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A ENTREVISTA COM
A CRIANÇA
NO ÂMBITO DO SISTEMA DE
PROMOÇÃO E PROTEÇÃO DE
CRIANÇAS E JOVENS
Ficha Técnica
EBOOK | A Entrevista com a Criança no Âmbito do Sistema de Promoção e
Proteção de Crianças e Jovens
Data: Junho de 2023
Autor(a): Susana da Silva
- Psicóloga Clínica. Membro efetivo da OPP;
- Formadora certificada pelo IEFP;
- A exercer funções em Centro de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental
(CAFAP);
- Prática profissional em Comunidade de Inserção, Gabinete de Psicologia e Apoio à
Família, Projeto CLDS 3G, Linha Concelhia de Apoio à Terceira Idade e Pessoas
Dependentes, Cantina Social, Agrupamentos de Escolas e Prática Privada.
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fins pessoais ou comerciais.
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Índice
06
01
Nota Introdutória
Pág. 6
02
Enquadramento
Jurídico
Pág. 8
Guião de Entrevista
no decorrer do
Processo
Pág. 24
08
Pág. 9
04
Folha de Registo
(Avaliação
Diagnóstica)
Pág. 25
09
As Fases da Entrevista
Pág. 11
05
Pág. 20
07
03
A Entrevista no
Sistema de Promoção
e Proteção
Guião de Entrevista
Inicial (Avaliação
Diagnóstica)
Aspetos a ter em conta
durante a realização da
entrevista
Pág. 18
Folha de Registo
(Avaliação no decorrer
Pág. 29
do Processo)
10
Referências
Bibiográficas
Pág. 30
01
NOTA INTRODUTÓRIA
NOTA: Neste guia, o termo “criança”
refere-se a qualquer pessoa com menos de 18
anos de idade ou com menos de 21 anos que
solicite a continuação da intervenção iniciada
antes de atingir os 18 anos, e ainda a pessoa até
aos 25 anos sempre que existam, e apenas
enquanto durem, processos educativos ou de
formação profissional. O termo “pais” engloba
os progenitores, o representante legal ou quem
tenha a guarda de facto da criança.
O presente documento destina-se a
profissionais que exerçam funções no âmbito do
Sistema de Promoção e Proteção de Crianças e
Jovens e pode revelar-se útil na realização da
entrevista junto da criança. Salvaguarda-se que
o uso deste guia não se direciona para as
entrevistas periciais ou forenses, as quais
permite diagnosticar e/ou analisar uma
situação de maus tratos ou de perigo. Permite
recolher informação relevante acerca das
necessidades de desenvolvimento da criança,
do funcionamento da família e da sua
integração na comunidade, devendo ser
enquadrada na linha de pensamento inerente
seguem protocolos próprios de avaliação e de
recolha de informação.
ao Modelo Ecológico de Avaliação e
Intervenção em Situações de Risco e Perigo.
A informação recolhida vai ser crucial para
delinear a intervenção (os objetivos, as ações e
as tomadas de decisão no âmbito do processo),
A entrevista, enquanto técnica valiosa de
recolha de informação, em conjunto com outros
métodos e técnicas de avaliação e diagnóstico,
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
6
daí ser fundamental o profissional estar ciente
da oportunidade que representa o momento da
entrevista e da importância de existir uma
preparação prévia antes desta ocorrer.
No
presente
guia,
encontra
um
breve
enquadramento jurídico, onde se faz referência
aos direitos da criança relativamente à sua
audição no processo de promoção e proteção;
um apontamento relativamente à entrevista
junto da criança no Sistema de Promoção e
Proteção, onde se distingue a entrevista no
início do processo (diagnóstico da situação) e no
decorrer do processo (recolha de informação
para balanço do processo e dos objetivos e ações
realizadas); a distinção das diferentes fases da
entrevista (desde a sua preparação, até ao seu
término); os aspetos a ter em consideração
durante a realização da entrevista; um guião de
entrevista inicial, útil para realizar a primeira
abordagem junto da criança e onde se recolhe a
informação essencial, para compreender a
situação e dar início à intervenção; um breve
PSICOGNIS
•
guião de entrevista a realizar durante o decorrer
do processo, as respetivas folhas de registo e por
fim, as referências bibliográficas, onde constam
as fontes das pesquisas da informação que
consta no presente guia.
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
7
02
ENQUADRAMENTO JURÍDICO
Atendendo à lei em vigor, tendo por base a
e capacidade de compreensão e de tomada de
Convenção Sobre os Direitos das Crianças
decisão.
(CSDC) e a Lei de Proteção de Crianças e
Estes direitos estão consagrados na Convenção
Jovens em Perigo (LPCJP), a criança deve
Sobre os Direitos das Crianças (CSDC), no art.
ser reconhecida como um sujeito participativo,
3º (Interesse Superior da Criança), art. 5º
interveniente no seu processo de crescimento,
(orientação da criança), art. 12º (opinião da
pelo que entre o vasto conjunto de direitos
criança), artigo 13º (liberdade de expressão) e
fundamentais, é-lhe concedido o direito de
art. 17º (acesso à informação).
audição e participação nos processos que lhe
dizem respeito. No âmbito do Sistema de
Ao nível da Lei de Proteção de Crianças e
Promoção e Proteção, a criança, em separado
Jovens em Perigo (LPCJP) estão considerados
ou na companhia dos pais, tem direito a ser
no
informada sobre os seus direitos, os motivos
intervenção), art. 9º (consentimento), art. 10º
que determinaram a intervenção, a forma como
(não oposição da criança e do jovem), art. 84º
esta se processa, garantindo que a sua
(audição da criança e do jovem), art. 86º
participação é realizada de forma livre e
(informação e assistência), art. 94º (informação
esclarecida. Tem ainda direito a ser ouvida e a
e
participar nos atos e na definição da medida de
(advogado), art. 104º (contraditório), art. 107º
promoção e proteção, sendo-lhe concedido o
(despacho inicial) e art. 114º (debate judicial).
exercício
do
contraditório.
art.
audição
4º
(princípios
dos
orientadores
interessados),
art.
da
103º
Qualquer
intervenção deve ser sempre efetuada tendo em
conta
o
permitindo
Superior
o
Interesse
da
Criança,
envolvimento
da
criança,
respeitando a fase de desenvolvimento em que
se encontra, de acordo com a idade, maturidade
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
8
03
A ENTREVISTA NO SISTEMA DE
PROMOÇÃO E PROTEÇÃO
A entrevista pode ser utilizada, numa fase inicial, aquando a sinalização, para a realização da
avaliação diagnóstica, da tomada de decisão e do delineamento do respetivo plano de intervenção.
Também deve ser utilizada enquanto o processo de promoção e proteção estiver a decorrer, com
o intuito de informar, orientar, motivar os progenitores e/ou a criança, promover as mudanças e
avaliar os resultados.
Se for uma entrevista inicial, revela-se importante avaliar com cuidado os pormenores da ficha de
sinalização. Na eventualidade da sinalização advir de uma entidade, deve ser realizada a articulação
com a mesma, para recolher mais informação, antes de abordar a família.
Ao convocar a família e a criança, podem ser realizadas várias entrevistas (entrevista com os pais e
em caso de necessidade com outros familiares, entrevista individual com a criança ou entrevista con-
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
9
junta com os pais e a criança), a fim de apurar o máximo de informação que seja relevante para
delinear os objetivos da intervenção. A atitude do profissional, nesta fase, revela-se muito importante
para a adesão da família e para o sucesso/insucesso da intervenção.
É importante salientar que no âmbito da intervenção das entidades de 1ª linha (Entidades com
Competência em Matéria de Infância e Juventude – ECMIJ) e de 2ª linha (Comissão de Proteção de
Crianças e Jovens – CPCJ), salvo situações de urgência, a intervenção depende do consentimento
expresso dos pais e da não oposição da criança com idade igual ou superior a 12 anos (ou com idade
inferior, desde que tenha capacidade e maturidade para conhecer o sentido e alcance da intervenção).
Assim, para além da obrigatoriedade acima referida, em qualquer avaliação que esteja relacionada
com a criança, antes de ser tomada qualquer decisão, é sempre aconselhável o profissional ouvir ou
ter contacto direto com a criança, independentemente das suas capacidades cognitivas ou de
maturidade. Se for uma criança de faixa etária precoce, em que não consiga exprimir-se, é benéfico
observar a criança e a sua interação com os pais e o meio envolvente e podem utilizar-se técnicas
como a observação direta em jogos, desenhos e/ou brincadeiras. A partir dos 4 anos é possível
recolher informação através da técnica da entrevista, embora possa existir a necessidade de
complementar com outras técnicas, como o desenho, os jogos ou as brincadeiras ao “faz de conta”.
Com crianças a partir dos 5 e/ou 6 anos pode-se recorrer às técnicas de desenho, fantoches, ou à
reconstituição dos acontecimentos (se não for traumático). Salvaguarda-se que as entidades de 3ª
linha (Tribunais) não carecem de consentimento das partes para a sua intervenção.
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
10
04
AS FASES DA ENTREVISTA
O cumprimento dos objetivos que se pretende alcançar com a entrevista, contempla quatro fases:
(1) uma fase prévia de preparação da entrevista, (2) uma fase inicial em que ocorre a apresentação
do profissional e dos objetivos da entrevista, (3) uma fase intermédia onde se realiza a recolha da
informação e, por fim, (4) uma fase final, onde se encerra a entrevista.
A entrevista semiestruturada, com questões abertas e fechadas, é amplamente a mais utilizada. As
questões devem ser colocadas de forma fluída no decorrer da entrevista e não de forma estanque,
como se o profissional estivesse a seguir um inquérito. É sempre importante relembrar que o
cumprimento dos objetivos da entrevista e a realização (ou não) das questões previamente
planeadas, irá depender da interação estabelecida e da abertura da criança para colaborar.
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
11
1.FASE PRÉVIA - PREPARAÇÃO
DA ENTREVISTA
1.1. Premissas a ponderar no âmbito do
planeamento da entrevista
? Trata-se de uma entrevista inicial ou de
uma entrevista no decorrer do processo?
Consiste em planificar como irá ser
realizada a entrevista, a sua finalidade e os
objetivos a atingir. Implica:
Se for uma entrevista inicial, o foco deve estar
no estabelecimento da relação e da interação
1. Ponderar algumas premissas acerca de
com a criança. Prevê-se a necessidade de
que forma se irá processar a entrevista;
conceber um guião de entrevista mais
2. Agendar a entrevista;
elaborado, uma vez que existe a necessidade
3. Preparar o setting;
de recolher a informação inicial para se
compreender o processo e o diagnóstico da
4. Realizar o guião de entrevista.
situação. Nem sempre é possível recolher toda
De forma a que seja possível recolher a
informação necessária de forma organizada e
completa, deve existir uma planificação da
informação que se pretende obter, da ordem
em que as questões são colocadas, das
técnicas a utilizar, do setting a preparar,
sempre tendo em vista a finalidade e os
objetivos da entrevista e respeitando o tempo
da criança.
a informação necessária numa só entrevista e
como tal, poderá ser necessário agendar uma
segunda entrevista (principalmente se a
criança estiver cansada ou não estiver ainda
preparada
para
abordar
determinados
assuntos).
Se for uma entrevista no decorrer do processo,
a mesma é realizada com uma finalidade bem
precisa.
Por
norma,
pretende-se
apurar
informação acerca de uma situação específica
ou realizar um balanço da intervenção
realizada até outrora.
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
12
? A entrevista é realizada individualmente
maior segurança junto do profissional e os pais
com a criança ou ocorre na presença dos
sentem que não estão a ser excluídos do
pais?
processo. É, no entanto, importante avaliar se
tal não pode conduzir a maior probabilidade de
A criança tem direito a ser informada dos seus
direitos, dos motivos que determinaram a
intervenção e da forma como esta se processa.
Em separado ou na companhia dos pais, tem
direito a ser ouvida e a participar nos atos e na
definição da medida de promoção dos direitos e
de proteção. As pessoas presentes na entrevista,
deverão ser determinadas em função das
caraterísticas de cada caso. Cabe ao profissional
decidir se a entrevista é realizada de forma
individual com a criança (a criança entra
sozinha no espaço e é entregue no término da
entrevista aos pais), se a entrevista é realizada
na presença dos pais ou se a entrevista é
realizada de forma mista (a criança entra no
espaço com os pais, é realizada a apresentação
sugestionabilidade das respostas da criança,
pois a criança pode não se abstrair daquilo que
os
pais
eventualmente
gostariam
que
respondesse. Em outras situações, por exemplo,
no decorrer do processo, quando se realiza um
balanço da intervenção e quando se trata de
crianças com mais idade, pode revelar-se útil
realizar uma entrevista conjunta com os pais e a
criança e delinear objetivos e tarefas em
conjunto.
Cabe ao profissional avaliar e decidir na
situação
em
concreto
qual
a
melhor
metodologia a adotar. Nos casos em que
existem suspeitas de um ou ambos os pais
serem responsáveis pelos maus-tratos, estes não
deverão estar presentes na entrevista.
do profissional e os objetivos da entrevista e é
solicitado aos pais para se ausentarem do
espaço, apenas regressando na fase final da
mesma).
Por exemplo, em situações de perigo iminente,
sempre que possível, procura-se realizar a
entrevista individual à criança. Por outro lado,
em situações em que se obteve previamente o
consentimento informado dos pais e que estes
demonstram
estar
colaborantes,
pode-se
eventualmente optar pela entrevista mista. A
presença dos pais permite à criança sentir uma
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
13
? No caso de fratria, a entrevista é realizada
1.3. Preparar o setting (espaço físico e
de forma conjunta ou individual?
materiais lúdicos à disposição da criança)
Não existe apenas uma resposta válida, para
cada situação o profissional deve tentar perceber
As instalações devem ser acolhedoras e
de que forma poderá obter com mais facilidade
apelativas
para
a informação que necessita.
agradável,
possuir
A entrevista individual permite que a criança
algumas comodidades, como por ex. casa de
expresse a sua opinião de forma espontânea,
banho próxima, sala de espera).
sem influência ou receio da presença da restante
Os materiais lúdicos devem ser adequados à
fratria. A entrevista conjunta permite ao
idade e ao nível de desenvolvimento da
profissional observar a dinâmica relacional entre
criança e quando necessário, podem ser
a fratria.
utilizados, para facilitar a expressão da criança
Quando é possível e se tal se justificar, deve-se
privilegiar a possibilidade de realizar duas
entrevistas, uma de forma conjunta e outra
individual.
a
criança
alguns
(decoração
brinquedos
e
e a interação com o profissional.
Os desenhos ou brincadeiras elaboradas pela
criança, devem ser contextualizados, ou seja, é
importante pedir à criança que descreva o que
desenhou ou representou, para não ser
realizada uma interpretação ou suposição
elaborada pelo profissional.
1.2. Agendar a entrevista
Estabelecer contacto com os pais, com o intuito
de indicar o dia, hora, local e identificação dos
membros da família que se pretende entrevistar.
Alguns exemplos de materiais lúdicos:
- Material de desenho e pintura (folhas de
papel, lápis, canetas, borracha…);
- Família de madeira com roupas a representar
as três gerações (filhos, pais e avós);
- Utensílios de cozinha (panela, pratos, copos,
garfos, facas, colheres);
- Nenuco, biberão, bacio; doudou, pano, roca;
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
14
- Mala de saúde (seringa, estetoscópio…);
2. FASE INICIAL DA REALIZAÇÃO
- Soldadinhos (ou Índios e Cowboys);
DA ENTREVISTA
- Animais de borracha (selvagens, domésticos,
pré-históricos);
- Legos;
- Carros (ambulância, carro de bombeiros, carro
de polícia, táxi, carros normais);
Consiste em realizar a apresentação do
profissional e dos objetivos da entrevista.
- Peças de madeira;
- Plasticina;
- Puzzles do corpo humano;
Nesta fase
- Peças de encaixe;
procurar:
inicial, o profissional deve
Dar oportunidade à criança de explorar o
espaço;
Manter uma postura empática e tranquila,
referindo-se à criança sempre no primeiro
nome;
1.4. Realizar um guião de entrevista
Preparar um guião onde conste as dimensões e
variáveis que se pretende explorar e a
ordenação mais adequada e lógica de inserir
as questões.
Adotar uma linguagem clara e adequada à
sua idade e nível de desenvolvimento;
Realizar a sua apresentação (indicar o seu
nome, a sua profissão e a entidade em que
exerce funções);
Tentar apurar as expetativas da criança
(porque acha que está ali ou se algo lhe
foi dito por parte de terceiros) e se
necessário clarificá-las;
Explicar o motivo da convocatória,
prestar
informação
acerca
dos
seus
direitos, os motivos que conduziram à
intervenção, a forma como esta se
processa e os limites da confidencialidade
(com vocabulário adequado ao nível de
desenvolvimento da criança);
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
15
Transmitir à criança que esta tem o direito
Tal situação, para além de
estabelecer a
a ser ouvida e dizer o que pensa e o que
proximidade e a interação com a criança,
sente e que na eventualidade de não
permite ao profissional perceber se está a
compreender alguma coisa que foi dita
utilizar uma linguagem percetível para a
pelo profissional, pode dizer que não
criança.
percebeu e fazer perguntas;
capacidade cognitiva da criança e funciona
Garantir a privacidade no decurso das
como preparação para as perguntas que
entrevistas às crianças e suas famílias.
poderão suscitar mais emoções e reações. É
Permite
ainda
compreender
a
comum usar-se as conhecidas seis questões do
jornalismo: “o quê”, “quem”, “quando”,
3. FASE INTERMÉDIA DA
“onde”, “como” e “porquê”, para perceber se
REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA
a criança consegue compreender e fornecer
uma descrição mais completa. Por exemplo,
uma criança com mais idade, à partida
consegue explicar que: iniciou a frequência
Consiste em recolher a informação necessária
para
realizar
a
avaliação
da
situação-
problema: informação sobre a criança, a
família, o meio envolvente, os fatores de risco,
os fatores de proteção e a consciencialização
da criança acerca dos motivos que conduziram
à sinalização.
Nesta fase
em ATL, por opção dos progenitores (o quê? e
quem?), aquando o início do 2º ciclo
(quando?), num espaço perto da sua residência
(onde?), para que pudesse ter o apoio
individualizado na realização dos trabalhos de
casa (como? e porquê?). Crianças mais
pequenas, tendem a não conseguir responder
às questões “como” e “porquê”, pois exige
intermédia, o profissional deve
maior interpretação e reflexão.
optar por introduzir questões relacionadas
com dimensões neutras, ou seja, que são
relevantes recolher para melhor compreender
o processo, mas que não estão relacionadas
com a problemática principal subjacente ao
processo (por exemplo, escola, amigos,
atividades extracurriculares, atividades de
lazer, interesses).
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
16
Cabe ao entrevistador certificar-se acerca da
4. FASE FINAL DA REALIZAÇÃO DA
capacidade da criança responder a estas
ENTREVISTA
questões, para numa etapa posterior, aquando
o cerne da entrevista, saber que tipo de
questões pode colocar.
Aquando a exploração da situação que conduziu
à entrevista, é importante apurar:
A
duração,
quando se considera que não estão reunidas
intensidade e generalização da situação-
condições para dar continuidade à mesma (por
problema;
motivos
Os
frequência,
Quando se cumpriu o objetivo da entrevista ou
magnitude,
acontecimentos
antecedentes
e
de
fadiga,
excesso
de
tensão
emocional…), dá-se o término da entrevista.
consequentes, incluindo os acontecimentos
potencialmente reforçadores, relacionados
com a situação-problema;
As circunstâncias em que a situaçãoproblema
tem
maior
ou
menor
probabilidade de ocorrer;
Os fatores relacionados com os pais, a
escola e o ambiente que pode contribuir
para a situação-problema;
As perceções da criança acerca dos seus
pais, professores, amigos e outras pessoas
importantes na sua vida;
As forças, motivações e recursos para a
mudança;
A capacidade e disposição da criança para
colaborar no processo de avaliação e
mudança.
Nesta fase final, o profissional deve:
Realizar um resumo dos pontos centrais
da entrevista, dando oportunidade à
criança de corrigir algo que não tenha sido
bem interpretado;
Dar espaço à criança para acrescentar
informação ou para esclarecer algumas
dúvidas;
Evitar fazer promessas que eventualmente
possa não conseguir cumprir;
Fazer a ponte para a entrevista seguinte,
incidindo sobre as tarefas, os objetivos e
as ações futuramente previstas;
Concluir com um assunto neutro ou positivo
(que ajude a criança a sair de forma tranquila
da entrevista) e com um reforço positivo à
criança pelo esforço e colaboração no
processo (e não pelos conteúdos relatados).
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
17
05
ASPETOS A TER EM CONTA DURANTE
A REALIZAÇÃO DA ENTREVISTA
No início da entrevista pode-se encorajar a
criança a relatar de forma espontânea a
informação através de questões abertas (por
ex. na tua forma de veres as coisas, o que
achas que pode ter levado a que isto
O profissional deve ter conhecimento dos
processos de desenvolvimento típicos das
várias
faixas
etárias,
para
melhor
compreender as necessidades da criança e
assim, melhorar a qualidade da informação
acontecesse?)
e
quando
esgotada
a
informação espontânea, optar pelo uso de
questões fechadas para obter informação
precisa (“em que momento começaste a
faltar às aulas?”).
obtida;
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
18
Deve ser colocada uma questão de cada vez
e podem ser usadas as palavras da criança
para formular a próxima questão;
Quando não se entende de forma clara o que
a criança pretendeu dizer, não se deve
corrigir a resposta da criança, mas sim, usar
a técnica da clarificação (por ex. “há pouco
referiste (…) podes explicar melhor?”);
Enquanto vai colocando as questões, o
profissional deve ter o cuidado em avaliar o
estado emocional da criança (por exemplo,
expressão verbal e não verbal de medo,
ansiedade, tristeza, alegria…) e assim
conduzir a entrevista de forma a que a
criança se mantenha confortável. Se a
criança chorar ou se se mantiver em
silêncio, deve-se respeitar o tempo da
criança. Pode-se sugerir a utilização do
material lúdico como técnica facilitadora de
comunicação e expressão;
Ao longo do discurso da criança, é
importante o profissional manter o contacto
visual, a escuta ativa e verbalizações
empáticas para que a criança se sinta
acolhida e compreendida;
No caso da criança estar incomodada,
Quando
se
entrevista
a
criança,
é
importante não manifestar críticas acerca
dos pais e não fazer com que a criança se
sinta culpada ao abordar os temas da
família;
Nos momentos em que a criança se
estende no seu discurso com informação
acessória, o profissional deve interromper
suavemente,
oportunidade
esperando
para
pela
melhor
redirecionar
as
questões sobre a informação que importa
obter.
recomenda-se o adiamento de perguntas que
suscitem reações mais emotivas, para outras
entrevistas, em que a relação de confiança
entre a criança e o profissional o permita;
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
19
06
GUIÃO DE ENTREVISTA INICIAL
(AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA)
Nota prévia: O presente guião de entrevista deve ser adaptado de acordo com a idade da criança,
a natureza da situação concreta e os quesitos específicos a que se pretende dar resposta. O
profissional deve previamente ponderar as dimensões e variáveis que pretende explorar e a
ordenação mais adequada e lógica de inserir as questões, de forma a manter um fio condutor que
facilite o processo de raciocínio e a narração de eventos.
1. Apresentação
Apresentação
rendimento, do comportamento e da relação
do
profissional,
dos
objetivos da entrevista e dos limites da
confidencialidade;
Auscultação das expetativas da criança
relativas à entrevista;
do Agregado Familiar
Nome, D.N., nacionalidade, morada,
telefónico,
composição
do
agregado familiar, ocupação /profissão
dos elementos do agregado familiar;
pares
e
restante
comunidade
turma,
Diretor
Presente ano letivo:
1.
Escola,
ano,
de
Turma/Professor Titular;
Assiduidade
eventualidade
e
de
pontualidade
absentismo
(na
escolar,
perceber se é recorrente e as causas);
3. Aproveitamento escolar (especial atenção
para mudanças bruscas e recentes do
rendimento, dificuldades de aprendizagem,
problemas de atenção e concentração,
assim
como
problemas
de
desenvolvimento físico, cognitivo, social e
3. Situação Escolar e Social
emocional);
Percurso escolar (informações relevantes
dos anos letivos anteriores ao nível do
PSICOGNIS
os
educativa);
2.
2. Dados de Identificação e Composição
contacto
com
•
4. O que mais e menos gosta na escola e
porquê;
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
20
5. Sucessos e dificuldades escolares, a sua
mo agressividade para com os outros, lesões
perceção acerca dos mesmos; ações adotadas
autoinfligidas
pela criança, pela escola e pelos pais para
menos adequados ou psicopatológicos);
ou
outros
comportamentos
ultrapassar as dificuldades;
6.
Padrão
relacional
com
os
pares,
os
6. Autoconceito
professores e o pessoal não docente;
7.Vontade de mudar de escola (se sim, quais os
Como se vê e descreve a si própria, aspetos
motivos);
que gosta e outros que gostaria de alterar e
Perceção da escola e expetativas face ao
porquê, em que situações experiencia
futuro;
alegria/tristeza/raiva/medo, vergonha… e
Frequência de ATL, atividades extra-
como reage?, como considera que é
curriculares e desportivas;
percecionado nos diferentes contextos que
frequenta (familiar, escolar, social);
4. Relação com os pares
7. Dinâmicas Familiares
Identificação dos pares, contextos, duração
das relações, atividades que realizam em
conjunto,
pontos
de
identificação,
estratégias de resolução de conflitos,
sentimento
de
pertença
no
grupo/isolamento social;
de
a criança descreve os pais; se identifica
caraterísticas individuais ao nível da saúde
física e mental, capacidades intelectuais e
comportamentos aditivos e/ou violentos;
aspetos positivos e aspetos a melhorar em
cada um dos pais);
5. Situação de Saúde
Problemas
Perceção das caraterísticas dos pais (como
Perceção
saúde
identificados
(especialidades, nome do médico e local
onde tem acompanhamento, data de início
do acompanhamento, última consulta e
consultas futuras agendadas);
Presença de sintomatologia a carecer de
avaliação (problemas de saúde física,
mental, adições, presença de problemas
emocionais ou indicadores de mal-estar, co-
PSICOGNIS
•
da
relação
com
os
pais
(atividades realizadas em conjunto; quem
supervisiona e orienta as rotinas; papel de
cada um; práticas parentais; regras e
métodos
de
disciplina;
comunicação;
emoções associadas a cada um dos pais;
eventuais aspetos que gostaria de alterar);
Perceção
da
relação
entre
os
pais
(atividades que realizam em conjunto;
rotinas; áreas de acordo e desacordo; con-
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
21
flitos parentais; estratégias de gestão de
- Acesso do agressor à criança e presença de
emoções e de resolução de conflitos). Tentar
figuras protetoras;
avaliar se no caso da relação conjugal estar em
Estratégia/reação da criança na ocorrência
crise ou em situações de monoparentalidade, se
dos factos (para avaliar a capacidade de
tal afeta a atenção e os cuidados prestados à
resiliência da criança, até que ponto a
criança;
criança demonstra o desejo e capacidade de
Relação/proximidade
com
a
restante
proteger-se a si mesma dos maus-tratos);
família alargada (qualidade e frequência da
Emoções associadas à situação;
relação estabelecida);
Como reagem os diferentes elementos
Apoio social extra-familiar, como vizinhos,
familiares ou educativos face à situação-
ATL,
problema;
centro
lúdico,
atividades
extracurriculares;
Consciência da criança relativamente às
Rotinas familiares (hora de levantar, deitar,
consequências que a situação de perigo
refeições, percurso para a escola, higiene
origina no seu bem-estar e segurança;
pessoal e habitacional, participação nas
Avaliar o grau de recidiva: compreender a
tarefas domésticas);
duração dos comportamentos de risco ou
8. Avaliação da situação de risco e/ou
perigo e do seu grau de perigosidade
Perspetiva da criança relativamente aos
factos apontados na sinalização (para
avaliar a veracidade dos factos, perceção da
criança relativamente à situação e possíveis
sequelas a nível físico, emocional ou
comportamental);
Avaliação da problemática que origina a
situação de risco e/ou perigo:
- Intensidade, frequência e duração dos maus
tratos/situação problema;
- Proximidade temporal do incidente;
- História anterior de maus-tratos;
PSICOGNIS
perigo (fazer a ponte entre o passado e o
presente),
identificar
as
causas
que
despoletaram o aparecimento da situação
de mau-trato (situação de crise – aguda) e
contribuíram
para
a
sua
manutenção
(quando se trata de situação crónica);
Na sua perspetiva de que forma pode ser
solucionada a situação (ou gostaria que
fosse resolvida);
Expetativa,
motivação
e
otimismo
relativamente à possibilidade de mudança
dos intervenientes e/ou das circunstâncias,
grau de colaboração na mudança;
Carências ou necessidades existentes e que
não estejam a conseguir ser respondidas
pelos pais;
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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9. Conclusão
Resumo dos pontos centrais da entrevista,
dar espaço à criança para colocar dúvidas,
fazer a ponte para a entrevista seguinte
abordando os objetivos, as tarefas e as
ações futuramente previstas (especificar as
tarefas que ficarão a cargo do profissional e
as que ficarão a cargo da criança);
Terminar com um assunto neutro e um
reforço positivo à criança pelo seu esforço
e colaboração.
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
23
07
GUIÃO DE ENTREVISTA NO
DECORRER DO PROCESSO
Nota prévia: O presente guião de entrevista deve ser adaptado de acordo com a idade da criança,
a natureza da situação concreta e os quesitos específicos a que se pretende dar resposta. O
profissional deve previamente ponderar as dimensões e variáveis que pretende explorar e a
ordenação mais adequada e lógica de inserir as questões, de forma a manter um fio condutor que
facilite o processo de raciocínio e a narração de eventos.
Realizar a ponte com a entrevista anterior, tendo como referência o resumo, os objetivos, as
tarefas e as ações delineadas na conclusão da entrevista anterior;
Apurar alterações no agregado familiar: situação escolar, atividades extracurriculares, relação
com os pares, situação de saúde e dinâmicas familiares;
Averiguar se foram cumpridas as tarefas e as ações a serem realizadas pela criança, delineadas
na entrevista anterior e dar feedback das ações e tarefas realizadas pelo profissional;
Apurar se ocorreram mudanças relativamente às situações-problema/situações de risco;
Delinear novas estratégias de intervenção e definir novas tarefas e ações;
Resumir os pontos centrais da entrevista e dar espaço à criança para colocar dúvidas;
Terminar com um assunto neutro e um reforço positivo à criança pelo seu esforço e
colaboração.
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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08
FOLHA DE REGISTO (Avaliação Diagnóstica)
Processo__________________________________________________________________________
Data_________________________________________ Local_______________________________
Intervenientes______________________________________________________________________
Objetivos_________________________________________________________________________
_
1. Apresentação
2. Dados de Identificação e Composição do Agregado Familiar
(Nome, D.N., Nacionalidade, Morada, Contacto telefónico, Composição do agregado familiar, Ocupação/profissão dos
elementos do agregado familiar)
3. Situação Escolar e Social
(Percurso escolar, Ano, Turma, Escola, Assiduidade, Aproveitamento, O que mais e menos gosta na escola, Ações adotadas pela
criança, pelos pais e pelos professores para ultrapassar as dificuldades, Relação com os pares, os professores e restante
comunidade educativa, Expetativas face ao futuro, Atividades extracurriculares)
PSICOGNIS
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A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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FOLHA DE REGISTO (Avaliação Diagnóstica)
4. Relação com os Pares
(Identificação dos pares, Contextos, Duração das relações, Atividades que realizam em conjunto, Pontos de identificação,
Estratégias de resolução de conflitos, Sentimento de pertença no grupo)
5. Situação de Saúde
(Problemas de saúde identificados, Presença de sintomatologia a carecer de avaliação)
6. Autoconceito
(Descrição de si própria, Aspetos que gosta e que gostaria de alterar e porquê, Situações em que experiencia
alegria/tristeza/raiva, medo, vergonha e como reage, Como considera que é percecionada nos diferentes contextos)
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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FOLHA DE REGISTO (Avaliação Diagnóstica)
7. Dinâmica Familiar
(Descrição dos pais, Aspetos positivos e aspetos a melhorar em cada um dos pais, Relação com os pais, Atividades realizadas em
conjunto, Definição de papéis, Supervisão e orientação de rotinas, Eventuais aspetos que gostaria de alterar; Perceção da relação
entre os pais, Áreas de acordo/descordo, Conflitos parentais, Resolução de conflitos, Proximidade com família alargada, Apoio
social extra-familiar)
8. Avaliação da Situação de Risco e/ou Perigo
(Perspetiva acerca dos factos apontados na sinalização, Frequência, duração, proximidade temporal do incidente, proximidade do
agressor e presença de figuras protetoras, História anterior de maus tratos, Estratégias/reações da criança na ocorrência dos
factos, Emoções associadas à situação, Reação dos diferentes elementos familiares e educativos, Consciência das consequências,
Grau de recidiva, Soluções para a situação-problema, Expetativa e motivação para a mudança, Necessidades que não estejam a
ser respondidas pelos pais)
PSICOGNIS
•
A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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FOLHA DE REGISTO (Avaliação Diagnóstica)
9. Outros Assuntos a Abordar
10. Conclusão
(Objetivos, Tarefas e Ações futuras previstas)
PSICOGNIS
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A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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FOLHA DE REGISTO (Avaliação no decorrer do Processo)
Processo_________________________________________
Local______________________
Data_________________________________________
Intervenientes______________________________________________________
Objetivos_________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________
1. Registo da Informação Recolhida
(Ponte com a entrevista realizada na sessão anterior; Avaliação de resultados; Atualizar informação relativa a situação escolar,
atividades extracurriculares, relação com os pares, situação de saúde e dinâmicas familiares; Mudanças relativamente às
situações-problema);
2. Estratégias, Tarefas e Ações a Desenvolver
PSICOGNIS
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A ENTREVISTA COM A CRIANÇA
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08
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Agulhas, R & Alexandre, J. (2017). Audição da Criança - Guia de Boas Práticas. Lisboa:
Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados.
Alexandre, J. & Agulhas, R. (s.d). Audição de Crianças e Jovens - Guia de Boas Práticas
Profissionais. Projeto 12 - Justiça para as Crianças. Lisboa: ISCTE - Instituto Universitário de
Lisboa.
Comissão Nacional de Crianças e Jovens em Risco. (s.d.). Promoção e Proteção dos Direitos da
Criança - Guia de Orientações para os Profissionais de Acção Social na Abordagem de
Situações de Maus-Tratos ou outras Situações de Perigo.
Educo (2019). Guía Educo para entrevistar a niños, ninãs y adolescentes con enfoque de
derechos. Madrid: Educo.
Fundación Ciencia Joven (s.d). Protocolo de actuación con niños, niñas y adolescentes.
Fundación Ciencia Joven.
Lei nº 147/99, de 1 de setembro, atualizada pela Lei 26/2018, de 5 de julho (Lei de Proteção de
Crianças e Jovens em Perigo).
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.phpnid=2911&tabela=leis&ficha=1&pagina
=1&so_miolo
Ordem dos Psicólogos Portugueses (2014). Revisão do Sistema de Promoção e Proteção das
Crianças e Jovens em Perigo. Lisboa.
Ordem dos Psicólogos Portugueses (2021). Guia de boas práticas sobre a avaliação forense
pericial em processos de regulação do Exercício das responsabilidades parentais. Lisboa.
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Resolução da Assembleia da República nº 20/90. Convenção sobre os Direitos da Criança.
https://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1894&tabela=leis
Sattler, J. (2008). Entrevistas con niños, padres, maestros y familias. En evaluación infantil:
aplicaciones conductuales, sociales y clínicas (161-185). México: El Manuel Moderna.
Washington State Child Interview Guide (2009). Child Interview Guide. Washington State.
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