GUITARRA 1 da afinação ao improviso, escalas maiores, menores, pentatônicas e de blues, formação de acordes e bicordes CD com solos e acompanhamento Apoios: Saulo van der Ley Guitarrista e violonista Composição & Regência UNICAMP Consultor Computer Music Faixa 01 Toque Igual ao Disco Guitarra I GUITARRA CD é um método dirigido para aqueles que desejam começar a tocar a guitarra. Sua estrutura é muito prática, aplicando a teoria exposta de forma simples, e associando ao impresso cada faixa da gravação do CD. O impresso se caracteriza pela visualização das fotos, gráficos e outras ilustrações que deixam bem claras as idéias escritas. Os trechos gravados estão indicados no impresso e nas gravações você vai encontrar sempre a localização nos textos do que está sendo ouvido. O curso está dividido em 3 partes básicas: escalas, acordes e sua aplicação prática. As partes, por sua vez, são constituidas de teoria, prática e gravação no CD, tratando principalmente da interelação entre melodia (solo) e harmonia (acompanhamento). Um guitarrista moderno é capaz de executar solos entremeados de acompanhamentos ou viceversa, e o domínio da relação entre as notas musicais dos acordes e do solo é fundamental no aprendizado. Para isso, o trabalho da mão direita, com ou sem palheta é tão importante quanto a digitação das escalas e formação dos acordes. O método traz ainda a possibilidade de você estudar com o auxílio de seu equipamento de áudio, isolando em dois canais as partes práticas de solo e acompanhamento. Desta forma, você tem à mão, onde e quando quiser, uma excelente aula de guitarra, com áudio e didática de primeira qualidade. Saulo Wanderley 4 Tipos e partes de guitarras 6 Escalas maiores e menores 8 Escalas Pentatônicas 10 Rock & Blues 12 14 16 18 Acordes Básicos Acordes Especiais Prática I Prática 2 NÓS TEMOS ISRC, E VOCÊ? Produtora fonográfica CNPJ 60.201.993/0001-91 ECAD 718.385 - ASSIM 003580-7 Rua Campevas 702 cj. 95 • CEP 05016-010 São Paulo - SP Fone/Fax: (11) 3868-1320 www.pautartecomunicacao.com.br email: pauta@pautartecomunicacao.com.br Editor: Saulo E.F. Wanderley 2 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I ISRC é o International Standard Recording Code (Código Internacional de Normatização de Gravação - Norma ISO 3901) e obrigatório a partir do Decreto Lei 4533, de 22 de abril de 2002, para identificar as gravações. Todos os fonogramas de GUITARRA CD - I estão registrados para a Pauta Arte & Comunicação Ltda. (ISRC BRP19) Denuncie a pirataria. Faixa 06 - ISRC BRP19080023 Faixa 01 - ISRC BRP19080018 Faixa 07 - ISRC BRP19080024 Faixa 02 - ISRC BRP19080019 Faixa 08 - ISRC BRP19080025 Faixa 03 - ISRC BRP19080020 Faixa 09 - ISRC BRP19080026 Faixa 04 - ISRC BRP19080021 Faixa 10 - ISRC BRP19080027 Faixa 05 - ISRC BRP19080022 Convenções As CIFRAS são o resumo dos ACORDES, grupos de notas que se combinam para um acompanhamento. São grafadas com LETRAS, NÚMEROS, SINAIS e BARRAS: Letras maiúsculas: Tomando as 7 primeiras letras do alfabeto, o A corresponde à nota LÁ LÁ, B a SI SI, C a DÓ DÓ, D a RÉ RÉ, E a MI MI, F a FÁ e G a SOL SOL. Letras minúsculas: Os acordes MAIORES são indicados pelas letras maiúsculas, e os MENORES pela respectiva maiúscula seguida de um m minúsculo. Números: Os acordes são formados pela primeira, terceira e quinta notas a partir da nota musical que lhe dá nome. Outras notas acrescentadas devem ter seu número, em relação à primeira nota, cifrado. Sinais: O sinal “-” indica uma diminuição de meio-tom (uma casa) em uma nota e o sinal “+” um aumento de também meiotom. Isso vale também para a quinta nota, que, se diminuída (5) indica uma quinta diminuta e se aumentada uma quinta aumentada (5+) Barras: Uma letra depois de uma barra indica que a nota mais grave do acorde não é a que lhe dá nome, e números separados por barras indicam mais de uma nota acrescentada ao acorde. Afinação 1) Afine a corda mais grave (sexta corda) nem muito apertada nem muito frouxa. da na QUINTA CASA. O som obtido será 2) Aperte a sexta cor corda NOT A LÁ da solta (NOT NOT A NOTA LÁ) que deve ter a quinta cor corda NOTA o som (NOT LÁ LÁ). Faixa 02 Os desenhos criados para mostrar o braço do instrumento, com acordes e solos mostram o braço da guitarra visto de frente, de pé, ou deitado na horizontal, com a corda mais grave para baixo. Bracinhos de acordes: De pé, têm a cifra acima, os números dos dedos da mão ESQUERDA onde estes devem apertar as cordas (1 = indicador, 2 = médio, 3 = anular e 4 = mínimo). Uma barra grande sobre todas as cordas simboliza uma PESTANA, feita pelo dedo indicador da mão esquerda, e o número ao lado da pestana, fora do desenho indica a CASA onde ela deve ser feita. As bolinhas abaixo deste desenho indicam os quatro dedos da mão DIREITA que devem tocar nas cordas marcadas, da esquerda para a direita: polegar, indicador, médio e anular. Bracinhos de escalas e solos: Deitados na horizontal, podem ter em retângulos ou círculos o nome das NOTAS ou números que indicam os dedos da mão esquerda. As digitações podem ser feitas da corda mais grave para a mais aguda (sentido ASCENDENTE) ou vice-versa (sentido DESCENDENTE). da na QUINTA CASA. O som obtido será 3) Aperte a quinta cor corda NOT A RÉ da solta (NOT NOT A o som (NOT NOTA RÉ) que deve ter a quarta cor corda NOTA RÉ RÉ). 4) Aperte a quarta cor corda da na QUINTA CASA. O som obtido NOT A SOL ceira cor da solta será o som (NOT NOTA SOL) que deve ter a ter terceira corda NOT A SOL (NOT NOTA SOL). da na QUARTA CASA. O som obtido 5) Aperte a ter erceira corda er ceira cor da solta NOT A SI corda será o som (NOT NOTA SI) que deve ter a segunda cor NOT A SI (NOT NOTA SI). 6) Aperte a segunda cor corda da na QUINTA CASA. O som obtido NOT A MI da solta será o som (NOT NOTA MI) que deve ter a primeira cor corda NOT A MI (NOT NOTA MI). Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 3 Afinação da Guitarra Faixa 03 Observe o braço da guitarra entre as casas 1 e 5. As notas das cordas SOLTAS, exceto da corda mais grave, podem ser tocadas na corda imediatamente mais grave apertada na casa cinco, com uma exceção: corda três apertada na casa QUATRO. Apertando as cordas imediatamente mais graves na casa 5 (ou 4, na exceção), você afina a corda mais aguda seguinte: CORDA 5 = CORDA 6 (Apertada na casa 5), CORDA 4 = CORDA 5 (Apertada na casa 5), CORDA 3 = CORDA 4 (Apertada na casa 5), CORDA 2 = CORDA 3 (Apertada na casa 4), CORDA 1 = CORDA 2 (Apertada na casa 5). A guitarra tem, na maioria dos modelos, de 19 a 22 casas, algumas chegando a 24 casas. Se considerarmos que o violão tem apenas 12 casas onde se pode tocar com facilidade com a mão esquerda, a guitarra apresenta o dobro de notas para serem tocadas. Estas notas estão dispostas na ordem CROMÁTICA, ou seja, com as notas NATURAIS entremeadas pelas notas INTERMEDIÁRIAS. Entre a maioria das notas naturais temos uma nota intermediária, que pode receber dois nomes: SUSTENIDO (símbolo #) se estivermos tocando na ordem do grave para o agudo (no desenho, da esquerda para a direita) ou BEMOL (símbolo b) se estivermos tocando no sentido do agudo para o grave (no desenho, da direita para a esquerda). No braço da guitarra, esta ordem de notas é reproduzida na direção da cabeça do instrumento (paleta) até onde se prendem as cordas (ponte). O conhecimento da localização das notas é muito importante para o estudo da guitarra, pois qualquer solo ou acompanhamento terá como estrutura este material. 4 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I Ao lado a continuação da localização das notas no braço da guitarra, até a vigésima segunda casa. Cada casa corresponde a um dos quadrinhos do desenho da ordem cromática das notas musicais. Observe que a partir dacasa 12, a mesma ordem se repete em cada uma das cordas. É muito comum o guitarrista tocar determinado trecho do solo ou acompanhamento na região mais grave do braço, e depois repetir a execução na região mais aguda. Por isso e por outros motivos, a afinação deve ser precisa. A evolução natural do instrumento passaria pela sofisticação dos efeitos conseguidos com a alavanca, pontes mais elaboradas e mecanismos sofisticados como as travas de afinação e a microafinação (veja fotos). Temos muitos outros modos de prender as cordas na guitarra. Nos modelos mais modernos, temos a chamada MICROAFINAÇÃO, montada na ponte, onde parafusos laterais afinam com maior precisão o que as tarraxas já afinaram de modo mais grosseiro. Para usar só a microafinação, existem as TRAVAS DE AFINAÇÃO junto à paleta, no traste 0. São seis parafusos que, apertados, imobilizam a afinação pelas tarraxas, deixando só a microafinação. Estude e memorize a localização das notas no braço da guitarra por regiões. Primeiro as cordas soltas e apertadas até a terceira casa. Depois, memorize as notas até a casa 5, para que possa afinar com o conhecimento das notas que pertencem às cordas soltas e às suas cordas vizinhas apertadas na quinta (ou quarta, na exceção) casa. Numa segunda etapa, estude as notas da casa 6 até a casa 9, e finalmente as casas de 10 a 12. A partir da casa 13 a ordem se repete, e tudo se torna mais fácil. Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 5 Faixa 04 Escalas Maiores e Menores Unindo um exercício prático a um ensinamento teórico, podemos agora trabalhar com a palheta e com as ESCALAS musicais, um tema muito importante para o guitarrista. As escalas são o material usado para a construção dos acordes, de melodias e de improvisos. A escala mais simples, pela qual poderíamos começar nosso estudo é a chamada escala MAIOR. Um “desenho” de escala é composto pelo desenho dos trastes, casas e cordas do braço do instrumento com números localizando onde estão as notas desta mesma escala. Estes números indicam os dedos da mão esquerda que deverão tocar as notas. Comece pela escala maior fechada , tocando com o dedo 2 na casa 3, seguido do dedo 4 na casa 5. Em seguida toque as notas da corda cinco: dedo 1 na casa 2 seguido do dedo 2 na casa 3 e do dedo 4 na casa 5. Vá tocando as notas das outras cordas até chegar à corda mais aguda. Dessa forma você estará digitando a escala no sentido ASCENDENTE, isto é, do grave para o agudo. As escalas podem ser digitadas ascendente e descendentemente para um treino inicial. Com este hábito, você estará se familiarizando com a digitação da escala, a ponto de poder em breve usá-la para um improviso ou execução de trechos, sem se preocupar com a técnica da digitação em si. Assim como os acordes, as escalas podem ser maiores ou menores. Tudo depende da relação de distância entre a primeira nota da escala (chamada de TÔNICA) e a terceira nota depois dela, a TERÇA da escala. No caso da escala começada pela nota DÓ, temos CINCO meios tons até a nota MI e apenas QUATRO meios tons até a nota MI bemol. É uma convenção chamarmos o acorde entre as notas DÓ e MI de TERÇA MAIOR, e entre DÓ e MIb de TERÇA MENOR. E isto pelo simples fato de que a distância entre DÓ e MI é maior do que a distância entre DÓ e MIb. Toque uma e outra escala e compare os sons. Perceba as diferenças, por menores que estas sejam. Experimente digitar também a partir de outras tônicas em outras casas, usando o mesmo formato de digitação. A estrutura de intervalos é que determina o MODO de uma escala, que nada mais é do que o modo pelo qual estão distribuídos estes intervalos. Quando começamos a escala pela nota DÓ, os MEIOS TONS ficam entre a terceira e quarta e entre a sétima e oitava notas. Bem como os TONS ficam entre os demais intervalos. Estas são as duas condições para que uma escala seja considerada do modo MAIOR: 1) T er MEIO TOM entr e a ter ceira e quarta e entr e a sétima e oitava notas Ter entre terceira entre notas.. 2) T e as demais notas Ter entre notas.. er UM TOM entr 6 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I A escala que começa pela nota DÓ tem este formato naturalmente, por isso dá origem a todas as outras escalas maiores. As duas condições para que uma escala seja considerada do modo MENOR são: er MEIO TOM entr e a segunda e a ter ceira e entr e a quinta e a sexta notas Ter entre terceira entre notas.. 1) T 2) T er UM TOM entr e as demais notas Ter entre notas.. A escala que começa pela nota LÁ tem este formato naturalmente, por isso dá origem a todas as outras escalas menores. As escalas menores sofreram influência das maiores, e por isso assumem três formas diferentes: a Escala Menor NATURAL, a Escala Menor HARMÔNICA e a Escala Menor MELÓDICA. Resumimos: NA TURAL NATURAL A escala menor natural é digitada igual tanto no sentido ASCENDENTE (do grave para o agudo) quanto no sentido DESCENDENTE (do agudo para o grave). HARMÔNICA A escala menor harmônica é tocada igual à natural quando digitada no sentido DESCENDENTE, mas quando digitada no sentido ASCENDENTE, tem a sua SEXTA nota tocada uma casa a mais no sentido do grave para o agudo. MELÓDICA E a escala menor melódica é também tocada igual à natural quando digitada no sentido DESCENDENTE, e tem duas alterações quando digitada no sentido ASCENDENTE: a SEXTA e a SÉTIMA notas são tocadas uma casa a mais no sentido do grave para o agudo. Na nossa prática, vamos digitar as escalas menores: 1) Na sua forma NATURAL, tendo como acompanhamento uma harmonia na tonalidade de LÁ MENOR 2) Na sua forma HARMÔNICA, tendo como acompanhamento uma harmonia mais elaborada, na tonalidade de LÁ MENOR. 3) Na sua forma MELÓDICA, tendo como acompanhamento outras escalas menores, dos três tipos. Escalas Menores 5 7 5 7 8 5 5 7 8 5 8 5 7 8 7 9 5 7 7 9 6 7 5 7 9 5 7 6 9 8 9 5 7 5 6 9 5 9 5 7 5 7 9 5 5 8 6 9 8 6 9 6 9 5 7 9 7 5 8 7 8 7 5 9 7 5 9 7 5 5 8 7 8 7 5 8 8 7 5 8 5 5 7 7 5 7 5 Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 7 Faixa 05 Escalas Pentatônicas Uma escala cuja aplicação é muito comum, e cuja DIGITAÇÃO é muito simples é uma escala de apenas cinco notas e por isso chamada de PENTATÔNICA (Penta = Cinco). Abaixo o seu desenho no braço do instrumento. Esta é uma escala pentatônicaque começa com a nota FÁ, e será chamada de ESCALA PENTATÔNICA DE FÁ. Digitando-a a partir de qualquer outra nota da sexta corda, você estará tocando a escala pentatônica formada a partir daquela nota. Observe que você tocará DUAS notas em cada CORDA do instrumento. Logo, a palheta deverá atingir a mesma corda por duas vezes, com movimentos em sentidos ALTERNADOS. Vamos incrementar nosso desenho com uma orientação para as palhetadas: Depois de palhetar para baixo (no sentido das cordas graves para as agudas) a primeira nota (corda 6, casa 1), você palheta para cima a segunda nota (corda 6, casa 4). Ao passar da corda seis para a corda cinco ao lado, o movimento também será alternado. Mas podemos digitar a mesma escala usada outra técnica. Ela foi desenvolvida e melhorada pelo guitarrista Frank Gambale, que a chamou de vassourada (sweaping). O nome vem da maneira com que se usa a palheta, varrendo de uma corda para sua corda vizinha com o movimento no mesmo sentido. Ao passar de uma corda a outra, usaremos então o mesmo sentido do movimento, para economizar o próprio movimento, e dessa forma alcançar uma maior velocidade de execução da escala, que será assim palhetada: 8 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I 4 Escalas pentatônicas 1 4 1 1 4 3 1 3 1 3 1 1 3 1 3 1 3 4 1 1 4 4 1 Uma escala pode ser ainda digitada em forma de espelho . Para entender isto, vamos imaginar a escala pentatônica a partir da nota DÓ: Ela terá as notas DÓ, MI bemol, FÁ, SOL e SI bemol. Pense na casa 8, onde estão NA MESMA CASA E EM LINHA RETA várias notas da escala: DÓ, FÁ, SIb, MIb, SOL e DÓ. Nas outras casas, as outras notas da escala não estão alinhadas em uma única casa, sendo tocadas às vezes com o dedo 3, e às vezes com o dedo 4. As notas em linha reta na oitava casa estão no mesmo lugar, é óbvio, mas há uma outra digitação na parte mais grave do braço (à esquerda no desenho), que pode ser melhor representada como no segundo desenho ao lado.A casa oito fica sendo o espelho a partir do qual a digitação pode se dar para a parte mais aguda (primeiro caso) ou para a parte mais grave (espelho), com AS MESMAS notas em OITAVAS diferentes. Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 9 Rock and Blues Faixa 06 O rock veio do blues. As escalas de blues têm notas alteradas e notas omitidas. Não existe nem a SEGUNDA nem a SEXTA nota, e existe uma QUINTA DIMINUTA entre a QUARTA JUSTA e a QUINTA JUSTA. A SÉTIMA é sempre menor. A primeira escala digitada, abaixo, da esquerda para a direita é a que deu origem a muitos clássicos do rock. Digite-a DESCENDENTEMENTE, da corda 2 apertada na quinta casa para o grave, e sinta o espírito do blues. As duas outras escalas são digitações em todas as cordas, e a tônica, isto é, a nota que dá nome à escala (blues em MI, blues em FÁ, blues em DÓ, etc.) está sempre na corda mais grave, como as digitações das escalas que já estudamos até agora. A diferença entre a escala de blues maior e menor é a segunda nota da escala, que corresponde à terça da escala maior, e determina o modo. Como ritmo para os improvisos gravados, use as palhetadas como abaixo, em quatro tempos onde a primeira palhetada dura DOIS TERÇOS de tempo e a segunda palhetada dura apenas UM TERÇO de tempo: O blues é sempre tocado em TERCINAS, a divisão do tempo em 3 partes iguais, sendo que a primeira palhetada tem sempre o dobro da duração da segunda, feita em sentido contrário. 10 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I As seqüências de acordes abaixo são para um improviso em MI MAIOR. Deverão ser usados com o ritmo descrito na página ao lado, e a escala de blues MAIOR. Repare que as dissonâncias de SEXTA e de SÉTIMA MENOR são tocadas com o dedo 4 da mão esquerda, que se movimentará nas mudanças entre os acordes maior, maior com sexta e maior com sétima menor. As 3 seqüências correspondem à harmonia de um acom- panhamento tradicional, e também têm uma ordem descrita, pela cifragem dos acordes maiores abaixo. A cada cifra de acorde maior, deve ser tocada toda a seqüência. Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 11 Acordes Básicos Faixa 07 A música popular tem como estrutura o chamado SISTEMA TONAL. Partindo para a prática, em cada música composta com as escalas maiores temos um CAMPO HARMÔNICO composto por 7 acordes, sendo 3 MAIORES, 3 MENORES e um MEIO DIMINUTO. Eles são formados por conjuntos de notas que soam bem juntas. Toque cada um dos acordes abaixo e veja como os sons de cada um deles se combinam, e como a sucessão dos próprios acordes é agradável ao ouvido. Use sempre as quatro cordas indicadas abaixo dos bracinhos desenhados: Para as músicas compostas com as escalas menores o CAMPO HARMÔNICO tem mais acordes, porque as três formas diferentes da escala menor dão origem a mais acordes do que uma única forma que tem a escala maior. A cada TONALIDADE maior corresponde uma tonalidade menor, assim como para cada escala maior corresponde uma escala menor. Basta tomar a SEXTA nota de uma escala maior e a partir dela formar uma escala menor. No caso da tonalidade de DÓ MAIOR, a tonalidade correspondente será LÁ MENOR, portanto. Como vimos, os acordes são formados por três notas principais: a primeira, a terça e a quinta. Essas três notas recebem o nome de TRÍADE. Mas na harmonia mais moderna quase sempre uma outra nota é acrescentada à tríade, que passa a ser uma TÉTRADE (com quatro notas). Isso gera o aparecimento de mais acordes básicos e seus respectivos derivados com a SÉTIMA nota acrescentada: 12 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I Estes acordes são conhecidos como ACORDES DE SÉTIMA , porque têm a sétima nota a partir da fundamental acrescentada às notas principais que os formam. Podemos acrescentar qualquer nota a um acorde para modificar suas características. Estes acréscimos de notas têm uma função parecida com a do ADJETIVO para com o SUBSTANTIVO. As notas acrescentadas são os adjetivos para as notas principais de um acorde, logo estes adjetivos podem ser muitos. Os mais usados são as sétimas, que podem ser MAIORES ou MENORES, de acordo com sua distância em relação à nota fundamental que dá nome ao acorde. Um exemplo: a nota SI é a sétima nota em relação ao DÓ, mas a nota SI BEMOL vem ANTES do SI natural, logo está a uma distância MENOR de DÓ. A nota Si Bemol é a SÉTIMA MENOR e a nota Si Natural é a SÉTIMA MAIOR em relação a nota DÓ. As notas acrescentadas aos acordes são chamadas também de DISSONÂNCIAS. São como adjetivos que tornam o acorde mais definido, sem pedir complemento, como as sétimas maiores e as sextas. O assunto DISSONÂNCIAS é enorme. O próprio nome que se dá às notas acrescentadas em um acorde (dissonância) é inadequado, pois dá a impressão de que estas notas não soam bem. O que importa é que se perceba a modificação que elas produzem nos acordes. Estes podem ser modificados para ficarem mais definidos com o uso das SÉTIMAS MAIORES ou SEXTAS, e para ficarem indefinidos, como que pedindo um complemento, nos caso das SÉTIMAS MENORES - que já vimos - e das QUARTAS. As QUINTAS e NONAS podem ser alteradas em meio-tom, e as DÉCIMASPRIMEIRAS e DÉCIMAS-TERCEIRAS são a repetição das quartas e sextas na oitava mais aguda. Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 13 Acordes Especiais Faixa 08 A guitarra e os instrumentos de corda em geral têm como característica o fato de uma mesma nota, de uma mesma oitava, poderem estar em mais de um lugar. Isso possibilita a montagem de acordes iguais em lugares diferentes. Os acordes que acabamos de conhecer foram feitos com algumas das cordas da guitarra SOLTAS, isto é, sem serem apertadas em alguma casa. Isso não é bom, já que com a amplificação podem surgir problemas. Por isso, em se tratando de guitarra, devemos procurar sempre usar acordes com pestana. Abaixo temos os acordes do campo harmônico de DÓ MAIOR, montados em 3 diferentes lugares: 1) Com fundo CINZA estão os acordes ideais para violão, ou para usar com a guitarra sem muito volume na amplificação. 2) Com fundo PRETO estão as formações de acordes ideais para os iniciantes na guitarra em geral, com pestanas fáceis. 3) Com fundo BRANCO estão os acordes formados em pestanas na região mais aguda, que requerem um pouco mais de força e agilidade na mão esquerda. Acompanhamentos com Bicordes Os bicordes são acordes formados por apenas 2 notas, com a omissão da TERÇA da tríade. Assim sendo, poderão ser usados tanto para acordes maiores como os menores, pois é a terça que determina se um acorde é maior ou menor. A seguir temos uma relação de bicordes feitos em 3 duplas de cordas vizinhas a sexta e quinta, quinta e quarta, quarta e terceira corda. 14 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 15 Prática I Faixa 09 Os acordes são conjuntos de notas que têm sua origem na escala. Para construir um acorde, você deve escolher 3 notas de uma escala, que são chamadas de TRÍADE. Nas páginas 12 e 14 você tem as ilustrações dos acordes com o nome das notas, mostrando como cada um deles é formado pela sua respectiva tríade. Na nossa prática, vamos usar os acordes maiores e menores, associados com as escalas que os formam, a escala maior e a escala menor, que foram estudadas nas páginas 6 e 7. Vamos começar digitando as escalas MAIORES de MI MAIOR e de RÉ MAIOR, que serão acompanhadas na gravação pelos acordes das suas respectivas tonalidades: ACORDES DA TONALIDADE DE MI MAIOR ACORDES DA TONALIDADE DE RÉ MAIOR 16 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I Veja nas fotos os acordes das tonalidades de MI MAIOR e de RÉ MAIOR: MI MAIOR RÉ MAIOR Estas duas tonalidades são muito usadas pela guitarra nos gêneros, pop rock e rock. Isto se deve à afinação do instrumento e à facilidade com que os vocais masculinos, maioria nas bandas destes estilos, têm para cantar nestas tessituras. Algumas seq ências básicas foram usadas na gravação, e você pode acompanhá-las tocando junto. Observe com atenção as cordas que você deve tocar em cada acorde. Só na primeira seq ência podem ser tocadas todas as seis cordas, por isso o controle da palheta, quando usada, deve ser cuidadoso. Na gravação não são usados todos os acordes das duas tonalidades, MI MAIOR e RÉ MAIOR, mas, se você diminuir o volume do canal do acompanhamento, poderá improvisar um acompanhamento com quaisquer dos 7 acordes das tonalidades, desde que seja usada a tonalidade certa, isto é, acompanhamentos de Mi Maior, acordes de Mi Maior, e acompanhamentos em Ré Maior, acordes de Ré Maior. Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 17 Prática II Faixa 10 Vamos usar em nossa segunda prática duas escalas MENORES, a de LÁ MENOR e a de MI MENOR. A escolha se dá pelo fato da escala de Lá Menor ser a mais simples de ser entendida, pois seguindo a escala a partir da nota LÁ temos os intervalos necessários para a escala ser do modo menor naturalmente. Já a escala de Mi Menor corresponde à afinação da guitarra com as cordas soltas e todos os acordes serão fáceis de serem executados. As localizações das duas digitações também foram escolhidas por estarem em regiões típicas de solos na guitarra, no meio do braço e no começo da região em que começa a segunda oitava. Vamos a elas: A cada tonalidade MENOR corresponde uma tonalidade MAIOR, logo, os mesmos acordes usados em uma tonalidade maior serão usados em uma tonalidade menor. Na prática, você vai usar os seguintes acordes para os improvisos e outras construções harmônicas: 18 - Toque Igual ao Disco - GUITARRA I Veja nas fotos os acordes das tonalidades de LÁ MENOR e MI MENOR: LÁ MENOR MI MENOR As estruturas musicais nas tonalidades menores têm um caráter mais triste, com sonoridades mais suaves. O uso das dissonâncias realça ainda mais essas características, criando seq ências de acordes criativas e melodias marcantes. Algumas seq ências básicas foram usadas na gravação, e você pode acompanhá-las tocando junto.Observe com atenção as cordas que você deve tocar em cada acorde. Só na primeira seq ência podem ser tocadas todas as seis cordas, por isso o controle da palheta, quando usada, deve ser cuidadoso. Na gravação não são usados todos os acordes das duas tonalidades, LÁ MENOR e MI MENOR, mas, se você diminuir o volume do canal do acompanhamento, poderá improvisar um acompanhamento com quaisquer dos 7 acordes das tonalidades, desde que seja usada a tonalidade certa, isto é, acompanhamentos de Lá menor, acordes de Lá menor, e acompanhamentos em Mi menor, acordes de Mi menor. Toque Igual ao Disco - GUITARRA - 19