ENTREVISTA AO V.M RABOLÚ PELA GRÉCIA DURANTE O 2º CONGRESSO GNÓSTICO MUNDIAL V.M. Rabolú – Minha saudação muito especial para a delegação grega, me agrada vê-los aqui novamente conosco. Quero que cada um de vocês leve algo em seus corações, um alento a mais para poder seguir este duro caminho. Digo “duro caminho” porque liberar-se não é tão fácil, mas não é impossível tampouco; tudo requer um esforço e este esforço o estão fazendo, porque vejo que o país que esta mais organizado neste momento, que estão trabalhando de acordo com os regulamentos, de acordo com as Ordens Superiores são os gregos. Minhas felicitações para vocês e que o Movimento cresça, floresça e de seus frutos em seu país para que sirva de exemplo ao mundo. Quero pois, uma vez mais felicitá-los pelo grande esforço que estão fazendo e meu desejo é que todos sigam adiante pelo caminho da liberação, que é “o caminho do fio da navalha”, como se diz esotericamente, porque quando alguém entra a este conhecimento, entra sem poder retroceder, nem para o lado, porque no “fio da navalha” se começa, há que seguir verticalmente, porque se regressa o abismo lhe espera. O que quer buscar pelo lado cai também ao abismo. De modo pois, que estamos todos quase obrigados, verdadeiramente, a seguir o caminho, porque já temos este conhecimento, o dever nosso é superar-nos e meu desejo a todos que cheguemos todos a liberação, isto seria o triunfo de toda essa humanidade. De modo pois, quero que também me façam perguntas Oxalá completamente esotéricas, para poder verdadeiramente explicar-lhes um pouco mais a fundo o caminho iniciático que se converte em puros requisitos. O que dizia o Mestre Samael em suas obras é uma tremenda realidade, que estamos em uma “escola onde temos que aprender tudo, esta “escola” aqui da vida, para poder empreender o caminho da Iniciação. Desejaria pois que me fizessem perguntas, cada um com suas dúvidas, algo que perguntar sobre o caminho que estamos explorando nestes momentos; digo eu “que estamos explorando” porque não se sabe por onde começa e por aonde vai terminando, posto que a sabedoria é profunda, sem limites, porque nunca termina a sabedoria. Estamos começando agora este caminho e meu desejo é que todos vamos juntos nesta grande batalha da liberação. Deleg. Grega: - O despertar da consciência vem com a experiência da meditação, o despertar desses 3%? Mestre: - A consciência começa a despertar aqui e agora. Eu qualifico dois tipos de consciência: a subjetiva e a objetiva. Subjetivo, aí temos todos os mantrans que dá o Mestre Samael, para despertar a consciência, mas eu chamo “subjetivo”; enquanto que se quer alguém voltar a sair em corpo astral, ir despertando, tem que voltar a repetir o mesmo mantram, para poder voltar a sair conscientemente. E objetiva já é básica a “morte”. Se alguém elimina um defeito, nasce uma virtude e não somente uma virtude senão há uma porcentagem de consciência que se libera que tinha este defeito, volta à consciência; então já aumentou a porcentagem de consciência e essa consciência segue sem dormir mais, posto que esta permite a alguém deslocar-se em diferentes dimensões conscientemente, não somente no mundo tridimensional, senão na parte tetradimensional, quidimensional, enfim, em todas as dimensões. Sempre ao despertar da consciência é básico e fundamental a “morte”; se não há “morte” não há consciência, (inaudível) fundamental. 1/9 Podem começar vocês subjetivamente, com os mantrans que dá o Mestre que são efetivos, para que tenham uma “base” aonde apoiar-se, para que vejam que existem outras dimensões e que pode alguém mover-se a vontade e aprender tudo o que as hierarquias, os Mestres lhe ensinam. Mas é necessário, melhor, a “consciência contínua” que é em base da “morte”. V.M. Rabolú: ... Já que fala aqui o irmão em conhecimento, fixem-se que a palavra “conhecimento” que é profunda; conhecimento vem de “conhecer”, se alguém não conhece, não tem conhecimento, e pelo conhecimento vem nada menos que a sabedoria. Então é importante meter-se dentro do caminho prático para adquirir este “conhecimento”. Um exemplo: a mim me dizem que aqui atrás desse gravador há uma figura de ouro, muito bonita; eu “creio”, porque aqui não a vejo, tenho que passar o gravador para poder ver esta figura. Então para mim é uma teoria falar desta figura que está atrás desse gravador, que posso crer que há uma figura aí e até comentar com muitas pessoas, mas não tenho esse “conhecimento”, porque não conheço a figura todavia que está aí. Mas eu transpasso o gravador, vejo a figura, a toco, apalpo, então já é uma coisa com conhecimento, porque conheci aquele objeto que tanto se falava. Então a “Gnosis” também é exatamente igual. O mestre nos deu a teoria, toda a teoria. Agora para que nós logremos cada um, então o dever nosso é praticar para chegar a esse conhecimento. O que nós teoricamente aprendemos temos que chegar ao conhecimento, a conhecer, a tocar e apalpar aquilo invisível, aquilo que nos disseram. Para que? Para que por meio disso chegue a sabedoria a nós. Deleg. Grega: - Como podemos obter a recordação do Ser, recordação constante do Ser, a autoobservação e qual a diferença que existe entre recordar-se a si mesmo e auto-observar-se? Mestre: - Bom, recordar-se a si mesmo ou auto-observar-se vem a ser quase a mesma coisa, porque quem está auto-observando está recordando-se, isso é inevitável, vai coordenadamente. Par autoobservar-se alguém tem que recordar-se. Se não se recorda, pois não se auto-observa, isso é lógico. Deleg. Grega: - Por onde podemos começar nós a avançar neste caminho? Mestre: -Bom, o Mestre recalcou incansavelmente que só os três fatores; mas ultimamente Ele sempre sugeria o mesmo: “se começa pela morte”. A “morte” é básica e fundamental para alguém chegar ao “conhecimento”. Se não há “morte”, não há nascimento, nada dentro de alguém e está perdendo tempo. Ora, já que falo em “perder tempo”, torno a recordar que isto é falado muito, “que não fiquemos com a teoria”, cada um deve experimentar por si mesmo, na vida prática, levar este conhecimento à prática, a comprovação, porque não queremos seguidores por todos os lados; segundo, a “teoria” não sustém a ninguém no caminho, é a prática, o que alguém tem experimentado é o que o sustém porque ao Iniciado vem momentos muito graves, muito críticos, e se não tem algo de conhecimento do que está realizando, pois facilmente se desvia, protesta, se vai, porque não há uma “base fundamental” criada dentro de si mesmo. Então, é recomendável a todos os estudantes que comecem de uma vez pela prática. A prática é que me fez estar aqui em frente a vocês. Se eu não fosse um tipo prático, jamais, porque me vinha o mundo inteiro em cima. Eu me senti um momento completamente só, durei anos que só contava com a companhia de Meu Pai e Minha Mãe, não mais, porque todo mundo golpeava contra, porque são processos que tem que vir para alguém, para ver se verdadeiramente está por algo superior ou por estar. A todo estudante lhe chegam momentos críticos. Então aí o que serve a você é o que pode realizar, praticar, ver, tocar e apalpar, isto é o que sustém alguém em momentos esses que lhe vem essas provas tão terríveis. Então deve ter-se sempre essa “base fundamental” que é a que o sustém, é a que pode realizar pelo que lhe ensinaram, pelo contrário, fracassa. Deleg. Grega: - Queria que me explicasse Mestre, que significa uma pessoa prática na vida? Mestre: - Prática é se a alguém lhe ensina algo, deve comprovar, levar a comprovação. Isso se chama ser prático. 2/9 Por exemplo, a mim, quantas obras escreveu o Mestre, e eu tenho lido umas três obras, não leio mais, mas é praticado. Nenhum Mestre da Loja Branca tem chegado a maestria pela “teoria”, senão pela prática. É Mestre pela prática. Então isso é o que necessitamos cada um de nós, levar tudo a prática, se é ou não é; as dúvidas que se tem dentro de si, que todo mundo tem o direito de duvidar, se as tiram com a mesma prática, quando alguém chega a comprovar. Deleg. Grega: - A bíblia diz que antes vão se apresentar dois profetas, antes do fim do mundo, que depois mais tarde se vai apresentar um terceiro cavalheiro e que este vai recolher a todas as pessoas que estão no Caminho de Deus e que depois o Mundo vai terminar. O cavalheiro último vai recolher toda a colheita do que então se tenha... Mestre: - Bom, sempre toda era tem seu avatara. Um avatara traz uma missão de uma era, tal como estamos na atualidade, o avatara de aquário é Samael. O V.M. Samael aparentemente desapareceu, tridimensionalmente desapareceu, mas Ele tem sua múmia egípcia donde vai figurar como um terceiro cavalheiro, a recolher a colheita, com sua múmia, seu corpo atual que tem, colheita que vai recolhe-la e Ele aparece em momentos já decisivos, em que já não há mais nada que fazer. Ele vem a recolher o pouco de sua colheita, porque tem que entregar ao Pai, esta hora. Então Ele deverá, e eu sei em que tempo mais ou menos, quando já esteja esta humanidade para sucumbir, Ele aparece a recolher sua colheita e passará esta colheita ao Êxodo, a uma ilha desabitada, porque aí vão completar eles sua obra, os poucos ou muitos que logrem. Então, isso que diz a Bíblia é exato, não há esse terceiro, senão esse terceiro vem a ser o mesmo avatara com seu novo corpo, com sua múmia que Ele tem. Casualmente a conheço, tive privilégio de conhecêla várias vezes, estar com ela, ante sua múmia, conhecê-la fisicamente bem como é. Deleg. Grega: - Mestre, há um ponto que tanto interessa a eles e me interessa. Estive trabalhando com eles e eu sei que isto (inaudível), já que estamos falando questões do trabalho, e eu gosto disso... Mestre: - Sim, sim, claro. Deleg. Grega: - ...como parte disso, eu gostaria que aqui falássemos claro e exato. Mestre: - Correto, correto. Deleg. Grega: - Olhe, eu estava vendo uma coisa. Geralmente, nós gnósticos não sabemos trabalhar, não somos práticos, porque mais que tudo nos faz falta a “capacidade de investigação”. Então, temos estado trabalhando com eles, em princípio, com um objetivo: chegar a trabalhar com a “atenção”, a fim de chegar verdadeiramente a “concentração” e a trabalhar verdadeiramente com a “morte”. Normalmente o que nós chamamos de “morte”, em nosso sentido como estudantes é sentar-se a fazer uma praticazinha por aí de meia hora ou de até três horas e pôr-se a sonhar, e vindo os cinco minutos finais trabalhar, mas parece um engano para nós mesmos. Eu lhes disse: “vamos ser práticos”. Então, temos estado trabalhando com a atenção com o fim de que exista, que se concentre, e quando a pessoa se concentre que em verdade esteja atento em si mesmo, para que possa começar a ver seu próprio “eu”, porque em verdade, nós com a mente não podemos ver ao “eu”... Mestre: - Não, não, não. Deleg. Grega: - ...então, eu queria perguntar-lhe aqui (inaudível), temos estado trabalhando com isso, por isso viemos sempre antes, para trabalhar e aproveitar pois estes momentos, este encontro. Então, há um ponto muito importante e é que a “morte” como tal, normalmente nós não nos acercamos a ela, tal a que nós temos uns “conceitos” sobre o que é o trabalho, estamos muito longe da realidade. O “eu”é uma realidade que se processa em nós de momento a momento. Nós como pessoas queremos ver esse “eu”, mas não logramos senão pensar sobre este “eu”... Mestre: - Imaginar. Deleg. Grega: - ...imaginar. Então, eles neste momento pois, estão trabalhando nesse sentido, buscando como chegar a conseguir ter um “estado de concentração”, porque a concentração que ostenta 3/9 normalmente nós, a fazemos mentalmente e a questão para mim não é mental, senão é questão de “atender a este ponto e de vivê-lo”, de estar aí “atentamente”. Mestre: - Correto. Deleg. Grega: - Então, nesse sentido pois é que estamos trabalhando em busca da “morte”, e eu expliquei algo. A “morte” é nosso objetivo, porque sem “morte” não há consciência. Mestre: -Não há nada, não há nada. Deleg. Grega: - Então para chegar a morte há um “processo”e esse “processo”é que nós estamos trabalhando. Gostaria que hoje nos falasse do “processo de morrer” desde o ponto de vista de uma pessoa que queira morrer, aqui e agora. Como pois poderia nesse sentido orientar-nos já que há muitos pontos... Mestre: - Sim, básico é esse, o melhor fator, mais importante para nós neste momento é a “morte”; sem “morte” não há nada. Resulta que observando eu nacional e internacionalmente o “processo da morte” é um processo de muita paciência e estar alguém verdadeiramente em auto-observação para poder descobrir os diferentes agregados psíquicos. Porém, há um problema que neste congresso quero aclarar, porque sucede isto: todos temos diferentes defeitos, alguém quer acabar, trabalhar agora com um que aflorou, que se manifestou, trabalha e trabalha. Enquanto já surgiu outro defeito, vamos trabalhar com esse e assim sucessivamente e assim não pode jamais haver “morte”. Talvez o equívoco que tenha havido de parte minha, da parte do mestre, todo esse equívoco, existe um problema e não me dá pena dizê-lo e por isso se dificulta tanto, tanto a “morte”, porque não há dedicação a um só defeito, senão que trabalhamos com diferentes defeitos e resulta o que disse o mestre Samael, é como o caçador que sai a caçar e quer caçar dez lebres de uma vez, pois não caça nenhuma. Assim está sucedendo em nós com os defeitos, com a “morte”. Então, cada um, estudar o defeito que mais nos prejudica através do tempo na vida, que mais problemas nos tem trazido e dedicar todo o tempo que se deve a esse defeito, não mudar, senão sempre dedicar todo o trabalho diário a esse defeito. Se nós logramos isso, lógico que a “morte” é efetiva, rápida, posto que alguém tem liberado; um defeito que eliminou é um grau de consciência que liberou e isso capacita a alguém para poder seguir trabalhando como os demais agregados psíquicos. Então, isso é uma coisa que a Lei tem muito em conta. Que cada um se estude, veja qual seu defeito mais grave, que lhe está prejudicando mais e lhe tem prejudicado e dedicar todo tempo que se deve a esse, para criar você o resultado da “morte”, do contrário não se verá resultados. Então, isso é um mal que praticamente me culpo ante vocês e ante a humanidade de não ter explicado desde o começo tal como estou fazendo nestes momentos; não culpo a vocês, me culpo eu, por não haver explicado essa parte que é básica e fundamental para o trabalho. Quero que me entendam bem, que cada um se estude psicologicamente e veja qual seu defeito mais grave que tem, que lhe prejudica e dedicar todo o tempo que seja a morrer. O estudo do defeito: alguém analisa, vê sua manifestação do defeito, então já, quando já tem tempo para enfrentar, analisá-lo, aprofundar-se sobre este mesmo defeito. Suponhamos que em um só trabalho não alcance porque tem suas ramificações, muitas coisas que verdadeiramente complicam a alguém, mas em um trabalho avançou até certo ponto, pediu a Mãe Divina sua eliminação. (inaudível) É um processo que tem semelhança com um advogado quando está acusando um réu, (inaudível), se senta o defeito no banco dos acusados e se lhe acusa de todo mal que tenha feito até onde alcance mentalmente a recordar. Já em outro processo, que dedica alguém a este mesmo defeito, já tem descoberto mais... (final do lado A) 4/9 (Início do lado B)... De modo pois, que não estejam “mariposeando” como digo eu, em um defeito, em outro, e outro porque não vai haver nenhum resultado. Dediquem-se somente a um defeito cada um. Quando alguém está trabalhando sobre tal ou qual defeito não se diz a ninguém, a ninguém, porque se põe a contar não o elimina, mais força com o defeito porque os demais o fazem “tastaviar”, de modo que em silêncio vá trabalhando. Alguém tem que entregar conta ao Pai Interno e a Mãe, não mais. Há defeitos que são débeis, que com um só trabalho ou dois trabalhos alcançamos a eliminar; outros que requerem muito mais tempo, que são mais fortes, requerem mais tempo. Não limitar o tempo senão dedicar o tempo que se deve a cada defeito. Ë muito notório e por isso a consciência que se libera é muito importante porque não vê o processo da desintegração do defeito a qualquer momento quem não queira vê-lo, não vê como se desintegrou, as demais irmandades choram! Que coisa tão contraditória, porque acreditamos todos que queremos liberar-nos e que se liberem e no processo isso não é assim. Os demais se lamentam, choram, porque alguém deu um passo adiante. Por isso dizia o Mestre Samael, “que os inimigos de alguém estão dentro do mesmo Movimento” e isso é uma tremenda verdade porque eu experimentei isso, que os demais se lamentam, choram, se vestem até de negro e alguém feliz nestes momentos vendo o “processo” da morte que são mudanças radicais em alguém e os demais lamentando-se. Isso é até como contraditório, mas assim é, porque todos nós criamos um círculo. Aqui por exemplo, temos um “círculo”; falamos, trocamos idéias, enfim, mas qualquer que queira abrir passo aí nós lhe barramos, porque? Porque se quer sair de um círculo que nós temos traçado para nós mesmos e ninguém quer que se saia deste “círculo”, é o que se passa esotericamente, se lamentam, choram. Bom, creio que tenham entendido mais ou menos, o trabalho é muito individual e sempre sobre um só defeito, até eliminá-lo e verá que vão encontrar resultados. Deleg. Grega: - Bom, bom, todavia, outro ponto que me interessaria que o pudéssemos abordar... Mestre: - Como não. Deleg. Grega: - ... os “meios” que permitem a cada pessoa, eu estava analisando isto (inaudível). Geralmente nós não entendemos a “Gnosis”. Olhe Mestre, isto tem estado na minha cabeça: porque nós não entendemos a Gnosis? A Gnose é prática. Porque não somos práticos? Somos teóricos! Tenho me dito, “é que somos intelectuais” e a “Gnosis” é funcionamento da Consciência... Mestre: - Claro. Deleg. Grega: - ... Correto. Então vamos ver, qual é o trabalho do Instrutor? Levar as pessoas até o ponto que sejam capazes de perceber a “Gnosis” como um funcionamento. Então, eu queria aqui perguntar a você... Esses “meios”... Olhe, nós pela natureza de nossa educação somos intelectuais. Mestre: - Sim, sim. Deleg. Grega: - Uma coisa que tenho observado, paranóicos, mitômanos, ególatras, nossas características psicológicas, isto não nos permite chegar a realidade do trabalho. Então vamos ver sobre estes “meios” que permitem a pessoa chegar até vivenciar, ou a perceber a realidade da “Gnosis”. Que nos poderia falar sobre estes “meios”, que nos permitam chegar, por exemplo, a “morte”, porque costumo falar com eles “gosto de buscar quais são esses meios”. A concentração é um “meio”para mim. Bem, mais a concentração, olhe, eu tenho observado não só neles senão em mim mesmo durante anos, o porquê a concentração não se entende. Um dia, vendo o vaso, o Mestre disse: “há que por aí a atenção e concentrar-se em uma só coisa”. Mas vamos ver o que é que importa aqui, o vaso ou a “capacidade” que eu tenho de por minha atenção no vaso? Mestre: - É a “capacidade” de atenção para poder ver, concentrar-se no vaso, estudar o material com o qual está feito, a figura, enfim, para que esta feito. Deleg. Grega: - Então é provar a minha “capacidade”... Mestre: - Claro! 5/9 Deleg. Grega: - ... em relação a este vaso para depois aplicar ao “eu”. Mestre: - Correto. Deleg. Grega: - Vamos ver, há muitas pessoas que me diziam “já não quero este vaso”. Mas porque? “Porque não o posso ver, porque me dói a cabeça de tanto o estar olhando”. Mas quem disse que o vaso é o objetivo da prática? Mestre: - Não, não, não. Deleg. Grega: - O objetivo é tu, a “capacidade” de observar o vaso. Agora vamos ver: que é o que tem? Que é o que tem? A “capacidade”... O que é isto? Como perceber esta capacidade? Então aí é onde eu tenho estado trabalhando com eles, treinando-nos na “capacidade”... Mestre: - Na capacidade... Deleg. Grega: - ... de poder, como olhar o vaso, olhar também ao “eu”. Mestre: - E olhar qualquer objeto, qualquer coisa. Deleg. Grega: - Correto. Então sobre isso, se há algo, por exemplo... Mestre: - Como não. Deleg. Grega: - ... que nos poderia dizer porque a concentração, normalmente nós a percebemos, nós estamos acostumados que nos digam: olhe (trecho incompreensível) mas homem, com a concentração a coisa muda! Mestre: - Muda totalmente. Deleg. Grega: - De uma realidade exotérica em uma realidade esotérica! Mestre: - Sim. Deleg. Grega: - Então aqui eu queria que você nos pudesse falar um pouco sobre isto, já que eu... Olhe Mestre, muitas vezes falava, falava sobre isto porque eu sei que não se entende, então eu queria que aqui hoje... Mestre: - Estamos falando do problema da concentração; não há nenhum problema. Há que refletir primeiramente que nós somos estudantes, somos principiantes, não podemos chegar ao objetivo de uma vez, senão que temos que ir nos “capacitando” para poder chegar ao objetivo. Muitas pessoas põe o vaso de água, se concentram, se forçam e lhes dói a cabeça, porque estão olhando subjetivamente o vaso, uma coisa subjetiva. Outra coisa é adentrar-se dentro do mesmo cristal para ver de que material está composto, para que serve o vaso ou qualquer objeto que nós peguemos como instrumento para meditação. Mas somos nós os que temos verdadeiramente que “capacitar-nos”, não chegar subjetivamente ao vaso senão entrarmos dentro do vaso, dentro do mesmo material que está feito o vaso, para poder observar tudo. Então essa preparação se vai fazendo pouco a pouco, gradualmente, porque se quer fazer de uma vez lhe dói a cabeça e lhe pega a preguiça na prática. Vá gradualmente por minutos aumentando, aumentando o tempo. O importante disso é não sairmos do objetivo, porque nós somos os que estamos lutando, não é o objeto este, senão nós que estamos nos preparando para chegar a meditação, ao objetivo que é a meditação, somos nós, não o objeto que estamos vendo. Então isso é um trabalho que se faz gradualmente, para que não adoeçam de dor de cabeça, não forçarse, até que chega isso espontâneo, qualquer uma pode ser, uma concentração ou uma meditação, sem forçar-se, porque quando se começa a forçar vem os mal-estares. Então se diz: “isso não serve, isso não sei que”... Não! Quem não serve somos nós que não sabemos trabalhar. Há que obrigar-se a entrar dentro do objeto, para poder ver do que está composto e como e para que. Esse é o objetivo, então isso é o que temos que fazer nós para a concentração, a meditação, que da concentração para a meditação é um passo, nada mais. Quero que isto fique bem claro para que vocês não percam tempo e não se forcem sem necessidade, porque quando começa forçar-se já não se chega a nada, chega ao cansaço, já começa a mente para um lado, para outro, senão normalmente até onde suportou, mas saber que está entrando aqui dentro e não o vaso em si. O vaso é um instrumento, nada mais. 6/9 Deleg. Grega: - Correto. Essa capacidade que nos chega, porque o Mestre disse: “Atenção plena e natural sobre um objeto que nos interesse investigar é concentração perfeita...” Mestre: - Claro. Deleg. Grega: - Correto, mas aqui há uma situação que quero fazer ênfase porque o problema é que as pessoas não entendem. Mestre, como intelectuais, só entendemos com termos teóricos, então eu queria que lutássemos de uma vez e chegássemos à prática, por isso digo que é esta atenção que deve dirigir-se aí e viver este objeto, a controlar esta atenção. Mestre, nós como intelectuais atrofiamos a atenção, necessitamos que esta atenção funcione porque não funciona. Olhe, em princípio, não tenho encontrado pessoas que sejam intelectuais que sejam capazes de dirigir a atenção para um objeto em vez de pensar, porque o que fazemos é pensar.... Mestre: - Pensar. Deleg. Grega: - ...sobre isto, isto não serve! Mestre: - Não, que fixem-se vocês, a concentração bem feita, se queremos chegar verdadeiramente a concentração, primeiramente, saibamos que temos um instrumento, nada mais, mas quem vai concentrar-se somos nós dentro, sentindo-nos dentro e formando parte deste mesmo vaso, parte do mesmo material do objeto que estamos concentrados, porque qualquer objeto serve para concentração. O importante é sentir-se, concentrar-se dentro do mesmo objeto para poder saber de que está feito, para que está feito e porquê. Sentir-se dentro do mesmo material ou objeto, não subjetivamente ou mentalmente, porque a mente nos fala, vai para cá, para lá e por isso vem as dores de cabeça. Então deve sentir-se dentro do mesmo material ou objeto que tenhamos escolhido para concentrar-nos, sentir lá, dentro, que formamos parte disso. É assim que se chega a concentração, pelo contrário, mentalmente é um fracasso, porque a mente fala, vai para cá, para lá e aí vem a dor de cabeça. Deleg. Grega: - Poderia nos dizer como abraçar com nossa própria atenção este objeto... Mestre: - Sim, este objeto está dentro de nós mesmos, se estamos aí investigando o material, o objetivo deste, que somos o mesmo objeto. Isto é o que se busca para chegar a concentração verdadeira, sendo parte do objeto. Então a mente já não tem oportunidade... Deleg. Grega: - Fica fora... Mestre: - ...não tem oportunidade, porque a mente é a pior barreira que temos, é a mente. É a barreira que tem se posto à essência, ou seja, detrás da barreira da mente está a essência. Então a barreira para chegarmos a meditação e concentração é a mente, e para todos os trabalhos esotéricos é a mente o problema grave nosso, sejamos intelectuais ou não. É mais grave para os intelectuais, mas todos temos o mesmo problema. Há que transpassar esta barreira, como? Praticamente esta explicação que acabo de dar é para que transpassem esta barreira. Deleg. Grega: - Correto, é que nisto estamos trabalhando porque a mente é o pior em nós. Mestre: - O pior em nós. Deleg. Grega: - Quando nós trabalhamos um só, normalmente nos atacam todos os outros “eus”. Mestre: - Correto. Deleg. Grega: - Mas trabalhando neste “eu”, chegamos a um ponto que já parece que não podemos mais, que fazemos neste ponto? Mestre: - Termine a prática aí, porque entrou a forçar-se e não é aconselhável. Termine a prática aí e deixe para uma próxima prática, que já possa passar muito mais adiante. Deleg. Grega: - Com mais gana. Mestre: - Com mais gana, sim! Não forçar-se. 7/9 Deleg. Grega: - Trabalho em um “eu”, mas me dei conta que este “eu” tem uma grande quantidade de conexões com muitos “eus”e depois quanto mais me abro buscando as conexões entra uma confusão enorme aí. Então agora mesmo, ao ver isso, me disse: “bom, vou trabalhar somente as manifestações deste defeito”. É correto? Mestre: - Sim, se nós queremos acabar com algo, uma árvore, cortamos a raiz principal. Então vamos aos egos mais sobressalentes, que destes dependem muitos outros, cortemos a raiz principal então os demais se debilitam e facilmente morrem. Há que trabalhá-los, sim, mas em outras dimensões, porque fixem-se que o trabalho da “morte”não é somente aqui; aqui fazemos uma parte e esse trabalho se torna mais sutil que já temos que trabalhar em outras dimensões, mas já temos mais consciência para trabalhar em outras dimensões, ela nos capacita para trabalhar em todas as dimensões todos os “resíduos” dos egos. Nós aqui vamos trabalhar fortemente nos mais grandes que são as raízes principais dos defeitos. Um exemplo: Uma dama de casa chega com a cabeça manchada branca (trecho incompreensível), esse é o trabalho com o ego, exatamente igual. Fixem-se que até a sexta dimensão temos que trabalhar fortemente com a legião porque estão criados resíduos ou “eus-causa”, então se não trabalhamos lá, não temos feito nada, sempre ficamos com uma grande porcentagem de consciência adormecida, até a sexta dimensão. Veja que vamos trabalhar aqui fortemente com os principais elementos, por exemplo, que são chefes de legiões, de ramificações... Deleg. Grega: - Cortar a cabeça. Mestre: - ...Cortar a cabeça e os demais perdem, então nos dá acesso para em outras dimensões fazer um trabalho melhor, mais polido e assim vamos ascendendo. Não é que somente aqui fisicamente vamos trabalhar com todos de uma vez, vamos aos principais. Agora fixem-se vocês, perdão, para que possa ampliar um pouquinho mais isto, quando estamos trabalhando com um agregado psíquico que estamos interessados em eliminá-lo é lógico que os demais agregados psíquicos o atacam, então se aplica a “morte em marcha”, que isto já está bem claro nos livros, para frear, para poder continuar a enfrentá-lo. Deleg. Grega: - Temos trabalhado com estas manifestações dos “eus”, este “eu” que trabalhamos agora. Estas manifestações as trabalhamos na alquimia. Que trabalhamos? Uma manifestação por manifestação ou todo “eu” em forma total? Mestre: - Em sua forma total, na alquimia, quando já tem compreendido as diferentes manifestações, já o trabalho na alquimia é definitivo para o “eu”. Deleg. Grega: - Isso significa que já temos trabalhado ao “eu” tudo o que podíamos... Mestre: - Tudo o que seja, então na alquimia já é a morte total. Deleg. Grega: - Perguntaria também qual é o processo para que alguém medite em um “eu”, como que devemos entrar nisso para chegar a entender o “eu”, por exemplo, profundamente, meter-se a meditar no “eu”, como é isto? Mestre: - Olhe, a meditação é o último, é o final de um processo de eliminação, quando verdadeiramente temos avançado, essa meditação consciente nas diferentes dimensões e compreendendo lá. Por meio da meditação pode passar-se até o mundo causal, todo o processo de manifestações, então é uma meditação profunda para poder compreender todas as raízes sutis que tem. Deleg. Grega: - Nós sabemos que para despertar a consciência há que morrer. Mas para esta “morte” necessitamos que alguém execute dentro de nós. Sabemos que o que deve executar a “morte”são os 3% de consciência, mas estes 3% estão como adormecidos dentro de nós. Como os podemos por em marcha? Mestre: - Não, esses 3% não se metem na “morte”, senão é a Mãe Divina individual que é o resultado da união dos dois pólos, que naquele momento nasce uma criatura que é o querubim, de puro fogo, com 8/9 todos os poderes de tudo. Então é esse querubim que vai atuar, que é a Mãe Divina com todos os poderes. Então os 3% de consciência aí não vão atuar, vai atuar é a Mãe Divina ou Querubim. Deleg. Grega: - Mas os 3% tem que pedir esta morte... Mestre: - Claro que este 3% pede! Deleg. Grega: - Mas para que estes 3% peçam esta “morte” é preciso que ele compreenda, que queira desintegrar isso! Mestre: - Não, não, é que os 3% ele é que quer e por ele estamos nós no conhecimento. Se não fosse pelos 3% de consciência nós não estaríamos buscando nada. Deleg. Grega: - Correto. Mestre: - São estes 3% de consciência que nos tem aqui reunidos. Se não houvesse estes 3% onde estaríamos? Deleg. Grega: -Porque a mente nos envolve e nos faz perder tanto tempo para chegar à “morte”? Mestre: - Porque alguém se identifica com a mente, quer tudo com o raciocínio e o raciocínio é do ego. Então em vez de raciocinar deve atuar, mudar este sistema de raciocinar por atuar, “aos fatos”... Deleg. Grega: - Ação. Mestre: - Ação e mais ação, porque se alguém raciocina, se torna enredado e não sabe nem o que esta fazendo e nem para onde vai, mas se atua é a intuição, por intuição atuar já, então os resultados não se farão esperar e não surge este enredo mental “o que será, o que não será”. Então o melhor é “atuar”. Quando se atua, se está obedecendo ao Pai, a intuição, o Pai se manifesta através da intuição, então se está obedecendo ao Pai e quem obedece ao Pai não fracassa, chega ao triunfo. Deleg. Grega: - Temos já um filho, esperamos uma segunda criança. Que nos poderia dizer com respeito a mulher e ao homem, uma orientação ao matrimônio neste sentido. Mestre: - Para orientar essas crianças, o gnóstico e a gnóstica devem começar a educar as crianças desde muito pequenos, ensinar o que é o conhecimento, o que é Deus, enfim tudo o que é da parte espiritual, para que essa essência que traz essa criança agarre aquilo e seja impulsionada mais, porque a essência é que impulsiona alguém a buscar o espiritual e os exemplos são muito importantes. Nem tanto o conselho do “papai e da mamãe” ao filho, senão é o exemplo. O exemplo influi muito na psique da criança, não o conselho, porque o conselho entra por aqui e por aqui sai. Mas o exemplo segue neles. Então isso é que é o básico para as crianças. Por exemplo, há contrariedades entre o casal, uma discussão, não discutam diante das crianças, façam em horas que as crianças não se dêem conta, porque os danam psiquicamente; pôr-se a brigar com a mulher ou vice-versa, ao enxergar este casal esta criança se está danando. Então há que ter muito cuidado nisso e o exemplo, então a criança se vai educando desde tenra idade, quando mais adiante pelo exemplo que teve e não o que foi dito, o exemplo que foi dado, busque o espiritual. Desde a tenra idade começar a dar o exemplo principalmente, livre de discussões diante deles. A criança pequena é como intocável nesse sentido, porque eles são muito sensíveis... (fim da fita) * Esta tradução não é oficial. Para aclarar qualquer dúvida é aconselhável escutar a fita da entrevista. 9/9