: TEATRO OFICINA UZYNA UZONA DEDICATÓRIA A criação deste trabalho é dedicada a todo poder de Desmassacre da Arte do Teatro e à atuação do Poder Transhumano da Multidão, seu público, para não somente conter a ameaça do Teatro Oficina ser Massacrado por um Shopping Center mas principalmente para Criar em seu entorno tombado o Teatro de Estádio, a Oficina de Florestas, a Multiversidade de Cultura Popular Brazyleira Antropofágica e a Praça da Cultura transfiguradora do Minhocão. O Grupo Silvio Santos anuncia para o segundo semestre o início das obras do Shopping. Toda esta ameaça de 25 anos inspirou o trabalho das 5 peças de “Os Sertões” no sentido de impedir este Massacre Anunciado. “A Luta II – O Desmassacre” entra em cartaz com este impasse Hamletiano para nós todos mortais de 2006: - na terra arrasada em torno do Oficina se constrói: + um Shopping ou um poderoroso Lugar Público de Cultura, Educação, Saúde, Área Verde, Inclusão Social, Cultural e Cinernética Um trio de brasileiros pode atuar com eficácia nesta necessária “perestroika” no capitalismo financeiro como apoio da Multidão, por isso “A Luta II – O Desmassacre” é dedicada ao Senador Eduardo Suplicy ao Ministro da Cultura Gilberto Gil e ao Artista Animador de TV Silvio Santos Tupy or not tupy. That is the question. 3 Gabriel Fernandes Jhonatha Ferreira e Thiago Martinho 4 Naomy Schölling, Mariana de Moraes e Karina Buhr Ricardo Bittencourt e Fransérgio Araújo 5 ROTEIRO 10 ATO Prólogo Na Rua Jaceguay, no papel de rua Ouvidor, convocação da população à Guerra contra o Crime Organizado da Monarquia em Canudos e as pretensões expansionistas do Teatro Oficina no quarteirão do Shopping Silvio Santos. 1º MOVIMENTO: 1ª COLUNA 1 . o General Gaúcho Arthur Oscar assume a direção da Luta 2 . apresentação das divisões de todo o Brasil e canto do Hino Nacional 3 . a 4ª expedição reencontra a caminho de Canudos com a Mãe Gentil Bahia. 4 . republicanáticos atacam monumentos históricos do Império em Salvador 5 . formação da primeira coluna para partida a Monte Santo 6 . transmissão televisiva de Aracaju 7 . parada por desorganização em Monte Santo 8 . discussões de linhas novas de atuação pelo Cabo Stanislavski. 9 . noite de Santo Antônio 10 . reunião em que Pires Ferreira faz a operação de extração do Braço 11 . entra o canhão Withworth. General Arthur Oscar entusiasmado decide a partida de Monte Santo 12 . foto de partida 13 . a 32 puxada a Carro de Bois parte para a Caatinga 14 . cai a 32 como um trambolho num buraco 15 . os Bois querem fazer greve 16 . o Público os substitui até cair uma chuva que interrompe sua marcha. 17 . o 5º Batalhão de Polícia Baiana sonha que os dolmãs europeus sejam substituídos pelo traje de coro do inimigo jagunço 18 . Alferes Wanderley mede as distâncias irregulares da marcha para Canudos 19 . anjo Negro ataca em cima do telhado 20 . 24 e 25 de junho, noite de São João, ano novo no trópico 21 . Entram em combate os espinhos das Cunanãs e as baionetas prateadas. 22 . travessia triunfal da 32 Rainha do Mundo para Canudos 23 . a Luz das Cunanãs renasce em forma de Cinematógrafo. Euclides vai ao cinema para saber das novidades da Guerra ao mesmo tempo que sua esposa Ana da Cunha encontra-se com Dilermando de Assis na piscina de um motel, de um bairro atacado pela guerra Polícia Bandido 24 . tenente Siqueira encontra-se com Euclides e reclama ter sido plagiado. 25 . parada. Primeiro prisioneiro. O filho de General Pajeú 26 . general Pajeú provoca a tropa a segui-lo 27 . bocas de Fogo explodem dos jagunços entrincheirados na emboscada construída por Pajeú 6 28 . general envia emissários para confirmar o encontro em Canudos para o ataque dia 27 29 . a Withworth se atrasa, quando chega é recebida por uma chuva de balas sertanejas 30 . o exército sofre baixas de Oficiais em Dominó 31 . general Arthur Oscar constata cercada sua tropa e manda emissários pedindo socorrro à Coluna Savaget 32. enquanto espera costura a bandeira brasileira estraçoada de balas 2º MOVIMENTO – 2ª COLUNA 1 . grande flashback. A Coluna Savaget 2 meses antes sai de Aracajú com uma Quadrilha dos 3 santos de Junho: Antônio, João e Pedro 2 . chega a Jeremoabo onde treina com os Bastões 3 . chega a Cocorobó. 4 - O General Médici, do Golpe de 1964, inunda Cocorobó 4 . Cocorobó acorrentado pede que as Serras e os Montes esvaziem a represa 5 . Cocorobó liberta-se das correntes, caem os diques e surgem as Maquetes eletrônicas da Arquitetura do Teatro de Estádio e da Multiversidade de Cultura Brazyleira Antropofágica 6 . anunciação do Maracatu Rural da Batalha de Cocorobó 7 . um Cineasta do Árido Movie filma a paisagem e passa do lado do exército para o lado de Canudos 8 . a Segunda Coluna atira nas montanhas de pedras em Protagonistas Inimigos Invisíveis 9 . resolvem comandados pelo Lanceiro Gaúcho Carlos Telles galgar as altas encostas e atacar os imimigos invisíveis nas trincheiras 10 . os jagunços fogem numa fuga de Baque 11 . a Segunda coluna atravessa o Canion 12 . general Savaget entretanto é atingido 13 . vem a Noite e traz os sons do Ataque ao Morro da Favela 14 . alvorada. Chega Alferes Wanderley com bilhete de Arthur Oscar mantendo o encontro dia 27 em Canudos 15 . logo a seguir chegam outros dois mensageiros pedindo que a Segunda Coluna vá socorrer a Primeira cercada pelos Jagunços 16 . Savaget deixa a Vitória sobre Canudos nas portas da Cidadela e segue ao Morro da Favela para livrar a Segunda Coluna assediada >> 7 3º MOVIMENTO – AS 2 COLUNAS JUNTAS 1 . as duas colunas se encontram no Alto da Favela 2 . dia de São Pedro. A Zabaneira pare muitos filhos chamados Cerco 3 . Maxotauro de seis mil estômagos famintos tenta comer carne humana 4 . um time de 11 Crianças de Canudos penetra no acampamento quando todos dormem chapados no sol do meio dia para escangalhar a matadeira 5 . Canudos vê Canudos como uma Nova Palestina, antiga Iduméia 6 . os Cercados desesperam-se, recordando-se das cidades cercadas e partem desesperados para a Retirada 7 . general Arthur contém os rebelados e decidem todos esperar um Comboio 8 . chega o menino emissário do Coronel Godot com a notícia da chegada do comboio 9 . choque Galvânico na expedição 4º MOVIMENTO – O ASSALTO DE 14 DE JULHO 1 . o assalto 2 . luta pela conquista das trincheiras 3 . o Atirador Fantástico único fere e derruba um a um da brigada Carlos Telles 4 . Serra Martins, da Segunda Coluna consegue penetrar num Bairro de Canudos atravessando o Vaza Barris 5 . as tropas avançam 6 . é ordenada pelo General Menelau a construção da Linha Negra no Cemitério recém tomado pelo exército 7 . Alferes Wanderley e seu cavalo são feridos 8 . alerta de Siqueira e de Joaquim Manoel de Medeiros. Os Canudenses, não mais em emboscadas, vão reagir palmo a palmo defendendo seu próprio lar 9 . Arthur Oscar envia Joaquim Manoel de Medeiros para pedir reforços em Queimadas. Uma Divisão Salvadora 5º MOVIMENTO – GOLFADA DE SANGUE 1 . no alto da montanha da Igreja Nova Pajeú General das Bandas assume o Comando da Luta dos Jagunços 2 . no acampamento Jesuíno sente o cheiro de Pajeú e prepara-se para sua Vingança 3 . Pajeú dá ultimato para a tropa para entregar seu filho e Armas 4 . as Crianças atacam o acampamento em Arrastão 5 . Pajeú penetra o acampamento diante do Filho ameaçado com um revólver na cabeça pelo General Menelau. Jesuíno escondido tem o Minotauro de Canudos na 8 mira. Atira e acerta 6 . Jesuíno declara seu amor por seu verdadeiro General Pajeú e é fuzilado pelo exército. 7 . o Deus Morreu. Enterro de Pajeú 8 . triunfo na Mídia com coral sinfônico pela morte do “Bin Laden da Monarquia” 9 . coronel Medeiros decide que os feridos devem abandonar o acampamento 10 . golfadas de sangue do vulcão do hospital de sangue 11 . os Feridos pelos caminhos coadjuvam os belíssimos dias da Seca retornando pelos caminhos que passarm antes cheios de entusiasmo guerreiro 12 . retornam ao Angico onde foram expostos os cadáveres dos soldados de Moreira. 13 . cantam o Jardim Brutalidade da Terra Martirizada 14 . chegam num Oasis, “O Rancho Fundo” 15 . retorna o gado fugido com a Guerra acreditando ter de volta seus vaqueiros dos tempos de paz e são massacrados pelos soldados famintos 16 . a Zabaneira é ferida defendendo sua família de criação: as vacas, os touros, os bezerros 17 . Alferes, Zabaneira e o Cavalo abandonam os Feridos mas depois resolve mandar neste rebanho e encaminhá-los para o Rito do Vale da Morte 18 . surgem três deuses Bundos, os Feridos agonizam e morrem sem que seus corpos se desfaçam pela secura dos ares e vivem a morte latente até que os ventos os devolve ao Turbilhão da vida >> 9 ROTEIRO 20 ATO 6º MOVIMENTO – EUCLIDES EM CANUDOS 1 . o Presidente Prudente de Moraes prepara-se em seu camarim para nomear o titular da Divisão Salvadora 2 . oficialmente Prudente nomeia seu Secretário dos Negócios de Guerra, o Tecnocrata Marechal Bittencourt 3 . o Marechal recebe de sua Secretária Ordenança a anunciação da entrevista do jornalista Euclides da Cunha 4 . Euclides é nomeado como adido militar de imprensa representando o jornal “O Estado de São Paulo 5 . o Marechal faz seu Retrato para o Público do Teatro 6 . é interrompido pela visita da Novíssima República 7 . Euclides no Navio Espírito Santo 8 . canto de Recepção dos Orixás em Salvador no Porto 9 . recepção ruidosa 10 . encontro com um ferido que é encaminhado burocraticamente para o Hospital do Exército 11 . o Trenzinho Caipira da Estação da Calçada à Queimadas conduz a Divisão salvadora. O Marechal se instala em Monte Santo e se dedicará simplesmente ao trabalho de logistica 12 . explodem os Palimpsestos Ultrajantes. Os soldados desesperados vão gravando a carvão e à Baioneta nas paredes pelos caminhos seus protesto de grafia de Banheiro que se tornam os do público presente no Teatro 13 . tanquinho. Pequeno Oásis com um pouco de água onde os feridos vão buscar conforto 14 . 3 Catimbozeiras profetizam Desgraça ao Cabeção Marechal Bittencourt 15 . Euclides em Delírio vê a Mulher de Branco 16 . explode o Coquetel de Inauguração das Cabanas Brancas, ruas limpas criadas pelo Marechal para seu QG. São apresentados os jornalistas da Guerra 17 . marechal Bittencourt apresenta seu plano. 1 burro vale mais que 10.000 heróis 18 . Shóte - Reggae da engrenagem orgânica dos comboios dos burros, na roda da fortuna cirandando a guerra g(r)an(h)a 7º MOVIMENTO - 24 DE AGOSTO A 7 DE SETEMBRO 1 . 24 de agosto. Os Conselheiristas aprontam um ataque com o Vinho das Vinhas da Ira do São Francisco coroando o bode João Abade 2 . o General Melenau Barbosa envia a Matadeira para acabar com este ataque de Atabaques 3 . o Sino é atingido pela Matadeira 10 4 . os Jagunços atacam a Matadeira rompendo a Linha Negra 5 . Matadeira encanta-se com o brindar dos sinos dos copos. Quer suicidar-se com o Sino. Seu precursor de metal 6 . brindes da Agonia do Sino e da 32 7 . os soldados são convocados à metralhadoras a retornar à Linha Negra. 8 . a Matadeira encrenca-se de vez 9 . os Artilheiros vingam a Morte da 32 atacando as torres gêmeas da Igreja Nova com as Krupps 10 . os Vidros do Janelão do Oficina, voltados para o futuro Teatro de Estádio, abrem-se 11 . a trincheira jagunça, no morro fazenda velha onde morreu Moreira Cesar é tomada por uma tropa de elite. João Abade é depedaçado 8º MOVIMENTO – CHEGADA DA DIVISÃO SALVADORA 1 . Divisão Salvadora Paulista aproxima-se fissurada para fazer Guerra. Euclides vê pela primeira vez o Arraial e confunde o acapamento com um reduto de sertanejos pois os soldados ajagunçaram-se 2 . encontro das Catimbozeiras com os Paulistas 3 . os irmãos Arthur Oscar e Carlos Eugênio se encontram 4 . rotina. Primeiros contatos. Diálogo entre o jagunço Science, as Mandrágoras do arraial e um Gaúcho do acampamento 9º MOVIMENTO – TRIBUNAL INTERNACIONAL PARA OS CRIMES DAS NACIONALIDADES EUCLIDES DACUNHA 1 . prisioneiros criancinhas são chamadas desfilando na passarela imunda fashion 2 . Brazyleirinho é ouvido e revela sua facilidade no manejo das armas mais modernas 3 . Um lutador de primeira linha é degolado num buraco na Barriga da Caatinga. 4 . O Guerrilheiro Orangotango transmuta-se em titã 5 . Entra no meio do Julgamento um Circo de Canudos com a Velhinha Bailarina, suas mocinhas, um Palhaço e um Cego 6 . Hécuba Euá, a rainha da Tróia de Taipa, enfrenta seu interrogador e é degolada 7 . Euclides protesta violentamente contra a Carniceria e a lógica da Vingança 8 . O Fantasma de um Militar Morto enquanto salvava uma criança do fogo ataca a posição “complacente” de Euclides 9 . Euclides chama os atores para seu Grito de Protesto >> 11 8 . euclides vê nos subterrâneos uma Bigorna, feita com o aço de um canhão de Essem na Alemanha. 12º MOVIMENTO – UM BRASIL OLHA O OUTRO Luciana Domschke Wilson Feitosa Jr. 10º MOVIMENTO – EMBAIXADA AO CÉU 1 . já há 3 camarotes do anfiteatro dos generais do cerco, que oferecem uma saída ao Norte para os jagunços antes do Cerco Final 2 . conselheiro pede a Vila Nova que parta de Canudos 3 . o último Cariri, Norberto, é escolhido o novo chefe 4 . conselheiro fala diante das Portas Abertas do Beco do Oficina para a Liberdade 5 . diante do Cerco Antonio Conselheiro começa a ação do que chamam morrer 6 . contempla os Generais nos Camarotes envolvidos no espetáculo, mas perde as forças, tomado por uma caminheira. Sem forças pede a Glauber que venha dirigir a cena final 7 . Glauber vem e dirige o cenário de tragédia 8 . os sertanejos contra atacam 9 . Antonio Conselheiro encaminha-se para a Sepultura, Ninho, Trincheira, Nave Viajeira 10 . seu enterro é feito com o Canto da Nave viajeira no Eterno Retorno 11 . o cerco é fechado e a Inssureição é considerada Morta 11º MOVIMENTO – ÚLTIMOS DIAS 1 . cerco das águas: Titãs contra moribundos 2 . Terra chora e oferece suas lágrimas aos lutadores. Norberto as colhe num balde e leva aos sitiados 3 . Euclides desce a pista e pede perdão aos Jagunços 4 . no camarote General Arthur Oscar comanda o assalto final 5 . Olímpio da Silveira declara 48 minutos de fogo, seguido de assalto das baionetas caladas 6 . do centro dos subterrâneos nasce uma rosácea de entulhos que espalha ex-votos de cadáveres 12 1 . vem uma Bandeira Branca trazida por Beatinho que aplica o golpe de livrar as mulheres grávidas para continuarem sua vida e sua luta fora de Canudos em outros Sertões 2 . no meio da caatinga Beatinho e Barnabé comemoram o acerto do Golpe 3 . Beatinho vem com as Mulheres exercitando-se no Bastão passado por Conselheiro 4 . general Barbosa julga ser uma cilada 5 . discretamente determina que um soldado leve-o até o Buraco das degolas para as mãos de Coração de Mãe 6 . Beatinho Reza seu Martírio diante da Cova e é degolado 7 . bicho Diabo reconhece sua mãe Helena entre as Mulheres 8 . Euclides vê um Brasil olhando o outro 9 . Flávio de Barros faz sua famosa foto das Mulheres 10 . as Mulheres partem 11 . como a bandeira brasileira no centro o losango se abre. Ali estão os últimos quatro lutadores com as mãos nos gatilhos como seu último gesto de vida 12 . Euclides de São José do Rio Pardo descreve os últimos momentos do ponto de vista da Vertigem 13º MOVIMENTO – CABEZAS 1 . chega Athur Oscar com Pires Ferreira numa Cadeira de Rodas. O filho de Jesuino fareja o lugar do corpo enterrado de Conselheiro, encontra-o. Arthur Oscar pede que se lavre uma Ata 2 . porto do Rio de Janeiro. Marechal Bittencourt entrega a cabeça de Conselheiro para Prudente de Morais que neste momento é atacado por um Terrorista. Marechal Bittencourt vai defender o Presidente mas é decapitado 3 . Prudente fica com as duas cabeças nas mãos 14º MOVIMENTO – SER-ESTANDO As cortinas do cerco descem e o Teatro se abre para sua expansão fora do Cerco das cortinas vermelhas de Teatro Italiano dos Shoppings, da Sociedade de Espetáculos. Caminha Serestando para seu desmassacre 13 C O N C L U S O E S F I NA I S D E U M I N I C I O Aprendi mais que em toda minha vida nesses quase 6 anos em que decidimos montar os “Os Sertões” no Teatro Oficina, como transporte, metáfora e uma grande aposta no poder da Arte do Teatro como libertação deste Cerco de 25 anos que anunciava um possível Massacre do Teatro Oficina pelo Shopping do Grupo Silvio Santos. E acabou sendo mais que isso porque, antes de tudo, o livro de Euclides é um Imenso Poema clamando por ser cantado e dançado e em si foi construindo seu território físico anímico. Esses 6 anos com a obra de Euclides, onde a história dos Sertanejos Conselheiristas é trabalhada, dischavada, devorada, recriada, – com as crianças do bairro do Bixiga; – com os artistas, técnicos que toparam, viveram este desafio; – com o público e a crítica que nos consagraram; acabaram dando muito mais que o sonhado. O próprio percurso que impôs o amor aos fatos – e a forma 14 sertaneja de Mutirão – foi parindo e tornando visível o Teatro de Estádio, a Oficina de Florestas e a Multiversidade Antropofágica Popular do Bárbaro Tecnizado. Toda uma situação criada, já presente, em que a área do Oficina é agora uma ilha cercada de terra arrasada onde se passa desde já um grande conflito teatral social brasileiro e mundial: a imposição de mais um Cerco de Shoppings. Mas que quer e pode ser: – lugar do Ser-estar, do Sertão já plantado no lugar como Território de Inclusão Social na Arte; na Cultura viva; na Educação – numa transmutação de todos os valores; na Saúde Nova da velha Catarsis de Hipócrates, que atuava no mesmo território de Epidauro, com Dionísios; na Tecnologia Cyber, grande aliada do fim de todos os “ismos”; numa Floresta Tropical, a anunciada “Oficina de Florestas” de Sampa. Tudo umbigando o Bixiga como ponto de encontro de todos os guetos ricos ou pobres de São Pã e dos mundos. Bixiga: Nação Urbana das Misturas da filosofia do “Vai Vai”. >> Zé Celso Martinez Corrêa Faltam onze dias para uma estréia Milagrosa de “A Luta II – O Desmassacre” como o ponto final de um Ciclo de 5 peças “Os Sertões” que se reinaugurarão com todo percurso feito, em Agosto, como uma só nova peça. É um paradoxo, mas as cenas mais violentas, aparentemente massacrantes, de “Os Sertões”, vão nos revelando o desmassacre que contém. O profundo, contraditório e genial poeta Euclides da Cunha traz-nos, nesta matéria final, a herança vital poderosíssima de movimento que Canudos – que os sertanejos conselheiristas – deixaram ao mundo, com seu exemplo único na história. As últimas e mais fortes mudas do rito foram plantadas: – as cenas do Teatro Oficina invadido pelo Exército antiConselheirista; – os Coros Feridos jogados nas estradas da vida, tornados pela Seca múmias com aparência de vida, até que pelos evoés dos ventos do mundo de agora sejam devolvidos ao turbilhão da vida; – os Coros Civilizadores Militares cercados pelos Coros Sertanejos Bárbaros, com Cirandas, Dityrambos, Meditações Mântricas, Tocaias e Metralhadoras de Sonoplastia, Luz e Banda; – os Coros Sertanejos Bárbaros cercados pelos Coros de Oficiais e Soldados, a partir das Galerias da Platéia com Cortinas Vermelhas de Palco Italiano invadindo todo espaço interno do Teatro Oficina com Metralhadoras, Degolas, Bomba Atômica e Dinamite, também de Sonoplastia, Luz e Banda; – o Janelão do Oficina, fechado por um tempo, até começar a se abrir com a queda das Torres Gêmeas de Canudos, que contém a árvore da primeira obra de Lina Bardi, sua casa no Morumbí e a mais cultuada: o Vão Ventre Livre do MASP. Todos esses plantios de cenas criam a vivência da ficção da vitória do Shopping do Grupo Silvio Santos, suicidando Antonio Conselheiro que parte para o céu (ou inferno?), para uma entrevista pessoal com o Deus (Dionísios, claro), deixando seu bastão para o Santinho Brazyleiro Beatinho, extraordinário estrategista, que aparentemente entrega para os invasores os Coros das Mulheres Buchudas, e das Crianças Grávidas de Vida*, para vivenciar a sobrevivência do Mundo-Sertão, além de seus limites e permitir a luta final de não rendição dos derradeiros combatentes, até a aniquilação dos últimos 4. O Plantio da vivência trágica da aniquilação final, do extermínio por não querer se render, do realismo da sobrevivência dos que continuarão de outras maneiras a luta, está sendo a nossa iniciação na sabedoria trágica da condição dos que não querem se deixar massacrar, como a luta dos sertanejos de Canudos, que devoramos nestes seis anos juntos. Nossa pequena multidão de agricultores deste rito juntamente com uma pequena Multidão nos Ensaios Abertos de Atuação, nas Apresentações em São Paulo, Rio Preto, Recklinghausen e Berlim, também plantadora com sua presença diante da nossa, trazendo a presença dos ventos do tempo, de todo mundo, que tornaram propício o plantio completo deste rito em 2006, com todas suas passagens, seus rituais de retorno sempre transtornados neste Mutirão tão grande em tamanho e contágio sedutor, que nos fez e fará passar juntos Marcelo Drummond todas as viagens além do drama, do cansaço, da miséria, do desacordo, do desamor, da desafinação e nos fez e nos fará atingir em cada apresentação um estado de ser estar, sertão, sem-ser, serestando. O cientista positivista Euclides da Cunha quis, através da formação das três “raças” misturadas no sertanejo: indígena, negra e ariana – correspondendo a três formas geológicas de nosso solo: grés argiloso, massas gnaissegraníticas, xistos metamórficos – >> 17 O T do Teato do retorno da Tragédia Grega Catártica, e Curativa, em Tragycomédyorgya, puxado pelo R do Ritmo dos Dytirambos dos Dionísos, o dos descatequisados de todos os Hemisférios, e pela Poesia de Euclides da Cunha, virada cordel, contando cantando seus-nossos Cantos. Ariclenes Barroso criar um fundamento para uma identidade nacional. Mas o Poeta Euclides batizou esse fundamento de Rocha Viva. Lá se foi tudo por água abaixo: a rocha Viva chora, enruga, vive, morre, muda, e o fundamento, sem fundamento, somente ser-tão, sendo. O Rito emergiu e se revela agora como uma travessia dançando numa Rocha Viva, cambiante, passível de ressurreições e mortes. Tudo isso agora, com meu corpo no computador, marcado pelo esforço dos últimos e primeiros passos, me faz cantar a Vitória de nossa Paixão! Às portas de sair na estréia do que poderia ser também lido como um real massacre de 6 anos, mas está 18 transmutado porém no cantar, dançar, phalar o massacre, que acabou se tornado em si o desmassacre. “A dor é doce o fardo leve, cantando Evoé Baco!” Inventamos o rap-valsa da cultura que devora o massacre. “Os Sertões ” era já uma Vitória desde os conselheiristas que não se entregaram e hoje são a rocha viva, bem viva, mutante da cultura do povo brasileiro, povo universal, em todas as favelas explodindo pra lá da violência, na força da criação da arte do ritmo, do rap, do hiphop, do maracatu atômico, do samba-funk, e que trouxe a nós do Teatro Oficina, o TREP: Teat(r)o, Ritmo, e Poesia. Não copiamos os fatos, alteramos todas as datas, todas as genealogias, todos os desenhos do acontecimento, criamos nomes, personagens, só não afirmamos aquele velho clichê que qualquer semelhança é mera coincidência, porque não desfiguramos a alma, nem a cor, nem os sentimentos canudenses, nem os nossos, ou os euclidianos. Euclides no prólogo do Livro, citando Taine, faz este apelo para a compreensão de sua Poesia-prima. Como ele queria, nós também: antigos entre os antigos, contemporâneos portanto desse eterno retorno da humanidade do nosso século à libertação das catequeses: bárbaros entre os bárbaros, tupys tecnizados. Retorno ao trabalho sabendo que sou diretor, plugador dos desejos de Coros de Protagonistas. O elenco de Técnicos Cyber ou Analógicos, Administradores, Funcionários, Faxineiros, Seguranças, e principalmente de Atores, Artistas, Músicos, Dançarinos que são os puxadores do Teatro, tem e terá Nome, Carisma Próprio, reconhecimento fatal Pessoal, junto ao Público ao Vivo e nos DVDs. Quisemos e criamos um Time de Estrelas da Vida através de Criações de uma Dramaturgia Mutante, re-escrita como uma novela, toda semana, para a Orgya da Atuação Cadenciada de Jogadores de Teato de Estádio. Me sinto um treinador de um tremendo Time. Assim saíram e saem as Letras, Músicas, Corografias, Imagiários Cibernéticos, Macumbas, como nossos antigos colegas gregos que reinventaram a Arte do Teat(r)o como criação do Teato da Ágora, da arte de viver a Alegria da vida Trágica Pública. Agora vamos ficar este ano em cartaz finalmente em São Pã, enquanto programamos a gravação em DVD das 5 partes e a viagem pelo mundo Brasil, América Latina, ditirambando pela China afora. E ao mesmo tempo, agora com mais tempo, depois deste parto, >> 19 desta Terra, desse Transhomem e dessa Luta que em si já é um pomar vastíssimo sem dono, frutificarão outros trabalhos, Santidades, Desgraças de Criancinhas etc... Assim o Oficina Uzyna Uzona caminha para seu cinqüentenário na calma Zen do som das Cordas dos Orfeus do Oficina Serestando. Serestando na Rocha Viva José Celso Martinez Corrêa 8 de maio de 2006 MERDA Haroldo Costa Ferrari 20 *Trecho cortado na versão apresentada: BEATINHO Adaptam-se os prisioneiros escolhidos faz-se preciso, o teatro do oprimido, do ajuntamento, sei que partem pedidos incompreendidos lamentos, lamurientos, de esmola… Devora-a a fome, a sede de muitos dias mas a vida a ser revivida será aceita, é sua escola. Juliane Elting e Guilherme Calzavara Otávio Ortega, Ito Alves, Daniel Camilo e André Santana 22 Francisco Rodrigues Rato Renée Gumiel e Anna Guilhermina Samuel de Assis Adão Filho 23 O S S E RTO E S D O S É C U LO X X I O U C O M O R E S I S T I R A T É O E S G O TA M E N T O C O M P L E T O E A I N D A C O N T I N UA R V I V O Era uma tarde de outono do ano 2000. Naqueles dias, o Movimento Arte Contra a Barbárie reunia-se às segundas-feiras no Teatro Oficina. Depois de uma destas reuniões encontrei Lenise Pinheiro, antiga parceira da Companhia Uzyna Uzona, de passagem pelo teatro, e numa conversa simpática de recém conhecidos, comentei com ela que, pensando no momento político por que passávamos no Brasil e no mundo, achava eu que vivíamos naquele ano, o último do século XX ou o primeiro do século XXI, o momento certo para transpormos para a cena este livro tão famoso, tão cultuado e tão pouco lido. Eu sabia do antigo desejo de Zé Celso de encená-lo e considerava que ele era o diretor certo para esta tarefa. Assim como o espaço do Teatro Oficina era o lugar ao qual caberia receber este épico. E que a Companhia Teatro Oficina Uzyna Uzona, por seu modo desavergonhado de fazer teat(r)o, dispunha da coragem necessária para trazer à cena todas as entidades e paisagens do livro de Euclydes da Cunha. Dois dias depois daquela conversa recebi uma ligação de Zé perguntan24 do porque eu achava que eles deveriam montar OS SERTÕES. Outras pessoas haviam cogitado esta idéia com ele e com Marcelo Drummond por aqueles dias, mas a maior parte da Companhia tinha dúvidas sobre ser esta a escolha certa para o momento porque passavam. Eles viviam uma entressafra. Boca de Ouro tinha feito uma temporada e uma viagem e estava fora de cartaz. Havia uma espécie de torpor no ambiente. Em junho daquele ano, Boca de Ouro foi apresentado em Ribeirão Preto e eu passei a compor o elenco fazendo o papel de Caveirinha. Enquanto falava os textos gilete de Nelson Rodrigues, estava em verdade, de olho nas grandes parábolas dos mísseis de Euclydes. Vivia com Nelson desejando Euclydes. Realizava um jogo de interesses com um superobjetivo claro, mas sem nenhuma metodologia para atingi-lo. Os fatos ditaram o caminho dos acontecimentos daquela data até hoje. Enquanto planejávamos a volta de Boca de Ouro em cartaz na cidade de São Paulo, líamos outros textos na busca da próxima peça que encenaríamos. Entre os textos que lemos estava a adaptação de A TERRA, feita em 1989, quando esta mesma Companhia tentou encenar o livro. Em julho, o MST veio lançar o primeiro número do seu jornal no Teatro Oficina. No seu momento de orar Zé Celso fez um discurso inspirado, improvisado em forma de cantoria. Aquele acontecimento fez a Companhia perceber algo. Alguns dias depois, nos reunimos em uma destas noites gélidas paulistanas e tiritando num camarim, corpos bem colados uns nos outros, acordamos que OS SERTÕES seriam a montagem do momento. Então... Iríamos atrás de grana para a produção... Veríamos uma data para a estréia... Não estávamos em condições de decidir nada objetivamente. Chegava o aniversário do Teatro Oficina e ainda não havíamos voltado em cartaz com Boca de Ouro e nem tínhamos dinheiro para fazer um pagode bacana. Então, na minha obstinação sertaneja, vinda do meu íntimo sertão recém reaviviado, propus que lêssemos A TERRA. Na noite de 16 de agosto, lemos esta parte do livro em voz alta e em grupo durante seis horas. Os convidados chegavam, se iam, e outros chegavam, e depois de um tempo também se mandavam. Alguns devem ter ficado todo o tempo. E nós ali grudados no ajuntamento de palavras mais difíceis que Euclydes conseguiu realizar, sem muita compreensão, mas também quase sem explicação. Foi assim, como alguém que chegasse pela primeira vez diante do mar e sem maiores informações fosse entrando, pra ver no encontro direto com o desconhecido como é que ele é. Uns dois ou três tinham lido o livro inteiro antes, mas não guiaram em nenhum momento os virgens no universo euclydiano. O objetivo era sentir antes de entender. A partir daquele dia saímos do prólogo desta montagem e começamos a realizar os sucessivos capítulos. Entendo ser esta noite o princípio da história desta encenação. Em outubro de 2000, abrimos os trabalhos para a cidade junto com a Oficina Cultural Oswald de Andrade. Fizemos oficinas de interpretação, dramaturgia, direção, direção de arte, figurino, vídeo e iluminação. Neste período, a vocação coral do trabalho revelou-se com uma força >> 25 extraordinária. Naquelas tardes de primavera experimentávamos a delícia de perder a individualidade no todo. Mais ou menos 100 pessoas liam em uma só voz as idéias e os arranjos verbais de Euclydes. Durante quatro horas diárias aquelas palavras novas, aquelas expressões difíceis que ele tinha inventado ou garimpado, vibravam como orações nas paredes do teatro, banhado por uma luz em diagonal que entra pelo janelão-parede nesta época do ano. É a luz que vem do nosso oriente, levemente falseado para que os pontos cardeais do espetáculo caibam na geografia longilínea do Oficina. Em 2001, a PETROBRAS patrocinou um projeto de remontagem de quatro peças do repertório da Companhia para gravação em DVD. O que iria acontecer com OS SERTÕES? Seria a dispersão!? Um trabalho de teatro adiado está quase sempre fadado a não acontecer. Então, alguns membros da Companhia mantiveram a chama acesa pelas tardes, enquanto os outros ensaiavam, encenavam e gravavam as antigas montagens à noite. Nestas tardes, estudávamos o livro e fazíamos experimentos na Oficina Oswald de Andrade, no TUSP, no espaço d’Os Satyros e às vezes no Teatro Oficina. No meio daquele ano toda a Companhia se reuniu e montamos as três primeiras expedições de A LUTA e as apresentamos como ensaio aberto no Festival de Teatro de São José do Rio Preto. Era o nosso terceiro encontro com o público. Fizemos um ensaio onde usamos quase que exclusivamente os textos do livro, mas isto não diminuiu a força de comunicação a que estavam fadados os espetáculos de O s Sertãoes. Ao contrário, parecia que quanto menos o cérebro compreendia, mais as almas vibravam. Portanto, não seriam os textos complexos de Euclydes que afastariam o público. No segundo semestre de 2002, fizemos uma seqüência de ensaios verdadeiramente abertos ao público, sem a desfaçatez a que se convencionou chamar de “ensaio aberto” a uma pré estréia para aquecer os atores e chamar amigos que nos acariciem o ego, dizendo como estamos bem em nossos papéis. Muitos destes nossos ensaios foram horríveis, outros reveladores, nenhum perfeito. Ensaios cheios de altos e baixos como convém a um processo criativo. Nossa, quanta história! Depois de meses na mais completa dureza fomos selecionados no primeiro edital da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e fizemos a primeira estréia desta pentalogia. No dia 02 de dezembro de 2002, comemorando o centenário de lançamento do livro estreamos A TERRA. Em 15 de agosto de 2003 estreamos O HOMEM 1 - do pré homem ao homem e, em 13 de dezembro do mesmo ano, veio O HOMEM 2 - o trans-homem. No dia 26 de abril de 2005, foi a vez das três primeiras expedições do exército contra Canudos. Esta é a nossa A LUTA – primeira parte. E agora, somente agora, entramos no epílogo do livro: A LUTA – parte 2. Durante este tempo todo fizemos previsões que não se realizaram. Planejamos até apresentar o livro inteiro em um só espetáculo de quatro horas. Planos semelhantes deve ter feito Euclydes durante a longa fase entre os primeiros escritos sobre a Guerra de Canudos e o lançamento do seu livro vingador. Talvez em 2000, as pessoas da Companhia que não tinham certeza sobre esta peça, já pressentissem lá no fundo de si que teríamos que dar uma boa parte de nossas vidas para este trabalho. E quem entrou por inteiro não está saindo igual. Mais fortes, mais belos, menos vaidosos, mais egoístas, mais rudes e feios, mais sensíveis, menos espertos, mais mordazes, mais secos, mais úmidos, mais velhos, mais moços, mais, menos, diferentes. Ileso, só quem não se deu. Entrei nesta empresa apaixonado pelo sertão, por Canudos e por Euclydes. E conheci o exército, e entendi a guerra, e saquei o coro, e o te-ato... e o teatro... o TEATRO! Sou um homem vivo em pedaços. 10 de maio de 2006 Madrugada fria na cidade de São Paulo Aury Porto 27 1 ATO 0 Prólogo RUA Jaceguay OFICINA UZYNA UZONA DO OUVIDOR On Line CORISTAS DOS CÉUS “Guerra, Guerra Que é dever de patriotismo Guerra, Guerra Pra defender a nossa terra Guerra, Guerra Contra o negro fanatismo” Marchar que a pátria espera Na primavera Um novo sol Guerra nesse céu de anil Alistamento, em defesa do Brasil… 1º MOVIMENTO: 1ª COLUNA GRANDE MAPA DO BRASIL NO CHÃO DA PISTA CORO DE TODOS OS EXPEDICIONÁRIOS Ouviram do Ipiranga às margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante! E o sol da liberdade em raios fúlgidos, brilhou no céu da pátria nesse instante. 28 Se o penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte! Em teu seio, oh liberdade desafia o nosso peito à própria morte! Oh Pátria amada, idolatrada, salve salve! Brasil um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança à Terra desce em teu formoso céu risonho e límpido a imagem do cruzeiro resplandece! Gigante pela própria natureza és belo, és forte impávido colosso e o teu futuro espelha essa grandeza, Terra adorada entre outras mil, és tu Brasil, oh Pátria amada, dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada Brasil! Deitado ethernamente em berço esplêndido ao som do mar e a luz do céu profundo fulguras oh Brasil florão da América iluminado ao sol do novo mundo! Do que a Terra mais garrida teus risonhos lindos campos tem mais flores nossos bosques tem mais vida nossa vida em teu seio mais amores! Oh Pátria amada, idolatrada, salve salve! Brasil de amor etherno seja símbolo um lábaro que ostentas estrelado e diga ao verde louro desta flâmula paz no futuro e glória no passado! Mas se ergues da Justiça a clava forte verás que um filho teu não foge à Luta nem teme quem te adora à própria morte, Terra adorada, entre outras mil és tu Brasil, oh Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil Pátria amada Brasil! MÃE PRIMAL BAHIA BAHIA EULÂMPIA Nessas montanhas alteadas, meus filhos, meus amigos, se embateram em tempos BAHIANAS IEMANJÁS “varredores da mar”, 29 BAHIA EULÂMPIA batavos, normandos, atraídos, BAHIANAS IEMANJÁS por nosso jeito único… … de amar. Na nossa metrópole, o passado vive o futuro de cada ano! BAHIA EULÂMPIA Roma Negra Coma, coma! BAHIANAS IEMANJÁS É pra já ! Iemanjá! TROPA Não nos comove irrita-nos, Bahia, renove! Trincheiras de Taipa do tempo de Tomé de Sousa, ruas estreitas, embaralhadas, que cousa! CABO VIADO CANTOR Gregório de Matos na certa, ia, encontrar igual a Triste Bahia… BAHIA EULÂMPIA DE ALAQUETO A Bahia vos espera, venham ver nossas belezas, mesmo aqui na Alfândega quanta nobreza ! Bahia… ! Bahia… ! Bahia… ! Bahia… MONTE SANTO-BRECADA BATALHÕES CHEGADOS Batalhões chegamos desfalcados, armamentos estragados ZABANEIRAS sem feijão nem arroz sozinhos ou em companhias de dois. 30 ALFERES WANDERLEY Vozes detonadas BATALHÕES CHEGADOS Incompletos. OFICIAIS Como vamos completá-los ? BATALHÕES CHEGADOS Sem armas. OFICIAIS Como vamos armá-los ? BATALHÕES CHEGADOS Sem vestes. OFICIAIS Ninguém pode ficar pelado. BATALHÕES CHEGADOS Da viagem enferrujados OFICIAIS Como vamos adestrá-los ? BATALHÕES Não sei ler, escrever nem contar OFICIAIS Pior, nem sabem interpretar Como dar educação Cultura, arma e pão ? CORO Falta tudo, CABO STANISLAVSKI amor, tesão, o que faz ficar de pé, CORO Falta a falta, CABO STANISLAVSKI será o axé ? TROPA Falta ZABANEIRAS rapidez de apaixonado ! CABO STANISLAVSKI OFICINAS E OFICINAS DE TEATRO ENQUANTO SE ESPERA A ESTRÉIA E BUSCA DA PRODUÇÃO E ORGANIZAÇÃO oh primavera, estou desesperado CORO E PÚBLICO Falta ! Falta ! ZABANEIRAS Agora, nos campos de manobras… CABO VIADO …vamos agasalhar umas cobras ZABANEIRAS FETICEIRAS Mas só sai daqui meu cú de boi, só daqui duas luas depois… No dia do meu Parto em São Pedro, se não, enfarto ! ! ! CABO STANISLAVSKI Não se tem exército, se tem está enfermo Nem companhia, na significação real do termo, Não vale nada, essa gente amontoada com espingarda, Mais vale uma direção Uma linha contínua de ação Uma técnica, uma tática Encontrada por nós mesmos na prática Democrática, com um Estado-maior Planejando fazeres, roteiros de cor totalidade inspirada no vivo ação de um super objetivo órgão sem órgãos de operações militares para o ato, de Te-Ato. NOITE DE SANTO ANTÔNIO CANTADORAS ZABANEIRAS As tropas romanas desmoronavam Aí em Capua demoravam, lugar cheio de delícias, ninguém queria deixar… Ai Ai Ai… Ah ! Pro descanso do guerreiro Fodia-se soldava-se >> 31 Patrícia Aguile o dia inteiro Monte Santo, que inversão Ninguém trepa, e o tesão ? Zabaneira Que brocheira Ninguém paga, Tudo caga, Não vai nem de graça Rala o grelo Zabaneira Rala o grelo Zabaneira No meu grelo brincadeira Rala o grelo Zabaneira Rala o grelo Zabaneira No meu grelo brincadeira a fome até passa… Zabaneira meu inferno queima, neste afago terno, gozo como o pai eterno ! GENERAL BARBOSA Vocês já nasceram queimadas, pombas putas desgraçadas. ZABANEIRAS Aqui vocês bocejam, Nós bocetamos Vocês desassossegam Nós valentgozamos. ZABANEIRAS General, nem assim serão recompensados ! Marcam passo, marcam toca diante do inimigo, nosso amigo, nem vos ligo. ENTRA A 32 TROPA E ARTILHEIROS DA MARAVILHA ELETRÔNICA Presos de amor, com valor à WithWorth ! Mola de aço da English court Queen mulher, é pois “a” 32 1. 700 quilos! Tremendos fuzílos! Gamei na hora ! Big game do mundo o centro, importada do país, de fora, pra atirar no país de dentro ! Importada do país, de fora, pra atirar no país de dentro ! SONG DA 32 CABO BOFE Inicia-se com a Santa Rainha, a 32 Uma Era, antes e depois 32 BOIS E SOLDADOS Bois bois bois Bois bois bois Bois bois bois Bois bois bois A 32 Bois, on the road, bad boys, Soldiers, Gorilas ! you don’t know how to drive me ! Oh ! Bréque ! CORO She is the high tech ! (4x) A 32 I’m Raitéque terceira mundo imundo CORO Pôôô ! A 32 carro de boi isso já foi ! CORO Pôôô ! A 32 I don’t need you ! I want to be alone. U2 ! Oh My God ! Lá vai Ela ! Roads brazileiras Paradise da Buraqueira ! ! ! ! Ai minha saco ! UM BURRACO ! ! ! CABO STANISLAVSKI Emperração, corte da ação ! Não, não ! THOMPSON FLORES Entope a estrada à cada sua cagada!! 32 Ainda não descobriram o que ío já sou?! A Withworth ?! A precursor da computador ?! Da míssel a bisavô ?! Não me façam sofrer assssim Força animal ! No sabe fazer, dar-me prazer. I’m the Death Machine The With Worth I came, ai vim ! I am the Queen CORO God save the Drag Queen ! A 32 Repeat everibody ! CORO E PÚBLICO God save the Drag Queen! GENERAL ARTHUR OSCAR Vamos assustando todo espaço com esse importado Espantalho de Aço! 32 I beg your pardon ? I am an espantalho ? How dare you ? Fuck you! GENERAL ARTHUR OSCAR Sorry my love, nosso primeiro Passo, na Era Raitéque ! ! ! For Madam, Conféte ! ! ! CORO DE CONFETES She is the high tech ! (4x) >> 33 SAÍDA DO EMBAÇO COM A 32 A 32 Let’s go! GENERAL ARTHUR OSCAR Ufa ! De Monte Santo ao menos, largamos em frente, diga Coro: está contente ? OS BOIS QUEREM FAZER GREVE CORO GERAL Não completamente. MAJOR FRUTUOSO Agora são os bois Cansaram da 32 ! ! ! ZABANEIRAS LÍDERES DOS CHINESES Querem parar Vamos ter que boisar ? Bois bois bois Bois bois bois Bois bois bois Bois bois bois RETAGUARDA DO ATRASO OUTRO PONTO MAIS DISTANCIADO DA TROPA O 5ª DE POLICIA SERTANEJO Viados ! CABO VIADO Por quem estou sendo chamado ? Eu o Cabo Viado, Percorri três léguas, em três dias ! Por causa da tecnologia 34 da porcaria. O 5° BATALHÃO DA POLICIA BAIANA O Quinto de Polícia de tanta distância se dópa, no coice do rabo de toda tropa. ZABANEIRAS Quinto de Polícia Baiana 400 praças de páu de fama ! CABO VIADO Guarnecendo provisão e a bóia desse drama O 5° BATALHÃO DA POLICIA BAIANA dos fodidos OFICIAIS e dos bacanas. Convocados ! Sertanejos-soldados ! ZABANEIRAS Dos viveiros do S. Francisco. O QUINTO Batalhão de risco Arisco ! ZABANEIRAS Levanta a moral, se gruda, oh ! tropa ao som do machete, da modinha e da anedóta. QUINTO ao som do machete, da modinha e da anedóta. QUINTO E ZABANEIRAS Ilha perdida no mar do sertão OFICIAIS Na frente vai o gaúcho… SOLO DO QUINTO Atrás nós policia baiana, CORO ralando o bucho. Sálvio do Prado CABO VIADO Ai, estou sendo comído, é indecente, por uma bromélia-boceta com dente ! Ah ! Éra só seguir o fashion vaqueiro show de passarela pro mundo inteiro! Préconizo a volta do exercito, com um it, com jagunço figurino evoluindo estonteante nordestino… ZABANEIRAS … nordestino ! CABO BOFE Farda de jagunço nordestino ? CABO VIADO E ZABANEIRAS Nordestino ! CABO VIADO Mas para a maioria do seu rebanho rapaz seria uma inovação extravagante dimais. SOLDADO VIADO IMITANDO O VIADO CONTAGIADO Mais extravagantes, nesse calor, que eu são esses dólmãs europeus. SOLDADO VIADO E CABO VIADO A gente acaba ficando nú E vamos querer tomar no cú ! As evoluções estonteadoras dos jagunços pra nos é esporte, FREVO DE TODA A TROPA TRAVESTIDA DE FLANQUADORES SERTANEJOS DO 5º DE POLICIA DA BAHÍA Em todos os batalhões, estamos nós, os filhos do Norte, O uniforme bárbaro num vai se ajustar em mim pela prémera vez. Num me é originalidade vestir com o couro da rez. ZABANEIRAS Esses dólmãs europeus, SOLDADOS ai, me frevem, me fazem mal ZABANEIRAS >> 35 É um espalhafato fora do Carnaval listras vivas botões fulgentes, SOLDADOS é pra entregar na catinga arrente, é ? A vestidura sertaneja ia trazer, garante Talhos de nossa plástica elegante, atenua o calor no estio, atenua no inverno o frio; ZABANEIRAS Depois de um combate de cinco ato o lutador exausto tem o fardamento intacto e dá pra tirar um soninho sobre uma moita de espinho. HERVAÇAL depara, adiante, um hervaçal em chamas rompe altivo sem dramas; RIBEIRÃO um ribeirão correntoso naufragável, vadeia, leve, na véstia impermeável. CABO VIADO This is it ! Um corpo só di’amante Bem ensaiado, praticante. TROPAS DIAMANTIS This is it ! Um corpo só di’amante bem ensaiado, praticante This is it ! Um corpo só di’amante bem ensaiado, praticante CABO BOFE Não me deixe mais aperreado colar ao pelo do soldado a pele jagunça desgraçada ? ! Isso já dá confusão 36 e ainda mais um exército de bicharada ? É o Apocalipse de São João ! CABO VIADO Como na Grécia, Boçal ! Amor Grego, Nego ! CORO DO EXERCITO DE AQUILES E DAS AMAZONAS Uau ! Não perdíamos uma batalha. Nem na tenda nem na guerra com a gentalha. Um corpo diamanti, lapidado, um batalhão de viado bem amado ! Vamos dar, vamos arrasar ! Vamos dar, vamos arrasar ! SOLDADO VIADO E se formos derrotados… TOPAS DIAMANTIS Morreremos todos abraçados. ANO NOVO DE JUNHO ENTIDADE DE NOITE ESTRELADA ! ENTIDADE SOL- SOL AS ENTIDADES SE SAUDAM E SAUDAM TODOS -SAUDAÇÃO GERAL DO ANO NOVO A NOITE É o ano novo no sul hemisfério a noite mais longa do novo Império CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO, ZABANEIRAS E PÚBLICO É o ano novo no sul hemisfério Vera Barretto Leite a noite mais longa do novo Império O SOL E A NOITE Deus, irmão de João Luís, Nos protege dessa Trinta e dois CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO, ZABANEIRAS COM O PÚBLICO Deus, irmão de João Luís, Nos protege dessa Trinta e dois O SOL E A NOITE de todo mal do bem desse mundo pois CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO, ZABANEIRAS COM O PÚBLICO de todo mal do bem desse mundo pois O SOL E A NOITE nesse equinócio, sóis ! CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO, ZABANEIRAS COM O PÚBLICO nesse equinócio, sóis ! O SOL E A NOITE nesse equinócio, sóis ! CANTO GERAL DOS SERTANEJOS, EXÉRCITO, ZABANEIRAS COM O PÚBLICO nesse equinócio, sóis ! ZABANEIRAS MANDRÁGORAS Dia 24 é a festa da Deusa Sol hoje sai mais cedo e volta tarde no arrebol. A noite é a mais longa no meu degredo, na Terra Grande o dia expulsa a noite de cedo a cedo. Acorda João, te chamo pra um brinco, amanhã é vinte cinco. CORO GERAL Xangô Dionisios Menino ! DIONISIOS XANGÔ Novo dia, nova sociedade CORO nova maneira de pensar DIONISIOS XANGÔ A luiz e a sombra vão guerrear O SOL a Sol da Terra vinho DIONISIOS XANGÔ a baioneta e o espinho CORO vão se enfrentar. O SOL É meio dia em Aracati, eu Sol, vou ter que partir no portal de Cunanã vai fulgir e guerrear Na sombra Cunanã irmã minha acende da terra a luiz rubraamarelada apaga a lâmina baioneta que corta prateada >> 37 Entra e vence oh Cavalo de Tróia Metal, polido, faiscante jóia Entra e vence oh Cavalo de Tróia Oh ! gênio da Liberdade, Tua tocha nos mostra a via do dever na nossa Idade É o Nosso Capital pra que Deus nos conduz a vitoria do bem contra o Mal o extermínio da pústula do arraial ! Cunanãs do diabo ! Viram Atapetado da vitória dos predestinados. SURGE A 1ª COLUNA NO PORTAL DA LUZ DAS CUNANÃS CATINGA ESPINHENTA E FEROZ DO JUET Cunanã ! Cunanã ! Cunanã ! Cunanã ! Eu sou a mal falada, a temida cunanã! Cunanã ! Cunanã ! Cunanã ! De planta cultivada em jardim eu sou a má irmã ! Má irmã ! Cunanã ! Cunanã ! Vamos fazer natal no sertão na noite de São João Venham “burgueses” covardes Ardemos, ardeis, ardam. Fogos fátuos vegetais e minerais a Terra acendemos aos imortais. Labirinto Áureo protege nosso Minotauro, muitas horas pra destruir nossas fogueiras seis quilômetros, de matança da sol da noite inteira, até a escuridão chegar. Vocês vão nos suicidar e nossas luzes, voltarão a vos atormentar. CHUVA CANTO PRANTO MANDRÁGORAS OXUMS E IANSÃS DO CÉU, CHORAM COM O ALFERES WANDERLEY MANDRÁGORAS E ALFERES 38 2º MOVIMENTO: 2ª COLUNA – COLUNA SAVAGET Fernando Coimbra Chuva canto pranto Chovo a noite inteira Apagou-se a fogueira Atravessou destruição Do Portal vencido, sul sertão INAUGURAÇÃO TRAVESSIA DA 32 RAINHA DO MUNDO PARA CANUDOS CORO Atravesse Rainha do Mundo O Portal do Inferno rubicundo Metal, polido, faiscante jóia 12 DE JUNHO - QUADRILHA DE SANTO ANTÔNIO COM O POVO DA CIDADE ARACAJU - PRIMEIRA FESTA JUNINA DOS 3 SANTOS À BEIRA MAR CORO Armadilha da Quadrilha da emboscada encantada da fogueira Santo Antonio namorada de São João Dionisio dos Quebrantos de São Pedro guardião do Estádio de Todos os Santos GENERAL CLAUDIO DO AMARAL SAVAGET COMANDANTE DE QUADRILHA En Arriére Aracaju ! CORO DAS BRIGADAS En Arriére Aracaju ! GENERAL CLAUDIO DO AMARAL SAVAGET COMANDANTE DE QUADRILHA En Avant Jeremoabú ! CORO DAS BRIGADAS En Avant Jeremoabú ! GENERAL SAVAGET Eu General Savaget Mudo o balancê: Autoridade pra cima de moi? Jamais ! CORO DAS BRIGADAS Un, deux, trois, quatre Roi… GENERAL SAVAGET, CARLOS TELLES, SERRA MARTINS E DONACIANO PANTOJA Co-Mandantes, A-tuantes, a guerrilha está a ensinar, nova tática militar: CORO DAS BRIGADAS pode ser, pode não ser mas se tudo move, vamos nos mover. SAVAGET Aracaju, as 3 fogueiras de junho bem comemora, CORO DAS BRIGADAS que pro teu país de dentro, adeus, vamos embora ! POVO DE ARACAJU Adeus ! SAVAGET Em Brigadas SERRA MARTINS isoladas. DONACIANO PANTOJA Tática nunca vista ! >> 39 CARLOS TELLES Práticista ! CORO Até Jeremoabo. Cada Brabo, em si no repique do Pique, Pique até chegar ali ! Até Jeremoabo, Cada Brabo em si No repique do Pique, Pique. Até chegar aqui ! JEREMOABO Jeremoabo Universidade do Improvisado ! GENERAL SAVAGET Objetivo das operações: Homens prontos a revoluções, Krupps ligeiros, marchando a passo matreiro. Três brigadas inventivas e ao vivo vivas ! CORO DE BRIGADAS Sim, Vivas ! GENERAL SAVAGET Sem instrução por decréto, sem angulo reto, sem formatura que Férra. CORO DAS BRIGADAS Ágil teatro da guerra. CORONEL SERRA MARTINS 40 Nem a política correção de planos pré-concebidos na Cerebração. CORONEL CARLOS TELLES Nosso teatro gira selvagem na tática, deliberada em cada momento da prática. CORO DAS BRIGADAS Na guerra sem regra, única coisa esperada: estar preparado: pro inesperado. CORO DAS TR S BRIGADAS Três Brigadas elásticas, fodidas sem comboios abastecidas sem presilhas na ginástica das guerrilhas, movimentos, experimentos. Mais que quantidade, velocidade. SOLO Sem Elefantes de Tróia, nem a mínima paranóia ! CORO DE LANCEIROS Coronel Carlos Maria da Silva Telles, O Bastão da mais inteiriça militar organização ! CORONEL CARLOS TELLES Oh ! Brigadores do Ardor… CORO … pra 5ª Dimensão ! Levemo-nos assim pelo Sertão arremessos temerários bravura tranqüila, Templários. CORONEL CARLOS TELLES Adoro brigar ao teu lado, praça de pré no bote aplicado… CORO … de cobra de fé ! A campanha de Canudos vai ampliar teu nome. CORONEL CARLOS TELLES Compreendo-a, vou dar-lhe renome ! Gaúcho, intuição guerreira, estrada, parteira. CORO “Há muitos objetos num só objeto Mas o objetivo é um só Destruir o inimigo SOLO E se esse objetivo não for conseguido CORO Não há um só objeto em nenhum objeto” CORONEL CARLOS TELLES O Inimigo a vencer está fora de nós CORO E dentro de nós Bastão ! Auto penetração ! CORO DAS TR S BRIGADAS MAIS GENERAL SAVAGET Adeus Jeremoabo, cada Brigada só seguimos ago… … ra até Cocorobó. No repique do Pique, Pique. Cocorobó. COCOROBÓ GENERAL SAVAGET E BRIGADAS Cocorobó GENERAL SAVAGET Leque da Aurora, CORO vem iluminar nova maneira de Lutar. GENERAL SAVAGET Pela primeira vez uma tropa expedicionária não se deixa surpreender ! Aproveitem agora, no Sertão isto está Edísio dos Santos >> a acontecer. dia 25 de junho ergamos o punho. Mas se não foi pelo sertanejo, surpreendido estou pela paisagem que agora vejo ! UMA GRANDE COBERTURA DE ÁGUA-INVADE O ESPAÇO MÚSICA. TEMA DO VASTO OCEANO CRETÁCEO OXUNS E IEMANJÁS OFÉLIAS Grandes lagos cobrimos descobrimos, recobrimos em diferentes edades, leitos de Divindades. Terras de Canudos guardadas criamos apaixonadas, Oxum Iemanjá namoradas, Vaza-Barril filho amante por vergonhas humanas massacrantes, afogado ! GENERAL GORILA O Governo Militar da Revolução Brasileira de 1964, cumpre com Deus, a Pátria , a Propriedade e a Familia, o Trato: A memória Anárquica de Canudos será afogada e a Sede do Sertão, sem demagogia, finalmente, saciada. Nordeste, teu Progresso desviando o destino de tuas velhas águas acaba com tuas mágoas. Velho Antro Reacionário Subversivo, 42 atenção: Sumir ! OXUNS E IEMANJÁS OFÉLIAS Sob vastos cemitérios como depois do antes doces-salgadas amantes. Da Favela ao Caipã afogadas bromélias na caatinga reexinsistentes Ofélias nos arcos da Catedral engolida afogadas repegam cantigas idas, colonifélias submersas, esquecidas COCOROBÓ COBERTO Cocorobó, CORO Cocorobó… COCOROBÓ COBERTO eu afogado represo Canudos, mas hoje, dia (o dia do dia) nesta noite de 2006, clamo: Paisagem tombada nas páginas de Euclides, retorne de vez ! Deixo falar vocês, Grandeza das pedras da Nobreza. Recomecem tudo, Eu fico Mudo. CORO DOS ELEMENTOS do Monumento que o tempo as correntes, o fogo, o vento as enchentes, no Levante então, esculpiram, do Sertão, na Origem Portal Vertigem. CORIFEU 37 anos de moderno sedimento CORO DOS ELEMENTOS me recobriu me revestiu… me reinudou… COCOROBÓ Potência dos elementos me descubram ventos ! Desenterrem-me ! CORO Cocorobó! COCOROBÓ Meu entorno, exumar ! Serra primitiva ressurja, levantar ! Removam com a força das torrentes todas as nossas correntes ! Espelhem nossa ousadia dos réus, linhas ondulantes dos céus ! CORO Céus ! OUTRO SENTIDO PONTO DE VISTA DA ARQUITETURA DESSE TEATRO DE ESTÁDIO CORO DAS ROCHAS Ah ! Rampas abruptas de formatura afastemos solenemente em grande abertura arquibanquemo-nos CORO DAS ÁGUAS Anhangabaú ! CORO DOS ELEMENTOS rebolemos baianas de idade curvas de nível convexas e em concavidade. Dv, música rádio coros dançantes, Teatro de Estádio ! TERRA ROCHA-ILHA-NUCLEAR NO CENTRO DO ESPAÇO CERCADA POR ÁGUAS Dentro no centro, ilhas-palcos, pra todas as vistas pedimos passagem bifurquem-se, em negras pistas ocas abertas paulistas CORO DOS ELEMENTOS em duplo funil, o VazaBarril… Nas vertentes ocidentais, envolventes, maiorais Anfiteatro Aberto Ágora da Cidade ! Nas vertentes orientais Oficinas Florestas Tropicais Cyber-Jardim Multiversidade palco boceta des-ilhado. Passagem do rastro nababo Tragicomédiaorgya do Rabo! >> 43 ESTEVÃO De Canudos para Jeremoabo nessa passagem de Garbo encrustrado correndo no levante do dia venho na brecha profunda que enfía a única vereda, o rio de leito vazio, vazando o barril, entro no set com a minha AK-47. Sertanejo, nessa fenda estreita, no desfiladeiro, deita. CORO A Guerra em Cocorobó vai ser de fazer dó ! A Guerra em Cocorobó vai ser de fazer dó ! SOLO Várzea desimpedida e vasta plano do cineasta. CINEASTA Quem trilha do litoral para o ocidente, o mesmo gosto sente: de maneira idêntica incide na bifurcação que divide, à esquerda, ou à direita até chegar à outra espreita se metendo por uma vereda dessa, atravessa. Segue dali miúdo por qualquer das bordas do rio, de frente sem desvio. Árido Movie ! Chego em Canudos. CORTA ! Camila Mota TOMADA DAS TRINCHEIRAS SURPREENDER OS JAGUNÇOS ESTEVÃO E JAGUNÇOS Ah ! Essa não ia morrer sem acontecer… Pela primeira vez, temos que reconhecer, nos deixamos surpreender ! E somos bestas de ficar esperando ? Adiante, deslizaaaaaaaaan-do, olha o falso negaceio, olha o recuo feio. CARLOS TELLES DA 4ª Por essa ladeira empinada crespa de tropeços e ciladas, Lance de Operetas, nos libretos das baionetas ! CORO LANCEIRO A hora sorri para nós lanceiros, a guerra vêm nesse transe terreiro ! Nesses pampas, cheios de valos em carreiras baixem, cavalos ! FUGA DE BAQUE ESTEVÃO E JAGUNÇOS Não é recuo não 44 é fuga de baque, solta o cão, ió craque ! JAGUNÇOS Mas nós juramos defender o Portal chumbados até o final. ESTEVÃO É um Batalhão talentoso usou nosso teato surpreendoso. JAGUNÇOS Surpreendoso ! ESTEVÃO Já ganhou JAGUNÇOS já ganhou, beleza mas não na esperteza. ESTEVÃO Não há mais o que fazer, abraçar armas, e correr. 3º MOVIMENTO: 2 COLUNAS JUNTAS EXÉRCITO ACUADO NO MORRO DA FAVELA CORO Oh ! Luar fulgurante, ilumina esses pobres figurantes pro jagunço neste instante fazer sua pontaria. Disparemos à toa, para os ares, assustemos nossos pares. No chão duro, estirados às espingardas abraçados, sem mais força pra nos esconder, é mais fácil morrer. Adriano Salhab CONSELHERISTAS EM CIRANDA DE CERCO CERCANDO OCULTOS O MORRO DA FAVELA CORO DA CIRANDA DO CERCO Ciranda Ciranda anda, Ciranda anda na Andada da Rodada. É Madrugada, de São Pedro das balada. Badalada badalada do Cerco dos bailões na nossa casa - os sertões. São Pedro Xangô o Inimigo cortou ! São Pedro Xangô o Inimigo cortou ! Inferno eterno alarma de quem invade é o Karma, Ataque e mais ataque O Iraque bebe o Araque Ataque e mais ataque O Iraque bebe o Araque Go Hóme(m) Go hóme(m) Some com os Home(m) Go Hóme(m) Go hóme(m) >> Some com os Home(m) Os Hóme(m) não podem ir nem ficar São Pedro cóme, vem comer morar. Os Hóme(m) não podem ir nem ficar São Pedro cóme, vem comer morar. MAXOTAURO DE SEIS MIL ESTÔMAGOS CABO VIADO CORIFEU MAXOTAURO Machotauro! CORO MAXOTAURO MachoTauro. CORIFÉIA LÍRICA MAXOTAURO Gado caçado CORO MAXOTAURO insuficiente. CABO VIADO CORIFEU MAXOTAURO Seis mil estômagos CORO MAXOTAURO Fome de Dinossauro AAAHHH! CANUDOS OLHADO DA FAVELA - MINARETES SOLDADOS CURIOSOS 1, 2, 3, 5 mil casas ! 20 mil almas em brasas. Corda ondulante de serras desertas, povoados invisíveis de alcaidas incertas. SOLO Olha lá ! Aquela coisa já está fugindo. TENENTE PIRES FERREIRA VIDENTE CEGO É Maomé, Osama, ou Conselheiro Abbas ? Mundo antigo reincarna no Oriente do Sertão… CORO Retornam em Canudos das Favelas do Morro do Alemão ! Sylvia Prado SOLO Não, são Mulheres do Hamas ! CANTOS DE MÂNTRICA ÁRABE JUDAICA SERTANEJA 1 - CANTO ISRAELENSE 2 - CANTO PALESTINO 3 - CANTO DA AVE MARIA CANTO SERTANEJO PALESTINO ISRAELENSE Foi um recanto da Iduméia, Antiga Eterna Palestina, a véia… Hoje é Israel, estrela solitária, na paragem médio-oriental lendária à margem do deserto sem horto, do Jordão, do Mar Morto, do Sertão Brasil do Vaza Barril. SOLDADOS É uma evocação sem rédeas ! A terra aqui se paramenta pra idênticas tragédias ! Mar estéril pra sempre pelas maldições dos profetas ! Ainda protestas ? SERTANEJO(A)S (em grito de Guerra) Mar Vermélha! SOLDADOS O Mar Vermélha Arraial compacto, cidade Evangelha ! TENENTE PIRES FERREIRA VIDENTE CEGO CIDADES CERCADAS CORO Ah ! Os cercos lendários das idades das arcaicas cidades, SOLO Fuenteovejuna, SOLO Sodoma, SOLO Gomorra, SOLO Havana, CARLOS TELLES Bagé CORO bem lembrado, SOLO Leningrado. CORO A Retirada. A retirada do Sertão! 4º MOVIMENTO: O ASSALTO DE 14 DE JULHO O ASSALTO - DIA 14 MARSELHESA CORO Aux armes, citoyens, Formez vos bataillons, Marchons, marchons ! Qu’un sang impur Abreuve nos sillons ! 5º MOVIMENTO: GOLFADA DE SANGUE PAJEÚ DÁ ULTIMATO PARA A TROPA PAJEÚ Tropa ! Tão Cercado por dois bando da minha banda. Deixa todas arma, munição, o garoto e se Manda ! O General das Banda Comanda! OUTRA BANDA DO GENERAL DAS BANDA Tropa, Chegou por outra banda a outra banda do General das banda. Te Manda! ENTERRO DE PAJEÚ MANDRÁGORAS, JAGUNÇOS E NINFAS SERTANEJAS “Deus Morreu !” Vamos Bailar o Bailado do deus Morto Aih !… Aih !… Aih !… Aih !… Deus Morreu ! DEUSA BATERIA FAZ DA TRISTEZA ALEGRIA VAI TAM TAM (invocando a Cuíca) CUÍCA! CUIÍCA IAh… IAh !… IAh !… o Deus Morreu! JAGUNÇOS >> 47 Vomitados pra fora do acampamento nesta onda, pra estrada da vida da morte que ronda. HOSPITAL DE SANGUE NA ESTRADA Pu Ti Bum MANDRÁGORAS Twig Twig JAGUNÇOS Pu Ti Bum MANDRÁGORAS Twig Twig TRIUNFO PELO TELÉGRAFO CORAL SINFÔNICO CORAL SINFÔNICO VITÓRIA VITÓRIA PAJEÚ, O DEUS, MORREU ! COMEÇA OUTRA ERA DE DEUS MAXOTAURO RENASCEU MONARQUIA, FOI-SE EMBORA O SEU BIN LADEN 48 NÃO SE ENFADEM ! ESTÁ MORTO ESTÁ MORTO ESTÁ MORTO, CH NEGRO NÚ, GENERAL DA BANDA PAJEÚ GENERAL ARTHUR OSCAR DECLAROU: BANDIDOS ENCURRALADOS, A INSURREIÇÃO FRACASSOU. A VITÓRIA DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA É TOTAL DENTRO DE DOIS DIAS ESTARÁ EM NOSSAS MÃOS O ARRAIAL GOLFADAS DE SANGUE DO VULCÃO DO HOSPITAL DE SANGUE CORO DA GOLFADA Golfada de sangue hedionda, estronda, CORO DOS FERIDOS GOLFADOS Coadjuvantes ! Trazemos sangria quente nunca vista antes. Sangue repelido em golfadas derramando, inúmeros bandos, pra rota! Sem ordem, sem nota. SOLO 10 horas. Nesta manhã plana, estacionemos, caravana! CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE QUEREM PARAM Anunciemos inertes o fim, pra onde tudo converte. CORO DOS GOLFADOS Unidos saídos, todos éramos um, distendemo-nos agora pelos caminhos, CORO PEQUENO em pequenos grupos, SOLO sozinhos. CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE ANDAM E CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE PARAM SEDENTOS Nós, aguilhoados pela sede, nas águas das terras viradas parede chupamos cardos llenos de espinos, estranhos vinhos. Deslembramos do inimigo, ferocidade de jagunço é até de amigo, diante da Terra Mãe secada até o umbigo. Aqui está a mesma trilha um mês antes percorrida. Tontos, irradiando 4 mil baionetas, ao som das heróicas trombetas no ritmo das cargas, febricitantes… O depois … é sempre o contrário do antes., BOOOOOOMMMM-TZHATZAHTZHA LOOPING ESTRANHOS FRUTOS DO ANGICO SOLO Agnus dei ! CORO DOS FERIDOS Replay um icto do Indo, um icto do Vindo Revindo Noutro Retorno E o tempo consumindo, brancas ossadas, debruadas gêmeas enfileiradas natureza morta apodrecendo aparecendo… CORO DA GOLFADA Martírio Secular da Terra Um carnaval de verdade Hospitaleira inamizade Jardim Brutalidade >> 49 O RANCHO FUNDO CHORADEIRA PRA OXUM Chora, chora, choradeira nessa hora derradeira chama Oxum. Uma de muitos uns soma tuas águas às de cada um às dos olhos, afogados nas mágoas ZABANEIRA às debaixo da minha anágua. CHORADEIRA PRA OXUM Lágrimas rolem inteiras! Em cachoeiras! Poça contaminada, vira lagoa desta montanha sagrada. ORITODOVALE CORO DOS FERIDOS GOLFADOS QUE PARAM Nós ficamos quietos, à sombra dos arbustos abjetos de fadigas sucumbidos até o fim de todos os sentidos, estivando… ALFERES WANDERLEY Depois dos primeiros passos, Senhor dos Passos, começo a fraquejar… CORO DOS FERIDOS GOLFADOS A fraqueza é humana vai experimentar o seu final ZABANEIRA Alferes Wanderley, você agora é mais. CORO DOS FERIDOS GOLFADOS É um sinal. 50 ALFERES Meu animal fantástico, branco zoombí, minha montada, fique aqui. LOTTE LENYA Nimm’ meine Bibel, die sich Fatzer nennt, lies sie wie eine letzte salbung. einige geschriebene Fragmente, ueber ein und dieselbe Emotion. Tome minha Bíblia, chama-se Fatzer. Leia como extrema-unção. Alguns fragmentos escritos, sob a mesma emoção. ALFERES WANDERLEY Não vou mais sair do chão nossa causa perdida, faltou precisão. Tem que ser organizada, não como os que no alto estão falando de barriga cheia, em vão… Alguma coisa vai se perder na areia porque nós fazemos tudo na vida para nos perdermos na areia… Um Corpo, o que é afinal? CORO DOS FERIDOS GOLFADOS Quatro baldes de água, um pacote de sal. ALFERES WANDERLEY Não há mais vencidos só vencedores. A derrota está conquistada. O derrotado, da sabedoria, não tem escapada. Sigo Fundo e estivo deixem-me ficar exausto e vivo nas curvas do caminho nesta qui- xabeira. Ninguém vai dar por minha falta, nem você Zabaneira. Meu palpite é feliz você logo vai me respirar, na poeira, que cheira a vida inteira, quando os ventos baterem, no teu nariz. CORO GERAL PROTAGONISTAS HUMANOS VEGETAIS MINERAIS AÉREOS TERRESTRES, EM ESTADO DE ESTIVA Dias, semanas, meses sucessivos, viandantes passando vivos, nos vêem na mesma postura: nossa carcaça dura no brilho, o braço direito arqueandose à fronte resguardando do sol que toma o horizonte. Combatentes fatigados aparentando estar descansando… Morte pungente imobilizamos em vida latente Não nos decompomos, como toda gente A atmosfera ressequida, ardente nossos corpos conserva, murchamos, apenas, enrugando a pele, exaurindo reservas. À margem dos caminhos permanecemos… longo tempo o corpo a morte vivendo até o suave momento, do desabamento… CORO GERAL Esperamos Estivamos… ÁRVORES Árvores esturricadas. CORO GERAL Esperamos Estivamos… AVES Aves caídas mortas dos ares estagnados, o vôo dos ventos continuam cancelados. CORO GERAL Esperamos Estivamos… >> GADO 51 2 ATO 0 Rêses caídas, manadas de cera, como em feira exibidas CORO GERAL Esperamos Estivamos… SUÇUARANA Suçuarana, garra dianteira no chão fincada em salto paralisada o pescoço alongado, procurando um líquido …já secado. CORO GERAL Cacimba extinta, TERRA - CACIMBA EXTINTA Mas o ponto, o ponto …sinta CORO GERAL Sem que os vermes nos alterem os tecidos, Retornamos aos elos perdidos… ANIMAL FANTÁSTICO Agora, passam rajadas ásperas e finas, agitando ondulantes minhas longas crinas… ALFERES WANDERLEY Sem decomposição repugnante, numa exaustão imperceptível, começo a volver ao turbilhão da vida. CORO GERAL MAIS CAVALO E ALFERES WANDERLEY É agora: o ponto. As águas, o vento, no tempo nos desabam: pronto. 52 Aury Porto EUCLIDES EM CANUDOS 7º MOVIMENTO: BAHIA CANTO DE RECEPÇÃO A TODOS OS SANTOS (Formando uma Bahia de Santos Católicos) CORO DE TODOS OS SANTOS Saravá ! Nós, todos os Santos bendizemos São São Paulo ! Pela primeira vez nesta Missão, Santo Irmão ! Vem Santa Amazonia ! Vem São Pará ! 3. 000 mortais 300 Oficiais, Imortais. BAHIA EULÂMPIA Comandante de Brigada General Carlos Eugenio de Andrade Guimarães do General Arthur Oscar Irmão, eu, mãe das mães… audazes - ardente o lábio de terríveis frases, e a luz do gênio em seu fulgor surgindo… A tirania estremeceu nas bases, de um rei na fronte escorreu, ferindo, um suor de morte e um terror infindo gelou o seio aos cortezãos sequazes Uma alma nova ergueu-se em cada peito, brotou em cada um, uma esperança, de um sono acordou, o firme, o Direito e a Europa - o mundo – mais que o mundo, a França – sentiu numa hora sob verbo seu as comoções que em séculos não sofreu !… INTRODUÇÃO FORTE DO TRENZINHO CAIPIRA PARA QUEIMADAS CORO DE TODOS OS SANTOS …de Santo Irmão pra Irmão Bem-vinda Santa, Redentora Divisão Salvadora ! RECEPÇÃO NO PORTO UMA JOVEM DA ARISTOCRACIA REPUBLICANA De Euclides da Cunha, aos 16 anos, à Saint Just ! Quando a tribuna a ele se ergueu, rugindo, ao forte impulso das paixões CORO VILLA-LOBOS DA DIVISÃO SALVADORA Terra estranha Outros hábitos Outros quadros Outra gente Outro povo Outra língua Me sinto fora do Brasil. Pátria nós teus filhos armados até os dentes, buscando nossa Terra >> 53 ao sons da nossa nova guerra despedaçando tuas montanhas escacarando tuas entranhas. desmatando queimando, queimadas queimadas, queimando queimadas queimadas… Queimadas. PALIMPSESTOS ULTRAJANTES SHOTE-REGGAE DA ENGRENAGEM ORGÂNICA DOS COMBOIOS DOS BURROS, NA RODA DA FORTUNA CIRANDANDO A GUERRA G(R)AN(H)A ENERGIA TUDO VAI SE TRANSFORMANDO arrancadas das bundas. Poesia de Banheiro, Glória, do mundo inteiro! Memórias, brasileiros gravadas nos imundos banheiros, são Pauta da Ação de direção, de produção. CORO 3 BRUXAS ZABANEIRAS FAZEM PROFECIAS AOS SOLDADOS FERIDOS OU NÃO, DIANTE DAS CHUVAS DE NOVEMBRO E DO MARECHAL BITTENCOURT COROS EM VÁRIOS RITMOS PALIMPSESTOS Grafia bronca, colhe em flagrante o sentir deste instante Nos palimpsestos ultrajantes ! SOLO Nas capelas: telas, amurados descarreguemos nossos pecados. Literatura bronca de soldado. Tatuar o que vier na veneta, à carvão, à baioneta ! Tatuar o que vier na veneta, à carvão, à baioneta ! Blasfêmias fulminantes, brados retumbantes ! Onda escura de rancores, retidos amores. Trocadilhos ferinos, enrustidos libertinos. Chora, tatua teus muros e entra nas casas, faz furos. Chora, tatua teus muros e entra nas casas, faz furos. Pornografias fundas, 54 3 BRUXAS Aqui na Zona até novembro vem a estação torrencial o Vaza-Barris intumesce feito um pau. Aí piora ! Ah Piora ! Torrentes se extinguirão em ardentíssima combustão. Na deshora chegada cada lagoa chorada vai destilar febre reproduzindo feito lebre germens dos infernos vindos, infinitas crias em cada ponto basta um raio de sol e pronto: vão cair, sobre a tropa, miasmas, dos bichos em festa fantasmas, Em novembro dos escorpiões, não mais restarão nem batalhões nem sertões. MARECHAL BITTENCOURT Até Novembro não haverá de jagunço Félix Oliveira cabeça, corpo ou membro nem ciganas, Microbianas. AS 3 ZABANEIRAS Podes escapar do Inverno Mas não do desejo do Inferno Intendente rima com acidente. Vai buscar Cabeção a Cabeça do Conselheiro na tua mão, a tua tambem cairá teu sangue vai rolar terno, por todo claro do vosso terno. Estás fadado serás derrotado por bem ou por mal. Dentro do barril de cachaça a Cabeça do Conselheiro com a tua, juntas clamam: Desgraça! Agora a guerra se larga, Valentes, troquemos pelos burros de carga Cavalos de força: quilowatts herói militar, vates, todos desempregados, o arremesso das brigadas, só precisa, de bestas disciplinadas: Entrem na nova cena. sem urros, Viva os burros ! Viva os Burros ! 8º MOVIMENTO: CANUDOS BODES BACOS - DE 24 DE AGOSTO À 7 DE SETEMBRO CANUDOS BODES BACOS 24 DE AGOSTO EM CANUDOS OCUPADO, NA ÁREA DA IGREJA VELHA, ONDE SE FAZ A GIRA DE COROAR O BODE JOÃO DE GOYA ABADE DEMÔNIO BATUQUE CORO Ditirambo ! ZABANEIRA 24 de agosto, o Diabo tá solto ! >> 55 Ou você muda ou vira encosto ! João Abade ! Por Amor ao Diabo, e ao Abade do Rabo, Canta a Tragédia o canto do Bode ! Fúria ! Fura, Bacante Canta o bode Berrante ! Bale badalo de Sino de cabra, Grita: Abracadabra ! CORIFEU IÓ ! PÃ ! CORO IÓ ! Francisco Rio São ! Vinha da Ira Vaza o Sertão ! Baixa Vinho, deus da Atuação ! Vamos coroar nesta Ode o nosso grande bode ! João Abade, orgya Coroe-se e comande a folía! 10º MOVIMENTO: TRIBUNAL INTERNACIONAL NA IGREJA VELHA O SINO VAI CAINDO E ROLANDO EUCLIDES NA SUA BARRACA PRÓXIMA ÀS CONVERSAS DE ROTINA QUE ELE OUVIA ENQUANTO FUMAVA E BEBIA CORO Timóteo, abraça Sino, arruaça ! Chama Multidão ! Vem Possessão insistente, vem, Dionisio Combatente EUCLIDES DA CUNHA Rodolfo Dias Paes - Dipa CONSELHEIRO SILENO Diabo! Deus do Hoje, do teu Umbigo ! Castiga, Brinda o Inimigo ! No Terreiro que arde todos de Fogo no Fogo da tarde ! CORO Vaza Barril Vaza Vinho do Brazyl ! Mel Vermelho ! Mel Vermelho ! FUNERAIS DE JOÃO ABADE MANDRÁGORAS BACANTES João Abade ! ! ! Foi despedaçado ! Tomba um Sonho rasgado. BODE JOÃO Reconstrói outro dos pedaços encontrados. João Diabo Conselheiro me fez Padre me chamou de João Abade. CORO DE MANDRÁGORAS 56 A Batalha decisiva vai matar ! O vitorioso em meu eu Republicano, vai chegar meu bardo acobardado minha cabeça, trança, febril, desenlança ! Édipo sabe, Euclides ! Olha ! Vê ! Tira o lacre, É o nosso próprio Massacre ! Ai de mim ! Ai de mim ! Édipo ! Tira as mãos dos olhos, vê anota Escreve, diz: Não arrego Deixa de ser cego Ai de mim ! Ai de mim ! Édipo ! Trêmulo transtornado, Pega já tua caderneta, nefando ! Vê tua amada amando Dilermando ! Vê a República a Terra massacrando ! “TRIBUNAL INTERNACIONAL PARA OS CRIMES DAS NACIONALIDADES CONTRA A HUMANIDADE EUCLIDES DA CUNHA” PRISIONEIROS CRIANCINHAS CHEGANDO DESFILANDO COMO NUMA PASSARELA DE MODA ANDRAJOSA CANÇÃO DAS DESGRAÇAS DAS CRIANCINHAS Somos as crianças dessa terra Somos as sobras dessa Guerra Somos os frutos da mãe terra Somos os restos de toda Guerra e só temos pra mostrar ao mundo esse desfile “fashion” do tipo imundo Não pedimos pra nascer não pedimos pra nascer não pedimos pra nascer mas também não queremos morrer CRIANÇAS Risada aberta… Rí em cheio Um tiro me acerta Me cala no meio. DE ORANGOTANGO A TITÃ: ANJO NEGRO CORO DO TRIBUNAL Anjo Negro Zumbi, dos raros puros daqui. ANJO NEGRO Na presença asquerosa do general João da Silva Barbosa Num recontro fui colhido, >> Freddy Allan empurrado, arfando, exausto, vencido. Sou assim: espigado, seco, exato. Desfibrada delato o rigor da fome e do combate. A magreza me estica encurvado num baque. A grenha, crescida, afoga minha cara fugida, Cambaleio, cambaleio claudicante, sem freio, nariz chato, lábios grossos, dentes, esmaltados colóssos, olhos pequeninos, vivos, luzindo cristalinos, das minhas órbitas profundas de macaco meus braços oscilam como um Gorila de fato. Deus me acuda Deus me acuda agrava mais a semelhança, minha carranca carrancuda. CORO fronte, e alcança a nobreza da África Fonte. RELATOR DOS DIREITOS HUMANOS Coração de Mãe ! Desse arcabouço repugnante, num instante despontam linhas terrivelmente esculturais, plástica estupenda, o mais que o mais ! Um primor de estatuária, tudo que se ama, modelado em lama ! ANJO NEGRO ANJO NEGRO Little tyrant ! Take it Easy ! Envergadura abatida apruma vertical rígida, atitude cheia da graça singularmente altiva da raça. Ombros retraídos relaxem, distraídos, minha cabeça firma, gira, me confirma. Dilata, meu peito, dança meu olhar, num lampejo ilumina-me a Oh ! Stop baby ! Ok, ajeito esse troço. Parto antes, Antonio Xamã eu, velha estátua de Titã há cinco séculos soterrada agora desenterrada, na imensa Canudos arruinada, Ismael, escrivão, o eterno Arcanjo: Negro Anjo, Negro, Anjo Negro. GENERAL JOÃO BARBOSA 58 UMA PÁGINA DE PROTESTO A VELHINHA, AS CRIANÇAS E O PALHAÇO DUPLA: DUAS MOCINHA ENGATINHA “Duas Mocinha que engatinha” Sombra da vóinha que acende sua luzinha. Dançarina do perigo do amigo e do inimigo, Joga Luz com seus esforço na sombra Impertinente escondida dos Remorso… Se nóis não come, nóis chorá de fome De pé nós mais não anda, Então criamo essa ciranda: “Duas Mocinha que engatinha” Sombra da vóinha que acende sua luzinha. Mas que entre os deslumbramentos do futuro caia, brutalmente violenta, sombria, esta página sem brilhos, implacável e revolta, sem altitude, porque a deprime o assunto porque é um grito de protesto, caia sombria, porque reflete uma nódoa, sombria esta página sem brilhos, sombria implacável e revolta, sombria porque a deprime o assunto sombria porque é um grito de protesto. 11º MOVIMENTO: EMBAIXADA AO CÉU EMBAIXADA AO CÉU NO CAMAROTE DO ANFITEATRO CORO DA TROPA Resta apenas, antes das extremas unções, o quadrante norte pros fujões: as veredas do Uauá e Várzea da Ema. A ação rápida dos ventos do tempo nos guia, pra última Cena. GENERAIS ARTHUR OSCAR E BARBOSA Ninguém acreditava, a batalha já foi ganha abra-se para o começo do fim da campanha. >> 59 ARRAIAL FERIDOS ABATIDOS - 3 CEGUINHAS Nós, ceguinha forte, já decidimo todas por um: se devotamo ao compreto jejum, em pró dos que pode lutar e nos defender, não vamo deixar vocês, pois nóis vai vencer. TODOS LUTADORES VIVOS E ANJOS Não saiam de perto de nós. Não vamos ficar sós. ARRAIAL PARTIDA DE VILA NOVA Pedro Epifânio 3 CEGUINHAS Norberto tem qualidade é esperto. O Último Cariri ! Aqui tão perto ? ! TODOS Vem Alegria da Dor Feroz. Vem Miséria, abatimento, magreza, falta de voz. Vem dias de angústia, suportamo a crueldade diante da porta aberta pra liberdade. NAVE VIAJEIRA CONSELHEIRO Mariano Mattos Martins 60 Adeus aves, adeus árvores, adeus campos, adeus bichos, adeus a todos vós aceito minha despedida pelas gratas recomendações que ao deus levo em minha voz, jamais se apagará da lembrança deste viajante, o desejo ardente de amor desmassacrante do nosso afeto comum, esteja no nosso eterno retorno em todos e em cada um. toca bigorna o eterno retorno. Os massacres estão massacrados. Todos amantes! Todos Amados ! 12º MOVIMENTO: ÚLTIMOS DIAS BEATINHO MANDRÁGORAS SERTANEJOS Ninho Sepultura, Nave Viajeira Debaixo da Pedra Tem Mar Plantio Entorno Eterno retorno. MACHA ANA Antonio nosso Irmão, esperanças vem e vão ? Milhares adoraram a corrente de ouro em torno de um Carvalho, a bigorna bicorneada do deus touro erguendo esse trabalho. Custou tanta Luta Alegria Sofrimento disputa cumpram-se os destinos destes Sinos ? De repente caíram, quebraram. Requebrararm… Derreta-se esse chumbo já derretido de um canhão foi taça, vira bigorna forja agora o país de fora no de dentro, sertão. O divino corno O LAGO E O CERCO DAS ÁGUAS TITÃS CONTRA MORIBUNDOS SOLDADOS Ipueira esgotada! Jóia estragada… CORO SEDENTO Ipueira esgotada! Jóia estragada… SOLDADOS Seguranças armados saciados, fazemos cercado CORO SEDENTO à nossa sede de fissurados ! Sem mais Oxuns, lamaceiros imundos nem Nanãs Burucús SOLDADOS fosfatos intoxicados CORO SEDENTO intóxicados SOLDADOS E CORO SEDENTO dos cadáveres insepultados água salobra apodrecida estrela sedutora no mangue fedida CORO SEDENTO preste ou não preste traga ou não peste, te queremos >> 61 nos drenos dos teus atômicos venenos ou de sêde, de sede morreremos. GLÓRIA AO INFERNO DE WALL STREET CORO GRAVADO SS, GLOBAL’s Forgery Fraude é o clamor da nação ! Não entendemos odes Railroads, holdings Os círculos de Dante retomamos, antes do antes ! Muralha de Wall Street Círculos do Inferno Beats. Marketing, Subiu a Ação! Santuário no Chão estrelas atuais virtuais em Exposição da Decomposição ! 13º MOVIMENTO: UM BRASIL OLHA O OUTRO ENTREGA CORO DOS CORPOS FERIDOS FECUNDADORES Batuta biruta oscila, vacila no vacila do não vacila. Dança carcaça passo fracassa e logo renasça ! Tente metrônomo indolente isocronamente tente: Tente metrônomo indolente isocronamente tente: Olhos nos olhos que não olham e nos que olham, Olhos nos olhos que não olham e nos que olham, no passo da batuta cadente afoxé permanente vivendo morrendo no vai não vai do tempo sai mas não sai mas não sai vai não vai mas vai Vai vai Vai ! Atrasados mancando na historia no compasso glorioso dos sem glória! BEATINHO Alento ! Tatuando o momento além do nosso tempo, último sacrifício sem dor, à nossa crença de amor. Retorno, depois retorno ao passado transtorno no nosso futuro presente crescente no ar que aqui agora se sente. Da sagração do delírio, ao desejo de gozar o martírio ardente aniquilaçao eterno retornado finado em iniciação. UM BRASIL OLHA O OUTRO TROPA Zé de Paiva Nem um rosto viril, porque nos alarma ? Nem um braço capaz de suspender uma arma ! Assalto massacrante ! O mais torturante legião desarmada, mutilada, faminta claudicante ! Custa admitir até pra um demagogo ! São estes ? ! Os mesmos guerreiros das trincheiras de fogo ? Gente inútil, numerosa, frágil, pavorosa, dos casebres habitados três meses bombardeados. Rostos baços, desejos de abraços, sujos arcabouços, cuspidos dos fossos Ai ! A vitória tão longamente apetecida decai, se esvai. Repugna este triunfo. >> Envergonha, o trunfo! 63 Movimento Bixigão Contra-producente compensação, gastos luxuosos de combates, em vão, reveses de milhares de vidas, pro apresamento dessa caqueirada humana que não ufana entre trágica e imunda, os olhos nos nossos olhos afunda! EPÍLOGO SERESTANDO CORO Danilo Tomic tão amados, caboclos persistentes valseios permanentes. Ah! Sertão Tão sem ser Sertão Rocha Viva Voando ando Ser estando, ser estando… Serestando… Tão sem Ser… EUCLIDES EUCLIDES CORO O sertão pisei e encontrei fundamento sem fundamento e escorreguei, então valsei… Rocha viva brazyleira mestiçeira resistente retornando sempre. Material dos ventos ventre, saudade do futuro-passado, no presente subsolo vazando o desejo serestando sertanejo despedaçando cada pedaço juntando novo, no novo abraço. Ah! Sertão Tão sem ser Sertão Rocha Viva Voando, ando Ser estando, ser estando… Serestando…Tão sem ser… CORO Muitas gentes, ocidentes, orientes sul e nortes, devorando mortes, desmassacrados, 64 Ao som dos tambores da oficina do Caçapava, venho dizer essas palavras. Mais do que ensinar a tocar um instrumento, uma música, subir na estrutura, uma dança, uma fala e qualquer outra coisa, é saber que podemos o que queremos. Não somos obrigados a termos um emprego e sim um trabalho. Aí começa o desmassacre. Amizade + responsabilidade + caráter + profissionalismo = PAIXÃO Optar por uma forma de trabalho libertária requer um esforço imenso. O amor e a paixão têm que estar em primeiro lugar. Estimular a pulsão teatral talvez seja nosso objetivo, mas mais importante que isso, de tornálos atores ou não, é mostrar que toda experiência tem que ser vivida em toda sua plenitude. Essas crianças estão experimentando isso, parindo os sertões, o samba, um filho, um beijo........ Zé de Paiva Removendo a nacionalidade, a personalidade, a superfície, rocha surge nua frágil pedra onde a alma viva medra… 65 A L U TA - PA RT E I I D O S D E S - MA S SA C R E A O R E I N I C I O Direção José Celso Martinez Corrêa Conselheira Catherine Hirsh Assistência de Direção Camila Mota Dramaturgia José Celso Martinez Corrêa, a partir de “Os Sertões” de Euclides da Cunha Realização Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona FICHA TÉCNICA ATUADORES Adão Filho coro do exército; coro do 5º de polícia bahiana; sertanejo abdias; cabeleireiro rubens; coro da divisão salvadora – sargento ajudante Adriano Salhab cabo bofe baixista; baracho cirandeiro do cerco; cego salustiano pedinte violeiro; suçuarana; manuel benício dos santos do “jornal do comércio de pernambuco”; ceguinho haderaldo rabequeiro da dançarina euá André Santana Lagartixa soldado agrado; jagunço serelepe; coro dos feridos da golfada de sangue – ferido manco; coro geral dos seres em estado de estiva Anna Guilhermina vedete buceturna das coristas dos céus; bahiana; zabaneira vidente rabdomante mata-hari; enfermeira morfina; coro das tropas diamantis de aquiles; cunanã; mãe do cerco; coro dos minaretes – cantora judia; zabaneira sagrada do rancho fundo; lanceira de 6ª brigada da 2ª coluna; yemanjá/ofélia; órgão; bruxa zabaneira; copeira boa do resort de monte santo; bacante; mandrágora; zabaneira do 66 science; adorável mocinha mórbida com a vovó; santa; zabaneira grávida entregue nãorendida ferida fecundadora – judia de canudos Aury Porto – cavalo; coro do 5º de polícia bahiana – soldado viado de dolmã europeu; coro das tropas diamantis de aquiles; joão abade; cocorobó; marechal carlos machado de bittencourt; o bode; arcanjo joão abade Camila Mota cabo stanislavski do 25º bi rs; a noite; lanceira da 5ª brigada da 2ª coluna; cabra; yemanjá/ofélia; sertaneja parteira do cerco; timótheo sineiro; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; órgão; declamadora soteropolitana isadora/jovem da aristocracia republicana; coreuta dos palimpsestos ultrajantes; arcanjo timótheo; amásia de science; grávida entregue não-rendida ferida fecundadora Daniel Camilo alferes duque estrada artilheiro da maravilha do amor, a 32; capitão martiniano de oliveira; soldado estirador da linha negra da trincheira 7 de setembro; coro da divisão salvadora paulista >> Danilo Tomic tenente coronel siqueira de meneses; coro do 5º de polícia bahiana; coro das tropas diamantis de aquiles; coro das rochas de cocorobó; major cunha matos; sertanejo; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; xangô; jornalista lélis piedade do “jornal da bahia”; antônio vila nova Elenildo de Moura Uga coro dos empasteladores da rua do ouvidor; assistente do engenheiro da maravilha do amor, a 32; jagunço; ossada do angico; coro quadrilheiro de aracajú; coro das rochas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não–rendidas feridas fecundadoras; Félix Oliveira coronel joaquim manoel de medeiros, comandante da 1ª brigada da 1ª coluna; coro das rochas de cocorobó; jagunço vaqueiro vídeo-maker; espectro do coronel tamarindo; coro geral dos seres em estado de estiva; general carlos eugênio de andrade guimarães Fernando Coimbra representante da corporocracia do governo civil; dilermando de assis; monge do rito do vale; fantasma do major henrique severino do 25º bi rs Fioravante Almeida terrorista homembomba; major vieira pacheco frutuoso mendes artilheiro da maravilha do amor, a 32; sertanejo pombeiro do exército; coro das rochas de cocorobó; ossada do angico; elvis josé sidney science; norberto cariri Francisco Rodrigues Rato coro dos empasteladores da rua do ouvidor; soldado da 1º coluna; boi; lanceiro da 5º brigada da 2ª coluna; macambira júnior; ferido sem atestado médico; coro das desgraças das criancinhas; jagunço capoeirista Fransérgio Araújo general arthur oscar de andrade guimarães; estevão morrison; monge do rito do vale Freddy Allan tenente pires ferreira do 9ª biba; lanceiro fujyiama da 4ª brigada da 2ª coluna; soldado do ccc; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres >> 67 em estado de estiva; burro; cabo de esquadra coração de mãe Gabriel Fernandes fotógrafo flávio de barros Guilherme Calzavara cabo corneteiro viado; coro do 5º de polícia bahiana; coro das tropas diamantis de aquiles; deusa sol; cabuadá da 2ª coluna; coro das rochas de cocorobó; cabo viado ferido do coro da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; oficial discursador do palanque da nomeação do marechal bittencourt; coro da divisão salvadora paulista – mano fruslay; cabo pelotas; cão de fila conselheirista da molóssia de epiro; sargento ajudante; segurança de prudente de moraes Haroldo Costa Ferrari cabo wanderley; celebridade alferes wanderley; coronel carlos maria da silva telles, comandante da 4ª brigada da 2ª coluna; coro das rochas de cocorobó; corifeu dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; presidente prudente de moraes; beatinho Ito Alves soldado benedito; jagunço expedito Juliane Elting corista dos céus; bahiana; zabaneira galega hertha; enfermeira morfina; coro das tropas diamantis de aquiles; cunanã; zabaneira espiã de boom do filme de amor; lanceira da 6ª brigada da 2ª coluna; yemanjá/ofélia; coro dos minaretes – cantora da turquia – kreuzberg; coro dos feridos da golfada de sangue – soldado lotte lenya; coro geral dos seres em estado de estiva; órgão; canto do mar – sereia; iansã; bruxa zabaneira; copeira boa do resort de monte santo; bacante mandrágora; galega de science; relatora dos direitos humanos da organização das nações unidas; jagunça; sertaneja grávida entregue não-rendida ferida fecundadora 68 Karina Buhr corista dos céus; bahiana; zabaneira; enfermeira morfina; coro das tropas diamantis de aquiles; cunanã; lanceira da 5ª brigada da 2ª coluna; oxum/ofélia; sertaneja parteira do cerco; coro dos minaretes – cantora ancestral de israel; ferido do coro da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; órgão; oxumarê; bruxa zabaneira; copeira boa do resort de monte santo; bacante; mulher do jagunço science; ceguinha forte; sertaneja grávida entregue não-rendida ferida fecundadora Luciana Domschke corista dos céus; bahiana; zabaneira; médica morfina; médica do exército; coro das tropas diamantis de aquiles; terra; ana da cunha, nascida assis, esposa de euclides da cunha; oxum/ofélia; terra rocha ilha nuclear; terra cacimba extinta; macha; terra que chora na lagoa barrenta e contaminada; mulher de canudos entregue não-rendida ferida fecundadora Marcelo Drummond euclides da cunha; monge do rito do vale Mariana de Moraes corista dos céus; bahiana; zabaneira; enfermeira morfina; coro das tropas diamantis de aquiles; cunanã; oxum/ofélia; jagunça; coro dos minaretes – cantora palestina; coro de feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; órgão; canto do mar – sereia; iansã; coreuta dos palimpsestos ultrajantes; mulher de branco; bacante; mulher do jagunço science; ceguinha forte; sertaneja grávida entregue não-rendida ferida fecundadora Mariano Mattos Martins – coro dos empasteladores da rua do ouvidor – coronel thompson flores do 7º bi ba; coro do 5º de polícia bahiana; coro das tropas diamantis de aquiles; câmera 2 do filme de amor; lan- ceiro da 5ª brigada da 2ª coluna; glauber rocha; sertanejo mouro abu al zarqawi; alferes honorário alceu; alceu desertor; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; órgão; oxossi; coro da divisão salvadora paulista – mano cadete atacante; tradutor da relatora da onu; satyro das adegas dos subterrâneos; soldado anspeçada marcellino b. de miranda Naomy Schölling corista dos céus; bahiana; zabaneira; enfermeira morfina; coro das tropas diamantis de aquiles; cunanã; lanceira da 5ª brigada da 2ª coluna; oxum/ofélia; coro dos minaretes – cantora da ave maria; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; soldado do palanque da nomeação do marechal bittencourt; órgão; são francisco de assis; órgão; canto do mar – sereia; socialite convidada da inauguração do resort de monte santo; bacante; mandrágora; ceguinha forte; sertaneja grávida entregue não–rendida ferida fecundadora Otávio Ortega capitão pereira pinto cheguei e morri Patrícia Aguille capitão “o homem e o cavalo” pedreira franco; withworth 32 – a matadeira, maravilha do amor; oxum/ofélia; chefe do esquadrão da cavalaria da 6ª brigada da 2ª coluna; helena vaca profana; helena da tróia de taipa Pedro Epifânio coro dos empasteladores da rua do ouvidor; pajeú general das banda; coro das rochas de cocorobó; zabanera pérola negra; suçuarana em estado de estiva Ricardo Bittencourt bahia eulâmpia; general menelau joão da silva barbosa leoni; general barbosa gorila; maria antonieta Rodolfo Dias Paes - Dipa general claudio do amaral savaget; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; namorado da república; corifeu dos palimpsestos ultrajantes; animador do resort de monte santo; coro da divisão salvadora paulista; cachorro chacal; ordenançaescrivão das últimas barbaridades Sálvio do Prado coronel campelo frança; coro do 5º de polícia bahiana; coro das tropas diamantis de aquiles; coronel donaciano de araújo pantoja, comandante da 6ª brigada da 2ª coluna; coro das rochas de cocorobó; coro dos feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; segurança de prudente de moraes; jornalista fávila nunes da “gazeta de notícias” do rio de janeiro; coro da divisão salvadora paulista; barnabé josé de carvalho, um dos 4 últimos resistentes; guarda-costas de prudente de moraes e do marechal bittencourt Samuel de Assis coronel inácio henrique de gouveia, comandante da 2ª brigada da 1ª coluna; coro do 5º de polícia baiana; coro das tropas diamantis de aquiles; guia domingos jesuíno; alferes honorário alceu; coronel julião augusto de serra martins, comandante da 5ª brigada da 2ª coluna; coro das rochas de cocorobó; boi jesuíno; coro de reses do rito do vale em estado de estiva; órgão; xangô; coronel serra martins ferido; satyro das adegas dos subterrâneos; coro da divisão salvadora paulista; satyro degolado; arcanjo satyro; lagarto; jesuíno jr. Sylvia Prado viúva porcina do cabo wanderley; bahiana; zabaneira; enfermeira morfina; coro das tropas diamantis de aquiles; cunanã; zabaneira espiã de claquete; lanceira da 4ª brigada da 2ª coluna; yemanjá/ofélia; coro dos minaretes – cantora muda; brasylina na guerrilha; ex-viúva; coro de feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; secretária do marechal bittencourt; brasylina báquica; >> 69 zabaneira ana rúbia; escrivã do “tribunal internacional para os crimes das nacionalidades contra a humanidade euclides da cunha”; brasylina grávida entregue nãorendida ferida fecundadora Vera Barreto Leite dona de companhia de peças de arthur azevedo e produtora das coristas da rua do ouvidor; bahiana; zabaneira; enfermeira morfina; fashion vaqueiro; cunanã; yemanjá/ofélia; rastro nababo; seca; 1ª dama dona adelaide de moraes; novíssima república restaurada; hécuba euá; baronesa de jeremoabo; mulher grávida entregue não-rendida ferida fecundadora Wilson Feitosa Jr. coro dos empasteladores da rua do ouvidor – soldado republicanático do 30º bi rs; coronel olímpio da silveira, comandante da 3ª brigada da 1ª coluna; coro do 5º de polícia baiana; coro das tropas diamantis de aquiles; major carlos frederico de mesquita; lanceiro da 6ª brigada da 2ª coluna; coro das rochas de cocorobó; coro de feridos da golfada de sangue; coro geral dos seres em estado de estiva; guardacostas de prudente de moraes e do marechal bittencourt Zé Celso antônio conselheiro; conselheiro sileno Zé de Paiva coro dos empasteladores da rua do ouvidor; coro do exército da 1ª coluna; engenheiro da maravilha do amor, a 32; anjo negro moinho de vento; jagunço anjo negro; lanceiro da 4ª brigada da 2ª coluna; soldado do ccc; jagunço anjo negro da cuíca; ogum; sertanejo anjo negro satyro; anjo negro; um velho, um dos 4 últimos resistentes participação especial Renée Gumiel novíssima república restaurada; dançarina de circo euá com lanterninha alimentando suas netinhas ATUADORES DO MOVIMENTO BIXIGÃO Aneliê Schinaider coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; coro dos minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; solista do grito hediondo da golfada; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Ariclenes Barroso coro do exército mirim de moreira césar; dionísio xangô menino; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;menino sol; coro de filhos do cerco; coro dos onze; menino de godot; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; brasileirinho; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Beiço - Gilmário Júnior coro do exército mirim de moreira césar; coro de bois; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro das rochas; coro percussivo de jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos onze;bando das banda do nascente em arrastão; coro da deusa bateria; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva;coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; criança se deba- >> 71 tendo entre as chamas; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não–rendidas feridas fecundadoras; Carolina Almeida coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro jagunço do coco mergulhão;coro dos filhos do cerco; coro dos minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro das reses do geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Cíntia Ingrid coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro percussivo de jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues nãorendidas feridas fecundadoras; Débora Santos coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro percussivo dos jagunços; coro dos filhos do cerco;coro dos minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro da deusa bateria; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros crian72 cinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Edílson dos Santos coro do exército mirim de moreira césar; coro de bois; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro das rochas;coro do coco mergulhão; coro de jagunços; coro dos onze;coro dos filhos do cerco;bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; solista do grito hediondo da golfada; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; Edísio do Santos coro do exército mirim de moreira césar; coro de bois; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro das rochas; coro do coco mergulhão; coro de jagunços; coro dos onze;coro dos filhos do cerco; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; Edna do Santos coro do exército mirim de moreira césar; criança da geração futura; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; lanceira da 4ª brigada da 2ª coluna; yemanjá/ofélia; menina muçulmana; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; netinha que engatinha da voinha; coro da vassourada do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; criança índia, um dos 4 últimos resistentes; Geni de Lira coro do exército mirim de moreira césar; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; bando das banda do nascente em arrastão; coro da deusa bateria; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não–rendidas feridas fecundadoras; Isabela Santana coro do exército mirim de moreira césar; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú;coro do coco mergulhão;coro dos filhos do cerco;bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Ivan Cardoso coro do exército mirim de moreira césar;coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão;coro dos filhos do cerco; coro dos onze; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Jacqueline Braga coro do exército mirim de moreira césar; criança da geração futura; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; yemanjá/ofélia; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; coro dos onze; menina muçulmana; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; netinha que engatinha da voinha; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não–rendidas feridas fecundadoras; Jhonatha Ferreira o coro do exército de moreira césar; coro dos bois; serafim, chamado pelo exército de bicho diabo, filho de pajéu e helena da tróia de taipa Juliane Lira coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; coro dos minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Laene Santana coro do exército mirim de moreira césar; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; bando das >> 73 banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Luna Oliveira coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; coro percussivo dos jagunços; coro de minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues nãorendidas feridas fecundadoras; Mariana Oliveria coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro dos filhos do cerco; coro percussivo dos jagunços; coro das banda do nascente em arrastão; coro da deusa bateria;coro das rezas; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Talita Martins coro do exército mirim de moreira césar; coro de cunanãs; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; 74 coro do coco mergulhão; coro percussivo de jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos minaretes; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; Thiago Martinho coro do exército mirim de moreira césar; coro de bois; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro do coco mergulhão; coro percussivo dos jagunços; coro dos filhos do cerco; coro dos onze; bando das banda do nascente em arrastão; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues nãorendidas feridas fecundadoras; Xandy coro do exército mirim de moreira césar; coro de bois; coro das bocas de fogo; coro quadrilheiro de aracajú; coro das rochas; coro do coco mergulhão; coro percussivo dos jagunços;coro dos filhos do cerco; coro dos onze; bando das banda do nascente em arrastão;coro da deusa bateria; coro das mais belas vacas; coro geral dos seres em estado de estiva; coro de prisioneiros criancinhas chegando desfilando como numa passarela de moda andrajosa; coro da vassourada; coro do apocalipse do phogo da rosácea de entulhos no centro da pista; coro das crianças entregues não-rendidas feridas fecundadoras; MÚSICA Criação coletiva do Oficina Uzyna Uzona com a participação da ala de compositores Adriana Capparelli/ Adriano Salhab/André Lagartixa/Arthur Nestrovski/Camila Mota/Celso Sim/Daniel Camilo/Danilo Tomic/Rodolfo Dias Paes (Dipa)/Guilherme Calzavara/ Günther Giese/Ito Alves/Junio Barreto/ Karina Buhr/Letícia Coura/Lira Paes (Lirinha)/Marcelo Pellegrini/Mariana de Moraes /Mariano Mattos Martins/Otávio Ortega/Pepe Mata Machado/Péricles Cavalcanti/Rogério Victor/Theo Solnik/ Zé Celso Direção musical e trilha sonora original Marcelo Pellegrini MÚSICOS Adriano Salhab rabeca, bandolim, baixo, violão André Santana Lagartixa percussão Daniel Camilo percussão Danilo Tomic flautas, saxofone Guilherme Calzavara trompete, bateria, cabuletê, gongo Ito Alves percussão Karina Buhr percussão Otávio Ortega piano, teclado, acordeon, cuíca, flauta Wilson Feitosa Jr guitarra, violão, cavaquinho Letícia Coura musa da música SONORIZAÇÃO Direção de sound design Rodolfo Dias Paes (Dipa) Operação de sonoplastia Rodrigo Gava Roadie Charles Lima da Silva Engenharia de som Tecnoaúdio ESPAÇO CÊNICO E DIREÇÃO DE ARTE Direção de arte e arquitetura cênica Osvaldo Gabrielli Produtor da direção de arte Mariano Mattos Martins Assistente de direção de arte Océlio de Sá Aderecistas Eduardo Moreira / Gustavo Medeiros/Juan Ortiz/Mário Lopes/Waldemir Leite FIGURINO Figurinistas Sônia Ushiyama Souto/ Silvia Moraes Cabrocha do figurino Sylvia Prado Assistente de figurino Hitomi Jonishi costureiras – Leci de Andrade/Marilene Rodrigues Reis/Silvia Castro/ Wal Nogueira/Tônia Grecco * Trajes das personagens Bahia Eulâmpia e Noite foram criados por Olintho Malaquias ILUMINAÇÃO Concepção Irene Selka/Ivan Andrade/ Ricardo Morañez Operação de luz Irene Selka/Ivan Andrade Consultoria Cibele Forjaz Assistentes técnicos (pimbim) Antonio Aureliano/Pedro Terra VÍDEO Direção de vídeo, câmera, edição, operação de mesa Fernando Coimbra Câmeras Daniel Lara/Gabriel Fernandes Operador de mesa ao vivo Marcelo Comparini Editores Daniel Lara/Marcelo Comparini Colaboração Marília Halla, Oswaldo Santana, Aureliano Coimbra e Ricardo Seco >> Gaffer Charles Lima da Silva 75 FILME EM 16 MM Direção e montagem Fernando Coimbra Direção de fotografia e câmera Lula Carvalho Produção Ana Rúbia de Melo/Bia Fonseca/Fernando Coimbra Asistentes de direção Camila Mota/Thaís Taverna Assistente de câmera Heloísa Ururahy Podução de locação (favela) Aguinaldo de Souza Rocha Elétrica Irene Selka/Pedro Terra/ Antonio Aureliano/Ivan Andrade Maquinistas Zé de Paiva/Charles Lima da Silva Platô Elisete Jeremias Produção de Arte Mariano Mattos Martins Agradecimentos Carlos Ebert/Flávia Felício/Marcelo Capobianco (Kodak)/Marcelo Bratz/Paulo Ferreira Moviola cedida pelo Curso Superior do Áudio Visual-ECA-USP PALCO Direção de cena Elisete Jeremias e Estanislau Azevedo Contra-regras Henrique Martins/ Giovani Azevedo Camareira chefe Cida Melo Camareiras Caterine de Lima (Catê)/ Alice Queiroz PRODUÇÃO Produtoras Ana Rúbia de Melo/ Bia Fonseca Produtor internaciona Matthias Pees ADMINISTRAÇÃO Diretor administrativo Aury Porto Auxiliar administrativo Dylan Rocha Secretária Clarissa Mastro 76 Zelador Edson Aureliano Conservação do teatro Emerson Aureliano Arquivista Thaís Sandri Assessoria contábil Paula Cristina Romano Assessoria jurídica Martha Macruz de Sá DIVULGAÇÃO Assessoria de imprensa Francine Ramos Fotos Lenise Pinheiro Site Tommy Pietra Programação visual - Progeto gráfico Arthur Lescher/Dorien Barretto Assistentes de arte Everaldo Guimarães/Anderson Ballet Miguel Produtor gráfico Horácio Sei APOIO Preparação vocal Günther Giese/ Madalena Bernardes/Naomy Schölling Preparação corporal Diogo Granato/Ito Alves/Juliane Elting/Luciana Brites MOVIMENTO BIXIGÃO Fundadores Pedro Epfânio, Fioravante Almeida, Sylvia Prado e Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona Coordenação das Oficinas Sylvia Prado Percussão Carlos Caçapava Canto Letícia Coura Piano e percepção musical Otávio Ortega Teat(r)o e teatro Zé de Paiva, Mariano Mattos Martins, Samuel Costa, Camila Mota Dramaturgia Tommy Pietra, Lúcia Telles e Patrícia Aguille Produção Flávia Lobo de Felício Apoio de Produção Schinaider e Rose Aparecida Fotos Maurício Shirakawa e Zé de Paiva AGRADECIMENTOS Ao Diretório Nacional do PDT/ Buda/Carlos Ebert/Dayla Sanchez/ Eduardo Suplicy/Elo Iluminação/Gênesis Aluguel de Roupas (pela doação de roupas)/Hotel Coliseu/José Roberto Graziano/Leopoldo Nunes Filho/Marco Antonio Amaral/Maria Clara Veste Rigor (pela doação de roupas)/O Rei das Velas/Padaria 14 de Julho/Padaria Central (Rosa, Zé e Armando)/Paulo Memoli/ Petruska Caneti/Roberto Firmino/Sacolão Bela Vista/Jaceguai (Massao Shiroma, Tyoko Nakazoni, Carlos A.C. da Silva, José de Abreu Gonçalves e João Adriano Gonçalves)/São Paulo Táxi/Saulo Queiroz/Tadeu Jungle/Taís Reis/ Tecnoaudio/Wanderley Piras/Michael Laages Izabel Mota / Fernanda Diamant/Secretaria de Serviços - ABAST 77 PATROCÍNIO CO-PATROCÍNIO SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA DE SÃO PAULO PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO AO TEATRO PARA A CIDADE DE SÃO PAULO 78 79 APOIO CULTURAL Copiadora Itaim Central Plaza Flat Tel. 3293 1800 tel. 11 3159-5106 Teatro Oficina – Rua Jaceguai, 520 – Bixiga – SP Tel.: (11) 3106-2818 – www.teatroficina.com.br 80 António Conselheiro E X I S T E U M MA U D S L E Y P RA S L O U C U RA S E C R I M E S D A S NA C I O NA L I D A D E S . S O U T E S T E M U N HA … . . . E E U C L Y D E S D A C U N HA.% Fioravante Almeida 82 Euclydes da Cunha Estádios de nossa época onde há de se tornar uma realidade o teatro de amanhã, o teatro para a vontade do povo e a emoção do povo. O.A.