorigine di analisi scientifiche che apparvero soltanto più tar­ di. Per molto tempo ci si è dedicati di frequente alla composizione di armonizzazioni dei quattro vangeli, la prima delle quali è il già citato D ia t e s s a r o n di Taziano, la cui preoccupazione consisteva, per lo piu, nelTaccentuare i punti di accordo. Anche coloro che mostravano un atteggiamento critico nei confronti dei vangeli si muovevano su questo terreno prescientifico e dogmatico (per esempio Celso, nel 11 secolo, che conosciam o attraverso Origene). La rivendicazione dei diritti della ragione umana in tutti i campi, propugnata dall'Illum inism o, era destinata a influenzare la teologia e gli studi biblici. Per quanto riguarda gli studi biblici, fu H ,S. Reim arus ad avviarla con la sua opera S u lle p r e t e s e d i G e s ù e d e i s u o i d is c e p o li ( V o n d e m Z w e c k e ] e s u u n d s e in e r f u n g e r ) pubblicata nel 1772*, dieci anni dopo la morte dell’autore, da G .E. Lessìng. Essa difende la tesi secondo la quale Gesù volle essere un messia politico, intenzionato a liberare il popolo giudaico dal giogo dei romani, e fallì completamente nell’impre­ sa. I suoi discepoli, dopo la sua morte, ne trafugarono il corpo e cerca­ rono di nascondere il suo insuccesso dissim ulando nei vangeli il vero proposito di Gesù. Insomma, la figura di Gesù così come viene presen­ tata nei vangeli è creazione dei discepoli. G. Paulus ( 1 7 6 1 - 1 8 5 1 ) non condivide la posizione di Reimarus e considera la narrazione dei vangeli pienamente obbiettiva, pur cercando dellMiUerpretazione Sto ria 55 spiegazioni razionali per ogni cosa, talvolta di una stupefacente ingenui­ tà. Cosi ritiene che la risurrezione di Gesù non fu nulla di straordinario perché, in realtà, egli non era m orto e venne rianimato dal freddo delia pietra nuda. D.F. Strauss scrisse una Vita di Gesù (1S 3 5 ). Egli ritiene che non ci sia bisogno di ricorrere al soprannaturale per spiegare la vita di Gesù, come fanno 1 dogmatici, né alla teoria del furto come Reimarus, né alla spiega­ zione razionalista di Paulus. Strauss fornisce un'interpretazione miticosimbolica e interpreta la vita di Gesù come espressione di una idea o come opera di fantasia. Questo autore, tuttavia, accanto a questa ricostruzione filosofica cominciava a cercare di determinare l’evoluzione dei testi. La scuola di Tubinga, a metà del secolo scorso, offre un’interpretazio­ ne delle origini del cristianesimo influenzata dalla filosofia hegeliana. Per F.Ch. Baiar il vangelo di M atteo era uno scritto giudeocristiano petrino, deformazione del vangelo aram aico degli Ebrei. L ’ antitesi era costi­ tuita dal cristianesimo delPincirconcisione universale rappresentato da L e .; M e . compie la sintesi destinata a neutralizzare le due tendenze. Tutti gli autori fin qui citati propongono valutazioni ideologiche dei vangeli in funzione di interpretazioni globali del cristianesimo. I lavori critici, nel senso moderno, hanno inizio con C .fL Weisse' ( 18 0 1- 18 6 6 ) e C .G . W ilke12(17 8 6 -18 5 4 ), che, indipendentemente l'uno d all’altro, ed entrambi nel 18 3 8 , giunsero a un risultato analogo: alla base della tradizione evangelica ci sono due documenti, Me. e Q, Questa e l’origine della teoria delle due fonti. Grande influenza sulla stima di cui godette questa teoria ebbe il lavoro, di poco posteriore, di H J . H oltzm ann.3 Le sue conclusioni erano agli antipodi di quelle della scuola di Tubinga: M e. non è una sintesi di K it. e L e . ma il vangelo più antico, quello di maggior valore storico. Da allora proliferarono gli studi su M e . e Q. Sono particolarm ente in voga le «vite di Gesù», che molti autori intendono com porre basandosi su M e., considerato un’affidabile fonte srorica. Altri autori, più critici, si dedicano alla ricerca delle fonti utilizzate da M e . (J. Weiss, J. Wellhausen). Questa valutazione di M e . cam bia radicalmente con l’opera di W. Wrede4 ( 19 0 1) , il quale difende la tesi secondo cui il vangelo di M e . è un 1. D i e 1838. e u a H g e li s c h e 2. U fe u a n g e iìs t , o d e r e x e g e t is c h -k r it is c h e D er G e s c h ic b t e k r it is c h v e r s tà n d n is d e r d re i e rste n E v a n g e lie n , 3 . D ie 4. D a s u n d p h ilo s o p b is c h b e a r b e ite t} U n tcrsu ch u n g u b er das z V e rw a n d ts c h a fts - Dresden-Leipzig 1 8 3 fj. s y n o p t ìs c b e n E v a n g e lic i!. I h r U r s p r u n g u n d g e s c h ic h t lic h c r C b a r a k t e r , M e s s ìa s g e h e itn n ìs M a r k u s e v a /ìg e liu m $ t in d e n E v a n g e lìe n 3 z u g ìe ìc h Gottingen 19 0 1. voli., Leipzig em B e ìt r a g z u m Leipzig 1863. V c r s t à n d n is d e s Sto ria d elP im e rp re tazio n e e p ro b lem i ap erti racconto elaborato con motivazioni teologiche e non una narrazione prossima alla realtà. In Me. il segreto imposto da Gesù a quanti lo conoscono - il «segreto messianico» - non corrisponde a una realtà nella vita di Gesù ma è stato creato da M e , il quale cerca di giustificare l’abisso che separa la vita storica di Gesù, che mai pretese di essere messianica, e il culto posteriore che la proclama tale. Questo disaccordo si risolve dicendo che Gesù comando di mantenere il segreto sulla sua dignità mentre era in vita. M e., a parere di W rede, compose un opera teologica e non storica. «Considerato nel suo insieme, il vangelo di Me. n o n offre un'immagine storica della vita di Gesù. Solo alcune deboli tracce di questa i m m a g i n e sono state conservate nella sua narrazione, che riflette una concezione sovrastorica, teolo­ gica di Gesù. In questo senso il vangelo di M a r c o appartiene alla storia dei d o g mi».1 ' La scuola liberale attribuisce poca credibilità a Me. e preferisce basar­ si sulla fonte Q. L ’esponente più noto è À. H arnack, che, nell'Essenza del cristianesimo (1900), presenta Gesù come maestro di una vaga morale razionale. La scuola escatologica, che si basa sia su Me. sìa su Q, adotta un atteggiamento molto diverso. L ’essenza del cristianesimo non è una morale ma una grande attesa, perché Gesù considerava imminente l’ir­ ruzione della pienezza definitiva del regno di Dìo. Si segnalano i nomi di A, Schweitzer e A. Loisy, le cui opere suscitarono una notevole rea­ zione nella chiesa cattolica. Loisy* dissocia il Gesù della storia dal Cristo della fede; ritiene che la chiesa faccia da schermo che impedisce di arrivare realmente a Gesù. A lui si deve la celebre frase: «Gesù annunciò il regno... e venne la chiesa». Questa breve esposizione delle conseguenze che ebbe sullo studio dei vangeli l’inizio delPapplicazione dei metodi critici spiega la reazione convulsa prodottasi alPmterno della chiesa a ll’ inizio dì questo secolo. Alcuni seppero cogliere l’ importanza di questi metodi e la necessità di­ integrarli in una prospettiva di fede. Pioniere in quest’ impresa fu padre Lagrange ( 18 5 5 - 19 3 8 ) , fondatore delPEcole Biblique di Gerusalemme, che dovette affrontare innumerevoli difficoltà e incomprensioni. T utta­ via la reazione predominante della chiesa fu di difesa. Prevalse, anzitut­ to, il desiderio di salvare il valore storico dei vangeli per non privare la fede di un fondamento oggettivo e perché questa non fosse identificata con un sentimento cieco (polemica antimodernista e antiprotestante).56 5, Op. cit,, 1 3 1 . 6. L 3E u attgt!e e t t'E g iise, Paris 1902 (tr. it. // V a n g elo e la C h ie s a , Roma r97^)i L e s E v a n g iie s S y n o p tiq u e s , Paris *907-1908 . Storia dell’interpretazione 57 Così bisogna intendere le numerose risposte della Pontificia Com m issio­ ne Biblica in questi anni:' si afferm a il valore della tradizione esterna sui vangeli; gli autori vengono considerati testimoni, diretti o indiretti, degli eventi di cui narrano; si sconfessa la teoria delle due fonti perché attri­ buisce tutto il valore della testimonianza a M e . che non è un apostolo. Bisogna naturalmente situare queste dichiarazioni nella m entalità del tempo, per la quale erano problemi cruciali questioni che oggi hanno molta meno importanza come, per esempio, la personalità degli autori dei vangeli o le date della loro composizione. In effetti, oggi risulta chiaro che l’attendibilità dei vangeli non dipende tanto da questi fattori quanto dalla tradizione che essi raccolgono e dalle condizioni in cui questa venne trasmessa. L'atteggiam ento attuale della chiesa è, in teoria, del tutto aperto ri­ spetto a una ricerca scientifica che segue il proprio corso molto più serenamente che al principio del secolo. Per quanto non si riferisse direttamente ai vangeli, questo impulso positivo e incoraggiante per gli studi biblici prese le mosse dalPenciclica D iv in o a ffla n te S p irìtu di Pio X l i (19 4 3) che, tra l'altro, afferma: «Così, dunque, l’interprete, con ogni diligenza e senza trascinare nessuno dei lumi apportati dalle ricerche moderne, si sforzi di appurare quale fu Pindole personale e la condizione di vita dell’autore sacro, in quale epoca fiorì, quali fonti utilizzò, sia scritte che orali, e di quali forme del dire si avvalse... Poiché a nessuno sfugge che la n o r m a principale delPinterpretazione è ravvisare e sta­ bilire che cosa si proponga di dire lo scrittore» (EB 557). N ell’istruzione della Pontificia Commissione Biblica, S a n c ta M a t e r E c c l e s i a Hdel 19 6 4 , si dà una valutazione positiva dei metodi dell’esegesi scientifica dei vangeli. Questa istruzione preparò il cammino alle affer­ mazioni della costituzione conciliare D e i V e r b u m , citate in precedenza. Dopo questa rapida panoram ica, esamineremo più approfonditam en­ te le questioni di maggiore importanza al centro della ricerca, tutte di grande attualità. z . I l p r o b l e m a s in o ttic o Si è già accennato al sorprendente fenomeno rappresentato dalla c o n ­ c o r d ia d is c o r s dei tre vangeli sinottici. Fin dall’ antichità si ebbe coscien­ za di ciò e si cercò, anzitutto, di mettere in evidenza l’arm onia m algrado le divergenze. Agostino esercitò una grande influenza in questa direzione 78 7. Documentazione in S. Murioz Iglesias, Dottrina Pontifìcia^ 1. Documentos Biblico*, Madrid 1 9 5 5 . 8. EB 97, 644-Ó59. 58 Storia delPm rerpretazione e problemi apeiti con il suo D e c o n s e n s u e v a n g e lìs t a r u m . Affronterem o il complesso pro­ blema della ricerca sui vangeli in due tempi: prima la descrizione del fatto sinottico poi le teorie che ne tentano una spiegazione. a) II fa tto s in o ttic o Com inciam o presentando alcuni termini tecnici in uso nell’esegesi evan­ gelica. Si chiamano pencopi dalla t r a d iz io n e trìp lic e quelle comuni a M t ., M e . e L e . A d o p p ia tra d iz io n e sono quelle comuni a M t . e L e . (tecnicamente l’espressione non è usata per quelle comuni a M e . e M t. o a M e . e Le.). T r a d iz io n i s e m p lic i sono quelle rappresentate da un solo vangelo. D o p p i o n i sono le tradizioni che com paiono due volte in uno stesso vangelo. C o n c o r d a n z e . Si osservano concordanze molto ampie fra i tre sinottici. Ecco alcuni esempi. La tavola seguente presenta le concordanze nt\Y a r g o m e n t o (ì numeri si riferiscono ai versetti di ciascun vangelo): Mi. Me. Le. 330 33 ° 330 17S 278 roo Z30 230 33° 53 500 3 3 0 versetti di Me. si trovano anche in M t. e Le* 2,78 di Me. si trovano ora in M t ., ora in L e . 230 sono comuni a M t. e a L e . I versetti propri sono: M e . 5 3 , M t. 330, Le* 500. Le pericopi di tripla tradizione costi­ tuiscono la metà di Me* e un terzo di M t. e di L e . La doppia tradizione costituisce un quinto di Mt* e L e* L ’ o r d in e d e g li a r g o m e n t i corrisponde a uno stesso schema generale: Mt. Me* Le. del ministero 3,1-4,11 1,1-13 3,1-4,1$ Galilea 4,12-18,35 1,14-9,50 4,14-9,50 c) Viaggio a G e r u s a l e m m e 19,1-20,34 10,1-56 9,51-18,43 d) Passione 21-28 13-16 19-24 a) Preparazione b) Ministero in e risurrezione A irinterno di questa costruzione si scoprono in tutti e tre i vangeli gli stessi b lo c c h i le tte ra ri, anche se talvolta M t* modifica l’ordine in cui sono disposti. M e . 2 ,1- 3 ,6 = Le. 5 ,1 7 - 6 ,1 1 = Mt. 9 ,1 - 1 7 + 1 2 , 1 - 1 4 (Mt. riporta questo blocco di controversie più avanti rispetto ai paralleli e lo ha distribuito in due passi). Me. 4 ,3 5 -5 ,2 0 = Le. 8 ,22-56 = M t. 8,23-34 Storia d e lF in te rp re ta z io n e 59 + 9 ,18 -2 6 iM t. inizia il blocco dei m iracoli prima dei paralleli, ma lo spezza in due parti). L e . mantiene l’ordine di M e., che interrompe per inserire altri mate­ riali. D ’altra parte introduce poche modifiche nell’ordine di Me.: antici­ pa la visita a N azaret (4 ,16 -3 0 ; div. Me. 6 ,1-6 ); pone la chiamata dei discepoli dopo la giornata a C afarnao (L e . 5 , 1 - 1 1 ) e non prim a, come Me. ( i, 16-2,0); la scelta dei dodici è seguita da un somm ario che presen­ ta Gesù e la moltitudine ( 6 ,i 2.-16 e 6,17-2,0), mentre in Me. questi episodi sono in ordine inverso (3,7-12, e 3 ,1 3 - 1 9 ) . Sorprende in Le. Passenza dell’intera sezione Me. 6,45-8,26. Evidentemente esiste un rapporto tra i sinottici, ma i cambiamenti segnalati devono essere attribuiti soltanto agli evangelisti? Passando alla form a letteraria, si trovano p ic c o le o s s e r v a z io n i in uno stesso luogo dei tre testi (Me. 2 ,10 : «O ra, affinché sappiate che il figlio delPuom o..., disse al p aralitico ,..»; cfr. M t. 9,6 e Le. 5,24). Talvolta si dà perfino una c o n c o r d a n z a v e r b a le assoluta (M t. 3 ,7 b - io e Le. 3,7b-9). Vi sono coincidenze in c ita z io n i d e l l ’A n t ic o T e s t a m e n t o che non cor­ rispondono né al testo ebraico né a quello greco dei L X X . Me. 1 ,3 : «... Voce che grida nel deserto: preparate la via del Signore (Gesù C ri­ sto), raddrizzate i suoi sentieri...» ( M t. 3,3 e Le. 3,4). Testo ebraico di Is. 4 0 ,3: «Una voce grida: nel deserto aprite la via a Jah vé, tracciate nella steppa una strada diritta per il nostro D io». Testo greco dei L X X : «Una voce grida nel deserto: preparate la via del Signore, raddrizzate i sentieri del nostro D io». Il testo evangelico è chiaramente più vicino al testo greco che all'ebraico, ma conserva una differenza sostanziale ri­ spetto a entrambi (in ciò, tuttavia, i tre sinottici coincidono): mentre le due versioni dell’Antico Testamento si riferiscono alle vie del Signore, nostro Dio, per i vangeli si tratta di preparare le vie del Signore Gesù. Di solito le somiglianze sono maggiori nelle p a r o l e d e l S i g n o r e piut­ tosto che nella parte narrativa delle stesse pericopi in cui tali parole sono inserite (cfr. M e . 9 ,14 -2 9 = M t. 1 7 ,1 4 - 2 0 = L e. 9,37-43; M t. 8 ,5 ­ 15 = L e . 7 ,1- 10 ) . D i s c o r d a n z e . Oltre alle concordanze sopra esposte si registrano discor­ danze di diversi tipi. In narrazioni dotate della stessa struttura e che sembrano dipendere da una stessa tradizione si trovano parole e idee molto diverse. Per esempio, la parabola dei talenti in M t. 2 5 ,14 -3 0 e quella delle mine in L e . 1 9 , 1 1 ­ 27. Nella parabola del banchetto secondo M t. 2 2 ,1 - 1 4 si tratta dell’invito di un re per le nozze di suo figlio, gli invitati uccidono i servitori e il re fa uccidere gli assassini e distruggere la città. Secondo L e . 14 ,16 - 2 4 , un 6o Storia dell’interpretazione e problem i aperti uomo invita a una cena, si accenna alle scuse di quelli che non partecipa­ no e si evidenzia la chiamata di poveri, storpi, ciechi e zoppi. Talvolta si trovano le stesse parole che, però, subiscono un cam bia­ mento di significato. In M e. 1 , 3 1 Gesù solleva ( e g e i r e n ) la suocera di Simone; in M t. 8 ,15 la suocera si solleva ( e g e r t h e ) . Secondo M t . 1 0 ,2 6 ­ 2.73 Gesù dice ai discepoli: «Non vi è nulla di coperto che non debba essere scoperto né di segreto che non debba essere conosciuto. Quel che vi dico nell’oscurità, voi ditelo in piena luce». In L e . 12 ,2 -3 a si tratta sempre di parole rivolte ai discepoli, ma si riferiscono ai farisei (cfr. Le. i z , i ) : «Non c’ è nulla di coperto che non debba essere scoperto, né di segreto che non debba diventare noto. Poiché quanto diceste nelPoscurità, sarà udito in piena luce». Risulta con evidenza il cambiamento di senso all’interno di una tradizione comune. T ra le tante differenze che si potrebbero presentare, sceglierò due esempi. Indubbiamente M t. 6 ,9 -13 e L e . 1 1 ,2 - 4 dipendono dalla stessa tradizione quando riportano il discorso del Signore. M a nel primo evangelista questo discorso ha sette parti mentre ne! terzo ne ha solo cinque. Me. 5 ,1-2 0 e L o . 8,26-39 parlano di un solo indemoniato geraseno mentre M t. 8,28-34 parla di due. b) T e o r i e s in o t t ic h e Che tipo di rapporto intercorre fra i sinottici, che possa spiegare le somiglianze e, al tempo stesso, le differenze? c ’è qualche tipo di relazio­ ne lerterana immediata tra foro? dipendono da fonti comuni? tutto si spiega ricorrendo semplicemente alla tradizione orale? Per molto tempo l’opinione espressa da Agostino nel D e c o n s e n s u e v a n g e lis ta ru m (1,2 ,4 ) lu accettata unanimemente. Egli prendeva per buono Pordine in cui i vangeli si trovano nel canone e credeva che M t. fosse il piò antico, che M e. lo avesse abbreviato { M e . sarebbe il p e d ì s s e q u u s et h r e v ìa t o r M a tth a e i) e L e . avesse compendiato entrambi. A partire dalla fine del x v in secolo, tuttavia, gli studi su questa questione si sono moltiplicati e sono sorte teorie molto diverse. L ’opinione che si adotta sull ordine dei smottici e sulle fonti da cui dipendono assume grande im portanza nella ricostruzione delle origini del cristianesimo e della teologia cristiana. Qui di seguito si espongono le principali teorie sinottiche con alcuni brevi giudizi di valore. D ip e n d e n z a r e c ip r o c a . Secondo J.j. G n esb aclv che scrive alla fine del 9 . Jnquisitio in fnntes unde Evangelistae suas de resurrectione D om ini narrationes hattserint , 1 7 8 3 ; Coniti! eti tatto qua M arci evangelium totum e M atthaei et Lucae comm entariis decerptum esse mnnstratur , 1 7 89 . Storia de IH n te rp re fazione 61 secolo, non c’è bisogno di ricorrere a documenti ipotetici se e pos­ sibile spiegare tutto con relazioni reciproche era 1 sinottici. Il primo van­ gelo è M t. da cui dipende L e .; M e . è una sintesi posteriore di entrambi. x v iii Questa teoria spiega comodamente i testi che Me. ha in comune con gli altri due, nei quali pare compendiare M t. e L e . Per esempio M e . 1,34 sembra sintetizzare M t. 8 ,16 e L e . 4,40. Questa teoria fu accettata dalla scuola di Tubinga, perché ne conferm ava l’interpretazione del cristiane­ simo prim itivo. Tra la tradizione petrina giudeocristiana, rappresentata da M t ., e Petnicocristianesimo paolino di L e . ci fu una soluzione «cat­ tolica» di sintesi, com piuta da M e . La teoria di Griesbach trova difen­ sori ai giorni nostri, tra i quali si distinguono W .R . Farm er10 e la sua scuola. Tuttavia è difficile intendere, nelPassunto di questa teoria, per­ ché M e . avrebbe trascurato tanto materiale importante di M t . e L e . Inoltre è difficile ammettere che un’opera posteriore, M e ., peggiori la form a linguistica di M t . V a n g e lo f o n d a m e n t a le . Secondo G .E . Lessing11 esistette un antico docu­ mento apostolico, scritto originariamente in aram aico, il V a n g e l o d e i N a z a r e n i , da cui dipendono, in modo autonom o, i nostri tre sinottici: Vangelo primitivo Mt. M e. Le. Si tratta di una spiegazione comoda, ma perché Mt. e Le. differiscono nell’ordine proprio quando presentano il materiale assente in M e.} (giac­ ché quando presentano il materiale che hanno in comune con M e., l’ordine dei tre sostanzialmente coincide). Poco tempo dopo, questa teoria fu riform ulata in maniera più artico­ lata e complessa da J.G . Eichborn.12 Ci fu uno scritto fondamentale 1 0 . The Synopttc Problem, N e w York - London 1964; Idem, Jesus and thè Gospel. Tradition, Scripture and Canon, Philadelphia 1 9 8 2.; B. Orchaid, Matthew, buke and Mark, Manchester 1 9 7 6 . 1 1 . Nette Hypothese itber dìe Evangelìsten als blass menschlìche Geschichtsschreiber betrachtet, 1778. J 2 . Emleitung in das Neue Testament, 1804. 6z Sto ria dell’interpretazione e p ro b lem i aperti contenente le tradizioni comuni a M e., M t. e L e , (= C). Questo scritto ebbe diverse redazioni. Una gli aggiunse la tradizione comune a Mt. e Me. (= A), un'altra la tradizione comune a L e . e Me. (= B), un'altra ancora la tradizione comune a M t. e Le. (= Q). D all'unione di queste tradizioni derivano i vangeli attuali: Una nuova versione di questa teoria è stata presentata recentemente da P. Rolland. 1 Egli parte dall esistenza di un documento antichissimo, aram aico o ebraico, a Gerusalemme* Lo si può chiamare Vangelo dei D odici (VD). Q uest’opera conobbe due rielaborazioni, con materiali diversi e in diverse comunità: il vangelo ellenista in Antiochia (E) e il vangelo paolino a Filippi o Efeso (P). Oltre a questa tradizione, bisogna tener conto di un'altra, diversa: una raccolta di detti di Gesù, la fonte Q, che proveniva da circoli di «timorati di D io», probabilmente di Cesarea. Il quadro seguente spiega la genealogia dei vangeli: Me. ignora Q e per questo ha un minor numero di detti di Gesù. Le sue lezioni concordanti si spiegano col fatto che ha ripreso due versioni del documento primitivo. In compenso sia Mt. sia Le. hanno conosciuto soltanto una versione di questo documento: più giudaica quella di M t più ellenista quella di L c .y entrambi però conoscono la raccolta dì detti di Gesù (Q), Questa teoria presuppone che ciascun docum ento raccogliesse tutto il m ateriale precedente, tenuto in grande stim a, e considera inaccetta­ bile qualsiasi teoria che afferm i che un evangelista o un trasmettitore abbia tralasciato parte della tradizione ricevuta. Questa tesi ha un carattere piuttosto sincrenco: ammette, con G riesbach, che Me. ha operato una sintesi tra due documenti evangelici; della teoria delle due 13. Les prem ier* a v a r ig li éè. U n n o u v e a u r e g a r d sur le p r o b l h n e synoptiqu e , Paris 1984. Storia deli’interpreta2ioue 63 fonti (cfr. più sotto) accetta la fonte Q, nota a Mt. e L e, ma non a M e.; inoltre accetta essenzialmente la teoria del vangelo fondam entale ma in form a attenuata. R olland, per giunta, presenta la propria teoria in una form a molto am biziosa, coinvolgendo le chiese piu im portanti degli inizi (Gerusalemme, Antiochia, Cesarea, Filippi o Efeso) e stabi­ lendo relazioni tra esse. Teoria della tradizione orale, J.G . H erder1415riteneva che i vangeli fossero nati dalla primitiva catechesi orale, trasmessa fedelmente e, addirittura, con una struttura lissa e stereotipata. Secondo questa teoria non c ’è bisogno di ricorrere a contatti letterari di alcun tipo. Le somiglianze sono spiegabili perché tutti dipendono dalla medesima tradizione orale e le differenze si spiegano con le diverse personalità degli evangelisti e con le caratteristiche delle rispettive comunità. Questa spiegazione ha il merito di sottolineare Pimporranza della tradizione orale, fattore sempre presente nel corso della tradizione e non soltanto all’ inizio, ma è insufficiente per la spiegazione del problema sinottico. L ’esistenza di documenti scritti si ricava dal prologo di Le. 1 ,1 - 4 . La semplice tradizione orale non basta a spiegare tutte le som i­ glianze esistenti tra i vangeli, che si riscontrano a volte in parole raris­ sime; inoltre è impossibile che una struttura tanto ampia e tanto rigida, come quella che hanno in comune i sinottici, abbia potuto conservarsi oralmente e senza sostegni scritti. D ’altra parte, pericopi in cui ci si sarebbe potuto attendere un controllo più stretto da parte della tradizio­ ne orale (il Padrenostro, le parole dell’eucaristia) presentano differenze maggiori di altre assai meno rilevanti. Teoria delle due fonti. È una teoria largamente accettata, al punto che alcuni la considerano inconfutabile e ne dimenticano il carattere ipo­ tetico. Il filosofo F. Schleiermacher può esserne considerato il precursore poiché, basandosi sulla testimonianza di Papia su M t.,1* ritiene che questi scrisse una raccolta di detti di Gesù (logia) in ebraico, rielaborata in greco. Nella ricerca fece così la sua com parsa la fonte Q. L ’altra fonte, da cui dipendono M t L e . e M e., è il «proto-M c.». Poco dopo, la teoria delle due fonti avrebbe ricevuto la propria form u­ lazione definitiva nelle opere già ricordate di Weisse, Wiike e Holtzmann. 14. Voti dei' Rcgel dcr Zitsammenstimmung ttnserer Evangelìen, 1877. 15. La testimonianza di Papia è riportata da Eusebio di Cesarea (Hist. eccl. 3,39,16): «Matteo compilò in ebraico i logia e ciascuno Ji tradusse come potè». Non sembra corretto ricavare dalle parole di Papia che Matteo scrisse una semplice raccolta di sentenze di Gesù e non un vangelo. Su questa testimonianza di Papia clr. sotto, cap. vin, 111,1. Le. Mt. Me. è il vangelo più antico, da cui dipendono Mt. e Le. Il materiale comune a questi ultimi, assente in M e., deriva dalla fonte Q (iniziale della parola tedesca Q uelle = fonte), Mt. e Le. usano le due fonti indi­ pendentemente 1 uno d airaltro. Qual è il fondamento di questa teoria? Lo stile di Me. è piu arcaico di quello di M l e di Le.; è improbabile che sia posteriore. D ’ altronde nelle pericopi di tripla tradizione l’ ordine di Mt. e Le. coincide, in accor­ do con Me.; al contrario, Mt. e Le. non coincidono mai contro Me. Nelle pericopi di doppia tradizione, assenti in M e., l'ordine di Mt. e Le. presenta coincidenze molto minori, Ciò sembra indicare che M t. e Le. abbiano utilizzato Me. indipendentemente l’ uno d all’ altro. Anche 1 «doppioni» di Mt. e Le. indicano che essi hanno incorporato due fonti, una delle quali è Me. Sono parole di Gesù che si trovano due volte, una in versione parallela a Me. e l’altra in forma comune a Mt. e L e., diversa da M e., e derivante con ogni probabilità da un’altra fonte. Ecco alcuni di questi «doppioni», prima nella versione di tradizione tripla, poi nella versione di tradizione doppia: « A chi ha, sarà dato...» a) Mt. 13,12,; Me. 4,2*5; Le. 8,18; b) Mt. 25,29; Le. 19,26. Detto sulla croce e sulla sequela di Gesù: s.; b) Mt. 10,38 s.; Le. a) Mt. 14,27; 17,33. Detto sul giudizio e il figlio dell’u o m o : di) Mi. 10,32 s.; Le. Mt. 16,27; Me. 8,38; Le. 9,26; b) 12,8 s. Detto sulla persecuzione e la perseveranza: 21,12.17.19; 16,24 s.; Me. 8,34 s,; Le. 9,23 b) Mt. 10,19 s.22; Le. a) Mt. 24,9 13; Me. r 3 ,9 -13 ) 12,11 s. L’esistenza della fonte Q e un’ipotesi letteraria, form ulata a partire dal materiale comune a Mt. e Le. Si trattava di una raccolta di parole di Gesù prive di contesto narrativo e con un solo episodio narrato (Mt. 8 ,5 -13 = L e . 7 ,i- io ) . Quanto al tenore letterale di questa fonte, Me. e Le. concordano maggiormente in ciò che viene attribuito a Q, rispetto al materiale narrativo derivante da Me. (Mt. 3 ,7 - 10 = Le. 3,79 ; Mt. 4 , 1 ­ 1 1 = L e . 4 , 1 - 1 3 ; M t 1 1 , 2 - 1 9 = L e . 7 ,18 - 3 5 ; Mt. 1 1 ,2 0 - 2 4 - Le. 1 0 , 1 3 ­ 1 5; Mt. 1 1 ,2 5 - 2 7 = Le. 1 0 ,2 1 s.; M l 2.3,37-39 = Le. 1 3 ,3 4 s.). Si ritiene che Q fosse una fonte scritta in un primo tempo in aram aico, ma ben presto tradotta in greco. Le. ha introdotto il materiale di Q in due inserzioni compiute sullo schema derivante da Me. (1’ «inciso minore» di Le. 6,20-8,3 tra Me. 3 ,1 3 - 1 9 e 4 ,1 ss.; e 1 «inciso maggiore» di 9 ,5 1 - 1 8 ,1 4 tra Me. 9,42-48 S to r ia d e ll'in te r p r e ta z io n e 65 e 1 0 ,1 3 - 1 6 ) . M t. ha usato il materiale di Q soprattutto per costruire 1 cinque grandi discorsi riscontrabili nella sua opera. Si ritiene pertanto che bordine originario di Q sia meglio conservato in L e., ma che Mt. rifletta meglio la form a semitica originaria. Viste le m odalità d ’impiego di Q, tanto diverse in Mt, e in L e., ci si potrebbe aspettare l’ assenza nei due vangeli di un qualsiasi ordine d’impiego comune. N on è così. N ella lista seguente com paiono in ordine e numerati rispettivam ente i testi di L e, attribuiti a Q. A fianco sono posti i paralleli di Mt. con il numero che ne indica l’ordine in questo vangelo. I passi indicati in neretto m antengono lo stesso ordine in Mt, e Le. - m algrado la distinta form a di com posizione propria a ciascuno. Come si vede, la coincidenza nell’ordine è relativam ente alta e la spiegazione migliore consiste nell’attribuirla all’ uso di una fonte comune. Mi. Le. X 3,7-9,16 ss. Predicazione di Giovanni 1 2 4j 2'“i 3 3 , 7 - 12' Tentazioni di G e s ù 4,1 - n 2 5,3-6.11-12 3 3 6,2,0-23.27-30 32-36 4 5 6 é .3 7 -3 s -4 1'45> 7. 1 " 1 0 7 . 18-35 39-42.45-48 Discorso della pianura 1 Discorso della pianura 11 7,1-5.16-21.24-27 Centurione di Cafarnao S. Testi sn Giovanni 11,2-19 8 ,39-22 5^3 7 9 *3 7 9 , 5 7 -6 o Sulla sequela 8 10,1-12 Discorso missionario 9,37 - i ° , 3 5 9 10,13-15.21-22 Maledizioni e benedizioni 1 1,21-23 -2*5 IO 11,1-4 Padrenostro 6,9-13 11 1 1 ,9-13 5 Sulla preghiera 8 12 11,14-23 Su Beelzebul 7.7-11 12,22-30 *5 *3 11,24-26 Sulla ricaduta 14 11,29-32 Richiesta del segno * ^ 43-45 12,3 8-42 L7 16 11733-35 i i j 39 ' 52' Parabola della lucerna 5,15; 6,22 s. Contro i farisei 23,4.23-25.29 *9 17 18 12,2-10 Professare la fede in G e s ù 10,26-3 3 12 12,22-34 Fiducia in D i o 6,25-33.19-21 19 20 12,39-46 Vigilanza 2-4 >4 3 -5 i 22 13,18-21 Senape e lievito 18 ZI 3, 34-3 5 17^ 2,-37 * * 19,11-28 15 16 zz x3 IO 11 6 *4 4 6 Profezia su G e r u s a l e m m e 3>3*-33 ^ 3 . 37-39 20 Sulla parusia 24,26-28.37-41 21 I talenti 25,14-3° *3 Sono state tentate ricostruzioni di Q, che risultano puramente congettu­ rali, poiché non è dato sapere se un evangelista o entrambi abbiano compiuto una o più omissioni, e se, inoltre, la versione utilizzata dai due avesse potuto essere diversa. N on sembra che in Q ci fosse un racconto 6 6 Storia deirintcrprctazione e problemi aperti della passione né si trovano in questa fonte parole di Gesù sulla croce 0 sulla propria morte. La teologia di Q era incentrata su Gesù come maestro e nella sua qualità di figlio dell’ uomo, che si manifesterà come giudice nell’ultimo giorno. Un certo grado di parentela letteraria può essere stabilito tra Q e il Vangelo di Tom m aso, opera gnostica del il secolo rinvenuta a N ag Hammadi nel 19 4 8 , consistente in una raccolta di parole di Gesù, il che conferm a la vensim iglianza della fonte Q, postulata come soluzione di un problema letterario. Questo rapporto letterario tra Q e il Vangelo di Tom m aso non deve far dimenticare le notevoli differenze esistenti tra questi documenti. La teoria delle due fonti dà ragione in modo semplice del problema sinottico e ciò spiega l'am pio consenso che ha incontrato. Il suo impiego nello studio dei sinottici si dimostra particolarmente utile. Nelle pericopi di tripla tradizione si parte dalla priorità di M c.y cui si com parano gli altri due, che ne hanno rielaborato il testo: le differenze di Mt. e L e . rispetto a Me. rivelano le caratteristiche di questi due redattori. N atu ­ ralmente si ritiene che M t. e Le. abbiano avuto, oltre alle due fonti comuni, informazioni proprie (per esempio per i primi due capitoli dei rispettivi vangeli). Alla teoria delle due fonti sono state mosse soprattutto tre critiche: com ’è possibile che L c .y se ha conosciuto M c.y abbia omesso tanti materiali (in particolare la «grande omissione» di Me. 6,45-8,26)? come si spiegano i passi in cui Mt. e Le. coincidono contro M e,, se entrambi usano il testo indipendentemente l’ uno dall’altro (come sostie­ ne la teoria delle due fonti)? Esempi: Mt. 8,2 e Le. 5 ,1 2 contro Me. 1,4 0 ; Mt. 9,20 e Le. 8,44 contro Me. 5,27. I difensori delle due fonti rispondono afferm ando che Mt. e Le. cercano di m igliorare sistematicamente lo stile di e non è raro che 1 loro sforzi coincidano. In altri casi di maggiore im portanza può trattarsi dì una correzione del resto di Le., com piuta da uno scriba posteriore, sulla scorta del testo di M t.y che era il più usato nella chiesa. II problema delle «lezioni confluenti» di M e., in cui sembra che Me. contamini spesso due testi paralleli, che si trovano in forma semplice uno in Mt. e l’altro in Le. Esempio: Me. 10 ,2 7 ìn relazione con Mt. 19 ,2 6 e Le. 18 ,2 7 , Teoria di Boism ard. Boismard ha proposto una nuova teoria in un’ope­ ra eccezionale per estensione e profondità, in cui presenta la critica letteraria di tutte le pericopi dei vangeli smottici. Il quadro seguente mostra i rapporti ira i sinottici e le loro fonti secondo questo autore: In origine vi sono quattro documenti. Tre (A, B, C) erano già vangeli e costituivano ognuno un’unità omogenea. A , di origine palestinese e giu­ deocristiana. B, reinterpretazione di A da parte di chiese etnicocristiane. C, tradizione antica, probabilmente palestinese. Q è la fonte da cui derivano molte sezioni comuni a Mt. e L e . che mancano in Me. Il p ro­ blema non è tanto la spiegazione del grafico, quanto la sua giustificazione, che si trova nell’analisi esaustiva contenuta nell’opera di Boismard che qui non è possibile riassumere. La teoria di Boismard è complessa, ma si basa su principi semplici e verisimili: i diversi documenti evangelici subirono redazioni successive, fenome­ no comune nell’antichità; i documenti evangelici esercitarono influenze reciproche nella vita della chiesa primitiva; gli scrittori si sforzavano di armonizzare tra loro le diverse tradizioni scritte che conoscevano. Questo sforzo continuò dopo la pubblicazione definitiva dei vangeli canonici e spiega, in parte, le varianti riscontrabili in molti manoscritti. V orrei sottolineare alcuni aspetti di questa teoria. Essa coincide con la teoria delle due fonti nell’ammettere un influsso di M e., il Me. inter­ medio, non la sua ultima redazione, su M t. e Le. Ammette inoltre una certa fonte Q per quanto riguarda il materiale comune a Mt. e Le. (qualcosa può derivare dal Me. intermedio). I testi in cui sembra che Me. sintetizzi Mt. e Le. si spiegano con la sua dipendenza dal M e. intermedio e dal proto-Lc. Sorge immediatamente una critica a questa teoria: per essa il conte­ nuto della fonte Q giunse indirettamente a M e. (attraverso il M e. in­ termedio e il proto-Lc.). Come si spiega che M e. non riprese contenuti tanto im portanti come quelli di Q? N on era forse obbiettivo dei redat­ tori arm onizzare le tradizioni giunte fino a loro? È assai difficile accet­ tare in blocco una teoria così com plessa, ma l’opera di Boism ard pre­ senta molte analisi originali e convincenti che d ’ ora innanzi dovranno essere prese in considerazione da chi intenda risolvere il problem a sinottico. 3- L a scuola d e ll’analisi dei generi (Form gesckichte, storia delle form e) Lo studio dei rapporti fra i sinottici e la ricerca delle loro fonti non basta. Occorre risalire piu indietro e studiare la «preistoria» della tra­ dizione, ossia le pericopi evangeliche nella tradizione orale della chiesa primitiva. Per questo nacque la scuola della storia delle forme o analisi dei generi.1* II metodo in questione è la trasposizione sui vangeli sinot­ tici del metodo della storia dei generi, così come Gunkel cominciò ad applicarlo ad alcune parti dell’Antico Testam ento, in particolare a G e­ nesi e Salmi. La storia delle forme ha tre pionieri, press’a poco contem­ poranei, K .L. Schm id,16 1718M . D ibeliusJtì e R . Bultm ann.19 a) Presupposti e obbiettivi d ell’analisi dei generi (Formgeschichte) Essi partono da una serie di presupposti: gli evangelisti sono, in pratica, semplici com pilatori della tradizione esistente nella chiesa. L ’opera di Schmid mostrò che la cornice topografica e cronologica dei vangeli, così come le connessioni tra le pericopi, han­ no un carattere secondario. Perciò l'im portante è lo studio focalizzato sulle pericopi trasmesse isolatamente. Tuttavia questi autori riconosco­ no che il racconto della passione ha un carattere peculiare e fu trasmesso sin d all’ inizio come narrazione unitaria; i vangeli sono sorti nella comunità pasquale e sono scritti alla luce della fede della pasqua. L ’attitudine di fede non ha niente a che vedere con la preoccupazione di precisione storica; assimilano la comunità postpasquale a un gruppo popolare e creati­ vo, sul genere dei gruppi il cui folclore era studiato appassionatamente all’inizio del x x secolo. L ’obbiettivo della storia delle forme è duplice: classificare tutte le pericopi dei vangeli sulla base di criteri letterari ovvero secondo la loro «form a». Il termine form a equivale a genere letterario quando si riferisce a una piccola unità che, di solito, è inserita 16 . In questa Introduzione allo studio della Bibbia accogliamo la terminologia italiana analisi dei generi e analisi delle tradizioni (cfr. voi. z, Bibbia e parola di D/o, cap. xm, 32.Ó3 3 1) . La Formgeschicbte, la cui traduzione italiana letterale è «storia delle forme», com­ prende lo studio di entrambi gli aspetti: classifica i generi, o forme, e ne studia la storia nella tradizione. 1 7 . Der Rabmen der Geschichte Jesu} Berlin 19 19 . 1 8 . Die Formgeschicbte des Evangeltums, Tubingen 1 9 1 9 (*1971). 1 9 . Die Geschichte der synoptischen Tradition, Gòttingen 1 9 2 1 (”1970, con quaderno integrativo). S to ria d e ll’in te rp re ta z io n e 69 in un'opera maggiore (a proposito della quale si parla di «genere lette­ rario»). Poiché questo obbiettivo comporta alcune difficoltà, si danno divergenze tra le classificazioni delle forme nei diversi autori. Secondo Dibelius la predicazione è la prima attività della chiesa ed egli deduce, quasi a priori a partire da essa, le forme letterarie con un'accurata classificazione del materiale narrativo. Bultmann, dal canto suo, prefe­ risce basarsi sull'analisi letteraria del materiale discorsivo e arriva a una classificazione che è stata in larga misura accettata; r" una volta condotta a termine questa classificazione, viene studiata l’evoluzione di ciascuna form a nella tradizione fino a risalire alla situa­ zione o contesto vitale (Sitz im Leben) della chiesa prim itiva in cui nacque. Ecco spiegato il nome di questa scuola: si studiano e si classificano dal punto di vista letterario le form e o generi (fase statica) e poi se ne esamina Pevoluzione, la storia (fase dinamica). M a è possibile studiare questa storia? N on significa avventurarsi in un terreno completamente ignoto? Ovviamente non si aspira a costituire una scienza esatta ma è possibile giungere ad alcune conclusioni perché vi sono due punti di riferimento: 1 . i cambiamenti operati da M t. e L e , rispetto a Me. e Q presentano una certa regolarità, il che permette di dedurre alcune co­ stanti o «leggi» che hanno presieduto alPevoluzione della tradizione; 2,. è lecito stabilire un certo parallelism o tra la tradizione evangelica e la trasmissione di altre letterature popolari a noi note. b) Classificazione delle form e letterarie Presento qui la classificazione tradizionale proposta da Bultmann. Il materiale viene diviso in due grandi gruppi: materiale discorsivo e m a­ teriale narrativo. La classificazione di quello discorsivo è più agevole e la proposta bultmanniana ha incontrato notevole consenso: detti sapienziali. Proverbi in cui Gesù parla come un maestro di sa­ pienza (per esempio Mt. 6 ,19 -3 4 ; 1 ^.,34; 24,48)- Per lo più trovano paralleli nella letteratura sapienziale giudaica; detti profetiei e apoealittiei. Gesù annuncia la venuta del regno di Dio, esorta alla penitenza, promette la salvezza e biasima gli increduli (per esempio Mt. 5,3-9; 1 1 , 5 s.); detti sulla legge e regole della comunità. Com battono la pietà p u ra­ mente esteriore, come già fecero i profeti (Mt. 5,2,1 s.; 6,2.-18), fissano regole per la disciplina della comunità e per la missione (Alt. io ; 1 8 ,1 5 Z 2 .), detti in prima persona. Con essi Gesù parla della propria venuta o della propria persona (Me. 2,47; Mt. 10 ,34 -36 ; Mt. 1 1 4 5 - 3 0 ; Mt. 19,2,8-30); 7° S t o n a d e ll’in te rp re ta z io n e e p ro b le m i aperti p a ra b o le. Un gruppo molto ampio comprendente i meshatìm ebraici (immagini, similitudini, esempi, parabole vere c proprie). Le parabole propriamente dette sono racconti verisimili, presi dalla vita quotidiana, in cui ciascun elemento non ha un significato autonom o, ma contri­ buisce alla plausibilità deirinsieme, e in cui c ’è un elemento particolar­ mente sottolineato che indica il rapporto tra la parabola e la realta della vita di chi ascolta. Una parabola è diversa da un'allegoria, per quanto possa avere alcuni tratti allegorici. Nel corso della tradizione le parabo­ le hanno subito, in genere, un processo di allegorizzazione. Negli stessi vangeli troviam o, accanto ad alcune parabole primitive, la loro inter­ pretazione allegorica, introdotta dalla chiesa in epoca posteriore (Mt. 13 ,3 - 9 e 1 3 ,1 8 - 2 3 ; Mt. 13 ,2 4 - 3 0 e 13 ,3 6 -4 3 ). Bultmann include tra il materiale discorsivo anche le pericopi tradi­ zionali che trasmettono la parola di Gesù alPinterno di una cornice narrativa. Le definisce apoftegmi, ricorrendo a un termine noto nella letteratura ellenistica. Egli distingue vari tipi di apoftegmi: apoftegm i polem ici. La parola di Gesù risolve una controversia pre­ sentata nella cornice narrativa {Me. 2 ,1 - 1 2 ; 2 ,2 3 -2 8 ; 3 ,1-6 ); apoftegm i didascalici {Me. 1 0 ,1 7 - 2 2 ; 1 2 ,2 8 - 3 4 ); apoftegm i biografici [Me. 1,16 - 2 0 ; 6 ,1-6 ; 1 0 , 1 3 - 1 6 ; he. 11,2 7 - 2 8 ) . Bultmann classifica il materiale narrativo in due grandi gruppi: racconti di m iracoli, Comprendono sia le guarigioni sia i miracoli sulla natura. In generale si rivela una struttura letteraria con alcuni elementi fissi: presentazione delle circostanze e gravità della situazione, incontro con Gesù e richiesta d’aiuto, compimento del miracolo, effetto e reazione finale; narrazioni e leggende. Qui viene compreso tutto il restante materiale narrativo. La classificazione e la denominazione bultmanniana dei detti di Gesù sono fondamentalmente sicure. La suddivisione dei frammenti è molto più imperfetta; ovviamente essa non è strettamente basata su criteri letterari. Alcuni classificano certe pericopi tra il materiale discorsivo, altri preferiscono assegnarle a quello narrativo In particolare ciò avvie­ ne per gli apoftegmi di Bultmann, classificati da alcuni come materiale narrativo sotto altro nome (aneddoti- controversie). Cfr. inoltre voi. 1 , cap. x iii, iv ,6 -10 . c) Valutazione d e ir analisi dei generi (Formgescbichte) Le opere di Schmid, Dibclius e Bultmann ebbero un influsso straordina­ rio e suscitarono grandi dibattiti e ricerche, provocando un progresso Storia deirinterpretazione 7* enorme della conoscenza, non solo dei vangeli, ma anche delia chiesa primitiva. N el corso di questo dibattito sono stati criticati alcuni aspetti - talvolta importanti - dell'opera di questi pionieri e oggi siamo forse nelle condizioni di compiere, da una prospettiva adeguata, una valuta­ zione della storia delle Forme che qui viene riassunta nei punti seguenti: in linea di principio, il metodo è legittimo e positivo. Si possono e si devono studiare le forme evangeliche e la loro evoluzione nel corso della tradizione. Si tratta di uno studio diacronico, chiam ato «morfogenetico» o «storico-critico»; la storia delle forme sottolinea fortemente che i vangeli sono libri della chiesa perché raccolgono una tradizione che ha ricevuto la propria configurazione e trasmissione al suo interno, perché esprimono la fede della chiesa e perché essa si è riconosciuta in queste opere e non in altre. In alcuni circoli esegetici, specialmente francofoni, si osserva una re­ azione non già contro gli eccessi dei primi autori della storia delle forme, ma contro l’ idea stessa di una trasmissione viva e attualizzante della tradizione evangelica nella vita della chiesa. Si arriva a sostenere che già i discepoli di Gesù andavano prendendo appunti in ebraico della sua predicazione e che Pietro scrisse, intorno all’anno 42., il vangelo che (completato con alcuni discorsi a opera di Mt.) avrebbe ricevuto, più tardi, il nome di vangelo di M arco. Sventuratamente tu il traduttore greco (M arco) e non l’ autore ebraico (Pietro) a dare il nome a ll’opera.10 In fondo questi autori sono mossi da un intento apologetico di assicu­ rare la storicità in senso strettissimo dei vangeli ma sottovalutano o misconoscono il significato della tradizione ecclesiale come fenomeno sociologico e teologico.11 1. La storia delle forme avvicina 1 vangeli alla chiesa, ma separa entrambi da Gesù di Nazaret: essa ritiene che un abisso separi Gesù e la comunità postpasquale. Le forme evangeliche sorgono in questa com u­ nità postpasquale ed è molto sottile, quasi nulla, la base precedente su cui poggiano. I suoi esponenti giungono - Bultmann più di Dibelius - a uno scetticismo radicale sul valore storico dei vangeli. I uttavia oggi si è praticamente unanimi nel considerare una palese esagerazione questo giudizio dei padri della storia delle forme. L ’esposizione della genesi dei vangeli presentata nel capitolo precedente corregge sostanzialmente, su zo. J. Carmignae, La nascita dei Vangeli sinottici, Cinisello Bals. 1985. C. Tresmontant, Le Christ hebreu. La (angue et t'àge des Evangiles, Paris 1983, si esprime in uno stile molto meno scientifico, ma molto più appassionato. i l . Anche nel mondo francofono P. Grelot ha contrastato in più occasioni queste tendenze di spiccato sapore fondamentalista; se ne vedano le opere citate nella bibliografia di questo capitolo, cui si può aggiungere Et/angile et tradìtion apostolique. Réflexions sur un certain «Chi'isl hébreu», Paris 1984. 72. S to r ia d e ll'in te r p r e ta z io n e e p r o b le m i a p e rti questo punto, la visione di questi pionieri, consentendoci ora di proce­ dere molto schematicamente. z. Il metodo della storia delle forme, sviluppato con rigore e fino alle ultime conseguenze, ci porta, in molte occasioni, fino alla comunità prepasquale, nella quale si trova il Sitz ìm Leben più consono a molte tradizioni (cfr. cap. i, 3. La comunità postpasquale non può essere assim ilata ai gruppi popolari che fungono da portatori di tradizioni folcloriche* Basti ricor­ dare j lavori della scuola scandinava11 sulla tradizione orale e i metodi, rigorosi e affidabili, della trasmissione nel giudaism o, i cui risultati sono stati incorporati sopra, cap. 1, n ,i& . 4. N on si deve stabilire una relazione troppo rigida tra un determina­ to Sitz im Leben e una form a letteraria. Una form a può essere usata e trasmessa in contesti vitali diversi della comunità. 5. La fede cristiana non è incompatibile con una preoccupazione di storicità. È utile, anzitutto, ricordare che nessuno storico è puramente asettico e neutrale; fare storia significa sempre selezionare dati del pas­ sato secondo una determinata prospettiva del presente e implica pertan­ to la soggettività dello storico. D ’altra parte la fede cristiana comporta necessariamente la volontà di mantenere il legame storico con l’evento Gesù. Ciò si può constatare non solo nel processo della tradizione ma in un’esigenza intrinseca della fede cristiana. Di più: la ricerca di questo legame fu un fattore decisivo per la nascita dei vangeli. Perciò la storia delle forme è unilaterale quando afferm a che i vangeli sono scritti alla luce della pasqua; essi sono scritti anche ai piedi della croce e affinché non sia dimenticata la vita di Gesù, che sfociò nella croce. Gli stessi post-bultmanniani reagirono non solo contro lo scetticismo del maestro ma anche - il che considerarono giustamente piu grave contro il presupposto che la fede pasquale si disinteressasse del Gesù terreno. (Bultmann ripete la frase paolina: «anche se abbiamo conosciuto Cristo secondo la carne, ora non lo conosciamo piu così», cfr. 2 Cor. 2.2. H. Riesenfeld, T h e G o s p e l B. Gerhardsson, M e m o r y a n d T r a d it ìo n a n d Its B e g in n in g s (TTJ 73}, Berlin 1959, 43-65; M a n u s c r ip t . O r a i T r a d it ìo n a n d W ritte n T r a n s m tssio n in Lund-Copenaghen 1 9 6 1 (Uppsala *1964); Idem, L e o r ig in i dette t r a d iz io n i e v a n g e lic h e : Studi di teologia delPIstituco biblico evangelico 2 (1979) n. 5, 4-108 (originale svedese 1977}; Idem, T h e G o s p e l T r a d i t ì o n , Lund 1986. Alla prima opera di Gerhardsson fa rimproverato di proiettare precedentemente al 70 una situazione documentata solo negli anni successivi a questa data e di equiparare eccessiva­ mente la tradizione rabbinica e quella cristiana primitiva. Nelle opere successive, questo autore ha tenuto presenti tali critiche nel riproporre il suo pensiero. Bisogna citare R. Riesner, anche se non è scandinavo, ma professore a Tubinga: la sua opera sulle origini dei vangeli - senza dubbio una delle più importanti degli ultimi anni suJPargomento - si fonda sui risultati di questa scuola ulteriormente documentati e sviluppati: J e s u s ats L e h r e r , Tùbingen 1 9 8 1 . R a b b in ic Ju d a is m a n d E a r ty G h r is t ia n it y y Storia d e ll’in te rp re ta z io n e 73 5?i 6). A tal riguardo è celebre la conferenza di E. Kàsemann in una riunione di discepoli di Bultmann.33 La volontà di legarsi al dato del passato, da un punto di vista teologico, significa che la fede non è una gnosi, una mera autocomprensione deiruom o, ma l'espressione della venuta inattesa e gratuita di Dio in Gesù Cristo (Vextra nos della salvezza). 6 . La teologia dialettica e la teologia kerygmatica furono, al loro tem­ po, strettamente coerenti con i risultati del lavoro esegetico di Dibelius e Bultmann. Le correnti teologiche attuali implicano un altro modo di con­ siderare i vangeli. Poiché non è possibile passare in rassegna tutto il ventaglio del mondo teologico, ci limitiamo a due scuole differenti ma rappresentative. Sia la teologia centroeuropea sia quella latinoamericana della liberazione sottolineano il vincolo con il Gesù terreno e trovano questo elemento nei testi evangelici. Entrambe queste teologie danno per scontata la legittimità, in linea di principio, della storia delle forme e la necessità di una lettura critica dei testi. I centroeuropei (Schillebeeckx, Kiing), interessati alla dimensione razionale della fede, cercano di mostra­ re la continuità fra la ricerca storica e critica di Gesù e la professione di fede della chiesa posteriore. La teologia della liberazione (Sobrino, M i­ randa), dal canto suo, considera il Gesù terreno la realtà che non può essere manipolata da nessuna ideologia e la giustificazione ultima della liberazione di coloro che sono messi in croce. La teologia attuale, insom­ ma, ricorda il carattere narrativo e l’intento referenziale dei vangeli. 7. D a ultimo, gli evangelisti non si limitano a raccogliere la tradizio­ ne anteriore ma sono autori veri e propri. M a con ciò passiamo al punto seguente. 4. Scuola dell'analisi della com posizione (Redaktionsgescbichte, storia della redazione) Questa scuola fu una conseguenza logica e, in certa m isura, una rettifica della storia delle forme. È una conseguenza logica perché studia P ùltimo anello della catena della tradizione: l’opera dei redattori dei vangeli. È una critica perché parte dalPassunto che gli evangelisti sono ben più che semplici com pilatori e perciò bisogna studiarne gli obbiettivi e la teolo­ gia. Iniziatori di questo metodo furono H. C onzelm ann/4 W. M arxsen*5 e W. T rilling.lh Sono stati pubblicati, e continuano a esserlo, numerosi 2 3 . Il problema dei Gesù storico, in Saggi esegetica Casale Monf. 1985, 30-57. 24. Die Mitte der Zeit. Studien zar Tbeoiogie des Lukas, Tiibingen 1954 (hi977)2 5 . L'evangelista Marco. Studi sulla storia della redazione del vangelo, Casale Monf. 1994 (ed. orig. 1956). 2 6. Il aero Israele, Studi sulla teologìa del vangelo di Matteo, Casale Monf. 1 9 9 2 (ed. ong. 1958). 74 S to n a delPinterpretazione e problem i aperti lavori di questa corrente, il bilancio della storia della redazione per la conoscenza dei vangeli è molto positivo. Solitamente gli studi di storia della redazione presuppongono quelli di storia delle forme e si concentrano sulle modifiche introdotte dalPultimo redattore sul materiale precedente. Questi dati, di solito definiti «contributi redazionali», servono a rivelare Pimento e la teologia delPevangelista. È molto più facile, ovviamente, studiare i «contributi re­ dazionali» di A4 f. e Le., poiché conosciamo M e., la fonte su cui lavora­ rono, piuttosto che quelli di M e., perché in lui è molto meno evidente la differenza fra tradizione e redazione. Tuttavia alcuni introducono una modifica nella storia della redazio­ ne, ritenendo che non sia molto importante distinguere fra tradizione e «contribuii redazionali». L ’evangelista fa proprio tutto il materiale che riceve, cosicché non bisogna insistere troppo sulle modifiche materiali che introduce, ma comprendere il senso che Popera nel suo insieme acquista presupponendo una sintesi17 propria che remterpreta, in qual­ che modo, tutto quanto assume. Perciò parlano di «studio o critica della com posizione»/” che dipende dalla storia della tradizione molto meno della stona della redazione in senso stretto. 5. Le fasi deWesegesi secondo il m etodo storico-crìtico Ritengo sia interessante per lo studente avere chiare le diverse fasi delPesegesi secondo il metodo storico-critico, divenuto ormai tradizionale nell'esegesi scientifica dei vangeli smottici. La presentazione che segue riprende quanto è stato esposto nelle pagine precedenti. Si tratta di una presentazione breve e semplice che rinvia al seguito l’esposizione di altri metodi. Le fasi sono, in sintesi, le seguenti:19 Critica letteraria. Nel lessico esegetico, soprattutto tedesco, que­ st’espressione viene usata in un senso diverso e pm ristretto che nella 27. W.G Thompson, Matffaeìv’s Adwce to a Divtdcd C o m m u n ity , Roma 1970. 28. In questo caso si appiccano ai sinottici j principi esegetici generali esposti nel voi. 2, cap. x iii , iv. 29. S. Chatmann, S t o r y a n d D i s c o u r s e . N a r r a t i v e S t r u c t u r e in F i c t i o n a n d F ìlm ^ New York 1978; H Frei, T h e E c h p s e o f B t b l i c a l N a r r a t i v e . A S i u d y in E i g h t e e n t h a n d N m e t e e n t h C e n i t i r y H e r m e n e u t i c s , New Havcn 1974; Idem, T h e « C i t e r a i R e a d i n g » o f B ì b ì ì c a l N a r r a t ­ iv e in t h è C h r i s t i a n T r a d i t i o ri: Docs ìt S t r e t c h o r W t ll it B r e a k , in F. McConell (ed.}, T h e B t h l e a n d t h è N a r r a t i v e T r a d i t i o u , New York 1986; N.R. Petcrsen, L i t e r a r y C r i t i c i s m f a r th è N e w T e s t a m e n t C r i t i c s , Philadelphia 1978. Per la sua applicazione ai vangeli: D. Rhoads e D. Michie, M a r k a s S t o r y . A n I n t r o d n c U o n to t h è N a r r a t i v e o f t h è G o s p e l , Philadelphia 1982; J.D. Kingsbury, M a t t h e w a s S t o r y t Philadelphia 1 9 8 ^ B, Van lersel, R c a d t n g M a r k , Edinburgh 1989. Storia delPinterpretazione 75 teoria letteraria. Per «critica letteraria» s’intende la ricerca delle fonti scritte per la quale, nei sinottici, è essenziale il ricorso alla com parazione dei testi (cfr. voi. z, cap. x m , i v ,i ). A nalisi delle tradizioni e analisi dei generi (è anche chiam ata critica della tradizione). Indica lo studio della tradizione dei testi, compresa la loro preistoria orale. Si parla di solito di «m orfogenetica», cioè lo studio delle forme letterarie e della loro evoluzione. E Pobbiettivo della scuola della storia delle forme (cfr. voi. z, cap. x m , iv ,z e 3). A nalisi della com posizione (detta anche critica della redazione). Si propone lo studio del lavoro redazionale degli evangelisti. È l’obbiettivo della scuola della storia della redazione (cfr. voi. z, cap. x m , iv,4)Critica storica. Studia il valore storico dei testi e im piega, allo scopo, determinati «criteri di storicità» (cfr. voi. z, cap. x m , v). 6 . A ltri orientam enti negli studi sui vangeli sinottici Nel corso della sua storia l’esegesi biblica ha impiegato metodi e strumen­ ti assai disparati. Presenterò in breve una serie di metodi di studio dei sinottici apparsi negli ultimi anni in stretta correlazione soprattutto coi progressi della linguistica ma anche di altre scienze. In generale questi metodi non sono esclusivi e possono completarsi a vicenda. La ricerca sui vangeli è un compito inesauribile e attualmente si stanno arricchendo i contributi, ormai classici, dell’esegesi storico-critica. Alcuni dei metodi presentati qui di seguito schiudono prospettive della massima importanza (soprattutto, a mio avviso, quelli presentati alle lettere a e d). a) Studio della narrativìtà (narrative criticismi) Questa corrente di studi è molto in voga in ambienti anglosassoni che applicano ai vangeli teorie linguistiche contem poranee.30312Può essere in­ tesa come una critica, ma anche come uno sviluppo, delle conclusioni cui erano giunti i metodi morfogenetici (storia delle forme e storia della redazione). In pratica si studia ciascun’opera evangelica nello stato attua­ le ma partendo dal suo carattere narrativo che ruota intorno a una trama e a vari personaggi. Nelle pagine precedenti si è accettata questa visione dei vangeli (cfr. cap. i, m ,i ) senza però presentarne rutti gli aspetti tecnici: un compito del genere non si addice al carattere di questo volume. Lo studio della narrazione mette in rilievo la trama, che è sempre contingente, imprevedibile, e conferisce un’unità dinamica e progressiva a rutto il racconto. Parte dalla situazione attuale del testo, in cut tutti gli elementi —indipendentemente dalla loro genesi - contribuiscono a una unità di senso. Tuttavia, la conoscenza della loro genesi (stona della tradizione) produce strumenti importanti per I interpretazione. Insom­ ma, anche per lo studio della narrativìtà può essere rilevante la com pa­ razione sinottica e lo studio della tradizione. b) Studio della risposta del lettore (reader-response criticism)*z È un complemento allo studio della narratìvità che ha lo scopo di evitare una considerazione meramente form ale; per questo esso postula una partecipazione del lettore nella costruzione del senso di un testo. Ogni 30. Propongo, (_orae si vede, una certa complementarità di metodi. W.H. Kelber suggerisce d'introdurre ì) dialogo con la tradizione del testo neSl'interpretazione della sua narrativìtà; Narratile Interpretation and interpretation of Narrative; Herrtteneufics Reflections on thè Gospels: Semeia 39 (1987) 1 0 7 - 1 3 3 . 3 1 . Questo orientamento esegetico dipende anche da una serie di studi linguistici: W. Iser, The Impiied Render. Pattems of Communication ih Prose Fiction frotti Bunyan to Beckett, Baltimore 1974; Idem, L ’atto della lettura. Una teoria della risposta estetica, Bologna 1987; S.R. Suleiman e lt Crosman (edd.J, The Render in thè Text. Essays on Audience and Interpretatton, Princeton 1980; W. Booth, The Rethonc Fiction, Chicago 1983; S. Fish, Is there a Text in Thìs Class ? The Authorily of Interpretative Comm uniti es, Cambridge 1980; J.P. Tompkms, R cader Response Criticism. From Formalism to Post-structuralism, Baltimore 1980. Per l’applicazione ai vangeli, si vedano le opere di Kingshury e Van Iersel citate alla n. 2.9; inoltre N.R. Petersen, The Reader in thè Gospel: Neotesta mendica 18 (1:984) 38-51. 32. Lo strutturalismo fu inaugurato in linguistica con Topera chiave dì F. de Saussure, Corso di linguistica generale, Bari * 1 9 7 1 . Grande influenza hanno avuto tra i biblisti V. Propp, Morfologia della fiaba, Torino 1966; R. Barrhes, S/Z, Tonno 1 9 8 1 ; A J. Greimas, Sul senso, Milano 1970; Idem, Del senso, Milano 19 8 5 ; A J , Greimas e J, Conrtes, Semiotica. Dizionario ragionato della teoria del linguaggio, Firenze 1986. L ’analisi strut­ turale della Bibbia è stata condotta prevalentemente in Francia e quasi sempre sulla Storia delPinterprelazione 77 scienza è ben consapevole, oggi, di non lavorare su oggetti puri e neutri, poiché la soggettività del ricercatore interviene sempre nella percezione e nello studio. Questo vale tanto per la fisica (teoria della relatività) quanto per la storia (il «fatto storico» è una selezione di fatti del passato in funzione di interessi e prospettive del presente). Gli autori di questa corrente studiano le strategie presenti in una narrazione atte a provocare determinate risposte da parte del lettore. Insomma, considerano il testo come elemento di comunicazione che incontra le attese dei lettori. In ogni narrazione, oltre a quello che definiamo «racconto» vero e proprio (ciò che si racconta), c'è un «di­ scorso» (come si racconta); ossia esiste sempre un «lettore implicito» del racconto, cui la narrazione è indirizzata e al quale, di tanto in tanto, ci si rivolge apertamente (per esempio in M e. 7,3 e 1 3 ,1 4 ) , che ha una serie di informazioni sin dall’ inizio (nel racconto di Me, sa che Gesù è il figlio di Dio; cfr. 1 , 1 . 1 1 ) , che si trova in una situazione determinata (dopo la risurrezione e prima della parusia; cfr. Me. 1 3 ,7 .2 2 s.) e dal quale ci si attende un risposta precisa (l'adesione a Gesù, che «pensi secondo Dio e non secondo gli uomini»: Me. 8 ,3 3 ; che comprenda la rivelazione del figlio di Dio attraverso la croce: Me. 15 ,3 9 ). In realtà il carattere com unicativo dei vangeli non è in alcun modo una novità: sia la retorica classica, da un punto di vista letterario, sia tutta l’ insistenza, dal punto di vista teologico, sull’ aspetto religioso o kerygm atico, lo avevano sempre sottolineato. Il contributo degli studi attuali sulla «risposta de! lettore» si basa sulla considerazione del van­ gelo come unità narrativa e sull’ impiego di una metodologia letteraria adeguata. c) Analisi strutturale Numerose interpretazioni linguistiche e culturali dello strutturalismo sono state applicate agli studi biblici portando ad applicazioni molto scorta delle teorie di Greimas: cfr. A. Fossion, Leggere ie Scritture. Teoria e pratica della lettura strutturale, Torino 1982.; Gruppo di Entrevernes, Analyse sémìotique des textes. Introduction-Théorie-Pratique, Lyon 1979; Idem, Segni e parabole. Semiotica e testo evangelico, Torino-Leumann 19 8 2; R. Barthes - R. Martin Achard (edd.), Analisi strut­ turale ed esegesi biblica, Torino 1 9 7 3 ; L. Marin, Sémìotique de la Passion, Paris 1 9 7 1 ; A. e D. Patte, What is Structural Exegesis?, Philadelphia 1 9 7 6 . Per un’esposizione sem­ plice di questo metodo si possono vedere: L. Panier (a cura di). Petite introduction à Panalyse des textes: Sémìotique et Bible 38 (1985) 3 - 3 1 ; J.C. Giiond - L. Panier, Sémìotique. Une pratique de lecture et d'analyse des textes bibfiques, Lyon 19 8 7 ; Une initiatìon à Panalyse structurelle (Cabiers Evangile ié), Paris 1976. In lingua italiana: Analisi strut­ turale ed esegesi biblica (Atti del convegno dell’Associazione Biblica Italiana): RivBib 28 (1980) 2 4 3-37 9 ; W. Egger, La lettura strutturale, in Idem, Per una lettura molteplice della Bibbia, Bologna 1 9 8 1 , 1 0 9 -13 6 . Scoria dell’interpretazione e problemi aperti diverse di questo m etodo.3334Anzitutto lo strutturalismo compie uno stu­ dio sincronico e non diacronico del testo: si concentra sul suo stato attuale e si disinteressa completamente della sua genesi (al contrario del metodo m orfogenetico); è una considerazione formale del testo non preoccupata della sua dimensione referenziale (storia) né di «ricavare» idee (tipico della preoccupazione teologica) né della sequenza temporale della narratività. Esso, quindi, si distingue chiaramente dai meLodi con­ siderati sm ora. Tende a individuare le relazioni profonde che soggiac­ ciono al testo e che rivelano sempre un sistema strutturato. Si tratta sempre di relazioni tra coppie opposte e correlative (ordine/caos; piccolo/grande; alto/basso), perché ogni elemento è identificato per opposi­ zione e differenza rispetto ad altri. L ’analisi strutturale contribuisce a una lettura molto accurata del testo, e il suo metodo, usato come ipotesi di lavoro, consente di scoprire a volte aspetti nuovi. Tuttavia la raffinatezza tecnica e terminologica della sua analisi non corrisponde, spesso, ai risultati ottenuti. Le delimitazioni che differenziano il metodo strutturale dagli altri sono, in linea di principio, legittime, purché non si tramutino in sottovalutazione degli altri e in pretesa di esclusività. D 'altra parte il presupposto secondo cui un testo è riconducibile alle leggi di una struttura profonda significa la morte della narrativita che, per definizione, implica una sequenza temporale e una trama contingente. Le «parole» della trama narrativa sono ridotte a mera superficie per operazioni universali soggiacenti (cfr. voi. z, cap. x m , 111^3 )d) M etodo sociologico Questo metodo di studio biblico, attualmente molto in voga, è stato applicato anche ai vangeli. Il suo obbiettivo, per dirla genericamente, è di mettere in relazione simbolizzazioni letterarie e teologiche con la struttu­ ra sociale, i testi con la situazione sociale e sto ric a /1 Ciò può essere ottenuto in molti modi diversi: si possono cercare i fattori sociali che condizionano un testo o le funzioni sociali che questo esercita sulla socie­ tà; si può studiare «l’ universo sociale» che un testo rispecchia (auto­ coscienza della comunità che lo produce, atteggiamento nei confronti del inondo, valori). Talvolta si usano esplicitamente metodi sociologici men­ tre in altri casi ci si limita a collocare i testi in un contesto storico-sociale. Il metodo sociologico, di solito, si concentra sul riferimento extra­ testuale e può essere considerato uno sviluppo del metodo storico-critico. 33. Si può vedere il mio articolo El mètodo sociològico en los estudios btbbcos: EE 60 (1985) 3 0 5 - 3 3 1 , con bibliografìa. 34. G. Theissen, Sociologìa del cristianesimo primitivo, Genova 1987, 5-175. Problemi aperti: il genere letterario e l’origine de* vangeli 79 11 Sitz im Lebeny in quanto non cerca di ricostruire un’occasione storica determinata ma una situazione tipica e ricorrente, è un concetto socio­ logico. Il metodo sociologico cerca i fattori sociali di ogni tipo (econo­ mici, politici, ecologici eco.) che influiscono sulla tradizione, superando la prospettiva un poco idealista della prassi esegetica convenzionale. È chiaramente più facile applicare questo metodo alle lettere di Paolo, perché forniscono in modo più diretto dati significativi dal punto di vista sociologico, ma si sono prodotti studi di grande interesse anche sui vangeli. Num erosi sono stati gli studi sui fattori storico-sociali di diver­ se tradizioni sinottiche.15 II metodo è stato applicato a un intero vangelo e si è cercato di caratterizzare sociologicamente la comunità da cui p ro ven iva/6 Si sono confrontate sia pericopi isolate, sia tradizioni pre­ esistenti (Me, 13 e il racconto della passione), sia la redazione finale dei vangeli con dati dì tipo locale (geografia, archeologia, iscrizioni) e sto­ rico, per localizzarli nello spazio e nel tem po17 (cfr. voi. z, cap. X J , i l )II. P R O B L E M I A P E R T I ; I L G E N E R E L E T T E R A R I O E L ’ ORIGIN E DEI V A N G E L I I due problemi sono diversi e, in teoria, sembra che debbano essere trattati indipendentemente: il genere letterario dipende da una conside­ razione sincronica e letteraria dei testi attuali, mentre la questione del­ l’origine ci porta a una considerazione diacronica ed evolutiva. T u tta­ via, di fatto, ì due problemi sono strettamente legati nella ricerca sui vangeli. In realtà il problema del genere letterario è affetto da una certa confusione perché si mescolano problemi letterari (gli unici che dovreb­ bero importare) con preoccupazioni teologiche e storiche. Contrariamente a quel che accade con altri scritti del N uovo T esta­ mento, la delimitazione del genere dei vangeli è un problema controverso, ma - come già si è visto nell’introduzione - molto importante. In effetti, il genere non è uno stampo neutro. Attraverso una serie di segnali, il356 7 35. Secondo H.C- Kee, Community o f thè New Age. Studìes in Mark's Gospel, London 19 7 7 , Ja comunità di Ale. è apocalittica e la sua teologia riflette un'esigenza di autoccmprensione e incoraggiamento in una situazione difficile. M.H. Crosby, House of Dìsaples. Church, Economtcs and just ice in Matthew, New York 1987, sostiene che il simbolismo religioso di Mf. è incentrato sulla «casa»: ciò dipenderebbe dalla struttura della società e dal carattere «domestico» della sua chiesa. I concetti chiave della teologia di Mt. si orien­ tano a partire dalla «casa» come metafora teologica e come realtà sociale. 36. Cfr, la suggestiva opera di G. Theissen, L o k a ì k o ì o r i t u n d Z e i t g e s c b i c h t e in d e rt Evang e l i e n t Gòttmgen 1989, intesa come un contributo [ B e i t r a g ) alla storia della tradizione sinottica. 37. C.H. Votaw, T h e G o s p e l s and C o n t e m p o r a r y American Journal of Theology 19 (1915) 43*73, B io g r a p h ie s in t h è G r e c o -R o n u tn W o r ld ; 8 o Storia delPinterpretazione e problem i aperti genere suscita aspettative, fornisce chiavi di lettura previste dall'autore d ie il lettore deve considerare. Insomma, l’idea che si ha a proposito del genere letterario di un testo ne condiziona in modo decisivo la compren­ sione. Àncora, il genere letterario dei vangeli ha a che fare con il rappor­ to intrattenuto dal cristianesimo primitivo con la cultura del tempo: i primi cristiani usarono modelli culturali om ologabili al loro tempo o, al contrario, i vangeli sono scritti minori, inclassificabili, privi dì qualsiasi dignità letteraria? Anche in questo caso d problema è stato posto dalla teologia liberale, che paragonava i vangeli alla biografia e lle n is t ic a .C iò corrispondeva a tre presupposti. In primo luogo, la convinzione che il cristianesimo si sia adattato rapidamente alla cultura greco-rom ana deirepoca. In se­ condo luogo, l’ idea che fosse possibile cogliere il m essaggio e la persona di Gesù (era Tepoca delPmteresse per le «vite di Gesù»), Infine, una visione di Gesù come maestro sul modello di Socrate. Per ragioni di chiarezza, si presenterà qui il dibattito posteriore, di­ stinguendo due modelli nel modo di considerare l’origine dei vangeli e, di conseguenza, il loro genere letterario. i . M odello evoluzionista e genere letterario sui generis I pionieri della storta delle form e reagirono alPopinicne della teologia liberale. Poiché i vangeli sono ricapitolazioni di pericopi preesistenti, il ruolo dell’ ultimo redattore risulta privo di valore, come Popera nel suo insieme. I vangeli non sono paragonabili alle opere letterarie che sono loro coeve (non rientrano nella H ocbliteratur); sono piuttosto assim ila­ bili alle opere popolari e folcloriche {Kleinliteratur). Sono stati prodotti, in effetti, da alcune comunità cultuali che esprimevano in esse il «mito» di Cristo morto e risorto. I vangeli nascono come sviluppo del kerygma, sono una realtà sui generis specìficamente cristiana. L ’opinione secondo cui i vangeli sono un genere letterario a sé stante di matrice cristiana è molto diffusa attualmente. H. Kòster ha studiato in modo originale la tradizione cristiana e sostiene questa opinione. E^li ritiene che prima dei vangeli esistessero diverse tradizioni cristiane, cia­ scuna con il proprio genere letterario e la propria teologia (raccolta di parole di Gesù, serie di miracoli, tradizione di rivelazioni di Gesù). I38 9 38. K.L. Schmidt, Die Steltung der Evangeìien der allge?rteinen hitevaturgeschichtey in H. Schmidt (ed.), Eucharìsterton (Festschrift H. Gunkei) il, Gòttingen 19Z3, 50-134. 39. One Jesus and Font Primitive Gospels: HTR 61 (1968) 2 0 3 -Z47. L ’articolo è stato in seguito riedito in J.M. Robinson - H. Kòster, Tra}ectories through Early Christianity, Philadelphia 1 9 7 1 . Problemi aperti: il genere letterario e Porigine dei vangeli 8l sono lo sviluppo di quello che Paolo chiama il «vangelo», il kerygma della morte e risurrezione (i Cor, 1 5 , 1 ss.); essi sono, dunque, il prodotto di una determinata tradizione primitiva. Ora, questo kerygma aveva una grande capacita di assorbire nella propria struttura tradizioni di altro tipo. Il kerygma è il credo primitivo, e il suo sviluppo - i vangeli canonici - diviene quindi il criterio della fede. Secondo Kòster gli apocrifi non sono necessariamente deviazioni derivate dai canonici ma possono essere evoluzioni autonome di tradizioni diverse e ugualmente antiche. Anche B. G erhardssonA° sostiene che i vangeli sono un genere lettera­ rio senza paralleli e di matrice cristiana. Egli lascia poco spazio all’ mtervento degli evangelisti e sottolinea la continuità fra la tradizione orale e le opere scritte. Gerhardsson ritiene che, col passare del tempo, si sia accresciuta la necessità di raccogliere per iscritto la tradizione e di comporre raccolte più complete. Già nella tradizione erano disponibili criteri che potevano servire per organizzare tutto il materiale: si diceva che Gesù insegnava e agiva; esistevano sommari con particolari sulla sua attività; soprattutto il racconto della passione, che presentava per esteso una parte decisiva della vita di Gesù e che esigeva un’ tntroduzione, giocò un ruolo molto importante per l’apparizione dei vangeli «com­ pleti». Gerhardsson concorda con Kòster nel ritenere che i vangeli siano prodotti della tradizione privi di paralleli letterari contemporanei. T u t­ tavia vi è tra i due una notevole differenza: secondo Gerhardsson si tratta di una tradizione che risale a Gesù e che vuole mantenere il legame con lui, mentre per Kòster si tratta di una tradizione kerygmatica della comunità pasquale. L ’ opera di C b .H . D o d d 41 riveste un importanza decisiva e la sua tesi gode oggi di grande seguito. Egli cerca di attribuire un ruolo maggiore agli autori dei vangeli, il che sarebbe ben presto diventato un compito urgente con la storia della redazione; tuttavia, allo stesso tempo, svilup­ pa e corregge l’opinione di coloro che considerano i vangeli come un prodotto spontaneo del kerygma. I vangeli non sono una semplice evo­ luzione del kerygma ma una spiegazione del kerygm a. Dodd individua le linee fondamentali del kerygma a partire dalle lettere di Paolo, di Me. 1 , 1 4 - 1 5 e dei discorsi degli Atti. Gli evangelisti utilizzano questo schema e lo sviluppano da] punto di vista narrativo con la tradizione ricevuta. Dodd ritiene che Me. segua lo schema già presente in A tti 10 ,3 7 -4 3 Me. è l’ inventore del genere letterario «vangelo», che servì da modello ad 4 0 van geli 40. T h e G o s p e l T r a d itio n * Lund 198 6 . 4T. L a p r e d i c a z i o n e a p o s t o l i c a e i l s u o s v i l u p p a , Brescia *1978 (ed, orig. 1936). R. Guelu:h, T h e G o s p e l G e r i r e , in P. Stuhlmacher (ed.}, D o s E v a n g e l i u m u n d d ì e E v a n g e l i e n . V o r t r d g e v o m T ù b m g e r S y m p o s i u m i ^ 8 z ì Tìibingen 1983, 183-2.19, segue questo autore lendando di fornire basi più solide. 8 2. Sroria dell’interpretazione e problemi aperti altri scrìtti posteriori. Si possono muovere a Dodd due critiche fonda' mentali: i . c’è un grande contrasto tra la form a del kerygma negli Atti e quella nei vangeli scritti. Negli Atti s’incontrano discorsi adattati da Le, a diverse situazioni che usano la prima persona singolare e si rivol­ gono airuditorio alla seconda persona plurale, z . Quanto al contenuto, il ministero di Gesù appare nel kerygma solo in Le, 10 ,3 6 -3 9 , all interno di un discorso in cui Tmtervento redazionale lucano è notevole. Alcuni m otivi che Dodd attribuisce al kerygma - come l’esaltazione di Gesù alla destra di Dio, il suo imminente ritorno come salvatore e giudice, la chiam ata alla conversione e alla fede - o non si trovano nei vangeli o vi sono in una forma molto diversa da quella del kerygma. Inoltre, la parte narrativa del kerygma manca di una trama, che è invece essenziale nel vangelo. In proporzione, il racconto della passione occupa m Me, (14 -16 ) il 2,0% dell’opera e il ministero pubblico P 8o% . In A tti i o il riferimento a Giovanni e a Gesù occupa il zo% e il riferimento alla passione ]’ 8o% . z. M odello a?talogico e genere letterario riconducibile a ll3epoca Sulla base della storia della redazione, una sene di autori attribuisce ai redattori dei vangeli un ruolo maggiore, ricercando il modello letterario che essi seguirono nella composizione delle loro opere. Com e la maggior parte degli scritti neotestamentari, 1 vangeli devono essere classificabili in qualche genere letterario dell'epoca. L a ricerca di analogie è stata condotta in una duplice direzione. Paralleli sem itici. Nei libri dell Antico Testam ento, di norma, non si trovano riferimenti all’autore, la narrazione avviene in terza persona e vi è un rapporto con la tradizione. Queste importanti caratteristiche avvicinano i vangeli piu aJEA.T. che all’ellenismo. Si è anche cercato a mio avviso senza molto successo - di precisare meglio i modelli vete­ rotestamentari usati da Me. per com porre la sua opera. M .G. K lin e42 ritiene che Me, abbia usato il modello dell’ Esodo, che è una com binazione di discorsi e narrazioni; la funzione strutturale d ell’alleanza del Sinai nelPEsodo è assolta nei vangeli dal racconto della passione. Secondo D. L u h rm a n n * M e. ha concepito la sua biografia secondo il m odello, offerto d all’ Antico Testamento, della biografia del «giusto». N. Perrin nota i tratti apocalittici di M e. e 42,. T h e O i d T e s t a m e n t O r i g it t s a f t h è G o s p e t G e n r e : The Westminster Theological Journal 38 (I 9 7 5 - I 9 7 6} I-N2-7 - 4 3 Biographie des Gerecbten als Evangelium. Vorstetlungen zu etnem Markus Kommen- tan WuD NF 14 {19 7 7 } 2,5-50* Problemi aperti: il genere letterario e l’origine dei vangeli 83 considera questo vangelo un dramma apocalittico, paragonandolo alle pagine delPApocalisse di Giovanni. Altri autori, con diverse sfum ature, associano M e . alla mentalità e alla letteratura apocalittica.4^ Si è fatto spesso ricorso alla letteratura giudaica per spiegare alcune pericopi isolate, ma di recente si è tentato di spiegare la form a del vangelo come testo unitario a partire da questa letteratura. Per /. Bow ~ m a n la A g g a d à d i p a s q u a —racconto che iniziava con una promessa, continuava con la lotta del salvatore contro gli oppressori e terminava con una liberazione - fornì il modello del vangelo di M arco. Bowm an ha il merito di aver sottolineato il carattere narrativo della aggadà e il valore attuale dei fatti del passato che trasmette; le differenze con M e., tuttavia, sono molto rilevanti, ed è difficile che essa sia servita come modello immediato. Secondo M .D . G o u l d e r f 16 i vangeli hanno un’ origi­ ne liturgica e appartengono al genere del m id rash /7 M t. è uno sviluppo midrashico di M e . e serviva come lettura nei giorni festivi nel corso dell’anno. L e . è un midrash di M t . per la lettura del ciclo sabbatico annuale. M e . è un midrash di una serie di testi dell’Antico Testamento. M a una cosa è che i procedimenti derashici siano stati utilizzati dagli evangelisti (il che è un fatto accertato, cfr. cap. I, ii,zfc.c), un’altra, e molto diversa, che i vangeli possano essere catalogati puramente e sem­ plicemente come midrash. Goulder ritiene, inoltre, che la comunità cri­ stiana adotti i cicli sinagogali di letture sabbatiche e festive; in realtà resistenza e, a maggior ragione, la ricostruzione di questi cicli è, al momento, estremamente incerta. P a ra lleli e lle n is tic i . Si è proposta l’ analogia con la biografia greco-rom a­ na. M olti studiosi, specialmente anglosassoni, accettano questa opinio­ ne, sostenuta ed elaborata in particolare da C b.H > T a l b e r t / K N atu ral­ mente egli insiste sulla differenza tra il concetto moderno di biografia e4 78 56 44. N. Perrin, T h e L i t e r a r y G a t t u n g G o s p e t —S o m e O b s e r v a t i o n s : ET 82. (1570) 4-7; W. Kelber, T h e K i n g d o m in M a r k . A N e w P l a c e a n d a N e w T i m e , Pbiladelpbia 1974; H.C. Kee, C o m m u n i t y o f th è N e w A g e . S t u d i e s in M a r k ’s G o s p e t , London 1977. 45. T h e G o s p e t o f M a r k . T h e N e w C h r i s t i a n j e w ì s h P a s s o u e r H a g g a d a h , Leiden 1 9 6 $ . 4 6 . M i d r a s h a n d L e c t i o n in M a t t h e w , London 1974. 47. Sul m i d r a s h si veda la bibliografia citata alla n. 2,0 del capitolo precedente. Cfr. inoltre voi. 1, cap. x ii , i,ze; cap. x iii , 111,4; c voi. z> cap. x > n,z. 48. W h a t is a G o s p e t ? T h e G e m e o f t h e C a n o m c a t G o s p e i s , Philadelphia 1977; B i o g r a p h i e s o f P h it o s o p h e r s A n t iq u it y , and R u le r s a s In stru m e n ts o f R e lig io u s P ro p a g a n d a in M e d ite r r a n e a n in ANRW n, 1 6 ,i , 1 6 1 9 - 1 6 5 1 . Talbert definisce la biografia antica «prosa narrativa sulla vita di un personaggio, che, per rivelarne il carattere o l’essenza, narra presiinti fatti storici opportunamente scelti, spesso con il fine di influenzare la condotta del lettore» [ W h a t is a G o s p e t 17). Kòster e Talbert riconoscono concordemente una plura­ lità di tradizioni primitive, divergenti sotto il profilo letterario e teologico, che sono state assorbite dai vangeli. A parere di Talbert, tuttavia, gli evangelisti hanno usato il modello 84 Storia d eiPìnterpretazio ne e problemi aperti quello antico. Classificare i vangeli come biografie non implica alcun giudizio sulla loro storicità. Talbert stabilisce la classificazione dei vari tipi di biografie ellenistiche e avvicina 1 vangeli a quelle che cercavano di correggere immagini distorte del maestro e presentare un modo corretto di richiama rvisì. Lo sfondo dei vangeli è la disputa esistente nel cristia­ nesimo prim itivo sulla legittimità delle diverse tradizioni, ognuna delle quali presentava in modo differente Gesù e la vita cristiana. Gli evange­ listi ricorrono al modello della biografia per integrare diverse tradizioni e compiere una sintesi equilibrata dal punto di vista letterario e teologico evitando i riduzionismi e gli eccessi cui era esposta ogni tradizione con­ siderata isolatam ente.4* Anche D . E. A u n e$° ritiene che i vangeli siano un particolare tipo di biografia greco-romana. Queste biografie erano opere di autori con pretese letterarie, ma la cultura letteraria delle classi basse, in cui si devono collocare i vangeli, imitava le produzioni della classe alta. La biografia antica ricorre alla storia dì un personaggio come luogo in cui mettere in rilievo le sue virtù e attitudini m orali. Dal punto di vista storiografico troviamo una grande libertà e quel che importa è la plau­ sibilità di ciò che sì narra piuttosto che la sua corrispondenza ai fatti. Le biografie ellenistiche guardavano al passato come fonte dhnsegnamento per il presente, il che presenta un’analogia funzionale con i vangeli: questi sono teologia in forma narrativa come le biografie sono ideologia. I valori e le credenze cristiane sono personificate e storicamente legitti­ mate nella persona di Gesù e ciò corrisponde al significato che le antiche comunità greche e romane attribuivano alle figure dei propri fondatori. Aune riconosce che la narrazione delle biografie non è percorsa, di solito, da una trama come accade nei vangeli. Sa inoltre che il racconto della passione ha avuto un importanza capitale per l’origine dei vangeli, perché da esso deriva la trama che si estese e articolò l’ intera opera. 3. Per concludere M olte altre opinioni potrebbero essere citate ma quelle segnalate sin qui sono le piu rilevanti e, soprattutto, definiscono molto bene i termini del problema. letterario della biografìa por armonizzare e integrare le tradizioni; secondo Kòster, invece, i vangeli sono sviluppi del kerygma della morte e risurrezione, che aveva in se stesso una grande capacità di armonizzare punti di vista diversi. Entrambi gli autor' concordano nel ritenere che gli apocrifi non sono necessariamente deviazioni secondarie della forma cano­ nica, ma possono essere il risultato delio sviluppo autonomo di tradizioni primitive. 49. P.L. Shulet, A G e r i r e f o r t h è G o s p e l s . T h e B i o g r a p h i c a l C h a r a c t e r o f M a t t h e w ^ Philadelphia 1 9 8 z, sostiene Papparrenenza di Atfz. a un genere di biografia elogiativa, 1 e n c o m i o , che esalta meriti, virtù e insegnamenti del protagonista. 50. The New Testament in ite Literary Envtronment, Philadelphia 1986. B ib lio grafìa 85 È difficile trarre conclusioni da un problem a tanto complesso. La determinazione di un genere letterario è, in buona misura, prodotto di una convenzione sociale. Certo essa dipende da una serie di caratteristi­ che letterarie comuni a un gruppo di scritti, ma in fondo i confini dei generi e le opere che a essi vengono ascritte derivano da una convenzio­ ne sociale. Queste convenzioni, per giunta, possono mutare: diverse sono le classificazioni dei generi e possono cam biare spesso. L ’uso ha imposto i «vangeli» come un genere letterario autonomo. Se si trattasse soltanto di accettare ima comoda convenzione sociale, non ci sarebbero difficoltà; i problemi nascono quando questa viene giustificata sostenen­ done l'originalità letteraria: è in gioco la natura di questi testi e insieme il contesto storico-sociale in cui nacquero e quello delle comunità da cui derivano. Senza dubbio la fede attraversa tutto il racconto dei vangeli, che vogliono dare la parola al Risorto e favorire la fede. M a ciò non basta per fare dei vangeli un genere letterario a sé stante. Anche molte biografie dell’antichità mirano a rendere presenti le parole di un personaggio del passato, a legittimare una comunità e a conquistare adepti. Di fatto si dà circolarità tra l'idea che si ha delPorigine dei testi scritti definitivi e il genere letterario cui li si ascrive. I vangeli nascono al crocevia tra la cultura ellenistica e quella giudaica. Risulta chiaro che i vangeli suscitano alcune attese affini a quelle perseguite dalle biografie ellenistiche. Nel giudaismo dell'epoca non esiste un interesse simile per le vite dei rabbi. Resta vero però che la Lrama dei vangeli non trova paralleli nelle suddette biografie, il che ci spinge a rivolgere la nostra attenzione alla storiografia biblica. Qui troviam o il m iglior antenato della narrativa teologica che è la caratteristica tipica dei vangeli. Tuttavia i tentativi di trovare nella tradizione biblico-giudaica paralleli più pre­ cisi per il genere dei vangeli non sono soddisfacenti. G li evangelisti sono debitori della biografia ellenistica e insieme delia storiografia biblica. III. B I B L I O G R A F I A Nell'esposizione si sono citate via via le opere e gli autori più importanti nel dibattito attuale sullo studio dei sinottici. La bibliografìa seguente vuole essere funzionale e utile per gli studenti. Si tratta di una bibliografia scelta. Fondamentale strumento di lavoro è una sinossi dei vangeli: P. Benoit - M . E . Boismard - J . L . Malillos, S y n c p se des qu a tte E v a n g ile s en frangats avec p a r a l­ lèle$ des A p o c ry p h es et des P ères , z voli., Paris 1 9 6 9 - 1 9 7 2 , (ottima). Altro strumento di lavoro assai utile sono le concordanze del Nuovo Testa­ mento. In esse si trova qualsiasi parola e tutte le Ssue occorrenze insieme al contesto immediato, così da poter conoscere la frequenza dì ogni vocabolo e il lessico 8 6 Sto ria d e lP in te rp re ta zio n e e p ro b le m i aperti caratteristico di ogni vangelo. Evidentemente l’ ideale è il ricorso a concordanze in greco, W F . M oulton - A .S. Geden, A C o n co rd a n ce to thè G re e k Testam enti Edinburgh 1 8 9 7 ; ed, riv. 1 9 7 8 ; A . Sthmoller, lia n d k o n k o r d a n z zum g n e c h t - schen N eu en T estam en ti Stuttgart ' * 1 9 6 3 ; C o m p u ter C o n co rd a n ce to thè N o vum T estam en tum G ra sce, Berlin ■ N e w Y o r k * 1 9 8 5 ; cfr. anche J. d’ A r c - M . Bardy et al., L e co n co rd a n ze d e l Nwoi^o T estam en to, ed. it. a cura di G . Ghiberti e L. Pacomio, Torino Ti978n Una buona introduzione al N u o v o T e stam en to è un'opera di consultazione fondamentale. Presenta un approfondim ento della tematica trattata in queste pagine E. Lohse, D ie E n tstch u n g des N e u e n T esta m en ts , Stuttgart 41 9 8 3 (testo breve ma denso, rigorosamente allineato con i metodi storico-critici, sosteni­ tore convinto della teoria delle due fonti, esposta con una certa ampiezza. N o n sviluppa altre prospettive), A. W ikenhauser - J. Schmid, In tro d u z io n e al N u o vo T esta m en to , Brescia 1 9 8 1 (opera molto più volum ino sa della precedente, ma simile per quanto riguarda lo stile, appartenendo alla stessa tradizione di scuola tedesca). G . Sega Ila, P a n o ra m a sto rico d e l Nwoz^o T e sta m e n to , Brescia 3i 9 9 z ; P a n o ra m a lettera rio d e l N u o v o T esta m en to , Brescia G 9 9 1 ; P an o ram a te o lo g ic o d e l N u o v o T e sta m e n to , Brescia * 1 9 9 3 (è u n ’ introduzione semplice ai vangeli e non si addentra in grandi problemi), A. G eo rg e - P. Grelot, In tro d u ­ zio n e crìtica a l N u o v o T estam en to 1, R o m a 1 9 8 8 (l’ introduzione ai sinottici, opera di X . L é o n -D u fo u r, è un lavoro ampio, propone alcune prospettive al di Là dei metodi storico-critici; adotta, in genere, posizioni eclettiche; si trova nel voi. 2: L 'a n n u n c io d e l v a n g e lo , R o m a * 1 9 8 4 , 1 1 - 2 2 , 4 ) . J* A un eau e altri, Et/an- g e lio s S in ó p tic o s y H ech o s de los A p ó s to le s , M a d r i d 1 9 8 3 (l’ introduzione è dovura a G o urgues e Gharpentier; opera chiara, si attiene alla linea dei metodi storico-critici senza addentrarsi in discussioni né aprire altre prospettive). Segnaliam o anche E. Schweìzer, In tro d u z io n e te o lo g ic a a l N u o v o T esta m en to , Brescia 1 9 9 2 (l’ autore precisa che la sua si differenzia dalle introduzioni c o n ­ suete, perché le questioni storiche e letterarie, pur non trascurate, fungono da base per conoscere le affermazioni teologicamente rilevanti degli scritti neo­ testamentari). È importante conoscere i metodi esegetici nella loro applicazione ai sinottici. Le brevi esemplificazioni presentate nel testo possono essere ampliate ricorrendo a tre opere: H . Zim m erm ann, N eu testa m sn tlich e M eth o d e n le h re . D arstellu ng d er h isto n sc h -k n tisc h e n M eth o d en , rielaborato da K. Kliesch, Stuttgart 71 9 8 2 (opera ben fatta e chiara. C o m e indica il titolo, è limitata ai metodi storico­ critici. In successive edizioni tedesche sono stati aggiunti alcuni metodi sincro­ nici); VC7. Egger, M eto d o lo g ia del N u o v o T estam en to, In tro d u z io n e allo studio scientifico d e l N a tivo T estam en to , Bologna 1 9 8 9 (sommamente raccom andabi­ le; presenta sia il metodo diacronico sia quello sincronico, nelle diverse fasi: suggerisce una pluralità di metodi; molto chiaro); W. Stenger, M eto d o lo g ia b ib lica , Brescia 1 9 8 1 (integra il metodo diacronico e quello sincronico. Molti esempi sono tratti dai vangeli smottici). Inoltre va ricordato J. Delorme, D e s E v a n g ile s à Jé s u s , Paris 1 9 7 2 (introduzione semplice, didattica e ricca di esempi). Sui metodi si veda anche il voi. 2, cap xm . B ib lio g rafia 87 T r a i classici della scuola di storia delle forme si segnalano M . Dibelius, D ie Form geschìchte des E va n g e liu m sy Tiibingen 1 9 1 9 ( * 1 9 7 1 ) ; della scuola scandi­ nava, B. Gerhardsson, L e o rig in i d elle tra d iz io n i ev a n g e lic h e : Studi di teologia dell’ Istituto biblico evangelico z ( 1 9 7 9 ) n, 5, 4 - 1 0 8 (opera breve e interessante in cui, oltre alla rassegna delle critiche ricevute dalle sue opere precedenti, Pati­ tale espone il proprio pensiero con gran profondità di giudizio; questo libro funge da contrappunto necessario all'opera di Dibelius sopra citata). Due opere intendono presentare l'introduzione ai vangeli badando sempre a confermarne la storicità; rispondono più a una esigenza di teologia fondam en­ tale e di orientamento apologetico che alPinteresse per Pintroduzione ai testi e alla loro lettura: J. C a b a , D a i va n g eli a l G esù sto rico , R o m a 1 9 7 0 ; R. Latourefle, A G esù attraverso i van geli. Storia e d erm en eu tica , Assisi 3i 9 8 8 . P. Grelot è un biblista molto esperto, di solida cultura e molto equilibrato, che ha reagito contro certe tendenze di orientamento fondamentalista recentemente sorte in Francia. Al proposito ha scritto due opere, in cui accetta i metodi sto­ rico-critici per mostrarne la fecondità religiosa e pastorale. Egli scopre nelPevoluzione della tradizione un'intenzione di fede e mostra come un'esegesi autentica deve esplicitare Pintenztonalità religiosa che anima profondamente tutti ì testi: L e N o u vea u T estam enti voi. 7 . L e s p a ro les d e Je s u s C h rist , Paris 1 9 8 6 ; voi. 6 . E va n g iles et H isto ire , Paris 1 9 8 6 (la prima delle opere citate è dedicata alle parole di Gesù, la seconda al materiale narrativo; entrambe presentano una serie di riflessioni sulla natura dell’esegesi dei vangeli e sul rapporto fra la tradizione evangelica e la storia). Dello stesso autore, L e s E va n g iles. O rig in e , date> h isto- ricité (Cahiers Evangile 4 5 ) , Paris 1 9 8 3 (presentazione breve, ma molto ben fatta, della natura dei vangeli soprattutto per ciò che riguarda il loro rapporto con la storia). Parte seconda Il vangelo secondo Marco A ntonio Rodriguez Cannona Attualmente Me. è considerato i] più antico dei quattro vangeli e, in un modo o nell’altro, un’opera utilizzata come fonte da Mt. e Le. Perciò, sul piano m etodologico, lo studio dei sinottici deve iniziare con que­ st’opera, che è stata un poco la cenerentola nel giudizio e nello studio della chiesa: prima dimenticato e accantonato, poi, a partire dal secolo x v i i i fino ai giorni nostri, elevato al rango di opera fondamentale per lo studio dei vangeli. Questa introduzione si sviluppa in tre fasi. La prim a (cap. in) esamina i diversi aspetti di carattere letterario (lingua, stile, struttura, genere letterario), la seconda (cap. iv) studia il contenuto teologico e infine la terza (cap. v) è dedicata all’origine dell’opera (autore, destinatario, fon­ ti, finalità) offrendo al termine una panoram ica sulla storia della ricerca e una bibliografia generale. Capitolo in La dimensione letteraria La lettura approfondita di un testo che ci è fam iliare, in questo caso un vangelo, esige uno sforzo di distanziamento critico che ne analizzi in primo luogo le caratteristiche letterarie e quindi i grandi temi che con­ tiene. Questo capitolo è dedicato al primo punto. Inizia ponendo il problema della sua affidabilità testuale (critica testuale) e prosegue esa­ minando il contenuto, lo stile e il modo in cui sono coordinati i mate­ riali. Si conclude con lo studio della struttura generale dell’ opera e del genere letterario cui appartiene. Tutto ciò consentirà una prima lettura dell’opera come unità letteraria. I. I L T E S T O 1 . Crìtica testuale Il vangelo secondo M arco fu scritto originariamente in greco e, secondo le conclusioni della critica testuale, il suo testo originale ci è giunto in form a completa e in condizioni sostanzialmente buone, attestato in papiri, manoscritti, traduzioni, lezionan e testimonianze indirette di scrittori ecclesiastici che risalgono agli inizi del I I I secolo (cfr. il papiro 45, del primo terzo del in secolo, che contiene soltanto frammenti, e i mss. Sinaitico e Vaticano, entrambi del I V secolo, che lo contengono in versione integrale). Consta di 1 6 capitoli ( i,i- r 6 ,8 ) , con un’ appendice (16 ,9 -20) aggiun­ ta in epoca molto antica, poiché vi sono indizi della sua esistenza dal­ l’anno 15 0 . Nemmeno i versetti 7 ,16 ; 9,44.46; 1 1 ,2 6 ; 15 ,2 8 apparten­ gono all’opera prim itiva e perciò non sono autentici. 2. Contenuto L ’ opera ha carattere narrativo e tratta delle azioni e della predicazione di Gesù di Nazaret. Dopo una breve introduzione in cui vengono presentati Giovanni Batti­ sta, il battesimo e la tentazione di Gesù, il racconto si concentra sull’attività di Gesù in Galilea, nella quale si compie la maggior parte delle attività di Gesù; in seguito si narra brevemente il viaggio in Giudea e a Gerusalemme, e ancora una volta al centro è Pattività di Gesù in questa città, in cui muore e viene annunciata in modo brusco, al versetto 1 6 , 8 , la sua risurrezione. L a narrazione è composta 92 L a d im e n s io n e letteraria dì circa 9 5 racconti e si estende per 1 1 2 2 , 9 Q 1 1 2 4 2 parole (secondo le differenti suddivisioni e contenuti delle varie edizioni critiche), per cui si tratta del più breve dei quattro vangeli. Di fatto quasi l’ intero contenuto di fatta eccezione per una cinquantina di versetti di materiale proprio, è narrato anche in Mt. e Le. 1 racconti sono in genere unità narrative complete in se stesse, di diversi tipi o «forme»: racconti biografici di vario genere, teofanie, racconti di miracoli, para­ digmi, parabole e altri insegnamenti, uniti il piu delle volte dalla congiunzione copulativa kai (e), raramente da de (ma, e) e qualche altra volta da altre risorse letterarie, in particolare da sommari-annunci, che presentano in breve ciò che si sta per narrare. Se ne ricava l’ impressione di un insieme di racconti prodotti e messi in circolazione in forma indipendente, integrati in un secondo momento in quest'opera coi procedimenti letterari sopra descrìtti. L o si verificherà qui di se guito prendendo in esame la lingua, lo strie e i diversi modi di collega re i racconti. 3. Lingua e stile.1 L ’ opera è scritta in un greco popolare (koinè) con influssi semitici, tratto tipico dei paesi semitici bilìngui dell’ Oriente, come la Siria-Palestina e l’ Egitto. D a un punto di vista stilistico Me. sì caratterizza per un uso poco accurato del lessico, per la disinvoltura nell’ uso della sintassi e per il realismo dei suoi racconti che, malgrado tutte le imprecisioni grammaticali, catturano sin dal primo momento l ’attenzione del lettore. a) Il lessico* consta di 1 3 4 5 parole, 60 delle quali sono nomi propri e 7 9 sono hapax, cioè attcstate una sola volta nel N u o v o Testam ento * C o n questo il l i Per il greco e lo stile specifico di Me., cfr. P. Dschulnigg, S p r a c h e . R e d a k t i o n u n d In te n tio n d e s M a r k u s -E v a n g e liu m s . E ig e n t u m lìc h k e it e n d e r S p r a c h e d e s M a r k u s -E v a n g e l ì u m s u n d i b r e B e d e u t u n g f a r d i e R e d a k t i o n s k n t ì k , Stuttgart 1 9 8 6 ; J.Gfi. Doudna, T h e , G r e e k o f t h e G o s p e l o f M a r k , P M a d e l p h i a 1 9 6 1 ; J . C . H a w k i n s , H o r a e S y n o p t i c a e , Oxford 1 8 9 8 , * 1 9 0 9 ; G . D . K i l p a m e k , numerosi arctcoli tn J T S 4 2 ( 1 9 4 1 ) i 8 r - i 8 6 ; 4 4 ( 1 9 - 1 3 ) 2 4 ­ 3 6 ; 4 6 ( 1 9 4 5 ) 1 9 1 s.; J T S N S 9 ( 1 9 5 8 ) 8 1 - 8 6 ; 1 1 ( i 9 6 0 ) 3 3 8 - 3 4 0 ; 1 7 ( 1 9 6 6 ) 6 7 - 6 9 ; F. Neirynck, D u a l i t y in M a r k . G o n t r i b u t i o n s t o t h è S t u d y o f t h è M a r k a n R e d a c t i o n , Louvain 1 9 7 2 , ried. 1 9 8 8 ) ; N . R . Petersen, L i t e r a t y C r it t c t s t n f a r N e w T e s t a m e n t C r i t i c s , Philadelphia 1 9 7 8 ; E . j . Pryke, k e d a c t i o n a l S l y ì e n i t h è M a r k a n G o s p e l , Cambridge 1 9 7 8 ; D. Rhoad D. Michie, M a r k a s a S t o r y . A n I n t r a d u c t i o n t o t h è N a r r a t i v e o f a G o s p e l , Philadclphia 1 9 8 2 ; V . K . Robbins, J e s u s t h è T e a c h e r . A S o c i o - R h e t o r ì c a l I n t e r p r e t a t i o n o f M a r k , Phìladelpbia 1 9 8 4 ; W . Tel for d, T h e I n t e r p r e t a t i o n o f M a r k . I n t r o d u c t o r y E s s a y , Pbiladelphia 1 9 8 5 ; C . H . Turner, M a r c a n U s a g e : N o t e s , C r i t i c a i a n d E x e g e t i c a t , o n th è S e c o n d G o s p e lt JT S 25 ( 1 9 2 3 / 2 4 ) 3 7 7 - 3 8 6 ; 26 ( 1 9 2 4 / 2 5 ) 1 2 - 2 0 ; 1 4 5 - 1 5 6 . 1 2 5 - 2 4 0 . 3 3 7 3 4 6 ; 2 7 ( 1 9 2 5 / 2 6 ) 5 8 -6 2 ; 28 ( 1 9 2 6 / 1 7 ) 9 -3 0 . 3 4 9 - 3 6 2 ; 29 ( 1 9 2 7 / 2 8 ) 2 7 5 - 2 8 9 . 3 4 6 - 3 6 1 ; N. Turner, A G r a m m a r o f N e u / T e s t a m e n t b y J a m e s H o p e in { S y n t a x ) e jv [ S t y l e ) , Edinburgh 1 9 6 3 e 1 9 7 6 ; cfr. inoltre T h e U n t q u e C h a r a c t e r o f B i b l i c a ! G r e e k : VT' 5 ( 1 9 5 j) 2 0 8 - 1 1 3 ; ] . Sundwali, Z u s a m m e n s e t z u n g d e s M a r k u s e v a n g e t m m s i A età Academiae Aboensis, H u m a m o r a i x ( A b o 1 9 3 4 ) , 1 8 6 ; M. Z e i w i c k , U n t e r s u c b u n g e n z u m M a r k u s - S t t l . E i n B e i t r a g z u r s t i i ì s t i s c h e n D u r c h a r b e ì t u n g d e s N e u e n T e s t a m e n t o , R o m a 1 9 3 7 . Sotto (111,3: ^Problemi aperti») si trova una analisi storico-crìtica di questa bibliografia. 2. R. M o r g en t h a l e r , S t a t i s t i k d e s n e u t e s t a m e n t l i c h e n W o r t s c h a t z e s , Z ù r i c h - Frankfurt a.M. 1 9 5 8 , 1 6 4 . 3. Di questi 79 hapax, 4 1 sono attestati nei L X X e 7 sono hapax nella loro stessa opera. Il resto 93 vocabolario l ’ autore com pone u n ’ opera di 112 .4 2 , parole, cosicché la media d ’impiego delle parole è più alta che negli aln i vangeli ( 1 1 Z 4 Z ; 1 3 4 5 = 8 , 3 5 ) . Tuttavia Me. presenta irregolarità nell’ uso; tir. i dati seguenti: attribuisce significati diversi a una stessa parola, come guardare (periblepo), che usa con tre valori diversi: guardarsi intorno con indignazione (3,5), o richia­ mando l’attenzione degli uditori (3,34; 10,2.3) 0 Per cercare, per esaminare (5,31; 9,8; 1 1 , 1 1 ) ; ripete costantemente una serie di parole come avere (ech o , 69 x), uno (fi/s, 38 x), di nuovo (palìn , z8 x), sino al punto che queste diventano intercalari privi di un valore autonomo, come Pavverbìo «subito» (euthys, 6 z x), il verbo com in­ ciare (arebo , z j x), l’ aggettivo molto (potys, 60 x) ecc.H u s a u n a s e r i e di d i m i n u t i v i di c a r a t t e r e p o p o l a r e , c o m e f i g l i o l a ( th y g a trio n , 5 , 2 , 3 ; 7 , 2 , 5 ) , f a n c i u l l a t a ( k o ra sìo n , 5 , 4 1 . 4 2 . ; 6 , z z t z 8 ) , c a g n o l i n o ( k y n a rio n , 7 , 2 . 7 s . ) , b r i c i o l a ( p s y c h io n , 7 , 1 8 ) , p e s c i o l i n o (ich th yd io n , 8 , 7 ) , o r e c c h i e t t a (otarion , T4 ,4 7 )‘> {krabbatos, z , i i ), c i t t à i n s i s t e n z a {ekpenssos, 1 4 , 3 1 ) ; usa p a r o l e del r e g i s t r o s tilis tic o b a s s o , c o m e le ttin o d ei-cìrco n d ario {kom opoleÌst 1 , 3 8 ) , co n -g ran d e presenta semitismi, in particolare aràmaisiru,4 5 per lo più in riferimento alla topografia, l’ onomastica e le istituzioni d ’ Israele, come thaiassa nel senso di lago, oros nel senso dell’ aramaico tour, monte o cam pagna contrapposto a città, Barabbas, Barthotom aio *, Barttmaios, Thom as , Satanas, Bethsaida , Gennesaret , Golgotha, Kafarnaoum , pascha, sabbato ; ricorre, inoltre, ad alcuni latinismi provenienti dal linguaggio tecnico milita­ re, commerciale e giuridico, come dentinoti , denaro; kentyrion , centurione; le- gton, legione; m odios , moggio; xestes , straniero; spekoulator, sentinella; fragelloun , flagellare; in due casi introduce parole di origine latina per spiegare parole greche: «due lepta cioè un kodrantes » ( i z , 4 z ) ; «1 interno del palazzo, che è il praitòrion » ( 1 5 , 1 6 ) ; singolare, infine, è l’ impiego di 46 parole proprie del linguaggio cristiano, tra cui keryssein , proclamare; m ysterion , mistero; ho logos (in senso assoluto), la parola; euaggeitott, vangelo; boi dodeka, i dodici. b ) La sintassi è quella tìpica del linguaggio popolare, poco elaborata sul piano stilistico. Predomina la paratassi ed è scarso l’ uso di congiunzioni com e frequen­ te l ’ impiego dell’ asindeto o omissione della congiunzione nella costruzione di una subordinata; Me. adopera spesso il plurale impersonale o l’ astratto «gente» come soggetto del verbo, l’ anacoluto o frase incompleta, le forme perifrastiche del verbo, l’ unione di due o più participi, la doppia negazione, l’ uso, tutto so m ­ mato corretto, delle preposizioni ecc. c) Q uanto alla presenza di sem itism i,6 si conviene universalmente nel ricono­ scere che M e. ne usa, ma è in discussione l'ampiezza del fenomeno (riguarda solo 4- Cfr. Mf.: 18305 : 1691 - io,8z; Lc.\ 19404 ; 2055 = 9*44; Gv.: 15240 : 1 0 1 1 = 15.07, cfr. tuttavia la lerrera agli Ebrei: 4951 : 1038 = 4,76. 5- Cfr. la lista di 2,1 parole aramaiche in H.P. Riiger, Die lexìkalischen Ayamàismen i/n Markusevangelìttm, in H, Cancik (ed.), Markus-Phìiologiet TQbingen 1984, 73-84. 6. Sui semitismi in Nic. cfr. M. Borrows, Mark*s Tran sitions and thè Tramlatton Hypothesis: JBL 48 (1919) 1 1 7 - 1 2 3 ; E.C. Maloney, Semine interference in Markan Syntax, 94 L a d im e n sio n e letteraria il lessico e la fraseologia o anche la sintassi?) e la sua origine (traduzione da una fonte semitica? aramaismi ed ebraicismi derivano da un influsso o dall imitazio­ ne dell'Antico Testamento greco? c'è un'influenza della lingua madre semitica dell'autore? si tratta di un greco ecclesiastico giudaizzante o di un gergo della comunità cristiana?). Vengono di solito considerati semitismi la tautologia o ripetizione, la paratassi, l'asindeto, la collocazione del verbo all'Inizio della fra­ se, l’uso irregolare dell’atticolo determinativo, Poso del numerale cardinale al posto delPordinale, Puso del numerale het$, uno, o del sostantiva a n th rop os, uomo, al posto delPindefìnito tis, Puso delia perifrastica, il plurale impersonale, ìl casus p en d en s seguito da un pronome ridondante* Si tenga presente che questi semitismi, perlopiù aramaismi, non sono tali in senso assoluto, poiché molti sono attestati nella k o in è; il tratto semitico consiste nella frequenza delle occor­ renze in M e. d ) L o stile e popolare e vivace, proprio della lingua parlata, che, prescindendo dalle scorrettezze grammaticali, riesce a mantenere vivo Pinteresse, grazie alPimpiego di una serie di procedimenti letterari che conferiscono alla narrazione un ritmo serrato: l ’ uso frequente del presente storico ( 1 5 1 x) c dello stile diretto che, insieme all'impiego massiccio di participi (cfr. 5,2,5 5.), rende visibile e presente l'azione agli occhi del lettore. Le idee vengono d'altra parte sottolineate mediante il casus p e n d e n s (cfr. 6 , 1 6 ) , i pleonasmi, la ripetizione della stessa frase da parte dei diversi interlocutori (cfr. 2 ,5 7 . 9 . 1 0 ) , i sinonimi e le perìfrasi, la ripetizione dì parole o Puso di parole della stessa radice, la doppia negazione (cfr. 5 ,3 ), la doppia interrogativa (cfr. 1 , 2 4 ) . Allo stesso modo le proposizioni esplicative (cfr. 5,42!]), l'insistenza sui particolari (cfr. 5 , 4 3 b) e sui sentimenti dei personaggi (cfr. 3,4 s.) contribuiscono a mantenere vivo Pinteresse e a otte­ nere descrizioni vivide. Tutto ciò suggerisce che ci troviamo di fronte a un’ opera scritta non tanto per essere letta, quanto per essere ascoltata. Nei racconti si usa talvolta l'inclusione, cioè un racconto delimitato da una stessa idea ripetuta all'inizio e alla fine (33,35-37); altre volte troviamo una domanda retorica che funge da introduzione, una frase corale come conclusione e la divisione ternaria del racconto ( 1 4 , 3 2 - 4 2 ; 1 4 , 6 6 - 7 2 ) . e) R a g g ru p p a m en ti . L'opera è strutturata in piccole scene, solitamente c o m ­ piute in se stesse, che si succedono una dopo l ’altra. Queste scene sono organiz­ zate in sequenze, in genere di forma vaga e imprecisa dal punto di vista crono­ logico e topografico, visto che sono per lo più collegate da «e», «e subito», e 4 verbo di movimento (cfr. enrra/entrano, esce/escono, giunge/giungono), «e di n u o vo », espressioni che spesso coincidono con cambi di luogo e con l'ingresso sulla scena di nuovi personaggi. A parte questo modo di collegare gli eventi Ira loro, generico e poco adatto a creare una sequenza drammatica, M e. impiega sommari, scene collettive, reazioni, resoconti conclusivi, annunci profetici, bloc­ chi ternari e motivi teologici ricorrenti come la rivelazione di Gesù e le reazioni degli ascoltatori. Per mezzo dei so m m a ri , Fautore annuncia lo sviluppo che segue Chico, Cai. 19 8 1; M. Raiser, Syntax und Stil des Markusevangeltumì, Tiibingen 1984; C. Tresmontant, Le Chrisl hébren. La langue et l'àge des Evangiles, Paris 1983; J. Carmignac, La nascita dei Vangeli sinotticit Cinisello Bals. 1985; cfr. la replica di P. Grelot, L'origine dei Vangeli. Controversia con J . Carmignac, Roma 1989. Il t e s t o 95 (sommari-annuncio) o generalizza il racconto appena concluso (sommario gene­ rale, 1 , 3 2 - 3 4 . 3 9 ; 4 , 3 3 s.) o le sue conseguenze ( 1 , 2 8 ) . Le scene collettive c o m ­ paiono alla fine di un racconto per presentare la reazione dei presenti, che viene così suggerita dall’ autore ai lettori {cfr. 1,27; 2,i2b ; 7,37 ecc.). Le reazioni hanno la stessa funzione al termine dì una sequenza ( 3 ,6 ; 6 , 1 -6a; 8,2,7-30); un tipo di reazione sono i racconti conclusivi pei mezzo dei quali l’ autore indica un p r o ­ cesso che si sta compiendo (7,31-37; 8,22-2,6) o che deve compiersi ( 1 0 , 4 6 - 5 2 ) , presentando perciò il racconto in forma allegorica. Gli annunci ( 8 , 3 1 ; 9 , 3 0 - 3 2 ; 1 0 , 3 2 - 3 4 ) si riferiscono alla morte e risurrezione e strutturano i capitoli 8 , 3 1 ­ 10 ,52. I blocchi minori conseguono da molti dei procedimenti ricordati, impiegati singolarmente o insieme ad altri: blocco di scene realizzato mediante riferimenti cronologici e/o topografici: cfr. deserto Giordano ( 1 , 2 - 1 3 ) , viaggio a Gerusalemme ( 1 0 , 1 - 5 2 ; cfr. 1 0 , 1 . 1 7 . 3 2 . 4 6 . 5 2 ) , una giornata a Cafarnao ( 1 , 2 1 - 3 8 ; cfr, 1 , 2 1 . 2 9 . 3 2 . 3 5 ) , attività nei pressi del lago U ^ - 5 .4 3 ; cfr. 4 . I - 3 5 Ì 5 .1 -2-1 ); blocco organizzato per argomento e/o forma letteraria, come 2 , 1 - 3 , 6 (argo­ mento) e 1 1 , 2 7 - 1 2 , 3 7 (argomento, topografia e cronologia), 4 , 1 - 3 4 (argomento, cronologia e topografia), 1 3 , 1 - 3 7 (argomento, cronologia e topografia), 1 4 - 1 5 (argomento, cronologia e topografia); frequente è il blocco ternario: cfr. l’ introduzione ( 1 , 1 - 1 3 ) , tre giorni prima della passione e tre visire a Betania ( 1 1 - 1 3 ) , tre dispute a Gerusalemme con tre gruppi ( 1 1 , 2 7 - 1 2 , 2 7 ) seguite da tre momenti d’ insegnamento ( 1 2 , 2 8 - 4 4 ) , 1 tre giorni della passione ( 1 4 - 1 5 ) , tre volte compare il tema abbandono-tradimento nell’ ultima cena ( 1 4 , 1 7 - 3 1 ) , tre volte il tema tempio-figlio durante la passione ( 1 4 , 5 8 . 6 1 s.; 1 5 , 2 9 . 3 8 s.), lo schema delle ore è ternario ( 1 5 , 2 5 . 3 3 . 3 4 ) , lo scher' no da parte di tre gruppi ( 1 5 , 2 9 - 3 2 ) , tre allusioni alle donne ( 1 5 , 4 0 . 4 7 ; i 6 , r ) ; cfr. inoltre le tre rivelazioni a un gruppo di tre discepoli ( 5 , 3 7 ; 9 , 2 ; 1 4 , 3 3 ) ; blocco ottenuto mediante parole-gancio (cfr. 9 , 3 3 - 5 0 ; cfr. inoltre la topografia); blocco introdotto da un sommario-annuncio (cfr. 1 , 3 9 che introduce 1 , 4 0 - 4 5 ; 1 0 , 1 che introduce gli insegnamenti del viaggio verso Gerusalemme); costruzione chiastica o sequenza a + b + b' + a' (cfr. 3 , 2 0 - 3 5 ) ; inclusione o sequenza a + b + a’ (cfr. 5 , 2 1 - 4 3 ; 1 1 , 1 2 - 2 5 ) ; sequenza «in pubblico / in privato (in casa)» ( 4 , 1 - 3 4 ; cfr. 4 , 1 0 . 2 6 . 3 3 s.; 7 , 1 ­ 2 3 ; 7 , 1 . 1 4 . 1 7 ; 9 , 1 4 , 2 9 ; cfr. 9 , 1 4 . 2 8 ; 1 0 , 2 - 1 2 ; cfr. 1 2 , 2 . 1 2 ; 1 0 , 1 7 - 3 c fr- 1 0 , 1 7 . 2 4 ; 1 3 , 1 - 3 7 ; cfr. 1 3 , 1 . 3 ) . I blocchi maggiori sono strutturati da procedimenti simili: dal punto di vista geografico appaiono due blocchi: Galilea ( 1 , 1 4 - 9 , 5 0 ) e Gerusalemme ( 1 1 - 1 6 ) ; soltanto quest’ ultimo blocco ( 1 1 - 1 6 ) è strutturato dal punto di vista cron o lo ­ gico, per quanto in maniera imperfetta: non è possibile seguire l’ avvicendarsi di tutti gli eventi (cfr. 1 1 , 1 , 1 2 . 1 9 . 2 0 ; 1 4 , 1 . 1 2 . 1 7 ; 1 5 , 1 . 2 5 . 3 3 . 4 2 ; 1 6 , 1 ) ; i sommari-annuncio sono importanti perché consentono di ottenere grandi blocchi: 1 , 1 (Gesù messia e figlio di Dio), che conferisce unità all’ opera intera (cfr. 8 ,2 9 : messia; 1 5 , 3 9 : figlio di Dio); 1 , 1 4 - 1 5 , che annuncia e prepara Pepisodio 1 , 1 6 ss.; 3 , 7 - 1 2 introduce 3 , 1 3 ss.; 6,6b introduce 6 ,7 ss.; 96 L a d im e n sio n e letteraria allo stesso modo i tre annunci della morte e risurrezione ( 8 , 3 1 ; 9 , 3 0 - 3 2 ; 1 0 , 3 2 ­ 3 4 ) seguiti da sequenze di contenuto etico danno una struttura al blocco piu ampio ( 8 , 3 0 - 1 0 , 5 2 ) ; in quest’ ultimo contesto compare anche il blocco ternario e ancora in 1 , 1 4 8 , 3 0 (tre volte si trova la sequenza so m m an o + scena di discepolato + materiali vari + scena di reazione: 1 , 1 4 - 3 , 6 ; 3 , 7 - 6 , 6 2 ; 6 ,6 b -8 , 3 o ) ; è infine importante la funzione di alcuni temi, in particolare la rivelazione di Gesù e le reazioni di fronte a lui. A proposito del primo tema cfr. 1 , 1 (messia e figlio di Dio), 1 , 1 1 (figlio), i , z 4 (santo di Dio), 3 , 1 1 (figlio di Dio), 5 , 7 (figlio dell’ Altissimo), 8,Z9 (messia), 9 , 7 (figlio), 1 4 , 6 1 - 6 2 (messia, figlio del Benedet­ to), 1 5 , 3 9 (figlio di Dio). Quanto alle reazioni che conferiscono unità ad alcuni blocchi cfr. il tema della reazione degli scribi-farisei, che collega i racconti di 2 , 1 - 3 , 6 ; la reazione del popolo presente in quelli di 3 , z o - 6 , 6 a ; la reazione dei discepoli in 6 , 7 - 8 , 3 0 e 8 , 3 1 - 1 6 , 1 8 . II. S T R U T T U R A L E T T E R A R I A Il contenuto di Me. non è solo articolato in unità minori e maggiori, tutto Pinsieme costituisce un’ unità ben strutturata che cercheremo di determinare sulla base di criteri letterari oggettivi, per evitare i sogget­ tivismi tanto frequenti in questo tipo di indagini/ I criteri oggettivi che spiegano meglio la disposizione generale e particolare di tutto il mate­ riale sono i mezzi letterari sopra esaminati, che M e. impiega per creare un insieme vivo, in particolare 1 som m ari, le reazioni e gli annunci. Insieme a questi la topografia e la cronologia, le quali, se impiegate da sole non costituiscono un criterio valido per evidenziare nettamente tutta la struttura, ma svolgono un ruolo complementare e trovano una spiegazione coerente. r. Articolazione generale L ’opera inizia con un sommario-annuncio ( 1 ,1 ) che annuncia, a m o’ di tesi, ciò che intende sviluppare: vangelo di Gesù, messia e figlio di Dio. 7 . Cfr. D . Blatherwick, The Markan Silhouette: N T S 1 7 ( 1 9 7 0 / 1 9 7 1 ) 1 8 4 - 1 9 2 , ; R. Butterworth, The Composition of Mark 1 - 1 2 : HeyJ 1 3 ( 1 9 7 2 ) 5-2.5; C h . H . D o d d , The Framework of thè Gospel Narrative: E T 4 3 ( 1 9 3 1 / 3 2 ) 3 9 6 - 4 0 0 ; C h . E . F a w, The Outline of Mark: The Journal o f Bible and Religioni 2 4 ( 1 9 5 6 ) 7 2 - 8 2 ; 2 5 { 1 9 5 7 } 1 9 - 2 3 ; I. de la Potterie, De composìtione Evangelio Marci: V D 44 ( 1 9 6 6 } 1 3 5 - 1 4 1 ; R. Lafonfaine - P. Mourlon Beernaert, Essai sur la structure de Me 8,27-9113: R S R 5 7 ( 1 9 6 9 ) 5 4 3 - 5 6 1 ; J. Radermakers, L ’évangile de Marc. Structure et théologie, in M . Sabbe (ed.), L ’Evangile selon Marc, Gembl oux 1 9 7 4 , 2 2 1 - 2 3 9 ; H. Riesenfeid, Traditicn und Redaktion im Markusevangelium, in Neutestamentliche Studiai fur R. Bultmann, Berlin * 1 9 5 7 , 1 5 7 - 1 6 4 ; On thè Composi­ tion of thè Gospel of Mark, in The Gospel Traditio?i, O x f o r d 1 9 7 0 , 5 1 - 7 4 ; J. F. Rivera, Una estructura en la redacción de Marcos: RevBib 2 9 ( 1 9 6 7 ) i - z i ; S. H. Smith, The Literary Structure o f Mark 1 1 ,1 -1 2 ,4 0 : N T 3 1 ( 1 9 8 9 ) 1 0 4 - 1 2 4 ; R. Trevijano, E l pian del Evangelio de san Marcos: Burgense 1 4 { 1 9 7 3 ) 1 - 3 2 . S tru ttu ra lettera ria 97 Questi due titoli appariranno in scene di professione di fede, in cui Gesù è proclam ato messia (8 ,17 -30 ) e figlio di Dio (15 ,3 9 ). Queste due scene, perciò, dividono l'insieme in due grandi parti, Luna orientata al messia­ nismo ( 1,1-8 ,3 0 ) e l'altra alla figliolanza divina di Gesù (8 ,3 1-16 ,8 ). Il contenuto conferma questa divisione, poiché la prima parte è dominata dai temi del messia e del regno di Dio e la seconda dal tema della passione e della morte. Ciò può essere conferm ato e precisato alla luce di altri criteri letterari e topografici: dal punto di vista geografico la prima parte, più esattamente da 1 , 1 4 a 8,30, è centrata in Galilea, mentre la seconda è orientata verso Gerusalemme: razione è situata prima attraverso la Galilea e la Giudea, sulla via verso Gerusalemme, poi a Gerusalemme. Per quanto riguarda i vv. 1 , 1 - 1 3 , essi sono intro­ dotti dalla parola arche, principio, e i tre racconti che presentano p os­ sono essere considerati un prologo o un trittico introduttivo. 2. Suddivisioni Dal punto di vista letterario si trova nella prima parte la triplice ripeti­ zione di una sequenza form ata da un som m ario-annuncio, seguito da una scena di discepolato; seguono scene varie e si termina con una reazione: sommario 1,14 -15 3 >7 " I Z 6,6b + + + -1- discepoli 1,16 -2 0 3y1 3 19 G 7-13 + + + + sviluppo reazione ~5j4 3 + + + 6 ,14 -8 ,2 6 -h 8 ,2 .7 -3 0 3 jì o 3,6 6,i-6a Le reazioni sono collegate ai tre grandi gruppi di interlocutori di Gesù: dirigenti, popolo e discepoli, che del resto sono gli interlocutori ricorda­ ti più spesso in ciascuna delle sequenze corrispondenti. Per tutti questi motivi la prima parte può essere suddivisa in 1 , 1 - 1 3 ; 1 ,1 4 - 3 ,6 ; 3 ,7 -6 ,6a; 6,6b-8,3o. La seconda parte può essere suddivisa sulla base di criteri letterari, cronologici e di contenuto. Anzitutto appaiono i tre annunci della morte e risurrezione seguiti da una serie d ’insegnamenti; tutti sono situati in Galilea-Giudea, sulla via per Gerusalemme ( 8 ,3 1- 10 ,5 2 ; cfr. le allusioni alla via: 9 ,3 3 ; 10 ,5 2 ; cfr. 8,27); di seguito si possono individuare due blocchi unitari sul piano geografico-cronologico, entrambi ambientati a Gerusalemme; uno narra quel che accadde nei tre giorni prim a della passione ( n - 1 3 ) , l'altro narra la passione, la morte e la risurrezione ( 14 ,1- 16 ,8 ) . 3. Struttura generale La struttura generale dell’opera, sulla base dei dati sopra esposti, è la seguente: i. Introduzione ( 1 , 1 1 3 ) : tesi: vangelo di Gesù, messia, figlio di Dio ( 1 , 1 ) ; «inizio» o trittico introduttivo ( 1 ,2 ,- 1 3 ) . x. Parte prim a : vangelo di Gesù come messia che proclama ì) regno di Dio (1,14-8,30 ): а) azione di Gesù e risposta dei farisei ( 1 , 1 4 - 3 , 6 ) ; б) azione di Gesù e risposta del popolo ( 3 , 7 - 6 , 6 3 ) ; c) azione di Gesù e risposta dei discepoli (6 ,6 b -8 ,3 o ) . 3. Parte seconda: vangelo di Gesù come figlio di Dio che muore e risuscita (8 ,31-16 ,8 ): a) mentre attraversa a piedi la Galilea e la Giudea Gesù si dirige a G e r u ­ salemme, annunciando la sua morte e risurrezione ( 8 , 3 1 - 1 0 , 5 1 ) ; b) attività di Gesù a Gerusalemme prima della passione ( 1 1 - 1 3 ) ; c) passione, morte e proclamazione della risurrezione a Gerusalemme ( 1 4 , 1 1 6 ,8 ) . 4, Possibile struttura analitica Sulla base di criteri letterari, geografico cronologici e teologici, è possibile pre­ cisare la struttura generale nelle seguenti suddivisioni: Parte prim a; la sezione a ( 1 , 1 4 - 3 , 6 ) è formata da: un sommario-annuncio su Gesù: egli proclama il regno in Galilea { 1 , 1 4 ­ 1 5 ); _ ^ un racconto sui discepoli: prime vocazioni ( t , 1 6 - 2 0 ) ; un blocco di tipo geografico: attività di Gesù in Galilea ( 1 , 2 1 - 4 5 ) . Quesro insieme può essere suddiviso in base a un crirerio geografico e crono­ logico: «Una giornata a Cafarn ao » ( 1 , 2 1 - 3 8 ) . Nel resto della Galilea ( 1 , 3 5 - 4 5 ) : un sommario su questa attività ( 1 , 3 9 ) ; una guarigione che funge da transizione ( 1 , 4 0 - 4 5 ) ; un blocco tematico: cinque discussioni di Gesù con scribi e farisei ( 2 , 1 - 3 , 5 ) ; conclusione: i farisei si accordano con gli Erodiani per tar morire Gesù (3,6). La sezione b ( 3 , 7 -6,6a) è formata da: un sommario-annuncio in cui Gesù è presentato in mezzo al popolo ( 3 , 7 ­ 12); un racconto sui discepoli: delezione dei dodici ( 3 , * 3 - 1 9 ) ; S tru ttu ra lettera ria 99 un blocco chiastico: la famiglia (d) e gli scribi di Gerusalemme (fc) si o p ­ pongono a Gesù; quest'ultimo risponde agli scribi { b *) e alla famiglia (af) (3,2.0 s. 2 2 . 2 3 - 3 0 . 3 1 - 3 5 ) ; un blocco topografico e cronologico: attività di Gesù sulle rive del lago di Galilea (4,1-5,43): egli proclama il regno in parabole durante il giorno ( 4 , 1 - 3 4 ) . Questo discorso, a sua volta, è strutturato secondo lo schema «in pubblico ( 4 , 1 - 9 . 2 6 - 3 2 ) / in privato» ( 4 , 1 0 - 2 4 ) come viene dichiarato esplicita­ mente nel finale ( 4 ,3 3 s.); miracoli sul lago e su entrambe le rive, a partire dal crepuscolo ( 4 , 3 5 ­ 5 . 4 3 ); conclusione: gli abitanti di N azaret si scandalizzano di Gesù ( 6 , i - 6 a ) . La sezione c (6,6b -8 ,3 0 ) è formata da: un sommario-annuncio in cui Gesù è presentato come missionario itineran­ te (6,6b); un racconto sui discepoli: i dodici sono inviati in missione ( 6 , 7 - 1 3 ) ; blocco tematico intorno a Erode: la sua opinione su Gesù e il racconto della morte di Giovanni ( 6 , 1 4 - 2 9 ) ; sezione del pane ( 6 , 3 0 - 8 , 2 6 ) : blocco tradizionale intorno ai temi del pane e della reazione dei discepoli. Contiene due sviluppi, ciascuno dei quali presenta la sequenza: miracolo del pane - traversata del lago - discus­ sione antifarisaica - incomprensione dei discepoli e, come conclusione, una guarigione progressiva: primo sviluppo ( 6 , 3 0 - 7 , 3 7): la sequenza è unificata in un primo momento da elementi geografici (Palerà sponda del Iago: miracolo del pane / sul lago : crìstofania / da questa sponda del lago: guarigioni a Genesaret: cfr. 6 , 3 0 - 4 4 , 4 5 - 5 2 . 5 3 - 5 6 ) , poi dallo schema «in pubblico / in privato, in casa» (discussione antifarisaica sulla purezza: 7 , 1 - 1 6 . 1 7 - 2 3 ) e di nuovo da riferimenti geografici (la regione di Tiro: guarigione della figlia di una donna siro-fenìcia - al ritorno: guarigione progressiva del sordomuto: cfr. 7 , 2 4 - 3 0 . 3 1 - 3 7 ) ; secondo sviluppo ( 8 , 1 - 2 6 } : la sequenza è unificata da riferimenti geografici: il deserto (miracolo del pane), arrivo in barca alla regione di D alm anuta (discussione antifarisaica), imbarco sull'altra sponda del lago (il lievito dei farisei e di Erode), arrivo a Betsaida (guarigione progressiva del cieco): cfr. 8 , 1 - 1 0 . 1 1 - 1 3 . 1 4 - 2 1 . 2 2 - 2 6 ; conclusione: i discepoli riconoscono in Gesù il messia ( 8 , 2 7 - 3 0 ) . M o lti autori collocano questa pericope all'inizio della parte seguente. In realtà essa è intimamente legata a 8 , 3 1 - 3 3 e insieme costituiscono il cardine dell’intera opera, poiché 1 , 1 4 - 8 , 2 6 è uno sviluppo di 8 , 2 7 - 3 0 (il messia) e 8 , 3 4 - 1 6 , 8 di 8 , 3 1 - 3 3 (il messia che muore e risorge). L a suddivisione qui p r o ­ posta è basata sulla costatazione che la professione di fede di Pietro corrisponde al primo titolo annunciato nelle prime parole dell'opera ( 1 , 1 ; cfr. 1 5 , 3 9 , che corrisponde al secondo) e che Me. presenta 8 , 3 1 come l ’ inizio di un nuovo insegnamento. io o La d im e n sio n e letteraria Varie seconda: La sezione a ( 8 , 3 1 - 1 0 , 5 1 ) è formata da primo annuncio della morte e risurrezione, seguito dall’ incomprensione di Pietro ( 8 , 3 1 - 3 3 ) ; blocco d ’ insegnamenti ottenuto con riferimenti topografici e cronologici (8,34-9,2,9): cfr. 8,34-9,1 + sei giorni dopo su nn monte alto (9,2-13) + dopo esserne discesi ( 9 , 1 4 - 2 9 ) . Q uest’ ultima pericope è strutturata se­ condo lo schema «in pubblico ( 9 , 1 4 - 2 7 ) / in privato, in casa» (9 ,28 s.); secondo annuncio della morte e risurrezione, seguito dalPincomprensione dei discepoli ( 9 , 3 0 - 3 2 ) ; insegnamenti collegati mediante parole-gancio (cfr. bambino - piccolo nel mio nome - scandalizzare - sale) e localizzati a C afarn ao , in casa, durante il viaggio verso Gerusalemme ( 9 , 3 3 - 5 0 ) ; sommario-annuncio ( 1 0 , 1 ) che conferisce unità ai tre racconti seguenti, presentandoli come insegnamenti al popolo e ai discepoli nei confini della Giudea, sull’altra riva del Giordano, in viaggio verso Gerusalemme; blocco di tre racconti ( 1 0 , 2 - 3 1 ) , il primo dei quali segue lo schema «in pubblico ( 1 0 , 2 - 9 ) / m privato, in casa» ( 1 0 , 1 0 - 1 2 ) ; terzo annuncio della morte e risurtezione ( 1 0 , 3 2 - 3 4 ) ; pericope legata al contesto con l ’espressione «e gli si avvicinarono» ( 1 0 , 3 5- 45 ); pericope collegata al contesto con un riferimento topografico: arrivo a Gerico ( 1 0 , 4 6 - 5 2 ) ; alla fine c ’ è un’ allusione al viaggio. Nella sezione b ( 1 1 - 1 3 ) l ’intero contesto è collegato sul piano topografico (Betania, la via, Gerusalemme, il tempio) e cronologico: l ’ attività di tre giorni: primo giorno ( 1 1 , 1 - 1 1 ) : Betania, la via, Gerusalemme, il tempio, Betania, alla sera; secondo giorno ( 1 1 , 1 2 - 1 9 ) : Betania, la via, Gerusalemme, il tempio, uscita dalla città, alla sera; terzo giorno ( 1 1 , 2 0 - 1 3 , 3 7 ) : la mattina, la via, Gerusalemme, il tempio, il M o n te degli Ulivi. Questi luoghi distinti conferiscono unità a diversi blocchi: sulla via: il fico seccato, insegnamenti sulla fede e la preghiera ( 1 1 , 2 0 - 2 5 } . Il tempio tre dispute (con il sinedrio: 1 1 , 2 7 - 1 2 , 1 2 ; con i farisei-Erodiani: 1 2 , 1 3 ­ 1 6 ; con Ì sadducei: 1 2 , 1 8 - 2 7 ) ; tre insegnamenti ( 1 2 , 2 8 - 3 4 . 3 5 - 4 0 . 4 1-4 4 ). all’uscita del tempio, Gesù ne annuncia la distruzione ( 13 ,1 s.); sul Monte degli Ulivi: discorso escatologico (13,3-37). Infine la sezione c ( 1 4 , 1 - 1 6 , 8 ) costituisce u n ’ unità in cui i diversi racconti sono intimamente collegati da riferimenti topografici (Gerusalemme, Beta­ nia, la città, verso l ’ orto degli ulivi, nell’ orto, nella casa del sommosacerdote, nel cortile del palazzo, residenza di Pilato, e all’ interno dello stesso, all’esterno, il Golgota, il sepolcro), cronologici (due giorni prima della pasqua S tru ttu ra letteraria IO I e degli azzimi, primo giorno degli azzimi, alla sera, di notte, all’ alba, all’ ora terza, sesta, nona, la sera della parasceve, molto presto il primo giorno della settimana), per mezzo di blocchi ternari (Getsemani, negazioni di Pietro, le donne, lo schema orario,de beffe, il tema del tempio e del figlio) e soprattutto mediante il contenuto (racconto della passione e morte e proclamazione della risurrezione); preparazione ( 1 4 , 1 - 4 2 ) : cospirazione ( 1 4 , 1 - 2 ) , unzione di Betania ( 1 4 , 3 - 9 ) , tradimento di Giuda ( 1 4 , 1 0 - 1 r), ultima cena: preparazione, annuncio del tradimento, eucaristia, annuncio dell’ abbandono ( 1 4 , 1 2 - 1 6 . 1 7 - 2 1 . 2 2 ­ 2 6 . 2 7 - 3 1 ) , Getsemani ( 1 4 , 3 2 - 4 2 ) ; passione e morte ( 1 4 , 4 3 - 1 5 , 4 7 ) : detenzione ( 1 4 , 4 3 - 5 2 ) ; processo giudaico: introduzione (1:4 ,53 s *)> seduta notturna del sinedrio ( 1 4 , 5 5 - 6 4 ) , beffe ( 1 4 , 6 5 ) , rinnegamenti di Pietro ( 1 4 , 6 6 - 7 2 ) , seduta diurna ( 1 5 , 1 ) ; processo romano: interrogatorio di Pilato ( 1 5 , 2 - 5 ) , Gesù e Barabba ( 1 5 , 6 - 15J; supplizio e morte ( 1 5 , 1 6 - 4 1 ) ; sepoltura ( 1 5 , 4 2 - 4 7 ) ; proclamazione della risurrezione e invito ad andare in Galilea ( 1 6 , 1 - 8 ) . 5. Significato com plessivo Alla luce della struttura presentata, tutto l’insieme ha una trama e un significato globale coerente: a) Introduzione. Prepara il lettore ( 1 , 1 - 1 3 ) . L ’ opera intende mostrare che il vangelo è Gesù, messia e figlio di Dio ( 1 , 1 ) . Inizia con un prologo, un trittico introduttivo in cui vengono presentate alcune premesse per comprendere l’ opera ( 1 , 1 - 1 3 ) : Giovanni Battista e il suo messaggio di speranza e conversione; Gesù unto dallo Spirito e vincitore di Satana. Egli è il più forte, che ha catturato il forte e si appresta a spodestarlo. Tutto è pronto per la sua azione, che è la realizzazione di questo spodestamento. Me. la presenta in due grandi parti, una dedicata a mettere in evidenza il messianismo di Gesù ( 1 , 1 4 - 8 , 3 0 ) , l ’ altra la sua figliolanza divina che lo porta ad accettare un messianismo di morte e risurre­ zione ( 8 , 3 1 - 1 6 . 8 ) . b) Chi è G esù ? Sviluppo della prima parte dedicata alla rivelazione del mes­ sianismo di Gesù e alle reazioni di fronte a lui. Gesù e i farisei. La prima sezione ( 1 , 1 4 - 3 , 6 ) si incentra sulla reazione degli scribi e dei farisei. Un sommario-annuncio ( 1 , 1 4 5 . ) presenta genericamente Gesù, riassumendo la sua attività in Galilea: proclama che il regno di D io sta per iniziare. Segue la vocazione dei primi discepoli ( 1 , 1 6 - 2 0 ) come complemento della presentazione di Gesù e come primo segno della presenza del regno. Subito dopo viene sviluppato il significato dell’ affermazione che il regno di Dio è inco­ minciato in Galilea: ia giornata a Cafarnao ( 1 , 2 1 - 3 8 ) mostra che il regno significa 102 La d im e n sio n e letteraria la presenza del profeta che parla con autorità, vince Satana e la sofferenza e vive in intima unità con Dio. Parte dalla sinagoga, insegnando con autorità e guaren­ do un indemoniato, gesto che provoca generale ammirazione e suscita la doman­ da: chi è costui? Un sommario ( 1 , 3 9 ) estende l ’ attività taumaturgica di Cafarnao a tutte le sinagoghe della Galilea e introduce il racconto della guarigione di un lebbroso ( 1 , 4 0 - 4 5 ) , che evoca la risurrezione di un morto e si presenta perciò come il miracolo più grande tra quelli realizzati sino a quel momento. Gesù chiede il silenzio all’uom o risanato ma questi non obbedisce. L a fama di Gesù si estende da ogni parte. D o p o questa rapida presentazione M e. comincia a trat­ tare le reazioni, mostrando anzitutto quella degli scribi e dei farisei. Lo fa con il blocco 2 , 1 - 3 , 5 che gli consente di continuare a presentare segni di ciò che significa la venuta del regno: salvezza totale, perdono dei peccati, vocazione dei peccatori, presenza dello sposo. Gli scribi e i farisei manifestano u n ’ opposizione progressiva a Gesù e lo respingono a causa del loro atteggiamento dogmatico, puritano e legalista. L a reazione finale (3,6) rivela la loro decisione di eliminarlo. Gesù e il po p o lo. L a seconda sezione ( 3 , 7 -6,6a) continua il tema della rive­ lazione di Gesù e sottolinea in particolare la reazione del popolo. Inizia con un sommario ( 3 , 7 - 1 2 ) in cui si presenta Gesù circondato dai discepoli e dal popolo accennando all’ attenzione con cui lo ascoltavano. In questo contesto viene nar­ rata l ’ elezione dei dodici, scelti per stare con Gesù e per essere inviati ( 3 , 1 3 - 1 9 ) . L o sviluppo procede in tre fasi: 1 . la sequenza 3 , 2 0 - 3 5 presenta le reazione negativa dei familiari di Gesù e degli scribi di Gerusalemme; 2. il discorso in parabole ( 4 , 1 - 3 4 ) spiega, in un contesto in cui predomina l ’ incredulità, la causa della fede e dell’ incredulità e mostra la posizione che i discepoli devono assume­ re di fronte a quest’ ultima; 3. i miracoli intorno al lago rivelano infine ( 4 , 3 5 ­ 5 , 4 3 ) la superiorità di Gesù su Satana, sul dolore (cfr. l’ emorroissa) e sulla morte (cfr. la figlia di Giairo: Gesù chiede il silenzio), vengono mostrati inoltre diversi tipi di reazione: dubbi dei discepoli, rifiuto da parte dei geraseni e adesione da parte di due persone che, con l’ aiuto di Gesù, crescono nella fede. Infine il rifiuto della gente di N aza ret nella loro sinagoga simboleggia il rifiuto della maggior parte del popolo giudaico (6 ,i-6 a ). Gesù e i discepoli. La terza sezione ( 6 ,6 b -8 ,3 o ) è incentrata sulla risposta dei discepoli alla rivelazione di Gesù. Inizia con un breve sommario-annuncio (6,6b) che presenta Gesù come missionario itinerante. C iò giustifica la pericope seguen­ te, dedicata questa volta alla missione dei dodici ( 6 , 7 - 1 3 ) . In essa Gesù e i dodici si separano. In questo contesto Me. non racconta nulla né dell’ uno né degli altri, ma presenta una tradizione su Erode e la morte di Giovanni ( 6 , 1 4 - 2 9 ) , che gli serve per collocare come sfondo della missione le idee dei quesiti sull’identità di Gesù e della morte del profeta e, inoltre, per descrivere Erode, il cui «lievito» condannerà più avanti (cfr. 8 , 1 5 ) . Seguono i due cicli della «sezione del pane», che presentano la rivelazione messianica di Gesù e la reazione dei discepoli. 1. Il primo ciclo è incentrato sui dodici: ai loro ritorno dalla missione Gesù li invita a riposare in un luogo solitario, in disparte, e li istruisce sul buon pastore che ammaestra e nutre il popolo, ma i dodici non com prendono ( 6 , 3 0 - 3 4 ) , poiché neppure lo riconoscono al vederlo venire incontro a loro sulle acque del mare ( 6 , 4 5 - 5 2 ) : «il loro cuore era indurito a motivo del fatto dei pani» (cfr. 6 ,5 2 ) . S tru ttu ra letteraria 10 3 C om e contrasto appare la fede del popolo { 6 , 5 3 - 5 6 ) . Dinanzi ai farisei e agli scribi gerosolimitani Gesù denuncia le tradizioni farisaiche e insegna in pubblico davanti al popolo ( 7 , 1 - 5 ) e in privato ai discepoli ( 7 , 1 3 - 2 , 3 ) in che cosa consista la vera purità; costoro, tuttavia, non capiscono, giacché li rimbrotta. Di nuovo, a titolo di contrasto, appare la fede del popolo, in questo caso di una donna pagana siro-fenicia ( 7 , 2 4 - 3 0 ) . Questo primo ciclo si conclude con la guarigione progressiva di un sordomuto ( 7 * 3 1 - 3 7 : Gesù domanda il silenzio), segno del processo in atto nei discepoli, i cui orecchi vanno lentamente aprendosi, 2. Il secondo ciclo del pane è finalizzato a tutti i discepoli: Gesù dà da mangiare alla folla e i discepoli si mostrano ottusi ( 8 , 1 - 1 0 ) . Salgono in barca e giungono alla regione di Dalmanuta, dove Gesù respinge le pretese dei farisei che chiedevano segni speciali per credere ( 8 , 1 1 - 1 3 ) . Questa occasione serve a Gesù per esortare i discepoli a evitare il lievito dei farisei e quello di Erode, ma i discepoli non comprendono e di nuovo vengono rimproverati { 8 , 1 4 - 2 ,1 ) . U n ’ altra guarigione progressiva, quella dì un cieco (8,2,2-26), suggerisce di nuovo il progresso dei discepoli che alla fine confessano, per bocca di Pietro, che Gesù è il rnessia ( 8 , 2 7 ­ 30). Gesù ordina loro di non dirlo a nessuno, c) Come si manifesta il messianismo di Gesù ? Sviluppo della seconda parte. Gesù intraprende un insegnamento nuovo per spiegare l’ indole del suo messia­ nismo di morte e risurrezione. Catechesi sulla passione, morte e risurrezione. La prima sezione ( 8 , 3 1 - 1 0 , 5 2 ) è segnata dai tre annunci della passione, morte e risurrezione, seguiti da un’ a n ­ notazione sull’ incomprensione da parte dei discepoli e da una serie di insegna­ menti di carattere etico. Questi ultimi sono importanti, perché con essi Me. offre uria scelta di atteggiamenti che consentono il riconoscimento della messianicità di Gesù: solo chi accetta profondamente questi valori può conoscere il messiache-muore-e-risorge e, d’ altra parte, questi valori hanno senso solo per chi ac­ cetta la morte e risurrezione, perché sono una forma concreta di viverli. 1 . Dopo il primo annuncio, rifiutato da Pietro ( 8 , 3 1 - 3 3 ) , Gesù invita il popolo e i discepoli a scegliere radicalmente lui, negando se stessi per prendere la croce; se qualcuno si vergogna di questo insegnamento, Gesù si vergognerà a sua volta di lui quan­ do verrà nella gloria del Padre, Questo avvento glorioso è tanto certo che alcuni dei presenti ne avranno esperienza prima di morire ( 8 , 3 4 - 9 , 1 ) . In effetti, sei giorni dopo Pietro, G iacom o e Giovanni lo sperimentarono nella trasfigurazione, con la quale il Padre conferma il cammino di Gesù ( 9 , 2 - 1 3 ) . Gesù ordina di non raccontare a nessuno questa visione, finché risusciti dai morti; i discepoli obbe­ discono a quest’ ordine anche se non lo comprendono. La tradizione sull’ epilet­ tico ( 9 , 1 4 - 2 9 ) suggerisce in questo contesto che sono necessarie la fede e la preghiera per intraprendere tale cammino. 2. Il secondo annuncio e la susseguen­ te incomprensione ( 9 , 3 0 - 3 2 ) avvengono mentre stanno attraversando la Galilea. Seguono due blocchi di insegnamenti: il primo ( 9 , 3 3 - 5 0 ) ha luogo a C a farn ao , in casa, e, pur essendo rivolto a tutti i discepoli, Me. mette in evidenza i dodici che Gesù esorta al servizio, ad accogliere i piccoli, a non credere di avere il privilegio esclusivo del servizio del regno, a non scandalizzare i piccoli, ad a c ­ cettare la prova, a conservare fedelmente la sua opera e alla pace. Il secondo 104 La dimensione letteraria ( 1 0 , 1 - 3 1) è collocato con un sommario ai confini della Giudea, sull’ altra riva del G iordano ( 1 0 , 1 ) , ed è rivolto al popolo e ai discepoli, anche se viene sottolineato il suo carattere d ’ insegnamento per i discepoli. È formato da tre insegnamenti: nel primo ( 1 0 , 1 - 1 2 ) , provocato dai farisei e presentato secondo lo schema «in pubblico / in privato, in casa», Gesù insegna l’ indissolublHtà del matrimonio; nel secondo ( 1 0 , 1 3 - 1 6 ) esorta i discepoli ad accogliere il regno come un bambino e nel terzo ( 1 0 , 1 7 - 3 1 ) , a proposito di un ricco che si rifiuta di seguirlo a causa delle sue ricchezze, Gesù parla dell’ ostacolo della ricchezza per entrare nel regno e della ricompensa che avranno subito e in futuro quanti hanno lasciato tutto per seguirlo. 3. M entre proseguono nella salita a Gerusalem m e avviene il terzo annuncio ( 1 0 , 3 2 . -3 4 ) , I discepoli sono colti da terrore e, anche se non si parla espressamente d ’ incomprensione, essa è implicata dal racconto seguente ( 1 0 , 3 5 ­ 4 5 ) : i figli di Z eb edeo chiedono i primi posti nel regno che, secondo loro, comincerà presto a Gerusalemme; gli altri sono indignati e G esù esorta tutti a un servizio uguale al suo, ossia a dare la vira. G iungono a Gerico. Mentre ne ripar­ tono, avviene la guarigione del cieco (10 ,4 6 -5 2 .) che riconosce la propria cecità, invoca Gesù, riceve la visra e «lo segue per strada»: è un invito per 1 discepoli a imitarlo, ad accom pagnare Gesù sulla via per Gerusalemme. Prologo della passione . La seconda sezione ( 1 1 - 1 3 ) racconta l’ attivìta di Gesù a Gerusalemme nel corso di tre giorni, spiegando contemporaneamente il motivo per cui egli sta per essere ucciso. L ’ attività qui svolta è importante perché finora Gesù non ha proclamato rannuncio del regno nella capitale d Israele. 1. Il primo giorno entra liberamente e come re mansueto a Gerusalemme e prende possesso del suo tempio ( 1 1 , 1 - 1 1 ) . Verso sera rientra a Betania. 2. Il secondo giorno in cammino per Gerusalemme maledice il fico, un gesto simbolico che spiega l'azione seguente, la squalifieazione de! tempio, cuore del giudaismo, che avrebbe dovuto essere la casa di preghiera di tutti i popoli e che si è trasformato in una spelonca di ladri. Perciò il sinedrio cerca il modo di eliminarlo. A l l ’imbrunire esce dalla città ( 1 1 , 1 2 - 2 0 ) . 3. Il terzo giorno è ricco di insegnamenti. Il primo avviene sulla strada per Gerusalemme ( 1 1 ,2 .0 - 2 5 ) : notando che il fico maledetto si è seccato, Gesù parla del potere della fede e della preghiera. Si tratta, alla luce del contesto, di un'esortazione a non disperare in questa situazione di umana impotenza ca u ­ sata dalla mancanza di fede. La seconda serie di insegnamenti è collocata nel tempio: inizia con una polemica con alcuni membri del sinedrio a proposito delia squalifica del tempio ( 1 1 , 2 7 - 3 3 ) . Gesù rifiuta di giustificarsi e nella parabola dei vignaioli ( i 2 , x - n ) presenta se stesso come il figlio diletto rifiutato, perciò gli uomini del sinedrio decidono di eliminarlo ( 1 2 , 1 2 ) . Le discussioni con i fanseìErodiani ( 1 2 , 1 3 - 1 7 ) e con i sadducei ( i z , 1 8 - 2 8 ) mostrano l’ambiente ostile a Gesù. In effetti non si tratta tanto di un problema dottrinale, quanto di pregiudizi reli­ giosi, come rivela il dialogo con lo scriba ( 1 2 , 2 8 - 3 4 ) , assai vicino al regno anche se non ha approfondito le parole della Scrittura sul figlio di Davide ( 1 2 , 3 5 - 3 8 ) . Davvero la disposizione d ’animo degli uomini del gruppo dirigente è perversa, come rileva Gesù condannando gli scribi ( 1 2 , 4 0 ) e lodando la religiosità della vedova ( 1 2 , 4 1 - 4 4 ) . L ’ ultimo insegnamento ha luogo all’ uscita del tempio ( 1 3 , 1 ­ 2): Gesù ne annuncia la distruzione e poco più tardi, sul Monte degli Ulivi, pre­ senta una visione del futuro con il discorso escatologico ( 1 3 , 3 - 3 7 ) . S tru ttu ra letteraria Passtone-morte-risurrezione. 10 5 La terza sezione ( 1 4 , 1 - 1 6 , 8 ) presenta il culmine Ji tutta l’ opera: il racconto della passione e della morte e la proclamazione della risurrezione, in cui Gesù rivela la vera natura del messianismo del figlio di Dio. 1 . Il racconto inizia con la preparazione: smascherate le cattive intenzioni del sinedrio ( 1 4 , 1 - 2 ) , viene narrato Pepisodio delPunzione di Betania ( 1 4 , 3 - 9 ) , an_ nuneio e anticipazione della morte di Gesù, che egli accetta liberamente. Giuda, «uno dei dodici» chiamato a rimanere con lui, lo tradisce ( 1 4 , 1 0 - 1 1 ) per denaro, in contrasto con la generosità della donna che Io ha cosparso d'olio. G rande importanza è riservata alla cena pasquale; si narra la preparazione ( 1 4 , 1 2 - 1 6 ) e 10 sviluppo: l'istituzione dell'eucaristia ( 1 4 , 2 2 - 2 5 ) , preceduta dall'annuncio del tradimento di Giuda ( 1 4 , 1 7 - 2 1 ) e seguita dalPannuncio delPabbandono di Pie­ tro e degli altri discepoli ( 1 4 , 2 6 - 3 1 ) ; ma Gesù dopo la risurrezione li precederà m Galilea. Arrivano al Getsemani ( 1 4 , 3 2 - 4 2 ) dove Gesù, tremendamente prova­ to, prega come un figlio chiedendo al Padre di allontanare da lui il calice. Esorta Pietro, G iaco m o e Giovanni a vegliare e a pregare, per superare la prova immi­ nente; costoro invece si addormentano e non vegliano. Gesù affronta da solo il proprio destino. 2. Si giunge così al racconto della passione e della morte. Arriva Giuda, «uno dei dodici», con una pattuglia di servitori del sinedrio e lo arresta­ no, mentre i discepoli fuggono ( 1 4 , 4 3 - 5 2 ) . Solamente Pietro lo segue da lontano. Giunto al palazzo del sommosacerdote di notte ( 1 4 , 5 3 - 6 5 ) , il sinedrio interroga Gesù in una seduta in cui ritornano i due temi ^ tempio, figlio - per i quali, secondo quanto si era detto nella sezione precedente (cfr. 1 1 , 1 8 ; 1 2 , 1 2 ) , il sine­ drio cercava di eliminarlo. In questo contesto Gesù si proclama messia, figlio del Benedetto, rompendo il segreto messianico mantenuto e richiesto fino ad allora. 11 sinedrio lo condanna per questa affermazione e sì prende gioco di lui. Pietro lo rinnega tre volte ma poi, ricordandosi delle parole dì Gesù, scoppia a piangere ( 1 4 , 6 6 - 7 2 ) . All'alba il sinedrio si riunisce di nuovo e decide di consegnare Gesù a Pilato ( 1 5 , 1 - 2 ) . Questi, dopo averlo interrogato ( 1 5 , 3 - 5 ) e aver compreso che gli era stato consegnato per invidia, propone di liberarlo al posto di Barabba ( 1 5 , 6 - 1 5 ) , ma il popolo, istigato dai sacerdoti, chiede la libertà per Barabba e la crocifissione per il «re dei giudei». Pilato cede e, fatto flagellate Gesù, lo consegna affinché lo crocifiggano. I soldati prima si burlano di lui come re ( 1 5 , 1 6 ­ 20), poi lo crocifiggono sul Golgota tra due ladroni ( 1 5 , 2 1 - 2 8 ) : era l'ora terza. Le beffe ( 1 5 , 2 9 - 3 2 ) dei passanti su colui-che-distrugge-e riedifica-il-tempio e quelle dei sacerdoti sul messia, re d'Israele incapace di scendere dalla croce, riprodu­ cono i motivi della condanna di Gesù in un contesto paradossale: le affermazioni di queste persone, viste nella prospettiva della fede, sono vere, ma si trasformano in beffe nell'esperienza storica. Dall'ora sesta all’ora nona dominano le tenebre: è l'ora del giudizio di Dio, ma Gesù la vive in totale solitudine, sentendosi abbandonato dal Padre e incompreso dagli uomini (15,33-36). Lanciato un forte grido spirò ( 1 5 , 3 7 ) . Due prodigi (15,37-39), in linea con i motivi della condanna e delle beffe, segnalano la morte: il velo del tempio si lacera, rinviando al tema del nuovo tempio; il centurione, vedendo come era morto, esclama: «Veramente quest'uomo era figlio di Dio» (cfr. 1,1); la morte rivela la figliolanza divina di Gesù. Lo riconosce un romano che era presente. I discepoli erano fuggiti e non exano presenti a questa rivelazione. C'erano solo, a distanza, alcune donne che io é L a d im e n sio n e lettera ria avevano accompagnato Gesù dalla Galilea ( 1 5 , 4 0 - 4 2 ) e che furono anche tesnmom della sua sepoltura, a v v e n u ta quella sera, che era la parasceve, a cura di Giuseppe di Arimatea, membro del sinedrio che attendeva il regno di Dio ( 1 5 , 4 3 ­ 47). 3. T rascorso il sabato, all’ alba del primo giorno della settimana avviene la proclamazione della risurrezione. Il gruppo delle donne si reca al sepolcro per ungere il cadavere di Gesù e un essere celestiale, di fronte al sepolcro vuoto, proclama la risurrezione di Gesù e le incarica di dire a Pietro e ai discepoli che Gesù li precede in Galilea e là lo ve d ra n n o . Il R iso rto offre così un’ altra o p p o r­ tunità a Pietro e ai discepoli. M a le donne, piene di sp aven to, non dissero nulla ( r 6 , i - 8 ) . Ade. lascia con probabilità l ’opera volutamente incompiuta, senza narrare nessuna apparizione finale, anche se conosce la tradizione secondo cui Gesù apparve a Pietro e ai discepoli. Inviterebbe così il lettore a com pletare il racconto con la propria esperienza personale di sequela di G esù , a superare il timore, ad andare in Galilea, a «vedere» G e sù e a darne testimonianza. Solo così si può conoscere il Gesù-vangelo che è T obbietiivo di questa catechesi, 6. G enere letterarioK Il resoconto precedente vuole raccontare una storia accaduta in Palesti­ na, che ha per protagonista G esù di N azaret e coinvolge quanti lo cir­ condano. Vi sono però, come già si è osservato, lacune geografiche e soprattutto cronologiche per le quali questo testo non può essere equi­ parato a una cronaca o a una biografia nel senso m oderno. D altra parte i dati sono strutturati in funzione deila tesi iniziale ( i,x ) , delle diverse risposte e dell’evoluzione dei discepoli. 1 farisei, per esempio, appaiono fin dal primo momento decisi a eliminare Gesù (3,6). Si tratta dunque di un racconto messo al servizio di una tesi, cioè di una storia interpre­ tata teologicamente. Questo m etodo di presentazione dei fatti presenta certe affinità con la storiografia ellenistica e non si deve escludere una qualche influenza da parte di qu est’ ultima sulPautore ne che in pratica 1 lettori greci leggessero spontaneam ente M e , secondo i criteri della loro cultura, come una biografia; l ’autentica fonte di ispirazione, tuttavia, è la stona teologica dell Antico Testam ento (13 ) anche se quest’ ultima spiega l’opera di Me. solo genericamente. Il ricorso alla storia teologica biblica è qui condizionato dalle fonti dell’opera; questa è il risultato finale di un processo dinam ico fondato sull’evento storico di Gesù, sul kerygma e sulla catechesi. G esù fu un personaggio storico significativo per t suoi discepoli, che Io riconoscono come messia, salvatore e figlio di Dio. Perciò lo proclam ano nel kerygm a come un fatto storico carico 8. Sulla problematica g e n e r a l e efr, quanto si è detto sopra, cap. 1, ni: «Natura dei vangeli sinottici». Si veda ili particolare D. Do r me y e r - H. Frankemòlle, Evangelrum ah iiterari- sche Gattung und ols theologischer Begriff ’ Tendtmzen und Aufgaben der Evo rigeli enforsebung un 20. JahrhtAndert, mìt einer Untersttchung des Markusevangeiiums in seinem Vzrholtnis zur aritiken Biògrapbie, in À N R W 11, 2 5 . 2 , Berlin - N e w Y o r k 1 9 8 4 , j 5 4 3 - 1 7 0 4 . P ro b lem i aperti d i s ig n ific a to , o ssia c o m e un fa t t o in te r p r e ta to (c fr. 10 7 1 C o r . 1 5 , 3 - 5 ) . A llo ste sso m o d o v ie n e p r e s e n ta to d a lla c a te c h e s i o r a le e s c r it ta c h e v e n iv a c r e a n d o v ia v ia s e q u e n z e s e m p r e p iu a m p ie . Me. si c o llo c a a lla fine di q u e s to p r o c e s s o e c r e a u n a c a te c h e s i n a r r a t iv a in c u i e s p o n e u n m e s s a g ­ g io t e o lo g ic o a t t r a v e r s o d e te r m in a te tr a d iz io n i s to r ic h e in to r n o a G e s ù , o r d in a te g e n e r ic a m e n te s e c o n d o a lc u n e lin ee is p ir a te al s u o m in is te r o s t o r ic o (b a tte s im o , G a lile a , G iu d e a , G e r u s a le m m e ) e s o p r a t t u t t o s e c o n ­ d o u n c r ite r io c a te c h e tic o . M e ., d u n q u e , è il p r im o c a t e c h is t a c r is t ia n o ch e a p p lic a il g e n e re le tte r a r io d e lla s to r ia t e o lo g ic a a l l ’ in te ra tr a d iz io n e su G e s ù . C o l p a s s a r e d e g li a n n i il g e n e re le tte r a r io c r e a t o d a M e . — s t o r ia t e o lo g ic a a p p lic a t a a lla tr a d iz io n e su G e s ù - fu id e n tific a to c o n il « v a n ­ g e lo » in e sso c o n te n u to e q u e s to te rm in e a s su n se v a lo r e le tte r a r io . N e l il s e c o lo il te rm in e v e n n e a p p lic a t o a lle o p e r e d i M t L e . e Gv . c h e c o in c id o n o c o n M e . n e ll’ im p ie g o d el g e n e re le tte r a r io d e lla s to r ia in t e r ­ p r e ta ta , a n c h e se ne d iffe r is c o n o q u a n t o a ll’ o b b ie t t iv o c a t e c h e t ic o . III. P R O B L E M I A P E R T I 1 . // finale d el testo9 j ) Tipi di conclusione. La tradizione manoscritta presenta cinque tipi di conclu­ sione per l’ opera: 1. finale in 1 6 , 8 : è attestato soprattutto dai due grandi mss. del IV secolo, Sinaitico e Vaticano; 2. finale lungo, ovvero, il testo 1 6 , 9-2,0 di solito accolto nelle edizioni come appendice: è attestato in A , D , C , grandi mss. del V secolo, nella maggior parte dei restanti mss. greci e in molte versioni; si tratta, perciò, della lezione meglio attestata ancorché alcuni mss. la presentino con qualche dubbio. Il testo è conosciuto da Ireneo (Haer. 3 , 1 0 , 6 ) , dal Dtates- saron , dal Pastore di Erm a {Sim. 9 , 2 4 , 2 ) e probabilmente da Giustino (Apoi. 1 , 4 5 ) , per cui può risalire al secondo terzo del li secolo; 3. finale lungo con il logion di Freer. Questo logion è u n ’ addizione all’ inizio di 1 6 , 1 5 ecl è attestato soltanto dal ms. W del v secolo, anche se Gerolam o (Adv. Pelag. 2 , r 5 ) mostra di conoscerlo. Il testo recita: «E questi (i discepoli) si difendevano dicendo: Questo 9. A proposito del finale di M e. si troverà una buona sintesi in B . M . Metzger, A T e x t u a l C o m m e n t a r y on thè G r e e k N e w T esta rn e n t, London - N e w Yorìc 1 9 7 1 . Inoltre sono impor­ tanti i lavori di K. A land, B e m e r k u n g e n z u m S ch iu sa d es M a r k u s e v a n g e liu m s , in N e o t e s t a m e n tìca et S e m itic a , Edinburgh 1 9 0 9 , 1 5 7 - 1 8 0 ; D e r w ie d e r g e fu n d e n e M a r k u s s c h lu s s ? E ine m e th o d o lo g is c h e B e m e r k u n g z u r t e x tk ritis c h e n A r b e it : Z T h K 6 7 { 1 9 7 0 ) 3 - 1 3 ; D e r S ch iu sa d e s M a r k u s e v a n g e liu m s , in M . Sabbe (ed.}, L ’E v a n g iIe se lo n M a r c , Ge mbl o u x 1 9 7 4 , 4 3 5 ­ 4 7 0 . In tempi recenti è stata riedita l ’ opera di W. Burgon, T h e L a st T w e lv e V e rs e s o f th è G o s p e l a c c o r d in g to St. M a r k , London 1 8 7 1 (ried. Evansville 1 9 5 9 ) e sono state pubblicate numerose opere e articoli: W . R . Farmer, T h e L a s t T w e lv e V e r s e s o f M a r k , Cambri dge 1 9 7 4 ; J- Hug, L a fin a le de P E v a n g tie de M a r c (M a r c 1 6 , 9 - 1 0 ) , Paris 1 9 7 8 ; E. Linnemann, D e r { w ie d e r g e fu n d e n e ) M a r k u s s c h lu s s : Z T h K 6 6 ( 1 9 6 9 ) 2 5 5 - 2 8 7 ; W. Schmithals, D e r M a r k u s s c h lu s s , die V e rk là ru n g s g e sc h ìc h te u n d d ie A u s s e n d u n g d e r Z w ò l f : Z T h K 6 9 { 1 9 7 2 ) 3 7 9 - 4 1 1 ; G . W . Tr o mp f , T h e F ir s t R e s u r r e c t io n A p p e a r a n c e a n d thè E n d in g o f M a r k *s G o s p e l : N T S 1 8 ( 1 9 7 1 / 7 2 ) 3 0 8 - 3 3 0 ; R. Vi gnol o, U n a fin a le reticente', in te r p r e t a z io n e n a rra tiv a d i M e . i6 ,8 '. RivBib 38 ( 1 9 9 0 ) 1 2 9 - 1 8 9 . io 8 La d im e n sio n e letteraria mondo d'iniquità e d'incredulità è in potere di Satana, che non permette a coloro che sono sotto il giogo degli spiriti immondi di accogliere la verità e la potenza di Dio; rivela perciò la tua giustizia. Questo dicevano al Cristo e Cristo rispose loro: Gli anni del potere di Satana sono giunti al termine, ma altre cose terribili si avvicinano. E io sono stato consegnato alla morte in favore di quelli che hanno peccato, perché si convertano alla verità e non pecchino più, perché ereditino la gloria spirituale e immortale della giustizia che (è) nel cielo, m a .. . » ; 4. finale breve con l'aggiunta a 1 6 , 8 : «(quelle), dunque, raccontarono in breve a Pietro e a quelli che (erano) con lui tutte le cose che erano state loro annunciate. E dopo queste cose, Gesù in persona (apparve loro e) inviò per mezzo loro da oriente a occidente ra n n u n cio sacro e immortale della salvezza eterna- A m en ». È atte­ stato solo nel ms. k del IV secolo, anche se il testo risale con ogni probabilità al n secolo; 5. finale breve seguito da 1 6 , 9 - 2 0 o finale lungo: è attestato dai mss. 0 1 1 2 (sec. v i / v u ) , 0 9 9 (sec. v i i )* 0 4 4 (sec. v i n / i x ) , L (sec. ix) ecc. b) Valore del finale in 16 ,8 . Si discute sulla ragione del finale in 1 6 , 8 e sul valore e l'origine degli altri finali. Gli editori di The G reek N ew Testamenti sulla scorta dei lavori di uno di loro, K. Àland, ritengono che la conclusione piu antica sia 1 6 , 8 , sulla base di prove esterne e di varie considerazioni interne, lasciando aperte tre possibilità: 1 . questa fu la conclusione voluta dall’ evangelista; 2. il vangelo non fu compiuto; 3. il vangelo perse accidentalmente 1 ultima pagina prima che s'iniziasse a copiarlo. In effetti l'autenticità della conclusione di 1 6 , 8 è avallata dalPautontà dei manoscritti che la attestano e perché è lectio dìfficilior, ciò spiega la com parsa degli altri finali in quanto i copisti, non comprendendo il senso del finale in 1 6 , 8 aggiunsero un testo breve o uno lungo o entrambi, per dare al finale del racconto un senso più logico. Probabilmente queste addizioni furono compiute già nel 11 secolo, quella breve forse prima di quella lunga. Così si spiegano anche le rielaborazioni di M t . e L e ., che conoscono e sviluppano il testo di M e.; si può perciò affermare che questo finale è noto nell'ultimo terzo del 1 secolo. Quanto alle tre possibilità che le prove esterne della critica testuale lasciano aperte, gli autori sono oggi divisi: la maggioranza ritiene che Me. volle terminare così. La spiegazione più probabile è che l’ opera abbia intenzionalmen­ te un finale aperto, come gli Atti degli Apostoli, nell'intento di invitare il lettore ad «andare in Galilea a vedere» il Risorto (cfr. R. Pescb). A proposito dell'ipo­ tesi della perdita del finale originario, formulata spesso a partire dal x v n i secolo e sostenuta oggi da K . Aiand, sì è creduto d’ individuare lì finale «perduto» nell'apocrifo Vangelo di Pietro o nel Vangelo di N icodem o o in G v. 2 0 , 1 1 - 1 8 e Mt. 2 8 , 9 - 1 0 o in Mt. 2 8 , 1 6 - 2 0 . E. Linnemann ha sostenuto recentemente che il finale si trova in Mt. 2 8 , 1 6 s. + Ale. 3 5 , 1 5 - 2 0 ; G . W . T r o m p f, dal canto suo, ritiene che il racconto primitivo dell'apparizione soggiaccia a quello attuale dellapparizione alla M addalena ( 1 6 , 9 - 1 1 ) . c) Valore degli altri finali. Il finale lungo ( 1 6 , 9 - 1 1 ) , pur essendo largamente attestato, non è considerato autentico per ragioni di lessico e stile, diversi da quelli di M e e perché e collegato male ai racconto di 1 6 , 1 - 8 : cambia il soggetto e il numero delle donne. Per questa stessa ragione è improbabile che sia stato composto originariamente come conclusione del vangelo; è più verosìmile che sia stato preso da un altro documento, forse del secondo terzo dei 11 secolo, redatto P ro b lem i aperti 10 9 in ambienti missionari ellenistici, per invitare a unirsi al gruppo dei credenti, accogliendo la parola ciistiana del vangelo che dà la salvezza a eh’ Paccoglie e condanna chi la respinge (cfr. J. H ug). Questo punto di vista, che considera il finale lungo come un'appendice, è oggi largamente condiviso dopo essersi impo­ sto parallelamente allo sviluppo della critica testuale negli ultimi secoli, anche se fu respinto con forza da W . Burgon nel secolo scorso e da W . R . Farmer ai giorni nostri. Quest'uh imo considera 16 ,9 -2 .0 una pericope anteriore a Me. e da lui aggiunta alla fine della propria opera. Q u an to al rapporto tra questo finale e i racconti paralieli dì apparizioni, molti ritengono che Gt>., Le . e Mt. dipen­ dano da questo finale e lo riassumano (cfr. E. Schweizer: concordia evangelica di tutti i racconti della pasqua), ma di recente J. H u g ha sostenuto l'indipenden­ za dei racconti. Secondo questo autore la prima apparizione (M aria Maddalena) procede da una fonte indipendente di G v .} anche se è evidente una fornii molto antica; la seconda (Emmaus) pure dipende, forse, da una fonte indipendente da L cm per quanto non aggiunga niente a questi; anche la terza (gli undici) è indi­ pendente e dì valore non minore rispetto ai racconti paralleli, dei quali rappre­ senta un nucleo; il redattore finale aggiunse l'alternativa salvezza-dannazione e La promessa di segni; infine, la scena dell’ ascensione non dipende da Le. ma da una rilettura secondaria, di tipo pastorale, del mistero della pasqua, poiché riflette uno stadio avanzato della tradizione. A n ch e se questo finale non è autentico, la chiesa cattolica lo considera canonico e perciò ispirato e parola di Dio (concilio di Trento, Decretarli de canonicis Scripturis, 8 aprile 1 5 4 6 ; cfr. EB 60; 3 9 1 ; D V i r ) . D i fatto esso riporta tradizioni apostoliche. N em m en o il terzo finale, che inserisce prima il cosiddetto autentica, poiché il lessico e lo stile sono diversi da quelli di crifo. Probabilmente il logion di Freer, è Me. e suona a p o ­ tagian fu aggiunto nei 11 o n i secolo per attenuare la severa condanna di 1 6 , 1 4 , N eppure il finale breve e accettato per il lessico e lo stile diversi da quelli di M e., per la scarsa a Licitazione e perché contraddice 1 6 , 8 : qui si afferma che non dissero nulla, mentre l'aggiunta asserisce d ie raccontarono tutto. Ovviamente non è autentica la conclusione che unisce al finale breve il finale lungo. z. IL van gelo di M a rco e i rass. d i Q u m ra n 0 Nel 1 9 7 2 , J. O 'C a lla g h a n avanzò l'ipotesi che alcuni papiri greci ritrovati nella grotta 7 di Qumran contenessero brani del N u o v o Testam ento, tra cui alcuni di.o i io. Circa la possibile esistenza di frammenti di M e, a Qumr an cfr. J. O' Cal l ag han, j P a p ìr o s n eo testa m a it a r tos a i la cu e va 7 d e Q u m fà n t t B ib 53 ( 1 9 7 2 ) 9 1 - 1 0 0 ; Tres p r o b a b le s p a p ir o s n c o te sta rn c n ta n o s en fa c u e v a j d e Q u t n r é n : StPap n ( 1 9 7 2 } 8 3 - 8 9 ; N o t a s so b re 7 Q to m a d a s en el « R o c k e fc lìe r M u s e u m » d e Je r u s a lé r b Bib 53 ( 1 9 7 1 ) 5 * 7 ' S 3 3 ; Los p a p ir o s g r ie g o s de la ctteua 7 d e Q u m r a n , Madri d 1 9 7 4 , con ampia bibliografia; C.P. Thìede, Il p iù a n tic o m a n o sc r itto d e i v a n g e li? Il fr a m m e n to dt M a r c o d i Q u m r a n e g li in izi d e lla tra d i­ z io n e sc ritta d e l N u o v o T e s t a m e n t o , Roma 1 9 8 7 , con ampia bibliografìa e stato della questione; J . A . Fitzmyer, T h e Q u m r a n S c r o lls a n d th è N e w T e s la m e n t a fte r F o r ty Y ears: R Q 1 3 ( 1 9 8 8 } 6 0 9 - 6 2 0 , cfr. 6 1 1 s.; H . U . Ro s e n ba u m, C a v e j Q $ t Q e g e n d ie ern eu te In a n s p r u c b s n a m e d e s Q n m r a n -F r a g m e n t 7 Q 5 H a n d s c h r ift : B Z 3 1 ( 1 9 8 7 ) 1 8 9 - 2 0 5 . ah B r u c k s t iic k d e r à lte sten E v a n g e h u m - L a d im e n sio n e letteraria I IO Ade., in particolare 7 Q 5 = M e . 6 , 5 2 - 5 3 ; 7 Q 6 ,1 - Aie. 4,2,8; 7 Q 7 - Me. 1 2 , 1 7 e 7 Q 1 5 = M e. 6 ,4 8 . Questa identificazione era rilevante per il testo di Me. perché, se fosse stata accertata, avremmo avuto i resti più antichi di questo testo, datati intorno alla metà del 1 secolo. I pareri della critica si divisero: M Baillet, P. Benoit e altri si schierarono contro, anche se non si giunse a dimostrare la falsità dell’ ipotesi né hanno avuto successo altri tentativi di lettura di questi papiri. Recentemente l ’ ipotesi è stata vigorosamente difesa da C.P- Thiede. La difficoltà più grave consiste nella brevità dei testi identificati, che consentono sempre un margine di scetticismo, specialmente se si considerano le conseguenze che l’ adesione a questa ipotesi avrebbe per il problema delPorigine e della data di composizione del l'opera. 3. L a lingua d e l van gelo di M a rc o 11 a) Lingua caratteristica . Nel x i x secolo, contestualmente alla problematica si­ nottica, si sviluppano studi sulla lingua di ciascun vangelo sinottico, in partico­ lare quella di M e la cui priorità era sostenuta dall’ ipotesi delle due fonti. In questo ambito, nel 1 8 9 8 , J . C . H aw k in s scrisse il suo H orae Synopticae in cui sostiene l’ esistenza di una lingua propria per ciascun sinottico e cerca di deter­ minarne i tratti caratteristici. Egli ritiene che M e. abbia rielaborato le proprie fonti con un proprio linguaggio e, dopo uno studio del fenomeno, conclude ebe vi sono 4 1 parole caratteristiche di Me. (cfr. le più tipiche: ektham beom ai, er- ehetai/erchontai, eutheosjeuthys, ho esttrt, periblepom ai , p o lla , synzeteo; sono inoltre importanti akathartos , elegenfelegon, etsporeuom aì7 ekporeuom ai, en te h odoy euaggelion , krateo, paliti, phero). Quest'opera, sebbene criticata per la base limitata - i soli sinottici - su cui poggia la definizione della lingua di M e., contiene contributi importanti e rimane ancora oggi il punto di partenza per lo studio di questo argomento. Qualche anno piu rardi apparve una serie di articoli di C . H . Turner tesi a stabilire e documentare le caratteristiche della lingua di Me. Essi costituiscono u n ’altra pietra miliare nella storia di questo problema. Questi studi sono focalizzati secondo l’ ottica del problema sinottico e della critica testuale e, pur arricchendo il contributo di H a w k in s, soffrono dello stesso difetlu: la ristrettezza della base comparativa. M . Z e r w ìc k ha continuato questa linea di studio ma ha ampliato la base di comparazione linguistica, senza limitarsi al problema sinottico; sulla stessa linea hanno lavorato, con importanti contributi, M , J . Lagrange, G .D . Kilpatrick e N . Turner. K. Bultm ann11 riconosce l ’esistenza d i caratteristiche l e t t e r a r i e specifiche del11. Per una prospettiva storica sul problema e sul greco biblico in generale cfr. P. D s c h u l nigg, S p r a c h e t R e d a k t io n , 1 072,; J. O ’C a l l a g h a n , K o in é , Enfi i v , 4 8 8 - 4 9 2 ; E .J . Pryke, R e d a c tio n a t S t y ie , 1-9; A .F . Saenz, G r ie g o b ib lic o in te rte sta m e n ta rio . P a n o r a m ic a a ctu at: C n a d e m o s de F ilo lo g ia C là s ica 11 (1 9 7 6 ) 12 3-197; £■ Sp rin g h e tti, In tro d u c a lo H i sto ri caG r a m m a tic a in G ra e cita P e m N o v i Testam enti^ R o m a 1966, 2 3 - 5 3 ; J . ’W- V o e lz , T h e L a n g u a g e o f thè N e u / T e sta m e n ti in A N R W 11, 25.2, Berlin - N e w Y o r k 1 9 8 4 , 8 9 3 - 9 7 7 ; J. Vergote, G r e c B ib lìq u e , D B S III, 1 3 2 0 -1 3 6 9 ; cfr. inoltre le v a n e g ra m m a tich e del greco del N u o v o Testam ento. t i . C t r . D ie G e s c h ic h t e d e r s y n o p tìs c h e n T r a d it io n , cap. i n . P ro b lem i aperti in l’ opera di Me. ma, a suo avviso, ciò non implica che queste debbano risalire a Me., ultimo redattore dell’ opera; egli distingue fra tradizione orale, tradizione scritta e composizione finale a carico di M e.-compilatore, tre fasi nella fo rm a zio ­ ne del vangelo, in cui i materiali vengono assumendo una configurazione lette­ raria; da questo deduce che non necessariamente si deve presupporre un’ unità di stile per Popera e, in secondo luogo, che le caratteristiche letterarie riscontrate possono risalire a uno qualunque dei tre stadi e non solo alPultimo; in pratica non è possibile discernere con certezza i tratti che appartengono alPautore-compilatore e quelli risalenti a stadi anteriori della tradizione. N o n si può, perciò, parlare di «lingua di M e .» come se tutto dipendesse da lui. D u e studi linguistici apprezzati negli anni *70, di N e ir y n c k e di Pryke, hanno cercato di affrontare questo problema e di difendere la lingua e lo stile di M e., Pultimo redattore. F. N eiryn ck studia i doppioni di diverso tipo che c o m p a io ­ no in M e . e sostiene l ’ unità stilistica dell’ intera opera, che deriva dal redattore finale. E .J . Pryke tenta d’ individuare i tratti caratteristici della redazione in quanto indipendenti da quelli della tradizione: studia perciò le caratteristiche sintattiche delle parti in genere considerate redazionali e fissa statisticamente il lessico redazionale. E stato criticato il tentativo di separazione netta fra tradizione e redazione, come se questa operazione fosse possibile, e il metodo impiegato a tal fine. I tre ampi commenti a M e . apparsi alla fine degli anni ’ yo, di R. Pesch, J. Gnilka e W . Schmithals, rivelano la varietà di opinioni che esiste su questo problema. R. Pesch si pone sulla linea della storia delle forme: M e. è un «redattore conservatore» e la sua opera è priva di unità linguistica né si può parlare di lingua di Me.\ J. G n ilk a, al contrario, considera Me. un «red at­ tore m oderato» con una lingua e una teologìa proprie, diverse da quelle della tradizione, e tenta di individuarle e distinguerle; W. Schmithals, infine, si pone su una linea precedente la storia delle forme, attribuisce al redattore finale un intervento conservatore e asserisce che la fonte principale, il documento base, presenta un’ unità di stile e il suo autore è il vero creatore dell’ opera. Il recente, ampio studio di P. Dschulnigg illumina tutta questa problem atica e sembra superare la tensione tradizione-redazione com e fu impostata dalla storia delle forme. Questo studio presuppone che nella redazione finale vi siano tratti provenienti dalla tradizione, ma non cerca di distinguerli nettamente: presume infatti che siano stati adottati dal redattore finale. Per individuare le caratte­ ristiche del vangelo di M e. si serve di criteri statistici con una base molto ampia, stabilendo 2 7 0 termini caratteristici e constatando che si trovano in tutta l ’ opera, sia nell’ introduzione sia a ll’interno delie singole pericopì. C iò lo porta a mettere in discussione alcune affermazioni della scuola delle forme e a sostenere l’ unità stilistica fondam entale dell’ opera intera, il cui autore ha operato un’ omogeneizzazione sul piano dello stile delle diverse fonti utilizzate. L o stile che ne risulta alla fine non è una creazione originale di M e ., poiché di fatto egli lo condivide con altre opere ed è possibile che lo abbia appreso usando, come missionario, la tradizione orale, al pari della sua teologia che, pur presentando tratti caratteristici, appartiene al fondo comune della tradi­ zione cristiana primitiva. E insomma impossibile stabilire una netta separazio­ ne letteraria e teologica fra tradizione e redazione, com e risulta chiaramente I iz L a d im e n sio n e letteraria d ai r is u lta ti c o n t r a d d i t t o r i dei c o m m e n t i p iu r e c e n t i . M e . a s s u n s e e r i e l a b o r ò le p r o p r i e f o n t i in m o d o c h e t u t t o q u e l c h e i p r e s e n t e n e l t e s t o è s u o , a n c h e se n o n tu tto è o p e r a s u a . b) Critica della narrazione. A l t r i a u t o r i , s e n z a n e g a r e p e r p r i n c i p i o la v a l i d i t à d e l l a c r i t i c a d e l l e f o n t i , si s o n o d e d i c a t i p r e v a l e n t e m e n t e a l l a c r i t i c a l e t t e r a r i a ( narrative criticism ), s t u d i a n d o l ’ o p e r a di M e . c o m e u n t u t t o o m o g e n e o su l p i a ­ n o l e t t e r a r i o , c h e h a u n s i g n i f i c a t o in s e s t e s s o , c o n g li s t r u m e n t i d e l l a c r i t i c a l e t t e r a r i a . In q u e s t a p r o s p e t t i v a v e n g o n o p r e s e in e s a m e le c a r a t t e r i s t i c h e l e t t e ­ r a r i e d e l l ’ i n s i e m e , c o m e lo s t i l e , le s t r u t t u r e c o n c e n t r i c h e , c h i a s t i c h e , p a r a l l e l e e c c . e le c a r a t t e r i s t i c h e d r a m m a t i c h e , c o m e il r u o l o d e l n a r r a t o r e , la t r a m a , i c o n te s ti e i c a r a tt e r i {cfr- D , R h o a d s - D . M ic h ìe , G . L iid e ritz , J . D e w e y , R . F o w l e r , R . Z w i c k e a l t r i ) . M T r a q u e sti stu d i b is o g n a e v id e n z ia r e quelli c h e a p ­ p l i c a n o in p a r t i c o l a r e al t e s t o di M e . i m e t o d i s t r u t t u r a l i s t i , c o m e B , S t a n d a e r t : , J. D elorm e, J. R a d e rm a k e rs e altri s c h i o dì c a d e r e n el s o g g e t t i v i s m o .14T a l i s r u d i s o n o u t i l i , m a p r e s e n t a n o il r ì ­ se p r e s c i n d o n o c o m p l e t a m e n t e d a i m e t o d i s t o r i c o - c r i t i c i c h e c o n s e n t o n o di c o n o s c e r e le r a d i c i s t o r i c h e d e l t e s t o s c r i t t o . 13, D . R h o a d s - D . M ic h i c , M a rk a s a S to r y . A n In t r o d u c t ìo n to thè N a r r a t iv e o f thè G o s p e ls , Philadelphia e B. V a n Tersel, jR e a d tn g M ark> E d i n b u r g h 1 9 8 9 , ap p lica n o a M e. i metodi c r it ìc o -n a r ra n v i. H a n n o studiato M e . alla luce della tragedia classica G . G . Bilezikian, T h e L ib e r a te ti G o s p e l , G r a n d R a p id s , M ic h . 1 9 7 7 ; T . M o s c i , M a r k ’s G o s p e l. A D r a m a ?: B i T o d 80 ( 1 9 7 5 ) 52.8-533; A . S to ck , L it e r a r y C riti c i sm a n d M a r k 's M y s t e r y P la y : B i T o d 1 0 0 { 1 9 7 9 ) 1 9 0 9 - 1 9 1 5 ; C a li to D ts c ip ie s h tp . A L it e r a r y S t u d y o f M a r k Js G o s p e l , W ilm in g to n 1981:; J .H . Sto ne, T h e G o s p e l o f M a r k a n d Q e d ip u s thè K in g . T w o T r a g ic V is io n s : S o u n d m g s 67 ( 1 9 8 4 } 55- 69; R . G . W a ls h , T r a g ic D im e n s io n s in M a r k : B i b T B 19 (1 989} 94-99; R. Z w i c k , M o n ta g e im M a r k u s e v a n g d iu m . S tu d iu m z a r n a rra ttven Q rg a n c sa U o n d e r d lteste n Je s u s e r z à h lv n g , Stuttgart 1 9 89. G. L u d e ritz studia tutte le tecniche espressive: cfr. R e t h o r ik , P o e t ìk , K o m p o s it io n s te c h nik im M a r k iis e v a n g e l/u m , m H . C a n c i k (ed.), M a r k u s -P h ilo lo g ie , T u b tn g e n 1984, 1 65Z03. D . Jasper fissa l'attenzione sulla retorica: cfr. St. M a r k ’s G o s p e l a n d thè In te rp re ta tiv e C o m m u n it y : R e l l n t L 6 ( 1 9 8 9 ) 1 7 3 - 1 8 1 . L' uso del chiasmo è stato studiato da J. De we y, M a r k a n P u b lic D e b a t e : L it e r a r y T e c h n ìq u e , C o n c e n t r i S t r u tt u r e a n d T h e o lo g y in M k 2 . T - 3 . 6 , Chico, Cai. 1 9 8 0 ; J . R . Edwards, M a r k a n S a n d w ìc h e s . T h e S ig n ific a n c e o f h it e r p u la t ìo n m M a r k a n N a r r a t iv e s: N T 3 1 ( 1 9 8 9 ) .193 z i 6; R, Fowler, Loat/es a n d F ish e s. T h e F u n c tto n o f thè F e e d in g S to r ie s in thè G o s p e l o f M a r k , Chico, Cai. 1 9 8 * ; M .P h . Scott, C h ia s t ic S tru ttu re . A K e y to th è /n te r p re ta tio n o f M a rk s G o s p e l : BibTB 15 (1 9 S 5 ) 17-2.6; À. Stock, C h ia s tic A w a r e n e s s a n d E d u c a t io n in A n t iq u it y : BibTB 1 4 ( 1 9 8 4 ) 1 3 - 2. 7 H a n n o studiato i doppioni P. R o lla n d , M a r c , p r e m ie r e h a r m o n ie é v a n g é tiq u e ? : RB 9 0 ( 1 9 8 3) Z3-79 e F. N e i r v u c k , D u a lìt y in M a r k , L o u v a i n *1989 e L e s e x p r e s s io u s d o u b le s ch e z M a r c et le p r o b le m e s y n o p t iq u e : E T L 59 f r 573 3 ) 3 0 3 - 3 3 0 (replica a R o lla n d ) . 14. H a n n o app lica to l'a n a lis i strutturale all'intera opera F. K e r m o d e , T h e G e n e s is o f S e c r e c y , C a m b r id g e , Mass. - L o n d o n 1 9 7 9 ; B. V a u lersel, L o c n lit y ì S t r u tt u r e a n d M e a n in g in M a r k : L i n g B i b 53 (1 9 8 3 ) 4 5 - 5 4 ; E.S- M a l b o n , T h e Je s u s o f M a r k a n d th è S ea o f G a lile e : J B L 103 ( 1 9 8 4 ) 3 6 3 - 3 7 7 ; T h e j e w i s h L e a d e r s hi thè G o s p e l o f M a r k . A L it e r a r y S t u d y o f M a r k a n C h a ra c te riz a tto n : J B L 108 { 1 9 S 9 ) 2.59-2.81; J , R a d e rm a k e rs , // V a n g e lo d i G e s ù s e c o n d o M a r c o , Bologna 1 9 7 5 , B. Standaert, L ’ E v a n g ìle s e ìo n M a r c . C o m p o s it io n et g e m e litté ra ire , Bruges 1978, ecc. H a n n o com p iu to studi parziali J. D e lo rm e , L 'm t é g r a t io n des p e tite s u n ités U ttéraires d a n s l'é v a n g iie de M a r c du p a in i de v u e d e la sé m to U q u è s t r u t tu ­ rale: N T S 2,5 ( 1 9 7 9 ) 469-49113 O . Genest, L e Christ. de la P a ssio n . P e r s p e c tiv e stru ttu ra le . A n a ly s e de M a rc 14,53 réal 1978. ij,4 des p a ra llè le s b ib lìq ttcs et e x t r a -b ib liq u e s , T o u r n a i - M o n t - IV. O R I E N T A M E N T I B I B L I O G R A F I C I La bibliografia sull’ argomento è molto ampia. Sui problemi presentati in questo Testimonianza del Vangelo di Marco , Padova 1 9 6 8 ; X . Léon-Dufour, i vangeli sinottici, in Intro­ duzione al N > T voi. z. 1 / annuncio del vangelo, R o m a “1 9 8 4 e le parti intro­ capitolo si possono leggere le introduzioni di B. R ig a u x , duttive dei commentari di V. T a y lo r, J. Gnilka e R. Pesch. Capitolo iv La dimensione teologica P r o s e g u ia m o n e lP a n a lis i d e ll’ o p e r a e s a m in a n d o n e il c o n t e n u t o . L o s t u ­ d io p re c e d e n te h a m o s t r a t o c h e l’ o p e r a d i M e. è e s s e n z ia lm e n te t e o lo g i­ c a : la c r is t o lo g ia v i riv e ste un r u o lo fo n d a m e n ta le . S e c o n d o il tito lo ( 1 , 1 ) e ssa in te n d e m o s t r a r e ch e G e s ù è il v a n g e lo (i), p o ic h é è il m e s s ia ch e v ie n e a p r o c la m a r e il r e g n o ( il) , e fig lio di D i o ( n i) . N e l l o s v ilu p p o d e ll’ o p e r a a p p a r e c h ia r a m e n te u n ’ a ltr a c a r a t t e r is t ic a , s tr e tta m e n te le g a ­ ta alle p re c e d e n ti: G e s ù è a ll’ o rig in e d e l d is c e p o la t o ( i v ) , ch e è u n ’ isti­ tu z io n e e m in e n te m e n te c r is t ia n a . Q u i d i s e g u ito q u e s ti te m i v e n g o n o s v ilu p p a t i te n e n d o p re se n te l ’ o p e r a nel s u o in sie m e . I. G E S Ù È I L V A N G E L O 1 E v a n g e liz z a r e , c o m e c o n c e t t o t e o lo g ic o in s e n s o s tr e tto , d e r iv a d a lla t e o lo g ia del D e u t e r o -ls a ia . G e s ù lo rife rì a se ste sso e la c h ie s a p r im it iv a , in s e g u ito a c iò , s v ilu p p ò q u e s to rife r im e n to a t t r ib u e n d o a G e s ù e a lla s u a o p e r a la p a r o la v a n g e lo . M e . si c o llo c a in q u e s to c o n te s to p o n e n d o il tito lo i. va n g elo a l c e n tr o d e lla p r o p r ia o p e r a . E van gelizzare seco n d o il D e u te ro -lsa ia P rim a d e ll’ e p o c a del) e silio b a b ilo n e s e il v e r b o e b r a ic o b issa r , e v a n g e liz ­ z a re , si u s a v a p e r in d ic a r e l ’ a n n u n c io d i u n a b u o n a n o t iz ia , r e lig io s a o p r o f a n a ; il v e r b o n o n a v e v a un p a r t ic o la r e v a lo r e r e lig io s o . F u il D eu­ tero -lsa ia (I s . 4 5 - 5 5 ) , a lla fin e d e ll’ e silio b a b ilo n e s e , a c o n fe r ir e al te r ­ m in e un p r e c is o s ig n ific a to r e lig io s o , e s p r im e n d o c o n e sso u n a b u o n a 1 . Per questa presentazione cfr. in particolare G. Friedrich, E v a n g e lo n el N u o v o T e s t a ­ m e n to , Brescia 1 9 9 3 (rsst. delia voce e u a n g e liz o m a i, ktl. del G L N T [in, 1 0 2 3 - 1 1 0 6 ] } ; D. Dormeyer - H. Frankemòlle, E v a n g e liu m a ls lite r a ris c h e G a ttu n g u n d a h t b e o lo g is c h e r B e g r iff. T e n d e n z e n u n d A u fg a b e n d e r E v a n g e h e n fo r s c h a n g un 2.0. Ja h r h u n d e r t , m it ein er U n te r s u c h u n g d e s M a r k u s e v a n g e fiu m s in s e in e m V e r h d lt m s z u r a n t ìk e n B io g r a p h ie , in A N R W il, 2 5 . 2 , Berlin - N e w Y o r k 1 9 8 4 , 1 5 4 3 - 1 7 0 4 ; H. Frankemòlle, E v a n g e liu m . B e g r i f f u n d G a ttu n g . E in F a r s c h u n g s b e r ic b t , Stuttgart 1 9 8 8 ; H . Kòster, U b e r lie fe r u n g u n d G e sc h ic h te d e r fr u h c h r is tlic h e n E v a n g e lie n U te ra tu r, in A N R W II, 2 5 . 2 , 1 4 6 3 - 1 5 4 2 ; W . M a r x sen, L ’ e va n g e lista M a r c o , Casale Moni. 1 9 9 4 , 1 1 0 - 1 2 0 ; j. Schniewind, E u a n g e lio n . U r sp ru n g u n d e rste G e sta lt d e s B e g r tffs E v a n g e liu m 1, Gnttingen 1 9 2 7 ; R.P. Martin, M a rk . E v a n g e lis t a n d T h e o io g ia n , Exeter 1 9 7 2 , 2 1 - 2 8 . G e s ù è LI v a n g e l o M5 notizia jn particolare, l’annuncio di una promessa escatologica, secondo cui D io sta p e r regn are , nonostante tutti gli eventi che sembrano con­ traddirne la potenza, in particolare le vittorie di Ciro attribuite da que­ st’ultimo ai propri dèi. Questi trionfi crearono tra gli ebrei esuli una grave cnsi di fede: chi è davvero potente e governa il mondo, Jalive il Dio d ’Israele o gli idoli dei gentili? L ’esperienza contraddice la fede. In questo contesto il Deutero-lsaia presenta un evangelizzatore (m 1 basser) araldo di buone notizie, che evangelizza, annuncia una buona notizia, annuncio di pace, salvezza e bene, il cui contenuto fondamentale è la pro ssim ità d el regno di Ja h v é (I s . 40,9; 41,2-7; 52,7): ecco Jahvé viene, il Dio d ’Israele, come re a Sion (40,9; 52.57), alla guida di tutti gli esiliati; viene con autorità a raccogliere, come un pastore, il gregge e a ricondur­ lo a Sion. Passando dalle metafore ai concreti eventi storici, il profeta collega la venuta di Jahvé con le gesta di Ciro (41,2.5,2.7); egli non è altro che un unto di Jahvé (4 5 ,1-8 ; 4 8 ,8 -16 ), è Jahvé a sostenerlo e a dargli la vittoria ( 4 1 ,1 ; 4 5,8; 4 6 ,13 ) e offrirà per mezzo di Ciro la liberazione al proprio popolo e preparerà il proprio regno. Agendo così, Jahvé si rivela come Punico Dio, creatore potente di tutto il mondo ( 4 o ,iz -3 x ; 4 1 ,4 .1 7 - 1 0 ; 4 3 ,8 - 1 3 .1 4 - 2 1 ; 4 4 ,6 -8 .2 1-2 2 ; 4 5 ,6 6 -2 5 ; 4 6 ,1 ­ 1 2 ; 5 1 ,9 - 1 0 .1 6 ) , capace di realizzare i propri piani di salvezza per mez­ zo dei re umani, anche se sono pagani e non lo riconoscono, come appunto Ciro (45,4), dietro ai quali egli è presente e agisce come D io ìiascosto (4 5 ,15 ). L ’affermazione della potenza di Jahvé costituisce il fondamento del messaggio della sua azione nella storia. « L a storia della salvezza c opera di Dio creatore e ciò implica che l'evento storico è rivelazione e manifestazione di Ja h vé , della sua potenza, della sua benevolenza e misericordia. N on ha ragione d Jessere una dialettica che divida il mondo delPuomo da quello di Dio. Il mondo umano è il luogo del manifestarsi di Dio; il mondo umano esiste come epifania di Dio».* L ’evangelizzatore, dunque, e l’araldo di Jahvé che ne proclama la venu­ ta come re per portare la salvezza e la pace. La forza di qualsiasi araldo e del suo messaggio deriva da colui che lo manda. Poiché in questo caso chi lo invia è D io, il suo annuncio è p a ro la poten te ed e ffic a c e , infallibile e destinata a compiersi (41,2.6 s.; 4 6 ,10 ; 5 5 ,6 - 11) ; esso, inoltre, ha carattere escatologico, poiché l’evangelizzatore non si limila ad annun­ ciare il futuro regno di Dio, la salvezza e la pace, ma, nell’ atto stesso di annunciarlo, già comincia a crearlo e a renderlo presente. Più tardi il T rito-Isaia, alla fine dell’ epoca persiana, rinnova la p ro­ messa dell’ «evangelizzaiore» presentandolo come profeta venuto a z. C f r . P. M e re n d in o , C o r s o c s e g e tic o -te o lo g ic o su Isa ia 4 0 , n parte: 1 2 - 3 0 , R o m a a d u su m prìuapAnii 5 s, 1 9 7 1, 1 16 La dimensione teologica proclam are il regno di Dio che significherà liberazione e anno di grazia, soprattutto per i poveri (Js. 6 1,1- 2 ) . 2. Gesù l ’evangelizzatore Gesù si presenta come l’evangelizzatore che proclama e porta il regno, destinato in particolare ai poveri (cfr. Mt. 1 1 , 5 e Le. 7 ,2 2 , che riprende questa tradizione anche in 4 ,18 -2 2 : i poveri sono evangelizzati). Attual­ mente la m aggior parte degli esegeti considera fondata da un punto di vista storico questa afferm azione: Gesù agi con piena consapevolezza di profeta escatologico, legato a Dio in modo particolare e unico; si con­ sacrò alla proclam azione del regno e i poveri furono i destinatari privi­ legiati della sua azione. Si discute se Gesù adoperò la parola vangelo, ma oggettivamente la sua opera era vangelo poiché, in quanto evangelizza­ tore, egli proclam ava e realizzava l'oggetto delPevangelizzare: la buona notizia del regno di Dio, della pace e della salvezza, già presente in iorm a nascosta. La chiesa prim itiva, continuando e rendendo esplicita quest'opera, definisce Gesù evangelizzatore e la sua opera vangelo. Quest’ ultimo sostantivo è una novità, perché fino ad allora né nell’Antico Testamento né nel giudaismo intertestamentario era stato impiegato per designare l’ oggetto e l’azione dell’evangelizzare nel senso religioso conferitogli dal Deutero-Isaia. Questo sostantivo indica sia il contenuto sia l’atto deli’evangelizzar e e perciò il suo uso s’ ispira alla tradizione giudaica, dal momento che in greco il termine non indica un’attività. Queste conno­ tazioni possono spiegarne l’impiego: era evidentemente adatto a espri­ mere la ricchezza racchiusa nel concetto. D ’ altro canto fu forse usato in polemica contro il ricorso che della stessa parola si faceva nel culto imperiale, il quale la applicava a diversi aspetti (la nascita, i compleanni, la m aggiore età, l’ascesa al trono, i decreti e le ordinanze) della vita d ell’imperatore, considerato un dio salvatore. «Così il N u o v o Testamento contrappone ai vangeli molteplici l’unico vangelo, alle molteplici intronizzazioni, la proclamazione unica del regno di Dìo... Cesare e Cristo, l ’ imperatore che siede in trono □ Roma e il maestro disprezzato e crocifisso in Palestina sono uno di fronte alPaltro. Entrambi sono vangelo per gli uomini; hanno alcuni tratti in comune ma rappresentano due mondi molto diversi».3 L ’ uso neotestamentario è caratterizzato dalla convinzione che Gesù è l’evangelizzatore-vangelo che porLa il regno di D io e, per la successiva 3. Cfr. D . E . Aune, 1 he Vroblcm o f thè M essianic Secret: N T n ( 1 9 6 9 ) i - j x ; Schuyler Iìrown, T h e Secret o f thè Kìttgdom o f G o d (Mark. 4 , 1 1 ) : J B L 92. ( 1 9 7 3 ) 6 0 - 7 4 ; J . D . G . Dumi, The M essianic Secret in Mark\ T y n B 2.1 ( 1 9 7 0 ) 9 2 . - 1 1 7 . G e s ù è il v a n g e l o 1 1 7 reinterpretazione cristologica delle diverse sfaccettature che il concetto ha nel Deutero-Isaia, specialmente quella della potenza di D io che si manifesta nella debolezza, come D io nascosto, senza trionfalism i, in contrasto con il culto imperiale. Così il vangelo è potenza di D io (R o m . I , 16 ), rivelazione della sua salvezza (Rom . 1 ,1 7 ) , ma si realizza nella debolezza (1 Cor. 1 ,1 7 ) e perciò può provocare vergogna (Rom . 1 , 1 6 ; 1 Cor. 1 , 1 7 . 2 3 ; 2 Tìm. 2,8) e scandalo (Mt. 1 1 , 6 ; Le. 7,23). Il vangelo è Gesù, morto e risorto (r Cor. 15 ,1- 7 ) . L'evangelizzare riassume tutta l'opera apostolica (1 Cor. 1 , 1 7 ; 9 ,16 ) e consiste nel proclam are Gesù, in cui si compiono le promesse contenute nelle Scritture (Atti 5,42,; 8 ,4 .3 5 ; I I , 20; 1 3 ,3 2 ; 1 7 , 1 8) o, con espressione più precisa, annunciare il regno e Gesù messia (Atti 8 ,12 ). Infine, poiché il compito proprio dell’araldoevangelizzatore è di proclam are la parola, questa ha un ruolo essenziale nell'evangelizzazione, come appare già nel Deutero-Isaia, in cui viene presentata come il suo oggetto e addirittura le due cose vengono identificate. Ora, questa parola non è semplice suono, perché per opera dello Spirito santo agisce potentemente in chi ascolta mediante la fede ( j Tess. 1 ,5 ; 2 ,13 ) , fondamentale per attuarne l’efficacia (Rom . 1 ,1 6 ) . Paolo è l’autore più antico e quello in cui più spesso ricorre il termine «vangelo». Questo, secondo lui, è Gesù, la cui persona e la cui azione di salvezza diventano concretamente presenti nella proclam azione gra­ zie alla potenza dello Spirito santo (1 Tess. 1 ,5 - 1 0 ) ; per questo è insieme storia e proclam azione (x Cor. 15 ,1- 8 ) , cioè i fatti storici salvifici com ­ piuti da Gesù diventano presenti in ogni proclam azione kerygm atica, catechetica o sacramentale (i sacramenti sono un modo concreto di proclamare la morte e la risurrezione di Gesù: cfr. 1 Cor. 1 1 ,2 6 ) . Gesù, perciò, continua a essere presente nel nascondimento e nella debolezza della parola proclam ata (cfr. 1 C or. 2 ,1-5 ). Inoltre nella chiesa aposto­ lica avviene una trasposizione: Gesù proclam ò la buona notizia del regno di Dio, la chiesa proclam a la buona notizia di Gesù, Dio nascosto, che annuncia e realizza il regno di Dio. 3. Il vangelo secondo M arco Me. si colloca in tale prospettiva, dedicando tutta la propria opera allo sviluppo di questo tema. Egli impiega sette volte la parola «vangelo», sempre in contesto redazionale, il che consente di dedurre il senso che egli attribuisce a questo termine: 1 . secondo 8,3 5 vangelo è sinonimo di Gesù e del suo m essaggio per il quale bisogna perdere la propria vita, di fronte al quale non ci si deve vergognare; 2. 10 ,2 9 ripete la stessa fo r­ mula e anche qui vangelo è sinonimo di Gesù; 3. 1 3 , 1 0 e 1 4 ,1 9 hanno in comune la presentazione di Gesù come oggetto di predicazione ma I i8 L a d im en sio n e teo lo g ica contengono ciascuno sfumature proprie: in 1 3 , 1 0 la proclamazione è riferita a un contesto dì persecuzione, in 1 4 ,1 9 la proclam azione ha un carattere di «memoriale» ossia di ricordo del passato che lo rende pre­ sente; 4. in 1 , 1 4 la promessa è il «vangelo» il cui autore e protagonista è Dio, e che inizia a compiersi con la proclam azione del regno da parte di Gesù; il contesto in cui prende ravvio («quando Giovanni fu arresta­ to» e in Galilea) rinvia a un clima difficile e povero {cfr. lo sviluppo dell’opera); 5. secondo 1 , 1 5 i! vangelo è Gesù e la sua opera al servizio del regno promesso; 6. infine, è fondamentale 1 , 1 il cui significato, alla luce dei valori messi in evidenza sopra, è duplice. D a un lato è il titolo di tutta l’opera: vangelo è Gesù di N azaret, poiché egli è il messia che proclama il regno di D io nel modo che sì addice al figlio di Dio, vale a dire, secondo 15 ,3 9 , come Dio nascosto che manifesta la propria poten­ za nel dono totale di sé. Atfc, sottolinea così l’ aspetto di debolezza e nascondimento. Anziché sviluppare quest’afferm azione con linguaggio teologico, alla maniera di Paolo, egli ricorre alla tradizione narrativa dei fatti e dei detti di Gesù scegliendo i materiali che consentono di m ostra­ re come in Gesù si compie il vangelo promesso. D all’ altro lato il testo rinvia al carattere kerygrnatico attualizzante del vangelo, perché il geni­ tivo (vangelo) «di Gesù» è insieme soggettivo (= Gesù evangelizza) e oggettivo (= esso annuncia Gesù); Gesù è, a un tempo, soggetto e ogget­ to del vangelo, e la proclamazione evangelica ha carattere di memoriale: in essa Gesù è presente come protagonista e come oggetto. Vangelo significa, perciò, stona e proclamazione. Quindi vangelo è, per Me., Gesù e tutta la sua opera, Gesù - messia figlio di Dio, presente in modo efficace in ogni proclamazione: in essa egli offre la sua azione salvifica nel nascondimento e nella debolezza a ogni uomo contem poraneo; molti respingono questa proclamazione, ma quanti raccolgon o ne vengono trasformati mediante la fede (cfr. il tema del «discepolato» in cui com paiono i diversi atteggiamenti dì fron­ te a questa proclamazione). 4. Il vangelo dì Galilea W . M a r x s e n s o t t o l i n e a la n a t u r a k e r y g m a t i c a del c o n c e t t o di v a n g e l o , in q u a n t o p r o c l a m a z i o n e a t t u a l i z z a n t e di G e s ù e d e l l a s u a a z i o n e s a l v i f i c a . Q u e s t a a n n o t a ­ z i o n e è c o r r e t t a , p u r c h é n o n sia in r e s a m m o d o u n i l a t e r a l e , t r a s c u r a n d o il c a r a t t e r e s t o r i c o delle t r a d i z i o n i o g g e t t o d e l l a p r o c l a m a z i o n e . L a t e o l o g i a di M e . s u l l a G a l i l e a , e v i d e n z i a t a d a E . L o h m e y e r e W , M a r x s e n , 4 si t r o v a s u l l a s t e s s a lin ea k e r y g m a t i c a : m o g n i p r o c l a m a z i o n e a g i s c e G e s ù r i s o r t o , m a l ’ o f f e r t a di s a l v e z z a p e r o g n i u o m o 4. Cfr. inoltre F. de la Calle, Situación al servicìo del Evangelio de Marcos), Madrid 1975. kengma (Quadro geogràfico dei M essia ven u to a p r o c l a m a r e il r e g n o d i D i o 119 c o n t e m p o r a n e o s o g g i a c e a lle s t e s s e c o n d i z i o n i n e l l e q u a l i o p e r ò in G a l i l e a : d e b o ­ lezza, in c o m p r e n s io n e e a p p a r e n te fa llim e n to . D u e d a ti g iu stifica n o q u e s ta t e o l o ­ gia: a n z itu tto Me. c o n c e n t r a la m a g g i o r p a r t e d e l l e t r a d i z i o n i in G a l i l e a . In g e n e ­ r a l e le u n i t à p r e s m o t t i c h e f u r o n o t r a s m e s s e p e r m o t i v i c a t e c h e t i c i e n o n b i o g r a f i c i e d u n q u e p r iv e della c o r n i c e t o p o g r a f i c a e c r o n o l o g i c a c o r r i s p o n d e n t e . M e . , r a c ­ c o g l i e n d o l e , le c o n c e n t r a p r e v a l e n t e m e n t e in G a l i l e a , s o p r a t t u t t o q u e l l e c o n c e r ­ n e n t i la p r o c l a m a z i o n e d e l r e g n o e le r e a z i o n i d e g l i a s c o l t a t o r i . Il s e c o n d o d a t o s o n o le a g g i u n t e r e d a z i o n a l i c h e (1 4 ,2 ,8 e 1 Me. p o n e d o p o l ’ u l t i m a c e n a e l’ a p p a r i z i o n e f in a l e 6,7). D o p o I u l t i m a c e n a G e s ù a n n u n c i a a i s u o i d i s c e p o l i , c h e s t a n n o p e r a b b a n d o n a r l o , il p r o s s i m o i n c o n t r o i n G a l i l e a ; n e l l ’ a p p a r i z i o n e l’ a n g e l o fa a n n u n ­ c i a r e a P i e t r o e a i d i s c e p o l i c h e G e s ù li p r e c e d e e p o t r a n n o i n c o n t r a r l o in G a l i l e a . L a G a l i l e a , p e r t a n t o , h a u n c a r a t t e r e t o p o g r a f i c o - r e o l o g i c o . E il l u o g o i n c u i G e s ù o p e r ò e d o v e a g i s c e a d e s s o e lo si p u ò « v e d e r e » n e l l e s t e s s e c o n d i z i o n i in c u i o p e r ò . L a G a l i l e a f u n g e in ta l m o d o d a n e s s o t r a il G e s ù t e r r e n o e il G e s ù g l o r i o s o c h e c o n t i n u a a o p e r a i e e f f ic a c e m e n te , m a c o m e D i o n a s c o s t o , c o m e p r i m a nella d e b o ­ l e z z a d e l l a p r o c l a m a z i o n e e in u n c o n t e s t o di i n c o m p r e n s i o n e , r i f i u t o e s c a n d a l o . In q u e s t a p r o s p e t t i v a l ’ o p e r a di Me. è insiem e storia e p r o c la m a z io n e . È s to ria p a s s a t a e a ttu a lità . L e g g e r la sign ifica c o m p r e n d e r e ch e G e sù n ella su a azion e m e s s i a n i c a c o m p i u t a n e l l a d e b o l e z z a è il c o m p i m e n t o d e l l a p r o m e s s a s e c o n d o c u i D io re g n e rà c o m e D io n a s c o s t o . Q u e s t a a z io n e a p p a r t i e n e alla s to r ia ed è s ta ta c o m p i u t a u n a v o l t a p e r s e m p r e . È q u e s t a la b u o n a n o v e l l a . A l l o s t e s s o t e m p o s i g n i f i c a c o m p r e n d e r e c h e q u e s t a b u o n a n o v e l l a è a l l a p o r t a t a di o g n i u o m o p e r m e z z o della p r o c l a m a z i o n e o della l e t t u r a a c c o l t a n ella fede. T u t t a q u e s ta i n t e r ­ p r e t a z i o n e i m p l i c a la s p i e g a z i o n e d e l g e n i t i v o ( v a n g e l o ) d i G esù ( 1 , 1 ) c o m e c o n ­ te m p o ra n e a m e n te soggettivo e o g g ettiv o, p re se n ta n d o G esù c o m e so g g e tto e o g ­ g e t t o del v a n g e l o . N o n tu t ti gli e s e g e t i , p e r ò , c o n c o r d a n o c o n q u e s t a o p i n i o n e . A l c u n i , c o m e A . M . A m b r o z i c / r i t e n g o n o c h e il v a n g e l o sia s o l o l ’ o g g e t t o d e l l a p r o c l a m a z i o n e e c h e n o n si d e b b a s o t t o l i n e a r n e il c a r a t t e r e a t t u a l i z z a n t e . II. M ESSIA V E N U T O A P R O C L A M A R E IL R EG N O DI DIO* jesù è Punto dallo Spinto e perciò è in grado di combattere Satana e di proclamare efficacemente il regno di Dio. 1. Presentazione iniziale N el contesto del battesimo Me. presenta Punzione messianica di Gesù nella linea del servo di Jahvé ( 1 ,9 - 1 1 ) : riceve lo Spinto e D io lo proclama 56 5. Cfr. The Hiddeit Kingdom, 8-15. 6. Sul regno di Dio cir. in particolare: A.M Ambrozic, The Hidden Kingdom, Washington 1972,; P. Lamarche, / miracoli di Gesù secondo Marco, in X. Léon-Dufour (ed.), / miracoli di Gesù, Brescia 1980, 1 7 3 - 1 8 3 ; R. Latourelle, Miracoli di Gesù e teologia del miracolo, Assisi 1987; K. Kertelge, Die Wunder ìnt Markusevangelìum. Eme redaktions-geschichtUche Untersuchnug, Miincben 1970; R. Pesch, Il vangelo dì Marco 1, Brescia 1980, 188 s. e 441-447; B. Riga lix, Testimonianza del Vangelo di Marco, Padova 1968, 97-107. iz o L a d im en sio n e teo lo g ica figlio-servo-profeta. La sua prima azione, subito d o p o , spinto dallo Spin to, sarà affrontare Satana, sconfiggerlo ( 1 ,1 2 - 1 3 ) e, essendo il più forte (cfr. 3,2,7), spodestarlo. Il suo ministero consisterà precisamente in questo spodestamento, compimento del vangelo promesso da Dio, rias­ sunto nel som m ario che si legge subito dopo ( 1 ,1 4 s.): si è compiuto il tempo dell’ attesa, è venuto il tempo della salvezza disposto da Dio, già comincia rirruzione del regno. Di fronte a questa nuova situazione storico-salvifica gh uomini devono rispondere con la conversione e la fede. Il resto del capitolo è dedicato a presentare i segni che mostrano la portata del regno che comincia. Significativamente la prima azionesegno di Gesù è la creazione del discepolato ( 1,16 -2 0 ) ; si rivolge così al nuovo popolo implicato dalla venuta del regno, che è di natura essen­ zialmente com unitaria. Perciò, a partire da questo momento, Gesù ap­ parirà sempre in com pagnia dei suoi discepoli. Poi, nella sinagoga di Cafarnao ( 1,2 1- 2 8 ) , insegna con autorità. Non viene detto cosa inse­ gna, ma dal contesto risulta chiaramente che ammaestra sul regno con Patteggiamento di chi ritiene di godere in esso di una posizione privile­ giata. Subito dopo libera un indemoniato manifestando il suo potere su Satana. In seguito ( 1,2 9 - 3 1) guarisce un infermo, m ostrando che il re­ gno comporta la distruzione dell’infermità. Un somm ario generale ( 1 ,3 2 ­ 34) generalizza e riassume in esorcismi e guarigioni i segni del regno e, poco dopo, un sommario-annuncio (1,3 9 ) mostra Gesù che compie m tutte le sinagoghe della Galilea ciò che aveva fatto in quella di Cafarnao. Il capitolo termina con la guarigione di un lebbroso (1,4 0 -4 5), una malattia considerata uguale alla morte. Insomma il regno è una forza che mira a creare il nuovo popolo di Dio e a distruggere Satana, il dolore e la morte. 2. Natura del regno Regno di D io è una form ula astratta che, come tutte le espressioni ebraiche, va interpretata in senso concreto, secondo il carattere di que­ sta lingua. L ’espressione «regno di Dio» equivale, dunque, a «Dio re­ gna». I contemporanei di Gesù immaginavano la futura azione salvifica di Dio in funzione della sua onnipotenza. A lla luce di questa premessa concepivano il regno come un’irruzione irresistibile della potenza divina nel nostro mondo per distruggere Satana e gli empi e per creare un mondo nuovo per 1 giusti. Gesù, invece, parte da una premessa diversa e cambia radicalmente il significato del regno: il Dio che incomincia a regnare è Padre e l irruzione della sua potenza è al servizio del suo rivelarsi Padre. Poiché Padre è una realtà correlativa - può essere chia­ mato padre solo chi ha un figlio - , la sua azione consiste nel creare un M e ssia venuto a p r o c l a m a r e il r e g n o d i D i o IZI mondo di figli, che accettano liberamente questa nuova relazione di salvezza con lui. Ora, siccome tutti gli uomini sono peccatori, Fazione divina deve anzitutto manifestarsi nel perdono dei peccati e nella tra­ sform azione del cuore degli uomini per fare di loro dei figli e, inscindi­ bilmente, dei fratelli, membri solidali del nuovo popolo di Dio. Così si spiega Fazione di Gesù, incomprensibile per i contemporanei. Egli p ro­ clam a Finizio del regno di Dio e, invece di portare il fuoco divino sui peccatori, si rivolge loro offrendo il perdono di D io, mangia con loro e li invita a seguirlo ( 2 ,1 - 1 2 .1 3 - 1 7 ) . Questa dinamica di salvezza, oltre a essere radicale,* è totale e mira alla trasformazione e alla salvezza di tutta la persona liberandola dall’ignoranza, dall’oppressione, dal dolore, dalla morte e da Satana, causa ultima di tutti i mali. Come segni di questa realtà Gesù libera gli indemoniati, guarisce i m alati e risuscita i morti. Il regno è una realtà già presente ( 1 ,1 4 ) e insieme futura (8,38; 0 ,4 3 .4 5 .4 7 ; 1 0 ,1 5 .2 3 .2 5 .3 0 ; 14 ,2 5 ), due fasi connesse dinamicamente l’ una alFaltra (4 ,30 -32; 1 0 ,1 4 s*) all’ interno di un’ unica storia della salvezza. Inizia in questo mondo, trasform ato d all’irruzione del regno di D io in kaìros ( 1,14 ) o tempo di salvezza, ma lo trascende e si compie nel mondo di Dio. L ’Antico Testamento fu il tempo del vangelo promesso; con Gesù incomincia il compimento, ma si tratta per ora soltanto del­ l’inizio, nella povertà e nella debolezza (4,30-32); tuttavia in questa povertà è contenuta la grandezza del futuro, che non mancherà perché Dio ne è il protagonista (4,26-29). Al presente si manifesta nel perdono, che rende possibile la trasformazione del cuore e nella vita filiale e fraterna che deve essere accompagnata dai segni del mondo nuovo («cac­ ciare demoni», guarire, risuscitare); nel futuro, che si compirà con la parusia di Gesù, sarà il «banchetto con il vino nuovo» (14 ,2 5 ), la «sal­ vezza» (10 ,2 6 ), la «vita eterna» ( 10 ,17 .3 0 ) , l’ «eredità» ( 10 ,17 ) , poiché da un lato è essenzialmente dono, d all’altro implica una cooperazione per riceverlo. L ’eucaristia si colloca tra presente e futuro, segno del regno presente e garanzia del regno futuro (14 ,2 2 -2 5 ). 3. G li agenti del regno Essi sono Dio e Gesù. A ll’ uomo è richiesto soltanto di accoglierlo. La stessa formula regno di Dio indica chiaramente che sarà lui a realizzar­ lo. Dio lo promette ( 1,14 ) , lo rivela ( 4 ,1 1 ) , lo compie (4,26-29) e ne dispone (10 ,40). Gesù è distinto dal regno, ma talvolta viene identificato dinam ica­ mente con esso. D a una parte la sua azione è completamente al servizio del regno ed egli funge da araldo che lo proclam a con parole e segni, d all’altra è l’inviato che lo compie nella propria persona; per questo è 12 .2 L a d im e n sio n e teo lo gica autobasileia (Origene), personificazione del regno che così risulta essere non una teoria o un progetto, ma una persona (9 ,1): accoglierla significa accogliere il regno ( 1 ,1 5 ) . M e. sottolinea questo aspetto cristoìogico e mostra Gesù che condivide la «gloria» o potenza salvifica del Padre (8,38; 10 ,3 7 ; 13*2,6), situazione alla quale giunge con la morte e risur­ rezione (14 ,2 6 ). Anche se si tratta di concetti diversi, Gesù, vangelo e regno di Dio hanno in Me, molti aspetti in comune. 4. Etica del regno A ll’uomo è richiesta una collaborazione che consiste essenzialmente nel lasciarsi «dominare» e trasform are da Dio. Il regno, in quanto «eredi­ tà», richiede collaborazione. Questa consiste fondamentalmente nella conversione e nella fede ( 1 ,1 5 ) , nel riconoscere la propria povertà radi­ cale e affidarsi a Gesù e alla sua azione. Perciò il discepolato manifesto è un modo storico concreto di accogliere il regno (1,16 -2 0 ). Poiché questo è filiazione e fraternità vissuta nel farsi discepoli, Gesù invita a seguirlo assumendo le implicazioni morali dell’essere figli e fratelli, espo­ ste dopo ognuno degli annunci della morte e risurrezione. Vivere questi valori è il modo concreto di seguirlo nella morte e risurrezione e, d’altra parte, è la condizione per la stessa conoscenza della persona di Gesù. Questi valori si realizzano nel compiere tutto ciò che favorisce la figlio­ lanza - fraternità, come farsi «bambino» ( 1 0 ,1 5 ) , condividere i beni ( 1 0 ,2 1 .1 8 ) , il servizio (10 ,4 3 s*) e> d ’altronde, evitare lo scandalo del credente debole (9,47), il cuore duro che stravolge il significato del matrimonio ( 10 ,2 - 2 1) e la brama di possesso ( 10 ,17 - 2 7 ) e di potere (9 ,23-36 ; 10 ,4 1- 4 3 ) . 5. J segni del regno La proclamazione del regno consta di parole e segni, il duplice aspetto della rivelazione. Gesù compì una serie di segni finalizzati a spiegare la sua azione, iniziarla e garantirne il pieno compimento futuro. Tra essi sono annoverati quelli noti come «miracoli» (esorcismi, guarigioni ecc.) e altri come il perdono dei peccati e le vocazioni che, ancorché non considerati tecnicamente miracoli, rivelano ugualmente il regno. Essi hanno grande importanza in Me. rivestendo un ruolo privilegiato nella rivelazione del regno, di cui manifestano i diversi aspetti e la dinamica salvifica. Gli esorcism i ( 1,2 3 - 2 7 ; 3 ,2 3 -2 7 ; 5,1-2 0 ) mostrano che Gesù, il messia possessore dello Spirito, è il piu forte (3,2.7) che vince Satana e i suoi demoni, ultima causa teologica di tutti i mali. Ciò significa che, con la M e s s ì a v e n u t o a p r o c l a m a r e il r e g n o d i D i o 12 3 presenza del regno, nessun male può più essere considerato definitiva­ mente inevitabile e irresistibile. Ogni male sarà distrutto e non c ’è giustificazione per il fatalismo. Gesù cominciò questa lotta alla quale devono collaborare tutti i suoi fino a raggiungere la vittoria finale che avrà luogo nella sua parusia. Secondo la mentalità dei contemporanei di Gesù, gli spiriti immondi erano all’origine delle malattie e delle disgra­ zie* Questa concezione riflette una visione religiosa del male che consi­ dera il mondo dal punto di vista della rivelazione, una prospettiva diver­ sa da quella che considera le cause immediate sperimentali. Secondo Gen. 3 e Sap. 2,24 , Satana è la causa teologica di ogni male fisico e morale, che non corrisponde al piano originario di Dìo. Quando la presenza del male è più evidente come nel caso di un peccatore incallito o di una crisi di nervi con sintomi spettacolari, l’ebreo la interpretava come segno di una particolare presenza di Satana o di un demonio. In questo contesto socio-religioso la guarigione dell’infermo operata da Gesù ne rivela la superiorità su Satana. Le guarigioni ( 1,2 9 - 3 1.4 0 - 4 5 ; 3 ,1 - 5 ; 5 ,2 5 -34 ; 7 ,2 4 -3 0 ,3 1- 3 7 ; 8,22-2.6; 10 ,4 6 -52 ) servono a mostrare che la dinamica finale del regno porta alla distruzione della m alattia e del dolore. Allo stesso modo la rianimazione di un morto ( 5 ,2 1- 3 4 .3 5 ­ 4 3; cfr. 1,40 -45) è segno della risurrezione. I cosiddetti m iracoli sulla natura (4 ,3 5 -4 1; cfr. 6,45-52) rivelano Gesù come il Signore della cre­ azione e la portata cosmica del dinamismo del regno, che creerà «nuovi cieli e nuova terra». La guarigione del paralitico (2 ,1-3 2 ) mostra che la dinamica del regno tende alla salvezza di tutta la persona. Il segno dei pani (6,30-44; 8,1-9) rivela Gesù come buon pastore che riunisce e nutre il nuovo popolo, form atosi per la presenza del regno. Oltre ai «m ira­ coli» ricorrono altri segni non meno im portanti: il perdono dei peccati ( 2 , 1 - 1 2 . 1 3 - 1 7 ) attesta che la presenza del regno implica una lib erazio­ ne radicale e una trasform azione del cuore dell’ uomo. Le vocazioni ( 1 ,1 6 - 2 0 ; 2 ,1 3 - 1 4 ) m ostrano che il regno com porta una nuova frater­ nità intorno a Gesù e insieme ne m anifestano le pretese messianiche; la vocazione dei dodici ( 3 ,13 - 19 ) rivela di nuovo queste pretese di Gesù che si considera colui che è stato m andato a creare il nuovo Israele intorno a sé. Insomma, le opere di Gesù hanno un carattere escatologico e cristo­ logico poiché rivelano il regno di Dio e il mistero della sua persona. Nella sua presentazione Me. evidenzia l’ammirazione diffusa nel popolo per invitare il lettore a provare ammirazione e a porsi le grandi dom an­ de: che cosa significa ciò? chi è costui? ( 1,2 2 .2 7 s*i 4 , 4 1 ; 5,2.0.42; 6 ,2 .5 1; 7 ,3 7 ; 1 1 , 1 8 ; 12.,37; 15 ,4 .4 4 ; cfr. 6,6a). Questa ammirazione è un passo previo alla fede. III. F I G L I O DI D I O 7 A irm izio della sua catechesi ( 1 ,1 ) Me. afferma che il vangelo è Gesù di Nazaret, il messia, in quanto è figlio di Dio. Alla fine (15 ,3 9 ) mette sulle labbra del centurione una dichiarazione che spiega il comportamento del figlio di Dio in punto di morte. Così, secondo M e., il messia Gesù è divino, lo è in quanto figlio e lo rivela particolarmente morendo. x. D io net vangelo di M arco In M e., Dio è visto in modo sostanzialmente identico a quello della teologia giudaica a lui conremporanea. Egli è Punico, d e v ’ eSvSere amato con tutto 1! proprio essere (12,2,9), ^ potente (10 ,27 - 1 4 ^ 6 ) , d creatore del inondo ( 1 3 ,1 9 ) , il buono ( 10 ,18 ) , la vita (12 ,2 7 ). Per questo ha creato la storia della salvezza (12 ,2 6 ), promette il regno ( r ,i4 ) , perdona (2,7), ordina coi suoi comandamenti la convivenza umana e manifesta la propria volontà di salvezza (7 ,8 .9 .13 ; 1 0 ,1 9 ; 12 ,2 8 - 3 1) . 2. Gesù il figlio L ’elemento nuovo consiste nel legare in modo speciale e unico Gesù a questa realtà divina, che condivide come figlio. F ig lio è u n c o n c e t t a in s ie m e o n t o l o g i c o (c o n d i v i d e r e la s te s s a v ita ) e f u n z io n a le ( a g i r e in c o n f o r m i t à c o n q u e s t a r e a l t a : r i c e v e r e 1 e s s e r e d a l P a d r e , v i v e r e in i n ­ t i m i t à c o n l u i , c o n f i d a r e in l u i , s e n t i r s e n e p r o t e t t o , i d e n t i f i c a r s i c o n l a s u a v o l o n ­ tà e c o m p i e r l a ) . R if e r i r ò a u n u o m o , n ella tr a d i z i o n e g i u d a i c a , in d ic a u n ’e ie z io n e p a r t i c o l a r e d a p a r t e dì D i o . Q u e s t a e l e z i o n e c o n s e n t e d ’ i n t r a p r e n d e r e u n c o m ­ p i t o c h e si a d e m p i e in u n a r e l a z i o n e p a r t i c o l a r e c o n liti. C o n q u e s t o s i g n i f i c a t o v i e n e a t t r i b u i t o a l r e , a f f e r m a n d o c o n c i ò c h e e g li è s t a t o e l e t t o in m o d o s p e c i a l e d a D i o p e r e s s e r n e il r a p p r e s e n t a n t e d) f r o n t e ai p o p o l o ; p e r c i ò l’ e l e t t o è s t a t o d o t a t o d e l l e n e c e s s a r i e c a p a c i t à e la s u a v i t a d e v e s v o l g e r s i in u n i t à c o n lui e in 7. Offrono una buona inlormazione su questo tema e la storia de! ]’in£er-pr stazione deJPimpiego del teimine in Mct: J.D. Kingsbury, The Christojogy of Mark's Gospelt Fhiladelphia 1983; K. Stock, Boten aus dem Mit-Ihm-Sem, Roma 1975; Alcuni aspetti della Cristologia Marciana, Roma 1977-, ad usuai privatimi] R. Trevijano Etchevema, En torno a la cristo­ logia de Marcosz Teologia (Buenos Aires) 1 1 (1975) 1 1 8 - 1 5 4 , Si veda inoltre W. von Martùz - G- Fohrer - E. Schweizer - E. Lohse - W, ScbneemelcJher, byios k ti, GLNT xiv, 102,-268, E. Schweizer studia l’ uso di Me.; K. Kcrreige, Ifepifania di Qesù nel vangelo di Marco, in J. Sebrei ne r - G. Dautzenberg, introduzione letteraria e teologica al Nuovo Testamento. Roma 1 9 8 1, 154-2,84; X. Leon -Dii tour, // vangelo secondo Marco, in A. George - P. Grelot {edd.}, Introduzione al Nuovo Testamento z, Roma *1984, 31-68; B. Rìgaux, Testimonianza del Vangelo dì Marco, 139-141:■ R. Scbnackenburg, La cristologia dei sinottici nel campo di tensione del «Gesù terreno» e del «Cristo glorificato»: Marco, in J. Feinet - M. Lòrer (edd,), Mysterium Salutis v, 346-362,. Figlio di Dio d i p e n d e n z a d a lu i. D a q u e s t o p u n t o dì v i s t a il g i o r n o d d P i n t r o m z z a z i o n e r e g a l e è il g i o r n o d e l l a n a s c i t a d el r e c o m e f ig lio di D i o (Sai 2 , 7 ) . I n s e g u i l o il t i t o l o v e n n e a t t r i b u i t o al g i u s t o , c h e c o m p i e f e d e l m e n t e l a v o l o n t à di D i o , v i v e n d o in d i p e n d e n z a , i n t i m i t à e c o n f i d e n z a c o n c o l u i c h e lo l i b e r a d a l l e m a n i d e i p e r s e ­ c u to ri e dalla m o r te (Sap, 2 , 1 3 . 1 6 . 1 7 s.), m o s tr a n d o così la p ro p ria p a te rn ità . C o n t i n u a n d o e a p p r o f o n d e n d o q u e s t o t e m a la c h i e s a p r i m i t i v a c h i a m a f ig lio di D i o G e s ù r i s o r t o , il g i u s t o l i b e r a t o d a l l a m o r t e . T a n t o l’ A n t i c o q u a n t o il N u o v o T e s t a m e n t o s o t t o l i n e a n o l ’a p p e t t o f u n z i o n a l e in c o n s e g u e n z a d e l l a m e n t a l i t à e b r a i c a c h e r e n d e a c o n s i d e r a r e e a r a p p r e s e n t a r e fe i d e e in f o r m a c o n c r e t a . Me. presenta Gesù in modo implicito ed esplicito come figlio di Dio. Esplicitamente in 1 3 ,3 2 , in cui si parla del figlio in form a assoluta; in 12 ,6 , in cui Gesù viene indicato come suo «figlio diletto», l’ inviato escatologico di Dio: il titolo è collegato qui con la missione ma la pre­ cede ed esprime un rapporto intimo e particolare con Dio. 11 sinedrio cerca di uccidere Gesù, perché sì e attribuito questo titolo ( 1 2 ,1 2 ) , in seguito lo interroga sullo stesso argomento ( 14 ,6 1: «Sei tu il messia, il figlio del Benedetto?»; cfr. 1 , 1 ) e lo condannerà a morte (cfr. 15 ,3 9 ). In 14 ,3 6 Gesù prega Dio chiam andolo ahba, in un atteggiamento di totale abbandono e obbedienza alla sua volontà. Infine in 8,38 si afferm a che il figlio delPuomo, che per Me. è Gesù, verrà nella gloria del Padre condividendone la potenza e il potere di giudicare. Me. presenta inoltre molti indizi impliciti: 1 . Gesù agisce come inter­ prete particolare e unico della volontà del Padre, contenuta nella legge. Parla con autorità (1,2 2 ); critica gli stravolgimenti della volontà di Dio, quelli che lo stesso M osè introdusse nella legge a causa della durezza del cuore del popolo (10 ,5) e quelli introdotti dagli scribi e dai farisei con la tradizione orale (7,6-8); si proclama signore del sabato in opposizio­ ne al legalismo farisaico (2,28). Inoltre afferm a che la volontà di Dio si compie in relazione a lui: coloro che la compiono entrano a far parte della sua famiglia (3,35); la vocazione del ricco consisteva nella richiesta di mettere in pratica i comandamenti seguendolo ( 10 ,19 ) ; lo scriba che riconosce il primato dell’amore è m olto vicino al regno, gli manca sol­ tanto la consapevolezza del mistero di Gesù, il figlio di Davide (12 ,3 4 .3 5­ 37). 2. Ciò si spiega perché Gesù è autobasileia (cfr. sopra). Con lui Dio com incia a regnare ma in form a misteriosa ( 4 ,1 1 ) , poiché si rivela come Dio nascosto, che non tutti conoscono ma solo quelli che ricevono la rivelazione di Dio. Gesù si presenta come tutt’uno con il regno, a tal punto che il mistero del regno coincide con il mistero della sua persona: conoscere Gesù significa conoscere il regno, accogliere Gesù vuol dire accogliere il regno ( 1 , 1 5 ; 1 0 ,1 5 .2 3 .2 5 ; 12 ,3 4 ). 3. M ostra un rapporto e un’ autorità particolari sul tempio prendendone possesso ( 1 1 , 1 1 ) e 1 2 .6 L a d im en sio n e teo lo g ica squalificandolo ( 1 1 , 1 5 - 1 7 ) . Per il sinedrio questa è una pretesa blasfema e perciò decide di eliminarlo (cfr. 14 ,5 8 ; 15 ,2 9 -3 8 ). 4. Annuncia la propria parasta in cui condividerà con Dio la potenza (13,2,6; 14 ,6 2 ; cfr. 9 ,1), la gloria (8,38; 13*2-6) e gli angeli {13 ,2 6 ). 5. Il Padre riconosce Gesù come figlio-servo nelle rivelazioni compiute durante il battesimo ( 1 , 1 1 ) e la trasfigurazione (9*7). 6. Anche i demoni chiam ano Gesù figlio di Dio ( 3 ,r i ; 5,7) sperimentando l'irruzione vitale della potenza libera­ trice contenuta nell’opera di Gesù, Punto con lo Spirito, il «santo di Dio» (1,2 4 ). Essere figlio significa dunque avere un rapporto unico, intimo e tenero con Dio, condividerne la potenza, identificarsi con la sua volontà, rea­ lizzarla, proclam arla e difenderla; comporta perciò una missione agli uomini tra i quali rendere presente la volontà potente e am orosa di Dio, il suo regno, nel modo proprio al divino, cioè nella debolezza che rivela la forza delPautodonazione divina. Questa non intende fare violenza alla libertà dell’ uomo, irrompendo prepotentemente e imponendosi alla sua volontà ma si ofire all’ uomo libero chiedendo di essere accolta liberamente e per amore. L ’unica via che consenta ciò è la debolezza. 3. G esù3 D io nascosto. L J «epifania segreta» d el figlio di Dio Me. presenta la rivelazione di Gesù, messia e figlio di Dio, come un’epi­ fania segreta, ossia come una rivelazione efficace che però non obbliga a! consenso, rispettando completamente la libertà dell’uomo, permet­ tendo perfino reazioni contrarie (cfr. 3,22: espelle 1 demoni con la po­ tenza del principe dei demoni). Gesù manifesta la sua natura divina vivendo un’esistenza autenticamente umana, che si conclude con un fallimento rivelatore (15 ,3 9 ). Fu così nel passato ed è così anche oggi. Una conseguenza di ciò fu ['incredulità dei dirigenti e della maggior parte del popolo e la fede di una piccola frazione, i discepoli. Questo aspetto è fondamentale nella cristologia di Me. che lo esprime con diver­ si temi e motivi: d) Il nome con cui lo designa è Gesù (81 volte), il suo nome storico. b ) Reazioni um ane. M ostra le sue reazioni umane, proprie dell’uomo autentico: Gesù s’ indigna ( 1,4 1) , s’ indigna e si rattrista (3,5), dorme durante la tempesta (4,38), si meraviglia (6,6a), sospira profondamente (8 ,12 ), guarda con tenerezza ( 1 0 ,2 1 s.), si arrabbia ( 10 ,14 ) , non conosce ne il giorno ne l’ora della fine ( 13 ,3 2 ) , prova angoscia e abbattimento e cade a terra ( 14 ,3 3 .3 5 ) , grida sentendosi abbandonato sulla croce ( 15 ,3 4 )- Figlio di Dio 1 27 c) Servo di Ja h v é . La missione di Gesù è quella del servo di Jahvé, dal battesimo alla croce. Nel battesimo il Padre lo unge con il suo Spirito come messia-figlio e nella trasfigurazione conferma questa filiazione ( 1 , 1 1 ; 9 , 7 ) . In entrambi i passi il termine figlio allude al profeta-servo di Jahvé (/s. 4 2 ,1) e rivela il senso profondo di questa filiazione che com ­ porta una missione di servizio solidale nella debolezza, che arriva fino a dare la vita e a patire l’insuccesso, in intima dipendenza dal Padre (10 ,4 5 ) che lo riscatta. La negazione di questo titolo a Gesù è opera di Satana (8,33), accettarlo significa obbedire alla voce del Padre ( 9 , 7 ) . d) Predicazione per mezzo di p a ra b o le, Secondo Me. Gesù parla in parabole perché il popolo non creda, in accordo con il piano di Dio (4 ,10 -12 .3 3 -3 4 ). Storicamente Gesù impiegò le parabole per aiutare il popolo a comprendere. O ra, questo metodo è ambivalente perché esige che si passi dalla similitudine al significato e questo passaggio non si può compiere se il cuore non aderisce alPinsegnamento cui si vuole arrivare; perciò la parabola era un metodo valido ma ambiguo, in grado di ser­ vire o no, a seconda della disposizione del cuore. Di fatto il popolo non comprendeva l’insegnamento di Gesù perché gli si opponevano 1 valori completamente contrari che aveva nel cuore. M e., però, attribuisce questa incredulità direttamente a Dio. Pur riconoscendo la libertà e la colpevo­ lezza del popolo (4,13-2.0; 6,5 s.; 7 ,6 -12 .2 9 ; 8 ,3 4 -3 5 ; io ,2 ia ) , egli sot­ tolinea a tal punto l’ iniziativa divina nell’ offerta del dono del «vedere» e deli1 «udire» la rivelazione segreta, da attribuire la fede e l'incredulità a D io, causa prima di ogni cosa, e presenta Gesù che parla al popolo in parabole affinché esso, secondo il disegno di Dio, non comprenda. Questo modo di presentare il problema è tipico della mentalità ebraica che vede in D io la causa prima di tutto, ma è difficile da comprendere per altre mentalità. Già in quell’epoca Mt. modificò tale presentazione (clr. 1 3 , 1 0 ­ 17 ). La finalità di questo procedimento è di trovare un senso per eventi difficili da accettare e di consolarsi del fatto incomprensibile dell’incre­ dulità di fronte alla predicazione di Gesù e della chiesa alPepoca di Me.: non che la proclamazione sia inefficace, né che questo fenomeno sfugga al potere di Dio. Tutto ciò accade perche Dio ha disposto così. e) Rivelazione tragica di G esù . La struttura complessiva del vangelo mette in evidenza il carattere di rivelazione tragica dell’ opera di Gesù. Agli inizi si trovò circondato dalla folla, ma a poco a poco lo vennero abbandonando le diverse categorie: gli scribi-farisei, il popolo e perfino i discepoli che, pur avendolo riconosciuto messia, non riescono a com ­ prendere il significato particolare che questo titolo riveste e, al momento della passione, lo tradiscono e lo abbandonano, cosicché nessuno di i z 8 L a d im en sio n e te o lo g ica loro fu presente alla sua morte e Gesù giunse al culmine della sua opera rivelatrice da solo, incompreso e abbandonato. Questo però è il momen­ to di massima rivelazione. Altri mezzi impiegati da M e. nella presentazione di Gesù come «epi­ fania segreta» sono il titolo «figlio deiruom o» e il segreto messianico, che tratteremo nella sezione vi («Problemi aperti»), IV. D I S C E P O L A T O . E C C L E S I O L O G I A 11 Me. ricorda due gruppi di seguaci di Gesù: i discepoli e i dodici. I due gruppi sono strettamente collegati ma distinti: i discepoli formano il gruppo più ampio dal quale i dodici furono scelti. Vi appartengono Levi (2 ,13 s.), i molti che lo seguivano (2 ,15 ), le donne che lo seguivano e lo servivano in Galilea ed erano salite con lui a Gerusalemme, per quanto Me. non le chiami discepoli ( 15 ,4 1) , Del gruppo dei dodici fanno parte soltanto i membri delPelenco fornito in 3 ,1 6 - 1 8 . 1 . / discepoli e i dodici hanno due note caratteristiche fondamentali in comune: essere un gruppo cristologico al servizio del regno e avere come meta principale la conoscenza di Gesù. a) Sono un gruppo cristologico al servizio del regno, che è la missione di Gesù: procedono d all1iniziativa gratuita di Gesù che li chiama [ 1 , 1 6 ­ 20; 2 ,1 3 s.; 3 ,1 3 - 1 7 ) ; perciò la loro stessa esistenza ha una funzione cristologica e rivela la pretesa di Gesù. Sono stati chiamati per seguire una persona che ha un progetto salvifico, il regno di Dio ( 1 ,1 8 ; 2 ,1 4 .1 5 ; 6 ,1; 8,34; 9 ,38 ; 10 ,2 1 .2 8 .3 2 .5 2 ; 1 5 ,4 1 ; cfr. inoltre Tuso del plurale impersonale riferito a Gesù e ai discepoli); i discepoli sono i seguaci di Gesù (9,38; 10 ,3 2 ) e ciò implica inscindibilmente da parte loro l'iden­ tificazione con la sua missione al servizio del regno, I seguaci d'altro canto non sono solo intimamente uniti a Gesù ma anche tra loro, for­ mando una nuova fraternità, quella che attende coloro che lasciano tutto (10 ,28 -30 ) ed è il primo segno della presenza del regno. Ora, questa fraternità è autentica quando le sue componenti fanno la volontà di D io (3,3 5) e vivono in spirito di servizio e di condivisione, escludendo qualsiasi brama di dominio e di possesso (cfr. sotto, l'etica della cono­ scenza di Gesù). Per tutte queste ragioni la nuova fraternità ha un carat- 8 8. In particolare si vedano K. Stock, Boten aus dem Mit-lhm-Sein, Roma 19 7 5 ; Vangelo e discepolato in Marco: Rassegna di Teologia 1 5 (1978) 1-7; M. Pesce, Discepolato gesuano e discepolato rabbinico. Problemi e prospettive della comparazioneì in A N R W II, 2 5 .1 , Berlin - New York 1985, 3 5 1 - 3 8 9 ; F.J. Macera, The Incomprebension o f thè Disciptes and Peter's Confession (Mark 6 .14 - 8,30): Bib 70 (1989) 15 3 -17 2 ,; A. Rodriguez Cannona, La Jglesia en Marcos\ EE 63 (1988) 1 2 9 - 1 6 3 ; J.D. Kingsbury, Conflict in Mark. Jesus> Authorities, Disciples, Minneapolis 1989. Discepolato. Ecclesiologia 129 rere missionario, perché da un iato e un gruppo-segno che proclam a, coi fatto stesso di esistere, le pretese di Gesù e, dall’ altro, perché essi divenrano collaboratori della sua opera (3,9; 4,3 5 s.). Devono realizzare questa missione nonostante l’incredulità dei più, poiché è in gioco il loro futuro escatologico ( 4 ,11-2 5 ), b) La conoscenza di Gesù è la seconda nota caratteristica, molto importante per M e,; tutti i discepoli, in quanto tali, devono apprendere dal maestro che seguono. Essi sono testimoni delle parole e delle opere di Gesù e delle reazioni degli ascoltatori, segnate per lo piu dal rifiuto. Il compito principale del loro discepolato è la conoscenza di Gesù e della sua opera. Per questo hanno ricevuto gratuitamente la conoscenza del mistero del regno di Dio ( 4 ,11) che si rivela in Gesù (9 ,1); questo dono com porta il dovere dell’approfondimento quotidiano, fino a conoscere l’ identità e il modo di agire di Gesù. Per tutti i discepoli Me. indica un doppio traguardo: il messianismo e la natura divina di Gesù ( 1 ,1 ) . Il primo viene raggiunto, anche se con difficoltà (cfr. 1 testi sulPincomprensione: 1,3 6 ; 4 ,13 .4 0 ; 6 ,52; 7 ,18 ; 8 ,17 - 2 1) , riconoscendo in Gesù il messia, il re davidico inviato da Dio per salvare Israele (8,29). Al secon­ do traguardo non giunsero durante il ministero pubblico di Gesù, p oi­ ché non avevano le qualità del «pensare secondo Dio» (8,33). Nella seconda parte della catechesi (8 ,3 1-10 ,5 2 ) Me. presenta Gesù che an­ nuncia per tre volte, in cammino verso Gerusalemme, la sua morte e risurrezione. Questo annuncio spiega i modi del messianismo di Gesù e come i discepoli non lo comprendano. Agli annunci seguono tre sviluppi etici, in cui Me. presenta i valori preliminari alla conoscenza di Gesù e alla fraternità e spiega perché i discepoli non comprendano. Poiché l’ uomo conosce con il cuore, la sua conoscenza dipenderà dagli «occhi» e dalle «orecchie» (cfr. 8,r8) che ha nel cuore. Questi valori sono la negazione dì sé e la scelta radicale della croce di Gesù (8,34); vivere il matrimonio come fraternità indissolubile, propria di chi ha un cuore iraterno ( 3 0 ,1- 12 ) ; farsi piccolo, riconoscendo la propria limitatezza davanti a Dio e agli uomini per poter accogliere ed entrare nel regno, che si rende presente adesso nella vita fraterna ( 10 ,15 ) ; uno spirito di servizio e di rinuncia all’ambizione nella comunità (9,34); relativizzare ogni genere di bene e saperli abbandonate tutti in vista del regno ( 1 0 , 1 7 ­ 3 1). Tutto ciò implica, negativamente, la rinuncia alla propria «vita», alla brama di possesso e di potere. 2. 1 d o d ici, d’ altra parte, presentano caratteristiche peculiari, oltre a condividere con gli altri discepoli 1 tratti già ricordati, spesso in una torma particolare. Sono stati chiamati e costituiti come gruppo dalla volontà libera e gratuita di Gesù, che è sempre il protagonista (3 ,14 -19 ). 130 La dimensione teologica Perciò essi sono un segno cristologico particolare, in quanto rivelano la pretesa di Gesù di essere il messia che raduna l’Israele escatologico (cfr. il numero dodici e la vocazione a una sequela speciale). Devono essere testimoni particolari, poiché chiamati per stare con lui: ecco perché appaiono sempre collegati a Gesù, talvolta soli, come nel primo ciclo dei pani (£,6)3-7,37) e durante l’attività finale a Gerusalemme, finché lo abbandonarono (14 ,5 0 ), e perciò non furono testimoni della grande rivelazione della morte in croce (15 ,3 9 ). U n’altra caratteristica del gruppo è la sua missione particolare. Essi sono stati inviati in modo speciale e perciò sono testimoni speciali, condividendo la missione contro Satana della quale lo Spirito ha investi­ to Gesù: quest’ ultimo, sempre protagonista, li investe e li manda a pro­ clamare il regno e a scacciare demoni (3 ,14 s.; 6 ,6 b -i3 ), attività che è il fondamento di una missione storica adempiuta ora nella comunità di Me., come si ricava dal modo di narrare la missione (cfr, 6 ,1 z: procla­ mano la conversione, ungono con olio). 1 dodici, dunque, presentano due aspetti: da una parte sono il proto­ tipo positivo e negativo di tutti i discepoli, personificando in modo speciale ciò che tutti i discepoli devono evitare e ciò che tutti devono compiere; d ’altra parte hanno ricevuto un incarico m issionario partico­ lare, adempiuto in virtù della exousia, l’autorità che Gesù ha loro con­ ferito. M e . r ip e t e la d i s t i n z i o n e t r a d u e g r u p p i r ic e v u t a d a lla t r a d iz io n e s u G e s ù ; in e ffe tti q u e s ta d is t in z io n e n o n s ig n if ic a p e r lu i u n a s e p a r a z io n e s o s t a n z ia le tra i d u e g r u p p i, t a n t ’è v e r o c h e s p e s s o e g li c h ia m a d is c e p o li i d o d ic i. L ’e s s e n z ia le è c h e i d i s c e p o l i , e i d o d i c i in t e s t a , c o m p r e n d a n o e a s s u m a n o s u d i s é i l c a m m i n o d i m o r t e e r is u r r e z io n e d i G e s ù , « v e d a n o il R is o r t o » in G a lile a t r a s f o r m a n d o s i in a u t e n t i c i t e s t i m o n i , v a d a n o c o r a g g i o s a m e n t e i n m i s s i o n e , m a l g r a d o g l i o s t a ­ c o l i , c o m e l ’ i n c r e d u l i t à e la p e r s e c u z i o n e , c h e s o n o i l c l i m a n o r m a l e d e l l ’ a t t i v i t à p a s s a t a e p r e s e n t e d i G e s ù { 4 , 1 7 . 2 , 1 - 2 5 . 3 5 - 4 1 ; 6 , 4 5 - 5 2 ; 8 , 3 4 - 3 8 ; 1 0 ,2 9 s .; 1 3 , 9 ­ 1 3 ) . A n d a r o n o in « G a lile a » ? L a c h ie s a d i M e . d o v e t t e le g g e r e q u e s t o m e s s a g g io a lla lu c e d e lla p r o p r ia e s p e r ie n z a : e s s i s a n n o c h e P ie t r o , i d o d ic i e p iù d i c in q u e ­ c e n to d is c e p o li ( r C o r. 1 5 ,3 - 7 ) v id e r o i l R is o r t o , p a r t ir o n o p e r la m i s s i o n e e r e s e r o t e s t i m o n i a n z a , n o n o s t a n t e l ’ i n c o m p r e n s i o n e e l ’a b b a n d o n o in iz ia li. E s s i d e v o n o la p r o p r i a f e d e a q u e s t a t e s t i m o n i a n z a . 3. // gruppo dei tre I l g r u p p o d e i t r e ( P i e t r o , G i a c o m o e G i o v a n n i ) c o m p a r e in M e . c o m e p r o t o t i p o d e i d o d ic i. C o m e q u e s t i, e s s i s o n o t e s t im o n i d e lla m is s io n e e d e l d e s t in o d i G e s ù , a v e n d o n e a v u t o e s p e r ie n z e p a r t ic o la r i: s o n o t e s t im o n i d e l s u o p o t e r e s u lla m o r t e ( 5 , 3 7 ) , d e lla t r a s f ig u r a z io n e e d e lla t e s t im o n ia n z a r e s a d a l P a d r e a c o n f e r m a d e l c a m m in o d i m o r t e e r is u r r e z io n e ( 9 , 2 .7 ) e a n c o r a d e lla s u a a n g o s c ia m o r t a le n e l D isce p o la to . E ccle sio lo g ia G e t s e m a n i , in c u i h t e n r a z io n e (1 4 ,3 3 m e s s a g g io d e lia 131 a v it a a v e g lia r e e a p r e g a r e in s ie m e a lu i p e r n o n c a d e r e in s .3 8 ). E p p u r e , c o m e t r a s f ig u r a z io n e 10,35-40: G i a c o m o (14,37.40) e f u g g o n o c o n v a n n i; ì lo r o (9,8-13), c o m p a g n i, n o n c o m p r e n d o n o o ffu s c a t i d a lP a m b iz io n e (9,38: il G io ­ e G io v a n n i) . N o n r ie s c o n o a v e g lia r e n e l G e t s e m a n i (14,50). tu tti g li a lt r i 1 4. Pietroy a) L'immagine di Pietro. P ie t r o r iv e s t e u n r u o lo p r e m in e n t e tra t u t t i 1 d is c e p o li. S i m o n P i e t r o è la p e r s o n a p i ù i m p o r t a n t e a l P i n t e r n o d e l g r u p p o d e i d o d i c i e d e i d i s c e p o l i , la p i u i m p o r t a n t e n e l v a n g e l o v o lt e . P r im a d i s p ie g a r e , in di 3 ,1 6 , il s u o M a rco d o p o G esù . n o m e , lo c h ia m a Me. 2,4 lo n o m in a 4 v o lt e S im o n e ; in C°1 s e g u i t o lo d e s i g n a 1 8 v o l t e c o n i l n o m e t e o l o g i c o , P i e t r o , e u n a v o l t a ( 1 4 , 3 7 ) n o m e S i m o n e . Q u a t t r o e p i s o d i s o n o in c e n t r a t i s u d i l u i ; S i m o n e a p p a r e a l p r i m o p o s t o i n t u t t e le e n u m e r a z i o n i ; la f o r m u l a Simon kai boi mefautauy S i m o n e q u e l l i c h e , ( e r a n o ) c o n l u i ( 1 , 3 6 ) , lo p r e s e n t a c o m e il m e m b r o p m e s ig n if ic a t iv o d e l g r u p p o . E g l i è il p o r t a v o c e d e l g r u p p o e n e r a p p r e s e n t a i p e n s i e r i e le a z i o n i . P e r q u e s t o la r is p o s t a d i G e s ù a lle p a r o le d i P ie t r o è r iv o lt a a l g r u p p o ( c f r . 1 ,3 6 ; 8 . Z9 s .; 1 0 ,2 .8 s . ; 1 1 ,2 ,1 ) . N e l l a p r e d i z i o n e d e l l ' a b b a n d o n o d i G e s u , il c o m p o r ­ t a m e n t o d i P i e t r o è il s i m b o l o d i q u e l c h e f a r a la m a g g i o r p a r t e d e i d i s c e p o l i (1 4 ,2 ,9 s . 3 1 ) . S u l G e t s e m a n i G e s ù r im p r o v e r a p a r t ic o la r m e n t e P ie t r o , p o i e s o r t a t u t t i a v e g lia r e (1 4 ,3 7 s ,h fin a le la f i g u r a d i P ie t r o è di n u o vo m essa in e v i d e n z a q u a n d o G e s u i n v i t a i d i s c e p o l i e P i e t r o a d a n d a r e a v e d e r l o in G a l i l e a . b) Significato della figura. I l s ig n if ic a lo d e lla f ig u r a d i P ie t r o p r e s e n t a t a d a Me. è c o n t r o v e r s o . l i g i u t l i z i o d i p e n d e d a l l a v a l u t a z i o n e g l o b a l e s u l v a n g e l o , in p a r ­ t ic o la r e s u l d is c e p o la t o ; il p e r s o n a g g io d i P ie t r o , in f a t t i, n o n è a u t o n o m o ma d ip e n d e d a G e s ù , d a l r e g n o d i D i o , d a l d is c e p o la t o e d a lla m is s io n e . L e d iv e r s e p o s iz io n i p o s s o n o e sse re r ic o n d o t t e a d u e : X n o c h e la f i g u r a d i P i e t r o in Me. esp o n e il p u n t o Me. d i v is t a Antipetrini. A lc u n i a u t o r i r it e n g o ­ s ia n e g a t i v a . L e p r o s p e t t i v e v a r i a n o : p e r a l c u n i c r is t ia n o g i u d e a c n s t i a n o ; ,a s e c o n d o G . K l e i n , e lle n is t ic o Me. e id e n t if ic a in P ie t r o il t ip o r a p p r e s e n t a il p u n t o d i v is t a g iu d e o c r i- s r ia n o e c o n d a n n a l ’a t t e g g ia m e n t o d i a p e r t u r a s im b o le g g ia t o d a P ie t r o ; p e r u n a lt r o g r u p p o d i s t u d io s i, in f in e , Me. r a p p r e s e n t a e c o n d a n n a in P i e t r o i l p u n t o d i v is t a e lle n is t ic o ( T J . W e e d e n , W . H . K e lb e r ) . d e g l i e s e g e t i r i t i e n e c h e la f i g u r a d i P i e t r o in Me. z. Propetrmi. L a m a g g io r p a rte s ia p o s it iv a , n o n s e n z a q u a lc h e l a t o n e g a t i v o , a l p u n t o c h e P i m m a g m e m a r c i a r l a d i P i e t r o è la m e n o f a v o r e v o l e d i t u t t i i v a n g e li e c o n t ie n e 1 t r a t t i f o n d a m e n t a li a t t e n u a t i p o i d a M i. e Le.-Atti.9 10 9. Cfr. A. Rodriguez Carmona, La imagert de Vedrò en Marcosy in R. Àguirre (ed.), Vedrò en ia Illesi a primttivaì Esali j 19 9 1, 19-42. 1 0. Cfr. F . Ch . Baur * R. Bulrmann, The Hìstory 0/ thè Syneptic Tradi^onì O x f o r d 1 9 6 8 , 1 5 8 * e n. 2, e inoltre: Z N W 1 9 ( 1 9 1 9 s.) 1 8 7 ; J.B. T y s o n, The Bhndness of thè Dìsciples in Mark: J B L 80 ( 1 9 6 1 ) r 2 8 - 2 6 1 ; K. T a g a w a , Miracies et Evangile. La pensée personnelie de Penatigèliste Marci E H P b R 6 2 ( 1 9 6 6 } 1 7 4 ^ 8 5 ; E. Tr ocmé, La fnrmaùon de Péuangile de Marc, Paris 1 9 6 3 ; J - M . Go nz i l e z Ruiz, El Evangelio seguii Marcosy Estdia 1 9 8 8 ; D. Crossa ut, Mark and thè Relatìves of Jesus: NT 15 ( 1 9 7 3 ) 8 1 - 1 1 3 . 132. La d im e n sio n e teo lo gica L a s p i e g a z i o n e è d i v e r s a s e c o n d o i v a r i a u t o r i , t u t t a v i a p r e v a l e l ’i d e a s e c o n d o c u i M e . p r e s e n t a P ie t r o c o m e ìì m o d e llo t a n t o d e l d is c e p o la t o q u a n t o d e i r e s p o n s a ­ b il i d e lla c o m u n it à , c h ia m a t i e d e le t t i d a G e s ù , i q u a li lo a c c o m p a g n a n o s e n z a r i u s c i r e a c o n o s c e r l a f i n o a l l a f i n e , lo s e g u o n o m a p o i l o a b b a n d o n a n o e r i n n e ­ g a n o : a lla f in e P i e t r o p i a n g e e d è i n v i t a t o d i n u o v o i n G a l i l e a per « v e d e re » il R i s o r t o { c f r . J . G n i l l c a , R . P , M e y e , R . P e s c h , K . S t o c k e c c . ) . 1' 5 . Ecclesiologia A t t r a v e r s o la p r e s e n t a z i o n e d e i d i s c e p o l i Me. o f f r e la p r o p r ia v is io n e d e lla c h ie ­ s a . P e r l u i la c h i e s a è u n a r e a l t à e s c a t o l o g i c a , c r i s t o l o g i c a e m i s s i o n a r i a : a ) è u n a r e a lt à e s c a t o lo g ic a p e r c h é n a s c e c o m e s e g n o l ’o p e ra di G esù e te n d e a p a r t e c ip a r e p ie n a m e n t e a lla d e l r e g n o in iz ia t o c o n s a lv e z z a d el re g n o co n G e s ù . E s s a è s e g n o d e lla p r e s e n z a d e lla n u o v a f a m ig lia e s c a t o lo g ic a , d e l l’ Is r a e le e s c a t o lo g ic o c h e è p o s s ib ile o r a p e r c h e D i o c o m in c ia a r e g n a r e , p e r d o n a i p e c c a ti e o ffr e a g li u o m in i u n n u o v o r a p p o r t o c o n lu i, u n r a p p o r t o f ilia le c h e im p lic a u n n u o v o le g a m e f r a t e r n o c o n c o lo r o c h e c o n d i v i d o n o q u e s t o d o n o . b ) T u t t o c i ò e c o m p i u t o d a G e s ù e p e r c i ò la c h i e s a è u n a r e a l t à e m i n e n t e m e n t e c r i s t o lo g ica ** è G e s ù c h e c h i a m a a fa r n e p a r te e d e s sa c o n s is t e in s o s t a n z a n e l s e g u ir lo c o m e d is c e p o li, n e l c o n v e r t ir s i a lla s u a f a m ig lia c o m p ie n d o la v o lo n t à d ì D ì o , n e l l o s t a r e c o n l u ì , c o n d i v i d e r n e la v i t a e r i c o n o s c e r e i n l u i il c o m p i m e n t o d e l « v a n g e lo » p r o m e s s o , n e l l'id e n t if ic a r s i c o n la s u a p e r s o n a e c o n i l s u o p r o ­ g e t t o s e g u e n d o lo n e l c a m m in o d i s e r v iz io n e lla d e b o le z z a . c ) D i q u i p r o v ie n e s e g n o d e lla ! 'a s p e t t o m i s s i o n a r i o d e l l a c h i e s a : d a u n l a t o d e v 'e s s e r e p r e s e n z a d e l r e g n o e d e l l e p r e t e s e m e s s i a n i c h e d i G e s ù , d a l l ’a l t r o , p o ic h é i d is c e p o li s o n o t e s t im o n i e G e s ù lo v u o le , d e v o n o c o lla b o r a r e a lla s u a o p e r a r e n d e n d o t e s t im o n ia n z a c o n p a r o le e o p e r e . O r a , r e n d e r e t e s t im o n ia n z a im p lic a T e sse re t e s t im o n i. N o n è p o s s ib ile e sse re m is s io n a r i s e n z a c o n o s c e re G e s ù , c o n d i v i d e r n e la v i t a e s e g u i r l o v i v e n d o n e l l a f r a t e r n i t à . D a c i ò d e r i v a la n e c e s s it à d i v ìv e r e s e c o n d o 1 v a l o r i e t ic i c h e s t a n n o a lla d i G esù e in s p i n t o b a s e d e lia c o n o s c e n z a d i f r a t e r n it à , u n ’ e t ic a a s s o lu t a m e n t e n e c e s s a r ia p o ic h é la c o m u n i t à , n o n o s t a n t e il d o n o d e l l a f r a t e r n i t à e d e l l a c o n o s c e n z a d i G e s ù , è s e m p r e e s p o s t a a l p e r ic o lo d e lla d iv is io n e e d e lT in c o ia ip r e n s io n e . V. STORIA D E L L A R IC E R C A 1 . Fino a W rede-Buttmann L a c h i e s a h a s e m p r e le t t o t u t t e le S c r i t t u r e a l l a lu c e d e l l a f e d e , d a l l a q u a l e n a c ­ q u e r o e p e r la q u a l e f u r o n o s c r i t t e . I n q u e s t a c o n t e s t o le s s e i l v a n g e l o d i M a t x o c o m e o p e ra b io g r a h c o - c a t e c h e t ìc a c o n te n e n te g li in s e g n a m e n t i la s c ia t i d a G e s ù a lla c h ie s a . L a r if o r m a p r o t e s t a n t e n o n c a m b iò s o s t a n z ia lm e n t e q u e s ta v is io n e d e l l a S c r i t t u r a : f u r o n o s o l t a n t o m o d i f i c a t e le p r e m e s s e t e o l o g i c h e s u l l a c u i b a s e i r . Sul problema cfr. ILE. Brown, K.P Donfried, J. Keumann fedd.), Pietro nel Nuovo Testamento, Roma 75-9 2., Sto ria d elia ricerca s i c o m p i v a la le t t u r a t e o l o g i c a . U n v e r o c a m b i a m e n t o e b b e l u o g o n e l x v m c o n l ' I l l u m i n i s m o , c h e le s s e la B i b b i a a p r e s c i n d e r e d a e b b e i n i z i o la le t t u r a d e l la *33 s e c o lo a p rio ri t e o l o g i c i . D a a l l o r a B ib b ia c o m e o p e r a le t t e r a r ia u m a n a , c h e v a s t u d ia t a a l l a lu c e d e l le l e g g i l e t t e r a r ie e s t o r i c h e , p r e s c i n d e n d o d a i d o g m i d e l l a c h i e s a . I n q u e s t o c o n t e s t o s i c o m i n c i a r o n o a d a n a l i z z a r e ì v a n g e l i c o m e o p e r e l e t t e r a r ie d i s t i n t e , c o n t e n e n t i u n m e s s a g g io r e lig io s o , 0 t e o lo g ia b ib lic a , p e c u lia r e . L a B i b b i a fu a n c o r a u sa ta co m e o p e ra t e o l o g i c a : la n o v i t à c o n s is t e v a n e l c o n s id e r a r e c ia s c u n 'o p e r a c o m e u n ’ u n it à t e o lo g ic a c h e r if le t t e v a u n a d e t e r m in a t a s it u a z io n e e c c le s ia le . F u D . F . S t r a u s s , n e l c a s o d i M e ., a s o t t o lin e a r n e c o n m a g g io r f o r z a , n e l x i x s e c o lo , la n a t u r a d i o p e r a t e o l o g i c a o , p i u p r e c i s a m e n t e , m i t i c a e n o n b i o g r a f i c a . E b b e a llo r a in i z io l'e p o c a d e l M e . t e o lo g o e d e lla t e o lo g ia m a r c ia n a . 2. W rede-Bousset-Bultm ann a) W. W r n ie , ’1 s u lla sco rta d i D . F . S t r a u s s , s p ie g a e a p p r o f o n d is c e la fo rm a c o n c r e t a e l ’ o r i g i n e d e l m i t o p r e s e n t a t o d a M e . m e d i a n t e la t e o r i a d e l s e g r e t o m e s s i a n i c o . S e c o n d o la s u a t e o r i a G e s ù n o n f u i l m e s s i a n e t a l e s i c o n s i d e r ò ; i l m e s s ia n is m o fu u n 'in v e n z io n e d e lla c h ie s a p r im it iv a , s v ilu p p a t a a p a r t ir e d a lla f e d e n e l la r i s u r r e z i o n e . S u l l a b a s e d i q u e s t ' l i It i m a , p r i m a s i v i d e in G e s ù d i N a z a r e t i l m e s s ia f u t u r o c h e d o v e v a v e n ir e , p o i il m e s s ia n is m o fu a n t ic ip a t o a l m in is t e r o p u b b lic o c p r o ie t t a t o s u lle o p e r e e s u lla p r e d ic a z io n e d i G e s ù . C o s ì n a c q u e P in im a g in e d e l G e s u -m e s s ia . P o ic h é q u e s t 'im m a g in e m e s s ia n ic a d i G e s ù c o n t r a d d i c e v a la t r a d i z i o n e p r i m i t i v a c h e n o n lo r i c o n o s c e v a c o i n è t a l e , la c h i e s a s t e s s a r i c o r s e a l s e g r e t o m e s s i a n i c o p e r g i u s t i f i c a r e la n u o v a c o n c e z i o n e e c o n c i l i a r l a c o n q u e lla p re c e d e n te : G e s ù r ic o n o b b e in s e s t e s s o i l m e s s i a m a I o n a s c o s e i n d iv e r s i m o d i. L 'o p e r a d i M e . è u n o s v ilu p p o s is t e m a t ic o d i q u e s t o in g a n n o : n e l b a t t e s im o G e s ù fu fa t t o f ig lio d i D i o - m e s s ia , r iv e s t it o d i u n a n a t u r a s o v r a n n a ­ t u r a le per m ezzo d e lla q u a le o p e rò m ir a c o li e in s e g n ò una s a p ie n z a c e le s t e ; c o n s i d e r ò s e s t e s s o m e s s ia e f i g l i o d i D i o m a i m p o s e il s i l e n z i o s u q u e s t a r e a l t à a t u t ti i t e s t im o n i. I l s e g re to m e s s ia n ic o è d u n q u e u n a r a p p r e s e n t a z io n e t e o lo ­ g ic a . M e . n o n n e è l ’in v e n t o r e , m a e b b e u n r u o lo im p o r t a n t e n e l p r e s e n t a r la e n e l d if f o n d e r la c o n il v a n g e lo , c h e è f o n d a m e n t a lm e n t e u n 'o p e r a t e o lo g ic a . b) W . B o u sse t 13 s v i l u p p a e c o m p l e t a q u e s t a p r e s e n t a z i o n e d i M e ., f o r n e n d o u n a r ic o s t r u z io n e s t o r ic a d e l m it o m e s s ia n ic o d e s t in a t a a e s e r c it a r e s u c c e s s iv a ­ m e n t e u n a g r a n d e i n f l u e n z a . B o u s s e t in c e n d e s p i e g a r e s t o r i c a m e n t e , in f u n z i o n e d e i m o v im e n t i c u lt u r a li d e ll'e p o c a , la g e n e s i d e lla fe d e c r i s t i a n a . I n u n p r im o m o m e n t o i d is c e p o li r ic o n o b b e r o G e s ù c o m e m e s s ia - f ig lio d i D a v id e , r ip o n e n d o in lu i s p e r a n z e d i lib e r a z io n e p o lit ic a e r e lig io s a ; s u c c e s s iv a m e n t e l ’in s u c c e s s o d e lla c r o c e li p o r t ò a d a b b a n d o n a r e q u e s t a c o n c e z io n e e a r ic o r r e r e a u n 'a lt r a : G e s ù e i l f i g l i o d e l l ' u o m o c e le s t e c h e v e r r à c o m e g i u d i c e e s i g n o r e p e r g i u d i c a r e i l m o n d o . P o i c h é q u e s t a v i s i o n e c o n t r a d d i c e la p r e c e d e n t e , f u i n v e n t a t a , a n c o r a 1 3 2 1 2 . Das Mcssiasgeheimnts in den EvrtngeheUt zugleich ehi Bejtrag zum Verstandnis des Markusevangelittms, Gòttingen 1901 (rist. 1963). 1 3 . Kyrìos Christos. Geschichte des Christusglaubens vott den Anfànge des Chrìstentums bis Irenìius, GSttingeif 1 9 1 3 (rise. 1967), 13 4 L a d im en sio n e teo lo gica in P a l e s t i n a , la m e n z o g n a d e l s e g r e t o m e s s i a n i c o . I c r i s t i a n i e l l e n i s t i c i p r e s e n t a n o G e s ù c o m e il kyrios, f ig lio d ì D io , p r o ie t t a n d o s u d i lu i a t t r ib u t i d i J a h kyrioi e c o n t r a p p o n e n d o lo a i vé-kyrios d e l m o n d o e lle n is t ic o . G e s ù si t r a s f o r m a c o s ì n e l S i g n o r e g l o r i f i c a t o p r e s e n t e n e l c u l t o d e l l a c o m u n i t à , i n c o l u i c h e la p r o t e g g e d a l c ie lo . Q u e s t a v is io n e m o d if ic a q u e lla p a le s t in e s e p r e e s is t e n t e e d è p r e c e d e n t e a P a o l o , c h e a s u a v o l t a l a fa p r o p r i a e la s v i l u p p a . Me. p r e s e n t a s is t e m a t ic a m e n t e i d i v e r s i a s p e t t i f o r n e n d o s in d a l p r i m o m o m e n t o ( c f r . i l b a t t e s i m o e la t e n t a z i o ­ n e ) u n ’ in t e r p r e t a z io n e le g g e n d a r ia d i G e s ù , m e s s ia e f ig lio d i D i o . R. Bultmann1415 r i p r e n d e , c) v a , r ic o s t r u e n d o la g e n e s i d e l l a a p p r o f o n d is c e e a r t ic o la q u e s t a lin e a in t e r p r e t a t i­ c r is t o lo g ia e d e l v a n g e lo d i M a r c o . G e s ù , il p r e d ic a t o r e g iu d e o d e l r e g n o d i D i o , v e n n e t r a s f o r m a t o in o g g e t t o d i p r e d ic a z io ­ n e d o p o e s s e re s t a t o r ic o n o s c iu t o d a lla c o m u n it à g iu d e o c r is t ia n a p a le s t in e s e c o m e i l f i g l i o d e l P u o m o , m e s s ia f u t u r o , n e l l a c o r n i c e d e l l ’ e s p e r i e n z a e s c a t o l o g i c a g i u ­ d a ic a . L a c o m u n it à c r is t ia n a e lle n is t ic a , d a l c a n t o s u o , v id e in G e s ù , o l t r e a l kyrtOs} p r e s e n t e d i n a m i c a m e n t e n e l c u l t o i n c u i è v e n e ­ r a t o , e i l f i g l i o d i D i o , n e l s e n s o d i theios aner, n o m o d i v i n o , c o n c e t t o q u e s t o d i o r i g i n e n o n g i u d a i c a m a e l l e n i s t i c a . S u l l a s c o r t a d i L. B i e l e r / 5 s e c o n d o i l q u a l e n e l l ’ e l l e n i s m o s i d e f i n i s c e theios aner u n a p e r s o n a g e n i a l e , u n e r o e c h e , p e r q u a n t o g iu d ic e e s c a t o lo g ic o , il u m a n o , è r i v e s t i t o d i p o t e r i d i v i n i , p o s s i e d e la c a p a c i t à d i c o m p i e r e m i r a c o l i e a g i s c e s e c o n d o u n a s a p i e n z a d i v i n a , B u l t m a n n a f f e r m a c h e Ja c o m u n i t à e l l e n i ­ s t ic a p r o ie t t ò su G e s ù i t r a t t i d i q u e s ta fig u r a fa c e n d o n e u n t a u m a t u r g o e, s u b e n ­ d o u n in f lu s s o g n o s t ic o , c r e ò il m it o d i C r is t o f ig lio d i D i o . A l l a lu c e d e llo g n o ­ s t ic is m o , G e s ù s i t r a s f o r m a n e l r e d e n t o r e , f ig u r a c o s m ic a , d iv i n a e p r e e s is t e n t e c h e , c o m e f ig lio d e l P a d r e , s c e s e d a l c ie lo , a s s u n s e f o r m a u m a n a e, d o p o u n ’e s i­ s t e n z a d a u o m o , f u e s a l t a t o a l l a g l o r i a c e le s t e ( c f r . FU. 2 ,6 -1 1 ; 2 Cor. 8 ,9 ; Ef. 4 , 8 - 1 0 ) . D a t o c h e q u e s t a p r e s e n t a z i o n e e r a in c o n t r a s t o c o n la t r a d i z i o n e p r i m i ­ t iv a , c h e v e d e v a in G e s ù s o l t a n t o i l p r e d i c a t o r e e s c a t o l o g i c o d e l l a p e n i t e n z a e d e l l a s a l v e z z a , il m a e s t r o d e l l a l e g g e e d e l l a s a p i e n z a ( c f r . Q ) , f u c r e a t a la s p i e ­ g a z i o n e d e l s e g r e t o m e s s i a n i c o . T u t t o c i ò è a n t e r i o r e a P a o l o c h e s v i l u p p ò il m i t o d i G e s ù f ig lio d i D io . D u n q u e l ’ in t e n z io n e d i Me. è d i « u n i r e il k e r y g m a e l l e n i ­ s t i c o d i C r i s t o - i l c u i c o n t e n u t o e s s e n z i a l e è il m i t o d i C r i s t o c o m e l o c o n o s c i a ­ mo in P a o lo (c fr, Fil. 2 ,6 6 s s .; Rom. 3 ,2 ,4 ) - c o r i la t r a d i z i o n e s u l l a s t o r ia d i G e s ù » . N e r is u l t a u n ’ e s p o s iz io n e d e lla v it a d i G e s ù d i c a r a t t e r e p r o f o n d a m e n t e m i t i c o , c h e p u ò e s s e r e d e f i n i t a c o m e v a n g e l o d i G e s ù i l C r i s t o in c u i a f f o n d a n o le r a d i c i i m i s t e r i c r i s t i a n i d e l b a t t e s i m o e d e l l a c e n a . L a v i t a d i G e s ù n o n è u n e p i s o d i o t r a g l i a l t r i d e l l a s t o r i a d e l m o n d o m a la m a n i f e s t a z i o n e m e r a v i g l i o s a d e ll’a z io n e d iv in a n e lla v e ste d i e v e n to um ano. V ie n e a t t r ib u it a la m a s s im a i m p o r t a n z a a i m i r a c o l i e a g l i e v e n t i p r o d i g i o s i c o m e i l b a t t e s i m o e la t r a s f i g u ­ r a z io n e , c h e m a n if e s t a n o l ’e s s e n z a d e l f ig lio d i D i o , in g e n e r e t e n u t a n a s c o s t a a i c o n t e m p o r a n e i m a r iv e la t a a i le t t o r i. In s ie m e a i m ir a c o li Me. in s e r is c e a lc u n e d i s c u s s i o n i in c u i G e s ù a p p a r e n o n t a n t o c o m e i l m a e s t r o d e l l a c o m u n i t à ( c o m e a c c a d e in Mt. ), m a c o m e il f ig lio d i D i o c h e e v id e n z ia c e r t i a s p e t t i c o n t r a d d it t o r i d e l l a t r a d i z i o n e g i u d e o c r i s t i a n a , c o n c u i p o l e m i z z a ( c f r . la p r e s e n t a z i o n e n e g a ­ 1 4 . Teologia del Nuovo Testamento, 1 1 3 - 1 3 4 . . 1 5 . Theios Aner, Wien 1935-1936, 2 voli., (rìst. in un solo volume, Darmstadt 1976 ). S to ria d ella ricerca 135 t iv a c h e r is e r v a a P ie t r o ) . D ’a c c o r d o c o n M . D ib e liu s , B u lt m a n n d e f in is c e Me. « lib r o d i e p if a n ie s e g re te » in c u i c o n f lu is c o n o d u e t r a d iz io n i: u n a d i r iv e la z io n i e u n ’a lt r a d i o c c u lt a m e n t o (s e g r e t o m e s s ia n ic o ) p o ic h é è q u e s t o P u n ic o m odo p e r s c r iv e r e u n a v it a d i G e s ù - m e s s ia , il c u i m is t e r o è c o n o s c ib ile s o lo a p a r t ir e d a lla r is u r r e z io n e p o s t e r io r e . 3, Correnti attuali Lo s t u d io i9 6 0 con d e lla t e o lo g ia m a r c ia n a h a r ic e v u t o g ra n d e scuola fella storia della redazione, la im p u ls o c h e s t u d ia a p a r t ir e d a l Me. com e u n it à le t t e r a r ia e t e o lo g ic a . L e c o r r e n t i t e o lo g ic h e a t t u a li s o n o s v a r ia t e , m o lt e s o n o in f lu e n z a t e in p o s it iv o o in n e g a t iv o d a l l ’o p e r a d i B u lt m a n n , u n o d e i c u i m o t iv i theios aner, t e o lo g ic o - le t t e r a r i, q u e llo d e l g ru p p o è o g g i m o lt o d is c u s s o , t a n t o c h e u n d i a u t o r i n e g a c h e s i a p e r t i n e n t e . 1* L a ra s s e g n a c h e se g u e è a p p r o s s i­ m a t a e n o n h a la p r e t e s a d i t r a c c i a r e c o n f i n i n e t t i t r a m o v i m e n t i a n c o r a v i v i c h e s p e s s o s ’i n t r e c c ia n o . a) A p a r e r e d e lla corrente ieologico-miiica o mitico-gnostica, Me. s v ilu p p a la c r i s t o l o g i a e l l e n i s t i c a p a o l i n a ( r i m a n e n d o p e r ò i n f e r i o r e a P a o l o ) e p r e s e n t a il m it o g n o s t ic o d e l f ig lio d i D i o p r e e s is t e n t e c h e s c e n d e s u lla t e r r a , a g is c e c o m e theios aner (m o t iv o a c c o lt o p o s it iv a m e n t e n e lla c o m u n it à c r is t ia n a , s e c o n d o q u e s t i a u t o r i) e r is a le p r o g r e s s iv a m e n t e a l c ie lo . Q u e s t o p u n t o d i v is t a è s o s t e ­ n u to da a lc u n i d is c e p o li di B u lt m a n n in f lu e n z a t i d a lle a f fe r m a z io n i di D . G e o r g i,1 171 6 8s e c o n d o i l q u a l e n e l la s e c o n d a le t t e r a a i C o r i n t i lo g n o s t i c o è P a o l o e la t e o lo g ia d a lu i s o s t e n u t a è q u e lla s v ilu p p a t a d a Me. L e v a r ia n t i a l l ’ in t e r n o d i q u e s t a c o r r e n t e s o n o n u m e r o s e . S e c o n d o J . S c h r e i b e r 1* i l R e d e n t o r e è v e n u t o s u l l a t e r r a n e l n a s c o n d i m e n t o p e r m o r i r e in c r o c e p e r c o r r e n d o u n c a m m i n o d a lla G a lile a a G e r u s a le m m e — c h e h a il c a r a t t e r e d i u n r e g r e s s o a lla c e l e s t e , in c u i l a m o r t e è i l m o m e n t o d e l l ’ e p i f a n i a d e l f i g l i o in t r o n iz z a z io n e e g lo r if ic a z io n e , c h e cre a co sì u n a theologia crucis G esù , unendo la Me. d i D io , d e lla su a l ’a m o r e e s c a t o lo g ic o c u i c o r r is p o n d e t r a d iz io n e n a r r a t iv a g n o s t i c o . P e r P b . V i e l h a u e r , ,y r iv e la e lle n is t ic a una del t e o lo g ia p a t r ia d i D io . d e lla theios aner Me. fid u c ia con in il m it o d e s c r iv e la v it a d i C r is t o c o m e u n p r o c e s s o d ’i n t r o n i z z a z i o n e in c u i i l f i g l i o d i D i o , s c e n d e n d o s u l l a t e r r a , è p r o g r e s s i v a m e n t e 16. Cfr. W. von Martitz, hytos kf/., G LN T xivt 1 1 4 - 1 2 1 ; D. Tiede, The Charismatic Figure as Miracle Worker, Mtssoula, Mont. 1372-, 4-13; C. Holladay, Theios aner in Hellenistic Judaism. A Critique of thè Use of this Category in Neu> Testarnent Christology, Missoula, Mont. 1977; B. Blackburn, Theios Anèr and thè Markan Traditions, Tubìngen 19 9 1. 17 . Cfr. Dìe Gcgner des Fauius im z. Koritherbnef. Studien zur religiòsen Propaganda in der Spatantike, Neukirchen/Vluyn 1964 (tr. ingl. aggiornata The Opponents of Paul in Second Corìnthians, Philadelphìa 1986). 1 8 . Theologie des Vertrauens. Etne redaktìonsgeschichtliche Untersuchung des Markus­ evangeliums, Hamburg 1967, e precedentemente Die Chi-istologie des Markusevangeliums. Beobaohtungen zur Tbeotogie und Kompositton des zweiten Evangeliums: ZThK 58 {19 6 1} 154-183. 1 9. Eru/agungen zur Christologie des Markusevangeliums, in Àufsàtze zum Neuen Testamentt Miincben 1965, 199-214. i $6 La dimensione teologica a d o t t a t o c o m e f ig lio n e l b a t t e s im o , p r o c la m a t o n e lla t r a s f ig u r a z io n e e a c c la m a ­ t o s u l l a c r o c e , s u l l a q u a l e è i n t r o n i z z a t o ( c f r . le p o s i z i o n i a f f i n i d ì H . W e i h n a c h t , R .À . H a r r is v ille e V K . R o b b in s ) . b) L a c o r r e n t e c r i t i c o - d o g m a t i c a è s e g u i t a d a g l i e s e g e t i c h e a c c e t t a n o le p r e ­ m e s s e d o g m a t i c h e d e l l e c o n f e s s i o n i c r i s t i a n e e c e r c a n o d i c o n c i l i a r l e c o n la c r i ­ t ic a s t o r ic o - le t t e r a r ia . P e r q u e s t i la B i b b ia è p a r o la d i D i o , m a t e r ia d i fe d e , t r a ­ s m e s s a t u t t a v i a in l i n g u a g g i o u m a n o e q u i n d i s u s c e t t i b i l e d i s t u d i o c r i t i c o . A l l i n t e r ­ n o d i q u e sto q u a d r o g e n e r a le s ì p r e s e n t a n o d iv e r s i p u n t i d i v is t a : 1. q u a n t o a lP e s is t e n z a s te s s a d i u n a t e o lo g ia m a r c ia n a , c 'è c h i r it ie n e c h e l'o p e r a c o s t it u ­ i s c a u n ’ u n i t à l e t t e r a r i a c h e e s p r i m e u n a s o l a t e o l o g i a , a l t r i c r e d o n o c h e t a le u n i t à n o n e s i s t a e p e r c i ò v i s i a n o in M e . d i v e r s e t e o l o g i e , q u e l l a d e l P a u t o r e e q u e l l a d e l le fo n ti (c fr. R . P e sc h ). z . Q u a n t o r e g is t r a n o p o s iz io n i d if f e r e n t i c o n al co n te n u to t e o lo g ic o fo n d a m e n t a le si u n a p r e v a le n z a d e lla c r is t o lo g ia c o r r e t t iv a , c h e a s s u m e f o r m e d iv e r s e a s e c o n d a c h e s i a c c e t t i o m e n o l ’ ip o t e s i d e l th e io s a n e r . L e d u e p iu im p o r t a n t i s o n o : M e s s ia n is m o - n e lla d e b o l e z z a u m a n a . M e . è u n a c a t e c h e s i s u l l a n a t u r a a u t e n ­ t ic a m e n t e u m a n a d e lla r iv e la z io n e d i G e s ù , m e s s ia e f i g lio d i D io . S u o in t e n t o è il s u p e r a m e n t o d i u n a c r is i c n s t o lo g ic a d o v u ta p r in c ip a lm e n t e a una f a ls a c o n o s c e n z a d ì G e s ù . I n q u e s t a c o r r e n t e s i c o l l o c a la m a g g i o r p a r t e d e g l i e s e g e t i m o d e r a t i. L e s p ie g a z io n i p a r t ic o la r i s o n o m o lt e p lic i (c fr . C. B r a v o G a lla r d o , J . I) e ló r m e , J . D o n a h u e , J . E r n s t , J . G u ilk a , J . D . K in g s b u r y , E . J . M a lly , G , M in e t t e de r if le s s e , K . S t o c k , R . S c h n a c k e n b u r g e a lt r i) . C a t e c h e s i c o n t r o u n a c o n c e z io n e g n o s t ic a e p a g a n a d i G e s ù , m e s s ia e fig lio d i D to . Q u e s t a c o r r e n t e , s im ile a lla p r e c e d e n te , se n e d if f e r e n z ia n e ll'a c c e t t a r e la v a l i d i t à d i a l c u n i p r e s u p p o s t i d i B u l t m a n n , c o m e l ’ o r i g i n e g n o s t i c a e il m o t i v o d e l t h e io s a n e r , a n c h e se p o le m iz z a c o n P in t e r p r e t a z io n e p o s it iv a d i q u e s t i d a t i o f f e r t a d a B u l t m a n n e li le g g e i n c h i a v e n e g a t i v a . P e r q u e s t i e s e g e t i Me. è u n ’o p e ­ r a a n t ì g n o s t i c a e a v v e r s a a l t h e i o s a n e r , s c r i t t a p e r r e t t i f i c a r e la p r e s e n t a z i o n e d i G e s ù c o m e t h e i o s a ? ie r , m o t i v o e l l e n i s t i c o v a l u t a t o n e g a t i v a m e n t e c h e d i s t o r c e l ’ i m m a g i n e d i G e s ù , e la s u a p r e s e n t a z i o n e c o m e s e m p l i c e m a e s t r o d i s a p i e n z a . A llo s c o p o d i r e t t if ic a t e q u e s t a im m a g in e m it ic a , g lo r io s a e s a p ie n z ia le d i G e s ù , M e . r i c o r r e a l l a t r a d i z i o n e s t o r i c a s u G e s ù d i N a z a r e t p e r p r e s e n t a r l o c o m e il m e s s ia c h e v is s e n e lla s t o r ia e m o r ì s u lla c r o c e . Q u e s t a lin e a in t e r p r e t a t iv a è s o s t e n u t a d a W . M a r x s e n , S . S c h u l z , I L L u z e d E . S e b w e i z e r . A d e t t a d i q u e s t ’u l t iin o / ° Me. s c r iv e p e r m o t iv i a n t id o c e t i, b e n c h é c iò n o n b a s t i a s p ie g a r e P im e r o v a n g e l o . E g l i p r o p o n e q u e s t o s v i l u p p o d e l i a t r a d i z i o n e : 1 . a l l i n i z i o c i f u n e l le c o m u n i t à u n in t e r e s s e p e r le p a r o l e d i G e s ù { c f r . la f o n t e Q ) c o m e g u i d a e t i c a p e r p r e p a r a r s i a l l a p a r u s i a i m m i n e n t e , z . N e l l e c o m u n i t à p a o l i n e la f e d e è i n c e n ­ tra ta s u lla r is u r r e z io n e e s i p re s ta p o c a a t t e n z io n e a l G e s ù t e r r e n o ; in q u e s t o c o n t e s t o s o r g o n o g l i « e n t u s ia s t i» , c h e s i c o n c e n t r a n o s u l R i s o r t o e s c lu d e n d o il G esù te r r e n o . 3 . L e c o m u n it à e lle n is t ic h e p re se n ta n o G esù c o m e t h e io s a n e r , e r o e d i v i n o e t a u m a t u r g o ; la c r o c e f u s o l t a n t o u n f i n a l e d i s g r a z i a t o e i n c o m p r e n ­ s ib ile . C o n q u e s te c o o r d in a t e d iz io n a li p r o v e n ie n t i d a lla Me. s t o r ia s c r i v e la p r o p r i a c a t e c h e s i c o n m a t e r i a l i t r a ­ di G esù 10 . // Vangelo secondo Marcoi Brescia 19 7 1 . p e r s p ie g a r e c h i fu il c r o c i f i s s o d e l1 0 r 37 Scoria d ella ricerca q u a le p a r ìa P a o lo , e , d ’ a lt r a p a r t e , r ie la b o r a 1 m a t e r ia li s u l t b e io s a n e r . L ’in t e r a o p e r a s o t t o l i n e a , in t a l m o d o , l ’ u m a n i t à d i G e s ù , c h e d e v e e s s e r e p r e s a s u l s e r i o p e r a f f r o n t a r e le d i f f i c o l t à e p e r n o n c a d e r e n e l d o c e t i s m o , c h e s o t t r a e G e s ù a l co n ta tto con la s t o r i a . A lt r i a u t o r i s i e s p r im o n o in m odo a n a lo g o (c fr. R .P . M a r t in , L . S c h e n k e , H . H . K o s t e r , U .B . M u lle r ) . c) A lt r e c o rre n ti si c o llo c a n o t r a le d u e p r e c e d e n t i ; i . La te o lo g ia e c c le s ia le c h e c o g lie u n o s v ilu p p o d e lla p o le m ic a c o n t r o i d is c e p o li. A lc u n i a u t o r i in t e r p r e ­ t a n o la p r e s u p p o s t a p r e s e n z a d e l m o t i v o d e l t b e i o s a n e r in c h i a v e e c c l e s i o l o g i c a : M e , i n t e n d e c o r r e g g e r e la f a l s a c r i s t o l o g i a o s s e r v a t a d a lla c o m u n it à , s im b o le g ­ g ia t a d a P ie t r o e d a i d is c e p o li. Q u e s t a in t e r p r e t a z io n e e r a g ià s t a t a s u g g e r it a d a R . B u lt m a n n q u a n d o a ffe r m a v a c h e M e . p o le m iz z a c o n p r o s p e t t iv e g m d e o c r is t i a n e r a p p r e s e n t a t e d a P i e t r o . 11 L e a r g o m e n t a z i o n i s o n o d i v e r s e . S e c o n d o T . J . W e e d e n , 11 M e . i n t e n d e c o r r e g g e r e c e r t i c r i s t i a n i p n e u m a t i c i , f a l s i c r i s t i e f a l s i p r o f e t i d e lla s u a c o m u n it à , i q u a li, b a s a n d o s i s u ll’a u t o r it à d i P ie t r o e d e i d is c e ­ p o li d i G e s ù , s o s t e n e v a n o la p r e s e n z a n e l l a c o m u n i t à d i un G esù ta u m a tu rg o , t b e i o s iiw e r , r e s p i n g e n d o c o l u i c h e m u o r e , e i n o l t r e s u s c i t a v a n o u n a p r o s s im a p a r u s ia d i G e s ù c o lle g a t a a lla f a ls e s p e r a n z e i n r ib e llio n e c o n t r o R o m a . M e ., p e r c o n t r a s t a r l i , p r o p o n e il m e s s a g g i o d i G e s ù i n u n ’ o p e r a i n c u i s i c o n t r a p p o n g o n o d u e c r is t o lo g ie : q u e lla a u t e n t ic a d e lla c r o c e , r a p p r e s e n t a t a d a G e s ù , e u n a f a ls a , q u e lla d e l t b e io s a n e r , r a p p r e s e n t a t a d a i d is c e p o li. P e r W . H . K e l b e r , 1’ P ie t r o e ì d i s c e p o l i n o n a c c e t t a n o la c r i s t o l o g i a d e l l a p a s s i o n e ; e s s i r a p p r e s e n t a n o i n M e . i « c r is t ia n i d i P ie t r o » d e l s u o t e m p o . S e c o n d o J . B . T y s o n , * M e . m o s t r a i d is c e ­ p o l i c o m e m o d e l l o d e l l a c h i e s a d i G e r u s a l e m m e c h e h a f r a i n t e s o la n a t u r a a u ­ t e n t i c a d e i m e s s i a n i s m o d i G e s ù ; La c o n s e g n a d e l s i l e n z i o s u l m e s s ia n is m o n o n s ig n if ic a c h e e s s i P a b b ia n o c o m p r e s o c o r r e t t a m e n t e , m a a n z i c h e l'h a n n o f r a in ­ te so e v ie n e lo r o s im ili s o n o E p r o ib it o d i d iv u lg a r e q u e sta c o n c e z io n e f a ls a . S u p o s iz io n i T r o t t ile , U . C r o s s a n t , K . T a g a w a e N . P e r r in . z . P r o s s im a p a r u s ia in G a lile a . W . M a r x s e n , s u lla s c o r t a d e lle i n t u i z io n i d i E , L o h m e y e r e d i R . H . L ì g h t f o o t , r i t i e n e c h e M e . s c r i v a p e r i n v i t a r e i d i s c e p o l i a r a c c o g l i e r s i in G a l i l e a p er a tte n d e re la p a r u s ia im m in e n t e . P o ic h é il t e m p o p a s s ò sen za che l ’a tte sa t r o v a s s e c o m p im e n t o , fu a g g iu n t a [ 'a p p e n d ic e a t t u a le ( c f r . a n c h e W . H . K e lb e r ) . 3. R ifa ttu r a p o lit ic a d e lla t r a d iz io n e s u G e s ù p e r r e n d e r la a c c e t t a b ile a g li o c c h i d i R o m a . Q u e s t a v is io n e è s o s t e n u t a d a S . G . F . B r a n d o n lf s e g u it o d a G h „ M a s s o n , s e c o n d o 1! q u a l e il v a n g e l o d i M a r c o fu s c r i t t o a Rom a dopo Panno 70, c o m e a p o lo g ia a d R o m a n o s , a llo s c o p o d i t o g lie r e o g n i r if e r im e n t o p o lit ic o d a l m e s s a g g io d i G e s ù e d a r n e u n ’ im m a g in e c o m p a t ib d e c o n il p o t e r e r o m a n o . P iù i l . The History 0 / thè Synoptic Tradition, Oxford 1 9 6 8 (e d . o r. ‘ 1 9 1 1 , * 1 9 7 0 ), 2.58* e n . i , in o lt r e : Z N W 19 ( 1 9 1 9 s .) 1 8 7 . 2 z . The Heresy that Neeessitated Mark's Gospeh Z N W 59 (1968) 145 158; Mark. Traditiotis in Confiìct, F h ila d c lp h ia 1 9 7 1 . 1 3 . Mark 1 4 ,3 2 - 4 2 : Gethscmane-Passion, C hnstotogy and Discipleship Fatture: Z N W 63 (19 7 1) 16 6 -18 7 ; Kingdom in Mark. A New Place and a New Time, Philadelphìa 1974; Mark’s Story of Jesus, Philadelptua 1977. 2 4 . The Blinditess of thè Disciples in Mark: J B L Ho ( 1 9 6 1 } 1 2 8 i é i . 1 5 . Gesù e gli Zelati, Milano 1983; Cli. Masson, L*Euangile de Marc et PEglise de Rome, N e u ch à te l 196 8 . 138 La dimensione teologica radicale l’interpretazione di F. Belo,1*' secondo il quale Me. ideologizza la prassi di Gesù e la priva dei carattere rivoluzionano che aveva* il messianismo di Gesù fu profetico, pratico, in linea con il sistema dd «debito» e contrario a quello dell’opposizione «puro/impuro». Questa pratica messianica fu ideologizzata al servizio di una situazione economica e politica determinata in un processo in cui Paolo giocò un ruolo determinante trasformando il messìa-prassi in un titolofeticcio, un doppio fantasmatico in cui i lettori potranno identificarsi perdendo così ogni ruolo attivo nella lettura analitica dei racconti. Il racconto della prassi di Gesù si converte in tal modo in «vangelo», «parola di Dio», l’assassinio di Gesù in morte prevista e voluta da Dio ecc. Me* è un passaggio fondamentale in questo processo di ideologizzazìone. VI. PRO BLEM I APERTI r. Regno di D io e m iracoli Più d’ uno e il modo di presentare il pensiero dì Gesù sul regno di Dio, benché a proposito della visione marxiana ampio sta il consenso gene­ rale, quantunque gli esegeti non sempre convergano sull’interpretazione dei singoli particolari, come la concezione di M e. a proposito della vicinanza/presenza del regno, il rapporto tra il regno e Gesù e, in par­ ticolare, il significato dei miracoli. Quest’ultimo problema è stato molto d iscu sso /7 Alcuni, come D. Georgi, H.W . Kuhn, L, Schenke, M. Smith, TYJ. Weeden e altri, hanno afferm ato che Me. nutre grandi riserve di fronte ai racconti di m iracoli, che sarebbero stati creati dai cristiani ellenisti per presentare Gesù come theios aner. Sarebbe un modo di presentare Pimportanza religiosa di Gesù nell’ambiente culturale greco. Ciò avrebbe portato molti cristiani a vivere la fede in modo falso, in un contesto di entusiasmo e ottimismo ingenui, incentrato esclusivamente su dì una theologìa glorìae ignara della croce. Questa presenLazione, più che aiutare a comprendere la fede, sarebbe servita soltanto a svisarla, portando alla situazione d ’incredulità e disperazione in cui s*incontra la comunità. Me. avrebbe scritto per contrastare queste idee, introducendo e sottolineando la tradizione della croce. Questa spiegazione, basata com ’è sulPipotesi del theios aner, è respinta attualmente da rutti coloro che tale ipotesi mettono in discussione. Alla luce dello stato attuale della questione, al riguardo si può dire che;1” r. 1 racconti di Me. sono in genere storico-tradizionali, non creazioni del mondo ellenìstico, ossia z6. Lecture matérialiste de Pévajtgife de Marc, Récit Pratiquc-Jdéologie, Tjris 1974; una presentazione più accessibile del medesimo: Una lettura polìtica del vangelo^ Tonno 1975; cfr. anche M. Clévenot, Letture matèrialiste della Bibbiat Roma 1977. 27. Cfr. K. Kerrelge, Die Wvnder Jesu ìm Markusevangehum, Munchen 1970; Th. Snoy, Les mìracles dans PEvangììe de Marc: RTL 3 ( 1 9 7 1 ) 449-446; 4 (1973) 58-101. j 18. Cfr. R. La tou felle, Miracoli dì Gesù e teologìa dei miracolo, Assisi 1987, 59-317. P ro b le m i aperti 13 9 risalgono ad atti di Gesù che nel contesto socio-religioso in cui egli agl ebbero funzione di segni e che sono stati trasmessi dalla tradizione; 2. la linea di tradizione è catechetica e trasmette i fatti nelle forme narrative consuete in ambienti palestinesi ed ellenistici, talvolta di tipo religioso popolare, utilizzando schemi narrativi popolari giudaici o ellenisti; 3. M e, rispetta sostanzialmente le sue fonti; i suoi interventi redazionali si limi­ tano, di norma, alla cornice letteraria e teologica (occasione, reazioni, segreto ecc.); 4. nella sua catechesi Me. attinge alla tradizione sui m iraco­ li, non per illustrare il vangelo, ma perché essi ne sono parte integrante e li presenta positivamente come segni efficaci e pedagogici della presenza del regno di Dio e come garanzia della sua piena attuazione futura. Per questa stessa ragione egli non li separa dalla tradizione della morte e risurrezione di Gesù ma anzi, seguendo la catechesi primitiva, ve li integra strettamente, per significare il carattere unico della salvezza che si compie nel messia Gesù, che è sì irruzione di potenza, ma nella debolezza (cfr. 1 ,1 ) . Per tutto ciò non si possono spiegare i miracoli soltanto in funzione del tema del segreto messianico, come se fosse il tema unico e fondamen­ tale che spiega l’opera di M arco, ma piuttosto in funzione del Regno e della morte e risurrezione; 5. Me. nutre riserve di fronte ai miracoli, perché possono portare a una fede magica in un Cristo taumaturgo, la cui missione è di risolvere problemi. Per Me. i miracoli sono essenzialmente segni, perciò egli li presenta nel contesto delPinsegnamento di Gesù: han­ no significato alla luce della predicazione del regno di Dio. Sono inoltre segni nella debolezza, caratteristica fondamentale del vangelo, e perciò li presenta in un contesto di segreto e di limitazione: Gesù è impotente di fronte alla mancanza di fede degli uomini ( 5 ,17 ; 6,5-éa) e, secondo la volontà del Padre, non deve fare nulla a proprio beneficio (14 ,3 6 ; 1 5 , 3 1 s.). Così si spiega perché i miracoli siano presenti nella prima parte del­ l’opera, dedicata alla presentazione del regno, e vadano diminuendo nella seconda, in cui predomina il tema della morte e risurrezione. 2. Figlio delVuomo a) I dati. Gesù si autoproclam a figlio d e l l 'u o m o è la designazione più frequente di Gesù e sempre sulle sue labbra. Com pare due volte riferita 29. Sul figlio dell’ uomo si veda in particolare H. Bietenhard, «Der Menschensohn» ~ ho hyios tot* anthropou} Sprachhche, religionsgeschichtiiche und exegetische Untersuchungen zu einem Begriff der synoptiseben Evangeiìen, i. Sprachlicher und reiìgionsgeschichtlicher Teil, in À N RW u, 2 5 .1, Berlin - New York 1985, 2 6 5 - 3 5°i C. Colpe, ho hyios tou anthropou, G LN T xiv, 273-472; J. Coppens, Les logia du Fils de rHomme dans l’évangile de Marc, in M. Sabbe {ed.}, L'Euangile selon Marc, 487-528; M.D. Hooker, The Son of Man in Mark. A Study of thè Background of thè Terni «Son o f Man» and its Use in St. Mark’s Gospel, London 1967. 14 0 L a d im e n sio n e teo lo g ica al suo ministero (2,10.2,8), nove alla sua morte e risurrezione (8 ,3 1; 9 ,9 .1 2 .3 1 ; 10 ,3 3 .4 5 ; M ^ 1 [bis].4 1) , e tre volte alla sua parusia (8,38; 13 ,2 6 ; 14 ,6 2 ). Al di fuori dei vangeli compare solo quattro volte (Atti 7,56 ; A p o c . 1 , 1 3 ; Ebr. 2,6), mai in professioni di fede primitive. Dal punto dì vista grammaticale l’espressione equivale a «l’um ano», «l’ uo­ mo»; ai tempi di Gesù, come si può vedere d all’uso che ne fa il Targum Palestinese, nella lingua parlata può avere una connotazione di solida­ rietà, talvolta negativa, ma non è mai termine tecnico religioso o mes­ sianico. D a n . 7 la impiega in senso individuale-collettivo, come rappre­ sentazione allegorica d’Israele, ora umiliato, ma che sarà vendicato da Dio e potrà così esercitare la sua vocazione di signore della creazione, concessa ad Adamo; più Tardi PImmagine viene reinterpretata in senso messianico individuale da 1 Enoc 3 8 -7 1 (L ib ro delle parabole) e da 4 Esdra, quest’ ultimo d ’età posteriore a Gesù. b) Uso net vangelo di M arco. Me. impiega questo titolo per presentare Gesù come un uomo speciale, dotato di poteri divini salvifici ( 2 ,10 .18 : perdonare i peccati, guarire, liberare dal legalismo), che esercita nella debolezza, offrendo la propria vita; ma risuscita ( 8 ,3 1; 9 ,9 .1 2 .3 1 ; 10 ,3 3 .4 5 ; 1 2 , 2 1 . 4 1 ) e, alla fine, nella sua parusia sarà pubblicamente vendicato da Dio (8,38; 13 ,2 6 ; 14 ,6 2 ), confermando la validità della via del potere-nella-debolezza di fronte all'assem blea del popolo escatolo­ gico di Dio. c) Valore dell'uso di Me. Riguardo a questo problema grande influenza ha esercitato il punto di vista di Bultmann. A suo parere, Gesù parlò solo del figlio dell’ uomo escatologico, che verrà nella parusia sulle nubi del ciclo come redentore escatologico (cfr. D an . 7 ,1 3 s.). Non si identificò con lui, ma annunciò la sua venuta. Questa identificazione che ne am­ pliò l’uso fu opera della chiesa primitiva: dopo la morte di Gesù e il fallimento deU’ideologia religioso-nazionalista del figlio di Davide, la chiesa primitiva identificò Gesù con il figlio dell uomo escatologico, rnessia designato che apparirà in futuro come redentore. La chiesa stessa mise sulle sue labbra i detti sulla morte e risurrezione, detti assenti in Q e che soltanto la tradizione di Me. riprende. La comunità ellenistica/" infine, creò una serie di frasi sul ministero, come conseguenza di una erronea traduzione delParam aico bar na$a% presente in piu di un detto nei quali significava semplicemente io, senza connotazione escatologica. Questo punto dì vista è seguito dai discepoli di Bultmann (alcuni lo radicalizzano: Gesù non parlò affatto del figlio dell’uomo escatologico; cfr. Ph. Vielhauer, H. Conzelmann). A tale teorìa si obbietta: X. di fondar­ si su apriorismi a proposito delPorigine della fede cristiana; 2. che non 30. Secondo E. Tódt ctò avvenne prima e per opera deila comunità ebraica. Problemi aperti 141 risulta che la comunità cristiana disponesse di una teologia del figlio dell’uomo che sarebbe stata applicata a G esù3' e 3. che essa presuppone che Gesù abbia agito come precursore del figlio dell’ uomo, cosa contra­ ria alla coscienza che egli aveva deirim portanza escatologica della p ro­ pria missione. Altri autori, come E. Schweizer, M .D . H ooker, J. Jeremias eco., considerano storico l’uso del titolo da parte di Gesù, inteso alla luce del servo di Jahvé e riferito a] suo ministero, passione-risurre­ zione e parusia, per quanto non tutti i testi che presentano i vangeli siano autentici e procedano da lui. Gesù preferisce questo titolo a quello di messia, perché è meno politico, ha un carattere individuale-corpora­ tivo e perché allude, da un lato, al carattere umano della sua opera e, d all’ altro, al carattere d ’inviato escatologico vendicato da Dio. Circa l’effettivo uso di questo titolo si è soliti afferm are che Me. ne rappresenta una nuova tappa e sviluppa con caratteristiche proprie la linea di D an. 7 e di 1 Enoc / 4 Esdra, impiegandolo a spiegazione del titolo di messia. Per alcuni, come i bultmanniani, l’uso m arciano è inco­ erente, perché estende il concetto, di per sé escatologico (il futuro reden­ tore escatologico), al ministero terreno di Gesù (cfr. z ,io .z 8 ); altri, al contrario, difendono la coerenza di M e., afferm ando che il significato prim ario non è escatologico, ma quello di eletto da D io, fedele e obbe­ diente alla sua missione, e tuttavia perseguitato, per cui sarà vendicato (cfr. E. Schweizer, M .D . H ooker ecc.). Circa quest’ ultima, tutti i testi presentano caratteristiche comuni: 1. rivendicano l’autorità che Gesù esercita, che è accettata da alcuni e respinta da altri, ma che sarà vendicata e riconosciuta nel futuro, tre aspetti che si im plicano reci­ procam ente; z. ha un significato corp orativo, poiché è potenza a beneficio di altri. 3. Figlio di D io 31 Se la presentazione m arciana di Gesù come figlio di D io riscuote il consenso generale, lo stesso non si può dire delPorigine di questa con­ cezione e, di conseguenza, del suo significato. Per la scuola bultmanniana, M e. presenta Gesù come figlio di Dio in una linea ellenistica: i cristiani ellenisti elaborarono la teologia del kyrios, figlio di D io, pre­ sente nel culto, integrando una corrente gnostica con quella del theios aner. Me. fa sua questa teologia e la presenta nel contesto della tradizio­ ne storica su Gesù, senza però incorporare il dato della preesistenza (cfr. 3 1 . Compare solo 4 voice al di fuori dei vangeli e mai ir testi kerygmatìcì. 3 1 , A, Descamps, Pour utte bistoire da titre «Fits de Dieu». Les antécédents par rapport à Marc, in M. Sabbe (ed.)> L ’Evangile de $. Marc, 52:9-571; M. Hengel, Il figlio di Dio, Brescia 19843 J.D. Kingsbury, The Cbristology a f Mark’s Gospel, Philadelphia 1983. 142. La dimensione teologica R. Bultmann, F. Hahn, Fh. Vielhauer ecc.). Similmente alcuni sostenito­ ri della cristologia correttiva riconoscono l’influsso del theios aner nello sviluppo del concetto di figlio di Dio applicato a Gesù, per quanto Me. 10 combatta con la teologia della croce (cfr. U. Lux, E. Schweizer, S. Schulz ecc.)* A entrambi i punti di vista altri obbiettano tanto l’esistenza stessa del concetto di theios aner, quanto la ricostruzione proposta del processo storico cristologico e della trasmissione delle fonti di M e. Da parte critico-dogmatica si sostiene, per lo più, l’origine cristiana palesti­ nese: la chiesa prim itiva sviluppa ed esplica la sua fede in Gesù come figlio di Dio sulla base di motivi biblici ebraici (servo di Jah vé, introniz­ zazione regale, sapienza, legge, memrà ecc.). Tutto ciò è anteriore a Paolo e Me. Questi lo da per conosciuto, ma vi aggiunge che Gesù rivela 11 suo carattere divino nella debolezza, morendo in croce (cfr. A. Descamps, M. Hengel, J.D . Kingsbury e altri). 4. Il segreto messianico è uno dei motivi dell’opera di Me., sulla cui origine c significato si è maggiormente discusso. a) I dati. Secondo Me., Gesù impone diversi tipi di silenzio. Fa tacere i demoni e questi gli obbediscono (1,2,5; 3 31 3 ); comanda ai suoi disce­ poli di mantenere il silenzio su! suo messianismo {8,30) e sulla sua trasfigurazione (9,10) ed essi obbediscono; infine ordina ai testimoni di tacere dei segni, non di tutti, ma di quelli che hanno carattere messiani­ co, e questi non obbediscono: lebbroso (1,4 4 ), risurrezione della figlia di Giairo (5,43), sordomuto (7,36), cieco (8,26) (cfr. Is. 2 6 ,19 ; 2 9 ,18 s.; 35,5 s., i segni citati in Mt. 11,2 - 5 ) . b) S p ieg a zio n e di W. W rede. C o n t r o la s p i e g a z i o n e b i o g r a f i c a c o r r e n t e fin o a quel m o m e n t o , W r e d e p r o p o s e u n a s p ie g a z io n e m itic a , e l a b o r a t a d a W . B o u sse t e f L B u l t m a n n , s e c o n d o la q u a l e M e. si p r o p o n e d ì s p i e g a r e c o n i ' è p o s s i b i l e c h e G e s ù v e n g a r i c o n o s c i u t o c o m e m e s s i a e fig lio di D i o , q u a n d o la t r a d i z i o n e s t o ­ r i c a su di lu i m i s c o n o s c e q u e s t a r e a l t à . D u e , in e f f e t t i , e r a n o le c o n c e z i o n i p r e ­ senti n ella s u a c o m u n i t à ; u n a c o n s i d e r a v a G e sù c o m e un s e m p l i c e u o m o e u n ’a l ­ tr a lo p r o f e s s a v a c o m e m e ssia a p a r tir e d alla r is u r r e z i o n e . Q u e s t ’u ltim o c o n c e ­ z i o n e si v e n n e e s t e n d e n d o a t u t t o il m i n i s t e r o , p r o i e t t a n d o su di lu i l ’ i m m a g i n e d e l l ’ u o m o d i v i n o . P e r r i s o l v e r e le c o n t r a d d i z i o n i t r a q u e s t e d u e c o n c e z i o n i si r i c o r r e al s e g r e t o m e s s i a n i c o . Q u e s t a s p i e g a z i o n e d el s e g r e t o m e s s i a n i c o si c a r a t ­ t e r i z z a p e r e s s e r e t o t a l i z z a n t e e n e g a t i v a . T o t a l i z z a n t e , p e r c h é p r e t e n d e di s p i e g a r e t u t t i i t e m i t e o l o g i c i di M e. ( c f r . p a r a b o l e , d i s c e p o l a t o ) a l l a l u c e d el s e g r e t o e, p e r q u e s t o , c e r c a u n a s o l u z i o n e c h e ii s p i e g h i t u t t i q u a n t i i n s i e m e . N e g a t i v a , p e r c h é c o n s i d e r a il s e g r e t o c o m e un f a l s o d e l l a c o m u n i t à p r i m i t i v a e l e t t e r a r i a ­ m e n t e c o n t r a d d i t t o r i o , p o i c h é n e l l o s v i l u p p o d el t e m a e s i s t o n o c o n t r a d d i z i o n i e, a l l a f i n e , ii s e g r e t o v i e n e i n f r a n t o . P ro b lem i aperti 143 c} E v o lu z io n e p o ste rio re . Q u e s t a p r e s e n t a z i o n e , s v i l u p p a t a e a r t i c o l a t a d a l l a s c u o la b u lr m a m iia n a ( c f r . F . H a h n , E , H à n c h e n , J . S c h r e ìb e r , P h , V ie lh a u e r e c c .), h a e s e r c it a t o u n a n o t e v o le in f lu e n z a , m a è s t a t a c o n t e s t a t a d a d iv e r s e p a r t i. L a c o r r e n t e c r i t i c o - d o g m a t i c a d a u n a p a r t e e , p i ù t a r d i , la s t e s s a c o r r e n t e b u l t m a n n ia n a , h a n n o o b b ie t t a t o a q u e s ta p r e s e n t a z io n e 1 . g li a p r io r is m i d o t t r in a li, c h e p o r t a n o a n e g a r e la c o s c ie n z a m e s s ia n ic a e d iv in a d i G e s ù e , c o n c iò , a lla n e c e s ­ s i t à d i s p i e g a r e s t o r i c a m e n t e c o m ’ è s o r t a q u e s t a c r e d e n z a ; z , la n e g a z i o n e d e l l a s t o r ic it à d e l s e g re to , c o m e c o n s e g u e n z a d i u n a lt r o a p r io r is m o c o r r e n t e tra g li e s e g e t i li b e r a li, s e c o n d o il q u a le o g n i m o t iv o c h e a b b ia c a r a t t e r e le t t e r a r io - t e o l o g i c o n o n p u ò e s s e r e s t o r i c o e , d a t o c h e i] s e g r e t o p a r e e s s e r e t a le , v i e n e c o n ­ s i d e r a t o u n f a l s o . O g g i s i è m e s s o in r i l i e v o c h e q u e s t o p r i n c i p i o e r m e n e u t i c o n o n è c o r r e t t o e p e r c i ò il t e m a d e l s e g r e t o n o n è u n a s e m p l i c e i n v e n z i o n e d i M e . , a n c h e s e q u e s t i lo e l a b o r a r e d a z i o n a l m e n t e , p o i c h é f a p a r t e d e l m a t e r i a l e p r e ­ m a r c ia n o e r is a le a lla s t o r ia , a lm e n o im p lic it a m e n t e K à s e m a n n , c h e a m m e t t o n o il m e s s i a n i s m o i m p l i c i t o (c fr. W , M a rxse n ed E . d i G e s ù , r a d ic a t o n e l s u o c o m p o r t a m e n t o ) . P e r m o lt i a u t o r i, a ll'in t e r n o d e lla c o r r e n t e c r it ic o - d o g m a t ic a ( c f r . T a y l o r , S c h n ie w in d ) , il s e g r e t o è u n f a t t o s t o r ic o . P e r q u a n t o il v a n g e lo d i M a r c o n o n s ia u n a b i o g r a f ì a d i G e s ù , s i t r a t t a d i u n r a c c o n t o s o s t a n z i a l m e n t e s t o r i c o ; M e . r i e l a b o r a c e r t a m e n t e le s u e f o n t i , m a n o n a r r i v a a d e f o r m a r l e . P e r q u e s t o è n e c e s s a r io c e r c a r e u n a s p ie g a z io n e s t o r ic a a l fa t t o d e l s e g r e t o . S e c o n d o q u e s ti a u t o r i, G e s ù e b b e c o s c ie n z a d i e s s e re il m e s s ia e im p o s e il s ile n z io per m o t iv i p e d a g o g ic i, o n d e e v it a r e e q u ìv o c i s u lla s u a m is s io n e , g ia c c h é il t it o lo d i m e s s ia a v e v a c o n n o t a z io n i n a z io n a lis t ic h e , c p e r p r u d e n z a d i f r o n t e a lle a u t o r it à r o m a n e , c h e n o n p o t e v a n o c o m p r e n d e r e la p o r t a t a d i q u e s t a a f f e r m a z i o n e . 3 . N o n v ie n e a m m e s s o il c a r a t t e r e t o t a l iz z a n t e c h e si v o r r e b b e d a r e a l t e m a a ll ' i n ­ t e r n o d e lla t e o lo g ìa d i M c .\ s i t r a t t a d i u n te m a c o n n e s s o a d a l l n , a lt r e t t a n t o i m p o r t a n t i , c o m e le p a r a b o l e e r i n c o m p r e n s i o n e d e i d i s c e p o l i ( c f r . D , E . A r n i e , J . D . G . D u n n , S . B r o w n ; n q u a lc h e a u t o r e , c o m e H . R à is à n e n ,3 34 a d d i r i t t u r a m i­ n i m i z z a i l m o t i v o ) . I n o l t r e è s t a t a m e s s a i n r i l i e v o la c o n t r a d d i z i o n e i n c u i s i c a d e n e ll'e s ig e r e u n a s o lu z io n e c h e s e r v a p e r t u t t i i te m i m a r c ia n i e , d ’a lt r a p a r t e , n o n p o t e n d o l i s p i e g a r e t u t t i c o n il t e m a d e l s e g r e t o , n e l r i c o r r e r e a d a l t r e s p i e g a z i o n i , c o m e in c o e r e n z e , c o n t r a d d iz io n i, u s o d i a lt r e f o n t i d a p a r t e d i M e , 4 . S o n o s t a t i d is t in t i i d iv e r s i t ip i e f u n z io n i d e l s e g r e to ( d e m o n i, m ir a c o li, d is c e p o li) e ìa d o p p i a p r o s p e t t i v a d e l p r o b l e m a , s t o r i c a e r e o l o g i c a ( c f r . H . J . E b d i n g ) . 3S C h e i l r e m a s ia t e o lo g ic o n o n im p lic a c h e n o n s i a s t o r i c o , p e r q u a n t o la s t e s s a b a s e s t o r ic a n o n s o t t o s t ia a l s e g r e to im p o s t o d i fr o n t e a i m u a c o h , c h e m o lt i m in im iz ­ z a n o , e a q u e llo im p o s t o a i d is c e p o li, d i s o lit o a c c e t t a t o . Q u a n t o a lla f u n z io n e , 33. Cfr. D.E. Àune, T h e P ro b iviri o f thè M k ss u m ìc S e c r e t : N T 1 1 (1969) 1 -3 1 ; SchuyLer B r o w n , T h e S e c re t o f thè K iu g d o m o f G o d (M a r k 4 . 1 1 ) : J B L 92 ( 1 9 7 } ) ho 74; J-D*G_ Ducrn, T h e M e s s ia m c S e cre t tu M a r k : TynB zi (1970) 9 1 - 1 1 7 . 34. Cfr. H, Ràisànen, D an « M e ssia sg c h c im ttis» im M a r k u s e u a n g e lìu m . E tit r e d a k tio n s k r i- Helsinki 1976. Questi non considera M e , un autore vero e proprio, ma un trasmettitore di tradizioni fra le quali fa confusione, poiché da un lato presenta il motivo del silenzio dei discepoli e dei demoni, dalPaltro, in accordo con altre tradizioni, presenta Gesù che si manifesta pubblicamente. tisc h e r V e x su ch , 35. Cfr. Dcis Messiasgebeitntijs und die Botschaft des Markusevangelitimst Berli n 1939. 144 so n o h a d im e n sio n e reo lo gica in m o lt i a c o n s id e r a r la in m a n i e r a p o s it iv a . C o s ì, s e c o n d o U . L u z , ' fi la c o n s e g n a d e i s ile n z io d is a t t e s a d i f r o n t e a i m ir a c o li è u n m o t iv o e lle n is t ic o , c o n la f i n a l i t à d i p r e s e n t a r e I i r r a d i a z i o n e i r r e s i s t i b i l e d e l t h e ì o s a n c r ; a l c o n t r a r i o , il m o t i v o d e l s i l e n z i o i m p o s t o a i d e m o n i e a i d i s c e p o l i è d i o r i g i n e m a r c i a n e e i n t e n d e d i r e a l l e t t o r e c h e n o n s i p u ò c o m p r e n d e r e la d i g n i t à d e l f i g l i o d i D i o p r e s c ìn d e n d o d a lla p a s s io n e . 5. I l s e g r e t o è sta to in s e r it o in u n co n te sto p iù a m p i o . C o s ì , p e r J . D . K i n g s b u r y , J/ il s e g r e t o n o n i n e r i s c e t a n t o a l m e s s i a n i s m o , q u a n t o a lla d i v in it à , e d a l b a t t e s im o a r r iv a a lla r is u r r e z io n e , s e n z a c h e v i s ia n o c o n t r a d d iz io n i n e l r a c c o n t o m a r c ia n o . Me. im p o s t a il p r o b le m a d e l l ’id e n t it à d i G e s ù e r is p o n d e c o n i t it o li d i m e s s ia , f ig lio d i D a v id e , r e d e i g iu d e i ( d ’Is r a e le ) e f ig lio d i D io , tu tti c o lle g a t i tra lo r o , m a n o n id e n t ic i. F ig lio d i D io è il p iù im p o r t a n t e e d e s p r im e il p u n t o d i v is t a d i D i o , d e i d e m o n i e in f in e d e g li u o m in i. N e l r a c c o n t o m o s t r a c o m e il p u n t o d i v is t a c o r r e t t o è a s s u n t o d a q u e g li u o m in i c h e a b b a n d o n a n o il « m o d o d i p e n s a r e u m a n o » p e r a s s u m e r e i l « m o d o d i p e n s a r e d i D i o » , t u t t o c i ò n e l l ’ i n t e n t o d ’i n v i t a r e il l e t t o r e a p e r c o r r e r e q u e s t o c a m m i n o , d i m o s t r a n d o c h e è q u e l l o v o l u t o d a D ì o . C o s ì , in s e g u i t o , a p a r t i r e d a g l i a n n i zj o la s p i e g a z i o n e id e a sta te d e l s e g r e t o m e s s i a n i c o , t a le q u a l e t o t a liz z a n t e e s e m p lic e c r e a z io n e in d ic a t e m o lt e p o s s ib ili s o lu z io n i la p r o p o n e W d e lla c h ie s a , n o n v ie n e m a , co m e a ffe rm a W re d e , co m e a c ce tta ta . S o n o U . L u z , il s e g r e to m e s s ia n ic o r im a n e u n s e g r e to . d) Possibile spiegazione. Alla luce dì tutti i dati addotti nella discus­ sione attuale è plausibile una spiegazione storico-teologica secondo la quale il segreto è un fatto reale del ministero dì Gesù che Me. trasmette per ragioni storiche e teologiche, poiché riveste un interesse per noi. 1. Dal punto di vista storico è necessario distinguere la consegna del segre­ to sui m iracoli, non rispettata, dal segreto messianico vero e proprio, mantenuto da discepoli e demoni. Il pruno non è strettamente storico, per quanto sia fondato sulla reticenza di Gesù di fronte alle reazioni del popolo testimone dei suoi segni. Il secondo è storico e corrisponde alle reticenze di Gesù di fronte ai titoli di messia e figlio di Davide, che sono ambìgui (cfr. la reazione del popolo davanti al segno dei pani, G v . 6 ,15 ). Gesù accetta il titolo di messia solo in un contesto paradossale, davanti al sinedrio che Io condanna (Me. 14 ,6 2 ). z. Da un punto di vista catechetico, il motivo pare essere in relazione con l ’epifania segreta di Gesù e le reazioni che essa suscita. Il segreto ordinato ai demoni da una parte rivela la natura profonda di Gesù, che i demoni non possono evitare di proclamare, essendo dotati di una conoscenza speciale, e d all’ altra, ha una funzione di critica della religiosità m agico-popo'are: Gesù non vuole la testimonianza prodigiosa del timore, che annulla la libertà. Il tema del segreto di fronte ai miracoli insegna che non bisogna seguire l’esempio del popolo che, davanti ai segni, anziché tacere e 36. Gii Das Geheimttisnmtiv und dìe markmisebe Chr istologi e'. Z N W 56 (1965) 9-30. 37. Gfr. The Christològy of Mark’s Gospel, 14 sa. 140-142. Orientamenti bibliografici 145 riflettere disobbedisce, si entusiasma, parla, ma mantiene un’attitudine superficiale e non arriva a riconoscere Gesù. Il segreto di fronte al m es­ sianism o, infine, suggerisce che bisogna imitare i discepoli, i quali obbe­ discono, perseverano nel seguire Gesù, sebbene non capiscano e lo ab­ bandonino, e alla fine sono chiamati a «vederlo» in Galilea. V i l i . O R IE N T A M E N T I B IB L IO G R A F IC I La teologia di Me. consiste soprattutto nella cristologia e la sua conoscenza è fondamentale pei lo studio della cristologia biblica. Per questa ragione le cristo­ logie attualmente affrontano tutta questa problematica: cfr. R. Schnackenburg, La cristologia dei sinottici nel campo ai tensione del «Gesù terreno» e del «Cristo glorificato»: Marco, in J. Feiner - M. Lòrer (edd.), Mysterium Salutis v, Brescia I 97*> 3 4 6 -3 6 2 .. Me. c f r . 1 . sui L'evangelista Marco. Studi sulla storia P e r q u a n t o r i g u a r d a le m o n o g r a f i e su a l c u n i t e m i t e o l o g i c i di T e r m i n e v a n g e l o : il c a p . 3 d i W . M a r x s e n , della redazione del Vangelo, C a s a le M o n f . 1 9 9 4 (ed. o rig . G ò ttin g e n 1 9 5 6 ) , 1 0 2 ­ Die Wunder jesu im Markusevangelium. Line redaktionsgeschichtlìche Untersuchung? M i i n c h e n 1 9 7 0 ; A . M . A m b r o s i e , The Hidden Kingdom , W a s h i n g t o n 1 9 7 2 ; P . L a m a r c h e , / miracoli di Gesù secondo Marco7 in X . L é o n - D u f o u r ( e d . ) , I miracoli di Gesù , B r e s c i a 1 9 8 0 , I 7 3 ~I 8 3 ; R . L a t o r n e i l e , Miracoli di Gesù e teologia del miracolo , A s s i s i 1 9 8 7 ; 3 . su l t i t o l o di fig lio di D i o : J . D . K i n g s b u r y , The Chnstology o f Mark's Gospel, P h i l a d e l p h i a 1 9 8 3 ; K . S t o c k , Alcuni aspetti della Cristologia Marciana, R o m a * 9 7 7 ( a d usuiti p r i v a t u m ) ; 4 . s u l t i t o l o di fig lio d e l l ’u o m o : M . D . H o o k e r , The Son ofMan in Mark. A Study of thè Background ofthe Term «Son of Man» and its Use in St. Mark's Gospel, L o n d o n 1 9 6 7 ; 5 . s u l s e g r e t o m e s s i a n i c o si v e d a la m o n o g r a f i a di G . M i n e t t e d e T i l l e s s e , Le secret messianique dans YEvangile de Marc, P a r i s 1 9 6 8 , in c u i v e n g o n o p r e s e n t a t e a l t r e o p i n i o n i c o n t e m p o r a n e e ; 6 . s u l d i s c e p o l a t o e l ’e c c l e s i o l o g i a : K . S t o c k , Vangelo e discepolato in Marco : R a s ­ s e g n a d i T e o l o g i a 3 9 ( 1 9 7 8 ) 1 - 7 ; J . D . K i n g s b u r y , Conflìct in Mark. ]esusì AuthoritieSj Disciplesy M i n n e a p o l i s 1 9 8 9 ; A . R o d r i g u e z C a r m o n a , La Iglesia en Marcos: E E 6 3 ( 3 9 8 8 ) 1 2 9 - 1 6 3 , c o n a m p i a b i b l i o g r a f i a . 1 3 0 ; 2 . su l r e g n o di D i o e su i m i r a c o l i : K . K e r t e l g e , Capitolo v Là dimensione storica Dopo aver esaminato le caratteristiche letterarie e il contenuto teologico del vangelo di M arco, m quest’ultimo capitolo se ne studia (i) l’origine (autore, data, luogo di composizione, destinatari, situazione che motivò l’opera e fonti impiegate) e (n) se ne presenta una breve storia della ricerca, per terminare (ili) con una bibliografia generale. I. O R I G I N E D E L L ’ O P E R A i . Autore Dalla lettura dell’opera, scritta direttamente in un greco semitizzante, non si può dedurre altro che l’ autore era un cristiano ellenistico, proba­ bilmente giudeo. A favore di quest’ultimo dato, oltre ai semitismi, depo­ ne il fatto che Popera venne accolta come testimonianza autorevole della tradizione su Gesù, il che accadeva di solito per le testimonianze dei cristiani palestinesi che godevano di grande au to rità.1 L ’opera venne pubblicata in forma anonima come scritto redatto da un membro della comunità al servizio della stessa, ed è per questo che il nome dell’ autore non vi compare. L ’ idenrificazione dell’autore con l’anonimo giovane nudo di cui si parla in 14,52,-55 è priva di qualunque fondamento. Una tradizione concorde, che risale alla fine del 1 secolo, attribuisce l’opera a un certo M arco che fu identificato con il Giovanni M arco, parente dì Barnaba e compagno di Paolo di cui parlano gli Atti degli Apostoli e Paolo (cfr. Atti 1 2 ,1 2 .2 5 ; 15 ,3 7 ,3 9 ; Pihn* 24; Co/, 4 ,10 ; 2 Tim. 4 ,1 1 ) , e fu inoltre collegato con l’attività di Pietro a Rom a (cfr. 1 Pt. 5 ,13 ). Oggi il nome M arco, attestato concordemente dalla tradizione, viene solita­ mente accettato poiché è inverisimile che sia stato inventato dalla comu­ nità, la quale, quando ricorre alla pseudepigrafia per conferire autorevo­ lezza a un’opera, Pattrìbuisce ad autori apostolici o direttamente collegati a questi, il che non avviene per M e.; mentre può essere stato inventato, invece, il collegamento tra questo Marco sconosciuto con quello citato negli Atti e nella 1 Pt,, per cui questa identificazione e i rapporti storici dell’autore con Pietro e Paolo sono oggetto di discussione. 1. Cfr, R. Pesch, Jl vangelo di Marco i, 37 47. 2. D ataj luogo di com posizione e destinatari d e ll’opera I dati interni all’opera rinviano a un’epoca di persecuzione (cfr. le nu­ merose allusioni a questo tema: 8,34 s.; 10 ,3 0 .3 3 .4 5 ; 1 3 ,8 .1 0 ; la presen­ tazione di Giovanni e del suo destino come annuncio di Gesù e della sua vicenda), collegata alla distruzione di Gerusalemme (cfr. 13 ) , anche se gli esegeti interpretano in modi divergenti i dati del discorso escatologi­ co: alcuni vi scorgono allusioni al passato (cfr. E. Best, M. Hengel, X . Léon-D ufour, W. M arxsen, B. R igaux, E. Trocm é ecc.), altri al futuro (cfr. S.G .F. Brandon, R . Pesch, B. Standaert ecc.). Anche le testimonian­ ze esterne sono discordi: alcune collocano la redazione durante la vita di Pietro (Prologo antimarcionita, Clemente di Alessandria), altri dopo la sua morte (Ireneo). La m aggior parte dei com m entatori moderni sostiene che Me. fu scritto intorno al 70 e prima della redazione di Mt. t Le. Quanto al lu ogo, i dati interni suggeriscono un luogo esterno alla Palestina, in un contesto culturale e amministrativo romano: cfr. la spiegazione di costumi giudaici (7,3-4; 1 4 ,1 2 ; 15 ,4 2 ) e di parole aram aiche ( 3 ,17 ; 5 ,4 1; 7 , 1 1 ; 10 ,4 6 ; 1 1 , 3 4 ; M ,3 é ; I5.32--34), i latinismi e le allusioni al diritto e alla scansione delle ore romani ( 1 0 ,1 2 ; 13 ,3 5 ) , spiegazione delle unità monetarie ebraiche con l’equivalente romano (12 ,4 2 ), la presentazione di un rom ano come colui che per primo scopre l’identità di Gesù (15 ,3 9 ) ecc.; la critica interna tuttavia non consente di individuare meglio e di indicare un luogo preciso. Le testimonianze esterne indicano «le regioni d ’Italia» (Prologo antim arcionita) e più precisam ente Rom a (Ireneo, Clemente di Alessandria, cfr. Papia) e quest’ultima opinione è generalmente accolta dagli esegeti. Depone a favore di questa localizzazione il fatto che le citazioni più antiche di M e. sl trovano in opere collegate a R om a, nella 1 Clem. (15,2-) e in Erm a (Sim. 5,2). 3. Destinatari e problem atica della comunità a) Destinatari Alla luce della critica interna i destinatari sono m prevalenza etnicocristiani, poiché si avverte la necessità di spiegare loro le tradizioni giudai­ che e le parole aramaiche. N on si può escludere la presenza di una minoranza giudeocristiana, ma l’opera lascia intendere che la comunità considera risolto il problema della validità della legge (cfr. 7 ,1- 2 3 ) , perciò quest’ ipotetica minoranza non pose problemi di tipo giudaizzante. La chiesa locale sembra essere una comunione di comunità dom esti­ che che si riunisce in una casa per celebrare il culto e tenere la catechesi, 148 La d im en sio n e sto rica vista la presentazione della casa come luogo in cui Gesù si ritira con i discepoli e li istruisce. L ’istruzione dei dodici sul servizio della comunità e il rilievo conferito a questo gruppo, guidato da Pietro, lasciano intra­ vedere resistenza di una guida e di un’organizzazione nella com unità.1 La conoscenza del lessico missionario e l’uso di alcune tradizioni missio­ narie (cfr. 1 ,2 1 - 2 8 ; 5 ,1-2 0 ; 7 ,24 -30 ; 1 3 ,1 0 ; 14 ,9 ) rimandano a una comunità m issionaria impegnata nella missione tra i pagani, d ie forse conosce la missione itinerante di gruppi di due inviati ospitati presso case di credenti (cfr. 6 ,6b-7.ro). b) Problem atica Con riguardo alla problem atica della comunità, i grandi temi teologici, intesi come risposte alla situazione della stessa, consentono di farsi un'idea generale. Tra questi assumono grande rilievo la cristologia e la conoscenza dì Gesù da parte dei discepoli, per cui vi è un accordo piuttosto ampio nel sostenere, anche se con diverse spiegazioni, che Peperà è una cristologia correttiva, il che presuppone che la comunità abbia bisogno di rifondare la propria fede m Gesù. La causa di questa problem atica sarebbe collegata con una serie di difficoltà di diverso genere che la comunità stava attraversando. C osì, le frequenti allusioni alla persecuzione suggeriscono che già ci fosse stata la persecuzione neroniana e che la comunità vivesse una situazione d ’insicurezza a causa della fede. Gli effetti della ribellione giudaica contro Rom a sono sensi­ bili: quell’evento aumentava le difficoltà della comunità di fronte al mondo pagano, che non sempre distingueva correttamente tra giudei e cristiani. Certamente lo sforzo compiuto da Me. per padroneggiare le idee apocalittiche (cfr. 13 ) fa supporre che l'effervescenza apocalittica, suscitata da questa guerra, raggiunse la comunità e le creò problemi. La presentazione di Gesù come il messia / figlio di Dio, che si manifesta morendo, insieme al tema della persecuzione fanno pensare che il p ro­ blema della comunità fosse una crisi della fede nella signoria di Gesù: come conciliare la fede nel Signore Gesù con le difficoltà sperimentate dai suoi discepoli? Degno di nota è che questo stesso problema di fondo è presente in altri due scritti legati alla chiesa di R om a, la lettera agli Ebrei e la prima lettera di Pietro. Tutto ciò, insieme all’ ideologia del vangelo imperiale diffusa nell’ambiente romano, spiegherebbe la pre­ sentazione di Gesù, nella cristologia marciana, come vangelo, il messia che porta il regno come si addice al figlio di D io, ossia nella debolezza (cfr. 1 ,1 ) . a. Sul credo e le pratiche di questa comunità cfr. A. Rodnguez Carmona, La [glesia en Marcos: EE 63 {1988} 1 3 0 - 1 3 3 . Origine dell’o p e r a 149 Un altro iato della problem atica della comunità è collegato al lin­ guaggio catechetico storico-narrativo usato da M e., che incontrò note­ vole successo, come dimostrano le imitazioni che conobbe e il fatto che la comunità primitiva concesse un posto di rilievo ai vangeli, cioè alle catechesi che esponevano la tradizione su Gesù con linguaggio storico narrativo. Si adducono, di solito, due ragioni che non si escludono a vicenda. Da un lato, il pericolo di trasform are il cristianesimo in una gnosi senza rapporto con la storia concreta di Gesù di N azaret.3 In quell’epoca sorsero movimenti eterodossi di tipo pregnostico, di difficile definizione, che facevano un uso illegittimo della catechesi paolina (cfr. 2 Pt. 3 ,1 5 s.), incentrata su Gesù risorto, portatore dello Spirito, che riserva ben poco spazio alle tradizioni storiche su Gesù di N azaret. Inoltre Paolo impiega un linguaggio che sì presta a essere estrapolato dal contesto per giustificare speculazioni gnostiche. Tenendo conto di questo pericolo si spiega il successo del linguaggio catechetico narrati­ vo, centrato su Gesù dì N azaret, personaggio della storia reale che visse una vicenda umana, mori, risuscitò ed è il maestro perpetuo della com u­ nità. Me. non intende scrivere una biografia di Gesù ma una catechesi e tuttavia lo fa ricordando il passato in modo suggestivo, per contribu­ ire a risolvere i problemi del presente. Così egli presenta il cristianesimo com e un modo pratico di vivere la storia attuale radicata nella storia concreta di Gesù di Nazaret. Il presente della chiesa è fondato sulla storia di Gesù e dei suoi discepoli e deve vedere in essa la propria norma. Il cristianesimo, dunque, non è una dottrina o una semplice prassi soteriologica ma una persona, Gesù - messia - figlio di Dio, origine di una dottrina e di una prassi di salvezza. L a seconda causa addotta da alcuni autori per spiegare questo linguaggio consiste in una serie di eventi degli anni 60: la persecuzione di Nerone, la morte dei grandi fondatori, la rivolta giudaica degli anni 66-70, che causò la dispersione delle comumta cristiane palestinesi ecc.; tutti questi fatti m inacciavano la continui­ tà della tradizione orale su Gesù di N azaret, che si stava affievolendo e correva il rischio di andare perduta, non esistendo un gruppo stabile che la conservasse e trasmettesse. La catechesi narrativa di M e., agli inizi della seconda generazione cristiana, costituisce uno sforzo per fissare nello scritto la tradizione apostolica fondante tramandata dalla prima generazione. 3. Cfr. M. Hengel, Kerygma oder Geschicbte?: TtiQ 1 5 1 ( 1 9 7 1 J 32.3-336- 4- Problem i aperti a) L a testimonianza di Papìa e il suo valo re4 La testimonianza più antica sull’opera di M arco si deve a Papia di Frigia e fu scritta nella prima metà del n secolo. Trasm essa da Eusebio (Misi, eccL 3 ,3 9 ,14 - 15 ) , essa afferm a: questo diceva il presbitero. M a r c o , essendo stato interprete di Pietro, scrisse con cura, ma senza ordine, ciò che ricordava di quanto Cristo aveva detto e fatto. Egli non aveva udito il Signore ne io aveva seguito ma aveva seguito più tardi, come dissi, Pietro. Orbene, poiché Pietro insegnava secondo le necessità, senza però compiere un'esposizione ordinata degli oracoli del Signore, M arco non ha commesso alcun errore nello scrivere come ricordava, poiché non ha avuto altra preoccupazione che quella di non omettere nulla di quanto aveva udito e di non inventare nulla». Il testo trasmette quel che diceva il presbitero e un commento di Papia. La tradizione del presbitero (secondo Ireneo, l’apostolo Giovarmi; se­ condo Eusebio, Giovanni il presbitero) contiene tre afferm azioni su M arco: 1. fu hermeneutes di Pietro (traduttore letterale di Pietro, scarso conoscitore del greco? interprete ne! senso del m J turgeman sinagogale, che traduceva e commentava il testo biblico? segretario? intermedia­ rio?); 2. fu fedele ai suoi ricordi; 3. scrisse senza ordine. Il commento di Papia inizia con «poiché» (cfr. l’accenno a quanto scritto prima: «come dissi») e tenta di spiegare il «senza ordine»: questo è imputato al fatto che egli non fu testimone diretto di Gesù ma dipende dalla predicazione di Pietro, il quale non esponeva 1 fatti e i detti di Gesù ordinatamente bensì secondo un criterio pastorale, in funzione delle necessità dei suoi uditori. L ’opera di M arco, dunque, ha un ordine pastorale. Tuttavia egli fu interamente fedele a questa predicazione cui non aggiunse né tolse nulla. Testo e commento sono manifestamente apologetici e cercano di difendere M e. dall’ accusa di presentare un ordine scorretto nella narra­ zione. Ciò presuppone un paragone con un altro vangelo più ordinato, che potrebbe essere M t. o G v . Le posizioni di fronte a questa testimo­ nianza sono state fondamentalmente tre. Interpretazione letterale. Fino al secolo scorso questa testimonianza è stata considerata storica alla lettera e M arco è stato identificato con 4. questa testimonianza ctr. M. Jout]onTP a p i a s , DBS vi, 1104-1109; R.P. Martui, o p . c i t . y 52,-83, spec. 80-83; N. Niederwimmer, J o h a n n e s M a r k u s u n d d i e P r a g a n a c h d e m V e r f a s s e r d e s z w e h e t i E v an g eln tm s: ZNW 58 (1967) 172-1H8; E. Srauffer, D e r M e t h u r g e m a n d e s P c t r u s ì in N e u t e s t a m e n t h c h e A u f s à t z e (Festschrik J. Schmid), 1963, 2S2 ss.; H.E.W. Tujrner, T h e T r a d ì t i o n of M a r k ' s D e p e t i d e n c e u p o n P e t e r : ET 71 (i960) 260-263; Su W.C. vari Unnik, Zur P a p ia s-N o tiz (1963) 276-177; A.F. WaMs, Uber M arku s (E u seb iu s P d p ia s a n d O r a i T r a d it ìo m HE VigChr I I I .3 9 .1 j) '. ZNW 54/55 21 {1967) 137-140. Origine dell’opera 151 il «figlio di Pietro» (j Pt. 5 ,13 ) e con il M arco o Giovanni M arco o Giovanni, compagno di Paolo (cfr. per Giovanni: Atti 1 3 , 5 . 1 3 ; M arco: A tti 15 ,3 9 ; Col. 4 ,10 ; Film. 24; 2 Tim. 4 , 1 1 ; 1 Pt. 5 ,1 3 ; Giovanni M arco: Atti 1 2 ,1 2 .2 5 ; 15 ,3 7 )- Questa opinione è sostenuta da altre testimonianze patristiche: cfr. la probabile allusione in Giustino (intor­ no all’anno 15 0 ) alle «memorie di Pietro» (D iai. 106) a proposito di Me. 3 ,1 7 ; Ireneo (t 202) afferm a che M arco, «il discepolo e interprete di Pietro», scrisse dopo la morte di Pietro e Paolo. Inoltre riconosce la validità della testimonianza di Papia da lui considerato discepolo delPapostolo Giovanni e compagno di Policarpo (Haer. 3 , 1 , 1 ; 33,4)- Se­ condo il Prologo aniim arcionita, M arco - «interprete di Pietro» —scris­ se nelle regioni d ’Italia dopo la morte di Pietro; secondo Clemente di Alessandria (t 2.15), M arco - «compagno di Pietro» - scrisse mentre quest’ultimo era ancora in vita, su richiesta del popolo di Rom a al quale Pietro predicava (cfr. Eusebio, Hist. eccl. 2 ,1 5 ,2 ; 6 ,14 ,6 -7 ); secondo Tertulliano (j- 220), M arco è «interprete di Pietro» (Adv. Marc. 4,5); per Origene (t 2.54), l’opera fu scritta da M arco seguendo le istruzioni di Pietro (cfr. Eusebio, Hist. eccl. 6 ,25,5); secondo Gerolam o, M arco «l’interprete dell’apostolo Pietro» - fu il primo vescovo d’Alessandria d’Egitto (In M atthaeum , proem. 6; anche Eusebio fornisce questa infor­ mazione); infine, secondo Ippolito e il Prologo antim arcionita, M arco era soprannom inato kolobodaktilos^ «dita corte». Sulla base di questa serie di testimonianze molti autori sostennero come «tradizionale» l’idea che il secondo vangelo fu scritto da M arco, discepolo di Pietro, a R om a, prima o dopo la morte di quest’ ultimo. Contestazione del valore. In seguito allo studio della formazione dei vangeli, in particolare sulla base dei contributi della storia delle forme, sorse una posizione che considerava leggendaria questa testimonianza (cfr. Nineham, Niederwimm er, Raw linson, W alls e altri): Me. non ri­ prende la predicazione di Pietro, ma è una compilazione di forme p ro­ dotte via via nelle comunità cristiane. La notizia e una pura invenzione di Papia nell’ambito della sua controversia antignostica in Asia M inore, ispirata alla citazione di 1 Pt. 5 ,1 3 , allo scopo di accrescere il prestigio del secondo vangelo. Questa posizione, che m ira a im pugnare e a ignorare la testimonianza di Papia, non è riuscita a im porsi ed è oggi m inoritaria. Valore sostanziale. Una terza posizione, intermedia e oggi m aggiori­ taria (cfr. Pesch, Kummel, Léon-D ufour, Hengel, M artin, R igau x e molti altri), nota che le testimonianze patristiche non sono indipenden­ ti ma dipendono e sviluppano quella di Papia, collocando la redazione a Rom a, nelle testimonianze più antiche dopo la morte di Pietro e in quelle più recenti prima della stessa. N on si può parlare, perciò, di una 1 52 . La dimensione storica Tradizione propriamente detta costituita da testimoni indipendenti. Inol­ tre, alla luce delFanahsi interna dell’opera e dei dati noti sulla form a­ zione dei vangeli, non si può sostenere che questo vangelo sia stato redatto sotto la dettatura di Pietro o raccogliendone la predicazione. Bisogna tuttavia riconoscere alla testimonianza di Papia un valore so­ stanziale, poiché Ireneo Paccoglie ed Eusebio, peraltro ostile a Papia, la cita; si deve quindi ammettere che Pautore si chiam ava M arco, che la sua opera ha un carattere catechetico ed è fondata sulla tradizione apostolica. Da questo punto in poi le opinioni degli studiosi divergono: questo M arco era lo stesso citato dagli Atti degli Apostoli (cfr. 12 1,12 .2 5 ; 15 ,3 7 .3 9 ) e da Paolo (Film. 24; C ol. 4 ,10 ; 2 Tim. 4 , 1 1 ) o fu identificato per omonimia con il M arco di 1 Li. 5 ,13 e in seguito con quello degli Atti e di Paolo per conferm are il carattere apostolico delle Tradizioni che riportava? Ebbe qualche rapporto con Pietro? Entram be le posizio­ ni hanno difensori. Quelli della prim a, massimalista (cfr. Léon-Dufour, R.P. M artin, R igau x ecc.), sostengono l’identità con Pargom ento che, se si trattasse di pseudommia usata per afferm are Porigine apostolica del contenuto, si sarebbe potuto ricorrere direttamente a un apostolo e non a un personaggio secondario. È vero che Popera attuale riprende fonti diverse, ma ciò non toglie che alcune di esse risalgano a Pietro, come suggeriscono alcuni dei resoconti particolareggiati che si leggono in M e., che fanno pensare a un testimone diretto. Come spiegare altri­ menti perché alcuni racconti sono particolareggiati e altri non lo sono? 1 otto ciò troverebbe una conferma nel ruolo importante che Pietro riveste in Me. I sostenitori delia seconda posizione, minimalista (cfr. R. Pesch, W .G . Kummel e altri), rispondono che il legame M arco-Pietro è pseudepigrafìco; questo non implica un ricorso a un apostolo perché il nome M arco e storico e viene mantenuto, identificandolo però con un altro M arco, discepolo di Pietro e Paolo. Quanto ai racconti p arti­ colareggiati, essi dipendono dallo stile di Me. L ’immagine di Pietro presentata da Me., infine, è importarne, perché M t. e Le. dipendono sostanzialmente da essa, ma M e. non ha nulla di particolarm ente petrino, anzi la sua presentazione di Pietro è la più sfavorevole dei vangeli, in quanto omette tradizioni importanti come Mt. 14 ,2 8 -3 2 ; 16 ,17 - 2 0 . b) Luogo di com posizione Anche se la maggior parte degli autori accettano Rom a come luogo di composizione, secondo la tradizione, pochi altri hanno proposto in questi ultimi anni luoghi diversi, perlopiù Galilea e Siria. W .C. Alien nel 1 9 15 e J.V . Bartlet nel 19 2 2 avevano già sostenuto questa ipotesi, ma è stato Origine delTopera *53 W. M arxsen 5 a corredare questo punto di vista dì nuovi argomenti, seguiti poi da alcuni con qualche variante. Secondo questo autore, M arco scrisse rn Gahlea immediatamente prima della guerra giudaica, verso il 67-69, quando la comunità cristiana di Gerusalemme era fuggita a Pella in Perea (Transgiordania) nell’anno 66, secondo l’oracolo ricevuto da alcuni membri della comunità (cfr. Eusebio, Hist. eccl. 3,5 ,3). M arco, convalidando l’oracolo, scrive perché tutti i cristiani si radunino in Galilea-Pella (M arxsen considera Pella come parte della Galilea), perché là avverrà presto la parusia di Gesù. Per avvalorare questa tesi, M arxsen si basa su vari motivi, alcuni largamente accettati, come l’ importanza geografico-teologica che la Galilea riveste in Me.; altri molto discutibili, come Pinterpretazione dì 14,2,8 e 16 ,7 nel senso dellannuncio della parusia e la lettura che egli propone dell ipotetica fuga della comunità di Gerusalemme (la notizia di Eusebio non è accettata da tutti gli storici) non tanto come fuga dalla guerra contro Rom a, quanto come raduno in vista della parusia imminente. La seconda venuta avverrà nello stesso luogo in cui ebbe luogo la prima. Con motivazioni simili altri autori localizzano l’opera in Galilea o in zone limitrofe: J. Schreiber (TiroSidone, la Decapoli o Cesarea di Filippo), W. Kelber (Galilea in senso ampio fino a includere la Decapoli e la regione di Tiro-Sidone), M. Karnetzki (Galilea), H .C. Kee (Siria meridionale o Galilea settentriona­ le).6 Altre proposte hanno incontrato scarsa fortuna, come quella di H. Kòster che localizza l’opera in Asia M inore o in Grecia. c) Problem atica della comunità e finalità delPopera In questi ultimi anni sono state formulate diverse ipotesi sulla finalità di Me., alcune piuttosto arbitrarie, al punto che alcuni hanno rinunciato a porsi il problema e si accontentano di afferm azioni generiche.78La m ag­ gior parte di queste posizioni sono state esposte in precedenza (cfr. cap. iv, V: «Storia della ricerca»); qui si segnalano altri punti di vista non ancora presentati. 1. Spiegazione liturgica: M e. fu composto come lezionario, sulla scia del lezionario sinagogale giudaico, per Fuso nella litur­ gia cristiana (P. C arrington)/ La critica Ila considerato anacronistica 5. Cfr. h 'e v a n g e l i s t a M a r c o , Sul valore teologico della geografia cfr. F. de la Calle, c ìo n a l s e r v ic io d e i k e r y g m a ( C u a d r o g e o g r a fic o d e l E v a n g e lio d e M a r c a * ) , D e ste rto y lu g a r d e s h a b it a d o en S. M arcasi Madrid S it u a - 1975; Estudìos Mercedarios 31 (1975) 3 S2- 6. Cfr. j. Schreiber, Die C h r i s t o l o g i e d e s M a r k u s e v a n g e l i u m s , 17 6 s.; W. Kelber, T h e K i n g d o t n in M a r k , 130; M. Karnetzki, D ì e g a i i l d i s c h e R e d a k t ì o n in i M a r k u s e v a n g e l ì u m i Z N W 52, (1961) 256, H.C. Kee, C o m m u n i t y o f t h è N e w A g e t 105. 7. Cfr. T. Sòding, G ia u b e b e i M a r k u s j 8. to Cfr. i960. A c c o r d in g M a rk, A R u n n ìn g Stuttgart 1985, 71. C o m m en U try o n th è O ld e s t G o s p e l, ( ,ambridge 154 La dimensione storica questa interpretazione, che per di più non rende ragione della struttura interna delFopera. Un’altra spiegazione liturgica è quella di J. Bow m an/ che giudica l'opera di M arco una aggada pasquale composta per la celebrazione della pasqua cristiana. Nemmeno questa interpretazione ha avuto successo perché, se da un lato motiva l’inclusione del racconto della cena nella narrazione della passione, non spiega a sufficienza la disposizione interna dell’ opera nel suo insieme. 2. La spiegazione cateche­ tica considera Me. un opera composta per la formazione dei catecumeni (cfr. G.S. Schille e B* Standaert).K Anche a questa spiegazione viene ob­ biettato che serve a dar conto soltanto delle linee generali delFopera e non della struttura complessiva del materiale. 3. Secondo H .C , Kee si tratta di una comunità apocalittica sul modello di quella essena, missionaria, che conquista nuovi adepti per mezzo di m issionari itineranti di villag­ gio in villaggio, come i filosofi cinici e stoici. L ’evangelista scrive per incoraggiarla ad attendere la ricompensa di Dio in un futuro prossimo. d } Fonti Fino al X IX secolo Fietro fu considerato la fonte principale di Me. sulla scorta di Papia: oggi tale ipotesi è stata abbandonata. Anche Paolo, e questo fino ai nostri giorni, è stato presentato come fonte m araana, stante I impiego in Me. di alcune parole come vangelo, parola (in senso assoluto), mistero, proclamare ecc., in tutto circa quindici. A questa tesi si obbietta che mancano in Me. le parole essenziali del lessico paolino come giustizia, giustificare, salvezza, luce, tenebre. Le affinità citate in precedenza trovano una spiegazione sufficiente alla luce della tradizione comune della comunità primitiva. Nel contesto della problematica sinot­ tica sono state avanzate diverse ipotesi, ma senza giungere a un consenso. La storia delle form e sostiene che Me. è la com pilazione di una serie di collezioni precedenti che raccoglievano unità formate nelle diverse comunità. Tra queste fonti viene individuato il racconto della passione e alcune raccolte di m iracoli, parabole, controversie e detti. Lo stato attuale della questione segue sostanzialmente questa impo­ stazione, sulla cui base si pongono una serie di domande: è possibile individuare le fonti? quali? come le utilizza M e., sviluppando il loro senso primitivo o rettificandolo? le modifiche sono accidentali o sostan­ ziali? Le risposte sono diverse. 1 . Alla base ci Me. non et sono fonti, ma un solo archetipo composto liberamente da un autore, senza far ricorso 9 10 9. Cfr. The Gospei o f Mark. The N ew Christian jew ish Passover Haggadah , Leiden 1 9 6 5 . 10. Cfr. G.S. Schille, Bemerkimgen zar Formgeschichte des Evangelium s, 1. Rabmett und Aufhau des M arkus-Evangeltums: N T S 4 ( 1 9 5 7 / 5 8 ) 1-2.4; B. Standaert, L 'E va n g ìle selon Marc. Composition et ganre littéraire, Bruges 1978. Origine dell'opera I 55 a fonti scritte e contenente in sostanza tutta l’opera attuale, dal momen­ to che Me. si limitò a ritocchi superficiali (W. Schmithals). 2. M e. fa uso di fonti e le rielabora in superficie: è insomma un redattore conservato­ re; questo è il punto di vista di R. Pesch, E. Best, H. Ràisànen, T. Sòding, G. Theissen e altri. 3. Me. impiega fonti e le rielabora nella sostanza, pur rispettandone il contenuto (cfr. G. Bornkamm, J. Dewey, J. Ernst, R. Fow ler, J. G nilka, W. Grundmann, K. Kertelge, U. Luz, R . Schnackenburg e molti altri) o, secondo altri, modificando e rettificandone il con­ tenuto (cfr. D. Georgi, H. Kòster, U.B. M ùller, J.M . Robinson, L. Schenke, T .J. Weeden, H.-W . Kuhn, W. Kelber). 4. Sulla possibilità d individuare le fonti impiegate, alcuni, come F. N eirynck, ritengono che l’elaborazione operata da M arco sia tale da rendere impossibile l’individuazione; molti altri, invece, ritengono che ciò sia possibile. Le fonti solitamente attribuite a Me. sono: il racconto della passione, una giornata a t afarnao ( 1,16 -3 9 ) , una raccolta di controversie (2 ,1-3 ,6 ), una raccolta di parabole (4 ,1-3 4 ), una raccolta di m iracoli (4 ,35 -5,4 3 : i segni sulle rive del lago), due raccolte parallele di m iracoli, entrambe aperte da una moltiplicazione dei pani (6 ,3 3 -7 ,3 7 ; 8 ,1-2 6 : la sezione del pane), un catechismo comunitario (9 ,33-50), un secondo catechismo com unitario con regole pratiche sul comportamento rispetto al m atri­ monio, i bambini e i beni terreni ( 1 0 ,1 - 3 1 ) , una raccolta di controversie a Gerusalemme ( 1 1 ,1 5 - 1 2 ,4 0 ) e il discorso escatologico (13 ). Nel dibat­ tito attuale queste fonti non riscuotono il consenso generale. Su nessuna di esse vi è accordo completo, anche se il racconto della passione, la prima raccolta di controversie (2 ,1-3 ,6 ) e la raccolta di parabole sono ammessi da quasi tutti. Il racconto della passione, sulla scorta di M . Kòhler e M . Dibelius, è solitamente considerato il primo documento ampio prodotto e scritto nella comunità prim i­ tiva, come lasciano intravedere le concordanze fra le tradizioni indipendenti di M e. e G v. Per alcuni, come R. P e s c h ," è questa la fonte principale di M e., venne composta dalla comunità di Gerusalemme e va dalla professione di Pietro fino all'annuncio della risurrezione ( 8 , 2 7 - 1 6 , 8 ) . Contro questa lettura complessiva si è pronunciato W . K elber1131*insieme ad alcuni altri, i quali affermano che questo racconto è opera di M a r c o e che per spiegarlo non è necessaria nessuna fonte anteriore. La raccolta di m iracoli. N o n c'è accordo tra gli studiosi a proposito della raccolta di miracoli. Secondo P.J. Achtem eier’ 3 esisteva un ciclo premarciano di miracoli in forma di due catene, con disposizione simile ma con diverso conte­ l i . Cfr. Il vangelo di Marco i, 12,8 s.; 11, 18-54 e L ’evangelo della comunità primitiva, Brescia 1984. ix . Cfr. W. Kelber (ed.), The Passion in Mark. Studies on Mark 14 -16 , Philadelphia 1976. 13 . Cfr. Towards thè Isolation of Pre-Markan Miracle Catenae: JBL 89 (1970) 265-291. 156 La dimensione scorica nuto: un miracolo sul mare, tre guarigioni e un pasto m iracoloso (4,3 5 - 8 , 1 0 ) . L a loro finalità era di presentare Gesù come theios aner, Me, la rielaborò metten­ dola al servizio della sua cristologia del figlio dell’ uom o sofferente. R. P e sch /'1 dal canto suo, respinge questa opinione e sostiene che M e . impiegò una sola raccolta strutturata in forma di chiasmo, finalizzata a presentare Gesù come il profeta escatologico e comprendente: a) un sommario ( 3 , 7 - 1 2 ) ; la moltitudine di fronte a Gesù che guarisce e libera dà Satana; b ) la tempesta placata ( 4 , 3 5 ­ 4 1 ) : Gesù come J a h v é e superiore a Giona; c) guarigione dell’ indemoniato gèraseno ( 5 , 1 - 2 0 ) : Gesù è il figlio di Dio, il grande esorcista dei pagani; d) guari gione delPemorroissa e della figlia di Giairo ( 5 , 2 , 1 - 4 3 ) : Gesù superiore a Elia ed Eliseo; d ) pasto dei cinquemila ( 6 , 3 2 - 4 4 ) : Gesù è il pastore escatologico di Isra­ ele; bJ) Gesù cammina sul mare ( 6 , 4 5 - 5 1 ) : egli è come Ja h vé ; a') sommario ( 6 , 5 3 ­ 56): la moltitudine di fronte a Gesù salvatore. Secondo H . W . Kuhn 5 la raccolta di miracoli comprendeva 4 , 3 5 - 5 , 4 3 , forse anche 6 , 3 4 - 5 1 , ed era destinata a missionari che presentavano Gesù come theios aner. R. F o w ler, dal canto suo, nega l’ esistenza di una fonte di miracoli e afferma che l’ ordine e il contenuto dei capp. 4 - 8 , in cui si trova la maggior parte dei miracoli, si deve a M e, A lui risale il primo racconto della moltiplicazione dei pani e dei pesci ( 6 , 3 0 - 4 4 ) / * ispirato a 8 , 1 - 1 0 , che riprende una fonte antica; lo stesso vale per gli altri racconti paralleli (cfr. i miracoli sul lago e le guarigioni). 5. O rientam ento bibliografico Per approfondire gli argomenti presi in esame in questo capitolo si vedano le introduzioni e i commenti citati nella bibliografia generale, in particolare quelli di Gnilka e Pesch e l’ opera di R.P. Martin, M a rk . E v a n g e lio and Theologian , Exeter 1 9 7 2 , che presenta le diverse posizioni. Per lo studio della comunità di R om a cfr. R .E . Brown - J.P. Meier, Antiochia e Roma. Chiese-m adri della cat­ tolicità antica , Assisi 1 9 8 7 , 1 5 6 - 1 9 1 , 2 3 0 - 2 4 1 . II. STORIA D ELLA R ICER CA La storia della ricerca su M c d 7 può essere suddivisa in tre periodi: dalle origini al x v m secolo, i secoli x v iii -xix e il xx secolo. 14 . Cfr. Il v a n g elo d i M arco 1, 124. 441-447. 1 5 . Cfr. Altere Samwlungen im Markusevangefhtm, Gòttingen 1 9 7 1 . Insieme a questa fonte l'autore accetta la raccolta di controversie di 1,1-28 , prodotta nel contesto delle controversie tra giudeocristiani ed ellenisti cristiani a proposito della legge, le parabole del cap. 4, raccolte pet incoraggiare la chiesa che attende il regno, e una raccolta di regole per la vita comunitaria (cfr. io ,2 - 1 2 .1 7 - 2 3 .* 5 .3 5-45). 16. Cfr. L o a v e s a n d F tshes. L'autore pone questo racconto al centro del proprio studio e ne ricava conclusioni sui racconti paralleli. 17. S.E. Kealy, M ark's G o s p e L A H isto ry o f Its In te r p r e ta tio n ; R.P. Martin, M a rk , E v an g e lis i a n d T h e o lo g ia n , in particolare il cap. 5; F.J. Macera, W h a t A re T h e y S ayin g A b o u t Mark\ P. Pokorny, D a s M a rk u sev a n g eliu m . E in E o r s c h u n g s b e r ic h t , in À N RW ei, 25.3, Berlin - New York 1985, 1969-2035. i. Fino al XV/// secolo L ’opera di M arco fu accolta senza difficoltà dalla chiesa prim itiva, come mostrano sia M i. e Le., che la utilizzarono, sia il collegamento con la tradizione petrina, sia il suo inserimento nel canone, anche se qui essa occupò una posizione fluttuante, mai al primo posto tra i vangeli,1819 posizione solitamente occupata da M t o da G v., per l’origine apostolica degli autori cui sono attribuiti. Tuttavia, fin dai primi secoli Me. ha avuto un ruolo secondano nella vita della chiesa, rimanendo costante­ mente in penombra. L a testimonianza di IJapia lascia intravedere che gli veniva rimproverato un certo disordine rispetto agli altri vangeli, in particolare forse rispetto a M t. e a G v. Così, anche il fatto che molto presto venne aggiunta un’appendice fa supporre che alcuni gruppi non avessero compreso il senso delVopera e la considerassero incompleta. I Padri apostolici e gli apologeti la citano appena. Agostino giustifica questo scarso interesse afferm ando che Me. abbrevia Mt.: M arcus eum subsecutus tanquam pedissequus et hreviator Se ciò è vero, è prefe­ ribile risalire direttamente alla fonte e cioè a Mt. Questa situazione durò fino al x v m secolo e, in alcuni settori conservatori che si mantennero ai margini degli studi esegetici, fino alla metà del x x secolo. In questo lungo periodo, pochi furono i commenti a Me, T ra i Padri greci Vittore di Antiochia compose un’antologia in cui raccolse le opinioni dei Padri orientali, molto diffusa in Oriente; tra i latini solamente Gerolam o scrisse non un commento ma una serie di omelie su Me. Nel M edioevo le opere piu importanti furono quelle di Beda, Teofilatto ed Eutimio: Beda il Venerabile ( 6 7 3 - 7 3 5 ) , Pesegeta piu competente dell’alto M edioevo, compilò un'antologia in cui raccolse le opinioni dei Padri latini; Teofilatto (t 110 8 ) , dal canto suo, scrisse un commento di tipo parenetico ed Eutimie Zigabeno ( 1 1 1 5 ) un commento letterale dei passi di Me. che non si trovano in Mt. e Le. Piu tardi Alberto M agno (x2.7z-1.275) commentò Me. nel suo Com m ento ai vangeli e Tom m aso d Aquino nella sua Catena aurea. NelPèriz m oderna il livello scientifico generale dell’esegesi si elevò e ci si rivolse al testo greco come base del commento, come fecero Erasmo nel suo commento e Caietano, che pose anche il problema delPautenticità di Me. 16 ,9 -2 0 , ma in generale continuò io scarso interesse per M e., che venne ancora commentato in funzione di Mt. L ’uso corrente fu , .Jy 18. Fatta eccezione per il manoscritto minuscolo k; al contrario, nei manoscritti D e W che presentano i vangeli tieirordine: Mt., Gl/., Le., Mc.t il cosiddetto «ordine occidenta­ le * - Me. compare evidentemente all’ ultimo posto. 1 9 . De consensi evattgciistarum (PL 34, 1044}. 158 La dimensione storica quello di commentare M t. e poi, in poche pagine, di aggiungere un commento ai pochi passi marciani non contenuti in Mt. Ciononostante vi fu chi mise in discussione la dipendenza di Me. da M i., come Calvino, e altri, come lo spagnolo Juan de M aldonado, che commentarono M e. autonomamente, e il belga Cornelius a Lapide (16 3 9 ), esperto conosci­ tore di greco ed ebraico, il cui commento d’im pronta esegetica e pasto­ rale, ispirato ai Padri e agli autori medievali, ebbe grande influenza nelle epoche successive. Il v e c c h io le z io n a n o d o m e n ic a le L itu rg ico , a n te r io r e a q u e llo del c o n c ilio V a t ic a n o il, ch e rip re n d e v a le ttu re e v a n g e lic h e d a Me. s o lt a n ­ to in q u a ttro o c c a s io n i, te s tim o n ia v a la s c a rs a stim a r is e r v a t a a q u e sto v a n g e lo . z . Secoli X V I I I - X I X La priorità del vangelo di M arco Me. passò in primo piano nel x v m secolo, in seguito al dibattitosulla vita di Gesù e sulPmterrelazione tra i vangeli. J.J. Griesbach, nel 17 7 6 , pub­ blicò la prima sinossi e imposto correttamente il problema del rapporto tra ÀI/., M e. e Le., anche se per lui Me. dipendeva da Mt. e Le., essendo il più recente dei smottici. J.B. Koppc, nel 17 8 2 , pubblicò l’opera Markus non epìtom ator M atthaei, che contraddice apertamente l’assunto agosti­ niano. Una volta posto il problema, apparvero vìa via diversi tentativi di soluzione fondati su di una primitiva fonte orale o scritta, finché a metà del x ix secolo, indipendentemente l’uno dall’altro, C .G . Wilke e C.H. Weisse formularono l’ipotesi delle due fonti. Secondo questi due autori Me. è la fonte più antica in nostro possesso, la biografia di Gesù, il testimone piu ingenuo e quasi diretto, benché contenga alcuni elementi teologici (epifanie, miracoli) che modificano la storia ma che possono essere separati dal nucleo storico. Nonostante l’ opposizione della scuola di Tubinga, Pipotesi delle due fonti fece strada e si venne imponendo, in particolare tra gli esegeti che si ponevano il problema della vita di Gesù, i quali trovarono in questa teoria una confutazione dell’opera di D.F. Strauss che aveva negato il valore storico di Me. Questo autore, infatti, alcuni anni prima (18 3 5 ) aveva pubblicato un’altra opera che aveva con­ tribuito a svalutare il vangelo di M arco, in cui, da un lato, seguendo l’ipotesi di Griesbach, si sosteneva che Me., è la fonte più recente in nostro possesso sulla vira di Gesù e, d ’altra parte, che questa fonte è un mito, prodotto dalla chiesa in epoca tarda: occorreva perciò demitizzarlo per poter raggiungere il Gesii della storia. Alla luce della nuova ipotesi di Wilke-Weisse, Me. non è un prodotto tardo ne un mito ma la fonte più primitiva e diretta che abbiamo su Gesù. Si scrissero vite di Gesù di taglio liberale, secondo la moda del) epoca, basate sul vangelo dt M arco. 3 . Il X X secolo 1Q a) J prim i anni del secolo continuano lo sviluppo in corso M e, e Q so n o co n sid e ra ti g en era lm en te co m e le fo n ti più a n tich e , an ch e se n on tutti c o n c o rd a n o su lla v a lu ta z io n e di M e.; m en tre la scu o la lib e ­ ra le (cfr. A . H a rn a c k ) Io c o n sid e ra p o c o a ffid a b ile e c e rc a il G e s ù sto ric o su lla b ase di Q , la sc u o la e sc a to lo g ic a (cfr. A . S c h w e ìtz e r, A . L o is y , J . W eiss) m an tien e la p ro p ria stim a e p a rte n d o d a Me. g iu n g e a i G e sù a p o c a littic o , che p red icò la v e n u ta im m in en te del reg n o . b) La trìade W rede-Bousset-Bultm ann C oloro che realmente provocarono un cambiamento dì rotta nell’ esege­ si m arciana di questo secolo furono Wrede, Bousset, Bultmann. W. Wrede (19 0 1) riconosce la priorità di Me. ma, sulla scorra dì D,F. Strauss, lo considera un mito, spiegando con la teoria del segreto messianico la struttura e l’origine del mito marciano. Grazie a questo contributo, Wrede è divenuto uno degli autori che hanno maggiormente influito sull’esegesi marciana di questo secolo. Qualche anno più tardi W. Bousset ( 1 9 1 3 ) e R. Bultmann ( 19 2 1) svilupparono e completarono questo punto di vista con una ricostruzione storica del mito messianico, basata su un’ ampia documentazione con cui si cerca di spiegare storicamente, in funzione dei movimenti religiosi e culturali dell’epoca, la genesi della fede cristiana. c) Reazioni Poiché le conclusioni di questi autori sono basate su dati scientifici ma anche su premesse proprie della teologia liberale, la reazione critica dell’esegesi cristiana non liberale fu fortemente influenzata da ragioni dogmatiche. Cattolici e protestanti si mantennero strettamente ancorati alle rispettive confessioni e tradizioni, cercando tuttavia d'integrare gli apporti positivi sul piano storico-letterario che ritenevano fondati* In particolare, l’esegesi protestante dogmatica, specialmente inglesi e tede­ schi appartenenti alla scuola della storia della salvezza (cfr. J. Schniewind, A. Schlatter, O. Cullmann), hanno esercitato un ruolo molto importante in questo periodo, criticando e accettando 1 risultati positivi della scuola di Bultmann, in particolare quanto si riferisce alla stona 2.0. Cfr. quanto si è detto al cap, IV, v: «Storia della ricerca teologica» e v,4C: «Finalità delFopeca ». i6o La dimensione storica delle forme, rettificando le posizioni arbitrarie e difendendo il carattere fondamentalmente storico della tradizione. Essi sono stati i veri interlo­ cutori della scuola di Bultmann, le hanno posto problemi e l’hanno costretta ad attenuare alcune posizioni sul Gesù della storia e sulla storia della cristologia. V Taylor, ministro della chiesa metodista, ese­ geta ben inform ato, critico e moderato scrìsse nel 19 5 2 un commento a Me. e prima, nel 19 33» L a form azione della tradizione evangelica, in cui compendiò e presentò le acquisizioni positive della storia delle forme. A suo avviso, la critica di Bultmann e di altri autori, per quanto eccessi­ vamente radicale, apporta molte idee utili e costruttive. Egli commenta il testo greco di Me. sulla base delPipotesi delle due fonti e presenta gli aspetti filologici e «formali» di ogni pericope. Difende il valore sostan­ zialmente storico dell’opera, ma riconosce che alcuni racconti sono stati ritoccati, adattati o sviluppati in senso leggendario dalla fede della co­ munità. Nel mondo cattolico apparvero tìmidi e prudenti tentativi d ’in­ tegrare i risultati ritenuti più probabili, come la priorità di Me., sempre all’interno degli stretti limiti consentiti dai decreti della Pontificia C om ­ missione Biblica, che obbligavano ad ammettere l’esistenza dì un Mt. aram aico anteriore a Me. M .J. I.agrange (dalla edizione del 19 29 , la prima è del 19 10 ) è l’esponente più caratteristico di questa posizione cattolica aperta, costretta ad affrontare, da un lato, un conservatorismo chiuso e, dall altro, gli apriorismi dell’esegesi liberale, cercando una composizione tra la tradizione cattolica e i contributi dell’esegesi mo­ derna. Qualche anno più tardi (19 3 8 ), mentre l’orizzonte si rasserenava, J. Schmid scrisse il suo commento. L ’autore mostra di conoscere, senza citarla, la letteratura e la problematica suscitata dalla storia delle forme e cerca di offrirne con prudenza al lettore cattolico i risultati sicuri, integrati con i dati considerati tradizionali. L'opera, pur essendo oggi superata (nella collana tedesca originale, il «N uovo Testamento di Ratisbona», è stata sostituita da un altro commento, a opera di J. Ernst), ha avuto un ruolo importante come introduzione a ll’esegesi moderna e per alcuni decenni, insieme alle introduzioni al N u ovo Testam ento di W ikenhauser e di Robert-Feuiliet, è stata l’espressione cattolica del­ l’esegesi scientifica. d) Storia della redazione Negli anni ’ 6o nacque un importante movimento, la storia della reda­ zione^ che, rifiutando di considerare gli evangelisti come semplici com ­ pilatori come aveva fatto la storia delle forme, rivendicò per essi il titolo di veri e propri autori e per le loro opere il carattere di sviluppo tematico e unitario, composto in funzione di determinati problemi della comuni- Stona deila ricerca 161 ta. Già nel 19 3 4 R-H. Lightfoot e più tardi H. Riesenfeid (19 54 ) ed E, Lohm eyer (19 36 ) suggerirono questa pista, senza però la consapevolez­ za di costituire un movimento e senza attribuirle questa denominazione, che in realtà venne introdotta e applicata a Me. da W. M arxsen. Secon­ do questo autore, M arco scrive un «vangelo»* kerygm a, predicazione attualizzante, attingendo dalla tradizione su Gesù diverse «forme» e conferendo loro unità con la propria redazione, creando un genere let­ terario nuovo e unico. Questo nuovo orientamento redazionale dom ine­ rà l ’esegesi marciana fino ai giorni nostri, benché sussistano punti di vista diversi e contrapposti nella determinazione dell’autore, della fina­ lità e delle circostanze dell’opera, come sopra si è visto. e) A ltri m ovim enti attuali 1 risultati ottenuti con i metodi della storia della redazione non sono soddisfacenti per tutti. In effetti, sulla base degli stessi metodi si giunge a conclusioni totalmente discordanti, il che ha creato un certo disorien­ tamento e scetticismo specialmente tra 1 principianti. Le reazioni sono diverse: R edazione conservatrice. Alcuni autori, come R, Pesch e G. Theissen, negano che Me, abbia rielaborato le proprie fonti con molta libertà e parlano perciò di «redazione conservatrice», che certo pose accenti nuovi sulle fonti trasmesse ma che integrò e sottolineò quelli tradizionali. In fondo si tratta di un’adesione alle versioni moderate della storia delie forme. Critica della narrazione. Un altro gruppo, prescindendo dalla proble­ matica sulla fonte e sulla redazione che talvolta conduce in vicoli cie­ ch i,11 si e concentrato sulla critica della narrazione {narrative crtticism), ossia sullo studio delle tecniche letterarie e della struttura retorica del testo per illuminare le relazioni tra le parti del testo e il significato del testo come unità letteraria coerente, dotata di un senso autonomo. A questo scopo vengono impiegate anche le tecniche strutturaliste. A que­ sto gruppo appartengono J. Dewey, R . Fowler, G. Liideritz, B. Standaert, D. Rhoads, D. Michie, W. Telford, I. van lersel e altri* Si tratta di un buon metodo e di un percorso semplice per raggiungere la com ­ prensione del testo ma, se si prescinde completamente dalla storia del testo, si corre il rischio di cadere nel soggettivismo. z i . Cfr, U. Luz, Markttsforschung in dcr Scickgasse: ThLZ 1 0 5 ( 1 9 8 0 } 6 4 1 - 6 5 5 : sj mostra sconcertalo perché tre autori (Pesch, Gnilka e Scbmithals), ciascuno dei quali aveva appena pubblicato un esteso commento a Me. (ognuno in due volumi), usando gli stessi metodi storico-critici, sono giunti a conclusioni divergenti e contraddittorie. Sui lavori di questi tre esegeti cfr. cap. HI, nn. 1 3 c 1 4. La dimensione storica 162 M etodo sociologico. H C. Kee ha applicato a M e. il metodo sociolo­ gico, giungendo alla conclusione che la comunità di M e. è apocalittica e itinerante. III« B I B L IO G R A F IA G E N E R A LE 1. Bibliografìe S o n o d i s p o n i b i l i d u e m o n o g r a f i e c h e r i p o r t a n o la m a g g i o r p a r t e d e l l e p u b b l i c a ­ z io n i d e g li u lt im i d e c e n n i: H . M . H u m p h r e y , A B i b li o g r a p b y f a r th è G o s p e l o f N e w Y o rk - T o ro n to M ark, 1 9 5 4 - 1 9 8 0 , 1 9 8 1 ; G . W a g n e r (e d .), A n E x e g e t ic a l B i b t i o g r a p h y o f thè. N e w T e s t a m e n t , M a t t h e w a n d M a r k , M a c o n , G a . 1 9 8 3 ; p e r g li a n n i s u c c e s s iv i c f r . V E le n c h u s B ib lio g r a p h ic u s B ib t ic u s e 1 N e w A b s tra c ts. O f f r o n o K e a l y , M a r k 's i n o l t r e u n a b u o n a i n f o r m a z i o n e in p r o s p e t t i v a s t o r i c a S . P G o s p e l. A 7 hey o f its I n t e r p r e t a t io n , N e w H is to r y 1 9 8 2 ; R .P . M a r t in , M a r k W hat A re T esta m en t Y o rk - R am se y E v a n g e lis t a n d T h e o io g ia n , E x e t e r 1 9 7 2 ; F .J . M a t e r a , S a y i n g i4 /;n w * M a r k , N e w Y o r k - M a b w a h 1 9 8 7 ; R . P e s c h ( e d . ) , D a s M a r k u s -E v a n g e liu m , D a r m s t a d t 1 9 7 9 , u n ’a n t o lo g ia c h e r ip r e n d e g li a r t ic o li p iù im p o r r a n t i n e lla s t o n a d e lla r ic e r c a su M e . 2. Introduzioni S o n o in t r o d u z io n i c o m p le t e e a g g io r n a t e : X . L é o n - D u f o u r , I I v a n g e lo s e c o n d o M a r c o , in A . G e o r g e - P . G r e l o t ( e d d . ) , I n t r o d u z i o n e a l N u o v o Rom a T esta m en to 2, 1 9 8 4 , 3 1 - 6 8 ; li. R ig u u x , T e s tim o n ia n z a d e l V a n g e lo d i M a r c o , P a d o v a Schmid, 1 9 6 8 ; A . W xken h au ser - J. In tr o d u z io n e a l N u o v o T e s t a m e n t o , B r e s c ia 1 9 8 1 , 2 4 5 - 2 6 4 , P e r la s u a i n f l u e n z a s u g l i a t t u a l i s t u d i m a r c i a r t i d e v e e s s e r e s e ­ gnalato il l a v o r o di W . M a r x s e n , L ’e v a n g e lis t a M a r c o . S t u d i s u lla s t o r ia d e lla r e d a z io n e d e l v a n g e lo , C a s a le M o n f . 1 9 9 4 (e d . o r ig . G ò t t in g e n 1 9 5 6 ) . C f r anche E. B e s t , Q u e s t i o n s a b o u t M a r k 's G o s p e l , 1 9 8 3 ; M a r k . T h e G o s p e l a s S t o r y , Edinburgh 1 9 8 3 ; J . B . C o l o n , M a r c ( E v a n g i l e s e l o n S a i n t ) , DBS v , 8 3 5 - 8 6 2 . 3. Com m entari T r a tu tti i c o m m e n t i p u b b lic a t i n e i s e c o li X I X co n se rva n o il lo r o M a r k , E d in b u r g h M a r c i, B e r lin v a lo r e q u e lli d i E .P . X X , p r i m a d e l l a s t o r i a d e l le t o r m e , G o u ld , The G o s p e l a c c o r d in g to St. 1 8 9 6 ( r is e , 1 9 7 5 ) , e q u e l l o d ì J . W e l ì h a u s e n , D a s E v a n g e h u m 1909. S o n o p o i d is p o n ib ili c o m m e n t i c h e p r e s u p p o n g o n o l ’ im p o s t a z io n e d e lla s t o r ia d e lle f o r m e ; t ra q u e s t i, p u r a t t u a lm e n t e u n p o ’ d a t a t i, h a n n o r e s o u n b u o n s e r ­ v iz io J. A lo n s o , E v a n g e lio d e M a r c o s , in J . b e a i (e d .), L a S a g ra d a E s c r n u r a , N u e v o T e s t a m e n t o i , M a d r i d 1 * 9 6 1 ; J . S c h m i d , L * E v a n g e l o s e c o n d o M a r c o , B r e s c ia 1961. C o n se rva una m e s s ia n ic o , A s s is i ce rta 1977. u t ilit à A lt r i V . T a y lo r , M a rco . m o llo C o m m en to im p o r t a n t i s o n o : W . al V a n g e lo G r u n d m a im , D a s E v a n g e liu m n a c h M a r k u s , B e r lin 1 9 7 1 ; E . H à n c h e n , D e r W e g j e s u . E t n e E r k là r u n g des M a r k u s -E v a n g e liu m und der k a n o n is c h e n P a r a lle le n , B e r lin 1 9 6 6 ; M .J. B i b l i o g r a f ì a g e n e r a le 163 L a g r a n g e , E v a n g t le s e lo n s a ìn t M a r e , P a r i s 1 9 4 8 ; E . L o h m e y e r , D a s E v a n g e l i u m n a c h M a r k u s , G ò t t in g e n 1 9 6 3 ; L . P ir o t - L e c o n t e , E v a n g ile s e lo n sa tn t M a r c , P a r is 1 9 5 0 ; A . S c h l a t t e r , M a r k u s , d e r E v a n g e h s t f u r d ie 1 9 3 5 ; J* S c b n i e w i n d , D a s E v a n g e l i u m G r ie c h e n , S t u t t g a r t n a ch M a r k u s , G ò t t in g e n U r i c c h i o - G M . S t a n o , V a n g e lo s e c o n d o s a n M a r c o , T o r i n o 6i 9 5 2 , ; F .M . 1966. T r a le o p e r e c h e t e n g o n o c o n t o d e l l ’ i m p o s t a z i o n e d e l l a s t o r i a d e l l a r e d a z i o n e , s i s e g n a la n o q u e lle c h e p r e s e n t a n o l ’ o p e r a d i M a r c o c o m e c r is t o lo g ia c o r r e t t iv a : C . B r a v o G a l l a r d o , J e s u s , h o m b r e e n c o n f lie t o . E l r e la t o d e M a r c o s e n A m e r i c a L a t i n a , S a n t a n d e r 1 9 8 6 ; J . E r n s t , I l v a n g e lo s e c o n d o M a rc o , z v o li., B r e s c ia 1 9 8 6 - 1 9 9 1 ( s o s t i t u i s c e l ’o p e r a d i J . S c h m i d n e l c o m m e n t o d i R a t i s b o n a ) ; J . G n i l k a , M a r c o , A s s i s i * 1 9 9 1 ; R . P e s c h , I l v a n g e lo d i M a r c o , z v o l i . , B r e s c i a R a d e r m a k e r s , I l V a n g e lo d i G e s ù s e c o n d o M a r c o , B o l o g n a h a ls , D a s E v a n g e liu m 1 9 7 5; W . S c h m it - n ach M a rk u s, z v o li., G ù t e r s lo h - W u r z b u r g S c h w e i z e r , I l V a n g e lo s e c o n d o M a r c o , B r e s c i a 1 9 8 0 ; J. 1979; E. 1971. T r a i la v o r i a c a r a t t e r e p r e v a le n t e m e n t e d iv u lg a t iv o s o n o in f in e d a r ic o r d a r e : J . D e l o r m e , L e t t u r a d e l v a n g e lo d i M a r c o , A s s is i 1 9 7 5 , m o lt o b e n fa tto ; B . M a g g io n i, I l ra c c o n to d i M a r c o , A s s is i 1 9 7 9 , p u r e m o lt o b e n fa t t o ; G . P a r s is , Je s u s , M a rc o s y n o s o tro s , M a d r id 1 9 8 7 , p e r in t r o d u r s i a llo s t u d io c r it ic o d i M e .; A . R o d r i g u e z C a r m o n a , P r e d i c a c i ó n d e l E v a n g e l i o d e s a n M a r c o s . G u i a p a r a la le t t u r a y p r e d ic a c ió n , M a d r id 1 9 8 7 , r iv o lt o a lla f o r m a z io n e p e rm a n e n te d el c l e r o ; R . S c b n a c k e n b u r g , V a n g e lo s e c o n d o M a r c o , z v o l i . , R o m a p e r la le t t u r a s p ir it u a le . 1 9 6 9 -1 9 7 3 , - » P a rte terza Il vangelo secondo Matteo R afael Aguirre M onasterio Il vangelo di M atteo ha goduto della m aggiore stima nella tradizione cristiana ed è stato il più studiato e commentato. Si vedrà che esso presenta alcune caratteristiche tali da giustificare questa preferenza. Il nostro studio intende offrire un aiuto per ottemperare all’ esigenza fon­ damentale di un testo: essere letto con rigore letterario e coglierne il significato. M /., tuttavia, è un testo dotato di un’intenzionalità religiosa, per cui bisogna esplicitarne i contenuti teologici. È inoltre un testo che sorge in una comunità con caratteristiche e problemi determinati, situa­ ta in un momento preciso dell’ evoluzione del cristianesimo primitivo e anche questo punto dev’essere oggetto della nostra attenzione. Così si spiegano le tre grandi ripartizioni del nostro studio su M i,: la dimensio­ ne letteraria, quella teologica e quella storico-sociale. La conoscenza di ciascuna di queste tre dimensioni serve a chiarire le altre. S’ intende fornire qui alcune chiavi, secondo le prospettive già ricorda­ te, utili alla comprensione del primo vangelo, che consentano la lettura personale e il lavoro su questo testo e servano da introduzione alla letteratura scientifica sull’ argomento. Questa presentazione è rivolta a chi studia i vangeli in un corso universitario o di pari livello. Questo lavoro, insomma, non equivale esattamente a un 'introduzione ai vangeli né tanto meno a un commento. Una buona introduzione e, soprattutto, un buon commento (meglio se più d ’uno) sono richiesti per sviluppare lo studio qui proposto. C a p ito lo v i La dimensione letteraria Un vangelo dev’essere considerato come un’opera unitaria e coerente di carattere essenzialmente narrativo. Tuttavia la particolare origine dei vangeli e i peculiari rapporti tra i sinottici conferiscono al problema della storia della tradizione evangelica un’importanza fondamentale. Imposteremo uno studio di Mt. sostanzialmente sincronico, ma saranno necessari riferimenti diacronici, e per tre motivi: i . pedagogicamente è utile e istruttivo collegare su determinati punn Mt. al g ii studiato van ­ gelo di M arco, cogliendo analogie e differenze; z. ciò serve a situare M t. nel contesto del cristianesimo primitivo; 3. il rapporto con la tradizione che M t. riprende può costituire un criterio ermeneutico per la com pren­ sione del testo. i- c a r a t t e r ist ic h e le t t e r a r ie 1. Il vangelo di Matteo come opera narrativa e di sintesi Da un punto di vista letterario Mt. compie una sintesi sulla base di due testi anteriori: il vangelo di M arco e la fonte Q. Me, è assunto come cornice di riferimento, da cui risulta il carattere essenzialmente narrati­ vo di Mt. nel quale, tuttavia, è integrato il materiale discorsivo di Q. Mt. modifica l'ordine delle fonti per comporre unità tematiche, diversam en­ te da Le. che rispetta l’ordine di M e., anche se, naturalmente, lo inter­ rompe per introdurre i materiali di Q e i propri. Sorprende come le modifiche apportate da Mt. alPordine della prima parte di Me. siano molto profonde ( 1,2 1 - 5 ,4 3 , corrispondente a Mt. 5 ,1-13 ,5 2 ,), mentre, a partire da questo punto (Mt. 1 3 ,5 3 ; Me. 6 ,1), venga fedelmente seguito l’ordine del predecessore. Si vedrà come anche dal punto di vista teologico Mt, è un’opera di sintesi. Già da subito è possibile coglierlo: mentre il piano narrativo di Me. era incentrato sulla rivelazione attraverso la croce di Gesù come figlio di Dio, Q presentava una raccolta di detti e un forte richiamo cristologico, mostrando Gesù come giudice futuro in quanto figlio del­ l’ uomo. La sintesi di Mt. integra, inoltre, alcune afferm azioni pretta­ mente giuridiche e legaliste con altre di carattere universalistico e criti­ che verso la legge. j 68 La dimensione letteraria L'im portanza dell'elemento dottrinale e la capacità di sintesi lettera­ ria e teologica, che contribuiscono a mantenere una linea di equilibrio tra le diverse posizioni esistenti in seno al cristianesimo primitivo, spie­ gano la grande stima e il largo impiego dell’opera matteana nella chiesa di ogni tempo. z. Un 'opera ben costruita: procedim enti stilistici La letteratura del N uovo Testamento nasce all’incrocio culturale del mondo ellenistico e di quello semitico. Ciò si avverte particolarmente in M t., il più giudaico dei vangeli, che tuttavia scrive in un greco più corretto di quello di M e. e che - diversamente da quanto si credeva in passato - non è una semplice traduzione dell’ originale aram aico o ebrai­ co, anche se ricorre a procedimenti stilistici semitici. La prima cosa che si scopre nella lettura di Mt. è questo tipo di procedimenti stilistici e il loro sapiente impiego. L ’accuratezza di Mt. si manifesta, anzitutto, in molte pericopi e sezioni unitarie. La conoscenza di questi procedimenti è indispensabile per cogliere il senso del testo e per ricavarne inform a­ zioni sulla sua origine e finalità. a) Inclusioni Consistono nella ripetizione di parole o espressioni chiave all inizio e alla fine di una sezione: il contenuto ne risulta delimitato e orientato. All inizio del vangelo Gesù e presentato come Emmanuele, «Dio con noi» (1,2.3); alla fine il Signore dice ai discepoli: «Io sono con voi tutti i giorni fino alla fine del mondo» (28 ,zo). 4 ,2 3 e 9 ,35 costituiscono un’inclusione che delimita la sezione meglio costruita dell’ intera opera e ne indica il contenuto (cfr. sotto, 11,2). Le inclusioni sono frequenti in sezioni piccole («dai loro frutti li conoscerete» 7 ,16 .2 0 ; «regno dei cie­ li» nella prima e nell ottava beatitudine, 5 ,3 .10 ). b) Parallelism i e chiasmi In 7,24-27 s'incontrano due strofe esattamente parallele ma con conclusio­ ni opposte: si tratta di un parallelismo antitetico; il passo parallelo di Le. 6,47-49 non presenta questa particolare figura letteraria. 1 alvolta il paral­ lelismo ha forma circolare, dando luogo al chiasmo. «Poiché chi vorrà salvare la propria vita (a ), la perderà (fi); ma chi perde la propria vita (fi') per me, la Troverà (<*')» (16 ,2 5 ; altri esempi in 10 ,3 9 ; 1 8 ,1 0 ­ 14 ). Si tratta di un procedimento molto comune nell’Antico Testamento, mentre nella letteratura greca si trova soltanto in epoca molto antica. c) Ripetizione di parole In alcune sezioni il tema viene sottolineato soprattutto mediante la ripe­ tizione di alcune parole chiave. Giustizia (dikaiosyne)\ cinque volte nei capp. 5-7; giudizio (kttsis): sette volte in 1 1 ,2 0 - 1 2 ,4 5 ; fratello (adelp h o s): quattro volte nel cap. 18 ; inviare (apostello, apostolos): quattro volte in 10 ,2 -4 2 . Si possono trovare statistiche sul lessico di Mt. in opere specialisti­ che.1 La conoscenza del lessico consente di stabilire in che misura re v a n ­ gelista ha rielaborato un certo passaggio e, al tempo stesso, rivela i propri remi fondamentali. Tra le parole e le espressioni preferite, alcune sono connesse alPescatologia: stridore di denti {Mt. 6 / Me. o / Le. 1), geenna ( 7 / 3 / 1 1 ) , giorno del giudizio (4/0/0), giudizio (12 /0 /4 ), ricompensa (10 / 1/ 3 ) , parusia {4/0/0), fuoco (12 /4 /7 ). Altre sono collegate aloetica: senza legge (4/0/0), giusto ( 1 7 / 2 / 1 1 ) , giustizia (7 /0 /1), frutto ( 19 / 5 / 12 ) , fare la volontà del Padre (3/0/0), malvagio (2 6 /2 /13 ), mhe (3/o/o), perfetto (3/0/0), ipocrita (13 / 1/ 3 )- La statistica, inoltre, rivela interesse per l'ec­ clesiologia: fratello (39/20/24), chiesa (3/0/0); per la rivelazione delPA.T.; Isaia (6/2/2), adempiere (16 /2 /9 ), Per J profeti ( 13 / 0 / 1) ; per la cristologia davidica: figlio di Davide (10 /4 /4 ), Cristo (16 / 7 / 12 ) . d) Versetti e testi centrali M ediante questo procedimento si sottolinea l’importanza di determinati temi. Il procedimento è facilmente osservabile in 5 ,17 .2 0 .4 8 ; 6 ,1; 1 8 ,10 M * L'im portanza di certi testi risiede non soltanto nella loro form ulazio­ ne, ma anche nella collocazione: 5 ,17 -2 0 ; 12 ,4 6 -5 0 ; 2 8 ,16 -2 0 . T alvolta questi versetti o testi pili lunghi svolgono la funzione dì tìtoli di sezione; in altri casi sono generalizzazioni poste alPinizio o alla fine di una sezio­ ne, spesso come elementi di transizione. e) Ripetizioni La ripetizione di parole e formule lungo tutto il corso del vangelo è un procedimento utilizzato per mettere in risalto gli elementi più im portan­ ti, e rivela l'unità delPopera. M t. ricorre volentieri e in vati modi a questo procedimento. 1. L ’opera di consultazione classica è C.J. Hawkins, Horae Synopticae> Oxford 1909. In alcuni commenti moderni st trovano studi molto utili sul vocabolario di Mt. (per le cita­ zioni complete delle opere qui ricordate si veda la bibliografia di questo capitolo}: U. Luz, 3 5-55; W D. Davies e D.C. Allison, 75-79; R..H. Gundry,, 641-649. 170 La dimensione letteraria Talvolta la stessa formula viene ripetuta immediatamente e in succes­ sione. Per esempio, la costruzione della genealogia di Gesù ( 1 , 1 - 1 1 ) , le sei antitesi del discorso della montagna (5,2.1-48), i rim proveri agli scri­ bi e ai farisei di 1 3 , 1 - 3 6. Un caso particolarmente notevole è la triplice ripetizione della stessa costruzione in 6 ,12 - 18 : Q u a n d o fai x , non fare Y, c o m e f a n n o gli i p o c r iti. In v e rità vi d i c o c h e h a n n o già r i c e v u t o la l o r o r i c o m p e n s a . M a tu , q u a n d o (ai x , la* Y , e il P a d r e t u o c h e v e d e nel s e g r e t o lì r i c o m p e n s e r à . Alcune formule si ripetono lungo tutto il vangelo tra cui due, im por­ tantissime, assumono particolare rilievo: L'introduzione delie citazioni di adempimento dette Scritture: 1 , 1 2 ; 2 , 5 ; 2 , 1 5 ; 2 , 1 7 ; 2 , 2 3 ; 4 , 1 4 ; 8 , 1 7 ; 1 2 , 1 7 ; 1 3 , 1 4 ; 1 3 , 3 5 ; 1 J A > 2»7i>9- Si t r a t t a di c i t a z i o n i d e ll’A . T . p re se n ti s o l o in Mt., c a r a t t e r i z z a t e da un a rifle ssion e i n t r o d u t t i v a d e l­ l’e v a n g e l i s t a , in cui v ie n e e s p l i c i t a m e n t e a f f e r m a t o l’a d e m p i m e n t o del t e s t o v e t e r o t e s t a m e n t a r i o in a l c u n i episodi della vita di G e s ù . La formula che si trova alla fine dei discorsi di Gesù: 7 , 2 8 ; n , r ; 1 3 , 5 3 ; 1 9 , 1 ; 2 6 ,1 . L’ importanza di queste formule matteane, sulle quali si tornerà, è evidente. A n c h e a ltr e r ip e tiz io n i s o n o di c h i a r a o r ig in e r e d a z i o n a l e e di r ile v a n z a t e o ­ l o g i c a . In 3 , 2 ; 4 , 1 7 e 1 0 , 7 le stesse p a i o l e s e r v o n o a definire la p r e d i c a z i o n e di G i o v a n n i B a t t i s t a , di G e s ù e dei d isce p o li. Altri e s e m p i in 3 , 1 0 e 7 , 1 9 : l’a l b e r o c h e n o n dà b u o n i f r u tti; 5 , 3 2 e 1 9 , 9 ; sul d i v o r z i o ; 9 , 1 3 e 1 2 , 7 : « m i s e r i c o r d i a io v o g lio e n o n s a c r i f i c i o » ; 1 6 , 1 9 e 1 8 , 1 8 1 « q u e l c h e l e g h e r e t e sulla t e r r a . , . » ; 1 9 , 3 0 e 2 0 , 1 3 : il p r i m o s a r à l’ u ltim o . T a l v o l t a viene r i p e t u t o un te s to m a c o n s i d e r a t o da p r o s p e t t i v e d iv e r s e : 1 0 , 1 7 ­ 22 e 2 3 ,9 -1 3 ; 7 ,1 6 -1 9 e 1 2 ,3 3 -3 5 ; 1 2 ,3 8 -4 2 e 1 6 ,1 -4 . Infine Mt. r a c c o n t a m i r a c o l i m o l t o sim ili: 8 , 2 3 - 2 7 e 1 4 , 2 2 - 3 3 ; 1 4 , 1 5 - 2 1 e 1 5 , 3 2 - 3 8 ; 9 , 2 7 - 3 1 e 2 0 , 2 9 - 3 4 ; 9 , 3 2 - 3 4 e 1 2 , 2 2 - 2 4 (negli u ltim i d u e c a s i a r r i v a a d d i r i t t u r a a r i p e t e r e u n o s te s s o r a c c o n t o delle s u e f o n t i ) . f) Enum erazioni Un altro indice della cura con cui Mt. ha com posto la propria opera è il raggruppamento di elementi in serie numeriche. Questo procedimento è tipicamente giudaico ed è invece estraneo alla retorica classica. In qualche caso c ’è un ricorso alla gematrta, di cui non ci si può qui occu­ pare. Ci si limita a fornire alcuni esempi. 11 tre ha una speciale importanza: tre sono 1 gruppi nella genealogia ( 1 ,1 2 - 1 7 ) , tre le apparizioni angeliche ( 1,18 - 2 ,2 3 ) , tre le tentazioni (4 ,1- C a ra tte r is tic h e letterarie 171 i r ) } tre le opere buone (6 ,1-18 ), tre i gruppi di miracoli comprendenti tre m iracoli ciascuno (capp. 8-9), tre le preghiere (2,6,39-44), tre i rin­ negamenti (2,6,69-75). Sette sono le maledizioni (2,3,13-32.), le richieste del Padrenostro (6,9­ 1 3 ) , le parabole ( 13 ,1- 5 0 ) , i demoni (12 ,4 5 ); SJ deve perdonare settanta volte sette (18 ,2 2 ). Spesso compare anche il du e: due indemoniati (8,28; div. Me. 5,2), due ciechi (9,27 e 20 ,30 ; div. Me. 10 ,4 6 .5 2 ), due falsi testimoni (26,60; div. Me, 14 ,5 7 ). g) Anticipazioni Spesso M e suggerisce mediante anticipazioni quanto svilupperà piu tardi. Questa tecnica rinforza Punita e lo sviluppo progressivo dell'opera. Queste «anticipazioni» sono particolarmente evidenti nei primi capitoli, come si vedrà in seguito. 2 ,1 - 1 2 anticipa il destino tragico d'Israele. 2 ,23 insieme a 4 ,1 2 e un preludio della missione ai pagani. Tutti questi procedimenti letterari rivelano: a) che il vangelo è ben costruito e presuppone una lettura continua del testo; b ) che sono ben costruite soprattutto le unita minori di questo vangelo; c) che !e tecniche letterarie di Mt. sono simili a quelle usate nell3Antico Testam ento e nel giudaismo. 3. Carattere dottrinale del vangelo di M atteo: i cinque discorsi Nel corso di tutto il racconto di M i. si coglie un grande sforzo dottri­ nale. Egli intende istruire la propria comunità sui diversi aspetti del regno dei cielt. Anche nelle sezioni narrative in comune con Me., Mt. è più schematico e conciso, cercando di solito di rendere esplìciti am ­ maestramenti dottrinali. Si paragoni, per esempio, Pesteso e vivace rac­ conto dell indemoniato di Gerasa in Me. 5 ,1- 2 0 con il passo parallelo di Mt. 8,28-34; e ancora la guarigione della suocera di Pietro in Me. 1 ,2 9 ­ 3 1 con Mf. 8 ,14 - 15 . L ’interesse dottrinale si rivela soprattutto nei cin­ que grandi discorsi che strutturano tutta Popera e dimostrano la grande abilità di Mt. nel produrre sintesi combinando le proprie fonti. Alla fine di ciascun discorso si trova la stessa frase stereotipata che prova la loro importanza: «e accadde quando Gesù ebbe terminato queste parole...» (7,28; i r , i ; 1 3 ,5 3 ; iSM J z 6 , i ). Questa frase, più che servire a conclu­ dere il discorso, funge da transizione alla nari azione immediatamente successiva. Se ne ricava un’importante conclusione: i discorsi non sono corpi estranei che interrompono il racconto, ma vi si inseriscono colle­ gando sezioni narrative e suggeriscono il senso dell’ azione. 172. La dim ensione letteraria N el giudaism o si tendeva a raggruppare i m ateriali in gruppi di cinque: cinque libri di M osè, cinque libri di Salm i, cinque suddivisioni nelle M egtllot e nei P ìrqe A b o t. Non c'è m otivo per stabilire una rela­ zione particolare tra i cinque discorsi di M t. e i cinque libri del Penta­ teuco. Ogni discorso ha la propria unità tematica e letteraria: essi presenta­ no diversi aspetti del regno dei cieli e sono disposti in successione. Presenteremo brevemente le caratteristiche di ciascun discorso. Tutta­ via, sul piano pedagogico, niente può sostituire il lavoro personale sui testi per scoprirne la costruzione letteraria, l’ unità tematica e la prove­ nienza dei materiali; quest'ultimo compito richiede la comparazione dei discorsi di Mt. con i paralleli di Le. e Me, mediante Puso di una sinossi. La fam iliarità con i testi, con la loro struttura e stile, che si ottiene soltanto con la lettura verticale e orizzontale è un primo passo, fonda­ mentale, nella conoscenza dei vangeli sinottici. a) Mt. $ ,i- y ,2 9 : il discorso deila m ontagna. Gesù proclam a il regno dei cieli e le esigenze che comporta N e l l a se z io n e III di q u e s t o c a p i t o l o si o J fr e un a c o m p a r a z i o n e t r a q u e s t o d i s c o r ­ so e il p a r a l l e l o di Le. 6 ^ 0 - 4 9 p e r s c o p r i r e c o m e il p r i m o v a n g e l o utilizza e c o m p o n e le p r o p r i e f o n ti. D a un p u n t o di v ista s i n c r o n i c o lo s c h e m a del d i s c o r s o della m o n t a g n a è il s e g u e n te : Introduzione (4 ,13-5,2). 1. E s o r d i o : le b e a t i t u d i n i del r e g n o dei cieli ( 5 , 3 - 1 2 ) e la m i s s i o n e dei d i s c e ­ p o li ( 5 , 1 3 - 1 6 ) . 11. L a g iu stiz ia de! r e g n o dei cieli ( 5 , 1 7 - 7 , 1 2 ) . 1 A. La legge c o m p i u t a d a l l a piu p e r f e t t a g iu s tiz ia di G e s ù ( 5 , 1 7 - 4 8 ) . B . L a giustizia c o m p i u t a in s e g r e t o ( 6 , 1 - 1 8 ) . C . L ’i m p e g n o a s s o l u t o r i c h i e s t o dalla g iu stiz ia del r e g n o ( 6 , 1 9 - 7 , 1 2 ) . i n . F i n a l e : m e t t e r e in p r a t i c a la p a r o l a ( 7 , 1 3 - 2 7 ) . N e l l ’i n t r o d u z i o n e si d ic e c h e G esù si r iv o lg e ai d is c e p o li s u llo s f o n d o di una g r a n d e m o l t i t u d i n e e in un c o n t e s t o di s p e c ia le s o l e n n i t à ( 5 * 1 ) . G e s ù p r o c l a m a le e sig e n z e vitali del r e g n o dei cieli. U n a p a r o l a , tip ic a del l e s s i c o m a t t e a n o , v ie n e r ip e tu ta nei m o m e n t i c r u c i a l i , « g iu s tiz ia » ( 5 , 6 , 1 0 . 2 0 ; 6 , 1 . 3 3 ) : è la p e r f e ­ z io n e m o r a l e c h e c a r a t t e r i z z a il d i s c e p o l o di G e s ù . L e b e a t i t u d i n i c h e a p r o n o il d i s c o r s o e c h e in o r i g i n e e r a n o la p r o c l a m a z i o n e della g io ia per la v e n u t a del r e g n o , s o n o s t a t e r e i n t e r p r e t a t e d a M t . in c h i a v e m o r a l e . A n t i c i p a n o la p e r s e c u ­ z io n e ( 5 , 1 1 - 1 2 ) , il m a n t e n i m e n t o delia r a d i c a l i t à c r i s t i a n a di f r o n t e a lP a ffie vo lirsi 2. «La legge e i profeti» di 5,17 e 7 , 1 2 costituiscono i termini del corpo centrale di questo discorso. La funzione di 7 , 1 2 in questo luogo del testo è stata accuratamente scelta dal redattore matteano, poiché la collocazione di questo versetto al posto che occupa è tunica modifica operata rispetto all'ordine di Le. C a ra tte ristich e letterarie 173 del f e r v o r e ( 5 , 1 1 - 4 8 ; 6 , 1 9 - 7 , 1 1 ) , la m i s s i o n e ( 5 , 1 3 - 1 6 ) , la c o e r e n z a n e lla p r a t i c a ( 7 , 1 3 - 1 7 ) e i r a p p o r t i c o n il g i u d a i s m o ( 6 , 1 - 1 8 ; 5 , 1 7 - 4 8 ) . b) Mt. 9 ,3 5 -10 ,4 2 ; il discorso di m issione. L'espansione del regno dei cieli Il d i s c o r s o è r i v o l t o ai d is c e p o li e n e ll’ i n t r o d u z i o n e ( 9 , 3 5 - 3 8 ) v ie n e s p i e g a t o il m o t i v o della m is s io n e : la m i s e r i c o r d i a di G e s ù p e r il p o p o l o e l’a n s i a e s c a t o l o ­ g i c a ( « l a m e s s e è m o l t a e gli o p e r a i s o n o p o c h i » ) . A n c h e q u e s t o d i s c o r s o è c o m ­ p o s t o di m a t e r i a l i di d i v e r s a p r o v e n i e n z a . È d i s t i n t o in t r e p a r t i : x . 1 0 , 1 - 5 3 , P i n v i o e l’e l e n c o dei d o d ic i (M e . 3 , 1 3 - 1 9 ) ; 2 . 1 0 , 5 b - 1 6 , is tr u z io n i a d e g u a t e alla m i s s i o n e al t e m p o di G e s ù ( M r . 6 , 8 x i e L e . 1 0 , 3 - 7 ) ; 3 . 1 0 , 1 7 - 4 2 , i s t r u z i o n i c h e r i f l e t t o n o le c o n d i z i o n i della m i s s i o n e p o s t p a s q u a l e (p r in c ip a li p a ra lle li: L e . 1 2 , 2 9 ; Me. 1 3 , 9 - 1 3 ) ’ 11 r e g n o dei cieli p r o c l a m a t o nel d i s c o r s o d e lla m o n t a g n a d e v e e s t e n d e r s i m a l g r a d o la p e r s e c u z i o n e e c o n f i d a n d o n e l l 'a i u t o del P a d r e . È e v id e n te P a t t u a liz z a z io n e e c c le s ia le di q u e s te p a r o l e di G e s ù . Q u e s t o d i s c o r s o è p a r t i c o l a r m e n t e b e n e in s e r ito nella t r a m a n a r r a t i v a . L a m i s s i o n e dei d is c e p o li v ie n e d e s c r i t t a c o n le ste sse c a r a t t e r i s t i c h e di q u ella di G e s ù nei c a p p . 4 - 9 , m e n t r e , n e llo s te s s o t e m p o , si p r e p a r a n o le r e a z i o n i dei c a p p . i m i . S v i l u p p e r e m o in s e g u i t o q u e s te osservazioni. c) Mt. 13 ,3 ^ - 5 2 : il discorso in p a rabo le. La natura del regno dei cieli Il d i s o o r s o c o n s t a di s e tte p a r a b o l e ed è ben c o s t r u i t o . I n t r o d u z i o n e ( 1 3 , 1 - 2 . ) . La g e n te . Alla g e n te . P a r a b o l a del s e m i n a t o r e ( 1 3 , 3 - 9 ) . D u e in te r lu d i: m o t i v o dei r i c o r s o a lle p a r a b o l e ( 1 3 , 1 0 - 1 7 ) , s p i e g a z i o n e della p a r a b o l a del s e m i n a t o r e ( 1 3 , 1 8 - 2 3 ) . T r e p a r a b o l e sulla c r e s c i t a : la z iz z a n ia ( 1 3 , 2 4 - 3 0 ) , la s e n a p e ( 1 3 , 3 1 - 3 2 ) , il lievito ( 1 3 , 3 3 ) . Ai discepoli. D u e in te rlu d i: m o t i v o del r i c o r s o alle p a r a b o l e { 1 3 , 3 4 - 3 5 ) ; s p i e g a z i o n e della p a r a b o l a della z iz z a n ia ( 1 3 , 3 6 - 4 3 ) . T re parabole: il t e s o r o ( 1 3 , 4 4 ) , la perla ( 1 3 , 4 5 - 4 6 ) , la rete ( 1 3 , 4 7 - 5 0 ) . C o n c l u s i o n e ( 1 3 , 5 1 - 5 2 . ) . I d is c e p o li. R i s p e t t o al c a p . 4 di M c .> M t. o m e t t e u n a p a r a b o l a ( 4 , 2 6 - 2 9 ) , m a ne a g g i u n g e 174 La dimensione letteraria c i n q u e (M t . 1 3 , 2 4 - 3 0 . 3 3 . 4 4 , 4 5 - 4 6 . 4 7 - 5 0 ) . L a p r e d i c a z i o n e è d u p l i c e : alla g ente in p a r a b o l e ( 1 3 , 1 - 3 3 ) , m e n t r e i d is c e p o li v e n g o n o i s t r u i t i c o n m a g g i o r e a p p r o ­ fondim ento ( 1 3 , 3 6 - 5 2 ) . 11 t e m a è la n a t u r a del r e g n o dei cieli. V e n g o n o s p ie g a te le d iv e r s e r e a z io n i c h e G e s ù e i d is c e p o li m o s t r a n o alla su a p r e d i c a z i o n e . d) Mt. 18 ,3 - 3 4 : il discorso ecclesiale. L a com unità che accoglie il regno dei cieli A n c h e q u e s t o d i s c o r s o è c o m p o s t o di m a t e r i a l i di d i v e r s a p r o v e n i e n z a ( 1 8 , 1 - 5 = Me. 9 ,3 3 -3 7 ; 1 8 ,6 -9 = M e. 9 ,4 2 -5 0 ; 1 8 ,1 0 -1 4 = q u a l c h e affinità c o n Le. Le. 1 5 , 3 - 7 ; 1 8 , 1 5 - 3 5 presenta 1 7 , 3 - 4 ) . Il c o l l e g a m e n t o fra t r a d i z i o n i co sì d iv e r s e è c o m p i u t o m e d i a n t e « p a r o l e di a g g a n c i o » : « b a m b i n o » ( 2 . 3 . 4 . 5 ) l a s c ia il p o s t o a « p i c c o l i » ( 6 . 1 0 . 1 4 ) . H t u t t o è s t a t o r i e l a b o r a t o e p o s t o al s e r v iz io di un d i s c o r s o u n it a r i o r i v o l t o ai d i s c e p o l i ( 1 8 , 1 - 2 ) . Il t e m a è c o m e d e v e v iv e re la c o m u n i t à ch e a c c o g l i e il r e g n o dei cieli. In p a r t i c o l a r e si n o t a la p r e o c c u p a z i o n e p e r le divisioni a i r i n t e r n o della c o m u n i t à , il p e c c a t o e la c o n d i z i o n e dei fra te lli d e b o l i . L a c h ie sa lo c a le (ekklesta c o m p a r e du e v o l te al v , 1 7 ) si d o t a di u n a p r o c e d u r a per r is o l­ v e r e i co n flitti ( r 8 , 1 5 - 2 0 ) m a ha c o m e r i f e r i m e n t o u l t i m o p e r il p r o p r i o a g ire la m i s e r i c o r d i a infinita di D i o ; il c o m p o r t a m e n t o c r i s t i a n o d e v e t e n d e r e a c o i n c i ­ d e r e c o n la m i s e r i c o r d i a del P a d r e ( 1 8 , 2 1 - 3 5 ; c f r . 5 , 4 8 ) . e) Mt. 2 3 ,1- 2 5 ,4 6 : il discorso escatologico. Pronti per la venuta del regno dei cieli Q u e s t o a m p i o d i s c o r s o p r e s e n t a d u e p a r ti n e t t a m e n t e d is tin te : il c a p . 2 3 g u a r d a a l P i n d i e t r o e r a p p r e s e n t a la r o t t u r a c o n il g i u d a i s m o ; i c a p p . 2 4 e 2 5 g u a r d a n o in a v a n t i v e r s o la v e n u t a definitiva del r e g n o . T u t t a v i a si t r a t t a di un u n ic o d i s c o r s o : 1. M t . s o p p r i m e M e . 1 2 , 4 1 - 4 4 ( L e . 2 1 , 1 - 4 ) , c h e d o v r e b b e e sse re c o l ­ l o c a t o s u b ito p r i m a del c a p . 2 4 , p e r n o n s p e z z a r e P u n i t a del d i s c o r s o ; 2 . u n c a m b i a m e n t o di t e m a e di l u o g o sim ile a q u e llo di 2 4 , 1 si t r o v a a n c h e in 1 3 , 3 6 e 1 8 ,2 1 . , C o m e s e m p r e M t . c o m p o n e d iv e r s e fo n ti ( 2 3 , 1 - 3 6 = M e . 1 2 , 3 7 ^ 4 0 e L e . = M e. 1 3 ,1 -3 1 ; 2 4 ,3 7 -4 1 - L e . 1 7 , 2 6 - 3 5 ; Z4 . 4 3 - 5 1 = L c < 1 2 , 2 9 - 4 6 ; 2 5 , 1 4 - 3 0 = L e . 1 9 , 1 1 - 2 7 ) . È p a r t i c o l a r m e n t e e v i d e n t e il l a v o r o r e d a ­ z i o n a l e p e r a r r i v a r e a sei p a r a b o l e c h e , d a a n g o l a t u r e d i v e r s e , si r i f e r i s c o n o ag li a t t e g g i a m e n t i r i c h i e s t i di f r o n t e a lla v e n u t a p i e n a e d e f in itiv a del r e g n o dei cieli. I d i s c o r s i e v i d e n z i a n o la s p le n d id a c o s t r u z i o n e l e t t e r a r i a e la p r o g r e s s i o n e t e o l o g i c a di M t . I d u e d i s c o r s i p iù a m p i s o n o il p r i m o ( c a p p . 5 - 7 ) e il q u in t o ( c a p p . 2 3 - 2 5 ) . L e p a r o l e di G e s ù v e n g o n o c o s t a n t e m e n t e a t t u a l i z z a t e in p r o s p e t ­ tiv a e c c l e s i a l e , m a il s e c o n d o d i s c o r s o ( c a p . i o ) e il q u a r t o ( c a p . 1 8 ) p r e s e n t a n o un p iù e s p lic ito in te r e s s e e c c le s ia le . Il t e r z o d i s c o r s o ( c a p . 1 3 ) , p a r t i c o l a r m e n t e i m p o r t a n t e , in p o s i z i o n e c e n t r a l e e f o r s e il m e g li o c o s t r u i t o , p a r l a in m o d o di­ r e t t o e in l i n g u a g g io p o e t i c o del r e g n o dei cieli. II. STRUTTURA D EL V A N G E L O Si è parlato di una serie di procedimenti stilistici utilizzati in particolari sezioni e della costruzione dei cinque discorsi. Esamineremo ora il van ­ gelo dì M atreo nel suo insieme. Si vedrà, in seguito, che sulla struttura del primo vangelo si è molto discusso. Alcuni partono dai cinque discorsi così tipici e stabiliscono la struttura delPopera a partire da quelli. Altri, al contrario, sono più sensibili all’aspetto narrativo e cercano una struttura che ne metta in evidenza la progressività. N on si può misconoscere il carattere narrativo del vangelo di M atteo né sottovalutare l’importanza dei discorsi. Il pri­ m o vangelo è un testo narrativo con cinque grandi discorsi molto ben inseriti nella trama. L a trama narrativa sviluppa anzitutto - come nel vangelo di M arco un aspetto cristologico, ma insieme altri elementi ecclesiologici e stori­ co-salvifici. I discorsi interpretano via via questa trama con un intento attualizzante e fondamentalmente ecclesiale. Si è visto che spesso le pericopi e le unità maggiori di Mt. sono costruite in modo assai accura­ to ; tuttavia, cercare di scoprire una rigida struttura d ’insieme significa fare violenza ai dati. Conoscere la struttura di un testo narrativo com­ porta anzitutto l’individuazione del filo del racconto. Un narratore as­ som iglia, più che a un architetto che ha chiaro sin dall’ inizio il progetto dell’opera, a un compositore che, pur partendo da un’idea, mentre la elabora sperimenta ampliamenti: è l’opera che si perfeziona, prende forma e trova se stessa. Ciò significa che la struttura di M t. può essere presentata da diversi punti di vista, non necessariamente contraddittori. Proporrem o qui una visione eclettica e flessibile, integrando diversi contributi, cercando di evitare rigidi schematismi, che risulti pedagogi­ camente chiara e utile. Dal punto di vista teologico il testo è attraversato da un filone cristo­ logico e da uno ecclesiologico. Questi saranno i nostri fili conduttori e li evidenzieremo. Da un punto di vista letterario entrambi corrispondo­ no, in larga misura, alla trama narrativa (essenzialmente cristo lo g ia , anche se venata di elementi ecclesiologici) e alla attualizzazione/inter­ pretazione (d’interesse essenzialmente ecclesiologico con elementi cri­ stologici) compiuta non solo, ma soprattutto, nei discorsi. i . Introduzione (xtx~4,zz) Il materiale di questa sezione e di provenienza e di carattere diverso. I capp. i e z si trovano esclusivamente in Mt. e appartengono a un genere letterario molto particolare denso di riferimenti all’Antico Testamento ij6 La dimensione letteraria e alla tradizione giudaica. I capp. 3 e 4 seguono Pordine di Me. con integrazioni da Q. Tuttavia dall1insieme si ricava un’impressione di unità e di sviluppo progressivo. È da osservare il parallelism o tra 2,22-23 e 4 ,1 2 - 1 6 . Come accade nelle ouvertures delle sinfonie, c ’è in questa in­ troduzione un’elaborazione particolarmente accurata e vi risuonano tutti i temi sviluppati nel corso delPopera. Il primo versetto annuncia già la linea c risto lo g ia . Gesù è il «figlio di Davide, figlio di Abram o»: egli è inserito nel popolo ebraico, è il com­ pimento delle speranze messianico-davidiche; nelle genealogie appare come il culmine di tutta la storia d’Israele e il compimento dell’Antico Testamento ( 1 ,1 7 ) . Viene inoltre introdotta la sua dimensione universa­ le in quanto figlio di A bramo. Si ripete, poi, che discende da Davide: nasce a Betlemme, patria di Davide; Giuseppe è il figlio di Davide (1,20) che deve accogliere M aria e introdurre il bambino nella discendenza davidica (1,2 0 - 2 1) . Gesù salva il proprio popolo dai peccati ( 1 ,2 1 ) , è il «più forte» ( 3 ,1 1 ) , il Signore (3,3) e il Battista ne prepara le vie. M a soprattutto è il figlio di Dio ( 2 ,15 ; 3 ,17 )- L a pericope del battesimo è il culmine cristologico della sezione. In 3 , 1 7 si allude a una serie di testi dell’Antico Testamento per presentare Gesù come il servo di Dio (Is. 42) e come il figlio unico e amato da Dio (G en . 2 2 ; S a i 2,7). N ella genealogia si mostra Pinsondabilità delle vie del Signore. Il suo disegno si attua in m odo paradossale e, talvolta, contro ogni aspettativa (la presenza di quattro donne, tre delle quali pagane e dalla condotta irregolare). N el momento culminante viene detto che Dio agisce molto al di là delle possibilità umane e che per la forza del suo Spirito fa uscire la vita dal seno di una vergine ( 1,16 .18 - 2 8 ) . Perciò questo bambino sarà l’Emmanuele, «Dio con noi» (1,2 3 ); per suo tramite si verifica la presen­ za nuova e definitiva di Dio in mezzo al proprio popolo (cfr. M t. 28,20). Per presentare il significato delle origini di Gesù l’evangelista ha pro­ iettato su di lui elementi delle tradizioni sulle origini di M osè e d ’Israele. A l pari di M osè, Gesù fu salvato miracolosamente dalla persecuzione che colpiva tutti i bambini dell’epoca; i suoi primi passi, come quelli di M osè, furono diretti in modo speciale da D io e, inoltre, dovette fuggire. Tuttavia egli non corrisponde solo alla tipologia di M osè, ma anche a quella del nuovo Israele: egli è il figlio di Dio fatto uscire dall’Egitto (2 ,15 ); è il figlio di D io che patisce le stesse tentazioni d’Israele nel deserto ( 4 ,1 - 1 1 ) , ma che rimane fedele laddove questo aveva peccato. Gesù è il figlio di Dio non per la via del successo né del potere, né per l’ uso della filiazione divina nel proprio interesse, ma per l’abbandono totale e fedele alla volontà del Padre. Viene così presentato un tema cruciale del vangelo (cfr. 27,39 -4 4 ,54 ). Struttura del vangelo 177 Inizia a prefigurarsi il destino futuro di Gesù e insieme viene adom ­ brata la chiesa. Gesù compie le promesse rivolte a Israele, ma questo popolo lo respingerà mentre i gentili lo accoglieranno. In 2 , 1 - 1 2 i magi pagani cercano il «re dei Giudei» (2,2) e devono inform arsi da coloro che possiedono 1 Antico Testam ento, perché in esso si trova la testim o­ nianza su di lui (2,2-6). M a il re Erode e tutta Gerusalemme sono turbati davanti al nuovo re che è nato (2,3) e, pur avendo letto la Scrittura, non lo accolgono. In compenso i pagani, aperti ai segni di Dio, si recano ad adorarlo e a offrire i loro doni ( 2 ,1 1 ) . Immediatamente comincia P intri­ go e la persecuzione contro Gesù (2 ,8 .16 ), che deve fuggire per la prima volta ( 2 ,13 ; cfr. le fughe di 4 ,1 2 ; 1 4 , 1 3 ; 1 5 , 2 1 ; 16 ,4 ). M t. sottolinea che la storia è guidata da Dio. L a sua narrazione è teologica. Perciò un procedimento tipico è il ricorso alle citazioni sul compimento delle Scritture di cui si è già parlato. Delle dodici presenti in tutto il vangelo, sei si trovano in questa introduzione; è una buona conferma della sua importanza teologica e del suo livello di elaborazio­ ne ( 1,2 2 - 2 3 ; 2 ,5 - 6 .1 5 .1 7 - 1 8 .2 3 ; 4 ,14 - 16 ) . In queste citazioni alcuni aspetti della vita di Gesù sono rappresentati esplicitamente alla luce dell’Antico Testamento come compimento del disegno divino. E molto facile dimostrate che, lungo tutto il vangelo, le citazioni di adempimento delle Scritture sono collegate a temi teologici fondamentali. NelPintroduzione i temi cristologici del figlio di D io e dell’Emmanuele vengono sottolineati con due citazioni, una da Os. 1 1 , 1 {Mt. 2 ,15 ) e l'altra da Is. 7 ,14 (M t. 1,2 2 -2 3 ). Qui Sì trova una partico­ larità degna di nota: nell’introdurre entrambe le citazioni si dice: «per­ ché si adempisse Voracolo del S ign o re.,.». È D io in persona, il Signore, colui che dà testimonianza per Gesù come figlio di Dio ed Emmanuele. In 1,2 3 viene operata una piccola ma importante modifica del testo di Is. 7 ,1 4 dei L X X : in luogo di «chiamerai» (al singolare), si dice «chia­ meranno» (al plurale) Emmanuele; sarà dunque tutto il popolo, che egli libererà dai peccati ( 1 ,2 1 ) , a riconoscere Gesù come il «Dio con noi». Le citazioni di questa sezione forniscono un sommario degli sposta­ menti geografici di Gesù: Betlemme (2,6), l'Egitto (2 ,15 ), N azaret (2,23 ), la Galilea dei gentili (4 ,15 -16 ). Viene così anticipato il percorso del vangelo ai gentili, notando la sua corrispondenza con il disegno di Dio. Insomma, si ha una presentazione progressiva di Gesù che culmina nel battesimo, in cui il Padre lo proclam a solennemente figlio di Dio (3 ,17 ). Il lettore conosce sin dall’inizio la natura profonda di colui la cui vita e il cui messaggio ci si appresta a narrare. M a Gesù, il figlio di Davide, sul quale convergono tutte le speranze dell’Antico Testam ento, colui che è stato inviato a Israele, sarà respìnto dal suo popolo mentre alcuni gentili lo accoglieranno: all’orizzonte compare la chiesa aperta a 178 La dim ensione letteraria tutte le nazioni. Gesù è anche il figlio di Abram o che nella Galilea dei gentili (4,12,-16) inizia la propria predicazione incentrata sul regno dei cieli (4 ,17 ). Subito dopo egli chiama i primi discepoli (4 ,18 -z z). z. Gesù, messia potente in parole e in opere (4 ,2 3 -9 ,3 5 } L ’inclusione costituita dalla ripetizione dei versetti 4,Z3 e 9 ,35 rivela che si tratta di una sezione unitaria e ne indica il tema. Gesù insegna, predica la buona notizia del regno e guarisce il popolo da tutti i dolori e le infermità. Troviam o qui la sezione in cui Mt. ha modificato m ag­ giormente l’ordine delle fonti: il risultato è una splendida e originale composizione in due parti: la predicazione program m atica del regno dei cieli nel discorso della montagna (capp. 5-7) e la presentazione delle opere potenti e liberatrici del regno (capp. 8 e 9). Le parole dei capp. 5 ­ 7, la cui struttura è già stata presentata in breve, sono inseparabili dalle opere dei capp. 8-9; questo insieme form a un magnifico dittico p ro­ grammatico dell’insegnamento e dell’azione di Gesù. Lo studio dei capp. 8-9 si rivela molto utile per conoscere M t. e può essere compiuto mediante due operazioni complementari: 1. Cercare i paralleli in Mo. e in Le. per comprendere come sono stati costruiti questi capitoli, z. Studiare la composizione attuale di M f., scoprirne la struttu­ ra letteraria e la coerenza tematica, che può essere schematizzata nel modo seguente: a) Primo gruppo di tre miracoli 8 . 1 - 4: guarigione di un lebbroso 8 , 5 - 1 3 : guarigione del servo del centurione 8 , 1 4 - 1 5 : guarigione della suocera di Pietro Doppia transizione: guarigione di molti, con una citazione di adempimento delle Scritture, ebe riassume quanto detto in precedenza ( 8 , 1 6 - 1 7 ) descrizione delle condizioni dei seguaci di Gesù, che prepara quel che segue (8,18-2.2.) b) Secondo gruppo di tre miracoli 8 , z 3~ z 7: la tempesta placata 8, z 8~34: guarigione di due indemoniati 9 . 1 - 8: guarigione di un paralitico Doppia transizione Gesù mangia con i pubblicani e i peccatori dispute ( 9 , 1 4 - 1 7 ) c) Terzo gruppo di tre miracoli 9 , 1 8 - 1 9 . Z3-2.6: risurrezione di una bambina 9 , z o -z z : guarigione dell’emorroissa 9 ^ 7 - 3 1 : guarigione di due ciechi. (9,9-13) Struttura del vangelo 179 N ella narrazione su Gesù traspare continuamente Finteresse dottrinale di Mt. per la propria chiesa. Nel primo trittico di m iracoli sono notevoli i destinatari: un lebbroso impuro, il servitore di un centurione pagano e una donna sono i primi a conoscere la potenza misericordiosa e libe­ ratrice di Gesù. Negli altri racconti emerge Finsegnamento sulla fede (8 ,5 -13 ; 9 ,20 -22; 9,2.7-31) e sulla sequela (8,23-27). Un elemento fondamentale della trama è costituito dalle diverse rea­ zioni che Gesù trova. Subito sorge l’opposizione delle autorità giudaiche ( 9 ,3 .1 1 .3 3 ) . I discepoli lo seguono (4 ,18 -2 2 ), io ascoltano (5 ,1-2 ), du­ bitano quando sopraggiungono le difficoltà (8,23-27). La moltitudine lo segue (4,25), la gente resta stupita della sua dottrina (7,28). La conclu­ sione di 9,3 2-~3 3 non è propriamente un miracolo, ma presenta la rea­ zione della gente («non si è mai vista una cosa simile in Israele») e dei farisei («scaccia i demoni con la potenza dei demoni»). Le parole e le opere di Gesù instaurano un conflitto e pongono le basi di un dilemma. 3. I discepoli inviati da Gesù per continuarne l'opera e le diverse risposte (^ ,^ 6 -x z ^ o ) La narrazione progredisce. Gesù manda i discepoli a continuare la sua opera. M t. stabilisce alcuni rapporti molto stretti tra Fattività di Gesù descritta nei capp. 4-9 e quella dei discepoli presentata nel cap. io . N ei capp. 1 1 e 1 2 si narra la duplice reazione che trovano Gesù e i discepoli, che non possono essere distinti. L ’inserzione del discorso di missione del cap. i o (cfr. sopra, 1,3 b) nella trama narrativa e completa. Mt\ presenta i discepoli in parallelo e come continuatori di Gesù. Insistiamo particolarmente su questo punto, perché è importantissimo sul piano teologico e letterario: te opere di Gesù (9,35) sono continuate dai suoi discepoli ( 10 ,1) ;. entrambi predicano lo stesso messaggio del regno dei cicli (4 ,17 e 10 ,7 ); entrambi lavorano a una missione itinerante (8,20 e 10 ,9 -10 ) ed en­ tram bi sono costretti a separarsi da quanti respingono il messaggio (Gesù: 1 2 , 1 5 ; 3; 15 ,2 .1; 16 ,4 ; i discepoli: 1 0 , 1 1 - 1 5 ) ; il rifiuto del messaggio dei discepoli com porta le stesse conseguenze del rifiuto del messaggio di Gesù espresse con lo stesso linguaggio ( 1 0 ,1 5 ; 1 1 ,2 2 - 2 4 ; 1 2 ,4 1 - 4 1 ) ; come l’attività di Gesu, anche Fattività iniziale dei discepoli (prima di Mt. 2 8 ,16 -2 0 ) è limitata a Israele; vengono usate le stesse espressioni (10 ,5 -6 ; 15 ,2 4 ); Fazione dei discepoli viene attribuita alla potenza dei demoni ( 10 ,2 4 ­ 25) come già quella di Gesù (9,34; 12 ,2 4 ). Programmaticamente si dice: 180 La dimensione letteraria «è sufficiente per tl discepolo essere come il maestro, e per il servo come il proprio padrone» (10 ,2 5 ); nella persecuzione i discepoli «saranno consegnati» (paradìdomat) ai tribunali ( 10 ,17 ) , alla morte ( 10 ,2 1) , alla tortura (24 ,9 -10 ), Questo termine tecnico è usato per l'esecuzione di Giovanni Battista (4 ,12 ), ma soprattutto per la consegna e morte di Gesù (10 ,4 ; 1 7 ,2 2 ; 2 0 ,18 - 19 ; 2 6 ,2 .1 5 -16 .2 1.2 3 -2 5 .4 5 -4 6 .4 8 ; 27,2-4 .26 ); i discepoli di Gesù saranno flagellati ( 1 0 ,1 7 ; 2 3>34) Pari dì Gesù (2-0,19); i discepoli saranno consegnati ai synedria (tribunali) ( 10 ,17 ) ; sara d synedrion (26,59) a condannare Gesù; i discepoli saranno condotti di fronte a governatori (hegemones) e re ( 10 ,18 ) , come Gesù era stato perseguitato dal re Erode (2 ,1.3 .9 ) e sarà consegnato al governatore [hegemon) ( 2 7 , 2 . 1 1 . 1 4 . 1 5 . 2 1 . 2 7 ; 2 8 ,14 ). L ’unico elemento di discontinuità tra il ministero di Gesù m 4 ,1 7 ­ 9 ,35 e quello dei discepoli in 9 , 3 5 - 1 1 , 1 riguarda Pinsegnamento, Gesù insegna (didasko : 4 ,2 3 ; 5,2; 7,29 ; 9 ,35). Questo potere non sara confe­ rito ai discepoli fino a 2 8 ,19 -2 0 . È evidente che m questo discorso Gesù si rivolge alla chiesa vista come contili uatrice della sua opera e partecipe del suo destino. La narrazione riprende con la domanda degli inviati di Giovanni il Battista ( 11,2 - 3 ) . Le parole di Gesù sono molto interessanti per il loro contenuto letterale e per il luogo dove si trovano (diversamente Le. 7,22): «Andate e riferite a Giovanni quel che udite c vedete» ( 11,4 ) ; queste parole non sono al passato ma al presente; non si trovano dopo i capp. 8-9 (le opere di Gesù), ma dopo il cap. io (le opere della com u­ nità dei discepoli). In M i. Gesù non rinvia soltanto alle proprie opere, ma anche a quelle che i suoi discepoli continuano a com piere, perché ne sono la continuazione e formano un'unita con le sue. I discepoli di Gesù proseguono le opere di misericordia e di liberazione (8 ,17 ) che sim bo­ leggiano la venuta del regno dei cieli (4 ,17 ; 10 ,17 ) . Nel corso dei capp. 1 1 e 1 1 compaiono le diverse reazioni suscitate dall'msegnamcnto di Gesù (capp. 4-9) e dei discepoli (cap. io ). L ’oppo­ sizione cui si alludeva nel cap. 9 è ora molto più esplicita. Gesù biasima Patteggiamento delle città in cui ha svolto il proprio ministero (11,2 0 -2 4 ) e si lamenta amaramente di «questa generazione» ( 1 1 , 1 6 ; 12 ,3 2 .4 1.4 2 .4 5 ). Sono soprattutto i farisei, insieme, in un caso, agli scribi, i principali avversari di Gesù (12 ,2 .2 3 -2 4 .3 8 ) che già da questo momento tramano per ucciderlo ( 12 ,14 ) . Viene adombrata la differenza tra la chiusura dei rappresentanti del giudaismo e l'apertura dei pagani ( 1 1 ,2 1 - 2 4 ; 12 ,3 8 ­ 42). Come in 9*33-34 anche in 12 ,2 3 -2 4 la gente e i farisei esprimono una reazione completamente diversa di fronte a un miracolo di Gesù. Struttura del vangelo 181 L ’opposizione rispetto ai rappresentanti del giudaism o viene certo accentuata ma appaiono anche le reazioni positive in due pericopi es­ senziali: Gesù esprime la propria intimità con il Padre e gli rende grazie per aver concesso la rivelazione ai piccoli; di fatto Gesù è il mite e Pumile in cui trovano riposo tutti coloro che sono oppressi dai carichi insopportabili, imposti dai rappresentanti del giudaismo legalista ( 1 1 , 2 5 ­ 30); tra Popposizione e la conflittualità crescente comincia a delincarsi il circolo dei discepoli di Gesù che com piono la volontà del Padre celeste (12 ,4 6 -5 0 ). 4. Gesù si ritira e si concentra sem pre più sui discepoli In questa sezione Mt. segue l'ordine di Me. e la sua costruzione è meno originale di quella della sezione precedente (4,2,3-9,35), Tuttavia l'e la ­ borazione redazionale matteana è notevole e ìntegra materiali propri molto significativi. Dom ina la sezione l'interesse ecclesiale. Il discorso in parabole del cap. 13 si collega logicamente con 1 prece­ denti e prepara i successivi. Se ne è vista la struttura e si sa che esso presenta la natura del regno dei cieli. Una preoccupazione fondamentale di Mt. in questo capitolo è di spiegare le diverse reazioni incontrate dai ministero di Gesù e dei discepoli e menzionate nei capp. 1 1 - 1 2 . È molto utile com parare Me. 4 , 1 0 1 2 , un Cesto a prima vista duro e scandaloso, con M t. 1 3 , 1 0 - 1 7 ; M t lo ha attenuato: dipende dalla disposizione morale delPuomo il vedere o il non vedere, l'accettare o il respingere. Inoltre è tipico di Mt. il riferimento al giudizio come all’ora della verità della storia, con la separazione definitiva dei figli del regno dai figli del m ali­ gno (13 ,3 6 -4 3 ), delie pecore buone dalle cattive (13 ,4 7 -5 0 ). Questa separazione comincia a compiersi nella narrazione che segue. Il conflitto su Gesù si accentua e l’opposizione e l’incredulità si fanno piu dure. La tensione è tale che in tre occasioni - dopo duri scontri verbali ( 1 4 ,1 - 1 2 ; 1 5 ,1 - 2 0 ; 16 ,1-4 ) - Gesù si separa (anachoreo, (uggire) dai rappresentanti del giudaismo ( 1 4 ,1 3 ; 1 5 , 2 1 ; 16 ,4 ). Il suo ministero è sempre più circoscritto ai discepoli ( 14 ,2 2 - 3 3 ; 1 5 ,1 2 - 2 0 ; 1 6 ,5 - 1 2 ; 1 6 ,i 3-28; 1 7 , 1 - 1 3 ; 17 ,19 - 2 0 ; 1 7 ,2 2 - 2 3 ; 17 ,2 4 -2 7 ). Si segnalano in par­ ticolare tre testi propri di M f., di chiaro contenuto ecclesiale, in cui Pietro gioca un ruolo importante ( 14 ,2 2 - 3 3 ; 1 6 ,1 6 - 1 9 ; i 7 j z 4 - x 7 )*3 La chiesa di Gesù cui si allude nelle sezioni precedenti è ora annunciata esplicitamente (16 ,13 -2 8 ). 3. Consapevole della relatività di qualsiasi proposta sulla struttura del vangelo di Matteo, mi sembra tuttavia che vada ascritto a merito della ricostruzione qui presentata l’aver mantenuto questi tre testi chiave nella stessa sezione 182 L a dimensione letteraria N ella sezione si ripete la catechesi sulla fede di fronte alle esitazioni e ai dubbi dei discepoli (14 ,22.-33; 1 6 ,5 - 1 2 ; 1 7 , 1 4 - 2 1 ; cfr. 15 ,2 1- 2 8 ) . Gesù istruisce i discepoli su due problemi particolari ed essenziali: sulla necessità della croce ( 1 6 ,1 3 ss6 1 7 , 1 - 1 3 ; 17,2.2.-23) e sull1atteggiamento di fronte alle istituzioni giudaiche fondam entali ( 1 5 ,1 2 - 2 0 ; 17 ,2 4 -2 7 ). Il filo conduttore, dal punto di vista narrativo, è la figura di Gesù. Il conflitto indirizza in modo nuovo il suo cammino. In questa sezione viene introdotta la cristologia che passa per la croce ( 14 ,3 - 12 : la morte del Battista prefigura il destino di Gesù; 1 6 ,2 1- 2 6 ; 1 7 ,9 - 1 2 ; 17 ,2 2 -2 3 ). In evidente parallelism o con il battesimo ( 3 ,1 3 - 1 7 ) , il Padre proclama Gesù, davanti ai tre discepoli, come il suo figlio diletto (17 ,5 ); ma ag­ giunge, dopo quel che già aveva detto nella scena iniziale, «ascoltatelo», come per conferm are il difficile insegnamento della croce che domina sempre più. Ciononostante i discepoli non com prendono la croce e la rifiutano (16 ,2 2 -2 3 ; 1 7 , 1 - 1 3 . 1 3 ^ . Non solo Gesù è in conflitto con il mondo che lo respinge, ma anche in forte tensione con i discepoli che lo seguono, con la chiesa che intende costruire. 5. Rottura con il giudaism o ( 18 ,1- 2 2 ,4 5 ) Il racconto sfocia nel discorso ecclesiale del cap. 18 . Il narratore si ferma e ci informa sulla vita dei discepoli, sulla chiesa che è stata promessa in 1 6 ,1 6 - 1 9 . Le parole di Gesù, come sempre, sono esplicitamente attua­ lizzate per la vita della chiesa. A partire da 1 9 ,1 Gesù si mette in cammino verso Gerusalemme. Il racconto segue Me, più da vicino che nella sezione precedente. Nei capp. 19 e 20 gli avversari e la moltitudine sono quasi spariti; Gesù è comple­ tamente assorbito nelPinsegnamento ai discepoli. D opo l’ingresso a Gerusalemme e la cacciata dei mercanti dal tempio ( 2 1,1- 2 2 ) si ha una serie di polemiche con le autorità giudaiche. Sia esaminando sul piano sincronico il testo di Mt. 2 1,2 3 -2 2 ,4 6 , sia paragonandolo con Me. 1 1 , 2 7 ­ 1 2 ,3 2 , emerge il blocco unitario di M t. 2 1 ,2 8 - 2 2 ,1 4 composto di tre parabole. Qui Mt. ha sottolineato, collegandole, due idee a lui molto care: il rifiuto d ’Israele e ravvertim ento rivolto alla chiesa cristiana. 6. D iscorso di congedo, passione e racconti pasquali (25-28 ,20 ) a) Term inano i discorsi di Gesù È facile comprendere come s’ inserisca nella narrazione f ultimo discor­ so, di cui si è già parlato. L a prima parte, l’attacco al giudaismo e la rottura del cap. 23 rappresentano lo scioglimento di una tensione che Struttura del vangelo 183 era venuta crescendo nel corso di tutto il racconto e, soprattutto, nelle controversie di 2 1,2 3 -2 2 ,4 6 . La seconda parte (24-25) ha un carattere spiccatamente escatologico rivolto alla chiesa: esorta alla perseveranza nella persecuzione e a essere pronti per la venuta del Signore, portando i frutti della giustizia cristiana. Il finale di questo discorso si trova nella frase stereotipata, che già conosciamo, di 26,1^ ma che presenta in questo caso alcune particolarità degne di nota: 1. «E accadde quando Gesù ebbe terminato tutti questi discorsi»; il testo dice «Lutti» come per intendere che qui non termina un discorso in particolare ma tutti i discorsi, tutti gli insegnamenti di Gesù. 2. D opo questa formula, e diversamente da quel che succede nella mag­ gior parte dei casi, non segue un racconto ma alcune parole di Gesù (26,2). 3. Queste parole sono un annuncio della crocifissione che - caso unico - non è accompagnato da un accenno alla risurrezione. Sembra quindi che in questo passo del vangelo emerga un'im portante cesura. Tutti i discorsi di Gesù sono terminati e sono visti come un blocco rispetto alla narrazione della passione che ora inizia. La passione è l'epilogo di tutta l'opera e per questo vi si ritrovano molti fili che la collegano all'insieme del vangelo. Anche in M t come in tutti i vangeli, la passione, morte e risurrezione di Gesù sono la chiave narrativa e teologica dell'opera. b) M t. 2 8 ,16 -z o 1 . Questa scena - di evidente solennità - è la conclusione e il culmine dell'intero vangelo di M atteo. In essa convergono tutti i filoni teologici che lo attraversano. Mt. 2 8 ,16 -2 0 è la chiave per comprendere tutta l'opera e perciò richiede una spiegazione particolare, ancorché breve. La scena consiste di una cornice narrativa (vv. 1 6 - 1 8 a) e del messag­ gio del Risorto (i8b-2o). Questo messaggio presenta tre elementi: quel­ lo centrale, formulato all'im perativo, è il comando della missione (19 zoa); il primo (i8b) e il terzo (zob), entrambi all'indicativo, ne form u­ lano rispettivamente il fondamento (la potenza del Risorto) e la garan­ zia (la promessa della presenza perpetua del Signore tra i suoi). La form a letteraria è stata ampiamente discussa e nessun modeJlo veterotestamentario le corrisponde esattamente. Sembra che il grado maggiore di somiglianza si riscontri con le scene di vocazione e di m is­ sione.4 In effetti esse sono basate sull'autorità di Jahvé, viene espresso li m andato/chiam ata e si promette l'appoggio divino. Tuttavia il nostro 4. B.J. Hubbard, The Matthean Pedaction of a Primitive Apostolic Càmmìssioning. An Exegesis of Matthew 28 ,16 -zo , Missoula, Mont. 1974. E84 La dimensione letteraria testo è stato molto rielaborato da M i. e bisogna com prenderlo anzitutto mettendolo in relazione con il contesto del vangelo. z. Ha luogo in Galilea (v. 16 ), dove il Signore aveva chiamato 1 discepoli (26,32,; 2 8 ,7 .10 ). Là era iniziato (4,12, ss.) e si era sviluppato il ministero di Gesù e ancora là i discepoli dovranno riprendere la mis­ sione. Lo adorano ma, al tempo stesso, esitano (v. 17 ) , con un atteggia­ mento contraddittorio che caratterizza 1 discepoli e la chiesa in Mt. (cfr. 14 ,2 8 -3 3 ). Come in altre scene tipiche di M t., s’incontra qui un’intima unione deH’elemento cristologico con quello ecclesiologico (cfr. 14 ,2 2 -3 3 ; 1 6 ,1 6 ­ 2 3; 2 1,4 2 -4 3 ; 27,5-56 ), anche se l’accento ricade su quest’ ultimo. 3. Culm ina qui la presentazione di Gesù come figlio dell’uomo, Si­ gnore, figlio di Dio, Emmanuele («Dio con noi») che ha attraversato tutto il vangelo. Gesù appare come figlio dell’uomo glorioso che riceve da Dio tutta la potenza, che tutte le nazioni adorano e il cui regno dura per sempre. Si compie così la visione di Dan. 7 ,1 7 . Lungo tutta la stona Gesù è il figlio d e ll’uom o glorioso, ma questo ruolo avrà il proprio culmine quando egli s j manifesterà come giudice definitivo ( 13 ,4 1- 4 3 ; 16 ,2 7 ; 19,2,8; 2 4 ,3 0 - 3 1; 2 5 ,3 1-4 6 ; 26,64). Gesù è il Signore glorioso ed esaltato da Dio che riceve ( adorazione dei suoi e che domina su tutto il creato (cfr. F il. 2 ,9 - 11) . E inoltre il figlio di Dio cui tutto è stato affidato dal Padre ( 11,2 7 ) e nel cui nome - insieme a quello del Padre e dello Spirito - si dovranno battezzare tutti i popoli. In Gesù Cristo si compie la presenza permanente di D io in mezzo al suo popolo («io sono con voi tutti i giorni fino alla fine del mondo»). Insomma è VEm m anuele, «Dio con noi». Il vangelo di M atteo si svilup­ pa all’interno della solenne inclusione di 1,2 3 e 28,20. M a tutta questa dignità eccelsa viene professata di quello stesso Gesù terreno il cui insegnamento si è potuto ascolrare nel corso di tutta l'opera. 4. Questa cristologìa è alla base delle afferm azioni ecclesiologiche che costituiscono il centro della pericope. Proprio perché ha ricevuto tutta la potenza, il Signore invia in missione presso tutti i popoli (ripe­ tizione di tutti /pania nei vv. i8 .i9 .z o [h is]). Questa missione è espressa con un verbo principale all’imperativo (am m aestrate/matheteusate) e due participi (battezzando e insegnando). Essere cristiani significa essere discepoli di Gesù. Si e visto che la missione dei discepoli nel cap. i o era descritta allo stesso modo di quella di Gesù, con Teccezione che essi non erano stati incaricati di insegnart j didaskeìn. Quesro rimaneva un com­ pito esclusivo di Gesù. Ora invece essi ricevono l’incarico d ’insegnare. Dovranno insegnare la dottrina di Gesù. Egli è l’unico maestro (23,8to). Gesù risorto non insegna niente di nuovo, ma dichiara permanente Studio di testi 1S5 la validità dell’insegnamento del Gesù terreno («insegnando loro a os­ servare tutto quello che vi ho com andato»). Il Signore glorioso è il Gesù terreno e rinvia a quanto ha insegnato nei grandi discorsi della sua vita. Questa dottrina inoltre viene definita soprattutto m chiave morale (osservare/terem ... ciò che ho com andato/enteìlamen). Questa missione è difficile. Il vangelo parla di continuo della persecu­ zione, delle avversità e delle esitazioni dei discepoli. M a, come nel caso delle missioni e delle vocazioni delPÀntico Testamento, ai discepoli vie­ ne promesso l’appoggio divino, riform ulato ora in termini cristologia. Gesù risorto è sempre con i discepoli (28,2,0); e in lui c’è Dio che è con il suo popolo (1,2.3). 5, Spesso il lavoro redazionale dell’evangelista si rivela di preferenza nella cornice narrativa di ogni pericope (nell’ introduzione e conclusio­ ne). Lo stesso accade nell’ opera considerata nell’ msicme. L ’introduzio­ ne di 1 ,1 - 4 ,2 2 e la scena conclusiva di 2 8 ,16 -2 0 sono state particolar­ mente rielaborate. Per questo i rapporti teologici tra le due sezioni sono molto importanti; ne segnalo schematicamente alcune: interpretazione teologica della storia ( 1 , 1 - 1 7 : genealogia; z8,2ob: fino alla fine della storia); cristologia del figlio di Dio e dell’Emmanuele (2 ,1 5; 3 ,1 7 ; 1 ,2 3 ; 2 8 ,1 9 ­ 20); vedere e adorare ( 2 ,1 1 ; 2 8 ,17 ); universalismo ( 1 , 1 - 1 7 : figlio di Abram o; 2 ,1 - 1 2 : i magi; 28 ,19 - «rutti 1 popoli»); allusione al Padre, al Figlio e allo Spinto ( 1,18 - 2 0 ; 3 ,1 6 - 1 7 ; 2 8 ,19 ); «Dio con noi», «io sono con voi» (1*2,3; 28,20. Formula dell’alleanza). III. ST U D IO DI TESTI Dopo questa esposizione dei grandi fili conduttori di Mt. presenteremo due testi particolarmente importanti per le loro caratteristiche letterarie e teologiche. La discussione, necessariamente breve, si svolgerà secondo due prospettive diverse, mirando all’ utilità pratica per raggiungere la conoscenza personale del primo vangelo. 1. Il vangelo di Matteo e le sue fonti (5 ,1-7 ,2 7 / N ella sezione 4 ,2 3 -9 ,3 5 il lavoro redazionale di Mt. e stato p articolar­ mente rilevante: egli ha rielaborato ampiamente le proprie fonti e ha creato una grande com posizione letteraria. Qui s ’ intende sem plice­ mente esaminare il discorso della montagna mettendolo a confronto con quello parallelo di Le. 6,20-49. Lo farem o in due modi, prim a 1 86 L a dimensione letteraria partendo dall'ordine di Mt. e segnalando i paralleli di Le. e Me., poi seguendo Pordine di Le. e i paralleli di Mt. N ella prima delle due tavole sono in neretto i testi che appartengono al solo Mt.j il corsivo distingue i testi che si trovano nel discorso «pa­ rallelo» di Le. 6,20-49. N ella seconda tavola, molto più semplice, sono elencati i paralleli di M L, che appartengono tutti, eccetto i due tra parentesi, al discorso della montagna. Mt. Me. Le. 5,1-2 3,i 3 6 ,17.10 6,20-21 5 5,7-10 5,21x2 6,22-23 5^3 14.34-35 5,i4 5,i5 4,21 8,16; 11,33 5,18 16,17 5,19-M 5,25-26 12.58-59 5,27-28 5,i9"3° 9,43-48 5,3i 16,18 5,3Z 5,33-38 6,29-30 5>39"4Z 5,43 6,27-36 5,44-48 6,i-8 6,9-13 6,14-15 I 1,2-4 11,25 6,16-18 6,19-21 12,33-34 6,22-23 6,24 n .34-35 16,13 6, 2- 5 3 3 12,22-31 6*34 7,i-5 6,37-38.41-42 7,6 7,7-n 11,9-13 7, 7,12-rs 6,31 7,16-20 6,43-44 7,21 6,46 7,ii-*3 7,^4-^7 6, 47-49 Studio di testi Le. M t. 6,10-23 5 i3 "IZ 187 6 ,2 4 -2 6 6,27-36 6,31 6137-38 6,39 6,40 6,41-41 6,4345 5,38-48 7,* 2. 7 , 1 - 2(15 ^ 4 ) (10,24) 7 , 3-5 7,16-20 6,46 7 ,zl 6 .47-49 7,24-27 Il confronto evidenzia che Mt. ha creato una complessa opera di com posi­ zione usando materiali di diversa provenienza. Risulta evidente che Le. presenta una versione di questo discorso più vicina alla fonte comune, pur avendo introdotto a sua volta qualche modifica. E inoltre da osser­ vare che il materiale di Le. conserva il proprio ordine in Mt. con una sola trasposizione (M t. 7,12. = L e . 6 ,3 1) . È evidente che M t. ha avuto un m otivo per cambiare bordine e anticipare questo versetto; come già si è detto (sopra, 1,30), l’espressione «la legge e i profeti» di 7 ,1 2 è ripetuta in 5 ,17 e insieme costituiscono l’ inclusione della parte centrale del discorso. 2. La tempesta placata (Mt. 8 ,18 .2 3 - 2 7 ; Me. 4 ,3 6 -4 1) Questa pericope è particolarmente tipica dello stile e della teologia di Mt. N on compiremo uno studio completo, ma ci limiteremo a sottoline­ are le caratteristiche peculiari specificamente matteane. Per questo sarà molto utile la comparazione con il testo di M e. Per seguire l’esposizione è necessario il ricorso a una sinossi. Anzitutto bisogna esaminare il contesto. In Me. si tratta del primo dei tre m iracoli che seguono le parabole del cap. 4. In Mt. è posto prima delle parabole, che sono nel cap. 1 3 , e si trova all’interno della com po­ sizione dei capp. 8-9, della cui struttura si è già parlato (11,2). L a cosa più interessante è che Mt. ha fatto precedere l’episodio da due scene di sequela (8 ,18 -22) presenti in Le. in un contesto diverso (9,57-60). In realtà l’episodio della tempesta ha inizio in Mt. 8 ,18 , viene interrotto dai vv. 19 -z z e riprende al v. 1 3 . Tornerem o in seguito su questo argo­ mento. Passando al testo vero e proprio del m iracolo, verifichiamo in Mt. differenze assai significative rispetto a M e. Mt. 8,23 (div. Me. 4,36): 188 La dimensione letteraria Gesù sale sulla barca (diversamente da Me. qui c'è una barca sola) di propria iniziativa e i discepoli lo seguirono. La descrizione della tempe­ sta in M t. al v. 24 è quella di uno spettatore esterno, mentre Me. sembra essere sulla barca; in Mt. non si trova il piccolo dato aneddotico di Me. al v. 38. In M l , v. 25, l'azione dei discepoli è descritta al passato (in M e. al presente) e il tenore delle loro parole è più rispettoso e quasi liturgico («Signore, salvaci». M olto diverso in M e.). La reazione immediata di Gesù in M t,, v. 2 6, è un insegnamento ai discepoli sulla fede; al contra­ rio, in M c.y viene prima il m iracolo (v. 39). N on solo l'ordine, ma anche le formulazioni sono diverse: in Me. Gesù dice che i discepoli non hanno fede (v. 40), mentre in Mt. egli rimprovera la loro «poca fede» (sono credenti ma esitano davanti alla difficoltà); in Me. il m iracolo è descritto prima e con maggiore enfasi: Gesù si rivolge direttamente al mare e il risultato viene descritto con due frasi (v. 39), mentre in Mt. non si trova questo ammonimento agli elementi e la constatazione del risultato e più laconica. Si può concludere che in Me. si ha a che fare con un m iracolo in cui risalta la potenza di Gesù sugli elementi (descrizione della tempesta, il primo posto riservato al m iracolo, l'ammonimento rivolto direttamente agli elementi, la doppia descrizione degli effetti del m iracolo). In Mt. tutto ciò è passato in secondo piano e la cosa più importante è l'insegna­ mento catechetico ai discepoli sulla fede. Lassiamo alLintroduzione, che confermerà quanto abbiam o osserva­ to. Lo scriba di Mt. 8 ,19 e disposto a seguire (a k o lo u tb eo ) Gesù. 11 discepolo di 8,22 è invitato da Gesù a seguirlo (akoloutbeo). Sono in gioco le esigenze della sequela. Subito dopo Gesù sale sulla barca e i discepoli lo seguono. Mt. fa della pericope sulla tempesta placata un insegnamento sulla sequela di Gesù. Il Signore sta sulla barca anche in mezzo alle più grandi avversità. La paura è prova di poca fede, significa dubitare del! aiuto del Signore. M a il credente, anche se ha paura e si sente affondare, si rivolge al Signore (cfr. 14 ,3 0 ). In Mt. il m iracolo è raccontato sottotono e quasi di sfuggita. È evidente che M l , anche nella parte narrativa, ha un inte­ resse dottrinale. Il significato ecclesiale di questa pericope è chiaro. Due particolari servono a completare questo quadro. L ’ immagine dei discepoli è miglio­ re di quella di Me. Infine e molto probabile che nella barca (unica) del v. 23 Mt. abbia visto un sim bolo della comunità cristiana (cfr. 14 ,2 4 com parato con il passo parallelo di Me, 6,48; cfr. inoltre 14 ,3 3 ). IV . M A T T E O N ELLA V IT A D E LLA C H IESA L ’ordine tradizionale dei vangeli che riserva il primo posto a M t. si trova già, probabilmente, nel Canone m uratoriano, un documento della fine del li secolo proveniente dalla chiesa di Rom a. Quest’ordine è quello accettato dai primi Padri della chiesa che si occupano della questione e si trova anche nei più antichi manoscritti greci del N uovo Testamento completi. Viene comunemente accettato senza spiegazioni. Ireneo affer­ ma esplicitamente che questo ordine corrisponde a quello di com posi­ zione {Haer. 3 , 1 ,1 ) ed è probabile che questa convinzione fosse presente nell’accettazione di cui si diceva. In alcuni casi è chiaro che ÀI/, occupò il primo posto nella stima della chiesa primitiva, la quale faceva ricorso a lui per conoscere gli insegnamenti di Gesù. 1 . li vangelo di Matteo nella chiesa postapostolica Un importante libro dì E. M assaux mostra la centralità di M t. nella chiesa antica.5 N on si trova un’attribuzione esplicita di un testo a questo vangelo fino ad Apollinare di G erapoli (17 5 ), ma è indubbia la sua influenza letteraria sui primi scrittori. I Padri apostolici non lo citano alla lettera ma di solilo, quando riferiscono un insegnamento di Gesù, fanno riferimento a Mt. M assaux data la D ìdachè posteriormente alla seconda metà del n secolo e ritiene che dipenda da M t.y in particolare dal discorso della montagna. Questa datazione cosi tarda e discutibile. Se, come ritengono alcuni autori, essa deve essere datata intorno agli anni 50-70, piuttosto che pensare a una relazione diretta con Mt. si dovrebbe afferm are una dipendenza da tradizioni comuni. La m etodo­ logia di M assaux è stata discussa: Io si e ritenuto troppo incline a vedere allusioni a Mt. in riferimenti liberi che potrebbero risalire ad altri testi o alla tradizione anteriore/ Tuttavia pare dim ostrato in maniera con­ vincente che alla fine del I secolo Mt. era considerato il vangelo per antonom asia. La tendenza a far riferimento a Mt. perdurò e aumenta­ rono via via le citazioni letterali e le allusioni alle sezioni narrative più che ai discorsi. Lo studio di M assaux giunge sino alla fine del il secolo. A partire da questa data si consolida il riconoscimento esplicito dei quattro vangeli canonici e, di conseguenza, aumentano 1 rilerimenti a tutti e quattro 5. In flu e n c e d e L ’ E v a n g i( e d e S a in t M a t t h ie u s u r la iìtt é r a tu r e c h r é t ìe n n e avanti S a in t ìr é n é e , Louvain 1^86 (nst.). 6. H Kòster, S y n o p t i s c h e u b e r i ie fe rt+ n g b e i d e n a p o s t o l i s c h e n V a l e r t i , Berlin 1957, oppo­ ne a Massaux una critica molco radicale, ma il dibattito successivo conferma per lo più le tesi di quest'ultimo. ItJO La dimensione letteraria (anche se le citazioni di Me. sono pochissime). Mt. comunque mantiene la propria preminenza. Quando i, copisti del N uovo Testamento parago­ navano i testi paralleli di un vangelo con quelli di un altro - il che accadeva spesso - in genere era M t. a prevalere. Anche nei legionari liturgici M t. era il vangelo più rappresentato. Per quali ragioni M t ha goduto di questa considerazione? Da una parte si era convinti che il vangelo di M atteo fosse stato scritto per primo e perciò fosse il più vicino alle fonti. D ’altro canto influì la natura di quesr’opera. Si ricorreva ai vangeli soprattutto per conoscere l inse­ gnam ento di Gesù. Per questo obbiettivo M t offriva molti vantaggi per la sua disposizione sistematica, per i discorsi e per la preoccupazione dottrinale che lo caratterizza. Il primo vangelo rispondeva, inoltre, a un’altra importante preoccu­ pazione della comunità cristiana dell’epoca: il rapporto con il giudai­ smo. Quale fu l’attitudine di Gesù di fronte alla legge dell’ Antico Testa­ mento? E di fronte alla Bibbia giudaica? Questa problematica - che può risultare estranea alla maggior parte dei lettori odierni - era fondamen­ tale nei primi tempi ed è ben presente in Mt. che, come vedremo, è un’opera giudeocristiana. Bisogna peraltro aggiungere che M t. rappre­ senta - non solo per il problema dei rapporti con il giudaismo - una visione teologica di sintesi e di mediazione tra posizioni cristiane piu polarizzate, e anche questo contribui alla sua diffusione e alla sua con­ siderazione nella chiesa universale. z. // vangelo di M atteo net tempi m oderni La preminenza di Mt. restò indiscussa fino al x v m secolo. Con il sorgere degli studi critici si incrinò la convinzione che si trattasse del primo vangelo e del più vicino alle fonti. Il primo dubbio era basato sullop inione Tradizionale secondo cui il testo originale di Mt. era in aramaico. Dunque, il resto greco che conosciamo è degno di fede? Presto i dubbi dei critici si estesero. Quando sorse la teoria del «vangelo primitivo» del quale M t., Me. e Le. sarebbero meri sviluppi secondari, la posizione di «primo vangelo» di Mt. risultò radicalmente contestata. L ’obbiezione m aggiore, tuttavia, fu sollevata in seguito, con Popinio­ ne - largamente diffusa dalla teoria delle due fonti - secondo cui il primo vangelo è Me. I difensori della priorità di Mt. non sono mai scomparsi del tutto, ma l'assegnazione del primato a Me. è entrata nella dottrina comune (cfr. sopra, cap. il). Ne è risultato, nel x ix secolo, un importante mutamento nella valu­ tazione di Mt. Me. era dunque il più antico e il piò vicino alle fonti, il che era essenziale, data la preoccupazione storica dell’epoca. La coni- Problem i aperti: la stru ttu ra del vangelo 191 parsa della scuola della stona delle forme accentuò l'interesse per M e.: se ne accettava la priorità e ci si basava su di lui per studiare la tradi­ zione; al tempo stesso si considerava Me. I inventore del vangelo come genere letterario. Con la storia della redazione Timeresse per Mt. crebbe ulteriormente. La maggior parte degli autori continuò ad accettare la sua dipendenza da Me., ma ciascun vangelo fu considerato come un progetto letterario e teologico autonomo e irriducibile. A partire dagli anni '50 del x x secolo si moltiplicano gli studi sulla redazione di M t.y che hanno apportato un contributo molto significativo. Il capitolo suc­ cessivo sarà dedicato alla problematica suscitata da questi lavori. In questi ultimi anni si sono moltiplicati i commenti a M i. (cfr. la bibliografia di questo capitolo), che ritorna a essere il vangelo più studiato dagli specialisti. V. PR O B LEM I LA A PER T I: ST R U TTU R A D E L V A N G ELO Mt. compone con cura molte sezioni del suo vangelo, ma risulta molto difficile cogliere la struttura complessiva deiPopera. Si è discusso molto su questo tema. Presenteremo le opinioni più rappresentative, semplifi­ cando necessariamente il dibattito ed evidenziando 1 punti fondamentali della questione. Questo problema e molto importante, perche il modo d’ intendere la struttura letteraria implica opzioni metodologiche e teo­ logiche.78 1. Struttura geografico-cronologica S p e s s o gli a u t o r i a n t i c h i , a d i f f e r e n z a d e l l a m a g g i o r p a r t e d ei m o d e r n i , h a n n o r i c o s t r u i t o la s t r u t t u r a d e l v a n g e l o s u i d a t i g e o g i a f i c i . R a p p r e s e n t a t i v o di q u e s t a t e n d e n z a è il p r o s p e t t o p r e s e n t a t o d a W . C . A l i e n e L . W . G r e n s r e d : 3-2,; nascita e infanzia del messia 3 j 1 "4 »r 1 : preparazione al suo ministero (Me. 4 , 1 - 1 3 ) azione e insegnamento in Galilea (Me. 1 , 1 4 - 7 , 2 3 ) i5,ii-rS,35: azione fuori dalla Galilea (Me 19 ,1-20 ,34 : viag gio a G e r u s a le m m e (M e . i o ) 2 1 -2 ,8 : ultimi giorni della vita del [nessia {Me. i r - i 6 , S ) . 7,24 -9 ,50 ) 7. I riferimenti bibliografici saranno ridotti al minimo. Possono essere reperiti, insieme alla discussione dì rutto questo problema, m J.D. Kingsbnryrl M a t t h e w , S t m c t u r e , C h n s t o l o g y , K i n g d o m , Phiìadcìphia 197$; D.R. Bauer, T h e S t r u t t u r e o f M a t l h e w 's G o s p e l , Sheffield 1989, 21-56; R.T. France, M a t t h e w . E it a 7 t g e lis t (cfr. la bibliografia di questo capitolo}, 1 4 1 - 1 5 3 ; G. Stanton, T h e O r i g t n (cfr. la bibliografia di questo capitolo), 1903-1906. 8 . I n t r o d u c t i o f i ta th è B o o k s o f th è N e w T e s t a m e n t i E d i n b u r g h 1 9 2 9 , 23. 192 La dimensione letteraria T r a questi autori si suole discutere soprattutto il punto preciso in cui ha inizio il ministero in Galilea ( 4 , 1 2 o 4 , 1 7 ) e il viaggio a Gerusalemme (posto di solito in 1 9 , 1 , ma alcuni preferiscono 1 6 , 1 3 0 1 6 , 2 1 ) . Sovente i difensori di questo prospetto partono dalla dipendenza di M t . da M e . , dal quale proviene lo schema geografico. Se si adotta il punto di vista geografico, si sottolinea il racconto di Gesù culminante a Gerusalemme. Perciò questi autori rilevano il carattere cri- scologico di M f. dedicando scarsa attenzione all’ ecclesiologia e a ll’escatologia. Questa suddivisione ha il merito di mettere in evidenza l’ aspetto narrativo del vangelo. Inoltre è certo che gli spostamenti geografici hanno una rilevanza teo­ logica in M t . ; si è vista la differenza tra d ministero in Galilea e quello di G e ­ rusalemme, 1 importanza delPinizio del viaggio in 1 9 , 1 e degli spostamenti geografici nei capp. 1 - 2 . M a i numerosi studi recenti sulla redazione di M i . rilevano che è impossibile articolare la dinamica teologica di M t . sulla base dei suoi riferimenti geografici. 2. Struttura basata sui cinque discórsi L ’ autore che ha maggiormente influenzato la ricerca sulla struttura del vangelo di Matteo e B . W B aco n .y Egli ritiene che M t. dipenda da Me. e da Q , ma organizzi una struttura completamente diversa e autonoma. Il dato di partenza fondamentale è resistenza di cinque discorsi. Se ne deduce che Mt. consta di cinque libri, ognuno dei quali contiene una sezione narrativa seguita da un di scorso concluso dalla formula «quando Gesù ebbe terminato questi discorsi». A questo corpo fondamentale l’ evangelista aggiunse una prefazione (capp. 1 - 2 ) e un epilogo (capp. 26-2.8). M t . imita la struttura del Pentateuco in cui - secondo Bacon - ognuno dei cinque libri contiene una parte narrativa, che descrive la potenza delle opere di Dio, seguita da un discorso di tipo giuridico. Bacon ritiene che M i . sia un rabbi cristiano, legalista, che intende combattere Pantinomismo presente nella sua chiesa, presentando Gesù come il nuovo M o sè che consegna la nuova legge alla propria comunità La struttura di Mt. secondo Bacon è la seguente: t-z P refazione L ib ro p rim o Sul discepolato À. introduzione narrativa B, primo discorso Libro seco n d o L ib r o terzo 5 '4 S -7 SulPapostolato A.introduzione narrativa 8-9 B. il discorso IO Su IP occultamento delia rivelazione A . ostilità d l s r a d e 11-12 B. insegnamento in parabole T3 9. The Pive Books of Matthew Aga'mst thè J e w s : Matthew, New York 1930. Expositor 15 (191R) 56-66; Studies in P r o b le m i a p e r ti; la s tru ttu r a d ei v a n g e lo Libro quarto 19 3 S u ll'a m m in is t r a z io n e d ella ch ie sa A .G e sù e la f r a t e r n i t à 14 -17 18 B . il d i s c o r s o Libro quinto Su l g iu d izio A . G e s ù in G i u d e a 19 -22 B . d is c o r s o sul g iu d iz io fin ale 23 Epilogo 25 26 -28 Q u e s t a stru ttu ra è stata la rg a m e n te a c c e tta ta . D a l p u n to di vista m e t o d o lo g ic o si p a rte d a lla p e r c e z io n e d e lla d iffe r e n z a risp e tto a Me « e da un d a to evid en te: l'e s is te n z a dei d is c o r s i. S u l p i a n o t e o l o g i c o v ie n e s o t t o lin e a r e l'e l e m e n t o d o t t r i­ n a le d el v a n g e l o ; G e s ù è p r e s e n t a t o c o m e m a e s t r o e v i e n e p o s t a in p r i m o p i a n o l'e c c le s io lo g ia . D iversi au to ri, pur a c c e tta n d o qu esta p rop osta n ella sostanza, h a n n o in tro d o tto a lc u n e v a ria n ti. W . D , D a v ie s h a e sa m in a to p er esteso l'e v e n ­ t u a l e p r e s e n z a in Mt. dei m o t iv i d e l n u o v o e s o d o e del n u o v o M o s è e d ic h ia r a c h e « n o n s o n o c o s i d o m i n a n t i d a c o n f e r i r e u n a c o n f e r m a s i g n i f i c a t i v a a l la tesi d i B a c o n s u l P e n t a t e u c o » ; 10 e g l i c o n c l u d e s o s t e n e n d o c h e l a s t r u t t u r a d e i c i n q u e d isco rsi di Mt. « n o n p o rta n e c e ss a ria m e n te a u n 'in te n z io n a le in te rp re ta z io n e del v a n g e lo c o m e n u o v o P e n ta te u c o , u n a c o n tr o p a r tit a dei c in q u e lib ri di M o s è . S u q u e s t o p u n t o , a n c h e s e n o n c e r t o s u a l t r i , s a r e b b e u t i l e e s o r c i z z a r e il f a n t a s m a r e v e r e n z i a l e di B a c o n d a g l i s t u d i m a t t e a n i » . " S i è d i s c u s s o s u l n u m e r o d e i d i s c o r s i . L a m a g g i o r a n z a si t r o v a d ' a c c o r d o c o n Bacon nel d isco rso riten erli c in q u e , e c 'è chi arriva a ma alcu n i trovarne sosten gon o sette. P iù che il c a p . rilevan te 2.3 è un sesto è la d i s c u s s i o n e sul r a p p o r t o tra c i a s c u n d i s c o r s o e la p a r t e n a r r a t i v a . B a c o n l e g a o g n i d i s c o r s o a l p reced en te, m a m o lti au to ri p re ferisco n o co lleg a rli co n la s e z i o n e n a rra tiva seguente. Mt. rico rre spesso a s t r u t t u r e c h i a s t i c h e in p e r i c o p i e s e z io n i d e t e r m i n a t e . A l c u n i r i t e n g o n o c h e la s t r u t t u r a d e l l ’ i n t e r o v a n g e l o c o r r i s p o n d a a u n a d i s p o ­ s i z i o n e c h i a s t ì c a . P. G a e c h t e r ri e J . E . F e n t o n ' 3 r i t e n g o n o c h e l a d i s p o s i z i o n e d e i c in q u e d is c o rs i s e g u a q u e s ta figu ra 2 5 , il c a p . i o 13. Q u esta reto rica: i c a p p . 5 -7 co rrisp o n d o n o a 2 3 ­ a l 1 8 ; v i e n e m e s s a in e v i d e n z a l ' i m p o r t a n z a p a r t i c o l a r e d e l c a p . d is p o s iz io n e è stata a c c e tta ta co n m o d e r a z io n e n ella n o stra e s p o ­ s iz io n e . A n c h e P .F . E llis r it r o v a q u e s ta s te ss a d is p o s iz io n e c h ia s t ic a in ritien e ch e rife risca la c e s u r a f o n d a m e n t a l e si t r o v i t r a al m u ta m e n to tutti i g iu d e i. D a d ella p r o p r ia 1 3 , 3 5 , c o m e in Me. «F in o 35 a 8 ,2 7 -4 6 , G esù e 36 del ca p . 13 e e si 13,35 G e s ù si r i v o l g e a d ed ica la m a g g i o r p a r t e a t t e n z i o n e ai d i s c e p o l i c h e , a d i f f e r e n z a dei g i u d e i , lo a s c o l t a n o e lo c a p i s c o n o . a cco g lie rlo n e ll’a ttiv ità di G e s ù : i vv. Mt. N el cap. 13 G esù p assa d allo p seu d o -Isra ele , ch e n o n vu o le ( c f r . i c a p p . 1 1 - 1 2 ) , a l l a c h i e s a , il v e r o I s r a e l e c h e c r e d e in l u i » . M10 234 10. The Setting of thè Sermon of thè Mountt Cambridge 136 3, 30. 1 1 . Op. ck.t 107. 1 2 . Die !iteravischc Kurtst im Matthaus-Euangelium, Stuttgart x965. 1 3 . Inclusio and Chiasmus in Matthew (Studia Evangelica I, Tcxte und Untersuchnngen 73), Berlin 1959, 17 4 -17 9 . 1 4 . Matthew. Hìs Mind and Hìs Message, College ville 1974» 13. 194 La d im e n s io n e letteraria E l l i s o s s e r v a c h e le s e z i o n i n a r r a t i v e s o n o i n f u n z i o n e d e i d i s c o r s i , m a t u t t o il v a n g e lo cu lm in a in 2 , 8 , 1 6 - 2 . 0 , in m o d o c h e la c r i s t o l o g i a n e c o s t i t u i s c e l ’ a s s e fo n d am e n ta le . A q u e s to p u n t o di vista è p o ssib ile m u o v e r e d u e o b ie z io n i: r. è in d u b b io che in Mi. c ’ è u n a c o n c e n t r a z i o n e p r o g r e s s i v a d i G e s ù s u i d i s c e p o l i ( l o si è n o t a t o n e lla n o s tr a e s p o s iz io n e ), m a n o n s e m b r a ch e la r o t t u r a d i 1 3 , 3 5 - 3 6 sia p o i c o s ì im p o r t a n t e , v is to c h e già i d is c o r s i di 5 - 7 e i o e r a n o r iv o lti a essi; 2 . l’ o p in io n e g e n e r a l e , a c c e t t a t a d a E l l i s , a f f e r m a c h e il m o v i m e n t o c r ì s t o l o g ì c o p r o g r e d i s c e n elle se z io n i n a r r a t iv e : d u n q u e com e è p o ssib ile a ffe rm a re che l’ asse di tutta l ’ o p e r a s i a n a r r a t i v o e s o s t e n e r e a l t e m p o s t e s s o c h e le s e z i o n i n a r r a t i v e a b b i a n o u n a fu n z io n e s u b o r d in a ta e s e c o n d a ria risp etto ai d isc o rsi? V a l e l a p e n a d i c i t a r e H , J . B . C o m b r i n k , c h e i n t e r p r e t a la s t r u t t u r a b a s a t a s u i c i n q u e d i s c o r s i in m o d o tale d a te n e re c o n t o d e llo s v i l u p p o del r a c c o n t o / 5 L a s u a p r o p o s t a , c h e p u re id en tifica nel c a p . 1 3 A. 1.1-4,17 Narrazione: n a s c i t a B. 4 ,18 -7 ,19 M a te r ia le in tro d u ttivo . il c e n t r o d e l l ’ o p e r a , è l a s e g u e n t e : e p r e p a r a z io n e di G e s ù . Primo discorso: G e s ù in segn a c o n a u to rità. C. 8,1-9,35 D. 9 ,3 6 -11,1 E. 11,2 -12 ,5 0 Narrazione: G e s ù o p e r a c o n a u t o r i t à . D i e c i m i r a c o l i . Secondo discorso: i d o d i c i s o n o i n v i a t i c o n a u t o r i t à . Narrazione: l ’ i n v i t o d i G e s ù è r e s p i n t o d a q u e s t a g e n e r a ­ zio n e. F. 13, 1-53 E '. I 3 ) 5 4 -^ 6 , 2 0 Terzo discorso: le p a r a b o l e Narrazione: G e s ù , r e s p i n t o del re gn o . e rico n o sciu to , agisce con m is e r ic o r d ia nei c o n fr o n t i di g iu d e i e gen tili. D '. 16 ,2 1-2 0 ,3 4 Quarto discorso con ten en te una narrazione: an n u n cio d ella p a s s io n e , m a n c a t a c o m p r e n s i o n e d a p a r te dei d is c e ­ a p o li. . 2 1,1-2 2 ,4 6 Narrazione: l’a u to rità di G esù è con testata a G erusa­ lem m e. B\ 2- 3, 1- 2-5, 4^ Quinto discorso: g i u d i z i o s u I s r a e l e e s u i f a l s i p r o f e t i , la v e n u ta del re gn o . A '. 2 6 ,1-2 8 ,2 0 Narrazione: la p a s s i o n e , m o r t e e r i s u r r e z i o n e d i G e s ù . C o m b r in k a g g iu n g e , in o ltre, un e le m e n to e stre m a m e n te in teressan te. E g li d istin ­ forme d e l l a tramay o s s i a l o messag­ g u e tra le n a r r a z i o n e ( s t r u t t u r e , c o m m e n t i d e l r e d a t t o r e ) e il gio s v i l u p p o s t e s s o d e l r a c c o n t o . I n q u e s t a p r o s p e t t i v a il v a n o g e l o r i s u l t a s u d d i v i s o in t r e p a t t i : ,*7 L a m e s s a in s c e n a . I. 1,1-4 2. 4 ,18 -2 ,5 ,4 6 L o svilu p p o . 3* 2 6 ,1-2 8 ,2 0 L ’ep ilo go . 1 5 . The Stradare o f thè Gospei of Matthew as Narrative: TynB 34 (1983} 61-90. Sono state proposte numerose interpretazioni della disposizione chiastica di Mt. Cfr. A. Di Marco, Der Chiasmas in der Bihef 3. Teil: LB 39 {1976) 37-58. C Jè chi vede nel capitolo i l il centro del chiasmo: H.B. Green, The Stradare o f St. Matthew Gospei (Studia Evan­ gelica iv, Texte und Unrersuchungen i o z ), Berlin 1968, 47-59. P r o b le m i a p e rti: la s tru ttu ra d el v a n g e lo 19 5 L e s e z i o n i A e A ' d e l l a s t r u t t u r a c o r r i s p o n d o n o a l l a m e s s a in s c e n a e a l l ’ e p i l o g o d e l i a t r a m a n a r r a t i v a , m e n t r e f r a B e B ' si s v o l g e l a t r a m a . Il m o d e l l o s t r u t t u r a l e , le forme, s o n o a l s e r v i z i o d e l r a c c o n t o , il messaggio o trama. C o m e d e v ’ essere v a l u t a t a q u e s t a s t r u t t u r a o r g a n i z z a t a i n t o r n o ai c i n q u e d i ­ sco rsi? Essa è b a s a ta su d ati letterari di g ra n d e evid en za che d o v r a n n o e s s e r e t e n u t i p r e s e n t i p e r c o m p r e n d e r e le s t r u t t u r a d i in d u b b iam e n te Mt. Si è o s s e r ­ v a t o c h e , m e n t r e B a c o n c o l l e g a c i a s c u n d i s c o r s o c o n la s e z i o n e n a r r a t i v a p r e c e ­ d e n t e , a l t r i a u t o r i lo c o l l e g a n o c o n q u e l l a c h e s e g u e . N o i s t e s s i a b b i a m o p o t u t o costatare che p referen ziale l’ i n c l u s i o n e di 4 ,2 3 e 9 ,3 5 stab ilisce c h ia ra m e n te t r a il d i s c o r s o d e l l a m o n t a g n a (5-7) e il r a c c o n t o un rapporto s u c c e s s iv o dei c a p p . 8 e 9 , T u t t o q u e sto in siem e ( 5 -9 ) è tu tta v ia in tim a m e n te c o lle g a to a q u e l c h e s e g u e ( 1 0 1 2 ) , c o m e è s t a t o m e s s o in e v i d e n z a . C i ò s i g n i f i c a c h e , p e r i n d i ­ v i d u a r e p r o g r e s s i v a m e n t e la s t r u t t u r a d e l v a n g e l o , b i s o g n a a d o t t a r e u n m e t o d o flessìb ile, s e n z a im p o r r e s c h e m i t r o p p o rig id i. L a f o r m u l a fissa { 7 ,2 ,8 ; n , i ; 1 3 , 5 3 ; 1 9 , 1 ; 2 6 , 1 ) - c o m e si è s e g n a l a t o i n p r e c e d e n z a - n o n h a u n c a r a t t e r e c o n c l u s i v o m a d i t r a n s i z i o n e , n o n si t r a t t a c i o è d i u n a c e s u r a m a d i u n m e z z o p e r i n s e r i r e il d i s c o r s o n ella tram a n a rra tiv a , co lleg a n d o lo a quel che segue m entre ogni d isc o rso è p ien am en te co n n e sso a quel ch e p reced e. L a d i f f i c o l t i p i ù g r a v e c h e si o p p o n e a q u e s t o s c h e m a , c o s ì c o m ’ è s t a t o p r e s e n ­ t a t o , è c h e e s s o n o n tie n e c o n t o d e l filo d e l la t r a m a n a r r a t i v a . L a r i c e r c a a tu tti 1 c o s t i di u n a s t r u t t u r a l e t t e r a r i a p e r f e t t a p u ò f a r d i m e n t i c a r e c h e M f . p r e s e n t a u n a n a r r a z i o n e c h e c o n fe r is c e al v a n g e lo u n a c o e r e n z a , u n o s v i l u p p o e u n a p r o g r e s s i o ­ ne in tern a ch e n o n risu lta d a u n a d is p o s iz io n e o da u n a s tru ttu ra s im m e tr ic a . 3. Struttura basata sulle form ule di j , j ; 4,27 e i 6 > n G i à n e l s e c o l o s c o r s o a l c u n i a u t o r i a v e v a n o n o t a t o l’ i m p o r t a n z a d e l l ’ e s p r e s s i o n e di 4 , 1 7 e 16 ,2 1: p o ssib ilità che « d a allo ra fo sse qu esta G esù in iz iò ,,.» la c h ia v e (apo tote erxato ho Iesous...). per co gliere la s t r u t t u r a del van g elo La fu s u g g e r i t a d a N . B . S t o n e h o u s e " 1 e s v i l u p p a t a in u n a r t i c o l o d i E . K r e n t z . 16 17 18 9È s t a t o p o i J . D . K i n g s b u r y , l’ a u t o r e a t t u a l m e n t e p i ù p r o l ì f i c o s u M f . , c h e m a g g i o r m e n t e h a s o s t e n u t o q u e s t a o p i n i o n e . 1" U n s u o d i s c e p o l o , D . R . B a u e r , l ’ h a c o n f e r m a t a p a r t e n d o d a u n o s t u d i o d e i p r o c e d i m e n t i l e t t e r a r i p r e s e n t i i n q u e s t o v a n g e l o . iy K in g s b u r y p arte, m e to d o lo g ic a m e n te , d a lla fo r m a d efin itiva del v a n g e lo e n o n d a i m u t a m e n t i e d ito r ia li o p e r a t i su lle fo n ti. R i c o n o s c e , c o m ’è o v v i o , l’e s is te n z a 16 . The Witness of Matthew and Mark to Christ, London 1944, 1 2 9 - 1 3 1 . Secondo F. Neirynck, «Apo tote erxato» and thè Structure of Matthew: ETL 64 (1988) 2,1, il primo autore che propose di dividere in questo modo il vangelo di Matteo fu T. Keim, The History of Jesus of Nazara, London 1876, 7 1 - 7 2 (l’originale tedesco è del 1873}. 1 7 . The Extent of Matthew*s Prologuez JBL 83 (1964) 409-414. 18. Cfr. l’opera citata alla 11. 7. La sua opera successiva, Matthew as a Story, PhiladeJphia 1986, parte dalla stessa idea e la conferma sulla base di uno studio della narratività del vangelo centrata più sulla trama che sulla struttura. 19. Cfr. l’opera citata alla n. 7. 19 6 La d im e n s io n e letteraria d e i c i n q u e d i s c o r s i s e n z a a t t r i b u i r v i un r u o l o d e t e r m i n a n t e p e r la s t r u t t u r a del v a n g e lo . L a c h i a v e è n elle fo r m u le di 4 , 1 7 e 1 6 , 2 1 , in tese c o m e « s o p r a s c r it te » c o n le q u a l i si a p r o n o n u o v e s e z i o n i * c h e p r e s u p p o n g o n o n u o v i s t a d i n e l p r o g r e s ­ s o d e lla n a r r a z i o n e . O c c o r r e in o l t r e te n e r c o n t o , c o m e c o m p l e m e n t o , di 1 , 1 c h e è u n a « s o p ra s c r itta » per 1 , 1 - 4 , 1 6 . C o s ì K in g s b u r y p r o p o n e di s u d d iv id e te l’o p e ­ Mt. r a di La in t r e g r a n d i p a r t i ; 1. 1,1-4 ,16 L a p e r s o n a di G e s ù m e s s i a . 2. 4 ,17 -16 ,2 0 L a p r o c la m a z io n e di G e s ù m essia. 3. 16 ,2 1 L a s o f f e r e n z a , la m o r t e e la r i s u r r e z i o n e d i G e s ù m e s s i a . sezio n e 1 2 8 ,2 0 presenta figlio di D io nel (4 ,2 3 -2 5 ; 9 ,3 5 ; la p e r s o n a d i G e s ù e c u l m i n a c o n b a ttesim o (3 ,17 ). La sezion e la p r o c l a m a z i o n e del z è stru ttu rata da tre s o m m a r i r r , i ) e a t t r a v e r s a t a d a u n a p r o g r e s s i o n e l o g i c a , c u l m i n a n t e nella p r o f e s s i o n e d ì f e d e di P i e t r o d i 1 6 , 1 3 - 2 0 . L a s e z i o n e a n n u n c i d ella p a s s io n e ( 1 6 , 2 1 ; 17 ,2 2 -2 3 ; m o r t e e, s o p r a t t u t t o , nel m a n d a t o 2 0 ,17 -19 ) 3 è c o n tr a s s e g n a ta d a i tie e c u lm in a n ella p a ssio n e e fin ale di z 8 , 1 6 - 2 0 . Q u e s t a s t r u t t u r a s o t t o lin e a l’ a s p e tto n a r r a t i v o del v a n g e l o e m e tte in e v id e n z a lo s v i lu p p o del raccon to. D ì conseguenza K in g s b u r y ritien e c h e , d a l p u n to dì v is t a t e o l o g i c o , P a s s e d e l v a n g e l o sia c r i s t o l o g i c o ; p iù p r e c i s a m e n t e : u n a c r i s t o ­ lo g ia f o n d a t a s u G e s ù c o m e figlio di D io (3,17; 1 6 , 1 6 ; 2 7 , 4 0 . 5 4 ; 2 8 ,1 9 ) . Q u esta p r o p o s t a d ' i n t e r p r e t a z i o n e d e l v a n g e l o di M a t t e o g o d e a t t u a l m e n t e d i u n a m p i a acco g lie n z a. Ognuna d elle s t r u t t u r e m e n z io n a t e h a u n a b a s e o g g e t t i v a e , s e p p u r e in d i v e rs a m isu ra , c o m ’è o v v io , 1 p ro p ri p re gi. C ia s c u n a o ffre una c h ia v e di lettura ma nessuna esa u risce tu tte le p r o s p e t t i v e del v a n g e lo . Esse sono criticab ili p r o p r i o p e r c h é c e r c a n o d ì r i n c h i u d e r e P o p e r a in u n a s t r u t t u r a , l a s c i a n d o s e m ­ p r e in d i s p a r t e q u a l c h e a s p e t t o : « N e l l a r i c e r c a d e l l a s t r u t t u r a d i p r o p o s t i m o d e lli di c o m p o s iz io n e d iversi e a lte rn a tiv i m a i m p o r s i c o m e il m o d e l l o a d o t t a t o c o s c i e n t e m e n t e d a Mt. Mt. s o n o stati n essu n o ha potu to per P o rg an Ì2za zio n e d e i p r o p r i m a t e r i a l i . Q u a n t o p i ù e l a b o r a t a e s i m m e t r i c a è la s t r u t t u r a sta, tan to - r m a teria le » . m a g g io ri d iffico ltà essa in co n tra nel rendere rag io n e di propo lu tto il 1 0 Tu u n ’ o p e r a u n i t a r i a e c o e r e n t e c o m e Mt. è n o r m a l e c h e si p o s s a n o s t a b i l i r e r a p p o r t i in te rn i tra i te sti c h e la c o m p o n g o n o . P r o p r i o p e r q u e s t o è n e c e s s a r i a m o l t a c a u t e l a e n o n b i s o g n a t r a s f o r m a r e u n a d e t e r m i n a t a r e t e di r a p p o r t i n e lla s t r u t t u r a c h e d e v e d a r e r a g i o n e di t u t t o l 'i n s i e m e . U n ’ o p e r a n a r r a t i v a n o n è m a i c o m p l e t a m e n t e s i s t e m a t i c a . U n a t r a m a n a r r a t i v a n o n si c o g l i e s o l o s u l l a b a s e di in d izi letterari e di figu re re to ric h e ; p a r la n d o di s t r u t t u r a è q u in d i necessario i n t e n d e r l a in U n s e n s o m o l t o d u t t i l e . È un g l a n d e m e rito di K i n g s b u r y l’ a v e r in sistito su! c a r a t t e r e n a r r a t i v o d i Mt. e di a v e r lo s tu d ia to c o n u n a m e t o d o lo g ia letteraria p e rtin e n te . M a l ’im p o r t a n z a a t t r i b u i t a a 4 , 1 7 e a 1 6 , 2 1 p e r i n t e n d e r e la t r a m a è e c c e s s i v a . In p a r t i c o l a r e m o k i autori hanno so tto lin ea to che non è giu stificato dal punto di vista letterario i n t e r r o m p e r e il l e s t o in 1 6 , 2 1 , c o m e s e m q u e s t o p a s s o a v e s s e i n i z i o u n a n u o v a 20, R.T, Plance, vp. c/'f., 153 Bibliografia 19 7 fase del racconto. 1 6 , 1 3 - 2 , 8 è una pericope u n ita ria :'1 presenta rapporti chiari e oggettivi tra la professione di fede di Pietro nel v. r é e il suo tergiversare a! v. z z , tra Paffermazìone positiva di Gesù su Pietro ai vv. 1 7 - 1 9 e il suo giudizio negativo ai vv. i2.-2.3- «Una suddivisione del vangelo che impedisca di leggere questa sezione come ima sequenza continua sicuramente non rispetta J intento drammatico di M * , » . 11 L ’ interpretazione narrativa e cristologica di Kingsbury evidenzia una realtà molto importante ma non rende ragione di tutta la complessità del vangelo. In effetti questo autore e la monografia di Bauer non riconoscono sufficiente im por­ tanza ai discorsi e, di conseguenza, nemmeno all’ ecclesiologia. La soluzione migliore, quando si deve intraprendere lo studio del vangelo, consiste nel conoscere le proposte fondamentali sulla struttura e compiere un’in­ tegrazione delle chiavi interpretative piu efficaci. Avere presenti i dati letterari più evidenti (discorsi, geografia, legami letterari) e correlare i diversi fili ideologici/teologici che attraversano la trama (narrazione) e la sua interpretazione (discorsi e preoccupazione ecclesiale sottesa alla narrazione). V L RIBLIOCJRAFIÀ In izia m o co n la s e g n a la z io n e di d u e c o m m e n t i a m p i e b e n L*évangile selon Saint M atthieu, N e u c h à t e l *19 7 0 ; S . M ateo, 2, v o i ! . , B a r c e l o n a 1 9 8 0 . Q u e s t ’ u l t i m o è I. G o m à , fatti: P . Bonnard, E l evangelio segun un co m m e n to strao rd in a rio , i n d u b b i a m e n t e il m i g l i o r e t r a 1 c o m m e n t i e v a n g e l i c i i n l i n g u a s p a g n o l a . M o l t o Vangelo secondo Matteo, z v o l i . , R o m a 1 9 6 4 ­ 1 9 6 8 ; f J . M a c K e n 2 Ì e , Il vangelo secondo M atteo , i n G ran de Com m entario B ìb lico , B r e s c i a 1 9 7 3 , 8 9 9 - 9 6 8 ; H . T r o a d e c , L'EvatigUe selon Saint M attm eu , P a r i s 1 9 6 3 ; J . M a t e o s e F . C a m a c h o , / / Vangelo di M atteo. Lettura com m entata , p iu se m p lici s o n o W . T rillin g , A s s is i 1 9 8 6 . U n ’ o p e r a p iù a m p ia e di b u o n a fa ttu r a , m a in v e c c h ia t a , è J. S c h m id , U evan gelo secondo M atteo , A ltre M atteo , tre B rescia o p ere co m p le m en tari: Padova 1957. B, R iga u x, Testim onianza del Vangelo di 1 9 6 9 . È p i ù di u n ’ i n t r o d u z i o n e m a m e n o d i u n c o m m e n t o : u n a p r e s e n t a z io n e letteraria e t e o lo g ic a m o l t o utile. B . M a g g i o n i , A ssisi 1 9 8 1 G u ija rro , Il racconto di Matteo, è u n a l e t t u r a c o n t i n u a t a d i t u t t o il v a n g e l o , s e m p l i c e e b e n f a t t a . S . Evangelio segun à\ M ateo , Salam an ca t r a d u z i o n e del v a n g e l o c o n u n c o m m e n t o 1989 è una recen te, buona, b r e v e m a utile e r i g o r o s o . U n a p p r o c c i o e s e g e t ic o più c a r a t t e r i z z a t o d a u n a p r io r it à o m i l e t i c a q u a li f i c a il c o m m e n t o d i J H R a d e r m a l c e r s , gna Lettura pastorale del Vangelo di M atteo, B o lo ­ 1974. M t .: G . S L a n t o n , The O rigin and Purpose of M atthew 's GospeL Matthean Scholarship from 1 9 4 5 - to 19 8 0 , i n A N R W u , 1 5 . 3 , 1 8 9 0 - 1 9 5 1 : si t r a t t a d i u n a r a s s e g n a c h e D u e la v o r i p r e s e n t a n o u n a p a n o r a m i c a d e lla r ic e r c a m o d e r n a su presen ta an ch e alcu n e e q u ilib rate v a lu ta z io n i p e rso n a li d e ll’a u to re ; R .T . F ra n ce , z i. R. Àguirre, Vedrò en el evangelio de Mateo, in R. Agnirre (ed.), Fedro ett la ìglesia primitiva, Estella 1.991, 43-59, 1 2 . R.T. France, op. c i t ijz . 198 L a d im e n sio n e letteraria M atthew . Evangehst and Teacher , Exeter 1989: a n i p i a e s p o s i z i o n e d i tu tti gli a s p e tti d e lla r i c e r c a c o n o p in io n i p e r s o n a li c h e n o n t e m o n o di c o n t r a p p o r s i agli stereotip i ab itu ali. G. S ta n to n , in o ltre, ha racco lto e trad otto a rtico li di d iv e rsi a u t o r i, fo n d a m e n ta li n ella ric e rc a su o f M atthew , in i n g l e s e o t t o M t.: The Interpretation P h i l a d c l p h i a L o n d o n 1 9 8 3 . Q u e s t e u lt im e tre o p e r e s o n o u tilissim e . N e g l i a n n i ’ 8 o h a n n o v i s t o la lu c e m o l t i i m p o r t a n t i c o m m e n t i s c ie n tific i a R .H . G undry, G rand M atthew; a Commentar# on ih s Literary and Theologìcal A rt , R a p id s, M ic h . 19 8 2 .. The G o sp el accordine to Saint M atthew. An Introduction and Com m entar# , L e i c e s t e r 1 9 8 5 * . D . D a v i e s - D . C . A l l i s o n , The G ospel according to Saint M atthew , v o i . 1 R .T . W Mt.: France, (capp. i-v n ), E d in b u rg h J , G n i l k a , // U. Luz, D ds 5-13, 1988. vangelo di M atteo , z v o l L , B r e s c i a 1 9 9 0 - 1 9 9 1 . Evangeltum nach Matthaus, 1 . T e i l b a n d : Mt. i - j N eu k irch e n . z . 7 'e ilb a n d : Mt, 1985-T990. Das Evangelium nach Matthàus, R e g e n s b i u g 1 9 8 6 . S c h n a c k e n b u r g , M atthdusevangehum 1 , 1 - 1 6 , 2 0 , W ù r z b u r g M atthàusevangelìum 1 6 ,2 1 - 2 8 ,2 0 , W i i r z b u r g 1 9 8 7 . A. Sand, R. 1985; id em , N e l l e n o t e si r i n v i a a q u e s t a b i b l i o g r a f ì a c o n il s o l o n o m e d e l l ’ a u t o r e ( i n s i e m e al titolo autore). in lo rm a ab b revia ta quando vengano citate p iù o p e re di u n o stesso Capitolo v i i La dimensione teologica Verranno qui sviluppati i principali filoni teologici dì M t. via via ri evati dallo studio letterario. In questi ultimi anni si è vista una fìorirura di lavori sulla prospettiva teologica di M t., dovuti ad autori che si ri­ chiamano al metodo della critica della redazione. I. IL RIFIUTO D*ISRÀELE E LA CH IESA C R IST IA N A Il rapporto con il giudaismo fu un problema fondamentale nella chiesa prim itiva ed è riflesso in quasi tutti gli scritti del N uovo Testamento. Ciò è vero in modo particolare per Mt. In questo vangelo troviamo una situazione assolutamente paradossale: si tratta del vangelo più giudaico per l temi trattati, per la cultura di cui è impregnato, per le espressioni usate e per lo stile, e tuttavia, allo stesso tempo, contiene la polemica antigiudaica piò dura di tutto il N uovo Testamento. Lo si andrà veden­ do e spiegando, ma fin d ’ora è da premettere che esso è un vangelo giudeocristiano aperto ai gentili. i . Il messia inviato a Israele Mt■« sottolinea che Gesù è il messia inviato al popolo d ’Israele. Le gene­ alogie lo legano a Davide e ad Àbram o ( 1 ,1 ) , diversamente da Le. che lo mette in rapporto con tutto il genere umano (3,38). L ’infanzia di M ose e d ’Israele servono a interpretare le origini di Gesù nei primi due capitoli, caratterizzati inoltre da una m etodologia di chiaro slampo giu­ daico (tecnica derashica o midrashica). Si afferm a ripetutamente che Gesù è il figlio di Davide ( i ji .1 7 .z o ) e che, perciò, è il messia d Israele (2,6). In Mt. si trovano due detti di Gesù molto particolaristi che lim i­ tano il suo ministero e quello dei discepoli, durante la sua vita pubblica, a Israele ( io ,6; 15 ,2 4 ). Conosciam o già le citazioni di adempimento delle Scritture, tipiche di Mt. Esse evidenziano il desiderio di presentare Gesù alla luce dell’Antico Testam ento, come compimento di quest’ultimo. A fare da sfondo a questa volontà teologica sta Timportanza della 20 0 La dimensione teologica problem atica propriamente giudaica delle opere dì pietà giudaiche ( 6 ,1­ 1 8 ); e ancora dei problemi legali e d’mterpretazione della legge ( 5 ,1 7 ­ 48; 15 ). Mt. impiega un vocabolario e alcune espressioni tipicamente semitiche: legare e sciogliere ( 16 ,19 ; 18 ,18 ) , la citta santa (4,5; 27 ,5 3), la geenna (2 3 ,3 3 ), <<né la carne né il sangue te l'hanno rivelato» ( 16 ,17 ) , regno dei cieli (e non regno di Dio), «le tenebre esteriori», «là sarà pianto e stridore di denti» (cfr. sotto, vi). Egli dà prova di conoscere le usanze giudaiche: 1 5 , 1 - 2 dà per scontato quel che Me. 7,3-4 deve spie­ gare, le opere di pietà tipiche del giudaismo ( 6 ,1- 18 ) , mettere i fìiatteri (23,5), il desiderio di conquistare proseliti (2 3 ,15 ) , il pagamento della decima (23,23), la distinzione tra comandamenti piccoli e grandi (5 ,19 ), forse la controversia scolastica su «ogni causa di divorzio» (19 ,3). Dal punro di vista teologico e culturale il vangelo di M t. è profondamente radicato nel giudaismo. 1 . Il messia rifiutato Mt. sottolinea anche che Israele respinge il messia che gh è stato inviato. Già in 2 ,1 - 1 2 si adom bra non solo la malvagità di Erode ma anche Patteggiamento negativo di «tutta Gerusalemme» (2,3) e dei dirigenti del giudaismo, nonostante abbiano la sacra Scrittura (2,4-5). In vane occasioni si coglie una certa differenza tra Patteggiamento del popolo e quello delle autorità giudaiche ( 9 , 3 3 - 3 4 ; 12 ,2 3 - 2 4 ; 2 1,4 5 -4 6 ; 26,4-5). Tuttavia questa distinzione diviene sempre meno importante e M t. afferma che fu il popolo ebraico come tale a rifiutare il messia. Nei capp. 1 1 e 1 2 si trova una dura polemica di Gesù contro «questa gene­ razione malvagia e adultera» ( 12 ,3 9 .4 1.4 5 ) che si oppone a Gesù come già si oppose al Battista ( 1 1 , 1 6 ss.); con questa espressione Gesù attacca non solo Gerusalemme (23,36) ma anche le città della Galilea in cui ha svolto il proprio ministero (i i , z i ). Le tre parabole di 2 1,2 8 - 2 2 ,14 sono state particolarm ente rielaborate dal punto di vista redazionale e vi si incontra un versetto centrale, presente nel solo M t «vi sarà tolto il regno di D io e sarà dato a un popolo (etbnei) che Io farà fruLtare» (2 1,4 3 ), Questa è la conseguenza dei rifiuto del figlio unigenito, cui tocca il destino di tutti gli altri inviati di Dio. Non si sostiene Popposizione tra giudei e gentili, ma tra Israele e il nuovo popolo di Dio. Evidentemente Mt. pensa alla chiesa cristiana. Il testo della comparizione di Gesù di fronte a Pilato (2 7 ,15 -2 6 ) è particolarmente significativo per questo tema. Tra l’ altro si trova qui (vv. 24-25) il fam oso dettaglio presente soltanto in M t.: mentre Pilato si lava le mani proclam ando la propria innocenza, «tutto il popolo (pas ho laos) disse: il sangue di costui ricada su di noi e sui nostri figli» (cfr. L e v . Il rifiuto d’Israele e la chiesa cristiana 2 ,0 1 20,9; Deut. 1 9 ,1 0 ; G io s. 2 ,19 ; 2 Sam. 1 ,1 6 ) . M t. non impiega la parola ochlos (folla) bensì laos7 designazione tecnica d’Israele come popolo eletto. L ’ostinazione nel rifiutare Gesù è tale da perdurare anche dopo la sua morte. Questo è ciò che vogliono mettere in risalto le due pericopi, tra loro collegate, di 27,62-66 e 2 8 , 1 1 - 1 5 . L a seconda si conclude con l’osservazione che la diceria del trafugamento del cadavere di Gesù da parte dei discepoli «si è diffusa tra i giudei fino a oggi» (2 8 ,15 ). Israele si è trasform ato nei «giudei», espressione probabilmente dispregiativa, certamente polemica, come si vede a piu riprese nel vangelo di Giovanni. 3. Il nuovo popolo di D io C ’è ora un nuovo popolo di D io, aperto a tutte le nazioni, senza discri­ minazioni tra giudei e gentili. Viene solennemente proclam ato in 2 8 ,1 6 ­ 20. Questo nuovo popolo è fondato su ll’accettazione di Gesù, sulla fede in lui e sulla messa in pratica dei suoi insegnamenti, cioè sul portare buoni fruiti. Esso è aperto a tutte le genti (pania ta ethne). Questo universalismo mette fine alla situazione privilegiata d ’Israele ma non esclude assolutamente i giudei. Già in 2 1,4 3 Sl afferm a che la com parsa di questo nuovo popolo è una conseguenza del rifiuto da parte dell’ antico. Questo universalismo, proclam ato program m aticam ente nel finale, viene continuamente annunciato nel corso di tutto il vangelo. G ià nella genealogia Gesù veniva collegato ad Abram o ( 1 ,1 ) . N e ll’episodio dei magi di 2 , 1 - 1 2 si annuncia l’ apertura ai pagani e l’ adesione da parte di questi. In 8 ,1 0 - 12 viene contrapposto il destino dei figli del regno a quello di molti pagani: questi ultimi sederanno con i patriarchi nel regno dei cieli. Nel cap, io è prevista la missione in ambienti giudaici ( 10 ,17 .2 3 ) ma anche pagani (10 ,18 ) . In 2 4 ,14 si pensa all’annuncio del vangelo in tutto il mondo. 4. L a polem ica antigiudaìca N el capitolo seguente (111,3) vengono presentate le diverse interpretazio­ ni proposte per la polemica antigiudaica di Mt. Alcuni considerano Mt. un giudeocristiano palestinese che sostiene una controversia intra muros all’interno del giudaismo; altri lo considerano un etnicocristiano per il quale il conflitto con il giudaismo è soltanto un ricordo del passato. L ’ opinione più comune, e più probabile, è che la polem ica antigiudaica viene condotta perché la comunità di Mt. è giudeocristiana (anche se vi si trovano etnicocristiani); per essa era urgente una delimitazione rispetto 2 0 2 L a d im e n sio n e teo lo gica . al giudaismo di stam po farisaico, che s’impose dopo l'anno 70. Si tratta probabilmente di un gmdeocristianesimo con un’ importante com po­ nente ellenista, a giudicare dallo stile letterario e dall'im piego dei L X X . Si è spesso accusato Mt. di antigiudaismo e, in effetti, l’espressione di 27,2,5 è stata alPorigme di malaugurati tentativi di legittimazione teolo­ gica dell’antisemitismo. Anzitutto e ovvio che, dal punto di vista storico, è assurdo incolpare tutti gli ebrei di allora, e tanto meno quelli delle generazioni successive, della morte di Gesù. L ’espressione matteana, di derivazione veterotestam entaria, va intesa nel contesto di una forte polemica sociologica e teologica tra la sinagoga e la chiesa di M t., in cui abbondarono da entrambe le parti le parole pesanti. Bisogna soprattut­ to tenere presente che la polemica con Israele, più che in se stessa, interessa Mt. per avvisare la chiesa di quel che pure a essa può succede­ re. Lo stesso durissimo cap. 23 ha come destinatari la gente e i discepoli (v. 1), perché 1 pesanti rimproveri agli scribi e ai farisei sono un avver­ timento attuale alla comunità cristiana (piu chiaro in 2 3 ,8 -12 ). Né si può dimenticare che per Mt. la fine delle prerogative salvifiche d ’Israele come unità etnica mantiene gli ebrei su di un piano di eguaglianza rispetto alle altre genti davanti al regno di Dio annunciato da Gesù. Certamente Gesù annuncia la fine d ’Israele come popolo di Dio. Non pare certa I affermazione secondo cui per Mt. la chiesa è il «nuovo Israele», perché c ’è una grande differenza tra l’Israele etnico e la chiesa, aperta universalmente e definita dalla novità del rapporto con Gesù. Né sembra corretto definire la chiesa di Mt. come il «vero Israele» (Trilling), come se l’Israele etnico fosse stato falso. D ’ altra parte è vero che Mt. afferma non solo la rottura ma anche la continuità della chiesa rispetto a Israele. Di fatto questo è Punico vangelo che usa il termine ekklesia, traduzione delParamaico q a h a l , che indicava l’assemblea reli­ giosa del popolo d’Israele. 1 problemi tra giudaism o e cristianesimo vengono spesso discussi appassionatamente e sono profondamente influenzati dalla storia poste­ riore, sovente tragica. Non credo sia corretto pretendere da Mt. ulteriori conclusioni su questo argomento. A differenza di Paolo, Mt. non si preoccupa di elaborare una teologia su Israele, sulla sua elezione e sul futuro del suo rapporto con D io. II. GESÙ C R IST O 1 . Messia e figlio di D avide Il primo titolo di Gesù è messia (chrtstos) ( 1 ,1 ) , designazione che viene ripetuta diverse volte a ll’inizio del vangelo ( 1 ,1 6 .1 7 .1 8 ) . Corrisponde a una preoccupazione fondamentale di questa sezione introduttiva: pre- Gesù Cristo 20 3 sentare Gesù come il messìa inviato a Israele e come il compimento delle promesse. Questo titolo, tuttavia, ricorre poco nel resto dell’opera ( n , i 3; 1 6 ,1 6 ; 26,63). Tale designazione di Gesù è corretta ma insufficiente e piena di ambiguità. Quando Gesù la introduce in una discussione è per criticare il messianismo di semplice filiazione davidica (2 2 ,4 1-4 5 ). Gesù usa questo titolo solo in un’occasione ma in modo un poco enigmatico, alla terza persona, anche se non c è dubbio che si riferisce a se stesso (2 3 ,10 ). M£., inoltre, mette suiravviso contro gli usurpatori che si arro­ gano questa funzione (24 ,5.23). Nella sezione introduttiva, insieme alla designazione messianica, è importante la discendenza davidica di Gesù. Lo si è già visto ( 1 ,1 .6 .1 7 .2 0 ; 2,6). Mt. è il testo del N uovo Testamento che impiega più spesso l’espres­ sione figlio di Davide; delle nove volte in cui compare, sette sono state inserite redazionalmente da lui. Questo titolo è usato dalla gente che acclama Gesù (2 1,9 . r 5), mentre le autorità lo respingono ( 2 1 ,1 5 - 1 6 ) ; anche la moltitudine lo usa, rea­ gendo positivamente di fronte alla sua potenza ( 12 ,2 3 ); in particolare sì ritrova sulle labbra di coloro che ricorrono a Gesù confidando nella sua potenza, implorandone la misericordia e considerandolo allo stesso tem­ po Signore (9,27-28; 15 ,2 2 ,2 5 ; 20 ,30 -33). Anche in 1 1 ,2 - 6 le opere del messìa sono opere di misericordia e potenza salvifica, il che non corri­ spondeva all’attesa messianica giudaica tradizionale. L ’ uso del titolo di figlio di Davide conferma il carattere gjudeocnstiano di Mt. Eppure - come del resto quello di messìa, cui è strettamente legato - è profondamente ambiguo. Mt. cerca di evitare interpretazioni trionfalistiche e puramente umane di questi titoli. In 2 2 ,4 1-4 5 non si dice che Gesù non è il messia, bensì che è più di questo. Si suggerisce che Signore e figlio di Dio sono categorie più adatte a esprimere il significato della persona di Gesù. 2. Figlio di Dio È il titolo più importante di Gesù ma, soprattutto, è il mistero profondo della sua persona. NelPintroduzione (1,1- 4 ,2 2 ) la presentazione p ro ­ grammatica e progressiva di Gesù è molto elaborata. Egli è il figlio di Davide e il figlio di Abram o, nel quale si compiono le promesse m essia­ niche e la benedizione universale, ma egli è, prima di tutto, il figlio di Dio (2 ,15 ) che compie il destino d ’Israele e sarà proclam ato figlio dal Padre (3 ,17 ). Probabilmente questo aspetto è collegato per Mt. al con­ cepimento di Gesù da una vergine per la forza dello Spirito (1,2 0 -2 2 ). La voce dal cielo giungerà a proclam arlo figlio di D io all’inizio della parte più ardua della sua missione (17 ,5 ). 2 ,0 4 L a d im e n sio n e teo lo gica A differenza di Me. la professione della filiazione divina non è riser­ vata alla fine del vangelo (Me. 15 ,3 9 ). In un Lesto che lascia intravedere la professione di fede della chiesa, i discepoli lo riconoscono come figlio di Dio ( 14 ,3 3 ). Questa è anche la professione di fede di Pietro ( 16 ,16 ) , che non può avvenire senza una rivelazione divina (3 6 ,17 ). Nel racconto della passione si trova un testo molto importante ( 17 , 3 9 ­ 4 3; particolarmente utile la comparazione con Me. 15,29-32.). Gesù sulla croce è tentato tre volte e sempre nella sua qualità di figlio di Dio: «... salva te stesso se sei figlio di D /o, e scendi dalla croce... 1 la confidato in Dio, lo salvi ora, se è vero che lo ama; infatti ha detto io sono figlio di D io. Allo stesso modo i ladroni crocifissi insieme a lui lo schernivano». Gesù non si rivela hgho di Dio con una dimostrazione di potenza che lo faccia scendere dalla croce; al contrario: egli si rivela come tale pro­ prio accettando la croce in conseguenza della sua fedeltà al disegno del Padre. II problema qui è in che modo Gesù è figlio di Dio. Queste tre tentazioni finali rivelano uno stretto rapporto con le tre tentazioni ini­ ziali ( 4 ,1 - 1 1 ) . Anche là Gesù, recentemente proclam ato figlio di D io nel battesimo, è tentato dal diavolo perché usi questa filiazione con una dimostrazione di potenza a proprio vantaggio («Se sei figlio di Dio, di1 che queste pietre... se sei figlio di D io, gettati di so tto...»). M a Gesù si rivela figlio di D io accettando la condizione umana e mantenendosi pienamente fedele alla voiontà di D io, suo Padre. L’ atteggiamento di Gesù sulla croce trova la risposta del Padre: le tenebre su tutta la terra, ia rottura del velo de! tempio, alcuni fenomeni cosmici e la risurrezione di un gran numero di m orti (2 7 ,4 5 .5 1-5 3 ). Viene così sottolineato plasticamente il valore e il significato escatoiogico della morte e della risurrezione di Gesù. Alcuni pagani osservano tutto ciò e ne danno Pinterpretazione corretta: «Veramente quest uomo era figlio di Dio» (27,54). Insemina, i suoi denigratori non prevalgono (27,40-43) perché alla fine, grazie alla potenza di Dio, viene professata la filiazione divina di Gesù. Nel grande testo finale (28 ,16 -20 ), in cui convergono le linee teologi­ che del vangelo, Gesù viene proclam ato figlio di Dio. Già in 1 1 , 2 7 Gesù afferm ava che «tutto gli é stato affidato» dal Padre e tra lui, come figlio, e il Padre c’ era una conoscenza vicendevole e profonda. Un altro dato letterario conferma l'importanza della presentazione matteana di Gesù come figlio di Dio: Mt. è il vangelo sinottico che parla più spesso di Dio come Padre e, soprattutto, quello in cui Gesù parla piu spesso di Dìo come di mio Padre, suggerendo il proprio rapporto particolare con Dio (in M e. mai; in Le. 4 volte: 2,49; 10 ,2 2 ; 22 ,2 9 ; 24,49; in ML t 8 volte: 7 ,2 1 ; 1 0 ,3 2 .3 3 ; 1 1 , 2 7 ; 12 ,5 0 ; 1 5 , 1 3 ; 1 6 ,1 7 ; 1 8 ,1 0 .1 4 .1 9 , 3 5 ; 2 0 ,2 3; Gesù Cristo 20 5 2-5>34-4I ; 2 6 ,2 9 .39 .4 2 .5 3). D i conseguenza anche i discepoli, che si definiscono in rapporto a Gesù, sono figli di Dio (5,9), figli del Padre (5,45) e Dio è loro Padre ( 6 ,1.4 .6 .8 ,9 .14 .15 .18 .2 6 .3 2 ; 10 ,2 0 .2 9 ). M t. sottolinea l’obbedienza di Gesù alla volontà del Padre non solo quando compare il titolo di figlio di Dio, ma anche in altri passi. Nel Padrenostro s’ incontra una richiesta assente in Le.: «sia fatta la tua volontà» (6 ,10 ; div. Le. 1 1 ,2 ) . A l Getsemani Gesù ripete per due volte questa preghiera: «Passi da me questo calice, però non sia fatta la mia volontà ma la tua» (26 ,39 .4 2. Al v. 42 Mt. riporta la richiesta di 6 ,10 . N on ha parallelo in Me. 14 ,3 6 ). N ella narrazione della passione Mt, sottolinea particolarmente che il destino di Gesù è il libero abbandono al Padre (2 6 ,1-2 .50 -54 ). 3. Signore M t. segue l’ uso dei L X X , in cui il Signore (ho kyrtos) è il nome di D io, di solito incitazioni e allusioni all’Antico Testamento (1,2 0 .2 2 ; 2 , 1 3 . 1 5 ecc.). Tipica di Mt. è, invece, la frequenza con cui diversi personaggi, rivolgendosi a Gesù, lo invocano come Signore. Q uest’espressione si trova al vocativo, sempre in un contesto di rispetto, di richiesta d'aiuto e di fede. N on ricorre mai sulle labbra degli avversari né come designa­ zione narrativa in terza persona. Gesù è interpellato come Signore dai discepoli (8 ,2 1.2 5 ; 26 ,22), da Pietro (14 ,2 8 .3 0 ; 16 ,2 2 ; 17 ,4 ) e da quanti ricorrono a lui fiduciosi che possa curarli: i due ciechi (9,28; al v. 26 c’è un riferimento al figlio di Davide); il centurione credente (8,2,6.8); la cananea credente ( 15 ,2 2 .2 5 .2 7 , insieme a figlio di Davide). Degno di particolare nota è che i discepoli non si rivolgono mai a Gesù chiamandolo «maestro», parola che compare sulle labbra dei suoi avversari. (Si può comparare Mt. 8,25 con M e. 4,38 e Le. 8,24; cfr. Mt. 8 ,1 9 .2 1 e paragonare con Le. 9 ,59 ; Mt. 2 2 ,3 6 e Me. 12 ,2 8 ). Il tono di rispetto, fiducia e autorità è presente nell’ invocazione di Signore/£ynos. Qualche volta si trova nel contesto del giudizio finale e della venuta di Gesù: «molti quel giorno mi diranno ‘Signore, Signore’ ....» (7 ,2 1-2 2 ; cfr. 2 .5 ,11; 2.5,37.44). A ll’epoca di cui ci occupiam o, Signore poteva essere la semplice designazione onorifica di un m aestro o di una persona importante. M a la sua applicazione a Gesù significa molto di più: è un’invocazione a Gesù risorto. Signore presente e operante con potenza nella chiesa e che un giorno si manifesterà nella gloria come giudice definitivo. Sarebbe eccessivo dire che Mt. applica a Gesù il titolo divino ho kyrìos dei L X X , ma probabilmente non passava inosservato ai suoi lettori che la stessa parola greca era usata per entrambi. 4. «D io con n o i» Evidentemente l’ inclusione letteraria che ingloba tutto il vangelo ( 1 ,2 3 ­ 28,20) è canea d'im portanza teologica. È stato giustamente osservato che ci si trova di fronte a una reinterpretazione cristologica della form u­ la dell'alleanza deirÀ ntico Testamento. Per Mz., in Gesù si compie la presenza di Dio in mezzo al suo popolo e, di conseguenza, questo nuovo popolo si caratterizza per il suo rapporto con Gesù. Questo tema è importante e vi ritorneremo. In r8,zo Gesù fonda l’autorità della comunità e l’efficacia della sua preghiera con la promessa che «dove due o più sono riuniti nel mio nome, là io sono in mezzo a loto (ekei eirnì en mesa au ton)». Gesù, che per la sua nascita umana era «Dio con noi», continua a svolgere questo ruolo al di là della sua vita terrena. Se il detto di 18 ,2 0 va inteso alla luce della massima rabbinica «se due stanno insieme, occupati nelle parole della legge, la Shekina abita tra loro» (Abot 3,2), le implicazioni cristo­ logiche sono immense, perche Gesù prende il posto della Shekina. Luca racconta alla fine del suo vangelo (2 4 ,5 0 -5 1) e all’ inizio degli A tti (1,9) l'ascensione di Gesù al cielo. Ciò segnala la differenza tra il tempo caratterizzato dalla presenza di Gesù con i suoi e il tempo della chiesa, in cui Gesù non è presente ed è lo Spirito ad agire. Secondo M/., dal punto di vista cristologieo non c'è distinzione tra il tempo di Gesù e il tempo della chiesa; è una sola epoca della storia della salvezza caratterizzata dalla presenza del Signore in mezzo ai suoi. M t non dice che Gesù è Dio, ma parla in modo tale da suggerire la sua particolare appartenenza alla sfera della divinità. In 9,2 viene accu­ sato di bestemmia per la sua pretesa di perdonare i peccati, che egli non rinnega affatto. In 1 1 ,2 8 - 3 0 Gesù invita a venire a sé e ad accettare il suo giogo con un linguaggio che sembra conferirgli il ruolo della sapien­ za divina, il che implica un’importante suggestione cristologica, perche la personificazione poetica della sapienza divina nel pensiero giudaico è un modo di parlare di D io in rapporto con il mondo, Nelle richieste indirizzate ai suoi seguaci (10 ,3 7 -3 9 ) e nel fatto che il destino dell'uom o dipende dal suo rapporto con lui (7 ,2 1-2 3 ), Gesù rivela un’ autorità sovrum ana. In 1 1 , 2 7 viene afferm ato un rapporto particolare e unico con D io ed è questa la radice più profonda del titolo di figlio di Dio. Una serie di riferimenti matteani all’Antico Testamento evidenziano la straordinaria dignità e potenza di Gesù. Alle autorità che protestano perché i bambini salutano Gesti al grido di «Osanna al figlio di Davide» ( 2 1 ,1 5 - 1 6 ) , egli risponde aran do il S a i 8,2, che si riferisce alla lode tributata dai bambini al Creatore. In 2 4 ,35 Gesù dichiara la validità Teologìa della storia 207 permanente delle sue parole, in un modo che ricorda quanto Is, 40,8 dice della parola di Dio, 5. Il figlio delV uom o' L ’origine di questo titolo è estremamente complessa e qui ci si occuperà soltanto dell’ uso redazionale di Mt. N ei sinottici ci sono tre classi di detti sul figlio dell’uomo: quelli che si riferiscono al ministero terreno di Gesù (Mi. 8,20), quelli collegati alla sua passione e morte ( 17 ,2 2 ; 2 0 ,18 ; 26,2) e quelli che parlano della parusia del figlio dell’ uomo. Tutti questi detti si trovano sulle labbra di Gesù, come autodesignazione: Solo in M t. si parla dei regno del figlio delVuomo ( 1 3 ,4 1 ; 16 ,2 8 ; 19 ,2 8 ; 2 5 ,3 1- 3 4 ; cfr. 2 0 ,2 1: il regno di Gesù). In Mt, si parla dei suoi angeli (del figlio dell’ uomo: 1 3 , 4 1 ; 16 ,2 7 ; 2,4^31 ) 5 laddove M e, si riferi­ sce agli angeli inviati dal figlio dell’ uomo (8,38; 13 ,2 7 ) , mentre Le, parla degli angeli di Dio (12,8-9 ). H tratto caratteristico di Mt. sono i detti sul figlio dell’uomo futuro in qualità di giudice. N ella maggior parte dei casi è indubbio il riferimento a Dan. 7 ,1 3 - 1 4 non solo per il titolo ma anche per la presenza di altri elementi (le nubi, i cieli, il venire, la gloria, il regno e il giudizio: 19 ,2 8 ; 1 3 , 4 1 ; 2 5 ,3 1- 3 3 ) . Il figlio dell’uomo riceve da Dio la sovranità e siede sul trono di Dio per giudicare. Per descrivere *il giudizio si ricorre al linguaggio delle teofanie bibliche, secondo l’uso matteano dell’Antico Testamento che intende sottolineare la potenza e la dignità di Gesù. Il modo in cui il figlio dell’uomo «raccoglierà tutti gli scandali e gli operatori d ’iniquità» ( 1 3 ,4 1 ) ricorda il giudizio di Jahvé in Sof. 1,3 (si confronti 2 5 ,3 1 con Zacc. 14 ,5 e Gl. 3,2). M t., che parla spesso della venuta futura di Gesù nella gloria come figlio dell’uomo, sa che già prima della parusta (parola usata dal solo Mt, tra gli evangelisti: 2 4 ,2 7 .3 7 .3 9 ) egli è il figlio dell’uomo cui Dio ha dato ogni potere in cielo e sulla terra (2 8 ,18 con un’allusione a Dan. 4 )III. T E O L O G IA D E L L A STORIA Giovanni Battista, Gesù e gli inviati postpasquali (la chiesa posteriore) appartengono, a parere di M t., alla stessa epoca della storia: il contenu­ to della predicazione di tutti e il medesimo, il regno dei cieli (3,2; 4 ,1 7 ; 1. La lettura dei testi più caratteristici di Mt. e la comparazione con i paralleli è somma­ mente istruttiva: 10,23; 13 ,4 1 ; 16,27-28 con Me. 8,38-9,1; 19,28 e Le. 22,28-30; 2,4,27 e Le, 17,2 4 ; 24,30-31 e Me. 13,26-27; 24,37.39 e Le. 17,26.30; 14,44 e Le. 12,40; 26,64 e Me. 14,62; 2 5 ,31. 2 o8 La dimensione teologica 10 ,7 ), e tutti vanno incontro allo stesso rifiuto in Israele (Giovanni: 1 1 , 1 6 - 1 9 ; 2,1,2-8-32.; Gesù: 2 2 ,33-4 4 ; 2 7 ,1 1 - 2 6 ecc.; gli inviati postpa­ squali: 2 2 ,1 - 1 0 ; 23> 33'39 ). Si è già visto che tipica di Le, è la distinzione netta tra il tempo di Gesù e il tempo della chiesa. Dopo l’ascensione di Gesù, narrata soltanto da L e ha inizio una situazione completamente diversa. Per questo Luca può scrivere degli Atti degli Apostoli separatamente dal racconto evan­ gelico su Gesù, M/., invece, non distingue tra il tempo di Gesù e il tempo della chiesa, perché il Gesù glorificato, identificato esplicitamente con quello terreno, conserva sempre la stessa presenza tra i suoi (28,20 e 1 ,1 3 ) . Per questo Mt. non scrive un racconto sugli apostoli, ma proietta sul racconto di Gesù tutto quello che ha da dire sulla chiesa, cosicché nel suo vangelo traspaiono in modo particolare certe preoccupazioni eccle­ siali. La chiesa sostituisce Israele, ma ciò avviene durante l’epoca salvifica del compimento. Mt. spiega e addirittura descrive questo processo: Isra­ ele respinge tutti gli inviati divini (5 ,12 ), ma questa sua ostinazione raggiunge la massima espressione nel rifiuto e nella morte del figlio; ciò implica la perdita da parte d Israele delle proprie prerogative (2 1,4 0 .4 3) e la distruzione di Gerusalemme, ad opera dei romani (22,7), ne sarà l’espressione storica evidente. * IV. LA CHIESA Mt. è sempre stato considerato il vangelo ecclesiale per antonomasia per due motivi di fondo: 1. è l’unico vangelo in cui compare la parola ekkJesia^ due volte riferita alla comunità o chiesa locale (1:8 ,17) e una riferita a tutto il nuovo popolo del messia Gesù (16 18). Nel racconto viene spiegato il sorgere della chiesa e la sua vita piu che negli altri vangeli. 2. L ’opera intera, soprattutto nelle parti discorsive, mostra in controluce la vita della chiesa. È possibile scoprire i conflitti della com u­ nità e, entro certi limiti, 1 suoi ministeri. Sempre presente è l’interesse per rattualizzazione ecclesiale di quel che Gesù disse e fece. i . La chiesa dì Gesù In Mt. i 6 , t 8 Gesù promette la costruzione della sua chiesa. Sappiamo che, per A4 f., la chiesa nasce dopo il rifiuto da parte d ’Israele di Gesù e di tutti gli inviati divini (cfr. 2 1,4 3 e sopra, 1). L ’adesione a Gesù è la prima caratteristica del nuovo popolo di Dio. La chiesa di M t. si qualifica, anzitutto, sul piano cristologia). z. Fondam ento cnsiologtco della chiesa del vangelo dì M atteo L a comunità di Gesù t la sua chiesa ( 16 ,18 ) , nella quale egli rimane per sempre e che deve continuare la sua missione per tutte le genti. A questo punto dobbiamo ricordare due tratti caratteristici di M t., già noti. Secondo Mt., Gesù è sempre presente in mezzo alla sua comunità. In lui si compie la presenza di Dio che, come recita la form ula dell’allean­ za, caratterizzava il popolo di Dio. Conosciam o già l’importanza fonda­ mentale di i,Z 3 ; i8 ,z o e 28,20. Questa reinterpretazione cnstologica della form ula dell’ alleanza si osserva non soltanto nei testi citati (presenti esclusivamente in M t. e di particolare importanza) ma anche in alcune modifiche introdotte da Mt. nella triplice tradizione. Si vedano i seguenti passi di Mt, com parandoli con i paralleli di M e.: 26,29 con Me. 14 ,2 5 ; 26,3 6 con M e. 14 ,3 2 ; 26,3 8 con M e. 14 ,3 4 ; 2.6,4° con Me. 14 ,3 7 ; 2 6 ,5 1 con Me. 14 ,4 7 ; 2-6,71 con Me. 14 ,6 9 . In tutti Mt. rende esplicito il rapporto tra Gesù e i discepoli mediante l’espressione «con voi» / «con essi» (methJhym on / m etJauton)y «con me» (m efem ou) / «con Gesù» (meta lesou). Si tratta della stessa espressione greca che ricorre in 1,2 3 («Dio con noi») e 28,20 («sono con voi»). Questa coincidenza e questi interventi matteani così numerosi non possono essere casuali. Per di più, questa è l’espressione impiegata dai L X X per esprimere l’appartenenza reciproca di Dio e del popolo nella formula delPalleanza. È evidente che Mt. vuole sottoline­ are la presenza permanente di Gesù con i suoi, il rapporto di Gesù con la comunità. È questo il fondamento cristologico dell’ identità e della vita della chiesa. M t. stabilisce una continuità m olto stretta tra Gesù e la com unità. Descrivendo l’ invio dei discepoli nel cap. i o , egli sottolinea accurata­ mente la continuità tra i discepoli e il m essaggio, le opere, i com por­ tamenti e perfino i conflitti di Gesù così come erano stati presentati nella sezione costituita dai capp. 4-7. Subito dopo, in 11,2 - 6 - le opere di Gesù e quelle dei discepoli vengono presentate come un insieme unico. Questo tema è stato studiato con attenzione nel capitolo prece­ dente (11,2 e 3) al quale rinviam o non senza insistere ancora sull’ aspet­ to ecclesiologico. La chiesa è una fraternità che crede sempre nella presenza del Signore. Gesù stesso chiama i discepoli «miei fratelli» (28 ,10 ). C oloro che com ­ piono la volontà del Padre celeste costituiscono la nuova fam iglia di Gesù (12,4 6 -50 ). Tra i discepoli devono essere abolite tutte le disegua­ glianze e i segni esteriori del rango sociale e del potere, perché intorno a D io, come unico Padre, e a Gesù, come solo maestro, si stabilisce una fraternità radicale (23,8 -10 ). I membri della chiesa sono fratelli e questa ZI O La dimensione teologica terminologia viene ripetuta parlando di conflitti, per< he in queste situa­ zioni il valore della fraternità è in pericolo e dev’essere salvaguardato ( 18 ,15 .2 .1.3 5 ) , « 3. / discepoli In Mt. la parola «apostolo» compare una sola volta (10 ,2 ); il termine «discepolo», invece, viene ripetuto spesso ed è un tratto caratteristico della sua teologia. 1 discepoli sono persone che si sono legate in m odo speciale al Gesù terreno; la loro realtà, tuttavia, e attualizzala dal punto di vista ecclesio­ logico in modo che con il concetto «essere discepolo» s’intende il m o­ dello delPessere cristiano. Il riferimento al dato del passato e Pattualizzazione ecclesiale sono sempre dimensioni inseparabili in Mt. Proprio perché si legarono in modo particolare a Gesù, la loro esperienza reale si trasform a in modello per il presente. In due testi tipici di Mt. vediamo Pattualizzazione ecclesiale del termine «discepolo». In Me. 15 ,4 3 viene detto che Giuseppe di Arimatea «aspet­ tava il regno di D io»; il passo parallelo di Mt. 2.7,57 ha modificato questa affermazione dicendo che «si era fatto discepolo (ematheteuse) di Gesù». In 18 ,1 9 è chiaro che diventare credente significa farsi discepolo di Gesù; «rendete discepole {matheteusate) tutte le nazioni» (cfr. 13,52,). Mt. afferm a che i discepoli «intendono» [symenai) (13 ,2 ,3 : è interes­ sante 1 inLroduzione al tema dell’ «intendere» nella parabola del semi­ natore, M t. 1 3 , 1 9 . 2 3 ; si paragoni con Me. 4 ,1 5 .2 0 ; 1 3 , 5 1 in cui r«intendere» è uniio a ll’ «essere discepolo» del v. 5 2 ; 1 6 , 1 2 ; 1 7 ,1 3 ) . Questa intelligenza o comprensione si riferisce alPinsegnamento di Gesù ed è un presupposto della fede. M eglio, la fede si esprime come fiducia nella potenza salvifica del Signore glorificato e Mt. parla soprat­ tutto di questo nei racconti di miracoli (8 ,5 -13 .2 3 -2 7 ; 9 ,2 0 -2 2 .2 7 -3 1; 14 ,2 2 - 3 3 ; 15 ,2 1- 2 8 ) . La comprensione, collegata all’insegnamento del Gesù terreno, e la fede, che si riferisce alla fiducia nella potenza del Signore esaltato, sono due aspetti complementari e inseparabili del di­ scepolo in Mt. Ciò corrisponde alla sua concezione cristologica, in cui il Signore glorioso è identificaro con il Gesù terreno e ne conferma l insegnamento (28 ,16 -20 ). M t. rende 1 discepoli paradigma dei cristiani di ogni tempo. Non li idealizza, ma ne conosce - come accade in tutta la tradizione evangelica luci e ombre. In effetti, se è vero che migliora Pimmagme assai negativa che Me. traccia dei discepoli e, soprattutto, toglie dal loro ritratto l’inintelligenza o l’incomprensione, resta vero che non risparmia loro im­ perfezioni anche in questo campo. La chiesa zìi In M e. 6,52 1 discepoli sulla barca restano stupefatti, «perché non avevano compreso il fatto dei pani, ma il loro cuore era indurito». Il parallelo di M t. 14 ,3 3 : «Quelli che erano sulla barca lo adorarono dicendo: Davvero sei figlio di D io». Calm ata la tempesta, il Gesù di Me. dice ai discepoli: «Perché non avete fede?» (4,40), in Mz., invece, li chiama «uomini di poca fede». £ inoltre molto istruttiva la com parazione di Mt. 1 6 ,8 - 1 2 con Me. 8 ,1 7 - 2 1 . Il rimprovero di Gesù per la mancanza d'intelligenza dei disce­ poli è molto piu duro in Me. (cfr. 8 ,17 - 18 ) . In Mt. si dice, alla fine, che i discepoli «compresero» l’insegnamento di Gesù ( 16 ,12 ) , cosa che non risulta in Me. Qualcosa di simile si constata in M t. 1 7 , 1 3 (cfr. Mt. 1 7 . 1 0 - 1 3 e M e. 9 , 1 1 - 1 3 ) . Inoltre si deve prendere in considerazione Mt. 1 3 . 1 0 - 1 1 e Me. 4 ,10 . È significativo che Mt. ometta Me. 9 ,3 2 e 10 ,3 2 . I discepoli di Gesù sono accusati di avere «poca fede», termine questo proprio di Mt. (olìgopistos: 6,30; 8,26; 1 4 , 3 1 ; 16 ,8 ; 17 ,2 0 ; nel resto del N uovo Testamento compare solo in Le. 12 ,2 8 ). I discepoli sono credenti, hanno fede, ma questa è sempre minacciata. Di fronte alle preoccupazioni e alle difficoltà della vita essi esitano e pensano che il Signore li ha abbandonati, sprofondano, sono incapaci di agire da cristiani e perdono la calma. Qui è riflessa la situazione della comunità cristiana. Il problema non è come accedere alla fede ma come restare fedeli, come vivere tutta la vita confidando nel Signore. In di­ scussione non è l’aspetto missionario della fede ma quello catechetico rivolto all’interno della chiesa. 4. L a figura di Pietro Da tutti è riconosciuta l’importanza di Pietro nel primo vangelo. So­ prattutto il testo di 16 ,16 - 2 0 ha fatto scorrere fiumi d ’ inchiostro e ha suscitato grandi controversie teologiche e confessionali. N on ci adden­ treremo in questo problema né nell’altro, non meno intricato, della tradizione e della storicità di questo testo. Ci occuperemo del significato di Pietro nell’ecclesiologia di Mt. Oltre ai testi di tradizione triplice, Mt. presenta importanti tradizioni petrine esclusive (14 ,2 8 -3 3 ; 1 6 ,1 7 - 1 9 ; 17 ,2 4 - 2 7 ; 1 8 ,2 1 ). Le affermazioni su Pietro sono positive: sarà il fondamento della chiesa di Gesù (16 ,2 0 ); è il primo a riconoscere il Signore e ad andare da lui (14 ,2 8 ); è il primo chiamato (4 ,18 -19 ; 10 ,2 ). D ’altra parte, Mt. non solo non ne dissimula i tratti negativi ma, talvolta, li accentua: tanto la sua incomprensione del cammino della croce quanto il successivo rim prove­ ro di Gesù sono stati notevolmente inaspriti (16 ,2 2 -2 3 ; Me. 8 ,3 2 -3 3); nei rinnegamenti durante la passione Mt. dice che Pietro «negò davanti La dimensione teologica 2 -11 a tutti» (2,6,70; div. M e. 14,68) e negò giurando (2 6 ,7 2 ; div. 14 ,7 0 ). Inoltre, la «poca fede» ( 14 ,3 1) , Tessere motivo di «scandalo» (16,2.3) e «rinnegare Gesù» (2.6,70.75), i peccati di Pietro, sono per i peccati tipici che insidiano 1 cristiani. Talvolta Pietro è il portavoce dei discepoli: la professione di fede di Cesarea è la risposta alla domanda «voi, chi dite che io sia^» ( 16 ,15 - 16 ) ; la domanda di Pietro in 19 ,2 7 è chiaramente posta a nome di tutti. In certi casi gli interventi di Pietro presso Gesù a nome di tutti 1 discepoli si riferiscono a questioni di balaka {norme pratiche di comportamento) e Gesù risponde a lui. Sono in discussione problemi importanti per la vita della com unità, soprattutto gm deocnstiana: sugli alimenti puri e impuri ( 1 5 ,1 5 ) , SU1 perdono ( 18 ,2 1) e sul rapporto con le istituzioni giudaiche (17 ,2 4 -2 7 ). Praticamente tutti gli autori ritengono che in Mt. Pietro sia il proto­ tipo dei discepoli. Questo ruolo risulta molto chiaramente in 14 ,2 8 -3 3 . M olte affermazioni su di lui sono caratteristiche di tutti: egli chiama Gesù «Signore» (questa invocazione in Mt. si trova sempre sulle labbra dei discepoli; cfr. 8,25); nel pericolo grida: «Signore, salvami» (v. 30; la stessa cosa fanno i discepoli di fronte a un pericolo identico in 8,25); Pietro ha paura (v. 30; i discepoli in 14 ,2 5 s. e 8,26) e dubita (v. 3 1 ; i discepoli in 2 8 ,17 ); Gesù rimprovera a Pietro la sua poca fede (v. 3 1 ; stesso rim provero ai discepoli in 8,26); tutti i discepoli professano Gesù tiglio di Dio (v. 33; Pietro in 16 ,16 ). N ei testi in cui fa da portavoce la sua funzione di prototipo dei disce­ poli è solitamente fondamentale, perché la dom anda di Gesù oppure la risposta si riferisce a tutti. Ovviamente in tutti e tre i sinottici c’è un contrasto tra la professione di Gesù davanti al sinedrio e il simultaneo rinnegamento di Pietro davanti ai servitori (Mt. 2 6 ,5 7 -7 5 e par-)« Tutti e tre presentano in modo magistrale, mediante questa doppia scena, un aspetto del discepolo e del suo rapporto con il maestro proiettato sulla figura di Pietro. Secondo alcuni autori quanto si è detto sin qui esaurisce la funzione di Pietro in Mt. M a sono probabilmente nel giusto molti altri che riten­ gono che cì sia altro da osservare. Pietro è anche una figura del passato con un ruolo ecclesiale irripetibile e decisivo. Fissiam o brevemente l'a t­ tenzione su 1 6 ,1 7 - 1 9 . Gesù proclama Pietro la pietra su cui edificherà la sua chiesa, una pietra che avrà caratteristiche tali da garantirne la so­ pravvivenza tra gravissime difficoltà (v. t 8). Questa designazione si traduce nel potere di decisione che gli viene conferito, con la metafora delle chiavi, in rapporto al regno dei cieli, e che però dev'essere oserai cato sulla terra (v. 19)- N el testo successivo di 1 8 , 1 8 una frase simile viene rivolta a tutta la commuta. f i * 1 - r -fi ■ ■ I r ■ La chiesa 2,15 C o m e e se rc ita P ie t r o q u e s t a f u n z i o n e di p i e t r a , q u e s t o p o t e r e delle c h i a v i ? U u m e t o d o c o r r e t t o s u g g e r i s c e di c e r c a r e la r i s p o s t a in q u e l c h e di P ie t r o v ie n e d e tto d a l v a n g e l o nel s u o in s ie m e . C a r a t t e r i s t i c a di P i e t r o è di essere c o l u i c h e i n t e r r o g a G e s ù a p r o p o s i t o di q u e s t i o n i h a l a k i c h e e c o l u i c h e r ic e v e i su o i i n s e g n a m e n t i ; è p e r c i ò in v e s t it o del r u o l o di t r a s m e t t i t o r e l e g i t t i m o d e l la r i v e l a z i o n e d i v i n a . È q u e s t a f u n z i o n e d o t ­ t r i n a l e a c o s t i t u i r l o c o m e f o n d a m e n t o ( r o c c i a ) e a r c h i t r a v e ( c h ia v i) d e lla c h i e s a dì G e s ù . E s ta to o p p o r t u n a m e n t e o s s e r v a t o c h e , p e r M t . , P ie tro è il r a b b i s u p r e m o d e lla c h i e s a . 1 In m e z z o alle d i ffe r e n z e dì t r a d i z i o n e , t a l v o l t a c o n t r a p p o s t e , c h e s u s ­ s i s t e v a n o nel c r i s t i a n e s i m o p r i m i t i v o , n e lla c o m u n i t à di M t. fini p e r i m p o r s i la t r a d i z io n e c h e r i v e n d i c a v a P a u t o r i t à di P ietro c a r a t t e r i z z a t a d a l l a c a p a c i t à di sintesi e di m e d i a z i o n e tra p o s i z i o n i p iù e s t r e m e , c o m e per e s e m p i o le v e r s i o n i p iù r a d i c a l i del p a o l i n i s m o e del g ì u d e o c n s t i a n esim o . M t. p r o p o n e la t r a d i z i o n e p e t r i n a c o m e q u e lla c h e d e v e s t a r e a f o n d a m e n t o di tutta la c h ie s a , c o n f e r e n d o l e c o e s i o n e e c o n s e n t e n d o l e di s u p e r a r e tutte le d i ffic o lt à . S a p p i a m o c h e il l e g a m e c o n il G e s ù t e r r e n o è u n a p r e o c c u p a z i o n e f o n d a m e n t a l e dei tre s in o ttic i. A M t. in te re s sa in p a r t i c o l a r e g a r a n r i r e il c o l l e g a m e n t o c o n l 'i n s e g n a m e n t o m o r a l e di G e s ù e in q u e s t o c o m p i t o P ie tr o s v o l g e un r u o l o u n ic o e in s o s t i t u i b i l e c o m e in te rp r e te a u t o r i z z a t o d e lla d o t t r i n a di G e s ù . Per M t.y a d i f f e r e n z a di a ltre t r a d i z i o n i c r i s t i a n e , il r u o l o s p e c ia le di P ie tr o n o n c o n s i s t e in u n a r i v e l a z i o n e p r i v i l e g i a t a del R is o r t o (om ette a M e. 1 6 , 7 ; c fr. 2 . 8 , 7 ; n e m m e n o p r e s e n t a n ie n te di s im ile L e . 2 4 , 3 4 ) , m a nella t e s t i m o n i a n z a p e t r i n a d e l l ’ o p e r a te rre n a di G e s ù , p a r t i c o l a r m e n t e d e lla su a d o t t r i n a e t i c a / L a f u n z i o n e e c c le s i a le di P ie tro è in s o s titu ìb ile e d e c i s i v a ; ne c o n s e g u e c h e , q u a n d o M t . p a r l a di lui, n o n s ta p r e s e n t a n d o un m in is te r o d e l la p r o p r i a c o m u n i t à n é m ir a a i n f o r ­ m a r c i su lla su a o r g a n i z z a z i o n e . 4 N e l l a ch iesa di M t. v p r e s e n te un m i n i s t e r o del « l e g a r e e s c i o g l i e r e » ( 1 8 , 1 8 ) , f o r m u l a t o in m o d o sim ile ai p o t e r i c o n f e r i t i a P ie t r o ( 1 6 , 1 9 ) . C h e r a p p o r t o c 'è tra q u e s t i d u e testi? N o n ha s e n s o v e d e r e in 1 8 , 1 8 u n a t r a d i z i o n e c o n c o r r e n t e di 1 6 , 1 9 . T a n t o m e n o è in c a u s a la s u c c e s s i o n e d e lla c o m u n i t à o dei su o i c a p i nel z. Pare che questa fortunata espressione risalga a B.H. Streetet, The Fottr Gospets, London *$ 53- 3. E. Schweizer, Matteo e la sua comunità, Brescia 158 7 , 187. 4. Nella dottrina cattolica del primato del vescovo di Roma, la successione del ruoto dì Pietro non si fonda su una semplice esegesi letterale di questo cesto di Mf. È uno sviluppo legittimo della funzione di Fletto nella chiesa primitiva alla luce di altre considerazioni teologiche. La pretesa di fondare le differenze confessionali solo su questo punto, sulla base dell'esegesi di Mf., in un senso 0 neJPaltro, è ìndice di un’attitudine ermeneutica fondamen­ talista che, fortunatamente, è quasi estinta nel campo degli studi biblici. 2.ì /\ La dim ensione teo lo g ica r u o l o di P ie tr o d o p o la s u a s c o m p a r s a . Per d e f in iz io n e il f o n d a m e n t o è p o s t o u n a v o l t a per s e m p r e . O r a la c o m u n i t à di M i . is t it u is c e in s e g u it o i m in is te ri e le f o r m e o r g a n i z z a t i v e rite n u te a d a t t e a c o n s e r v a r e la t r a ­ d i z i o n e p e trin a . Q u a n t o a p p a r e in 1 8 , 1 8 è c h e in q u e s t a c o m u n i t à esiste g ià u n m i n i s t e r o d o t a t o di a u t o r i t à d i s c i p l i n a r e c h e si c o n s i d e r a a p p r o ­ v a t o dal S i g n o r e ( 1 8 , 2 0 ) e h a la f a c o l t à di e s c l u d e r e un m e m b r o d a lla c o m u n i t à , d o p o u n p r o c e d i m e n t o i n d i c a t o nei v v . 1 5 - 1 7 . Il p o t e r e di P ie t r o è di c a r a t t e r e d o t t r i n a l e a n c h e se d i r e t t o a lla p r a t i c a e a lla d i s c ip l in a . R i s u l t a , in v e c e , c h i a r o d a l c o n t e s t o c h e in 1 8 , 1 8 il p o t e r e d e lla c o m u n i t à è d i r e t t a m e n c e d i s c i p l i n a r e ( a n c h e se si d e v e tene re c o n t o c h e n ella m e n t a l i t à g i u d a i c a n o n b i s o g n a s e p a r a r e t r o p p o n e t ­ t a m e n t e il p o t e r e d i s c i p l i n a r e d a q u e l l o d o t t r i n a l e ) . 5. In P ro feti e scrib i Mt. t r o v i a m o u n a c o m u n i t à o r g a n i z z a t a , d o t a t a p e r fin o d i u n a f o r m a e m b r i o n a l e di p r o c e d i m e n t o d i s c i p l i n a r e ( 1 8 , 1 5 - 2 0 ; q u a l c o s a di sim ile in r C o r . 5 ,1-5 ). In o ltr e a b b i a m o q u a l c h e i n f o r m a z i o n e sui m in iste ri esistenti al s u o in te rn o . I n 2 3 , 3 4 G e s ù dice: « I o vi m a n d o p r o f e t i , s a p i e n t i e s c r i b i » (il p a r a l ­ lelo di L e. i i , 4 9 p r e s e n t a u n a f o r m u l a z i o n e p iù a n t i c a , il d e t t o è p o s to sulle l a b b r a d e l la s a p i e n z a d i v i n a e p a r l a di « p r o f e t i e a p o s t o l i » ) . In 10 ,4 1 si p a r l a di p r o f e t i it in e r a n ti c h e d e v o n o essere a c c o l t i . Q u e s t o m i n i s t e r o era ben n o t o nel c r i s t i a n e s i m o p r i m i t i v o {D ìd. 1 1 , 3 - 6 ) . In 1 3 , 5 1 - 5 2 si a f f e r m a e s p l i c i t a m e n t e r e s i s t e n z a di s c r ib i c r is t ia n i: si è fatto d iscep o lo del r e g n o d e i cieli e co m p ren d e tu tto q u e l c h e G e s ù h a in s e g n a t o in p a r a b o l e ; la s u a c a r a t t e r i s t i c a è c h e « p r e n d e d a l s u o te so ro c o s e n u o v e e c o s e a n t i c h e » . L o s c r ib a c r i s t i a n o in s e g n a alla p r o p r i a c o m u n i t à di o g g i e le o l f r e il s i g n i f i c a t o a t t u a le d e l l ’ i n s e g n a m e n t o di G e s ù (il n u o v o ) , m a s e n z a s v i n c o l a r s i d a l l ’ a z i o n e di D i o n e l l ’ A n t i c o T e s t a m e n t o né d a l l e t r a d i z i o n i e v a n g e l i c h e r i c e v u t e ( L a m i c a ) . L ’ a z io n e d i s c i p l i n a r e di 1 8 , 1 5 - 2 0 p r e s u p p o n e a n c h e Je s e n te n z e d egli s c r ib i d e l la c o m u n i t à . G l i sc rib i c r is tia n i r i t o r n a n o in 2 3 , 8 - 1 0 : « V o i , al c o n t r a r i o , n o n f a t e v i c h i a m a r e r a b b i , p e r c h é u n o s o l o è il v o s t r o m a e ­ s t r o e v o i siete tutti fra te lli. N o n c h i a m a t e p a d r e v o s t r o n e s s u n o su lla t e r r a , p e r c h é u n o s o l o è v o s t r o P a d r e , q u e l l o celeste. E n e m m e n o fa te v i c h ia m a re guid e (kathegetai), p e r c h é u n o s o lo e la v o s t r a g u i d a , C r i s t o . Il m a g g i o r e t r a di v o i s ia d u n q u e v o s t r o s e r v o » . R a b b i e p a d r e s o n o titoli u sa ti d a g l i s c r ib i. G u i d a è la d e n o m i n a z i o n e g r e c a di q u e s t a s te s s a f u n z i o n e . Q u e s t e p a r o l e di G e s ù p r e s u p p o n g o n o l ’ e s is te n z a di sc rib i a l l ’ i n t e r n o d e l la c o m u n i t à c r i s t i a n a e s u o n a n o f o r t e ­ m e n t e c r i t i c h e , p o i c h é c o s t o r o c o r r o n o il r is c h io di c o s t i t u i r e u n a g e r a r ­ La chiesa M 5 c h i a nella c o m u n i t à che la d o m i n i e i n f r a n g a la f r a te r n it à . N o n si t r a t t a di un rifiu to del m i n i s t e r o di s c r i b a c o m e tale, m a di u n a c r i t i c a delle d e v i a z i o n i c h e ne a c c o m p a g n a v a n o r i s t i t u z i o n a l i z z a z i o n e . A l l a lu c e di q u e s t i versetti - e t e n e n d o c o n t o c h e p e r Mt . c iò c h e è a c c a d u t o a Is ra e le nel p a s s a t o è un m o n i t o p e r la su a c h i e s a p r e s e n t e - , m o l t o v e r i s i m i l rnente l ’ a t t a c c o c o n t r o gli s c r i b i e i fa rise i d e l c a p . 2 3 va in te so c o m e r i v o l t o a n c h e a c o l o r o c h e o c c u p a v a n o p o s ti a n a l o g h i a l F m t e r n o d e lla c o m u n i t à di Mt. Il v a n g e l o di M a t t e o riflette u n a m b ie n t e e ccle sia le o r g a n i z z a t o e s t a b i ­ le, in c u i p e r d o n o i m p o r t a n z a i p ro fe ti itineranti e a c q u is t a rilie v o il m in is te r o se d e n ta r io degli scrib i. E v i d e n t e m e n t e si tra tta di una c o m u n i t à in p r e v a l e n z a g iu d e o c r is t ia n a . L a stessa a c c u r a t a e l a b o r a z i o n e del v a n g e ­ lo e, s o p r a t t u t t o , la g r a n d e c o n f i d e n z a c o n l’ A n t i c o T e s t a m e n t o e c o n la t r a d i z io n e g i u d a i c a , d i m o s t r a t a nelle su e p a g in e , r i v e l a n o che Mt. p rovie­ ne d a un a m b ie n te m c u i gii sc rib i r i v e s t o n o u n a f u n z io n e r ile v a n te . 6 . Conflitti all mterno della chiesa In Mt. si p o l e m i z z a c o n a l c u n i s e tto r i d e lla c o m u n i t à p e r le lo r o m a n ­ c a n z e in c a m p o m o r a l e , p r o b a b i l m e n t e b a s a t e su d e v i a z i o n i d o t t r i n a l i . C i s o n o c r is tia n i c h e c o n f e s s a n o il S i g n o r e , e s t r e m a m e n t e c a r i s m a t i c i ( p r o f e t i z z a n o , c o m p i o n o m ir a c o li e c a c c i a n o i d e m o n i nel n o m e di G e s ù ) , m a q u e s t i n o n ii r i c o n o s c e r à p e r c h é s o n o « o p e r a t o r i d ’ i n i q u i t à » mia) (a?io- ( 7 , 2 1 - 2 3 ) . Si tra tta dei fa lsi p r o fe ti c h e a p p a r t e n g o n o a lla c o m u i u - ra, a n c h e se degli a g n e lli (dei d i s c e p o l i di G e s ù ) h a n n o s o l o la pelle: d e n t r o s o n o lu p i r a p a c i ; p o r t a n o fr u tti c a t t i v i , c i o è a g i s c o n o m a l e ( 7 , 1 5 ­ 2 0 ) , P r o b a b i l m e n t e s v i a n o il c o m p o r t a m e n t o di m o lti c o n le lo ro fa lse d o t t r i n e s u l l a leg g e . 2 4 , 9 - 1 3 c h ia r is c e la n a t u r a dei p r o b l e m a . N e l difficile m o m e n t o della p e r s e c u z io n e (vv. 9 - 1 0 ) a u m e n t a n o i c o m p o r t a m e n t i i m m o r a l i , F in iq u it à (anomia) e la m a n c a n z a di c a r ità (agape), si c r e a n o d ivis io n i nella c o m u ­ n ità . L a r a d ic e di tutto q u e s t o è nei falsi p rofeti c h e i n g a n n a n o (planao ) (vv. 1 1 - 1 2 ) . Si tratta di un v e r b o c h e r i t o r n a altre v o l t e in Mt. e che s e m b r a a llu d e re a d e v ia z io n i d o ttr in a li (cfr. 2 * 2 ,2 9 ; 2 4 , 4 , 5 . 1 4 ; i m e m b r i d e b o li della c o m u n i t à si « s m a r r i s c o n o » / planao in 1 8 , 1 2 [ b i s ] . i 3 ) . N e l g i o r n o del g i u d i z i o il figlio d e l F u o m o e s t i r p e r à d a l s u o r e g n o tu t t i gli o p e r a t o r i d ’ in iq u it à ( 1 3 , 4 1 ; c fr . 7 , 2 3 ; 1 4 , 1 2 ) . N e l l a c o m u n i t à di Mt. ci s o n o co nflitti in te rn i. È e v i d e n t e u n a p o l e ­ m i c a c o n t r o cristia n i c h e n o n p o r t a n o f r u t t o , s o n o o p e r a t o r i d 'i n i q u i t à , A g iu s tiz ia c r i s t i a n a ; s o n o c r e d e n t i 1 q u a l i , p e r g i u n t a , r i v e n d i c a n o g r a n d i d o ti c a r i s m a t i c h e . S e m b r a c h e , o ltre a q u e s t e g r a v i m a n c a n z e nella p r a t i c a , si r i s c o n t r i n o a n c h e d e v i a z i o n i d o t t r i n a l i . In c h e 2.16 La dim ensione teo lo g ica cosa co n sistevan o ? P r o b a b i l m e n t e in un e n t u s i a s m o s p i r i t u a l e c h e li p o r t a v a a c o n s i d e r a r s i al di s o p r a d e lla le g g e e a p r o m u o v e r e a t t e g g i a ­ m e n t i lib e rtin i. D o t t r i n e di q u e s t o tip o , c o n le l o r o c o n s e g u e n z e m o r a l i , si e b b e r o n ella c h ie s a in ce rti se tto ri ellen istici ( q u a l c o s a di sim ile in i Cor .)-5 V. LE OPERE E LA L E G G E M t. a c c e n t u a l 'a s p e t t o m o ra le d e l l’ i n s e g n a m e n t o d i G e s ù . ( o n o s c i a m o la su a in s is te n z a s u lla p r a t i c a d e lla g iu s tiz ia , sul c o m p i m e n t o delle o p e ­ re, sul p o r t a r e b u o n i fru tti. È u n ’ e s o r t a z i o n e m o l t o p r e s s a n t e . L a è chiesa un co rp o m isto , c o m p o s t o di g r a n o e z i z z a n i a ( 1 3 , 2 4 - 3 0 . 3 6 - 4 3 ) , di b u o n i e c a t t i v i ( 2 2 , 1 0 ; 1 3 > 4 7 - 5 0 ) . Il s o g n o di e s t i r p a r e la z i z z a n i a c o n la v i o l e n z a è d a r e s p in g e r e , p e r c h é in q u e s t o m o d o si s t r a p p a a n c h e il g r a n o , Si ren d e n e c e s s a r i a la p a z i e n z a s t o r i c a , n o n e q u i v a l e n t e alla r a s ­ s e g n a z i o n e m o r a l e . L a c h i e s a d e v e p o r t a r e b u o n i fru tti ( 2 1 , 4 3 ) . M o l t o i s t r u t t iv a è la p i c c o l a a p p e n d i c e a g g i u n t a a lla p a r a b o l a de g li in v it a t i ai b a n c h e t t o ( z 2 , x i - i 4 ) . N o n b a s t a essere in v ita ti al b a n c h e t t o , c i o è a p ­ p a r t e n e r e alla c h i e s a , è n e c e s s a r i o p o r t a r e il v e s t i t o a p p r o p r i a t o , c io è 1 ì p ic a di M t. è la r e i n t e r p r e t a z i o n e m o ­ ra le delle b e a t it u d in i ( 5 , 3 - 1 2 p a r a g o n a t o a Le. 6 , 2 0 - 2 3 ) . M t. c o m b a t t e la p r e s u n z i o n e della c h ie s a . I c r is t ia n i s o n o i c h i a m a t i p r a t i c a r e la g iu s tiz ia c r i s t i a n a . m a n o n gli eletti ( 2 2 , 1 4 ) . Q u e l c h e è a c c a d u t o a I s r a e l e d i v e n t a un a v v e r t i m e n t o i n g e n t e e u n a s o l l e c i t a z i o n e c r i t i c a s u c iò c h e a n c h e alla c h ie s a p u ò a c c a d e r e . 5. È indiscutibile die il problema morale della mancanza di buoni frutti preoccupa Mt. In discussione e se la radice ultima di questo problema debba essere individuata in deviazioni dottrinali. G. Bornkainm sostenne che Mt. combatteva tendenze dottrinali an tino mistiche; Enderwartung tmd Kircbe im Matthattsevangelium, in G. Fornicarmi! - G. Bardi - H J . Held, £Jbetììeferung und Auslegung im Matth’dusevixngeìium, Neukirchen '1968, 1 ; 47 (il saggio di Bornkamm fu pubblicato per la prima volta nel 1 9 56). TI suo discepolo Barth sviluppo questa opinione basandosi su 5,17 ss.; 7 .15 ss.; 2.4,11 ss. e ritenne che questi antmomisti fossero ellenisti carismatici: Das Gesetzcsverstandnìs des Evangelisten Mat~ thdus, in op. c i t 54-154. Molti autori hanno accettato questa opinione: R. flammei, Die Ausetnandersetzuug zwischen Kircbe utid Judentum un Alatihausevangeliam. Munchen "1966, 64-66; E. Sebweizer, Qbservarice of tbe Law and Charìsmatìc Activity in Matthew: NTS 16 (1969-70} 2.16 ss.; A Sancì, Die Polemik gegen «Gesetzlosigkeit» tm Èva rigelium nacb Mattbàus tmd bei Faufus: BZ 14 (1970) t i z ss.; E. Cothenet, Les prophcles chrétiens dans PEvangUe selon saint Matthieu, in M. Didier (ed.), L ’Evangtie seìon Matthieu, Gembloux 1972., 300; M.D. Goulder, Midrash and Lection im Matthew, London 1974, 308; J. Zumsteìn, Da condition dit croyant dans révattgiie selon Matthieu, Fribourg 1977, 1 7 1 ­ 1 8 1 . Molti altri studiosi, tuttavia, ritengono che non ci siano dati sufficienti per attribuire i problemi morali a deviazioni dottrinali: G. Strecker, Der Weg der Gerecbtigkett, Gòttìn gen 1962., Z76; R. Walker, Die Heihgeschichtc un ersten Evangeltum, Gbitingen 1967, 1 3 5 ; W.G. Thompson, Matthew's Advìce to a Dtvided Community: Matthew j, Roma 1970, 2.61, Le op ere e la legge 2,17 M t . r i s p e c c h i a u n a c o m u n i t à g ì u d e o c n s t i a n a p e i la q u a l e il t e m a d e lla legge è f o n d a m e n t a l e . O v v i a m e n t e e sso è c o l l e g a t o c o n la p r e o c c u p a z i o ­ n e m o r a l e dì cui si è p a r l a t o . Il testo p r o g r a m m a t i c o e f o n d a m e n t a l e è 5 , 1 7 - 2 0 . Si t r a t ta di u n testo c o m p l e s s o , e l a b o r a t o u s a n d o fo n ti e t e r o g e n e e e in c u i M t . c o m b a t t e d u e d e v i a z i o n i o p p o s t e : un a n t i n o m i s m o c h e p r e s c i n d e d a l l a le g g e ( v v . 1 8 [ 9 ) e un l e g a l i s m o c o m e q u e l l o d e g li s c r ib i e dei fa r is e i ( v v . 1 7 . 2 , 0 ) . G e s ù n o n v u o l e a b o lir e la legge c o n la s u a d o t t r i n a e le s u e a z io n i m a p o r t a r l a a c o m p i m e n t o (v. 1 7 ) . In lin e a di p r i n c i p i o la l e g g e m a n t i e n e la p r o p r i a v a l i d i t à e n o n si p u ò d u e c h e M t . p re se n ti G e s ù c o m e un n u o v o M o s è . D ' a l t r a p a r t e egli n on si lim ita n e m m e n o a r ip e t e r l a p u r a m e n t e e s e m ­ p lic e m e n t e . E g l i p r o c l a m a u n a g iu s t iz ia s u p e r i o r e (v. 2 0 ) . N e l l e a n titesi s u c c e s s i v e ( 5 , 2 1 - 4 8 ) e nel r e s to del v a n g e l o v i e n e s p i e g a t o c h e c o s a significa «p o rta re a c o m p im e n to » e «giu stizia su p e rio re » . G e s ù c h ie d e un c o m p i m e n t o d e lla le g g e c h e p r o v e n g a d a l c u o r e e n o n sia p u r a m e n t e e ste rio re ( 5 , 2 7 - 3 0 ) ; in q u e s t o se n s o la r a d i c a i i z z a . L ' u o ­ m o d e v e o ffr ir e a D i o i frutti del s u o a g ir e m a a n c h e il più i n t i m o e il p iù p r o f o n d o del s u o essere. G e s ù , c o n un g e s to di e n o r m e a u t o r i t à , v u o l e r i s c o p r i r e la v o l o n t à o r i g i n a r i a di D i o ( 1 9 , 8 ) c o s ì s p e s s o t r a d i t a d a lle d o t t r i n e u m a n e degli in te rp re ti ufficiali ( 1 5 , 3 ) ; in o ltre m a n t i e n e t a l v o l t a un a t t e g g i a m e n t o c r i t i c o v e r s o a l c u n i p re c e tti iso la ti d e lia ste ssa le g g e s c r i t t a ( 5 , 3 1 - 3 2 . 3 8 - 4 2 ) . S o p r a t t u t t o , G e s ù c o n c e n t r a la le g g e in te r a , c o n tutti i s u o i a p i c i e io ta , n e ll’ a m o r e , sul q u a l e insiste p a r t i c o l a r m e n t e (si e s a m i n i n o a t t e n t a m e n t e ì testi: 1 9 , 1 9 c o n M e . 1 0 , 1 9 e con Le* 1 8 , 2 0 ; 2 2 , 3 9 M e. 1 2 , 3 1 e L e. 1 0 , 2 7 ; 7 , 1 2 ; 9 , 1 3 ; 1 2 , 7 ) . Il p r o g r a m m a di 5 , 1 7 - 2 0 si s v i l u p p a nelle sei a n tite s i d e i v v . 2 1 - 4 8 , c h e c u l m i n a n o n e l P a m o r e p e r i n e m ic i e n ella n o n v i o l e n z a ( 5 , 3 8 - 4 8 ) e s o n o la m a s s i m a e s p r e s s io n e d e l P a m o r e d i s in t e r e s s a t o e g r a t u i t o . P e r q u e s t o p o r t a n o alla m a s s i m a s o m i g l i a n z a c o n D i o , c i o è ci r e n d o n o s u o i figli ( 5 , 4 5 ) , ed e s p r ì m o n o sul p i a n o d e l l 1 e tica la n o v i t à del r e g n o dei cieli ( 5 , 4 6 - 4 7 ) . L a m is u r a d e lla p e r f e z i o n e del d i s c e p o l o è la p e r f e z i o n e del P ad re ( 5 , 4 8 ; cfr. Ef\ 5 , 1 ; 1 G v . 3 , 1 6 ) . t q u e s t o P a t t e g g i a m e n t o di « g i u ­ s t iz ia s u p e r i o r e » e di « c o m p i m e n t o d e l la le g g e » e s p r e s s o in sintesi d a l ­ l’ a m o re . L a c r i t i c a d e c i s iv a a g li s c r i b i e ai farisei è b a s a t a su l fa tto c h e la lo r o r e l i g i o s i t à f a l s a e i p o c r i t a e il lo r o l e g a l i s m o u s a n o la le g g e per n a s c o n ­ d e re la lo r o m a n c a n z a di g iu s t iz ia , di m i s e r i c o r d i a e di fede ( 2 3 , 2 3 ) . E s s i s o n o g u i d e c ie c h e c h e r e n d o n o i n s o p p o r t a b i l e la v i t a del p o p o l o ( 2 3 , 4 ­ 5 . 1 3 - 1 5 ; 1 1 , 2 8 ) . S o n o p a s t o r i c a t t i v i c h e v e s s a n o e o p p r i m o n o le p e c o r e ( 9 , 3 6 ) ; P a t t e g g i a m e n t o di G e s ù di fr o n t e a lla le g g e p r o c e d e d a l l a s u a m i s e r i c o r d i a p e r gli u o m i n i c h e s o f f r o n o ( 9 , 3 6 - 3 8 12 ,7 ). e 11,2 8 -3 0 ; 9 ,13 ; 2,18 L a dim ensione teo lo g ica II d e s tin o d e U ’ u o m o d a v a n t i a D i o è d e c i s o d a l l a s u a m i s e r i c o r d i a nei c o n f r o n t i dei p o v e r i e dei b i s o g n o s i . N e l r a p p o r t o c o n il p o v e r o si mette in e v i d e n z a il r a p p o r t o c h e o g n u n o , di f a t t o e ai di là di q u a l u n q u e d i s c o r s o c h e p u ò s e m p r e e sse re i n g a n n e v o l e ( 2 5 , 4 4 ; 7 , 2 1 - 2 3 ; 2 5 , 1 1 - 1 2 ) , in tra ttie n e c o n G e s ù c o m e re e g iu d ic e d e l la s u a v i r a e d e lla s t o n a ( 2 5 , 3 1 - 4 6 ) , L a ste ssa c o l l o c a z i o n e di q u e s te p a r o l e c o m e c o n c l u s i o n e di tutti i d isc o rsi di G e s ù , o ltre ai l o r o s o le n n e c o n t e n u t o , ne i n d i c a già l ’ i m p o r t a n z a . Q u i c u l m i n a l’ i n t e r p r e t a z i o n e c h e G e s ù d à d e l la le g g e in Mt.y b a s a t a su u n a m i s e r i c o r d i a t a n t o g r a n d e nei c o n f r o n t i dì q u a n ti s o f f r o n o , c h e p o r t a a fa rsi m i s t e r i o s a m e n t e s o l i d a l i c o n lo r o . V L E S C A T O L O G IA E V I G I L A N Z A M / . , c o m e si è v i s t o , s o t t o l i n e a c h e G e s ù v errà nel fu r u r o c o m e figlio d e l l ’ u o m o , in q u a l i t à di g iu d ic e u n i v e r s a l e e g l o r i o s o , p e r re tr ib u ir e c i a s c u n o s e c o n d o le su e o p e r e ( 1 6 , 2 7 - 2 8 ; 2 4 , 2 9 - 3 1 . 3 7 . 3 9 . 4 4 ; 2 6 ,6 4 ; 1 3 , 3 6 - 4 3 ; 2 5 , 3 1 ; 1 9 , 2 8 ; c f r . s o p r a , 1 1 , 5 ) . È l ’ u n ic o e v a n g e l i s t a a usare l ’ esp ressio n e p aru sta p e r p a r l a r e d e l l a v e n u t a d e l f ig lio d e H ’ u o m o ( 2 4 , 3 . 2 7 . 3 7 . 3 9 ) , e in o ltre insiste p iu d e g li altri s u l g i u d i z i o f u t u r o c h e d e c i d e r à la s o r te d e f in itiv a d e i r u o m o . I c i n q u e d i s c o r s i t e r m i n a n o tutti c o n u n ’ a l lu s io n e , p iù o m e n o e v id e n t e , al g i u d i z i o . L ’ u o m o p u ò seguire la s t r a d a larga c h e p o r t a a lla p e r d i z i o n e o q u e l l a str e tta c h e p o rrà alla, v ita ( 7 , 1 3 - 1 4 ) , p u ò c o s t r u i r e la s u a c a s a s u lla r o c c i a in m o d o c h e resista p e r s e m p r e , o p p u r e su lla s a b b i a c h e la p o r t a r a p i d a m e n t e a lla r o v in a (7 ,2 4 -2 7 ). C h i a c c o g l i e un p r o f e t a , un g i u s t o o u n o d e i p ic c o l i n o n r e s t e r à s e n z a r i c o m p e n s a ( 1 0 , 4 1 - 4 3 ) . Il d i s c o r s o del c a p . 1 3 t e r m i n a c o n la p a r a b o l a d e l la rete, c h e è un t ip i c o r i f e r i m e n t o al g i u d i z i o , alla s e p a ­ r a z i o n e dei p esci b u o n i d a i c a t t i v i ( 1 3 , 4 7 - 5 0 ; c fr. 1 3 , 3 6 - 4 3 ) , L a p a r a b o ­ la di 1 8 , 2 3 - 3 4 r i g u a r d a il t r a g i c o d e s tin o d e l s e r v o c h e n o n c o n d o n a il d e b i t o al c o m p a g n o , c o m e m e z z o p e r i n c u l c a r e ia n e c e s s it à d e lla m i s e ­ r i c o r d i a . L a m a g g i o r p a r te d e l l ’ u lt im o d i s c o r s o t r a t ta d e l g i u d i z i o , de lla p a r a s t a , d e lla v e n u t a i n a t t e s a del S i g n o r e e del c o m p o r t a m e n t o c h e esige tu tto c iò (cfr. s o p r a t t u t t o 2 4 , 3 7 - 2 5 , 3 6 ) . L a c o m u n i t à di M t. n o n v i v e n e ll’ a tte s a di u n a p a r u s i a i m m i n e n t e . Il m a g g i o r d o m o in fe d e le « v i s t o c h e il s i g n o r e t a r d a » ( 2 4 , 4 8 ) si c o m p o r t a in m o d o p e s s i m o . Il p e c c a t o delle v e r g i n i sto lte è s t a t o a p p u n t o il n o n c o n s i d e r a r e c h e la v e n u t a del S i g n o r e n o n e v i c i n a e il n o n fa re 1 c o n t i c o n la l o n t a n a n z a del m o n d o f u t u r o , il c h e c o m p o r t a la n e c e s s it à di fare p r o v v i s t a di p r u d e n z a , p e r s e v e i a n z a e o p e r e b u o n e ( « p r e n d e r e l 'o l i o in sie m e alle l a m p a d e » ; c f r . 2 . 5 , 5 : « p o i c h é lo s p o s o t a r d a v a » ) . M t. insiste s u lla m i n a c c i a c o s t i t u i t a da) g i u d i z i o p e r c o l o r o c h e n o n h a n n o o p e r a t o s e c o n d o g iu s t iz ia . R i p e t e u n ’ e s p r e s s io n e c h e p r o b a b i l ­ Escatologia e vigilanza m e n t e p r o v i e n e d a Q (M z. 8 , 1 2 , = usare: L e. 1 3 , 2 8 ) , m a c h e è q u a s i il s o l o a « l à s a r à p i a n t o e s t r i d o r e di d e n t i » 2 5 ,30 ). 2 19 (13 ,4 2 .5 0 ; 2 2 ,13 ; z4>53 i E g l i p a r l a del g i u d i z i o n o n t a n t o p e r c o n s o l a r e i b u o n i , m a s o p r a t t u t t o p e r e s o r t a r e in m o d o p e r e n t o r i o e a d d i r i t t u r a m i n a c c i o s o a lla c o n v e r s i o n e e a p o r t a r e b u o n i fru tti (tra i testi c i t a t i s o l a m e n t e in 13 ,4 3 M t. Sl a l lu d e a lla s o r te dei g iu sti). L a g r a n d e i n s is t e n z a e s c a t o l o g i c a di n o n h a il m i n i m o in te re sse p e r s p e c u l a z i o n i su l f u t u r o , m a t e n d e a e s o r t a r e a lla v i g i l a n z a e a l P a g i r e ben e. I n s o m m a , l 'e n f a s i e s c a t o l o g i c a è c o l l e g a t a ai d u e tem i m a t t e a n i c h e g ià c o n o s c i a m o : la p r e o c c u p a z i o n e m o r a l e e l'i n t e n z i o n e di s o t t o p o r r e la v i t a c r i s t i a n a ( 2 2 , 1 1 - 1 4 ) e la c h i e ­ sa s te s s a ( 2 1 , 4 3 ) a l l 'i s t a n z a c r itic a del g i u d i z i o f u t u r o di D i o , e v i t a n d o o g n i fa ls a s i c u r e z z a . VII. STORIA D E L L A R IC E R C A M i lim it o a s e g n a la r e p o c h e o p e r e s u lla t e o lo g ia d i M t . c h e r it e n g o p a r t ic o la r ­ m e n t e im p o r t a n t i a lP in te r n o d e IT im m e n s a le t t e r a t u r a m o d e r n a s u lP a r g o m e n t o . L a r i c e r c a s u M t . h a r a g g i u n t o P a p o g e o c o n la s c u o l a d e l l a s t o r i a d e l l a r e d a ­ z io n e . C o n v ie n e p e r ò c it a r e p r im a d u e o p e r e c h e , p e r q u a n t o n o n a p p a r t e n g a n o a q u e sta c o rre n te , h a n n o r iv e s t it o una g ra n d e im p o r t a n z a . G. K ilp a t r ic k nel 1 9 4 6 s t u d i ò la n a s c i t a d e l v a n g e l o a p a r t i r e d a l g i u d a i s m o , s o s t e n e n d o n e P o r i g in e lit u r g ic a . * Q u e s t a o p in io n e n o n h a o g g i m o lt i s o s t e n it o r i, a n c h e se r e c e n ­ te m e n t e è s t a t a d if e s a d a G o u l d e r . 6 78 9 R i s a l e a l 1 9 5 4 la p r i m a e d i z i o n e d e l P o p e r a d i S t e n d a h l / i l q u a l e s o s t i e n e c h e M t . p r o v ie n e d a u n a s c u o la d i s c r ib i. E g l i g iu n g e a q u e s t a c o n c lu s io n e d o p o u n o s t u d io d e lle c i t a z io n i s u lP a d e m p im e n t o d e l l e S c r i t t u r e ; c o m e le c i t a z i o n i d e l - P A . T . c h e M t . h a in c o m u n e c o n M e . s e g u o n o i l t e s t o d e i L X X , n e l l e c i t a z i o n i d i a d e m p im e n t o d e lle S c r it t u r e il te s to è m o lt o co n o scen za d iv e r s o e r iv e la u n a p ro fo n d a d i d if f e r e n t i v e r s io n i d e l P A . T . , t a n t o c h e s e m b r a n o i l r is u lt a t o la v o r o d i u n a s c u o l a s c r it t u r is t a s im ile a q u e lla c h e p r o d u s s e i p e s h a r ì m del (c o m ­ m e n t i) d i Q u m r a n . I n d u b b ia m e n t e e s is t e t t e r o d iv e r s e s c u o le c r is t ia n e e M t . r is p e c c h ia u n a m b ie n ­ te d i s c u o l a , m a q u e s t o n o n e s c l u d e i n a l c u n m o d o l ’ o p e r a d i u n r e d a t t o r e i n ­ d iv id u a le . L a p r o v e n ie n z a d e l t e s to d e lle c i t a z i o n i d i a d e m p im e n t o è m o lt o d i ­ s c u s s a . F r a n c e , n e lla s u a o p e r a r e c e n t e , a f f e r m a c h e la s t r e t t a r e la z io n e d i q u e s t e c i t a z i o n i c o n i c o n t e s t i i n c u i s i t r o v a n o i n d i c a c h e la s t e s s a p e r s o n a c h e l i h a c o m p o s t i è f a u t o r e d i q u e lle c i t a z i o n i . y R . H . G u n d r y p r e n d e in e s a m e n o n s o lo le c i t a z i o n i d i a d e m p i m e n t o m a 6 t u t t i i r if e r im e n t i a l r A . T . p r o p r i d i M z .; e g li . The Origiits of thè Gospeì according to St. Matthew, London 1 9 4 6 . 7. Midrash and Lection in Matthew, London 1974. 8. The Schooi o f St. Matthew, London 1954. 9. Op. cit.y 179. La stessa opinione ritorna in W. Rothfuchs, Dìe Erfullungszitate des Matthdus-Evangelìums, Stuttgart 1969 e G.M. Soares Prabhu, The Formula Quotations in thè Infancy Narrative of Matthew, Roma 1976, 83 s. La dimensione teologica zzo c o n s t a t a c h e q u a n d o M t . c o in c id e c o n M e . s e g u e i I . . X X , m a n e lla m a g g io r p a r t e d e i c a s i d if f e r is c e n o t e v o lm e n t e d a l te sto g r e c o . V ie n e e v id e n z ia t o c h e l ’a p o s t o lo M a t t e o ( a u t o r e , s e c o n d o G u n d r y , d e l v a n g e l o ) è a n c h e t a r g u m i s t a e u t i l i z z a le t r a d i z i o n i t e s t u a l i d e l l ’ À . T . in a i a m a i c o , e b r a i c o e g r e c o . 10 La s e r ie d i s t u d i d i s t o r ia d e lla r e d a z io n e s u M t , f u a p e r t a nel 1 9 4 7 d a un p ic c o lo la v o r o d ì G . B o r n k a m m s u lla te m p e s ta p la c a t a . N e l i 9 6 0 a p p a r v e u n ’o p e ra m o lt o im p o r t a n t e d i B o r n k a m m e d u e s u o i a l l i e v i . " I n e s s a H . J . H e l d s t u d i a la r e d a z i o n e m a t r e a n a d e i m i r a c o l i e le s u e p r e o c c u p a z i o n i t e o l o g i c h e . G . B a r t h a ffro n ta il p r o b le m a d e lla c o n c e z io n e d e lla d ib a t t u t o tra s v a lu t a le g g e in M t . e c o n c l u d e c h e e g l i è d u e r is c h i: u n d e v ia z io n is m o d o t t r in a le d i t ip o e n t u s ia s t ic o , c h e la l e g g e , e u n b re v i m a m o lt o f a r is e is m o s u g g e s t iv i. r ig o r is t a . B o r n k a m m Q u e s t ’o p e r a h a e s e r c it a t o r a c c o g lie m o lt a tre la v o r i p iù in f lu e n z a , g r a z ie a n c h e a lla s u a t r a d u z io n e in in g le s e . A p a r t ir e d a g li a n n i ’6 o s o n o s ta te p u b b lic a t e q u a s i s im u lt a n e a m e n t e n u m e ro se o p e re su M t. a c co m u n a te da una ce rta a r ia d i f a m ig lia : 1. a p p lic a n o il m e t o d o d e l l a s t o r i a d e l l a r e d a z i o n e i n d i v i d u a n d o la t e o l o g ì a d i M t . a p a r t i r e d a i s u o i i n t e r v e n t i r e d a z i o n a l i s u l l e f o n t i ; z . c 5*è u n g e n e r a l e a c c o r d o s u l l a d i p e n d e n z a d i M t . d a M e . ; 3 . in q u e s t o p e r io d o il te m a d e lla le g g e in M t . n o n è o g g e t t o d i s t u d i m o n o g r a f i c i . L e i n t e r p r e t a z i o n i o s c i l l a n o t r a q u a n t i c o n s i d e r a n o la c r i ­ s t o lo g ia l ’a s se p o r t a n t e d e ll’o p e r a e c o lo r o c h e n e d it e n d o n o P a s p e t t o e c c le s io ­ lo g ic o . L a m o n o g r a f ia d i W . T n l l t n g s o t t o lin e a il r u o lo c e n t r a le d d P e c d e s io l o g ia e d e f i n i s c e la c h i e s a c o m e i l « v e r o I s r a e l e » , n a t o d o p o i l r i f i u t o d e l l ' a n t i c o ; 2 .1 ,4 3 è c o n s i d e r a t o il t e s t o c e n t r a l e . ' ! L ’ o p e r a d i G . S t r e c k e r , 13 q u a s i c o e v a , a t t r i b u i s c e u n r u o lo f o n d a m e n t a le a lla c r is t o lo g ia . E g l i r it ie n e c h e il p r im o v a n g e lo s u d d i­ v i d a la s t o r i a d e l l a s a l v e z z a in t r e f a s i : la p r o m e s s a , i l t e m p o d j G e s ù e i l r e m p o d e l l a c h i e s a . P r o b a b i l m e n t e la c e l e b r e o p e r a d i C o n z e l m a i m poco s u L e . , p u b h lic a r a p r im a , h a e s e r c it a t o u n a n o t e v o le in f lu e n z a su S t r e c k e r . S e c o n d o q u e s t o a u t o r e M t . c o n s id e r a il m in is t e r o d i G e s ù c o m e a p p a r t e n e n t e a l p a s s a t o , « c o m e u n ’ e p o c a u n i c a , i r r i p e t i b i l e , s a n t a e i d e a l e n e l c o r s o d e l l a s t o r i a » . L a f in e t a r d a a d a r r i v a r e e la c h i e s a è i n c a r i c a t a d i p o r t a r e a v a n t i le c o n s e g u e n z e e t i c h e d e l ­ l ’ i n s e g n a m e n t o d i G e s ù , « i l c a m m i n o d e l l a g i u s t i z i a » . R . W a l k e r 1* e J . P . M e i e r 15 p r e s e n t a n o u n ’in t e r p r e t a z io n e d i M t . p iu t t o s t o s im ile a q u e lla d i S t r e c k e r . M e n t r e B o r n k a m m e B a r t h r it e n g o n o c h e s t ia n o c h e scrive p e r e W a lk e r lo a llin e a con il r e d a t t o r e d i M t . s ia u n g iu d e o c r i­ u n a c o m u n i t à in p r e v a l e n z a g i u d e o c r i s t i a n a , T r i l l i n g , S t r e c k e r c o n s id e r a n o e t n ic o c r is t ia n o i p r im i e p o le m iz z a con (c fr. c a p . v i l i , i s e c o n d i: M t . è un 1 1 1 ,3 ). R - H m n m e l si g iu d e o c r is t ia n o ch e 10. The Use of thè Old Testament in Si. Mattbew's Gospel with Special lieference to thè Mussiamo Hope, Leiden 1967. 1 1 , G. Bornkamm - G. Barth - H.J. Held, uberheferung uttd Auslegurtg ìm Matthdusevangelium, NeukirtUen i960, 1 1 . // vero Israele, Casale Monb 1 9 9 1 (ed, or. Das wahre Israel, Munciicn 196 1]. 1 3 . Der Weg der Gerecbtigkeìt, Gòcdngen 1962. 1 4 . Die Heitsgeschicbte ini ersten Evangeliurrh Gòttingen 1 9 6 7 . 1 5 . Law and Hìstory in Matthew*s, Gospel, Roma 1976. n i Stor ia del l a ricerca c o m b a t t e t a n t o u n a n t in o m is m o e n t u s ia s t a q u a n t o il g iu d a is m o f a r is a ic o c o n ­ t e m p o r a n e o . 16 L ’o p e r a d i W . G . T h o m p s o n è d i t i p o d i v e r s o . N o n s i t r a t t a d i u n ' i n t e r p r e t a ­ z io n e g lo b a le , m a d i u n o s t u d io p a r t ic o la r e g g ia t o d i M t . 1 7 , 2 2 - 1 8 ,3 5; e g li n o n p r e s u p p o n e la t e o r ì a d e l le d u e f o n t i ; i l s u o s t u d i o s ’ i n s c r i v e n e l l a K o m p o s i t i o n s k r i t i k , o s s ia n o n si d e d ic a a lle ip o t e t ic h e m o d if ic a z io n i r e d a z io n a li m a e s a m in a il s ig n if ic a t o d e l re sto n e l s u o in s ie m e , p r e s c in d e n d o d a lla s u a o r ig in e . Q u e s t a s e z io n e * u n it a r ia e b e n c o s t r u it a ^ in t e n d e in s e g n a r e a i m e m b r i d e lia c o m u n it à c o m e d e v o n o a f f r o n t a r e i c o n f lit t i in t e r n i, p e r c h e la c o m u n it à è d iv is a d a p e c c a t i e s c a n d a li, s e n z a c h e e m e rg a n o d e v ia z io n i d o t t r in a li: si t r a tta d i u n a s e z io n e e s o r t a t iv a e n o n le g a le .'7 F r a n k e m ò lle lin e e e K in g s b u r y in t e r p r e t a t iv e d e lla so n o t e o lo g ia d u e e s e m p i p a r a d ig m a t ic i d e lle d i M t . F r a n k e m ò l l e 11* d à due g ra n d i u n ’ in t e r p r e t a z io n e e c c l e s i o l o g i c a d e l v a n g e l o . R i t i e n e c h e la s u a s t r u t t u r a s i b a s i s u i c i n q u e d i s c o r s i e s o t t o lin e a il s ig n if ic a t o a t t u a liz z a n t e d e lla f ilig r a n a d e l v a n g e lo . R e s p in g e l ’i n ­ t e r p r e t a z io n e « s t o r ic iz z a n t e » d i S t r e c k e r e W a lk e r . « N e lla f in z io n e le t t e r a r ia d i M t . il G e s ù t e r r e n o p a r la a i s u o i d is c e p o li im m e d ia t a m e n t e p r im a d e lla s u a m o r t e ; in r e a lt à è il t e o lo g o M t. a p a r la r e a lla p r o p r ia c o m u n it à con l ’a u t o r it à del S i g n o r e e s a l t a t o » . " ' Q u e s t o a u t o r e m e t t e in r i l i e v o l ’ i m p o r t a n z a d e l l ’ e s p r e s s i o n e ( 'C o n v o i » ( 1 , 2 3 ; 1 8 ,2 .0 ; 2 8 , 2 0 ) e la c o l l e g a a l l a f o r m u l a d e l l ’ a l l e a n z a n e i t e r m i n i e s p o s t i in p r e c e d e n z a ( c f r . s o p r a , i v , z ) . K i n g s b u r y o f f r e u n ’ in t e r p r e t a z io n e n e t t a m e n t e c r is t o lo g ic a d i M t . 0 E g l i s t r u t ­ t u r a i l v a n g e lo a p a r t ir e d a lle f r a s i d i 1 ,1 ; 4 , 1 7 e 1 6 ,2 1 in m o d o d a s o t t o lin e a r n e l ’ a s p e t t o n a r r a t iv o . I l s u o lib r o p iù r e c e n t e s u M t . h a l ’ in t e n t o d i a g g io r n a r e g l i s t u d i s u i v a n g e l i c o n i m e t o d i d i s t u d i o d e l l a n a r r a t i v i t à . L ’i n t e n t o a t t u a l i z z a n t e d e i te s ti e il lo r o s ig n if ic a t o e s c a t o lo g ic o n e r is u lt a n o p o s t i e c c e s s iv a m e n t e in o m b ra . M o lt e c a p a c it à a lt r e o p e r e m e r it e r e b b e r o d ’in t e g r a z io n e d i e s s e re r ic o r d a t e . S i d is t in g u e e d i s in t e s i J . Z u m s t e in , c h e s t u d ia p e r la s u a la c o n d i z i o n e del c r e d e n t e i n M t . 11 S u l l a s r e s s a l i n e a s i t r o v a u n i m p o r t a n t e a r t i c o l o d i U . L u z s u l s i g n i f i c a t o d e i d i s c e p o l i in M t .111 d i s c e p o l i , g l i a v v e r s a r i e i p e c c a t o r i s o n o c o n c e t t i c h e l a s c i a n o i n t r a v e d e r e la r e a l t à d e l p r e s e n t e . I d i s c e p o l i s o n o l ’ i m m a g i n e d e i c r e d e n t i, m a c iò n o n s m in u is c e il r if e r im e n t o a u n a r e a lt a d e l p a s s a t o ( il c h e p a r e a c c a d e r e a n c h e n e ll’in t e r p r e t a z io n e d i F r a n k e m ò lle } ; a l c o n t r a r io , p o ic h é s o n o r e a l t à d e l p a s s a t o , c h e è in u n r a p p o r t o s p e c i a l e c o n i l G e s ù t e r r e n o , s i t r a s f o r ­ m ano i n m o d e l l i e in c o n c e t t i d i e t r o c u i t r a s p a i o n o i c r is t ia n i d i o g n i te m p o , E6. Die A useinandersetzHng zwischeu Kircbe and judentum itti A4 atthdusevangeUumy M iin c h e n 1 9 6 3 . 1 7 . Matthew’s Advice io a Divided Comnnmtty: Matthew 17,22.-18,$ y, Roma 1975. 18 jahtoehund und Ktrtbe Chrìsti, M ììn s t e r 1 9 7 4 . 1 9. Op. cit., 3 5 1. 20. Le sue opere sono state citate al cap. Vi, V. i l . La conditìon du croyant dans Vévangile setoli Matthìeu, Fribourg-Gòthngen 1977. 2.2, Die J ùnger irti Matthdusevangeliunv. ZLTW 6 z (19 71) 1 4 1 - 1 7 1 ; tr. ingl. in G. Stanton, hitet'pretatioh, 9 8 - 1 1 8 . 222 La dimensione teologica Z u m s t e i n s t u d ia i n o l t r e la b a s e c r i s t o l o g i c a d e l l a c o m u n i t à , i s u o i c a p i e le d i v i s i o n i . 11 N e l l a s u a p a n o r a m i c a della l e t t e r a t u r a m a t t e a n a dal 1 9 4 5 al 1 9 8 0 , S t a n t o n c o n s t a t a v a la c a r e n z a d i b u o n i c o m m e n t i . O g g i n o n si p o t r e b b e dire lo ste sso . F o r s e p e r c h e le m o n o g r a f i e s u lla r e d a z i o n e di M e . h a n n o p r e p a r a t o la s t r a d a , negli ann i ’ 8 o s o n o sta ti p u b b l i c a t i o s o n o in c o r s o di p u b b l i c a z i o n e n u m e r o s i c o m m e n t i di g r a n d e v a l o r e ( c f r . la b ib lio g ra fia del c a p . 1). V i l i . EI E L I O G R A F I A 1. S tu d i g e n e ra li W . T r i Ili n g , ì l v e r o I s r a e le . S t u d i s u lla t e o lo g ia d i M a t t e o , C a s a l e M o n f . 1 9 9 2 . S t u d i o della t e o l o g i a di M t u n tip ic o e s e m p l a r e della s t o r i a della r e d a z i o n e . L ’o r i g i n a l e t e d e s c o ris a le al 1 9 5 9 . Si t r a t t a di u n ’o p e r a s p e c ia l ì s t i c a ben fatta e rigorosa. W . T r i l l in g , M a t t e o , il v a n g e l o e c c le s ia s t ic o . S t o n a d e l l a t r a d i z i o n e e t e o l o g i a , in J . S c h r e i n e r - G. D a u itz e n b e rg , I n t r o d u z i o n e le t t e r a r ia e t e o lo g ic a a l N u o v o T e s t a m e n t o , R o m a 1 9 9 2 , 3 0 4 - 3 2 5 . B u o n r i a s s u n t o della t e o l o g i a del v a n g e lo , j . Z u m s t e i n , M a t t h ie u . L e T b é o l o g i e n { C a h i e r s E v a n g ì l e 5 8 ) , P a r is 1 9 8 7 . O p e r a chiara e p rofon d a. E . S c h w e i z e r , M a t t e o e la s u a c o m u n i t à , B r e s c i a 1 9 8 7 . S t u d i a l ’e c c l e s i o l o g i a d i M t . e il c o n t e s t o s t o r i c o della c o m u n i t à d a lla q u a le p r o v i e n e il v a n g e l o . - , L a c o m u n it à d i S t r ia , in E . S c h w e i z e r - A . D fe z M a c h o , L a c h ie s a p r im it iv a . A m b i e n t e , o r g a n iz z a z io n e e c u lt o , B r e s c i a 1 9 8 0 , 3 3 - 5 3 . R i p r e n d e tem i del t i t o lo p r e c e d e n t e . G. S t r e c k e r , D a s C e s c h t c h t s v e r s t à n d n is d e s M a t t h à u s : E T z 6 ( 1 9 6 6 ) 5 7 - 7 4 . J . P ik a z a - R de la C a lle , T e o lo g ia d e lo s e v a n g e lio s d e J e s u s , S a l a m a n c a 1 9 7 4 . L e t t u r a c o n t i n u a t a di M t . c h e ne s o t t o l in e a p a r t i c o l a r m e n t e l ’a s p e t t o t e o l o g i c o . 2. S tu d i p a rtico la ri Su li i n f a n z i a (M f, 1 -2 ): R . E . B r o w ìi, L a n a s c it a d e l M e s s ia s e c o n d o M a t t e o e L u c a , Assisi 1 9 8 1 , 4 3 - 3 0 6 ; R . L a m e n t o , / v a n g e li d e II*in f a n z ia d i C r i s t o , C inisello B a h . 1 9 8 5 ; G. L e o n a r d i , U ir t fa n z t a d i G e s ù n e i v a n g e li d i M a t t e o e L u c a , P a d o v a 1 9 7 5 ; O . da Spinetoli, I n t e r p r e t a z io n e d e i v a n g e li d e ll* in fa n z ia , Assisi 1 9 7 6 ; S. M u n o z Iglesias, L o s e v a n g e lio s d e la in fu n a ta , iv. N a c ìm w n t o e in f a n c ia d e J e s u s e n S a n M a t e o , M a d r i d 1 9 9 0 . S o n o stud i di b u o n livello, a c c u r a t i e a ccessibili, 23. Sono inoltre da citare E. Schweizer, M a tte o e la su a c o m u n ità , Brescia 1987. Si tratta di uno studio assai stimolante sull’ecclesiologia di M t. L'autore e un grande conoscitore del vangelo, del quale ha apprestato un buon commento (tr. it. in prep,). Un articolo di questo autore riassume il libro citato: L a c o m u n it à d i S ir ia , in A. Dfez Macho E. Schweizer, L a ch ie sa p r im it iv a . A m b ie n t e , o r g a n iz z a z io n e e c u lto , Brescia 1980, 3 3 - 5 3 . D. Marguerat, L e ] ugevnent d a n s l'è v a n g ile d e M a t t h ie u , Genève 1981 è uno studio dei testi sul giudizio ed escatologici. L’opera di B. Przybylski, R ìg b te o u s t ic s s in M a t t h e w a n d b is W o r ld o f T h o u g h t , Cambridge 1980 è molto interessante, perché studia il concetto di giustizia, fondamentale in M t , alla luce del giudaismo contemporanco. B ib lio g r a f ìa 2.2,3 Su! d i s c o r s o delia m o n t a g n a : W . D . D a v i e s , T h e S e t t in g o f t h è S e r m o n o n th è M o u n t , C a m b r i d g e 1 9 6 3 ; J . D u p o n t , L e B e a t i t u d i n i , 1. I l p r o b l e m a le t t e r a r i o ; 11. La b u o n a n o v e l l a , C in is e llo B a Js. 1 9 9 2 . ( rist. d e l P e d . it. del 1 9 7 2 - 1 9 7 7 ) ; F. C a m a c h o , L a p r o c la m a d e l R e in o . A n d l i s i s s e m à n t ic o y c o m e n t a r io e x e g é t ic o d e la s B i e n a v e n t u r a n z a s d e M t . 5 , 3 - i o , M a d r i d 1 9 8 7 ; H . H e n d r i c k x , E l s e r m ó n d e la m o n t a n a , M a d r i d 1 9 8 6 . Su M t . 2 , 5 , 3 1 - 4 6 , c o n s i d e r a t o nel c o n t e s t o della t e o l o g i a m a t t e a n a : X . P i k a z a , H e r n t a n o s d e J e s u s y s e r v i d o r e s d e lo s m a s p e q u e n o s {M t . 2 5 ^ 3 1 - 4 6 ) , S a l a m a n c a 1984. Sulla p a s s i o n e : P. B e n o i t , P a s s io n e e r is u r r e z io n e d e l S ig n o r e , T o r i n o 1 9 6 7 . P e r u n ' e s p o s i z i o n e c h i a r a dei testi re la tiv i alla p a s s i o n e nei s in o ttic i si v e d a A . V a n h o y e , S t r u c t u r e e t t h é o l o g i e d e s r é c it s d e la p a s s i o n d a n s le s é v a n g ile s s y n o p t ìq u e s : N R T 8 9 ( 1 9 6 7 ) 1 3 5 - 1 6 3 ; R . A gu irre, E x é g e s is d e M a te o z y , y i b - y ^ . P a ra u n a t e o lo g ia d e la m u e r t e d e J e s u s e n e l e v a n g e l i o d e M a t e o , V i t o r i a - V a l e n c i a 1 9 8 0 : m o n o g r a f i a i n c e n t r a t a su un te s to p a r t i c o l a r e c o l l o c a t o n e l l 'i m m e d i a t o c o n t e s t o della p a s s io n e . Capitolo v m La dimensione storico-sociale La conoscenza delle circostanze particolari, sociali e storiche di qualsi­ asi testo è un fattore rilevante. Nel caso della letteratura protocristiana e indispensabile, perché essa è espressione di un movimento sociale e vitale. Scopo di questo capitolo è di collocare il vangelo di M atteo nella propria chiesa e di comprendere la funzione che vi svolgeva; al tempo stesso si vedrà la funzione d iM f. nella stona del cristianesimo primitivo. Lo studio della dimensione letteraria e teologica ha fornito una serie di tracce per conoscere il contesto sociale ed ecclesiale dell'opera. Lo studio diretto di questo tema consentirà di precisare le già ricordate circostanze storiche del testo e ciò, di riflesso, mostrerà l’opera sotto questa nuova luce. Le dimensioni letteraria, teologica e storico-sociale di un vangelo sono inseparabili e si illuminano a vicenda. Questo tipo di studio pone problemi, anche d ’ordine metodologico, in cui non è qui possibile addentrarsi. Anche se ci si rifarà a opinioni supportate da un ampio consenso, si dev’essere consapevoli che questo capitolo ha un carattere particolarmente ipotetico. Un tale studio, tut­ tavia, è importante e gode di un riconoscimento sempre maggiore e non dev’essere tralasciato, anche se sarà trattato in breve, giacché in un primo accostamento ai vangeli si devono privilegiare gli aspetti letterari e teologici. I. IL V A N G E L O DI M ATTEO E LA C H IE S A DI A N TIO CH IA i. L a com unità d e l van gelo d i M atteo Riassumiamo le caratteristiche che ci sono già note dallo studio compiu­ to in precedenza. Si tratta di una comunità eterogenea: ha una com po­ nente fondamentale giudeocristiana, in parte giudeocristiana ellenistica (1 opera è scritta in greco e utilizza i L X X ), ma non mancano cristiani provenienti dal paganesimo. La chiesa di Mt. polemizza duramente con il giudaismo di stampo farisaico che s'im pose dopo il 70. La disputa verte in larga misura su di una comune eredità: qual è il vero popolo di Dio? chi interpreta correttamente la Scrittura? chi detiene la giusta co­ noscenza della legge? Probabilmente questa chiesa si è già separata dalla Il vangelo di M a t t e o e la chiesa di A n tioch ia 2.25 sinagoga (si parla della loro sinagoga come di qualcosa di estraneo: 4 ,2 3 ; 9 ,35 ; 1 0 ,1 7 ; 2 3 ,3 4 ), anche se non si può escludere che almeno una parte dei suoi membri siano ancora sottoposti alla discipli­ na della sinagoga (il che spiegherebbe la persecuzione da parte di quest'ultim a; 5 , 1 1 - 1 2 ; 1 0 ,1 7 .2 3 ; 2.3,33-39). Questa chiesa, inoltre, ha pro­ blemi interni. Ci sono mancanze notevoli nella coerenza di vita dei cristiani e questo spiega l’esortazione insistente a «dare buoni frutti». Si osserva poi la «poca fede», quando arrivano i momenti difficili. Ci sono falsi profeti che diffondono dottrine erronee ( 7 ,15 - 2 3 ; 2 4 ,11.2 4 ) , scan­ dalizzano e sviano i membri deboli della comunità ( 1 8 ,6 .1 0 .1 2 - 1 4 ) , Probabilmente si tratta di dottrine libertine nei confronti della legge e basate su una presunzione carismatica (7 ,2 1-2 3 ). Questa comunità è stabilita in un centro urbano ed è dotata di un certo grado di organizzazione, come dimostrano i suoi ministeri (2 3 ,8 ­ 10 .3 4 ) e d suo procedimento disciplinare ( 18 ,15 -2 0 ). A giudicare dal­ l ’uso della Scrittura e dalla conoscenza della tradizione giudaica p ro­ babilmente esisteva in questa chiesa una scuola di scribi cristiani.1 Il vangelo di M atteo nacque in questo ambiente. Tuttavia il suo autore e una persona reale, un giudeocristiano molto istruito nei metodi degli scribi e che probabilmente ha lasciato una descrizione del proprio lavo ­ ro nelPimmagine dello «scriba che si è fatto discepolo del regno dei cieli e che prende dal suo scrigno cose nuove e cose antiche» (13 ,5 2 ). 2. La chiesa di A n tiochia2 Presentiamo ora la chiesa di Antiochia, in cui probabilmente nacque il vangelo di M atteo. Antiochia era la capitale della provincia rom ana di Siria e la terza città dell’impero, dopo Rom a e Alessandria. Città forte­ mente cosm opolita, la sua lingua franca era il greco e Pellenismo era Pelemento coagulante di popoli diversi. La colonia giudaica era im por­ tante e mostrava notevoli segni di penetrazione delPellenismo. Prima fase. La chiesa di questa città venne fondata da giudeocristiani ellenisti fuggiti da Gerusalemme all’epoca della prima persecuzione {Atti 8 ,1- 3 ; 1 1 , 1 9 - 2 1 ) ; in essa avvenne un fatto di eccezionale importanza: per la prima volta alcuni gentili furono ammessi nella chiesa senza essere sottom essine alla circoncisione né ad altre prescrizioni giudaiche. Paolo svolse da subito un ruolo predominante nella chiesa di Antiochia 1. Nel cap. i, u b ci si è soffermati sull'attività di studio sulla Bibbia e sulle tradizioni su Gesù nelle comunità cristiane primitive. Sull'esistenza di vere e proprie scuole in queste comunità v. M. Perez, L a a c tiu ita d de e sta d io en ia p rim e v a c o m u n id a d : Cuadernos Biblicos (Pubblicazione della Institución S. Jerónimo) n. 12, Valencia 1986, 69-74. 2. Sì può vedere il mio lavoro La Ig ìe s ia de Antìoquia de S iria , Bilbao 1988. zz6 La dimensione storico-sociale (11,2.5-2,6; * 3 ,1) . Antiochia e Gerusalemme, i due grandi centri dei primi tempi della chiesa, ebbero caratteristiche molto diverse: quella di Gerusalemme è una comunità giudeocristiana in senso stretto in quanto legata alla legge; Antiochia era molto più libera rispetto alla legge, poiché vi prevaleva la componente giudeocristiana ellenistica ed era aperta ai gentili; in questa città i discepoli di Gesù ricevettero il nome di «cristiani» (11,2 .6 ). Ciò indica che era avvertita la personalità autono­ ma del gruppo che presto arriverà alla separazione dal giudaismo. Il cosiddetto «concilio di Gerusalemme» ( G a i 2 ,1 - 1 0 ; A tti 1 5 ,1 - 1 9 ) fu, in realtà, un’assemblea di queste due chiese in cui venne riconosciuta tanto la legittimità del cristianesimo gerosolimitano quanto di quello antio­ cheno, ma non furono elaborate le condizioni per una comunione tra le due in caso d ’incontro in uno stesso luogo. Seconda fase. Presto si pose il problema, e precisamente ad Antiochia. Pietro, trasferitosi presso questa chiesa, ne accettava gli usi «liberali»; quando giunse da Gerusalemme un gruppo di giudeocristiani di stretta osservanza, la cui chiesa era presieduta da Giacom o, fratello del Signo­ re, cambiò il proprio atteggiamento e cominciò a com portarsi come i nuovi arrivati. Tale è la ragione del famoso conflitto tra Pietro e Paolo {Gal. z ,1 1 - 1 4 ) m cul ora non è possibile addentrarsi. Come si concluse la vicenda? In quell’ occasione fu promulgato il cosiddetto «decreto apostolico» {Atti i5 ,i9 -z o .z 8 -z 9 ) , che cercava di rendere possibile la convivenza e Punita tra giudeocristiani ed etnicocristiani.3 Si tratta di una soluzione dì mediazione e di sintesi. Da un lato si riconosce la legittimità del cristianesimo libero dalla legge, il che non fu accettato da alcuni settori giudeocristiani riluttanti. Dall altro, tutta­ via, si chiede a questi etnicocristiani l’accettazione di alcuni punti (sìmili a quelli ritenuti vincolanti dal Pentateuco per gli stranieri residenti in Israele, cfr. Lev. 17 - 18 ) per rendere possibile la convivenza con i giudeocristianL il che potè risultare inammissibile per alcuni settori. Un simile atteggiamento di mediazione e di sintesi è caratteristico, all’ interno del cristianesimo primitivo, della tradizione petrina e, probabilmente, della personalità stessa di Pietro;4 questa tradizione arrivò a prevalere nella 3 . Atti 15 collega questo decreto e il concilio d> Gerusalemme: si tratta in realtà di due faLti distinti, come rileva agevolmente la critica letteraria e viene universalmente riconosciutoSulla questione cfr- l’opera citata alla nota precedente. 4. Pietro era un giudeocristìano aperto, giacché aveva accettato le usanze liberali della comunità antiochena; quando giungono i gitideociistiani di stretta osservanza della comu­ nità di Gerusalemme, egli modifica il suo atteggiamento perché, in fin dei conti, apparte­ neva alla stessa tradizione di questi ultimi, le cui usanze —g»ova sottolinearlo — non erano state modificate dal concilio di Gerusalemme. Paolo, invece, non era disposto a fare con­ cessioni ai giudeocristiani. Pare che l’atteggiamento di Pietro si sia imposto ad Antiochia e ne abbia caratterizzato la chiesa a partire da questo momento. Sulla tradizione perrma Il vangelo di M atteo e la chiesa di Antiochia 2,2,7 chiesa di Antiochia, anche se naturalmente continuò a esistere una tra­ dizione giudeocristiana rigida, che poteva rifarsi all’autorità di G iaco ­ mo, e una tradizione paolina radicale, caratterizzata probabilm ente da m anifestazioni carismatiche (cfr. M t. 7 , 2 , 1 - Z 3 ) e dalla messa in secondo piano della legge. In questa seconda fase la chiesa di Antiochia fonda la propria unità sulla tradizione petrina e Pietro diventa la grande autorità di questa comunità, 3. M atteo, il va n g elo d ella chiesa d i A n tio ch ia L'opinione più diffusa ritiene che il vangelo di Matteo sia sorto nella chiesa di Antiochia.5 In questa sezione si vedrà che, in effetti, si dà un’illuminazione reciproca tra le caratteristiche letterarie e teologiche del vangelo e la situazione vitale di questa chiesa. a) M t . è l’unico vangelo a menzionare la fama dell’attività di Gesù in Siria (4,z i) . E scritto in greco, la lingua usata nelle città della Siria occidentale, mentre l’aram aico era la lingua delle zone rurali. Antiochia, in cui erano maggiormente fiorenti le tradizioni greche, è il luogo in cui meglio si può situare l’opera di M t. b) L ’origine antiochena di M t. è confermata dal fatto che Ignazio di Antiochia è il primo autore a citarlo. In tre occasioni egli allude a passi riscontrabili nel solo M t. (Sm. 1 , 1 ; P oi. z ,z ; E p h . 19 ,2 -3 ). Il minimo che si possa dire è che, se il vangelo di M atteo non venne scritto ad Antio­ chia, fu conosciuto e accettato molto presto in questa città. c) M t. compie una sintesi tra M e. e Q. Antiochia è un luogo molto propizio per questo incontro. Il vangelo di M arco potè arrivare facil­ mente in questa città, tanto da Rom a (per le buone comunicazioni tra le due città) quanto dalla Siria-Palestina (per la vicinanza); la sua teolo­ gia, basata sulla morte e risurrezione di Gesù ed emancipata dalla legge, doveva risultare molto ben accetta ai settori cristiani di origine pagana e giudeo-ellenista. Quando i profeti della fonte Q dovettero fuggire dalla Palestina a causa della guerra giudaica, naturalmente si rifugiaro­ no ad Antiochia, e la loro teologia, incentrata sul figlio dell’ uomo, giu­ dice futuro, era molto omogenea al settore giudeocristiano. M t. riesce a conciliare tradizioni giudaiche estremamente particolaristiche (10 ,3 6 ; 15 ,2 4 ) con altre universalistiche di origine pagana o ellenistica ( 2 8 ,16 ­ 20); tradizioni giudaiche rigorosamente legaliste (5 ,18 -19 ) con altre più R- Aguirre (ed.), Pedro en la Iglesia primitiva. La trayectoria petrina en la Iglesia primitiva (Serie de Monografias de la Asociación Biblica Espanda), Estella 1991. V 5. Si può vedere il mio lavoro citato sopra (n. z) e R.E. Brown - J.P. Meier, Antiochia e Roma. Chiese-madri della cattolicità antica, Assisi 1 9 8 7 ; } . Zumsteio, Antioche sur POronte et l'évangile seìon Matthieu, in Studien z. N T und seiner Umutelt A j Linz 1980, iz z -1 3 8 . zz8 La dimensione storico-sociale critiche nei confronti della legge (5 ,3 13 .3 8 s.43 ss.; i z , i -8). Tanto la posizione geografica di Antiochia quanto le componenti della sua chiesa la rendono il luogo adatto per rincontro delle tradizioni alla base di M i . d ) La chiesa di M f. è ampia, istituita in modo relativamente stabile e con un’organizzazione ministeriale di profeti e, soprattutto, maestri. Atti 1 3 , 1 parla della presenzanella chiesa di Antiochia di «profeti e maestri». e) 11 doppio fronte sul quale è impegnalo il vangelo di M atteo ben si spiega all’interno della chiesa di Antiochia. 11 giudaismo con cui M t . polemizza tanto duramente è un blocco unitario di ascendenza farisaica, che riflette la situazione posteriore al 70 piuttosto che quella del tempo di Gesù, E il momento in cui la chiesa si sta separando dalla sinagoga e ciò avviene tra durissime polemiche. Alcuni ritengono che proprio in quest’epoca il giudaism o, riunito a Jam nia, abbia introdotto nella liturgia sinagogale la b irk a t ha-m inim , una maledizione contro gli eretici che includeva 1 cristiani, e che il vangelo di M atteo sia una risposta, altrettanto dura, a questo stato dì cose.6 In ogni caso il conflitto fu particolarmente virulento ad Antiochia e rim arrà come una costante in questa città nei secoli successivi. La pressione del giudaismo trovava eco in alcuni settori interni alla chiesa cristiana, 1 quali avevano mantenuto il loro esclusivismo giudaico: si pensi ai giudeocristiam della prima ora (Atti 1 1 , 1 9 ) e, soprattutto, ai membri del gruppo di Giacom o, giunti in un secondo momento (GaL 2 ,12 ). Inoltre M t. conosce un conflitto esclusivamente intraecclesiale, rispec­ chiato nelle accuse contro quanti non praticano la «giustizia cristiana» e non danno «buoni frutti». N on m ancano, poi, falsi profeti dal carisma spiccato, che probabilmente sostengono una svalutazione della legge. Se il problema precedente portava M t . ad affrontare certi critici di tenden­ za giudaizzante radicale, qui egli combatte alcuni cristiani giudeo-elle­ nisti o di origine pagana, eredi di Paolo, che interpretavano questo apostolo in senso libertino. Senza dubbio Antiochia di Siria è il luogo in cui meglio si spiega la presenza di queste tendenze. f) In M t., Pietro è il prototipo dei discepoli e il garante delle tradizioni disciplinari e dottrinali di Gesù; Pietro e la tradizione pettina sono il 6. Così W.D. Davìes, The S e tti t%g af thè Serman on thè M o u n t 1 Cambridge 1 9 6 3 , 2.56-315. Questo però pone molti problemi: le attività di Jamnia sono incerte, come del resto la data della maledizione contro ì mìnimi, è inoltre controverso se questa maledizione fosse rivolta contro i cristiani. I commenti recenti di L u t (pp. 7 0 - 7 1 } e Davies-Àllison (pp. 1 3 6 - 1 3 7 ) forniscono le informazioni e la bibliografia. Luz affeima che Mt, parla del rifiuto di Gesù da parte d’Israele come un avvertimento per la sua comunità, ma non intende polemizzare direttamente con il giudaismo del suo tempo; egli inoltre sminuisce Timportanza della b ir k a t h a m in ìm per comprendere Mi Davies AJlison, a! contrailo, conservano, con qual­ che sfumatura, la vecchia opinione sostenuta da Davies. Data di composizione e autore 2,2.9 fondamento del compito missionario volto alla costruzione della chiesa e al suo consolidamento di fronte alle tendenze disgregatrici che la minacciano. Il primo vangelo rispecchia il ruolo che Pietro e la tradizio­ ne petrina hanno storicamente esercitato nella chiesa di Antiochia. D i più, la profezia di Gesù riferita a Pietro e le parole seguenti ( 1 6 , 1 7 ­ 19 ) corrispondono al genere letterario della «investitura divina del tra­ smettitore della rivelazione» che mira a legittimare un’ opera mediante l’autorità del personaggio benedetto.7 Ciò significa che l’autore di Mt. intende legittimare la propria opera in nome di Pietro. Il vangelo di M atteo è il documento fondamentale della tradizione petrina, la più influente nella storia successiva del cristianesimo. Il testo di Mt. e la storia della chiesa di Antiochia si spiegano e si illuminano reciprocamente. II. DATA DI COMPOSIZIONE E AUTORE 1. Data M t. era noto a Ignazio di Antiochia (fine del 1 secolo e inizi del 11; cfr. sopra, ic), alla D idachè (8,2; 1,3 ss.; anche questo testo proviene dalla Siria, nella prima metà del il secolo) e, probabilm ente, alla prima lettera di Pietro (r Pt. 2,7 = 2 1,4 2 ; 1 Pt. 2,2 = 5 ,16 ; 1 Pi. 3 ,14 - 5 ,10 ; 1 Pt. 3 ,8 ­ 9 = 5,39 .4 4 ; 1 Pt. 4 ,14 = 5 , 1 1 - 1 2 ; la prima lettera di Pietro risale alla fine del i secolo. È degno di nota questo rapporto tra due grandi docu­ menti della tradizione petrina). Perciò il termine ad quem per la sua composizione è fissato anteriormente alla fine del 1 secolo. E possibile trovare un termine a q u o ì II giudaismo con cui Mt. pole­ mizza presenta i tratti unitari e legalisti posteriori all’ anno 70; il testo di 2 2 ,7 può essere spiegato solo come allusione alla distruzione di G eru­ salemme. Il vangelo, pertanto, dev’essere datato, d’accordo con la m ag­ gioranza degli autori, poco dopo l’anno 80. 2. Autore Una tradizione che risale a Papia, secondo la testimonianza di Eusebio (Hist. eccL 3 ,3 9 ,16 ), attribuisce il primo vangelo all’apostolo M atteo. Per lo più non si dà credito a questa inform azione e si ritiene che l’ au­ tore sia un giudeocristiano (coloro che lo ritengono un etnicocristiano sono pochi) sconosciuto. Per quale motivo? Perché si pensa che un testimone oculare non racconti in questo m odo i fatti né sottoponga le fonti al trattamento riservato dal primo evangelista alle proprie; inoltre non pare verisimile che un uomo come M atteo fosse in grado di scrivere 7. R. Agili ree, Pedro en el evangelio de Mateot in R. Aguirre (ed.), op. cit. (sopra, n. 4). 2.30 La dimensione storico-sociale una storia con queste caratteristiche. Spesso si ritiene che M i, 9,9 e 10 ,3 siano la ragione delPattnbuzione del primo vangelo a M atteo. In ogni caso Fautore anonimo legittima la propria opera ricorrendo all’autorità di Pietro. In epoca posteriore apparirà un altro vangelo - il Vangelo di Pietro - che compirà un passo ulteriore nella stessa direzione e attribui­ rà la redazione dell’opera allo stesso apostolo, come mezzo più efficace per legittimarne il contenuto. U h PR O B LE M I APERTI 1. Luogo di com posizioneH Secondo i più il vangelo di M atteo proviene da Antiochia. Questa opi­ nione risale a B.H. Streeter ed è stata sostenuta in queste pagine. Gli antichi pensavano che M i, fosse stato scritto in Palestina, come asseri­ scono esplicitamente Gerolam o e il Prologo antimarciomra e implicita­ mente Ireneo ed Eusebio; in realtà si tratta di una semplice deduzione a partire dalla presunta versione originaria in aram aico o in ebraico, che essi accettavano e oggi non sembra plausibile. K ilp atn ck 8 10 propende per la provenienza da una città della Fenicia, 9 forse j irò, in stretta relazione con il giudaismo di Jam nia, opinione che ha trovato seguito nel solo G oulder.11* S.G .F. Rrandon11 afferm a che il giudeocnstianesim o radicale trovò rifugio ad Alessandria dopo la di­ struzione di Gerusalemme e che il vangelo di M atteo, un tentativo di opporsi alle aperture paoline, proviene da quella citrà. Anche van 1 ’ilborgJ3 vede in Alessandria il luogo d ’origine del vangelo, ina lo considera un’opera di origine gentile, per la quale il giudaism o ha cessato di essere un problema. Secondo R.T. V ivian o ,14 M atteo proviene da Cesarea M arittim a, nella cui biblioteca <Gerolamo afferm a di aver visto il vangelo; si tratta di una città di lingua greca, in maggioranza gentile ma con un'im portante componente giudaica, H .D . Slingerland,15 8. Un elenco molto riunito delle opinioni proposte sul luogo di origine, (a data e l'autore del vangelo sì trova in Davies-Allison, 7-57. 1 2 7 - 1 3 8 . 1 5 8 -1 4 7 . 9. The Four Gospels. A Sfudy o f Origms, London 192.4, 500-517. 10. The Origins of thè Gospel accordirtg to St. Matthew, Oxford 194», 1 3 1 - 1 3 4 . 1 1 . Midrash and Lection in Matthew, London 1974, 149 -150. 1 1 . The Faii o f jarusaìem and thè Christian Chttrch, London 1 9 5 1 , 1 1 7 - 2 4 3 . 1 5 . The Jewtsh Leaders ìn Matthew, Leiden 1972, T 7 1-172. 1 4 . Where was thè Gospel accordi >tg to St. Matthew Writtenf; CBQ 41 (1979) 533-546. 1 5 . The Transjordanian Origin o f St. Matthew's Gospel: JSN T 3 (1979) 18-28; anche Stanton la considera la localizzazione p*ù probabile; The Ongitt and Purpose o f Mattheu/'s Gospel. Matthean Scbolarsbip from 7945 to z$80, in A N R W 11, 25.3, 1942. Anche G. Lheisseu, Lokalkolorit und Zeitgeschteine in den Evangetien, Gdtùngen 1989, 161-264 , situa ad est delia Palestina il luogo di provenienza del vangelo eli Matteo. Problemi aperti b a s a n d o s i su 4 , 1 5 e 19 ,1, 2,31 s o s t i e n e c h e P a u t o r e d i M t . s c r i v a n e lla r e g i o n e a o r i e n t e del G i o r d a n o e s u g g e r i s c e P ella c o m e l a l o c a l i t à p iù p ro b ab ile. 2. A u to re e data d i co m p o sizio n e a) D a ti della tradizione P r e s e n t e r e m o q u i le p r i n c i p a l i t e s t i m o n i a n z e d e lla t r a d i z i o n e a n t i c a in o r d i n e c r o n o l o g i c o i n v e r s o . G e r o l a m o (sec. i v - v ) nel D e viris illu stribu s 3 afferm a: « M a t t e o , d e t t o a n c h e L e v i , p u b b l i c a n o p r i m a d i d i v e n t a r e a p o s t o l o , f u il p r i m o a c o m p o r r e u n v a n g e l o d i C r i s t o in G i u d e a , p e r i c r e d e n t i c i r c o n c i s i , c o n l e t t e r e e p a r o l e e b r a i c h e ; n o n è d e l t u t t o s i c u r o c h e p i ù t a r d i s i a s t a t o t r a d o t t o in g r e c o . Il t e s t o e b r a i c o s t e s s o è c o n s e r v a t o t u t t o r a n e l l a b i b l i o t e c a di C e s a r e a » . N e lla sua Storia ecclesiastica ( 3 , 2 4 , 6 ) , E u s e b i o di C e s a r e a (sec, iii-i v ) s c r iv e : «In effetti M a t t e o , ch e p er p r im o a v e v a p r e d ic a t o ag li eb rei, q u a n d o s ta v a p e r d i r i g e r s i v e r s o a l t r e g e n t i m i s e p e r i s c r i t t o il p r o p r i o v a n g e l o , n e l l a s u a l i n g u a m a d r e , c o m p e n s a n d o p e r m e z z o d e l l a s c r i t t u r a il v u o t o c a u s a t o d alla su a p a r ­ ten za». O r i g e n e (sec. l i - m ) in u n a t e s t i m o n i a n z a t r a s m e s s a d a E u s e b i o ( H ìst . eccl. 6 , 2 5 , 4 ) r i c o r d a : « I n t o r n o ai q u a t t r o v a n g e l i , c h e s o n o p u r e gli u n i c i a n o n e s s e r e stati d is c u s s i n e l l a c h i e s a d i D i o c h e è s o t t o il c i e l o , h o a p p r e s o d a l l a t r a d i z i o n e c h e il p r i m o a e s s e r e s c r i t t o f u il v a n g e l o d i M a t t e o , il q u a l e f u p e r q u a l c h e t e m p o e s a t t o r e e p o i a p o s t o l o d i G e s ù C r i s t o e c h e l o c o m p o s e in l i n g u a e b r a i c a e l o p u b b l i c ò p e r i fed eli p r o v e n ie n ti d a l g i u d a i s m o » . Ih u n a t e s t i m o n i a n z a t r a s m e s s a a n c o r a d a E u s e b i o (H ist. in eccl. 5 , 8 , 2 ) , H aer. 3 , 1 , 1 Ire n e o (sec. 11) a f f e r m a : «M atteo P ietro p u b b licò e P ao lo tra g li e b r e i n ella s u a erano a Rom a lin gu a a e va n g e lizzare o rig in aria e a porre un v an g e lo m entre le f o n d a m e n t a delia ch ie sa ». P a p i a , c h e i n t o r n o a l l ’ a n n o 1 3 0 f u v e s c o v o d i G e r a p o l i in F r i g i a , e d e lla c u i o p e r a r e s t a n o s o l t a n t o f r a m m e n t i c o n s e r v a t i d a E u s e b i o (il te s to q u i c i t a t o si t r o v a in «M atteo logia), synetaxato) in l i n g u a e b r a i c a (bebraidi dtalekto) t r a d u s s e (bermeneusato) c i a s c u n o c o m e m e g l i o p o t è » . o rd in ò ma li H ist. eccl. 3 , 3 9 , 1 6 ) , o s s e r v a : ( i detti {ta b) A u to ri che riten gon o il vangelo com p o sto verso l'a n n o 60 e l'a p o s to lo M atteo l'a u to re A b b i a m o p r e s e n t a to p r im a l’ o p in io n e p iù d i 1 fu sa e m e g lio f o n d a t a c h e , b a s a n ­ d o s i s u l l o s t u d i o d e l t e s t o s t e s s o , s o s t i e n e c h e b i s o g n a d a t a r e il v a n g e l o a l l ’ a n n o 8 0 e c h e l’ a p o s t o l o M a t t e o n o n p o t è e s s e r n e l ’ a u t o r e . T u t t a v i a a l c u n i s t u d i o s i , p r o v v i s t i di q u a l c h e a r g o m e n t o c h e m e r it a u n ’a n a lis i a t t e n t a , r i t e n g o n o c h e M a t t e o s i a e f f e t t i v a m e n t e l ’ a u t o r e e c h e il v a n g e l o d e b b a e s s e r e d a t a t o i n t o r n o al 6 o.'6 S i b a s a n o sui s e g u e n t i a r g o m e n t i : L e caratteristich e co rrisp o n d o n o del v a n g e lo , ta n to m o lto bene alla sul p i a n o p erso n alità stilistico c h e c o n te n u tistico , di un d iscep o lo di G e s ù di n o m e M a t t e o , la c u i p r o f e s s i o n e e ra q u e l l a di e s a t t o r e d e l l e i m p o s t e . N ie n te nel v a n g e lo di M a t t e o D alla nostra ìn d ica una situ a z io n e p o sterio re al 7 0 . e sp o sizio n e risu lta c h ia ro ch e questi d u e a rg o m e n ti s o n o estre­ m a m e n te d eb o li. In tu tti i m a n o s c r i t t i p iù a n t i c h i del v a n g e l o , M a t t e o f i g u r a c o m e l ’ a u t o r e e n o n è i m m a g i n a b i l e c h e q u e s t o t e s t o a b b i a c i r c o l a t o in f o r m a a n o n i m a . I n e f f e t t i , r e c e n t e m e n t e si s o n o r i v a l u t a t e q u e s t e superinscriptiones che c o m ­ p a i o n o n e i v a n g e l i c o n i n o m i d e g li a u t o r i . A l c u n i m e t t o n o in d i s c u s s i o n e P o p i m o n e p iù d iffu s a s e c o n d o cu i i v a n g e li c i r c o l a r o n o o r ig in a r ia m e n t e a n o n im i e in t o r n o al 1 2 , 5 fu l o r o a g g i u n t a la superinscriptio già r ic o r d a t a . T u t t a v i a , n o n sa re b b e tro p p o c a su a le ch e i q u a ttro evan gelisti a b b ia n o fo r m u la to a u t o n o m a ­ m e n t e le super inscriptiones in m a n i e r a id en tica ( kata + il n o m e d e l l ’ a u t o r e i n c a s o a c c u s a t i v o ) , c o s a c h e s i d o v r e b b e a m m e t t e r e s e sì p e n s a c h e s i a n o a p p a r ­ tenute a c ia s c u n van g e lo sin d a ll’ in izio ? N e l p rim o van g e lo , po i, a lcu n i dati g i u s t i f i c a n o il r i c o r s o a l l ’ a p o s t o l o M a t t e o p e r P a t t r i b n z i o n e p s e u d o n i m i c a ( c f r . Mt. 9 ,9 La e 10 ,3 ). testim o n ian za d ella tr a d iz io n e è d e g n a d i f e d e . Il p r o b l e m a è i n c e n t r a t o s u ll’ a f f e r m a z i o n e di P a p i a , p o ic h é gli a u t o r i s u c c e s s iv i d i p e n d o n o d a lu i. S i tr a tta d i u n t e m a c o m p l e s s o e c o n t r o v e r s o c h e q u i p r e s e n t i a m o in f o r m a m o l t o c o n c i s a . A n z i t u t t o s o n o d i s c u s s i l ’a t t e n d i b i l i t à d i P a p i a { c f r . H * s f . ecci 3 , 3 9 , 1 3 ) e il v a l o r e delle t e s t i m o n i a n z e c h e r a c c o g l i e . Il s i g n i f i c a t o d e l l e s u e p a r o l e , s o p r a rip o rtate, è altrettan to c o n tro v e rso . L a t r a d u z i o n e p r e s e n t a t a è la p i ù c o m u n e , m a n o n è p e r n i e n t e s i c u r o c h e s i a la p i ù co rretta. In effetti, d a questa tra d u z io n e risu lta che P ap ia p arla di u n ’o p era s c r i t t a in e b r a i c o c h e d o v e t t e e s s e r e t r a d o t t a . M a q u e s t ’ u l t i m a a f f e r m a z i o n e n o n è a ffa t t o c h ia r a . E p o s s ib ile u n ’ a ltra tr a d u z io n e d elle p a r o le d i P a p ia : « M a t t e o ha elab o rato in s t i l e l e t t e r a r i o eb raico le p a r o l e (sul S ig n o r e ), m a ognuno le sp ie g a v a c o m e m e g lio p o t e v a » . '7 Se qu esta tra d u z io n e fo sse q u ella co rre tta , P ap ia p a r l e r e b b e d i u n ’o p e r a g r e c a , a n c h e se d i s a p o r e s e m i t i c o , c h e b i s o g n a s p i e g a r e (n on tra d u rre ; hermeneusen p u ò a v e re e n tra m b i i sign ificati). 16. R.T. France, Matthew, Evangelìst and Teacher, Exeter 1989, 50-80; J.A.T. Robinson, Redating thè New Testamenti London 1976; R.H. Gundry, Matthew. A Commemary on His Literary and Theological Art, Grand Rapids, Mich. 1983, 609-62.2,. 17. J. Kiùzinger, Papias uon Hierapolis und dìe Evctngelien des NT, Regensburg 1983. Problemi aperti 2,33 P a p i a p a r l a di u n v a n g e l o c o m p l e t o o s o l o d i u n a c o l l e z i o n e di p a r o l e d i G e s ù , che p o tè co stitu ire una fo n te u tiliz z a ta d a l l ’ e v a n g e lis t a ? Il p a s s o rip o rtato E u s e b i o p u ò e s s e r e i n t e r p r e t a t o in e n t r a m b i i s e n s i . Il p r i m o v a n g e l o da non sarà c i r c o l a t o s o t t o il n o m e d i M a t t e o p e r c h é si c o n s e r v a v a il r i c o r d o d e l P u t i l i z z a z i o n e d i u n a fo n te o di u n d o c u m e n t o c h e p o r t a v a q u e s t o n o m e ? 3. Il van gelo di M atteo e il g iu d a ism o d e l suo tem po F o r s e la q u e s t i o n e p iù c o n t r o v e r s a n e g l i s t u d i sul p r i m o v a n g e l o è il r a p p o r t o tra la c o m u n i t à d i M t . e il g i u d a i s m o . S u d d i v i d e r e m o le d i v e r s e o p i n i o n i in q u a t t r o g r u p p i . a) L 3o p in io n e «tradizion ale» so stie n e c h e q u e llo di M a t t e o è un v a n g e l o p r o f o n d a m e n t e g i u d a i c o , scritto in a r a m a i c o o in e b r a ic o d a u n g iu d e o c r is tia n o palestinese e p r im a d e lla s e p a r a z i o n e tra la ch iesa e la s i n a g o g a . L ’ o r ig in e di q u e s t a o p i n i o n e si t r o v a nella te s t im o n ia n z a di P a p i a (cfr. Hist. eccL 3 , 2 . 5 , 3 6 ) . R e c e n t e ­ m e n t e si e m a n t e n u t o s u q u e s te p o s iz io n i P. G a e c h t e r in d u e o p e r e . 1” M a lo s tu d io in tern o d e ll’ o p e r a h a fa tto sì c h e a t t u a lm e n t e P o p i n i o n e di P a ­ p ia n o n g o d a di v a s t o c r e d ito . In s o s t a n z a gli s tu d io s i o g g i s o n o u n a n i m i nel r ic o n o s c e r e c h e la lin g u a o rig in a le del v a n g e l o fu il g re c o . b) L a com unità d e l van gelo d i M atteo polem izza « intra m u ro s» con il g iu d a ism o p o sterio re a ll3an n o 70 M t. n o n è m o l t o a n t i c o (tale g i u d i z i o v a di p a r i p a s s o c o n P o p i n i o n e c h e M e. s ia p r e c e d e n t e ) né di G l i s t u d i o s i c o n c o r d a n o nel r i c o n o s c e r e c h e o r i g i n e p a le stin e se . Il s u o g i u d a i s m o v ie n e s p i e g a t o in un a l t r o m o d o . V o n D o b s c h u t z r i t e n e v a c h e P a u t o r e di M t. fo s s e u n r a b b i c o n v e r t i t o , e d u c a t o a lla s c u o l a di J o h a n a n b e n Z a k k a i i m m e d i a t a m e n t e d o p o la c a d u t a d ì G e r u s a l e m m e n e l P a n n o 7 0 . ' 3 N o t e v o l e in flu e n z a e s e r c it ò l ’ o p i ­ n i o n e di G . D . K i l p a t r i c k : ^ Mt. r i s p e c c h i a u n a c o m u n i t à g i u d e o c r i s t i a n a in v i a di c o n s o l i d a m e n t o c o m e r e a l t à a u t o n o m a , p e r c h é d o p o P i n t r o d u z i o n e d e lla b irk a t ba-m inim (a J a m n i a , i n t o r n o a l P a n n o 8 5 ) e s s a si v i d e e s c l u s a d a l l a s i n a g o g a f a r i s a i c a ; t u t t a v i a q u e s t a p o l e m i c a tra il c r i s t i a n e ­ s i m o e il g i u d a i s m o si s v i l u p p a a n c o r a a l P i n t e r n o del g i u d a i s m o . r 8 . D a s M a t t b à u s -E u a n g e liu m , Innsbruck 1964; D ie lite r a ris e b e K u n s t g e liu m , Stuttgart 1965. 19. M a ttb à u s a h R a b b i u n d K a te c b e t: In t e r p r e ta t io n , 19-29. 20. 1A1 M a t t h à u s -E v a n - O p . c it ,, 122, Z N W 27 (192,8) 338-348. Tr. ingl. in G. Stanton, Z 34 La dimensione storico sociale A n c h e W . D . D a v i e s 11 a t t r i b u i s c e m o l t a i m p o r t a n z a a l l a b irkat h a - m inim p e r c o l l o c a r e M t . nel p r o p r i o c o n te s to * E g l i v e d e n el d i s c o r s o della m o n t a g n a u n a r i s p o s t a alle d e c is io n i p re se a J a m n i a . M t. p o l e m i z ­ z a f o r t e m e n t e c o n il g i u d a i s m o f a r i s a i c o p o s t e r i o r e al 7 0 , m a s e m p r e alFin tern o del g iu d a ism o . T u t t a v i a , c o m e si è a v u t o m o d o d i o s s e r v a r e , c o n v i e n e e sse re p r u ­ d e n t i e n o n a v a n z a r e t r o p p e ip o t e s i a p a r t i r e d a l l a d e l i b e r a z i o n e di J a m n i a d ' i n t r o d u r r e la b irk a t h a -m in im , p o i c h é q u e s t o d a t o è p o c o sicu ro. In G . B o m k a m m è a v v e n u t o un c e r t o c a m b i a m e n t o d ’ o p i n i o n e . N e l su n s a g g i o d e l 1 9 5 6 egli s o s tie n e che la p o l e m i c a c o n I s r a e l e a v v i e n e intra m u ro s , m e n t r e in un l a v o r o del 1 9 7 0 a f f e r m a c h e la c o m u n i t à di M t. «e s e p a r a t a d a l l a c o m u n i t à g i u d a i c a ; è r a c c o l t a n o n p iu in Lo rn o a lla t o r à m a nel n o m e di G e s ù , nella p r o f e s s i o n e dì fede in lui e nella c e r te z z a d e lla s u a p r e s e n z a » . 21 R. H u m m e l 13 si a ttie n e a lla ste ssa o p i n i o n e b a s a n d o s i , c o m e B o r n k a m m nel 1 9 5 6 , su l t e s t o di M t . 1 7 , 2 4 - 2 . 7 , in c u i la c o m u n i t à n o n v u o le r o m p e r e c o n la d i s c i p l i n a d e lla s i n a g o g a p u r a v e n d o u n ’ e l e v a t a c o n s a ­ p e v o l e z z a della p r o p r i a d i g n i t à . M . D . G o u l d e r a f f e r m a c h e la c o m u n i t à di M t. « a p p a r t i e n e a! g i u d a i s m o e si a s p e t t a di essere p e r s e g u i t a t a p e r la p r o p r i a o r t o d o s s i a » . 2,1 S. B r o w n s o s tie n e c h e « l ’ a s s e n z a n el v a n g e l o dì o g n i r i f e r i m e n t o e s p l i c i t o a lla s c o m u n i c a , a n c h e q u a n d o e s s a è m e n z i o ­ Le. ( 6 , 2 2 ; c f r . M t. 5 , 1 r) r i n v i a a u n a d a t a a n t e r io r e a J a m n i a . È difficile a m m e t t e r e che M t. a v r e b b e p o t u t o r a c c o m a n d a r e n a t a nei p a ra lle li di rin segn am en to dei farisei ( 2 3 , 2 s.) se la s u a c o m u n i t à fo s s e s t a t a d e f i n i t i v a m e n t e s e p a r a t a d a l g i u d a i s m o » . ÌS c) La com unità d e l va n g elo d i M atteo è in larga m isura g iu d e o cristiana, ma separata d a l g iu d a ism o e in p o lem ica con esso Q u e s t a è P o p i n i o n e più d i f f u s a ed è s t a t a s o s t e n u t a nelle p a g i n e p r e c e ­ d en ti. È P u n i c a in g r a d o di d a r c o n t o di testi m a t t e a n i m o l t o i m p o r t a n t i com e 2 1 , 4 3 e 2 ,7 ,2 5. z i . The Setttng of thè. Sertrton ott thè Mount, Cambridge 1963. zz. The Authortty io «Bind» and «Loo&e» in thè Church m Matthew's Gospel, in D.GMiller {ed.), Jesus ami Man’s Hopt\ Pittsburgh 1 9 7 0 - 1 9 7 1 , i, 37-50; la citazione è tratta da p. 41 (rist in G. Stanton, hiterptetatton) 85-97). 2 3 , D ìé Auseinandersetzung zwtschen Kirche und Judentum im Matthdusevangehum, Miiiichert 1966. 2,4. Op. cft.t 1 5Z. Z5. The Matthean Community and thè Gentile Missiori', N T zz (1980) zi 6. P ro b lem i aperti 235 M t. è u n v a n g e l o g i u d e o c r i s t i a n o c o n u n ' i m p o r t a n t e c o m p o n e n t e p r o v e n i e n t e d a l g i u d a i s m o e ll e n is tic o ; a l l ’ in t e r n o d e lla c o m u n i t à si t r o ­ vano a n c h e c r is tia n i di o r i g i n e p a g a n a . L a c o m u n i t à è s e p a r a t a d a l g i u d a i s m o e c o n s e r v a u n a fo r te p o l e m i c a c o n la s i n a g o g a . ci) L 'a u to re d e l van gelo d i M atteo è un gen tile e la sua com unità n on è a ffa tto in p o lem ic a diretta con il giu d aism o S e c o n d o q u e s t o p u n t o di v i s t a , la c o m u n i t à di M t n o n s o l o e s e p a r a t a d a l g i u d a i s m o , m a r i s p e c c h i a a n c h e un a t t e g g i a m e n t o in p r e v a l e n z a e t n i c o c r i s t i a n o per il q u a l e il d i b a t t i t o c o n il g i u d a i s m o ha p e r s o i n t e r e s ­ se. Q u e s t a o p i n i o n e ha t r o v a t o r e c e n t e m e n t e un b u o n n u m e r o di s o s t e ­ n ito ri. S . v a n T i J b o r g 17 r i t i e n e c h e s e c o n d o Mt. a g g e t t i v i ch e egli vi r is e r v a m o s t r a n o W a l k e r , lN a g l i o c c h i d i Mt. il g i u d a i s m o n o n è u n c o n c o r r e n t e ; g i i la d i s t a n z a s t o r i c a che c o n se rv a . Per R . Israele è u n fe n o m e n o del p a s s a t o , in te re ssa n te dal p u n t o di v is t a t e o lo g ic o m a n o n d a q u e llo scoi ico . S e c o n d o K . W , C l a r k un rifiu to d ' I s r a e l e t a n t o n e t t o e d u r o c o m e q u e l l o c h e s i t r o v a in Mt. e im p u tab ile a un p a g a n o , p e r c h é n e s s u n g iu d e o c r i s t ia n o a v r e b b e p o t u t o a d o t t a r e un s im ile p u n t o d i v i s t a . 2*7 P. N ep p e r-C h riste n se n pone la dom anda nel tito lo vangelo di Matteo - un vangelo giudeo cristiano?, d ella p ro p ria opera, e risp o n d e c o n un n o p ien o . E g l i s t a b i l i s c e , in v i a i p o t e t i c a , u n a d i s t i n z i o n e f r a le t r a d i z i o n i c h e l 'e v a n g e l i s t a r a c c o g l i e e il p u n t o d i v i s t a a l u i p e c u l i a r e ; q u e s t a d i s t i n z i o n e è s t a t a f a t t a p r o ­ p ria e svilu p p a ta da altri, i q u ali negano che la red azio n e fin ale d e l v a n g e l o p r e s e n t ì c a r a t t e r i s t i c h e g i u d a i c h e . 30 C o s ì G . S t r e c k e r d i s t i n g u e t r a u n a f a s e g i u ­ d e o c r i s t i a n a p r i m i t i v a n e l l a v i t a d e l l a c o m u n i t à m a t t e a n a e la s i t u a z i o n e p r e s e n ­ t e a l t e m p o in c u i v i e n e s c r i t t o il v a n g e l o , n e l l a q u a l e p r e d o m i n a l a l i n e a e t m c o c r i s t i a n a . 11 A n c h e T rilh n g ad otta qu esta d i s t i n z i o n e , m a in f o r m a a t t e n u a t a : «M t, in q u a lit à di r e d a tt o r e fin ale, p e n s a d e c i s a m e n t e in t e r m i n i c t n i c o c r i s t i a n o - u m - v e r s a l i » ; 31 m a c o n t i n u a a p e n s a r e s e s t e s s a in r a p p o r t o la c o m u n i t à d i M t al 2,6. Cfr., tra gli altri, K. Stendahi, The School of Matthew and His Use of thè Old Testame&ty Pbiladelphia *19(18, xm s.; C.F.D. Moule, St. Matthew*s Gaspet. Some Neglected Features, in Studia Evangelica 11 (Texte und Untersuchungen 87), Berlin 1964, 91-94; G. Bornkamm, cfr. n. 1 1 ; E. Schweizer, Matteo e la $uti comtmitàt Brescia 1987, G. Ktinzel, Studien zum Gemetndcverstàndnis des Mattbausevangelìwns, Stuttgart 1978, 2,15 ss. zy. Op. cit. 28 . Die Heilsgeschicbte im ersten Evangelium, Gòrringen 1967. 29 . The Gentile Bias m Matthew: JBL 66 (1947) 1 6 5 -1 7 2 . 30. Das Matthausevangclujm - ein judenchristl/ehes Evangeliumt, Aarhus 1958. 3 1 . Der Weg der Geiechtigkeit, Gòttingen 1961. 3 1. // vero Israele, 271. Il 2.36 La dimensione storico-sociale g i u d a i s m o ; q u e s t a c o m u n i t à si c o n s i d e r a il « v e r o I s r a e l e » , v e d e n d o s i q u i n d i in r a p p o r t o p o l e m i c o c o n il g i u d a i s m o ( c f r . 1 1 , 4 3 ). D .R .A . H a re altro p o p o lo » non accetta la c o n c l u s i o n e di T r i l l m g . A I s r a e l e s u c c e d e «un c h e n o n è I s r a e l e . L a d i s c o n t i n u i t à r a d i c a l e r r a I s r a e l e e il s u o successore co m p o rta la v i s i o n e d e l r i f i u t o d ’ I s r a e l e in M f . c o m e q u a l c o s a di d e f i n i t i v o e c o m p i u t o . S e c o n d o H a r e , M f . s c r i v e d a l L i n t e r n o di u n a c o m u n i t à c h e è iti p i e n a m i s s i o n e ai g e n t i l i e p e r la q u a l e le p e r s e c u z i o n i g i u d a i c h e a p p a r ­ t e n g o n o al p a s s a t o . A d i f f e r e n z a di C l a r k t v a n T i l b o r g , e g l i c o n c l u d e c h e la f o r t e p o l e m i c a a n t i g i u d a i c a , p r e s e n t e p r o p r i o in s e z i o n i r e d a z i o n a l i , r i n v i a a u n a u t o r e g i u d e o c r i s t i a n o : « M e n t r e l ’ e t n i c o L u c a p a r l a d e l l a s i n a g o g a c o n il d i s t a c ­ c o n a t u r a l e di c h i la c o n s i d e r a u n ' i s t i t u z i o n e e s t r a n e a , M f . p a r l a c o m e u n o c h e la v e d e s o l t a n t o d a p o c o t e m p o c o m e u n ' i s t i t u z i o n e a p p a r t e n e n t e a d a l t r i » . 33 L a te r z a delle o p i n i o n i p r e s e n t a t e è q u e l l a a c c o l t a e d ife s a in q u e sta p r e s e n t a z i o n e del v a n g e l o di M a t t e o . L a c o m u n i t à di M f . è e t e r o g e n e a , c o m p r e n d e a l c u n i g e n tili, ina p r e v a l e la c o m p o n e n t e g m d e o c r i s t i a n a . Il c o n f lit to c o n il g i u d a i s m o , su c u i q u e s t ' o p e r a in siste t a n t o s p e s s o , n o n riflette s e m p l i c e m e n t e u n a realrà d e l p a s s a t o m a u n a p o l e m i c a a ttu a le d e l la c o m u n i t à di M f . c o n il g i u d a i s m o c o n t e m p o r a n e o . A b b i a m o e s p o s t o u n a serie di o s s e r v a z i o n i s u l l L o n t i g i u d a i s m o » di M f . , un t r a t t o c h e gli v ie n e s p e s s o r i m p r o v e r a t o ai n o s t r i g i o r m . A b b i a rno m o s t r a t o la d i s c o n t i n u i t à n etta, m a a n c h e un c e r t o g r a d o di c o n t i ­ n u i t à , tra la c h ie s a e Isra e le . C o n t r a r i a m e n t e a q u a n t o t a l v o l t a si s o s t i e ­ n e , 34 la c h ie s a di M t . è a p e r t a ai g iu d e i c h e s o n o in c lu s i tra «tu tte le n a z i o n i » ( 2 8 , 1 9 ) su un p i a n o di u g u a g l i a n z a . D ’ a ltr a p a r te la p o l e m i c a c o n I s r a e le n o n è fine a se s te s s a n é un t e m a d o m i n a n t e ; è s e m p r e al s e r v iz io d e lla p a r e n e s i : c i ò c h e e a c c a d u t o a Isra e le e un a v v e r t i m e n t o a lla s u a c h ie s a a f fin c h é p o r t i fr u tto ( 2 1 , 3 3 ­ 3 4 ) , n o n si la sci p r e n d e t e d a l l a p r e s u n z i o n e ( 2 2 , 1 1 - 1 4 ) , n o n d i m e n t i c h i di essere la « c o m u n i t à dei c h i a m a t i e n o n d e g li eletti» ( 2 2 , 1 4 ) . Il v a n g e l o è r i v o l t o d i r e t t a m e n t e ai c r is t ia n i d e lla s u a c o m u n i t à . 3 3 . The Theme of jewtsh Persecution o f Chttstìans in thè Gospel According £0 St. Mattheu/, Cambridge 1967* 34. D.R.À- Hare * D J. Harrington, Make Dtsciples of Alì thè Gentile-s (Mt 2 8,19): CBQ 3 7 (*975) 359-369 affeirmno che in 2.8,19 pania ta ethne significa «tutti i gentili»; cfr. la replica di J.P. Meier, Nations or Gentile* m Matthew 2 8,19?: CBQ 39 ( 1 9 7 ; } 94-102. Parte q u arta L ’opera di Luca (L c .- A t t i ) A n to n io R o drtgu ez G arm on a Q u e s t a i n t r o d u z i o n e c o m p r e n d e tre c a p it o l i. I p r i m i d u e c o s t i t u i s c o n o u n ’ u n ità , p o i c h é s o n o d e d ic a t i a l l ’ a n a lis i d e l l ’ o p e r a , p r i m a d a l p u n t o di v i s t a le t t e r a r io ( c a p . i x ) , p o i d a q u e l l o t e o l o g i c o ( c a p , x ) ; n e i r u l t i m o c a p i t o l o , in fin e , v e n g o n o s t u d ia t i i d i v e r s i a s p e t t i in e r e n t i a IP o r ig in e di L e .-A tti ( c a p . x i ) Capitolo ix La dimensione letteraria Q u e s t o c a p i t o l o s t u d i a le c a r a t t e r i s t i c h e e s te r n e di L c .-A tti. Il p r i m o p r o b l e m a c h e d e v e essere p o s t o d a l p u n t o di v i s t a m e t o d o l o g i c o n e l l o s t u d i o d e l l’ o p e r a di L u c a è il r a p p o r t o tra il t e r z o v a n g e l o e gli A t t i d e g li A p o s t o l i , d u e o p e r e t r a d i z i o n a l m e n t e a t t r ib u it e a l lo s te sso a u t o r e e c h e , se a p p a r t e n g o n o r e a l m e n t e a l lo s t e s s o a u t o r e e s o n o ì n t i m a m e n t e c o l l e ­ g a t e al p u n t o d a f o r m a r e d u e p a r t i d e l l a s te s s a o p e r a , p e r r a g i o n i l o g i c h e e d i d a t t i c h e d e v o n o essere s t u d i a t e in s ie m e p e r tu t t i gli a s p e tti c h e s i a n o s u s c e ttib ili di u n ’ a n a lisi d ’ in sie m e (i). S u c c e s s i v a m e n t e (n ) si d a n n o i n ­ f o r m a z i o n i su l g r a d o di a t t e n d ib ilit à d e l testo c h e c i è g i u n t o (critica t e s tu a le ) e v e n g o n o e s a m i n a t i i d i v e r s i a s p e tti le tte ra ri: c o n t e n u t o , l in ­ g u a - s t i l e , s t r u t t u r a e g e n e r e le tte r a r io . I. UNITÀ D E L V A N G E L O DI LUCA E D E G L I ATTI D E G LI A P O ST O LI L ’ u n it à delle d u e o p e r e , s o s t e n u t a g ià nel 1 6 7 9 d a J . L i g h t f o o t , fu d i m o ­ s t r a t a c h i a r a m e n t e d a g l i stu d i d e l la p r i m a m e t à di q u e s t o s e c o l o ed è o g g i a c c e t t a t a d a lla g e n e r a l i t à d e g li e se g e ti, s o p r a t t u t t o s u lla b a s e d e l ­ l ’ u n i t à di l i n g u a , stile e t e o l o g i a . L e d u e o p e r e c o s t i t u i s c o n o un b l o c c o di c i r c a 3 7 7 7 8 1 p a r o l e , l’in s i e m e q u a n t i t a t i v a m e n t e più a m p i o e c o m ­ p le s s o di t u t t o il N u o v o T e s t a m e n t o (cfr. le 3 2 3 0 3 p a r o l e c h e c o m p o n ­ g o n o le lettere p a o lin e ) e v e n g o n o di s o lit o d e s i g n a t e c o n la s i g l a L e .- A tti. L ’ in s ie m e d e lle d u e o p e r e r a p p r e s e n t a l ’ i m p r e s a le t t e r a r i a p iu a m b i z i o s a d e l c r i s t i a n e s i m o p r i m i t i v o c h e p e r la p r i m a v o l t a c e r c a d i c o m p r e n d e r e se s te sso nel q u a d r o d e lla s t o r i a d e lla s a l v e z z a . L ’ u n i t à fu n e g a t a n e l 1 9 3 3 d a A . C . C l a r k c o n u n a s e r i e di a r g o m e n t i l i n g u i s t i c i s v i l u p p a t i in s e g u i t o d a A . W . A r g y l e n e l 1 9 7 3 .1 Si t r a t t a d e i c i r c a 7 0 c a s i in c u i L u c a e A t t i i m p i e g a n o u n v o c a b o l o d i v e r s o p e r d e s i g n a r e la s t e s s a r e a l t à , d i usi d i f f e r e n t i di p a r t i c e l l e , c o m e t e y u s a t a 1 5 0 v o l t e i n A t t i e s o l o o t t o v o l t e in L u c a , e di d i v e r s e c o s t r u z i o n i s i n t a t t i c h e , c o m e l ’ u s o d i e g e n e t o . Q u e s t i d a t i r i c h i e d o n o i- Tutti i dati statistici sono tratti dal Morgenthaler. z. Cfr. A.C. Clark, The Acts of thè Apostles, 393-408; A.W. Argyle, The Greek of Luke and Acts: NTS 2.0 (19 7 3-19 7 4 ) 441-445. Dal canto suo W.L. Knox, The Acts o f thè Apostles, 100-109, risponde agli argomenti di Clark. z^o La dimensione letteraria una spiegazione, ma non intaccano l'unità delle due opere; dipendono piuttosto dal modo in cui esse sono apparse e sono arrivate a formare un'unità. A questo proposito i pareri sono discordi. Secondo alcuni le due opere furono concepite e pubblicate insieme come due parti di un'opera unica;3 altri, dal canto loro, ritengono che il vangelo venne concepito come opera indipendente e che gli Atti furono scritti in seguito come continuazione di Luca, sviluppandone e approfon­ dendone la struttura e Ja teologia in funzione della problematica dei destinatari. Questo spiegherebbe sia l'unità della concezione di fondo sia le differenze di lingua e di stile tra le due opere.4 Nonostante l'attuale consenso a favore dell'unità, si continua a studiare e a commentare separatamente Luca e Atti, a causa delle difficoltà che l'argomento e la storia indipendente che ciascun libro ha effettivamenre conosciuto oppon­ gono a uno studio unitario. Queste difficoltà sono reali e perciò in questa intro­ duzione saranno studiati insieme solo gli aspetti che contribuiscono a una mi­ gliore comprensione; lo stile, la teologia, i destinatari e la problematica e, per ragioni di chiarezza, i punti rimanenti saranno presentati separatamente. II. IL TESTO E LA SUA STRUTTURA i . Il testo E n t r a m b e le o p e r e f u r o n o scritte o r i g i n a r i a m e n t e in g r e c o e et s o n o p e r v e n u t e in d u e tipi di te s to : u n o , c o n o s c i u t o c o m e a l e s s a n d r i n o , esich ia n o o n eutro, è q u ello c o m u n e m e n te a cce ttato e un altro n o to c o m e occid en tale. a) V a n g elo 5 Per il v a n g e l o , il testo a l e s s a n d r i n o è r a p p r e s e n t a t o , tra gli altri t e s t i m o ­ ni, d a i p a p i r i P 4 , P 45 e in p a r t i c o l a r e d a P 7 S , tutti del sec. i n , e d a i g r a n d i m ss. del sec. i v , S i n a i t i c o (X) e V a t i c a n o (B ), e p r e s e n t a un t e s t o risa le n te c o n p r o b a b i l i t à al sec. il II te s to o c c i d e n t a l e , c o n t e n u t o nel C o d e x B e z a e C a n t a b r i g i e n s i s ( D ) , del sec. v / v i e n ella V e t u s L a t i n a , del sec. n / IV, p r e s e n t a un testo c a r a t t e r i z z a t o d a a g g i u n t e , o m i s s i o n i e c a m b i a m e n ­ ti c h e s p i e g a n o il te s to , lo a t t e n u a n o e lo a r m o n i z z a n o c o n gli altri 3. Cfr, H.J. Cadbury, L. Cerfaux, J. Dupout, H. Sahlin, P.H. Menoud, E. Trocmé. Gli ultimi tre ritengono che l’opera fosse originariamente unica e sia stata divisa in due volumi successivamente. 4. Cfr. E. Haenchen, G. Lohfink, E. Rasco, H. Schurmann e altri. 5. Cfr. American and British Committees of thè International Greek N T Project, The Gospei according to St. huke. The New Testament in Greek, z voli., Clarendon Press 1984 e 1:987. Edizione del textus receptus e di tutto il materiale delle varianti su questa base. H.W. Barrsch, Codex Bezae versus Codex Sinaiticus im Lukasevangelìum, Zìiiìch 1984 compara i due testi nell'intento di dimostrare che quello occidentale è basato su una tradizione autonoma. Il testo e la sua struttura 141 s i n o t t i c i , c o n f e r e n d o g l i t a l v o l t a u n c a r a t t e r e a n t i g i u d a i c o . In g e n e r e la c r i t i c a te stu a le c o n s i d e r a q u e s t o testo s e c o n d a r i o , a n c h e se in s in g o li c a s i p u ò c o n t e n e r e ie z io n i m i g l i o r i r is p e tt o a l P a l e s s a n d r ì n o . E s is t e p o i un te rz o tip o di te sto , il c o s i d d e t t o K o i n è o T e x t u s R e c e p t u s , di s c a r s o v a l o r e . L e e d iz io n i c r itic h e c o r r e n t i s o n o b a s a t e f o n d a m e n t a l m e n t e s u l te s to a l e s s a n d r i n o , s o p p r i m o n o c o m e n o n a u t e n t i c i 9 , 5 5 b - 5 Ó a ; 2 3 , 1 7 e d u b i t a n o d e l l ’ a u t e n t i c i t à di 2 2 , 4 3 - 4 4 ; 2 3,34 e delle c o s i d d e t t e «non i n t e r p o l a z i o n i o c c i d e n t a l i » * , o s s ìa u n a serie di p a s s i n o n p r e s e n t i nel te s to o c c i d e n t a l e , c o m e z z , i 9 b - z o ; 2 4 , 3 - 6 a . 1 2 . 3 6 b . 4 0 . 5 1 b . 5 2 a . L o s t a ­ t o a t t u a l e d e lla q u e s t i o n e p u ò essere v e r if ic a t o n e l l a te rza e d i z i o n e di l'he G re e k N e w Testam enti c h e d u b i t a s e r i a m e n t e di 2 2 , 4 3 - 4 4 ; z 3>34i p o n e n d o il testo tra p a r e n te s i q u a d r e , e a m m e t t e l ’ a u t e n t i c i t à d e lle « n o n i n t e r p o l a z i o n i o c c i d e n t a l i » b a s a n d o s i s u l l ’ a u t o r i t à di P 5 . b) A tti d eg li A p o s to li6 7 Q u a n t o a g li A t t i degli A p o s t o l i , il te s to a l e s s a n d r i n o e r a p p r e s e n t a t o p r i n c i p a l m e n t e dai p a p ir i P 45 (sec. i n ) , P 74 (sec. v i i ) e d a i m ss. S i n a i t i c o (K), V a t i c a n o (B ), A l e s s a n d r i n o ( A ) , E p h r a e m i R e s c r i p t u s ( C ) e m o lti a ltri. S i tra tta di un testo b r e v e c o n s i d e r a t o a u t e n t i c o d a l l a m a g g i o r p a r t e d e i critici. L ’ o c c i d e n t a l e , d a l c a n t o s u o , è r a p p r e s e n t a t o p r i n c i p a l ­ m e n t e d a i p a p i r i P 38 (sec. i v ) , P 48 (sec. n i ) e s p e c i a l m e n t e d a l m s. C o d e x B e z a e C a n t a b r i g i e n s i s (D ) e d a lla V e t u s L a t i n a (sec. n / i v ) . P r e s e n t a u n te s to più l u n g o di q u a si un d e c i m o r is p e tt o al p r e c e d e n t e , c o n c i r c a 4 0 0 a g g i u n t e in c u i le d iffic o lta v e n g o n o a t t e n u a t e , le i n e s a t t e z z e c o r r e t t e , s o n o o ffe r ti d e tta g li p it t o r e s c h i e i n t e r p o l a t i testi litu r g ic i. L a lin g u a e t a l v o l t a p o p o l a r e e p r e s e n t a un c o n s i d e r e v o l e n u m e r o di s e m i t i s m i ; le c i t a z i o n i b ib lic h e s o n o tratte d a un testo m e n o v i c i n o ai L X X , su l p i a n o t e o l o g i c o s p i c c a n o le fig u re d i P ie t r o e di P a o l o , m e n t r e il p o p o l o e b r a i c o Questa strana denominazione sì deve a Wescott e Hort, i quali preferivano >1 testo occidentale e consideravano questi otto testi lucani come aggiunte del testo alessandrino die non furono interpolate da quello occidentale. Oggi prevale un giudizio contrario e questi testi sono considerati autentici, in accordo con il testo alessandrino, e soppressi da quello accidentale. 6. 7. B. Aland, Entstehung, Charakter tmd Herkunft des sog. westlichen Textcs untersucht an der Apostelgeschichte-, ETL 6 1 (1986) 5-65; M E- Boismard - A. Lamouille, Le Texte Occidental des Acìes des Apotres. Recomtitutian et réhaè'iìita4Ìon1 z voli., Paris 1 9 8 4 ; Le texte Occidental des Actes des Apotres, A propos de Actes ETL 63 (1987) 48-58; E. Delebeeque, Les deux Actes des Apotres, Paris 1986; B.M. Metzger, A Textuol Commentary on thè Greek New Testamenti London New York 1 9 7 1 , Z59-Z7Z; G, Salmon, Some Thoughts on thè Textual Criticism of thè New Testamenti London 1987; J.C. Haelewyck accetta sostanzialmente la ricostruzione di Boismard-Lainouiile: cfr. Le texte Occidental des Actes des Apotres. A propos de la reconstitutìon de M.E. Boismard et A, Lamouille-. RTL 19 (1988) 34Z-353. 2-4 2 . La dimensione letteraria c p r e s e n t a t o in lu ce n e g a t i v a . II te s to , d i f f u s o sia in O r i e n t e sia in O c ­ c id e n te , risa le a lla m e t à del sec. n e s e m b r a a n t i c o q u a n t o il p r e c e d e n te . Il r a p p o r t o t r a le d u e f o r m e del testo è o g g e t t o di d i s c u s s i o n e e in g e n e r a le p r e v a l e la tesi d e l l a p r e m i n e n z a d e l te s to a l e s s a n d r i n o , p u r a m m e t t e n d o la p o s s ib il it à c h e l’ o c c i d e n t a l e c o n t e n g a le z io n i o rig in a li. L e e d iz io n i c r it ic h e c o r r e n t i r i p r o d u c o n o il testo a l e s s a n d r i n o e di so lito c o n s i d e r a n o n o n a u t e n t ic i 8 , 3 7 ; 1 5 , 3 4 ; 2 4 , 6 b - 8 a ; z 8 , z 9 . Il p r o b l e m a d e l t e s t o di Atti fu u n o d e i g r a n d i t e r n i d e l l a r i c e r c a b i b l i c a d e l l a fine d el x i x s e c o l o e d e l l ’ i n i z i o d el X X : f u r o n o s t u d i a t i , in p a r t i c o l a r e , l ’ o r i g i n e e il r a p p o r t o t r a le d u e f o r m e d e l t e s t o , l ’ o c c i d e n t a l e e T a l e s s a n d r i n a . " L e d i v e r s e i p o t e s i p r o p o s t e si p o s s o n o r a g g r u p p a r e in d u e p o s i z i o n i f o n d a m e n t a l i , a s e c o n ­ d a d i e e n t r a m b i i r e s t i , o v v e r o u n o s o l o di e s s i , s i a n o a t t r i b u i t i a L u c a . L u c a è l'a u t o r e di p rim itivo entrambi f o s s e l ’o c c i d e n t a l e , sosten gon o t te s ti. S u q u e s t a b a s e a l c u n i r i t e n g o n o c h e il t e s t o da cui d erivereb b e l’a le ssa n d rin o , m e n tre altri la p o s i z i o n e i n v e r s a . 1 . L a m a g g i o r a n z a s o s t i e n e la p r i m a te s i. Si t r a t t a di u n a s p i e g a z i o n e a n t i c a , s o s t e n u t a e d i f f u s a a l l a fine d e l s e c o l o s c o r s o d a F . B l a s s , il q u a l e a f f e r m ò c h e L u c a s c r i s s e p r i m a il t e s t o o c c i d e n t a l e , c h i a m a t o a n c h e r o m a n o , p e r e s s e r e s t a t o c o n s e r v a t o e d i v u l g a t o d a l l a c h i e s a di R o m a ; in s e g u i t o f e c e u n a c o p i a p e r T e o f i l o in c u i m i g l i o r ò il t e s t o : e s s a è g i u n t a s i n o a n o i c o m e t e s t o a l e s s a n d r i n o . L a s p i e g a z i o n e fu a d o t t a t a d a T h . Z a h n , E . N e s t l e e a l t r i , m a o g g i è d i s o l i t o r e s p i n t a s o p r a t t u t t o p e r c h e il p r e s u n t o t e s t o p r i m i t i v o 8 8. Per la storia de! problema si veda J. Kliju, A Survey of thè Pesearches mta thè Western Text of thè Gospels and Acts, z voli., Utrecht 1949 - Leiden 19Ó9; In Searcb of thè Originai Text of thè Acts, in E. Keck - J.L. Martyn (edd.), Studies tn Luke-Acts, 1 0 3 - n o ; M. Dibdius, The Text o f Acts, in Studies in thè Acts o f thè Apostles, London 1956» 84-91; J. Dupont, Studi sugli Atti degli Apostoli, 39-43; E- Haenchen, The Acts of thè Apostles, 5 1 ­ 59; B.M. Metzger, A Textual Commentary, 2.60-2,72.. Cfr. inoltre A.C, Clark, The Primitive Text o f thè Gospels and Acts, Oxford 1914; J.K. Elliot, The Text of Acts in thè Tight of Twv Recerrt Studies: NTS 34 (1988) 2.50-2,5 8; E. Ferguson, Qumratt and Codex D (Act i fi i-16): RQ 8 (1972,} 75-80; F J L Chace, The Old Syriac Element in thè Text of Codex Bezae, London 1893; W,H.P. Hatch, The « Western» Text of thè Gospels, Evanston 1937; F. G, Kenyoii) The Western rext in ihe Gospels and Acts: Proceedings of thè British Acad emy 2.4 {1939) 2.87-315; G.D. Kilpatrick, Western Text and Originai Text iti thè Gospel and Acts: JTS 49 {1943) M '3 ^ 1 R.S. Mackenzie, The Latin Column in Codex Bezae: JSNT 6 (1980) 58-76; Thè Western Text of Acts. Some Lucamsms m Selected Sermons-, JBL 104 (1985) 637 650; C, Martini, La tradition textuelie des Actes des Àpòtres et les tendences de t'Eglisé ancienne, in J. Kremer (ed.), Les Actes des ApÓtres. Traditions, rédaotion, théologie, z i -3 5; F. Neirynck, Note sur les Actes des Apóires: ETL 62 (1986) 140; F. Neirynck - F. van Segbroeck, Le texte des Actes des Apntres et les cavactéristtques stilistiques ìucanìennes: ETL 6x (1985) 304-339, G.E. Rice, The Ariti-]udaìc Bias of thè Western Text tn thè Gospel of Luke: ÀlISS 18 (1980) 51 57. 149-156; J.H. Ropes, The Text of Acts, in The Begittnings of Christianìty ni; H. Sahlin, Emendationsvorschlàge zum griechìschen Text des Neuen Testamenti n: NT 24 (1982) 180-189; G. Schneider, Zum «westlichen Text» der Àpostelgeschìchte: BZ 31 (1987) 138 -14 4 ; Wescott-Hort, The New Testament in thè Originai Greek li, London 1 8 8 1 , 120-126; M. Wilcox, Luke and thè Bezan Text of Acts, in J. Kremer (ed.), Les Actes des Apntres. Traditions, rédaction, théologie, 447-455; G. Zuntz, On thè Western Text 0/ thè Acts of Apostles, in Opuscula selecta, Manchester 1 9 7 1 » 1 8 9 -2 15 Il testo e la sua struttura 2,43 contiene una serie di aggiunte, omissioni e cambiamenti che meglio si addicono a un testo riveduto. Ciononostante, di recente M.E. Boismard e A. Lamouille hanno sostenuto che il testo alessandrino è una revisione di quello occidentale e hanno cercato di ricostruire quest'ultimo. 2. L’opinione inversa fu proposta, all'inizio del secolo, da G. Salmón, il quale sosteneva che Luca scrisse in un primo momento il testo alessandrino e in seguito l’occidentale, nel quale integrò le osservazioni fattegli da Paolo dopo i due anni trascorsi in prigione a Roma. Questa particolare spiegazione non ha avuto seguaci, per l'improbabilità dell’in­ tervento di Paolo, mentre ne ha avuti l’ipotesi in sé, sostenuta attualmente da E. Delebecque, secondo cui il testo occidentale è una revisione posteriore compiuta dallo stesso Luca. Tuttavia egli non dimostra che il testo occidentale risalga a Luca. Luca è l’autore di un solo testo, l’altro deriva dal primo. 1. All’interno di questo gruppo, la maggior parte degli autori sostiene la preminenza del testo alessandrino e del carattere secondario di quello occidentale, anche se le spiega­ zioni proposte sono diverse. Secondo Wescott-Hort, M. Dibelius e altri, il testo occidentale deriva da interpolazioni compiute in diversi modi sul testo alessan­ drino nei secoli 1 e li, ma si suole obbiettare che il testo occidentale non sembra il risultato di uno sviluppo anarchico: l’opera offre un insieme coerente. Rispon­ dendo a questa obbiezione, J.H. Ropes sostiene che l’occidentale non è il frutto di interpolazioni ma una revisione sistematica del testo alessandrino, compiuta seguendo criteri letterari e dottrinali. R.P.C. Hanson segue questo punto di vista, ma preferisce parlare di interpolazione sistematica del testo alessandrino com­ piuta da una mano sola. F.H. Chase, sulla base dei semitismi del ms. D, ne riconduce l’origine alla contaminazione di un manoscritto greco con un altro siriaco. A queste spiegazioni viene obbiettato che esse banalizzano il problema sottovalutando la complessità dei semitismi e delle aggiunte. Cosi J.D. Yoder5 ha rilevato che i semitismi appaiono in modo diseguale e non costante nel corso di tutta l’opera e che nell'insieme D presenta un minor numero di semitismi rispetto al Vaticano o al Sinaitico. E. Haenchen, dal canto suo, richiama l'atten­ zione sulla complessità delle aggiunte, che distingue in tre tipi nel ms. D: quelle presenti in tutto il manoscritto (vangeli, Atti, lettere, Apocalisse): si tratta di brevi frasi esplicative che non possono essere considerate equivalenti a una re­ visione; le varianti peculiari del testo occidentale di Atti, che sono appunto da tenere presenti nell'affrontare questo problema, e infine le varianti proprie del copista del ms. D. Secondo B. Aland il testo occidentale conobbe un'evoluzione da non trascurare; il suo luogo d’origine fu forse la Siria, z. Il punto di vista opposto è sostenuto quasi soltanto da A.C. Clark, il quale afferma che il testo primitivo è l'occidentale e l’alessandrino è una riduzione posteriore. Altri autori, di fronte alla mancanza di una soluzione soddisfacente, pur riconoscendo la preminenza delPaìessandrino non lo considerano senz’altro come primitivo, perché in effetti contiene errori, e ammettono la possibilità che l’occidentale conservi lezioni primitive e che nelle aggiunte, certamente secondarie, si conservino9 9. Cfr. Concordance to thè Distinctiue Greek Text o f Codex Bezae, Leiden - Grand Rapids 19Ó1. 244 La dimensione letteraria tradizioni orali antiche di grande valore storico, poiché questo testo risale al il secolo. Perciò essi difendono nella critica testuale un metodo eclettico, se­ condo cui bisogna vedere caso per caso quale sia la lezione originale (cfr. A.F J . Klijn, J. Dupont, G.D Kilpatrick, e la prassi seguita da The Greek New Testamenti che si basa sul testo alessandrino ma in diversi casi accetta come originarie le lezioni presentate dal testo occidentale; cfr. 12 ,10 ; r9,9; 2.0,15; *7 ,5 ; 2.8,16). 2. C o n ten u to E n t r a m b e le o p e r e h a n n o c a r a t t e r e n a r r a t i v o , p r e s e n t a n d o r a z i o n e di G e s ù e di a l c u n e c o m u n i t à d e l la p r i m a g e n e r a z i o n e c r i s t i a n a c o m e c a p i t o l i di un u n i c a s t o r i a , p e r c u i la s e c o n d a p a t t e i n i z i a c o l r i a s s u m e ­ re q u a n t o d e t t o n e l l a p r i m a c o m e b a s e p e r la c o n t i n u a z i o n e del r a c ­ conto. a) V angelo Il c o n t e n u t o d e l v a n g e l o è s im ile a Me. e Mt. at q u a l i è affin e s ia p e r i fa tt i n a r r a t i sia p e r P o r d i n e di p r e s e n t a z i o n e . D o p o u n p r o l o g o l e t ­ t e r a r i o L u c a , al p a r i di M t . , i n i z i a c o n a l c u n i r a c c o n t i s u l P i n ' a n z i a di G e s ù . In s e g u i t o è i n c e n t r a t o su l m i n i s t e r o p u b b l i c o , c h e in iz ia c o n G i o v a n n i B a t t i s t a e il s u o b a t t e s i m o ed è s e g u i t o d a l b a t t e s i m o di G e s ù , la s u a g e n e a l o g i a e le t e n t a z i o n i . Il m i n i s t e r o si s v i l u p p a in tre g r a n d i s c e n a r i : la G a l i l e a , il v i a g g i o v e r s o G e r u s a l e m m e e la c it ta di G e r u s a ­ l e m m e , d o v e m u o r e , r i s o r g e , is t i t u i s c e e i n v i a t e s t i m o n i in m i s s i o n e e a s c e n d e al c i e l o . R i s p e t t o a Me. si r i s c o n t r a u n a c o i n c i d e n z a s o s t a n z i a ­ Me. 1 - 1 6 con 6 , 2 0 - 8 , 3 , detta in te rp o la z io n e m in o re , e Le. le nel c o n t e n u t o e n e l l a s e q u e n z a d e i la tti t r a L e . 3 - 2 4 e due in te rp o lazio n i, Le. 9 , 5 1 - 1 8 , 4 , c o n o sc iu ta co m e in terp o lazio n e m a g g io r e ; tu ttavia, anche nel re s r o a p p a i o n o d i f f e r e n z e : la c o l l o c a z i o n e d e l la v i s i t a di G e s ù a l la s i n a g o g a di N a z a r e t a l P i n i z i o del m i n i s t e r o , le p r i m e v o c a z i o n i , n o n s i t u a t e all in iz io del m i n i s t e r o m a d o p o u n p e r i o d o di a z i o n e di G e s ù , e s o p r a t t u t t o i r a c c o n t i d e l l a p a s s i o n e e le a p p a r i z i o n i . R i s p e t t o a Mt ., c ' è c o i n c i d e n z a n e l l ’ i n c l u d e r e u n a se rie di t r a d i z i o n i n o n c o m p r e s e in Me. e nel far p r e c e d e r e la n a r r a z i o n e d a un r a c c o n t o d e l P m f a n z i a , a n c h e se di d i v e r s o c o n t e n u t o . zion i p ro p rie. Le., infine, p r e s e n t a u n a se rie di t r a d i ­ L a n a r r a z i o n e c o n s t a a p p r o s s i m a t i v a m e n t e di p a ro le che v a n n o a fo rm a re 146 u nità n a r r a t iv e , s e c o n d o 1940 4 i diversi c o n t e n u t i e le s c a n s i o n i d e lle e d i z i o n i c r i t i c h e . E p e r c i ò P o p e r a p i ù e s t e s a del N u o v o T e s t a m e n t o e, d i c o n s e g u e n z a , il p i ù a m p i o dei q u a t ­ tr o v a n g e l i . b) A tti d e g li A p o s t o li L'opera si apre con un breve prologo intimamente connesso con la ripetizione dei racconti dell'ultima apparizione e dell'ascensione di Gesù, già narrati nel vangelo, e continua con la presentazione della comunità di Gerusalemme e l'elezione di Mattia. Seguono la Pentecoste e il rac­ conto dell'attività missionaria della chiesa di Gerusalemme, rappresen­ tata da Pietro, e quella degli ellenisti. In seguito, dopo il racconto di alcune premesse che spiegheranno la missione universale, come la con­ versione di Saulo, la conversione dei primi gentili e la fondazione della chiesa di Antiochia, il racconto s'incentra sull'espansione missionaria nel mondo gentile, rappresentata da Paolo; la narrazione termina con l'arrivo di quest’ultimo, prigioniero, a Roma. L'opera si compone di circa 86 racconti per circa 18374 parole. 3. L in g u a e s t ile 10 Dall'epoca patristica (cfr. Gerolamo, A d D a m a s u m , CSEL 54, 108) si considera il greco di Luca, insieme a quello della lettera agli Ebrei, come il più accurato ed elegante di tutto il Nuovo Testamento. Egli impiega la koinè con correttezza letteraria, in modo superiore rispetto all'uso volgare del popolo e di molti scritti biblici, senza però arrivare a essere un classicista o un atticista. La sua padronanza della lingua appare nei diversi tipi di greco che è in grado di impiegare nella sua doppia opera, nella quale s'incontrano, da una parte, il greco letterario atticista del prologo del vangelo e, dall'altra, vari tipi di greco simili a quello dei LXX: quello semitizzante del vangelo dell’infanzia, quello corrente del resto del vangelo, simile a quello di M e ., ma migliorato, e quello di A tti, in cui scrive con maggiore libertà. Questa varietà di stili gli ha guada­ gnato l'accusa di eclettismo stilistico e incocrenza; in realtà non si tratta d'incoerenza, bensì del tentativo di adeguare la lingua alla realtà narra­ ta, per cui in tutta l'opera egli tende a usare una lingua sacra, simile a i o . C fr. S. Antonia dis, L ’E va n g ile tie Lue. E s q visse de G ram m aire et de Style, Paris 1 9 3 o; R . G . Bratcher, A Translator*s G u id e to thè G o sp e l o f L u k e , N e w Y o r k - Stuttgart i g 8 z ; H .J. C adbury, T h e M aking o f L u k e -A c t s , London 1 9 2 .7 ; E. Delebecque, E tu des grecques sur Vévangìle de L u e , Paris 1 9 7 6 ; A . Ehrhardt, The C onstru ction and P u rpo se o f thè A cts o f thè A p osties: S T 1 2 ( 1 9 5 8 ) 4 5 - 7 9 ; A . George, T ra d itio n et rédaetion chez Lu e. L a eonstruction du troisièm e évangile: E T L 4 3 ( 1 ^ 6 7 ) 1 0 0 - 1 2 , 9 ; J- Jeremias, D ie Sprache des Lu ka sevan geliu m s. R ed a k tio n u n d T ra d itio n in N ic h t -M a r k u s s to ff des dritten E v a n g e h u m s, Gòttingen 1 9 8 0 ; F. N eirynck - F. van Segbioeck, L e texte des A ctes des A p ò tres et ies caraetéristiques stylistiques iucantennes: E T L 6 1 ( 1 9 8 5 ) 3 0 4 - 3 3 9 ; G. Nolli, E van g elo secon do L u ca , Città del Vaticano 1 9 8 3 ; N . Turner, Style, in J . H . M oulton , A G ram m ar o f N e w Testam ent G reek iv, Edinburgh 1 9 7 6 ; J . de Z w a a n , T h e Use o f thè G reek Language in A c ts , in The Beginnings o f C hristianity 11, 3 0 - 6 5 . 246 La dimensione letteraria q u e lla dei L X X , per n a rra re l'o p e r a d i G e sù e d e lla p rim a g e n e ra z io n e c ris tia n a , in cu i p ro se g u o n o le m e ra v ig lie di D io . E g li ch e a v e v a scritto il p r o lo g o , a v re b b e p o tu to sc riv ere l’ o p e ra in te ra co n u n o stile sim ile. Se n o n lo fece, fu p e rch é ce rcò di im ita re un a ltro tip o di lin g u a e vo lle risp e tta re le p ro p rie fo n ti, L u c a , d u n q u e, è un v e r o sto ric o ellen istico m in o re , in a lc u n i c a s i eleg a n te , in a ltri p o p o la re , ch e n o n a rriv a p erò a ra g g iu n g e re il liv e llo dei g ra n d i le ttera ti d e lla su a e p o c a .11 a) L e s s ic o In generale Luca impiega un lessico ricco, accurato e piuttosto simile a quello degli autori della prosa postclassica e a quello dei LXX, in cui è attestato per il 90% circa. I l v a n g e lo . Impiega 2,055 parole diverse con un totale di 19404 occor­ renze, dal che risulta una media di 9,44 occorrenze per parola. Di que­ ste, 971 sono h a p a x le g o m e n a e 640 non sono usate né da M e . né da M t .11 Hawkins13 considera 15 1 parole o frasi come tipiche dello stile lucano. G li A tti . In A tti impiega 2.036 parole per un totale di 18374 occorren­ ze, di cui 942 sono h a p a x l e g o m e n a ; il rapporto tra il lessico e il totale delle occorrenze è di 9,01, quasi uguale a quello del vangelo, una buona media per un'opera letteraria. I n c o m u n e . Le due opere usano 1014 parole. Prevalgono i verbi com­ posti, ma in 113 casi la forma impiegata è semplice o composta senza che il senso lo esiga: si tratta di un mezzo per evitare ripetizioni. I preverbi consentono all'autore di variare il senso della parola senza dover ricorrere a perifrasi. Il livello qualitativo del lessico è in genere accettabile grazie a ll’ uso di parole tipiche degli atticisti come charts , grazia; heidos, aspetto; katbezom ai , sedersi; kalos kai agathos^ bello e buono; ana d y o , a due a due; thym om achein , adirarsi; hom othym adony concordemente; p a n o ik eiy con tutta la Famiglia; naust nave; neanias , giovane; neaniskoì, fanciulli; prò con valore locale: davanti a, tee. Il confronto con Me. rivela come Luca eviti volgarism i e parole straniere, sia semitiche sia latine. Così usa daìm onion al posto di pneum a akatharton (Le. 9 , 4 2 ; Me. 9,2.5), epistates per rabbi {Le. 9 , 3 3 ; M e. 9 , 5 ) , kyrie per rabbunì {Le. 1 8 , 4 1 ; M e. 1 0 , 5 1 ) , pater per abba (Le. 2 2 , 4 2 ; Me. 1 4 , 3 6 ) , zelotes per kana 1 1 . C fr, N . A . Dahl, Jesu s in thè M em o ry nf thè E a rly C h u rch t Minneapolis, Minn. 15176, 88. 12.. Di rutti questi hapax^ 2 6 5 sono verbi, il che rivela la tendenza a evitare la ripetizione dello stesso verbo che si trova nella fonte del vangelo. 1 3 . H o rae Syn o p tica e, 15 -2 ,5 . C o n altri criteri aggiunge altre 5 4 parole o frasi che potreb­ bero essere considerate caratteristiche. Il t e s t o e l a s u a s t r u t t u r a 24 7 naios (Le, 6 , 1 5 ; M e, 3 , 1 8 ) , aletbos j ep ’aletbeias per am en, evita Getbsem ani e Golgota, Luca sostituisce il latinismo kentourion con ekatontarebes (Le, 2 3 , 4 7 ) , knesos con phoros (2.0,22) e kodrantes con lepton ( 1 2 , 5 9 ) . In altri casi, per non introdurre bruscamente nomi stranieri, li fa precedere da una breve frase: «una città chiamata Betsaida» (Le, 9 , 1 0 ; cfr. 4 , 3 1 ; 1 3 , 5 1 ) ; talvolta traduce il nome straniero come in Atti 3 , 2 : «la porta del tempio detta Bella»; altre volte, infine, omette il nome senz'altro come in Le. 1 8 , 3 5 con ^ nome Bartimeo. À proposito delia tendenza a evitare volgarismi, egli scrive kitn ejklintdion per krabbatos ( le . 5 ,4 ; M e. 2 , 1 1), belone per raphis (Le, 1 8 , 2 5 ; M e. 1 0 , 2 5 ) , ptfis Per koraston (Le. 8 , 5 1 . 5 4 ; Me. 5 , 4 1 s.) e koniortos per ebous, polvere (Le. 9 , 5 ; M e. 6 , 1 1 ) . Un altro particolare interessante è la sua sensibilità per la pronuncia di nomi stranieri, che lo porta a usare la forma originale non ellenizzata, come Saoul , nel discorso davanti ad A g rip p a , alludendo alla voce dal cielo che parla in lingua ebraica (Atti 2 6 , 1 4 ) . Per Gerusalemme impiega due fo rm e,M quella ebraica indeclinabile Ieru salem , di carattere sacro, e quella greca H ìero so lym a , di carattere profano, la cui frequenza cresce via via negli A tti a mano a m ano che il vangelo penetra nel mondo greco. Inoltre impiega una serie dì parole in senso tecnico cristiano, come via , credente , nazioni (= p a g a n o ), evangelizzare , Signore (= G esù ), parola ecc. Si osserverà, infine, che il lessico lucano non presenta alcun termine tecnico nel ca m p o della m edicina, contrariam ente a quanto sostenuto da alcuni a u t o r i p e r confermare la professione medica di Luca. A ccanto a queste caratteristiche, tuttavia, appare una certa incoerenza: si tro­ vano volgarismi come apartism os , com pimento; b reeb ein , bagnare, piovere; gongyzein , mormorare; phagos , mangione e alcuni latinismi come tithenai ta gonata , inginocchiarsi (Le. 2 2 , 4 1 ; A tti 7 , 6 0 ) ; labountes to b ìk a n o n , dopo aver Ottenuto la cauzione (Atti 1 7 , 9 ) ; agoraioi agontai , si celebrano processi (Atti i 9 >3 8 )- b) G ra m m a tic a La grammatica Lucana e ricca e impiega numerosi strumenti espressivi, estranei ad altri autori del Nuovo Testamento, tra questi in particolare T - I ■ r r r ¥ ' ■ 1 4 . C f i . J . K . Elltot, Je r u s a le m in A c t s a n d thè G o s p e ls : N T S 23 ( 1 9 7 7 ) 4 6 2 - 4 6 9 ; G. M o ­ ra Jes Gómez, Je r u s a le m , Je r o s o iy m a en el v o c a b u la r io y h geografia-. R C T 7 ( 1 9 8 2 ) 1 3 1 ­ 1 8 6 ; I. de la Porterie, L e s d e u x n o m s de Je r u s a le m d a n s les A c t e s d es A p ó t r e s : Bib 63 ( 1 9 8 2 ) 1 5 3 - 1 8 7 . Secondo D.D. Silva, Ie ro itsa le m a n d R ie r o s o ìu m a in L u k e -A c ts-. Z N W 7 4 ( 1 9 8 3 ) 2 0 7 - 2 2 1 , L e . non distingue adeguatamente tra i due termini. 1 5 . L ’ ipotesi fu proposta da W .K . Hobart, T h e M e d ic a i L a n g u a g e o f L u k c , Dnblin 1 8 8 2 (fist. Grand Rapids, Mich, 1 9 5 4 ) , e accolta da A. Harnack, L u k a s d e r A r z t , Leipzig 1 9 0 6 ; cfr. attualmente E. Delebecque in E v a n g ile de L u e . T e x t e tra d u it et a n n o t i, Paris 1 9 7 6 ; ora, tuttavia, l’ ipotesi viene in genere respinta, dal momento che, anzitutto, in questa epoca non si può parlare di terminologia tecnica medica e, d ’ altro canto, gli esempi addotti sono termini d ’ impiego generale, usati da numerosi autori non medici; cfr. S. Antoniadis, o p . c i t 1 0 5 ; H .J. C adbury, T h e S ty le a n d L it e r a r y M e t h o d o f St. L u k e , 3 9 - 7 2 e S u b s id ia r y P o in t s , in Ja ckson-Lake, T h e B e g in n ìn g s o f C h rtstia n ity 11, 3 4 9 - 3 5 5 . C. Fabricius ritiene che L e . avesse familiarità con il linguaggio farmaceutico, per quanto non ne deduca che fosse medico: cfr. Z u « P a ra c h re m a » b e i L u k a s\ Eranos 83 ( 1 9 8 5 ) 6 2 - 6 6 . 2-48 La dimensione letteraria l’ottativo (28 volte),16 l’uso di p r in seguito dal congiuntivo o dall’otta­ tivo, di a n dopo h o p o s con valore finale, di e s e s th a i dopo m e lt e in , del participio futuro e to u con l’infinito per esprimere il valore finale. Inol­ tre sono caratteristiche lucane l’attrazione del relativo, l’uso dell’accu­ sativo neutro dell’articolo determinativo to per introdurre Pinterrogativa indiretta e l’impiego libero del genitivo assoluto. II paragone con M e . rivela che Luca ne migliora la grammatica, so­ prattutto nelle parti narrative: sostituisce la subordinazione alla para­ tassi mediante le congiunzioni g a r y m e n f d e y o u n ecc., oppure ricorrendo al participio anziché a un verbo preceduto da k a i. Sostituisce il presente storico con Paoristo (dei 15 1 presenti storici di Me. ne conserva uno solo, anche se ne introduce 23 di propria iniziativa), omette i compiementi indiretti personali pleonastici e alcuni genitivi pronominali, tut­ tavia anche qui compare Pincoerenza di Luca: se da un lato egli migliora lo stile di Me., come in rip s a n a u to ri to d a ì m o n t o n , il demonio gettan­ dolo a terra (Le. 4,35) al posto di s p a ra x a n autori to p n e u m a to a k a th a rto n (Me. 1,26), dall’altra peggiora alcune espressioni eleganti di Me., come per e d i d o u k a r p o n , dava frutto (Me. 4,8), sostituito dall’aramaismo e p o ie s e n k a r p o n , fece frutto (Le. 8,8), k a i h o p o u e a n a u t o n k a t a la b e , e dovunque lo coglie (Me, 9,18), sostituito dalla perifrasi semitica k a i id o u p n e u m a la m b a n e i a u t o n , ed ecco che uno spirito lo afferra (Le. 9,39). Inoltre in alcuni casi costruisce lunghe sequenze di k a i. c) S t ile 17 Con gli strumenti descritti sin qui Luca raggiunge lo stile migliore del Nuovo Testamento, riscontrabile meglio negli A tti che nel vangelo, poiché in quelli scrive con maggiore libertà mentre in questo segue Me., pur migliorandolo considerevolmente. In generale si osserverà che l’opera di Luca non è quella di un lette­ rato, ma di un pastore. Per Luca la lingua è al servizio della fede e soltanto considerando quest’ultima si possono spiegare adeguatamente 1 6 . C fr. G . P . V , du Plooy, T h e Use o f thè O p ta tile in L u k e -A c ts . G ra m m atica l Classification and Im plìcations fo r Transtation: Scrìptura 1 9 ( 1 9 8 6 } 2 5 - 4 3 , 1 7 . H .J. C a d b u r y , The Sum m aries in A cts, in T h e Beginnings o f C h ristiam ty V, 392.-402; D. Hamin, Sight to thè Biind. Vision as M eta p h or in Lu ke: Bib 67 (1986) 4 5 7 - 4 7 7 ; RMeynet, Q uelle est donc cette parole ? Lectu re «rhétorìque» de Lèvangìle de L u e ( 1 - ^ 2 2 24^, 2 voli,, Paris 1 9 7 9 ; Idem, // Vangelo dì L u c a . A n a lisi retorica ^ R o m a 1 9 9 4; P.S. Minear, Je s u s 1 Atidiencesy A cco rd in g to Lu k ei N T 16 ( 1 9 7 4 ) 8 1 - 1 0 9 ; G.F. Nuttall, T h e M om en t o f R ecognition. L u k e as Sto ry-T eller, London 1 9 7 8 ; L. O ’ Reilly, Chiastic Structures in A cts 1- 7: Proceedings of thè Irish Biblica! Association 7 ( 1 9 8 3) 8 6 - 1 0 3 ; E* Richard, L u k e - Writer, T h e o lo g ia n H ls t o r ia n . Research an d O rientation o f thè 1970'i': BibTB 1 3 ( 19 8 3 ) 3 - 1 5 ; K .R , Wolfe, The Chiastìc Structure o f L u k e -A c ts and Som e Im plications for W orship: S W J T 22 {1980) 60- 71 . Il t e s t o e l a s u a s t r u t t u r a 249 tutte le risorse del suo stile. Egli conosce gli strumenti stilistici semitici ed ellenistici e padroneggia sia le tecniche che consentono una presen­ tazione vivace dei materiali sia quelle che ne consentono una corretta composizione. Quanto alle prime, impiega scene-tipo (cfr. L e . 4,16-30; 5.1- 11; 9,51-55; A tti 2), personificazioni (cfr. la parola), prologhi (L e . 1.1- 4; A tti 1,1-2), lettere (Affi 15,23-29; 23,26-30), discorsi (Le. 1,46­ 55; 1,68-79; 2,14; 2,29-32; 10,21; 11,2-4; 22,42; 23,46; A tti 1,24-25; 4,24-30; 7,60). È frequente il ricorso alle metafore, allo stile diretto, ai discorsi,'* ai sommari e alle scene collettive. La narrazione presenta squarci psicologici che evocano magistralmente la presenza del divino: la trasfigurazione di Gesù è presentata come trasformazione del suo volto mentre pregava {L e . 9,28); allo stesso modo il volto di Stefano assume le sembianze di un angelo di fronte alla gloria di Gesù (A tti 6,1 5.56); la vocazione di Pietro avviene mentre questi sperimenta simul­ taneamente la potenza di Gesù e la propria povertà {L e . 5,1-11); nel­ l'Orto degli Ulivi Gesù affronta pregando un dissidio interno per accet­ tare la volontà del Padre, che gli fa sudare gocce come di sangue {L e . 22,44); l’impiego della dialettica ignoranza-riconoscimento conferisce al racconto una notevole vivacità. Luca compone i propri materiali unendoli strettamente sì da formare un tutto coerente, ma evitando di costruire blocchi ininterrotti troppo estesi che finirebbero per stancare il lettore. In generale, il racconto costi­ tuisce una storia in cui i singoli fatti sono collegati tra loro in un insieme retto da un principio soprannaturale, il piano salvifico di Dio, e, all’inter­ no di questo principio, anche da cause umane. Perciò gli eventi sono collegati mediante le categorie della promessa (o gli equivalenti annuncio, predizione, progetto) e del compimento (cfr. le citazioni dell Antico Te­ stamento, in particolare quelle che introducono ciascuna sezione, come 3,4-6; 4,18-19; A tti 2,17-21); alla fine delle tentazioni la partenza di 1 8 . Cfr. C. Burini, G li studi dal 1 9 j o ad oggi sul num ero e sulla classificazione dei discorsi degli Atti degli A p osto li. Un contributo d 3individuazione: Laurentianum 1 5 ( 1 9 7 4 ) 3 4 9 ­ 3 6 5 ; 1 6 { 1 9 7 5 ) 1 9 1 - 2 0 7 ; H . J , C a d b u r y , T h e Sp eech es in A c i s ì in T h e B eg m n in g s o f C b n stia n ity v, 402,-42,7; M .B . Dudley, The Speeches in A c t s : E ^ Q 50 ( 1 9 7 8 ) 1 4 7 - 1 5 5 ; G . H . R . Horsley, Speeches and D talogue in Acts: N T S 3 1 { 1 9 8 6 } 6 0 9 - 6 1 4 ; E. Schweizer, C o ncerm n g thè Speeches in A c ts , in K eck-M artyn (etiti.), Studies in L u k e -A c ts, 2,08-2,16. Altri autori hanno studiato l'influsso di forme rabbiniche sui discorsi: cfr. J . W . Bowker, Speeches in Acts. A Study in Poem an d Yelam m edenu F o rm : N T S 1 4 ( 1 9 6 7 s.) 9 6 - 1 1 1 ; E .E . Ellis, M id ra sh ic Features in thè Speeches o f A cts, in A . Descamps - A . de Halleux (edd.), M élanges B ibliqu es en hom m age au R. P . B . R iga u x, G e m blo ux 1 9 7 0 , 3 0 3 - 3 1 2 , (apparso anche in tedesco in Z N W 62, ( 1 9 7 1 ) 9 4 - 1 0 4 ) ; D, Goldstmth, A cts 1 3 * 3 3 - 3 7 - A Pesber on 2 Sam 7: J B L 8 7 ( 1 9 6 8 ) 3 2 1 - 3 2 3 . Sull'uso del midrash da parte di Lu c a , cfr. J. Drury, T ra d ii io n and D esign in L u k e 's G o sp eL A Stu dy in E a rly Christian H isto riogra ph y, A t ­ lanta 1 9 7 7 ; cfr. la crìtica di B. M cN eil in H eyJ 1 9 ( 1 9 7 8 ) 3 9 9 - 4 0 4 ; A. del Agua, E l cumplim iento del Reino de D io s en la m isión de Jesu s. Program a del E va n g elio de Lu ca s (Le. 4 * 1 4 - 4 4 ) : EstBib 3 8 ( 1 9 8 0 ) 2 6 9 - 2 9 3 . 2 .50 L a d im e n sio n e letteraria Satana in L e . 3,13 ne annuncia il ritorno in 33,3 ss.; gli annunci della passione ne preparano l'attuazione; i progetti di viaggi anticipano e dan­ no unità al racconto degli stessi (cfr. L e . 9,51; A tti 1,8; 19,2,1); le scene d’invio introducono i racconti di missione (cfr., per esempio, i viaggi di Paolo); Luca, poi, ricorre spesso alla combinazione sommario - sviluppo delPepisodio - sommario, con la quale dà vita a uno stile episodico agile e drammatico in vista della coerenza dell’insieme; fatti, persone e sequen­ ze di fatti sono presentati in parallelismo'9 (cfr. la presentazione di Gesù e dei discepoli, di Pietro e di Paolo); inoltre si fa ricorso al chiasmo. Il contenuto e Pordine dei materiali presentati dalla fonte sono per lo più rispettati, mentre le introduzioni, che occupano il 15% del testo, sono ampiamente rielaborate così come le conclusioni delle pericopi, utilizzate per integrare strettamente queste ultime al contesto e porre in rilievo gli ascoltatori e i testimoni. I doppioni maggiori, come la seconda sezione del pane di M e. e le ripetizioni minori assai frequenti in Me., sono evitati, il che fa procedere in modo più chiaro la narrazione; d’altra parte si riscon­ tra una tendenza a piccole ridondanze come il doppio vocativo (Signore, Signore; Marta, Marta ecc.) e l’impiego dell’accusativo interno. 4. S tru ttu ra Poiché Luca e A tti costituiscono un’unità, le due parti devono essere spiegate alPinterno di un solo piano strutturale. a) C r it e r i Per determinare questa struttura è necessario adottare soprattutto crite­ ri oggettivi, utili a scoprire l’intenzione dell’autore senza cadere in sog1 9 . Sul parallelismo ctr. R, Morgenthaler, Die ìukanische Gescbicbtsscbreibung, che stu­ dia parallelismi e simmetrie. H. Ftender, Mail tttrd Geschichte, studia le formazioni binarie dialettiche usate in Lc.-Atti per coordinare, subordinare o sintetizzare diversi aspetti di Cristo e della chiesa. Ch H, Talbert, Literary Patterns, Theologìcaì Themes, and thè Gerire o f Lt4ke-Àctst Montana, Miss. 1 9 7 4 , ritiene vi siano parallelismi in Atti 1 - 1 2 / 1 3 - 2 , 8 ' ; 1 , 1 2 4 ^ 3 / 4 , 2 4 5 , 4 1 ; Le. r - z / 3 - 4 ; 9 , 1 - 4 8 / 2 2 , 7 - 2 3 , 16 , corrispondenze tra Le. 4 , 1 6 7 , 1 7 e 7 , x S 8 ,5 6 ; Le. 24 e Atti i , e chiasmi in Le. 1 0 , 1 1 1 8 , 3 0 e Atti 1 5 , 1 z i ,2.6. À .J . Mattili jr., The Jesus-Paaì Paraìlels and thè Parpose o f Luke-Acts. H .H . Evans reconsidereth N T 1 7 ( 1 9 7 5 } 1 5 - 6 5 aggiorna il vecchio studio di H .H . Evans ( 1 8 8 4 - 1 8 8 6 ) sui parallelismi tra Gesù e Paolo in funzione della finalità dell’ opera. Dal canto suo N . R . Peterson, Literary Crificism for N ew Testa mcnt Critics, Philadelphia 15178 studia le sequenze parallele tra Le. e Atti per spiegare la composizione delPinsieme; R.F. O ’ Toole, Paraìlels between Jesas and bis Dìscìples in Luke-Acts. A Further Stndy: B Z 2 7 ( 1 9 8 3 ) 1 9 5 - 2 1 2 studia i parallelismi era Gesù e i discepoli; C-L . Blomberg, When is a Para Ilei Ready a Paradel ? A Test Case: The Lucan Parables : W T h J 46 ( 1 9 8 4 ) 7 8 1 0 3 , discute il concetto di parallelismo. G. M nhlack offre uno studio d ’ insieme; cfr. Die Parallelen von Lukas-Evangeitum und Apostelgeschichte, Peter Laug 1 9 7 9 . Il t e s t o e la s u a s t r u t t u r a 2 5 1 gettivismi. I criteri utilizzabili sono molteplici: stile, riassunti redaziona­ li, geografia, protagonisti, materia trattata, temi teologici e sommari.10 Tutti insieme devono contribuire a stabilire se sia possibile una lettura continuata, progressiva e dotata di senso di tutto il testo. Stile. I tre stili fondamentali delPopera consentono di suddividere l’ insieme in tre blocchi: prologo letterario ( 1 , 1 - 4 ) , infanzia ( 1 , 5 - 2 , 5 2 ) e il resto. Riassunti . I sommari redazionali contribuiscono a scoprire le diverse tappe della narrazione secondo Pintenzione delPautore. N e l prologo letterario Popera è descritta come narrazione ordinata (kathexes, con ordine) in cui i racconci sono articolati da un ordine, non necessariamente cronologico. Secondo Le. 2 3 , 5 il ministero di Gesù si divide tra Galilea, Giudea e Gerusalemme; Atti 1 , 1 - 2 lo riassume in fare e insegnare da un «inizio» fino alPascesa di Gesù al cielo; 1 , 2 1 s. lo inquadra tra il battesimo di Giovanni e Pascesa al cielo; 1 0 , 3 7 - 4 1 distingue tra il battesimo dì Giovanni e la consacrazione di Gesù con la potenza dello Spirito grazie alla quale egli passò operando il bene prima in Galilea, che fu P«inizio», e poi in Giudea e a Gerusalemme, dove morì e risuscitò. Infine la redazione lucana del logion i 6 , i 6 a distingue tra il tempo di G iovanni, che è tempo di preparazione, e il tempo di Gesù, nel quale comincia la proclamazione del regno di Dio. Inoltre Luca distingue, nella sua presentazione di Gesù, diverse fasi: Giovanni Battista come limite temporale dopo il quale avvenne la co n sacra­ zione profetica; un inizio in Galilea, seguito dalla Giudea e da Gerusalemme. A proposito della chiesa primitiva si parla, in Le. 2 4 , 4 7 , di una fase di testimonian­ za, sotto Pazione dello Spirito, che ha «inizio» a Gerusalemme e deve raggiun­ gere tutte le nazioni; in A tti 1 , 8 Pambito della testimonianza viene reso esplicito in riferimento a Gerusalemme, alla Giudea, alla Samaria e fino ai confini della terra. 1 4 , 2 7 presenta il significato di questo itinerario, affermando che la salvez­ za è stata data anche ai gentili e suggerendo una grande partizione tra giudei e gentili. In seguito si afferma che Paolo deve dare una difficile testimonianza davanti alle nazioni, ai re e ai figli d’Israele ( 9 , 1 5 ) e viene presentato Piitinerario che ha di fronte al termine delPevangelizzazione di Efeso ( 1 9 , 2 1 s.): M acedon ia, A ca ia , Gerusalemme, Roma. Geografia. L'analisi della geografia consente di osservare che Luca narra una serie di fatti accomunati da uno stesso contesto geografico. N e l vangelo si può 20. Su questo problema cfr. J . Dupont, L a questione dei piano degli A tti degii A p o sto li alla luce di un testo di Lu ciano di Sam osata, in Idem, N u o v i studi sugli A tti degli A p o sto li, Ciniseilo Bals. 1 9 8 5 , 1 9 - 3 1 ; V . Fusco, Progetto storiografico e progetto teologico n ell’o p e­ ra lu can a, m Associazione Biblica Italiana (ed.), L a storiografia nella B ib b ia , Bologna 1 9 8 6 , 1 2 3 - 1 5 2; A . George, L a construction du troisièm e évangile, in E tu d es sur Voeuvre de L u e , Paris 1 9 7 8 , 1 5 - 4 1 ; S.J. Kistemaker, T h e Structure o f L u k e ’s G o s p e l: J E T S 2 5 ( 1 9 8 2 ) 3 3 - 3 9 ; K. Lake, The Preface to A cts and thè C o m p o sitio n o f Acts^ in T h e Begtnnìngs o f Christianity v, 1 - 7 ; F.X. R eitzd , St. L u k e ’s Use o f thè T em pie Im age: R R 38 ( 1 9 7 9 ) 5 2 0 ­ 5 3 9; P. Rolland, L ’ organisation du L ivre des A ctes et de l'en sem ble de Voeuvre de L u e : BLb 65 ( 1 9 8 4 ) 8 1 - 8 6 ; W . Wilkens, D ie theologìsche Struktur der K om position des Lu k a seva n gefium s: T h Z 3 4 ( 1 9 7 8 } 1 - 1 3 . Alcuni autori applicano un solo criterio, proponendo sud­ divisioni arbitrarie, come Reitzel che tiene conto soltanto de! tema del tempio. z $ z L a d im e n sio n e letteraria distinguere tra la regione del Giordano* in cui si colloca il ministero di Giovanni, la Galilea dove comincia il ministero di Gesù, la strada per Gerusalemme, in cui il ministero continua, e Gerusalemme dove ha termine. Per quanto riguarda gli Atti Fazione è situata in un primo momento a Gerusalemme, quindi in Samaria, prosegue nella regione costiera e continua ili diversi viaggi fuori della Palestina fino a raggiungere R om a. T r a le d iv e r s e tappe ne! corso di q u esti viaggi, viene dato grande rilievo a quella di Efeso ( 1 9 , 1 - 2 0 , 6 . 1 7 - 3 8 ; cfr. inoltre gli annunci della visita in 1 6 , 6 e 1 8 , 1 9 - 2 1 ) e in Palestina ( 2 1 , 1 5 - 2 6 , 3 2 ) e al viaggio finale a Roma ( 2 7 ,1 - 2 8 ,1 6 ) , Protagonisti della narrazione. Nel vangelo, dopo il breve racconto su Giovanni, Fattore principale è Gesù con i dodici; negli Àtri il protagonista è in un primo momento Pietro con gli undici e quindi Paolo. La materia trattata. Questo studio ci rivela l ’esistenza di diversi temi strutturanti che determinano in parte o del tutto l’ opera.11 In L e.-A tti sono presenti i temi della via, del ruolo di protagonista del Padre, dello Spirito Santo, di Gesù - regno di D io, dell’ apostolato e del profetismo in genere, della parola, dell’ importanza del tempo presente, della salvezza universale destinata a giudei e gentili, dell’in­ credulità dei giudei, della persecuzione e delle difficoltà. Soltanto in parte sono presenti i temi del ministero di Gesù, dei dodici, di Pietro, di Paolo e di altri personaggi; il tema delFapologia di Paolo, dei falsi pastori e della necessità di vigilare, del ritardo della parusia e del senso del tempo della chiesa, della testi­ monianza portata da Gerusalemme fino ai confini della terra, delPinfanzia di Gesù, dei poveri, della preghiera, di Gerusalemme e altre Sommari. Soprattutto lo studio dei sommari, infine, permette di confermare e determinare i seguenti blocchi narrativi: 1 , 5 - 2 , 5 2 è un blocco che presenta unità d’ argomento (tradizioni sulFinfanzia) assai ben strutturato sul piano cronologico e geografico: il racconto inizia e termina a Gerusalemme e viene concluso da un somm ario (Le. 2 , 5 1 s.). 3 , 1 - 4 , 1 3 costituisce un altro blocco corrispondente agli avvenimenti occorsi prima delPinizio in Galilea (cfr. A tti 1 0 , 3 7 ^ 3 8a: Giovanni e il battesimo di Gesù); l’ insieme è costituito da due sequenze di fatti molto ben collegate, una su Giovanni Battista e la sua predicazione, l’ altra sul battesimo dì Gesù, la sua genealogia e la tentazione (in dittico al posto del trittico di M e.): ciascuna di esse termina con un sommario finale ( 3 , 1 8 ; 4 , 1 3 ) . Secondo quanto si è osservato a proposito dei riassunti redazionali, segue un grande blocco unitario dal punto di vista geografico ( 4 , 1 4 - 9 , 5 0 ) che presenta l’ attività di Gesù incentrata in Galilea; inizia con un somm ario ( 4 , 1 4 ) che an­ nuncia Fattività di Gesù in Galilea e termina con un altro sommario che dà inizio al blocco successivo ( 9 , 5 1 ) e annuncia il cammino di Gesù verso G erusa­ lemme. L ’ insieme di questo blocco, situato in Galilea, può essere suddiviso in unità minori. In particolare, la materia trattata e alcuni sommari consentono di 2,1. Questo metodo di studio viene chiamato da alcuni Pragm atic C ritici sm o R hetoricai Crìticism o R ender R esp on se Criticism (cfr. V . Fusco, Progetto storiografico e progetto teologico n ell’opera lucana ^ 1 3 3 ss.). Il t e s t o e la s u a s t r u t t u r a 253 mettere in evidenza sette suddivisioni: 1 . La prima ( 4 , 1 4 - 5 , 1 6 ) inizia con un sommario ( 4 , 1 4 ) che annuncia l'attività di Gesù nelle sinagoghe della Galilea, prosegue con uno sviluppo ben articolato, in cui si presenta Gesù nelle sinagoghe di N azaret, C a farn ao e altre (cfr. 4 ,4 4 ) , e termina con un altro somm ario che riassume l'attività di Gesù e i suoi risultati ( 5 , 1 5 s.). 2. Un nuovo sommario ( 5 , 1 7 ) apre un'altra suddivisione, la quale presenta Gesù come maestro circon­ dato da farisei e dottori della legge venuti dalla Galilea, dalla Giudea e da Gerusalemme; si tratta di una sezione polemica ( 5 , 1 7 - 6 , 1 1 ) , composta da quat­ tro episodi, che termina con la decisione di scribi e farisei di sopprimere Gesù, 3. Una nuova introduzione ( 6 , 1 2 , - 1 9 ) , che presenta la scelta dei dodici e la g ran­ de folla che segue Gesù, è seguita da un'altra unità di tipo didattico, il discorso della pianura (6,2,0-49). 4. 7 , 1 è un sommario che considera come un’ unità quanto è stato detto in precedenza («quando ebbe terminato questi discorsi») e intro­ duce la quinta suddivisione, composta da quattro racconti di miracoli ( 7 , 1 - 5 0 ) , ben collegati tra loro. 5. Un altro sommario ( 8 , 1 - 3 ) cambia lo scenario, aprendo una nuova sezione didattica ( 8 , 1 - 2 1 ) , dotata di unità di tempo e di luogo, in cui Gesù espone alcune parabole. 6. Una breve introduzione cronologico-topografica (8,2,2,) dà inizio a un’ altra suddivisione (8,2,2-48), in cui cambia la materia e vengono narrati quattro miracoli, opportunamente articolati in una sequenza geografico-cronologica. 7. Concluso Li ciclo di miracoli ha inizio un’ altra serie di racconti, l'ultima suddivisione ( 9 , 1 - 5 0 ) il cui finale è costituito da 9 , 5 1 , dove comincia chiaramente un altro blocco, e che è formata da tre sequenze di fatti ( 9 , 1 - 1 7 : missione e moltiplicazione dei pani; 9 , 1 8 - 4 3 3 : professione di fede di Pietro e trasfigurazione; 9 , 4 3 ^ 5 0 : secondo annuncio di morte e risurrezione e fatti successivi). 11 secondo blocco maggiore è introdotto da un sommario ( 9 , 5 1 ) , che presenta Gesù in cam m ino verso Gerusalemme, e termina con un’ ultima allusione al cam m ino ( 1 9 , 2 8 ) , entrambi profondamente caratterizzati dallo stile lucano. L 'u n ità di questo blocco è garantita fondamentalmente dalla geografia (la via): in esso Luca ha integrato racconti di diversa provenienza e per lo più di tipo parenetico. I materiali contenuti sono vari, ma possono essere suddivisi in sette sezioni diseguali ricorrendo alle allusioni con cui l ’ autore ci ricorda che Gesù è sulla via di Gerusalemme (cfr. 9 , 5 3 . 5 7 ; 1 0 , 3 8 ; 1 3 , 2 2 ; 1 4 , 2 5 ; 1 7 , 1 1 ; 1 8 , 3 1 ; 1 9 , 2 8 ) : r. 9 , 5 1 - 5 6 , che funge da introduzione; cinque sezioni di contenuto vario: 2. 9 , 5 7 - IO>37; 3- 1 0 , 3 8 1 3 , 2 1 ; 4. 1 3 , 2 2 - 1 4 , 2 4 ; 5. 1 4 , 2 5 - 1 7 , 1 0 ; 6. 1 7 , 1 1 - 1 8 , 3 0 e 7. 1 8 , 3 1 - 1 9 , 2 8 , che funge da conclusione. L ’ ultimo blocco maggiore ( 1 9 , 2 9 - 2 4 , 5 3 ) è unitario dal punto di vista geografico (Gerusalemme) e tematico (passione, morte e risurrezione) e corrisponde a ll'a t­ tività finale svolta da Gesù a Gerusalemme, secondo i sommari. Si suddivide in quattro sezioni: 1 . L a prima ( 1 9 , 2 9 - 2 1 , 3 8 ) , molto ben strutturata, narra l'entra­ ta di Gesù nella città, il tempio e l ’ insegnamento compiuto in questo luogo santo, introdotta e conclusa dai relativi sommari (cfr. 1 9 , 4 7 s - e 2*1,37 s.). 2. La seconda ( 2 2 , 1 - 3 8 ) è incentrata sul giorno degli azzimi, in cui Gesù istituisce l'eucaristia. 3. L a terza ( 2 2 , 3 9 - 2 3 , 5 6 ) , la più ampia, è una sequenza ben strut­ turata sul piano cronologico e topografico, in cui è narrata la passione e morte di Gesù. 4. L ’ ultima (cap. 24 ) è un’ unità tematica situata in uno stesso giorno, 2.54 La dimensione letteraria il p r i m o della s e t t i m a n a , sulle a p p a r i z i o n i e l ’a s c e n s i o n e di G e s ù , c o l l e g a t a e ro n o l o g i c a m e n t e al c o n t e s t o p r e c e d e n t e . Q u an to agli A tti degli A postoli che, secondo i , 8 , intendono esporre le grandi tappe del cam m ino testimoniale della chiesa primitiva, i criteri geografici, d ’ a r ­ gomento e i som m ari consentono di distinguere due grandi blocchi nella de­ scrizione di questo percorso: uno in cui predomina l ’ attività in Palestina sotto la guida di Pietro, i dodici e la chiesa di Gerusalem m e ( 1 - 1 2 ) e un secondo in cui predomina l’ attività al di fuori della Palestina e il cui protagonista è Paolo (13-28). Il prim o blocco è suddiviso a sua volta in tre sezioni, una di carattere prepa­ ratorio, un’ altra che narra l’origine e lo sviluppo della testimonianza a G eru sa ­ lemme e un’ultima che li narra fuori da Gerusalemme, r. La prima ( 1 , 1 - 2 6 ) inizia con un prologo che riassume il primo libro, ne ripete e completa il finale (ultima apparizione e ascensione di Gesù) annunciando la prossima venuta dello Spirito e inviando ad attenderla a Gerusalemme. «In quei giorni» precedenti la Pentecoste si situa anche il racconto dell’ elezione di Mattia, Questa sezione funge dunque da collegamento tra l’ opera di Gesù e Pinizio della testimonianza della chiesa nella Pentecoste. 2. Seguono tre sequenze di racconti in successione ambientati a Gerusalemme che hanno per protagonisti Pietro e i dodici (Pente­ coste, testimonianza di questa chiesa e attività degli ellenisti appartenenti a questa comunità), molto ben collegati tra loro mediante sommari, sì da formare la seconda sezione ( 2 , 1 - 8 , 3 ) . ^ a pthna sequenza ( 2 , 1 - 4 7 ) ruota intorno al giorno di pentecoste, la seconda ( 3 -5 ) intorno al motivo del N o m e , ed è per questo nota come «sezione del N o m e » , e la terza ( 6 , i - 8,3) intorno agli ellenisti e all’attività di Stefano. 3. I rimanenti capitoli del primo blocco ( 8 , 4 - 1 2 , 2 5 ) hanno in comune la narrazione della testimonianza al di fuori di Gerusalem m e, ma in srretto collegamento con quest’ ultima e con Pietro o i dodici, e perciò costituiscono la terza sezione. Al suo interno si distinguono cinque sequenze narrative diverse. L a prima (8 ,4 -4 0 ), introdotta e terminata dai rispettivi sommari, narra l'attività dell’ellenista Filippo in Samaria e con l’ eunuco etiope. Essa è strettamente col­ legata all’ attività degli ellenisti a Gerusalemme della sezione precedente, ma alla luce di 1 , 8 , che conferisce un carattere dinamico alla struttura dell’ opera, dev’ es­ sere collocata nella sezione successiva poiché implica un progresso sulla via dell’evangelizzazione. La seconda è dedicata alla conversione di Sardo e alia sua prima attività missionaria ( 9 , 1 - 3 0 ) . La terza è introdotta da un sommario che situa l’ azione molti anni dopo ( 9 , 3 1 ) ed è costituita da tre azioni di Pietro in favore delle chiese nella pianura del Saron e sulla costa ( 9 , 3 2 - 1 1 , 1 8 ) , la terza delle quali, la visita e il battesimo del pagano Cornelio e la giustificazione di questo gesto dì fronte alla chiesa di Gerusalemme, è la più importante. La quarta ( 1 1 , 1 9 - 3 0 ) è una sequenza di fatti sull’ origine e Pattività della chiesa di A n tio ­ chia, la prima comunità mista. Il racconto in sé porta il lettore fuori dalla P a ­ lestina, ma per un prolungamento dell’ attività di questa chiesa e una prepara­ zione del futuro lavoro missionario al di fuori di essa. L a quinta e ultima sezione ( 1 2 , 1 - 2 5 ) , infatti, aperta e terminata da sommari e con il carattere di una c o n ­ clusione, torna a parlare della chiesa di Gerusalemme, nella quale sono perse­ Il t e s t o e l a s u a s t r u t t u r a 2-55 guitati G ia c o m o e Pietro. À p a rtire da questo m o m e n to P ie tro e i dodici p e r d o n o il r u o l o di p r o t a g o n i s t i in f a v o r e di P a o l o . Il secondo blocco ( 1 3 - 1 8 ) dedicato alla presentazione del cammino fino «ai confini della terra» è a sua volta suddiviso in tre sezioni: r. La prima ( 1 3 , 1 - 1 5 , 3 5 ) riferisce sul primo invio missionario di Paolo e Barnaba da parte della chiesa di Antiochia, narra il viaggio e i problemi teologici che esso pose, risolti nell’ assem­ blea di Gerusalemme, è aperta e conclusa da sommari sull'attività della chiesa antiochena. Il racconto è molto ben articolato, dividendosi in due parti: quella che racconta il viaggio ( 1 3 - 1 4 ) e quella dedicata all’ assemblea ( 1 5 , 1 - 3 5 ) . Il racconto che segue, sino alla fine dell’ opera, è internamente molto ben connesso mediante una sequenza geografica senza soluzione di continuità, in cui i fatti sono collegati dall’attività di Paolo, libero, fino al suo arrivo a R o m a in catene, il che rende difficile la suddivisione. Alla luce del contenuto si possono distinguere diversi viaggi, il secondo, il terzo e il viaggio a R o m a ; i primi due in libertà e l’ ultimo da prigioniero. La distinzione classica tra il secondo e il terzo viaggio, tuttavia, non trova un appoggio letterario chiaro nel testo, poiché in 1 8 , 2 2 . 2 3 3 non appare chiaro se l ’ autore intenda narrare un nuovo viaggio o si tratti della continuazione del precedente. D ’ altra parte il tema della prigionia dì Paolo, che materialmenre ha inizio a Gerusalemme, viene annunciato prima ( z i , 4; 2 1 , 1 1 - 1 4 ) , per cui Paolo va a Gerusalemme già «incatenato dallo Spirito» ( 2 0 ,2 2 ) . Probabilmente la chiave letteraria che consente di suddividere obbiettivamente la narrazione si trova m Efeso, che appare al centro del racconto: nel secondo viaggio Paolo è presentato come intenzionato a visitare la città, ma lo Spirito glielo impedisce ( r é , 6 ); in seguito, tornando ad Antiochia, compie la vìsita e promette di tornare ( 1 8 , 1 9 - 2 1 ) ; infine viene narrato per esteso il ritorno e l ’ evan­ gelizzazione della città ( 1 9 , 1 - 2 0 , 1 ) , al termine della quale Paolo fissa il p ro g ra m ­ ma finale dell’attività che verrà raccontata nel libro ( 1 9 , 2 1 - 2 2 ) : M acedon ia, A c a ia , Gerusalemme, R om a, anche se dovrà portare a compimento tale progetto in catene. Efeso, dunque, è un punto di divisione di tutto questo insieme: la seconda sezione narra l’ attività di Paolo, libero, in tutto l’ Oriente, la grande missione che culmina a Efeso ( 1 5 , 3 6 - 1 9 , 2 2 ) ; la terza ( 1 9 , 2 3 - 2 8 , 3 1 ) presenta Paolo incatenato, prima «in Spirito», poi materialmente nel viaggio da G eru sa ­ lemme a R om a. In entrambe le sezioni si possono individuare unità minori alla luce del contenuto, delle introduzioni e dei sommari. 2, Così nella seconda se­ zione si distinguono due sequenze geografiche, una che parte da Antiochia e termina nella stessa città ( 1 5 , 3 6 - 1 8 , 2 2 ) , la prima tappa della grande missione al mondo gentile, conosciuta come «secondo viaggio», e un’ altra che parte da questa città e termina con il sommario e il piano che conclude il racconto dell’ evange­ lizzazione di Efeso («il terzo viaggio»: 1 8 , 2 3 - 1 9 , 2 2 ) . 3. Per quanto riguarda la terza sezione si distinguono quattro sequenze. La prima narra il viaggio di Paolo alla volta di Gerusalemme attraverso la M ac e d o n ia e l'A c a ia ( 1 9 , 2 3 - 2 1 , 2 6 ) accom pagnato da rappresentanti di varie chiese (cfr. 2 0 ,4 s.); La seconda narra la prigionia a Gerusalemme e la testimonianza di fronte ai giudei ( 2 1 , 2 7 - 2 3 , 1 1 ) ; la terza narra la testimonianza a Cesarea di fronte a governatori e re ( 2 3 , 1 2 ­ 2 6 , 3 2 ) ; la quarta racconta il viaggio a R o m a , la testimonianza in questa città ( 2 7 , 1 - 2 8 , 2 8 ) e si conclude con un sommario finale ( 2 8 , 3 0 - 3 1 ) . b) S tru ttu ra Alla luce dei dati precedenti la disposizione generale dell’opera è la seguente: Prologo letterario (1,1-4). R a c c o n t i su ll’in fan zia di Gesù ( i > 5 - z , 5 z h Dittico introduttivo ( 3 , 1 - 4 , 1 3 ) : attività di Giovanni ( 3 , 1 - 2 0 ) e, in seguito, consacrazione di Gesù, profeta solitario e messo alla prova ( 3 , 2 , 1 - 4 , 1 3 ) . 1 . Attività di Gesù in Galilea ( 4 , 1 4 - 9 , 5 0 ) : 1 . presentazione ( 4 , 1 4 - 5 , 1 6 ) , 2. materiale polemico ( 5 , 1 7 - 6 , 1 1 ) , 3. discorso della pianura ( 6 , 1 2 - 4 9 ) , 4. miracoli ( 7 , 1 - 5 0 ) , 5. parabole ( 8 , 1 - 2 1 ) , 6. nuovi miracoli ( 8 , 2 2 - 5 6 ) , 7. attività finale in Galilea ( 9 , 1 - 5 0 ) . 2. V ia g gio di Gesù a Gerusalemme ( 9 , 5 1 - 1 9 , 2 8 ) : 1 . introduzione ( 9 , 5 1 - 5 6 ) , 2. prima tappa ( 9 , 5 7 - 1 0 , 3 7 ) , 3. seconda tappa ( 1 0 , 3 8 - 1 3 , 2 1 ) , 4. terza tappa ( 1 3 , 2 2 - 1 4 , 2 4 ) , 5. quarta tappa ( 1 4 , 2 5 - 1 7 , 1 0 ) , 6. quinta tappa ( 1 7 , 1 1 - 1 8 , 3 0 ) , 7 . sesta tappa ( 1 8 , 3 1 - 1 9 , 2 8 ) . 3. Attività di Gesù a Gerusalemme ( 1 9 , 2 9 - 2 4 , 5 3 ) : 1 . arrivo e attività nel tempio ( 1 9 , 2 9 - 2 1 , 3 8 ) , 2 . il g i o r n o degli a z z im i: l ’e u c a r i s t i a ( 2 2 , 1 - 3 8 ) , 3 . p a s s io n e e m o r t e di G esù ( 2 2 , 3 9 - 2 3 , 5 6 ) , 4. apparizioni e ascensione di Gesù (24). 4* Cam m ino della chiesa di Gerusalemme con i dodici (Atti 1 - 1 2 ) : 1 . N u o v o prologo e collegamento tra il cammino di Gesù e quello della chiesa (Atti r); 2. Testimonianza della chiesa di Gerusalemme ( 2 , 1 - 8 , 3 ) : Pentecoste (2): testimonianza di Gerusalemme: sezione del N o m e (3 -5 ), gli ellenisti: Stefano ( 6 , 1 - 8 , 3 ) ; 3. Testimonianza fuori di Gerusalemme ( 8 , 4 - 1 2 , 2 5 ) : testimonianza dell’ ellenista Filippo ( 8 ,4 -4 0 ), conversione e prima attività di Saulo ( 9 , 1 - 3 0 ) , attività di Pietro nella pianura del Saron ( 9 , 3 2 - 1 1 , 1 8 ) , la chiesa di Antiochia ( 1 1 , 1 9 - 3 0 ) , persecuzione della chiesa di Gerusalemme { 1 2 , 1 - 2 5 ) . 11 testo e la sua struttura 2-57 5. Cam m ino di Paolo fino ai confini del mondo (13-2,8): 1. Primo viaggio e problemi ( 1 3 , 1 - 1 5 , 3 5 ) : il viaggio ( 1 3 - 1 4 ) , l’ assemblea ( 1 5 , 1 - 3 5 ) ; 2. La grande missione { 1 5 , 3 6 - 1 9 , 2z): prima tappa ( 1 5 , 3 6 - 1 8 , 2 2 ) , evangelizzazione di Efeso ( 1 8 , 2 3 - 1 9 , 2 2 ) ; 3. Viaggio di Paolo in catene a Gerusalemme e a R o m a ( 1 9 , 2 3 - 2 8 , 3 1 ) : viaggio a Gerusalemme attraverso la M ac e d o n ia e P A c aia ( 1 9 , 2 3 - 2 1 , 2 6 ) , prigionia e testimonianza a Gerusalemme ( 2 1 , 2 7 - 2 3 , 1 1 ) , prigionia e testimonianza a Cesarea ( 2 3 , 1 2 - 2 6 , 3 2 ) , viaggio a R om a e testimonianza in questa città ( 2 7 - 2 8 ) , c) S ig n ific a to d e ll'in s ie m e Tutto questo insieme ha un significato coerente: Il p r o l o g o le tte ra rio (1,1-4) giustifica l'opera, scritta per confermare la fede dei credenti. I r a c c o n t i d e ll3in fa n z ia (1,5-2,52) costituiscono una sorta di prologo teologico, proiettando sull’infanzia alcuni importanti terni dell'opera. L'opera vera e propria inizia con il d ittico in t r o d u ttiv o all'attività di Gesù in Galilea (3,1-4313). Vi è presentata la consacrazione profetica e il ministero di due profeti: il primo quadro è incentrato sul carattere profetico di Giovanni Battista, modello del tempo della promessa, il secondo su Gesù di Nazaret, profeta solitario e messo alla prova, inizio del tempo della pienezza. Egli percorrerà un lungo cammino profetico prima in Galilea, poi verso Gerusalemme e infine da Gerusalemme a Dio; tre fasi in cui si viene rivelando il mistero pasquale, che prima è annunciato, poi inizia ad adempiersi e finalmente si compie. In seguito la chiesa dovrà esserne testimone e proclamarlo. La p r im a p a r t e presenta il cammino in Galilea (4,14-9,50). E una parte eminentemente kerygmaticà, il cui l’intento è di presentare Gesù e la sua opera. A questo scopo L e . narra sette vicende esposte secondo una logica semitica: 1. la prima (4,14-5,16) funge da presentazione globale di1 Gesù: nelle sinagoghe di Nazaret, Cafarnao e di tutta la Galilea è presentato come il profeta salvatore, l’oggi della salvezza, colui che crea il discepolato, il respinto. 2. La seconda sviluppa il tema del rifiuto (5,17-6,11). 3. La terza approfondisce il tema dell’istitutore dei dodici e quello del profeta attraverso il discorso della pianura (6,12­ 49). 4. La quarta (7,1-50) presenta le opere del profeta salvatore. Ap­ paiono così i due aspetti dell’opera rivelatrice di Gesù. 5. La quinta (8,1­ 21) ritorna su Gesù profeta e presenta un insegnamento sulla sua parola e sul modo di accoglierla. 6. La sesta (8,22-48) tratta di nuovo delle 258 L a d im e n sio n e letteraria opere di Gesù* 7. Infine la settima e ultima (9,1-50) costituisce il culmine della presentazione di Gesù, offrendo una serie di scene che, da un lato, rivelano la grandezza di Gesù profeta e salvatore (cfr. le opinioni del popolo e di Erode, la professione di fede di Pietro e la trasfigurazione) e, dall’altro, ne completano la presentazione (cfr. il tema della morte e risurrezione nei due primi annunci e nella trasfigurazione). Nella s e c o n d a p a r t e (9,51-19,28) il viaggio di Gesù attraverso la Galilea assume una decisa direzione verso Gerusalemme: questa avan­ zata costituisce anche l'inizio della sua morte-risurrezione-esaltazione, In contrasto con la prima parte, questa è soprattutto parenetica, presen­ tando l’esaltazione di Gesù come il culmine del suo percorso profetico iniziato in Galilea e che ora, sulla strada per Gerusalemme, si avvicina al compimento. Questa è la via che devono seguire i discepoli per rea­ lizzarsi pienamente insieme a Gesù. Per questa presentazione parenetica Luca raccoglie una serie d’insegnamenti morali esposti senza ordine logico e divisi in vari blocchi contenenti allusioni al cammino che si sta svolgendo. 1. Introduzione (9,51) e presentazione del rifiuto come ca­ ratteristica del cammino (9,52-56). 2. Prima tappa (9*57-10,37): cam­ mino dei discepoli e missionari (9,57-10,24) e della misericordia ( 10,25­ 37). 3. Seconda tappa (10,38-13,21): la via della preghiera (10,38-11,13), opposizione (11,14-54), testimonianza (12,1-12), condivisione (12,1334)i vigilanza (12,35-48), risolutezza (12,49-53), conversione (12,54­ 13,9), salvezza (13,10-21). 4. Terza tappa (13,22-14,24): la strada stret­ ta (13,22-35) e dell’umiltà (14,1-24). 5. Quarta tappa (14,25-17,10): via della rinuncia ai beni (14,25-35), del perdono (15,1-32), della con­ divisione dei beni (16,1-31), dellTimiltà (17,1-10). 6. Quinta tappa (17 ,r 1-18,30): via del rendimento di grazie (17,11-19 ), della vigilanza (17,20-37: primo discorso escatologico), della preghiera (18,1-14), del­ l’umiltà (18,15-17), della condivisione (18,18-30). 7. Sesta tappa (18,33­ 19,28): percorso di esaltazione attraverso la morte (18,31-34). Cieco di Gerico: Gesù illumina e colui che riceve la luce può subito seguire Gesù (18,35-43). Zaccheo: il perdono nel cammino di Gesù, salvatore univer­ sale (19,1-10). Parabola sul cammino futuro: necessità di vegliare fino al ritorno di Gesù da un «paese lontano» in cui si reca per prendere possesso del suo regno (19,11-28). La terza p a r t e (19,29-24,53) presenta l'arrivo di Gesù a Gerusalemme, dove è respinto e attraverso la morte è elevato al cielo, ultima meta del suo cammino. Essa si sviluppa in quattro sezioni: 1. La prima (19,28­ 21,38) descrive l’ingresso di Gesù nella citta santa, ingresso che si con­ clude nel tempio (19,28-48), dal quale non uscirà più fino alla passione. Immediatamente dopo viene presentata, tra due sommari, l’attività di­ dattica dì Gesù nel tempio, divisa in due parti, una in cui discute con 11 testo e la sua struttura 2.59 esponenti del sinedrio e altri e insegna al popolo e ai discepoli (20,1­ 21,4) e un'altra, il secondo discorso escatologico, in cui annuncia la parusia futura ed esorta alla vigilanza (21,5-38). 2. La seconda è incen­ trata sul giorno degli azzimi (22,1-38) nel quale Gesù istituisce l'euca­ ristia e rivolge ai dodici apostoli un discorso di commiato. 3. La terza (22,39-23,56) presenta un racconto parenetico della passione e morte, in cui Gesù appare come modello di tutto il suo insegnamento e muore affidando fiduciosamente il suo spirito al Padre. 4. La quarta (cap. 24), infine, narra gli eventi che accaddero il primo giorno della settimana: tre apparizioni, che convergono sull'ultima, in cui Gesù designa gli undici e i loro compagni a testimoni ufficiali della propria risurrezione. Essi dovranno rimanere nella città finché egli mandi loro la promessa del Padre, che consentirà di rendere questa testimonianza a tutte le nazioni cominciando da Gerusalemme. Infine li guida a Betania e qui ascende al cielo mentre li benedice. Gli A tti d e g li A p o s to li continuano la presentazione del cammino, offrendo alcuni aspetti dell'esperienza della prima generazione cristiana sotto la guida dello Spirito e degli apostoli. La p r im a p a r t e (1-12) narra la testimonianza resa in Palestina. Essa è costituita da tre sezioni: X. Inizia con una sezione di collegamento (A tti 1) che serve a connet­ tere la narrazione al racconto precedente e a completare i requisiti per l'inizio del cammino della chiesa: viene riassunta l'opera di Gesù, evi­ denziando l'elezione degli apostoli e le istruzioni ad essi impartite du­ rante le apparizioni; viene ricordata l'ultima apparizione e l'incarico di attendere la venuta dello Spirito per essere testimoni dell'inizio del re­ gno di Dio costituito dalla sua risurrezione, testimonianza che devono proclamare a Gerusalemme, in Giudea e in Samaria e fino ai confini della terra. Poi Gesù ascende al cielo e proclama che tornerà di nuovo nella gloria. Il tempo intermedio sarà il tempo della testimonianza dei discepoli. Infine viene narrata l'elezione di Mattia, per completare il numero dei dodici apostoli, testimoni autorevoli e garanti della via, che dovranno ricevere lo Spirito. 2. La seconda sezione (2,1-8,3) è incentrata sulla testimonianza resa dalla chiesa di Gerusalemme sviluppata in tre sequenze: a) testimonian­ za iniziale della chiesa di Gerusalemme (A tti 2): Pentecoste e testimo­ nianza dei dodici e di tutta la comunità; b ) sezione dei Nome {3-5) o testimonianza della chiesa di Gerusalemme in mezzo alle difficoltà; c) testimonianza dei giudeocristiani ellenisti a Gerusalemme (6,1-8,3) e, in particolare, di Stefano che morirà per la sua testimonianza; questa se­ zione presenta la prima delle condizioni che preparano l'evangelizzazio­ ne dei gentili. 260 La d im e n s io n e letteraria 3. La terza sezione (8,4-12,14) narra la testimonianza al di fuori di Gerusalemme a opera degli ellenisti e di Pietro: a) l'ellenista Filippo compie due passi significativi, evangelizza gli eterodossi samaritani e uno straniero simpatizzante del giudaismo, l’eunuco etiope (8,4-40); b) la conversione di Saulo rappresenta la seconda condizione per la futura evangelizzazione dei gentili (9,1-30); c) dopo un sommario, che sposta in avanti l’azione di una decina d’anm, si narrano i viaggi di Pietro attraverso la pianura di Saron, dove, dopo aver visitato Lidda e Joppe, battezza a Cesarea il pagano Cornelio alPinterno di un’azione diretta da Dio e approvata dai dodici e dalla chiesa di Gerusalemme (9,31-11,30), Ecco dunque la terza condizione tn vista dell’evangelizzazione dei gen­ tili: per Dio non ci sono persone impure per motivi di nascita; d ) la nascita della chiesa di Antiochia, la futura chiesa missionaria, costitui­ sce la quarta condizione. Barnaba è inviato da Gerusalemme per confer­ marne 1 autenticità e in seguito, a causa di una carestia in Giudea, ritor­ na insieme a Saulo raccogliendo elemosine (11,19-30); e) prima di con­ cludere questa parre e in guisa di conclusione del ruolo di protagonista di Pietro e di Gerusalemme, viene narrata la persecuzione di Erode Agrippa, che fa uccidere Giacomo e imprigionare Pietro. Secondo la prospettiva teologica di Luca questo è un buon modo di terminare: b ea ti v o i q u a n d o vi p e r s e g u i t e r a n n o (cfr. L e , 6,22 s.). Un’annotazione sul ritorno di Barnaba e Saulo completa la preparazione della S e c o n d a p a r i e (23-28): la testimonianza al di luori della Palestina. Adesso il protagonista sarà Saulo-Paolo, che nei suoi viaggi successivi aprirà la via della testimonianza fino «ai confini della terra», Roma. L’opera suddivide la presentazione di questo cammino in tre sezioni: r. La prima (13,1-15,35) narra la prima missione di Barnaba e Saulo inviati dalla chiesa di Antiochia e i problemi teologici e pratici provocati dall’ingresso massiccio di gentili nella comunità cristiana: a) evangeliz­ zazione di Cipro, Antiochia di Pisidia, Iconio, Listra e Derbe; ritorno alla chiesa che li aveva inandati (13,1-14,28); b ) nell’assemblea di Ge­ rusalemme vengono risolti due problemi posti dalla presenza dei gentili: devono farsi circoncidere? come devono comportarsi nelle comunità miste (15,1-35)? 2. La seconda sezione presenta la grande missione (15,36-21,14) di Paolo, ancora libero, che comporta Pevangelizzazione di lutto l’Oriente. Essa comprende: a) una prima parte, comunemente nota come «secon­ do viaggio» (15,36-18,22), che descrive l’evangelizzazione della Mace­ donia e dell’Acaia, e b ) una seconda incentrata sull’evangelizzazione di Eleso, cui viene attribuita grande importanza (18,23-19,22). Qui Paolo, prima di partire, programma il resto della propria attività, in seguito narrata come Il c e s t o e l a sua struttura 2 .6 1 3. Viaggio di Paolo incatenato per rendere testimonianza fino ai confini della terra (terza sezione: 19,2.3-28,31): a) da Efeso a Gerusalemme (19,23-2,1,2,6) passando per la Macedonia e TAcaia, accompagnato da esponenti delle varie chiese. Materialmente è libero ma procede incate­ nato in spirito. A Mileto prende congedo dai presbiteri della comunità di Efeso, esortandoli a vigilare di fronte alle difficolta future, che so­ praggiungeranno dopo la sua morte; b ) a Gerusalemme è imprigionato e rende testimonianza davanti al popolo e davanti al sinedrio, il tribu­ nale ufficiale di Gerusalemme, come Gesù (21,27-23,11); c) il tribuno romano lo manda a Cesarea, per evitargli di cadere vittima di una congiura organizzata da alcuni giudei. Qui dà testimonianza davanti a governatori e a re, come Gesù (33,12-26,32). Per sfuggire alla congiura dei giudei è costretto a fare appello a Cesare; d ) viaggio a Roma e testimonianza in questa città (27-28). Il viaggio è descritto particolareg­ giatamente, poiché si tratta dell’arrivo «ai confini della terra» e del compimento del mandato di Gesù. Qui Paolo rende testimonianza di fronte ai giudei, che in maggioranza lo respingono, giustificando così come «questa salvezza sia inviata ai gentili, che ^ascolteranno». Il rac­ conto termina con Paolo che rende testimonianza sul regno di Dio e su Gesù per due anni, in carcere, senza che venga detto come si concluse il processo. Si tratta di un finale ben meditato, secondo le categorie teo­ logiche di Luca. In questo modo l’opera resta aperta: i lettori devono continuare nella loro generazione la testimonianza che Paolo sta ren­ dendo in prigione, malgrado le difficoltà. 5. G e n e r e le tte ra rio 1 L’analisi precedente mostra che L e .- A t t i costituisce un racconto conse­ guente e ordinato dei «fatti accaduti tra di noi» intorno a Gesù e alla prima generazione cristiana e mirante a confermare la fede dei credenti. Si tratta di una sto rta t e o lo g ic a , simile all’opera di M e ., il cui modello Luca riprende e sviluppa sul piano quantitativo e qualitativo; quanti­ tativamente perché aggiunge alle tradizioni su Gesù, contenute nella prima parte, altre tradizioni sulla chiesa primitiva; qualitativamente perché stabilisce una equiparazione teologica tra queste e quelle, confe­ rendo al tutto il carattere di parola di Dio che invita alla salvezza. a) Si tratta d i im a sto ria Nel prologo (L e . 1,1-4) Luca manifesta la volontà di scrivere un raccon­ to conseguente, d ì e g e s ì n , di fatti accaduti, ossia una narrazione di tipo storico. E tipico della stona presentare una successione di latti nelle loro z6 z La dimensione letteraria reciproche connessioni. Come si è visto sopra analizzando lo stile, sebbe­ ne il materiale presentato sia in gran parte aneddotico, l’autore lo espo­ ne sottolineando le relazioni intime tra i fatti mediante vari procedimen­ ti. Alcuni appartengono a ogni opera storiografica, come le indicazioni spaziali e temporali, le sequenze di causa ed effetto, l’alternanza di sommari e racconti particolari e di annunci e realizzazioni (cfr. Le* 4,13 e 22,3: annunci della passione e dell’esaltazione; A tti 19,21 s. e il rac­ conto successivo), parallelismi tra personaggi (Gesù, Pietro, Paolo) ecc. b) Si tratta di u n a sto ria te o lo g ic a Effettivamente prevalgono i nessi propri della storia religiosa, che fa intervenire Dio e i suoi inviati come responsabili del collegamento tra gli eventi* Dio Padre è il responsabile ultimo dei fatti: le sue promesse dirigono la storia che procede secondo necessità (cfr. l’espressione «è necessario», d e i) fino al compimento di ciò che egli ha promesso (Gio­ vanni, Gesù, la chiesa e i fatti importanti, come l’incredulità dei giudei, appaiono come compimento dell’Antico Testamento). Il ruolo di prota­ gonista di Dio è realizzato mediante lo Spirito santo, che dirige Gesù e la chiesa. Gesù, dal canto suo, è il grande protagonista, presente in tutta l’opera, secondo la sua doppia condizione, prima come profeta per le strade della Palestina, poi come Signore esaltato che continua ad agire attraverso la testimonianza della sua chiesa. Il suo mandato determina l’azione della chiesa: tutto il libro degli Atti appare come l’esecuzione del mandato di Gesù dato in A tti 1,8; allo stesso modo Gesù preannun­ cia persecuzioni ed esse raggiungono la comunità; appare a Paolo an­ nunciandogli difficoltà narrate nel seguito (cfr. 9,16; 18,9; 2 3,11 ecc.). Infine la presenza abbondante di elementi meravigliosi (miracoli, angeli) ha per scopo di evidenziare la presenza di Dio che dirige la storia e conferma i propri inviati.22 Laica intende narrare l’attuazione di un progetto divino che continua ad agire nel presente del lettore e va verso il proprio pieno coronamento nel futuro. Il lettore deve inserirsi in questa storia, assumendo le proprie responsabilità nella propria generazione, così come fece la prima. L c .A tti rappresenta il primo grande progetto della seconda generazione cristiana di autocomprendersi alTinterno della storia della salvezza, una storia che ebbe inizio conjsraele e continua ora nella chiesa. Così la problematica particolare della chiesa viene integrata in un passato e in un progetto di futuro in cui si procede per gradi e in cui ogni generazio­ ne deve assumere il proprio compito. zz. Cfr. cap. Xj V: «I miracoli in L e .-A t t i» . Il testo e la sua struttura zé 3 Il titolo attribuito alla seconda parte dell’opera nel il secolo, P ra x e is A p o s t o l o n y non è quindi appropriato, poiché mette gii Atti in relazione con un genere letterario ellenistico che aveva per oggetto la narrazione delle gesta di uomini illustri come Alessandro Magno, Annibaie e altri.23 In realtà l’opera non racconta gli atti di tutti gli apostoli e nemmeno tutti gli aspetti di Pietro e Paolo. c) I l m o d e llo im ita to Negli ultimi anni si è prestata particolare attenzione al modello lettera­ rio imitato da Luca nel redigere la propria storia. I pareri sono divisi fra la tradizione biblica e quella ellenistica. Alcuni prestano particolare attenzione alla tra d iz io n e g i u d a i c a , in particolare alla storia veterotestamentaria, specialmente quella deuteronomistica, alla letteratura ellenistica intertestamentaria, come 2 M a c c . e il L i b e r A n iìq u it a t u m B ib lic a r u m dello pseudo-Filone. Su questa linea si collocano Ch. Perrot e G. Schneider. Una posizione particolare è quella di J. Drury/4 per il quale Luca compone un midrash, frutto di rielaborazione, con tecniche midrashiche delPA.T., di Me, e M/., in vista dei propri fini teologici. Il risultato sarebbe un racconto teologico dagli scarsi contenuti storici simile a Tobia, Ester, alle A n U q u ita te s lu d a ic a e di Flavio Giuseppe, a G i u s e p p e e A s e n e t e altri, in cui abbondano i contenuti leggendari esposti con tecniche storiche, in particolare la pa­ rabola promessa-compimento tipica della storiografia deuteronomista. Una posizione simile, ma con un giudizio positivo sulla storicità, presen­ tano D. Mufioz e A. del Agua.25 Altri fanno riferimento in particolare alla le tte ra tu ra e lle n is tic a e ri­ tengono di riscontrare in A tti i precetti di Luciano di Samosata sul modo di scrivere la stona (van Unnik). Altri ancora, infine, sostengono la pre­ senza di entrambe le influenze (cft. L. Richard, Beardslee, M. Hengel, G. Schneider ecc.), Quanto al genere letterario, alla luce della letteratura 1 3 . Cfr. Callistene, Sosilo, Filostrato ecc, 11 titolo non risale all’ autore dell’ opera, come credettero Th. Z a h n , P. Wendland e altri, perche per lui la parola pra xeis ha un altro significato (cfr. A tti 1 9 , 1 8 ) . 2,4. C fr. Tradition and D esign in L u k e ’s G o sp el, London 1 9 7 6 . Di pei se il midrash non implica alcun giudizio sierico. Difficilmente potrà «rassicurare» un’ opera basata su leggen­ de: cfr, le critiche di B. M c N e ìl: H e y j 1 9 ( 1 9 7 8 ) 3 9 9 - 4 0 4 e di R .j. K a r n s , W in d o w s and M t r r o r s , 50 s. a. 3. Cfr, A, del A g u a , E l eoncepto lucano de « Relato» (dìegesls) corno teologia narrativa, la H aggada cristiana: ScrVict 3 3 ( 1 9 8 6 ) 9 7 - 1 z x ; E l m ètodo m idrasico y la exégesis del N u e vo Testam ento, Valencia 1 9 8 5 ; D, M u n o z Leon, D eras, M ad rid 1 9 8 S ; H.P. Ham an, Saint L u k e } thè Fir&t N e w Testam ent Com m entatori L T J 1 3 ( 1 9 7 9 ) 1 5 - a . i ; W . S . Kurz, L a k e -A c ts an d H i storio grap h y in thè G reek B iblei Seminar Papers (Chico, Cai. 1 9 8 0 ) 2.83­ 300, 264 L a d im e n s io n e letteraria greca si è soliti pensare a tre ipotesi: la monografia storica, che è la classineazione piu verisimile e piu diffusa (Conzelmann, Hengel, Plumacher, Richard, Schneider, Weiser ecc.), la biografia (T albert, Radls, Robbins, Gibert) Uì e il romanzo (Schierling, Kóster, Karrìs, R.L Pervo)/7 meno probabili. Altri rilevano il genere dell’apologià, basandosi sugli effettivi tratti apologetici che l'opera presenta, soprattutto gli Atti (cfr. A J. Mattili, che, sulla scorta di Schneckenburger, considera L c .- A t t i un’apologià di Paolo). Altri ancora, infine, applicando tecniche sirutturaliste, come L.T. Johnson, definiscono la doppia opera racconto di un profeta e del suo popolo.3” III. P R O B L E M I A P E R T I i. S em ìfà sm i La lingua e lo stile di L c .- A t t i sono stati approfonditamente studiati a partire dal xix secolo (cfr. Th. Vogel, H.J. Cadbury, S. Antonìadis e varie monografie su punti particolari, come quella di J. Jeremias). In generale si dà un ampio consenso nell’applicare allo studio di questi argomenti i moderni metodi dell’analisi letteraria, come lo struttu­ r ò . Secando Talhert, L e .-A tti appartiene al genere del h*os: La biografìa greco-romana il cui modello sono ìe Vite dei filosofi di Diogene Laerzio nelle quali si narrano, sottolineando i parallelismi, le vite dei fondatori di scuole di pensiero e quelle dei discepoli (cfr. ÌAterary Pattern, 1 2 5 -3 :4 3 )- W_ Radls richiama le Vite parallele di Plutarco e concorda con Talbert nel mettere in rilievo l’ importanza dei parallelismi: cfr. Paulus und Jesu s in lukattischen D oppelw erit, Bern-Frankfurt 1 9 7 5 . Secondo Robbins si traLta di una biografia didascalica, che intende fornire informazioni a una persona (in questo caso TeofiloJ, affinché possa difendere il protagonista della biografia A parere di P. Gibert si tratta di un’ agiografìa storica, scritta al fine di presentare una figura di d is t i a n o che imita 1 gesti e le parole di Gesù: cfr. L ’ invention d'u n getire liuéràtre: Lumière et Vie 30 £ 1 9 5 3 - 1 9 5 4 ) 1 9 - 3 3 . 2 7 . Cfr. S.P. e ìM . J . Schierling: Classica! Bulletin 5 4 ( 1 9 7 8 ) 8 1 - 8 8 , che vedono in Atti una serie di motivi del romanza classico come viaggi, sogni, miracoli e visioni. Sulla stessa linea S .M . Praeder, L u k e -A c ts an d thè A n c ìc n t N o v e ll Seminar Papers (Chìco, C a L 1 9 8 1 ) 2 6 9 - 2 9 2 e R . L Fervo, Profit iotth Detight. T h e L ìte ra ry G en re o f thè A r te o f thè A p o stlesj Philadelphja 1 9 8 7 . Secondo Kòster gli Atti sono, piìì che u n ’ opera storica, un romanzo sugli apostoli che presenta molte somiglianze con gli Atti apocrifi, anche se il loro autore, nel tentativo di narrare storicamente Fazione dello Spirito, dovette scegliere Laretalogìa come mezzo espressivo. R . J . Karris, che riconosce il carattere storico-teolo­ gico dell’opera, cercando di specificarne il genere letterario parla di un genus m ix tu m , un romanzo storico, perché non si tratta né di leggenda non storica né di semplice storia, bensì di latri autentici di Gesù e della chiesa primitiva, abbelliti con diveisi procedimenti (cfr. W in d o w s an d M irro rs, 53). Secondo G.F. N gttall, T h e M o m en t o f R ecognttion. L u k e as Sfory-Te//er, London 1 9 7 8 , la doppia opera è un resoconto poetico, il cui valore è radicato nel significato perenne di ciò che narra e non nella storicità dei riferimenti a ciò che avvenne nel secolo 1, z8 . Cfr. L .T . Johnsnn, The L itera ry Functìon o f Possessions in L n k e -A c ts , Missoula, Mont. 1 9 7 7 ; A.J. Mattili jr., art. cit. e The Je sn s-P a u l Pctrallels atid thè P u rpo se o f L u k e -A cts. H .H . E v a n s R eco n sid ered : N T 1 7 ( 1 9 7 5 ) 1 5 - 4 6 . P ro b lem i aperti 2.0 5 ralismo,Jy considerati validi a condizione di evitarne un uso esclusivi­ sta e purché siano adeguatamente integrati con le acquisizioni positive dei metodi letterari storico-critici. D’altro canto il problema specifico dei semitismi è discusso, perché diverse sono le spiegazioni che vengo­ no adottate per spiegarne la presenza negli scritti lucani.30 a) T ip i d ì s e m itis m i Nonostante l’accuratezza lessicale e grammaticale dimostrata da Luca nelle due parti della sua opera, compaiono diversi tipi di semitismi: s e m itis m i in g e n e r e : participi pleonastici come «dicendo», «rispon­ dendo»; e in a i con il participio al posto dell’imperfetto; b o t i r e c it a t iv u m ; e ì interrogativo; p r o s dopo verbi che designano l’atto del parlare ecc.; e b r a is m i : e g e n e t o seguito da verbo finito; to u seguito da infinito in valore epesegetico, consecutivo o finale; sostantivo al genitivo in luogo dell’aggettivo, k a i id o u ecc.; a r a m a is m i : a r c b o m a i pleonastico; t o t e ; plurale impersonale ecc. b) S p ie g a z io n i Il problema è stato studiato a partire dal secolo scorso e sono state via via proposte diverse spiegazioni. Alla fine del secolo scorso e all’inizio del nostro prevale l’opinione secondo cui i semitismi, in particolare quelli di A t t i , sono determinati dalla t r a d u z io n e d i u n a f o n t e s e m it ic a , riconosciuta per lo più come ebraica; questa opinione fu largamente condizionata dall’interpretazio­ ne dei semitismi del ms. D (cfr. A. Resch, fi. Nestle, F. Blass). La te o ria d o c u m e m a r i a a ^ a m a ica è un adattamento della posizione precedente, proposta da C.C. Torrey in modo apparentemente inconfu­ tabile per la sua epoca. Egli afferma che il terzo vangelo e la prima parte 2,9. Sull'impiego dei metodi critico-letterari moderni si veda W . S . Kurz, N a rra tiv e A p proaches to L u k e -A cts: Bib 68 ( 1 9 8 7 ) 1 9 5 - 2 , 2 0 ; D. Minguez, Pentecosti s. E n sa yo de S e ­ m iòtica narrativa en H ch 2, Roma 1 9 7 6 ; R . C . Tarme bill, T h e N arrative Un'tty o f L u k e A cts. A Literary ìnterpretation, Phìladelphia 1 9 8 6 ; Ph. Bossuyt - J . Radermakers, fésus, Parole de la G rd ce, Bruxelles 1 9 8 1 . 3 0 . C fr. A. Rodriguez C a n n o n a , L o s serriitismos de los H ech os de los A p ó sto les: E E 6 5 ( 1 9 9 0 ) 3 8 5 - 4 0 1 » con ampia bibliografìa; M . Black, A n A ra m a ic A p p ro a ch to thè G o sp els and A cts, O xford * 1 9 6 7 ; inoltre cfr. E T 7 7 ( 1 9 6 5 - 1 9 6 6 ) 2 0 - 2 3 ; F. Blass - A . Debrunner, G ram m atica del greco del N u o v o Testam ento, nuova edizione di F. Rehkopf, Brescia 1 9 8 2 ; F .L . Horton, Keflections on thè Sem itism s o f L u k e -A cts, in C . T . Talbert (ed.), Perspectives on L u k e -A c ts, Edinburgh 1 9 7 8 , 1 - 2 3 ; H. Spacks, T h e Sem itism s o f St. Luke*s G o s p e l: J T S 4 4 ( 1 9 4 3 ) 1 2 9 - 1 3 8 ; T h e Sem itism s o f A cts: J T S (NS) 1 { 2 9 5 0 } 1 6 - 2 8 ; N . Turner, T h e U nique Character o f B ib lical G re e k : V T 5 ( 1 9 5 5 ) 2 0 8 - 2 1 3 ; G ram m atical Insights into thè N e w Testam ent, Edinburgh 1 9 6 5 ; M . W ìlc o x , Sem itism s o f A cts, O xford 1 9 6 5 . 2.66 La dimensione letteraria degli Atti (1-15) Sono la traduzione di una fonte scritta aramaica; a questa teoria aderirono altri autori posteriori come Dodd, Knox, R.A. Martin e F. Zimmermann. Un altro punto di vista, che ha riscosso e continua a riportare un vasto consenso, spiega i semitismi con Y ìn flu s s o d e llo stile d e i L X X . Dopo alcuni predecessori, il vero artefice di questa spiegazione è G. Dalman, la cui teoria venne poi sviluppata soprattutto da Cadbury, Clarke e Sparks; questa stessa linea seguono alcuni autorevoli commen­ tatori attuali di A t t i come E. Haenchen, H. Conzelmann e altri autori come E. Plumacher, secondo il quale Luca evoca un'epoca mediante lo stile, imitandone il modo di parlare, e P. Grelot, che sottolinea come Luca, abile scrittore, imita i LXX nelPintento di scrivere una «storia religiosa», pur non escludendo altre ragioni. M. Wilcox ha proposto una s o lu z io n e s in c r e t ic a , secondo cui i semi­ tismi di A tti non possono essere attribuiti a un solo fattore, poiché sono di tipo e origine diversa: parole e frasi affini alla tradizione testuale semitica dell'Antico Testamento, altre affini alla tradizione testuale dei LXX e altre, di natura semitica, non spiegabili con l’influsso dei LXX per le quali, se si respinge l’idea di una traduzione da un originale semitico proposta da Torrey, bisogna cercarne un’altra, per esempio tradizioni narrative delle parole e dei fatti dei pionieri della chiesa e altre tradizioni su discorsi, probabilmente già fissate in greco. Luca ha rie­ laborato nel corso di tutta la sua opera questo materiale e lo ha unificato stilisticamente in modo tale che, se non fosse per questi semitismì-spia, non sapremmo che ha fatto ricorso a delle fonti. Un’altra spiegazione tra quelle proposte negli ultimi decenni è quella del g r e c o g iu d e o - c r is t ia n o . Nel 1961 A. Debrunner, trattando delle di­ verse cause dei semitismi nel greco biblico, ha parlato di un greco­ giudeo parlato, nel senso che lo stesso greco «secolare» impiegato dai giudei era influenzato dalla loro mentalità semitica. Questo fenomeno dovette essere presente anche tra gli autori del Nuovo Testamento. Non è però esattamente questo che egli intendeva con l’espressione «greco giudeo-cristiano», ma un «gergo greco» impiegato in un primo tempo dai giudei della diaspora e poi dai cristiani nelle loro riunioni e che conteneva un lessico e una fraseologia correlati con la loro fede e le loro pratiche religiose. Qualcosa di simile al linguaggio liturgico, teologico, catechetico che i cristiani impiegano attualmente nelle loro riunioni, ma non nel linguaggio della vita secolare. La comunità alessandrina, che parlava la koinè, per prima coniò questo linguaggio religioso, basato sulla koinè ma influenzato dalla fede jahvista e dalla mentalità semitica dei giudei grecofoni; questa lingua influì sulla traduzione dei LXX che, a sua volta, rinforzò e arricchì questo gergo adoperato dalla sinagoga. Problemi aperti Z67 In seguito, all’arrivo del cristianesimo, quest’ultimo la ereditò e l’arric­ chì con nuovi elementi kerygmatici, liturgici ed etici, dando origine al «greco giudeo-cristiano», lingua nella quale fu scritto il Nuovo Testa­ mento. N. Turner ha sostenuto e contribuito a divulgare questo punto di vista negli ultimi anni; anche M Black e F.L. Horton hanno aderito a questa spiegazione. Nessuna delle opinioni citate ha finito per imporsi, nessuna è stata completamente confutata e perciò vige oggi il pluralismo: ogni soluzio­ ne trova sostenitori e numerose sono le posizioni eclettiche che cercano di conciliare i diversi punti di vista. z. S to ric ità d e g li A t t P ' Fino al x v i n secolo gli Atti furono considerati fondamentaimente come un’ ope­ ra di stona, precisamente una biografia degli apostoli, alla quale, nel 11 secolo, venne attribuito iJ titolo di Praxeis apcstolon II fatto che già nel n secolo L u ca e A tti venissero separati nel canone, ponendo il vangelo tra Me. e G v. e A tti dopo q u e s t u ia m o , indica che essi non vennero considerati cume una continua­ zione in senso stretto del vangelo, bensì come una biografia diversa. Tuttavia non furono considerati come semplice storia, ma, proprio come i vangeli, una storia al servizio di un messaggio religioso, che era di solito identificato nel ruolo dello Spirito santo, l’ universalità della salvezza, l ’ esemplarità della chiesa primitiva, ma senza cercare una finalità piu precisamente definita. In questo contesto gli Atti vengono solitamente utilizzati in funzione delle lettere di Paolo, come opera che offre la cornice storica utile a favorirne la comprensione. Nel xviii secolo, con l’ Illuminismo, questa impostazione eminentemente storicista viene messa in discussione. Gli Atti vengono studiati alla luce delle differenze esistenti rispetto alle lettere di Paolo, divergenze risolte a favore delle lettere, mettendo in dubbio o negando la storicità di Atti. Si possono individuare tre fasi nella messa in discussione della storicità: una prima dominata dall’ idea che gii Atti sono un testo tendenzioso, una vera e propria falsificazione; una secon­ da in cui si mantiene il giudizio negativo sulla storicità, ma viene attribuito a una carenza d ’informazione in m ancanza di fonti, e una terza in cui viene sottolineato lo scetticismo rispetto al valore storico, fondato sul carattere te­ ologico dell’ opera e in particolare dei discorsi. a) G li A tti c o m e o p e r a t e n d e n z io s a 3X Il giudizio di tendenziosità su A tti si deve a F .C b . Baur { 1 7 9 Z - 1 8 6 0 ) e alla scuola di Tubinga, che spiegano l’ opera in funzione della loro teoria sull’ origine 3 1 . C fr. W . W . Gasque, A H isto ry o f thè C ritici sm o f thè A cts o f thè A p o stle s; A .J . Mattili jr., L u k e as a H istorian in Criticism since 1 8 4 0 , Vanderbilt University 1 9 5 9 . 3 1 . C fr. F .C h . B aur, D ie C bn stu sp artei in der kon n tbiseb en G em ein d e, der Gegensatz des petrinìschen und paulìniseben Cbristentum s in der dltesten K irche, der A p o ste i Petrus in 2,6 8 L a d im e n s io n e letteraria della chiesa primitiva: gli Atti sono opera di un p a o lim sta, che cerca di ela­ borare una sintesi dottrinale tra paolinismo e petrismo. Si tratta quindi di un’ opera teologica tendenziosa {Tendenzkrìtìk). Questa spiegazione fu molto discussa da parte di numerosi autori, il che portò a porre seriamente il pro­ blema della storicità, Q u alch e anno più tardi questo punto di vista venne radicalizzato da B. Batter ( 1 8 0 9 - 1 8 8 8 ) , secondo il quale né il giudaismo né il ritratto di Paolo delineati in quest’ opera sono storici, bensì riflettono la situa­ zione di una chiesa dominata dai gentili, la cui dottrina è uno sviluppo delta vecchia fazione giudaica o conservatrice con la quale, d altra parte, essa ha già perso contatto. Su una linea simile offro no una spiegazione basata sul carattere tendenzioso dell’ opera, pur rigettando la posizione radicale della scuola di T u b in g a , E. Renan (182,3-1892), F .C . O v e ib e ck ( 1 8 3 7 - 1 9 05 ) e W . C . van M an en (184Z-1 905). Di fronte a queste posizioni critiche un largo settore di orientamento conser­ vatore preferì attenersi alle opinioni tradizionali, considerando la totalità di A tti come opera storica, basandosi sull’ impressione generale creata dall’ opera e sul l’ affermazione del prologo {Le. 1 , 1 - 4 ) , riferita a entrambe le parti delTopera. Questo gruppo, spinto dalla legge del pendolo di fronte al radicalismo della scuola di T u b m g a , crede che non sia possibile affermare il carattere teologico di Atti senza che ciò ne comprometta la storicità, per cui rifiutano recisamente ogni influenza teologica sull’ esposizione. Gli Atti sono storia pura e semplice. Altri critici, tuttavia, appartenenti al gruppo moderato, cercano di riconoscere gii aspetti teologici, attenuandone l’ influenza sulla storicità, come M . Schneckenburger, d quale riconosce in Atti un’opera tendenziosa o interessata, in quanto cerca di difendere Paolo di fronte ai giudeocristiani, ma il suo contenuto non risulta inficiato dalla tendenziosità ed è storicamente attendibile. Il critico più efficace della scuoia di Tubinga fu A. RitschI ( 1 8 2 2 - 1 8 8 9 ) . Egli rilevò che l’ iporesi di Baur non è fondata sui risultati della critica ma sui suoi apriori idealistici. Dal punto di vista storico, infine, fu importante J.R. Lìghtfoot ( 1 8 1 8 1 8 8 9 ) , che affrontò questa problematica con il metodo positivo proprio della storiografia, esaminando il testo e le fonti storiche ed evitando di proiettare sul resto qualsiasi tipo di premessa soggettiva. Per quanto le sue conclusioni coincidano con quelle tradizionali, egh apri una strada seguita poi da molti altri, specialmente dagli esegeti moderati e conservatori. R o m : T Z T h 5 ( 1 8 3 1 ) 6 1 - 2 0 6 , in cui espone la sua interpretazione dello sviluppo della chiesa primitiva e U ber dem ffrsprtm g des Episkopats in der eh risi lichen Ktrchei T Z T h 1 1 ( 1 8 3 8 ) 1 1 - 8 5 , m CUÌ parla dell'origine di Atti. B. Rauei, D ie A postelgeschìchte. Eìn e A u sgleichutig des Paulinism ns u n d des Judentum s ìnnerhalb der c b rìsilie h en K irch e, Berlin 1 8 5 0 ; J.B. Lìghtfoot, D ìscaveries W ustrattng thè Acts o f thè A postles ( 1 8 7 8 ) , in cui chia­ risce alcuni problemi di ordine storico, e un articolo nel D ìctio n ary o f thè B ib le di Smith (London 1 8 9 3 , 1, 2 , 5 - 4 3 )i W .C . van Manen, Panlns, 1. D e tìattdeiingerì der A postelen , Leiden r S g o ; F. Overbeck, K urze Erkìàru n g der A posteigesch ich te> Leipzig 1 8 7 0 ; L. Re nan, H isto ìre des orìgìnes du C hrìstian i$m ey Paris 1 8 6 3 - 1 8 8 1 , 7 voli., cfr. voi, 2, L es Apotres^ 1 8 6 6 , e voi. 3, Saint P o u f 1 8 6 9 , su A tti; A,, RitschJ, D ìe Entstehung der aitkatbo lischen K irch e, Bonn 1 1 1 8 5 7 5 M . Schneckenburger, Ù ber don Z w e c k der Apostelgeschichte, Bern 1 8 4 1 . . b) G li A tti c o m e o p e r a m a le in f o r m a t a 33 Il secondo motivo su cui si basarono i dubbi e i giudizi negativi sulla storicità di A tti è la scarsa informazione, la mancanza di fonti, che li porta a presentare una deformazione incolpevole, non tendenziosa, del passato. A ciò si deve attribuire la mancanza di valore storico di Atti e, in particolare, dell’ immagine di Paolo in essi presentata. E. Zeller ( 1 8 3 4 - 1 9 0 8 ) fu il precursore di questa spiegazione: a suo parere gli Atti rispecchiano una comunità gentde della se­ conda o terza decade del n secolo, che già professa il protocattolicesimo, vale a dire una comunità da un lato profondamente influenzata dall’ eredità giudaica e, dall'altro, notevolmente estranea alle caratteristiche essenziali di Paolo, fatta eccezione per Puniversalismo, a causa della sua incapacità di comprendere la teologia paolina. L ’ opera intende anzitutto spiegare il cristianesimo della pro­ pria epoca sulla base del passato. Presenta inesattezze storiche, non dovute però alla «tendenziosità» ma a ignoranza e a scarsità d’ informazione, poiché Fautore non è un testimone immediato e supplisce i vuoti d ’ informazione con Pimmaginazione. Rappresentanti di questa visione sono A . Jiilicher { 1 8 5 7 - 1 9 3 8 ) e, più tardi, J. K n o x , che ha esercitato una notevole influenza sull’ esegesi americana. Il problema delle fonti continua a non avere una soluzione, ma molti si opposero a ll’ idea di negare la storicità di A tti per questo motivo. Secondo H H , W e n d t ( 1 8 5 3 - 1 9 2 . 8 ) , benché l ’ intento principale sia d ’ informare sulla chiesa e quello secondario l’ edificazione, la base è storica, soprattutto nella parte in cui l ’autore fu testimone (A tti 13 -2 ,8 ) , anche se è attendibile pure nella prima parte, quando ha a disposizione buone fonti. T r a gli studiosi inglesi è da segnalare W . M . R a m s a y ( 1 8 5 1 - 1 9 3 9 ) , che scrisse su Paolo e sulla chiesa apostolica dim ostrando con i metodi storici positivi la veridicità di molte affermazioni storiche e deducendone una presunzione di storicità sui punti che non potevano essere dimostrati. C o n tin u aro n o a lavorare su questa linea T h . Z a h n ( 1 8 3 8 - 1 9 3 3 ) , A . H a r n a c k ( 1 8 5 1 - 1 9 3 0 ) , la m agg io r parte degli autori di The Beginnings o f Christìanìty ed E. M e y e r ( 1 8 5 5 - 1 9 3 0 ) ; quest’u l­ timo scrisse un’ opera che costituisce uno dei migliori contributi sul problema delle fonti e della storia m ostrando che l ’autore di A tti appartiene alla m iglio ­ re tradizione degli storici greci ed è in generale attendibile, anche se non infallibile. A . W ikenhauser ( 1 8 8 3 - 1 9 6 0 ) è autore del primo studio completo sul problem a, nel quale riunisce e ordina sistematicamente tutti i dati positivi precedentemente stabiliti. 3 3 . C fr. A. H a rn a c k , D i e A p o s t e l g e s c h i c h t e , Leipzig 1 9 0 8 ; A . Jiilicher, E i n l e i t u n g in d a s N e u e T e s t a m e n t s Freiburg i.Br. - Leipzig 1 8 9 4 ; J. K n o x , C h a p t e r s in a L i f e o f P a u l , N e w Y o r k - Nashville 1 9 5 0 ; E. M eyer, U r s p r u n g u n d A n f à n g e d e s C h r ì s t e n t u m s , 3 voli,, Stuttgart-Berlin 1 9 2 1 - 1 9 2 3 ; H .H . Wendc, D i e A p o s t e l g e s c h i c h t e , Gòtcmgen * 1 8 9 9 ; A. W ik en hau­ ser, D i e A p o s t e l g e s c h i c h t e u n d i h r G e s c b i c h t s w e r t , Miinster 1 9 2 1 ; T h . Z a h n , D i e A p o s t e /g e s c h i c h t e d e s L u k a s , Leipzig-Erlangen 1 9 1 9 ; E. Zeller, D i e A p o s t e l g e s c h i c h t e n a c h ih r e m I n h a l t u n d U r s p r u n g k r i t i s c h u n t e r s u c h t , Stuttgart 1 8 5 4 . c) S c e ttic is m o A partire da M . Dibehus*'1 ( 1 8 8 3 - 1 9 4 7 ) e dalia storia deila redazione, la cor­ rente liberale radicale sostiene il carattere squisitamente teologico di A tti , in particolare dei discorsi, che sono libere creazioni dell’ autore; ne deriva una posizione scettica sulla storicità dell’ opera. Su questa linea si trova la scuola di Bulrmann, m particolare Vielhauer, Conzelmann e Haenchen, i quali si basano sull’ intima unione che caratterizza nell’ opera gli aspetti teologici, storici e let­ terari. Questa posizione è piuttosto diffusa, grazie all’ influenza di questa scuo­ la. In generale i discepoli di Bultmann condividono questo giudizio negativo e arrivano a considerare gli Atti come «frutto del peccato», perché intendono fondare la fede e il kerygrna sulla storia (Conzelmann) ed equiparare Peperà di Gesù, unico salvatore, a quella della chiesa, che è soltanto una storia ibrida di autorealizzazione umana (G. Klein). Entrambe le opere sono storia leggenda­ ria, sprovviste di valore, anche se quella di Gesù è presentata come centro del tempo (Conzelmann), in un'epoca già trascorsa e non più intesa come vangelo presente (cfr. W . M arxsen). Di fronte a questa posizione una serie di a u t o r i / 5 pur riconoscendo il c a ra t­ tere teologico di Atti, ne difendono ìj carattere storico in generale, come G. Schneider, che si colloca criticamente in questo ambito; I.H. M arshall, dal canto suo, sostiene che gli Atti vogliono essere tanto teologia quanto storia; Luca scrive da teologo e da storico, perché la storia è fondamentale e imprescindibile per la teologia. R. M orgenthaler ha sottolineato che il carattere letterario di un’ opera non ne inficia la storicità, come sostengono alcuni, che non conside­ rano come in Tucidide siano presenti entrambe le caratteristiche. In una linea simile alle precedenti, pur con sfumature proprie, si collocano l’ importante com m ento di F.F. Bruce e inoltre G. K rodel, A . N . S h c r w in -W h it e , C . S . C . Williams, E. I roemé, J . M u nk , Bo Reicke, W , C - van Unnik, A . George, J. Dupont, 1VL Hengel. 3. S to ricità d e l l ’im m a g in e p a o lin a d e g li A tti A l l ’ interna del problema generale della storicità di A iti si è prestata una p ar­ ticolare attenzione alPimmagme di Paolo. Dal x v m secolo s ’ inizìò timidamente a discutere il valore storico della figura di Paolo presentata in Atti, diversa, 534 34. M. Dibelius, P a u l u s a u f detti A r e o p a g , Heidelberg 1933 {= A u f s i ì t z e , 2,9-70)^ P a u l u s in A t b e n : Forschungen und Fortschiitte 15 (193?) z i o - 2 1 1 (= A u f s a t z e , 71-75); R* Morgenthnler, D i e l u k a m s c h e G e s c h i c h t s s c h r e i b u n g a ls Z e u g n i s > Zurich 1949, a voli. 3 5 . C f r F.F. Bruce, The h o o k o f thè A c ts t Grand Rapids, Mìch. 1 9 8 8 ; M Hengel, L a storiografìa protacrìstian aì Brescia 1 9 8 J. M unk, T h e A cts o f thè A p o stie sì Garden City N e w Y o r k 1 9 6 7 ; Bo Reicke, Gtauben u n d L eh en der Urgem&tnde, Z G n c h 1 9 4 7 ; G. Schneider, G ii Atti degli A p o sto li 1, 1 7 4 - 1 7 9 ; À . N . Sherwm-W hiie, R om an Society and R om an L a w in thè Isleta Testam enti O xford 1 9 6 3 , una delle migliori monografie sul valore storico di A tti; ne accerta le conclusioni R.P.C. Hanson, The A cts, O x fo r d 1 9 6 7 ; E. T ro c m c , L e livre des Actes et TH istoire, Paris 1 9 5 7 ; C .S .C - Williams, A C om m en tary o f thè A cts o f thè A p o stle s, London - N e w Y o r k 1 9 5 7 . Problemi aperti 271 secondo alcuni, da quella che rivelano le lettere paoline;31’ nel x i x secolo, tut­ tavia, la questione fu posta esplicitamente dalla scuola di Tubinga. Da allora si possono distinguere fondamentalmente tre posizioni: a) V mmagine paolina degli Atti è falsa 37 6 39 38e completamente diversa da quella delle lettere paoline. Questo fu il punto di vista di F .C h . Baur e della scuola di Tub inga, per i quali gli Atti offrono un’ immagine tendenziosa, inventata per conciliare i paolinisti con i petrini e non corrispondente alla realtà storica. Questa posizione prevalse nei circoli esegetici critico-liberali, fu ripetuta e fondata su nuovi particolari; così, per esempio, si fece notare che tra Pietro e Paolo esiste un notevole parallelismo mirante a eguagliare i due apostoli, ma facendo dipendere Paolo da Pietro, il che egli storicamente negò (cfr. la lettera ai Gala ti).30 Questa visione fu radicaiizzata da B. Bauer, il quale sostiene non solo che è falsa rim m agine paolina presentata da Atti ma che neppure le lettere ai Galati, R om ani e Corinti sono autentiche. A lla fine del x i x secolo e all’ inizio del x x il dato della separazione tra il Paolo degli Atti e quello delle lettere si considera acquisito, anche se la differenza suole essere spiegata in altro modo, non come «tendenziosità» ma come errore dovuto a carenza d’ informazioni. Per A. Juiicher, ad esempio, gli Atti, scritti agli inizi del 11 secolo, idealizzano l’ età a p o ­ stolica, sottacendo avvenimenti importanti per Paolo e proiettando sul passato costumi e pratiche del loro tempo per carenza d ’ informazioni. A tti «non fa giudaizzare Paolo né paolinizzare Pietro, piuttosto entrambi cattolicizzano». In seguito ha avuto grande influenza su questa visione negativa M . Dibelius con il suo studio sul discorso di Atene. Egli afferma, sulla scorta di Overbeck, che si tratta di una creazione di L u c a , in cui si presenta una teologia naturale, basata sulla filosofia stoica ellenistica, affatto diversa da quella della lettera ai R om ani e dell’Antico Testamento. Il discorso, che è un compendio dei razio­ nalismo ellenistico e della missione cristiana, distorce il pensiero di Paolo ed è all’ origine della deformazione successiva. Vielhauer continua questa linea e contribuisce a diffonderla nel mondo critico, soprattutto bultmanniano, secon­ do cui il Paolo di Atti è stato addomesticato da L u c a .3y 3 6 . W . Paley, H o rae Paulinae, London 1 7 9 0 , pose per primo il problema. Per uno stato della questione cfr. A .J . Mattili jr., The Vaine o f A cts as a Source fa r thè Stu dy o f P a u l, in C h .H . Talbert (ed.), Perspectìves on L u k e -A cts, 7 6 - 9 8 . 3 7 . C fr. F . C h . Baur, op. cit.-, B. Bauer, op. cit.; A . Julicher, op. cit.:; W . C . van Manen, op. cit. radicalizza questo punto di vista, ritenendo che nessuna lettera di Paolo sia autentica, poiché proverrebbero da un Paolo vescovo del n secolo, che avrebbe mischiato frammenti giudaici e cristiani con idee proprie e li avrebbe pubblicati col nome delPapostolo. Stori­ camente il Paolo «giudeo» di A tt i è il Paolo reale; l ’ errore di Luca non consiste nel rappresentare Paolo come troppo ebreo, ma come troppo gentile ó, meglio, troppo «cri­ stiano», poiché Paolo fu e rimase un ebreo osservante. 3 8. Così K. Schrader, D er A p o ste l Paulus v , Leipzig 1 8 3 0 - 1 8 3 6 , 5 0 8 - 5 7 4 . 3 9 . Cfr. P. Vielhauer, O n thè «Paulinisnt» o f A cts, in L. Keck - J. M a r t y n (edd.), Studies in L u k e -A cts, 3 3 - 5 0 ; E. Haenchen, T raditìon u n d K o m positio n in der A po stelgesch ich te: Z T h K 5 2 ( 1 9 5 5 ) 2 0 5 - 2 2 5 ; The A cts o f thè A p o stle s, O x fo r d 1 9 7 1 , 1 1 2 . - 1 1 6 . 1 2 1 - 1 3 2 ; T h e B o o k o f A cts as a Source M aterial fa r thè H i story o f Party C h ristìam ty, in L. Keck - J. M a r t y n (edd.), op. cit., 2 5 8 - 2 7 8 ; E .R . Goodenough, The Perspective o f A cts, in op. cit., 5 1 ­ 5 9 ; P.H. H o w a r d , The B o o k o f A cts as a Source fo r thè Study o f thè L ife o f Paul-, G. Klein, X7 2 L a d im e n sio n e letteraria b) L'im m agine degh Atti e quella dette lettere sostanzialm ente coincidono , ma la visuale di ciascun testo è parziale e incompleta. N é gii Atti né le lettere offrono una prospettiva completa su Paolo, per cui la sua figura non può essere conosciuta basandosi su una sola delle due fonti. Le lettere costituiscono una fonte importante, ma soggettiva e polemica, a tal punto che nessuno è stato in grado di offrire un ritratto convincente di Paolo basato esclusivamente su di esse; gli Atti contribuiscono a interpretarne i dati, colm ano lacune e conferma­ no certe affermazioni. Inoltre vi sono casi m cui gli Atti contraddicono le lettere e il dato degli Atti può essere preferito, poiché le lettere hanno carattere pole­ mico, Gli Atti, dal canto loro, sono uno scritto apologetico, anche se fondato su materiale attendibile; difendono Paolo e perciò lo esaltano, mettendolo in parallelo con Pietro; lo presentano come osservante della legge, rispettoso verso gli apostoli e lo difendono attraverso i discorsi apologetici. I materiali impie­ gati, però, sono attendibili e la base è storica: il Paolo di Atti è lo stesso che afferma di farsi giudeo con i giudei ( i C or . 9,2-0), perché è inconcepibile che un giudeo cristiano possa abbandonare completamente le proprie radici personali, sociali e nazionali (cfr. Rom, 1 0 , 1 - 4 ) . Questo punto di vista fu sostenuto, già nel x i x secolo, da M . Sdìneckenburger e in seguito da H . A . M eye r ( 1 8 0 0 - 1 8 7 3 ) , A. Kitschl e M . Baumgarten ( 1 8 1 2 - 1 8 8 9 ) 40, Numerosi sono coloro che aderiscono attualmente a questa posizione, formando un gruppo sempre più numeroso.41 c) L e lettere e gli A tti presentano uno stesso P a o lo : il Pao lo di Atti coincide completamente con quello delle lettere nei principi e nella prassi. È vero che perm angono differenze tra le due fonti, ma non sono rilevanti e restano c o ­ munque spiegabili. Questa fu la posizione dominante finché si pose il problema negli ultimi secoli, e a partire dal secolo scorso è stata difesa da molti autori, esegeti e storici, che si basano sulle coincidenze tra le lettere e gli A t t i / 1 sulle affinità di pensiero e di lingua e sulla testimonianza d elP arch co logia,43 che ha conferm ato molti dati di Atti. Indubbiamente non m ancano differenze, ma sono dovute alla carenza d'inform azioni di Lu ca , autore delPopera, com pagno di Paolo e testimone di una parte dei suoi lavori (a lui sono attribuite le seziont-noi). Attualmente si collocano su questa linea A. W ik en h au ser, F .F . Bruce, W . W . G asq u e , G a rtn e r e altri.44 C osi, in particolare, secondo F . F . Bruce e D ìe Z u /o lf A postef. U rsprung und G ehalt einer Idee; C o rp u s: ET 88 (1976) 2-5 e altri. C.IC. Barrert, A cts and thè P a llin e 4 0 . D ie A postelgeschichte oder der En tw ickeh m gsgan g der K irche voti Jeru salem bis R o m , 1 voli., Braunschweig "1859. 4 1. Cfr. A. Harnack, L u k e thè Pkysicianf The A cts o f thè A p o stle s ; J. Munck, Burchard, Paulus in der A postelgesch ich te: ThLZ 100 {1975) 882-895 e altri. 42. C tr. F.A.G. Tholuck (1799-1877), D ie F e d e n des A pastels Paulus m der schtchtet mit sciner Brtcfen verglich en : ThStKr 1 2 (1839) 305-328: studia in Efeso nelle lettere e in Atti. Tholuck è stato il primo esegeta a osservare che il Mileto è il più vicino alle lettere di Paolo per il suo carattere pastorale. op. cit.\ C. A postelge- particolare discorso di 43. Cfr. A.N. Sherwin White, o p . cit. Secondo H.W. Taira, T h e T ria l o f St. Paul. A Ju n d tc a l Exegese o f thè Secon d H a lf o f thè Acts o f thè A p o stle sy Tiibingen 1989, i dati giuridici dj A tti sono corpetti e confermano la storicità delPopera. 44. Cfr. F.F. Bruce, T h e Speeches in A cts - T h irty Years A ft e r , in R. Banks (ed.), R eco n cihatton an d H o p e 3 53-68; Paul a n d Je ru sa le m : TynB 19 (1968) 3-25; P a u l a n d thè Orientamento bibliografico 2/73 W.W. Gasque il conflitto tra gli Atti e le lettere paoiine è più apparente che reale, perché nonostante la presenza di alcune differenze non mancano punti . d1 . ■ d i r - ' ' contatto in misura maggiore di quanto non sia comunemente riconosciuto. D ’ altro canto in nessuno dei due casi l’ intento è quello di scrivere una storia obbiettiva: Luca scrive una storia teologica e Paolo una storia apologetica; in un simile contesto solo un ipercritico insisterebbe sulle differenze. A proposito della posizione di Dibelius contraria ai discorsi, B. G à r tn e r ^ sostiene che il discorso di Atene non è u n ’ accozzaglia di idee prive di omogeneità, bensì un testo coerente, ispirato all’ Antico Testamento e all’ apologetica giudaica: si tratta di un adattamento cristiano della predicazione giudaica nella diaspora; le ci­ tazioni e le allusioni p rovengono da questa letteratura e non da quella pagana, sebbene il significato a esse attribuito sia diverso d a ll’ originale giudaico. L a tecnica è quella di un buon predicatore cbe cerca punti d ’ incontro con l’ udito­ rio. Questo discorso non contraddice il pensiero di Paolo anche se non ogni cosa può trovare il proprio parallelo. Si deve considerare che le lettere di Paolo in nostro possesso non contengono tutto ciò che egli ha potuto dire. N essu n o afferma che il tenore letterale del discorso risalga direttamente a Paolo, lo stile infatti è quello proprio di L u c a - , ma esso proviene dalla tradizione e non dalla libera invenzione lucana. Il contesto attuale può risalire a Paolo o quantomeno ciò non è impensabile. IV. ORIENTAMENTO BIBLIOGRAFICO Per il problema del testo cfr. A .F .J . Klijn, A Survey o f thè Researches into thè Western Text o f thè Gospels and Acts, 2. voli., Utrecht 1 9 4 9 e Leiden 1 9 6 9 ; In Search o f thè O riginai Text o f Acts, in E. Keck - J .L . M a r t y n (edd.), Studies in Luke-Acts, Lo nd o n 1 9 6 8 , 1 0 3 - n o . A proposito dei semitismi, cfr. in particolare A. Rodriguez C a n n o n a , Los semitismos de los Hechos de los A póstoles: E E 65 ( 1 9 9 0 ) 3 8 5 - 4 0 1 . P e r l a discussione sul genere letterario e il valore storico di A tti è molto utile la lettura di W . W . Gasque, A H istory o f thè Criticism o f thè Acts o f thè A postles , Tùbingen 1 9 7 5 e M . Hengel, La storiografia proto cristiana, Brescia 1 9 8 5 . Athenians: E T 88 { 1 9 7 6 ) 8 - 1 2 ; ls thè P a u l o f A cts thè R ea i P a u l f*: B J R L 58 { 1 9 7 6 ) 2 8 2 - 3 0 5 ; W . W . Gasque, The Speeches o f A c t s ; D ib e liu s R eco n std ered , in R. Longenecker - M . Penney (edd.), N eu / D im ensrons in N e w Testam ent S tu d y , 2 3 2 - 2 5 0 ; A H isto ry o f thè Criticism o f thè A cts o f thè A postles. 4 5 . The A reopagu s Speech and N a tu ra i R evelation, Uppsala 1 9 5 5 . Cfr. inoltre V. Gatti, Il discorso di Paolo ad Atene. Studio su Act. 1 7 ,2 .2 -3 1, Brescia 1 9 8 2 e j . Dupont, 7/ discorso delT A reo p ag o (Ai. i j 2 2 - 3 1 } , luogo dì incontro tra cristianesim o e ellenism o, in Idem, N u o v i studi sugli A n i degli A p o sto li, Cinisello Bah. 1 9 8 5 , 3 5 9 - 4 0 0 . , Capitolo x La dimensione teologica L’analisi del contenuto della doppia opera lucana ha messo in evidenza come vi venga presentata una storia della salvezza, suddivisa in varie fasi, in cui il lettore deve trovare la propria collocazione. In particolare, Luca presenta questa storia come una vìa p r o fe t i c a e sa lv ifica , disegnata e retta da Dio Padre, il protagonista che offre la salvezza attraverso lo Spinto santo e i profeti, quelli dell’Antico Testamento, Gesu-profeta e la chiesa, popolo di profeti. L C A M M IN O i. P R O FETICO 1 Il c a m m in o La categoria di c a m m in o appare in L e . -A tti in rapporto ai grandi per­ sonaggi e alla loro opera. Giovanni Battista e annunciato dall'angelo e riconosciuto da Gesù come colui che viene a preparare le «vie del Signo­ re» (Le. 1,76; 7,2/7, cfr. M a l.) ed egli stesso si presenta come colui che prepara e spiana le «vie del Signore» (L e . 3,4 s., cfr. Is.)„ La «via del Signore», dunque, costituisce il centro della sua opera. Maria, modello del credente, si m is e in c a m m in o in fretta (L e . 1,39). Gesù costituisce la via di Dio (Le. 20,21), della pace (L e , 1,79) e della vita {A tti 2,28). Egli stesso apre questa via con la sua vita, percorrendola in prima persona nel proprio ministero (L e . 4,30.32; 7,6; 8,1; 9,51 <53 56.57; 10,38; 13,22.,33; 17 ,11 ; 19,28.36; 22,22); è un cammino che porta alla risur­ rezione ossia alla pienezza di vita (A tti i,io .n ; 2,28) secondo il piano di Dio (L e . 20,21; A tti 2,28; 13,10); la insegna (Le. 20,21) ed è respinto, come la maggior parte dei profeti, ciononostante continua sino alla fine (L e . 4,38; 13,33)- Dopo la risurrezione continua il cammino insieme ai discepoli (L e , 24,32) come protagonista del cammino della chiesa (A tti 18,25), che si identifica con il suo. Per quest’ultima «il cammino» i. Cfr. S. B row n, A p o sta sy and Terseverance in thè T b e o lo g y o f L u k e i 1 3 1 - 1 4 5 ; S. Lyonnet, «La Voìe» dans les Actes des A p ò tre s, in J . Delornie J . D u p la c y (edd.J, L a Parole de gràcet 1 4 9 - 1 6 4 ; S.V. M c C a s la n d , The Way- J B L 7 7 ( 1 9 5 8 } 2 2 . 0 - 1 3 0 ; W . Midiaelts, b a d o s, G L N T vi i i , 1 1 7 2.75; j. B arbi3 panica), C h n stìa m ty as a W ay according to thè A cts o f thè ApostleS) in J . Kremer (ed-), L e s Actes des A p ò tre s, 5 3 3 - 5 3 9 ; E. Repo, D er W eg a h Selbst bezeichm *ng des Urcbristenium s^ Helsinki 1 9 6 4 ; W .C . Robinson, The W ay o f thè Lord, Base) 1 9 6 2 . C am m in o p ro fetico z75 costituisce tutta la sua opera e la sua ragion d'essere (A tti 9,2; 19,9.2,3; 22,4; 2,4,14.21); c un cammino di salvezza.(A tti 16,17) c^e porta a Dio secondo il suo piano salvifico (A tti 18,26). Essa deve viverlo e annun­ ciarlo (A tti 16,17; 1^,26) a tutti gli uomini cosicché, abbandonate le proprie vie (A tti 14,16), dirigano i propri passi sulla via del Signore che viene incontro a rimi coloro che sono sulla via (L e . 9,57; 18,3 5; 24,17.3 5; A tti 8,26.27.36.39; 9,3.27; 22,6.10.21; 23,16; 26,12.13; 10,9.20). Venne annunciato ai giudei increduli (A tti 28,26) ma, a causa del loro rifiuto, Paolo si rivolse ai gentili (A tti r8,6). La chiesa si edifica quando percor­ re il cammino con serietà (A tti 9,31), malgrado le persecuzioni (A tti 5,41), che non la faranno deviare, perché essa è guidata da Dio attraver­ so lo Spirito (A tti 5,33-40; 13,10 ; 16,7). Il termine del cammino di Pietro è positivo perché si conclude con la fuga (A tti 12,17) e così anche quello di Paolo, che raggiunge Roma prigioniero e là rimane in prigione (A tti 28,16-31). La parusia del Signore Gesù porrà termine a tutto questo cammino di salvezza (Arri 1,11). 2. T a p p e d e l c a m m in o Sono essenzialmente due, la preparazione e il compimento operati da Gesù, ma all’ interno di questo schema bisogna distinguere due fasi, in accordo con la cristologia dei due stadi: il ministero terreno di Gesù in Palestina e la sua attività come Signore glorioso per mezzo della testimo­ nianza della chiesa, finché si compia la sua opera nella parusia. fu l'Antico Testamento, rappresentato dalPazione profetico-salvifica di Giovanni Battista, Pultimo e il più gran­ de dei profeti di questa tappa (L e . 16,16), nel quale culmina l'opera dei patriarchi, di Mosè e di Davide. Attraverso loro opera Dio Padre, il vero protagonista di tutto il cammino, promesso e programmato da Dio durante questa tappa. È per questo che Le. presenta le grandi tappe e ì fatti più importanti del cammino, in particolare quelli più spiacevoli, nei termini di compimento. Così la comparsa di Giovanni è un compimento di 1$. 40,3-5 (L e , 3,4-6), l’inizio dell’attività di Gesù lo è di Is. 61,1-2 (L e . 4,18 s.) e gli inizi della chiesa lo sono di G l. 2,28-32 (A tti 2,14-21). Allo stesso modo viene profetizzato il carattere messianico di Gesù (L e , 7,22; Is. 35,5; 61,1), la svalutazione del tempio (L e . 19.46; Is. 56,7), la passione, morte e risurrezione (L e . 9,22; 24,27.44), il tradimento di Giuda e l’elezione di Mattia (A tti 1,20; Sai. 69,26; 109,8), il profetismo di Gesù (A tti 3,22 s. e D e u t. 18,15.19), la persecuzione della chiesa (A tti 4,25; S a i 2,1 s.), l’incredulità dei giudei (A tti 28,15-27; 1$, 6,9 s.), la conversione dei gentili (A tti 15 ,15 s.; A m , 9 .11 s.) ecc. In questo modo a) T e m p o d i p r e p a r a z i o n e 2,76 L a d im en sio n e teo lo g ica tutto il cammino, compresi gli eventi spiacevoli e negativi, assume il carattere di un compimento, rivela la fedeltà di Dio e crea un atteggia­ mento di gratitudine e fiducia (cfr. L e . 1,55.69 s.; 2,29-32 ecc.) e di conforto nelle situazioni negative. Tutto il cammino, dunque, è determi­ nato dal Padre: cfr. Puso frequente dell’espressione «come è scritto», «è necessario» (d e i) (2,49; 4,23; 12,12; 13,33; * 9 ^ 1 **>7-37; *4:44; A tti 1,16 .21; 3,21; 4,12; 5,29; 9,6.16; 14,22; 19,21; 20,35; 2 3 ,1 1 )* Perciò è insensato opporsi a questo cammino, come afferma Gamaliele ( A m 5,34-39). T u lle le citazioni precedenti non devono essere inrese come profezie nel senso occidentale del termine, come eventi predeterminati da Dio, ma secondo la mentalità derashìca, che e solita vedere tutto alla luce della parola di Dio, in particolare i momenti difficili, per trovare consolazione. Q u a n d o l’ uomo che crede in un Dio buono, saggio e potente sperimenta il male inspiegabile, compie un atto di fiducia in Dio, dal quale dipende tutto ciò che esiste e accade; solo a lui è dato conoscere la ragione ultima di tutto cd egli fa sì che tutto collabori al bene dì quelli che lo am ano (Rom. 8 ,2 8 ). Dunque tutto, il positivo e il nega­ tivo, è contenuto e previsto nei piani di Dio, offerti alPuom o mediante la parola. D ’ altra parte, data la mentalità concreta dell’ ebreo, è necessario esprimere que­ sta convinzione ricorrendo a testi biblici concreti e «cercare» (la parola ebraica midrash significa «ricerca») nella Bibbia testi collegati al fatto che si vuole chia­ rire. Ovviamente nella Bibbia non ci sono testi riferibili a ogni situazione ed è per questo che l’ebreo creò un’ ermeneutica particolare idonea a questa operazio­ ne. Si de vono dunque vedere le citazioni non a priori ma a posteriori: non fu Dio a predeterminare, per esempio, che ì giudei uccidessero Gesù, bensì, a partire da questo fatto, si cerca nella Scrittura un testo che possa essere letto come allusio­ ne a esso e lo inquadri nei disegni insondabili di Dio. Giovanni, il profeta piu grande di questa tappa, prepara direttamente la successiva con il suo messaggio di conversione ( L e . 3,3 ss.). L e . evita di confondere la sua opera con quella di Gesù. Perciò, dopo la presen­ tazione dell'attività di Giovanni, narra la sua prigionia e non lo ricorda parlando del battesimo di Gesù. b) // t e m p o di G e s ù è la ta p p a d e l c o m p i m e n t o Il m in is t e r o t e r r e n o fu Pìnizio del compimento delle promesse mediante l'azione di Gesù come profeta escatologico, Gesù intraprende il proprio cammino in Galilea. Senza uscirne, egli proclama con parole e opere la presenza del compimento delle promesse salvifiche in qualità di profeta che deve passare attraverso Pesperienza del rifiuto. Fin dal primo mo­ mento sceglie 1 dodici apostoli, che devono essere testimoni autorevoli del suo ministero. Dalla Galilea si mette in viaggio (9,51) alla volta di Cammino profetico 2,77 Gerusalemme, un itinerario spesso ricordato e che costituisce un inizio della sua esaltazione. A Gerusalemme trova compimento il suo cammi­ no che, attraverso la morte, lo porta all’esaltazione, assunto da Dio nella sua gloria e proclamato messia e Signore (Le. 2.4,50-53; 1 ,1 ­ 11; 2,,36)* Il cammino, dunque, si conclude «alla destra del Padre», l’autentica meta che gli dà piena realizzazione, inaugurando e personi­ ficando il regno di Dio, la vita filiale e fraterna che Dio desidera per i suoi figli. Questo finale fu il coronamento di un’esistenza profetica, sacerdotale e regale (cfr. Sai. 110,1.4); per questo L e . descrive l’ascen­ sione come salita al cielo compiuta nell’atto d’impartire la benedizione sacerdotale (Le. 2,4,50 s.) e come consacrazione profetica nella quale egli è costituito come parola vivente che Dio rivolge agli uomini (Atti 3,22.2,6). Nel tem po d ella chiesa il Signore continua ad agire come messia, Signore e profeta. La chiesa ha il compito di percorrere una propria tappa del cammino, una tappa di testimonianza; in essa deve proclama­ re con parole e opere che è iniziato il compimento della promessa del regno di Dio in e per Gesù risorto, e che questa salvezza è offerta a tutti gli uomini, giudei e gentili, «fino ai confini della terra» (A tti 1,1-11). L’esaltazione di Gesù segna la fine del suo cammino terreno e l’inizio di quello della chiesa. Con essa Gesù riceve la pienezza dello Spinto, che offre agli uomini, i quali risultano così costituiti in popolo di profeti, in grado di essere testimoni della sua salvezza offerta a tutti. Il cammino della chiesa, dunque, si colloca tra l’ascensione e la parusia del Signore ed è volto al suo servizio, si trova cioè tra il regno presente e quello futuro e lo serve. Si adempie così il salmo 110,1 (cfr. A tti 2,34): Siedi alla mia destra, finché io ponga i tuoi nemici a sgabello dei tuoi piedi. Il Padre, il protagonista, per mezzo dello Spirito mette la chiesa in condizione di collaborare alla missione di sottomettere tutto a Gesù, invitando l’umanità ad accettare liberamente tutto ciò che implica l’esal­ tazione di Gesù, la vita filiale e fraterna, finché giunga l’ora della sotto­ missione totale nella parusia. La chiesa assolverà questo compito con la sua testimonianza, in due modi: con una vita fraterna e filiale e procla­ mando l’esaltazione di Gesù, che giustifica il nuovo stile di vita della comunità. Negli Atti i discorsi sono sempre illustrazioni del comporta­ mento dei testimoni. Questo cammino di testimonianza comporta diver­ si passaggi: Gerusalemme, la Giudea, la Samaria e fino «ai confini della terra» (A tti 1,8), passando così dai giudei ai gentili. In questo modo il cammino si va lentamente allontanando da Gerusalemme: nella tappa preparatoria fu incentrato in Gerusalemme, in questa città culminò il cammino terreno di Gesù; ma a causa dell’incredulità dei giudei e della persecuzione subita dalla comunità cristiana il cammino comincia ad zjS La dimensione teologica allontanarsi dalla città e si dirige nel cuore del mondo dei gentili, desi­ gnato dalPespressione «confini della terra», presa dal terzo poema del servo di Jahvé. Così Le. esprime la convinzione che il Signore è il prota­ gonista del cammino della chiesa e questo attualizza il cammino del servo, destinato a tutti gli uomini, anche nelle difficoltà. Quando il cammino giunge a Roma c’è un ultimo invito ai giudei, i quali mostrano di nuovo la propria incredulità e perciò Paolo si rivolge ai gentili (A tti 2 8 ,2 3-2 8 ). La p a ru s ia segnerà la fine del cammino di salvezza. Allora Gesù apparirà pienamente come messia e salvatore, in contrasto con questa tappa nella quale agisce come messia nascosto, trattenuto in cielo finché giungano i tempi della consolazione e della restaurazione di tutte le cose c) 3,21 ). {A tti IL C A R A T T E R IS T IC H E D EL C A M M IN O 1. A n im a t o d a llo S p irito L o S p i r i t o è « la p r o m e s s a del P a d r e » ( L e . 2 4 , 4 9 ; A t t i 1 , 4 ; 2 , 3 3 ) , q u in d i u n d o n o p r o m e s s o e i n v i a t o d a l P a d r e , il p r o t a g o n i s t a del c a m m i n o . Il suo c o m p ito è du p lice: c o n s a c r a r e e abilitare i p rofeti, che d e v o n o p e r ­ c o r r e r e il c a m m i n o , e o r i e n t a r e e c o n f e r m a r e q u e s t o c a m m i n o , a) C o n s a c r a i p r o f e t i , c h e d e v o n o p e r c o r r e r e il c a m m i n o , r e n d e n d o ­ lo p r o f e t i c o . D a v i d e p a r l ò p e r i s p i r a z i o n e d e l l o S p i r i t o (A tti 4 , 2 , 5 ) ; G i o v a n n i B a t t i s t a , p r o t o t i p o del t e m p o d e l l a p r o m e s s a , fu r i p i e n o d e llo S p i r i t o e m e s s o in g r a d o di a t t u a l i z z a r e il c a r a t t e r e p r o f e t i c o di E l i a (Le. 1 , 3 5 , 1 7 ; e fr , 3 , 2 s .); M a r i a r i c e v e lo S p i r i t o c h e la r e n d e v e r g i n e - m adre (Le. 1,3 5 ); E lisab etta, Z a c c a r ia e Sim eo n e p ro fe tiz z a n o per i s p i r a z i o n e d e l l o S p i r i t o ( L e . 1 , 6 7 ; 2 , 2 5 . 2 6 s .). In p a r t i c o l a r m o d o fu p r o f e t i c o il c a m m in o d i G e s ù . E g l i a t t u ò t u t t e le c o n d i z i o n i del p r o f e ­ ta: c o n s a c r a t o d a l l o S p i r i t o di D i o , a s c o l t a la p a r o l a di D i o ed è i n v i a t o d a lui (Le. 3 , 2 1 s.; 4 , 1 8 ; A tti 1 0 , 3 8 ) ; c o s ì egli è il p r o f e t a e s c a t o l o g i c o p r o m e s s o (A tti 3 , 2 . 2 ; c f r . D e u t . 1 8 , 1 5 . 1 9 ) . N e l c o n t e s t o d e l b a t t e s i m o f u c o n s a c r a t o p r o f e t a e d u r a n t e tu t t o il s u o m i n i s t e r o p r o n u n c i ò la p a r o l a di D i o , a p p r o f o n d e n d o il p r o p r i o c a r a t t e r e p r o f e t i c o fin o a r e n d e r e se s t e s s o « p a r o l a p r o f e t i c a » n e lla r i s u r r e z i o n e (c fr. A tti 3 , 2 2 . 2 6 in c u i , c o n un g i o c o d i p a r o l e , 2 L u c a p r e s e n t a la r i s u r r e z i o n e di G e s ù c o m e il c o m p i m e n t o d e l la p r o m e s s a d e l p r o f e t a e s c a t o l o g i c o a n n u n c i a t o z. Atti 3,zz: «I! Signore Dio vi susciterà (anastesei) un profeta»; Atti 3,z6: «Dio, dopo aver risuscitato [anastesas) suo figlio, ve lo ha mandato». C aratteristich e del c a m m in o 2.79 d a M o s è ) . L a s u a o p e r a p r o f e t i c a c o n s i s t e t t e n el p r o n u n c i a r e la « p a ­ r o l a » c o n f a t t i e p a r o l e (cfr. l ’ e b r a i c o d a b a r : la r e a l t à e la s u a s p i e g a ­ z i o n e ) : il s u o c o n t e n u t o è la p a t e r n i t à d i D i o , c h e d à o r a in i z i o al p r o p r i o r e g n o ( L e . 1 0 , 2 2 ; 8 , 1 ; 1 6 , 1 6 ) in f u n z i o n e d e l l ' o p e r a di G e s ù (L e, 2 4 , 4 6 s.; A tti 1 , 3 ) . C i ò s i g n i f i c a c h e è g ià p o s s i b i l e l ’ a m n i s t i a , il p e r d o n o e la v i t a filiale e f r a t e r n a (L e. 4 , 1 8 ; 7 , 3 8 - 5 0 ) , la c u i l e g g e è l ’ a m o r e e la m i s e r i c o r d i a (Le. 6 , 2 7 - 4 9 ) . Q u e s t a p a r o l a è r i v o l t a a t u t t i , in p a r t i c o l a r e a i p o v e r i (Le. 4 , 1 8 ; 7 , 2 2 ) , m a d e v ’ e s s e r e a c c o l t a l i b e r a ­ m e n t e (A tti 3 , 2 2 s.; 7 , 3 7 ) e n o n tu t t i lo f a r a n n o , s o p r a t t u t t o fr a i g i u d e i . D u n q u e è u n p r o f e t i s m o c h e c o n o s c e l a d i f f i c o l t à e il rifiu to (Le. 4 , 2 4 ; 1 3 , 1 3 ) . il cam m ino della chiesa è p r o fe tic o . O g n i c h i e s a p a r t i c o l a r e h a la p r o p r i a P e n t e c o s t e , b a t t e s i m o d e llo S p i r i t o (Le. 3 , 1 6 ; A tti 1 , 5 ; 1 1 , 1 6 ) , in c u i r ic e v e la p o t e n z a d e llo S p i r i t o (Atti 1 , 8 ) , si A l l o s te sso m o d o , c e l e b r a la su a n a s c i t a ed è t r a s f o r m a t a in p o p o l o p r o f e t i c o : c f r . la c h ie s a (A tti 2 , 1 ss.), di S a m a r i a (A tti 8 , 1 4 - 1 7 ) , la c o m u n i t à g e n tile di C e s a r e a (Atti 1 0 , 4 4 s -)> di E f e s o (A tti 1 9 , 6 ) , c fr. la v i c e n d a d i S a u l o (Atti 9 , 1 7 ) . L a p r e s e n z a d e llo S p i r i t o è c o s t a n t e e d i n a m i c a e si di G e r u s a l e m m e r i n n o v a c o n la p r e g h i e r a nei m o m e n t i difficili, d a n d o la f o r z a d i o p e r a r e m i r a c o l i e i n f o n d e n d o c o r a g g i o p e r c o n t i n u a r e la p r o c l a m a z i o n e 4 , 3 1 ; c fr. 13 ,5 2 ; (Atri Le. 1 1 , 1 3 ; 1 2 , 1 2 ) . L u c a , p re o ccu p a to dal co m p ito p r o f e t i c o della c o m u n i t à c r i s t i a n a , s o t t o l i n e a q u e s t ’ a z i o n e d e l l o S p i r i t o , p a s s a n d o s o tt o sile n z io la sua a z i o n e n e lla g i u s t i f i c a z i o n e p e r s o n a l e ; ed e c c o s p i e g a t i 1 testi in c u i p a r l a del b a t t e s i m o s e n z a fa r r i f e r i m e n t o a llo S p i r i t o , r i c e v u t o n e lla s u c c e s s i v a i m p o s i z i o n e d e lle m a n i (A tti 8 , 1 6 s.; salutis d i L u c a la d o n a z i o n e d e llo S p i r i t o p r e ­ s u p p o n e la c o n v e r s i o n e , il b a t t e s i m o e il p e r d o n o dei p e c c a t i (Atti 2 , 3 8 ) . 1 0 , 4 7 ; 1 9 , 2 - 6 ) . N e l l ’ iter Il p r o f e t i s m o d e lla c h ie s a c o n s is t e nel p r o c l a m a r e e s e r v ir e la p a r o l a , s o t t o l ’ i m p u l s o d ello S p i r i t o D io (Atti 4 , 8 ) , p r o c l a m a n d o le g r a n d i o p e r e d i (A tti 2 , 4 . 1 1 ; 1 0 , 4 6 ; 1 9 , 6 ) e, in p a r t i c o l a r e , la m o r t e e r i s u r r e z i o n e di G e s ù , c h e in v ia il s u o S p i r i t o (cfr. i d is c o r s i di A f f i ) , e o p e r a n d o i m i r a c o l i c h e m o s t r a n o la p r e s e n z a del r e g n o p e r m e z z o di G e s ù (c fr. i Atti). C o s ì a t t u a r o n o il p r o p r i o p r o f e t i s m o la c o m u n i t à (A tti 2 , 4 . 1 7 s.), P ie t r o , S t e f a n o (Atti 6 , 3 . 5 ; 7 , 5 5 ) , B a r n a b a (A tti 1 1 , 2 4 ) , A g a b o (Atti 1 1 , 2 8 ) , P a o l o (A tti 1 3 , 9 ) , i p re sb ite ri (Atti 2 0 , 2 8 ) e i d i s c e p o li s o m m a r i di ( 2 1 , 4 . 1 1 ) ; o p p o r s i a l o r o , c o m e f a n n o i g i u d e i , s ig n i f ic a q u i n d i o p p o r s i a l lo S p i r i t o (A tti 7 , 5 1 ) . I n q u e s t o c o n t e s t o r is a lt a c o n g r a n d e e v i d e n z a la « p a r o l a » . P e r s u o t r a m i t e D i o d e s i g n a i p r o f e t i e o p e r a n e lla s to r ia (Le. 3 , 1 - 6 ; A tti 1 5 , 3 5 ; 1 9 , 2 0 ; 2 0 , 3 2 ) e , s e m p r e p e r s u o m e z z o , il d i s c e ­ p o l o di G e s ù c r e s c e (Le. 8 , 5 - 2 1 ) e v ie n e e d i fic a t a la c h i e s a (A tti 2 0 , 3 2 ) , a p a t t o c h e la p a r o l a di G e s ù sia t r a s m e s s a fe d e l m e n t e d a g l i a p o s t o l i (A tti 2 , 4 2 ) . 280 La dimensione teologica b) Q u esto d o n o costituisce una garanzia p e r i pa ssi d el cam m ino di G e s ù (Le, 4 , 1 . 1 4 ; A tti 1,2 .) e d e lla c h i e s a (A tti 8 , 2 9 . 3 9 ; 9 , 3 1 ; 1 0 , 1 9 . 2 1.4 4 .4 5 .4 7 ; 11,12 .15 ; 1 3 , 2 , - 4 . 5 2 ; * 5 38 . 2 8 ; 16 ,6 s .; 2 0 , 2 3 ; 2 .^ 4 .11), a i u t a n d o gli a p o s t o l i e gli altri r e s p o n s a b i l i nel g o v e r n o d e l la c o m u n i t à (Atti 5 , 3 . 9 . 3 2 ; 1 3 , 2 . 4 ; 1 5 , 2 8 ) . L o S p i n t o è p e r c i ò u n a g a r a n z i a f o n d a ­ m e n t a le , c h e a s s i c u r a il l e g a m e tra il c a m m i n o di G e s ù e q u e l l o d e lla c h ie s a p o i c h é g u i d a , ill u m i n a , r a f f o r z a e d i r i g e « c o l o r o c h e v i g i l a n o » (,e p is k o p o ì ), d a lui scelti p e r d irig e r e la c o m u n i t à . S e c o n d o L u c a n o n c ’ è c o n t r a s t o tra l ’ a z i o n e d e llo S p i r i t o e l 'a z i o n e a p o s t o l i c a . C o s ì il c a m m i ­ no è anche 2. A p o sto lic o ì d o d i c i a p o s t o l i , s o t t o l ’ a z io n e d e llo S p i r i t o , s o n o i g a r a n t i d e lla c o n ­ t i n u i t à tra il p a s s a t o e il p re se n te , p o i c h é c o s t i t u i s c o n o il g r u p p o sp e c ia le di te s t im o n i a u t o r e v o l i di tu tta l ’ o p e r a di G e s ù . Per L u c a , G e s ù scelse i d o d i c i e s o l o a lo r o c o n f e r ì il t ito lo di a p o s t o li ( L e . 6 , 1 3 ) . L a r a g i o n e è nel f a t t o c h e i d o d i c i a p o s t o l i d e v o n o essere tutta l ’ o p e r a di G e s ù , dal b a t t e s i m o dì G i o v a n n i fino a lla su a e s a l t a z i o n e (Atti 1 , 1 5 - 2 6 ) , e p e r c i ò g a r a n t i , in sie m e c o n lo S p i r i t o , te s tim o n i di d e l l ’ a u t e n t i c i t à d e lla c o n t i n u a z i o n e del c a m m i n o di G e s ù d a p a r te d ella c h ie s a . In q u e s t o c o n t e s t o L u c a ne p r e s e n t a P e l e z i o n e e la m is s io n e ( 5 , 1 ­ 1 1 ; 6 , 1 2 - 1 6 ; 9 , 1 - 1 6 ) fin d a l p r i m o m o m e n t o nella s te s s a s e z io n e ( 4 , 1 4 ­ 9 , 5 0 ) in c u i p r e s e n t a G e s ù e il s u o m e s s a g g i o , p e r l’ i m p o r t a n z a p a r t i c o ­ la re c h e q u e s t o g r u p p o riveste. L e a p p a r i z i o n i del R i s o r t o s o n o i n c e n t r a ­ te su di l o r o , c h e si c a m b i a n o in t e s t i m o n i sp e c ia li d e lla r i s u r r e z i o n e e nel n u c l e o c h e r a c c o g l i e r à in t o r n o a sé gli a ltr i t e s t i m o n i ( L e . 2 4 , 3 6 - 4 9 ) . A tti 1 , 2 , r i a s s u m e n d o l ' o p e r a di G e s ù , d à u n a s p e c i a l e i m p o r t a n z a alla s c e lt a e alle i s t r u z io n i date agli a p o s t o l i , s e c o n d o l ’ i s p i r a z i o n e d e llo S p i r i t o s a n t o . G e s ù p r o m e t t e l o r o q u e s t o s te sso S p i n t o , c h e li a i u t e r à a c o m p i e r e la lo r o t e s t i m o n i a n z a a u t o r e v o l e lo r i c e v o n o n ella P e n t e c o s t e (Le, 2 4 , 4 8 s.; A tti 1 , 4 s,); essi (Atti 2 , 1 - 5 ; 4 ) 8 ; 1 0 , 1 9 ; 1 1 , 1 2 ; 1 5 , 2 . 8 ) e a s s o l v o n o il lo ro c o m p i t o in d ive rsi m o d i: c o m e gli altri t e s t i m o n i , r e n ­ (Atti 3 , 1 2 - 2 6 ; 4 , 8 - 1 2 . 1 9 - 2 0 ; 4 , 3 3 ; 5 , 2 9 ; 8 , 2 5 ; 9 , 3 2 - 1 1 , 1 8 ) e in o ltre di tu tta l’ o p e r a di G e s ù (A tti 2 , 2 2 - 2 4 ; d o n o t e s t i m o n i a n z a d e l la r is u r r e z io n e 1 0 , 3 4 - 4 3 ) c o n p a r o l e , m i r a c o l i e seg n i ( 2 , 4 3 ; 3 , 1 - 1 0 ; 5 , 1 2 . 1 5 s.) m a l g r a ­ d o le p e r s e c u z i o n i , p e r c h é il lo r o d o v e r e c o m e t e s t i m o n i è di p r o c l a m a r e c iò c h e h a n n o v is t o e u d i t o ( 4 , 2 0 ) . Per la c o m u n i t à a s s u m e q u i n d i u n ’ i m ­ p o r t a n z a f o n d a m e n t a l e la p e r s e v e r a n z a n e l P i n s e g n a m e n t o de g li a p o s t o ­ li ( 2 , 4 2 ; c fr. 2 0 , 1 8 - 3 5 ) . E s s i c o n v o c a n o e g o v e r n a n o la c o m u n i t à (Atti 1 , 1 5 - 2 6 ; 4 , 3 4 ; 5 , i _h ; 6 , E - 6 ; 8 , 2 0 - 2 3 ) , c o n f e r m a n o e c o m p l e t a n o l ’ o p e ­ ra e v a n g e l i z z a t r i c e d e g li altri te s tim o n i ( 8 , 1 4 - 1 7 ; 1 1 , 2 2 ) , g i u d i c a n o c o n C a r a tte r is tic h e del c a m m in o zSl d i s c e r n i m e n t o ie a ttitu d in i dei d i s c e p o l i ( 5 , 1 - 1 1 ; 8 , 2 , 0 - 2 3 ) e i p assi ch e d e v e c o m p i e r e la c o m u n i t à ( 1 0 , 4 7 1 1 ,1 7 ; 15 ,2 -3 1). P e r L u c a , infine, i d o d i c i s o n o il m i n i s t e r o f o n t a l e , is titu ito d a G e s ù , d a c u i d e r i v a n o gli altri m in is te r i d e lla c h i e s a d e l l a s u a e p o c a ; p e r q u e s t o e g li p r e s e n t a i d o d i c i n e l P a t t o di s c e g lie r e i sette d i a c o n i ( 6 , 1 -6) e c o l l e g a il m i n i s t e r o di F i l i p p o c o n q u e l lo di P ie t r o e d i G i o v a n n i (cfr. 8 , 4 - 4 0 ) . 3 P e r L u c a la c h ie s a n a s c e e c r e s c e i n t o r n o al g r u p p o dei d o d i c i a p o s t o l i c r e a t o d a G e s ù , c u i il S i g n o r e « a g g i u n g e » ( 2 , 4 7 ) q u e lli c h e si s a l v e r a n ­ n o ; d u n q u e la c h i e s a è a p o s t o l i c a . I d o d i c i s o n o il m o d e l l o dei d i r i g e n t i d e l l a c h ie s a d e l s u o t e m p o , scelti d a lo r o (e a n c h e d a P a o l o : c f r . 1 4 , 2 3 ; 2 0 , 2 8 ) . P e r q u e sti d irig e n ti v a l g o n o le stesse i s t r u z i o n i c h e G e s ù i m p a r t ì ai d o d i c i , p o i c h é il l o r o c o m p i t o è di g a r a n t i r e n e l l a c h i e s a la c o n t i n u a ­ z i o n e de! s e r v i z i o dei d o d i c i (Le. 9 , 1 - 6 ; 2 2 , 1 4 - 3 8 , v e r o e p r o p r i o d i ­ s c o r s o di c o m m i a t o p e n s a t o in v is * a d e l la s i t u a z i o n e d e lla c o m u n i t à l u c a n a ) . 45 N e g l i A tti d e g li A p o s t o l i u n a p o s i z i o n e p a r t i c o l a r e è o c c u p a t a d a P a o l o . Al) e p o c a d e lla c o m p o s i z i o n e d e l P o p e r a egli è m o r t o d a t e m p o : la su a fig u ra ne risu lta i n g r a n d i t a , c o m e a p p a r t e n e s s e al p a s s a t o . Si e g ià nel t e m p o « i n c u i n o n lo v e d r a n n o p iù » ( 2 0 , 3 8 ) . P a o l o , p e r L u c a , n o n è a p o s t o l o 1 m a q u a l c o s a d i e q u i v a l e n t e . N o n è in d i p e n d e n t e , m a n e m ­ m e n o d i p e n d e d a i d o d i c i : a g i s c e in c o m u n i o n e c o n lo ro . E d a lo r o r i c o ­ n o s c i u t o e c o n l o r o si c o n s u l t a . P r e d i c a e a g is c e c o m e lo r o (cfr. i p a r a l ­ lelism i P i e i r o / P a o l o nella p r e d i c a z i o n e e nei m i r a c o l i ) . In una s i t u a z i o n e in c u i n o n tutti s t i m a n o l ’ o p e r a di P a o l o , L u c a la d i f e n d e e le d à v a l o r e , g i u s t i f i c a n d o n e F a z i o n e (cfr. l’ i m p o r t a n z a a t t r i b u i t a al p r o c e s s o : 2 1 , 2 7 ­ 2 6 , 3 2 ) e l e g i t t i m a n d o i m p l i c i t a m e n t e le c o m u n i t à d a lui istituite. L ’ i m p o r t a n z a r iv e stita d a i d o d i c i n o n s ig n ific a t u t t a v i a c h e essi a b b i a ­ n o il m o n o p o l i o d e lla m is s io n e : tu tta la c h ie s a è i n v i a t a c o m e te s t im o n e . P e r q u e s t o L u c a p r e s e n t a la m i s s i o n e dei s e t t a n t a d u e , m o d e l l o d ella m is s io n e u n iv e r s a le di tutti 1 c r is t ia n i, c h i a m a t i a r e n d e r e t e s t i m o n i a n z a d e lla r i s u r r e z i o n e in sie m e e in c o m u n i o n e c o n i d o d i c i : c fr. L e . 1 0 , 1 - 2 4 , u n te s to c h e a p p a r t i e n e a lla s e z io n e p a r e n e t i c a (se z io n e del c a m m i n o ) in c u i v e n g o n o p r e s e n ta te le c a r a t t e r i s t i c h e d e lla m o r a l e c r i s t i a n a . P e r L u c a c h i u n q u e c a m m i n a c o n G e s ù d e v ’ essere s u o a p o s t o l o e t e s t i m o n e . 3. Probabilmente Luca conosce due tradizioni sull’evangelizzazione della Samaria: una che faceva risalire alPevangelista Filippo e un’altra ebe attribuiva a Pietro e Giovanni. Luca le combina entrambe: cfr. K. Lóning, Luca: teologo della storta della salvezzaf guidata da Dìo. Luca e Atti, in j. Schreiner - G, Dautzenberg, Introduzione letteraria e teologica al Nuovo Testamento, Roma 1982., 3 2 6 -3 7 1 . 4. Cfr. J. Dupont, / ministeri delia chiesa nascente, in Idem, Nuovi studi sugli Atti degli Apostoli, Cinisello Bals. 1985, 12 3 -17 0 . 5. Si deve considerare la menzione di 14 ,14 come un dato risalente alla fonte sfuggito alla rielaborazione di Luca. 3. C am m in o diretto e inarrestabile Per L u c a , c h e r i c o r r e alla g e o g r a f i a p e r e s p r ì m e r e la p r o p r i a t e o l o g ia , il c a m m i n o è d i r e t t o , in a r r e s t a b ile e i r r e v e r s ib ile , s e c o n d o il d i s e g n o di D i o , e si d irig e d a lla G a l i l e a a G e r u s a l e m m e , d a G e r u s a l e m m e a d A n t i o ­ c h i a e di q u i a R o m a , i tre g r a n d i cen tri i n t o r n o a i q u a l i g r a v i t a tu tto la n a r r a z i o n e . L a r e a ltà fu m o l t o p iù c o m p l e s s a , m a L u c a la s e m p l i f i c a p er s p i e g a r e la s i t u a z i o n e in c u i v i v e , nella q u a l e G e r u s a l e m m e ha c e s s a t o di essere il c e n tr o delle p r o m e s s e r e a liz z a te in G e s ù . A N a z a r e t fu p re fig u ra ta la s i t u a z i o n e a ttu a le : G e s ù p r o c l a m ò la v e n u t a d e l la s a l v e z z a e i suoi c o m p a e s a n i c e r c a r o n o di p r e c i p i t a r l o d a un b u r r o n e , « m a egli, p a s s a n ­ d o in m e z z o a l o r o , p r o s e g u ì il s u o c a m m i n o » (Le. 4 , 3 0 ) , p e r c h é gli u o m i n i , in q u e s t o c a s o T i n c r e d u l i t à dei g i u d e i , n o n p o s s o n o o s t a c o l a r l o . E r a un a n n u n c i o di q u a n t o s a r e b b e a c c a d u t o a G e r u s a l e m m e , in c u i i g iu d e i u c c i d e r a n n o G e s ù m a D i o lo r i s u s c i t e r à : efr, le f o r m u l e a n tite ti­ c h e di m o r t e e r i s u r r e z i o n e nelle q u a li si c o n t r a p p o n g o n o l ’ a z io n e dei g iu d e i e q u e lla di D i o (Atti z , z z - z 4 - 3 6 ; 3 > 1 3 - 1 5 ; 4 , 1 0 - 1 2 ; 5 , 2 . 9 - 3 2 ; 1 0 , 3 9 ­ 4 3 ; 1 3 , 2 . 7 - 3 0 ) . Per q u e s t o le p e r s e c u z io n i* i n v e c e di o s t a c o l a r e il c a m m i ­ n o , ne f a v o r i s c o n o l ' a v a n z a m e n t o (A tti 8 , 1 - 3 ; 11,19-2.1; i 3 j 5 ° ' :[4 ?1 ss-ì ( 6 , 4 0 - 1 7 , 1 6 e c c . ) , D i f r o n t e a tu t t o c i ò , n o n b i s o g n a o p p o r s i al c a m ­ m in o p erch é sig n ifich ereb b e o p p o rs i a D io , c o m e o s s e r v a G a m a lie le (5 ,3 4 ”3 4. 9 )- C am m in o attuale I n e sso o gn i g e n e r a z i o n e ha il p r o p r i o c o m p i t o i m m e d i a t o . L u c a invita i p r o p r i c o n t e m p o r a n e i a p r e n d e r e sul se rio la m i s s i o n e l o r o r is e r v a t a in q u e s t o c a m m i n o , c h e ha un c o m p i t o p r o p r i o per o g n i g e n e r a z i o n e : lo c o m p ì la t a p p a d e l la p r e p a r a z i o n e (Le. 1 6 , 1 6 ), p o i G e s ù (Le. 2 , 1 1 : 4 , 2 . 1 ) , q u i n d i la p r i m a g e n e r a z i o n e c r i s t i a n a (cfr. A tti) e o r a t o c c a alla g e n e r a z i o n e p r e s e n te . C e r t a m e n t e il c r i s t i a n o d e v e v i v e r e t r a il p a s s a t o , il t e m p o di G e s ù c h e è il f o n d a m e n t o del p r e s e n t e , e il f u t u r o , la p a r u s i a , c o m p i m e n t o d e lla s a l v e z z a , m a s e n z a c h e c iò g f i m p e d i s c a di s c o p r i r e e a d e m p i e r e il p r o p r i o c o m p i t o nel t e m p o p r e s e n te . D e r i v a d a qui la te n ­ d e n z a a s o t t o l i n e a r e il p r e s e n t e in v a r i m o d i : L u c a «d eescato logizza» d iv e r s e t r a d i z i o n i c h e p r i v i l e g i a v a n o il fu t u r o , a g g i u n g e n d o aspetti a t ­ tuali c o m e la p r e d i c a z i o n e di G i o v a n n i {Le. 3 , 1 0 - 1 4 ) , le p e r s e c u z i o n i e (Le. 2 1 , 1 2 - 2 4 ) , le r e a z i o n i di fr o n t e alla m o r t e di G e s ù (Le. 2 3 , 4 8 ) ; b i s o g n a p o r t a r e la c r o c e « o g n i g i o r n o » ( L e . la d i s t r u z i o n e di G e r u s a l e m m e 9 , 2 3 ) ; b i s o g n a d a r e fr u t t o c o n c o s t a n t e i m p e g n o p e r c h é è esse n z ia le p e r s e v e r a r e o g n i g i o r n o nel c o m p i t o , fino al p u n t o c h e q u e s t o si t r a s f o r ­ m a in un s e g n o d e lla p r e s e n z a del r e g n o (Le. 8 , 1 5 ; A tti 1 , 1 4 ; 2 , 4 2 ) . I! Cammino salvifico 283 (A tti 4 ,2 . 9 ) p o i c h é in q u e s t o t e m p o la g r a z i a o p e r a e la p a r o l a e d ifica la c o m u n i t à (Atti 2 . 0 , 3 2 ) . P e r c i ò b i s o g n a t e s t i m o n i a r e a d e s s o e c h i e d e r e la f o r z a di p a r l a r e (A tti 4 , 2 9 ) . L ’ o g g i t e m p o d e lla c o n v e r s i o n e è a d e s s o c o n c r e t o di o g n i g e n e r a z i o n e c o n s i s t e d u n q u e nel d a r e t e s t i m o n i a n z a d el r e g n o di D i o , p r o c l a m a n d o l o e c o m p i e n d o i s e g n i c h e d i m o s t r a n o c h e la s u a p r e s e n z a è i n i z i a t a c o n l’ e s a l t a z i o n e di G e s ù (A tti 1 , 7 - 1 1 ) . P e r q u e ­ sto i s e g n i s o n o c o l l e g a t i c o n i d i v e r s i a s p e tti d e l r e g n o : d a r e e r ic e v e r e il p e r d o n o dei p e c c a t i ( L e . 2 4 , 4 7 - 4 9 ; A tti 2 , 3 8 ; 5 , 3 1 ; 1 0 , 4 3 ; 1 3 , 3 8 ; (A tti 2 , 3 8 ; 4 , 3 1 ; 1 0 , 4 5 ; 1 1 »I 7 i 1 5 , 8 ) ; la p r e g h i e r a , s e g n o di v i t a filiale (Atti 2 , 4 2 . 4 6 s.); la k o i n o n i a , s e g n o di v i t a fr a t e r n a (Atti 2 , 4 2 . 4 4 s.; 4 , 3 2 . 3 4 - 3 7 ; 5 , 1 - 1 1 ) ; la « f r a z i o n e d e l p a n e » , s e g n o di v i t a filiale e f r a t e r n a (A tti 2 , 4 2 ) ; le g u a r i g i o n i c h e d i m o s t r a n o c h e g ià si r e a l i z z a n o i « s e g n i e i p r o d i g i » dei t e m p i e s c a t o l o g i c i (Atti 2 6 , 1 8 ) e il d o n o d e llo S p i r i t o s a n t o 2 , 1 9 . 2 2 . 3 2 ; 4 , 3 0 ; 5 , 1 2 . 1 5 s.; 7 , 3 6 ; 8 , 1 3 ; 1 4 , 3 ) ; c o m p o r t a m e n t i a n o m a l i n el c o n t e s t o g i u r i d i c o g i u d a i c o o r o m a n o co n costanza (Atti 5 , 2 8 ) ; t u t t o c iò c o m p i u t o (Atti 1 , 1 4 ; 2 , 4 2 ) . D a v a n t i a q u e sti s e g n i i t e s t i m o n i si m e r i t a n o il fa v o r e ( 2 , 4 7 ; 4 , 3 3 ; 5 , 1 3 ) e il r is p e tto di tu tti ( 2 , 4 3 . 4 4 ; 3 > i o . i i ; 5 , 1 1 ) e a n c h e altri c r e d o n o ( 2 , 4 1 ; 4 , 4 ; 5 , 1 4 ; 9 , 3 5 . 4 2 ) . III. C A M M IN O SA L V IF IC O L a s a l v e z z a è u n o dei t e m i piu i m p o r t a n t i d e lla t e o l o g i a l u c a n a , c o m ’ è e v i d e n t e d a l lessico e d a i s o m m a r i . In p r o p o r z i o n e , L e ,-A tti d a s o lo i m p i e g a u n m a g g i o r n u m e r o d i v o l t e il le ss ic o d e l la s a l v e z z a d e l r e s t o del N . T / A l l o s te sso m o d o , n ei s o m m a r i P o p e r a di G e s ù e l ’ a t t iv it à a p o s t o ­ lica s o n o r ia s s u n t e c o m e s a l v e z z a (cfr. L e. 2 , 1 1 ; 4 , 1 8 , 2 1 ; 1 9 , 9 s.; A tti 2 , 4 7 ; 5 , 3 1 ; 1 3 , 2 3 . 2 6 ; 1 6 , 1 7 ; 2 8 , 2 8 } . G e s ù a p p a r e c o s ì c o m e r i s p o s t a ai d e sid e ri p i ù p r o f o n d i di tu tta l’ u m a n i t à , g iu d e i e g e n tili, ai q u a l i o f f r e la s a l v e z z a a u t e n t i c a , i n v i t a n d o l i a d a b b a n d o n a r e le fa ls e s a l v e z z e , q u e l l a f a r i s a i c a e q u e l l a p a g a n a . D i f r o n t e al m o n d o g i u d a i c o L u c a p r e s e n t a G e s ù c o m e il c o m p i m e n t o d e lla s a l v e z z a p r o m e s s a d a l P a d r e (cfr. L e . 4 ,2 1 c o n Js. 5 8 , 6 ; 6 1 , 1 - 2 ; L e . 7 , 1 8 - 2 3 c o n 7s. 2 6 , 1 9 ; 2 9 , 1 8 ss.; 3 5 , 5 s.; 6 1 , 1 ) , c h e si ottiene p e r p u r a m i s e r i c o r d i a r i c o n o s c e n d o il p r o p r i o p e c c a ­ t o , e n o n p e r i p r o p r i m e riti (Le. 1 3 , 1 - 9 ; 1 4 , 1 - 2 4 ; 1 5 ; 1 7 , 1 0 ; A tti 2 , 3 8 ) . 6. Si veda la tavola seguente: in Le. X 5 X 2. X z X 4 x 6 1 X X 6 x X 2-7 X zg,30%) 80,00%) 16,66% ) 76 X z X zo X zz,zz%) 35 x 60,00%) 2:8,19%) H z X (= (= (= {= {= <= Z X X I X Irf'', X *3 H sozein diasozeiu soter soterìa sotenos rotale nel resto del N.T, in Atti (= (= (= (= (= (= 7 1 >69 %) 20,00%} 83,33% ) 7 7 )7 7 %) 40,00%) 71,80 % ) (Cfr. A. George, Le vocabuiaire de saiut, in Etudes sur L oeuvre de Lue, 307). 284 L a dimensione teologica D ’ a l t r o c a n t o G e s ù o f f r e u n a r i s p o s t a alle a s p i r a z i o n i d i s a l v e z z a dei g e n tili, in q u e s t a e p o c a m o l t o v i v e , 7 c o m e v e r o r a p p r e s e n t a la s a l v e z z a 1. Il s o te r : a n c h e p e r l o r o egli (Atti 2 , 3 9 ) . L a salvezza N uovo T e sta m e n to im p ie g a il le s s ic o d e lla s a lv e z z a con m o lt e sfu m a tu re c o m p e n d l a b i l i in d u e b l o c c h i : 1 . s a l v a r e d a l m a l e , f a c e n d o u s c i r e d a u n a s i t u a ­ z io n e m in a c c io s a ( t e r m i n e a q u o ) : lib e r a r e d a u n m a le c h e m in a c c ia , lib e r a r e d a u n m a le g ià p r e s e n t e , p r e s e r v a r e d a q u e s t o m a le ( a s p e t t o o n t o lo g ic o ) e d i c o n ­ s e g u e n z a , in t u t t i q u e s t i c a s i , l i b e r a r e d a l l ' o p p r e s s i o n e p s i c o l o g i c a a v v e r t i t a d i fr o n t e a q u e s t o m a le in c o m b e n t e o p r e s e n t e ( a s p e t t o p s ic o lo g ic o ) ; 2 . d o n a r e u n b e n e , p o n e n d o in u n o s t a t o d i r e a l i z z a z i o n e ( t e r m i n e a d q u e m ) : d o n a r e ì l b e n e p ie n a m e n t e o in iz ia r e a d o n a r lo in s ie m e a lla s p e r a n z a d i r ic e v e r lo p ie n a m e n t e , c o n s e r v a r e in q u e s t a s it u a z io n e (a s p e t t o o n t o lo g ic o ) e d i c o n s e g u e n z a , in t u t t i q u e s t i c a s i , la g i o i a e la f i d u c i a c h e n e d e r i v a ( a s p e t t o p s i c o l o g i c o ) . L e .-A tti, la s a l v e z z a c h e G e s ù o f f r e a l l ’ u o m o r iu n is c e tutti q u e s t i d i v e r s i a s p e tti. Il s u o term ine a qu o è la l i b e r a z i o n e d a lle te n e b r e (Atti 2 6 , 1 8 ) e in p a r t i c o l a r e d a l p e c c a t o (L e. 5 , 1 0 - 2 6 ; 7 , 5 0 ; 2 4 , 4 7 ; A t t i Secondo *9,9', 2 . 6 , 1 8 ; c fr . L e. 2 2 , 6 1 s.; 2 3 , 3 9 - 4 3 ) , d a S a t a n a e d a i s u o i d e m o n i (Le. 7 , 2 1 ; 8 , 3 6 ; 9 , 3 7 - 3 2 ; 1 1 , 1 4 - 2 2 ; 1 3 , 1 0 - 1 7 ; A tti 5 , 1 6 ; 2 6 , 1 8 ) , d a l d o l o r e e d a l l a m a l a t t ì a (Le. 5 , 1 2 - 1 6 . 1 7 - 2 6 ; 6 , 9 - 1 8 s.; 7 , 1 - 1 0 , 2 1 - 2 3 ; 8 , 4 3 - 4 8 ; 1 7 , 1 1 - 1 9 ; 1 8 , 3 5 - 4 2 ; A tti 3 , 1 - 1 0 ; 4 , 9 ; 5 , 1 2 ­ 1 6 ; 9 , 3 1 - 3 5 ; 1 4 , 9 ; 1 9 , 1 1 s .), d a l l a m o r t e (Le. 7 , 1 1 - 1 7 ; 8 , 4 9 - 5 6 ; A tti 9 , 3 6 - 4 3 ; 2 0 , 7 - 1 2 ) , d a l l ’ in c r e d u l i t à e d a g l i i n c r e d u l i (A tti 2 , 4 0 ) e d a g l i id oli (A tti 1 4 , 1 5 ; 1 7 , 3 0 ) . Il term ine a d qu em è D i o (Atti 2 6 , 1 8 ) o la fe licità e s c a t o l o g i c a in g e n e r e (A tti 4 , 1 2 ; 1 3 , 2 6 ; 1 5 , 1 1 ; 2 8 , 2 8 ) , m e d i a n t e l ’ u n io n e c o n G e s ù (A tti 1 1 , 2 4 ) e c o n la su a c o m u n i t à (Atti 2 , 4 7 ) . 2*>38 ; 5 , 3 1 ; I O > 4 3 ; ! 3 > 3 8 ; 2. Salvezza rad iea le e u n iversale T r a q u e sti d iv e r s i a s p e tti i n t e r c o r r e u n a str e tta r e l a z i o n e . D a u n l a t o L u c a s o t t o l i n e a ^ i m p o r t a n z a del p e r d o n o d e i p e c c a t i , aph esis ton ha- m a rtio n , al p u n t o d a r i a s s u m e r e c o n q u e s t a f o r m u l a L i m e r à o p e r a di G esù (Le. 1 , 7 7 ; 3 , 3 ; 4 , 1 8 ; 2 4 , 4 7 ; A tti ^ 38 ; 5>3i ; * ° > 43; * 3>38 ; £ Ó ,i8 ). Q u e s t a è la s a l v e z z a r a d i c a l e c h e lib e r a l ’ u o m o d a l c u o r e di p ie tr a e gli d à un c u o r e n u o v o , e le m e n t o t r a s c u r a t o d a lle s a l v e z z e p a g a n e . D ’ a l tr o l a t o , q u e s t a l i b e r a z i o n e r a d i c a l e im p l i c a un d i n a m i s m o lib e r a n t e ch e L e . 4 , 1 6 - 2 2 ) , in c u i G e s ù è p r e s e n t a t o n e l l ’ a t t o di o ffr ir e u n a l i b e r a z i o n e (a p h esis , u s a t o d u e p o r t a a l l ’ a f f r a n c a m e n t o d a q u a l s i a s i s c h i a v i t ù (cfr. 7. SuH’iscnzione di Priene e la quarta egloga di Virgilio cfr. J, Leipoldt - W. Grundmann (edd.), El mundo dei N.T. u, 1 1 5 - 1 1 8 . C a m m in o salvifico 2,85 v o lte ) , c o m p i m e n t o della p r o m e s s a d e l l 'a n n o g iu b il a r e , c h e i m p l i c a l ' a b o ­ liz io n e di o g n i f o r m a di s c h i a v i t ù / Per q u e s t o l’ o f f e r t a d e l p e r d o n o è a s s o c i a t a a l l ' a f f r a n c a m e n t o d a lle a ltre s c h i a v i t ù e L u c a u n is c e s t r e t t a ­ m e n t e gli a s p e tti m a t e r i a l i e q u elli s p ir it u a li d e lla s a l v e z z a ; c o s ì in 4 ,9 .12 A tti il v e r b o s a l v a r e è u s a t o sia in r i f e r i m e n t o a lla g u a r i g i o n e del p a r a l i t i c o s ia alla s a l v e z z a e s c a t o l o g i c a in g e n e r e , e in L e. 5 , z o la g u a ­ r i g i o n e del p a r a l i t i c o c o n f e r m a il p o t e r e di G e s ù d i p e r d o n a r e i p e c c a t i (cfr. L e. 1 3 , 1 6 ) . G e s ù g a r a n t i s c e l 'a u t e n t i c i t à d e l la p r o p r i a m is s io n e p r e s e n t a n d o s i c o m e l 'i n i z i a t o r e e il c r e a t o r e d e l l ' a n n o di g r a z i a d i J a h v é , o f f r e n d o il p e r d o n o dei p e c c a t i , l i b e r a n d o d a S a t a n a , s e g n o q u e s t o d e lla presenza del regno (Le. 1 1 , 2 0 ) , e v a n g e l i z z a n d o i p o v e r i e c o m p i e n d o altri s e g n i c h e a n n u n c i a n o la f u t u r a l i b e r a z i o n e d a l d o l o r e e d a l l a m o r t e (Le. 7 , 1 8 - 2 3 ; 2 1 , 2 8 ) . A l l o s te sso m o d o la c h ie s a d e v e g a r a n t i r e l ' a u t e n ­ tic ità d e l la p r o p r i a m is s io n e c o n d i v i d e n d o i b en i e a t t u a n d o la p r o m e s s a d e l l ' a n n o g i u b i l a r e , c h e a n n u n c i a v a u n a c o m u n i t à in c u i n o n ci s a r e b ­ b e r o stati p o v e r i (cfr. A tti 2 , 4 2 - 4 7 ; 4 , 3 2 - 3 6 ) / I l r e g n o d i D i o . ' ° L e . - A t t i p a r la q u e sto co n c e tto non 4 2 v o lt e d e l r e g n o r iv e s t e i l r u o lo d i D io , m a c e n t r a le c h e h a in M e. e in in a p p a r e n z a M i., i q u a li r ia s s u m o n o fin d a l p r im o m o m e n t o il m in is t e r o d i G e s ù n e lla p r o c la m a z io n e d e l r e g n o ( M e . 1 ,1 4 s .; M t . 4 , 1 7 . 2 3 ) . L e in v e c e , lo c o m p e n d ia n e l l ’ o p e r a p r o f e t ic o s a lv if ic a d i G esù ( 4 ,1 6 s s .) e n o n n o m in a il r e g n o fin o a l s o m m a r io d i 4 ,4 3 . T u t t a v i a la r e a l t à s i g n i f i c a t a d a l r e g n o o c c u p a u n p o s t o c e n t r a l e ; L u c a l a t r a d u c e in a l t r e c a t e g o r i e t e o l o g i c h e , c o m e s a l v e z z a , a m o r e e m i s e r i c o r d i a , c o n t r i b u e n d o c o s ì a c o m p r e n d e r e le i m p l i c a z i o n i d e l r e g n o , g i à p r e s e n t e p e r e i n G e s ù , n e l T a t t u a l i t à . G e s ù p r o c l a m ò l ’ i n i z i o d e l r e g n o , c i o è l ’ i n i z i o d e l l ’ a n n o d i g r a z i a c o n le s u e i m p l i c a z i o n i d i a m o r e e d i m i s e r i c o r d i a , e la c h i e s a , t e s t i m o n e d e l l e g a m e t r a il r e g n o e G e s ù r i s o r t o ( A t t i 1 , 3 ) , p r o c l a m a i l r e g n o e G e s ù r i s o r t o ( A t t i 8 , 2 2 ; £ 4 , 2 2 ; 1 9 , 8 ; 2 0 , 2 5 ; 1 8 , 2 3 . 3 1 ) c o n t u t t e le i m p l i c a z i o n i c h e c i ò c o m p o r t a , r i a s ­ s u n t e n e lla p r e g h ie r a e n e lla c o n d iv is io n e ( A t t i 2 ,4 2 - 4 7 ; 4 , 3 2 - 3 5 ) . Q u e s ti d iv e r s i aspetti d e lla s a l v e z z a si r e a l iz z a n o lu n g o le t a p p e del storico-escatologico. E s s o inizia n ella n o s t r a s t o r i a c o n c r e t a , in c u i inizia a ir r o m p e r e p e r m e z z o dei p r o f e t i (Le. 3 , 1 - 3 ), c a m m i n o in un p r o c e s s o di G e s ù e della c h ie s a , m a si c o m p i e t r a s c e n d e n d o la s to r ia u m a n a nella p a r u s i a di G e s ù (Le. 2 1 , 2 8 ) , c h e r e n d e r à m a n ife s t a la p ie n a lib e r a z io n e . 0198 8. Luca segue l’uso dei LX X, che tradussero con aphesis il lessico ebraico collegato con le remissioni proprie delTanno sabbatico e giubilare: condono dei debiti, libertà per gii schia­ vi, recupero della terra ecc. 9. Cfr. J. Oupont, L ’unione tra i primi cristianiì in Idem, Nuovi studi sugli Atti degli Apostoli, 2,77-2,97; R.B. Sloan, The Favorable Year of thè Lord. A Study of jubilary Tbeology in thè Gospel o f Luke, Forth Worth 19 7 7 ; A. Sistì, 17 tema del giubileo nell'opera di Luca: Euntes Docete 37 (1984) 3-30. 10. Cfr. A. George, Etudes sur Voeuvre de Lue, 257-306; H. Conzeimann, E l centro del tiempoì 16 5 -17 4 . 3, A g en ti d ella salvezza E s s i s o n o D i o P a d r e e G e s ù , c h e i m p i e g a n o m e z z i d i v e r s i. D ì o P a d r e , p r o t a g o n i s t a d el c a m m i n o s a l v i f i c o , p r o m e t t e la s a l v e z z a ( L e . 3 , 6 ) , la p r e p a r a e la o f f r e , m a n d a n d o G e s ù , c o n c e p i t o d a u n a v e r g i n e 6 9 ; 2 , 3 0 ; cfr. 1 , 7 1 . 7 7 ; (Le. 1 , 4 7 ­ A tti 2 8 , 2 8 ) . G e s ù , il p r o f e t a e s c a t o l o g i c o , è il s a l v a t o r e p e r a n t o n o m a s i a (L e . 2 , i i . i z ; 1 9 , 1 0 ; A tti 5 , 3 1 ; 1 3 , 2 3 ) , c h e p o r t a la s a l v e z z a c o n la su a a z i o ­ ne p r o f e t i c a , c o n le sue p a r o l e e i s u o i s e g n i, c o n la m o r t e - e s a l t a z i o n e e c o n 1! d o n o d e llo S p i r i t o (L e . 1 , 6 9 . 7 1 ; 2 , 3 0 ; A tti 2 , 2 1 ; 4 , 1 2 ; 5 , 3 1 ; [ 3 , 2 3 ; 1 5 ,1 1 ; 16 ,31). A d e s s o , m e n t r e è in c o r s o il c a m m i n o d e lla c h i e s a , G e s ù c o n t i n u a a o f f r i r e la s a l v e z z a m e d i a n t e il s u o S p ì r i t o , c h e c r e a t e s t i m o n i - p r o f e t i i q u a li p r o c l a m a n o e o f f r o n o la s a l v e z z a (Atti 2 , 4 7 ) . P e r q u e s t o il c o m p i t o s p e c ific o d e l la c h ie s a è di s e r v ir e il c a m m i n o s a l v i f i c o di G e s ù c o n s is te n te nel ric e v e r e la s a l v e z z a e nel d a r n e t e s t i m o n i a n z a . tu tto A tti 2 , 3 7 s. r ia s s u m e Viter salutisi m e d i a n t e il q u a le l ’ u o m o r ic e v e la s a l v e z z a ed e m e s s o in c o n d i z i o n e di t e s t i m o n i a r l a , nelle a z io n i s e g u e n t i: a c c o g l i e r e la p a r o ­ la, c o n v e r t i r s i , c r e d e r e , ric e v e re il b a t t e s i m o , o t t e n e r e il p e r d o n o dei p e c c a t i e in s e g u i t o il d o n o d e llo S p i r i t o . N e l c o n t e s t o t e o l o g i c o l u c a n o , m c u i la s a l v e z z a sì r ic e v e p e r m e z z o di p r o f e t i , la p a r o l a a s s u m e g r a n d e i m p o r t a n z a c o m e m e z z o o r d i n a r i o a t t r a v e r s o il q u a l e v i e n e r i v o l t o P in v ìt o a lla s a l v e z z a . È u n a p a r o l a di g r a z i a (A tti 1 4 , 3 ; 2 0 , 3 2 ) e di s a l v e z z a (Atti 1 1 , 1 4 ; 1 3 , 2 6 ; 1 6 , 1 7 ; 2 , 8 , 2 8 ) , p e r c h é p a r l a d i e s s a e c o n d u c e a e ssa (Atti 1 3 , 4 6 ) ; v ie n e p e r s o n a l i z z a t a e p r e s e n t a t a c o m e r i a s s u n t o di tu tto il m e s s a g g i o s a l v i f i c o (Le. 1 , 2 . 4 ; 5 , i ; 6 , 4 7 ; 8 , 1 1 . 2 1 ; 2 4 , 1 9 ; A tti 2 , 4 1 ; 4 , 2 9 . 3 1 ; 1 0 , 3 6 ; 1 3 , 4 4 . 4 9 ) e in sie m e di tu t t o il p r o c e s s o d e lla s a l v e z z a (Atti 6 , 7 ; 8 , 1 4 . 2 5 ; n , i ; 1 2 , 2 4 ; M > z 5) e o g g e t t o di g l o r i f i c a z i o n e (Atti 1 3 , 4 8 ) . L a p a r o l a è p o t e n t e ( L e . 1 6 , 2 9 - 3 1 ) , m a d i s p i e g h e r à il s u o d i n a ­ m i s m o in f u n z i o n e d e l c u o r e c h e I a s c o l t a c o n la c o n v e r s i o n e (Le. 8 , 4 - 1 5 ) . E s s a si a c c o g l i e (Le. 1 0 , 1 3 ; i r , 3 2 ) , n e c e s s a r i a p e r tutti ( L e . 1 3 , 3 . 5 ) , c h e c o n s is te n e l l ’ a b b a n d o n a r e P i n c r e d u l i t à d a v a n t i al m e s s i a n i s m o di Atti 2 , 3 8 . 4 0 ) e l ' i d o l a t r i a (1 g en tili: A tti 1 7 , 3 0 ; 2 6 , 2 0 ) , p e r r iv o lg e r s i a D i o (A tti 2 0 , 2 1 ) e a G e s ù (A tti 3 , 1 9 ) . L a fede è f o n d a ­ m e n t a l e , al p u n t o c h e le p a r o l e fe d e (A tti 6 , 7 ) e cred en ti (A tti 2 , 4 4 ; 4 , 3 2 ) s o n o im p ie g a te p e r d e s ig n a r e 1 d is c e p o li e tutta !’ o p e r a s a lv ific a (Atti 1 3 , 8 ; 1 4 , 2 2 . 2 7 ; 1 6 , 5 ) ; essa c o n sis te nel fidarsi di D i o (Atti 1 6 , 3 4 ) e del S i g n o r e G e s ù (Atti 5 , 1 2 ; 9 , 4 2 ; 1 0 , 4 3 ; I I »1 7 i 1 6 , 3 1 ; 2 0 , 2 t ; 2 4 , 2 4 ) , a c c o g l i e n d o le su e p a r o l e e m e t t e n d o l e m p r a t i c a (A tti 1 3 , 1 2 ) c o s ì d a o tt e n e r e la s a l v e z ­ z a ( L e . 7 , 5 0 ; 8 , 4 8 ; 1 7 , 1 9 ; 1 8 , 4 2 ; A tti 1 3 , 3 9 ; 1 5 , 9 . 1 1 ; 2 6 , 1 8 ) . Il b a t t e s i m o nel n o m e d i G e s ù (A tti 2 , 3 8 ; 1 0 , 4 8 ; 1 9 , 5 ) , v a l e a d ire G e s ù (i g iu d e i: i n v o c a n d o il n o m e s a l v i f i c o del S i g n o r e G e s ù , s u g g e l l a e c o m p i e la Cammino salvifico 287 s a l v e z z a di c o l u i c h e si è c o n v e r t i t o e c re d e . G l i A t t i i m p i e g a n o q u e s t a f o r m u l a , is p i r a t a al testo di G i o e l e c i t a t o in 2 , z i e s p i e g a t o n el d i s c o r s o di P ie tr o ( 2 , 2 2 - 3 9 ) , Q u e s t o è il b a t t e s i m o dei te m p i e s c a t o l o g i c i ch e s o n o g ià a r r i v a t i , p e r c h é G e s ù è m o r t o e r is o r to e d è s t a t o p r o c l a m a t o m e s s ia e S i g n o r e q p e r c iò c h i u n q u e i n v o c h e r à q u e s t o n o m e , l’ u n ic o c h e s a l v a , si s a lv e r à (A tti 4 , 1 2 ) . Il b a t t e s i m o a p p a r e co sì c o m e la c e l e b r a z i o ­ ne in c u i s ’ i n v o c a f o r m a l m e n t e il N o m e ; in e s s a il c r e d e n t e l a v a i p r o p r i p e c c a t i (A tti 2 1 , 1 6 ) ed è u f f i c i a l m e n t e a g g r e g a t o alla c o m u n i t à ( A f f i 2 , 4 3 ) . Il d o n o d e llo S p i r i t o , infine, c o n c l u d e q u e s t o p r o c e s s o e t r a s f o r m a il b a t t e z z a t o in t e s t im o n e d e lla r i s u r r e z i o n e , m e m b r o di un p o p o l o di p r o f e t i , p e r m e z z o del q u a l e G e s ù , c o n il s u o S p i r i t o , o f f r e a tu tti gli u o m i n i la s a l v e z z a . S e c o n d o L e .- A t t i n o n c ’ è o p p o s i z i o n e tra 1a z io n e del S i g n o r e p e r m e z z o del s u o S p i r i t o c o m p i u t a s e n z a la m e d i a z i o n e d e l la c h i e s a , e q u e lla c o m p i u t a m e d i a n t e la c h i e s a ; p i u t t o s t o si t r a t t a d i a z i o n i c o m p l e m e n t a r i ; c o s ì la c o n v e r s i o n e di S a u l o è u n ’ o p e r a i m m e d i a ­ ta di G e s ù e della c h ie s a , a lla q u a l e egli s te sso r i n v i a (A tti 9 , 3 - 1 8 ) ; la m i s s i o n e di A n t i o c h i a è o p e r a d e lla c o m u n i t à e d e llo S p i r i t o (A tti 1 3 , 1 ­ 4 ) ; i p re sb ite ri s o n o c o s titu iti d a P a o l o e d a l l o S p i r i t o (A tti 1 4 , 2 3 ; 2 0 , 2 8 ) . 4 . D e s tin a ta ri d e lla sa lv ezza a) U n iv e rs a lis m o e d e s tin a ta ri p riv ile g ia ti sistemi umani di salvezza sono limitati perché non rispondono a tutte le necessità delPuomo, spesso emarginano coloro che non dispongono di mezzi per salvarsi (denaro, potere, prestigio) e sono causa di dolore; al contrario, la salvezza offerta da Gesù è totale in quanto corrisponde a tutte le esigenze delPuomo, raggiunge tutti, pur privilegiando gli emar­ ginaci, ed è, per questo, motivo di gioia. È una salvezza u n iv e r s a le per contenuto e per destinatari. Quest’ultimo aspetto appare in tutto il cam­ mino di salvezza, benché in maniere diverse nelle varie tappe. Quella terrena di Gesù, alla pari di quella della promessa, fu universale nella sua proiezione finale, ma non nella realizzazione, circoscritta al popolo d Israele. L’opera di Giovanni, l’ultimo profeta della tappa di prepara­ zione, è rivolta al popolo giudaico ma ha come ultimo orizzonte che o g n i c a r n e v ed a la sa lv ez z a d i D io ( L e . 3 , 6 ) . ' 1 Allo stesso modo il cam­ mino terreno di Gesù, tempo irripetibile, è dedicato al popolo giudaico, prima in Galilea e poi in Giudea, alla ricerca di tutti i figli perduti di Àbramo (L e . 1 9 , 1 0 ) ; i samaritani lo respingono e perciò saranno desti­ natari del cammino della chiesa (cfr. L e . 9 , 5 1 - 5 6 ) . Ma egli getta le basiil. 1 i l . A differenza di Alt:, e Mf,, Luca estende la citazione di fs. 40,3-5 includendo l’ idea di universalità di 40,6. La dimensione teologica 2 .8 8 p e r l ’ u n i v e r s a l i s m o , p o i c h é in u l t i m a i s t a n z a la s u a o p e r a è r i v o l t a a tu tti i peccatori ( L e . 5 , 3 1 s.); p e r q u e s t a r a g i o n e L e . p r e s e n t a G e s ù c o m e fig lio di A d a m o e, q u i n d i , fra te llo di t u t t a l ’ u m a n i t à ( L e . 3 , 2 - 3 - 3 8 ) e la s u a v e n u t a h a un r ilie v o u n i v e r s a l e ( L e . 2 , 1 4 . 3 0 - 3 2 ) . D u r a n t e la t a p p a d e l c a m m i n o d e lla c h i e s a , il R i s o r t o , p r e s e n t e p e r m e z z o del s u o S p i r i t o , o f f r e la s a l v e z z a a tutti gli u o m in i m e d i a n t e la p a r o l a d e i s u o i t e s t im o n i (cfr. gli A t t i) . b) I p ecca to ri N e l q u a d r o di q u e s t o u n i v e r s a l i s m o gli e m a r g i n a t i , in p a r t i c o l a r e i p e c ­ c a t o r i , 1 p o v e r i , le d o n n e e 1 s a m a r i t a n i , s o n o 1 d e s t i n a t a r i p r iv i le g ia t i d e lla s a l v e z z a (Le. 7 , 3 7 ; 1 9 , 7 ) , o c c u p a n o u n p o s t o di p r i m o p i a n o n e l l ’ o p e r a di G e s ù , c h e li c e r c a (Le. 1 9 , 7 ) , m a n g i a c o n lo r o (Le. 5,29 -31), li p e r d o n a (Le. 7,48-50; 2 2 ,6 1 s.; 2,3,42 s.), li g iu stifica (Le. 23,34), li c h i a m a a lla s u a s e q u e l a (Le. 5 ,2 7 s.). L a r a g i o n e di q u e s t o I p e c c a t o r i , p e r s in o q u e l li n o t i p r i v i l e g i o è t e o l o g i c a , a f f o n d a le p r o p r i e r a d ic i u n i c a m e n t e n e lla m i s e ­ r i c o r d i a di D i o P a d r e , c h e d e s i d e r a a r d e n t e m e n t e il r i t o r n o a c a s a di tutti (Le. 5,32; 1 9 , 9 s.). Per q u e s t o c ’ è g r a n d e g i o i a in c i e l o q u a n d o u n p e c c a t o r e si c o n v e r t e (Le. 15). G e s ù a ttu a c o s ì l ’ a m n i s t i a r a d i c a l e di D i o (Le. 4 , 1 9 ) , c h e si o tt ie n e r i c o n o ­ s c e n d o il p r o p r i o p e c c a t o e a f f i d a n d o s i a lla m i s e r i c o r d i a di D i o (Le. i s u o i figli e a tal fine h a i n v i a t o G e s ù 1 8 , 1 3 s.)- c) I p o v eri I p o v e r i c o s t i t u i s c o n o un in s ie m e e t e r o g e n e o , d i s t i n g u i b i l e in tre g r u p p i , s e c o n d o il g r a d o di m a n c a n z a di beni e il m o t i v o d e lla p r i v a z i o n e , c o n una differente c o n n o ta z io n e teo lo g ica per c ia sc u n g r u p p o . II p r i m o gru p p o è fo rm ato dai p o v e ri-m is e ra b ili , gli ’a n a w im d e l l’ A n ­ t i c o T e s t a m e n t o , ai q u a l i b is o g n i di v a r i o t i p o i m p e d i s c o n o di v i v e r e in m o d o d e g n o di p e r s o n e u m a n e . Si t r a t t a di un g r u p p o e s te s o , c o m p r e n ­ d en te i m is e r a b ili, i m e n d i c a n t i , gli u m il ia t i, gli a f f a m a t i , gli s t o r p i, i z o p p i , i p a r a l i t i c i , le p o v e r e v e d o v e , le d o n n e sterili (Le. 1 , 4 8 . 5 2 . 5 3 ; 6 , 2 1 ; 1 4 , 1 3 . 2 1 ; 1 6 , 2 0 . 2 2 ; 1 8 , 2 2 ; 1 9 , 8 ; 2 1 , 3 ) . T u t t i c o s t o r o s o n o d e s ti­ n a t a r i p r i v i l e g i a t i d e l r e g n o di D i o e, q u i n d i , d e l l ’ o p e r a di G e s ù (Le. 4 , 1 8 ; 7 , 2 2 ; 1 4 , 2 1 ; 1 6 , 2 0 - 2 5 ) . U m o t i v o è t e o l o g i c o e f o n d a t o su lle p r o ­ (Le. 4 , 1 8 ; 7 , 2 2 ) e su lla le g g e d e l la c o m p e n s a z i o n e c h e eg li h a d i s p o s t o (Le. 1 6 , 2 0 ) , s e c o n d o c u i ci s a r à u n a t o ta le i n v e r s i o n e di m e sse di D i o destin i t r a r i c c h i e p o v e r i n e l l ’ a ltr a v i t a . D i o n o n v u o l e q u e s t o tip o di p o v e r t à , m o l t o s p e s s o c r e a t a d a l l ’ e g o i s m o d e g li u o m i n i , e p r o m e t t e la C a m m i n o salvifico s a l v e z z a a q u esti p o v e r i 2,89 (Le. 1 , 5 3 ) r i c h i e d e n d o nel p r e s e n t e la c o l l a b o ­ r a z i o n e d e g li u o m i n i , le c u i o p e r e in f a v o r e d e g li in d ig e n ti s a r a n n o r i c o m p e n s a t e d a lui (L e . 1 4 , 1 3 ) , e r i e q u i i ì b r a n d o q u e s t a s i t u a z i o n e nel futuro. Il s e c o n d o g r u p p o (Le. 6 , z a - 2.3) si rife r is c e ai cristiani p ersegu itati y r i d o t t i in c o n d i z i o n i di m is e r ia , s im ili alle p r e c e d e n ti , p e r la lo ro c o e r e n ­ z a n ella fede. Se nel c a s o p r e c e d e n t e la c o n n o t a z i o n e t e o l o g i c a e r a n e ­ g a t i v a , p e r c h é D i o n o n d e s i d e r a q u e l l a s i t u a z i o n e , o r a in v e c e è p o s i t i v a , n o n p e r la s it u a z io n e in se s te s s a , m a p e r la c a u s a c h e 1 ha d e t e r m i n a t a , la c o e r e n z a nella fed e. In u n ’ e p o c a di p e r s e c u z i o n e c o n t r o i c r i s t i a n i , L u c a li c o n s o l a i n v i t a n d o l i a lla g i o i a , p r i m a relati v i z z a n d o i beni t e r r e n i, c h e c e r t o o f f r o n o u n a s a l v e z z a m a n o n q u e lla a s s o l u t a e p o s s o n o p e r ­ t a n t o essere s a c rific a ti se la c o e r e n z a di fede lo r ic h ie d e , p o i f a c e n d o r i f e r i m e n t o alla le g g e d e lla c o m p e n s a z i o n e ( L e . 1 6 , 2 . 5 ) , P er c u ^ c i si d e v e r a l l e g r a r e q u a n d o si v i v e in u n a s i t u a z i o n e n e g a t i v a d a l p u n t o d i v i s t a u m a n o e c ’ è d a te m e re q u a n d o ci si t r o v a in u n a s i t u a z i o n e p o s i t i v a (Le. 6 , 2 4 - 3 0 ) , p o i c h é , di f a t t o , s a r à in d ic e d ’ in fe d e ltà . P e r c i ò le p r e s e n t a z i o n i di P ie tr o tfr 1 2 ) e di P a o l o (A tti 2 8 ) n egli A l t i h a n n o un lieto fine, p e r c h e essi s o n o p e r s e g u i t a t i e in p r i g i o n e . L 'i i l r i m o g r u p p o e f o r m a t o d a c o l o r o c h e v i v o n o la p o v e r t à c o m e a u s t e r it à . Si trarrà di un v a l o r e p o s i t i v o , i n d i s p e n s a b i l e p e r tutti i d i s c e ­ p o l i , c h e d e v o n o e v i t a r e la c u p i d i g i a e di c o n f i d a r e nel d e n a r o , p e r c h é si tra tta di u n a s p e r a n z a i n g a n n e v o l e e a l i e n a n t e ( L e . 1 2 , 1 5 - 2 1 ) . C e n t r o d e l l ’ interesse del d i s c e p o l o , c h e c r e d e in D i o P a d r e , d e v ’ essere il r e g n o di D i o e n on la p r e o c c u p a z i o n e p e r i beni te rre n i, c a r a t t e r i s t i c a dei pagani (Le. 1 2 , 3 1 ) . C ’ è i n c o m p a t i b i l i t à tra il s e r v iz io di D i o e il d e n a r o [Le. 1 6 , 1 3 ) . L a s a l v e z z a p i e n a e la v e r a s i c u r e z z a si t r o v a n o nel c ie lo ; p e r c i ò d e v o n o v e n d e r e e c o n d i v i d e r e i l o r o beni c o n i m i s e r a b i l i , p e r a c c u m u l a r e in c ie lo un t e s o r o (L e . 1 2 , 3 3 - 3 4 ; 1 6 , 1 - 1 3 ) , essere r i c c h i di f r o n t e a D i o ( L e . 1 2 , 2 1 ) e o tt e n e r e la v ita e te rn a ( L e . 1 8 , 2 9 s.). In q u e s t o m o d o p o t r a n n o a s c o l t a r e la p a r o l a d i D i o (Le. 8 , 1 4 ; 1 6 , 2 7 - 3 1 ) , c o n v e r ­ tirsi ( L e . 1 8 , 2 4 - 2 7 ) , s e g u i r e G e s ù (L e . 5 , 1 1 . 2 8 ; 1 4 , 3 3 ; 1 8 , 2 . 2 s.), v i v e r e v i g i l i n e l l ’ a tte s a d e l la p a r u s i a (Le. 2 1 , 3 4 ) e ^a r n a s c e r e c o s ì u n ’ a u t e n t i c a f r a t e r n i t à c r i s t i a n a , in c u i n o n c i s i a n o b i s o g n o s i (A iti 2 , 4 4 ; 4 , 3 2 . 3 4 s.). L ' u s o c h e il d i s c e p o l o f a r à d e i b e n i te rre n i, i q u a l i in realtà s o n o c o s e m e s c h i n e , in iq u e ed e s t r a n e e , d e t e r m i n e r à il s u o a c c e s s o ai beni e s c a t o ­ l o g i c i, quelli v e r a m e n t e i m p o r t a n t i , a u t e n t ic i e p r o p r i (Le. 1 6 , 1 0 - 1 2 ) . L ’ a t t e g g i a m e n t o di L u c a di f r o n t e ai ric c h i e alle r i c c h e z z e a i u t a a c o m p r e n d e r e e a d a p p r o f o n d i r e la s u a p o s i z i o n e di fr o n t e ai p o v e r i . S e c o n d o lui, G e s ù è n e m i c o d e lla r i c c h e z z a , m a è a m i c o d e i r i c c h i , c o m e di tutti gli u o m i n i , p e r c h é tu tti s o n o s o t t o il g i o g o del p e c c a t o e n e c e s ­ s i t a n o del s u o a iu t o (Le. 5 , 3 2 ) . P e r q u e s t o egli a c c e t t a gli in viti a p r a n z o 290 L a d im en sio n e te o lo g ica riv o lti d a i ric c h i, a n z i egli s te sso si a u t o ì n v i t a ( L e . 7 , 3 6 ; 11,3 7 ; 14 ,1; 1 9 , 5 ) , d i a l o g a c o n l o r o , li a c c e t t a al p r o p r i o s e g u i t o e sì l a s c i a s e r v i r e d a lo r o (Le. 8 , 3 ) m a li s o lle c it a tutti a lla c o n v e r s i o n e ; c iò i m p l i c a la r e s t i­ t u z i o n e del m a l t o l t o e la c o n d i v i s i o n e c o n i p o v e r i d e lle p r o p r i e r i c c h e z ­ (Le. 9 , 1 - 1 0 ) . D a v a n t i a tutti a g i s c e d a p r o f e t a , p r o c l a m a n d o l i b e r a ­ m e n te la p a r o l a di D i o , s e n z a la s c ia r s i in t i m o r ir e d a l p o t e r e u m a n o (Le, ze 7 , 3 6 - 5 0 ; 1 1 , 3 7 - 5 4 ; 1 3 , 3 1 - 3 3 ; 1 4 , 1 - 2 , 4 ; 1 9 , 1 - 1 0 ) . D 'a l t r a parte è n em ico d e l la r i c c h e z z a , d e fin ita d i s o n e s t a ren d en d o lo a v a r o e sc h ia v o (Le. r 6 , n ) , p o i c h é e s s a a l ie n a T u o m o (Le. 1 2 , 1 5 ; 3 6 , 1 3 1 4 ) , i m p e d i s c e di u d ire la p a r o l a di D i o , di c o n v e r t i r s i e di s e g u i r l a , di v e g l i a r e e di a t t e n d e r e la p a r u s i a . P e r c i ò è m o l t o difficile c h e il ric c o si salvi,, b e n c h é q u a n t o è im p o s s i b i l e agli u o m i n i sia p o s s ib il e a D i o (Le. 1 8 , 2 4 - 2 7 ) , c o m e attesta la v i c e n d a di Z a c c h e o . Per L u c a , r i c c o è s i n o n i m o di c o n d a n n a t o a l l a lu c e d e lla legge d ella c o m p e n s a z i o n e . Si t r a t t a di un g i u d i z i o p r a t i c o e n o n t e o r i c o , c o m e m o s t r a il c a s o di A n a n i a e S a f f i r a (Atti 5 , 1 - 1 1 ) , o v e si a s s e r is c e che essi n o n e r a n o o b b l i g a t i né a v e n d e r e né a c o n s e g n a r e a lla c o m u n i t à il r i c a ­ v a t o d e l la v e n d i t a . D i fr o n t e a un m o n d o p a g a n o c h e id e n t ific a la s a l ­ v e z z a e la felicità n e ll’ a v e r e , L u c a s o t t o l i n e a , b a s a n d o s i s u l l 'e s p e r i e n z a , la d i f f i c o l t à c h e di fa tto c r e a n o le r ic c h e z z e p e r l’ a u t e n t i c a s a l v e z z a . In e ffe tti, i ricch i rifiu ta n o il v a n g e l o m e n t r e ì p o v e r i lo a c c o l g o n o , È q u e s t a , d u n q u e , la c o n c l u s i o n e di u n a l u n g a r ifle s s io n e su lle r ic c h e z z e . N e l l ’ A n t i c o T e s t a m e n t o le r ic c h e z z e s o n o b u o n e , p e r c h é c r e a t e d a D ì o c o m e m e z z o di r e a l i z z a z i o n e d i s p o n i b i l e a tutti. S o t t o a c c u s a n o n è T e sse re r i c c o e il p o s s e d e r e beni in a b b o n d a n z a , m a i n g i u s t a , il f o n d a r e la lo r o o rig in e la p r o p r i a r i c c h e z z a s u l T o p p r e s s i o n e dei d e b o li. L ’ a s s o l u t i z z a z i o n e del v a l o r e delle r i c c h e z z e , c o n s i d e r a t e il p r e m i o d i v i ­ n o p e r i b u o n i in q u e s t a v ita , p o s e un g r a v e p r o b l e m a r e l i g i o s o , riso lto a n z i t u t t o n e g a n d o c h e la r i c c h e z z a sta un p r e m i o e la p o v e r t à un c a s t i g o (c fr. G i o b b e ) , q u i n d i a f f e r m a n d o n e il c a r a t t e r e r e l a t i v o (cfr. [ E c c l e s i a ­ ste) e T a ld ilà c o m e la v e r a r e t r i b u z i o n e e la felicità ( S a p i e n z a ) . N e l N u o v o T e s t a m e n t o si p r o s e g u e su q u e s t a lin e a , c o n d a n n a n d o le ric c h e z z e p o s s e d u t e i n g i u s t a m e n t e (C iac. 1 , 9 - 1 1 ; 2 , 5 s .; 5 , 1 - 5 ) . L a p r i ­ m a lettera a T i m o t e o o f f r e u n ’ a ltr a p r o s p e t t i v a , p r e s e n t a n d o i p e ric o li delle ric c h e z z e in se ste sse , p e r c u i i r ic c h i d e v o n o p r e o c c u p a r s i p iù della r i c c h e z z a delle o p e r e b u o n e c h e d i q u e lla m a t e r i a l e ( 6 , 1 7 - 1 9 ) . Su q u e s t a L e .-A tti, c h e s o t t o l i n e a i p r o b l e m i g e n e r a t i d a l l e ric c h e z z e . P e r c i ò L e .-A tti e s o r t a a l P a b b a n d o n o t o ta le delle r ic c h e z z e (Le. 5 , 3 1 . 1 8 ; 1 4 , 3 3 ; 2 ,4 4 ; 4 , 3 2 . 3 4 s.37) o a lìnea s o n o a n c h e i s in o t t ic i e in p a r t i c o l a r e u n a d i s t r i b u z i o n e c o s i g e n e r o s a c h e , di fa tt o , e q u i v a l e a d i s fa r s i di tu tto (Le. 6 , 3 0 . 3 4 s.; 1 2 , 2 1 . 3 3 ) . N o n si tratta di s m e tt e r e di e sse re r ic c o o di s p o g l i a r e i ricch i p e r la re d e i m is e r a b ili dei n u o v i r ic c h i, g i a c c h é le Cammino salvifico 291 r i c c h e z z e s o n o p e r i c o l o s e p e r tutti, m a di c o n d i v i d e r e o n d e n o n v i sia m i s e r i a , di c r e a r e u n m o n d o f r a t e r n o , s e g n o d e ll a n n o di g r a z i a . Il d i s i n ­ teresse c r i s t i a n o si c a r a t t e r i z z a p e r la s u a f in a lit à , c o n v e r s i o n e , f e d e e c o n d i v i s i o n e , a d i f f e r e n z a di a ltr i c h e si b a s a n o s u l l a s c e l t a di n o n c o m ­ p lic a r s i la v i t a o su u n a v i s i o n e n e g a t i v a delle r ic c h e z z e . d) I sam aritani e le don n e Q u e s t i altri g r u p p i di e m a r g i n a t i a p p a i o n o p r iv i le g ia t i d a G e s ù . L e d o n n e r iv e s t o n o un r u o lo p a r t i c o l a r e . N e l r a c c o n t o d e l l ’ in fa n z ia le d o n n e ( M a r i a ed E l i s a b e t t a ) s o n o le d u e p r o t a g o n i s t e . L e .-A tti n o m i n a le d o n n e p iù d e g li altri a u t o r i del N . T . : G e s ù le g u a r i s c e ( L e . 8 , 4 3 - 4 8 ; 1 3 , 1 0 - 1 7 ) , le d i f e n d e ( L e . 7 , 3 6 - 5 0 ; 1 3 , 1 0 - 1 7 ) , le p e r d o n a ( L e . 7 , 3 6 - 5 0 ) , r i s u s c i t a u n a g i o v a n e ( L e . 8 , 4 9 - 5 6 ; c fr. A tti 9 , 3 6 - 3 9 ) e il fig lio di u n a v e d o v a (Le. 7 , 1 1 - 1 7 ) , e lo g i a u n ’ a ltr a v e d o v a ( 2 1 , 1 4 ) , a c c e t t a i l o r o s e r v iz i m a t e r i a l i ( L e . 8 , 1 - 3 ) . C o n t r o il c o s t u m e d e l P e p o c a , G e s ù le a m m e t t e al s u o s e g u i ­ to (Le. 8 , 1 - 3 ; 2 . 3 , 5 ^ ) e le a m m a e s t r a (Le. 1 0 , 3 8 - 4 2 ) . S o n o le p r i m e t e s t i m o n i d e lla r is u r r e z io n e e r i c e v o n o l ’ i n c a r i c o di d a r n e l ’ a n n u n c i o ai d i s c e p o li ( L e . 2 4 , 1 - 1 1 . 2 2 ) . E s s e s o n o p r e s e n t i nel g r u p p o c h e p e r s e v e r a n e lla p r e g h i e r a , a s p e t t a n d o il d o n o d e llo S p i r i t o (A tti 1 , 1 4 ) , la l o r o (A tti 6 , 1 ; 9 , 3 9 ; 1 2 , 1 2 ­ 1 7 ; 2 1 , 5 ) , a p p a i o n o tra i p r i m i c o n v e r t i t i in o g n i n u o v a c o m u n i t à (A tti 1 6 , 1 4 s.; 1 7 , 4 . 3 4 ) e c o l l a b o r a n o n e l l ’ a p o s t o l a t o (A tti 1 8 , 2 . 1 8 . 2 6 ; 2 1 , 9 ) . p r e s e n z a n e lla c o m u n i t à è n o t a t a e s p l i c i t a m e n t e T r a esse M a r i a , la m a d r e di G e s ù , riv e ste u n r u o l o p a r t i c o l a r e . I s a m a r i t a n i n o n s o n o a l t r e t t a n t o i m p o r t a n t i d e g li altri g r u p p i . R i f i u ­ t a n o G e s ù e p e r c i ò la lo r o e v a n g e l i z z a z i o n e è d e s t i n a t a a l c a m m i n o d e lla (Le. 9 , 5 2 - 5 6 ; A tti 8 , 4 - 2 5 ) ; t u t t a v i a a p p a i o n o c o m e m o d e l l i di g r a t i t u d i n e (Le. 1 7 , 1 1 - 1 9 ) e di m i s e r i c o r d i a ( 1 0 , 2 9 - 3 7 ) . ch iesa 5. L a g io ia È u n a c o n s e g u e n z a d e l la p r e s e n z a d e lla s a l v e z z a A p p a r e c o m e u n d o n o di D i o , i n s e p a r a b i l m e n t e u n ito al d o n o d e l la s a l v e z z a m e s s i a n i c a ( L e . 1 , 1 8 ) , ed è q u i n d i s e g n o d e lla s u a p r e s e n z a (Le. 1 , 4 1 . 4 4 ; 2 , 1 0 ) . L u c a lo s o t t o l i n e a nei m o m e n t i p r i n c i p a l i del c a m m i n o d i s a l v e z z a , c o m e la (Le. 1 , 1 4 - 5 8 ) e di G e s ù (Le. 2 , 1 0 ) . le o p e r e d i G e s ù ( L e . 1 3 , 1 7 ) , la s u a r i s u r r e z i o n e (Le. 2 4 , 4 1 . 5 2 ) e T e v a n g e l i z z a z i o n e dei g e n tili (A tti 1 1 , 2 3 ; 1 3 , 4 8 - 5 2 . ; 1 5 , 3 ) . E s s a si m a n i f e s t a p a r t i c o l a r m e n t e in c o l o r o c h e r i c e v o n o la s a l v e z z a ( L e . 8 , 1 3 ; 1 9 , 6 ; A tti 8 , 3 9 ; 1 3 , 4 8 . 5 2 ; 1 5 , 3 ; 1 6 , 3 4 ) , n ella v i t a c o m u n i t a r i a (A tti 2 , 4 6 ) , nel s u p e r a m e n t o d ei p r o b l e m i e c c le sia li (Atti 1 5 , 3 1 ) e n e l l a s p e r a n z a d e lla s a l v e z z a fin a le ( L e . n a s c i t a di G i o v a n n i 6 ,2 3; 1 0 , 2 0 ) . A l l o s te sso m o d o è p r e s e n t e in c o l o r o ch e c o o p e r a n o La dimensione reologica 2.92 a ll’ ap o sto la to , p re d ic a n d o (Le. 1 0 , 1 7 . 2 0 ) e su b e n d o p ersecuzio n i (Le. 6 , 2 3 ; A t ó 5 , 4 1 ) . D a l m o m e n t o c h e e v a n g e l i z z a r e c o n n o t a P id e a di d a r e u n n o t i z i a g i o i o s a , L u c a s o t t o l i n e a la p r e s e n z a d e l la g i o i a c o m e r is p o s t a (A tti 8 , 4 . 8 . 2 5 . 3 5 . 3 9 ) : è la m a n i f e s t a z i o n e te r r e n a a lla e v a n g e l i z z a z i o n e d e l la g i o i a p r e s e n te in c i e l o q u a n d o P u o m o a c c o g l i e la s a l v e z z a e t o r n a al P a d r e ( L e . 1 5 , 5 . 6 . 7 . 9 , 1 0 . 3 2 ) . 6. M aria, m o d ello n e l cam m ino p ro fetico d i salvezza L u c a è l ' a u t o r e del N u o v o T e s t a m e n t o c h e ha m a g g i o r m e n t e e l a b o r a t o le tr a d i z io n i su M a r i a , la m a d r e di G e s ù , p r e s e n t a n d o l a , in fu n z io n e d e lla p r o p r i a t e o l o g i a , c o m e m o d e l l o de! d i s c e p o l o c h e d e v e p e r c o r r e r e il c a m m i n o , r i c e v e n d o la s a l v e z z a e d a n d o n e t e s t i m o n i a n z a . A l P m i z i o del s u o c a m m i n o s ta l ’ a z io n e s a l v i f i c a di D i o e c o n e s s a la g io ia (Le. 1 , 2 8 ) . Q u e s t a p ie n e z z a di g r a z i a la t r a s f o r m a c o m p l e t a m e n t e e o r a le o f f r e u n c o m p i t o p a r t i c o l a r e , la m a t e r n i t à m e s s i a n i c a , n o n o s t a n t e la su a c o n d i z i o n e v e r g i n a l e ( L e . 1 , 3 0 - 3 5 ) , e s p r e s s i o n e di t u t t a la su a p o v e r t à di c r e a t u r a . P e r s v o l g e r e q u e s t a p a r t i c o l a r e m i s s i o n e r i c e v e r à lo S p i r i t o s a n t o , c h e r e n d e r à p o s s ib ile q u e s t a n a s c i t a , p e r c h é a D i o n ie n te è i m p o s ­ sib ile ( L e . 1 , 5 . 3 7 ; c fr. G en . 1 8 , 1 4 ) . M a r i a i m p e r s o n a la figlia di S io n , il p o p o l o di p o v e r i c h e ha r i p o s t o la p r o p r i a fe d e in D i o e a tte n d e d a lui la s a l v e z z a (S o f 3 , 1 4 - 1 7 ; G L 2 , 2 1 - 2 7 ; Z a c c . 9 , 9 ) . Q u e s t a v ie n e o ra o f f e r t a a tutti p e r s u o m e z z o . M a r i a a c c e t t a c o n il sì u m ile del p o v e r o ( L e . 1 , 3 8 ; c f r . 1 8 , 9 - 1 4 ) . Il M agnificat è e s p r e s s i o n e d e i su o i se n tim e n ti: r i s p o n d e c o n g i o i a a l l ’ in v ito alla g i o i a , a c c e t t a la m a t e r n i t à v e r g i n a l e , c h e c o n s i d e r a il r i s c a t t o d e lla su a c o n d i z i o n e di u m i l i a z i o n e e d i p o v e r t à , il t u t t o c o m p i u t o d a l D i o s a n t o e fed ele, il D i o d e lla le g g e d e lla c o m p e n ­ sazion e (Le. 1 , 4 8 . 5 1 - 5 3 ) . M a r i a si m e tte in c a m m i n o , c o m e p r o f e t e s s a , p o r t a n d o la p a r o l a d e l la s a l v e z z a e c o n essa la g i o i a di f r o n t e a lla s a l ­ v e z z a m e s s i a n i c a ; il s u o c o m p i t o c o n s i s t e r à nel s o c c o r r e r e la c u g i n a in di n e c e ssità (Le. 1 , 3 9 - 4 5 . 5 6 ) . E l l a c a m m i n a n e l l a fe d e ( L e . 1 , 4 5 ) , c o n f i d a n d o nel D ìo fed ele c h e m a n t i e n e le p r o m e s s e (Le. 1 , 5 0 - 5 4 ) , a p ­ stato p r o f o n d e n d o c o s t a n t e m e n t e il d o n o r i c e v u t o nel s u c c e d e r s i de g li e v e n ti, a v o lte o s c u r i e d o l o r o s i ( L e . 2 , 1 9 . 5 0 s.), e o p e r a n d o in c o n f o r m i t à alla p a r o l a di D i o (Le. 1 , 3 7 ; 2 , 2 2 - 2 4 . 3 9 ) . P e r q u e s t o L u c a la d e fin isc e la c r e d e n t e ( 1 , 4 5 ) e c o l e i c h e a s c o l t a e m e tte in p r a t i c a la p a r o l a di D i o ( 8 , 2 3 ; 1 1 , 2 8 ) . A l t e m p o s te sso ella p e r c o r r e il p r o p r i o c a m m i n o n ella pregh iera (Le. 1 , 4 6 - 5 5 ; A tti 1 , 1 4 ) , c a r a t t e r i z z a t o d a l l ' a z i o n e di g r a z ie e d a l l 'a s s i d u i t à , d u e q u a l i t à e v i d e n z i a t e n ella t e o l o g i a l u c a n a . Infine, c o m e d i s c e p o l a , il s u o c a m m i n o è a s s o c i a t o a q u e l l o di G e s ù e, p e r c i ò , alla m orte e risurrezione (L e. 1 , 3 4 s.). P o i c h é D i o ha c o m p i u t o in lei g r a n d i Storia del p ro b le m a 2-9 3 c o s e , r e n d e n d o l a m a d r e del S i g n o r e ( L e . 1 , 4 3 ), s a r à l o d a t a d a tutte le gen erazio n i {Le. 1 , 4 8 ) . IV ST O R IA D E L P R O B L E M A 1Z 1. P an o ram a storico L e . - A t t i è s e m p re s r a t o c o n s id e r a t o c o m e u n ’o p e r a t e o lo g ic a , a n c h e se in m a ­ n ie r e m o lt o d iv e r s e . F i n o a l x v m s e c o lo v i s i c e r c a v a l ’ in s e g n a m e n t o d i G e s ù e d e g li a p o s t o li, c o n t e n u t o in e s s a c o m e n e g li a lt r i s c r it t i d e l N . T . D a p a r t e d e i P a d r i e in s e g u i t o d e i t e o l o g i d e l l ’ e p o c a m e d i e v a l e e m o d e r n a è i m p i e g a t a c o m e l o c u s t h e o l o g i c u s d a c u i d e s u m e r e a r g o m e n t i p e r g iu s t if ic a r e la t e o lo g ia dog­ m a t ic a ; L e . e g li A t t i n o n f u r o n o p iù c o n s id e r a t i c o m e o p e r e c o n u n o s p e c if ic o co n te n u to t e o lo g ic o . N e l x v m s e c o lo J . À . B e n g e l e J . D . M i c h a e lis in t u ir o n o q u e s t a p r o s p e t t iv a e s o t t o lin e a r o n o l ’o p e r a d e llo S p ir it o s a n t o , m a s o lt a n t o a p a r t ir e d a l P ì l l u m i n i s m o s ’im p o s e q u e s t o m o d o d i v e d e r e c h e d u r a f in o a i n o s t r i g io r n i. C o m e n e l p e r io d o p r e c e d e n t e , L e . e A t t i f u r o n o u s a t i in d ip e n d e n t e m e n ­ te n e l l a t e o l o g i a , a n c h e o r a , in u n p r i m o m o m e n t o , l i s i c o n s i d e r a i n d i p e n d e n ­ t e m e n te c o m e o p e r e t e o lo g ic h e , p e r e s a m in a r n e l ’ u n it à t e o lo g ic a in u n s e c o n d o m o m e n to . La s c u o l a d i T u b i n g a i n a u g u r ò la c o r r e n t e l i b e r a l e c o n i l p e r i o d o d e l l a t e o ­ l o g i a t e n d e n z i o s a c h e , in v a r i m o d i , s c o r g e i n L e . - A t t i u n a c r e a z io n e t e o lo g ic a d e s t in a t a a g iu s t if ic a r e e a f a v o r ir e u n a d e t e r m in a t a s it u a z io n e e c c le s ia le ; e s s a f a ls if ic a c o s ì c o s c ie n t e m e n t e il p a s s a t o . S e c o n d o B a u r , L e . è u n ’ o p e r a t e o lo g ic a c h e r i p r e n d e i l p u n t o d i v i s t a p a o l i n o e g l i A t t i r i f l e t t o n o la s i n t e s i t r a p a o l i n i s m o e g i u d e o c r i s t i a n e s i m o c o m p i u t a s i a l l a m e t à d e l 11 s e c o l o ; s e c o n d o S c h r a d e r , g l i A t t i r i s p e c c h i a n o la t e o l o g i a d e l n s e c o l o , i n c u i s i a t t a c c a I o g n o s t i c i s m o e le c o m u n i t à e t n i c o c r i s t i a n e , d o t a t e d i u n a v a s t a o r g a n i z z a z i o n e , e s i d i f e n d o n o le c o m u n i t à g i u d a i c h e , p i u g e r a r c h i z z a t e ; p e r B a u e r , la t e o l o g i a d i A t t i è i l c a t t o ­ l i c e s i m o , f r u t t o d e l l o s v i l u p p o d e l l o s p i r i t o c o n s e r v a t o r e o g i u d a i c o a l l ’m t e r n o d e l c r is t ia n e s im o g e n t ile ; s im ilm e n t e p e r O v e r b e c k g li A t t i e s p o n g o n o la t e o lo g ia a e s s i c o n t e m p o r a n e a , il p r o t o c a t t o lic e s im o , p r o ie t t a n d o la n e l p a s s a t o , n o n g ià n e l l ’i n t e n t o d i f a l s i f i c a r l o s c i e n t e m e n t e , m a p e r i g n o r a n z a d e l p a s s a t o . N e l XX s e c o l o p e r d u r a q u e s t a c o n c e z i o n e t e o l o g i c a n o n s t o r i c a , a n c h e s e s i a b b a n d o n a l ’ id e a d e l f a l s o t e n d e n z i o s o a v a n t a g g i o d i u n a s p i e g a z i o n e c h e r i c o r ­ re a lla m a n c a n z a d in f o r m a z io n e ( c f r . J i ilic h e r ) ; u n a lt r o g r u p p o , c o m p r e n d e n t e R e n a n e v a n M a n e n , c o n s i d e r a la t e o l o g i a c o m e u n a l t r o t i p o d ì a p o l o g e t i c a , m a s e m p r e p r iv a d i fo n d a m e n t o s t o r ic o . U n ’ a l t r a c o r r e n t e , m o d e r a t a , h a in c o m u n e c o n la t e o l o g i a t e n d e n z i o s a l ’ a c ­ c e t t a z i o n e d e l l ’ id e a c h e A t t i è u n ’ o p e r a t e o l o g i c a , m a q u e s t a t e o l o g i a n o n è p u r a e s e m p l i c e c r e a z i o n e e s s e n d o b a s a t a s u l l a s t o r i a r e a l e . A n c h e in q u e s t o c a s o le s p ie g a z io n i p a r t ic o la r i s o n o d iv e r s e . P e r S c h n e c k e n b u r g e r l ’o p e r a in t e n d e d if e n ­ d e re P a o lo ; p e r M e y e r la t e o lo g ia d i L e . - A t t i è d e s t in a t a a lla f o r m a z io n e c r is t ia ­ n a d i T e o f i l o ; s e c o n d o H a r n a c k e s s a p r e s e n t a s t o r i c a m e n t e la f o r z a d e l l o S p i r i t o iz . Cfr. quanto detto nel capitolo precedente sulla storicità di Atti. 2.94 La dimensione reologica d i G e s ù s u g li a p o s t o li. S u q u e s ta lin e a s i c o llo c a n o ì c o n t r ib u t i p iù im p o r t a n t i d e g li s t u d io s i b r it a n n ic i d i q u e s t ’e p o c a , c o m e T . E . P a g e , R J . K n o w lin g , R . B . Kackham e l ’ a m e r i c a n o À . C . M c G i f f e r t , c h e v e d e n e i d i s c o r s i la t e o l o g i a d e l l a c h ie s a d i G e r u s a le m m e . Q u e s t a c o r r e n t e t e o lo g ic o - s t o r ic a si u n is c e n e l x x s e c o lo a q u e lla c o n s e r v a t r ic e e in e s sa s i o f f r o n o d iv e r s e p r e s e n t a z io n i d e lla t e o lo g ia lu c a n a , c o m e q u e lla a p o lo g e t ic a , e s p o s ta d a J . W e is s , P f le id e r c r , W e iz s à c k e r , von Soden, W en d t e Z a h n , A p a r t ir e d a C a d b u r y , c h e s o t t o lin e ò l ’u n it à s e m p r e p i ù la t e o l o g ì a d i Le.-Atti di Le.-Atti, s 'in iz ia a s t u d ia r e s o t t o u n p r o f i l o u n i t a r i o . L e c o r r e n t i s o n o le s te s s e g ià r ic o r d a t e , lib e r a le e c o n s e r v a t r ic e . L a c o r r e n t e lib e r a le e r a p p r e s e n t a t a d a C a d b u r y in The Begìnnìngs of Christianity i v e p a r t ic o la r m e n t e d a D ib e liu s , c h e c o n s id e r a i d is c o r s i lib e r e c r e a z io n i d i L u c a , f o n d a t e s u lla t e o lo g ia c r is t ia n a e il p e n s i e r o e l l e n i s t i c o . Q u e s t a p o s i z i o n e e s e r c i t e r à g r a n d e i n f l u e n z a s u l l a s c o r i a d e lla r e d a z io n e . N e lla Le. Atti lin e a c o n s e r v a t r ic e , v o n B a e r, d a l ca n to u n a t e o lo g ìa d e llo S p ir it o e B . G a r t n e r d if e n d e , c o n t r o D i b e liu s , il c a ­ r a t t e r e in s ie m e t e o lo g ic o e s t o r ic o d e i d is c o r s i d i z. Con s u o , s c o p r e in Atti. L a storia d ella redazion e la s t o r i a d e l l a r e d a z i o n e s ’ i m p o n e p i e n a m e n t e 1 la v i s i o n e d i Le.-Atti com e o p e r a t e o lo g ic a . N e g li a n n i *50 g l i i n i z ia t o r i d i q u e s t o m o v im e n t o , V ie lh a u e r , C o n z e lm a n n e H a e n c h e n , v e d o n o in Le.-Atti u n ’o p e r a c h e r a p p r e s e n t a i l p r o t o ­ c a t t o l i c e s i m o in c u i i l m e s s a g g i o e s c a t o l o g i c o d e l c r i s t i a n e s i m o p r i m i t i v o v i e n e d ilu it o e t r a s fo r m a t o p r iv a in s t o r ia d e lla s a lv e z z a p re s e n ta ta in u n a g r a n d e s in t e s i d i v a lo r e s t o r ic o . a) Ph. V ielh a u er I n p a r t i c o l a r e p e r V i e l h a u e r , la t e o l o g ì a d i Atti e a n t ip a o lin a , p o ic h é c o n t r a d d ic e q u e l l a d e l le le t t e r e d i P a o l o n e l l a c r i s t o l o g i a e n e l la s o t e r i o l o g i a ; i n Atti, ad esem ­ p i o , P a o l o s i d i f f e r e n z i a d a i g i u d e i s o l t a n t o n e l P a c c e t t a z i o n e d e l m e s s ia ( c f r , i l v o t o d i n a z n e a t o , la c i r c o n c i s i o n e d i T i m o t e o ) ; la c r i s t o l o g i a d e i d i s c o r s i d ì Atti è q u e lla d e lla c h ie s a p r im it iv a s e n z a r if e r im e n t o a lla p r e e s is t e n z a d i C r i s t o , r a n t o im p o r ­ t a n t e p e r P a o l o ; n e l l a s o t e r i o l o g i a la s a l v e z z a è v i n c o l a t a s o l o a l l a r i s u r r e z i o n e d i G e s ù , la c r o c e n o n è c e n t r a l e n é h a s i g n i f i c a t o s o t e r i o l o g i c o : la c r o c i f i s s i o n e f u u n e r r o r e g i u d i z i a r i o e u n p e c c a t o d e i g i u d e i ; g i i A t r i , i n f i n e , n o n h a n n o u n ’e s c a t o l o ­ g i a o q u a n t o m e n o e s s a n o n h a m o l t a i m p o r t a n z a p e r l ’a u t o r e : è s t a t a r i m o s s a d a l l a p o s i z i o n e c e n t r a l e r i c o n o s c i u t a l e d a P a o l o e d a t u t t a la c h i e s a a n t i c a e m e s s a a l l a f in e e t r a s f o r m a t a in u n t r a t t a t o s u l l e c o s e u l t i m e . A l s u o p o s t o Le. Atti pone una t e o lo g ìa d e lla s t o r t a , P id e a d i u n p r o c e s s o s t o r ic o d ì r e d e n z io n e c o n t in u a , in c u i la p a r u s i a è s t a t a r e le g a t a in u n f u t u r o r e m o t o , m e n t r e la c h i e s a a f f o n d a le p r o p r i e r a d ic i n e lla s t o n a e si p r e p a r a a u n lu n g o p e r io d o d i e s is t e n z a e d i e s p a n s io n e , l u t t o c i ò è p r o t o c a t t o l i c e s i m o . L ’e s i s t e n z a s t e s s a d e g l i A t t i s e g n a la d i f f e r e n z a t r a q u e s t a g e n e r a z i o n e e la p r e c e d e n t e , n o n i n t e r e s s a t a a s c r i v e r e la p r o p r i a s t o r i a . Q u e s t e o p i n i o n i h a n n o g o d u t o d i u n ’a m p i a i n f l u e n z a ( c f r . H a e n c h e n , C o n z e l m a n n , G , K le in , W . M a r x s e n , E . K à s e m a n n , E . G r à s s e r e, p a r z ia lm e n t e , W .G . K u m m e l) . b) H . C on zelm an n - E . H aen ch en C o n z e lm a n n , p e r p a t t e s u a , p r e s t a m a g g io r e a t t e n z io n e a l v a n g e lo r is p e t t o a g li A t t i , p o i c h é r i t i e n e c h e in q u e s t i i t e m i n o n s i a n o s v i l u p p a t i c o n la s t e s s a e s t e n ­ s io n e . A s u o a v v is o , F a u t o r e d i L e .- A t t i n o n è u n c o m p a g n o d i P a o lo , m a u n m e m b r o d e lla t e r z a g e n e r a z io n e c h e g u a r d a a l p a s s a t o c o m e i n i z i o [ a r c h e ) u n ic o e i r r i p e t i b i l e e a v v e r t e i l r i t a r d o d e l l a p a r u s i a ; p e r g i u s t i f i c a r e t a le s i t u a z i o n e c r e a u n a r e o l o g i a d e l l a s t o r i a d e l l a s a l v e z z a in c u i s o s t i e n e c h e , p r i m a d e l l a p a r u s i a , v i s a r à u n lu n g o p e r io d o d i s t o r ia d e lla c h ie s a ; q u e s t o n o n è u n s e m p lic e t e m p o d i a tte sa , è u n a ta p p a a l l ’in t e r n o d e l p ia n o a g is c e n e l m o n d o p e r m e z z o d e lla c h ie s a . L a d iv in o d e lla s a l v e z z a , in c u i D i o p a r u s ia è c o s ì m a n t e n u t a , m a r e ­ le g a t a in u n f u t u r o r e m o t o . L a s t o r i a c o m p r e n d e t r e p e r i o d i : q u e l l o d ’ I s r a e l e , c h e s i c o n c lu d e c o n G i o v a n n i B a t t is t a , q u e llo d e l m in is t e r o d i G e s ù e il t e m p o d e lla c h i e s a , t r a l ’ a s c e n s i o n e e la p a r u s i a . I l c e n t r o d e i t e m p o è i l r e m p o d e l m i n i s t e r o te r r e n o d i G e s ù e c o r r is p o n d e a l v a n g e lo d i L u c a . Il v a n g e lo , c h e o r ig in a r ia m e n t e e ra k e r y g m a , si tra s fo rm a in f in e , c o n d iv id e in f r a m m e n t o d i s t o r ia , e v e n to p a s s a t o . H a e n c h e n , m o lt i d i q u e s t i p u n t i: g li A t t i n o n r a p p r e s e n r a n o la t e o l o g i a d e lla c h ie s a p r im it iv a , m a r if le t t o n o il p r o t o c a t t o lic e s im o d e l l’e p o c a d e ll'a u t o r e . c) R ea zio n i D o p o u n ’ a c c o g l i e n z a c a l o r o s a , la p o s i z i o n e d i q u e s t i a u t o r i , d i C o n z e l m a n n in p a r t ic o la r e , p r o v o c ò u n a m p io d ib a t t it o c h e r im is e t u t t o in d is c u s s io n e : il s u o g i u d i z i o s u l m o d o in c u i L e . i m p i e g a M e . in f u n z i o n e d e l l a p r o p r i a v i s i o n e t e ­ o lo g ic a , p o ic h é m o lt i e s e m p i a lle g a t i n o n s o n o m u t a m e n t i t e o lo g ic i m a s t ilìs t ic i; la n o v i t à d e l t e m a d e l c a m m i n o , g i à p r e s e n t e in M e . ; a l l o s t e s s o m o d o , è p r o ­ b a b ilm e n t e c o r r e t t o a f f e r m a r e c h e L e . - A t t i è p iu c o n s a p e v o le d i M e . d e l p o s t o d e lla c h ie s a n e lla s t o r ia d e lla r e d e n z io n e , m a c iò n o n s ig n if ic a c h e L u c a in v e n t a t o l'id e a d i s t o r ia d e lla s a lv e z z a , g ià p re se n te in G e s ù e in a b b ia P a o l o ; 13*1 5 la d i v i s i o n e t r i p a r t i t a d i q u e s t a s t o r i a è f o r z a t a c a r t i f i c i a l e ; 1"1 la c o n c e z i o n e d e l l ’ a t ­ te s a d e lla p a r u s ia im m in e n t e d a p a r t e d i G e s ù e d e lla p r im a g e n e r a z io n e c r is t ia n a è u n ila t e r a le , p o ic h é ig n o r a u n a s e r ie d i te s ti d i G e s ù e d ì P a o lo c h e im p lic a n o , t r a la r i s u r r e z i o n e e la p a r u s i a , u n a d u r a t a d i t e m p o i n d e f i n i t o . ' $ 13. H, Flender, H e i ! a n d G e s c h i c h t e in d e r T h é o l o g i e d e s L u k a s si oppone alla concezione unilaterale della stona della salvezza, che considera superficiale, rispetto alla maggiore complessità della teologia lucana; critica del pari la divisione tripartita, il concetto di parusia e il giudizio negativo espresso dalla scuola di Bultmann sulla teologia lucana. [4. W.C. Robinson jj\, T h e W a y o f t h è L o r d critica la divisione rigida tra il ministero di Giovanni e quello dì Gesù e altri punti minori; rileva positivamente il tema del cammino del Signore. Secondo Bo Reicke, T h e R is e t i L o r d a n d h ts C h u r c h . T h e T h e o l o g y o f À c t s : Interpretation 13 (1953) 156-159, il Signore risotto è il vero protagonista del viaggio degli Atti, in cui si narra come continuò la sua attività per mezzo degli apostoli, 15. Secondo À.C, Winn, E l u s i v e M y s t e r y . T h e P t t r p o s e o f A c t s : Interpretation 13 (1959) 144 -156, e nel suo commento, e J. Dupont, L a s a lv e z z a d e i g e n t i l i e i l s i g n i f i c a t o t e o lo g i c o d e l l ib r o d e g li A t t i , in S t u d i s u g li A t t i d e g li A p o s t o l i , Roma 1 9 7 1 , 669-715 (ed. or. i960), il problema fondamentale non è il ritardo della parusia, ma il rifiuto del vangelo da parte d’ Israele, popolo eletto da Dio, e il suo accoglimento da parte dei gentili. 3. G li u ltim i du e decen n i s ì p o s s o n o d e f in it e « l ’e p o c a d e l t r io n f o d i L u c a t e o lo g o » ( G a s q u e ) / ' p o ic h é t u t ti c o n d i v i d o n o q u e s t ’ id e a a n c h e s e n o n t u t t i la v e d o n o n e l l o s t e s s o m o d o e a t t r i ­ b u is c o n o m a g g io r e o m in o r e im p o r t a n z a a ll a s t o r ia e a lla c r e a t iv it à le t t e r a r ia , S i a v v e r t e l ' e s i g e n z a d i m o n o g r a f i e , c h e s i s o n o m o l t i p l i c a t e , in c u i s o n o s t a t i s t u d i a t i la m a g g i o r p a r t e d e g l i a s p e t t i d e l l a t e o l o g ì a l u c a n a . T r a le d i v e r s e p r ò s p e t t iv e c h e s i o f f r o n o a) v a n n o s e g n a la t e : D io II D i o f e d e le è i l p r o t a g o n i s t a e i l c e n t r o d e l l a s t o r i a d e l l a s a l v e z z a ( R . J . K a r r i s ) ; L c . - A t t i d e s c r ìv e i l p ia n o d e lla v is it a d i D i o , c h e v ie n e a p r e n d e r s i c u r a d e l s u o p o p o lo ( E . R i c h a r d ) ; c o lu i c h e s a lv a n e l l'A n t ic o T e s t a m e n t o è il m e d e s im o c h e o ra a g is c e ; L u c a , p e r t a n t o , u n is c e Is r a e ie - G e s u - c h ìe s a e r ic o r r e a lla d ia le t t ic a p r o m e s s a - c o m p i m e n t o ( R . O ’T o o l e ) . b) iSoteriologia L a s a lv e z z a , c h e g iu n g e lu c a n a c) a i g e n t ili, a p p a r e s p e s s o c o m e il c e n t r o d e lla t e o lo g ia (D u p o n t , M a r s h a ll, D ò m e r ). L a cristologia è centrale p er V interpretazione d i L c .-A ttì (R ich ard), p o ich é G esù è nel cuore della teologia lucana D i o a t t u a il p r o p r i o p i a n o d i s a l v e z z a m e d i a n t e G e s ù . M o l t i s t u d i r e c e n t i h a n n o in s is t it o su a lc u n i a s p e t t i d e lla c r is t o lo g ia d e l v a n g e lo , c o m e p ro fe ta , se rv o , t e s t im o n e , m a r t ir e , m a h a n n o t r a s c u r a t o q u e lla d e g li A t t i, in c u i a p p a r e c o m e m e s s ia / C r is t o , f ig lio d i D a v id e , S ig n o r e , f ig lio d i D i o , s e r v o d e l S ig n o r e , p r o fe ta c o m e M o s è , f i g l i o d e l l ’ u o m o , il s a n t o e g i u s t o . D e l p a r i a l t r i s t u d i , c o n r r o la t e s i d i V ie lh a u e r , p r e s e n t a n o la m o r t e d i G e s ù c o m e a t t o d i r e d e n z io n e ( A . B u c h e je , A . G e o rg e , J .B . G re e n , R .J . K a r r is , J T I . d) N e y re y , J.B , T y s o n ). A n ch e l’ecclesiolo gia riveste g ra n d e im portanza F . W . D a n k e r r ia s s u m e c le s io lo g ia la t e o l o g i a d i L u c a e l ’e c c le s io lo g ia a f f e r m a n d o c h e la c r i s t o l o g i a e e c ­ è c r i s t o l o g i a , p o i c h é la c o m u n i t à e i s u o i d i r i g e n t i s o n o il l u o g o d e l l ’ a z i o n e d i D i o , il p r o t a g o n i s r a , p e r m e z z o d e l l o S p i r i t o . R a s c o r i a s s u m e l ’ e c c l e s i o l o g i a c o n la f o r m u l a d e l l ’ u n i t à n e l l a d i v e r s i t à ; D u p o n t p r e n d e in e s a m e c o m e t a n t o I s r a e l e q u a n t o la c h i e s a s i a n o p o p o l o d i D i o . 16 . A Fruìtfut F/eld Recent Stndy of thè Acts of thè Apostles: Interpreta tiun 42. (1588) 117-131. P neu m atotogia e) M o l t i h a n n o s o t t o l i n e a t o c h e i l d o n o d e l l o S p i r i t o s a n t o è la c h i a v e d e l l ’ a z i o n e d e l l a c h i e s a , i l s e g r e t o d e l l a s u a c r e s c i t a e d e l s u o s u c c e s s o . P e r c i ò l ’e c c l e s i o l o g i a non è s o lo c r is t o c e n t r ic a ma a n c h e c a r is m a t ic a . C o n t r a r ia m e n t e a q u a n to di s o lit o s i a f f e r m a , l ’a u t o r it à n o n r is ie d e n é n e i d o d ic i n é n e i d e le g a t i d i G e r u s a ­ l e m m e , m a n e l l o S p i r i t o s a n t o , i l q u a l e g a r a n t i s c e la c o n t i n u i t à d e l l a c h i e s a r i ­ sp e tto a G e s ù e d è fo n t e d e lla v it a lit à e s is t e p e r s e s t e s s a c o m p ie p er m ezzo d e lla m is s io n e c r is t ia n a : m a p e r il m o n d o , p e r e s s e re t e s t im o n e d ì G e s ù . P e r q u e s t o g li A tti m o stra n o la c h i e s a n o n d i q u e llo sca rso ch e D io in t e r e s s e p e r l ’ e c c l e s i o l o g i a in s e s t e s s a ; l ’ a c c e n t o è p o s t o s u l l o s v i l u p p o d e l l a c h i e s a a t t r a v e r ­ s o la p r o c l a m a z i o n e d e l l a p a r o l a . L u c a p r e s e n t a q u e s t a e c c l e s i o l o g i a c o n e p i s o d i d e lP a t t iv it à d e llo S p ir it o p e r m e z z o d i p e r s o n a g g i f o n d a m e n t a li: P ie t r o , P a o lo , S te fa n o e F ilip p o . V. PRO BLEM I APERTI: I M IR A C O L I IN L C . ' A T T I 178 1 L u c a a t t r i b u i s c e g r a n d e i m p o r t a n z a al m i r a c o l o d a u n d u p l i c e p u n t o di M c .y c o n s i d e r a il m i r a c o l o c o m e u n e l e m e n t o c o s t i t u t i v o d e l la s a l v e z z a p o r t a t a d a G e s ù (Le, i i , z o ) e p r o ­ v is ta . Il p r i m o , c o m u n e a n c h e a c l a m a t a d a l l a c h ie s a . G e s ù e gli a p o s t o l i c o m p i o n o u n a s e n e di s e g n i c h e r e n d o n o m a n i f e s t a cd e v id e n t e la p r e s e n z a d e l r e g n o dì D i o : c fr. le se rie L e . 7 , 1 - 4 9 e 8 , 2 2 . - 5 6 e i s o m m a r i d e g li A t t i ( 2 , 4 3 ; 5 , 1 2 , . r 5 $.). I m i r a c o l i s o n o s t r e t t a m e n t e c o l l e g a t i c o n le p a r o l e c h e p r o c l a m a n o q u e s t a s a l v e z ­ za, m a in g e n e r e v ie n e s o t t o l i n e a t a ( ' i m p o r t a n z a del m i r a c o l o o d el s e g n o al p u n t o c h e la p a r o l a a p p a r e s p e s s o c o m e s p i e g a z i o n e del s e g n o . C o sì, second o Le. 1 0 , 9 , i d i s c e p o l i in v ia ti in m i s s i o n e d e v o n o p r i m a g u a r i r e gli in fe r m i che t r o v a n o n ella c a s a e p o i p r o c l a m a r e r a v v i c i n a r s i del r e g n o di D i o , c o m e s p i e g a z i o n e del s e g n o c o m p i u t o . S e g u e n d o q u e ­ sta n o r m a , n egli A t t i i d i v e r s i d i s c o r s i k e r y g m a t i c i a p p a i o n o c o m e s p i e ­ g a z i o n e d e l P a z i o a e di D i o o dei d i s c e p o l i : z , i 4 ss. s p i e g a il d o n o di P e n t e c o s t e ; 3 , 1 2 . ss. e 4 , 8 ss. s p i e g a n o la g u a r i g i o n e del p a r a l i t i c o ; 1 4 , 1 5 ss. la g u a r i g i o n e d e llo s t o r p i o , jH Il s e c o n d o a s p e t t o è p r o p r i o di L c .-A tti e c o n s is t e nel p r e s e n t a r e i m i r a c o l i c o m e segni di m a n i f e s t a z i o n e d e lla p r e s e n z a di D i o , c h e in 17. B. Prete, L ’o p e r o dì 426-45x3 A. Scaglioni, / r a c c o n t i d e i m ir a c o t i n e g li A t t i d e g li A p o s t o l i e il l o r o s ig n i f i c a t o t e o l o g i c o , Cremona 1987; Paul J. Achtetneier, T h e L u k a n P e r s p e c t i v e o n th è M i r a c l e s o f J e s u s . A Predirti in a r y S k e t c h , in C.H, Talbert (ed.), P e r s p e c t iv e s o n L u k e - A c t s , 1 5 3 - 1 6 7 . Luca, 18. In altri casi il discorso .spiega un fatto che non ha carattere di miracolo, bens' di segno: 5,Z9 spiega la disobbedienza alla proibizione di parlare; 10,34 ss. Pingiesso di Pietro nella casa di un gentile; 1 7 ,z i ss. la presenza dell’ altare al dio ignoto. 298 La dimensione teologica q u e s t o m o d o c o n f e r m a i suoi in v ia ti e d irig e la s t o r i a d e lla s a l v e z z a nelle sue v a r i e t a p p e c o n f e r e n d o lo r o u nità . G e s ù a p p a r e d o t a t o di u n a f o r z a (L e. 5 , 1 7 ; 6 , 1 9 ) , a c o m p i e ­ re i « s e g n i e p r o d i g i » a n n u n c i a t i d a G i o e l e p e r i te m p i e s c a t o l o g i c i (Atti 2 , 1 9 ) e, d u n q u e , c o m e l’ a c c r e d i t a t o d a D i o (A tti 2,2,2,); a n c h e i d i s c e p o l i c o m p i o n o q u e sti « s e g n i e p r o d i g i » e lo f a n n o « n e l n o m e di G e s ù » {A tti d i v i n a c h e lo s p in g e c o n t i n u a m e n t e a g u a r i r e 3 - 5 ) a p p a r e n d o c o s ì c o m e t e s t i m o n i , c o n t i n u a t o r i e s e r v i t o r i d e lla s u a o p e r a e c o n f e r m a t i d a D i o : c fr. gli a p o s t o l i (Atti 2 , 4 3 ; 5 , 1 2 ) , S t e f a n o ( 6 , 8 ) , M o s è , fig u r a t i p o l o g i c a di G e s ù ( 7 , 3 6 ) . A l l o s t e s s o m o d o , s e c o n d o A tti 1 1 , 2 1 , « la i n a n o del S i g n o r e e r a c o n l o r o ( P a o l o e B a r n a b a ) e fu g r a n d e il n u m e r o di c o l o r o c h e c r e d e t t e r o e si c o n v e r t i r o n o al S i g n o r e » , I m i r a c o l i di P a o l o , n a r r a t i s u b it o d o p o , c o n f e r m a n o nel s u o a g ir e la p r e s e n z a di D i o , c h e è p a r t e i n te g r a n t e d e llo s t e s s o c a m m i n o s a lv ific o di G esù. U n a s f u m a t u r a dei r a c c o n t i t a u m a t u r g i c i d e g li A t t i è la p r e s e n z a delP e l e m e n t o m e r a v i g l i o s o , c h e a p p a r e in d i v e r s i m o d i , tutti al s e r v iz io d e l P a f f e r m a z i o n e s e c o n d o c u i D i o d irig e la s t o r i a . C o s ì 1 r a c c o n t i di m i r a c o l i veri e p r o p r i (A tti 5 , 1 7 - z o ; 1 2 , 1 - 9 ; J 6 , 2 - 5 - 3 4 ) c e r c a n o di p r e ­ s e n t a r e c o n i m m a g i n i c o n c r e t e l ’ id ea c h e D i o d i r i g e l ’ e v a n g e l i z z a z i o n e ed essa a v a n z a m a l g r a d o tutti gli o s t a c o l i . L a s te s s a f u n z i o n e h a n n o i (Atti 5 , 1 - 1 1 ; 1 3 , 1 0 - 1 2 ; 1 9 , 1 3 - 2 0 ) . I d e tta g li m e r a v i ­ g lio si (cfr. 1Jo m b r a di P ie t r o : A tti 5 , 1 5 ; i fa z z o le t t i o i g r e m b i u l i di P a o lo : m i r a c o l i di c a s t i g o 19 ,12 ) m ira n o a presentare i due p erso n aggi m entre a d e m p io n o un i n c a r i c o s p e c i a l e , c o n f e r m a t o d a D i o , e p e r c i ò m o s t r a n o la s u p e r i o r i t à delle o p e r e de g li a p o s t o l i , di P a o l o e de g li e v a n g e lis t i su m a g h i e sim ili, s e c o n d o le c r e d e n z e s u p e r s t i z i o s e d e l l ’ e p o c a (Atti 1 3 , 8 - 1 2 ; 1 6 , 1 6 - 1 8 ; 2 8 , 3 - 6 ) . L a p r e s e n z a nel r a c c o n t o di altri e le m e n ti s o p r a n n a t u r a l i , c o m e le a p p a r i z i o n i di a n g e li, le v o c i c e le sti, a p p a r i z i o n i , v i s i o n i , p a r o l e d e llo S p i n t o , v u o l e e s p r i m e r e la stessa v e r ità : D i o g u i d a la s t o r i a . 1!> In re a ltà in L c .-A tti n o n è c h i a r a la d i s t in z io n e tra il m i r a c o l o in s e n s o s tre tto e il f e n o m e n o p r o d i g i o s o s o p r a n n a t u r a l e o n a t u r a l e , c o n f u s i o n e i m p u t a ­ bile p r o b a b i l m e n t e d a l l 'i d e n t i c a f u n z i o n e c h e tutti c o n d i v i d o n o nell e c o ­ n o m i a del r a c c o n t o . Si tra tta di un u s o a n a l o g o a q u e l l o r i s c o n t r a b i l e n ella s t o r i a d e u t e r o n o m i s t a , in q u e l l a s a c e r d o t a l e e in 2 M acc. n e l P A n - tico T e s t a m e n t o , u s o c h e p u ò a v e r s u b it o l ’ in flu s s o del c o n t e s t o c u l t u ­ ra le e lle n is tic o in c u i L u c a s c r iv e e c h e p o t è a s s i m i l a r e a fini di p r o p a ­ g a n d a r e lig io s a . M a a l l ’ in te rn o dì q u e s t a c o n f u s i o n e si p o s s o n o d i s t i n ­ g u e r e in L e .-A tti d u e c la s s i d i p r o d i g i in s e n s o l a t o : q u e lli d e s i g n a b i l i c o m e o r i g i n a n t i , q u a l i le a p p a r i z i o n i d el R i s o r t o , e a ltri, o r i g i n a t i , c h e 19. Cfr. A. George, Les Anges, in Etudes sur i'oeuvre de Lue, 177 ; B, Prete, ap. cit.^ 43 i n. 18. Orientamento bibliografico Z99 r i v e l a n o la p r e s e n z a del R i s o r t o e d e llo S p i r i t o . L e a p p a r i z i o n i de! R i s o r ­ A tti 1 , 1 - 1 1 ; P a o l o : A tti 9 , 1 ­ 9 ; c fr. le rip e tiz io n i nei m o m e n t i sa lien ti d e l la n a r r a z i o n e : A tti 1 8 , 9 ; to ai d o d i c i e a P a o l o ( d o d ic i: L e . 1 4 , 3 6 ss.; X 3 , n ) e la P e n t e c o s t e n o n s o n o v e r i e p r o p r i m i r a c o l i in s e n s o s t r e t t o , m a m a n i f e s t a z i o n i s o p r a n n a t u r a l i le q u a l i m o s t r a n o c h e D i o , p e r m e z z o di C r i s t o e d e llo S p i r i t o , c o n f e r i s c e un i m p u l s o e ff ic a c e alla s t o n a d e lla s a l v e z z a ; il r e s to dei m i r a c o l i e d e i p r o d i g i , c h e si c o m p i o n o nel c o r s o di tu tto il c a m m i n o , m a n i f e s t a c o m e la f o r z a di C r i s t o e d e llo S p i r i t o g u i d a v e r a m e n t e il c a m m i n o . VI. O R IE N TA M E N TO B I B L IO G R A F IC O P e r a p p r o f o n d i r e il d i b a t t i t o a t t u a l e s u l l a t e o l o g i a d i L u c a , s o n o d a s e g n a l a r e d u e o p e r e : E . R a s c o , L a t e o l o g i a d e L u c a s y in d u e p a r t i : n e l l a p r i m a s i o f f r e u n a buona s in t e s i s t o r ic a d e l p r o b le m a , n e lla s e c o n d a v ie n e p re se n ta ta la s ìn t e s i t e o lo g ic a d e ll'a u t o r e ; l'a lt r a è il c o m m e n t o d i [ .A , F it z m y e r , T h e G o s p e l A c c o r d i n g to L u k e ( I - I X ) , N e w Y o rk 1 9 8 2 ,, c h e d e d i c a a q u e s t o t e m a l ’ u l t i m o c a p i t o l o d e l v o i . 1 ( p p . 1 4 3 - 2 , 5 8 ) . S a r à i n o l t r e a s s a i p r o f i c u a la l e t t u r a d e l l ' o p e r a B o v o n , L u e le T h é o l o g i e n , d e l l a q u a l e e s is t e la t r a d u z i o n e di F. i n g l e s e e in c u i i l le t t o r e t r o v e r à u n a s in t e s i s u d d iv is a p e r a r g o m e n t i d i t u t t o q u a n t o è s t a t o p u b ­ b lic a t o n e g li u lt im i a n n i. C ap ìto lo xi Aspetti storici E s a m i n a t i gli aspetti letterari e te o lo g ic i di L c . - A t / i , in q u e s t ’ u ltim o c a p i ­ to lo si s t u d ia n o q u elli sto rici, in p a r t ic o l a r e (i) i d i v e r s i aspetti co lle g a ti c o n l ’ o rig in e e la finalità d e l l’ o p e r a (a u to r e , e p o c a , d e s tin a ta ri, s c o p o , fonti), (ri) la storia d e lla r ic e r c a ; infine si p r o p o n g o n o a l c u n e p e r c o r s i per in tr o d u r s i a ll’ esegesi l u c a n a ( h i ) e u n a b i b l i o g r a f i a g e n e r a le ( i v e v ) . I. O RIGINE E F IN A L IT À D E L L ’ OPERA r. L ’au tore L e. e A tti s o n o o p e r e c o n c e p i t e e sc ritte al s e r v i z i o d e lla c o m u n i t à c r i ­ s t i a n a e q u in d i m o l t o p r o b a b i l m e n t e f u r o n o p u b b l i c a t e c o m e o p e r e a n o ­ n im e . Q u a n d o nel 11 s e c o l o si a n d a r o n o r a c c o g l i e n d o i d i v e r s i scritti a p o s t o l i c i e si f o r m o il c a n o n e del N u o v o T e s t a m e n t o , a n c h e q u e s te due o p e r e r i c e v e t t e r o un t ì t o l o , c o m e tutti gli altri scritti n e o t e s t a m e n t a r i , V an gelo seco n d o Lu ca e a t t r i b u i t a a q u e s t o p e r s o n a g g i o . Il tito lo d e lla s e c o n d a , A tti d eg li A p o s to liy n o n fa p a r o l a d e l l ’ a u t o r e , m a la t r a d i z i o n e a n t i c a lo a s c risse onde evitare co n fu sio n i. L a p rim a ven n e in tito lata al m e d e s i m o a u t o r e dei te rz o v a n g e l o , sta n ti le a f fin it à tra le du e o p e r e , d e d i c a t e p e r di più a lla s te s s a p e r s o n a . L a t r a d i z i o n e , a p a r t i r e d a M a r c i o n e e I r e n e o , nel li s e c o l o id e n tific o q u e s t o L u c a c o n il c o m p a g n o di P a o l o , m e d i c o , di c u i p a r l a n o le lettere p a o l i n e (C ol. 4 , 1 4 ; Film . 2.4; 2 TirH. 4 , 1 1 ) , e fin o al x i x s e c o l o q u e s t a i d e n t i f i c a z i o n e n o n è s t a t a m e s s a in d u b b i o . L e p e r p l e s s i t à e il rifiu to d e l l ’ id e n t i f i c a z i o n e s o r s e r o su lla b a s e del c o n t e n u t o t e o l o g i c o delle d u e o p e r e , g i u d i c a t o d a a lc u n i esegeti c o r r i s p o n d e n t e ai p r o b l e m i d e lla c h i e s a del u s e c o l o ( s c u o l a di T u b i n g a ) o d e l F u i f i m o t e r z o d e l 1 s e c o l o , il c h e i m p l i c a v a c h e F a u t o r e n o n p o t e v a essere q u e s t o L u c a . A t t u a l m e n t e n o n si è g iu n t i a u n a s o l u z i o n e u n a n i ­ m e , m a l ’ o p i n i o n e p r e v a l e n t e e c h e l ’ a u t o r e si c h i a m a s s e L u c a , n o m e m a i m e s s o in d i s c u s s i o n e d a l l a t r a d i z i o n e e c h e n o n p u ò essere p s e u d e p i g r a f i c o p e r c h é , se fo s s e s t a t o i n v e n t a t o , il v a n g e l o s a r e b b e s t a t o a ttr i­ b u i t o a un p e r s o n a g g i o più i m p o r t a n t e , c o m e nel c a s o delle lettere di P ie tr o o di q u e lla di G i a c o m o ; in o ltr e è c o m u n e m e n t e a m m e s s o c h e n o n fu un t e s t im o n e d i r e t t o di G e s ù (cfr. L e . 1 - 4 ) m a un c r i s t i a n o della s e c o n d a g e n e r a z i o n e ( 7 0 - r o o ) , u n a p e r s o n a c o l t a , c h e a v e v a fa m i l i a r i t à Origine e finalità dell'opera 301 c o n la c u l t u r a e lle n istica e c o n q u e l l a v e t e r o t e s t a m e n t a r i a , p r o b a b i l m e n ­ te n a t o fu o ri d e lla P a l e s t i n a e di o r i g i n e g e n t i l e / c o l l e g a t o alle ch ie se p a o l i n e , p e r le q u a l i s c r i v e i n t o r n o a g li a n n i 8 0 . S e si e c c e t t u a n o n u m e r o s e i p o t e t i c h e c i t a z i o n i i m p l i c i t e d e l l ’ i n iz io d e l 11 s e c o l o , d i d u b b i o v a l o r e , 1* le t e s t i m o n i a n z e e s p l i c i t e p i ù a n t i c h e su L e . e A tti r i s a l g o n o a l l a s e c o n d a m e t à del 11 s e c o l o , in p a r t i c o l a r e in M a r c i o n e , n el c a n o n e m u r a t o r i a n o e in I r e n e o . Il p r i m o , d e l l a m e t à d e l 11 s e c o l o , m o s t r a di c o n o s c e r e P a t t r i b u z i o n e d e l t e r z o v a n g e l o a L u c a , c o m p a g n o d i P a o l o e p e r c i ò lo a c c e t t a c o m e u n i c o v a n g e l o . Il c a n o n e m u r a t o r i a n o ( c f r . £ B 1 - 3 ) a f f e r m a c h e L u c a , il m e d i c o e c o m ­ p a g n o di P a o l o , s c r i s s e t u t t e e d u e le o p e r e . A n c h e p e r I r e n e o (H aer. 3 , 1 , 1 ) , a l l a fine d e l 11 s e c o l o , il t e r z o v a n g e l o f u s c r i t t o d a L u c a , m e d i c o e c o m p a g n o di P a o l o . G l i a l t r i t e s t i m o n i d e r i v a n o d a q u e s t i e n o n s o n o in d ip en d en ti. A lc u n i p re se n ta n o m o l t i p a r t i c o l a r i , c o m e il P r o l o g o a n t im a r c io n it a : l’ a u to re del terzo v a n g e lo è L u c a , di A n t i o c h i a , d is c e ­ p o l o d e g li a p o s t o l i e in s e g u i t o di P a o l o , m a r t i r e , s c r i s s e n e l l ’ A c a i a p e r i c o n v e r t i t i d a l p a g a n e s i m o , in s e g u i t o s c r i s s e gli A t t i , fu c e l i b e , m o r ì in B e o z i a a 8 4 a n n i. A l t r i s o n o p i ù s o b r i m a , c o m e q u e s t ’ u l t i m o , n o n s o n o s t o r i c a m e n t e a t t e n d i b i l i p e r le n o t i z i e c h e a g g i u n g o n o r i s p e t t o a Ireneo. Per T e r tu llia n o {A d v . M arc. 4 , 2 , v e r s o il 2 . 0 7 - 2 . 0 8 ) L u c a n o n e r a a p o s t o l o , m a c o n t e m p o r a n e o d e g li a p o s t o l i ; il s u o m a e s t r o f u P a p o s t o l o P a o l o ; C l e m e n t e di A l e s s a n d r i a ( S tro m . 1 , 2 1 , 1 4 5 ) e O r i g e n e (c fr . tìis t. eccl. 6 , 2 5 , 6 ) r i p r e n d o n o i d a t i p r e c e d e n t i . L o s t e s s o v a l e p e r E u s e b i o ( H ist . eccL 3 , 4 , 6 ) c h e , o lt r e a m o l t i d a t i in c o m u n e c o n g li E u seb io , a u t o r i s u d d e t t i , s o s t i e n e , c o m e il P r o l o g o a n t i m a r c i o n i t a , c h e L u c a v e n i v a d a A n t i o c h i a , d a t o r i p r e s o a n c h e d a G e r o l a m o ( V ir . ilL 7 ; P r o ­ lo g o al com m en to d i M a tteo ). I n q u e s t o c o n t e s t o , in c u i il t e r z o v a n ­ g e l o è a t t r i b u i t o a L u c a , c o m p a g n o di P a o l o , m o l t i P a d r i i n t e r p r e t a n o P e s p r e s s i o n e p a o l i n a «il m i o v a n g e l o » ( R o m . 2 , 1 6 ; 2 T im . 2 , 8 ) c o m e r i f e r i t a al v a n g e l o di L u c a . 3 E s i s t e d u n q u e u n a t r a d i z i o n e , r i s a l e n t e al 1 5 0 , ch e attrib u isce L e .-A tti a L u c a , m e d i c o , c o m p a g n o d i P a o l o . 1. Cfr. la sua scarsa conoscenza della geografia della Palestina; ciò rende poco plausibile l’ipotesi che v i fosse nato (Rengstorf, Fitzmyer). Per quest’ ultimo sarebbe etmcocristiano, ma di ascendenza semitica, benché non giudaica; sarebbe nato ad Antiochia, dove avrebbe ricevuto una formazione ellenistica; visto che gli argomenti presentati a sostegno di una tesi o dell'altra non sono conclusivi, sarebbe preferibile attribuire maggior credito alla tradizione antica che presenta Luca come nativo di Antiochia con Dafne { T h e G o s p e l 1, 42). i. Le propone K. Bihlmeyer (D i e A p o s t o l i s c h e n V a l e r i , 156} e le respinge E. Haenchen ( T h e A c t s , 3-9), il quale ammette soltanto una possibile citazione di Giustino (tra l’anno 150 e il iéo). Si troverà una discussione approfondita sull'autore di L e . - A t t i e il valore di queste testimonianze in Fitzmyer (i, 34-51) e, in particolare, in Cadbury, che ha compiuto lo studia migliore sul tema (cfr. T h e T r a d i d o n , in T h e B e g i n n i n g s o f C h r i s i i a n i f y n, 2.09-264). 3. Più tardi, nel vi secolo, Teodoro il Lettore (cfr. Hist. eccl. 6,43, verso il 530) afferma che Luca fu pittore. Altri autori offrono dati più pittoreschi, quali l’appartenenza di Luca 302 Aspetti storici Q u a l è l ’o r i g i n e d i q u e s t i d a t i a n t i c h i ? P r o v i e n e d a u n a t r a d i z i o n e a n t i c a i n d i ­ p e n d e n t e , g iu n t a fin o a q u e s t i p r im i t e s t im o n i d e l l i s e c o lo , o è s t a t a c r e a t a d a q u e s ti u lt im i s u lla b a s e d e lla le t t u r a d e l N u o v o T e s t a m e n t o ? S e c o n d o a lc u n i e s e g e ti ( D ib e liu s , F it z m y e r , M u n k , R e n g s t o r f , S c h m id - W ik e n h a u s e r e a lt r i) n o n si p u ò e s c lu d e r e c h e i d a t i f o n d a m e n t a li p r o v e n g a n o d a a n t ic h e t r a d iz io n i f o n ­ d a te s t o r ic a m e n t e e r ip r e s e d a i p r im i t e s t im o n i, p o ic h é d a u n a p a r t e F id e r t t if i c a z i o n e d e l F a u t o r e c o n i l L u c a c o m p a g n o d i P a o l o s p i e g h e r e b b e le c o i n c i d e n z e d i f o n d o t r a l a d o t t r in a e Ì v i a g g i d e s c r it t i in A t t i e q u e lli d e lle le t t e r e ; in q u e s t o c a s o s a r e b b e L u c a a p a r la r e n e lle s e z io n i- n o i d i A t t i o n e i r a c c o n t i a lla p r im a p e r s o n a p lu r a le . I T a l l t a p a rte i d a ti t r a d iz io n a li n o n s o n o in c o m p a t ib ili c o n i d a t i c e r t i in n o s t r o p o s s e s s o ; c o s ì , p e r e s e m p i o , n o n s i p u ò e s c l u d e r e s e n z ’ a l t r o c h e q u e s t o L u c a , c h e s c r iv e v e r s o P a n n o 8 0 , s ia il c o m p a g n o d i P a o lo , p o ic h é i g n o r i a m o q u a l e n e f o s s e P e t à q u a n d o s c r i s s e ; p o t è c o n o s c e r e P a o l o in g i o v e n t ù , n e g li a n n i 5 0 , e s c r iv e r e t r e n t a n n i p iù t a r d i. N é c o s t it u is c e u n a d if f ic o lt à la d i f f e r e n z a d o t t r i n a l e r i s p e t t o a P a o l o , p o i c h é n é in p a s s a t o n é o g g i e s s e r e d i s c e ­ p o lo h a s ig n if ic a t o u n 'id e n t it à d i d o t t r in a sen za q u a lc h e p u n t o , s o p r a t t u t t o q u a n d o il c o n t a t t o p o s s ib ilit à d i d iv e r g e n z e su t r a i l m a e s t r o e il d i s c e p o l o è s t a t o a s s a i b r e v e , c o m e p a r e in q u e s t o c a s o ; c i s a r e b b e in o lt r e d a c h ie d e r s i f in o a c h e p u n t o i d is c e p o li d i P a o lo a r r iv a r o n o a c o m p r e n d e r e e a d a c c e t t a r e p r o ­ f o n d a m e n t e il lo r o m a e s t r o . I n e f f e t t i, in t e n t o d i A t t i è d i r e s t it u ir e n o n l ’ im m a ­ g in e p s ic o lo g ic a d i P a o lo , b e n s ì q u e lla m is s io n a r ia , e s u lla b a s e d e l r ic o r d o d o p o 2 5 / 3 0 a n n i , q u a n d o le id e e s i s o n o s e d i m e n t a t e . D ’a l t r o c a n t o le d i f f e r e n ­ ze s o n o s ta te e s a g e r a t e d a p a r t e d i c e r t i s e t t o r i d e lla c r it ic a c h e fa n n o d i L u c a un p r o t o c a t t o lic o s ig n if ic a c h e L u c a con una d o t t r in a le s s e u n c o m p a g n o d e ca d e n te . Q u e sta id e n t if ic a z io n e non « in s e p a r a b ile » ( Ir e n e o ) d i P a o lo , p o ic h é e g l i m o s t r a d i i g n o r a r e le l e t t e r e e s o l t a n t o d a l l e s e z i o n i - n o i s i p u ò d e d u r r e c h e l'a c c o m p a g n o in a lc u n e o c c a s io n i. S e c o n d o a lt r i ( c f r . C a d b u r y , H a e n c h e n , C o n z e lm a n n , M a n t s e n , R o lo f f e c c .), i n v e c e , i d a t i d e l l a t r a d i z i o n e s o n o u n a c r e a z i o n e d e l 11 s e c o l o , p o i c h é O r i g e n e e M a r c io n e l i c it a n o in u n c o n t e s t o p o le m ic o , e s s e n d o e n t r a m b i in t e r e s s a t i, s e p p u r e p e r d if f e r e n t i m o t iv i, a s o t t o lin e a r e il r a p p o r t o d e l t e r z o v a n g e lo c o n P a o lo a p o ­ s t o lo . P e r c iò , d a to id e n t if ic a n o c o n che t a lv o lt a F a u to re p a r la in L u c a , c h e è c o lla b o r a t o r e d i P a o lo p r im a p e rso n a (F i l m . 2 4 ; 2 p lu r a le , T im . 4,11} lo e m e d i c o ( C o l . 4 , 4 3 ) . M a d i f a t t o F a u t o r e n o n c o n o s c e P a o l o , p e r c h é n e i g n o r a le le t t e r e , e s o s t i e n e u n a d o t t r i n a d i v e r s a , p r o t o c a t t o l i c a , e , d ' a l t r o c a n t o , i g n o r a e v e n t i d e c ìs iv i d e lla s u a v it a , n o n r ip r e n d e p r a t ic a m e n t e n u lla d e lla s u a t e o lo g ia p e c u l i a r e e n o n lo p r e s e n t a c o m e a p o s t o l o , c o s a i m p e n s a b i l e p e r u n d i s c e p o l o d i P a o lo . In f in e n o n è p o s s ìb ile a r g o m e n t a r e s u lla b a s e d e lle s e z io n i- n o i, p o ic h é e sse s te s s e s o n o a t t u a lm e n t e o g g e t t o d i d is p u t a . al gruppo dei 72. (cfr. pseudo-Origene, Epifanio, Teofilatto e, ai giorni nostri, W. Nìgg) e la sua identificazione con il discepolo sconosciuto di Enimaus (cfr. Gregorio Magno e, ai giorni nostri, W. Nigg). Secondo Gerolamo, Gregorio di Nazianzo e Niceforo di Costan­ tinopoli, Luca visse in Àcaia e subì d martirio a 74 anni. z. T em p o e lu o g o d i co m p o sizio n e a quo T a n n o 6 z, data d e l r a c c o n t o c o n c u i si c o n c l u d o n o g li A t t i , e c o m e t e r m in e a d q u em il I d a t i a n o s t r a d i s p o s i z i o n e i n d i c a n o c o m e t e r m in e 1 5 0 , d a t a a p p r o s s i m a t i v a del c a n o n e m u r a t o r i a n o e delle p r i m e t e s t i m o ­ h e,-A tti, A l T i n t e r n o di q u e s t e d u e d a t e o g g i si c o n t i n u a n o a n ia n z e s u p r o p o r r e tutte le p o s s i b i l i t à , a n c h e se la m a g g i o r p a r t e d e g li eseg eti s it u a la d o p p i a o p e r a nel d e c e n n i o 8 0 - 9 0 , p r i m a P r i m a f u s c r i t t o il v a n g e l o , c h e è il L e , e p o i A tti . protos logos* (Atti 1,1) Atti, e poi che per il p r o l o g o e l o s t i l e si c o l l o c a n o a l c u n i a n n i p i ù t a r d i . L e r a g i o n i d i q u e s t a d a ­ ta zio n e sono presuppone esclu sivam e n te Me., di ca ra tte re in tern o . N e s c r i t t o i n t o r n o a l 7 0 . Il p r o l o g o (Le. seg n aliam o alcu n e. Le. 1 , 1 - 4 ) , im p lica un p e rio d o p r e lim in a r e di e la b o r a z io n e d elle tra d iz io n i e c iò e sc lu d e u n a c o m p o s iz io n e t r o p ­ po p reco ce. L 'o p e r a , in oltre, p r e s u p p o n e la d istru z io n e di G e r u s a le m m e (Le. r 3>3 5 a ; r 9>43 s - e p a rtic o la rm e n te z i , 5 - 3 6 ) . L a p r o b le m a tic a ch e L u c a risp e c­ c h ia a p r o p o s i t o d e lla t r a d i z i o n e , in izi di e re s ie , o r g a n i z z a z i o n e d e lla c o m u n i t à , presenta punti in c o m u n e c o n le le tte r e p a s t o r a l i * ed è p r o p r ia d ella seconda g e n e r a z i o n e c r i s t i a n a . J n q u e s t a s t e s s a l i n e a s i c o l l o c a il f a t t o c h e g l i A t t i p a i o n o ig n o r a r e T esisten za del T i m m a g i n e d i P a o l o di corpus p a o l i n o , c o s t i t u i t o a l T i n i z i o d e l 1 1 s e c o l o , e c h e Atti, s e n z a e s s e r e s o s t a n z i a l m e n t e d i v e r s a d a q u e l l a p r e ­ s e n t a t a d a l l e le t t e r e p a o l i n e , lo i d e a l i z z a . C i ò l a s c i a i n t e n d e r e c h e s ia t r a s c o r s o u n c e r t o l a s s o d ì t e m p o tra la m o r t e di P a o l o ( p r e s u p p o s t a in Atti z o ,z 5 .3 8 ) e l ' e p o c a d e l l a r i e v o c a z i o n e d e l l a s u a f i g u r a . I l g i u d e o c r i s t i a n e s i m o è , s o t t o il p r o f i l o t e o l o g i c o , u n p r o b l e m a s u p e r a t o e, s u l p i a n o s o c i o l o g i c o , v i e n e r i c o n d o t t o a u n gruppo che ha perso l'im p o r t a n z a avuta n ella p rim a g e n e ra z io n e cristia n a ., L 'a t t e g g i a m e n t o p o s it iv o nei c o n f r o n t i di R o m a , in fine, è in s p ie g a b ile ta n to n e ll'e tà d i N e r o n e (p e r s e c u z io n e del 64) q u a n t o in q u e l l a s u c c e s s i v a di D o m i z i a n o ( p e r ­ s e c u z io n e del 9 5 ) . F in o al x v iii seco lo Le.-Atti è stato fa tto risalire a lla p rim a g e n e ra z io n e c ri­ 67, c e r t a m e n t e p r i m a d e l 7 0 . L a p r i m a d a t a , c h e si r i c a v a d a l f i n a l e d i Atti e d a 2 Tim. 4 , 1 1 , è s u g g e r i t a d a E u s e b i o ( tìist . eccl. z , z z ) e s o s t e n u t a d a G e r o l a m o ( Vir. ili 7 ) . I r e n e o (Uaer. s t i a n a , t r a il 6 3 e u n a d a t a p r o s s i m a a l l a s u a f i n e , T a n n o 3 , 1 , 1 ) e il P r o l o g o a n t i m a r c i o n i r a p o n g o n o e n t r a m b e l e o p e r e d o p o la m o r t e di P a o l o , s e c o n d o l ' o p i n i o n e p r e v a l e n t e n e l T a n t i c h i t à . A t t u a l m e n t e q u e s t o p u n t o di v i s t a è m i n o r i t a r i o , c o m e q u e l l o c h e p r o p o n e u n a d a t a z i o n e a l 11 s e c o l o . Il f i n a l e di Atti, c h e p a r l a di P a o l o in c a r c e r e d o v e r e s t a p e r u n b i e n n i o e ci r i c o n d u c e 4 5 4. Cfr. J.C. Hawkins, H o r a e S y n o p t ic a e . L e . e A t t i hanno la stessa lingua e lo stesso autore, ma le differenze linguistiche mostrano che non poterono essere scritti nella stessa epoca. Le ipotesi che propongono Tordine Protoluca - A t t i - L e . (C.S.C. Williams), A t t iL c . (F.H. Chase, P. Koh, P. Parker, H.G. Russell e altri) o la pubblicazione simultanea, non sono convincenti, 5. Cfi. J.D. Quin, T h e L a s t V o lu m e o f L u k e . T h e R e la t io n o f L u k e - A c t s to thè P a s to r a l E p is t t e s , in C.H. v aìbert fed.), P e rs p e c tiu e s o n L u k e - A c t s , 6 z - 75. L’autore analizza le somiglianze tra gli Atti e le lettere pastorali e avanza Tipotesi che queste siano un’ appen­ dice di L e .- A t t i. 304 Aspetti storici a g l i a n n i 6 2 ^ / 6 3 j f u la r a g i o n e p e r la q u a l e , a p a r t i r e d a l i v s e c o l o , c o n E u s e b i o , f i n o ai g i o r n i n o s t r i , la d o p p i a o p e r a v i e n e f a t t a r i s a l i r e a g l i a n n i 6 0 - 6 3 x x seco lo A . H a r n a c k , M , M ic h a e lis, B. R e ic k e , J . A . T . (cfr. nel R o b i n s o n e , in a m b i t o c a t t o lic o , J . C a m b i e r , L . C e r f a u x , M . M e in e r t z e a ltri}. L a m a g g i o r p a rte d egli e s e g e t i , t u t t a v i a , g i u d i c a q u e s t o d a t o di p r o v e n i e n z a r e d a z i o n a l e - t e o l o g i c a , p e r c u i n o n se n e p u ò d e d u r r e n u l l a . A l P o b b i e z i o n e s e c o n d o c u i L u c a p r e s u p p o n e la d i s t r u z i o n e di G e r u s a l e m m e c o m p i u t a d a T i t o , i s o s t e n i t o r i d e l la d a t a z i o n e a lta risp o n d o n o , con C h .H . Dodd, G eru salem m e co m p iu ta da che Le. z i,z o non allu d e alla d istru zio n e di r ito , m a a q u ella o p e r a ta d a N a b u c o d o n o s o r , tr a t­ t a n d o s i d i u n t e s t o p r o f e t i c o c h e i m p i e g a il l i n g u a g g i o d e l l ’ A n t i c o T e s t a m e n t o . P o t r e b b e e s s e r e v e r o , m a c i ò n o n e s c l u d e il f a t t o d e l l a d i s t r u z i o n e d i T i t o n é , d ’ a l t r a p a r r e , i p a s s i c h e a l l u d a n o a l l a g u e r r a c o n t r o R o m a si l i m i t a n o a z i , 2 ,0 ; v e n e s o n o a l t r i , c o m e a d e s e m p i o z i , 8 s. D a l l ’ a s s e n z a d i u n a m e n z i o n e e s p l i c i t a d e l l a d i s t r u z i o n e d i G e r u s a l e m m e in t u t t o il N u o v o T e s t a m e n t o J . A . T . R o b i n s o n d e d u ce ch e esso fu in te ra m e n te scritto p rim a del 7 0 . Si tr a tta t u t t a v ia di u n a d e d u z io n e im p ro p r ia p e rc h é n o n m a n c a n o dati ch e ne p r e s u p p o n g o n o im p lic i­ t a m e n t e la d i s t r u z i o n e , q u a l i il f a t t o c h e G e r u s a l e m m e e il g i u d e o c r i s t i a n e s i m o h a n n o c e s s a t o d i e s s e r e il c e n t r o s o c i o l o g i c o d e l c r i s t i a n e s i m o . ' 1 1 s o s t e n i t o r i d e l l a d a t a z i o n e a l 11 s e c o l o si a p p o g g i a n o d i s o l i t o s u d i v e r s i a r g o m e n t i . L a s c u o l a d i T u b in g a nel s e c o l o scorso sì b a s ò s u u n a d ella ch ie sa p r im itiv a ; a ttu a lm e n te J.C . rico stru zio n e a rb itraria d ella sto ria O ’N e i i l , s o s t e n e n d o la p r e s e n z a di r a p ­ p o r t i tr a g li A t t i e G i u s t i n o , d a t a gli A t t i i n t o r n o a l 1 15-130 ; s u t a li r a p p o r t i , tu tta v ia , n o n c ’ è c o n s e n s o n ella m a g g io r a n z a d egli s t u d io s i.6 7 Q u a n t o al lu o g o d e lla r e d a z i o n e , la t r a d i z i o n e a u r i c a p a r l a dell A c a i a ( P r o l o g o a n t i m a r c i o m t a ) e d e lla R e o z ia ( G e r o l a m o ) . L a n a lis i in te rn a r i n v i a a un c o n t e s t o e lle n iz z a t o , e s t e r n o a lla P a l e s t i n a , la c u i g e o g r a f i a , ira l’ altro, f au to re se m b ra ignorare. 3. D estinatari S e c o n d o il p r o l o g o in iz ia le (Le, 1 , 4 ) L e .-A tti è d e s t i n a t o a letto ri g ià p r o v v i s t i di u n a f o r m a z i o n e nella fede. In e ffe tti, l’ a n a lis i in te rn a d e l ­ l ’ o p e r a la s c ia i n t r a v e d e r e l’ e s is te n z a di « c h i e s e » , c i o è di g r u p p i di p e r ­ s o n e c r e d e n t i in G e s ù , m e s s i a , figlio di D i o (A tti 1 4 , 2 7 ; 1 5 , 3 s . 4 1 ; 1 6 , 5 ) , ch e si d i s t i n g u o n o le u n e d a lle altre p e r il l u o g o di r e s i d e n z a dei m e m b r i (Atti 5 , i l ; 8 , 1 - 3 ) e P er 1r e s p o n s a b i l i (A tti 8 , 1 . 3 ; 1 l >Z2d 1 3 , 1 ) d e n o m i ­ n ati p re s b y te ro i , te r m in e e q u i v a l e n t e a l l ’ a n t i c o e p tsk o p o i , u s a t o d a P a ­ o l o (A tti 1 4 , 2 . 3 ; 2 0 , 1 7 . 1 8 ) , c h e g o v e r n a n o c o l l e g i a l m e n t e la c h i e s a l o c a ­ le p a r t i c o l a r e a n c h e se s o n o al s e r v i z i o di tutta la c h ie s a di D i o (Atti Cfr. Ch.H. Dodd, Fall of jeru salem ami tbe «Abomìnation of Desolaiion» ^ in More New Testamenti Essays, Grand Rapids, Mich. 1968, 79; contra Fitzmyer, op. cit. i4 54. 56. 6. 7. Cfr. The Theology of Acts in Its Hi storica I Sff&htg, London l i97o; contra Fitzmyer, op. ctt. i, 5 7 . Origine e finalità dell’o p e ra 305 2 0 , 2 8 ) . Q u e s t o m in is te r o si t r a s m e tt e m e d i a n t e ( 'i m p o s i z i o n e delle m a n i. L c .-À ttiy in o ltr e , la scia in tu ire l'e s i s te n z a di altri m in is te r i, c o m e q uelli di e v a n g e l i s t a , p r o f e t a e d o t t o r e (A tti 1 3 , 1 ) , g u i d e ( h eg o u m en o t : A tti 1 5 , 2 2 ) e un m i n i s t e r o a s s is te n z ia le , d i a c o n a l e , s u b o r d i n a t o ai p r e s b it e r i A tti 6 , 1 - 6 ) ; q u e sti m in isteri n o n v e n g o n o d e s c ritti, m a se ne g iu stific a r e s i s t e n z a c o n la m i s s i o n e d ei 7 2 (cfr. L e. r o , j ss.) e si a c c e n t u a io (cfr. s p i r i t o di s e r v i z i o c o n c u i d e v o n o o p e r a r e ( L e . 12 ,4 1-4 6 ; 2 2 ,14 -30 }. T u t t i q u a n t i s o n o a l s e r v iz io del S i g n o r e e d e lla s u a p a r o l a n e lla c h i e s a ; in p a r t i c o l a r e , i p r e s b ite r i d e v o n o v i g i l a r e , p a c i f i c a r e la c o m u n i t à e c u ­ s t o d i r e la fede a p o s t o l i c a (A tti 2 0 , 2 8 ) . In o g n i c h ie s a l o c a l e e s is t o n o g r u p p i c o m u n i t a r i d o m e s t i c i , ai q u a l i n o n v ie n e a p p l i c a t o il t e r m i n e « c h i e s a » , a m e n o c h e n o n si tr a t ti d e i r u n i c o g r u p p o d o m e s t i c o p r e s e n t e n e lla l o c a l i t à {A tti 1 5 , 3 s.; 1 8 , 2 2 ) . T u t t e le c h ie s e s o n o unite c o n v i n c o l i di c o m u n i o n e , p e r c u i tutte in s i e m e f o r m a n o la c h ie s a di u n a r e g i o n e {A tti 9 , 3 i ) o la ch iesa di D i o (A tti 2 0 , 2 8 ) , una f r a te r n it à u n i v e r s a l e ch e t r a s c e n d e le d i ffe r e n z e di l u o g o , g r u p p o o r a z z a (Atti 1 5 , 3 6 . 4 1 ; 1 6 , 1 ) . L a c o m u n i t à è in p r e v a l e n z a e t n i c o c r i s t i a n a , g i a c c h é il p u n t o di v is t a d o m i n a n t e è q u e l lo dei c r is tia n i g r e c i , il che n o n e s c lu d e la p r e s e n z a di u n a m i n o r a n z a g i u d e o c r i s t i a n a . C i ò s p ie g a la d e d i c a d e l l ’ o p e r a a T e o f i l o , u n g r e c o , e l'id e a c h e il v a n g e l o p r o m e s s o ai g iu d e i è d e s t i n a t o a n c h e ai p a g a n i , c o n la c o n s e g u e n t e p r o s p e t t i v a u n i v e r s a l i s t i c a ; s p i e g a a n c h e P e li- M e. e a Q , d e l m a t e r i a l e g i u d e o c r i s t i a n o e P a r m o riiz z a z io n e e lle n istica di t r a d i z i o n i g i u d a i c h e , p e r e s e m p i o L e. 5 , 1 9 - t e ­ g o l e , al p o s t o dì M e. 2 , 4 : tetto ; L e. 6 , 4 8 s.: la c a s a c o n f o n d a m e n t a , M t. m i n a z i o n e , risp e tto a 7 , 2 4 - 2 7 : la c a s a sulla r o c c i a ; i tito li g i u d a i c i v e n g o n o s o s titu iti d a t e r m i ­ ni g r e c i : in lu o g o di ra b b i , k yrio s o epistates; k ra n io n a n z ic h é g o lg o th a . M o l t o p r o b a b i l m e n t e si t r a t t a di u n a c o m u n i t à d ’ o r i g i n e p a o l i n a , il c h e s p i e g h e r e b b e il r u o l o r i l e v a n t e r i s e r v a t o a P a o l o n e l l ’ o p e r a , la c u i a t t iv it à vien e d i f e s a , p r e s e n t a t a in p a r a l l e l o c o n P ie tr o e a d d i t a t a c o m e e s e m p i o da im ita r e (cfr. la n o t i z i a d e lla su a p e r m a n e n z a in c a r c e r e c o n cui P o p e r a si c h iu d e ) . A f a v o r e di q u e s t o p u n t o di v i s t a m ilit a , in o ltr e , la p r o b l e m a t i c a in c o m u n e c o n le lettere p a s t o r a l i . I d e s t in a t a r i si c o l l o ­ c h e r e b b e r o d u n q u e tra G r e c i a , M a c e d o n i a e A s i a M i n o r e . A l P i n t e r n o di q u e s t o v a s t o te r r ito r io alcuni** h a n n o s u g g e r i t o E f e s o , a l m e n o p e r A tti , d a t a P i m p o r t a n z a di q u e s t a c ittà : se ne a n n u n c i a e p r e p a r a la v i s i t a nel s e c o n d o v i a g g i o di P a o l o (A tti 1 6 , 6 ; 1 8 , 1 9 - 2 1 ) ; si n a r r a d e t t a g l i a t a m e n ­ te la « P e n t e c o s t e » e I e v a n g e l i z z a z i o n e di q u e s t a c it tà nel c o r s o d e l t e r z o 8 8. L’ ipotesi fu avanzata da F.C. Overbeck { 1 8 3 7 - 1 9 0 5 } nel s u o commento (l x v - l x i x ), con il supporto di diversi argomenti: Marcione potè conoscere l'opera qui piuttosto che a Roma; l’ uso che, secondo Overbeck, Le. fa di G ià; l’interesse di Atti per l’Asia Minore; qui il cristianesimo si confrontò con io stato romano sotto Traiano e sviluppò un’ apolo­ getica ecc. 306 Aspetti storici v i a g g i o ( 1 9 , 1 - 2 0 , 1 ) ; in E f e s o è p r o g r a m m a t o il r e s t o d e l P a t t i v i t à di P a o l o ( 1 9 , 2 1 ) e ai s u o i r e s p o n s a b i l i lo s te sso P a o l o a f fid a il p r o p r i o t e s t a m e n t o p astorale ( 2 0 , 1 7 - 3 8 ) . S e c o n d o u n 'a ltr a p r o s p e ttiv a , i d e stin a ta ri s a r e b b e r o g iu d e o c ris tia n i o u n a c o ­ m u n i t à m i s t a . P e r J , J e r w e l l la c o m u n i t à è f o r m a t a p r e v a l e n t e m e n t e d a g i u d e o ­ c r i s t i a n i , d a l m o m e n t o c h e si p r e s e n t a la s a l v e z z a c o m e i n v i a t a a n z i t u t t o a l p o p o l o israelita ric o stitu ito (Atti 1 5 , 1 6 - 1 8 ; cfr. 3 , 2 3 ) e s o lta n to a d e s s o vien e estesa p e r v o l e r e d i D i o a i g e n t i l i , s e n z a le p r e s c r i z i o n i d e l l a l e g g e , e s o p r a t t u t t o d o p o c h e buona p arte d ’Isra e le rifiu ta l ’in v ito salvifico (Atti 1 3 , 4 6 ) ; in q u e s t o c o n t e s t o P a o lo v ie n e p re se n ta to c o m e a u te n tico m a e s tr o d ’ Israele. T u t t o ciò c v e r o , m a t r o v a u n a s p i e g a z i o n e m i g l i o r e n e l l ’ ip o t e s i di d e s t i n a t a r i e r n i c o c r i s u a m c h e si i n t e r r o g a n o su l l o r o r u o l o r is p e t to a Is r a e le e ai q u a li v ie n e d a t a u n a s p i e g a z i o ­ n e . y L ' i p o r e s i d e l l a c o m u n i t à m i s t a è s o s t e n u t a in p a r t i c o l a r e d a P h . F . E s l e r . 9 101 Q u esti ritien e c h e Luca si r i v o l g a a una co m u n ità situ ata in una città greca d e ll'e s t d e ll’ im p e r o , c o n c o m u n i t à m is ta , f o r m a t a d a etn ie a c l i s t i a n i e g i u d e o c r i ­ s t i a n i , r i c c h i e p o v e r i , c o n le d i f f i c o l t à c h e q u e s t a m e s c o l a n z a c o m p o r t a . 4. P ro b lem i aperti a) Finalità d e ll'o p e r a ' ' D a s e m p r e 1 c o m m e n t a t o r i si s o n o in t e r r o g a t i s u lla fin alità di ma è dal x v m L e.-A tti, e x r x s e c o l o c h e q u e s t o p r o b l e m a è s t a t o p o s t o in m o d o e s p lic it o e s o n o sta te p r o p o s t e le p r i n c i p a l i s o l u z i o n i c h e , p iù o m e n o s f u m a t e , v e n g o n o p r o s p e t t a t e a n c o r oggi., s o p r a t t u t t o p e r q u a n t o r i ­ guarda A tti. N e l x v m s e c o l o j . A . B e n g e l e J . D . M i c h a e l i s s o s t e n n e r o ch e g li A t t i s o n o un a p o l o g i a r i v o l t a ai r o m a n i p e r d i f e n d e r e la c h i e s a e P a o l o . N e l s e c o l o s u c c e s s i v o F . C h . B a u r e la s c u o l a di T u b i n g a r i p r o ­ p o n g o n o la q u e s t i o n e , f a c e n d o n e u n o d e i p r o b l e m i c e n t r a li. S e c o n d o B a u r , gli A t t i s o n o u n ’ o p e r a t e n d e n z i o s a sc ritta a m e t à d e l 11 s e c o l o a llo s c o p o di c o n c i l i a r e gli e t n i c o c r i s t i a m c o n i g i u d e o c r i s t i a n i agli a l b o r i del p r o t o c a t i o b c e s i m o , I in t e r p r e t a z i o n e a p o l o g e t i c a è f r e q u e n t e e v a r i a ­ m e n te a r t i c o l a t a : i . I a p o l o g i a p a o l i n a fu s o s t e n u t a d a A 4. S c h n e c k e n b u r g e r , c h e c o n s i d e r a g li A t t i riv o lti a g i u d e o c r i s t i a n i a l lo s c o p o di d i fe n d e r e la c o n d o t t a p e r s o n a l e e a p o s t o l i c a di P a o l o ; E. L e k e b u s c h , dal c a n t o s u o , so stie n e che si tra tta di u n a s t o r i a dei t e m p i a p o s t o l i c i s e c o n d o 9. Cfr. J. Jerwell, T h e D w i d e d P e o p le o f G o d . T h e R e s to r a tio n o f Isra e l a n d S a lv a tto ìi fa r G e n t ile s , in L u k e a n d thè P e o p le o f G o d . A New L o o k at L u k e - A c t s , Minneapolis 1972, In questo segue Schneckenburger ed E.R, Goodenough. Cfr., c a n t r a , Firzmyer, o p . cìt. 1, 57-59 10. Ph.F. Esler, Community and Gospel in Luke-Actsi 2.2.0-2, V3 Semina ry Papeis io (1976) 2,19-113; R.F. O’TooJe, Why Did Luke Write Acts (Lk-Acts)?\ BibTB 7 (1977) 66-76] V.E. Vine, The Purpose and Date of Acts: ET 96 (198*1) 45-48. 1 1 . R.J. Karris, The Lukan Sitz im Leben Methodology and Prospects: Origine e finalità dell'opera u n ’ an golazion e p ao lin a, u n ’ à p o lo g ìà p aolin a, o s s ia u n i v e r s a l e , e in q u e s t a 307 p ro sp ettiva è z , K . S c h r a d e r p en sa a u n ’ a p o l o g i à dei g i u d e o c r i ­ stia n i c o n t r o gli e t r iic o c r is t ia m ; s e c o n d o q u e s t o a u t o r e gli A t t i s o n o u n o s c r it t o a p o l o g e t i c o g i u d e o c r i s t i a n o del 11 s e c o l o , s c r it t o c o n t r o g li g n o ­ stici e le c o m u n i t à e t n i c o c r i s t i a n e c o n la l o r o o r g a n i z z a z i o n e a l l a r g a t a . 3 . Si è s u g g e r i t a u n ’ a p o l o g i à d e g li e t n i c o c r i s t i a n i p e r g iu s t ifi c a r e la l o r o p o s i z i o n e : s e c o n d o B. B a u e r l ’ o p e r a c e r c a di d i m o s t r a r e c o m e il c r i s t i a ­ n e s i m o , c h e e s o r d ì c o m e u n a se tta g i u d a i c a , a r r i v ò a essere u n a r e lig io n e u n i v e r s a l e , in c u i p r e d o m i n a n o i gentili. 4 . Il m o t i v o d e l l ’ a p o l o g i à ad R o m a n o s , g i à c o m p a r s o nel s e c o l o p r e c e d e n t e , v e n n e r i p r o p o s t o d a v a n M a n e n e d a a l lo r a i n c o n t r ò un n o t e v o l e s u c c e s s o , t a n t o c h e lo si r i t r o v a s p e s s o negli a u t o r i d e l la fine del s e c o l o (cfr. J . W e i s s , O . P fle id e re r, C . W e i z s à c k c r , H . v o n S o d e n ) . A l t r i d u e m o t i v i , s p e s s o r ip e tu ti in s e g u i t o , s o n o q u e l l o m i s s i o n a r i o e q u e l l o c a t e c h e t i c o . S e c o n d o T h . Z a h n , gli A t t i s o n o u n ’ o p e r a d e s t i n a t a a lla m i s s i o n e e in p a r t i c o l a r e a lla c o n v e r s i o n e d e l d e s t i n a t a r i o , il p a g a n o T e o f i l o ; p e r H . À . M e y e r , in v e c e , si t r a t t a d i u n ’ o p e r a p r i v a t a d ire tta al c r i s t i a n o T e o f i l o p e r la s u a f o r m a z i o n e c r i ­ s t ia n a . S i m i l m e n t e A . J u l i c h e r in te n d e A tti u n r a c c o n t o e d i f i c a n t e su lla f o r z a d e llo S p i r i t o a t t i v a n e g li a p o s t o l i . D i f r o n t e a q u e s t a v a r i e t à di m o t i v a z i o n i p o s s ib ili, altri a u t o r i s u g g e r i s c o n o p iu o b b i e t t i v i in s ie m e , tra lo r o n on i n c o m p a t i b i l i . F . C . O v e r b e c k p r o p o n e u n a m o t i v a z i o n e c a t e c h e t i c a p r i m a r i a e altre d u e s e c o n d a r i e , a p o l o g e t i c a v e r s o i r o m a n i e p o l e m i c a in f u n z i o n e a n t i g n o s t i c a ; la p r i m a è f o n d a m e n t a l e e c e r c a d i p r e s e n t a r e e g iu s t ific a r e la t e o l o g i a del p r o t o c a t t o l i c e s i m o , v i s s u t a d a l l a c o m u n i t à , p r o i e t t a n d o l a s u l l a s t o r i a p a s s a t a d e l la c h ie s a . H . H . W e n d t , p e r p a r t e s u a , ritiene c h e si d e b b a p e n s a r e a u n in te n to p r i n c i p a l e d i t i p o s t o r i c o , i n f o r m a r e s u lla c h i e s a , e un a l t r o s e c o n d a r i o di t i p o e d ific a n t e . li x x s e c o l o p r e s e n t a la n o v i t à d e lla p o s i z i o n e di E. G r à s s e r e H . C o n z e l m a n n , ' 2 s e c o n d o la q u a l e Lc.-A ltt in te n d e g iu s t ifi c a r e il r i t a r d o d e l la p a r u s i a per m e z z o di u n a s to r ia d e lla s a l v e z z a . T u t t o il r e s t o r ip e te m o t i v i g i à p r o p o s t i o n u o v e c o m b i n a z i o n i d e g li ste ssi. C o s i A . H a r n a c k s o t t o l i n e a il m o t i v o c a t e c h e t i c o , H . J . C a d b u r y q u e l l o a p o l o g e t i c o v e r s o i r o m a n i e S . B . E a s r o n tutti e d u e in siem e. A t t u a l m e n t e n o n si è g iu n ti a un c o n s e n s o u n a n i m e p e r c h é la s o l u z i o ­ ne è c o n d i z i o n a t a d a n u m e r o s i p r o b l e m i p r e l i m i n a r i c o m e , a d e s e m p i o , se L e . e A tti f u r o n o c o n c e p i t i in s ie m e e p e r u n u n i c o s c o p o o p p u r e se c o r r i s p o n d o n o a c i r c o s t a n z e d iv e r s e . T r a q u e s te d u e p r e v a l e la p r i m a s o l u z i o n e . Per q u a n t o r i g u a r d a le s o l u z i o n i p a r t i c o l a r i , si è i m p o s t a la in a z io n e di v a r i e m o t i v a z i o n i e si a v v e r t e u n a s e n e di c o n v e r g e n z e 1 1 . H. Conzelmann, L n k e 's P la c e in thè D e u e ìo p m e n t o f E a r ly C h r is t ia n it y 9 in L.E. Keck ' J.L. Martyn (edd.), S tu d ie s in L u k e -A c t s , 29 8 -315. G. Schneider non esclude la possibilità di questo motivo (cfr. o p . cit. i, 197 s.). 308 Aspetti storici i n t o r n o a v a r i temi. Il p r o l o g o / 3 letto a lla lu ce di t u t t a l ’ o p e r a , in p a r ­ t i c o l a r e dei g r a n d i t e m i t e o l o g ic i, d e lla s t r u t t u r a le tte r a r ia di tu t t o l ’ i n ­ sie m e e del g e n e r e le t t e r a r io , c o n s e n t e u n ’ a p p r o s s i m a z i o n e a l l ’ o c c a s i o n e in te rn a ed e s t e r n a c h e o r i g i n ò q u e s t a d o p p i a o p e r a e a l l a fin a lità d a essa p ersegu ita. P ro b lem a tica in tern a . S u l l a b a se del p r o l o g o , l’ in t e n t o d e l l ’ o p e r a è a n ­ z itu t to c a t e c h e t i c o : « a v e r e u n a c o n o s c e n z a s o l i d a d e l l ’ i n s e g n a m e n t o ch e h ai r i c e v u t o » ( 1 , 4 ) . C i ò p r e s u p p o n e c h e i d e s t i n a t a r i h a n n o già c r e d u t o e h a n n o r i c e v u t o u n a c a t e c h e s i , m a c h e q u e s t a d e v ’ essere c o n s o l i d a t a , p e r c h é è in s u ffic ie n te a r a s s i c u r a r l i d a v a n t i ai p r o b l e m i c h e s t a n n o a f ­ f r o n t a n d o . O r a , la r i s p o s t a o f f e r t a n ella d o p p i a o p e r a è an zitu tto una c a t e c h e s i su l c a m m i n o p r o f e t i c o di s a l v e z z a , a n n u n c i a t o n e l l ’ A n t i c o T e s t a m e n t o , i n t r a p r e s o d a G e s ù d u r a n t e il s u o m i n i s t e r o e a d e s s o d a l ­ l ’ a z i o n e d e llo S p i r i t o , c h e s t i m o l a T a z i o n e p r o f e t i c a e t e s t i m o n i a l e d ella c h ie s a . È un i n s e g n a m e n t o utile per t u t t a la c o m u n i t à e in o g n i s i t u a z i o ­ ne e, p u r e s s e n d o di p e r se r i v o l t o a c r e d e n t i , n o n e s c l u d e in d ir e t t a m e n t e un s u o i m p i e g o d a p a r t e di n o n c r e d e n t i , il c h e n o n c o n s e n t e d ’ i g n o r a r e un in te n to m i s s i o n a r i o . Il m o d o di p r e s e n t a r e q u e s t o i n s e g n a m e n t o s o t ­ t o l i n e a n d o 1 a z i o n e d e llo S p i n t o , il r u o l o dei d o d i c i c o m e g a r a n t i d ella c o n t i n u i t à d e l c a m m i n o di G e s ù e d e lla c h i e s a , l’ i m p o r t a n z a d e l la p a r o l a e l ’ e s o r t a z i o n e a v i g i l a r e di f r a n t e ai lu p i c h e v e r r a n n o « q u a n d o n o n v e d r a n n o più il v o l t o di P a o l o » (cfr. A tti 2 0 , 2 , 5 . £ 9 . 3 1 ) , s u g g e r i s c e t u t ­ t a v i a c h e la c o m u n i t à sta a t t r a v e r s a n d o p r o b l e m i c o n c r e t i e c h e la c a t e ­ c h e s i e s c r it ta in f u n z i o n e di q u esti. Sì tra tra di p r o b l e m i specifici della s e c o n d a g e n e r a z i o n e c r i s t i a n a , d o p o la m o r t e dei g r a n d i f o n d a t o r i , P ie ­ tro c o n gli u n d ic i e P a o l o , ai q u a li a n t e c e d e n t e m e n t e si f a c e v a r i f e r i m e n ­ to in c a s o di d u b b i o , c o m e d i m o s t r a n o le lettere di P a o l o ; d ’ a ltr a p a r t e f a n n o la lo ro c o m p a r s a falsi m a e s t r i c o n f o r m e n a s c e n t i di e t e r o d o s s i a , il c h e crea d i s o r i e n t a m e n t o e la n e c e ssita di p r e c is i c r ite r i utili a d i s c e r ­ nere q u a n d o sia le g ittim a i e v o l u z i o n e sia is t i t u z i o n a l e sia d o t t r in a l e . Q u e s t a p r o b l e m a t i c a ci p o n e in un a m b i e n t e s im ile a q u e l lo delle lettere p a s t o r a l i , le q u a l i p u r e c o m b a t t o n o l’ e t e r o d o s s i a di a lc u n i setto ri e in s is t o n o s u lla n e c e ssità di a t t e n e r s i alla t r a d i z i o n e r i c e v u t a , che p r o ­ c e d e d a l l ’ i n s e g n a m e n t o i m p a r t i t o c o n a u t o r i t à d a g l i a p o s t o l i e d e v ’ esse13. Cfr. S, Biown, The Rote of fhe Prologues in Detennimng thè Pitrpose of Luke-Actsy in C.H. Talbert (edH ), Perspecfives on Luke-Actsì 9 9 - 1 1 1 ; R.J. Dillon, Preuiewing Luke's Project from bis Prologue (Luke 1,1-4 }: CBQ 43 (1981) 2.05-227; B.S. Easton (1877-1950), The Purposc of Acts, London 1936, riprodotto come parte di Earliest Christianity. The Purposc of ActS) London 1 95 5 ; F. Mussner, Die Gememde des Lukasprologs: SNTU 6/7 (1981-82) 1 1 3 130; I.J. du Plessis, Once More: The Purposc of Luke’s Prologue: N T 16 (1974) 259-271; G. Schneider, Der Zweck des lukanischen Doppeiwerks: BZ 21 (1977) 4 5 ­ 66; Aposteigeschichte uttd Ktvchengeschìchte: TKaZ 8 (1979) 481- 487. Origine e finalità dell'opera 309 re t r a s m e s s a fe d e lm e n te . L a s i t u a z i o n e h a d u n q u e s u b i t o u n ’ e v o l u z i o n e d o t t r i n a l e , c o n s e g u e n z a n o r m a l e d e l la v it a lit à d e l la fe d e c r i s t i a n a nel c o n f r o n t o c o n le e s ig e n z e d e l la v i t a q u o t i d i a n a . C o n t e s t u a l m e n t e e n t r a ­ n o in s c e n a fa ls i m a e s t r i c o n n u o v e d o t t r i n e in d i s a c c o r d o c o n gli i n s e ­ g n a m e n t i r ic e v u ti. C i ò c o s t r i n g e a p o r r e d u e d o m a n d e e s s e n z ia li: è l e g i t ­ t i m a L e v o l u z i o n e d o t t r i n a l e o si d e v e s e m p r e r ip e te r e e s a t t a m e n t e q u a n ­ t o si è a p p r e s o ? se si r i s p o n d e p o s i t i v a m e n t e , q u a l i c rite ri c o n s e n t o n o di d i s t i n g u e r e l ’ e v o l u z i o n e o p p o r t u n a d a q u e lla d i s t o r t a ? L a r is p o s t a di L e .-A tti è p o s i t i v a e p r e s e n t a lo S p i r i t o e i d o d i c i c o m e g a r a n t i d e l P a u t e n t i c a e v o l u z i o n e a l l ’ in te rn o d e lla c o n t i n u i t à tra G e s ù e la c h ie s a . È q u i n d i m o l t o i m p o r t a n t e a c c o g l i e r e la p a r o l a di G e s ù t r a ­ s m e s s a d a g l i a p o s t o l i s o t t o l’ i m p u l s o d e llo S p i r i t o , p e r c h é è g r a z i e a essa c h e la c h ie s a n a s c e e si s v i l u p p a . N e i t e m p i in c u i n o n v e d r a n n o p i ù il v o l t o d e g l i a p o s t o l i , i r e s p o n s a b i l i d e lla c h i e s a d e v o n o la s c ia r s i i m p r e ­ gn are e tra sfo rm a re d a lla p a r o la , per p oter v ig ila re e d iscern ere (Atti z o , 3 z ) . P r o p r i o q u e s t o è l ’ a t t e g g i a m e n t o di L u c a , c h e s o t t o p o n e a u n e s a m e a c c u r a t o le t r a d i z i o n i g iu n t e fin o a lui, v e r i f i c a n d o l e c r i t i c a m e n t e p a ra d o sis in iz ia le d e i « m in is t r i e s e r v i ­ to r i d e lla p a r o l a » . E g l i f u n g e co sì da' tradens della g e n e r a z i o n e p r e c e ­ e p u r i f i c a n d o in q u e s t o m o d o la d e n t e a l l a s u a , p r e s e n t a n d o le t r a d i z i o n i a n tic h e c o m e n o r m a t i v e , i n t e r ­ p retate e attualizzate (H . S c h ù r m a n n ). Q u e s t a s te s s a s o l u z i o n e si p r e s e n t a p e r l’ a l t r o a s p e t t o d e l l ’ e v o l u z i o n e , q u e l l a o r g a n i z z a t i v a , c o l l e g a t a ai n u o v i m in is te r i c o m p a r s i n e l l a c h i e s a a s e g u i t o della m o l t i p l i c a z i o n e d e i c r is t ia n i, delle c o m u n i t à e delle l o r o n e c e s s ità . S e c o n d o L e .-A tti i d o d i c i s o n o il m i n i s t e r o u ffic ia le m e d i a n t e il q u a l e lo S p ir it o c r e a p e r la c h i e s a di G e s ù i m in is te r i di c u i h a b i s o g n o . L c .-A ttiy d u n q u e , c e r c a di d i f e n d e r e le c o m u n i t à d a l p e r i c o l o di eresie e s in c r e t is m i, c o n f e r e n d o un f o n d a m e n t o s o l i d o a lla d o t t r i n a p r e s e n t e e f o r n e n d o c rite ri p e r d i s c e r n e r e le n o v i t à . 14 U n g r u p p o d i e s e g e ti c e r c a d i d e lin e a r e u n p r o f ilo p r e c is o d e l p e r ic o lo , d e s c r iv e n ­ d o lo n e i t e r m in i d i g r u p p i g n o s t i c i , s i m i l i a q u e lli a v v e r s a t i n e lle le t t e r e p a s t o r a l i , p r o b a b ilm e n t e d i t ip o d o c e t is t a ( T a l b e r t j . C i ò s p ie g h e r e b b e l ’ in s is t e n z a s u m o ­ t i v i a n t i d o c e t i s t i , c o m e la n a s c i t a v e r g i n a l e d i G e s ù , la v i t a d i G e s ù p r o f o n d a ­ m e n t e r a d i c a t a n e l l a s t o r i a , la g e n e a l o g i a e c c . 1* A l l ’ in t e r n o d i q u e s t o d i s e g n o g e n e r a l e , c h e r i s p e c c h i a u n a p r o b l e m a ­ tica in te r n a , si t r o v a n o a n c h e altri s c o p i p a r z i a l i , c h e i m p l i c a n o altri 14. Questa dottrina è vista da alcuni in relazione con il «protocatrohcesimo» {Fruhkatholizistmts), sebbene altri respingano tale termine per la sua ambiguità (cfr. W. Marxsen, Der Friihkatbohzismus im Neuen Testament (Bihliscbe Studien zi), Neukirchen 1958). Un buono stato della questione su questo concetto, così legato alla teologia di Lc.-Attì, si può vedere in V. Fnsco, Sul concetto di protocattolicesimo: RivBib 30 (1982) 401-434. 15 . Schrader, Barrett, Klein, Roloff, Talbert. 310 Aspetti storici p r o b l e m i . A n z i t u t t o e d a s e g n a l a r e l’ i m p o r t a n z a a t t r i b u i t a a P a o l o nella s e c o n d a p a r t e di A tti: egli è p r e s e n t a t o p a r a l l e l a m e n t e a P ie tr o , è g u i d a ­ to d a G e s ù , c h e ne d e t e r m i n a P a z i o n e c o n le p r o p r i e a p p a r i z i o n i , e d a llo S p i r i t o , c h e gli m o s t r a la v i a fino « a i c o n f i n i d e lla t e r r a » . È lui, p e r t a n t o , a p o r t a r e a c o m p i m e n t o il m a n d a t o p r o g r a m m a t i c o di G e s ù (Atti 1 , 8 ) . L ’ o p e r a h a un finale a p e r t o , l a s c i a n d o P a o l o in c a r c e r e e i n v i t a n d o il le tto re a r a c c o g l i e r e la f i a c c o l a d e l la testim o n ian za e a co n tin u arla m a l g r a d o le d i f f i c o l t à . T u t t o c iò si s p i e g a p e r f e t t a m e n t e se st a c c e t t a c o m e d e s t i n a t a r i a d e l l ’ o p e r a u n a c o m u n i t à di o r i g i n e p a o l i n a , il cui f o n d a t o r e è s t a t o d u r a m e n t e s c r e d i t a t o , per c u i n ella c o m u n i t à s o r g o n o d u b b i su lla le g ittim ità d e l la su a o r i g in e . L e .-A tti d à un f o n d a m e n t o s ic u r o a q u e s t a o r i g i n e ed e s o r ta a p r o s e g u i r e su lla lin e a di P a o l o . A t ­ t u a l m e n t e la m a g g i o r p a r t e d e g li eseg eti a c c e t t a q u e s t o in te n to a p o l o g e ­ tico p a o l i n o , c h e ben si a c c o m p a g n a c o n q u e l l o e s p o s t o in p r e c e d e n z a . Il m o t iv o a p o lo g e t ic o p a o lin o è u n o d e i p iù a n t ic h i a e s s e re s t a t i p r o p o s t i d a i c o m m e n t a t o r i, d a S c h n e c k e n b u ig e r e L e k e b u s c h fin o a i n o s t r i g io r n i, s o p r a t t u t ­ to s u lla b a s e d e i d is c o r s i p a o lin i e s u l p a r a lle lis m o t r a q u e s t i e P ie t r o . S e c o n d o S c h n e c k e n b u r g e r , r i p r e s o r e c e n t e m e n t e d a A . J . M a t t i l i i r . / * l ’ i n t e n t o è la d i f e s a d e l l a c o n d o t t a e d e l l ’a t t i v i t à d i p r o s e l i t i s m o d i P a o l o d i f r o n t e a i g i u d e i ; s i m i l ­ m e n te E. T ro cm é r it ie n e c h e la f i n a l i t à d e l l ’o p e r a c o n s is t a n e lla d if e s a d e lla m e m o r ia d i P a o lo c o n t r o ì g iu d a iz z a n t i. U n ' a l t r a fin a lit à p a r z ia le , a n c h ’essa c o m p l e m e n t a r e r i s p e t t o al m o t i v o in t e r n o g e n e r a le , è q u e l l a d e lla c o s t a n z a ; un tem a s o t t o l i n e a t o nel c o r s o delle d u e o p e r e e c h e t r o v a u n a p e r f e t t a s p i e g a z i o n e n e lla s e c o n d a g e n e ­ r a z i o n e c r i s t i a n a , in u n a s i t u a z i o n e in c u i si sta s c o p r e n d o p e r e s p e r ie n z a c h e la c h ie s a d e v e p e r c o r r e r e un l u n g o c a m m i n o , t a l v o l t a s e g n a t o d a l l a m o n o t o n i a , e in c u i , d ’ a ltr a p a r t e , n o n v ie n e m e n o l 'o p p o s i z i o n e e P in d i f f e r e n z a d e l m o n d o e s te r n o . S e c o n d o B . S . E a s t o n gli A t t i m i r a n o a e d ific a r e i c r is tia n i c o n il r a c c o n t o d e l l ’ e s p a n s i o n e d e l l a c h i e s a nei p r im i tre d e c e n n i m a l g r a d o tutti gli o s t a c o l i ; M a d d o x ritie n e c h e L u c a si r i v o l ­ ga a n z i t u t t o alla c h i e s a c h e s o f f r e le p e r s e c u z i o n i d a p a r t e d e llo s t a t o ; H . C o n z e l m a n n e S. R r o w n , a n c h e se d a p r o s p e t t i v e d i v e r s e , s o t t o l i n e a n o il m o t i v o d e l la n e c e ssità della c o s t a n z a d a v a n t i alle d i f f i c o l t à c h e si p r e s e n t a n o nel t e m p o d e lla c h ie sa . P ro blem atica esterna. R i s p e t t o al m o n d o e s t e r n o , d u e s o n o le s i t u a z i o n i cui L c .-A tti in te n d e r i s p o n d e r e e s p l i c i t a m e n t e p r e s e n t a n d o t u t t a la t e o ­ l o g i a del c a m m i n o : la s a l v e z z a p a g a n a e l 'i n c r e d u l i t à dei g i u d e i , e u n ’ a l ­ tra c h e c o m p a r e p a r z i a l m e n t e : u n ' à p o l o g ì à di f r o n t e a l lo s t a t o r o m a n o . i i 6. The Purpose o f Actsi Schneckenburger reconstdered1 in W.W Gasque - R.P. Martin (edd }, Àpostohc History and thè Goipctt r o S - r z z . Origine e finalità dell'opera 311 Il m o d o p a r t i c o l a r e a d o t t a t o p e r e s p o r r e la t e o l o g i a d e lla s a l v e z z a s e m b r a is p ir a t o a lla s a l v e z z a p a g a n a , il c l i m a c h e c i r c o n d a la c o m u n i t à c r i s t i a n a , a f f a t i c a t a nel s u o c a m m i n o d a l l ’ o s c u r i t à d e l la v i a d e l l a fe d e e t e n t a t a d a lle o f f e r t e a p p a r e n t e m e n t e e ffic a c i e i m m e d i a t e d e l l a s a l v e z z a p a g a n a . Q u e s t ’ u lt im a o f f r e la s a l v e z z a p e r m e z z o del p o t e r e , d e l la f o r z a , del d e n a r o , della g l o r i a u m a n a , m e z z i c h e in r e a l tà n o n s a l v a n o del tu tto né s a l v a n o rutti e, d ’ a ltr a p a r t e , e m a r g i n a n o i d e b o l i , c h i n o n p o s s i e d e r i c c h e z z e , e g e n e r a n o s o f f e r e n z a . L a s a l v e z z a di G e s ù , u n i c o s a l v a t o r e , è a l c o n t r a r i o to t a le , p e r c h é s a l v a d a o g n i m a l e , c o m p r e s o il p e c c a t o e la m o r t e , c o s a i m p o s s i b i l e p e r la s a l v e z z a u m a n a , e s a l v a tutti: è c io è u n i v e r s a l e , a n c h e se gli e m a r g i n a t i d a l l a s a l v e z z a u m a n a s o n o q u i p r i v i ­ le g ia ti, p a r t i c o l a r m e n t e i p o v e r i - m i s e r a b i l i e i p e c c a t o r i . Il s e c o n d o m o t i v o e s t e r n o è q u e l l o d e l P i n c r e d u l i t à dei g iu d e i. N e l l a s e c o n d a g e n e r a z i o n e c r i s t i a n a né i g iu d e i né i g i u d a i z z a n t i c r i s t i a n i p e r ­ s e g u i t a n o o c r e a n o p a r t i c o l a r i p r o b l e m i e stern i a l l a c o m u n i t à ' c r i s t i a n a , in p r e v a l e n z a e t m c o c r i s t i a n a , p o i c h é d a l p u n t o di v i s t a s o c i o l o g i c o h a n ­ n o p e r s o m o l t a fo rz a d o p o la d i s t r u z i o n e di G e r u s a l e m m e . Il p r o b l e m a è r a d i c a t o n e lla d i f f i c o l t à t e o l o g i c a p r o v o c a t a n e lla c o m u n i t à c r i s t i a n a d a l l ’ in c r e d u lit à dei g iu d e i, c h e ne m e tt e in d i s c u s s i o n e la p o s i z i o n e nel m o n d o delle p r o m e s s e fa tte d a D i o a Isra e le . P e r c h é q u e s t a i n c r e d u l i t à ? p u ò essere c o n c ilia ta c o n i p ia n i di D i o ? p u ò o s t a c o l a r e il d i s e g n o sa lv ific o di D i o ? è le g ittim a u n a c h ie s a c o m p o s t a in p r e v a l e n z a d a e t n i c o c r i s t i a ni? L e .-A tti o f f r e u n a r i s p o s t a sim ile a q u e l l a di R o m . 1 1 : la s a l v e z z a è u n i v e r s a l e m a c r o n o l o g i c a m e n t e è s t a t a o f f e r t a p r i m a ai g i u d e i e p o i ai g en tili. In t e o r ia tutti d o v r e b b e r o t r o v a r s i o r a nel c o n t e s t o d e lla s a l v e z ­ z a , m a i g iu d e i fin dal p r i m o m o m e n t o h a n n o r ifiu t a t o l ’ o f f e r t a d i D i o , u c c i d e n d o G e s ù e p e r s e g u i t a n d o P ie t r o e P a o l o . Q u e s t a p o s i z i o n e di p e r s e c u z i o n e c o s t a n t e h a d e t e r m i n a t o l ’ a t t u a le c o m p o s i z i o n e d e l la c h i e ­ s a , in p r e v a l e n z a e t n i c o c r i s t i a n a , c h e si t r o v a l e g i t t i m a m e n t e n ella « s a l ­ v e z z a dì D i o » , p r o f o n d a m e n t e r a d i c a t a nel p o p o l o g i u d a i c o , p o i c h é la s u a o r ig in e è in Isra e le e n ella m i s s i o n e d e l la c o m u n i t à p r i m i t i v a . 17 Infine, u n ’ u ltim a fin alità p a r z i a l e d e l l ’ o p e r a è d i o f f r i r e ai c r i s t i a n i r a g i o n i p e r u n ’ a p o l o g i à di f r o n t e a l l ’ i m p e r o , c h e r e v o c a v a in d u b b i o lo s t a t u t o di c it t a d in i p e r i c r is t ia n i. P e r q u e s t o v e n g o n o r i c o r d a t i l ’ a t t e g ­ g i a m e n t o f a v o r e v o l e delle a u t o r i t à r o m a n e di fr o n t e a G e s ù , alla c o m u ­ n ità p r i m i t i v a e a P a o l o , c i t t a d i n o r o m a n o , e l ’ a t t e g g i a m e n t o le a le dei 17. Cfr. Bruce, Dupont, Maddox, Trocuié, Schneider, van Uiinik, Winn, Perrot; quest'ul­ timo (in George-Grelot [edd.], Introduzione ai Nuovo Testamento n, 1 4 0 - 1 4 1 ) si domanda se anche Le.-Atti intenda vietare a degli etnìcociistiani qualsiasi iniziativa gtudaizzance. N.A. Dahl ritiene che i destinatari etnicocristiani siano, più concretamente, dei «timorati di Dio» e che l’opera intenda confermarli nella fede cristiana contro le obiezioni dei giudei: cfr. The Purpose of Luke-Acts, in Jesus in thè Memory of thè Earìy Churchì Minneapolis, Mimi. 1976, 87-98. 312. Aspetti storici c r is t ia n i di f r o n t e a l P i m p e r o . Si t r a t t a di un m o t i v o s e c o n d a r i o , p e rc h é i d e s t in a t a r i p r i n c i p a l i s o n o i c r e d e n t i ; se in v e c e si a c c e n t u a s s e t r o p p o q u e s t a fin a lità , Io d i v e n t e r e b b e r o i p a g a n i . lB b) L e fo n ti d i L e ,- A t t i1 A l l a lu ce d e l la d i c h i a r a z i o n e e s p lic it a del p r o l o g o , s e c o n d o la q u a le P a u t o r e r ic e r c ò c o n a c c u r a t e z z a tu t t o P a c c a d u r o d a l P i n i z i o ( 1 , 3 ) , e delP a n a lis i in te rn a d e l te rz o v a n g e l o , I i m p i e g o di f o n t i n ella r e d a z i o n e di L c .-A tti è fu o ri d u b b i o , m a n o n c ’ è u n a n i m i t à n e lla d e t e r m i n a z i o n e del lo r o n u m e r o e d e lla l o r o n a t u r a o r a l e o s c r itta . Le fo n ti d i L u ca . II p r o b l e m a delle fo n ti di L u c a si p o s e nel c o r s o del x v r i i e x i x s e c o l o , c o n t e s t u a l m e n t e a lla q u e s t i o n e s i n o t t i c a . G r i e s b a c h p r o p o s e La p r i o r i t à di che L e. su M e. e S c h l e i e r m a c h e r c e r c ò di d i m o s t r a r e L e. u tiliz z ò q u a t t r o fo n ti, m a p r e s to si i m p o s e l ’ i p o t e s i delle d u e f o n t i di W i l k e - W e i s s e . A t t u a l m e n t e p r e v a l e P o r i e n t a m e n t o s e c o n d o cu i L e. u tiliz z ò M e . , Q e u n a fo n te p r o p r i a , p e r lo più d e s i g n a t a c o m e L . I ra q u e s te tre fo n ti P i m p i e g o di M e . g o d e in g e n e r a l e del c o n s e n s o m a g g i o r e , a n c h e nei s o s t e n i t o r i di s o l u z i o n i d i v e r s e / 0 L e r a g i o n i in s u o f a v o r e s o n o v a r ie : q u a n t o a l l ’ o r d in e , M e. c o s t i t u i s c e la s t r u t t u r a ch e tiene in sie m e tutta l’ o p e r a , in m o d o tale c h e la s u c c e s s i o n e de g li e p i s o d i M e., a n c h e se Le. a g g i u n g e o o m e tte q u a l c o s a ; 11 q u a n d o p o i M t. e L e. c o i n c i d o n o c o n M e., ne s e g u o n o P o r r i p r o d u c e s o s t a n z i a l m e n t e q u e lla di d in e , e q u a n d o n o n c o i n c i d o n o , s e g u o n o un o r d i n e d i v e r s o P a n o d a l P a l - L e ., in fin e, è m i g l i o r e q u a n d o s e g u e M.c. di q u a n d o u tiliz z a altre fo n ti. Q u a n t o al m a t e r i a l e , L e. a d o p e r a il 55% di q u e llo u s a t o d a M e . : dei 6 6 1 v e r s e tti di q u e s t o ne u sa 3 5 0 , delle su e 8 4 8 5 tro ; l ’ o r d in e di 18. Cfr. Ch. PerroE, Bruce, Cassidy, Conzelmann, F.aston, Schmirhals, Trocmé ecc. Secon­ do altri si mira più precisamente a ottenere per i cristiani gli stessi diritti dei giudei {cft. W. Marxsen, hitroducdón ai N T , 178-180}. Attualmente J,C. O ’Neill è il solo a difendere la missione come finalità esclusiva e immediata dell'opera: egli crede che Le.-Atti sia staro scritto per predicare il vangelo 3 coloro che non credono, onde divengano cristiani. 19. J.B. Tyson, Source Critiasm of thè Caspe! of Luke, in C.H. Talbert (ed.), Perspectives off Luke-ActSi Danville-Edinburgh, 24-39. 20. Sulla priorità di Me. e l’uso che ne fa Le. cfr, Fitzmyer, op. cit. i, 66-yz, dove si presenta un esauriente stato della questione, SuU'uso di Me. da parte di Le. cfr. T, Schramm, Der Markus-Stoff bei Lnkas. E ine Utero r-kritische und redakiionsge&chiehtliche Untersuebung, Cambtidge 197*1 che ritiene si debba distinguere tra brani mafeiani puri e passi influenzati da varianti della tradizione: nei primi i cambiamenti si devono soltanto a Le mentre nei secondi abbiamo un brano originale di Me., l’influenza della tradizione e la redazione finale di Le.,; Schramm presenta un elenco per entrambi i gruppi (pp. 183 s.). zi- Sette volte cambia l’ ordine delle pericopi per motivi teologici* cfr. 3,19 s.; 4,16-30; 5,j 1 1; 6 ,1 1 19; 8,19 21; 1 1 , 1 1 - 2 3 ; 2-2.,54C-7i (cfr. Fitzmyer, op, cit. 1, 71-72), Origine e finalità dell'opera 313 p a r o l e ne i m p i e g a 7 0 3 6 . 11 U n p r o b l e m a p a r t i c o l a r e è c o s t i t u i t o d a l r a c ­ c o n t o d e l la p a s s i o n e , c h e a p a r e r e di a l c u n i d e r i v a d a l l a r i e l a b o r a z i o n e del r a c c o n t o di M e . , m e n t r e altri p e n s a n o a u n a f o n te p r o p r i a ; su q u e s t o p u n t o i r isu lta ti n o n s o n o a n c o r a d e f i n i t i v i . 13 R i g u a r d o a Q 14 - la fo n te di detti u s a ta d a L e. e M t., c h e s p i e g a i 2 .3 0 v e r s e tti c h e essi h a n n o in c o m u n e —, r a c c o r d o è m i n o r e . A n c h e tra c o l o r o c h e r i c o n o s c o n o l ’ u tiliz z o di q u e s t a fo n te n o n c ’ è c o n v e r g e n z a s u l l a s u a n a t u r a o r a l e o s c r it ta , b e n c h é q u e s t ’ u lt im a a p p a i a p iù p r o b a ­ M t. e L e. nel t e n o r e v e r b a l e e n e ll’ o r d i n e bile v iste le c o i n c i d e n z e tra d e lle p e r i c o p i . Il m a t e r i a l e p r o v e n i e n t e d a Q è r i p r o d o t t o c o n m a g g i o r L e . c h e in Mt. p e r q u a n t o r i g u a r d a l’ o r d i n e delle p e r i c o p i , p e r c h é L e . lo c o l l o c a a l l ’ in te rn o della s t r u t t u r a di M e. in tre p u n ti: nel fe d e ltà in d i t t i c o i n t r o d u t t i v o ( 3 , 7 - 9 , 1 6 0 - 1 7 ; 4 , 2 ^ 1 3 : p r e d i c a z i o n e di G i o v a n n i e t e n t a z i o n i di G e s ù ) , n e ll’ i n t e r p o l a z i o n e m i n o r e , di c u i c o s t i t u i s c e la m a g g i o r p a r t e ( d i s c o r s o della p i a n u r a e m i r a c o l i : 6 , 2 . 0 - 7 , 1 0 . 1 8 - 3 5 ) e n e ll’ in te r p o la z io n e m a g g i o r e ( 9 , 5 1 - 1 9 , 2 8 : se z io n e del v i a g g i o ) d e lla q u a le p u r e c o s t i t u i s c e u n a p a r te c o n s i d e r e v o l e ( 3 9 p e r i c o p i ) . t a r c a L , il m a t e r i a l e p a r t i c o l a r e di L e esso costitu isce p re ssa p p o c o un te rz o del to ta le : 5 4 8 v e r s e tti su 1 x 4 9 . N o t e v o l e è l ’ a c c o r d o g e n e r a le s u lla s u a e s is te n z a , m a non su lla su a n a t u r a . L a m a g g i o r a n z a n o n r e p u t a L u n a f o n t e s c ritta e l a b o r a t a {contra B . H . S tr e e te r ), b e n s ì, in c o n s i d e r a ­ z i o n e d e lle d i f f e r e n z e di c o n t e n u t o e di stile, u n c o m p l e s s o di t r a d i z i o n i is o la te , o ra li e scritte , c h e L e . inserì in d i v e r s i p a s s i d e l la s u a o p e r a in sie m e a d altri b ran i di su a c o m p o s i z i o n e . O l t r e a l l ' i p o t e s i d e l le d u e f o n t i a l t r i a u t o r i p r o p o n g o n o a lm e s o l u z i o n i . 1 . M e . e L , m a n o n la f o n t e Q , la c u i e s i s t e n z a n o n a p p a r e ( o n d a t a . C o s ì K . H . R e n g s t o r f , a d e s e m p io , d u b it a d i Q , c h e e g li a c c e t t a m a c o n m o lt i in t e r r o g a t iv i e s e n z a e s c l u d e r e in a s s o l u t o c h e L e . a b b i a c o n o s c i u t o e u t i l i z z a t o M t . Q u e s t u i ­ ti m a s p i e g a z i o n e è f a t t a p r o p r i a d a u n g r u p p o d i a u t o r i 15 c h e n e g a n o r e s i s t e n z a d i Q , fo n t e ip o t e t ic a d i c u i n u lla s i s a e s u lla q u a le s o n o s t a r i c o s t r u it i t r o p p i c a s t e lli. J . À . F it z m y e r f r e s p in g e q u e s t a s p ie g a z io n e p e r c h é : a) n o n s o n o i n d i v i ­ d u a b i l i in L e . le a g g i u n t e t i p i c h e d i M t . n e i t e s t i d i t r a d i z i o n e t r i p l i c e : p e r c h é L e . , se a v e s s e c o n o s c iu t o M t a v r e b b e p r e f e r i t o il r a c c o n t o d ì M e .? b ) s e L e . a v e s s e 22. Cfr. B.H Streeter, The Fomt Gospels, London 192.4! ióo; B. de Solages, A Greek Synopsis, 1052, 2.3. Né è chiaro se nel (acconto deila passione cidenze devono essere spiegate presupponendo entrambi, per quanto in assoluto non sì possa tradizione di Gu. (c t r . J.A. Fitzmyer. op. cìt. 1, Le. impieghi fonti comuni a Gv. Le coin­ contatti tra fonti orali e scritte comuni a nemmeno escludere che Le. conoscesse la 87-89). 2.4. Cfr. J.À. Fitzmyer, op. cit. i, 75-81. 83-85. 25. Cfr. A.W. Àrgyle, W. Baird, B.C. Butier, W.R. Farmer, S. Petrie, J.H. Ropes, E.P. Sanders, R.T: Simpson, A. Schlatter, J.W. Wbenham, W. Wilkens ecc. 16. Cfr. op. cit. 1, 73-8 1, 314 Aspetti storici c o n o s c i u t o s o l t a n t o M i . p e r la t r a d i z i o n e d u p l i c e , p e r c h é a v r e b b e r i f o r m u l a t o il t e s t o , a d e s e m p i o n e l l e b e a t i t u d i n i , i n s e r e n d o n e s o l t a n t o q u a t t r o ? c ) in q u e s t o s t e s s o c a s o , p e r c h é a v r e b b e s p e z z a t o 1 d i s c o r s i d i M t . ? d ) se L e . r i s p e t t a l ’ o r d i n e d i M e . , p e r c h é n o n r i s p e t t e r e b b e q u e l l o d i M t ., a v e n d o l o s e g u i t o ? e ) l ’ a n a l i s i d e l S it z m t L e b e n o n g ìn a r io d i o g n i p a s s a g g io m o s t r a c h e t a lv o lt a e s s o è r is p e t t a t o d a M t ., t a la l t r a d a L e , , p e r c h é u n a s im ile d iv e r g e n z a ? / ) se L e . d ip e n d e d a M t ,, p e r c h é o m e t t e c e r t i e l e m e n t i d i M * . p r i v i d i p a r a l l e l i in M e . , c o m e l ' i n f a n z i a ? I l g r a n d e p r o b l e m a è c h e n e s s u n o h a c o n o s c i u t o il d o c u m e n t o Q , e i t e n t a t i v i d i r ic o s t r u ir lo n o n s o n o s t a t i s o d d is f a c e n t i. C e r t a m e n t e n o n s i t r a t t a d i u n 'ip o t e s i m e r a m e n t e a r b i t r a r i a . U n ’a l t r a d i f f i c o l t à e d e t e r m i n a r e l ’e n t i t à d e l l a v o r o r e d a ­ z i o n a l e d i M t . e d i L e . S e c o n d o a l c u n i Q e s is t e t t e in v a r i e f o r m e , u n a u s a t a d a M t . e u n ’a lt r a u s a t a d a L e . ( c f r . G .K . B a r r e t t , W . B r is s m a r r ii, J . D u p o n t , I . H . M a r s h a ll e c c .); p e r J . J e r e m ia s , Q ra p p re se n ta d iv e r s i s t a d i d i t r a d iz io n e c h e e s i s t e v a n o in f o r m a o r a l e , c a t e c h e t i c a o l i t u r g i c a . L a t r i t e l a m a t e r i a è o s c u r a , si tra tta d i s e m p lic i s u g g e s t io n i. L ’a r g o m e n t a z io n e c h e r if iu t a Q , p e r c h é si tr a tt e ­ r e b b e d i u n v a n g e lo f a t t o s o lo d i d e t t i d i G e s ù s e n z a il r a c c o n t o d e lla p a s s io n e , è p r i v o d i c o n s is t e n z a , g ia c c h é i l V a n g e lo d i T o m m a s o , d o c u m e n t o r e a le , n o n c o n t i e n e il r a c c o n t o d e l l a p a s s i o n e . A p r o p o s i t o d i q u e s t ’ u l t i m o d o c u m e n t o n o n è p o s s i b i l e s t a b i l i r e u n a r e l a z i o n e t r a e s s o e la f o n t e Q o la f o n t e L . 2 z . A l t r i p a r l a n o d i t e s t i m o n i d e g l i e v e n t i c h e L u c a c o n o b b e in P a l e s t i n a , q u a n d o v i s i r e c ò in c o m p a g n i a d i P a o lo ( M a r i a , g l i a p o s t o l i e c c . ) , n e l l ’ i p o t e s i c h e il L u c a - a u t o r e s ia s t a t o il c o m p a g n o d i P a o lo . In q u e s t a s p ie g a z io n e t u t t o è ip o ­ t e t ic o : « s a r e b b e p o s s ib ile » 3. m a n o n p u ò e sse re d im o s t r a t o ( F ir z m y c i) . 1 L ’ip o t e s i d e l P r o t o l u c a / J a v a n z a t a da P , F e in e e B . W e is s e in s e g u it o s v ilu p p a t a e d iv u lg a t a d a B . P L S t r e e t e r , V . T a y l o r e J . J e r e m ia s , s o s t ie n e c h e l ’ a u t o r e s c r i s s e in u n p r i m o m o m e n t o i l P r o t o l u c a in P a l e s t i n a c o m b i n a n d o Q c o n L ; p iù t a r d i, a R o m a , n e l c o r s o d e l b ie n n io d i c a r c e r e d i P a o l o , l ’ a u t o r e t r o v a il te s to d i M e . e a g g iu n g e d a q u e s t ’o p e r a u n a s e r ie d i p e r ic o p i e in f in e p r e m e t t e il r a c c o n t o d e l l ’ i n f a n z i a . 30 A q u e sta ip o t e s i s i o b ie t t a : a ) M e . n o n p u ò e sse re u n ’ a g g i u n t a p o s t e r i o r e , p e r c h é la c o e r e n z a d i q u e s t o m a t e r i a l e n o n è c o m p r o m e s s a n é d a lP in t e r p o la z io n e m a g g io r e n é d a q u e lla m in o r e ; in o lt r e , se si e lim in a c iò c h e s a r e b b e s t a t o a t t in t o d a M e ., n o n re s ta a l P i o t o lu c a n ie n t e d i « o r d in a t o » , p e r c h é i l r a c c o n t o d e l v ia g g io s i s p ie g a m e g lio c o m e in t e r p o la z io n e ; b ) i l v i a g g i o , c o n s id e r a t o c e n t r a le M e. in q u e s t a i p o t e s i , è o p e r a r e d a z i o n a l e d ì L u c a , i s p i r a t a a io ,i.'n 2,7. Gir. J.A. Fitzmytrr, op. cit. i, 87; sui problema dei doppioni cfr. op. ctt. 1, 8r 82. 28. Cfr. op. cit. it 89. 29. Cfr. j.A. Fjtzinyer, op. cit. 1, 8 8 -9 1 . 30. Accettano l’ipotesi, m minore o maggior misura, C.F. Evans, L. Gaston, F.C. Grant, T Hertsbaw, E. Lohse, T.W. Manson, A M. Perry, J.A.T. Robinson, F. Rehtcopf, C.S.C. Williams, J. de Zwaan. 31. Respingono il Protoluca; F W . Beare, H. Conzelmann, J.M. Creed, M, Dibehus, J. Ernst, j.A. Fitzmyei, S.M. Gilmour, M. Goguel, K. Grobel, A.F.j. Klìjn, W G. Kummel, A.R.C. Leaney, W. Michaelis, H. Montefiore, J.C. O’Neil, H. Schiirruann, J. Schmid - A Wikerihauser, sebbene vi sìa chi lo accetta limitatamente al racconto della passione (Firz myer). Gli studi sulla lingua del Protoluca sono stati accolti con grande scetticismo. Origine e finalità dell’opera 315 L e fo n t i d e g li A t t i? * Il p r o b l e m a delle f o n t i d i A tti h a o c c u p a t o g li e se g e ti d a l l a fine del x v i n s e c o l o fin o a o g g i , in p a r t i c o l a r e nel x i x s e c o l o e a g li inizi del x x , m a n o n si è g iu n t i a u n a s o l u z i o n e . T u t t i c o n c o r d a n o n el r i c o n o s c e r n e r e s i s t e n z a , m a L u c a le h a t a n t o bene r i e l a b o r a t e lette­ r a r i a m e n t e e t e o l o g i c a m e n t e in un u n i c o b l o c c o c h e è d iffic ile i n d i v i ­ d u a r l e . In g e n e r a l e q u e s t o p r o b l e m a , p u r n o n t r a s c u r a t o , è c o n s i d e r a t o m a t e r i a l m e n t e in s o lu b ile e g i u d i c a t o s e c o n d a r i o d a g li e se g e ti, c h e n o n gli p r e s t a n o p iù g r a n d e a t t e n z i o n e (cfr. H a e n c h e n , S c h n e i d e r ) . N e l x i x s e c o l o a p p a i o n o g i à p r e s s o c h é t u t t e le p o s i z i o n i p r o p o s t e a t t u a l m e n t e . W . M . L . d e W e t t e s o s t i e n e l ’e s i s t e n z a d i f o n t i e l a d if f ic o lt à d i id e n t if ic a r le a c a u s a d e lla r ie la b o r a z io n e c u i s o n o s ta t e s o t t o p o s t e d a l l ’a u t o r e ; E . L e k e b u s c h , a l c o n t r a r io , r it ie n e c h e L e . s ia u n ’ o p e r a s c r i t t a d i r e t t a m e n t e , i n d i p e n d e n t e d a f o n t i s c r it t e e c h e q u in d i l ’a u t o r e d i tu r ta l ’ o p e r a , c o m p r e s e le s e z i o n i - n o i , s ia u n o s o lo . F . C . O v e r b e c k , d a l c a n t o s u o , p e n s a c h e n e lle s e z io n i- n o i, r e d a t t e a lla p r i m a p e r s o n a p l u r a l e , l ' a u t o r e n o n s i a t e s t i m o n e i m m e d i a t o , m a le a b b i a r i c a ­ v a te d a u n a fo n te , u n d ia r io d i v ia g g io , e n c la b o r a t e c o n a lt r i d a t i, p o c o a t t e n ­ d i b i l i , c o m e la l i b e r a z i o n e d i P a o l o a F i l i p p i , il d i s c o r s o d i M i l e t o , la p u r i f i c a z i o n e d i P a o l o a G e r u s a l e m m e e la r i u n i o n e d i g i u d e i a R o m a ; in q u e s t o d i a r i o e g li m a n t ie n e il n o i p e r c h é v u o l e s s e re c o n s id e r a t o c o m p a g n o d i P a o lo ; l ’a u t o r e a v r e b b e in o lt r e u t iliz z a t o a lt r e f o n t i, in d i s t in g u i b ili a m o t iv o d e lla s u a o p e r a d i r ie la b o ­ r a z io n e . A lla f i n e d e l s e c o lo g l i e s e g e t i s i c o n c e n t r a r o n o s u l l a c r i t i c a d e lle f o n t i e il p r o b le m a n e v e n n e c o m p lic a t o ; s i g iu n s e a c o n c lu s io n i t a n t o d iv e r g e n t i d a m o s t r a r e la d i f f i c o l t à e ^ i n u t i l i t à d e l l ’ i n t e n t o ( c f r . B . W e i s s , M . S o r o f , P . F e i n e , F . S p ì t t a , C. C le m e n , J . J iin g s t , H . H . W e n d t e A , H a r n a c k , a n fo r e d e ll’ u lt im o im p o r t a n t e c o n t r ib u t o s u l t e m a ) . '1 T r a g li in t e r v e n t i d e g li u lt im i d e c e n n i s i s e g n a la n o q u e lli d i D ib e liu s , T r o c r n é e D u p o n t. Secondo D ib e liu s , L u c a u t iliz z ò un d ia r io di v i a g g i o , c o m p o s t o d a u n c o m p a g n o d i P a o l o i n c u i e r a n o i n d i c a t e le v a r i e t a p p e d e ll’it in e r a r io , c h e c o m p le t ò c o n d iv e r s i r ic o r d i d i P a o lo . P e r E . T r o c r n é n o n c ’è r a g io n e d i s u p p o r r e c h e l ’a u t o r e a b b ia in v e n t a t o ; a l c o n t r a r io ,, e g li è r ic o r s o a f o n t i n e l c o r s o d i t u t t a l ’ o p e r a , i n p a r t i c o l a r e a d u e f o n t i f o n d a m e n t a l i ; le e s p e ­ r i e n z e d i u n t e s t i m o n e o c u l a r e ( l ’a u t o r e ) e u n d i a r i o p e r s o n a l e ( m o l t o s i m i l e a l d i a r i o d i c u i p a r l a D i b e l i u s ) s c r i t t o d a u n c o m p a g n o d i P a o l o , c h e p o t è e s s e r e lo s t e s s o L u c a : i c a p p . 1 -1 2 . s o t t e n d o n o u n a s e r i e d ì f o n t i p r o b a b i l m e n t e a r a m a i c h e , c h e s e n z a d u b b io p r o c e d o n o d a lle t r a d iz io n i d e lle c h ie s e d i G e r u s a le m m e , C e ­ s a r e a e A n t i o c h i a , t r a d i z i o n i c h e , a n c h e s e t a l v o l t a u n i f i c a t e in m a n i e r a a r b i t r a r i a , 32,. Cfr. R, Bultmann, // problema delle [otiti degli Atti degli Apostolit in Idem, Exegetica l, Torino 1 9 7 1 , 14 3-159; L.R. Donelson, Cult Historìes and thè Sources o f Acts: Bìb 68 {1987) i-2.r; W.W. Gasque, Did Luke biave Access to Traditions ahout thè Apostles and thè Early C h u r c h e s JETS 17 (1974) 45-48; C J . Hemer, Luke thè Historianz BJRL 60 (1977) 28 -51; F.L. Crìbbs, The Agreements that Exist between John and Actst in C.H. Talbert (ed.), Perspectives on Luke-Acts, 40-61; J.D. Quinn, The Last Volume o f Luke. The Relation o f Luke-Acts to thè Pastoral Episties, in C.H. Talbert (ed.), Perspectives on Luke-Actsy 62-75. 33. Cfr. Dìe Aposteigeschichte, Leipzig 1908. 316 Aspetti scorici n o n s o n o c r e a z i o n i d i L u c a . A n c h e i d i s c o r s i , p e r q u a n t o r i e l a b o r a t i d a l l ’a u t o r e , s i b a s a n o su m a t e r ia le t r a d iz io n a le . G l i À t r i, d u n q u e , s o n o u n 'o p e r a d o t a t a d i v a lo r e s t o r ic o . In u n e c c e lle n t e m o n o g r a f ia J . D u p o n t ’4 g iu n g e a lle se g u e n ti c o n c lu s io n i: a ) n o n è s t a t o p o s s ib ile d e f in ir e n e s s u n a d e lle f o n t i; b ) t u t t a v ia n o n si è t r a t t a t o d i u n o s f o r z o in u t ile , p e rc h é L a c o n f e r it o u n a c e rta c r e d ib ilit à a l­ l ' I d e a s e c o n d o c u i le f o n t i u t i l i z z a t e in A t t i s o n o s t a t e r i e l a b o r a t e d a l l ’a u t o r e ; is r) la c o m p a r a z i o n e p o rta n o con a l t r i t e s t i a n t i c h i e lo a lla c o n c lu s io n e c h e l ' a u t o r e . d e s id e r a s t u d io ste sso d e lle s e z io n i- n o i fa r s a p e r e c h e e g li p re s e p a rte p e r s o n a lm e n t e a g li e v e n t i c h e n a r r a . M a r x s e n , d a l c a n t o s u o , r it ie n e c h e s i p o s s a p a r l a r e c o n s i c u r e z z a s o l t a n t o d i s t o r i e p a r t i c o l a r i s u P i e t r o e P a o l o , li s t e d i n o m i ( i,r 3 ; 6 ,5 ; 1 3 , 1 ) e a l t r e p o s s i b i l i i n d i c a z i o n i p a r t i c o l a r i , m a s e m p r e in m odo g e n e r ic o . Per A tti si so n o 1. p r o p o s t e le s e g u e n t i f o n t i p a r t i c o l a r i . L a m a g g io r p a r t e d e g li a u t o r i, m a n o n t u t t i, c r e d e c h e L u c a a b b ia fa t t o u s o t£i f o n t i n e l l a p r i m a p a r t e , in c u i p a r l a d i e v e n t i c h e n o n h a c o n o s c i u t o p e r s o ­ n a lm e n t e , a n c h e se n o n c 'è a c c o r d o s u lla d e t e r m in a z io n e d e l lo r o c a r a t t e r e o r a le o s c r it t o . Q u e s t e fo n t i s a r e b b e r o p o c o n u m e r o s e , p e r c h é p e r A t t i l’a u t o r e n o n p o t è d i s p o r r e d i t a n t e f o n t i c o m e p e r il v a n g e l o , d a l m o m e n t o c h e i p r e d i c a t o r i a n n u n c ia v a n o G e s ù e n o n se s t e s s i, d a n d o q u in d i o r i g i n e a n u m e r o s e t r a d iz io n i s u G e s ù e a p o c h e s u s e s t e s s i ( D i b e l i u s , H a e n c h e n ) . S i p r o p o n g o n o le s e g u e n t i : a) M o l t i a c c e t t a n o , a n c h e se in m o d i d iv e r s i, u n a r a c c o l t a di d i s c o r s i , ' cer­ t a m e n t e r i e l a b o r a t a in p r o f o n d i t à da L u c a , m a c h e r i p r e n d e r e b b e il k e r y g m a della c h i e s a . b ) S i d i s c u t e s u l l ' e s i s t e n z a d i u n a s t o r i a d e l l a c h i e s a p r i m i t i v a . A l c u n i la n e g a n o p e r c h é la c h i e s a a t t e n d e v a u n a f in e i m m i n e n t e e n o n e r a i n t e r e s s a t a a q u e s t o t i p o d i s t o r i a : p o t r e b b e r n a i s c r i v e t e p e r la p o s t e r i t à u n a g e n e r a z i o n e c h e c o n s i d e r a se s t e s s a c o m e l'u lt im a ? p o s s ib ile f a r s i u n ’id e a d e lla v ic e n d a e d e lla Luca ( H a e n c h e n ) ; a l t r i 37 p e r c h é , s e f o s s e e s i s t i t a , s a r e b b e o f f r e in v e c e s o lt a n t o d u ra ta d e g li a v v e n im e n t i, m e n tre n a r r a z io n i e d is c o r s i is o la t i, u n it i r e d a z io n a lm e n t e m e d ia n t e s o m m a r i , is p ir a t i a lle n a r r a z i o n i s te s s e . I n q u e s t o m o d o e g li c e r c a , p iù c h e d i d e s c r i v e r e la c h i e s a a n t i c a , d i t r a t t e g g i a r e u n ’e p o c a . Q u e s t o p u n t o d i v i s t a g o d e d i u n ce rto co n se n so . c) L ’ ip o t e s i d i A . H a r n a c k h a a v u t o r is o n a n z a e , p u r c o n q u a lc h e c o r r e t t iv o , è c o n d iv is a da a lt r i s t u d io s i (c fr . j . B u lt m a n n ): n e lla p r im a | e r e m ia s , W . G r u n d m a n n , P . B e n o i t , R . p a rte v e n g o n o u sa te d u e fo n ti g re ch e p a r a lle le , una3 7 6 5 4 34 . Les Soarces du Lìvre des Actes, Bruges i960. 3 5 . Si è propensi ad accettare il suggerimento di Betioit, il quale suppone che Luca non utilizzi fo n ti scritte da altri ma i propri appunti, da lui co m b m a n , pubblicati t [iscritti: cfr. L a d e a x ìè m e visita d e sa in t Patti a Je r a s a t e m : Bib 4 0 ( 1 9 5 9 ) 7 7 8 - 7 9 6 . 36. C fr. J. Ku richiami, The Speeches in thè Acts and thè Old Testamenti ITS 17 (1980} 1 8 1 -1 8 6 ; J. Schmitt, Les dìscours missio rutaires des Actes et Thistoir? des traditìons prépattliniennes: RSR 69 (1981) 165 180 e in J, Delormc - J. Duplacy (edd.), La parole de grate, Paris 1981, 165 180; C . t L H . Scobie, The Use of Source Materiai in thè Speeches of Acts IH and VII: NTS 2.5 ( 1 9 7 9 ) 3 9 9 - 4 1 1 . 37. Cfr. M, Dibelius, Aitfsatzey 15. In generale la storia delle forme si disinteressa di questo problema, di fronte ai quale mantiene una posizione scettica. Origine e finalità dell’ opera a n t io c h e n a , d i g r a n d e v a lo r e ( 6 , 1 - 8 ,4 ; 1 1 ,1 5 - 3 0 ; 1 1 ,1 5 ; i 5 i 3 ~3 3 j 317 seco n d o Be- n o it ) , e u n ’a lt r a g e r o s o lim it a n a , p r iv a d i v a lo r e p e r il s u o c a r a t t e r e le g g e n d a r io . L e c o i n c i d e n z e t e m a t i c h e s p i e g h e r e b b e r o ì d o p p i o n i ( c f r . 3 , 1 - 5 , 1 6 = 5 , 1 7 - 4 1 ) . 38 i . P e r q u a n t o c o n c e r n e le f o n t i d e l l a s e c o n d a p a r t e d e g l i A t t i s i p r e s e n t a n o d iv e r s i p r o b le m i: a) A lcu n i r i t e n g o n o c h e nella s e c o n d a p a r t e L u c a a b b i a u t i l i z z a t o a p p u n t i s u o i p r o p r i . Su q u e s t a linea a ltr i n o n c r e d o n o c h e si t r a t t i di a p p u n t i di L u c a , bensì di r i c o r d i r a c c o n t a t i o r a l m e n t e da un c o m p a g n o di P a o l o , p r o b a b i l m e n t e d o p o il n a u f r a g i o . b ) L ’ip o t e s i d e lla f o n t e s c r i t t a c o n t i n u a t a , d e l l a q u a l e f a r e b b e r o p a r t e le s e - z io n i- n o i , è s e g u it a d a m o lt i. U n a v e r s io n e p a r t ic o la r e è q u e lla p r o p o s t a d a D i b e liu s e a l t r i , 39 i q u a l i s o s t e n g o n o c h e L u c a a b b i a u t i l i z z a t o e c o m p l e t a t o c o n d i v e r s i r ic o r d i d i P a o lo u n d ia r io d i v ia g g io , c o m p o s t o d a u n c o m p a g n o d i P a o lo , in c u i v e n i v a n o i n d i c a t e le v a r i e t a p p e d e l v i a g g i o . A q u e s t a i p o t e s i d e l d i a r i o s i o b b i e t ­ ta c h e è s t a t o L u c a s t e s s o a u n i r e le d i v e r s e n o t i z i e c h e g l i s o n o g i u n t e , p r o v e ­ n i e n t i d a d i v e r s e c i t t à , a g g i u n g e n d o l ’ id e a d e l v i a g g i o e d e d u c e n d o m o l t e d e l l e lo c a lit à d a l r a c c o n t o s te s s o ; d ’a lt r a p a rte q u e s t i it in e r a r i n o n c o m p a io n o s e m p r e , m a s o lo q u e lli d e lla c o s t a ; n o n s e m b r a , in o lt r e , o p e r a d i u n t e s t im o n e o c u la r e p e r c h é c ir c a F ilip p i s i p a r la d i fa t t i m ir a c o lo s i a i q u a li l’a u t o r e n o n p a re e sse re s t a t o p r e s e n t e . Q u e s t o d i a r i o , i n f i n e , n o n s i s a r e b b e s m a r r i t o c o n i l n a u f r a g i o ? 40 ( C o n z e lm a n n , C o n z e lm a m v L in d e m a n n , H a e n c h e n ). Secondo H a e n c h e n , o lt r e a lla fo n te a n t io c h e n a o a l d ia r io d i v i a g g i , c ’è u n ’ a lt r a p o s s ib ilit à p e r u n a u t o r e d e g li a n n i in t o r n o a l 7 5 : c h ie d e r e in f o r m a z io n i a lle d iv e r s e c o m u n it à f o n d a t e d a P a o lo ( c o m e se le a v e s s e v i s i t a t e m e n t r e s c r i v e v a ) ; L u c a r i e l a b o r ò tu tte q u e s te i n f o r m a z i o n i e t e r o g e n e e n e l le f o n t i s c r i t t e c h e c i è d a t o s c o r g e r e . N e l l o s t a t a i n c u i c i è g i u n t o , è d i f f i c i l e s e p a r a r e la t r a d i z i o n e e g l i a b b e l l i m e n t i l e t t e r a r i d i L e . 41* c ) S u l l e s e z i o n i - n o i n o n c ’ è a c c o r d o . 41 S o n o r i c o n o s c i u t e c o m e t a l i 1 6 , 1 0 - 1 7 (d a T r o a d e a F ilip p i) ; 1 0 ,5 -1 1 ,1 8 ss. (d a T r o a d e a G e r u s a le m m e e C e s a r e a ) ; 3 8 . Altre soluzioni d’inizio secolo non riscuotono oggi molto credito, ad esempio quella di F.C. Burkitt, secondo la quale Atti 1,12, era in origine unito al finale perduto di Me. 16,8 {The Use o f Markan ttt thè Gospef accordìng to Latte, in The Beginnings of Cbristianity n, 1 1 8 s.)To quella di C-C. Torrey, secondo cui in Atti 1 , 1 - 1 5 , 3 5 Luca utilizzò una traduzione letterale di una fonte aramaica. Le conoscenze attuali dell’aramaico palestinese hanno contraddetto questa interpretazione. 39. Cfr. già nel secolo scorso Overbeck e, nel nostro, Jeremias, Cadbury, Dupont, Norden ecc. Fìtzmyei la ritiene verisimile. 40. Ad alcune di queste obbiezioni altri rispondono che fatti miracolosi di Filippi risal­ gono a una tradizione diversa usata da Luca e che il naufragio non crea difficoltà, poiché non si sa quando venne scritto il diario, se durante il viaggio, e perciò prima del naufragio, o a Roma, e quindi dopo. j 4 1 . Cfr. The Acts of thè Apostlcs, 87-89. 4 1. Cfr. V. Fusco, Le sczioni-noi degli Atti degli Apostoli nella discussione recente-. BeO 15 ( 1 9 8 3 ) 7 3 - 8 6 ; U. Borse, Die Wir-Stellen der Apostelgeschichte und Tìmotheus\ SNTU io ( 1 9 8 5 ) 6 3 -9 z; E. Pliimacher, Wirklichkeitserfahrung und Geschichtsschreibung bei Lukas. Ertadgtmgen zu den Wìr-StUcken der Apostelgeschichte: Z N W 68 (1977) i-zz; S.M. Praeder, The Problem of First Person Narration in Acts: NT 2 9 ( 1 9 8 7 ) 1 9 3 - Z 1 8 ; J. Wehnert, Die Wir-Passtigen der Aposteìgeschichtey Gottingen 1 9 8 9 , 4 7 - 1 2 4 , 3 1S Aspetti storici 17,1-2-8,16 (da Cesarea a Gerusalemme).'13 Riguardo a queste sezioni gli ese­ geti si sono posti u n a serie di d o m a n d e : 1, tra la prima e la seconda sezione trascorrono sette o otto anni: Luca lasciò Paolo a Filippi e si riunì a lui sette o otto anni d o p o ? 1. il «noi» c o m p a r e quasi esclusivamente in occasione di viaggi per mare, m e n o a G e r u s a l e m m e : Fautore a c c o m p a g n ò Paolo solo in viaggi per mare? 3. queste sezioni n o n si differenziano né per Jo stile né per il contenuto del contesto: Fautore di tutta Fopera è lo stesso che in alcune sezioni usa il noi e in altre no? 4. il «noi» include Paolo? in 16,17; 2.1,18; 18,16 no, e perciò il g r u p p o c o m p r e s o nel noi a c c o m p a g n a Paolo? 5. il cap. 1 7 è un caso particolare, l'allusione a Paolo p u ò essere soppressa ed esso continua ad avere senso: che si tratti di u n racconto indipendente interpolato a questo punto? Tutte queste d o m a n d e portano a due questioni fondamentali: 1. Fus o del noi corrisponde a u n a realtà storica o è u n artificio letterario? z. nelPipotesi che corrisponda a u n a realtà storica, chi si cela dietro questo noi, Lu c a o u n altro c o m p a g n o di Paolo? L e risposte attualmente so n o divergenti: si tratta di una realtà storica, perché è inspiegabile che Fautore voglia conferire una particolare vivacità c o n tale m e z z o stilistico a questi passi privi d ’importanza particolare nelFeconomia del racconto; dietro il noi si cela Luca, autore del prologo e di Atti (Cadbury, Dibeiius, D u p o n t , Hanson); si tratta dì T i m o t e o (U. Borse) o di qualcun altro (Trocmé); si tratta di u n artifìcio letterario (Marxsen, Pliimacher); un artificio letterario m a basato sulla storia ('Wehnert).'M II problema rimane insolubile (Conzelmann). d) Luca utilizzò le lettere di Paolo?** Per la maggioranza degli studiosi no, poiché non ve n’è traccia in Atti. Ciò costituisce un enigma, specialmente nelFipotesi che Luca sia stato un compagno di Paolo e abbia conosciuto le princi­ pali comunità destinatarie delle lettere. Altri, invece, ritengono che gli siano state note (Aejmelaeus) ma che egli non se ne sia servito poiché non se ne aspet­ tava dati utili (Wikenhauser) o perché se iTerano appropriati gli gnostici che avevano deformato l’immagine di Paolo (G. Klein), Non esiste, infine, alcun rapporto diretto tra Flavio Giuseppe e Luca.**4 356 43. Atti 1 1 , 1 8 è una variante occidentale non accettata. 44. La funzione delle sezioni-noi è di assicurare l’autorevolezza e la veracità della narra­ zione, presentando il narratore come presente ai fatti. Luca impiega questo mezzo per convalidare le proprie affermazioni (1,4). Tale mezzo è ispirato alla tradizione giudaica e impiegato in maniera peculiare: a parlare non è il protagonista, ma un personaggio secon­ dario, un compagno di Paolo e solo quando questi è stato realmente presente (Die WirPassagen der Aposteigeschichteì 202 s.). 45. Cfr. L. Aejmelaeus, Die Rezeption der Paulusbriefe in der Miletrede (Apg 20 ,18 -35), Helsinki 1987; C.K. Batrett, Acts and thè Pauline Corpus: ET 8 8 (1976) 2-3; J. Knox, Acts and thè Paniine Letter Corpus, in L,E. Keck - J.L. Maityn (edd.), Studies in LukeActs, 279-287; W.O, Walker, Acts and thè Pauline Corpus reconsidered: JS N T 24 (1985) 3-23. 46. 11 problema fu posto nel x v i l i e x i x secolo a proposito di tre passi (Atti 5,36; Le, 3,1; Atti 21,38), dei quali solo il primo ha una certa importanza. L ’opinione attualmente più accreditata è che entrambi si ispirano a una fonte comune (cfr. Cadbury, Subsidiary Points, in The Beghwings of Cristianity ri, 349-359). O rien ta m en ti b ib lio g ra fici 5. Per u n approfondimento delle questioni relative all'origine e alla finalità di Atti The Gospel According to Luke Gli Atti degli Apostoli i, per gli Atti. si veda J.A. Fitzmyer, Schneider, Lc.- i, per Luca, e G. II. S T O R I A D E L L A R I C E R C A SU L C . - A T T I P u r c o s t i t u e n d o u n ’ u n it à , dalla Lc.-A tti f u r o n o p r e s to s e p a r a t i , c o m e r i s u l t a p r i m a lista c a n o n i c a , e o g n u n o dei libri c o n o b b e u n a p r o p r i a s t o r i a fin o al x x s e c o l o , q u a n d o si p u b b l i c a n o s t u d i s u a s p e tti c o m u n i a e n t r a m b i . In q u e s t a b r e v e p a n o r a m i c a s t o r i c a v a n g e l o e A t t i v e n g o n o q u i n d i p r e s e n t a t i s e p a r a t a m e n t e in o g n u n a delle tre t a p p e più i m p o r t a n ­ ti d e l la s t o r i a della r ic e r c a . L e o p e r e r e la tiv e a e n t r a m b e le p a r t i di L c . - Atti , n u m e r o s e s o p r a t t u t t o in q u e s t o s e c o l o , s a r a n n o p r e s e n t a t e n e lla p a r t e d e d i c a t a alla s t o r i a d e l la r i c e r c a su L u c a . i. I l v a n g e lo 17 a) F in o al X V I I I secolo Dal n secolo è attestata l'esistenza del terzo vangelo, che viene riconosciuto c o m e opera canonica. Le più antiche testimonianze esplicite su Luca risalgono alla seconda metà del n secolo, in particolare a Marciane, al canone muratoriano, a P 75 e a Ireneo. Tutti parlano del terzo vangelo attribuendolo a Luca, medico e c o m p a g n o di Paolo. L ’opera fu ben presto c o m m e n t a t a secondo un'ese­ gesi di carattere pastorale, storica e teologica a u n tempo, senza ambizioni cri­ tiche, che si protrasse (ino al x v m secolo. I Padri e i teologi medievali e moderni leggono Le. acriticamente, c o m e biografia di Gesù, modello che ogni cristiano deve ascoltare e imitare. Tra i P dio tra a d r i l'attenzione dedicata al terzo vangelo occupa un posto interme­ M t .e G v . , i più commentati, e numerosi sono Ì c o m m e n t i al passi caratteristici di Le., M e ., M a g n ific a t i! m e n o c o m m e n t a t o , anche se molto e al B e n e d ic t u s , c o m e anche ad alcuni ad esempio le parabole della misericordia. I c o m m e n t i all'opera intera sono di tipo omiletico. Tra quelli giunti sino a noi si distinguono le 3 9 omelie su Luca di Origene, che esercitò grande influenza sui c o m m e n t i posteriori; al iv secolo risalgono i c o m m e n t i di Giovanni Crisostomo, A m b r o g i o e Agostino; al v secolo quello di Cirillo di Alessandria, in cui predomina l'esegesi allegorica di tipo o n g e n i a n o / 54 * 8 7 47. Cfr. M. Rese, L u k d s E v a n g e tiu m York 1985, 2,25 8 - 1 3 iH; E. Rasco, L a in A N R W il, 25.3, Berlin - New de L u c a s , Roma 1976, 9 91. F o r s e h u n g s b e r ic h t , te o lo g ia 48. Cfr. le esaurienti informazioni reperibili in H. Schùrmann, // vangelo 24. 49- Cfr. M. Si monstri, Profilo storico dell'esegesi p a t r is t ic a , di Luca I, 2 2 ­ Roma 1 9 8 1 , 78. 84. 320 I Aspetti storici commenu medievali ° sono di tipo teologico ed edificante. Meritano una segnalazione, in Occidente, quelli di Beda il Venerabile, A n s e i m o dì Laon, Br u n o di Segni, Alberto M a g n o , Bonaventura e T o m m a s o d ’A q u i n o e, Ira gli orientali, Fozio, Teofiiatto e Eutimio Zigabeno. NelPeffl m o d e r n a " si moltiplicano i c o m m e n t i e si accresce il livello scientifico in conseguenza de! Rinascimento e della riforma. Nel xvi e xviì secolo si presta attenzione agli aspetii linguistici (Erasmo) e si pratica un'esegesi squisitamente teologica (cfr. gli spagnoli Jerónimo de Guadalupe, Juan de M a l d o n a d o , Alfonso Salmerón, Francisco T o l e d o e, al di fuori della Spagna, tra gli altri, Corneìius a Lapide e J o h n Lighrfoot, che nelle sue liorae H e b ra ica e et T a l m u d ic a e presta attenzione alla letteratura rabbinica, utile per la comprensione del N u o v o Testa mento. b) II X V I I I e X I X se to lo A metà del x v m secolo, con l’Illuminismo si entra nell’epoca della critica, in cui a Le. toccò u n destino simile a quello di Me. J j. Griesbach p o n e !a questione sinottica e, con essa, si fa urgente la necessità di studiare ciascun vangelo per se stesso, In questo contesto Le. viene studiato da una prospettiva eminentemente crìtica, restando in secondo piano l'aspetto pastorale e quello teologico. In una prima fase lo studio si sviluppa parallelamente al problema sinottico; ci si con centra sufi5antichità dell’opera, sul problema delle fonti e sui rapporti con gli alni sinottici. In particolare, secondo Griesbach, Mt. e Le. son o anteriori a Me. e ne costituiscono una fonte; F, Schleiermacher (1817), dal canto suo, ritiene Luca il compilatore e l'ordinatore di quattro raccolte e la fonte migliore per la vita di Gesù. L'ipotesi delie due fonti, tuttavia, avanzata indipendentemente da C.G. Wilke (1838) e da C.H. Weisse (1839), incontrò maggiore consenso. Vi si sostiene la priorità di M e . e di Q e, di conseguenza, la dipendenza di L e . da queste fonti. S e c o n d o Weisse, fonte Me. Le. è u n o storico pragmatico che parafrasa la sua alla maniera degli storiografi antichi. F.Ch. Baur (1792-1860) e la scuola di Tubinga segnano una tappa importante nello studio di Le., p o n e n d o il problema m forma teologica: petrinu di tendenza giudeocrisriana e particolaristica, Le. Mt. è u n o scritto e la rielaborazione antipetrina del vangelo p a o l m o di Marcione (anni ;tqo-i8o) e M e . ne è la sintesi. Questa ipotesi riscosse poc o successo, perche la preoccupazione fondamentale di quest'epoca, fino alla metà del x x secolo, è il L u c a storico e scrittore, Fautore e le sue fonti e non il teotogo. Per quanto riguarda il problema delle fonti, a partire dalla seconda meta del xtx secolo si va generalizzando il consenso al Pipotesi delle due fonti, la quale condusse a una valorizzazione di certa svalutazione di Mt. Me. e a una e L e . Q u a n t o al problema delPautore, la questione si pose sorto due aspetti nel xix secolo: i dubbi circa la veridicità dei dati tradizio5 1 0 50. Su questo periodo cfr. H. Schurmanu, op. clt.y 24-27; F Stegcnuller, Repertarium bibiicum meda devi i-vn, Madrid 19 4 0 -19 6 1; C. Spicq, Esquisse é'une histoire de f'exégèse latine mt Moyen Age, Paris 1944. 51. Cfr. H. Schiumami, op. c t t 27-^0, che presenta un3 scelta di 58 titoli. Storia delia ricerca su Lc.-Attì (medico i dati di Atti e quelli Le.-Atti 32.1 nali sull'autore di e c o m p a g n o di Paolo), le contraddizioni riscontrate tra delle lettere di Paolo. L ’opinione c o m u n e svalutò i dati tradizionali. c) II X X secolo Dopo la prima guerra mondiale e tino agli anni '40, insieme ai problemi prece­ dentemente esposti, se ne studiano altri connessi con lo stile e la teologia di Le., con approfondimenti che portano alla conclusione accolta da u n generale c o n ­ senso secondo cui Le. e Atti costituiscono un'unità che è da studiare in quanto tale. Tale conclusione è probabilmente il risultato più importante di quest'epo­ ca. D a una parte continua il problema delle fonti, con alcuni tentativi di d i m o ­ strare la priorità di Le., tentativi che n o n sono riusciti a imporsi, prevalendo l'ipotesi delle due fonti. Dall’altra questa preoccupazione passò in secondo pia­ n o con la comparsa della storia delle forme. N o n essendo interessata alle fonti Me. e Q ) e, per di più, incentrata su Me., questa n o n presta eccessiva attenzione a Le. Per Buitmann, infatti, Le. n o n mostra né tecniche letterarie straordinarie (anche se superiori a Me. e Mt.) né tendenze dei vangeli (presuppone le due fonti, teologiche particolari, salvo qualche predilezione per alcuni temi; lo stesso B u i t m a n n considera tuttavia essenziale riconoscere che il vangelo di L u c a costi­ tuisce il culmine della storia della tradizione sinottica, poiché in esso la tradi­ zione ha raggiunto il suo m a s s i m o risultato: l’edizione e la connessione di sezioni separate in u n insieme coerente.5Ì Al t e m p o stesso inizia ad affiorare un interesse Le., neJJa sua doppia opera evangelista dello Spirito che Le. avesse una concezione teologica unitaria e, accentuato per la teologia di (von Baer), il che implica contro i postulati della storia delle forme, fosse effettivamente un redattore.13 Questi contributi, che preparano la storia della redazione, all’epoca c o nobbero scarso successo. La storia della redazione. A partire dal 1 9 5 0 la doppia opera di Luca suscitò u n interesse tutto particolare e per due decenni essa ha assorbito l’attenzione precedentemente rivolta a Giovanni e Paolo, al punto che a me t à degli anni ’6o essa diventa l’occhio del ciclone (van U n n i k ) H intorno a cui gira u n a serie di problemi nuovi, ritenuti di grande rilevanza per le loro ripercussioni teologiche ed ecclesiali. Il punto di partenza fu u n articolo di P. Vielhauer del 1950,55 nel quale si presta particolare attenzione al Luc a teologo; a parere di Vielhauer, m '■ ' m 4 ■ -J ■ ■ ■ ■ I I Luca presenta un pensiero antipaolino estraneo al cristianesimo primitivo rap­ presentato da Paolo, ma non al protocattolicesimo. Poco dopo, nel 19 5 4 , H. Conzelmann attenua questo punto di vista nella sua opera II eentro del tempo e in modo abbastanza simile si muove E. Haencben nel commento agli Atti. 52,. Cfr. T h e H is t o r y o f thè S y n o p t ic T r a d it io n , 367. 53. Cfr. W. Hillmann, R. Morgentbaler e H.J. Cadbury che studiano in modo particolare Punita stilistica e dottrinale di Lc.-Atti. 54. Cfr. L u k e -A c t s , a S t u d i e s iti L u k t i-A c t s , 55. Cfr. Z h/ti S t o r m -C e n t e r in C o n t e m p o r a r y S c h o k ir s h ip , 15-3Z; M. Rese, op. c i t in Keck-Mactyn {edd.}, 2,2,98 s. « P a u lin is m u s » d e r A p o s t e lg e s c h ic k t e : EvTh io (19 50 /51) 1 - 1 5 . 3 Z2, Aspetti storici Le.-Atti il m e t o d o della storia della redazione, c o m e fecero W . M a r x s e n per Me. e Bornie amm - B a r t h- H e l d e Trilling per Mt. Secondo Conzelm a n n , Le.-Attì sostituisce l’escatologia cristiana con un abbozzo di storia della Entrambi applicano a salvezza, suddivisa in tre periodi, nel contesto del protocattoiicesimo. Questa prospettiva suscitò immediatamente seguaci entusiasti, al punto che alcuni presero a chiamare Luca «classico» (Cullmann, Pannenberg, Wilckens), m a ben presto comparvero anche dei critici (Robinson, Flender, Schmitbais ecc.) che la corres­ sero o la confutarono, perché n o n tutto ciò che è presentato c o m e lucano, il tema del c a m m i n o ad esempio, appartiene esclnsivameuLe a Luca, c o m p a r e n d o già in Me., e, soprattutto, n o n si riteneva ancora pronto il terreno per raggiungere una sintesi* N e è seguito un torrente di studi monografici sui diversi aspetti della te­ ologia di Le.-Atti, nei quali, durante gli anni *70, l’interesse si spostò dall’escato­ logia, centrale nel corso degli anni ’jo, all’ecclesiologia, mentre la cristologia continuò a occupare una posizione importante. L a preoccupazione dominante rimane oggi l’intento teologico, inquadrato nei metodi storico-redazionali e a n a ­ lizzato da H . Scburmann, E. Rasco, J.A, Fitzmyer, I H . Marshall e altri. A questi metodi se ne affiancano altri, più moderni, c o m e avviene per Me. e Mt. (cfr. P. Bossuyt - J. Radermakers, W.S. Kurz, D. Minguez, R.C. Tannehill e altri).16 z. G li A tti d eg li A p o s t o li57 a) Fino ai XVIII secolo gli Atti seguono una traiettoria analoga a quella del vangelo nello stesso periodo: l’opera è studiata in u n a prospettiva squisitamente pastorale, in funzione delle necessità catechetiche e liturgiche. I Padri fissarono alcune linee interpretative sostanzialmente mantenute nel M e d i o e v o e nell’età moderna: gli Atti sono una storia della chiesa primitiva scritta da Luca, c o m p a ­ g n o di Paolo, al termine della prigionia r o m a n a di quest’ultimo. L ’opera appar­ tiene al canone e ha valore storico. In età patristica* l’opera fu usata assai presto e da molti, c o m e risulta dalle citazioni di autori del n secolo, benché disponiamo soltanto dì frammenti di alcuni commenti, per lo più di Padri orientali e a carattere omiletico, c o m e quelli di Origene, Efrem e Giovanni Crisostomo. Il più antico c o m m e n t o occidentale, di Cassiodoro, risale al vi secolo. Nella prima parte del Medioevo5* si prosegue sulla stessa linea, in particolare5 9 8 7 6 56. Cfr. quanto si è osservato sopra, nel cap. ix, su lingua e stile. 57. Cfr. W.W. Gasque, A History o f thè Crìticism of thè Acts of thè Aposties\ G. Schnei­ der, Gli Atti degli Apostoli it Z3 3-2,54; E. Haenchen, The Acts of thè Apostles, Oxford 1 9 7 1 , 14-50; E. Rasco, La teologia de Lttcas, 9 -9 1; P.F, Stuehrenberg, The Study of Acts Before thè Reforuiation. A Bihliographic Jntroductiom N T 19 (1987) 100-136. 58. Cfr. G. Schneider, op. cit. 1, 1 9 - z i , che presenta un elenco dì 2,3 autori, molti dei quali frammentari. Si discute se gli Atti siano citati in alcuni scritti dell’inizio del u secolo; certamente lo sono in autori della fine di questo secolo e delPinizio del iu3 come Ireneo e Tertulliano {cfr. G. Schneider, op. cit., 2.33-241; E. Haenchen, op. cit., 3-iz). 59. Cfr. F. Stegmiiller, Repertoriuw Bihlicum medii aevi, 7 voli., Madrid 19 4 0 -19 6 1; Supplementum v i i i -i x , Madrid 1976, 1977, che cita 102 titoli, per la maggior parte senza pubblicarli; io cita e riassume G, Schneider, op. cit. 1, 11-2,3. Storia della ricerca su con il c o m m e n to di Beda il V e n e r a b i l e , i n O c c id e n t e , e c o n Le,-Atti 323 u n a p r o d u z io n e m o l t o p i ù i m p o r t a n t e in O r i e n t e , i n c u i s i s e g n a l a n o le o p e r e d ì A n d r e a d i C e s a r e a , d e llo p s e u d o - E c u m e n io , d i T e o f ila t t o e d i D io n ig i b a r S a lib i. A p a r t ir e d a l x m s e c o lo , p e r in f lu s s o a lt r o d e lle u n iv e r s it à , p r e n d e a s v ilu p p a r s i u n g e n e re d i c o m m e n t o d i t ip o t e o lo g ic o , p iù a t t e n t o a l s ig n if ic a t o le t t e r a le . N e l l ’e f ó m o d e r n a , c o m e p e r i l v a n g e l o , s i m o l t i p l i c a n o i c o m m e n t i / 0 t u t t i d ì t ip o t e o lo g ic o e c a t e c h e t ic o a n c h e s e , g r a z ie a l l ’ in f lu s s o d e l R in a s c im e n t o , c r e s c e g r a d u a l m e n t e l ’ i n t e r e s s e p e r la c r i t i c a l e t t e r a r i a e s t o r i c a . T r a g l i a l t r i m e r i t a n o u n a s e g n a la z io n e i c o m m e n t i d i U g o G r o z io ( 1 5 8 3 - 1 6 4 5 ) , p a r t ic o la r m e n t e a t t e n ­ to a g li a s p e t t i lin g u is t ic i e s t o r ic i, e d i J o h n L ig h t f o o t ( 1 6 0 2 - 1 6 7 5 ) , c h e n e lle s u e in d u g ia H o r a e H e b r a i c a e e t T a l m u d i c a e in A c t a A p o s t o l o r u m in o s s e r v a z io n i s t o r ic h e e f ilo lo g ic h e b a s a te s u lla le t t e r a t u r a g iu d a ic a ( T . M . , L X X e le t t e r a t u r a r a b b in ic a ) . b) 1 s e c o li X V 1I 1 - X J X . N e l x v m s e c o l o a p p a i o n o o p e r e e c c e l l e n t i p e r il c o n ­ t e n u t o c r it ic o e t e o lo g ic o , c h e e s e r c it a r o n o u n a g r a n d e in f lu e n z a . A llu d ia m o a g li s t u d i d i B e n g e t , il p r i m o a d e f i n i r e A t t i i l v a n g e l o d e l l o S p i r i t o s a n t o , e d i P a l e y , c h e p e r p r i m o p o s e i l p r o b l e m a d e l l a f i g u r a d i P a o l o p r e s e n t a t a in A t t i e d e l s u o r a p p o r t o c o n q u e l l a d e l l e le t t e r e . N e l x i x s e c o l o , t u t t a v i a , e g r a z i e a l l a s e n s i b i l i t à c a r a t t e r iz z a t a d a l l ’ I l l u m i n i s m o , s i a s s is t e t t e a u n a s v o lt a p iù a c c e n t u a t a n e llo s t u d i o d i A t t i , c o n s t a t a b i l e n e l l ’o p e r a d i F . C h . B a u r ( 1 7 9 2 - 1 8 6 0 ) e d e l l a s c u o l a d i T u b in g a . G li A t t i fu ro n o r it e n u t i o p e r a d ì u n p a o lin is t a c o n c ilia r e il m e g lio d e l p a r t it o p a o lin o e p e t r in o . N o n il c u i s c o p o e r a d i si tra tte r e b b e q u in d i d i u n ’o p e r a s t o r ic a , b e n s ì d i u n a c r e a z io n e t e o lo g ic a in t e r e s s a t a . T e n d e n z k r it ìk fu la d e s ig n a z io n e d i q u e s ta p r o s p e t t iv a , c h e e s e r c it ò un in f lu s s o r ile v a n t e s u lla s t o r i a d e l l ’ e s e g e s i, p r o d u c e n d o a l p e p o c a u n a r i n a s c i t a d e g l i s t u d i s u A t t i s i m i l e a q u e lla d i q u e s t i u lt im i a n n i, p o ic h é p o s e in p r im o p ia n o il p r o b le m a d e lla f in a lit à d i A t t i e d e l s u o v a lo r e s t o r ic o . B e n c h é s ia s t a t a c o n t e s t a t a d a r a d ic a li e c o n s e r v a t o r i e a c c o l t a n e l s u o c o m p l e s s o s o l t a n t o d a p o c h i / ' 1 la t e s i d e l l a s c u o ­ la d i T u b i n g a d e t e r m i n ò i l c o n s o l i d a r s i d i t r e c o r r e n t i , c h e a t t r a v e r s a r o n o l ’ i n ­ te ro x i x s e c o lo e c o n t in u a n o a e s s e re la t e n t i n e J P e s e g e s i a t t u a le : u n a lib e r a le e r a d i c a l e , la q u a l e p e r s i s t e e a p p r o f o n d i s c e i l r a d i c a l i s m o d i B a u r , p u r n o n a c c e t ­ t a n d o n e t u t t e le c o n c l u s i o n i ; u n ’ a l t r a i n t e r m e d i a , c h e s t u d i a c r i t i c a m e n t e g l i A t t i m a n e d if e n d e il v a lo r e f o n d a m e n t a lm e n t e s t o r ic o ; u n a t e r z a p iù c o n s e r v a t r ic e , o r ie n t a t a a s o s t e n e r e il v a lo r e s t o r ic o d e l l ’ in t e r a o p e r a . L a c o r r e n t e l i b e r a l - r a d i c a l e , r a p p r e s e n t a t a in p a r t i c o l a r e d a B . B a u e r ( 1 8 0 9 ­ 1888; e d a l l a D u t c h S c h o o l / 3 c r i t i c a B a u r p e r n o n a v e r t r a t t o le c o n s e g u e n z e e s tre m e d e l s u o d is c o r s o , o b b ie t t iv o c h e e s s i r a g g iu n g o n o m a s c r e d it a n d o q u e s ta 6 3 2 1 0 60. Si registrano più di duecento autori, tra cattolici e protestanti (cfr. G. Schneider, op. cìt. 1, 23-29); A J . Mattili jr. - M.B. Mattili, A Ctasstfìed Bibtiograpby o f Litcrature on thè Acts of thè ÀpastleSj Leiden 1966, 6-96. 61. Cfr. A. Schwegler (18 19 -1 8 5 7 ) ed E. Zeller (1814-1908), che è il classico dell’appli­ cazione ad Atti della teoria di Baur. 62. Cfr. anche E. Renan ( 1 8 2 3 -1 8 9 1 ) e F.C. Overbeck (1837-1905). 63. Il cui rappresentante più significativo è W.C. van Manen (1842-1905), professore a Leida. 32-4 Aspetti storici p o s i z i o n e * p o i c h é d i f a t t o la r i d u c o n o a l l ’a s s u r d o . D ’ a l t r o c a n t o , e s s a d e t e r m i n ò d ir e t t a m e n t e o in d ir e t t a m e n t e la r ic e r c a c r it ic a del x x s e c o lo , c h e n e r ip r e s e c o m e r is u l t a t i c r it ic a m e n t e p r o v a t i l'id e a c h e g l i A t t i s o n o u n a lib e r a c r e a z io n e d e l r e d a t t o r e , a n c h e s e n o n il f r u t t o d i u n a « t e n d e n z a » , c o m e s o s t e n e v a B a u r , m a d e iP m c a p a c it à d e ll’a u t o r e d i co m p re n d e re i d a t i d e lla t r a d iz io n e a p o s t o lic a . L ’o p e r a , q u i n d i , è p r i v a d i v a l o r e c o m e f o n t e s t o r i c a s u l l a c h i e s a p r i m i t i v a ; d ’ a l t r a p a r t e e s s a r i f l e t t e il t i p o d i c h i e s a p r o t o c a t t o l i c a e n o n il f r u t t o d i u n c o m p r o ­ m e s s o t e n d e n z io s o t ra i d u e p a r t it i, c o m ’e r a a f f e r m a t o d a lla s c u o la d i T u b in g a . La co rren te in te r m e d ia ebbe ra p p re s e n ta n ti n e ll’e p o c a s o s t e n n e p o s i z i o n i r i c o n d u c i b i l i a l l ’ a la p iù a p e r ta d e lla d ì B a u r e p iù te rza ta rd i c o r r e n t e , q u e lla c o n s e r v a t r i c e . L e s u e o b b i e z i o n i m i s e r o i n e v i d e n z a c o m e le c o n c l u s i o n i a n t i s t o r ie is t e d e lla s c u o la d i T u b i n g a n o n f o s s e r o f o n d a t e s u n e s s u n a p r o v a s c ie n t if ic a m a d ip e n d e s s e r o d a p r e m e s s e id e o lo g ic h e . I l r a p p r e s e n t a n t e p iù c a r a t t e r is t ic o fu M. Schneckenbu^ger/‘, L a c o r r e n t e c o n s e r v a t r ic e d if e s e il v a lo r e s t o r ic o d i A t t i , c o n t r o B a u r , e q u e llo d e i v a n g e li, c o n t r o S tra u ss, A lc u n i fe c e ro c iò in m a n ie r a t r a d iz io n a le , s e n z a a p p o r t a r e n e s s u n n u o v o c o n t r i b u t o ; a l t r i i n v e c e a l l a lu c e d e i d a t i p o s i t i v i d i B a u r c o n s e g u ir o n o r is u lt a t i d ì r ilie v o : T h . Z a h n ( 1 8 3 8 1 9 3 3 ), A . H a r n a c k (1 8 5 1 -1 9 3 0 ) ed E . M e y e r ( 1 8 5 5 - 1 9 3 0 ) in G e r m a n ia e J . B . L ig h t f o o t e W . M . K a m s a y in G r a n B r e t a g n a / '1 i q u a li p e r s e g u ir o n o u n a c r it ic a s t o r ic a p iù p o s it iv is t a r is p e t t o ai t e d e s c h i, t r o p p o c o n d iz io n a t i d a lla f ilo s o f ia . Q u e s t a c o r r e n t e in s is t e s u iP im p o s s ib ilit à d i s t u d ia r e g li A t t i a l d i f u o r i d e l c o n t e s t o d e g li s t o r io g r a f i c o e v i e s u l r i s c h i o d i r i d u r r e lo s t u d i o d e l N u o v o m e n te is o la t a d a lla s t o r ia c) lì X X T e s t a m e n t o a u n a d is c ip lin a « s e c o la r e » . s e c o l o / 1fl A l l a f i n e d e l x i x s e c o l o g l i A t t i p e r s e r o i[ p o s t o p r e m i n e n t e o c c u p a t o g r a z ie a l l ’ in f lu s s o d e lla s c u o la d i T u b in g a , S ’e ra fa t t o p r o b le m a c o m p ie t a - del G e sù d e lla s t o r ia e del ra p p o rto tra G esù p iu u r g e n t e il e P a o lo . P e r q u a n to r i g u a r d a g l i A t t i c o n t i n u a n o lo c o r r e n t i f o r m a t e s i i n p r e c e d e n z a e a f f i o r a n o n u o v i in t e r e s s i c o m e q u e llo d e lle f o n t i, p r o b le m a m o lt o s t u d ia t o p u r s e n z a g iu n g e r e a r is u lt a t i s o d d is f a c e n t i. I n c o n t r a r o n o m a g g io r e .s u c c e s s o q u a n t i s i d e d ic a r o n o a l p r o b l e m a d e l c o s i d d e t t o t e s t o o c c i d e n t a l e d i A t t i . 69 R e l a t i v a m e n t e a l l e c o r r e n ­ t i, c o n t in u a n o la lib e r a l- r a d ic a le e la c o n s e r v a t r i c e , c h e f i n i s c e p e r a s s o r b ir e q u e lla m o d e r a t a . L a c o r r e n t e r a d ic a le d o m in a i c ir c o l i c r it ic i lib e r a li, m a n t e n e n ­ d o c o m e d a t i a c q u i s i t i la n e g a z i o n e d e l v a l o r e s t o r i c o d i A t t i e , in p a r t i c o l a r e , d e l P a o l o c h e v i a p p a r e , d i v e r s o d a q u e l l o d e l l e l e t t e r e , e l ’i n d o l e p r o t o c a t t o l i c a 6 *8 5 4 64. Cfi. anche H.A. Meyer (1800-1873), fondatore del famoso Krittscb-exegettscber Kommentar ìtber das Neue TestatMciìt\ J.A.W. Neander (1789-1850), tonda tote della moderna stenografìa protestante, le cui opinioni sono ritenute ancor oggi valide dagli storici, e A. Kitsch! (1822-1889), probabilmente il piu seno dei critici di Tubinga. f 65. Cfr. inoltre, tra i nordamericani, À.C. McGitferc, 66. Cfr. U. Wilckens, interpretìng Luke-Acts in a Feriod of Extstantiatist Tbeolagy, in L.E, Keck - J.L. Matryn (edd.), Studies in Luke-Acts, Nashville - New York 1966, 60-86. Ó7- Cfr. i lavori di B* Weiss, M. Sorof, P. Feine, F, Spitta, C* Clemen, J. J ’ingst, LLH. Wcndt ecc. 68. Cfr. F.W. Blass, Th. Zahn, E. Nestie. Storia della ricerca su Lc.-Atti 325 d e l l ' o p e r a . 'J L a s t o r i a d e l l e f o r m e , d a l c a n t o s u o , c h e a p p o r t ò i m p o r t a n t i c o n ­ t r ib u t i a llo s t u d io d e l v a n g e lo , c o n t r ib u ì p o c o a q u e llo d e g li A t t i, a v e n d o u n a v is io n e n e g a t iv a d e lla s u a s t o r ic it à e d e lla s u a t e o lo g ia . A g iu d i z io d i S c h m id t , L e .- A t t i è u n a l e g g e n d a a l f i n e a l l e l e g g e n d e m e d i e v a l i ; 6970 p e r B u l t m a n n l ’ o p e r a d i L u c a è d e c a d e n t e e c o s t it u is c e u n e le m e n t o im p o r t a n t e d e l p r o t o c a t t o lic e s im o . L a c o r r e n t e c o n s e r v a t r ic e h a il s u o e s p o n e n t e p iu q u a lif ic a t o in A . W ik e n h a u s e r ( 1 8 8 3 - 1 9 ( 5 0 ) . H . J . L a d b u r y ( 1 8 8 3 - 1 9 7 4 ) , c o n s id e r a t o u n o d e i p r e c u r s o r i d e lla s t o r ia d e lla r e d a z io n e , e g li a lt r i a u t o r i d e l l’ o p e r a c o lle t t iv a T h e B e g ir m in g s o f Q h ris tia n ity , P a r t 1. T h e A c ts o f A p o s t i e s , e d i t a d a F . J . F o a k e s J a c k s o n { 1 8 5 5 ­ 1 9 4 1 ) e K . L a k e ( 1 8 7 2 * 1 9 4 6 ) , c e r c a r o n o d i c o n c i l i a r e le d u e c o r r e l i c i , la c r i t i c a e la c o n s e r v a t r i c e , m a s e n z a s u c c e s s o . L ’ o p e r a , in c i n q u e v o l u m i , s t u d i a i d i v e r s i a s p e t t i d i A tti e c o s t i t u i s c e V o p u s m a g n u m d e l c o n t r i b u t o b r i t a n n i c o e a m e r i c a ­ n o a lla r ic e r c a su A tti; 1 m a lg r a d o a lc u n i p u n t i o r m a i s u p e r a t i, e ssa r im a n e a n c o r p e r l ’ e s e g e t a d i A tti. o g g i u n in d is p e n s a b ile s t r u m e n t o d i la v o r o L a sto rta d e lla r e d a z io n e . I la v o r i d ì C a d b u r y e in p a r t ic o la r e d i M . D i b e liu s ( 1 8 8 3 - 1 9 4 7 ) , e n t r a m b i a p p a r t e n e n t i a lla c o r r e n t e r a d ic a le , m e t r o n o l ’a c c e n to s u i c a r a t t e r e u n ic o d i A t t i, i c u i d is c o r s i s o n o e s s e n z ia lm e n t e d o v u t i a t l'im m a ­ g in a z io n e le t t e r a r ia d e l l’ a u t o r e ; s o n o una lib e r a c r e a z io n e le t t e r a r ia d i L u c a e n o n h a n n o v a l o r e s t o r i c o . L e o p i n i o n i d i D i b e l i u s h a n n o a v v i a t o la d i s c u s s i o n e a t t u a le e d e s e r c it a t o u n a g r a n d e in f lu e n z a , tra g li a lt r i s u P . V ie lh a u e r e d E . H a e n c h e n . N e l s u o c o m m e n t o , r ic o n o s c iu t o c o m e il m ig lio r e s e m p io d e lla s c u o ­ la c r i t i c a r a d i c a l e , 717 3q u e s t ’u l t i m o n e h a a p p l i c a t o s i s t e m a t i c a m e n t e la m e t o d o l o ­ 2 g ia a g li A t t i. G li A t t i v e n g o n o c o n s id e r a t i c o m e c r e a z io n e d i L u c a a l s e r v iz io d i u n a v is io n e t e o lo g ic a c h e n o n r is p e c c h ia q u e lla d e lla c h ie s a p r im it iv a m a q u e lla d e lla c h ie s a d e lP a u r o ie . Q u e s t i s o t t o lin e a , a d e s e m p io , l ’ u n it à d e lla c h ie s a s o t t o la g u i d a d e i d o d i c i a p o s t o l i , a r m o n i z z a i g r u p p i e s ì s t e n t i a l s u o i n t e r n o , r i t o c c a la t r a d i z i o n e s u l l ’ o r i g i n e d e l l a c o m u n i t à c r i s t i a n a d i A n t i o c h i a , fa d i P a o l o un g i u d e o o s s e r v a n t e , c h e è in a c c o r d o e s o t t o m e s s o a l l ’ a u t o r i t à d e i c a p i d i G e r u ­ s a l e m m e , e p r e s e n t a u n ’à p o l o g ì à r i v o l t a a l l o s t a t o r o m a n o , r e n d e n d o i l c r i s t i a ­ n e s im o u n a r e lig io lic it a in c e n t r a t a s u lla r is u r r e z io n e e , d u n q u e , u n a s e tta g i u ­ d a ic a c h e p u ò a s p ir a r e a l r ic o n o s c im e n t o . In s ie m e a H . C o n z e lm a n n , H a e n c h e n e r i c o n o s c i u t o c o m e il f o n d a t o r e d e i l a s t o r i a d e l l a r e d a z i o n e n e g l i s t u d i l u c a n i . C o n z e lm a n n , p e r p a r t e s u a , h a in f in it o c o n s id e r e v o lm e n t e n e lla r ic e r c a a t t u a le s u L e .- A t t i, m a lg r a d o q u a n to r ig u a r d a le s u e o p i n i o n i s i a n o g li A t t i, n e l s u o c o m m e n t o s ta te v iv a c e m e n t e c o n t e s t a te . P e r e g li p r e s e n ta la p r o p r i a v i s i o n e t e o l o g i c a d e l l ’ o p e r a in m o d o a s s a i p i ù r a d i c a l e d i H a e n c h e n . Q u e s t a c o r r e n t e , c h e t r a s c u r a il p r o b le m a s t o r ic o e d e v id e n z ia l ’o p e r a d i L u c a c o m e c r e a z io n e d i un t e o lo g o , h a s u s c it a t o u n a m p io d i b a t t i t o , 7’ i l c u i r is u l t a t o c o n s is t e in u n a 69. Cfr. A. Jìilicher, J. Weiss, H.H. Wendt 70. Cfr. K.L- Schmidt, Die StetUmg der Et/attgeltert in Euchùristcriont Gòttingen 1923, 50-134 in der allgemeinen hìtentturgeschichte^ 7 1 . Cfr. W.W. Gasque, op. cit.t 183. 72. Die Apostelgeschichte, Gòttingen 1 95 6 sostituisce il commento di Wendland nel Krittsch-exegetischer Kofn/jieutar di Meyer. 73. Cfr. quanto già si è detto sulla storia di Luca. 326 Aspetti storici m a g g i o r e a t t e n z i o n e in g e n e r a l e a g l i a s p e t t i s t o r i c i e t e o l o g i c i . A t t u a l m e n t e , o l t r e a l g r u p p o r a d ic a le , m o lt i a u t o r i c e r c a n o d i p r e s e n ta r e L u c a c o m e s t o r io g r a f o e t e o lo g o in s ie m e ( c f r , F . F . B r u c e , I . H . M a r s h a ll, A . G e o r g e , J . D u p o n t ) . L a s i t u a z i o n e a t t u a l e . È m o l t o d i f f i c i l e d e f i n i r e la s i t u a z i o n e a t t u a l e p o i c h é la p r o s s im it à im p e d is c e u n a v is io n e p r o s p e t t ic a . T u t t ’ a l p iù s i p u ò p a r la r e d i im ­ p r e s s i o n i s u q u a n t o v i e n e p u b b l i c a t o . I n g e n e r a l e v a d e t t o c h e n o n c ’è a c c o r d o s u q u a s i n u l l a . G l i s t u d i s o n o o r i e n t a t i in d u e d i r e z i o n i : q u e l l a l i b e r a l - r a d i c a l e , g u id a t a d a C o n z e lm a n n e H a e n c h e n , e q u e lla c o n s e r v a t r ic e , d ir e t t a d a M a r s h a ll e B r u c e . N e l c o r s o d i d u e d e c e n n i ( 1 9 6 0 - 1 9 8 0 ) n o n è s ta to p u b b lic a t o n e ssu n c o m m e n t o , n e g l i a n n i 58 0 , i n v e c e , n e s o n o a p p a r s i d i v e r s i s u e n t r a m b e le lin e e : s i p o s s o n o a v v e r t i r e u n ’ a t m o s f e r a c r i t i c a e u n a v v i c i n a m e n t o t r a le p o s i z i o n i , c h e t u t t a v i a p e r m a n g o n o s e p a r a t e . P e r la p o s i z i o n e c r i t i c a v a s e g n a l a t o i l c o m m e n t o d i G . S c h n e id e r , il p iù im p o r t a n t e t r a t u t t i q u e lli e d it i r e c e n t e m e n t e , c h e s o s t ie n e o p in io n i c r ìt ic h e m o d e r a t e ; o lt r e a q u e s t o s o n o a p p a r s i i c o m m e n t i d i A . W e is e r , J . R o l o f f , W . S c h m i t h a l s . P e r la l i n e a c o n s e r v a t r i c e , m a c r i t i c a , è d a m e n z i o n a r e il c o m m e n to d i I . H . M a r s h a ll. III. B I B L IO G R A F IA G E N E R A L E SU L V A N G E L O DI LU CA i. B ib lio g ra fie P r e s e n t a n o u n e le n c o d i t u t t o q u a n t o è s t a t o r e c e n t e m e n t e p u b b lic a t o J . N a v o n e , B ib lio g r a fia Lucana, R o m a 1 9 6 9 e F. v a n S e g b ro e ck , T h e G o sp e l o f L u k e. A C u m u la t iv e B ib lio g r a p h y ( 1 9 7 3 - 1 9 8 8 ) 1 L o u v a in 1 9 8 9 . P e r u n a s t o r ia d e lla r ic e r ­ c a e la p r e s e n t a z i o n e d e l l e o p e r e p i ù i m p o r t a n t i c f r . M . R e s e , D a s L u k a s - E v a n g e liu m . E i n F o r s c h u n g s b e r ic h t , in A N R W 11, 2 5 . 3 , 2 2 5 9 - 2 3 2 8 . G . B r a u m a n n h a r a c c o lt o e p u b b lic a t o g li a r t ic o li s t o r ic a m e n t e p iù r ile v a n t i: D a s L u k a s E v a n g e liu m . D i e r e d a k tio n s - u n d k o m p o s it io n s g e s c h t c h t lic h e Forscb u n g, D a rm sta d t *974Su L e .-A t t i tre o p e re Bovon, Lue s e g n a la n o c r it ic a m e n t e q u a n t o le T b é o l o g i e n . V i n g t - c i n q ans è sta to de rech erch es p u b b lic a t o : F . (1930-1973)3 P a iis - N e u c h à t e l 1 9 7 8 : s u f f i c i e n t e m e n t e c o m p l e t o , p r e s e n t a le p u b b l i c a z i o n i s u d d i v i s e p e r a r g o m e n t i ; l ’o p e r a è s t a t a a g g i o r n a t a d a l P a u t o r e n e l l a r a s s e g n a D m c o t é d e c h e z L u e : R T h P h 1 1 5 ( 1 9 8 3 ) 1 7 5 - 1 8 9 , in c lu s a p o i n e lla s e c o n d a e d iz io n e a c c r e ­ s c iu t a (G e n è v e 1 9 8 8 ) e n e lla t r a d u z io n e in g le s e : L u k e th è T h e o lo g ia n . T h ìr t y T h re e Y e a rs o f R e se a rc h ( 1 9 3 0 - 1 9 8 3 ) , A llis o n P a r k , P a . 1 9 8 7 . A lt r a o p e ra è E . R a s c o , L a te o lo g ia d e L u c a s . O r ig e n r d e s a r r o llo t o r ie n t a c io n e s , R o m a 1 9 7 6 ,1 - XL: b i b l i o g r a f i a , e 1 - 9 2 : c o m m e n t o s t o r i c o a l l a b i b l i o g r a f i a ; F a u t o r e c o m p l e t a p o i il p r o p r io esam e in E s tttd io s lu c a n o s : B ib 63 (1 9 8 2 ) W a g n e r (e d .), A n E x e g e t ic a l B ib lio g r a p h y o f th è N e w A cts, M a c o n , G a . 2 6 6 - 2 8 0 . In f in e G. T e s t a m e n t i 11, L u k e a n d 1985. x. In tro d u z io n i J . A . F it z m y e r , T h e G o s p e l A c c o r d i n g to L u k e , N e w Y o r k t r o d u z io n e p iù c o m p le t a e re c e n te d is p o n ib ile ; c o m e uno 1 9 8 1 , 3 -2 5 8 , è F in d e i p r im i t e n t a t iv i B i b l i o g r a f ì a g e n e r a le s u l v a n g e lo d i L u c a 327 c P i n t r o d u z i o n e u n i c a al v a n g e l o e a g l i A t t i è d a s e g n a l a r e F . B o v o n , E v a n g e l i o d e L u c a s y H e c b o s d e l o s A p ó s t o l e s , in I n t r o d u c c i ó n a la L e c t u r a d e la B i b i t a , 9 . E v a n g e lio s S in ó p t ic o s y H e c h o s d e lo s A p ó s t o le s , M a d r i d 1 9 8 3 ; s o n o in o ltre disponibili a ltre in tro d u z io n i c o m p le te v a n g e lo N uovo Buena seco n d o in I n t r o d u c c i ó n A p ó s t o le s , M a d rid X. L é o n - D u f o u r , Il G e o r g e - P. G r e l o t ( e d d . ) , I n t r o d u z i o n e a l 2 , R o m a * 1 9 8 4 , 1 0 2 - 1 3 2 ; S. G u i j a r r o , E l h o r t z o n t e d e la T esta m en to N o tic ia , L u c a , in A . sa n e ben in f o r m a te : a lo s e v a n g e h o s s in ó p tic o s y H echos de lo s 1 9 8 7 , 1 7 7 - 2 6 0 ( L e . e g li A t t i v e n g o n o t r a t t a t i i n s i e m e ) ; B . R i g a u x , T e s t im o n ia n z a d e l V a n g e lo d i ì^ u c a , P a d o v a 1 9 7 3 ; A . W i k e n h a u s e r - J . S c h m i d , i l v a n g e l o d i L u c a , in I n t r o d u z i o n e a l N u o v o T e s t a m e n t o , B r e s c i a 1 9 8 1 , 2 8 8 - 3 1 3 , C fr. in o ltre L. C e r f a u x - J . C a m b ici:, L u e ( E v a n g ile s e lo n $ .) , D B S V , 545"5945 M A . P o w e ll, W h a t A r e T h e y S a y in g A t o u t L u k e ?, N e w Y o r k - M a h w a h 1 9 8 9 ; W , R ad i, D a s L u k a s -E v a n g e liu m , D a rm s ta d t 1 9 8 8 . 3. C o m m e n t i e s t u d i a t t u a li p iu im p o r t a n ti D e g l i a n n i d e lla s t o r ia d e lle f o r m e s o n o t ir ili: W . A . A r n d t , T h e G o s p e l a c c o r d i n g to S t. L u k e , S a in t L o u i s , M is s . 1 9 5 6 ; f , M , C r e e d , T h e G o s p e l A c c o r d i n g to S t . L u k e . T h e G r e e k T e x t w ith I n t r o d u c U o n , N o t e s a n d ì n d ic e s , L o n d o n 1942, 1950, 1 9 5 3 ; W .J. H a r r in g t o n , The G o s p e l a c c o r d in g to 1 9 3 0 , r is i. S t. Luke> A C o m m e n t a r y T W e s t m in s t e r 1 9 6 7 ; W . H illn i a n n , A u f b a u u n d D e u t u n g d e r s y n o p tis c h e n L e id e n s b e r ic h t e . E in B e itr a g z u r K o m p o s iiio n s t e c h n ik u n d S in n d e u t u n g d e r d re t à lt e s t e n E v a n g e lie n , F r e ib u r g i- J ìr . 1 9 4 1 ; H J . tik e r , T ù b it ig e n - L e ip z ig H o lt z m a n n , D ìe S y n o p - * 1 9 0 1 ; E . K lo s t e r m a n n , D a s L u k a s e v a n g e liu m , T u b in - g e n ^ 1 9 2 9 , r is t . 1 9 7 5 ; M J . L a g r a n g e , E v a n g i l e s e l o n S a i n t L u e , P a r i s 31 9 2 0 , " 1 9 4 8 ; J , L e a l , E l E v a n g e l i o s e g u n s a n L u c a s , in J . L e a l ( e d . ) , L a S a g r a d a E s c r i tu ra , N u e v o P a r is T e s t a m e n t o T, M a d r i d 1 9 6 1 ; E . O s t y , L * E v a n g i l e s e lo ? i S a in t L u e , 1 9 6 T ; B . R e ic k e , T h e G o s p e l o f L u k e , R ic h m o n d , C a i. 1 9 6 4 ; K . H . R e n g - s t o r f , Il V a n g e lo s e c o n d o L u c a , B r e s c ia 1 9 8 0 ; A . S c h la t t e r , E v a n g e h u m n ach L u k a s . A u s s e in e n Q u e lle n e r k ld r t , S t u t t g a r t 1 9 3 1 , ri e d . 1 9 6 1 e i y 7 5 ; J . S c h m id , L 'E v a n g e l o s e c o n d o L u c a , B r e s c ia 1965. S t o r ia d e lla r e d a z io n e e a lt r e c o r r e n t i a t t u a li. A p a r t i r e d a g l i a n n i 15 0 s o n o a p p a r s e u n a s e r ie d i o p e r e c h e t e n g o n o c o n t o d e lP im p o s t a z io n e d e lla s c o r ia d e lla r e d a z io n e e d i a lt r e c o r r e n t i a t t u a li. S i s e g n a la n o q u e lle d i F . W . D a n k e r , J e s u s a n d th è N e w A g e . A C o m m e n t a r y o n S t. L u k e ’s G o s p e l, P h ila d e lp h ia " 1 9 8 8 ; J . E r n s t , // V a n g e l o s e c o n d o L u c a , 2 v o l i . , B r e s c i a 1 9 8 5 ( s o s t i t u i s c e i l c o m m e n t o d i S c h m id n e lla B i b b ia d i R e g e n s b u r g ) ; J . A . F k z m y e r , T h e G o s p e l A c c o r d i n g to L u k e , 1. / - / X ; 11. X - X X / V , N e w Y o r k W . G ru n d m a n n , D as C o m m en ta ry L u k e , E xe te r on E v a n g e liu m 1 9 8 r . 1 9 8 5 è il m ig lio r c o m m e n t o a t t u a le ; nach 1978; F. L u k a s , B e r lin N e ir y n c k ^1974; I H . ( e d .) , L 'E v a n g t l e M a r s h a ll, de Lue. M e m o r ia l L , C e r fa u x , G e m b lo u x 1 9 7 3 ; W .C . R o b in s o n , T h e W a y o f th è L o r d , B a s e ! 1 9 6 2 (e d , te d . D e r W e g d e s H e r n t . S t u d ìe n z u r G e s c h ic h t e u n d E s c a t o ­ l o g ì e ir n Ì M k a s - E v a n g e l i u m . E h i G e s p r à c h m i t H . C o r i z e I m a n n , H a m b u r g - B e r g - s t a d t 1 9 6 5 ; L . S a b o u r in , l / E v a n g i l e d e L u e . in t r o d u c t ìo n e t c o m m e n t a ir e , R o m a 1984; W. S c h m it h a ls , D a s E v a n g e liu m m a n n , ì l v a n g e lo d i L u c a t, B r e s c ia nach L u k a s , Z iìr ic h 1 9 8 0 ; H . S c h iir - 1 9 8 3 ; C S. S t u l l m u l l e r , I I v a n g e l o s e c o n d o 328 Aspetti storici L u c a , in G ra n d e B ib lic o , B r e s c ia C o m m en ta n o 1 5 7 3 , 9 6 9 -1 0 3 5 ; J .L . V esco , J é r u s a le m e t s o n p r o p h è t e . U n e le c t u r e d e P é v a n g ile s e lo n s a ìn t L u e , P a r is 1 9 8 8 . S u e n t r a m b e le o p e r e è s t a t a p u b b l i c a t a u n a s e r i e d i l a v o r i d e d i c a t i in p a r ­ t ic o la r e a p r o b le m i p r e lim in a r i a lla t e o lo g ia lu c a n a : H . v o n B a e r , D e r H e ilig a G e i s t in d e n L u k a s s c h r i f t e n , S t u t t g a r t 1 9 2 6 ; F . B o v o n , L 3o e u v r e d e L u e . E t u d e s d 'e x e g è s e e t d e t h é o l o g i e , P a t i s th è T h e o lo g y o f L u k e , R o m a London 1 927; IL L u k a s , T t ib in g e n 1 9 8 7 ; S . B r o w n , A p o s t a s y a n d P e r s e v e r a n z e in 1 9 6 9 ; H J . C a d b u r y , T h e M a k in g o f L u k e A c t s , C o n z e im a n n , D ie M it t e d e r Z e it . S t u d ie n z u r T h e o lo g te d e s 1954 (* 1 9 6 4 ); J . D e lo r m e - J . D u p la c y (e d d ), L a p a r o le d e g r à c e . E t u d e s l u c a n i e n n e s à la m é m o i r e d 'A u g u s t i n G e o r g e , P a r i s 1 9 8 1 ; J . E r n s t , L u c a . T Jn r i t r a t t o t e o l o g i c o , B r e s c i a 1 9 8 8 ; H . F l e n d e r , H e i l u n d G e s c h i e h t e in d e r T h e o lo g ìe d e s L u k a s , M u n c h e n 1 9 7 5 ; À . G e o rg e , E tu d e s su r P o eu vre de L u e , P a r is 1978; A . H a rn a ck , Luke The G o s p e l a n d th è A c t s o f th è A p o s t le s , N e w M a rty n P h y s ic ia n . The A u t h o r o f th è T h ir d Y o r k 1 9 0 7 (o r . t e d .); L . E . K e c k - J . L . ( e d d . ) , S t u d i e s in L u k e - A c t s , E s s a y s p r e s e n t e d in h o n o r o f P a u l S c h u b e r i, N a s h v ille , N . Y . T o r in o - L e u m a n n b u r g h - D a n v ille 1 9 6 6 ; B , P r e t e , L 'o p e r a d t L u c a . C o n t e n u t i e p r o s p e t t iv e , 1 9 8 6 ; C h . H . T a lb e r t (e d .), P e r s p e c tt v e s o n L u k e -A c t s , E d L n - 1978. T r a le o p e r e d i d i v u l g a z i o n e s e g n a l i a m o A . G e o r g e , l ’ o u r l i r e P É v a n g i f è s e l o n sa tn t L u e ( C a h ie r s E v a n g ile T o r in o 5 ) , P a r i s 1 9 7 3 ; M . L a c o n i , S a n L u c a e la s u a c h i e s a , 1 9 8 6 ; C . G h id e lH , L u c a , R o m a '1 9 8 6 ; J . R a d e r m a k e r s L e t t u r a p a s to r a le d e l v a n g e lo d i L u c a , B o lo g n a - P. B o ssu y t, 1983. IV. B I B L IO G R A F IA G E N E R A L E SUGLI ATTI 1. B ib lio g ra fie P r e s e n t a im e l e n c o d i q u a n t o è s t a t o p u b b l i c a t o s u A t t i À . J . M a t t i l i j r . - M . B . M a t r i 11; A L e id e n C la s s tfie d B ib lio g r a p h y 1 9 6 6 ; c o n t in u a o f L it e r a t u r e on th è A c ts l ’o p e r a p r e c e d e n t e W . E . M i l l s , A th è A p o s t le s , of B ib lio g r a p h y P e r io d ic a l L tte r a tu r e o n th è A c t s o f th è A p o s t le s : 1 9 6 2 - 1 9 ^ 4 , L e id e n u n a s t o r ia d e lla r ic e r c a e u n a p r e s e n t a z io n e d e lle o p e r e p iù o f th è 1986. Per im p o r t a n t i è u t ile W . W . G a s q u e , A H ì s t o r y o f t h è C r ì t i c i s m o f thè. A c t s o f t h è A p o s t l e s , T i i b i n g e n 1 9 7 5 , a g g i o r n a t o in A F r u i i f u i F ì e l d . R e c e n t S t u d y o f t h è A c t s o f t h è A p o s t l e s : In t e r p r e t a t io n 4 1 ( 1 9 8 8 ) 1 1 7 1 3 1 ; c fr . F .F . B r u c e , T h è A c t s o f th è A p o s t le s T o - D a y : B J R L 6 5 (1 9 8 2 ) 3 6 -5 6 ; F . H a h n , D e r g e g e n w à r iig e S ta n d d e r E r fo r s c h u n g d e r A p o s t e lg e s c h ic h t e . R a m m e n ta r e u n d A u fsa tz b à n d e : T h R v 1 9 0 ; E . G r a s s e r , A c t a F o r s c h u n g s e it 1 9 6 9 : T h R 41 (1 9 7 6 ) 141 82 (1 9 8 6 ) 1 7 7 ­ 1 9 4 . 2 5 9 -2 9 0 ; 4 2 ( r 9 7 7 ) 1 - 6 8 , c o n t in u a t o d a E . P liim a c h e r , A c t a -F o r s c h u n g 1 9 7 4 - 1 9 8 2 : T h R 4 8 (1 9 8 3 ) 1 -5 6 ; 4 9 (1 9 8 4 ) 1 0 5 -1 6 9 ; M . R e s e , N e u e r e L u k a s -A r b e ìte n . B e m e r k u r ig e n z u r g e g e n w d r t ig e n F o r s c h u n g s la g e : T h L Z 2. 1 0 6 (1 9 8 1 ) 2 2 5 -2 3 7 . In tro d u z io n i C o m p le t e e b e n e in f o r m a t e s o n o le in t r a d u z i o n i d i C h . P e r r o t , G l i A t t i d e g l i A p o s t o l i , in A . G e o r g e - P . G r e i o t (e d d ), I n t r o d u z i o n e a l N u o v o T esta m en to , Bibliografia generale sugli Atti 329 R o m a * 1 9 8 4 , 2 2 7 - 2 7 6 ; A . W ik e n h a u s e r - J . S c h m id , G l i A t t i d e g li A p o s t o l i , in T e s t a m e n t o , B r e s c ia in tr o d u z io n e a l N u o v o 3. 1 9 8 1 , 3 8 8 -4 2 3 . C om m en ti e studi N e l x x s e c o lo i c o m m e n t i e g li s t u d i s i s o n o m o lt ip lic a t i. P e r P im p o r t a n z a s t o r ic a e / o p e r la l o r o a t t u a l i t à s o n o d a s e g n a l a r e W . B a r c l a y , T h e A c t s o f t h è A p o s t l e s , P h ila d e lp h ia 1 9 5 7 , r ie d . 1 9 7 6 ; F . F . B n i c e , T h e A c t s o f th è A p o s t l e s , L o n d o n ^ 9 5 2 ; T h e B o o k o f th è A c t s (r e v is e d e d it io n ) , G r a n d R a p i d s , M ic h . 1 9 8 8 ; H . J . C a d b u r y , T h e B o o k o f A c t s in H ì s t o r y , L o n d o n 1 9 5 5 ; J . C a n t i n a t , L e s A c t e s d e s A p ó t r e s . T r a d u i t s et c o m m e n t e s , P a r i s 1 9 6 6 , 1i 9 7 8 ; L . C e r f a u x - J . O u p o n t , L e s A c t e s d e s A p ó t r e s , P a r i s 31 9 6 4 ; H . C o n z e l m a n n , D i e A p o s t e l g e s c h i c h t e , T i i b i n - gen 1972 A p o s t le s , G ò t t in g e n (tr. in g l. A c t s P h ila d e lp h ia o f th è A p o s t le s . 1 9 8 7 ); 1 9 5 1 ; R . J . E ) iilo n A C o m m en ta ry on th è A cts o f th è M . D ib e liu s , A u fs a tz e z u r A p o s t e lg e s c h ic h t e , - J.A . F ìt z m y e r , A t t i d e g li A p o s t o l i , in G ra n d e C o m m e n t a n o B i b l i c o , B r e s c ia 1 9 7 3 , 1 0 3 6 - 1 1 0 2 ; J . D u p o n t , S t u d i s u g li A t t i d e g li A p o s t o l i , R o m a 31 9 7 5 ; L e s s o u r c e s d u l i v r e d e s A c t e s . E t a t d e la q u e s t i o n , B r u ­ g e s i 9 6 0 ; N u o v i s t u d i s u g li A t t i d e g li A p o s t o li , C i in s e llo B a ls . 1 9 8 5 ; T e o lo g ia d e lla C h ie s a n e g li A t t i d e g li A p o s t o li, B o lo g n a 1 9 8 4 ; F .J . F o a k e s Ja c k s o n L a k e (e d d .), T h e B e g in n in g s o f C h r is U a n ity , 5 v o li., L o n d o n G asq u e - R .P . M a r t in - K. 1 9 2 0 -1 9 3 3 ; W .W . ( e d d .) , A p o s t o lic H is t o r y a n d th è G o s p e l. B ib lic a l a n d B r u c e , E x ete r 1 9 7 0 ; C . G h id e lli, A t t i d e g li H is t o r ic a l E s s a y s p r e s e n t e d to F . F . A p o s t o li, T o r in o 1 9 7 8 ; M . G o g u e l, L e L iv r e d e s A c t e s , P a r is 1 9 2 2 ; E . H a e n c h e n , D ie A p o s t e lg e s c h ic h t e , G ò t t in g e n 1 9 6 1 , " T 9 7 7 (tr. in g l. T h e A c t s o f th è A p o s t le s , O x fo rd yi 9 7 i } ; J . K r e m e r ( e d .) , L e s A c t e s d e s A p ó t r e s . th é o lo g ie , G e m b lo n x E s c r itu r a , N u e v o A p o s t le s . A n 1 9 7 9 ; J . L e a l, H echos T e sta m e n to n , M a d r id In tr o d u c tio n a n d A c t s o f th è A p o s t le s , G a r d e n d e lo s A p ó s t o le s , in La Sa g ra da 1 9 6 2 ; I . H . M a r s h a ll, T h e A c t s o f th è C o m m e n t a r y , L e ic h e s t e r C it y , N . Y . T r a d itio n , r é d a c tio n , 1 9 80; J. M u n ck, The 1 9 6 7 ; J . R iu s - C a m p s , D e je r u s a lé n a A n t i o q u i a ( H c h . 1 - 1 2 . ) , C o r d o b a 1 9 9 1 ; I d e m , E l c a m i n o d e F a b i o a la m i s i ó n d e lo s p a g a n o s G ò t t in g e n B r e s c ia (H ch . 1981 1985. 13-28), M a d r id 1984; j. A p o s te lg e s c h ic h te , ( t r . it . in p r e p . ) ; G . S c h n e i d e r , G l i A t t i d e g l i A p o s t o l i , 2 v o l i . , 1986; G. S ià h lin , G li A tti W ik e n h a u s e r , A t t i d e g li A p o s t o li , B r e s c ia T ra R o lo f f , D ie d e g li A p o s t o li, B r e s c ia 1973; A. 1968. le o p e r e d i d i v u l g a z i o n e s e g n a l i a m o M , G o u r g u e s , M i s s i o n e t C o m m u - n a u té (A c te s d es A p ó t r e s i j i z ) ( C a h ie r s E v a n g il e 6 0 ) , P a r is 1 9 8 7 ; Id e m , L 'é v a n - g i l e d e s p a 'ì e n s ( A c t e s d e s A p ó t r e s 1 3 - 2 S ) ( C a h ie r s E v a n g ile 6 7 ), P a r is 1 9 8 9 ; H . J e n n i , E l a n u n c io d e l E v a n g e lio p o r lo s c a m in o s d e l m u n d o , B a r c e lo n a 1964. * I » Indice del volume 7 S o m m a r io 9 P re m e ssa il A b b r e v ia z io n i e s ig le P arte p rim a I N T R O D U Z I O N E AI V A N G E L I S IN O T T IC I R a fa e l A g u irre M ortasterio C a p it o lo *7 I7 1 O r ig in e e n a t u r a d e i v a n g e li s in o t t ic i I. In t r o d u z io n e 17 1. L o s t u d io d e i v a n g e li s in o t t ic i 18 z . It in e r a r io d e l n o s t r o s t u d io 19 3 . « V a n g e li» zi zz 11. O r i g i n e d e i v a n g e l i s i n o t t i c i 1 . O r ìg in e d e lla t r a d iz io n e : G e s ù e i d is c e p o li p r im a d e lla p a s q u a zz a ) L a c o m u n it à p r e p a s q u a le in t o r n o a G e s ù M b ) C u lt u r a d e lla z8 c ) C a r a t t e r is t ic h e s p e c if ic h e m e m o r ia e d e lla t r a d iz io n e d e lla t r a d iz io n e p r e p a s q u a le s u G e s ù 3* z . L a c o m u n i t à p o s t p a s q u a l e : la t r a d i z i o n e r e i n t e r p r e t a t a a lla lu c e d e ll'e s p e r ie n z a p a s q u a le a) F e d e lt à 33 e a t t u a liz z a z io n e d e lla t r a d iz io n e b ) II r ic o r s o a lla S c r it