ovillejo - El Colegio de México

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PERDURACIÓN D E L
"OVILLEJO CERVANTINO"
L a m a t e r i a a n u n c i a d a e n el t í t u l o d e l c a p í t u l o 27 de l a P r i m e r a
p a r t e d e l Quijote es " D e c ó m o s a l i e r o n c o n su i n t e n c i ó n el C u r a
y el B a r b e r o , c o n otras cosas d i g n a s de q u e se c u e n t e n e n esta
g r a n d e h i s t o r i a " . D e h e c h o , el C u r a y el B a r b e r o n o s a l d r á n c o n
su i n t e n c i ó n ( a r r a n c a r a D o n Q u i j o t e de su a s p e r í s i m a p e n i t e n c i a
y h a c e r l o v o l v e r a casa) sino dos c a p í t u l o s d e s p u é s , c o n l a v a l i o s a a y u d a de D o r o t e a ; l o q u e h a y e n el c a p í t u l o 27 son m á s b i e n
" o t r a s c o s a s " , e n p a r t i c u l a r l a " l a r g a p l á t i c a y t a n desdichada
c o m o a m o r o s a h i s t o r i a " de C a r d e n i o . L a s p r i m e r a s p á g i n a s sirv e n s ó l o , p o r a s í d e c i r , p a r a colocar al B a r b e r o (disfrazado de d o n cella a n d a n t e y a f l i g i d a ) y al C u r a ( d i s f r a z a d o de escudero s u y o )
en u n locus amoenus, e n p l e n a s i e r r a .
1
Estando, pues, los dos allí, sosegados y a la sombra, llegó a sus oídos
u n a voz que, sin a c o m p a ñ a r l a son de a l g ú n otro instrumento, dulce y regaladamente sonaba, de que no poco se a d m i r a r o n , por parecerles que a q u é l no era lugar donde pudiese haber quien tan bien
cantase. Porque aunque suele decirse que por las selvas y campos
se hallan pastores de voces estremadas, m á s son encarecimientos de
poetas que verdades; y m á s cuando advirtieron que lo que oían cantar
eran versos no de rústicos ganaderos, sino de discretos cortesanos.
Y c o n f i r m ó esta verdad haber sido los versos que oyeron éstos:
¿ Q u i é n menoscaba mis bienes?
Desdenes.
¿Y q u i é n aumenta mis duelos?
Los celos.
1
FRANCISCO RODRÍGUEZ MARÍN, ed. del Quijote, Atlas, M a d r i d , 1 9 4 7 , t.
2, p. 305, explica bien el giro salir uno con su intención: " H o y diríamos salir
uno adelante con su intento, o lograr lo que se propuso" (o simplemente salirse uno
con la suya); pero calla el hecho de que el capítulo no trata de eso.
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¿ Y q u i é n prueba m i paciencia?
Ausencia.
D e ese m o d o , en m i dolencia
n i n g ú n r e m e d i o se a l c a n z a ,
pues m e m a t a n l a e s p e r a n z a
desdenes, celos y ausencia. . .
V a l e l a p e n a v e r de cerca, l í n e a a l í n e a , el p á r r a f o q u e precede a los versos: a) el C u r a y el B a r b e r o e s t á n sosegados y a la sombra; n o t i e n e n a b s o l u t a m e n t e n a d a q u e hacer, n a d a de q u e h a b l a r
(los detalles de su h u m a n i t a r i a " i n t e n c i ó n " e s t á n y a c o n v e n i d o s ) ;
e s p e r a n s i m p l e m e n t e el regreso de Sancho; y esta espera es u n a
d e l i c i a : m i e n t r a s S a n c h o se e n t r a " p o r aquellas q u e b r a d a s de l a
s i e r r a " a las tres de l a t a r d e de u n d í a de agosto, ellos reposan
a l a s o m b r a de p e ñ a s y á r b o l e s , j u n t o a u n fresco a r r o y o ; b) l a
voz q u e llega a sus o í d o s es u n a m a r a v i l l a : sin a c o m p a ñ a m i e n t o
i n s t r u m e n t a l a l g u n o , sin ese l a ú d o esa v i h u e l a q u e t a n t o r e a l z a n
u n a c a n c i ó n , suena l a v o z " d u l c e y r e g a l a d a m e n t e " ; q u i e n c a n t a
es u n g r a n solista; c) l a r e a c c i ó n de los oyentes es, p o r supuesto,
de admiración: n o es c h i c a sorpresa o í r algo a s í en semejantes a n d u r r i a l e s — y , p a r a q u e los lectores n o le salgamos c o n u n ' ¡ B a h ,
l o de s i e m p r e , esos pastores de n o v e l a q u e son s i e m p r e e x t r e m a dos artistas!', Cervantes nos recuerda que a q u í n o se t r a t a de ' 'enc a r e c i m i e n t o s de p o e t a s " , sino de verdades: estamos l e y e n d o u n a
" v e r d a d e r a h i s t o r i a " , y l a sorpresa d e l C u r a y el B a r b e r o tiene
su r a z ó n de ser ; d) u n a sorpresa m á s : los versos de esa c a n c i ó n
( l a l e t r a sola, p r e s c i n d i e n d o de l a v o z d e l c a n t a n t e ) son t o d o l o
c o n t r a r i o de los v u l g a r e s , de l o s ' q u e t o d o el m u n d o hace; versos
t a n finos n o p u d o haberlos c o m p u e s t o sino u n " d i s c r e t o cort e s a n o " ; e) y p o r ú l t i m o v i e n e l a " c o n f i r m a c i ó n " de esa verdad
( p r u e b a s a l c a n t o ) ; los versos q u e l l e g a r o n a o í d o s d e l C u r a y el
B a r b e r o son n a d a menos que é s t o s : " ¿ Q u i é n menoscaba m i s bienes? / — D e s d e n e s . . . " , e t c é t e r a .
2
3
Es c o n m o v e d o r a esta a u t o c o m p l a c e n c i a , esta i n v i t a c i ó n a q u e
l e a m o s c o n t o d a a t e n c i ó n las coplas de C a r d e n i o y a d m i r e m o s su
2
A l final de este capítulo 27, que iba a ser el último de la "Tercera parte", Cervantes nos lanza un recordatorio: nada de lo que narra se aparta del
texto escrito por "el sabio y atentado historiador Cide Hamete Benengeli".
N u n c a he manejado esas ediciones d e c i m o n ó n i c a s del Quijote en que un
C l e m e n c í n o un Cortejón se regodean a cada paso en pillar a Cervantes en
flagrante descuido (las conozco sólo a través de las apologías y las burlas de
R o d r í g u e z M a r í n ) . No sé, pues, si alguien ha reparado en lo inverosímil de
un Barbero tan connoisseur. (Del buen olfato literario del C u r a no hay duda.)
3
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a r t i f i c i o . C o n m o v e d o r a , p o r q u e sabemos q u e el a n h e l o í n t i m o de
C e r v a n t e s fue ser c o n s i d e r a d o antes que n a d a c o m o poeta. Es clar o q u e él s e n t í a p o r los versos de C a r d e n i o el m i s m o c a r i ñ o y el
m i s m o o r g u l l o q u e p o r el soneto " ¡ V o t o a D i o s q u e m e espanta
esta g r a n d e z a . . . ! " .
P r u e b a de ese c a r i ñ o es l a r e a p a r i c i ó n d e l n o v e d o s o e s q u e m a
p o é t i c o e n La ilustrefregona. A q u í los versos n o se c a n t a n , sino q u e
e s t á n escritos de p u ñ o y l e t r a de T o m á s P e d r o , el m o z o de l a ceb a d a , e n su c u a d e r n o de c o n t a b i l i d a d ( d e t a l l e o b v i a m e n t e a u t o b i o g r á f i c o : ¡ c u á n t o s versos n o h a b r á escrito C e r v a n t e s e n las h o j a s de sus l i b r o s de cuentas d u r a n t e los largos a ñ o s e n que c o n
eso se g a n ó l a v i d a ! ) . E l p a t r ó n de l a posada, h o j e a n d o el cuadern o , d a c o n los versos, q u e n o le p r o v o c a n a d m i r a c i ó n — é l n o sabe n a d a de p r i m o r e s p o é t i c o s — , sino a l a r m a ( " l e t u r b a r o n y sob r e s a l t a r o n " ) , pues en l a ú l t i m a c o p l a el p o e t a d e c l a r a q u e el o b j e t o de sus amorosos suspiros es C o s t a n z a . A l a r m a d o y p e r p l e j o
( " N o s é q u é m e d i g a de e s t o " ) , decide aconsejarse c o n su m u j e r :
4
— H a b r é i s de saber, s e ñ o r a , que T o m á s tiene escritas en este
libro de la cebada unas coplas que me ponen mala espina que está
enamorado de Costancica.
—Veamos las coplas — r e s p o n d i ó la mujer—, que yo os diré lo
que en eso debe de haber.
— A s í será sin duda alguna —replicó su m a r i d o — , que como
sois poeta luego d a r é i s en su sentido.
— N o soy poeta — r e s p o n d i ó la mujer—, pero ya sabéis vos que
tengo buen entendimiento, y que sé rezar en latín las cuatro oraciones. . .
B o n i t o d i á l o g o , hecho de l a m e j o r i r o n í a c e r v a n t i n a . N a d a m e j o r
p a r a descalificar a l a m u j e r c o m o c r í t i c a l i t e r a r i a q u e esos aires
de s a b i h o n d e z q u e se d a . P e r o los versos son c i e r t a m e n t e b u e n o s : T o m á s P e d r o , q u e n o es u n g a ñ á n , sino u n discreto cortesa5
4
Podría pensarse que, a pesar de todo, no se sentía muy seguro de la
reacción de los lectores, y por eso, después de un intervalo, hizo que Cardenio
cantara algo m á s inmediatamente reconocible como buena poesía: el soneto
"Santa Amistad, que con ligeras alas. . . " , reelaboración muy hermosa del
viejo mito de Astrea, con un delicado recuerdo de Tasso (Gerusalemme, I , 2:
" . . . m a s u n e l Cielo infra i beati cori": " . . .entre benditas almas, en el C i e lo"). Claro que t a m b i é n esa invocación a la Amistad le sale del alma a Cardenio: de no ser por la traición de su falso amigo Fernando, otra sería su suerte.
5
A continuación lanza Cervantes, por boca del posadero, un mensaje inconfundiblemente erasmiano: ese rezar en latín es un disparate.
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n o a s í d i s f r a z a d o , los h a h e c h o " l l e v a d o de sus p e n s a m i e n t o s y
de l a c o m o d i d a d q u e le d a b a l a soledad de las siestas"; h a d e j a d o
h a b l a r a su e n a m o r a d o c o r a z ó n , y a d e m á s h a gozado de t o d o el
o c i o necesario p a r a a t e n d e r al o t r o aspecto de l a c r e a c i ó n p o é t i c a ,
q u e p i d e a t e n c i ó n y l i m a . T a m b i é n en este caso C e r v a n t e s e s t á
i n d u d a b l e m e n t e satisfecho c o n el r e s u l t a d o :
¿ Q u i é n de amor venturas halla?
El que calla.
¿ Q u i é n triunfa de su aspereza?
La firmeza.
¿ Q u i é n da alcance a su alegría?
La porfía.
De ese m o d o , bien p o d r í a
esperar dichosa palma,
si en esta empresa m i alma
calla, está firme y porfía. . .
Se parece m u c h o esta c o p l a a las tres de l a c a n c i ó n de C á r d e n l o , a u n q u e m u e s t r a a l g u n a s d i f e r e n c i a s : las respuestas a las p r e g u n t a s son a h o r a v e r d a d e r o s pies q u e b r a d o s , o sea t e t r a s í l a b o s ,
y el verso final n o r e p i t e a h o r a t a n l i t e r a l m e n t e esas respuestas
( r e s u l t a r í a u n verso de doce s í l a b a s ) . P e r o el p a r e c i d o se esfuma
m u c h o e n las tres coplas q u e s i g u e n a l a p r i m e r a , d o n d e C e r v a n tes p r e s c i n d e p o r c o m p l e t o de esa " r e c o l e c c i ó n " q u e todos sentim o s c o m o p a r t e i n d i s p e n s a b l e de tales coplas ( l a m i t a d de su grac i a ) , y q u e n i n g ú n preceptista d e j a r á de considerar c o m o " r e g l a " .
P o r e j e m p l o , l a t e r c e r a de las coplas de T o m á s P e d r o dice s i m p l e mente así:
Q u i e n desespera, ¿ q u é espera?
M u e r t e entera.
Pues ¿ q u é muerte el m a l remedia?
L a que es media.
¿ L u e g o será bien morir?
M e j o r sufrir,
porque se suele decir
(y esta verdad se reciba)
que tras la tormenta esquiva
suele la calma v e n i r .
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E s imposible que al escribir las coplas de Cardenio ( " — ¿ Q u i é n menoscaba mis bienes? / —Desdenes. . . " ) olvidara Cervantes las composiciones ' 'en
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M u y c o n t r a su c o s t u m b r e , R o d r í g u e z M a r í n n o a n d u v o afort u n a d o e n sus c o m e n t a r i o s a l a c a n c i ó n de C a r d e n i o . Se a s o m b r a
de q u e n i C l e m e n c í n n i C o r t e j ó n h a y a n sabido c ó m o se l l a m a este e s q u e m a m é t r i c o , y se b u r l a de u n l i b r o " t i t u l a d o n a d a m e n o s
q u e La ciencia del verso" ( p i a d o s a m e n t e c a l l a el n o m b r e d e l a u t o r :
M a r i o M é n d e z B e j a r a n o ) en q u e n o se dice sobre él n i m e d i a p a l a b r a : ¡ P e r o s e ñ o r e s , eso es " l o q u e l a m é t r i c a a n t i g u a l l a m ó siemp r e ovillejo''! ¡ B a s t a b a v e r l a v o z ovillejo e n el Diccionario de l a A c a d e m i a ! L o q u e le l l a m a l a a t e n c i ó n es q u e el Arte poética de R e n g i fo l o pase e n s i l e n c i o . F i n a l m e n t e , R o d r í g u e z M a r í n a n u n c i a u n
a p é n d i c e d e d i c a d o especialmente a l ovillejo. E n este a p é n d i c e d a
m a r c h a a t r á s : " C o n v i e n e advertir que la a p l i c a c i ó n del n o m b r e
ovillejo a estas piececitas l i t e r a r i a s d a t a de t i e m p o n o m u y r e m o t o " . L a " m é t r i c a a n t i g u a " , r e p r e s e n t a d a t a n s ó l o p o r el p o r t u g u é s F i l i p e N u n e s , n o las l l a m a b a a s í . ( E l grueso de este a p é n d i c e
c o n t i e n e n o t i c i a s sobre otras c o m p o s i c i o n e s q u e se l l a m a r o n ovillejo y q u e n o t i e n e n n a d a q u e v e r c o n las coplas de C a r d e n i o ) .
L a p e q u e ñ a p a l i n o d i a de R o d r í g u e z M a r í n e s t á b i e n , p e r o se le
escapa l o p r i n c i p a l . H a b l a r d e l ovillejo y d e c i r q u e " R e n g i f o [ e n
1 5 9 2 ] . . . n o le d i o a ú n este n o m b r e n i t r a t ó d e t e r m i n a d a m e n t e
de é l " es a b s u r d o : ¿ c ó m o h u b i e r a p o d i d o R e n g i f o (preceptista,
a d e m á s , t a n p o c o a l c o r r i e n t e de las cosas de E s p a ñ a ) t r a t a r det e r m i n a d a m e n t e de algo q u e n o e x i s t í a , y m u c h o m e n o s bauti¬
z a r l o ? E l ovillejo — a s í , de a c u e r d o c o n el DRAE,
lo l l a m a r é en
a d e l a n t e - fue sin d u d a i n v e n t o de Cervantes*.
7
E l caso de F i l i p e N u n e s es m u y de n o t a r . E n su Arte poética
eco" (o "en ecos", o "ecoicas") que por esos años hacían furor. C f . , por ejemplo, los sonetos de Lope de V e g a " — ¿ D ó n d e está, guardas, mi querido?
— I d o . . . " (auto sacramental De los cantares, Acad, t. 2, p. 412) y " — ¿ Q u i é n
te dio el nombre de soldado? — H a d o . . . " {El soldado amante, AcadN, t. 9, p.
574). A q u í , ido es "eco" de querido, y Hado lo es de soldado (se trata de lo que
los franceses llaman vers couronnés); pero desdenes no es verdadero eco de mis bienes, y en versos como " — ¿ L u e g o será bien morir? / —Mejor sufrir", cualquier
idea de eco está eliminada. D e hecho, si no c o n o c i é r a m o s las coplas de Cardenio, las d e T o m á s Pedro no nos llamarían la atención: serían una modalidad
de "copla castellana" de diez pies, tres de ellos quebrados. Sobre los "ecos"
me permito recomendar la consulta del artículo " D e poética barroca hispanoportuguesa (con un ejemplo: el soneto en eco)", BdF, 29 (1984) [Homenagem
ao Prof. Manuel Rodrigues Lapa], pp. 235-271.
7
RODRÍGUEZ MARÍN, ed. cit., t. 2, pp. 310-311, y A p é n d i c e X V I I , t. 9,
pp. 236-238.
E l invento de Cervantes se parece —por pura casualidad, naturalmente— al de CHRISTINE DE PISAN en la cuarta de sus "Balades de píuseurs fa8
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e da pintura ( L i s b o a , 1 6 1 5 ) suele c o p i a r a los p r e c e p t i s t a s q u e l o
p r e c e d i e r o n — c o m o s i e m p r e o c u r r e e n tales m a t e r i a s — , p e r o a
m e n u d o a ñ a d e cosas q u e h a d e s c u b i e r t o e n su l e c t u r a d i r e c t a d e
9
los poetas, y es é l el único q u e t o m a e n c u e n t a a C e r v a n t e s . P o n e e n e l f o l . 17 l a c o p l a " ¿ Q u i é n m e n o s c a b a m i s b i e n e s ? . . . " c o m o ejemplo de " o u t r o m o d o de groza epilogando n o ú l t i m o verso as respostas das p r e g u n t a s " , e n l o c u a l n o a n d a
desacertado,
p u e s e l v e r s o " D e s d e n e s , celos y a u s e n c i a " t i e n e e n efecto c i e r t o
p a r e c i d o c o n los versos finales d e las c o p l a s d e u n a glosa. Y h a y
q u e a ñ a d i r q u e N u n e s es a s i m i s m o el único p r e c e p t i s t a a n t i g u o q u e
1 0
le d a su l u g a r a o t r o j u e g o c e r v a n t i n o : los versos d e c a b o r o t o .
cons" (Oeuvres poétiques, ed. Mauricc R o y , t. 3, París, 1896, pp. 192-193), cuya primera estancia dice:
Qu'en puis je mais se je plains
el complains
matrésdoul
-:p
sur moy, car le bien qu'avoye
me renvoye
a dueil dont mon cuer est pteins.
9
M e permito copiar lo que digo en Los 1,001 años de la lengua española, M é xico, 1989, p. 179, basado en el Manual de PALAU: " L a parte medular de E s p a ñ a , o sea Castilla, con su capital M a d r i d , estuvo muy por debajo del resto
de E u r o p a , durante el siglo x v n y hasta finales del x v m , en cuanto a interés
por el Quijote. Son apenas unas diez las ediciones publicadas en Madrid a lo
largo del x v n . E n cambio, las publicadas en castellano durante el mismo lapso
en ciudades de habla no castellana — L i s b o a , Valencia, Barcelona, Bruselas,
Amberes y M i l á n — son en total unas veinte. Y estas cifras palidecen ante las
de las traducciones. . . " , etc.
1 0
A l comienzo del librito (ff. 5 ss.) trata Nunes de varias rarezas: "versos francezes", o sea alejandrinos (copia a L u i s Alfonso de Carballo, Cisne de
Apolo, 1602), "versos que imitao os latinos" (toma de Rengifo los ejemplos
de dístico elegiaco y de estrofa sáfica), "soneto encadeado" (copia de nuevo
a Rengifo), etc. E n esta sección están los versos de cabo roto, que él llama
"versos troncados", los cuales "nao sao usados, e s ó m e n t e neste tempo os tras
Miguel Cervantes no seu Quixote": " S i de llegarte a los bue-, / libro, fueres
con l e t ú - . . . " . S e g ú n las noticias de RODRÍGUEZ MARÍN, sobre todo en su edic i ó n del Viaje del Parnaso, Madrid, 1935, pp. 420-421, los versos de cabo roto,
que salieron a la luz pública s i m u l t á n e a m e n t e en el Quijote y en l a Pícara Justina, acababan apenas de ser inventados (en 1604) por el travieso Alonso Á l v a rez de Soria. Pero ¿qué duda cabe de que quien los i n m o r t a l i z ó fue el a ú n
m á s travieso Cervantes? Tampoco fue Cervantes el introductor del "soneto
caudato" en E s p a ñ a , pero " ¡ V o t o a Dios. . . ! " , tan c a r i ñ o s a m e n t e incluido
por él en su curriculum poético, h a sido y será el ejemplo por excelencia de soneto "con cola" (o "con estrambote"). Y no le faltaron imitadores: véanse
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A t e n d i e n d o a l a d e f i n i c i ó n de ovillejo e n el Diccionario a c a d é m i c o a c t u a l ( " C o m b i n a c i ó n m é t r i c a q u e consta de tres versos oct o s í l a b o s , seguidos cada u n o de ellos de u n p i e q u e b r a d o q u e c o n
é l f o r m a c o n s o n a n c i a [ p r i m e r bloque], y de u n a r e d o n d i l l a c u y o
ú l t i m o verso se c o m p o n e de los tres pies q u e b r a d o s [segundo bloque]"), h a b r á q u e l l a m a r ovillejos, e n p l u r a l , los versos de C a r d e n i o ( R o d r í g u e z M a r í n los l l a m a "el ovillejo de C a r d e n i o " ) . D i r é ,
p u e s , el ovillejo, un ovillejo, unos ovillejos, t a l c o m o se dice la redondilla, una redondilla, unas redondillas. ( S i l a r e d o n d i l l a debe su n o m b r e al verso 4 , q u e " r e d o n d e a " l a frase p o é t i c a , el o v i l l e j o debe
s e g u r a m e n t e el suyo a l verso final, el de l a r e c o l e c c i ó n , d o n d e "se
a o v i l l a n " las hebras de los q u e b r a d o s . )
L a s p á g i n a s q u e s i g u e n son u n a b r e v e h i s t o r i a de l a f o r t u n a
d e l o v i l l e j o , i n c o m p a r a b l e m e n t e m á s m o d e s t a q u e l a de otras f o r m a s p o é t i c a s surgidas e n esos a ñ o s , c o m o l a d é c i m a y l a silva. L a s
i m i t a c i o n e s , s e ñ a l e s de a d m i r a c i ó n , n o a b u n d a n e n l a p r i m e r a
m i t a d d e l siglo x v n , y sus autores son bastante oscuros. L a m á s
a n t i g u a q u e se conoce es u n a serie de ovillejos q u e c o m i e n z a a s í :
1 1
¿ Q u i é n me tiene sin honor?
Amor.
¿ Q u i é n me tiene sin sentido?
Olvido.
¿ Q u i é n acaba m i esperanza?
Mudanza.
Pues que m i p a s i ó n no alcanza
remedio por n i n g ú n modo,
hoy me destruyen del todo
amor, olvido y mudanza.
..
S u a u t o r es u n " I n c ó g n i t o " sobre el c u a l n o parece haberse aver i g u a d o n a d a . Son notables estos ovillejos p o r dos razones: se c o m p u s i e r o n antes de 1614, o sea e n v i d a de C e r v a n t e s , y consta q u e
f u e r o n u t i l i z a d o s p o r su a u t o r e n u n a c o m e d i a (o sea q u e él fue
los dos sonetos de 1616 ( " E n s i l l a , amigo Sancho, a Rocinante. . . " y "Entre
voarced acá, sor H o a n Redondo. . . " ) que publica GALLARDO, Ensayo, t. 4,
col. 1356, y el soneto de VILLAMEDIANA contra la comedianta Jusepa V a c a ,
que termina: " . . . m i r ó al soslayo, fuese y no hubo n a d a " (Obras, ed. J . M .
R o z a s , Castalia, Madrid, 1969, p. 269).
Merece m e n c i ó n el a n ó n i m o que, interesado evidentemente en la form a del ovillejo, copió lado a lado (Bibl. Nazionale, R o m a , ms. Sessor. 450,
f. 316) el " ¿ Q u i é n menoscaba mis bienes?" del Quijote y el " ¿ Q u i é n de amor
venturas halla?" de La ilustre fregona. (Debo esta noticia a J o s é L u i s Gotor.)
1 1
650
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
XXXVIII
el p r i m e r o q u e v i o las p o s i b i l i d a d e s t e a t r a l e s de tales " p r e g u n t a s
y r e s p u e s t a s " ) . Es i m p o r t a n t e s e ñ a l a r q u e el " I n c ó g n i t o "
o t r o j u e g o c e r v a n t i n o : los versos de c a b o r o t o
1 2
imitó
.
T a m b i é n se g u a r d a el e s q u e m a o r i g i n a l e n siete o v i l l e j o s a n ó n i m o s que
hay
e n el Cancionero de
1628:
Suene, no canoro, al
fin,
clarín,
que ha hecho en esta o c a s i ó n
bajón
A p o l o , siendo en su seta
corneta;
que u n reverendo poeta
de a n h é l i t o singular,
comienza ahora a cantar
clarín, bajón y corneta. . .,
s a l v o q u e é s t o s n o t i e n e n i n t e r r o g a c i ó n en los tres p r i m e r o s o c t o 1 3
sílabos .
1 2
"Preguntas y rrespuestas", en las Rimas del Incógnito publicadas por R .
FOULCHÉ-DELBOSC, RHi, 37 (1916), pp. 436-439. Son diez ovillejos, en todos
los cuales se imita escrupulosamente el esquema de los de Cardenio. FoulchéDelbosc razona muy bien su c o n v i c c i ó n de que estas Rimas no son de varios
autores, sino de uno solo. H a y entre ellas varias loas destinadas a diversas comp a ñ í a s teatrales, y algunas de las poesías llevan una anotación en que el autor
declara haberlas aprovechado en comedias suyas (menciona cuatro, que por
cierto no parecen haberse identificado). E s lo que pasa con sus diez ovillejos:
"Sirvieron estas interrogaciones en el Desengaño de amor, a ñ o de 1614". Ahora
bien, MARCEL GAUTHIER, " D e quelques jeux d'esprit", I I , " L e s é c h o s " , RHi,
35 (1915), pp. 43-45, acababa de publicar los mismos diez ovillejos (sin muchas variantes) con atribución expresa a " D . Diego de Silva, m a r q u é s de Alenquer, conde de Salinas", o sea, evidentemente, el mismo conde de Salinas que
en las Flores de Espinosa (1605) está representado por unas redondillas contra
la Esperanza y otras contra los Celos. E s e x t r a ñ o que F o u l c h é no mencione
esa p u b l i c a c i ó n anterior (sobre todo si, como creo saber, " M a r c e l Gauthier"
no fue sino uno de sus p s e u d ó n i m o s ) Queda, pues un p e q u e ñ o enigma Por
cierto que Gauthier hace mal en incluir esos ovillejos entre los vers couronnés,
o sea entre los verdaderos ecos (cf. supra, nota 6). — L o s versos de cabo roto
del " I n c ó g n i t o " (o "pies cortados", como él dice) son un soneto y una "Sátira contra una m o n j a " en 25 redondillas (loe. cit., pp. 439-442).
1 3
Cancionero de 1628, ed. J . M . Blecua, M a d r i d , 1945, pp. 347-349. E l
ovillejo, dice TOMÁS NAVARRO, Métrica española, Syracuse, N . Y . , 1956, § 192,
se caracteriza ante todo por comenzar con "tres octosílabos interrogativos".
Ninguno de los ovillejos del Cancionero de 1628 cumple semejante requisito. Son,
por lo d e m á s , algo parecido a lo que se llamaba "coplas de disparates". L a s
otras recolecciones dicen cosas como " b u f ó n , pelado y valiente", " m a t a c h í n ,
amante y loco", "ojos, narices y piernas".
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
651
L a i m i t a c i ó n es m á s escrupulosa e n las " C o p l a s a todos los
Sanctos e n f o r m a de e c o " impresas e n u n l i b r o de 1629:
¿ Q u i é n dio a los Santos el ser?
No ser.
¿Y q u i é n les dio tal riqueza?
Pobreza.
¿ Y q u i é n c a u s ó su contento?
Tormento.
Pues echando tal cimiento,
seguro está el edificio,
pues le sustenta en su quicio
no ser, pobreza y tormento
d o n d e se a ñ a d e u n a p e q u e ñ a gala: las a n t í t e s i s ser/no ser, riqueza/pobreza, contento/tormento. N o s ó l o p o r su c o n t e n i d o h o n d a m e n t e asc é t i c o , sino t a m b i é n p o r su " c o n t e x t u r a " , estos a n ó n i m o s o v i l l e j o s f u e r o n a d m i r a d o s y c o p i a d o s , a finales d e l siglo, p o r el b o g o t a n o S o l í s y V a l e n z u e l a e n su m a m o t r e t o El desierto prodigioso *.
H a s t a a q u í , los t e s t i m o n i o s de l a p e r d u r a c i ó n d e l o v i l l e j o cerv a n t i n o son a n ó n i m o s ; sus autores — i n c l u s o e n el caso d e l t e r c e r
t e s t i m o n i o , el ú n i c o i m p r e s o — son poetas q u e o p t a r o n p o r l a osc u r i d a d . B i e n p u e d e decirse q u e l a v i d a d e l o v i l l e j o , en l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo X V I I , se caracteriza p o r l a o s c u r i d a d y l a a n o n i m í a . V i v e , p e r o en u n n i v e l " c u a s i - p o p u l a r " , apenas c r i s á l i d a e n
su c a p u l l o . ( Q u i e n l o s a c ó de esa o s c u r i d a d fue, c o m o e n seguida
se v e r á , C a l d e r ó n de l a B a r c a . ) A s í , pues, es " l ó g i c o " q u e h a y a
u n o s ovillejos e n t r e l a a n d a n a d a de r o m a n c e s , r e d o n d i l l a s , d é c i m a s y sonetos q u e b r o t ó de l a b i o s de l a " m u s a p o p u l a r " m a d r i l e ñ a c o n m o t i v o de l a c a í d a del C o n d e - D u q u e de O l i v a r e s . L o s o v i llejos " c o n t r a el C o n d e - D u q u e y otros m i n i s t r o s , a ñ o de 1 6 4 3 "
son doce. E l p r i m e r o c o m i e n z a c o n u n chiste m u y gustado p o r
l a m u s a p o p u l a r : " E l n o m b r e d i c e de Loeches / l o - e c h e s " ( O l i 1
1 4
Son seis estos ovillejos. Se imprimieron en el Ramillette de divinas flores
para el desengaño de la vida humana, recopiladas de los mejores y m á s famosos
poetas de nuestros tiempos por P. F . G . C . D . , Amberes, 1629, y están fielmente reproducidos en PEDRO DE SOLÍS Y VALENZUELA ( f 1711), El desierto prodigioso y prodigio del desierto, ed. R . P á e z P a t i ñ o , Inst. C a r o y Cuervo, B o g o t á ,
1977, t. 1, pp. 378-380. A Solís, que evidentemente no había leído el Quijote,
le llamaron la atención esos versos "porque la fábrica de ellos era nueba y ingeniosa". ( E s natural que P á e z P a t i ñ o no haya localizado su fuente: el Ramillette de 1629 es libro rarísimo; yo lo vi en la Biblioteca Pública de Boston, Ticknor Collection.)
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
652
XXXVIII
v a r e s q u e d ó c o n f i n a d o e n el p o b l a d o de L o e c h e s ) . P o n d r é c o m o
e j e m p l o el sexto, b o f e t a d a d e s t i n a d a a d o n J u l i á n , el b a s t a r d o de
Olivares:
Grande es el grande rufián
Julián;
que es, porque el Conde lo dijo,
su hijo,
pero (no admite disculpa)
de puta.
Esto en M a d r i d se executa:
que case, ¡caso notable!,
con hija del Condestable
don Julián, hijo de puta *.
1
N o s son g r a n cosa estos ovillejos. L o q u e t i e n e n de interesante
es su e x i s t e n c i a . Y a v e r e m o s o t r o s ejemplos de u t i l i z a c i ó n del esq u e m a cervantino para "mensajes" políticos.
E n 1 6 6 1 , el m u y o s c u r o C o s m e T e j a d a de los Reyes e m p l e a
el o v i l l e j o c o m o e s t r i b i l l o de u n v i l l a n c i c o de N a v i d a d :
¿ C o n q u é luz a Dios veré?
Con luz de fe.
¿ Q u i é n me d a r á confianza?
La esperanza.
¿ Q u i é n me asegura favor?
El amor.
E n t r a r é ya sin temor
a gozar el bien perfeto,
pues sólo Dios es objeto
de fe, esperanza y amor .
16
1 5
ERNST WERNER, " E i n e Gedichtsammlung über den Sturz des CondeD u q u e de O l i v a r e s " , RHi, 72 (1928), pp. 283-285. Si estos ovillejos tuvieran
algo m á s de chispa, merecerían una edición m á s cuidadosa. Werner, por ejemplo, d e b i ó poner interrogación al comienzo del séptimo ovillejo: " — ¿ Q u i é n
el bien de E s p a ñ a esconde? / — E l C o n d e " (por cierto, los versos interrogativos son poquísimos). E n otro manuscrito, reseñado en la misma RHi, 76 (1929),
p. 710 ( n ú m . 16), estos ovillejos se llaman Ecos. E n cuanto al juego de palabras con Loeches, cf. el comienzo de las Dézimas que siguen a los ovillejos: " Q u e
de Loeches lo eches / suplica el pueblo, señor; / aparta de ti al traydor, / que
está muy cerca Loeches.
1 6
Noche buena, Autos al nacimiento del Hijo de Dios (Madrid, 1661), romance "Pastorcico venturoso. . . " , reproducido en el Romancero y cancionero sagrados (BAE, t. 35), n ú m . 548.
NRFH,
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
XXXVIII
653
E l g r a n d e s c u b r i d o r de las p o t e n c i a l i d a d e s d r a m á t i c a s d e l esq u e m a c e r v a n t i n o fue C a l d e r ó n de l a B a r c a . P u e d e ponerse com o e j e m p l o l a serie de c u a t r o ovillejos q u e h a y en el a u t o sacram e n t a l El pintor de su deshonra. E n el p r i m e r o de ellos i n t e r v i e n e n
l a N a t u r a l e z a H u m a n a ( q u e hace las p r e g u n t a s ) , el d i v i n o P i n t o r
( q u e d a las respuestas) y l a C u l p a ( q u e hace el " r e s u m e n " , c o m o
fiscal de l a N a t u r a l e z a H u m a n a ) :
— ¿ Q u i é n es q u i e n m e h a c o n d e n a d o . . .
— Tu pecado.
. . . a p a d e c e r de esta suerte. . .
— Tu muerte.
...la
ley de tanto rigor?
— Tu error.
— L u e g o , a u n q u e fuera m a y o r
el castigo que te o r d e n a ,
j u s t a m e n t e te c o n d e n a
pecado, muerte y error.
E n el segundo o v i l l e j o h a y el m i s m o r e p a r t o de voces, y l a recol e c c i ó n dice malicia, ignorancia y culpa. E n los otros dos ovillejos sigue siendo el P i n t o r q u i e n d a las respuestas, p e r o l a C u l p a y l a
N a t u r a l e z a H u m a n a i n t e r c a m b i a n sus partes:
— N a d a e n efecto te a b o n a .
—Dios perdona.
— F u e tu m a n c h a i n m e n s a y b r a v a .
—El
llanto lava.
— E s m u y desigual tu c u l p a .
—Amor disculpa.
— L u e g o , a u n q u e todo m e c u l p a ,
p o d r é de enemigos dos
ser r e s c a t a d a , que D i o s
perdona, lava y disculpa. . .
F á c i l es v e r el efecto t e a t r a l de ese i n t e r c a m b i o de partes. E n los
dos p r i m e r o s o v i l l e j o s , l o q u e se recalca es l a idea de Pecado; en
los o t r o s dos, l a i d e a de A r r e p e n t i m i e n t o . Y este j u e g o de a n t í t e sis y s i m e t r í a se a c e n t ú a al final de l a serie, d o n d e las c u a t r o
recolecciones se j u n t a n y f o r m a n u n a r e d o n d i l l a :
1 7
1 7
U n a simetría "barroca", que aquí o allá admite infracciones. (Las estancias de c a n c i ó n petrarquista que introduce C a l d e r ó n en algunos autos hubieran sido inadmisibles en tiempos de fray L u i s y de los Argensola.) Los ovi-
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
654
XXXVIII
Pecado, muerte y error,
malicia, ignorancia y culpa
perdona, lava y disculpa
la fe, el llanto y el amor,
que bien podemos l l a m a r " s u p e r - r e c o l e c c i ó n " . Los cuatro pequeñ o s o v i l l o s se h a n r e u n i d o e n u n o
solo, m á s p l e n a m e n t e s i g n i f i -
cativo.
Es n o t a b l e el c a r i ñ o q u e C a l d e r ó n le t u v o a l o v i l l e j o . L o
em-
p l e ó e n sus a u t o s s a c r a m e n t a l e s m á s veces q u e las m u y p o p u l a r e s
l i r a s de seis versos. L o s o v i l l e j o s de El pintor de su deshonra f u e r o n
r e e l a b o r a d o s , c o m o a c a b o de d e c i r , en el a u t o Andrómeda
y e n o t r o s tres —El
tu prójimo
como a ti—
"super-recolección"
maestrazgo del Toisón,
hay
y Perseo;
El lirio y la azucena y A
series a n á l o g a s de c u a t r o o v i l l e j o s
en u n a
1 8
con
r e d o n d i l l a . E n u n sexto a u t o ,
La
inmunidad del sagrado, a b a n d o n a C a l d e r ó n ese c a m i n o y t o m a o t r o
c o m p l e t a m e n t e n u e v o . N o hace c u a t r o o v i l l e j o s ,
sino u n o
solo,
que f u n c i o n a c o m o r e m a t e de u n pasaje de r o m a n c e . Las p r e g u n t a s
se las r e p a r t e n l a G r a c i a y l a C u l p a , las respuestas las d a l a M ú s i c a ,
y l a r e c o l e c c i ó n l a c a n t a n a m b o s personajes j u n t o c o n l a M ú s i c a :
— ¿ Q u é h a r á en la cárcel ahora
el H o m b r e infelice? — Llora.
— E n l a p r i s i ó n que le o p r i m e ,
¿ q u é h a r á el H o m b r e ?
—Gime.
llejos que no transcribo —el segundo y el cuarto— obedecen fielmente en el
primer bloque el esquema cervantino de tres preguntas y tres respuestas, pero
en el primer ovillejo hay una sola pregunta y en el tercero no hay ninguna
(y las "respuestas" ocupan m á s sílabas). Cito por la ed. de A . Valbuena Prat,
Obras completas de CALDERÓN, t. 3, Aguilar, M a d r i d , 1952, pp. 845-846. — A l
final de su vida reprodujo C a l d e r ó n estos ovillejos en el auto Andrómeda y Perseo
(ed. cit., p. 1710), haciéndoles retoques y corrigiendo las asimetrías que he
s e ñ a l a d o ; esta vez los cuatro ovillejos comienzan con sus tres preguntas "canónicas".
1 8
El maestrazgo del Toisón , ed. cit., pp. 890-891 (cuatro ovillejos con preguntas, y al final: " — ¿ Q u é he de hacer, ecos veloces? / —Juntar todas cuatro
voces. / — ¿ Y c ó m o ha de ser? — A s í . . . " ) ; El lirio y la azucena, p. 925 (sólo
el cuarto ovillejo tiene las preguntas canónicas); A tu prójimo como a ti, pp. 1422¬
1423 (alternan frases interrogativas, exclamativas y aseverativas). — E n El Año
Santo de Roma hay (pp. 498-499) un pasaje de versos pareados a los cuales responde un eco auténtico; al final los ecos se r e ú n e n y forman la segunda mitad
de u n a redondilla ("Volvamos ahora a juntar / la voz, a ver q u é declara. / —
Cualquier año es santo para I bien hacer y bien obrar"). Pero aquí no se trata de ovillejos.
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
655
— ¡ C u á n t o m i pecho enternece
o í r que m í s e r o . . . —padece!
— ¡ C u á n t o lisonjea mi ira
o í r que afligido. . .
— Y
—suspira]
que e n m o r t a l p e s a d u m b r e
llora, gime, padece,
suspira y
19
sufre .
L a s i n n o v a c i o n e s saltan a l a v i s t a : el p r i m e r b l o q u e e s t á a l a r g a d o
( c u a t r o m i e m b r o s e n vez de t r e s ) , y el s e g u n d o , e n c a m b i o , m u y
a c o r t a d o . L a s " p r e g u n t a s " n o se c o n t i e n e n en u n o c t o s í l a b o , sin o q u e i n i c i a n o t r o m á s , c o m p l e t a d o p o r las " r e s p u e s t a s " . A d e m á s , el segundo b l o q u e n o r e t o m a el c o n s o n a n t e -ira e n q u e term i n a el p r i m e r o , sino el asonante ú-e d e l r o m a n c e a l c u a l sirve
de r e m a t e este o v i l l e j o . F i n a l m e n t e , l a m e d i a s e g u i d i l l a Llora, gime, padece, I suspira y sufre aparece n o s ó l o al final del o v i l l e j o ,
s i n o t a m b i é n a l c o m i e n z o , c o m o u n a especie de " m o t e " q u e se
glosa y se r e p i t e a l final. ( R e c o r d e m o s q u e F i l i p e N u n e s h a b í a
v i s t o e n el o v i l l e j o c e r v a n t i n o " u n m o d o de g l o s a " . )
U n c o n t e m p o r á n e o de C a l d e r ó n , el a r a g o n é s V i c e n t e S á n c h e z
( 1 6 1 0 - 1 6 7 9 ) , v i l l a n c i q u e r o o f i c i a l del P i l a r de Z a r a g o z a d u r a n t e
los ú l t i m o s d i e c i o c h o a ñ o s de su v i d a , c o n s t r u y ó u n o de sus m u chos v i l l a n c i c o s de N a v i d a d a base de o c h o ovillejos, el p r i m e r o
de los cuales d i c e :
20
H o y q u i e n p o r m í satisface
nace
c u r a n d o ciegos antojos
con ojos,
que es todo su torcedor
amor.
L l e g ó a su esfera el favor,
pues, p a r a l l o r a r m i s m a l e s ,
con medios t a n desiguales
21
nace con ojos Amor. . .
1 9
E d . cit., pp. 1118-1119. Hago exclamativos los versos 5 a 8, en vez de
interrogativos, y en el v. 7 pongo lisonjea en vez de lisonjas.
N ó t e s e que el verbo sufre no aparece en el primer bloque. H a y otra asimetría: los w . 2, 6 y 8 son octosílabos (Calderón mide oír como m o n o s í l a b o ) ,
pero el v. 4 está cojo; quizá le falte a Hombre un adjetivo paralelo al infelice
del y. 2. — V é a s e el Addendum, nota 48, infra.
VICENTE SÁNCHEZ, Lyra poética, Zaragoza, 1688, pp. 259-260. No copié sino el primero de los ocho ovillejos. Sospecho que se trata de dos series
de cuatro, y que cada una de las series tiene su " s u p e r - r e c o l e c c i ó n " , s e g ú n
el modelo calderoniano. Nace con ojos Amor debe ser el principio de una cuarteta.
2 0
2 1
ANTONIO ALATORRE
656
NRFH,
XXXVIII
A g u s t í n de Salazar y T o r r e s ( 1 6 4 2 - 1 6 7 5 ) , n a c i d o f í s i c a m e n t e
e n " N u m a n c i a " (o sea e n A l m a z á n de S o r i a ) y e s p i r i t u a l m e n t e
en M é x i c o — M é n d e z Planearte lo incluye con toda r a z ó n entre
los Poetas novohispanos—, y que e n el m o m e n t o de su p r e m a t u r a
m u e r t e era el m á s b r i l l a n t e c o n t i n u a d o r de C a l d e r ó n , m o d i f i c ó
y e n r i q u e c i ó el o v i l l e j o c o n recursos m u y c a l d e r o n i a n o s , c o n v i r t i é n d o l o e n p a r t e p r o m i n e n t e de u n " b a i l e " p a l a c i e g o . E l o v i l l e j o responde a l a p r e g u n t a " ¿ Q u i é n significa m e j o r / las iras de
Amor?":
Pues de A m o r son los rayos las armas,
las llamas;
pues las aves sus triunfos anuncian,
las plumas;
pues las plantas su imperio conocen,
las flores;
pues los mares su incendio pregonan,
las ondas;
porque al A m o r tirano sólo retratan
las ondas, las flores, las plumas, las llamas. . ,
22
C o m o en el ú l t i m o ejemplo de C a l d e r ó n , el p r i m e r b l o q u e se agrand a y el segundo se achica. A d e m á s , dos versos " m o d e r n o s " , el
d e c a s í l a b o e n el p r i m e r b l o q u e y el d o d e c a s í l a b o e n el s e g u n d o ,
s u s t i t u y e n al t r a d i c i o n a l o c t o s í l a b o , y l a asonancia sustituye a l a
c o n s o n a n c i a . L o s c u a t r o d e c a s í l a b o s son d i c h o s ( q u i z á cantados)
sucesivamente p o r el F u e g o , el A i r e , l a T i e r r a y el A g u a — l a pieza se l l a m a Baile de los Elementos—, y el d o d e c a s í l a b o final se l o
r e p a r t e n los m i s m o s c u a t r o personajes, p e r o en o r d e n r e t r ó g r a d o
(el m i s m o o r d e n r e t r ó g r a d o e n q u e e s t á l a r e c o l e c c i ó n ) .
E l n o v e d o s o e s q u e m a de Salazar y T o r r e s fue i m i t a d o — y u n
p o c o s i m p l i f i c a d o — p o r el n o v o h i s p a n o A l o n s o R a m í r e z de V a r gas, que l o e m p l e a c o m o e s t r i b i l l o en u n o de los v i l l a n c i c o s de N a v i d a d q u e c o m p u s o e n 1689 p a r a l a c a t e d r a l de M é x i c o :
Si del Sol el vestido descubre
las Luces;
2 2
AGUSTÍNDE SALAZARY TORRES, Cythara de Apolo, M a d r i d , 1 6 8 1 , t. 1, p.
2 4 3 . C o n pocas variantes, el poeta incrustó esta c o m p o s i c i ó n en su comedia
Los juegos olympicos (Cythara de Apolo, t. 2 , p. 2 2 3 ) . V é a s e ALFONSO MÉNDEZ
PLANCARTE, Poetas novohispanos, Imprenta Universitaria, M é x i c o , 1 9 4 2 - 1 9 4 5 ,
t. 3 , p. 1 0 4 ; y, sobre la vida y obra del poeta, el mismo MÉNDEZ PLANCARTE,
t. 2 , pp. lvii-lx.
NRFH,
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
XXXVIII
657
si e n el S i g n o de P a t m o s a d m i r o
los Signos;
si a sus plantas m á s noble se e n c u m b r a
la
Luna;
sin c o n luces sus sienes h o n r a r o n
los Astros,
luego sus privilegios b o s q u e j a n algo
las Luces,
los Signos, la Luna,
23
los Astros. . ,
L a i n f l u e n c i a de S a l a z a r y T o r r e s es t a m b i é n v i s i b l e en los seis
" o v i l l e j o s ecoicos r e a l e s " q u e Sor J u a n a i n t r o d u j o en su p r i m e r a
Loa a los años del Rey.
E l C i e l o , el F u e g o , el A i r e , l a T i e r r a y el
A m o r d e c l a r a n c a d a u n o e n u n o v i l l e j o los d o n e s q u e o f r e c e n al
a d o r a d o C a r l o s I I , y los versos c o r t o s y las recolecciones c o r r e n
a c a r g o de l a M ú s i c a . E l p r i m e r o v i l l e j o d i c e :
E l C i e l o os d a , e n sus p u r a s luces bellas,
estrellas;
p o r que os asista, sin m u d a n z a a l g u n a ,
la luna,
y os a d o r n e n c o n v a r i o s arreboles
soles,
y c o n lucientes Cándidos esmeros
luceros,
p a r a q u e el m u n d o , ufano de teneros,
vuestras leyes a d m i t a s i n recelo,
pues v e que os c o n t r i b u y e el m i s m o C i e l o
estrellas, luna, soles y luceros. . .
2 4
A q u í t o d o s los versos l a r g o s son e n d e c a s í l a b o s , se r e s t a u r a l a c o n s o n a n c i a , y el s e g u n d o b l o q u e d e l o v i l l e j o r e c o b r a sus c u a t r o v e r sos
originales.
2 3
Villancicos para la Navidad de 1689, «z/W MÉNDEZ PLANCARTE, op. cit.,
t. 3, p. 96 (y cf. ibid., pp. xxxiv-xxxvii).
SOR JUANA INÉS DE LA CRUZ, Obras completas, ed. A . M é n d e z Plancarte,
F C E , M é x i c o , 1955, t. 3, pp. 288-292. E l editor —de quien tomo la designac i ó n "ovillejos ecoicos reales" (p. 734)— se inclina a fechar esta Loa en 1675,
aunque reconoce que puede ser de 1678 (p. 652). L a Cythara de Apolo de Salazar y Torres se i m p r i m i ó postumamente en 1681. Sin embargo, muchos de
esos versos circulaban en copias manuscritas. T a m b i é n a Pérez de Montoro
y a L e ó n Marchante los c o n o c i ó la monja mexicana antes de que se imprimieran sus respectivas obras. No está excluido que Sor J u a n a se haya inspirado
en otros modelos (esta investigación m í a no pretende ser exhaustiva). A d e m á s ,
perfectamente podía ella ser innovadora por cuenta propia.
2 4
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
658
XXXVIII
E n u n a c o m p o s i c i ó n casi s e g u r a m e n t e a n t e r i o r , l a Loa de la
Concepción, Sor J u a n a e s t á m á s cerca d e l m o d e l o c e r v a n t i n o : los
versos son o c t o s í l a b o s , y el p r i m e r b l o q u e es i n t e r r o g a t i v o ; p e r o
las i n t e r r o g a c i o n e s son s ó l o dos, y el segundo b l o q u e consta n o
de c u a t r o , sino de seis versos; l a r e c o l e c c i ó n se g e m i n a y , p o r p r i m e r a y ú n i c a vez, las t e r m i n a c i o n e s de todos los versos se a m o l d a n a sólo dos consonantes. L a M ú s i c a e s t á d i v i d i d a e n dos coros; el c o r o I c a n t a l a p r i m e r a r e c o l e c c i ó n y el I I l a segunda; las
respuestas a los dos p r i m e r o s versos las d a n los dos coros j u n t o s .
L o d e m á s l o d i c e n (o c a n t a n ) , a l t e r n a d a m e n t e , l a D e v o c i ó n y l a
Escuela:
— ¿ Q u i é n canta la
—La
Concepción?
Devoción.
— ¿ Q u i é n p o r su a m o r se desvela?
—La
Escuela.
— ¡ Q u é dulcemente
consuela
el eco a m i c o r a z ó n ,
pues c e l e b r a n el b l a s ó n
a que m i c u i d a d o a n h e l a ,
la Devoción
y la Escuela,
la Escuela y la
Devoción...
25
E n l a l o a p a r a Los empeños de una casa (escrita en 1683) Sor J u a n a
i m i t a s i m p l e m e n t e a C a l d e r ó n : cada u n o de los personajes a l e g ó r i c o s ( l a F o r t u n a , l a D i l i g e n c i a , el A c a s o y el M é r i t o ) v a d i a l o g a n d o c o n l a M ú s i c a , y las recolecciones de los ovillejos se r e ú nen en u n a " s u p e r - r e c o l e c c i ó n " :
A una de estas cuatro cosas
la dicha es bien se atribuya:
al Acaso,
Diligencia,
Merecimiento y
26
Fortuna .
2 5
SOR JUANA, t. 3, pp. 269-271 (cuatro ovillejos). S e g ú n el editor, la Loa
de la Concepción bien puede ser de 1670. E s fácil ver por q u é Sor J u a n a suprim i ó uno de los octosílabos del primer bloque: hubiera estorbado el juego de
antítesis-síntesis E s c u e l a / D e v o c i ó n (o Ciencia/Sencillez, Sabio/Ignorante, como dicen las recolecciones siguientes); la grey de católicos creyentes en el misterio de la Inmaculada C o n c e p c i ó n se compone de dos porciones, la de los teólogos profesionales y la de las almas sencillas; pero los cánticos de unos y otros
agradan por igual a la V i r g e n M a r í a .
2 6
SOR JUANA, t. 4, ed. Alberto G . Salceda, 1957, pp. 8-11. Esta cuarteta
es cantada por los cuatro personajes junto con la M ú s i c a . Antes ha dicho el
NRFH,
XXXVII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
659
E n l a c u a r t a Loa a los años del Rey (escrita en el m i s m o a ñ o 1683),
el j u e g o de ovillejos se a g r a n d a d e s m e s u r a d a m e n t e : o c u p a los 400
p r i m e r o s versos, o sea casi dos tercios d e l t o t a l , pues y a e n el com i e n z o los c u a t r o personajes ( É o l o , F l o r a , P a n y S i r i n g a ) y los
c u a t r o coros m e n c i o n a n fuentes, aves, flores y plantas. E s t á , pues,
minuciosamente preparada la a p a r i c i ó n del p r i m e r ovillejo:
. . . Y con sus ecos süaves
las aves,
y con sus dulces corrientes
las fuentes,
y con cláusulas de olores
las flores,
y con sus verdes gargantas
las plantas
le den alabanzas tantas,
cuantas a su honor convienen,
pues por bienhechor le tienen
aves, fuentes, flores, plantas. . .
A d e m á s , p o r u n a p a r t e este verso final v a a f o r m a r o r a c i ó n c o n
el final d e l o v i l l e j o s i g u i e n t e :
Aves, fuentes, flores, plantas,
\trinen, corran, luzcan, crezcan],
y p o r o t r a parte hay " c o l u m p i o s " que i n t r o d u c e n variaciones y
a c a b a n p o r c o n v e r t i r los o c t o s í l a b o s en d o d e c a s í l a b o s :
Süaves,
ufanas, lucientes,
las aves, las fuentes,
risueñas
las flores, las plantas. . .
2 r
E n l a l o a p a r a Amor es más laberinto, c o m e d i a escrita e n 1689,
el j u e g o es m u c h o m e n o s b r i l l a n t e . L a e s t r u c t u r a es c o m o la d e l
M é r i t o : " V a m o s juntando los ecos I para formar un sentido / de tantas partes
difusas" (cf. C a l d e r ó n , supra, nota 18: "juntar todas cuatro voces. . . " , " V o l vamos ahora a j u n t a r . . . " ) . A semejanza de C a l d e r ó n , Sor J u a n a viola conscientemente las leyes de la simetría: los versos de la cuarteta no corresponden
a cuatro ovillejos, sino sólo a tres; el segundo ovillejo consta de los siete octosílabos c a n ó n i c o s , pero el primero tiene diez, y el tercero ocho.
SOR JUANA, t. 3 , pp. 3 3 1 - 3 5 1 . M é n d e z Planearte, admirador de los juegos m é t r i c o s y poéticos de esta Loa (cf. ibid., pp. lxxxvi y 6 7 7 ) , es quien usa,
entre comillas, el t é r m i n o "columpios" (p. 7 3 4 ) .
2 7
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
660
XXXVIII
ejemplo anterior (4 + 4 octosílabos), pero no interviene l a M ú sica, y las recolecciones se l i m i t a n a v a r i a r el o r d e n de los e l e m e n tos. ( H a y q u e t e n e r e n c u e n t a q u e Amor es más laberinto se h i z o c o n
p r i s a s : p a r a el acto I I t u v o q u e a c u d i r Sor J u a n a a l a a y u d a de
u n a p l u m a ajena.)™
E n c a m b i o , e n l a Loa (o Encomiástico poema) a los años de la Condesa de Galve, q u e es t a m b i é n de 1689, el j u e g o se c o m p l i c a y a d o r n a de u n a m a n e r a q u e n o p o d e m o s l l a m a r sino u l t r a b a r r o c a (casi
r o c o c ó ) . L o s personajes son V t ( = U t = D o ) , R e , M i , F a , Sol
y L a , d i r i g i d o s p o r l a M ú s i c a . D e s p u é s de e x p l i c a r q u e ut es " v i r ¬
tud", q u e re es " r e g o c i j o " , que mi es " m i r a m i e n t o " , etc., l a M ú sica sortea e n t r e los personajes u n o s tarjetones q u e t i e n e n , cada
u n o , u n a de estas letras: A, A, E, F, I, L , L , O, M, R, S, T y
F ( l a s letras m i s m a s de VT, RE, MI, FA, SOL y LA, p e r o e n deso r d e n , c o m o p a r a e m p r e n d e r u n j u e g o de scrabble). L o s c i n c o p r i m e r o s personajes, desde U t hasta S o l , d i c e n u n o tras o t r o los c i n co h e x a s í l a b o s agudos d e l p r i m e r b l o q u e d e l o v i l l e j o , y l a M ú s i c a
se e n c a r g a de las respuestas m o n o s i l á b i c a s y de los c u a t r o o c t o s í labos d e l segundo b l o q u e :
E l eco fiel,
—el
s e g ú n lo que v i ,
l a cifra l e e r á ,
—pi—ra
pues él solo o s ó
a descifrar-lá.
— so
—la
J u n t a n d o lo que a c r i s o l a
l a a n a g r a m a e n las vocales,
hallo que d i c e n cabales
los ecos: Elvira
sola.
Y , m i e n t r a s el C o r o hace el " e c o " (el) d e l p r i m e r h e x a s í l a b o , d i c h o
p o r U t , U t m i s m o le m u e s t r a a l p ú b l i c o las letras — s e g u r a m e n t e
de g r a n t a m a ñ o y de esmerada h e c h u r a — q u e le t o c a r o n en el
sorteo: l a £ y u n a L (EL). R e p i t e n el j u e g o los d e m á s personajes,
y e n el final d e l o v i l l e j o se j u n t a n todos los h i l o s : Elvira sola es sum a de " e c o s " a l a vez q u e " a n a g r a m a " ; y el p ú b l i c o n o s ó l o oye
las dos p a l a b r a s , sino q u e las lee e n los tarjetones:
E-L-V-I-R-A
S-O-L-A
(los personajes se h a b r á n a c o m o d a d o a r t í s t i c a m e n t e e n
fila). A c o n t i n u a c i ó n l a M ú s i c a recoge los tarjetones, los b a r a j a ,
2 8
SOR JUANA, t. 4, pp. 197-201. L o s ovillejos son cuatro. L a recolección
del primero es "flores, fruto, sazón, hielo"; la del segundo "hielo, s a z ó n , fruto, flores", etc. Son partes no sólo "difusas", sino repetitivas.
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
661
hace n u e v o r e p a r t o y o r g a n i z a u n segundo jeu de curtes, c u y o res u l t a d o es El Silva Amor .
P e r o d o n d e Sor J u a n a u t i l i z ó m e j o r el o v i l l e j o c e r v a n t i n o , d o n de m á s j u g o t e a t r a l le s a c ó , n o fue e n esa Loa, sino e n los 180 v e r sos d e l Divino Narciso e n q u e E c o se expresa de l a ú n i c a m a n e r a
p o s i b l e p a r a ella, q u e es r e p e t i r l a p a l a b r a final de l o que o t r o s
d i c e n , y a s í v a " r e s p o n d i e n d o " p r i m e r o a l a S o b e r b i a y al A m o r
P r o p i o ( v v . 1480-1529) y d e s p u é s al personaje c e n t r a l , N a r c i s o
( v v . 1560-1691):
29
—Tente, pues que yo te tengo.
— Tengo.
—Refiere t u ansiosa pena,
—Pena.
— D i la causa de t u rabia.
—Rabia.
—Pues eres tan sabia,
dinos, ¿ q u é accidentestienes, o q u é sientes?
— Tengo pena, rabia. . .
A i m i t a c i ó n de l o q u e ella m i s m a h a b í a hecho e n l a l o a de Los
empeños de una casa ( s ó l o q u e a h o r a el segundo b l o q u e es de h e x a s í l a b o s ) , Sor J u a n a hace e n seguida otros tres ovillejos y r e ú n e e n
u n a r e d o n d i l l a final las c u a t r o recolecciones:
Tengo pena, rabia,
de ver que Narciso
a un ser quebradizo
quiere, a mí me agravia.
Y a esta serie de c u a t r o ovillejos s i g u e n otras tres series iguales,
q u e p r o d u c e n otras tantas r e d o n d i l l a s e n que E c o revela l o q u e
siente y e x h a l a sus q u e j a s .
30
2 9
SOR JUANA, t. 3, pp. 471-478. E l primer ovillejo se dedica a la virreina
Condesa de Galve, que se llamaba Elvira, y el segundo se dedica a su marido,
que se apellidaba Silva. L a M ú s i c a explica el significado de "el Silva A m o r " :
define al Conde como amante finísimo de la Condesa. (Por cierto que las leyes
del anagrama no se observan muy escrupulosamente: la F y la Tno funcionan
en ninguna de las jugadas, y la M funciona sólo en la segunda.)
3 0
SOR JUANA, t. 3, pp. 66-78. Si en la Loa de la Condesa de Galve llega
al colmo la " t e a t r a l i z a c i ó n " del ovillejo, donde éste alcanza verdadera " d r a m a t i z a c i ó n " es en El divino Narciso. — L o s ovillejos de Sor J u a n a han sido ob-
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
662
XXXVIII
E l f r a n c i s c a n o D a m i á n C o r n e j o , c o n t e m p o r á n e o de S o r J u a n a , a u t o r de u n a v o l u m i n o s a Chrónica seráphica ( M a d r i d , 1682-1698)
y p o e t a " f e s t i v o " e n sus ratos de o c i o , h i z o unos " V e r s o s e n ecos
al d e s e n g a ñ o d e l m u n d o " q u e son ovillejos c o n el p r i m e r b l o q u e
alargado:
Q u i e r o , pues, en o c a s i ó n ,
dar en lance tan preciso
aviso,
y para tantas ofensas
de Dios, tomando este medio
remedio. . . [etc.].
S ó l o d a r é , c o m o botones de m u e s t r a , dos de las recolecciones:
' ¿ Q u é es el h o m b r e ? ' : Piojos, mocos y gargajos; ' ¿ Q u é es u n a m u j e r
d e s n u d a ? ' : Tetas, panza y lana prieta. . .
E n 1703 a p a r e c i ó el Rengifo a d i c i o n a d o p o r J o s e p h V i c e n s , el
c u a l d e d i c a al o v i l l e j o c e r v a n t i n o el b r e v e c a p í t u l o 9 5 , u n o de los
m u c h o s a ñ a d i d o s p o r é l . Pero V i c e n s n o l o l l a m a ovillejo, n i m e n c i o n a p a r a n a d a a C e r v a n t e s ( e l Quijote se l e í a p o c o en esas fechas). E l c a p í t u l o se i n t i t u l a " D e o t r a c o m p o s i c i ó n semejante a
los e c o s " — l o s ecos h a n sido m a t e r i a de los tres c a p í t u l o s a n t e r i o r e s — ; y , e n efecto, desde el a n ó n i m o de 1629 ( " C o p l a s a todos
los Sanctos e n f o r m a de e c o " ) hasta Sor J u a n a y fray D a m i á n C o r n e j o , es l a p a l a b r a eco l a ú n i c a q u e se h a e m p l e a d o p a r a d e s i g n a r
este g é n e r o de v e r s o s . " A los dos siguientes poemas l l a m a n ecoi31
32
jeto de la atención de HERÓN PÉREZ MARTÍNEZ, Estudios sorjuanianos, Inst. M i choacano de Cultura, Morelia, 1988, pp. 101-108.
Obras poéticas M.S. del Revmo. Padre Fr. Damián Cornejo, T h e British L i ¬
brary, ms. E g . 1889, ff. 32 r-33 v. E n mi "Fortuna varia de un chiste gongorin o " , NRFH, 15 (1961), p. 503, califico de "nauseabundos" estos "Versos en
ecos" y digo que es "característicamente frailuna" la mezcla de lo devoto y
lo obsceno. L a edad me ha hecho menos rígido. L a clientela de un poeta es
siempre "respetable clientela". Los chocarreros versos de este fraile tenían un
público razonablemente amplio, puesto que se hacían copias manuscritas (GALLARDO, Ensayo, t. 2, cois. 582-583, da cuenta de una de ellas, y reproduce
dos sonetos bien picantes). H a y sobre Cornejo un estudio que no conozco: K .
PÓRTL, Das lyrische Werk des Damián Cornejo (1629-1707), tésis de M ü n c h e n ,
1978. — L a recolección "piojos, mocos y gargajos" me hace pensar en lo que
le dijo el P . Antonio N ú ñ e z a uno que le quitaba los piojos de la sotana: " V e
así, c o m p a ñ e r o , nuestra cosecha: piojos, podredumbre y hediondez; y con todo eso estamos llenos de vanidad" (citado por OCTAVIO PAZ, Sor Juana, F C E ,
M é x i c o , 1982, p. 606).
3 1
3 2
E l rótulo "Preguntas y rrespuestas" (supra, nota 12), tan amplio, no
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
663
eos a l g u n o s poetas — d i c e V i c e n s — ; n o q u e p r o p r i a m e n t e l o sean,
sino p o r l a s i m i l i t u d q u e t i e n e n é s t o s c o n a q u é l l o s " . S u d e s c r i p c i ó n
( " C o n s t a n de siete versos de r e d o n d i l l a m a y o r [ =
octosílabos]
e t c . ) se a p l i c a s ó l o a l p r i m e r o de los dos " p o e m a s " q u e a d u c e como
e j e m p l o , q u e es " u n v i l l a n c i c o a C h r i s t o n u e s t r o
señor":
C u a n d o t u imagen adoro,
lloro;
cuando t u retrato m i r o ,
suspiro;
de verte todo sangriento
lamento.
C o n notable sentimiento
a d m i r a n d o estoy t u muerte,
pues solamente de verte
lloro, suspiro y lamento.
E l o t r o " p o e m a " ( " u n v i l l a n c i c o de u n c é l e b r e p o e t a destos t i e m pos a J e s ú s r e c i é n n a c i d o " ) es d i s t i n t o : t i e n e o c h o o c t o s í l a b o s , los
puede tomarse como d e s i g n a c i ó n . E l rótulo eco(s), sin embargo, estaba prácticamente acaparado por los oers couronnés ( " N o hallo y a en m i desconsuelo suelo, I ni tiene m i mortal locura cura. . . " ) : sólo éstos se consideraban verdaderos
ecos. E l rótulo ovillejo(s), por su parte, d e s p u é s de haber servido para designar
el perqué y los endecasílabos de rima al mezzo, estaba acaparado por la silva de
pareados. D e s p u é s de describir la hechura de ésta, Vicens dice que " a semejante c o m p o s i c i ó n l a Americana Poetiza [sic] da título de ovillejo, porque met a p h ó r i c a m e n t e parece que se ovillan estos versos como quien v a aumentando
un p e q u e ñ o ovillo". Alude Vicens al Retrato de Lisarda ( " E l pintar de Lisarda l a belleza, / en que a sí se e x c e d i ó Naturaleza. . . " ) , que Sor J u a n a rotula
ovillejos. Pero no es ella la única: t a m b i é n Pérez de Montoro y Bances C a n d a mo llaman ovillejo(s) la silva de pareados. L a definición de ovillejo en el Dice. Aut.
(t. 5, 1737) se aplica a la silva de pareados, no al ovillejo cervantino. E s posible que el a c a d é m i c o encargado de redactar esa definición se haya fundado
en l a autoridad de Sor J u a n a , directamente o a través de Vicens. Pero, por
lo visto, hubo siempre alguna indecisión: IGNACIO LUZÁN, al hablar de la silva de pareados en un pasaje a ñ a d i d o en la 2 ed. de su Poética (o sea posterior
a 1737), no dice " E s t a c o m p o s i c i ó n se llama ovillejo", sino " A esta composic i ó n en rimas pareadas llaman ovillejo" (ed. L . D e Filippo, Selecciones Bibliófilas, Barcelona, 1956, t. 2, p. 287). No será difícil averiguar en q u é momento
los señores a c a d é m i c o s vieron que l a definición de 1737 no correspondía a la
"realidad" y redactaron la definición actual, válida para una parte de los ovillejos del presente artículo (comenzando con los del Quijote y el primero de los
de La ilustre fregona), pero no p3.r*3. muchos otros. "Antiguamente se dio el mismo nombre a otras combinaciones m é t r i c a s " a ñ a d e el DRAE. Sobre todo esto puede verse m i artículo "Quevedo: de la silva al ovillejo", Homenaje a Eugenio
Asensio Gredos Madrid 1988, en especial pp. 27-30.
a
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
664
XXXVIII
versos cortos son v e r d a d e r o s q u e b r a d o s , y l a r e c o l e c c i ó n o c u p a
dos versos en vez de u n o :
Y a en perfiles de oro y grana
la
mañana
se d i v i s a t r a n s p a r e n t e
de tu oriente;
siendo las p u r p ú r [ e ] a s rosas
mariposas,
ecos de tus esplendores
son las flores.
Y en fragancias y candores
encendidas dulcemente,
la mañana
de tu oriente
mariposas son las flores.
" S i r v e n las referidas p o e s í a s p a r a t o d o a q u e l l o q u e las coplas
e n verso de r e d o n d i l l a m a y o r , y puedes v e r m u c h a s e n l a D é z i m a
M u s a " , c o n c l u y e V i c e n s . E n efecto, Sor J u a n a , s e g ú n se h a vist o , h i z o muchas p o e s í a s de é s t a s ; fue, e n t r e todos los poetas, q u i e n
m á s c a r i ñ o le t u v o al ovillejo c e r v a n t i n o , q u i e n m á s l o v a r i ó , q u i e n
m á s l o a d m i r ó . P e r o es m u y c a r a c t e r í s t i c o de l a m a n e r a a t r o p e l l a d a y f r a n g o l l o n a de V i c e n s el q u e n o h a y a t o m a d o e n c u e n t a los ovillejos escritos e n otros versos que " d e r e d o n d i l l a m a y o r " ,
p o r e j e m p l o los d e c a s í l a b o s de Salazar y T o r r e s y los e n d e c a s í l a bos de Sor J u a n a . Y eso q u e el p r o p i o V i c e n s r e p r o d u c e í n t e g r a ,
c o m o e j e m p l o de loa ( c a p í t u l o 1 0 6 ) , l a p r i m e r a Loa a los años del
Rey, d o n d e e s t á n los ovillejos e n d e c a s í l a b o s . S u d e f i n i c i ó n es m u y
a n g o s t a : m u c h o s ovillejos n o caben e n e l l a .
3 3
3 4
3 3
H a y que tener en cuenta que el propósito de Vicens era actualizar, en
1703, una Poética que h a b í a venido r e i m p r i m i é n d o s e sin cambios desde 1592.
¡Y v a y a si entre 1592 y 1703 h a b í a n ocurrido cosas! Pero él no da señales de
conocer a G ó n g o r a , a Lope, a Quevedo, a C a l d e r ó n , y no digamos a Villegas
o a Soto de Rojas. Sus lagunas son inmensas. Él se limita a lo de su momento
y de su ambiente: muchos de sus ejemplos nuevos proceden de justas y academias barcelonesas. Fuera de eso, sus fuentes no llegan a veinte. L a s m á s aprovechadas son la Lyra poética de Vicente S á n c h e z y las obras de Sor J u a n a .
3 4
L a definición actual del DRAE, según se ha visto, adolece de la misma
l i m i t a c i ó n . T a m b i é n TOMÁS NAVARRO, Métrica, § 192, dice que el ovillejo comienza con "tres octosílabos interrogativos" (ni siempre son tres, ni siempre
octosílabos, ni siempre interrogativos). Buena definición es la de Alfonso M é n dez Planearte, en nota a los ovillejos ( = silva de pareados) de Sor J u a n a : ''Ovillejos, m á s usualmente, Uámanse ciertas coplas de octosílabos (o endecasílabos),
seguidos cada uno de los tres o cuatro primeros por u n versillo menor, a modo
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
665
N o s é si es a n t e r i o r o p o s t e r i o r a 1703 este c u r i o s o o v i l l e j o á
rebours de l a l o n g e v a m o n j a p o r t u g u e s a M a r i a d o C é u (1658-1753):
Cubridme de flores,
que muero de amores.
Por que de su aliento el aire
no lleve el amor sublime,
cubridme.
Sea, porque todo es uno,
alientos de amor y olores
de flores.
De azucenas y jazmines
a q u í la mort[a]ja espero,
que muero.
Si me p r e g u n t á i s de q u é ,
respondo en dulces rigores:
de amores .
35
( R e c u é r d e s e el ú l t i m o de los ovillejos de C a l d e r ó n , d o n d e Llora,
gime, padece, I suspira y sufre sirve de " m o t e " y el o v i l l e j o f u n c i o n a
c o m o glosa.)
M u c h o s a ñ o s d e s p u é s , e n 1794, el m e x i c a n o M a n u e l Q u i r o z
C a m p o S a g r a d o c o n s t r u y e u n a Loa p a r a l a V i r g e n de G u a d a l u p e
e n t o r n o a c u a t r o ovillejos:
¡ O h , q u é hermosa os hizo Dios
a vos,
clara estrella que nos g u í a ,
María,
protectora americana
soberana]
Por eso la Corte indiana,
tan llena de tus favores,
os rinde aplausos y honores
a vos, María soberana. . . [Etc.]
de ecos que luego se recogen formando el verso final" (Obras completas de Sor
J u a n a , t. 1, p. 558). E n nota al § 192 menciona Navarro "cuatro ovillejos de
traza irregular" recogidos por JULIO CEJADOR en La verdadera poesía castellana,
t. 2, pp. 368-370. No sé c ó m o serán, pero bastantes ejemplos de "traza irregular" se han visto en el presente artículo.
3 5
Romancero y cancionero sagrados, BAE, t. 35, n ú m . 472 ("Fulcite me floribus. . . quia amore langueo", dice el Cantar de los Cantares, 2:5).
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
666
XXXVIII
E l m o d e l o a q u í seguido es s e g u r a m e n t e el de Sor J u a n a e n e l Divino Narciso (o e n l a l o a p a r a Los empeños de una casa): las c u a t r o
recolecciones f o r m a n u n a " s u p e r - r e c o l e c c i ó n " de c u a t r o versos:
A vos, María
soberana,
ciprés remontado al cielo,
cultos os tributa amante
este Americano
36
Imperio .
E s t a " s u p e r - r e c o l e c c i ó n " , sin e m b a r g o , n o v a al final de los cuat r o o v i l l e j o s — c o m o sucede e n C a l d e r ó n y e n Sor J u a n a — , sino
p r e c e d i é n d o l o s . D e ese m o d o , l a semejanza c o n l a glosa q u e d a
m á s a c e n t u a d a a ú n q u e e n el o v i l l e j o á rebours de Sor M a r i a d o
C é u . Desde l a p r i m e r a m i t a d d e l siglo x v n , l a glosa " p o r excel e n c i a " era l a q u e se h a c í a e n c u a t r o coplas de 10 versos, y a fuer a n coplas reales ( q u i n t i l l a s d o b l e s ) , y a , e s p e c i a l m e n t e , d é c i m a s ,
c u y o s ú l t i m o s versos c o r r e s p o n d í a n a los de l a c o p l a ( c u a r t e t a de
r o m a n c e o r e d o n d i l l a ) q u e se p r o p o n í a c o m o o b j e t o de l a glosa.
Es u n " d e p o r t e " q u e n u n c a h a dejado de practicarse desde entonces. A b u n d a n t e s t i m o n i o s m e x i c a n o s de q u e l a glosa e n d é c i m a s h a b í a " d e s c e n d i d o " y a a los niveles p o p u l a r e s o s e m i p o p u lares d u r a n t e el siglo x v m . Y esto s u c e d í a e v i d e n t e m e n t e e n t o d o el o r b e h i s p á n i c o , c o m o l o p r u e b a l a s u p e r v i v e n c i a de tales
glosas en el f o l k l o r e l i t e r a r i o - m u s i c a l de d i s t i n t o s p a í s e s h i s p a n o a m e r i c a n o s (gesunkenes Kulturgut). P a r a v o l v e r a Q u i r o z C a m p o Sag r a d o , l o q u e él hace e n sus ovillejos es glosar c a n ó n i c a m e n t e l a
c u a r t e t a " A vos, M a r í a s o b e r a n a . . . " e n c u a t r o " d é c i m a s " n o
c a n ó n i c a s . Sus pedestres versos guadalupanos son el ú l t i m o ejemplo
q u e conozco de ovillejos b a r r o c o s ; y a n u n c i a n a s i m i s m o u n a
n u e v a etapa e n l a v i d a de esta f o r m a m é t r i c a .
37
3 6
Loa publicada por JOAQUÍN ANTONIO PEÑALOSA, Flor y canto de poesía guadalupana, Siglo xix, Edit. J u s , M é x i c o , 1985, pp. 102-103. De las notas (pp.
260-261) deduzco la fecha 1794. A juzgar por el texto, esta Loa se hizo por
encargo del pueblo de Azcapotzalco (hoy barrio de la ciudad de M é x i c o ) . Seg ú n Alfonso M é n d e z Planearte (citado por P e ñ a l o s a ) , Quiroz es amigo de lucirse con "ciertas glosas complicadas". E s , por otra parte, el típico poeta "se¬
miculto" que se hace líos con el tratamiento de vos (¡lo fácil que hubiera sido
decir "llena de vuestros favores" en el verso 2 de la redondilla!).
3 7
E n un manuscrito de la H . S . A . (A. RODRÍGUEZ MOÑINO y MARÍA BREY
MARINO, Catálogo de los mss. poéticos castellanos de la H.S.A.,
New Y o r k , 1965,
t. 1, p. 407) hay unos versos que comienzan " V i n o sin saber por d ó n d e / un
conde; / e n v i ó para alivio el R e y / V i r r e y . . . " : supongo que se trata de ovillejos de hechura semejante a la de "Suene, no canoro, al fin, / c l a r í n .
(supra, p. 650), o sea de los tiempos barrocos.
NRFH,
XXXVIi:
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
667
D e b i d o q u i z á e n p a r t e a l a r e a c c i ó n " n e o c l á s i c a " c o n t r a los
"excesos b a r r o c o s " , p e r o m u c h o m á s , s e g u r a m e n t e , al redesc u b r i m i e n t o d e l Quijote, los ovillejos m o d e r n o s q u e conozco — y
e n los dos ú l t i m o s siglos d e b e n de haberse c o m p u e s t o m u c h o s que
n o c o n o z c o — r e g r e s a n al m o d e l o o r i g i n a l , o sea a " ¿ Q u i é n m e n o s c a b a m i s bienes? / D e s d e n e s " . Si n o h u b i e r a otros t e s t i m o n i o s de l a p o p u l a r i d a d r e a d q u i r i d a p o r el Quijote e n l a s e g u n d a
m i t a d d e l siglo x v m , b a s t a r í a n a d e m o s t r a r l a esos ovillejos m o d e r n o s , hechos t í p i c a m e n t e p o r poetas " n o p r o f e s i o n a l e s " , a d m i r a d o r e s i n g e n u o s d e l a r t i f i c i o de las coplas de C a r d e n i o , i n g e n u a m e n t e o r g u l l o s o s de p o d e r i m i t a r l o , y seguros de b u e n a acog i d a p o r p a r t e de u n p ú b l i c o cada vez m á s e n c a r i ñ a d o c o n
C e r v a n t e s . A s í , e n su f o r m a p r í s t i n a , fácil de m e m o r i z a r , el o v i llejo v i n o a tener u n a f u n c i ó n " s o c i a l " p a r e c i d a a l a del e p i g r a m a .
L o s tres ovillejos q u e v i e n e n en seguida son p o r t a d o r e s de u n
mensaje p o l í t i c o , o sea social e n g r a d o s u m o . N o s m u e s t r a n de
m o d o m u y c l a r o a q u é " u s o s " se d e s t i n a b a el o v i l l e j o c e r v a n t i n o
e n los ú l t i m o s decenios d e l siglo x v m y p r i m e r o s del x i x . Estos
tres e j e m p l o s , u n o de S a n t o D o m i n g o y dos de M é x i c o , son los
ú n i c o s que c o n o z c o . P e r o estoy c o n v e n c i d o de q u e los h i s t o r i a d o res, los folkloristas y los i n v e s t i g a d o r e s l i t e r a r i o s q u e t r a b a j a n sob r e esta é p o c a p o d r á n e n c o n t r a r (o h a n e n c o n t r a d o y a ) m u c h o s
o t r o s ovillejos hechos en M é x i c o . L o m i s m o vale p a r a C o l o m b i a ,
C h i l e , el P e r ú , etc., y n a t u r a l m e n t e p a r a E s p a ñ a , q u e es de d o n de v e n í a el i m p u l s o .
C u a n d o e n 1795, e n v i r t u d d e l t r a t a d o de Basilea, c e d i ó C a r los I V a F r a n c i a l a p a r t e e s p a ñ o l a de l a isla de Santo D o m i n g o ,
l a " m u s a p o p u l a r " e x p r e s ó e n u n a serie de ovillejos el i n m e n s o
d o l o r de los criollos a l verse a s í a b a n d o n a d o s :
3 8
3 9
¿ C u á n d o p e n s é ver m i grey
sin rey?
¿ C u á n d o m i leal y fiel porte
sin norte?
3 8
C f . LUZÁN, Poética, ed. cit., t. 2 , pp. 2 9 3 - 2 9 4 (otro pasaje posterior a
1 7 3 7 ) : " [ H a y que] disponer las rimas con gran cuidado para no cansar o enfadar el o í d o con su demasiada cercanía o repetición; y por esta misma causa
no son dignos de la buena poesía los ecos que en el siglo pasado, y aun en éste,
se tuvieron por gala preciosa, no siendo sino un juguete muy pueril. . . " , etc.
3 9
No tengo a la mano el libro de EMILIO COTARELO Y MORÍ sobre Iriarte
y su época, en cuya p. 2 4 7 (según NAVARRO, Métrica, § 2 4 9 ) hay un ovillejo motivado por el Pacto de Familia de 1 7 6 1 .
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
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XXXVIII
¿Y c u á n d o ( ¡ o h pena feroz!)
sin Dios?
L l o r o yo m i suerte atroz,
pues que veo en u n instante
a la que era tan amante
sin rey, sin norte y sin Dios. . .
4 0
Y c u a n d o el 16 de s e p t i e m b r e de 1810 los c a u d i l l o s de l a i n d e pendencia mexicana — M i g u e l Hidalgo y Costilla, Ignacio Allend e , I g n a c i o A l d a m a — se l e v a n t a r o n en a r m a s c o n t r a el d o m i n i o
de los " g a c h u p i n e s " , l a m i s m a m u s a se a p r e s u r ó a e x a l t a r el lev a n t a m i e n t o , a e x h o r t a r a los criollos a u n i r s e a é l :
¿ Q u i é n al g a c h u p í n humilla?
Costilla.
¿ Q u i é n al p o b r í s i m o defiende?
Allende.
¿ Q u i é n su libertad aclama?
Aldama.
C o r r e , criollo, que te aclama;
y para m á s alentarte,
todos e s t á n de t u parte:
Costilla, Allende y
Aldama,
y t a m b i é n a c o n t r a r r e s t a r l a p r o p a g a n d a " g a c h u p i n a " , q u e acusaba a los i n s u r g e n t e s de ser e n e m i g o s de l a R e l i g i ó n :
¿ Q u i é n es t u perfecta g u í a ?
María.
¿ Q u i é n reina en t u c o r a z ó n ?
La
Religión.
¿Y q u i é n su causa defiende?
Allende.
4 0
"Lamentos de la isla E s p a ñ o l a de Santo Domingo", ¿¿«¿MARCELINO
MENÉNDEZ PELAYO, Historia de la poesía hispano-americana, C S I C , Santander,
1948, t. 1, pp. 298-300. D e los seis ovillejos allí transcritos, sólo el primero
comienza con interrogaciones, pero todos los versos finales son recolectivos.
L l a m o la a t e n c i ó n sobre dos de las recolecciones: herejes, judíos, franceses ( ¡ e n
poder de ellos va a quedar Santo Domingo!) y fe, esperanza, caridad ( ¡ v a n a quedar desbancadas por las impías ideas de igualdad, libertad y fraternidad!). " O v i llejos muy malos, pero muy patrióticos"; "ridicula, pero al mismo tiempo simp á t i c a c o m p o s i c i ó n " , dice M e n é n d e z Pelayo, a caballo siempre entre su gusto
literario y su acendrado nacionalismo/catolicismo.
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
669
P u e s m i r a , e s c u c h a y atiende,
q u e el v a l o r es lo q u e i m p o r t a ,
pues q u e p o r eso te e x h o r t a
María,
Religión
y
1
Allende* .
E l b e n e m é r i t o H e r n á n d e z y D á v a l o s n o se l i m i t a a p u b l i c a r
este s e g u n d o o v i l l e j o , s i n o q u e nos c o m u n i c a dos n o t i c i a s q u e e n c o n t r ó e n su f u e n t e ; l a p r i m e r a se refiere a l n o m b r e q u e se le d a b a : madrigal ( a ú n n o ovillejo); y l a s e g u n d a es é s t a : " E l m a d r i g a l
se a t r i b u y e a u n e c l e s i á s t i c o de S a n M i g u e l [el G r a n d e ] , q u e l o
c o m p u s o e n los p r i m e r o s d í a s de l a r e b e l i ó n y lo aprendieron las gentes mejor que la doctrina cristiana".
L a frase q u e p o n g o e n c u r s i v a
n o s d i c e m u c h o sobre l a v i d a de esta f o r m a p o é t i c a t a n
flexible,
t a n capaz de t r a n s m i t i r a t r a c t i v a m e n t e mensajes m u y s i m p l e s y ,
s o b r e t o d o , t a n fácil de m e m o r i z a r . Pocos m i n u t o s b a s t a b a n p a r a
q u e u n i m p r o v i s a d o r , o u n g r u p o de dos o tres a f i c i o n a d o s , f a b r i 4 2
c a r a n u n n u e v o o v i l l e j o . Y , si é s t e r e s u l t a b a feliz — s i n excesiv o s r i p i o s , c o n c i e r t a dosis de s a l — , o si el i m p r o v i s a d o r t e n í a a l 4 1
No sé de d ó n d e copié el primero de estos ovillejos, pero sé que es auténtico. (Puedo haberme equivocado en el primer verso de la redondilla, que repite la rima aclama; q u i z á sea " C o r r e , criollo, que te llama".) E l segundo ovillejo fue publicado por J . E . HERNÁNDEZ Y DÁVALOS, Col. de docs. para la hist.
de la independencia de México, t. 1, 1 8 7 7 , p. 1 1 0 , y puede verse en J . A . PEÑALOSA, op. cit., pp. 1 6 8 - 1 6 9 (cf. su nota, pp. 2 8 4 - 2 8 5 ) . Allende, criollo patricio
de San Miguel el Grande (hoy San Miguel Allende), ordenó reinstaurar el culto
en las iglesias que ciertos clérigos, temerosos de desmanes, habían cerrado.
Los caudillos de la independencia mexicana fueron ejecutados en julio del a ñ o
siguiente. C o n motivo de su captura, nuestro ya conocido Manuel Quiroz C a m po Sagrado dio a l a imprenta ( M é x i c o , 1 8 1 1 ) un Plausible gozo de la Nueva España por la prisión de crueles insurgentes (PEÑALOSA, p. 2 6 1 ) .
4 2
Siempre han existido, por supuesto, las poesías hechas en "colaborac i ó n " {alalimón). Y o mismo, en 1 9 4 5 , en un café de Guadalajara, hice varias
con J u a n J o s é Arreóla. Pero lo notable es que tal " c o l a b o r a c i ó n " tuvo que
ver seguramente con el nombre ovillejo que acabó por darse al esquema de las
coplas cervantinas. D e s p u é s de decir que ovillejos, en Sor J u a n a , significa 'silva de pareados' (cf. supra, nota 3 2 ) , a ñ a d e JOSEPH VICENS ( 1 7 0 3 ) : " T a m b i é n
se dizen ovillejos aquellos metros que de repente componen los poetas, puestos
en u n cerco, a u n mismo assumpto, componiendo cada qual su verso o su copla". Se pueden entender varias cosas: que uno hace u n a seguidilla y los dem á s otras, o que uno hace los tres primeros versos de u n a redondilla y otro
la completa (e inicia otra), etc. E l Dice. Aut. (t. 5 , 1 7 3 7 ) trató de precisar: ''Decir de ovillejo es quando se echan coplas de repente, que en el consonante con
que uno acaba su copla h a de empezar el otro la suya, concertando con el primer verso". L o cual es muy confuso: si el segundo versificador comienza su
copla con el consonante final de la copla del otro, ¿a q u é viene ese "concertando con el primer verso"? No menos confuso es lo que en seguida se agrega:
NRFH,
ANTONIO ALATORRE
670
XXXVIII
g ú n r e n o m b r e , h a b í a p o s i b i l i d a d e s de s u p e r v i v e n c i a : n o
faltaría
q u i e n lo conservara en la m e m o r i a .
H e a q u í u n b u e n e j e m p l o : el o v i l l e j o c o m p u e s t o a c o m i e n z o s
de 1832 en el c í r c u l o de a m i g o s de d o n B a r t o l o m é J o s é G a l l a r d o ,
t e m i b l e t e r t u l i a de c r í t i c o s , e n e m i g o s p o l í t i c o s y l i t e r a r i o s de
rios
figurones
bastián
va-
q u e p o r entonces e s t a b a n en el c a n d e l e r a , c o m o Se-
Miñano
(autor
del
presuntuoso
Diccionario
geográfico-
estadístico de España y Portugal), J o s é G ó m e z H e r m o s i l l a (el del i g u a l m e n t e p r e s u n t u o s o Arte de hablar en prosa y verso) y sobre t o d o J a v i e r de B u r g o s (el m e d i o c r e t r a d u c t o r de H o r a c i o ) q u e ,
después
de e s t r e n a r u n a c o m e d i a i n t i t u l a d a Los tres iguales, a s p i r a b a a h o r a
a u n p u e s t o de m i n i s t r o . E n u n a c a r t a c u e n t a el p r o p i o G a l l a r d o
c ó m o , e n p l e n a c o n v e r s a c i ó n , u n o de los c o n t e r t u l i o s , h á b i l
re-
p e n t i s t a , " d i s p a r ó e n t o n o de b o m b a el s i g u i e n t e o v i l l e j o " :
¿ Q u i é n es el g e ó g r a f o h i s p a n o ?
Miñano.
¿ Q u i é n p a r a h a b l a r d a cartilla?
Hermosilla.
¿ Q u i é n vence a los d r a m a t u r g o s ?
Burgos.
¿ Q u i é n son esos tres L i c u r g o s
que a l l a n a n e m p r e s a s tales?
¿ S i s e r á n "los tres i g u a l e s "
Miñano,
Hermosilla, Burgos?*
3
" H á c e n s e regularmente redondillas [ = versos de redondillas = octosílabos]
en los tres primeros versos, y el quarto es hemistichio [ = pie quebrado], que
no concierta con el primero, pero sirve de dar consonante para el verso primero del otro que ha de decir después la suya". Legislación enredada y contradictoria (obsérvese que ahora el ú l t i m o verso "no concierta con el primero").
No sé en qué momento redactaron los académicos la definición simplificada
que sigue leyéndose en la edición m á s reciente del DRAE: " D e c i r de ovillejo"
es "decir coplas de repente dos o m á s sujetos, de modo que con el ú l t i m o verso
de la que uno de ellos dice, forme consonante el primero de la que dice otro".
Pienso que la mejor manera de aclarar esto es imaginar las coplas " ¿ Q u i é n
menoscaba mis bienes?. . . " como resultado de una colaboración: el primer
sujeto hizo los tres primeros octosílabos, con sus respuestas, terminando en
el hemistiquio " A u s e n c i a " , y el segundo sujeto, tomando este consonante, hizo la redondilla " D e ese modo, en mi dolencia. . .", etc. L a expresión "decir
de ovillejo" podía aplicarse, evidentemente, a la acción de componer otros versos en que hay retahila de consonantes, como el perqué, la silva de pareados
y a u n la rima al mezzo, todas las cuales, en algún momento, se llamaron en
efecto ovillejo (véase el final de la nota 32, supra). Pero a la larga el nombre
ovillejo acabó por aplicarse exclusivamente al esquema inventado por Cervantes.
E l Diccionario de M i ñ a n o c o m e n z ó a publicarse en 1826, el mismo a ñ o
4 3
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
M u c h o m á s n o t a b l e es l o q u e
con
671
s u c e d i ó , m e d i o siglo d e s p u é s ,
el " O v i l l e j o a C e l i a " de R u b é n
Darío:
¿ Q u i é n hace que yo m e r i n d a ?
La
linda.
¿ Y es t a n dulce c o m o O f e l i a ?
Celia.
¿ Y h a y l u z de su a l m a en el fondo?
Elizondo.
M e quedo, cuando la m i r o ,
m o n d o y lirondo;
y m e a t o l o n d r a de al tiro
la linda Celia Elizondo**.
M u c h o s o v i l l e j o s c o m o é s t e d e b i e r o n h a b e r s e h e c h o en salas de
v i s i t a , en tertulias, en trastiendas, en cafés, en cantinas, en
re-
d a c c i o n e s de p e r i ó d i c o s . Su v i d a era e f í m e r a c o m o l a de las rosas.
S i el g a l a n t e j u g u e t i l l o p o é t i c o q u e h i z o R u b é n D a r í o e n 1885
nos
es c o n o c i d o , ello se d e b e a A n g é l i c a E l i z o n d o ( h e r m a n a de l a l i n d a C e l i a E l i z o n d o ) , q u e m u c h o s a ñ o s d e s p u é s , m u e r t o y a el poet a , l o g u a r d a b a e n l a m e m o r i a , j u n t o c o n o t r o s tres o v i l l e j o s ,
de
h e c h u r a a ú n m á s o r t o d o x a , i m p r o v i s a d o s p o r R u b é n en el m i s mo
año
1885,
como éste:
¿ Q u i é n es u n amigo
fiel?
Manuel.
en que apareció el Arte de Hermosilla. PEDRO SÁINZ RODRÍGUEZ, " B a r t o l o m é
J o s é Gallardo y la crítica literaria de su tiempo", RHi, 51 (1921), p. 305, dice
que la comedia Los tres iguales se estrenó en noviembre de 1827, y observa que
el ovillejo no es a n ó n i m o : R a m ó n de Mesonero Romanos, en sus Memorias de
un setentón (1880), declaró haber sido su autor. Gallardo, cuya carta (de 28 de
febrero de 1832) puede verse en BRAE, 16 (1929), p. 448, dice que el "repentista" disparó su ovillejo en tono de bomba, y deja que su amigo epistolar imagine el regocijo y el aplauso de los contertulios. ( L a s bombas, practicadas todavía
en varias regiones de M é x i c o , suelen ser cuartetas de octosílabos.)
** RUBÉN DARÍO, Poesías completas, ed. A . M é n d e z Planearte, Aguilar, M a drid, 1952, p. 124. O b s é r v e s e el carácter coloquialísimo de la expresión "me
atolondra de al tiro" ('me deja totalmente embobado'). O b s é r v e s e t a m b i é n
que el ovillejo se llama ovillejo — a s í lo llama ya Gallardo—, y que es una verdadera ' 'forma fija'', no por preceptos de algún Arte de versificación, sino porque impera un modelo reconocido: el de los ovillejos del Quijote, libro leído
por todo el mundo. L a s libertades que se toma R u b é n D a r í o en el segundo
bloque (disposición abab en vez de abba, verso 2 de cinco sílabas) no desfiguran
el esquema cervantino. Libertades parecidas podían tomar los modernistas hasta
con el soneto.
NRFH,
ANTONIO A LA TORRE
672
XXXVIII
¿ Y u n c u m p l i d o r caballero?
Riguero.
¿ D e talento singular?
Aguilar.
L o digo sin adular,
sin exagerar lo digo:
es u n excelente amigo
Manuel
Riguero
5
Aguilar* .
C u a r e n t a a ñ o s antes, o t r o poeta i n m e n s a m e n t e p o p u l a r , J o s é
Z o r r i l l a , h a b í a a p r o v e c h a d o las p o s i b i l i d a d e s teatrales d e l o v i l l e j o e n v a r i o s pasajes de Don Juan
Tenorio ( 1 8 4 4 ) . A s í e n l a escena
6 d e l acto I I , d o n d e d i a l o g a n D o n L u i s M e j í a y D o ñ a A n a :
— ¿ M e das, pues, t u asentimiento?
—Consiento.
— ¿ C o m p l á c e s m e de ese modo?
—En
todo.
—Pues te v e l a r é hasta el d í a .
—Si,
Mejía.
— P á g u e t e el cielo, A n a m í a ,
satisfacción t a n entera.
—Por que me juzgues sincera
consiento en todo, Mejía.
.,
4 6
.
4 5
DARÍO, ed. cit., p. 213. A q u í mismo están los otros dos que recordaba
A n g é l i c a : " ¿ Q u i é n es u n gran señorón? / D o n . . . " {Don Jerónimo Ramírez) y
" ¿ Q u i é n no dice tus ni mus? / J e s ú s . . . " {Jesús Hernández Somozá). Sobre la
"feliz memoria" de esa mujer véanse las notas de M é n d e z Planearte, pp. 1253
y 1259. Tampoco se publicaron en vida de R u b é n D a r í o sus otros dos ovillejos
conocidos: " A M a r i í t a Debayle" (p. 1112): " M a r i í t a , ¿hay q u i é n te cante, / D i a m a n t e ? . . . " (cuya recolección es Diamante, Esmeralda, Rosa) y " E l Ateneo" (p. 206: acta de d e f u n c i ó n , por falta de socios, del periódico nicaragüense
así llamado). Éste es el ú n i c o que no comienza con interrogaciones. E s tamb i é n el ú n i c o que c o n o c í a T . NAVARRO, Métrica, § 384.
4 6
H a y t a m b i é n ovülejos en las escenas 7 y 11 del mismo acto. S e g ú n T .
NAVARRO, § 384, Eduardo Marquina incluye cuatro ovillejos en su drama En
Flandes se ha puesto el sol (1910). Dice allí Navarro que el poema de U n a m u n o
" ¿ Q u é es tu vida, alma mía? ¿Cuál tu pago? . . . " {Romancero del destierro, 1928)
es u n ovillejo en que el poeta "introdujo como novedad el e n d e c a s í l a b o en lugar del octosílabo, y el pentasílabo en los quebrados". E n realidad, la novedad del endecasílabo la había introducido ya Sor Juana. Pero el poema de U n a muno no es ovillejo sino muy lato sensu. E s " h í b r i d o , a la par de correlación
y paralelismo, y de progresión y reiteración" ( D . ALONSO y C . BOUSOÑO, Seis
calas en la expresión literaria española, Gredos, Madrid, 1951, pp. 80-81).
NRFH,
XXXVIII
PERDURACIÓN DEL "OVILLEJO CERVANTINO"
673
O b v i a m e n t e i n s p i r a d o e n R u b é n D a r í o , el m e x i c a n o M i g u e l
Z . C h á z a r o h a e m p l e a d o el o v i l l e j o p a r a h o m e n a j e a r a sus m u chos a m i g o s . P o r e j e m p l o :
Si el deseo te lo demanda,
Yolanda,
dale gusto, ¡qué caray!,
Ongay,
pues nos d a r á s grandes ratos,
Serratos;
y firmarás m i l contratos
con t u arte de bailarina
que hace de t i cosa fina,
Yolanda Ongay de Serratos.
E l l i b r o en q u e se r e c o g e n estos j u e g o s h u e l e a ú n a t i n t a fresca,
p u e s se p u b l i c ó e n M é x i c o e n 1989. Se i n t i t u l a Ovillejos (que hoy
nadie escribe). P e r o e n el p a r é n t e s i s d e l t í t u l o h a y u n a p e q u e ñ a i n j u s t i c i a : C h á z a r o t i e n e u n i l u s t r e predecesor i n m e d i a t o e n d o n
M a r g a r i t o L e d e s m a , a u t o r de u n a s Poesías q u e d u r a n t e u n o s cuar e n t a a ñ o s h a n gozado de g r a n p o p u l a r i d a d en M é x i c o . H a y a l l í
( c i t o p o r l a 1 2 e d i c i ó n , de 1976) tres ovillejos e n l o o r de sendos
r e c ó n d i t o s p o b l a c h o s d e l B a j í o ( G u a n a j u a t o ) , t e r r u ñ o d e l poeta.
D i c e u n o de ellos:
a
¿ Q u é como cuando hago rimas?
Unas limas.
¿ Q u é pueblo es el que m á s quiero?
Chamacuero.
¿Y q u i é n m u r i ó alrededor?
Comonfort.
Por eso con gran sabrosor
seguiré haciendo mis rimas
y gustando de las limas
de Chamacuero de Comonfort. . .
Pero don M a r g a r i t o
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4 7
n o los l l a m a ovillejos, sino orillejos. S i n d u -
L o s muchos lectores de estas Poesías saben que "don Margarito Ledesm a " es en realidad un abogado muy culto, llamado Leobino Zavala. L o que
admiran en él es su habilidad para el pastiche, el difícil arte de lograr, conscientemente, un efecto de "comicidad involuntaria" (incluida la torpeza en la esc a n s i ó n de los versos): don Margarito es la reencarnación de poetas auténticamente pueblerinos que nunca han faltado.
ANTONIO ALATORRE
67*
NRFH,
XXXVIII
d a h a q u e r i d o d e c i r q u e sus versos, a l a vez q u e c a n t a n los loores
de u n o s p u e b l o s p e r d i d o s e n las o r i l l a s de l a g e o g r a f í a , p e r t e n e c e n ellos m i s m o s , p o r su h e c h u r a y su l e n g u a j e , a u n a s o r i l l a s c u l t u r a l e s a d o n d e n o l l e g a n las o r t o d o x i a s a c a d é m i c a s n i las m o d a s
i m p e r a n t e s e n l a C o r t e . L a s dos o r i l l a s h u b i e r a n m e r e c i d o l a s i m p a t í a de C e r v a n t e s . A s í c o m o V a l l e - I n c l á n , e n " E l c r i m e n de M e d i n i c a " , i m a g i n a q u e el G r e c o , p i n t o r a n t i a c a d é m i c o y e x c é n t r i co, h u b i e r a sabido a p r e c i a r l a t é c n i c a naive y los t e m a s desaforados de ciertos p i n t o r e s " f o l k l ó r i c o s " ( " C r i m e n h o r r i b l e p r e g o n a
el c i e g o . / Y el c u a d r o m u e s t r a de u n p i n t o r lego / q u e acaso h u b i e r a p l a c i d o al G r i e g o . . . " ) , a s í i m a g i n o y o que C e r v a n t e s , " i n g e n i o l e g o " , h u b i e r a l e í d o c o n u n a a m p l i a sonrisa los orillejos de
su l e j a n o i m i t a d o r .
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ANTONIO ALATORRE
E l Colegio de M é x i c o
4 8
Addendum. A los ovillejos de Calderón añádanse los cuatro de la comedia Eco y Narciso (ed. C h . - V . A u b r u n , Paris, 1963, vv. 3085-3116), cuyos
versos cortos son verdaderos ecos (como en El divino Narciso de Sor J u a n a ) ,
y cuyos segundos bloques tienen cinco octosílabos en vez de cuatro.
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