NARRACIÓN Y ARGUMENTACIÓN EN LAS " C R Ó N I C A S DE I N D I A S " SOBRE EL DIARIO DE C O L Ó N , ENTRADA DEL 12 DE OCTUBRE DE 1492 E l a ñ o 1492 c o n s t i t u y e en la h i s t o r i o g r a f í a e s p a ñ o l a u n d a t o d o b l e m e n t e s i m b ó l i c o : p o r u n a p a r t e , se hace c o i n c i d i r con esta fecha el fin de u n l a r g o proceso de u n i f i c a c i ó n n a c i o n a l ; p o r o t r a , el c o m i e n z o de l a e x p a n s i ó n t e r r i t o r i a l de E s p a ñ a a escala m u n d i a l . L a u n i f i c a c i ó n n a c i o n a l se c o n s i d e r a alcanzada tras la c o n q u i s t a p o r las a r m a s del ú l t i m o r e d u c t o m u s u l m á n en tierras i b é ricas ( r e i n o á r a b e de G r a n a d a ) y e x p u l s i ó n ( d e c r e t a d a ) de los j u d í o s . L a e x p a n s i ó n t e r r i t o r i a l — q u e h a b r í a de l l e v a r en 1493 a l a a n e x i ó n de los condados de R o s e l l ó n y C e r d a ñ a , a l a o c u p a c i ó n d e l r e i n o de N á p o l e s en 1503, a las conquistas de M e l i l l a ( 1 4 9 7 ) y O r á n (1509) y a otras i n c u r s i o n e s en Á f r i c a , c o m o m á s t a r d e h a b r í a de l l e v a r a las guerras de r e l i g i ó n en E u r o p a ( c o n el somet i m i e n t o de los P a í s e s B a j o s ) — c o m i e n z a c o n l a t o m a de p o s e s i ó n de las " I n d i a s occidentales" por parte de C r i s t ó b a l C o l ó n , en n o m b r e de los reyes de C a s t i l l a y A r a g ó n , el d í a 12 de o c t u b r e de 1492. E n este m i s m o a ñ o se i m p r i m e en S a l a m a n c a l a p r i m e r a g r a m á t i c a de la l e n g u a castellana. Su a u t o r , N e b r i j a , l a d e d i c a a l a r e i n a Isabel con palabras que m u e s t r a n u n a c o n c i e n c i a n a c i o n a l y u n a t e m p r a n a i n t e r p r e t a c i ó n , en los t é r m i n o s s e ñ a l a d o s , del pasado y del p o r v e n i r de E s p a ñ a — a l que la l e n g u a , " c o m p a ñ e r a d e l I m p e r i o " , d e b í a s e r v i r . E n efecto, N e b r i j a s e ñ a l a en su d e d i c a t o r i a c ó m o " l o s m i e m b r o s & pedacos de E s p a ñ a , que estauan p o r m u c h a s partes d e r r a m a d o s , se r e d u x e r o n & a i u n t a r o n en u n c u e r p o & u n i d a d de r e i n o " . Este proceso, que c o i n c i d e p a r a N e b r i j a con la f o r m a c i ó n y c r e c i m i e n t o de la l e n g u a castellana ' 'hasta l a m o n a r c h í a & paz de que g o z a m o s " , es o b r a de " l a b o n d a d & p r o v i d e n c i a d i v i n a " ante t o d o . P e r o lo es t a m b i é n de " l a i n d u s t r i a , t r a b a j o & d i l i g e n c i a " de la C o r o n a . N e b r i j a c o n c l u y e : NRFH, X X X I X (1991), n ú m . 2, 801-824 802 ANTONIO GÓMEZ-MORI AN A NRFH, XXXIX Assí que, d e s p u é s de repurgada la cristiana religión, por la cual somos amigos de Dios, o reconciliados con él; d e s p u é s de los enemigos de nuestra fe vencidos por guerra & merca de armas, de donde los nuestros r e c e b í a n tantos d a ñ o s & t e m í a n mucho maiores; desp u é s de la justicia & essecución de las leies que nos aiuntan & hazen b i v i r igualmente en esta gran c o m p a ñ í a que llamamos reino & rep ú b l i c a de Castilla; no queda ia otra cosa sino que florezcan las artes de la paz. Entre las primeras, es a q u é l l a que nos e n s e ñ a la lengua . 1 A u n q u e f o c a l i z a n d o ante t o d o l a techné p o l í t i c a de F e r n a n d o de A r a g ó n en su uso de l o r e l i g i o s o , hasta c o n v e r t i r al r e y e s p a ñ o l e n u n " q u a s i p r i n c i p e n u o v o " , M a q u i a v e l o i n t e r p r e t a en I I Principe el " f o n d a m e n t o " d e l Estado e s p a ñ o l y sus p r i m e r a s " g e s t a s " de m a n e r a semejante a l a de N e b r i j a : Nessuna cosa fa tanto stimare uno principe, quanto fanno le grandi imprese e dari d i sé rari esempli. N o i abbiamo ne' nostri tempi Ferrando d i Aragona, presente re di Spagna. Costui si p u ò chiamare quasi principe nuovo p e r c h é d i uno re debole è diventato per fama e per gloria el p r i m o re de' Cristiani; e, se considerrete le azioni sua, le troverrete tutte grandissime, e qualcuna estraordinaria. L u i , nel p r i n c ì p i o del suo regno, assaltò la Granata: e quella impresa fu il fondamento dello stato suo [ . . . 1 O l t r e a questo per potere intraprendere maggior! imprese servendosi sempre della religione, si volse a una pietosa c r u d e l t à cacciando e spogliando el suo regno de' M a rrani: n é p u ò essere questo esemplo più miserabile n é più raro. Assaltò sotto questo medesimo mantello l'Affrica: fece l'impresa di Italia: ha ultimamente assaltato la Francia' e così sempre a fatte e or¬ dite cose grandi, le quali sempre hanno tenuto sospesi e a m m i r a t i gli a n i m i de' sudditi" e o c c u p i t i nello evento di esse. E sono nate queste sua. azioni m modo l ' u n a dall'altra che non ha dato m a i infra l ' u n a e l'altra, spazio agli u o m i n i di potere quietamente oper a d i contro . 2 P a r a c o m p r e n d e r esta c o n v e r g e n c i a de l o l i n g ü í s t i c o , r e l i g i o s o y p o l í t i c o en l a fecha s i m b ò l i c a de 1492 (fecha de la c o n s o l i d a c i ó n del E s t a d o - n a c i ó n , p e r o t a m b i é n de los comienzos de l a e x p a n 1 A N T O N I O DE N E B R I J A , " D e d i c a t o r i a " , Grammatica Castellana. C i t o s e g ú n facsímil de la ed. de 1492, publicado por R . C. A l s t o n , T h e Scholar Press, M e n s t o n , 1969. N I C O L L O M A C H I A V E L L I , Il Principe, ed. de Ettore J a n n i , Biblioteca U n i versale R i z z o l i , M i l a n o , 1950, cap. X X I : " C h e si conviene a u n principe perché sia s t i m a t o " , p p . 90-91. 2 NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 803 s i ó n i m p e r i a l de E s p a ñ a ) t e n d r e m o s que r e m o n t a r n o s al m o m e n to en q u e nace E s p a ñ a en c u a n t o Estado m o d e r n o , e i n c l u s o a su proceso de g e s t a c i ó n c o m o E s t a d o - n a c i ó n a l l á p o r los ú l t i m o s s i glos del p e r í o d o l l a m a d o " R e c o n q u i s t a " . S ó l o así p r o d r e m o s c o m p r e n d e r i g u a l m e n t e el i m p u l s o d i n á m i c o q u e l a n z a al j o v e n Estad o e s p a ñ o l a l a a v e n t u r a de A m é r i c a c o m o empresa histórica, r e a l i z a d a bajo el signo ( i d e o l ó g i c o ) de u n a misión religiosa q u e le es e n c o m e n d a d a p o r el P a p a en c u a n t o " V i c a r i o de C r i s t o [de D i o s ] e n la t i e r r a " . C r e o p o d e r fijar c o m o fecha de n a c i m i e n t o d e l Est a d o e s p a ñ o l , y de la n a c i ó n e s p a ñ o l a , el d í a 18 de o c t u b r e de 1469 ( o t r a fecha a l t a m e n t e s i m b ó l i c a , pero m u c h o m e n o s e x p l o t a d a e n la h i s t o r i o g r a f í a e s p a ñ o l a ) . Su l u g a r , V a l l a d o l i d . Pues fue allí d o n d e se u n i f i c a r o n , e n d i c h a fecha, los dos grandes reinos cristianos de C a s t i l l a y A r a g ó n , al unirse en m a t r i m o n i o los sucesores de a m b a s coronas: Isabel I de C a s t i l l a y F e r n a n d o V de A r a g ó n . Nos e n c o n t r a m o s en las p o s t r i m e r í a s de l a E d a d M e d i a , é p o c a en q u e v a n s u r g i e n d o ciertos b l o q u e s nacionales europeos al r i t m o en q u e sus m o n a r q u í a s se e m a n c i p a n d e l P o n t í f i c e de R o m a y del E m p e r a d o r de la C r i s t i a n d a d . Pero el E s t a d o - n a c i ó n e s p a ñ o l , a u n q u e d e n t r o de este m i s m o m a r c o h i s t ó r i c o , nace ( i d e o l ó g i c a m e n t e ) bajo el signo c o n t r a r i o . D e a h í que t e n g a m o s q u e detenernos a ú n a a n a l i z a r el acto fundacional, el c a s a m i e n t o c o n c e r t a d o entre I s a b e l de C a s t i l l a y F e r n a n d o de A r a g ó n , l o m i s m o que l a l u c h a que se sigue i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s c o n t r a el r e i n o á r a b e de G r a n a d a , p a r a c o m p r e n d e r m e j o r l a m i s i ó n y el s i g n i f i c a d o que se a t r i b u y e a sí m i s m o el n u e v o Estado. 3 C o m e n c e m o s pues p o r fijar n u e s t r a a t e n c i ó n , s i q u i e r a b r e v e m e n t e , en ese pasado i n m e d i a t a m e n t e a n t e r i o r al m o m e n t o en q u e se c o n s t i t u y e y c o n s o l i d a el E s t a d o e s p a ñ o l , i n d a g a n d o la d i n á m i ca a que responde tal casamiento, q u e s e r á la m i s m a que v a a l a n zar al n u e v o E s t a d o a u n proyecto ( f u t u r o ) , c o n c e b i d o c o m o misión histórica. T r a s el establecimiento de los á r a b e s en tierras i b é r i c a s , se p r o 3 E n L'Idée de Nation ( P . U . F . , Paris, 1969) J E A N J A C Q U E S C H E V A L L I E R ha resumido así este proceso: " E n d é p i t des survivances de C i t é s - É t a t s , aux d i mensions petites mais à la puissance commerciale et politique a p p r é c i a b l e , en d é p i t des vélléités ou des r é a l i s a t i o n s é p h é m è r e s d ' E m p i r e s d é m e s u r é s , on voit é m e r g e r i r r é s i s t i b l e m e n t , de la fin du M o y e n Age au d é b u t des T e m p s modernes (Renaissance et Reforme), les grands É t a t s - N a t i o n s de forme m o n a r c h i que: France, Angleterre, Espagne. L a notion de s o u v e r a i n i t é , d o c t r i n é e par J e h a n B o d i n , deviendra leur robuste armature j u r i d i c o - p o l i t i q u e . Souverainité d u r o i , en Parlement ou n o n , et s o u v e r a i n i t é de l ' É t a t tendront à l ' É t a t ten¬ d r o n t à l ' i d e n t i f i c a t i o n " ( p . 50). ANTONIO GÓMEZ-MORIANA 804 NRFH, XXXIX d u c e u n a f r a g m e n t a c i ó n de las m i s m a s e n p e q u e ñ o s r e i n o s , u n o s c r i s t i a n o s , o t r o s m u s u l m a n e s . Estos r e i n o s , que v i v e n e n c o n t i n u a s luchas de e x p a n s i ó n t e r r i t o r i a l , establecen sus alianzas seg ú n l a c o n v e n i e n c i a e s t r a t é g i c a del m o m e n t o m á s q u e s e g ú n el c r e d o r e l i g i o s o . E n T o l e d o asistimos i n c l u s o a u n gigante esfuerzo c u l t u r a l en que c o l a b o r a n e s t r e c h a m e n t e las tres grandes r e l i giones que c o n v i v e n d u r a n t e l a E d a d M e d i a en l a P e n í n s u l a I b é r i c a : j u d a i s m o , c r i s t i a n i s m o e i s l a m . P e r o en los c o m i e n z o s d e l siglo x m e m p i e z a a desarrollarse en los reinos cristianos de l a Pen í n s u l a I b é r i c a l a conciencia ( i d e o l ó g i c a ) de u n a misión conjunta (de c a r á c t e r r e l i g i o s o ) a c u m p l i r : l a e x p u l s i ó n de los m u s u l m a n e s de las tierras i b é r i c a s , en u n a especie de " c r u z a d a c r i s t i a n a " c o n t r a " e l i n f i e l " . Es el p a p a I n o c e n c i o I I I q u i e n l a n z a esta idea al declarar "causa c r i s t i a n a " la guerra que Alfonso V I I I preparaba c o n t r a los á r a b e s , c o n c e d i e n d o " b u l a de c r u z a d a " al rey castellan o . L o s reinos de N a v a r r a , L e ó n y A r a g ó n , c o m o otros r e i n o s de l a E u r o p a c r i s t i a n a , e n v í a n sus tropas en a^ uda del r e y de Cast i l l a , u n i é n d o s e a s í en u n esfuerzo c o m ú n q u e los l l e v a a l a v i c t o r i a de L a s N a v a s de T o l o s a ( 1 2 1 2 ) . T r a s el r i c o b o t í n o b t e n i d o , l a idea cada vez m á s presente de u n a " g u e r r a s a n t a " i m p u l s a r á t o d a u n a serie de alianzas m i l i t a r e s y m a t r i m o n i o s que c o n t r i b u ye a l a p r o g r e s i v a u n i f i c a c i ó n y e x p a n s i ó n de los reinos c r i s t i a n o s de l a P e n í n s u l a I b é r i c a . D e este m o d o , a q u e l l a m u l t i t u d de r e i nos cristianos ( G a l i c i a , A s t u r i a s , L e ó n , N a v a r r a , C a s t i l l a , A r a g ó n , C a t a l u ñ a , P o r t u g a l ) se r e d u c e hasta f o r m a r s ó l o dos Estados cristianos q u e d o m i n a r á n l a P e n í n s u l a I b é r i c a en su t o t a l i d a d : de u n l a d o , P o r t u g a l ; d e l o t r o , C a s t i l l a y A r a g ó n , c u y a u n i ó n perm i t e l a v i c t o r i a sobre G r a n a d a . T a l u n i ó n y t a l v i c t o r i a m a r c a n a s í el fin del l a r g o proceso h i s t ó r i c o que p o n e e n m a r c h a I n o c e n cio I I I al d e c l a r a r l a r e c o n q u i s t a castellana " c a u s a c r i s t i a n a " y " c r u z a d a " contra " e l i n f i e l " . L a idea de l a R e c o n q u i s t a es p o r t a n t o el e l e m e n t o c o a d u n a d o r de los diversos reinos cristianos de l a P e n í n s u l a I b é r i c a , en u n a d i n á m i c a que c o n d u c e a l a u n i ó n de C a s t i l l a ( q u e h a b í a f u 4 4 E n su Historia de la bula de la cruzada en España ( V i t o r i a , 1 9 5 8 ) J O S É G O Ñ I G A Z T A M B I D E hace s i n ó n i m o s en la E d a d M e d i a e s p a ñ o l a los t é r m i n o s " R e c o n q u i s t a " y " C r u z a d a " , con lo que generaliza, s e g ú n uso tradicional, la " l u cha contra el i n f i e l " a los ocho siglos de presencia á r a b e en la P e n í n s u l a I b é r i ca. A l intentar documentar el uso de la palabra " c r u z a d a " se contenta, sin embargo, con afirmar que "aparece ya en la primera m i t a d del siglo x m " (p. 1 5 1 ) , con lo que creo que m á s bien confirma m i tesis del lanzamiento de esta idea por Inocencio I I I en los comienzos del siglo x m . NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 805 sionado bajo su c o r o n a los viejos reinos de G a l i c i a , A s t u r i a s , L e ó n y C a s t i l l a ) y A r a g ó n ( q u e h a b í a a u n a d o , p o r su p a r t e , los viejos reinos de N a v a r r a , A r a g ó n y C a t a l u ñ a ) . L a idea de la R e c o n q u i s t a g e n e r a i g u a l m e n t e el i d e a l p o l í t i c o y r e l i g i o s o q u e c o n v i e r t e e n " c a u d i l l o s " de l a " c r u z a d a c o n t r a el i n f i e l " a aquellos reyes q u e antes se t i t u l a r a n " e m p e r a d o r e s " p o r a b r i g a r bajo sus coronas a c r i s t i a n o s , j u d í o s y m u s u l m a n e s . S u i d e a l pasa a ser entonces l a " p u r e z a de l a f e " en sus t e r r i t o r i o s , y sus esfuerzos de e x p a n s i ó n t e r r i t o r i a l se c o n f u n d e n ( i d e o l ó g i c a m e n t e ) c o n l a e x p a n s i ó n de la c r i s t i a n d a d , p r e c i s a m e n t e e n los m o m e n t o s e n que l a crist i a n d a d e u r o p e a a s i s t í a a su ocaso. Si en los p r i m e r o s siglos d e l p e r í o d o q u e l a h i s t o r i o g r a f í a esp a ñ o l a designa, g e n e r a l i z a n d o , c o n el n o m b r e de " R e c o n q u i s t a " c o n v i v e n en c a d a reino afincado en tierras i b é r i c a s c r i s t i a n o s , j u d í o s y m u s u l m a n e s — y se e r i g e n t e m p l o s p a r a los tres c u l t o s — , a m e d i d a q u e se v a c o n s o l i d a n d o l a idea de l a " c r u z a d a c o n t r a el i n f i e l " n o v a q u e d a n d o , l o m i s m o p a r a el m u s u l m á n que p a r a el j u d í o n a c i d o o establecido en " t e r r i t o r i o c r i s t i a n o " , o t r a altern a t i v a q u e l a c o n v e r s i ó n o l a h u i d a . E n tales c i r c u n s t a n c i a s , se m u l t i p l i c a n las "falsas c o n v e r s i o n e s " . C o n t r a ellas crean los R e yes C a t ó l i c o s , en 1478, los t r i b u n a l e s de l a " S a n t a I n q u i s i c i ó n " , e n c a r g á n d o l e s l a difícil tarea de v e l a r p o r " l a u n i d a d r e l i g i o s a y s o c i a l " del n u e v o E s t a d o . N o s e n c o n t r a m o s a q u í pues frente a u n a i n s t i t u c i ó n p o l í t i c o - r e l i g i o s a , exponente de la p o l í t i c a i n t e r i o r de unos reyes q u e se c o n s i d e r a n los garantes de l a " p u r e z a de l a f e " de sus s ú b d i t o s . L i b r e s en sus t e r r i t o r i o s de los " e n e m i g o s i n t e r i o r e s de l a f e " , bajo l a g a r a n t í a de tales t r i b u n a l e s , n o es de e x t r a ñ a r que se l a n c e n d e s p u é s a l a e x p a n s i ó n de l a m i s m a , c u m p l i e n d o a s í a la l e t r a l a " m i s i ó n r e l i g i o s a " que les h a b í a sido enc o m e n d a d a p o r e l ' ' V i c a r i o de C r i s t o en la T i e r r a ' ' , el Papa. B u e n a p r u e b a d e l i n t e r é s puesto p o r R o m a e n l a e l i m i n a c i ó n t o t a l de l a presencia i s l á m i c a en t e r r i t o r i o h i s p a n o es l a serie de bulas de c r u z a d a q u e precede a l a c o n q u i s t a de G r a n a d a , a l e n t a n d o l a p r e p a r a c i ó n de l a m i s m a . Y a el 13 de n o v i e m b r e de 1479 (diez a ñ o s d e s p u é s de l a u n i ó n de C a s t i l l a y A r a g ó n ) p r o m u l g a el p a p a S i x t o I V l a p r i m e r a b u l a , gesto que se r e p i t e — c o n la c o n c e s i ó n de n u e vos privilegios y nuevas i n d u l g e n c i a s — en 1482, en 1485, en 1487, e n 1489 y en 1 4 9 1 . D i c e n los cronistas q u e , c u a n d o se supo en R o m a la c a p i t u l a c i ó n d e l r e i n o á r a b e de G r a n a d a ante los Reyes C a t ó l i c o s , se echaron al vuelo las campanas y se c e l e b r ó el " t r i u n f o c r i s t i a n o " c o n fiestas religiosas y profanas. T r a s h a b e r seguido l a g é n e s i s de l a " n a c i ó n " e s p a ñ o l a y su ANTONIO GÓMEZ-MORÍAN A 806 NRFH, XXXIX o r g a n i z a c i ó n c o m o " E s t a d o " en sentido m o d e r n o , estamos en m e j o r e s c o n d i c i o n e s —espero— de c o m p r e n d e r ese p r o y e c t o q u e se v a a p r o p o n e r c u m p l i r l a j o v e n n a c i ó n f o r m a d a bajo el signo de l a " l u c h a r e l i g i o s a " , de l a " c r u z a d a c o n t r a el i n f i e l " establecido e n sus p r o p i o s t e r r i t o r i o s , y m á s a l l á i n c l u s o del l o g r o de l a u n i f i c a c i ó n t e r r i t o r i a l - r e l i g i o s a de fronteras a d e n t r o . Parece c o m o si el homo hispanus se hubiese i d e n t i f i c a d o de t a l m a n e r a c o n el i d e a l caballeresco de l a c r u z a d a , q u e , tras conseguir l a " p u r e z a de l a f e " i n t e r i o r , se l a n z a a i m p o n e r l a en el m u n d o t o d o . E n efecto, i n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s de l a c o n q u i s t a de G r a n a d a , se o r g a n i za u n a serie de expediciones al n o r t e de Á f r i c a , d o n d e entre 1497 y 1512 c o n q u i s t a n los e s p a ñ o l e s diversas plazas y f o r t i f i c a c i o n e s ( M e l i l l a , A l c a z a q u i v i r , O r á n , T r í p o l i , e t c . ) . Se establecen a s í bases m i l i t a r e s p a r a las flotas e s p a ñ o l a s , q u e s i r v e n l o m i s m o a l a defensa de las posesiones e s p a ñ o l a s en el sur de I t a l i a que a l a e x p a n s i ó n de las mismas, g a r a n t i z a n d o el d o m i n i o e s p a ñ o l del M e d i t e r r á n e o ("Mare nostrum"). Sirve c o m o p r e t e x t o el " p e l i g r o t u r c o " , que a m e n a z a a " l a C r i s t i a n d a d " . Y al aparecer l a R e f o r m a p r o t e s t a n t e , l u c h a C a r l o s V c o n t r a ella c o n el m i s m o celo c o n q u e sus antecesores l o h a b í a n hecho c o n t r a l a M e d i a L u n a en E s p a ñ a y fuera de E s p a ñ a . L a m i s m a p o l í t i c a c o n t i n u a r á F e l i p e I I , q u i e n a r r u i n a l a e c o n o m í a e s p a ñ o l a en las guerras de r e l i g i ó n en E u r o p a y en l a e x p e d i c i ó n c o n t r a los turcos — q u e vence, en 1 5 7 1 , e n L e p a n t e L a l u c h a de los tercios e s p a ñ o l e s en los P a í s e s Bajos y l a " a r m a d a i n v e n c i b l e " e n v i a d a c o n t r a I n g l a t e r r a son empresas m i l i t a r e s llevadas a cabo i g u a l m e n t e bajo el signo de u n a (frust r a d a ) e x p a n s i ó n p o l í t i c o - r e l i g i o s a de l a " g r a n p o t e n c i a c a t ó l i c a " q u e los A u s t r i a s q u i s i e r o n o p o n e r a l a R e f o r m a protestante. 5 Pero s e r á en l a c o n q u i s t a y c o l o n i z a c i ó n de A m é r i c a d o n d e se p o n d r á de m a n i f i e s t o de m a n e r a m á s e v i d e n t e l a i d e n t i f i c a c i ó n ( i d e o l ó g i c a ) de l a p o l í t i c a e x p a n s i o n i s t a e s p a ñ o l a c o n los ideales de e x p a n s i ó n evangelizado™ de l a I g l e s i a c a t ó l i c a . Poco m á s de seis meses d e s p u é s de h a b e r puesto pie C o l ó n en el " N u e v o M u n d o " se o t o r g a a los e s p a ñ o l e s , p o r l a b u l a Inter coetera del p a p a (españ o l ) A l e j a n d r o V I , el encargo de " m i s i o n a r " los t e r r i t o r i o s " d e s c u b i e r t o s " p o r C o l ó n . Se t r a t a b a de u n a especie de missio canónica, p o r l a q u e se enviaba a los reyes e s p a ñ o l e s a p r e d i c a r el evangel i o y c o n v e r t i r a la fe c a t ó l i c a a los " i n d i o s " , n o m b r e que d e s i g n a a ú n a los a b o r í g e n e s del c o n t i n e n t e a m e r i c a n o en t e s t i m o n i o m u l 5 Así lo explica M A R C E E B A T A I L L O N en su obra monumental Erasme et l'Es¬ pagne, D r o z , Paris, 1937. V e r esp. pp. 55-65. NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: EL DIARIO DE C O L Ó N 807 t i s e c u l a r del e r r o r c o l o m b i n o . C u á n al pie de l a l e t r a a s u m i e r o n los Reyes C a t ó l i c o s esta misión religiosa que R o m a les e n c o m e n d a r a en A m é r i c a , q u e d a b i e n p a t e n t e en el t í t u l o con que d e s i g n a b a n su papel en esta n u e v a causa cristiana: " R e g i o V i c a r i a t o A p o s t ó l i c o " , t í t u l o p u r a m e n t e r e l i g i o s o p o r el que los reyes a s u m e n u n a misión de índole religiosa en c u a n t o " v i c a r i o s " delegados p o r l a Sede A p o s t ó l i c a , p o r R o m a . Y c u á n al pie de la l e t r a d i e r o n c u m p l i m i e n t o los reyes e s p a ñ o l e s a esta m i s i ó n que R o m a les e n c o m e n d a r a , q u e d a de m a n i f i e s t o en el d e s a r r o l l o alcanzado p o r l a Iglesia en el N u e v o M u n d o , y a a p r i n c i p i o s del siglo XVII. E n p o c o m á s de u n siglo de labor misionera se h a b í a n e r i g i d o c i n c o sedes m e t r o p o l i t a n a s con 29 obispados s u f r a g á n e o s : el n ú m e r o de m i s i o n e r o s que a c o m p a ñ a r a n a c o n q u i s t a d o r e s , colonos, a v e n t u reros y buscadores de o r o en las n u e v a s t i e r r a s a s c e n d í a a v a r i o s m i l l a r e s , y el n ú m e r o de iglesias, c o n v e n t o s y catedrales que se h a b í a l e v a n t a d o era m u y c o n s i d e r a b l e . N o i n s i s t i r é a q u í en la ( c o n o c i d a ) serie de abusos c o m e t i d o s en el c u m p l i m i e n t o de esta misión religiosa. M á s nos interesa la d i v i s i ó n de o p i n i o n e s en t o r n o a la m i s m a y al " t í t u l o de d o m i n i o " sobre las " I n d i a s o c c i d e n t a l e s " , que se basa en t a l m i s i ó n . A s í , p a r a el P. B a r t o l o m é de las Casas o p a r a P e d r o M á r t i r de A n g l e r í a los i n d i o s f u e r o n sometidos a u n a h o r r i b l e e s c l a v i t u d e n n o m b r e de D i o s y del e v a n g e l i o . N o la ley de D i o s , sino la cod i c i a , la e n v i d i a y la i r a . É s t o s son p a r a B a r t o l o m é de las Casas los s e n t i m i e n t o s que los e s p a ñ o l e s l l e v a n al c o r a z ó n de los i n d i o s , q u i e n e s , s e g ú n la d e s c r i p c i ó n del Diario de C o l ó n (que r e c u e r d a l a que O v i d i o hace de l a " E d a d de O r o " e n sus Metamorfosis), viv í a n en estado de n a t u r a l e z a p u r a . T a m b i é n P e d r o M á r t i r de A n g l e r í a (parafraseando e x p r e s a m e n t e a O v i d i o ) dice acerca de los i n d i o s , en De orbe novo ( 1 5 3 0 ) : 6 Sine legibus, sine libris, sine iudicibus suapte natura rectum colunt [. . . ] sylvestribus fructibus contentos [. . . ] u t i legitur de á u r e a aetate . 7 6 Sobre el título de los reyes e s p a ñ o l e s y su actividad " m i s i o n e r a " en I n dias, véase A N T O N I O E G A Ñ A , La teoría del regio vicariato español en Indias, R o m a , 1958, y A N T O N I O R o u c o V Á R E L A , Staat und Kirche im Spamen des 16. Jahrhun¬ derts, M a x Hueber V e r l a g , M ü n c h e n , 1965. El texto de C o l ó n que comentamos en las p á g i n a s que siguen se hace igualmente eco de tales textos al describir la c o n d i c i ó n de los indios; T o m á s M o r o l o c a l i z a r á en A m é r i c a su " U t o p i a " , que los j e s u í t a s realizarán m á s tarde en las "reducciones" del Paraguay. El m i t o g u í a así primero la lectura de la realidad; d e s p u é s , su propia realización. 7 ANTONIO GÓMEZ-MORIANA 808 NRFH, XXXIX P a r a otros autores, c o m o p o r e j e m p l o , p a r a el cronista de C o r t é s , Francisco L ó p e z de G o m a r a , l a c o l o n i z a c i ó n de A m é r i c a sign i f i c a l a gesta ( " é p i c a ' ' ) de ' l a r e d e n c i ó n de los pueblos m á s p r i m i t i v o s de l a t i e r r a " , que hasta entonces h a b í a n v i v i d o en " c a n i b a l i s m o , p o l i g a m i a , p o l i t e í s m o n o l i b r e de cruentos sacrificios h u m a n o s " . C o n citas b í b l i c a s se describe l a c o n q u i s t a de A m é r i ca c o m o " l a l i b e r a c i ó n de los i n d i o s de l a e s c l a v i t u d de E g i p t o " y se i g u a l a a l a " c o n q u i s t a de l a v i d del S e ñ o r " y a l a " t o m a de p o s e s i ó n de l a t i e r r a p r o m e t i d a " p o r p a r t e del " p u e b l o e l e g i d o de D i o s " . E n su Suma de Geografía ( 1 5 1 9 ) , M a r t í n F e r n á n d e z E n ciso llega a servirse d e l t e x t o b í b l i c o de l a c o n q u i s t a de J e r i c ó , q u e calca l i t e r a l m e n t e en u n a de sus descripciones de la estrategia m i l i t a r de los c o n q u i s t a d o r e s , s u b r a y a n d o a s í esa elección divina d e l pueblo español: ! E d e s p u é s envió J o s u é a requerir a los de la primera ciudad, que era J e r i c ó , que le dejasen e diesen aquella tierra, pues era suya porque se la h a b í a dado D i o s . 8 E f e c t i v a m e n t e , antes de afrontarlos en b a t a l l a , se l e í a a los i n dios u n " r e q u e r i m i e n t o " , a u t é n t i c o t r a t a d o t e o l ó g i c o en que se evocaba l a historia de la salud del h o m b r e , desde la c r e a c i ó n del m u n d o y el p r i m e r pecado hasta su r e d e n c i ó n p o r C r i s t o y la f u n d a c i ó n de u n a Iglesia, d e p o s i t a r í a de tal r e d e n c i ó n y de l a a u t o r i d a d del m i s m o C r i s t o . Es el Papa, v i c a r i o de C r i s t o y jefe de l a I g l e sia, q u i e n h a e n c o m e n d a d o a los reyes de C a s t i l l a aquellas t i e rras. E n su n o m b r e y potestad se e x i g í a , en consecuencia, la acept a c i ó n del b a u t i s m o p o r p a r t e de sus pobladores y el a c a t a m i e n t o de la a u t o r i d a d de los e s p a ñ o l e s sobre ellos. Es c o n o c i d a la respuesta que —se d i c e — r e c i b i e r o n los m i s i o n e r o s y c o n q u i s t a d o res de a q u e l p u e b l o de l a r e g i ó n de S i n ú , en l a actual C o l o m b i a , tras h a b e r o í d o el " r e q u e r i m i e n t o " a reconocer l a a u t o r i d a d sob r e ellos que el P a p a h a b í a c o n c e d i d o a los reyes de C a s t i l l a , y a aceptar el b a u t i s m o c r i s t i a n o : Estaban de acuerdo aquellos indios en que no h a b í a sino u n Dios; pero en lo que decía que el Papa era señor del Universo y que él h a b í a fecho merced de aquellas tierras a los reyes de Castilla, dixeron que el Papa debiera estar borracho cuando lo fizo, pues daba 8 Cf. FRANCISCO LÓPEZ DE G O M A R A , Historia general de las Indias, Atlas, M a d r i d , 1 9 4 6 , t. 2 2 de la BAE: Historiadores primitivos de Indias, I ; M A R T Í N FERNÁNDEZ ENCISO, Suma de Geografía, Sevilla, 1 5 1 9 . NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS E L DIARIO DE C O L Ó N 809 lo que no era suyo. Y que el rey que p e d í a y que tomaba tal merced d e b í a ser a l g ú n loco, pues p e d í a lo que era de otros . 9 Esta v i s i ó n c o n t r o v e r t i d a de l a c o n q u i s t a , c o m o l a c o n t r o v e r sia q u e los textos d e l P . B a r t o l o m é de las Casas p r o v o c a n en l a U n i v e r s i d a d de S a l a m a n c a e n t o r n o a los " t í t u l o s de d o m i n i o " q u e l e g i t i m a n l a presencia de los e s p a ñ o l e s en I n d i a s , y l a q u e el m i s m o P. L a s Casas sostiene c o n t r a el P. S e p ú l v e d a en t o r n o a l a " n a t u r a l e z a del i n d i o " , m u e s t r a u n a s convicciones c o m p a r t i d a s : l a existencia de u n a " m i s i ó n r e l i g i o s a " en I n d i a s , b i e n o m a l c u m p l i d a p o r p a r t e de los e s p a ñ o l e s , y u n a d e s c r i p c i ó n de sus p o b l a d o r e s q u e insiste en sus diferencias respecto al (modelo) e s p a ñ o l ( p a r a b i e n , i d e a l i z á n d o l o s ; o p a r a m a l , c o n d e n a n d o su " b a r b a r i e " ) . Sus p o s t u r a s n o d i f i e r e n p o r t a n t o n i en lo gnoseol ó g i c o n i en l o a x i o l ó g i c o . S ó l o d i f i e r e n en l a s e l e c c i ó n de los hechos n a r r a d o s de a c u e r d o c o n u n a a r g u m e n t a c i ó n i n t e r p r e t a t i v a de u n a c o n q u i s t a c u y a l e g i t i m i d a d n a d i e p o n e en d u d a , n i s i q u i e r a quienes insisten en destacar sus efectos funestos. U n a n á l i s i s de este corpus t e x t u a l q u e se l i m i t e al estudio de sus c o n t e n i d o s n a r r a t i v o s no puede p o r ello a p o r t a r o t r a cosa que u n a t o m a de p o s i c i ó n p o l é m i c a a p a r t i r de l a v i s i ó n d u a l i s t a , m a n i q u e a , q u e h a d o m i n a d o d u r a n t e siglos l a h i s t o r i o g r a f í a en t o r n o a l a presencia e s p a ñ o l a en A m é r i c a . E n lo que sigue i n t e n t a r é , a p a r t i r d e l a n á l i s i s d i s c u r s i v o , p o n e r de relieve el c a m b i o de m e n t a l i d a d q u e se e s t á o p e r a n d o en l a E s p a ñ a que p r o d u c e y c o n s u m e estos textos. P a r a ello t e n d r e m o s que prestar m á s a t e n c i ó n a l a o r g a n i z a c i ó n del r e l a t o que a l o n a r r a d o e n sí. S ó l o a s í p o d r e m o s i r , m á s a l l á del a n á l i s i s de las informaciones ( e x p l í c i t a s ) , a los presupuestos ( i m p l í c i t o s ) q u e el t e x t o o c u l t a m á s o m e n o s i n t e n c i o n a d a m e n t e . Se t r a t a en ú l t i m o t é r m i n o , p o r t a n t o , de b u s c a r ese subconsciente ( c o l e c t i v o ) r e p r i m i d o p o r l a i n s t a n c i a ( i d e o l ó g i c a ) de u n Superyo q u e c o n v i e r t e en " n a c i o n a l e s " las aspiraciones e intereses de los g r u p o s h e g e m ó n i c o s de a q u e l l a E s p a ñ a i m p e r i a l — y que, p o r la i n e r c i a que caracteriza a las i d e o l o g í a s , p e r d u r a n c o m o tales a ú n en nuestros d í a s . 1 0 9 E n su Historia general y natural de las Indias, l i b r o 2 9 , cap. V I I , G O N Z A L O FERNÁNDEZ DE O V I E D O transcribe y comenta el texto del " R e q u e r i m i e n t o " (vol. 3 , pp. 2 2 7 ss. en la ed.. de P é r e z de Tudela, 5 vols., Atlas, M a d r i d , 1 9 5 9 , ts. 1 1 7 - 1 2 1 de la BAE). Para la (poco v e r o s í m i l ) a n é c d o t a , cf. M A R I A N O P I C Ó N SALAS, De la Conquista a la Independencia, F . C . E . , M é x i c o , 1 9 6 9 , p . 4 4 . T o d a v í a en nuestros d í a s d o m i n a esta visión p o l é m i c a a la que n i siquiera T O D O R O V pudo escapar en su l i b r o La Conquête de l'Amérique. La question de l'autre, É d s . d u Seuil, Paris, 1 9 8 2 . 1 0 ANTONIO GÓMEZ-MORIANA 810 NRFH, XXXIX A n a l i c e m o s , c o m o e j e m p l o , l a p r i m e r a visión d e l i n d i o , t a l com o l a d e s c r i b i e r a C o l ó n en su Diario de viaje. Este t e x t o , c u y o o r i ginal no se h a conservado, nos h a sido t r a s m i t i d o en copia-resumen del P. B a r t o l o m é de las C a s a s . L a Historia del Almirante, b i o g r a f í a de su p a d r e escrita p o r H e r n a n d o C o l ó n , se hace eco del m i s m o , al i g u a l que las Instrucciones que C o l ó n recibe de los Reyes en 1493 p a r a su segundo viaje, y el p r o p i o C o l ó n en su c o r r e s p o n d e n c i a ^ . L a e n t r a d a del j u e v e s , 11 de o c t u b r e de 1492, e n q u e se r e l a t a n t a m b i é n los a c o n t e c i m i e n t o s d e l d í a 12 de o c t u b r e sin t r a n s i c i ó n alguna, termina así: 11 Esto que sigue son palabras formales del A l m i r a n t e , en su libro de su primera n a v e g a c i ó n y descubrimiento de estas Indias. " Y o , dice él, porque nos tuviesen mucha amistad, porque conoscí que era gente que mejor se l i b r a r í a y c o n v e r t i r í a a nuestra Santa Fe con amor que no por fuerza, les d i a algunos de ellos unos bonetes colorados y unas cuentas de vidrios que se p o n í a n al pescuezo, y otras cosas mu¬ chas de poco valor con que hobieron mucho placer y quedaron tanto nuestros que era maravilla. Los cuales d e s p u é s v e n í a n a las barcas de los navios adonde nos e s t á b a m o s , nadando, y nos t r a í a n paparayos y hilo de a l g o d ó n en ovillos y azagayas y otras cosas muchas y nos las trocaban por otras cosas que nos les d á b a m o s como cuentecillas de vidrio y cascabeles. E n fin, todo tomaban y daban de aquello que t e n í a n de buena voluntad Mas me p a r e c i ó que era gente m u y pobre de todo. Ellos andaban todos desnudos como su madre los p a r i ó v t a m b i é n las muieres aunque no vide m á s de una farto moza y todos los que yo v i eran todos mancebos, que ninguno vide de edad de m á s de treinta a ñ o s ; m u y bien hechos, de muy fermosos cuerpos, y m u y buenas caras; los cabellos grueso^ cuasi como sedas de cola de caballo, e cortos; los cabellos traen por encima de las cejas, salvo unos pocos detrás' que traen largos, que j a m á s cortan; de1 1 C i t o el Diario de C o l ó n , en la r e c o p i l a c i ó n de Las Casas, por: Colección de los viajes y descubrimientos que hicieron por mar los españoles desdefines del siglo xv, de FERNÁNDEZ DE N A V A R R E T E (vol. 1, p p . 86 ss. en las Obras de Don Martín Fernández de Navarrete, ed. de Carlos Seco Serrano, Atlas, M a d r i d , 1954, ts. 75-77 de la BAE). C i t o el texto de H E R N A N D O C O L Ó N por la ed. de Luis A r r a n z , H i s t o r i a 16, M a d r i d , 1984 {Crónicas de América, 1); reproducimos el texto de las Instrucciones en el A p é n d i c e del v o l . colectivo 1492-1992: Re/Discovenng Colonial writ¬ ing, T h e U n i v e r s i t y o f M i n n e s o t a Press, M i n n e a p o l i s , 1989 {Híspame Issues, 4); la correspondencia de C o l ó n , en especial la carta a Luis de S a n t á n g e l del 15 de febrero/14 de marzo de 1493 (en la que encontramos una d e s c r i p c i ó n de los indios en los mismos t é r m i n o s del Diario) puede consultarse en FERNÁN1 2 DEZ DE N A V A R R E T E , op. cit., pp. 167 ss. en la ed. mencionada en la n . 1 1 . * NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 811 líos se pintan de prieto, y ellos son de la color de los canarios, n i negros n i blancos, y dellos se pintan en blanco y dellos de colorado, y dellos de lo que fallan, y dellos se p i n t a n las caras, y dellos todo el cuerpo, y dellos sólo los ojos, y dellos sólo el nariz. Ellos no traen armas n i las cognoscen, porque les a m o s t r é espadas y las tomaban por el filo, y se cortaban con ignorancia. N o tienen a l g ú n fierro; sus azagayas son unas varas sin fierro, y algunas de ellas tienen al cabo u n diente de pece, y otras de otras cosas. Ellos todos a una mano son de buena estatura de grandeza, y buenos gestos, bien hechos; yo vide algunos que t e n í a n señales de feridas en sus cuerpos, y les hice señas q u é era aquello y ellos me amostraron c ó m o allí v e n í a n gentes de otras islas que estaban acerca y les q u e r í a n tomar y se defendían- y yo creí e creo que a q u í vienen de tierra firmé a tomarlos por captivos. Ellos deten ser buenos servidores y de buen ingenio que veo que m u y presto dicen todo lo que les decía v creo que ligeramente se h a r í a n cristianos que me p a r e c i ó que ninguna L a t e n í a n Y o placiendo a n u e s t r o ' S e ñ o r levaré de a q u í al l e m po de m i partida seis a V A para que desprendan tablar N i n g u n a bestia de ninguna manera vide salvo papagayos en esta isla'' T o das son palabras del A l m i r a n t e " ° P P g Y S A n t e s de l a c i t a en estilo d i r e c t o q u e i n t r o d u c e l a frase " E s t a s q u e siguen son p a l a b r a s formales d e l A l m i r a n t e " y c i e r r a l a sol e m n e f ó r m u l a " T o d a s son p a l a b r a s del A l m i r a n t e " , L a s Casas r e c o p i l a los a c o n t e c i m i e n t o s de ese d í a en l a f o r m a h a b i t u a l en él (relato en p r e t é r i t o é p i c o c o n citas en estilo i n d i r e c t o ) : A las dos horas d e s p u é s de medianoche pareció la tierra [. . . ] A m a ñ a r o n todas las velas [. . . ] temporizando hasta el día viernes que llegaron a una isleta de los Lucayos, que se llamaba en lengua de indios G u a n a h a n í . Luego vieron gente desnuda, y el A l m i r a n t e salió a tierra en la barca armada, y M a r t í n Alonso P i n z ó n y Vicente Anes, su hermano, que era c a p i t á n de la N i ñ a . Sacó el A l m i r a n t e la bandera real [. . . ] Puestos en tierra vieron árboles m u y verdes y aguas muchas y frutas de diversas maneras. E l A l m i r a n t e l l a m ó a los dos capitanes y a los d e m á s que saltaron en tierra, y a Rodrigo Descovedo, escribano de toda la armada, y a Rodrigo S á n c h e z de Segovia, y dijo que le diesen por fe y testimonio c ó m o él por ante todos tomaba, como de hecho t o m ó , posesión de la dicha isla por el Rey e por la Reina sus señores [. . . ] Luego se a y u n t ó allí mucha gente de la isla . 14 1 3 1 4 Diario, Ibid. pp. 95-96. 812 ANTONIO GÓMEZ-MORIANA NRFH, XXXIX E n su Historia de las Indias procede B a r t o l o m é de las Casas de i d é n t i c a m a n e r a en c u a n t o a l a c i t a d i r e c t a del A l m i r a n t e . A l fin a l , a ñ a d e de n u e v o l a f ó r m u l a cuasi l i t ú r g i c a : " T o d a s estas son p a l a b r a s del A l m i r a n t e " . P e r o , a d e m á s de l a c i t a e n estilo d i r e c t o , e n c o n t r a m o s a q u í u n a i n t e r p r e t a c i ó n a r g u m e n t a t i v a que r e t o m a e n estilo i n d i r e c t o las m i s m a s frases de C o l ó n , d e s v e l á n d o n o s el p r o p ó s i t o de L a s Casas: m o s t r a r que los pobladores de las I n d i a s eran aquellos " S e r e s " que P l i n i o , P o n p o n i o M e l a , E s t r a b ó n , V i r g i l i o , San I s i d o r o , Boecio y otros a u t o r e s l l a m a n " s a n t í s i m o s y f e l i c í s i m o s " . H e a q u í el r e s u m e n q u e , c o n s e c u e n t e m e n t e c o n este p r o p ó s i t o , p r e cede a l a c i t a l i t e r a l e n estilo d i r e c t o : El A l m i r a n t e , viéndolos tan buenos y simples, y que en cuanto pod í a n eran tan liberalmente hospitales, y con esto en gran manera pacíficos, dióles a muchos cuentas de vidrio y cascabeles, y a algunos bonetes colorados y otras cosas, con que ellos quedaban m u y contentos y ricos . 15 C o n t r a las acusaciones de a g r e s i v i d a d , insiste L a s Casas e n el p a c i f i s m o de estas gentes, q u e n o sienten v e r g ü e n z a de su desn u d e z , de m o d o q u e , s e g ú n L a s Casas, " p a r e c í a n o haberse perd i d o o haberse r e s t i t u i d o el estado de i n o c e n c i a " . C o n t r a S e p ú l v e d a , q u e sobre l a base de textos de A r i s t ó t e l e s c o n s i d e r a b a a los i n d i o s seres i n f e r i o r e s ( " s i n a l m a " ) , o b l i g a d o s p o r ello a s e r v i r al h o m b r e ( h i s p a n o ) , L a s Casas hace resaltar sus cualidades h u m a n a s . M á s a ú n , parece que el t e x t o t o d o se p r o p o n e p r o b a r q u e e s t á n dotados de las tres facultades que d i s t i n g u e n al h o m b r e d e l a n i m a l en la escolástica a r i s t o t é l i c o - t o m i s t a : m e m o r i a , entendim i e n t o y v o l u n t a d . Y de b u e n a d i s p o s i c i ó n p a r a hacerse c r i s t i a nos, y a que " n i n g u n a secta t e n í a n " . Esta ú l t i m a c o n s i d e r a c i ó n es c a p i t a l , pues se t r a t a r á de evangelizar, m á s que de destruir infieles, c o n l o q u e l a presencia e s p a ñ o l a q u e d a b a l e g i t i m a d a p a r a L a s Casas c o m o c u m p l i m i e n t o de l a misión evangelizadora confiada a los e s p a ñ o l e s p o r R o m a . S e p ú l v e d a , p o r el c o n t r a r i o , n o p a r e c í a hab e r c o m p r e n d i d o del t o d o q u e si los i n d i o s no e r a n seres h u m a nos, t a m p o c o e r a n sujetos aptos p a r a r e c i b i r el b a u t i s m o . E l " t í t u l o de d o m i n i o " sobre aquellas tierras, basado en la " m i s i ó n evang e l i z a d o r a " de los e s p a ñ o l e s , d e s a p a r e c í a a s í en aras de u n a m a y o r 1 5 E d . de A g u s t í n M i l l a r e s C a r i o , 3 vols., F . C . E . , M é x i c o , 1981, v o l . 1, p. 204. NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 813 16 l i b e r t a d p a r a someter a sus p o b l a d o r e s a l a e s c l a v i t u d . E n fin, L a s Casas u t i l i z a este t e x t o c o m o argumento de autoridad. P a r a e l l o , l o i d e n t i f i c a ( d e f i n i e n d o l a p r a g m á t i c a de su e n u n c i a c i ó n ) c o m o i n f o r m e de C o l ó n d i r i g i d o a los reyes. Este i m p o r t a n t e dato sobre el d e s t i n a t a r i o i n t e r n o del i n f o r m e de C o l ó n , q u e d a p a t e n t e e n el t e x t o m i s m o : " Y o , p l a c i e n d o a n u e s t r o S e ñ o r , l e v a r é de a q u í a l t i e m p o de m i p a r t i d a seis a V . A . p a r a q u e d e s p r e n d a n f a b l a r " . P e r o , c o n t r a r i a m e n t e a l o que o c u r r e en l a f ó r m u l a de presentac i ó n del Diario, en q u e Las Casas se l i m i t a a d e c i r que se t r a t a de " p a l a b r a s formales d e l A l m i r a n t e " , l a p r e s e n t a c i ó n d e l t e x t o de C o l ó n en l a Historia de las Indias reza a s í : el cual [el A l m i r a n t e ] , en el libro desta su p r i m e r a n a v e g a c i ó n , que escribió para los Reyes C a t ó l i c o s , dice de aquesta manera . 17 L a c i r c u n s t a n c i a de su e n u n c i a c i ó n c o n v i e r t e p a r a L a s Casas el t e x t o c i t a d o en u n documento fidedigno sobre c u y a a u t o r i d a d puede basar su tesis acerca de l a condición natural del i n d i o (i.e., p a r a L a s Casas, antes de q u e fuese c o r r o m p i d o p o r los e s p a ñ o l e s ) . Per o t a m b i é n podemos d e d u c i r del c i r c u i t o c o m u n i c a t i v o en que surge t a l t e x t o , q u e sus enunciados c o n s t i t u y e n u n síntoma de l a m e n t a l i d a d c o l e c t i v a d o m i n a n t e en a q u e l l a E s p a ñ a . Pues t o d a a r g u m e n t a c i ó n se o r g a n i z a en f u n c i ó n del d e s t i n a t a r i o de l a m i s m a , c o n l o que dice m á s acerca de su r e c e p t o r que acerca de su e m i sor. D e a h í q u e , en u n a l e c t u r a s i n t o m á t i c a de este t e x t o , a t r i b u y a m o s los datos o b t e n i d o s al i m a g i n a r i o c o l e c t i v o h i s p a n o , no a l i n d i v i d u o C r i s t ó b a l C o l ó n ( n i a su n a c i ó n de o r i g e n ) . H e r n a n d o C o l ó n usa u n t a n t o l i b r e m e n t e estos textos en su Historia de Almirante. E n el c a p í t u l o X X I I I , " C ó m o el A l m i r a n t e s a l i ó a t i e r r a y t o m ó p o s e s i ó n de a q u é l l a en n o m b r e de los Reyes C a t ó l i c o s " , r e s u m e a s í l a secuencia del t e x t o de C o l ó n en q u e se describe l a c o n d i c i ó n d e l i n d i o : Asistieron a esta fiesta y alegría muchos indios, y viendo el A l m i rante que eran gente mansa, tranquila y de gran sencillez, les dio algunos bonetes rojos y cuentas de v i d r i o , las que se p o n í a n al cue- 1 6 V é a s e sobre este punto el curioso estudio de R A M Ó N M E N É N D E Z P I D A L , " V i t o r i a y Las Casas", en El P. Las Casas y Vitoria con otros temas de los siglos xviy xvii, Espasa-Calpe, M a d r i d , 1958. M e referiré al mismo en las p á g i n a s que siguen. Loe. cit. en n . 15. 1 7 NRFH, ANTONIO GÓMEZ-MORIANA 814 XXXIX lio, y otras cosas de poco valor, que fueron m á s estimadas por ellos que si fueran piedras de mucho precio . 18 L a t r a n s f o r m a c i ó n del s i n t a g m a fijo " p i e d r a s p r e c i o s a s " , q u e parece c o n d e n s a r el valor de uso, en " p i e d r a s de ( m u c h o ) p r e c i o " , c o n d e n s a d o d e l valor de cambio, m u e s t r a u n d e s p l a z a m i e n t o en l a l e c t u r a del t e x t o en c u e s t i ó n . L a escena i d í l i c a del acto de poses i ó n de l a isla u t ó p i c a , c u y o relato p a r e c í a d o m i n a d o p o r el v i e j o t ó p i c o d e l locus amoenus, se h a c o n v e r t i d o a h o r a en u n a escena de m e r c a d o , de i n t e r c a m b i o de bienes, considerados a d e m á s desde el p u n t o de v i s t a de su v a l o r de c a m b i o . U n a n á l i s i s de este t e x t o desde l a p e r s p e c t i v a de l a presencia en el m i s m o ( p o r c o n t a m i n a c i ó n ) de u n discurso e c o n ó m i c o , c o n firma la l e c t u r a del Diario de su p a d r e que parece sugerir a q u í H e r n a n d o C o l ó n , l e c t u r a que ha sido de n u e v o puesta en c i r c u l a c i ó n p o r B e a t r i z Pastor e n su l i b r o Discurso narrativo de la conquista de América, si b i e n desde u n a perspectiva diferente de la n u e s t r a . B e a t r i z P a s t o r destaca e n su interesante e s t u d i o , j u n t o a u n " m o d e l o l i t e r a r i o " q u e , apoyado p r i n c i p a l m e n t e en A i l l y , Aeneas Sylvio, M a r c o Polo y P l i n i o , g u í a la ficcionalización de l a r e a l i d a d p o r p a r t e de C o l ó n , o t r o " p r o c e s o de d e f o r m a c i ó n p r o f u n d a " . " E l o r i g e n de este ú l t i m o — d i c e l a a u t o r a — n o es l i t e r a r i o , sino e c o n ó m i c o , y su finalidad h i s t ó r i c a es l a p r o p u e s t a , v e l a d a p r i m e r o y d e s p u é s cada vez m á s e x p l í c i t a , de i n s t r u m e n t a l i z a c i ó n de l a r e a l i d a d del N u e v o M u n d o con fines estrictamente c o m e r c i a l e s " . D e n t r o de este m a r c o i n t e r p r e t a B e a t r i z Pastor la caract e r i z a c i ó n del i n g í g e n a en el Diario de C o l ó n : Los tres primeros rasgos de caracterización de los i n d í g e n a s s e g ú n el código 1 —desnudez, pobreza y falta de armas— los definían como salvajes y siervos. El cuarto rasgo —la generosidad— los califica como bestias, por su incapacidad de comerciar de acuerdo con las leyes de intercambio del m u n d o occidental . 19 Desde n u e s t r a p e r s p e c t i v a de a n á l i s i s d i s c u r s i v o creo descub r i r en este t e x t o , y a desde las p r i m e r a s palabras del A l m i r a n t e en t o r n o a las gentes de aquella isla, l a m e r c a n t i l i z a c i ó n ( c o n t o d a e v i d e n c i a , i n c o n s c i e n t e ) de sus seres y haberes. Pues el eje p r i n c i p a l d e l relato l o o c u p a l a n a r r a c i ó n d e l i n t e r c a m b i o de bienes y 1 8 P . 112 en la ed. citada en la n . 12. B E A T R I Z PASTOR, Discurso narrativo de la conquista de América, Casa de las A m é r i c a s , L a H a b a n a , 1983, pp. 82 y 96-97. 1 9 NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 815 de (posibles) servicios q u e establece c o n ellos. Y en l a e s t i m a t i v a de tales bienes, t a l c o m o l a expresan los n u m e r o s o s adjetivos d e l t e x t o , se insiste m á s en el v a l o r de c a m b i o q u e en el v a l o r de uso, c o m p a r á n d o s e ( c o n criterios de rentabilidad) l o dado c o n lo r e c i b i d o . C o m e n c e m o s p o r fijar n u e s t r a a t e n c i ó n ante t o d o en la o r g a n i z a c i ó n m o r f o s i n t á c t i c a de las secuencias n a r r a t i v a s en las p a l a b r a s q u e c o n t a n t a insistencia a t r i b u y e el P. B a r t o l o m é de las C a sas al A l m i r a n t e . L a a l t e r n a n c i a de f o r m a s verbales c o r r e s p o n dientes a l o q u e H a r a l d W e i n r i c h l l a m a " m u n d o n a r r a d o " c o n las correspondientes al " m u n d o c o m e n t a d o " , nos h a r á v e r i n m e d i a t a m e n t e q u e en u n a p r i m e r a secuencia del t e x t o p r e d o m i n a n verbos de a c c i ó n en p r e t é r i t o — e n p r i m e r a p e r s o n a de sing u l a r ( C o l ó n ) o en t e r c e r a p e r s o n a de p l u r a l (la gente de l a isl a ) — , m i e n t r a s q u e en u n a segunda secuencia p r e d o m i n a n verbos (de estado o n o ) e n i m p e r f e c t o o en presente. F i n a l m e n t e , en u n a t e r c e r a secuencia e n c o n t r a m o s m o d e l i z a c i o n e s del t i p o " c r e o " o " d e b e n s e r " , y verbos en c o n d i c i o n a l ( " c r e o q u e l i g e r a m e n t e se h a r í a n c r i s t i a n o s " ) o en f u t u r o , a n u n c i a n d o los p r o p ó s i t o s del A l m i r a n t e ( " l e v a r é de a q u í al t i e m p o de m i p a r t i d a seis a V . A . para q u e d e s p r e n d a n f a b l a r " ) . L a p r i m e r a secuencia, c o n p r e d o m i n i o de verbos de a c c i ó n e n p r e t é r i t o , c o m p r e n d e u n a serie de frases finales, unas e x p l í c i t a s ( " p o r q u e nos t u v i e s e n m u c h a a m i s t a d " ) , otras i m p l í c i t a s en u n a c o p u l a t i v a que u n e la a c c i ó n con el resultado i n t e n c i o n a l de l a m i s m a ( " l e s d i [. . . ] con que h o b i e r o n m u c h o placer, y q u e d a r o n t a n t o nuestros que era m a r a v i l l a ' ' ; ' 'nos t r a í a n [. . . ] y nos las t r o c a b a n " ) . L o s verbos correspondientes a estas frases finales se dist r i b u y e n en f o r m a q u e p o d r í a m o s r e s u m i r en u n a c o m b i n a t o r i a de dar y hacer (o de verbos e q u i v a l e n t e s ) . L a e s t r u c t u r a de frase q u e observamos en esta p r i m e r a secuencia del t e x t o se c o r r e s p o n de pues a l a l e t r a c o n las formas c o n t r a c t u a l e s , t a l c o m o las c o d i fica ya el derecho r o m a n o , c o d i f i c a c i ó n q u e responde a ú n perfect a m e n t e a n u e s t r a d i v i s i ó n a c t u a l del c o m e r c i o s e g ú n que se t r a t e del i n t e r c a m b i o de bienes, del i n t e r c a m b i o de servicios o de u n intercambio mixto: 2 0 do do fació fació 2 0 ut ut ut ut des facias facias des Cf. H A R A L D W E I N R I C H , Tempus. Besprochene und erzählte Welt, K o h l h a m mer V e r l a g , Stuttgart, 1971. 816 ANTONIO GÓMEZ-MORI AN A NRFH, XXXIX A d e m á s , c o m o y a h e m o s i n d i c a d o , los adjetivos q u e califican a los objetos de ese c o n t i n u o t r u e q u e n o h a c e n o t r a cosa q u e c o m p a r a r l o d a d o o hecho c o n el d o n o servicio r e c i b i d o ( " p o r q u e nos tuviesen m u c h a a m i s t a d [ . . . ] , les d i unos bonetes colorados y unas cuentas de v i d r i o [. . . ] y otras cosas muchas de poco v a l o r " ; " n o s t r a í a n papagayos y h i l o de a l g o d ó n en o v i l l o s y azagayas, y otras cosas m u c h a s y nos las t r o c a b a n p o r otras cosas q u e nos les d á b a mos, c o m o cuentecillas de v i d r i o y cascabeles"). T o d a s estas c o m p a r a c i o n e s l l e v a n a u n a d o b l e c o n c l u s i ó n : l a p r i m e r a , i m p l í c i t a e n l a c o m p a r a c i ó n m i s m a p o r el d e s n i v e l q u e establece e n t r e l o d a d o y l o r e c i b i d o , es q u e se t r a t a de u n t r u e q u e rentable; l a segunda, e x p l í c i t a e n el t e x t o i n c l u s o c o n c i e r t a i n sistencia, es que el r e s u l t a d o final de t o d o este c o m e r c i o consiste en l a p o s e s i ó n de aquellas gentes ( " y q u e d a r o n tanto nuestros que era m a r a v i l l a " ) . M á s a ú n , se establece u n a equivalencia entre amistad, entrega y conversión ( " p o r q u e nos tuviesen m u c h a a m i s t a d , p o r q u e c o n o s c í q u e era gente q u e m e j o r se l i b r a r í a y c o n v e r t i r í a a n u e s t r a S a n t a Fe c o n a m o r q u e n o p o r f u e r z a " ) . L a t r a n s i c i ó n a l a segunda secuencia, sobre " L a í n d o l e y cost u m b r e s de a q u e l l a g e n t e " ( t í t u l o d a d o p o r H e r n a n d o C o l ó n al c a p í t u l o X X I V de su Historia del Almirante, eco p r e c i s a m e n t e de la secuencia q u e c o m e n t a m o s ) , l a r e a l i z a u n r e s u m e n - r e c a p i t u l a c i ó n de l a secuencia a n t e r i o r ( " E n fin t o d o t o m a b a n y d a b a n de a q u e l l o que t e n í a n de b u e n a v o l u n t a d " ) . Sigue d e s p u é s la p a r t e d e s c r i p t i v a , c o n uso frecuente de l a figura h a b i t u a l e n el d i s c u r s o sobre l a E d a d de O r o , l a l i t o t e : " E l l o s a n d a b a n todos desnudos [ . . . ] n i n g u n o v i d e de m á s de t r e i n t a a ñ o s [. . . ] Ellos n o t r a e n a r m a s n i las cognoscen [ . . . ] N o t i e n e n a l g ú n fierro". P o r ú l t i m o , entrelazadas c o n las a n t e r i o r e s , c i e r r a n esta secuencia las o b servaciones p r o p i a s de u n e u r o p e o renacentista, en q u e l o m i s m o se constata l a belleza física ( " m u y b i e n hechos, de m u y fermosos cuerpos, y m u y buenas caras [ . . . ] Ellos todos a u n a m a n o son de b u e n a estatura de g r a n d e z a , y buenos gestos, b i e n h e c h o s " ) y el c u l t i v o d e l cabello o los colores c o n q u e se a d o r n a n , q u e se expresa l a e x t r a ñ e z a ante l a desnudez f e m e n i n a . E n l a tercera sec u e n c i a destaca u n p r i m e r p á r r a f o q u e parece c o n s t i t u i r al m i s m o t i e m p o l a c o n c l u s i ó n de las secuencias anteriores y el e l e m e n to l ó g i c o - s i n t á c t i c o q u e c o m u n i c a al c o n j u n t o su c o h e r e n c i a text u a l . E n ella, e n t o d o caso, e n c o n t r a m o s l a e x p l i c a c i ó n f u n c i o n a l de cuantas observaciones preceden acerca del c o m p o r t a m i e n t o y de las cualidades del i n d í g e n a : NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 817 Ellos deben ser buenos servidores y de buen ingenio, que veo que muy presto dicen todo lo que les decía, y creo que ligeramente se h a r í a n cristianos, que me pareció que ninguna secta t e n í a n . 2 1 H e i n t e n t a d o m o s t r a r en o t r o l u g a r el i m p a c t o q u e u n disc u r s o p r o p i o de l a m e n t a l i d a d e c o n ó m i c a ( b u r g u e s a ) ejerce sobre el discurso i d e o l ó g i c o o f i c i a l , i n c l u i d a la ( n e o ) e s c o l á s t i c a que i n f o r m a el p e n s a m i e n t o p o l í t i c o y r e l i g i o s o de la E s p a ñ a i m p e r i a l , p r e c i s a m e n t e en el m o m e n t o en q u e se i n t e n t a r e s t a u r a r l a m e n t a l i d a d m e d i e v a l ( y a obsoleta). N i s i q u i e r a D o n Q u i j o t e , a pesar de su i d e a l i s m o a t o d a p r u e b a , escapa al c o n t a g i o de su discurso caballeresco p o r el discurso p r o p i o del c á l c u l o e c o n ó m i c o (cada vez m á s h e g e m ó n i c o , aunque no haya llegado a ú n a constituirse e n discurso oficial). Es posible q u e n o h a y a h a b i d o en l a a v e n t u r a de A m é r i c a el q u i j o t i s m o que q u i s o v e r e n ella la G e n e r a c i ó n d e l 9 8 al hacer " b a l a n c e " ( ¿ e c o n ó m i c o ? ) sobre l a m i s m a . Q u i z á s hay a obedecido este d i a g n ó s t i c o s e n c i l l a m e n t e a l a c o i n c i d e n c i a del m o m e n t o de sus m e d i t a c i o n e s tras l a i n d e p e n d e n c i a a m e r i c a n a ("desastre c o l o n i a l " l a l l a m a r o n ) c o n el centenario del Quijote. H a b r í a que a n a l i z a r m u c h o s m á s textos de l a é p o c a p a r a d a r u n a respuesta a d e c u a d a a esta c u e s t i ó n . D e m o m e n t o m e c o n t e n t a r é c o n r e m i t i r a u n p a r de d o c u m e n t o s en t o r n o a l a c o n q u i s t a de G r a n a d a y a l a c o l o n i z a c i ó n de A m é r i c a . A l i g u a l que e n el t e x t o de C o l ó n , en estos p r o y e c t o s de i d e a l i z a c i ó n de l a " e m p r e s a " n o se l o g r a d e l t o d o o c u l t a r esa presencia cada vez m á s patente de u n discurso e c o n ó m i c o que corroe el discurso m i s i o n e r o de aquellos p o l í t i c o s de l a " p u r e z a de l a f e " y " s a l u d de las a l m a s " . E n c u e n t r o ambos textos precisamente en estudios sobre las relaciones entre I g l e s i a y E s t a d o en E s p a ñ a , que i n t e n t a n p r o b a r , a p a r t i r e x c l u s i v a m e n t e del e x p l í c i t o t e x t u a l , l a d i m e n s i ó n " p r o f u n d a m e n t e rel i g i o s a " de l a p o l í t i c a ( t a n t o i n t e r i o r c o m o e x t e r i o r ) de l a E s p a ñ a i m p e r i a l . E l p r i m e r o de estos d o c u m e n t o s , fechado en m a r z o de 1485, se refiere a l a l u c h a que los reyes F e r n a n d o e Isabel p r e p a r a n c o n t r a el r e i n o de G r a n a d a ; el segundo, fechado en septiemb r e de 1632, se refiere a l a e v a n g e l i z a c i ó n de A m é r i c a . E l p r i m e ro de estos d o c u m e n t o s es l a respuesta que F e r n a n d o V de A r a g ó n hace l l e g a r al p a p a I n o c e n c i o V I I I p o r m e d i o de sus embajadores en R o m a , A n t o n i o G r a d d i n o y Francisco de R o j a s , en r é p l i c a al deseo del P a p a de r e t e n e r p a r a l a Sede A p o s t ó l i c a u n t e r c i o del 2 1 Cf. A N T O N I O G Ó M E Z - M O R I A N A , " P r a g m á t i c a del discurso y reciprocidad de perspectivas: los j u r a m e n t o s de J u a n H a l d u d o (Quijote, I , 4) y de D o n J u a n " , NRFH, 36 (1988), 1045-1067. 818 ANTONIO GÓMEZ-MORIANA NRFH, XXXIX d i n e r o que se obtuviese p o r la b u l a de c r u z a d a q u e acababa de decretar en p r o de la c o n t i e n d a c o n t r a los á r a b e s en G r a n a d a . S u a r g u m e n t a c i ó n : fació ut des, do ut des. P a r a o b t e n e r del P a p a l a t o t a l i d a d de l o r e c a u d a d o , evoca el R e y sus servicios y su generosidad. E n efecto, tras hacer saber q u e en a q u e l l a l u c h a n o buscaba n i p o d e r n i r i q u e z a , c o n t i n ú a el r e y e s p a ñ o l en el citado d o c u m e n t o : Pero el deseo que tenemos al servicio de Dios e celo a su santa fe católica, nos face posponer todos los intereses y olvidar los trabajos e peligros continuos que por esta causa se nos recrescen. Y podiendo, non solamente guardar nuestros tesoros, mas a ú n haber otros muchos de los moros mesmos, que m u y voluntariamente nos los darían por la paz, negamos los que se nos ofrescen y derramamos los nuestros, solamente esperando que la santa fe católica sea acrescen¬ tada y la Cristiandad se quite de u n tan continuo peligro como tiene a q u í a las puertas, si estos infieles del Reino de Granada no son arrancados y echados de E s p a ñ a . 2 2 E l segundo d o c u m e n t o fue r e d a c t a d o p o r u n a c o m i s i ó n n o m b r a d a p o r el rey Felipe I V para defender ante la N u n c i a t u r a A p o s t ó l i c a en M a d r i d el " d e r e c h o " de l a C o r o n a e s p a ñ o l a a m a n t e n e r ciertos p r i v i l e g i o s ( r e g a l í a s ) que R o m a p r e t e n d í a a b o l i r . E v o ca en su a r g u m e n t a c i ó n los gastos y servicios de l a c o r o n a e s p a ñ o l a a l a Sede A p o s t ó l i c a en l a defensa y d i l a t a c i ó n de l a fe; R o m a debe h o n o r a r i o s , m a n t e n i e n d o tales r e g a l í a s (do ut facías, fació ut facías). D i c e a s í el p u n t o 38 d e l d o c u m e n t o p r e p a r a d o p o r l a m e n cionada c o m i s i ó n : Pues esta Corona gasta sus tesoros y emplea todas sus fuerzas en defensa de la fe, y ha dilatado nuestra sagrada R e l i g i ó n por tantos reinos y provincias tan extendidas, trayendo la nación española otros nuevos mundos a la obediencia a la Sede Apostólica [. . . ] . 2 3 Se t r a t a en r e a l i d a d de u n a constante h i s t ó r i c a que alcanza 2 2 Apud J O S É G O Ñ I G A Z T A M B I D E , op. cit., A p é n d i c e 15, p p . 671-676 (cita de la p. 672); para otros documentos de este p e r í o d o , cf. Tratados internacionales de los Reyes Católicos con algunos textos complementarios ordenados y traducidos por José López de Toro, I m p r e n t a G ó n g o r a , M a d r i d , 1952 (Documentos Inéditos para la Historia de España, ts. 7 y 8). V e á s e igualmente la rica d o c u m e n t a c i ó n manejada por A N T O N I O R o u c o V Á R E L A , op. 2 3 cit. "Parecer de la J u n t a sobre abusos en R o m a y N u n c i a t u r a " , ed. por Q U I N T Í N A L D E A como anejo a su a r t í c u l o " I g l e s i a y Estado en la E s p a ñ a del siglo x v i i " , Miscelánea Comillas, 36 (1961), 143-354. NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 819 hasta é p o c a m u y reciente, s u m i e n d o l a h i s t o r i o g r a f í a e s p a ñ o l a e n u n a i n t e r p r e t a c i ó n d e l pasado cada vez m á s d e l i r a n t e . Pues el del i r i o de l a i n t e r p e n e t r a c i ó n i n t e r d i s c u r s i v a crece en l a m i s m a m e d i d a en que l a m e n t a l i d a d e c o n ó m i c a v a o c u p a n d o u n l u g a r c a d a vez m á s h e g e m ó n i c o en el m u n d o m o d e r n o , t a n i n e v i t a b l e c o m o c o m b a t i d o p o r l a E s p a ñ a o f i c i a l . V e a m o s —de n u e v o , a t í t u l o de m u e s t r a — u n t e x t o ( ¿ c o n f e s i o n a l ? ) de M é n é n d e z Pelayo, e n t r e sacado de su Historia de los heterodoxos españoles: Yo bien entiendo que estas cosas h a r á n s o n r e í r de l á s t i m a a los políticos y hacendistas, que, v i é n d o n o s pobres, abatidos y humillados a finales del Siglo x v n , no encuentran palabras de bastante menosprecio para una n a c i ó n que batallaba contra media Europa conjurada, y esto no por redondear su territorio n i por obtener una i n d e m n i z a c i ó n de guerra, sino por ideas de T e o l o g í a [ . . . 1 la cosa m á s inútil del mundo ¡ C u á n t o mejor nos hubiera estado tejer lienzo y dejar que L u t e r o entrara y saliera donde bien le pareciese! [. . . ] Nunca, desde el tiempo de ludas Macabeo, hubo un pueblo que con tanta r a z ó n pudiera creerse el pueblo escogido para ser la espada y el brazo de Dios; y todo, hasta sus sueños de engrandecimien¬ to y de m o n a r q u í a universal,' lo referían y subordinaban a este ob¬ jeto supremo; JiaX unum ovilc ci uuus pastot^. M a r c e l i n o M e n é n d e z Pelayo es " s i n d u d a " , c o m o l o h a señ a l a d o E m i l i a de Z u l e t a en l a " I n t r o d u c c i ó n " a su Historia de la critica española contemporánea, " e l f u n d a d o r de l a c r í t i c a e s p a ñ o l a m o d e r n a , en c u a n t o fija los conceptos generales y d e t e r m i n a los m é t o d o s " . A este mérito de M e n é n d e z Pelayo, reconocido en gen e r a l p o r l a h i s t o r i o g r a f í a de l a c r í t i c a l i t e r a r i a en E s p a ñ a , h a y q u e a ñ a d i r o t r a d i m e n s i ó n m e n o s evidente y q u i z á s t a m b i é n m e nos g l o r i o s a : él es t a m b i é n q u i e n i m p r i m e a l a c r í t i c a e s p a ñ o l a c o n t e m p o r á n e a u n a marca ideológica a ú n n o superada. D e a h í p r o b a b l e m e n t e su i n e v i d e n c i a . H a y en l a o b r a de E m i l i a de Z u l e t a u n a a l u s i ó n a esta d i m e n s i ó n , q u e i n t e n t a r é e x p l i c a r m á s a m p l i a 2 5 2 6 2 4 E d . de la BAC, v o l . 2 , p. 3 2 8 . E M I L I A DE Z U L E T A , Historia de la crítica española contemporánea, Credos, M a d r i d , 1 9 6 6 , p. 1 1 . Cf. D Á M A S O A L O N S O , Menéndez Pelayo, crítico literario, M a d r i d , 1 9 5 6 ; A R T U R O C A Y U E L A , Menéndez Pelayo, orientador de la cultura española, M a d r i d , 1 9 5 4 ; M A N U E L M U Ñ O Z C O R T É S , " E l humanismo de M e n é n d e z Pelayo desde la pers2 5 2 6 pectiva de la filología m o d e r n a " , AUM, 15 (1956-1957), 493-519; ÁNGEL D E L R í o , Historia de la literatura española, New Y o r k , 1 9 6 3 ; PEDRO SAINZ Menéndez Pelayo, historiador y crítico literario, M a d r i d , 1 9 5 6 . RODRÍGUEZ, ANTONIO GÓMEZ-MORIANA 820 NRFH, XXXIX m e n t e . E n el c a p í t u l o q u e d e d i c a a M e n é n d e z P e l a y o — e v i d e n t e m e n t e , el p r i m e r o d e l l i b r o — , a l d e s c r i b i r los " c a r a c t e r e s gener a l e s " de su o b r a , destaca l a a u t o r a " e l sentido de u n i d a d " c o m o l a " n o t a m á s c o n s t a n t e " en la m i s m a . Este sentido de u n i d a d , q u e l o es t a m b i é n de " t o t a l i d a d " , v a m á s a l l á de su i n c o n f u n d i ble estilo — " p e r s o n a l y p r o p i o " e n palabras de E m i l i a de Z u l e t a — , p a r a c o n s t i t u i r u n t r a s f o n d o " m á s í n t i m o " e n el que E m i l i a de Z u l e t a destaca dos elementos q u e t r a n s c r i b o : El primer elemento de unidad en la obra de M e n é n d e z Pelayo e s t á dado por su apetencia de determinar, por vía de la historia literaria, una dirección espiritual ú n i c a en el pasado español [ . . . ] ; a su j u i c i o , el eje fundamental de ese pasado es el cruce de dos elementos integrados: lo nacional español y lo tradicional católico. L o nacional español se ha ido perfilando y definiendo por sobre las diferencias, por v i r t u d del sello romano que da los fundamentos unitarios en todos los ó r d e n e s , pero primariamente, por medio de la lengua. Posteriormente, esa u n i d a d nacional ¿e h a b r á de afianzar en la u n i d a d de la creencia y h a l l a r á su síntesis m á s cabal durante el Siglo de O r o [ . . . ] . U n segundo elemento de u n i d a d lo constituye el sentido total con que encara el proceso literario y cultural, tanto en el tiempo como en el espacio. Para M e n é n d e z Pelayo el á m b i t o hispánico — y por ende su literatura— tiene una a m p l i t u d mucho mayor que la que suelen reconocerle otros críticos investigadores. Abarca, por lo tanto, todo lo que fue h i s p á n i c o en a l g ú n momento; no sólo E s p a ñ a , sino Portugal e H i s p a n o a m é r i c a . Este ensanchamiento del campo influye d i rectamente en su concepción de la literatura e s p a ñ o l a , que se extiende desde la literatura latina hasta la literatura portuguesa y catalana, las influencias semíticas y la literatura hispanoamericana . 27 Y a desde l a E s p a ñ a r o m a n a , pues, y n o s ó l o desde el proceso de u n i f i c a c i ó n de los reinos cristianos ( y e x c l u s i ó n de las otras lenguas y c u l t u r a s de l a E s p a ñ a m e d i e v a l ) que c o n s u m a n Fern a n d o V de A r a g ó n e I s a b e l I de C a s t i l l a , asistimos al proceso de f o r m a c i ó n de ese E s t a d o - n a c i ó n de " d i r e c c i ó n e s p i r i t u a l ú n i c a " . M e j o r n o se p o d í a e x p l i c a r el a i s l a m i e n t o c u l t u r a l a que I n q u i s i c i ó n y censura someten d u r a n t e siglos a esa n a c i ó n . N i se p o d í a t a m p o c o p r e p a r a r m e j o r el t e r r e n o p a r a l a d e f i n i c i ó n d e l " e s p í r i t u n a c i o n a l " que p r o c l a m a , y a en n u e s t r o t i e m p o , el fasc i s m o e s p a ñ o l , que i m p o n e p o r l a fuerza d u r a n t e casi m e d i o siglo 2 7 E M I L I A DE Z U L E T A , op. cit., pp. 16-17. NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 821 l a d i c t a d u r a f r a n q u i s t a , y que — s i n d i c t a d u r a — sigue a ú n en v i gor p o r l a i n e r c i a c a r a c t e r í s t i c a de las i d e o l o g í a s . A pesar de las diferencias q u e m e d i a n entre m a e s t r o y d i s c í p u l o , l a o b r a h i s t o r i o g r á f í c a de M e n é n d e z P i d a l n o e s t á t a n lejos c o m o p u d i e r a creerse de esta c o n c e p c i ó n de u n a misión histórica e s p a ñ o l a . E m i l i a de Z u l e t a los d i s t i n g u e p o r sus posiciones acerca de E s p a ñ a : " M a e s t r o y d i s c í p u l o — a f i r m a — d i f i e r e n , eso s í , e n u n a c o n c e p c i ó n i d e o l ó g i c a b á s i c a : en el caso d e l p r i m e r o , l a de u n a E s p a ñ a ú n i c a , f u n d a d a en u n a sola t r a d i c i ó n c a t ó l i c a ; e n el caso d e l segundo, l a de las dos E s p a ñ a s , escindidas y , a m e n u d o , a n t a g ó n i c a s " . Es evidente q u e , frente al genio u n i v e r s a l q u e se p r o p o n e c o m o m e t a y a desde su j u v e n t u d M e n é n d e z P e l a y o , y frente a su c l e r i c a l i s m o , M e n é n d e z P i d a l se p e r f i l a c o m o especialista ( h i s t o r i a d o r y filólogo) y c o m o liberal. U n a n á l i s i s atento de sus textos nos h a r á d e s c u b r i r sin e m b a r g o q u e , a pesar de ciertos c a m b i o s l é x i c o s ( p o r e j e m p l o , " c u l t u r a de o c c i d e n t e " s u s t i t u y e a " c r i s t i a n i s m o " ) , sus a r g u m e n t o s p r e s u p o n e n c o m o aceptados los m i s m o s postulados nacionalistas que e n c o n t r a m o s en el maest r o , si b i e n a h o r a r e d u c i d o s —centrados e x c l u s i v a m e n t e en Cast i l l a . Es sobre t o d o en Los españoles en la historia y en la literatura (1951) d o n d e m á s c l a r a m e n t e reduce M e n é n d e z P i d a l l o e s p a ñ o l a l o castellano. Estamos de n u e v o ante u n a E s p a ñ a surgida en l u c h a c o n t r a el i n f i e l y c o n s o l i d a d a en el c u m p l i m i e n t o de u n a m i s i ó n c i v i l i z a d o r a . L o que pasa es q u e esta l u c h a c o i n c i d e precisamente c o n l a e x p a n s i ó n de C a s t i l l a (aquella C a s t i l l a " d e l d e s d é n y de l a fuerz a " q u e — s e g ú n los conocidos versos de A n t o n i o M a c h a d o e n Campos de Castilla— " e n v u e l t a en sus andrajos/desprecia c u a n t o i g n o r a " ) . Su m i s i ó n c i v i l i z a d o r a se realiza precisamente e n l a c o n q u i s t a de A m é r i c a . A n a l i c e m o s , c o m o e j e m p l o q u e i l u s t r a esta a c t i t u d frente a l a c o n q u i s t a de A m é r i c a , unas frases de M e n é n d e z P i d a l sobre el ( a n d a l u z ) P. L a s Casas, sacadas de su l i b r o " d e m á x i m a m a d u r e z " ( L a í n E n t r a l g o ) El P. Las Casas y Vitoria . A l r e s u m i r en el p r i m e r o de sus ensayos, " V i t o r i a y L a s C a s a s " , l a a c t i t u d de a m bos t e ó l o g o s d o m i n i c o s frente a la conquista y c o l o n i z a c i ó n de A m é r i c a , dice M e n é n d e z P i d a l : 2 8 29 Hemos expuesto lo que acerca de la acción de E s p a ñ a en A m é r i c a pensaron dos insignes dominicos. De una parte el andaluz Las Casas, inteligencia limitada por u n c o r a z ó n ciegamente apasionado, 2 8 2 9 Ibid., p. 197. Cf. supra, n . 16. NRFH, ANTONIO GÓMEZ-MORÍAN A 822 XXXIX escritor incansable de miles y miles de pliegos, jactancioso, amigo de ruido, diligente en publicar su o p i n i ó n en diversas obras impresas en Sevilla [. . . ] Por otra parte el castellano viejo V i t o r i a , modesto, silencioso, de quien los c o e t á n e o s lamentaban que, a pesar de sus prodigiosas cualidades intelectuales, fuese m u y enemigo de escribir . 30 A n t e s h a i d o c o m p a r a n d o las dos actitudes frente a l o q u e , c o n V i t o r i a , l l a m a " t í t u l o s l e g í t i m o s de d o m i n i o " de E s p a ñ a e n A m é r i c a . A l e x p l i c a r el p r i m e r o de los ocho t í t u l o s q u e establece V i t o ria, afirma M e n é n d e z Pidal: El primer título legítimo por el que los b á r b a r o s pueden venir al dominio de los e s p a ñ o l e s , según V i t o r i a , es la universal sociedad humana y la natural c o m u n i c a c i ó n de los hombres. Todas las naciones tienen por inhumano el recibir mal a los h u é s p e d e s y peregrinos cuando no hay alguna causa en contrario. El derecho de gentes, derivado del derecho natural, establece el libre comercio y com u n i c a c i ó n de los pueblos, el IUS pereprmandi et dependí, a no medtar algún perjuicio especial que lo estorbe, y los e s p a ñ o l e ; tienen derecho a peregrinar en las Indias y permanecer a l l í ' . 3 Es a s í c o m o , s e g ú n a f i r m a poco antes, se pone de m a n i f i e s t o q u e " V i t o r i a n o piensa c o m o Las Casas, en abstracto; piensa e n l a r e a l i d a d h i s t ó r i c a , a s í que al t í t u l o de la e v a n g e l i z a c i ó n antepone el t í t u l o del c o m e r c i o , despreciado y relegado p o r L a s C a s a s " . P a r e c e r í a desenmascararse a q u í sin m á s el p r e t e x t o r e l i g i o s o q u e ( i d e o l ó g i c a m e n t e ) justifica la a c c i ó n e s p a ñ o l a en A m é r i c a . Refir i é n d o s e d e s p u é s a " O t r o s títulos no religiosos", M e n é n d e z P i d a l evoca, sin e m b a r g o , \& acción civilizadora de E s p a ñ a , c o n l o q u e v e m o s q u e se t r a t a m á s b i e n de e n c o n t r a r u n s u s t i t u t o ( i g u a l m e n te i d e o l ó g i c o ) a l a t a n m a n o s e a d a j u s t i f i c a c i ó n en n o m b r e de u n a misión religiosa: 3 2 Las Casas no veía aquellos caciques, o " r e y e s " , según él suele llamarlos, sino como soberanos de u n estado equiparable en todo al del Rev Católico; con absoluto simplismo igualaba las gentes indias a los pueblos civilizados, mientras V i t o r i a ! . . . | ' . 3 1 3 2 3 3 Ibid., Ibid., Ibid., Ibid., p. 36. p. 21. pp. 20-21. p. 27. NRFH, XXXIX CRÓNICAS DE INDIAS: E L DIARIO DE C O L Ó N 823 Pero es en el segundo de los ensayos r e u n i d o s en este l i b r o , " U n a n o r m a a n o r m a l del P a d r e L a s C a s a s " , d o n d e m e j o r se percibe la c o m u n i ó n i d e o l ó g i c a entre maestro y d i s c í p u l o , con todas las diferencias q u e p u e d a n , p o r o t r o l a d o , separarlos. E n u n esfuerzo p o l é m i c o s u p r e m o c o n t r a l a l l a m a d a " l e y e n d a n e g r a " , q u e e n t u r b i a el pasado e s p a ñ o l en A m é r i c a , descalifica s i m p l e m e n t e a su p r i m e r p r o m o t o r , L a s Casas, d e c l a r á n d o l o loco. H e a q u í l a a r g u m e n t a c i ó n de M e n é n d e z P i d a l : 3 4 Toda exageración es un desprecio a la verdad, y la exageración enormizante, habitual, irreprimible, es u n desprecio que reviste caracteres patológicos. Las Casas, a la vez que usa las hipérboles cuantitativas monstruosas, llega a una e x a g e r a c i ó n cualitativa extrema . 35 A u n q u e la c o n c l u s i ó n de este s i l o g i s m o n o quede e x p l í c i t a a q u í , r e s u l t a claro que se basa en ella el calificativo de " p e r t u r b a d o á n i m o " que d e s p u é s cuelga M e n é n d e z P i d a l a Las Casas, al t i e m p o q u e l e g i t i m a l a m i s i ó n r e l i g i o s a y c i v i l i z a d o r a de su a d v e r s a r i o . A c e r c a de " L a s Casas y H e r n a n d o de S o t o " a f i r m a M e n é n d e z P i d a l , en efecto, al final de este ensayo: El odio medieval entre dos religiones revive pujante en el perturbado á n i m o de Las Casas para recaer sobre Hernando de Soto, que muere encomendando a Dios su alma y su cargo de Adelantado en la Florida, recibido de Carlos V para propagar la fe y la cultura del Occidente en las salvajes tierras del Nuevo M u n d o . 3 6 E l s i n t a g m a " p r o p a g a r l a fe y l a c u l t u r a del O c c i d e n t e " , j u n to al t o n o r e l i g i o s o en q u e se f o r m u l a l a defensa de H e r n a n d o de Soto ( c o n t r a L a s Casas) y l a legitimación de su misión ( " c a r g o " ) en I n d i a s ( e n c u a n t o " r e c i b i d o de C a r l o s V " ) , c o n t r a d i c e n — a l menos, c o n t a m i n a n — la i n t e r p r e t a c i ó n secularizada de la presencia de E s p a ñ a en I n d i a s que p a r e c í a p r o p o n e r M e n é n d e z P i d a l en el p r i m e r t e x t o c i t a d o . P o r o t r a p a r t e , t a l s i n t a g m a c o n t e x t u a l i z a el a d j e t i v o " s a l v a j e s " c o n que califica a las " t i e r r a s del N u e v o M u n d o " (en r e a l i d a d , p o r m e t o n i m i a , a sus h a b i t a n t e s ) , al i g u a l q u e los sustantivos " b á r b a r o s " y " g e n t e s i n d i a s " q u e opone a " e s p a ñ o l e s " , c o m o t a m b i é n " c a c i q u e s " a " r e y e s " ( y , en espe3 4 3 3 3 6 Pp. 49-64. Ibid., p. 53. Ibid., p . 64. 824 ANTONIO GÓMEZ-MORIANA NRFH, XXXIX c i a l , al " R e y C a t ó l i c o " ) e " i n h u m a n o " a " d e r e c h o de g e n t e s " . T o d o u n sistema b i n a r i o de conceptos ( y de valores) c a r a c t e r i z a a s í las oposiciones q u e M e n é n d e z P i d a l establece e n t r e " e l a n d a l u z L a s C a s a s " y " e l castellano viejo V i t o r i a " , al i g u a l q u e e n t r e i n d i o s y e s p a ñ o l e s , lo que m u e s t r a u n a v i s i ó n d u a l i s t a , m a n i q u e a , t a n t o acerca de l a a c c i ó n de E s p a ñ a en A m é r i c a c o m o acerca d e sus actores, y t a m b i é n de sus c r í t i c o s o i n t é r p r e t e s . ANTONIO GÓMEZ-MORIANA U n i v e r s i t é de M o n t r é a l