Narrativa fotográfica e representação visual da revolução

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Maringá - 2004
ISBN 85-903587-1-2
Anais Eletrônicos do VI Encontro da ANPHLAC
Narrativa fotográfica e representação visual
da revolução mexicana
Carlos Alberto S. Barbosa1
A imagem possui um papel central na sociedade mexicana desde a sua conquista e
colonização até o período contemporâneo. Por seu turno a fotografia ocupa um lugar
fundamental na elaboração de um imaginário social após o processo revolucionário. O
objetivo dessa apresentação é analisar a construção de uma estrutura ou estratégia de
representação narrativa fotográfica da Revolução Mexicana, através do álbum Historia
Gráfica de la Revolución Mexicana editado por Gustavo Casasola com imagens do que se
convencionou chamar Arquivo Casasola.
Os álbuns foram feitos a partir do Arquivo de uma família que trabalhou como
fotojornalista durante quase todo o século XX. O iniciador do clã e fundador do Arquivo foi
Agustin Casasola (1874-1938). Depois dele várias gerações de seus descendentes tornaram-se
fotógrafos, mas coube a seu filho Gustavo Casasola Zapata a organização e a publicação dos
álbuns cuja primeira edição remonta a 1942 (apesar de existir uma primeira tentativa em
1921). A edição de 1973 composta por 10 volumes, que abarcam setenta anos da história do
México, compreende 3.711 páginas e 11.483 fotografias além de reproduções de moedas,
panfletos, telegramas, páginas de jornais, mapas e documentos diversos.
Nos álbuns investigados existe um padrão de representação em que se destacariam os
personagens, o espaço e a violência. No caso dos personagens, podemos dividi-los em:
principais – os líderes, que de muitas maneiras assumem um papel simbólico fundamental na
narrativa; os secundários – os oficiais e representantes dos estados maiores; e por fim, os
personagens coletivos – as tropas de infantaria, cavalaria e artilharia. O segundo grupo de
elementos denominamos de espaço: fotografias do local propriamente dito do conflito, ou
seja, o teatro da guerra, com seus acampamentos e equipamentos militares; dentro ainda
desse grupo, podemos inserir as imagens do cotidiano da guerra, cenas do descanso,
momentos de refeição e de diversão dos soldados. Por fim, o terceiro grupo de fotografias
poderia ser reunido em torno da idéia da representação da violência do conflito através das
cenas de destruição, devastação, mortos e feridos, e as cenas de ação.
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UNESP/Assis.
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Maringá - 2004
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A narrativa visual dos álbuns reserva um espaço considerável à figura dos heróis
fundadores, que denominei aqui como líderes revolucionários. Esses líderes confrontam-se
com representantes dos poderes constituídos, os líderes anti-revolucionários. No álbum
aparecem como principais líderes revolucionários: Francisco Madero, Venustiano Carranza,
Álvaro Obregón, Emiliano Zapata, Francisco Villa, além de outros de importância menor e
de definição mais complexa, como por exemplo, Pascual Orozco, Francisco Murguia, Eulalio
Gutiérrez e Roque Gonzalez Garza. Os principais líderes anti-revolucionários apresentados
foram Porfirio Díaz e Victoriano Huerta, e como secundários figuram Felix Díaz, Aureliano
Blaquet e Bernardo Reyes. O objetivo central dessa apresentação é a análise de três
personagens fundamentais desse evento: Francisco Madero, Venustiano Carranza e Álvaro
Obregón.
As fotografias do primeiro líder revolucionário político, Francisco Ignacio Madero,
aparecem nos dois primeiros volumes. No primeiro, contabilizamos 52 fotografias de um
total de 79, nas quais os líderes revolucionários surgem como assunto central e secundário.
No segundo volume, Madero aparece em 43 de um total de 89 fotografias. Seu grande pólo
de antagonismo será Porfírio Díaz, que aparece no primeiro volume com 86 fotografias e
apenas uma no terceiro.
O primeiro volume foi dominado pela dualidade Francisco Madero e Porfirio Díaz. Ele
inicia com uma biografia de Porfirio Díaz e praticamente termina com um capítulo sobre a
sua renúncia. Mas a concentração maior das fotografias de Díaz encontra-se na primeira parte
do álbum, enquanto a de Madero, na segunda, o que, do ponto de vista cronológico,
representa a passagem do governo Díaz para o governo de Madero, após a vitória da
Revolução.
Como Madero é apresentado nos álbuns de Casasola? As palavras de Gustavo Casasola
sobre Madero na sinopse que abre o primeiro volume é significativa: "Así las cosas, surgió la
personalidad del señor Francisco I. Madero, rico hacendado de San Pedro, Coah., de firmes
convicciones democráticas y de un valor civil a toda prueba, quien desde años anteriores
había participado en la lucha política en su Estado natal, proclamando sus ideas democráticas
en un libro que causó sensación: La Sucesión Presidencial."2 Madero assume a posição de
"apostolo da democracia", como aparece em uma legenda no primeiro capítulo em que foi
introduzida a sua figura e em sua primeira fotografia no álbum. Esse capítulo é importante, na
medida em que, lança as bases para compreender Madero como defensor dos ideais da
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CASASOLA, Gustavo. Historia Gráfica de la Revolución Mexicana, Mexico: Editorial Trillas, 1973, vol. I, p.
XII.
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democracia "dando a conocer al pueblo las palabras hasta entonces desconocidas de: No
reelección! Sufragio libre! Democracia!"3
No primeiro volume treze capítulos foram dedicados a Francisco Madero e a sua
campanha, primeiro para se eleger presidente e depois para derrubar a ditadura de Díaz. O
momento de inflexão na trajetória de Madero vai ser a sua prisão, registrada no capítulo
"Aprehensión de Madero"; a partir desse momento ele se torna um revolucionário. Nesse
sentido, o capítulo "Madero atraviesa la frontera. Derrota de Casas Grandes, Chih."4, é
fundamental na montagem da sua imagem de guerreiro: primeiro aparece cavalgando,
dirigindo-se para as frentes de combate, em outra imagem, ferido e posteriormente montado a
cavalo.
A imagem de Francisco Madero como um líder militar representante de setores
populares vai sendo construída e consolidada nos álbuns a partir de sua vitória militar no
norte do México, dos tratados de paz e da posterior renúncia de Díaz. Mas é importante
esclarecer que as vitórias no norte foram conquistadas por Pascual Orozco e Francisco Villa e
não por Madero. Além disso, as tropas que aparecem nas fotografias não demostram em
nenhum momento, pelas roupas e fisionomia das pessoas, serem compostas por pessoas de
uma camada social mais desfavorecida. Na verdade, o álbum apresenta Madero como o
guerreiro da democracia, articulando as duas imagens dos que apoiavam o líder – setores das
elites e setores populares.
Se no primeiro volume a contraposição de Madero se dá em relação ao governo
estabelecido de Porfirio Díaz, no segundo se dá contra Victoriano Huerta. Podemos falar em
dois momentos da trajetória deste no segundo volume: um primeiro, que abarcou a eleição
presidencial, e um segundo momento referente ao seu período de governo. Há destaques para
o enfrentamento da sublevação liderada por Felix Díaz, Bernardo Reyes e Victoriano Huerta,
chamada de Decena Trágica.
A Decena Tragica5, iniciada com a rebelião dos generais Félix Díaz, Bernardo Reyes,
Gregorio Ruiz e Manuel Mondragón, iniciada na madrugada do dia 9 de fevereiro,
representou uma tentativa de golpe que foi contida pelo Ministro de Guerra e Marinha,
General Ángel Garcia Peña. Madero tomou conhecimento dos acontecimentos e saiu do
Castelo de Chapultepec, a cavalo, escoltado por alunos do Colégio Militar em direção ao
Palácio Nacional para comandar pessoalmente a luta, mesmo tendo sido alertado do risco que
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Idem, ibidem, vol. I, p. XII.
Idem, ibidem, vol. I, p. 246-251.
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corria. A fotografia clássica desses acontecimentos se tornará a imagem que aparece na
página 520 do álbum com a legenda "El presidente de la República, señor Francisco I.
Madero, llegando al Palacio Nacional la mañana de 9 de febrero de 1913". Posteriormente, a
partir dessa fotografia e de outra imagem do fotógrafo Osuna, seria realizado um mural, de
Juan O'Gorman, denominado "Dia da Lealdade Nacional".6
A imagem de herói e mártir que se sacrificou pela democracia foi reforçado pela
literatura por Martín Luiz Guzmán e John Rutherfort quando foi considerado o primeiro
símbolo social da Revolução Mexicana. Num primeiro momento de sua carreira política,
ainda durante o governo de Porfirio Díaz, procurou-se criar uma imagem negativa de Madero
através da imprensa oficial. Essa tentativa se baseou em algumas de suas características
pessoais: era espírita, vegetariano, advinha de uma família rica que produzia licores baratos
para a população pobre mexicana, ou seja, era alguém que vivia à custa dos vícios alheios,
covarde, por sua ausência nos campos de batalha, daí a pecha de "caudilho invisível". Essa
visão negativa, ou a "contralegenda" de Madero será contrabalançada por uma imagem
construída durante e após a luta armada, através da literatura. O autor, Guzmán, detecta três
traços de interpretação da lenda sobre o líder da revolução: patriotismo, religiosidade, utopia.
A partir dessas primeiras constatações podemos afirmar que os álbuns dos Casasola
foram fundamentais para o estabelecimento de uma imagem de Madero, pois ele era
apresentado pela imprensa porfirista como um "revolucionário invisível". Assim, sua
ausência do campo de batalha foi desmentida nos álbuns através de um número considerável
de fotografias. Se compararmos as imagens de Madero com as de Villa e Zapata, podemos
concluir que, para os Casasola, um dos grandes líderes da Revolução foi Madero. Isto
significa que interpretaram a Revolução pelo ponto de vista liberal – a substituição de
homens no poder e a volta do Estado de direito era o objetivo único da Revolução na visão
desses fotógrafos. Cabe lembrar que estamos nos referindo a uma publicação que teve sua
primeira edição em 1921, ou seja, num momento em que a luta armada já tinha terminado e
os exércitos camponeses tinham sido vencidos e seus líderes assassinados.
Porfirio Díaz e Madero polarizaram o antagonismo no primeiro volume. No segundo
volume, a polarização se deu entre Madero e Huerta, as personalidades mais fotografadas e
que dominaram a representação visual nesse tomo. Venustiano Carranza dominou o
terceiro e quarto volumes. Carranza foi fotografado no primeiro volume apenas 2 vezes, já no
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CASASOLA, Gustavo. Historia Gráfica de la Revolución Mexicana, Mexico: Editorial Trillas, 1973, vol II,
Uma seqüência de capítulos das página 515 a 539.
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segundo 21, no terceiro, 78 vezes e no quarto 148, perfazendo um total de 249 fotografias.
Ele foi a personalidade mais fotografada nos volumes que cobrem o período mais intenso da
revolução, ou seja, o segundo, o terceiro e o quarto volumes. Isso corrobora a visão liberal
dos fotógrafos, pois foi com a vitória dos exércitos constitucionalistas que Carranza assumiu
o poder e fez promulgar a Constituição de 1917, considerada por alguns autores, como Silva
Herzog, o mais conhecido historiador da Revolução Mexicana, como o ponto final do
processo revolucionário. Neste sentido, a Revolução é entendida como uma luta para a
retomada do regime liberal no país, desrespeitado por Porfírio Díaz.
Podemos afirmar que Venustiano Carranza (assim como F. Madero) foi mais um líder
político do que militar, ou até mesmo ter sido um pseudo-líder militar. Acompanhar a
trajetória de Carranza através dos álbuns permite entender não só a visão que os fotógrafos
tinham do acontecimento, o que influi na construção dessa memória, mas também para
entender como essas fotos sugeriram interpretações posteriores desses momentos. Esta
constatação também é válida no que se refere à construção dos demais líderes da revolução,
como veremos a seguir.
A imagem de Álvaro Obregón aparece nos álbuns como líder militar e político. Se no
primeiro volume não há nenhum registro fotográfico dele, já no segundo, aparecem quatro
fotos, no terceiro, trinta e duas, e setenta e nove no quarto, compondo um total de cento e
quinze fotografias. Ele se torna um personagem muito importante no terceiro, mas passa a ser
um elemento central, polarizando as representações, no quarto e quinto volumes. Nos quatro
primeiros volumes aparece como líder militar especificamente, mas as suas fotografias, a
partir do quinto volume, mostram-no como um líder político.
Álvaro Obregón possuía um fotógrafo/cineasta próprio, encarregado de documentar os
atos do Exército do Noroeste; chamava-se Jesus Hermenegildo Abitia e o acompanhava em
todas as batalhas. Era originário do estado de Jalisco, seguiu o líder sonorense e o
acompanhou durante vários anos. Para Obregón a fotografia tornou-se um elemento
fundamental na elaboração e projeção da imagem de um general revolucionário. Desde cedo
percebeu a importância da fotografia como uma forma de propaganda política. Em algumas
fotografias encontradas nos álbuns dos Casasola foi possível estabelecer a autoria de Abitia.
Vemos também como a imagem e as suas legendas são feitas em torno da sustentação
de uma produção de sentido dentro da lógica narrativa visual dos álbuns..
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Nesse dia também é comemorado o dia do exército, mas devido a esses acontecimentos é mais conhecido como
dia da Lealdade Nacional.
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Percebe-se que existe uma estrutura narrativa que segue uma seqüência: apresentação
dos personagens principais, Álvaro Obregón; secundários – seus generais e subordinados
imediatos; personagens coletivos – as tropas revolucionárias e do exército federal; o espaço e
equipamentos – os equipamentos de combate, cavalos, trens, armas, artilharia, aviões, navios,
e a ação em si – o exército federal entrincheirado e posicionado com a sua artilharia e os
revolucionários atuando a partir de uma ruína de uma casa e também entrincheirados. A
última fotografia de um revolucionário fuzilado e enforcado pelos federais demonstra a
violência da revolução.
O capítulo "La Batalla de Celaya"7 retrata uma das mais importantes batalhas da
Revolução, pois marcou a primeira grande derrota da Divisão do Norte, comandada por Villa,
e um primeiro passo para tornar Obregón como um dos principais líderes militares do
Constitucionalismo. Essa representação da escalada de Obregón ao poder se completará no
capítulo seguinte. Ele foi aberto com um retrato duplo de Obregón com uniforme militar
completo e de tom claro, ao lado de Benjamín Hill com trajes civis e sombrero de charro.
Esse retrato de corpo inteiro, em estúdio, de dois generais do Exército Constitucionalista é de
grande importância. A fotografia se apresenta em formato retangular, com grandes
dimensões, que abarcam três quartos da página, e mostrando os personagens principais, os
líderes com a indumentária própria, e em seguida a infantaria e artilharia constitucionalista e
a bateria villista em conjunto com uma série de personagens secundários.
Os dois capítulos seguintes referentes a Obregón representam momentos chaves na
produção da sua imagem como um dos principais líderes da revolução naquele momento.
Essa produção vai se dar em torno do seu sacrifício e coragem pessoal ocorridos durante a
Batalha de León, batalha esta que se seguiu a de Celaya e praticamente definiu a vitória final
das tropas de Obregón. Essas fotografias aparecem no capítulo referente aos combates de
Leon: "Los combates de Leon"8. Ela ocorreu próximo à cidade de León nos meses de maio e
junho de 1915, quando Villa conseguiu reorganizar suas tropas, após a derrota na batalha de
Celaya, e atacou novamente Obregón. Os villistas mais uma vez quase chegam à vitória, mas
ficam sem munição e conseqüentemente foram derrotados. Álvaro Obregón foi ferido no
braço direito e substituído por Benjamim Hill.
Constata-se que Obregón permitiu a seu fotógrafo acompanhar e registrar os
procedimentos cirúrgicos de amputação dentro do sala de cirurgia. Segundo o álbum, ele
7
CASASOLA, Gustavo. Historia Gráfica de la Revolución Mexicana, Mexico: Editorial Trillas, 1973, vol. III,
p. 1014-1017.
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Idem, ibidem, vol. III, p. 1024-1027.
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ainda convalescente participou das batalhas e tomou duas localidades, Encarnación e
Aguascalientes, além de realizar viagens de inspeção. Ele tinha plena consciência de que
essas fotos seriam úteis para a criação de uma imagem de valentia e coragem.
Vejamos o que o próprio Obregón, em suas memórias, relatou desse momento
dramático:
"Faltabon unos veinticinco metros para llegar a las trincheras, cuando [...] sentimos
entre nosotros la súbita explosión de una granada [...] Antes de darme exacta cuenta
de lo ocurrido, me incorporé, y entonces pude ver que me faltaba el brazo derecho, y
sentía dolores agudíssimos [...] Sólo conseguiría una agonía prolongada y angustiosa
[...] Impulsado por tales consideraciones, tomé com la mano que me quedaba la
pequeña pistola Savage que llevaba al cinto y la disparé sobre mi cien izquierda,
pretendiendo consumar la obra que la metralla no había terminado [...] Mi propósito
se frustó, debido a que el arma no tenía tiro en la recámara [...]. Creí que mi vida no
podía prolongarse por muchas horas, por lo que llamé al general Murguía y le dije
‘Diga usted al primer jefe, que he caído cumpliendo com mi deber, y que muero
bendiciendo la revolución’."9
Suas palavras reforçam a imagem de valentia. As fotografias "atestam" seu sacrifício, a
sua mão e parte do braço direito tornaram-se símbolos desse ato heróico. Essa relíquia
guardada pelo médico passou a constituir-se como peça do imaginário da Revolução. Essa
relíquia foi doada ao governo em 1935 quando foi erigido um monumento em sua
homenagem no local onde foi assassinado, em um restaurante na localidade de San Ángel, na
Cidade do México, quando comemorava a sua reeleição, em 1928. Mais impressionante era
que para ver a sua mão era necessário se abaixar numa espécie de reverência ao caudilho da
Revolução, esse ato lembrava o mesmo que acontecia no monumento construído para
Napoleão em Paris, "Les Invalides". Essa relíquia histórica permaneceu em exposição até
1989 quando foi incinerada sua mão, segundo a versão oficial, porque estava em um estado
lastimável de conservação.
Nas fotografias seguintes, ele praticamente não foi mais representado como líder militar
mas como líder político.
Algumas personalidades, que podem ser definidas como líderes intermediários, foram
fotografados e inseridos nos álbuns, como foi o caso de Pascual Orozco, Plutarco Elias
Calles, Felipe Angeles, Adolfo de la Huerta, Roque Gonzales Garza e Eulalio Gutiérrez. Mas
esses personagens embora tenham tido importância, não alcançaram o mesmo destaque dos
três anteriormente: Madero, Carranza e Obregón. Calles ganhará visibilidade posteriormente,
quando se torna Presidente do México e organiza o Partido Nacional Revolucionário.
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OBREGÓN, Álvaro. Ocho mil kilómetros en campaña. México: Fondo de Cultura Económica, 1966.
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