U N T E M A L A S " E N C O N T R A D A S F E C U N D O : C O R R E S P O N D E N C I A S " * I L a f o r m a epigrama, tal c o m o l a conocemos, nació e n l a segunda m i t a d d e l siglo n a . C , durante los años "alejandrinos" de l a literatura griega. N o es que antes n o haya h a b i d o epigramas; pero éstos —en particular los de Simónides (siglo v i / v a.C.)— eran, de acuerdo c o n l a etimología, textos hechos para ser grabados sobre (éní) p i e d r a , mármol, b r o n c e , mientras que los epigramatistas alejandrinos los escribieron c o n p l u m a y tinta, para que fueran lectura de todos, y n o sólo de quienes acertaban a pasar frente a u n a estela o u n a estatua conmemorativa. Y en l u gar de referirse a u n personaje famoso o a u n h e c h o histórico, los poetas tenían c o m o tema cuanto se les antojara. P e r o esta l i bertad, a u n q u e e n o r m e , n o era absoluta: los nuevos epigramatistas debían ceñirse a l a n o r m a de l a brevedad; y, naturalmente, lo q u e h i c i e r o n fue sacar partido de esta traba, d i c i e n d o m u c h o e n p e q u e ñ o espacio y e x t r e m a n d o e l arte de l a concisión ingeniosa o de l a alusión erudita. Muchísimos epigramas, desde * E 1 p r e s e n t e artículo es reelaboración d e l a " N o t a ( p r e s c i n d i b l e ) a u n o s sonetos d e sor J u a n a " , d e c a n o d e m i s estudios s o r j u a n i n o s , p u b l i c a d o e n El Rehilete, n ú m . 11 (mayo d e 1964), p p . 45-56. L a intención sigue s i e n d o l a m i s m a : p o n e r los tres sonetos d e " e n c o n t r a d a s c o r r e s p o n d e n c i a s " de sor J u a n a e n s u c o n t e x t o histórico4iterario. E n l a p r e s e n t e versión hay g r a n núm e r o d e materiales, así c o m o notas d e p i e d e página, q u e omití e n 1964 p o r q u e El Rehilete n o e r a u n a revista " p r o f e s i o n a l " . N a t u r a l m e n t e , e n los casi c u a r e n t a años t r a n s c u r r i d o s h e r e u n i d o m u c h o s datos q u e antes n o c o n o cía, p o r e j e m p l o los q u e o f r e c e J O S É L A R A G A R R I D O , " A m a d o y a b o r r e c i d o : trayectoria d e u n dubbio p o é t i c o " , AnMal, 3 (1980), n ú m . 1, p p . 113-148, y addendum e n l a m i s m a revista, 7 (1984), n ú m . l , p p . 139-140. NRFH. L l Í2003). núm. 1. 81-146 NRFH, LI ANTONIO ALATORRE 82 la era clásica hasta l a bizantina, constan de u n solo dístico: u n hexámetro y u n pentámetro. E l p r i m e r o que h i z o epigramas libres, sueltos de toda obligación cívica, parece haber sido Leónidas de T a r e n t o (primera m i t a d del siglo m a . C ) , u n o de los astros de l a era alejandrina. Y su ejemplo fue seguido, durante m u c h o s siglos, p o r los poetas de l a era post-alejandrina y l a bizantina. Muy p r o n t o comenzó a circular u n florilegio de epigramas , l a Guirlanda de M e l e a g r o (hacia 80 a.C.), a l a cual siguieron l a Corona de F i l i p o (mediados d e l siglo i d . C ) , el Anthologion de D i o g e n i a n o (siglo n), el Círculo de Agatías (siglo vi) y l a m a g n a recopilación de Céfalas (hacia 900 d . C ) . C a d a antología aprovechaba a manos llenas l a cosecha de l a antecedente. Culminación de estas recopilaciones es l a célebre Anthologia Palatina, c o m p i l a d a hacia el año 980, que contiene 3700 epigramas, resultado de casi m i l quinientos años de vigencia d e l género. ( E l ya antiquísimo Leónidas de T a r e n t o sigue siendo a d m i r a d o : e n l a Palatina hay u n centenar de epigramas suyos.) E l c o m p i l a d o r de l a Anthologia Palatina p o n e antes de cada epigrama el n o m b r e d e l autor, p e r o a veces el epigrama le ha llegado anónimo (áSéararcov, a8r|ta)v) o b i e n atribuido a dos poetas distintos. Es lo que sucede c o n el p r i m e r epigrama que mencionaré; n o sabe e l c o m p i l a d o r si es de Polemón rey del P o n t o (fines d e l siglo i) o de L u c i l i o (medio siglo posterior). Q u i e n habla en él es u n amante que sufre l a intolerable tortura del dyseros (8rxi£pco<;, el a m o r n o c o r r e s p o n d i d o ) . E n u n tono que tiene algo de súplica y algo de reclamación o recriminación al dios Eros —ese Eros de cuyas travesuras y malas mañas se han quejado p o c o antes M o s c o , M e l e a g r o y el pseudo-Teócrito del Idilio xix —, el desdichado amante le dice: " O e l i m i n a por c o m p l e t o el qn^eiv (el amar), o añádele el (piAeioGocí (el ser ama 1 2 3 L o equivalente, hoy, sería u n a antología de sonetos. E l soneto —dice F e r n a n d o de H e r r e r a e n sus Anotaciones (1580), a propósito d e l p r i m e r c de Garcilaso— "sirve e n l u g a r de los e p i g r a m a s i odas Griegas y L a t i n a s " , ya q u e es "capaz de t o d o a r g u m e n t o " . E l p r e f i j o bvq significa ' m a l ' ; Súaepox; p u e d e aplicarse también a q u i e n n o sabe a m a r , o a q u i e n a m a a u n sujeto i n d i g n o ( a m o r m a l e m p l e a d o , a m o r l o c o ) . L o c o n t r a r i o es áviépcoq ' a m o r c o r r e s p o n d i d o ' , q u e también p u e d e ser e l eros q u e le d i s p u t a l a v i c t o r i a a o t r o eros (y Arderos es a veces e] d i o s v e n g a d o r d e l E r o s d e s d e ñ a d o ) . S o b r e Eros y Anteros p u e d e verse A . A L A T O R R E , " A n d a n z a s de V e n u s y C u p i d o " , Estudios de folklore y literatura dedicado: a Mercedes Díaz Roig, E l C o l e g i o d e M é x i c o , 1992, p p . 366-368. C f . A . A L A T O R R E , art. cit., s o b r e t o d o p p . 339-347. 1 2 3 NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 83 do)". E l conceder l a c o r r e s p o n d e n c i a amorosa será tan b u e n r e m e d i o c o m o l a i n d i f e r e n c i a total (Anthologia Palatina, l i b r o V , e p i g r a m a 68): ,V H xó (piÁ£iv 7i8píypa\|/ov, "Epco<;, okav, r\ TÓ (pi?i8ia0ai 7ipóa6e(; iv' f] ? Aúciriq xóv 7tó0ov, r] K£páar|<;. Tres o cuatro siglos después (en l a segunda m i t a d del rv), R u f i n o hizo dos reelaboraciones, también e n dísticos. E n u n e p i g r a m a (Anth. Pal, V , 97) i n t r o d u c e l a metáfora de las saetas de Eros: "Si nos flechas a ambos p o r igual, eres u n dios; si disparas sólo p o r u n lado, n o lo eres"; e n e l otro (V, 88) se vale de l a metáfora d e l fuego, y n o l l a m a a Eros p o r su n o m b r e , sino p o r su a p o d o , ITDpípópoq (el 'portafuego', el ' i n c e n d i a r i o ' ) : " S i eres incapaz de inflamar dos corazones a l a vez, mejor n o inflames ninguno". L o s poetas latinos de tiempos de R u f i n o seguían bebiendo e n fuentes griegas. P r u e b a elocuente de ello es que su contemporáneo A u s o n i o , profesor de gramática e n Burdeos —y grammatica significaba lectura y estudio de autores latinos y griegos—, haya h e c h o n o u n a , sino dos versiones d e l epigrama que acabo de comentar. L a p r i m e r a dice así: Hoc quod amare vocant, solve aut misceto, aut neutrum flammis ure, vel ure Cupido: dúos. L a segunda dice lo m i s m o , aunque n o se dirige a C u p i d o sino a D i o n e , que era u n a de las d e n o m i n a c i o n e s de V e n u s : Aut restingúete ignem, quo torreor, alma aut transiré iube; velfac utrimque Dione, parem . 4 N o contento c o n esto, A u s o n i o desarrolló de varias maneras el tema d e l dyseros. Así e n el e p i g r a m a LVI (Hanc voló quae non vult...), que consta de cuatro dísticos: Quiero a ésta, que a mí no me quiere; y a aquélla, que me quiere, yo no la quiero. Venus pretende dominar m i corazón, pero no satisfacerlo. Desprecio las caricias que se me brindan y me quedo sin las que se me niegan. N o quiero hartar m i pecho, pero tamEstos e p i g r a m a s l l e v a n los n ú m e r o s x c y x c i e n l a e d i c i ó n de H . G . E . W h i t e ( L o e b Classical L i b r a r y ) . 4 84 ANTONIO ALATORRE NRFH, LI p o c o torturarlo. N o apetezco u n a D i a n a ceñida c o n doble cintur ó n , n i u n a V e n u s d e s n u d a . L o q u e b u s c o es u n a m u j e r d i s c r e t a q u e m e o f r e z c a a m o r e s b i e n m e d i d o s , a c o m p a ñ a d o s d e eso que se l l a m a " q u i e r o " y " n o q u i e r o " . N o hay aquí "incendio" n i otra metáfora alguna; sólo razonamien to y reiteración discursiva de las antítesis. Pero, evidentemente A u s o n i o vio que las antítesis se prestaban para el diálogo, y enton ees escribió (epigramaxxn, Hancamo quaemeodit...): — A m o a ésta, q u e m e o d i a , y e n c a m b i o o d i o a a q u é l l a , que m e a m a . R e s u e l v e , s i p u e d e s , o h a l m a V e n u s , este c o n f l i c t o . — N o m e c o s t a r á n i n g ú n t r a b a j o : h a r é q u e l a p r i m e r a te ame y l a s e g u n d a te o d i e . —Así s e g u i r á s i e n d o i g u a l m i t o r t u r a , — ¿ Q u i e r e s e n t o n c e s a m a r a las d o s ? —Sí, s i las d o s se e n a m o r a n d e m í . — E s o , M a r c o , es a s u n t o t u y o : s i q u i e r e s s e r a m a d o , a m a . Este epigrama va seguido de otro (xxm, Suasisti, Venus...), qu< e x p o n e u n caso diferente: — M e has p e r s u a d i d o , o h V e n u s , a a m a r a dos m u c h a c h a s difi c i l e s : las d o s m e a b o r r e c e n . T e n d r á s q u e d a r m e , p u e s , u n nueve consejo. 5 — C o n q u i s t a a las d o s c o n r e g a l o s . —Bien lo quisiera, pero mis negocios andan m a l . —Gánatelas c o n p r o m e s a s . — A l p o b r e n o le c r e e n palabra. — P o n p o r testigos a los dioses. —Estaría m u y m a l e n g a ñ a r a l o s d i o s e s . — R o n d a sus casas d e n o c h e . — T e m o q u e de n o c h e m e asalten. —Escríbeles versos d e a m o r . — I m p o s i b l e : n o t e n g o t r a t o c o n A p o l o y las M u s a s . — D e r r i b a sus p u e r t a s . — T e m o e l castigo d e l a ley. — P u e s e r e s u n t o n t o : te estás m u r i e n d o d e a m o r , y n o q u i e r e morir por amor. —Prefiero que m e l l a m e n desdichado, y n o desdichado y re de u n delito. 5 " A m a r e duas dyseros \ d i c e e l texto l a t i n o . NBFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 85 —Te h e aconsejado l o m e j o r q u e h e p o d i d o . A c u d e a otros consejeros. —¿A q u i é n e s ? — A F e d r a , a Elisa, a Cánace, a Filis y a l a desdeñada p o r Faón; q u e e l l a s te c u e n t e n q u é d e t e r m i n a c i ó n t o m a r o n . —¿Ese c o n s e j o m e das? —Sí. E s e l q u e se d a a l o s d e s d i c h a d o s . O sea: T a r a los rematadamente infelices e n a m o r n o hay más receta que e l suicidio'. E n efecto, F e d r a , Elisa ( D i d o ) , Cánace, Filis y l a desdeñada p o r Faón (Safo) se d i e r o n muerte a causa de su desdicha. (Por supuesto, l a traviesa diosa habla c o n i r o nía; l o que se sobreentiende es: 'Tú n o das señas de estar enam o r a d o de veras. Quédate c o m o estás'.) II A u s o n i o fue u n o de los poetas clásicos que alimentaron la poesía latina de l a E d a d M e d i a , sobre todo a partir del "renacimiento" d e l siglo XII. E r a el maestro de l a agudeza, de las antítesis, del j u e g o verbal y conceptual. E n ese m i s m o siglo x n nace e n P r o v e n z a l a poesía lírica r o m a n c e , y u n a de sus formas características es l a tensó: debate, p l a n t e a m i e n t o de dilemas, d u d a o p r e g u n t a ingeniosa a l a c u a l debe contestarse de m a n e r a aún más ingeniosa. L o s distintos temas y técnicas de l a tensó " c i r c u l a r o n desde Provenza, a través de F r a n c i a y l a lírica galaico-portuguesa, hasta los cancioneros castellanos. Es u n largo proceso que se cierra e n 1511, c u a n d o todavía e l Cancionero general de H e r n a n d o d e l Castillo d e d i c a u n a sección a las preguntas'. Y a e n l a lírica trovadoresca " a m o r y o d i o entrecruzan sus líneas e n la búsqueda de l a correspondencia, i d e a l latente mediatizado p o r el j u e g o , e l contrabalanceo entre l a a m a d a desdeñosa y l a amante a b o r r e c i b l e " , de l o c u a l es b u e n ejemplo esta " P r e g u n ta de J o a n de M e n a " : 6 D e c i d m e vos, amadores, si es p e s a r o p l a c e r el d i l i g e n t e deseo; y d e todas las c o l o r e s 6 L A R A G A R R I D O , art. cit., p. 1 1 5 . E n a d e l a n t e , L A R A - I significará e l artículo p r i n c i p a l , y L A R A - I I e l addendum. NRFH, L I ANTONIO ALATORRE 86 c u á l t i e n e ( s i n n e g r o ser) m a y o r d e u d o c o n l o feo; y si p u e d e l a v i c t o r i a seguir al h o m b r e vencido e n algún trance jamás; o quién h a más d u l c e g l o r i a : el q u e r i d o e n ser q u e r i d o o el que quiere e n querer más . 7 P o r tres gradas de tres versos cada u n a llega M e n a a l a cuarta, d o n d e da a entender lo que él o p i n a : la fine pointe del a m o r cortés está en sentir el desdén de l a d a m a no c o m o u n a desdicha, sino c o m o u n a g l o r i a superior quizá a la g l o r i a d e l amante cor r e s p o n d i d o , pues i m p u l s a al desfavorecido a extremar y acendrar su amor. E n u n a composición más larga ("Cuydar me haze c u y d a do...") intercala el m i s m o J u a n de M e n a estas dos coplas: P o r q u e m á s m i m a l avise los q u e saben o s u p i e r e n : a do m e q u i e r e n n o quise y quiero do no me quieren. Más c o n m u e r t e , s i e n d o a m a d o , soy e n t e r o , que con vida deseado de m a l quiero. G r a n d e fue el atrevimiento que cobré c o n el deseo, y mayor el pensamiento de cuitas e n que m e veo; c u a n t o f u i más atrevido p o r amores, t a n t o soy más a f l i g i d o de dolores . 8 E l tópico c a n c i o n e r i l sigue vivo a comienzos d e l siglo xvi Así, R o d r i g o Dávalos p r e g u n t a "cuál será mayor c u i d a d o " , Cancionero castellano del siglo xv, e d . R. Foulché-Delbosc (NBAE, t. 19) p p . 199-200. Cancionero c i t a d o , p. 194. 7 8 NBFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 87 a q u e l l o q u e más amáis que n o lo podáis h a b e r y ser q u e r i d o , o q u e p o r v o s l o tengáis n o s i e n d o c o n t e n t o , y ser aborrecido, y L u i s de Salazar le responde p o r los mismos consonantes: A q u e l m a y o r m a l , si miráis, destos dos q u e (a m i c r e e r ) vos h a h e r i d o , es a q u e l l o a q u i e n tratáis n o vos q u i e r e b i e n , n i v e r sino p e r d i d o . 9 Así, pues, Salazar n o ve de n i n g u n a m a n e r a que el amar a u n a d a m a desdeñosa p u e d a llamarse "gloria". M u y p o c o después, J u a n Boscán e x p o n e el d i l e m a cancion e r i l e n metro italiano. Se dirige a l a d a m a y, después de reprocharle sus constantes desdenes, le dice: C o n d e s a m o r quizá f u e r a a m a n s a d o el desamor de vuestro sentimiento, y así q u e d a r a y o m e n o s d a ñ a d o ; m a s es m e j o r a m a r o s d e s a m a d o , y e n esto vivir y o d e m í c o n t e n t o , q u e , s i n a m a r o s , ser de vos a m a d o . 1 0 O sea que Boscán se siente "contento" de sí m i s m o al seguir a m a n d o pese a los desdenes. P e r o ya el curioso poetajudío Antón de M o n t o r o , " r o p e r o " (sastre) de Córdoba, p o c o posterior a M e n a , había dado u n novedoso giro a l a cuestión. L e r e c u e r d a M o n t o r o a cierto amigo el antiguo " a r g u m e n t o " o "silogismo" poético de l a amada desdeñosa y l a amante desdeñada, y le dice: Cancionero general recopilado por Hernando del Castillo, V a l e n c i a , 1511, ff. cliv-clv; L A R A - I , p. 116. B O S C Á N , soneto " S i sospiros bastasen a m o v e r o s . . . " , Obras poéticas, e d . M . de R i q u e r , A . C o m a s y j . M o l a s , B a r c e l o n a , 1957, p. 190. 9 1 0 88 ANTONIO ALATORRE NRFH, L I Pues tened, señor y amigo, que muchos lo contendían, p e r o n o lo distinguían ( c i e r t a m e n t e vos l o d i g o ) . Él va a "distinguir": n o va a especular e n abstracto, sino a presentar u n caso específico y concreto, a saber: U n escudero andaba por el grande océano y, p a s a d o e l v e r a n o , contra norte navegaba. E l susodicho levaba e n su g u a r d a dos doncellas. E l y e n d o así c o n e l l a s , t o r m e n t a los afincaba..; pero antes de proseguir c o n l a tormenta, M o n t o r o e x p l i c a que el escudero era amado p o r u n a de las doncellas c o n a m o r " m u ; más firme que c o l u m n a " , mientras que a q u i e n él amaba "má que cosa alguna" era a l a otra. Pues b i e n , la tempestad es h o r r o rosa: vientos, chubasco, olas, vela rota, mástil q u e b r a d o . . . ; po co más, y será el naufragio y l a muerte de los tres navegantes P e r o he aquí que e n esta p r e s e c u c i ó n y tormenta peligrosa, u n a voz m u y pavorosa o y e r o n a l a sazón ( c o m o e n revelación), q u e d i z : Conviene lanzar una déstas a la mar si quieres consolación. Los tres oyen esa voz sobrenatural, que d o m i n a el fragor de l a to: menta, pero es el escudero quien debe decidir cuál de las dos d o i celias debe ser lanzada al mar. Y ahora viene la pregunta: Señor, p u e s vos h e c o n t a d o toda la m i intención, de vuestra g r a n discreción sea esto d e c l a r a d o : este t a l e n a m o r a d o , según razón y derecho, NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 89 ¿cuál d e b e l a n z a r d e f e c h o para c u m p l i r lo mandado? L a respuesta, escrita n o sólo e n el m i s m o número de coplas, sin o también c o n las mismas rimas, recalca lo terrible d e l trance ("cuando el pavor lo espantaba / c o n sus esquivas centellas") e insiste e n el conflicto erótico, para c o n c l u i r , sin más razonamiento: E n t e n d i d a l a questión, sin h a c e r más l u e n g a p r o s a , a la doncella fermosa q u e él a m a b a e n p e r f e c c i ó n , aquélla d e b e g u a r d a r , y la otra condenar a c u a l q u i e r tribulación. Así, pues, l a c o n d e n a d a a m o r i r es l a d o n c e l l a que ama al escudero y a q u i e n él no ama. Las coplas, sin embargo, n o t e r m i n a n c o n esto, sino c o n u n cabo sorprendente: M a s c u a n t o a l seso d a d o , n o n vale l a conclusión; que Dios a m a c o n razón a a q u e l d e q u i e n es a m a d o ; y a q u i e n le tiene o l v i d a d o , con entendimiento estrecho, n o n le q u i t a su d e s p e c h o n i n le p e r d o n a e l p e c a d o . O sea: la solución que se h a dado al p r o b l e m a vale sólo en la esfera h u m a n a . Es justo que el escudero salve a su amada y eche al m a r a l a desamada; pero Dios, que nos a m a a todos, quiere l a c o r r e s p o n d e n c i a de todos, y c o n d e n a a tribulación eterna a cuantos n o lo a m a n . U n o s decenios después, Francisco N a h a r r o , desde León, le hace a J u a n de M o l i n a , que vive e n Salamanca, l a siguiente pregunta: 1 1 Cancionero de Antón de Montoro, e d . F . C a n t e r a B u r g o s y C . C a r r e t e P a r r a n d o , M a d r i d , 1984, núms. 41 y 42 (he h e c h o u n p a r de e n m i e n d a s métricas); L A R A - I , p p . 116-121. 1 1 NBFH L I ANTONIO ALATORRE 90 9 E m i questión será que una dama que sirve un galán de quien ha manzilla; si mucho la sirve, más lo desama; la que él ver no quiere lo precia y lo ama: ¿a cuál os parece que debo seguilla? E l galán, pues, quiere a u n a d a m a de q u i e n no recibe sino manzilla ('dolor', ' h e r i d a s ' ) ; cuanto más a m o r le muestra, tanto más lo aborrece ella; l a otra d a m a está enamorada de él, pero él n o quiere n i verla. ' [Ese galán soy yo]: ¿con cuál de ellas deb o quedarme?'. H e aquí l a respuesta (con idénticas palabras-rimas) de J u a n de M o l i n a : Respondo, a mi ver, que pues esa dama de sus servidores no tiene manzilla y a quien la quiere tanto desama, debéis de dejalla y seguir la que os ama, aunque se os haga penoso seguilla . 12 Si b i e n n o hay aquí mención d e l barco, n i de l a tempestad, n i de l a voz poderosa que o r d e n a arrojar a u n a de las mujeres al m a r , l a situación es l a m i s m a . Y l a respuesta es c o n t r a r i a a la de M o n t o r o : el galán debe quedarse c o n aquella que lo ama, a u n q u e él n o l a ame (el verso final concede, cuerdamente, que l a v i d a futura de l a pareja podrá ser n o m u y placentera). A mediados d e l siglo x v i , G r e g o r i o Silvestre pregunta: Servís con grande querer una muy hermosa dama, mas ella no os puede ver; y otra igual que aquesta os ama todo cuanto puede ser. Ofréceos navegar; viene el navio a quebrar; metéisos en un batel; no podéis ir tres en él: ¿cuál echaréis a la mar? H a y en esta p r e g u n t a u n detalle realista: el navio se quiebra (por qué causa, n o importa) y hay que echar m a n o de u n batel, Cancionero deJuan de Molina ( S a l a m a n c a , 1527), e d . E u g e n i o A s e n s i o . V a l e n c i a , 1952, p p . 76-78; L A R A - I , p p . 119-120. ( N o t e n e r manzilla es aquí no t e n e r ' d o l o r ' o ' c o m p a s i ó n ' d e l galán: c o n d u c t a de l a belle dame sans merci) 1 2 NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 91 de u n a l a n c h a salvavidas e n que n o caben sino dos personas. P e r o falta l a importantísima voz sobrenatural, que Silvestre parece dar p o r sobreentendida. L a p r e g u n t a va d i r i g i d a a Luis Bar a h o n a de Soto, el cual responde evasivamente: Que cumpla m i obligación manda la razón primero; y voluntad, con pasión, que socorra a la que quiero, sin tener cuenta en razón. No se conciertan jamás; mas, pues una ha de ir atrás, mi sentencia diréis vos si decís cuál de las dos puede en los amantes más . 13 O sea: para c u m p l i r m i obligación, l a razón m e dice u n a cosa y l a voluntad otra d e l todo contraria. O b v i a m e n t e , lo razonable es pagar l a d e u d a de agradecimiento a l a d a m a que, sin ser amada, ama a l galán "todo cuanto p u e d e ser"; lo m a l o es que l a pasión amorosa i g n o r a razones. ¿ C ó m o c u m p l i r entonces l a obligación? B a r a h o n a le devuelve l a p e l o t a a Silvestre: si éste, c o n su e x p e r i e n c i a , le explica quién cala más h o n d o , l a que nos hace sentir l a gloria de amar, o l a que nos muestra l a gloria de ser amado, él, B a r a h o n a , adoptará su "sentencia". Silvestre, p o r lo visto, tomó e n serio e l reto y, agarrando e l toro p o r los cuernos, dedicó a l asunto u n a composición larg a . P o r p r i n c i p i o de cuentas, retoca u n p o c o l a pregunta: 14 Amáis una linda dama y ella a vos no os puede ver; otra tan hermosa os ama todo lo que puede ser. Sucédeos navegar... [etc.] 1 3 G R E G O R I O SILVESTRE, Obras, L i s b o a , 1592 [ e d i c i ó n p o s t u m a ] , ff. 61-62; L A R A - I , p p . 123-124. L a cosa n o es d e l t o d o segura. E s u n a c o m p o s i c i ó n q u e se e n c u e n t r a , a n ó n i m a , e n e l m a n u s t r i t o 3806 de l a B . N . M . , f e c h a d o e n 1575 (seis años después d e l a m u e r t e de Silvestre); p e r o L a r a G a r r i d o , q u e l a p u b l i c a p o r p r i m e r a vez ( L A R A - I , p p . 125-127), d a b u e n a s r a z o n e s p a r a c o n c l u i r q u e es o b r a d e Silvestre. 1 4 92 ANTONIO ALATORRE NRFH, L I L a respuesta es u n a glosa e n gran forma: los nueve versos de la p r e g u n t a sirven de remate a otras tantas coplas reales. H e aquí la p r i m e r a : E n los casos d e afición, do el amor su fuerza emplea, n o h a y j u s t i c i a n i razón, n i n i n g u n a ley q u e sea e n favor de obligación; q u e e l a m o r q u e a m o r se l l a m a m u y c o n t r a r i o es, s e g ú n f a m a , de l a razón y su bando, y esto veréis c l a r o c u a n d o amáis una linda dama. Y así sigue. Las coplas van añadiendo detalles, o reforzando l a ar gumentación. E x p l i c a el autor, ante todo, que el amor es ciego: . . . d e a q u í se v i e n e a e n t e n d e r que queréis u n a m u j e r con tan ciego entendimiento, que bebéis p o r ella el viento y ella a vos no os puede ver. Esos tres navegantes " e n obligación n o están / de tener c o n ra zón cuenta"; "no hay obligación a l g u n a / que c o n t r a a m o r na d a p u e d a " , de m a n e r a que .. . e n t r e a m a r y s e r q u e r i d o d e t e r m i n a r n o se p u e d e l o q u e a q u í se os h a o f r e c i d o ; lo cual para averiguar, r a z ó n se h a d e d e s e c h a r , c o m o ya m e m o r i a hice, si a c a s o ( c o m o a q u í d i c e ) viene la nao a quebrar... Q u e d a , así, a b r u m a d o r a m e n t e demostrado que l a razón deb ceder ante el a m o r (el a m o r d e l galán, p o r supuesto; el de 1 d a m a e n a m o r a d a de él n o se t o m a e n cuenta); y l a solución s impone: .. .y p u e s q u e n o h a y q u e m i r a r razón, n i le h a de g u a r d a r NIIFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 93 a m o r a l q u e está o b l i g a d o , y a está c l a r o d e c l a r a d o cuál echaréis a la mar. U n o s decenios después, Francisco López de Zarate escribió u n soneto c o n este epígrafe: " U n amante c o n dos damas en u n a borrasca, sobre si siendo fuerza echar u n a dellas e n l a m a r sería la a m a d a de él, o l a que le amaba": O f e n d e r a q u i e n a m a , villanía a q u i e n a m o , n i a m o n s t r u o s se c o n c e d e , q u e esto n i p r o p o n e r s e , n i ser p u e d e , p o r q u e l o d e l i r ó l a fantasía. Por lo justo n o incurre e n demasía e l q u e a l r i g o r m á s g r a n d e se c o n c e d e , j u s t o es v e r t e r (si l a o c a s i ó n s u c e d e ) la v i d a a l m u n d o p o r salvar l a mía. Que aquél p e q u e , infeliz, e n l o c o o a p e n s i o n ó l e e n fin l a h u m a n a s u e r t e fiera, que nos c o n d e n a a todo lo posible; éste, n i h o m b r e , n i l o c o o b r u t o f u e r a , que nadie a su alma puede dar la muerte n i r e d u c i r l e e l caso a l o i m p o s i b l e . 1 5 Es u n soneto m u y hermético. M e j o r d i c h o , a mí me resulta e n d i a b l a d o . ¿Qué cosa, p o r ejemplo, es "verter l a vida al m u n d o p o r salvar l a mía"? L o que de algo sirve es leer el soneto a partir d e l final, que interpreto así: 'Ningún h o m b r e , p o r loco o b r u t o que sea, puede matar a su a l m a ' (y e l a l m a d e l e n a m o r a d o es l a d a m a a q u i e n él a d o r a ) . A l epígrafe d e l soneto le puso algún lector esta apostilla: "Pregúntase a quién dellas [debe echar al m a r ] . N e c i a p r e g u n ta, debiéndose él echar antes". Sí, sin d u d a , p e r o esto sería sa16 F R A N C I S C O L Ó P E Z DE Z A R A T E , Sesenta y seis poemas inéditos, e d . J . Simón Díaz, L o g r o ñ o , 1976, p p . 39-40 (los p o e m a s p r o c e d e n d e u n m a n u s c r i t o de la B r i t i s h L i b r a r y , autógrafo según e l e d i t o r ) ; L A R A - I I , p p . 141-142. E l s o n e t o , según L A R A , " o p o n e e n m a g n i t u d d e transgresión (ofensa, p e c a d o ) los p o s i b l e s calificativos d e u n a a c c i ó n q u e sólo se atenúa c o n l a m u e r t e de l a a m a n t e a b o r r e c i d a " , —explicación q u e e n c u e n t r o t a n hermética c o m o e l s o n e t o m i s m o . L o ú n i c o c l a r o es q u e q u i e n a c a b a a h o g a d a es l a d a m a q u e q u i e r e a l galán y a q u i e n éste a b o r r e c e . (¿Habrá leído b i e n Simón Díaz e l m a n u s c r i t o ? L a repetición d e l a r i m a concede e n los versos 2 y 6 m e p a r e c e sospechosa.) 1 5 1 6 94 NRFH, LI ANTONIO ALÀTORRE lirse p o r la tangente. E l epígrafe dice que "esfuerza' echar una al mar, y cualquiera entendería que esa fuerza es l a de l a voz sob r e h u m a n a , pavorosa, ineluctable. Si l a "fuerza" fuera l a pequenez del batel, entonces sí, el más elemental sentido de caballerosidad exige que el galán se eche al agua y se salven las dos damas. E l i m i n a d a l a voz pavorosa, puede Quevedo salirse airosamente p o r l a tangente: L a que me quiere y aborrezco quiero librar, por que acompañe m i ventura, pues m e aborrece e n Floris la h e r m o s u r a por quien amante y despreciado muero. M a s ¿ c ó m o ? ¿Del a m o r e n q u e a r d o espero contra m i p r o p i a vida tal locura? L a q u e y o a d o r o pasará s e g u r a : obligarála ver q u e l a p r e f i e r o . M a s si p o r n o vivir d e s e s p e r a d o soy i n g r a t o , m i p r o p i o a m o r d e s p r e c i o y contra mí aconsejo m i cuidado. S i e l u n o p o r las d o s h a d e s e r p r e c i o , más q u i e r o ser a m a n t e y a h o g a d o que al favor y al desdén ingrato o n e c i o . 1 7 L o s cuartetos están impecablemente razonados. E l p r i m e n dice: T a que m i q u e r i d a Floris me aborrece, salvaré a C l o r i [lia mémosla así], que me quiere m u c h o , aunque yo l a desprecie' Y el segundo: ' N o . Salvaré a Floris, que es p o r q u i e n vivo' (aun que añade, n o m u y galantemente, u n a consideración utilitaria 'Ya Floris sabrá agradecer'). A l final, c o m o lo h a a n u n c i a d o e epígrafe, "elige el m o r i r a m a n d o , p o r n o dar muerte a l a amar te o a l a amada, hallándose e n peligro de m o r i r a l g u n o " . E penúltimo verso contiene el m u y quevediano tópico de l a i r 18 1 7 Q U E V E D O , Poesía original, e d . J . M . B l e c u a , B a r c e l o n a , 1 9 6 3 , n ú m . 3 2 ' L A R A - I , pp. 130-132. J u s e p e A n t o n i o González de Salas, e d i t o r de Q u e v e d o y a u t o r d e l ep grafe, n o e x p l i c a q u é cosa es e l " p e l i g r o " , p e r o añade u n a n o t a : G r e g o r i Silvestre le p r e g u n t ó a B a r a h o n a de S o t o (y, c o m o e n 1 6 4 8 ya n a d i e c o n o c a estos dos poetas, e x p l i c a quiénes f u e r o n ) "que si a l g u n o fuese e n u n b a q u i l l o c o n dos m u j e r e s , q u e a l a u n a quisiese él y a l a o t r a aborrecies* a m á n d o l e ella, s i e n d o forzoso e c h a r u n a a l m a r , ¿cuál elegiría?" ( E v i d e n t m e n t e , n i s i q u i e r a u n e r u d i t o c o m o González de Salas tenía, e n 1 6 4 8 , n o l c i a de A n t ó n de M o n t o r o . ) 1 8 NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 95 m o r t a l i d a d d e l a m o r ("nadar sabe m i l l a m a l a agua fría..."). Y así q u e d a bonitamente e l i m i n a d o el h o r r o r de las otras soluciones: l a ingratitud al favor (de C l o r i ) y l a n e c e d a d de pasarse l a vida sufriendo desdenes (de Floris). E l siguiente romance anónimo d e l siglo XVII, aunque muy "barroco", n o necesita comentario (ni hay p a r a qué copiarlo íntegramente): Que arroje a Cintia o a Lisi, al fin, barquero, es preciso... Tienen casi igual acción entrambas en m i albedrío: Cintia, porque lo granjea; Lisi, porque se lo rindo... Obligaciones me acuerda Cintia, de amantes suspiros y, entre memorias de ingrato, memorias de agradecido... Si a Lisi arrojo, dos veces a la tiranía asisto, pues en ofender a Lisi también me ofendo a mí mismo... ¡Viva Lisi! —y contra Cintia, si pareciere delito, tengo un dios que me disculpe, con que de ingrato me l i b r o . 19 E n 1639 Gerónimo de Porras c o p i a e n sus Rimas l a vieja p r e g u n t a de Silvestre ("Servís c o n grande querer / a u n a muy h e r m o s a dama...") y la contesta e n tres décimas aún más barrocas que el r o m a n c e anónimo: Vaya al mar la que me ofende, cuando por mí se desvela; muera el fuego que me hiela, viva el hielo que me enciende . Mas mi impulso reprehende una natural razón, 20 1 9 B . N . M . , ms. 3 8 8 9 , ff. 1 1 6 - 1 1 7 ; L A R A - I , p p . 129-130. G l o s a ( e m p l e o , p o r c o m o d i d a d , los n o m b r e s d e l r o m a n c e a n t e r i o r ) : ' C i n t i a m e o f e n d e (me i m p o r t u n a c o n su a m o r ) ; su f u e g o m e d e j a h e l a d o , m i e n t r a s q u e e l h i e l o d e l desdén de L i s i m e i n f l a m a de a m o r ' . (Se sigue que la d e s t i n a d a a salvarse es L i s i . ) 2 0 NRFH, L ANTONIO ALATORRE 96 diciendo que es bruta acción, nacida de pecho injusto, querer, por que viva el gusto, que muera la obligación. Si, peña de nieve fiera, aquélla a mi amor rigores, y ésta a mi rigor amores rinde, Mongibel de cera , que dé a la salada esfera a ser de los peces cebo quien me aborrece, no es nuevo, ni agravios injustos hago si a una lo que debo pago y a otra pago lo que debo. Si es cierto que más agrado a Júpiter que a Cupido siendo cruel agradecido que piadoso interesado , viva y logre su cuidado quien más me supo obligar, y muera la que ablandar no pude, y pues zahareña, ingrata en amor, fue peña, vaya a ser peña a la m a r . 21 22 23 Así, pues, q u i e n se salva es C i n t i a , l a d a m a que, a fuerza c a m o r , supo "obligar" finalmente al galán. D e los poetas qr h a n desfilado hasta aquí, el único que h a llegado a esa concli sión es J u a n de M o l i n a . (Quevedo n o cuenta.) A lo largo d e l siglo xvii se c r e a r o n en España y sus domini< varias "academias", efímeras p o r lo general; así, e n M a d r i d , " P e r e g r i n a " y " l a Salvaje", entre otras. Había una j u n t a seman cuyo presidente proponía "asuntos" para l a semana siguient E n cierta academia se p r o p u s o nuestro asunto, y L u i s de Ull< P e r e i r a cumplió c o n u n soneto: Voz de Oráculo fue que se entregara de dos ninfas, al mar, la que eligiera G l o s a : ' L i s i es u n témpano y C i n t i a u n volcán [ M o n g i b e l o = E t n a ] q se d e r r i t e de a m o r p o r mí'. (Se sigue que l a destinada a salvarse es C i n t i a . ) C u p i d o (que r e p r e s e n t a a l apetito a m o r o s o ) está p o r d e b a j o de Jú ter (que r e p r e s e n t a e v i d e n t e m e n t e a l a r a z ó n ) . G E R Ó N I M O D E P O R R A S , Rimas varias, A n t e q u e r a , 1639, ff. 78-79; L A R A 2 1 2 2 2 3 pp. 140-141. NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 97 amante que, forzado, en la ribera el castigo cruel ejecutara. E l caso fue que en una idolatrara, y otra en el hielo de su olvido ardiera. Fue de razón librarse la postrera, y fue de amor que la razón faltara. Premio fue, no castigo, que ofreciese túmulo un elemento a la fineza de la que ya murió cuando vivía; y al desdén, fue lisonja que tuviese confusión y escarmiento la porfía y disculpa y ejemplo la dureza . 24 Y o encuentro este soneto casi tan impenetrable c o m o el de López Zarate: me marea el t o r b e l l i n o de agudezas y paradojas: hielo, fuego, amor, desdén, olvido, premio, castigo, muerte, vida, lisonja ['halago'], confusión y escarmiento para la porfía, disculpa y ejemplo para l a dureza. A l copiar y retocar el soneto e n sus Memorias, el p r o p i o U l l o a , lector de sí m i s m o , debe haber sentido l a conven i e n c i a de ayudar a lectores c o m o yo, y explica: "Echó a l a que quería, quedándose c o n l a que le amaba". (Es l a m i s m a solución que d a Gerónimo de Porras.) N o q u e d a sino a d m i r a r la argumentación d e l p r i m e r terceto: h i z o m u y b i e n el galán en arrojar al agua a l a d a m a de q u i e n era tan amado; n o fue castigo, sino p r e m i o a q u i e n e n v i d a estaba ya m u e r t a de amor; sea, pues, su túmulo e l océano infinito. (Aquí U l l o a hace pensar e n el Q u e v e d o de las hipérboles eróticas.) A p a r t e de las academias establecidas había otras ocasionales, convocadas para celebrar (o llorar) algún acontecimiento. E n u n a de éstas, r e u n i d a e n Cádiz p a r a u n festejo de Carnaval, d o n A l o n s o Reinoso, canónigo de Sevilla, escribió el siguiente soneto sobre el tema consabido: Dichoso tú, quien seas, que has podido verte dueño de todo tu cuidado, y a fuerza de un rigor amenazado aliviar u n tormento padecido. Acalla el mar, pues quiere, embravecido, mitigar sus rigores sobornado; 2 4 Memorias de U L L O A P E R E I R A , e d . M . A r t i g a s , M a d r i d , 1 9 2 5 , p p . 114-115; es texto más satisfactorio que e l i m p r e s o antes e n Versos que escrivió D. Luis de Ulloa Pereira, M a d r i d , 1 6 5 9 . L o s dos están e n L A R A - I , p p . 1 3 3 - 1 3 5 y n o t a 7 9 . NEFH, L ANTONIO ALATORRE 98 y si l e h a s d e a r r o j a r l o m á s p e s a d o , ¡ o h , q u é p e s a d o q u e es l o a b o r r e c i d o ! ¿Qué dudas? Dale al golfo tu retrato; n o haya p e n a a tu p e n a parecida, y así te o l v i d a r á t u m a l a s u e r t e . V i v a t u d u e ñ o ( a u n q u e es t u d u e ñ o i n g r a t o ) , q u e , v i e n d o q u e te d e b e a t i l a v i d a , p o d r á ser q u e s u s p e n d a e l darte m u e r t e . Pese a sus retorcimientos, no tiene este soneto nada de p r o b k mático. L o raro es su hechura. E l poeta felicita en el p r i m e r cuai teto al amante desdeñado, que ya está en posesión de l a a m a d desdeñosa (fait accompli), y e n el segundo, trasladándose al me mentó de la decisión, lo invita a deshacerse sin miramientos de 1 otra, la estorbosa (los versos 7-8 hacen pensar en el Quevedo c nico): vaya al mar la que es su "retrato" (pues es tan desdeñada ce m o él lo h a sido). Sí —le dice al final—, l a d a m a que salvaste n o t quiere, pero "podrá ser" que algún día cambie' (lo cual se p a n ce a lo que dice Quevedo e n el verso 8 de su soneto). E l relator d e l festejo de Cádiz cuenta, c o n gran admiraciór que d o n A l o n s o C h e r i n o , al oír el soneto d e l canónigo, decidí llevarle l a contra, y " e n sus mesmos consonantes defendió a 1 aborrecida amante, sin más embarazo n i dilación que arrimai se a u n bufete" y tomar p l u m a y p a p e l : 6 N o p o r q u e pesa más l o a b o r r e c i d o la i n g r a t i t u d reserves d e l o a m a d o , o h tú q u e , d e u n a m u e r t e c o n s u l t a d o , e l l e ñ o a r e d i m i r vas o p r i m i d o . C o n e l t o r m e n t o al tuyo parecido l a p e n a adularás d e t u c u i d a d o , y servirá d e l a s t r e l o p e s a d o para escapar m e j o r l o agradecido. M a l agradecerá su m i s m a vida q u i e n a d e u d a s d e a m o r te m i r a i n g r a t o y va u n a m u e r t e a m e j o r a r su suerte; p u e s si eres d e q u i e n te a m a e l h o m i c i d a , c u a n d o l a q u e amas sea t u retrato, le habrás d e a g r a d e c e r c o n o t r a m u e r t e . 2 5 2 5 Carnestolendas de la ciudad de Cádiz: Pruevas de ingenio de don Alonso Cl riño Bermudes, p o r e l capitán d o n J U A N I G N A C I O D E S O T O Y A V I L E S . . . , e n cu^ casa se h i c i e r o n , Cádiz, 1639, ff. 38-39; L A R A - I , p p . 135-137. NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 99 También C h e r i n o apostrofa al galán. S i n d u d a su soneto es más c o m p l i c a d o que el d e l canónigo, pero es p o r q u e al intríngulis de los razonamientos se añade l a v i o l e n c i a de los consonantes forzados. M e detengo sólo e n el segundo cuarteto: ' S i tú, u n desdeñado, salvas a l a también desdeñada, se aliviará tu tormento; será ella u n a carga pesada, sí, pero el peso podrá servir de lastre para el e q u i l i b r i o de l a nave, y de ocasión para corresponder al a m o r que esa d a m a te h a t e n i d o ' . E l asunto d e l galán y las dos damas tiene u n a m p l i o desarrollo e n las novelescas Soledades de la vida de Cristóbal L o z a n o . C a da "soledad" es u n a novelita. E n l a cuarta, L i s a r d o cuenta c ó m o se e n a m o r ó de Isabela, la cual se mostraba m u y esquiva (y con razón, pues, c o m o averiguó L i s a r d o más tarde, estaba p r o m e t i da a d o n F e r n a n d o , "caballero m u y n o b l e , más rico que yo", y guapo además); en cambio, l a otra d a m a , doña A n g e l a , estaba enamoradísima de él, aunque él no la quería. Sucedió entonces, no u n a navegación, sino u n accidente de carretera: el coche en que i b a n se desbarrancó y cayó e n el río. " C o n s i d e r a n d o que en sacarlas juntas a las dos arriesgaba l a v i d a de los tres", Lisardo i b a ya a salvar a su q u e r i d a Isabela c u a n d o , "representándoseme e n ella, n o el a m o r que yo le mostraba, sino l a ingratitud c o n que m e correspondía, y al contrario, m i r a n d o en doña A n gela n o m i desamor sino su v o l u n t a d , n o m i desconocimiento sino su razón, solté a Isabela... y, abrazado solamente de doña A n g e l a , l a saqué e n salvo a l a ribera". Este suceso, dice el novelista, dio motivo a n o pocos debates entre los caballeros que lo s u p i e r o n ; "escribiéronse muchos poemas, e n que cada u n o fundó e n justicia su parecer". Y copia en seguida u n o de ellos, que consta de siete décimas: 26 E n ElJoseph de las mujeres escenifica C a l d e r ó n (Sexta parte de sus Comedias, e d i c i ó n de 1683, p p . 61-65) u n a a c a d e m i a c e l e b r a d a e n casa de l a c u l ta E u g e n i a y p r e s i d i d a p o r e l l a . Se p r e s e n t a n tres sonetos —de S e r g i o : " Q u e te sirva, L i s a r d a , m e h a p e d i d o . . . " ; de A u r e l i o : " L i c i o , l a obstinación de t u porfía..."; y de M e l a n c i a : " D i c e s , L a u r a , q u e F a b i o está o f e n d i d o . . . " — y J u l i a c a n t a " u n t o n o n u e v o " . L a s c o m p o s i c i o n e s s o n c o m e n t a d a s p o r los asistentes; y, c o m o a l u d e n a los líos a m o r o s o s de los personajes, los ánimos se cald e a n a l p u n t o de q u e S e r g i o y A u r e l i o sacan las espadas; a l oír e l a l b o r o t o , e l p a d r e de E u g e n i a i n t e r r u m p e l a sesión y regaña a tutti quanti: " . . . ¿ N o bastaba / q u e tales d i v e r t i m i e n t o s / h a y a n q u i t a d o antes de a h o r a / a E u g e n i a e l e n t e n d i m i e n t o , / s i n o a todos?" ( S ó l o u n l o c o se i n t e r e s a e n esas frivolidades.) 2 6 NBFHJ ANTONIO ALATORRE 100 U n h o m b r e embarcado, estando c o n d o s d a m a s , d e las c u a l e s u n a n o o l v i d a sus m a l e s y él l a está e n e x t r e m o a m a n d o , o t r a está e n é l a d o r a n d o y él n o l a p u e d e m i r a r : ¿qué hará si a r r o j a r a l m a r una forzoso le fuere? ¿dejar a l a q u e le q u i e r e o a l a q u e él q u i e r e d e j a r ? Y sigue el caso que sabemos. L a solución coincide, desde el a m i e n z o , c o n la de L i s a r d o . Basten unos versos de muestra: Si u n a n o q u e r i d a q u i e r e y otra no quiere querida, l a j u s t i c i a es c o n o c i d a para el que discreto fuere pague a m o r que le h a n t e n i d o y arroje a m o r m a l pagado... N o hay agravios c o m o ver u n galán c ó m o , a l c o m p á s q u e él a d o r a y q u i e r e m á s , m e n o s le q u i e r e n q u e r e r . . . Está b i e n que el galán dé "vida a q u i e n quiere su vida, / muert a q u i e n quiere su m u e r t e " ; es más justo "no dejar viva a quie a m o / que dar muerte a q u i e n me a m a " . También Calderón de l a Barca sucumbió a la seducción d< viejo tema y lo desarrolló más ampliamente aún que Cristóbal L zano en Amado y aborrecido, u n a de las comedias de lujo que cor puso para el real palacio (con dos coros de música y toda clase c "efectos especiales") y que se imprimió e n 1657 e n l a Octava pe te de comedias escogidas. D e hecho, el "asunto" propiamente dich n o llena sino unas cuantas páginas, las finales de la comedia. L< actos I y II y casi tres cuartos d e l III son u n a cadena de aventur; y complicaciones. Dante amaba a A m i n t a y ahora a m a a Iren L i d o r o amaba a Irene y a h o r a ama a A m i n t a (pero los amores c 2 7 L a s Soledades de la vida y desengaños del mundo ( M a d r i d , 1658) tuviere varias e d i c i o n e s ; L A R A - I , p p . 138-141, cita p o r l a de B a r c e l o n a , 1722, p p . 9 108. ( L a o b r a más f a m o s a d e Cristóbal L o z a n o es e l David perseguido, "hist ria sagrada p a r a p h r a s e a d a c o n e x e m p l o s y varias historias h u m a n a s d i v i n a s " , q u e fue u n éxito d e librería desde 1652 hasta fines d e l siglo XVIIL 2 7 NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 101 L i d o r o no influyen gran cosa en el argumento); A u r e l i o no experimenta n i n g u n a mudanza: es adorador constante de Irene; también A m i n t a es siempre firme en su a m o r a Dante. H a y apariciones ("en el aire") de las diosas Venus y D i a n a , que traen su pleito particular (Venus apuesta p o r el amory D i a n a p o r el desdén); hay dos terremotos; hay u n caballo desbocado en que va A m i n t a ( L i doro l a salva); hay u n león a punto de atacar a las dos damas (Dante las salva a las dos, a Irene porque la a m a y a A m i n t a porque ella lo ama); cae u n rayo e incendia la torre en que están las damas (de nuevo Dante salva a las dos). L a tempestad, c o n la voz misteriosa que o r d e n a echar al m a r a u n a de las damas, n o es sino l a última de estas variadas aventuras . Y a al comienzo d e l acto III h a habido u n anuncio. Durante u n a fiesta palaciega cantan los músicos cuatro veces esta redondilla: 28 ¿Cuál más i n f e l i z estado de a m o r y desdén h a sido: amar siendo aborrecido, o aborrecer siendo amado?, y l a cuarta vez l a r e d o n d i l l a es glosada e n cuatro coplas reales: Irene y Dante contestan que l o p e o r es aborrecer siendo amado; A m i n t a y A u r e l i o , que amar siendo aborrecido. E n el desenlace se sale Calderón p o r l a tangente: D a n t e , sin atender a la voz misteriosa —y r e p i t i e n d o lo que ya dos veces h a hecho—, salva a las dos damas, y se salva él m i s m o . U n final trágico está e x c l u i d o , pues se trata de u n a c o m e d i a . Y , c o m o e n tantas otras comedias, es el rey q u i e n decide quién se casa c o n quién: la constante A m i n t a c o n Dante, y el constante A u r e l i o c o n Irene. A l r e n u n c i a r a Irene, Dante siente que es u n a dicha casarse c o n A m i n t a . ¿ C ó m o es posible que llames d i c h a el "casar c o n q u i e n quieres menos"?, p r e g u n t a Malandrín (el gracioso), y Dante le responde, m u y burguesamente: "Sí, que p a r a dama es b u e n a , / Malandrín, l a que yo q u i e r o ; / p a r a esposa, l a que a mí / me quiere". ( L i d o r o , p o r cierto, se q u e d a sin pareja.) Así, pues, en la c o n t i e n d a de las diosas vence V e n u s . P e r o ya D i a n a planea su desquite, y se encarga ella m i s m a de a n u n c i a r l e al distinguido a u d i t o r i o que m u y p r o n t o podrá c o m p r o b a r l o e n u n a nueva c o m e d i a , El pastor Fido, escrita p o r "tres ingenios" ( A n t o n i o de Solís, A n t o n i o C o e l l o y el p r o p i o Calderón). E n e l l a se c o n c e n t r a , n a t u r a l m e n t e , e l análisis d e L A R A - I , p p . 141-148. NRFH, I ANTONIO ALATORRE 102 III R e t r o c e d i e n d o unos siglos, vuelvo a l a tensó provenzal. L a Prc venza de los trovadores se convirtió, de l a n o c h e a l a mañam e n la metrópoli poética de E u r o p a . A comienzos d e l siglo x h a b l a d o n E n r i q u e de V i l l e n a c o n gran respeto de los poeta d e l L a n g u e d o c , los pioneros, y se hace lenguas de los certáme nes que entablaban e n sus "cortes de A m o r " o "consistorios d gaya ciencia". ( E l arte de los trovadores merecía, e n efecto, e n o m b r e de ciencia; u n a ciencia n o severa, sino gaya: alegre a m e n a , ingeniosa.) P e r o n o fue e n España d o n d e p r i m e r o pe netró la influencia provenzal, sino e n Italia, c o n Boccaccio, q u hace participar al héroe de su Filócolo, al m a r g e n de l a acció: p r i n c i p a l , e n unas "cortes de A m o r " napolitanas d o n d e se d( baten trece "cuestiones de a m o r " , ingeniosas a cuál más. E l Filócolo se tradujo al español más tardíamente que o t o obras de Boccaccio. E l traductor, Diego López de Ayala, le pus c o m o título Laberinto de Amor (Sevilla, 1546), pensando, evidente mente, en los "enredos" de las trece cuestiones; y en efecto, 1 segunda edición se intitula precisamente Treze questiones mi graciosas (Toledo, 1549). Pero ya en 1513 se había impreso (en V i lencia) u n libro cuyo tema procede de las cuestiones II y V del I locólo. Se intitula Questión de amor de dos enamorados: al uno ei muerta su amiga; el otro sirve sin esperanza de galardón. Pregúntase qm de los dos sufre mayor pena. Fue u n gran éxito editorial, y h u b o tn ducción francesa (Le débat de deuxgentilz hommes espagnolz sur lefa d'amour, 1541), pero n u n c a se supo el n o m b r e del autor. L a ai ción a la literatura de debates estaba muy generalizada . A d e m a muchos europeos leían español. E l librero Alfonso de U l l o a , e tablecido e n V e n e c i a , publicó allí, en 1553, u n a edición de la an( n i m a Questión de amara la cual, c o n b u e n olfato comercial, añadi las Treze questiones de Boccaccio. E n el Florisel de Niquea, Parte tercera (1535), p o r otro n o m b r Rogel de Grecia, Primera parte, o b r a d e l infatigable F e l i c i a n o d Silva, se intercala u n a larga cuestión de amor. H a y e n cierto re n o dos príncipes hermanos, A y B , y e n el reino vecino dos p r i i cesas hermanas, C y D ; D es r e q u e r i d a p o r A , pero ella a m a a I 29 L a p o r t a d a de l a s e g u n d a impresión ( M e d i n a d e l C a m p o , 1577) d Inventario de A N T O N I O D E V I L L E G A S a n u n c i a u n a atractiva n o v e d a d : l a Qui tión y disputa entre A i a x T e l a m ó n y VTixes sobre las armas de A q u i l e ( d i s p u t a n a r r a d a p o r O v i d i o e n e l l i b r o X I I I de las Metamorfosis). 2 9 u NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 103 B pretende a C, pero C quiere a A . Para p o n e r freno a las guerras continuas causadas p o r estas encontradas correspondencias, los dos reyes p a r l a m e n t a n y d e c i d e n que cada princesa elija esposo y justifique su elección ante u n consistorio formado n a d a menos que p o r Amadís de G a u l a y Amadís de Grecia. T o d o dependerá, pues, de l a elocuencia de las princesas, de su capacidad de persuasión. L a triunfadora se casará c o n q u i e n elija, y l a pareja heredará los dos reinos; l a p e r d e d o r a quedará presa j u n t o c o n el otro príncipe, y de p o r vida, e n u n a torre. Pues b i e n , las dos princesas eligen a u n m i s m o príncipe, argumentado prolijamente su elección: u n a lo elige p o r q u e lo ama; la otra, p o r q u e él l a ama. Tras dos días de arduas deliberaciones, los Amadises declaran vencedora a esta segunda princesa. L a discordia, sin embargo, se resuelve felizmente; todos se casan, y Amadís de G a u l a l o g r a que a l a pareja p e r d e d o r a se le conmute l a sentencia de prisión perpetua p o r u n c ó m o d o destierro e n cierto reino que él posee. Naturalmente, se m u d a n las "voluntades" (C acepta el a m o r de B , a q u i e n antes había desdeñado, e t c . ) . L o s "casos de a m o r " son l a materia m i s m a de l a Diana de Jorge de M o n t e m a y o r . H a y amores n o correspondidos, amores fingidos, amores estorbados p o r la f o r t u n a y cortados por l a muerte, etc. E n el episodio final d e l l i b r o I, dos pastoras y dos pastores sufren de encontradas correspondencias. U n día, p o r casualidad, c o i n c i d e n "los cuatro discordantes amadores" en u n a floresta, situación i n d e c i b l e m e n t e dolorosa, " p o r q u e cada u n o m i r a b a a q u i e n n o quería que le mirase: yo [dice Selvagia] preguntaba al m i A l a n i o l a causa de su olvido, él pedía miseric o r d i a a l a cautelosa Ismenia, Ismenia quejábase de l a tibieza de M o n t a n o , M o n t a n o de l a c r u e l d a d de Selvagia, cada u n o p e r d i d o p o r q u i e n n o le quería". Es el dyseros de A u s o n i o (epigramas Hanc voló quae non vult y Hanc amo quae me odit), pero m u l t i p l i c a d o p o r cuatro. L a situación puede representarse esquemáticamente así (las flechas i n d i c a n l a dirección de l a "vol u n t a d " amorosa): 30 Alanio -> Ismenia Selvagia <- Montano C f . S. P . C R A V E N S , "Amadís de G a u l a r e i v i n d i c a d o p o r F e l i c i a n o de S i l va", NRFH, 48 (2000), p p . 66-67. 3 0 104 NRFH, L ANTONIO ALATORRE P e r o el relato mismo n o es esquemático. Montemayor es u n ver dadero artista, de inagotable inventiva. A esa situación nos he llevado gradualmente, a través de variadas peripecias. Y allí, en h floresta, se celebra u n a especie de consistorio (aunque sinjueces) Los pastores, u n o a u n o , exhalan sus quejas, A l a n i o en octavas Ismenia en coplas reales, M o n t a n o e n u n villancico y Selvagia er una canción castellana. E l villancico de M o n t a n o dice así: Amor loco, ¡ay, amor loco! yo por vos y vos por otro . Ser yo loco es manifiesto. Por vos ¿quién no lo será?, que mayor locura está en no ser loco por esto. Mas, con todo, no es honesto que ande loco por quien es loca por otro. Ya que viéndoos no me veis y morís porque no muero, comed ora a mí, que os quiero, con salsa del que queréis, y con esto me haréis ser tan loco como vos loca por otro. 31 (La o c u r r e n c i a de M o n t a n o : 'Ya que te soy intragable, q u e r i d ; Selvagia, c ó m e m e aunque sea c o n salsa de ese A l a n i o a quier quieres', hizo reír "muy de gana" a todos, pese a l a gran "ago nía" e n que se hallaban.) A l final d e l l i b r o II hay tres villancicos ("cantares antiguos" glosados: Selvagia vuelve a quejarse de A l a n i o , y Silvano y Sire n o se quejan de D i a n a , a d o r a d a p o r ambos y casada c o n otro H e aquí el villancico de Sireno: Olvidástesme, señora: mucho más os quiero agora . 32 M o n t e m a y o r d e c l a r a q u e estos dos versos s o n u n " a n t i g u o cantar' M A R G I T F R E N K , Corpus de la antigua lírica popular hispánica, M a d r i d , 198*/ n ú m . 751, registra c i n c o glosas q u e de él se h i c i e r o n ( u n a de ellas, de Q moens). P a r e c e q u e e l cantar a n t i g u o decía "Enojástesos, señora", y q u e M o r t e m a y o r l o alteró p a r a a d a p t a r l o a l a situación. C f . M . F R E N K , Corpus... núms. 3 9 9 A y 3 9 9 B . 3 1 3 2 NBFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 105 Sin ventura yo olvidado me veo, no sé por qué; ved a quién distes la fe y de quién la habéis quitado: él no os ama, siendo amado; yo desamado, señora, mucho más os quiero agora. Paréceme que estoy viendo los ojos en que me vi, y vos, por no verme así, el rostro estáis escondiendo, y que yo os estoy diciendo: "Alza los ojos, señora, que muy más os quiero agora". H a c i a el final de l a novela, cuando ya varios de los casos se h a n resuelto de diferentes maneras (o están e n vías de resolverse), sólo estos tres pastores (Selvagia, Silvano y Sireno) siguen siendo desdichados. P e r o también para ellos hay alivio: l a maga Felicia les d a a beber cierta agua encantada que tiene l a virtud de " m u d a r las voluntades". Leída durante muchísimos años, l a Diana tuvo varias continuaciones y ejerció e n o r m e i n f l u e n c i a sobre l a literatura poster i o r (y n o sólo l a de l e n g u a española). U n a de las primeras muestras de esa i n f l u e n c i a es l a Comedia llamada "Discordia y questión de amor", en la qual se trata, en subido metro y conceptos muy sentidos, la inconstancia de Amor y sus variables efectos, compuesta p o r L o p e de R u e d a . S u m o d e l o es el episodio d e l l i b r o I de l a Diana que hemos visto. E n l a Discordia hay también cuatro pastores. E n cierto m o m e n t o se queja P e t r o n i o : ¡Oh A m o r falso y lisonjero, malo y de mala nación! ¿Es posible, odioso y fiero, que a quien no quiero me quiera y no me quiera quien quiero? Pero e l m i s m o r e p r o c h e a C u p i d o podría estar e n b o c a de los otros tres querellosos. C o n razón Baltasar Gracián, supremo teórico d e l B a r r o c o español, asombrado al hallar esta complejid a d e n u n " p r i m i t i v o " , e n c o m i a e n su Agudeza y arte de ingenio (discurso X L V ) al "prodigioso L o p e de R u e d a " , autor de tan "ingeniosa invención". E l o g i a l a "traza", pues " c u a n d o parece NRFH, L I ANTONIO ALATORRE 106 que se desempeña, entonces se e n r e d a más". E n efecto, los pastores se topan justamente c o n C u p i d o , atado a u n árbol p o r D i a n a (la Castidad), y lo liberan; C u p i d o , e n agradecimiento, se ofrece a remediar a los pastores. P e r o los deja desconcertados y aterrados cuando, para p o n e r e n práctica su oferta, les hace esta pregunta, puramente profesional: "¿Cuál queréis que m u d e aquí: / las pastoras o pastores?". L a situación es: Petronio -> Silvia <- Salucio 71 Leonida A l a p r e g u n t a de C u p i d o , los pastores p r o p o n e n esta mudanza: Petronio ^ Silvia Leonida ^ Salucio p e r o las pastoras, naturalmente, rechazan semejante solución y p r o p o n e n esta otra: Petronio Silvia ^7! ^71 Leonida Salucio y, e n resumidas cuentas, todos se n i e g a n a " m u d a r l a afición", pues todos —ellas y ellos— se p r e c i a n de leales y constantes amadores. A l final e n t o n a n u n d o l o r i d o cantar: Buscando venimos remedio de amores: ¡volvemos peores!.. . 3 3 L a "cuestión" de L o p e de R u e d a fue c o m p e n d i a d a p o r Gas par de l a C i n t e r a e n u n a canción castellana cuya cabeza dice: L O P E DE R U E D A , Comedia llamada "Discordiay question de amor"..., e d . I R. d e U h a g ó n , M a d r i d , 1902. L a única e d i c i ó n a n t i g u a q u e se c o n o c e es d B a r c e l o n a , 1617, p e r o d e b e de h a b e r h a b i d o o t r a u otras anteriores. Ésta e quizá l a última de las obras q u e escribió L o p e de R u e d a , m u e r t o e n 156 (seis años después de l a p r i m e r a e d i c i ó n d e l a Diana). 3 3 NBFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 107 Bras m u e r e de amores de A n a ; J u a n a l e t i r a d e l sayo; Pelayo muere por Juana, y A n a m u e r e p o r Pelayo. Gaspar de l a C i n t e r a , natural de U b e d a y vecino de G r a n a da, donde se ganaba l a vida c o n su oficio de coplero, era ciego. Cantaba sus composiciones, acompañándose de vihuela, e n las calles y plazas, y sus versos se imprimían en populacheros "pliegos de c o r d e l " que, n o protegidos p o r algún derecho de autor, eran reimpresos aquí y allá: e n Sevilla y en Córdoba, e n V a l l a d o l i d y e n B u r g o s . Si estaba "privado de l a vista", según declara siempre e n los encabezamientos, tenía e n cambio u n o í d o finísimo (como les sucede a tantos poetas y músicos ciegos que h a habido y hay). S u c o p l i l l a es l a quintaesencia perfecta de l a Discordia y questión de amor. A l gran acierto de dar nombres pastoriles "reales" a los cuatro amantes (Bras y n o S a l u d o , etc.), añade el artificio de l a r i m a encadenada, u n a de las "galas de trobar" tratadas p o r J u a n d e l E n z i n a e n su Arte poética: l a p r i m e r a palabra de u n verso r i m a c o n l a última d e l verso anterior. E l encadenamiento métrico le viene c o m o a n i l l o al d e d o al encad e n a m i e n t o conceptual. E l verso 2, que podría parecer ripioso (necesidad de r i m a p a r a Pelayo), es todo u n hallazgo: expresa m u y gráficamente l a u r g e n c i a amorosa de J u a n a (y, p o r extensión, la de los otros). L a cuarteta va seguida de cuatro coplas de glosa que, si n o añaden n a d a al argumento, lo amplían graciosamente. H e aquí las dos primeras: 34 Bras p o r A n a da la vida, y J u a n a a B r a s se l a o f r e c e ; Pelayo a J u a n a encarece q u e le d a p e n a c r e c i d a ; A n a a Pelayo, afligida, le dice: " C r u e l pastor, págame amor con amor, p u e s te v i e n e a n c h o este s a y o " . Bras quiere infinito a [Ana] y A n a por Pelayo llora; Sólo dos de los p l i e g o s sueltos de C i n t e r a q u e registra A N T O N I O P A L A U e n su Manual del librero están i m p r e s o s e n G r a n a d a ( p o r H u g o de M e n a ) , u n o e n 1566, e l o t r o s i n f e c h a . S a b i d a es l a suerte de los pliegos de c o r d e l . A n t o n i o R o d r í g u e z - M o ñ i n o c a l c u l a b a q u e de c a d a d i e z q u e se i m p r i m i e r o n , apenas u n o habrá s o b r e v i v i d o . 3 4 NRFH, L I A N T O N I O AI A T O R R E 108 y Pelayo a Juana adora, y a solo Bras quiere Juana; cada cual ama de gana al mismo que le aborrece; responde qué te parece deste trueco de Gil B a y o . . . 35 H a c i a l a m i s m a época, el j o v e n Joaquín R o m e r o de Cepeda, natural de Badajoz, reelaboró l a Discordia de L o p e de R u e d a e n una c o m e d i a intitulada Metamorfosea. Añadió a l a cadena de amadores desdichados otros dos eslabones y d i o a los pastores nombres m u y cultos: Eleno -> Belisena -> Medoro <r Aliso <- Rosina 71 Albina ^ L a Metamorfosea se l l a m a así p o r q u e , e n efecto, al final las "voluntades" de los seis pastores sufren u n a metamorfosis (dolorosa) . 36 Coplas y chistes muy graciosos para cantar y tañer al tono de la vigüela,^ agora nuevamente hechas por Gaspar de la Cintera, privado de la vista, natural de Ubeda y vecino de Granada, p l i e g o suelto de B u r g o s , s i n año. T o m o e l texto de B . J . G A L L A R D O , Ensayo..., t. 2, cois. 458-459. Véase A . R O D R Í G U E Z - M O Ñ I N O , Diccionario de pliegos sueltos poéticos (siglo xw), M a d r i d , 1970, n ú m . 149. P A L A U (Manuai del librero) registra u n a edición de V a l l a d o l i d , 1580. E n l a s e g u n d a c o p l a p o n go " a [ A n a ] " e n vez d e " a m í " ( p a r a r i m a r c o n fuana). D i c e G a l l a r d o al final: "Véase e l c a n c i o n e r o m a n u s c r i t o de M a u r o d e l A l m e n d r a l , d o n d e [la canc i ó n ] se lee más c o r r e c t a " , p e r o n o d a las señas de este m a n u s c r i t o . M e preg u n t o si n o será e l e d i t a d o p o r M a r g i t F r e n k y c o l a b o r a d o r e s c o n e l título de Cancionero sevillano de Nueva York (Sevilla, 1995). Se sabe, e n efecto, que este m a n u s c r i t o perteneció a G a l l a r d o , y e n él está dos veces (núms. 75 y 572) e "Bras m u e r e de a m o r e s de A n a . . . " c o n diferentes glosas. (Los versos 3-4 d i c e n las dos veces: "Pelayo p o r los de J u a n a , / A n a p o r los de Pelayo".) L Í cuarteta fue m u y p o p u l a r : está también e n e l m a n u s c r i t o E s p . 373 de l a B i b l i o t e c a N a c i o n a l de París, f. 70, y fue glosada a s i m i s m o p o r P E R O D E ANDRADI C A M I N H A , Poesias inéditas, ed. J . P r i e b s c h , H a l l e , 1898, n ú m . 421 (el verso 2 d i ce " J u a n a le t r a b a d e l sayo"). 3 5 D e l a Metamorfosea n o tengo más n o t i c i a q u e l a m u y escueta q u e d; G A L L A R D O (Ensayo, t o m o 4, c o l . 2 5 6 ) , e l c u a l a p u n t a : " a m o r e s e n c o n t r a d o s . . . , d e q u e se a r m a u n e n r e d o q u e e l i n g e n i o [o sea e l a u t o r ] tiene 1 c r u e l d a d de n o d e s e n r e d a r a l fin de l a p i e z a " ; y l u e g o : " [ a l final] se trueca] las suertes, p e r o c o n p o c a d i c h a de los e n a m o r a d o s " . D i c e también: " E s t a s u n t o está d o n o s a m e n t e tratado e n u n a c a n c i ó n de u n c o m p a t r i o t a de Re m e r o [o sea de B a d a j o z ] , M a u r o d e l A l m e n d r a l , d e q u i e n h e d i s f r u t a d o u 3 6 NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 109 E n u n a égloga de P e d r o Laínez, " T i r s i , pastor d e l más famoso río...", los pastores son también seis (y tienen asimismo nombres cultos). Es u n p o e m a de 150 endecasílabos sueltos, e n su mayor parte quejas de T i r s i p o r el desamor de Dafne; p e r o h a c i a la m i t a d h a b l a también C l o r i , que adora a T i r s i y l l o r a su falta de correspondencia: .. .¿Y tú, cruel, el justo amor debido a tu Clori tan mal en Dafne empleas? Mas así va. ¿Son éstos los misterios de la diosa cruel que reina en Cipro, que desiguales ánimas y formas se deleita enlazar con crudo juego? Alcipe ama a Damón, Damón a Clori, arde Clori por Tirsi, Tirsi ingrato por Dafne, Dafne está entregada a Glauco, en Glauco no hay amor... L a cadena, pues, se r o m p e e n G l a u c o , que n o a m a a n a d i e . E l anónimo autor de u n a "competencia y quistión de a m o r entre dos pastores ygualmente faborescidos de u n a pastora" se l i m i t a a lo esencial: p o n e e n escena a u n a pastora, F l o r e n c i a , y a sus adoradores, castizamente llamados J u a n y G i l . L o s demás pastores —a los cuales se s u m a el dios C u p i d o — se empeñan e n que F l o r e n c i a se declare p o r u n o u otro amante, y ella siempre sale c o n evasivas, hasta que al final declara: 37 De Juan quiero ser querida y de Gil aborrecida; quiero a Gil, no que él me quiera, y Juan sí, más que a su vida . 38 c a n c i o n e r o m a n u s c r i t o " . ( L a Metamorfosea se i m p r i m i ó e n las Obras de R o m e r o de C e p e d a , Sevilla, 1 5 8 2 , j u n t o c o n otras " p r i m i c i a s " de s u i n g e n i o . ) Esta égloga se atribuye a F r a n c i s c o de F i g u e r o a e n l a edición tardía de sus obras p o r L u i s T r i b a l d o s de T o l e d o ( L i s b o a , 1 6 2 6 , p p . 4 9 - 5 3 ) , p e r o el verd a d e r o autor es P e d r o Laínez, según hace ver CHRISTOPHER M A U R E R , " H a c i a u n a n u e v a edición de F r a n c i s c o de F i g u e r o a " , BBMP, 6 0 ( 1 9 8 4 ) , p p . 1 9 4 - 1 9 8 . Cancionero de cosas de amor, ms. 3 8 0 6 de l a B . N . M . , según n o t i c i a d e L A R A - I , p. 1 2 5 , n o t a 5 3 . 3 7 3 8 NRFH, L I ANTONIO ALATORRE 110 IV A u s o n i o fue m u y leído y muy i m i t a d o e n los siglos de oro (mucho más de lo que dice Menéndez Pelayo e n las páginas de l a Bibliografía hispano-latina clásica que le d e d i c a ) , p e r o n o muy traducido. D e los cinco epigramas m e n c i o n a d o s e n las pp. 8385 n o conozco sino estas versiones: 1) Aut restinguere ignem..., traducido p o r el portugués A n drade C a m i n h a , poeta cortesano, a mediados d e l siglo xvi: O u este á s p e r o f o g o , A m o r , a b r a n d a , e m q u e está s e m p r e a r d e n d o este m e u p e i t o , o u a o u t r o frió p e i t o , A m o r , o m a n d a , p a r a q u e faga n e l e o m e s m o efeito. S e n a o b a s t a a e s t a t r o c a este m e u r o g o , f a z e i g u a l e m d o i s p e i t o s este f o g o ! 3 9 2) Hoc quod amare vocant..., traducido p o r Salazar y Torres, el poeta a d m i r a d o (y continuado) p o r sor J u a n a : Esto que llaman amar m e z c l a o desata, ¡oh A m o r ! O n o abrases a n i n g u n o , o e n l a llama abrasa a dos . 4 0 3) Harte voló quae non vult y Suasisti, Venus..., traducidos y f u n d i d o s e n u n solo p o e m a p o r e l ya c i t a d o G e r ó n i m o de Porras ("Interlocutores, V e n u s y M a r c o " ) . V a l e l a p e n a leerlo entero: — Q u i e r o a ésta, q u e m e a b o r r e c e ; porque me quiere, aborrezco a aquélla. R e m e d i o ofrece, si p u e d e s , y te e n t e r n e c e , Venus, el m a l que padezco. — E s o es m u y fácil: y o h a r é , trasmutando voluntades, q u e a m e ésta, y a q u é l l a q u e a b o r r e z c a . —Así t e n d r é las m e s m a s d i f i c u l t a d e s . 3 9 P E R O D E A N D R A D E C A M I N H A , Poezias, e d . de Lisboa, 1 7 9 1 , pp. 303-304 (Obsérvese q u e n o se d i r i g e a D i o n e , s i n o a C u p i d o . ) 4 0 A G U S T Í N D E S A L A Z A R Y T O R R E S , Cythara de Apolo, M a d r i d , 1 6 8 1 , p. 4 4 . NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " — ¿ Q u i e r e s a m a r l a s d o s ? —Sí, c o m o e n recíproca llama m e c o r r e s p o n d a n . —Así, p u e s , e l r e m e d i o está e n t i : p a r a ser a m a d o , a m a . — D a m e otro consejo, acaba, q u e a otras dos q u e m e i n c e n d i a n así las s o l i c i t a b a , y, a l p a s o q u e l a s a m a b a , al m e s m o m e aborrecían. un de no de —Véncelas c o n d o n e s . —Soy retrato, e n lo desnudo, A m o r , y qué darles hoy t e n g o , si n o les d o y m i paciencia u n escudo. —Promételes o r o sobre tu palabra. — M a l m e inspiras: p r o m e s a s serán d e u n r o b r e , porque en la boca del pobre s o n las v e r d a d e s m e n t i r a s . — P o n a Júpiter sagrado p o r fiador, c o n j u r a m e n t o s . — N o es e n g a ñ a r l e a c e r t a d o , q u e sacaré, f u l m i n a d o , de u n rayo los escarmientos. — R o n d a sus p u e r t a s , p o r f í a con su dureza. — A u n q u e peno e n l a ardiente l l a m a mía, t e m o d e l a n o c h e fría los p e l i g r o s d e l s e r e n o . Escríbeles a m o r o s a s elegías. — D i f i c u l t o el ver y e l b e b e r gustosas las a g u a s q u e , n u m e r o s a s , desata el P a r n a s o culto. — R o m p e sus p u e r t a s a i r a d o . — T e m o de l a ley l a p e n a , y no quiero, desdichado, ver el c u e r p o aprisionado, y a q u e e l a l m a está e n c a d e n a . —¿De a m o r , y n o p o r a m o r , quieres morir, necio? — C r e o q u e es s u f r i r m u c h o m e j o r desdichas, s i n ser actor, que sufrirlas, s i e n d o reo. 111 NRFH, L I ANTONIO ALATORRE 112 —Lo que puedo y que está bien te advierto. De no admitillo, a otros consulta. —Di a quién. —Fedra o Elisa te den su cordel o su cuchillo; o al mar, desde los que más escollos mira elevados Léucada, te arrojarás. —¿Este consejo me das? —Tal se da a los desdichados . 41 Las tres primeras quintillas son traducción bastante fiel d e l Hanc amo; p e r o las otras diez son más b i e n paráfrasis d e l otro epigrama, a d o r n a d a c o n detalles pintorescos. E l poeta n o puede r e n u n c i a r a las agudezas barrocas (como e n las décimas del galán y las dos damas, supra, p p . 95-96): estar tan desnudo com o C u p i d o ; dar de l i m o s n a u n escudo n o de oro, sino de paciencia; tener el c u e r p o aprisionado y el a l m a e n cadena, las dos elaboradas maneras de decir ' N o soy poeta' y l a e r u d i t a alusión a Safo. ( E n c a m b i o , Porras se deja e n el tintero a Cánace) a Filis, dos de las cinco suicidas de Ausonio.) Pero los poetas n o necesitaban traducciones, n i tampocc leer a A u s o n i o e n latín, pues el Hanc amo se había convertidc en u n tópico, posesión de todos (locus communis), c o m o se ve en esta r e d o n d i l l a d e l portugués Rodrigues L o b o : Tenho u m bem que mal me trata; nao me entendo com ninguém: fujo de quem me quer bem, quero bem a quem me mata, conflicto que él m i s m o resuelve después: Amor, já desengañe! um cuidado que trazia, pois me fugiu quem seguia, fujo de quem já busquei . 42 G E R Ó N I M O D E P O R R A S , " A m a n d o u n galán u n a d a m a p o r q u e le a b o r r cía, y a b o r r e c i e n d o o t r a p o r q u e le a m a b a , p i d e r e m e d i o a l a d i o s a V e n u T r a d u c c i ó n d e l a e p i g r a m a d e A u s o n i o Hanc amo..", etc., e n sus Rimas v ñas, A n t e q u e r a , 1639, ff. 85-87. F R A N C I S C O R O D R I G U E S L O B O , O pastor perigrino ( S e g u n d a parte d a si Primavera), L i s b o a , 1608, ff. 7 2 v y 97r. A las r e d o n d i l l a s —que, c o m o se ve, r 4 1 4 2 NJRFH, U LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 113 A n t o n i o de Villegas, parafraste de l a Heroida VII de O v i d i o (carta de D i d o a Eneas), suele cerrar c o n agudezas las r e d o n d i llas de su paráfrasis. Así ésta: Aquí p o r tenerte lloran, allá l a m u e r t e te o f r e c e n : b u s c a s l o s q u e te a b o r r e c e n p o r d e j a r l o s q u e te a d o r a n . 4 3 ( O sea que Eneas cambia el a m o r que D i d o le tiene en Cartago p o r e l odio c o n que lo van a r e c i b i r los moradores de Italia.) G u i l l e n de Castro se refiere a otro conflicto de D i d o , que, al h u i r su adorado Eneas, se ve destinada a casarse c o n el aborrecido Yarbas: ¿ Q u é h a r é ? ¿ Q u é m u j e r se h a v i s t o en fortunas tan contrarias, de dos h o m b r e s o f e n d i d a , pues, c o n desiguales armas, el q u e a d o r a b a m e h u y e y el que aborrezco m e alcanza? 4 4 E n La devoción de la cruz, c o m e d i a religiosa de Calderón, d i ce J u l i a : A l que m e desprecia, busco. ¿Quién vio tan d u d o s o efecto están contiguas— s i g u e n glosas e n coplas reales. P e r o l a antítesis n o es p e r fecta. L a p r i m e r a d i c e : ' A b o r r e z c o a q u i e n m e a m a y a m o a q u i e n m e abor r e c e ' , y l a s e g u n d a : ' C o m o a h o r a q u i e n m e a m a b a m e a b o r r e c e , p u e d o ya a b o r r e c e r l a t r a n q u i l a m e n t e ' (¿habrá q u e e n t e n d e r q u e q u i e n l o aborrecía a h o r a l o ama?). —Otro e j e m p l o portugués: "Amáis a q u e m vos n a o q u e r , / n a o queréis a q u e m os a m a . . . " : TheHispano-Portuguese Cancioneiro oftheHispanic Society of America, e d . A . L . - F . A s k i n s , C h a p e l H i l l , 1974, f. 59v d e l m a nuscrito. Inventario de A N T O N I O DE V I L L E G A S [1565], e d . de M a d r i d , 1955, t. 1, p p . 72-78. Esta paráfrasis se h a l l a también e n e l m a n u s c r i t o E s p . 307 de l a B i b l i o t e c a N a c i o n a l de París, ff. 150-154. G U I L L E N DE C A S T R O , Dido y Eneas, acto III. P e r o aquí hay c o n t a m i n a c i ó n d e l Hanc amo c o n o t r o e p i g r a m a a t r i b u i d o a A u s o n i o , Infelix Dido: " D i d o i n f e l i z , n o b i e n eres / d a d a a m a r i d o n i n g u n o : / huyes c u a n d o m u e r e e l u n o , / y c u a n d o h u y e e l o t r o , m u e r e s " (traducción de Bartolomé L e o n a r d o de A r g e n s o l a ) . E n efecto, D i d o h u y e de F e n i c i a a l m o r i r S i q u e o , y m u e r e e n Cartago al h u i r Eneas. 4 3 4 4 114 ANTONIO ALATORRE NRFH,L) de amor? C u a n d o m e rogaba c o n m i l lágrimas E n s e b i o , le dejaba; p e r o agora, p o r q u e él m e d e j a , l e r u e g o . T a l e s s o m o s las m u j e r e s , aun c o n t r a nuestros deseos. N i n g u n o nos quiera b i e n si p r e t e n d e a l c a n z a r p r e m i o , que, queridas, despreciamos, y aborrecidas, queremos . 4 5 E n u n cancionero toledano hay u n a composición dialoga da, "Sálveos Dios, graciosa d a m a . . . " , d o n d e se lee: E n m í m o r a u n a pasión que atormenta el corazón c o n u n m a l fiero: que a quien no me quiere quiero, y es e l p l a c e r que he dejado de querer a quien me quiere . 4 6 E n u n a de las o c h o novelas que constituyen su Teatro popu lar cuenta L u g o y Dávila que el héroe, c a m i n a n d o a m e d i a no che p o r las calles silenciosas de M a d r i d , oye de p r o n t o u n ; dulce voz que canta: Niño m a l contento, A m o r , da a l a v o l u n t a d desdén: que d o n d e le q u i e r e n b i e n , allí e j e c u t a e l r i g o r . . . A l l í se m u e s t r a e n e m i g o d o n d e es j u s t o a c a r i c i a r , porque a lo que h a de p r e m i a r da r i g u r o s o castigo. Yo, triste, e n q u i e n más o b l i g o m e n o s obligación veo; d o n d e aborrecer deseo, vive i n m o r t a l e l q u e r e r . ¡Venus, e n t r a a c o m p o n e r p l e i t o e n q u e e l a c t o r es r e o ! . , . 4 5 4 6 4 7 4 7 C A L D E R Ó N D E L A B A R C A , La devoción de la cruz, acto II, w . 1662 ss. B . N . M . , ms. 17.698, f. 93v. F R A N C I S C O L U G O Y D Á V I L A , Teatro popular: Novelas morales para mostrar l NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 115 E l sevillano J u a n de Salinas glosó esta "letra ajena": Púsoseme el sol, salióme la luna; más me valiera, madre, la noche escura con u n a "letrilla p r o p i a " , que c o m i e n z a : El que yo quería, madre, no me quiere; y por mí se muere el que aborrecía.. , 4 8 G a b r i e l Bocángel tiene u n r o m a n c e que parece respuesta a una p r e g u n t a de academia, "Si u n amante [Fileno] se ve escogido de dos damas, u n a [Filis] que a m a d a le aborreció, y otra [Laura] que le amó aborrecida, ¿a cuál debe más?": Amar por obligación es tributo, no es empleo; hipócritamente hace agradecidos el miedo. Laura me hiela en su ardor; salamandra soy de hielo, que la repito en cenizas muchos cuidados de fuego. Helada Filis me abrasa, vista y amada, tan luego, que pudieron ser dos cosas, pero ninguna primero... Es decir: si F i l e n o escogiera a L a u r a , que lo quiere, pero a q u i e n él n o quiere, sería "obligación", n o g e n u i n o " e m p l e o " (o sea amor) ; L a u r a lo deja h e l a d o ; q u i e n f u l m i n a n t e m e n t e lo géneros de vidas del pueblo, M a d r i d , 1622, ff. 66-67. S o n c u a t r o décimas; c o p i o sólo l a s e g u n d a y e l c o m i e n z o de l a p r i m e r a . ( E l Teatro popularLue r e e d i t a d o por E . C o t a r e l o y M o r í e n l a " C o l e c c i ó n d e antiguas novelas españolas", M a d r i d , 1906.) H E N R Y D E B O N N E V I L L E , Le poète sévillan Juan de Salinas (15621-1649). Vie et œuvre, Paris, 1969, p p . 324-325. D i c e B o n n e v i l l e q u e l a " l e t r a ajena" está e n el Ramillete de flores, Quarta flor de romances, L i s b o a , 1593. C f . también s u e d i c i ó n d e las Rimas humanas d e Salinas, M a d r i d , 1987, n ú m . 43. 4 8 NBFH, L ANTONIO ALATORRE 116 abrasa es Filis, que n o l o quiere. P o r fortuna, e n cierto m o m e n to hizo Filis algo heroico: m u d ó su voluntad, violentando su i n clinación, o sea r o m p i e n d o e l decreto d e l destino (cosa qu( L a u r a h a sido incapaz de hacer). L a conclusión se i m p o n e : P e r d ó n a m e —dije—, ¡oh L a u r a ! , si F i l i s n a c i ó m i d u e ñ o . . . Filis, a m á n d o m e , r o m p e de inclinación el decreto; tú l e s i g u e s . J u z g a a g o r a a quién debe más F i l e n o . 4 9 Salcedo C o r o n e l , editor y comentarista de Góngora, tam bien elige el r o m a n c e p a r a dirigirse " A L i s i , persuadiendo!; que le quiera y deje a q u i e n l a aborrece". D i c e así l a tercer cuarteta: A q u i e n te a b o r r e c e a d o r a s y a q u i e n te a d o r a d e s p r e c i a s . ¡Qué pocas veces q u i e n a m a halló i g u a l c o r r e s p o n d e n c i a ! 5 0 Tal vez sea respuesta a u n a "cuestión" de academia e l re manee de Saavedra Guzmán i n t i t u l a d o " Q u i e r e a q u i e n le de precia y desprecia a q u i e n le q u i e r e " . T a l es e l caso de Vicent Sánchez. "Diéronle esta r e d o n d i l l a para glosarla": 51 A quien quiero n o m e quiere, y a quien m e quiere n o quiero. ¡Muera A m o r de lo q u e m u e r o , pues m u e r o de lo q u e muere!, y él l a glosó e n cuatro décimas . 52 4 9 G A B R I E L B O C Á N G E L Y U N Z U E T A , Obras, e d . R . Benítez C l a r o s , M a d r i 1 9 4 6 , pp. 5 0 5 1 91-92. G A R C Í A D E S A L C E D O C O R O N E L , Obras, M a d r i d , 1 6 2 7 , ff. M A R T Í N S A A V E D R A Y G U Z M Á N , Ocios de Aganipe, 150-151. Trani, 1 6 3 4 , pp. 90-6 ( E l a u t o r vivía e n Italia y a l u d e a cosas italianas, a u n q u e d e p r o n t o le lleg; saudades d e c i e r t a G e r o m i l l a q u e se bañaba e n e l M a n z a n a r e s . ¿Tendrá qi v e r c o n e l a u t o r d e El peregrino indiano, A n t o n i o d e Saavedra Guzmán, "< M é x i c o n a c i d o " , q u e a fines d e l siglo x v i salió d e l a N u e v a España p a r a n u c a más volver?) V I C E N T E SÁNCHEZ, Lyrapoética, Zaragoza, 1 6 8 8 (edición p o s t u m a ) , p. £ 5 2 NKFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 117 E l curioso P e d r o de Quirós, "religioso de los clérigos m e n o res de Sevilla" pero bastante aficionado a los versos m u n d a n o s , llegó a l c o l m o de l a brevedad al contar l a historia: Siguióme Filis, huí; seguí yo a Filis, huyó. ¡ O h , s i m i n o f u e r a sí! ¡ O h , s i m i sí f u e r a n o ! 5 3 V Si acaso el debate es u n "género literario", será quizá, j u n t o c o n el enigma, el género más antiguo, tan antiguo c o m o el lenguaje: debate y e n i g m a existen p o r l a sencilla razón de que todos los seres h u m a n o s t i e n d e n p o r naturaleza a saber, c o m o dice Aristóteles e n l a p r i m e r a línea de su Metafísica. E l debate literario tiene e l m i s m o infinito campo de acción que los debates de l a vida real. Y cada escritor debate c o m o se le antoja. N o hay necesidad de legislar sobre la m a n e r a de debatir. J u a n Díaz Rengifo n i siquiera m e n c i o n a el "debate" e n su Arte poética, impresa p o r vez p r i m e r a e n 1592. P o r eso resulta ligeramente c ó m i c o ver c ó m o el catalán Josep V i c e n s , e n su edición aggiornata d e l Arte de R e n g i f o , p u b l i c a d a ya e n el ocaso de l a literatura áurea (Barcelona, 1703), l l e n a l a laguna c o n u n capítulo que añade, i n t i t u l a d o " D e los problemas". L o más gracioso es su tono doctoral. Es c o m o si V i c e n s se sintiera u n p i o n e r o pisando terreno virgen. "Este n o m b r e , problema —dice e n su castellano algo torpe—, significa u n a proposición que contiene u n a p r e g u n t a d u dosa, y esto suele ser de dos cosas semejantes, que se p u e d a defender cualquier parte de las dos, a m a n e r a de u n a thesis; las cuales, a u n q u e se p u e d e n defender c o n u n a oración suelta [o sea e n prosa], es más plausible e n l a poesía". H a y proposición, hay argumentos e n p r o (legitimidad, justicia, u t i l i d a d , honestidad, todo " c o n l a brevedad más posible"); hay refutación de los argumentos contrarios ("y todo esto se hará m e j o r comprobánd o l o c o n exemplos, sentencias y o p i n i o n e s de autores m u y fid e d i g n o s " ) ; hay, finalmente, " u n breve epílogo". Y , c o m o ejemplo, p u b l i c a íntegras las dos o p i n i o n e s que se expresaron Poesía divina y humana..., BAE, t. 32, p. 423. 5 3 apud G A L L A R D O , Ensayo, t. 4, c o l . 2 1 ; también NRFH, Lì ANTONIO ALATORRE 118 e n u n a academia de B a r c e l o n a sobre esta peliaguda cuestión: "Si fue más cruel T h o l o m e o Fisco, rey de Egipto, matando a su hijo Nenfitén, o si lo fue Nerón quitando l a vida a su madre A g r i p i n a " . M a n u e l de Cárdenas "tuvo a cargo" defender esta seg u n d a opinión, pero los jueces fallaron en favor de Carlos de Guzmán, que defendió l a otra: el hijo de ese extraño T h o l o m e o Fisco no tenía tacha, mientras que A g r i p i n a era u n a mujei disoluta: razón había p a r a e l i m i n a r l a . L a sola lista de los productos literarios en que hay "cuestio nes" y "debates", o que consisten precisamente en eso, serie inacabable. Dos de los primerísimos poemas líricos castellano! son la disputa d e l Clérigo y el Escudero (Elena y María) y IOÍ "denuestos" d e l A g u a y el V i n o que hay al final de l a Razón d amor . J u a n de M e n a escribió u n "Debate de l a Razón c o n t n la V o l u n t a d " , y su seguidor fray Iñigo de M e n d o z a u n a " H i s t o ria d e l questión y diferencia ['pleito'] que hay entre l a Razón ] la Sensualidad" (cf. L A R A - I , n o t a 46). Francisco de A l d a n a hizc u n "Soneto de cuál de los dos goce más en el cielo, el E n t e n d i m i e n t o o l a V o l u n t a d " ; el agustino fray Jerónimo de Saon; añadió a sus Discursos predicables (Barcelona, 1598), haciéndole notar en l a portada, unas "Questiones positivas y scolásticas sobre quál fue más amado d e l Señor, sant P e d r o o sant J o a i Evangelista". A n t o n i o H u r t a d o de M e n d o z a , contemporáne< de Quevedo, escribió u n a décima " P r o b a n d o ser mejor desgra ciado discreto que n e c i o virtuoso", en seguida otra e n qu< " P r u e b a lo contrario", y otra más e n que " P r u e b a contra lo une 54 55 5 L a s dos respuestas están hechas c o n u n m i s m o e s q u e m a de canciói p e t r a r q u i s t a (seguramente así se pedía e n l a c o n v o c a t o r i a ) . S o n versos m u m e d i o c r e s , p e r o V i c e n s los p u b l i c a c o n visible satisfacción p o r q u e , e n u n é p o c a de m a r a s m o casi t o t a l de las letras catalanas, él cree q u e l a s a l v a d o es e s c r i b i r e n castellano. ¡Esos versos se c o m p u s i e r o n e n " l a A c a d e m i a d F e d e r i c o " , e n B a r c e l o n a ! P o r l o demás, V i c e n s e r a i n c a p a z de p o n e r ejen píos más b o n i t o s de problemas: n o d a señales de m u c h a f a m i l i a r i d a d c o n 1 poesía española. Véase A . A L A T O R R E , " P a r a l a h i s t o r i a de l a c u l t u r a l i t e r a r i e n B a r c e l o n a : e l t e s t i m o n i o de J o s e p V i c e n s (1703)", Anuari de Filología, U n versitat de B a r c e l o n a , 21 (1998-99), 21-37. E n r i q u e Díez-Canedo y A l f o n s o Reyes h i c i e r o n u n a d i v e r t i d a p a r o d i d e estos "denuestos": " D e b a t e [o altercado] d e l V i n o e l a (Remeza": A L F O N S R E Y E S , Burlas literarias, M é x i c o , 1947, p p . 29-43. E l p a d r e C a l l e j a , biógrafo de sor J u a n a , p o n d e r a e l " r i g o r escolas tice d e l a Crisis sobre l a g r a n cuestión de cuál fue l a m a y o r fineza d e l a m o r d C r i s t o p o r los h o m b r e s . 5 4 5 5 5 6 NBFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 119 y lo o t r o " . E n la novela Clareo y Florisea (1552) de A l o n s o Núñez Reinoso, el D u q u e de la ínsula de la V i d a se entretiene, después de l a cena, c o n "quistiones y burlas agraciadas y discretas" e n compañía de sus cortesanos, y en u n a de esas cultas sobremesas M e l i s e n a hace preguntas y Rosalindo las va contestando: "cuál es más dificultoso, fingir a m o r c o n n o tenello o encubrirlo c o n tenello" (respuesta: lo segundo); "qué se debe tener e n más: una d a m a h e r m o s a y n o avisada [no b i e n dotada intelectualmente] , o discreta y n o hermosa" (respuesta: vale más l a discreta, que tiene hermosa el alma); "si puede haber a m o r sin celos" (respuesta: n o ) , e t c . L a pregunta de qué cosa es peor, l a ausencia o los celos, se repite hasta el cansancio e n los siglos de oro. A b u n d a n también los poemas —sonetos sobre todo— hechos para redargüir a otros; así el romance que hizo sor J u a n a para contradecir a José Pérez de M o n t o r o , cuya tesis era que en el a m o r perfecto n o caben los celos. Y este ejemplo nos dice m u c h o sobre l a índole de los debates: sor J u a n a estaba de acuerdo c o n M o n t o r o ; si le llevó l a c o n t r a fue p o r o b e d i e n c i a a una "insinuación" de l a condesa de Paredes. Es, n i más n i menos, el arte de los sofistas de tiempos de Sócrates: i n d u c i r l a persuasión es sólo cuestión de savoir diré, de técnica retórica. C a m p o i d e a l p a r a los debates son las academias. E n l a m a drileña d e l R e t i r o , celebrada e n 1 6 3 7 , se debatieron (según L A RA-I, n o t a 7 6 ) problemas c o m o qué es peor: ser necio algunas veces, o ser siempre muy discreto, o quién es mejor galán: el de b u e n físico o el de finos modales. E n otra academia madrileña hay u n a serie de preguntas y respuestas que se r e l a c i o n a n vagamente c o n el Hanc amo. H e aquí l a p r i m e r a pregunta: 57 58 —Clori, por Fabio muriendo, no puede con él gozarse sin reducirse a casarse con quien está aborreciendo: por gozar a quien adoras, Fili, entre año raras veces, ¿fueras de quien aborreces todas las noches seis horas? J O S E F A L F A Y , Poesías varias de grandes ingenios españoles ( 1 6 5 4 ) , e d . J . M . B [ l e c u a ] , Z a r a g o z a , 1 9 4 6 , núms. 78-80. Novelistas anteriores a Cervantes ( t o m o 3 d e l a BAE), p p . 4 4 2 - 4 4 3 . 5 7 5 8 ANTONIO ALATORRE 120 NRFH, L I L a respuesta de F i l i —que sabe, obviamente, que la mujer casada tiene más libertad que l a que vive bajo custodia paterna— n o p o d í a ser más cínica: —Casándome, el que aborrezco "suya" con razón me llama; y, sin casarme, la llama me consume en que padezco. Casóme en fin, que el dolor poco es, se templa, se cura en la esperanza segura de gozarme con m i amor; y mayor gloria consigo en la que gozar pretendo, pues la aumento destruyendo el honor de m i enemigo. O sea que tendrá u n a satisfacción supererogatoria: ponerle los cuernos a ese odioso m a r i d o . T e r m i n o esta sección c o n dos composiciones "extravagantes" (fuera de serie, p o r así d e c i r ) . L a p r i m e r a , de hacia 1568. desarrolla el tema d e l amante torturado que desea m o r i r para n o sufrir más, tema que aparece, famosamente, ya e n el Canda ñero general de 1511: " V e n , M u e r t e , tan escondida, / que no te sienta venir, / p o r que el placer de m o r i r / n o me torne a dai la v i d a " . L a M u e r t e es u n a ausoniana a m a d a desdeñosa, 2 q u i e n el anónimo poeta acosa a súplicas: 5 9 60 R E N N E T I I B R O W N , " G a b r i e l de C o r r a l : sus contertulios y u n manuscritc p o é t i c o de a c a d e m i a inédito", Castilla, U n i v e r s i d a d de V a l l a d o l i d , 1982, n ú m 4, p p . 9-56. " S o n estas obras de D . G a b r i e l de C o r r a l " , dice u n a n o t a d e l manus c r i t o (el 4051 de l a B . N . M . , f. 658); p e r o , c o m o d e m u e s t r a B r o w n , son e n rea l i d a d de P e d r o M é n d e z de L o y o l a , m e n o s c o n s p i c u o que e l autor de La Cintu deAranjuez. Las academias solían t e n e r público, y entre los aficionados a l a cu] ta exhibición solía h a b e r damas, p e r o l a reseñada e n e l m a n u s c r i t o se h i z o "pa ra h o m b r e s solos", pues i b a a h a b e r preguntas/respuestas aún más subidas d< c o l o r : 1) A n t a n d r a , m u j e r p o b r e , c u e n t a c o n u n viejo que r e m e d i a su h a m b n y c o n u n m o z o que r e m e d i a su a r d o r : se le p r e g u n t a a C e l i a c o n cuál se que daría, y ella responde que c o n el s e g u n d o ("vaya e l viejo y venga e l m o z o , / qu< n o h a de faltarnos p a n " ) ; 2) L e s b i a tiene dos galanes, u n o c o n e l miembr< grueso p e r o corto, y e l otro c o n e l m i e m b r o largo p e r o delgado; se le p r e g u r ta a C e l i a cuál escogería, y ella dice q u e e l s e g u n d o (".. .que es l o i m p o r t a n t del gusto / que alcance a d a r e n l o vivo"). Así se lee l a c u a r t e t a e n e l Cartapacio de Francisco Moran de la Estrell ( h a c i a 1585), e d . R. A . D i F r a n c o et al, M a d r i d , 1969, n ú m . 649, y va s e g u i d de u n a glosa e n c u a t r o coplas reales. 5 9 6 0 NRFH, L I LAS " E N C O N T R A D A S C O R R E S P O N D E N C I A S " 121 S i d e l q u e te q u i e r e m á s , Muerte, pretendes huir, yo n o m e quiero m o r i r : quizá c o n esto vendrás. S i a l q u e te q u i e r e n o q u i e r e s , si h u y e s d e l q u e te l l a m a , si a b o r r e c e s a l q u e te a m a y p o r q u i e n n o te a m a m u e r e s , yo, M u e r t e , más q u e e l q u e más te t e n g o d e p e r s e g u i r ; yo n o m e q u i e r o m o r i r : q u i z á c o n e s t o v e n d r á s [...]. S i d e l q u e te s i g u e h u y e s y al q u e de ti h u y e sigues, si a l q u e te t e m e p e r s i g u e s y a l más c o n t e n t o destruyes, y a n o te q u i e r o j a m á s , s i e m p r e d i e n te p e r s e g u i r ; ya n o m e quiero m o r i r : q u i z á c o n e s t o v e n d r á s [... ] . 6 1 L a otra composición es u n soneto estrambotado de A n t o n i o de Solís, poeta algo anterior a sor J u a n a . E l galán d e l soneto, a semejanza d e l amante ausoniano d e l Hanc amo y d e l Suasisti, Venus, n o ve inconveniente e n amar a d o s : 62 A m a r a dos, y a entrambas c o n fineza, a m o r es, y e l a m o r m á s e n t e n d i d o : q u e m á s firme s e r á c o n t r a e l o l v i d o si e n d o s basas e s t r i b a s u firmeza. Niñas, si m e cortáis p i e z a p o r p i e z a , h a y p a r a e n t r a m b a s ; y, p u e s s i e m p r e h a s i d o señal d e sujeción darse a p a r t i d o , p a r t i d m e , y n o quebrarse l a cabeza. 6 3 A m o r y odio ya e n el c a m p o estrecho d e l corazón batallas h a n tenido, j u n t o s e n é l , a u n q u e e n t r e sí d i s t a n t e s ; Cancionero sevillano de Nueva York, e d . c i t , n ú m . 483. C o m o d i c e l a c o p l a m e x i c a n a : ' Y a tengo visto e l n o p a l / d o n d e h e de c o r t a r l a t u n a : / c o m o soy h o m b r e f o r m a l , / n o m e gusta t e n e r de a u n a ; / m e gusta t e n e r de a dos, / p o r si se m e e n o j a a l g u n a " . " D a r s e u n o a p a r t i d o " , según e l D i c c i o n a r i o , es ' c e d e r d e u n e m p e ñ o u o p i n i ó n ' ; p e r o Solís j u e g a d e l v o c a b l o . 6 1 6 2 6 3 NKFH, L I ANTONIO ALATORRE 122 pues si a un tiempo tal vez dentro del pecho dos afectos contrarios han cabido, ¿por qué no han de caber dos semejantes? Movido de argumentos tan bastantes, medio partirme entre vosotras quiero dándome a cada una por entero, de suerte que por mí pueda decirse: irse y quedarse, y con quedar partirse . 64 E l argumento de los tercetos —si caben e n e l p e c h o dos afectos tan contrarios c o m o a m o r y o d i o (el Odi et amo catulian o ) , ¿por qué n o h a n de caber dos afectos hermanos (amor y amor) ?— se parece a l de Quevedo e n e l soneto " S i de cosas diversas l a m e m o r i a . . . " ("Filosofía c o n que i n t e n t a p r o b a r que a u n m i s m o tiempo puede u n sujeto amar a dos"): si las potencias d e l alma, m e m o r i a , e n t e n d i m i e n t o y v o l u n t a d , valen para i n f i n i d a d de objetos, y si el A m o r es ya n o potencia, sino "omnipotencia", ¿por qué n o podría dar cabida a más de u n a amada? E n cuanto al sofisma de "darse entero a pesar de darse partido', parece tener e l apoyo (subterráneo) de los sesudos teólogos que demuestran que Cristo está entero hasta e n l a m e n o r partícula de u n a hostia. ( E l verso final es u n o de los muchísimos testimonios de l a fama que tuvo e l "Ir y quedarse..." de Lope de Vega.) VI L o p e de V e g a fue e l máximo explotador d e l Hanc amo de A u s o nio, p o r l a sencilla razón de que e l amar y e l aborrecer fueror durante muchos años (no sólo los de l a mocedad) experiencia, muy suyas. V i d a convertida e n literatura (Literarisierung des Le bens, c o m o dijo K a r l Vossler), e n fuerte contraste c o n Góngora tan parco y tan reticente. N a d a hay e n los romances gongori nos que se parezca a los de B e l a r d o y sus relaciones c o n Filis c o n Belisa. E n las Rimas, publicadas p o r p r i m e r a vez e n 1602 a b u n d a n los sonetos "autobiográficos". Así e l núm. 168: 1 6 4 A N T O N I O D E S O L Í S , Obras, m s . 3667 d e l a B . N . M . , f. 34v ( " U n a m a n t e s halló e m p e ñ a d o e n d e z i r q u e quería a dos damas e n u n m i s m o t i e m p o y la y m b i ó este s o n e t o " ) . T a m b i é n e n l a e d i c i ó n p o s t u m a d e las Varias poesías d Solís, M a d r i d , 1692, p . 22. NRFH, L I LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 123 Si verse aborrecido el que era amado es de amor la postrera desventura, ¿que espera en vos, señora, qué procura el que cayó de tan dichoso estado? E n vano enciendo vuestro pecho helado, pues lo que agora con violencia dura ya no es amor, es natural blandura con tibio gusto de un amor forzado. Cuando vos me seguisteis iba huyendo; huís agora cuando yo os sigo. Si es amor, yo le tengo y no le entiendo: ya huyo, como esclavo del castigo. Guardaos, que ya me voy, y al fin partiendo, no sé qué haré de vos, pues vais conmigo . 65 L o p e , en resumidas cuentas, n o entiende p o r qué se obstina e n seguir a esa "señora" que antes lo quiso y a h o r a lo aborrece, seguramente c o n razón (el verso final se parece a " i r y quedarse y c o n quedar partirse"), pues reconoce que es u n a m o r "forzado", m e r a ceniza, " t i b i o " r e c u e r d o d e l que antes tuvo, sin n i n g u n a fuerza de convicción; pero l o único p r o p i a m e n t e ausoniano es el p r i m e r terceto ('huí c u a n d o me seguías, huyes c u a n d o te sigo'). L a r e m i n i s c e n c i a de A u s o n i o es más clara e n u n a serie de sonetos recitados p o r personajes suyos e n varias comedias escritas a lo largo de los años sucesivos. N a d a le era más fácil que aprovechar c u a l q u i e r situación teatral de a m o r y desamor p a r a lucirse: sus propios recuerdos le hacían p o n e r "sentimiento" e n sus versos. Además, podía halagar el gusto de los conocedores mostrando f a m i l i a r i d a d c o n u n poeta latino de l a antigüedad. E l p r i m e r o de l a serie es éste: Amo a quien me aborrece, aborreciendo a quien me quiere; adoro a m i enemigo; huyo de quien me va siguiendo, y sigo la misma sombra que de mí va huyendo; muero por quien por otro está muriendo, y a quien me da su vida, a muerte obligo; a quien me sigue con lealtad, persigo, y a quien jamás me paga estoy sirviendo. Así por este mar de A m o r navego; con hielo abraso, y nieve, en fin, me enciende; donde sigo m i error, la razón niego: 6 5 LOPE DE VEGA, Obras poéticas, e d . J . M . B l e c u a , B a r c e l o n a , 1983, p. 123. NRFH, L I antonio alatorre 124 que cuando Amor lo que es razón pretende, ya no es amor, que Amor es niño y ciego; cual ciego mira, y como niño entiende . 66 E l segundo es éste: Amor, quien más de ti piensa que entiende, menos sabe de ti, porque ofendido tienes memoria, y pagas con olvido a quien servirte más leal pretende. Amor ingrato, la verdad te ofende y estás a la mentira agradecido; precipitas el alma resistido, la fe te hiela y el desdén te enciende. Quien más tiene de ti, menos adquiere; nadie verdad a tus engaños pida, ni menos que rigor, amado, espere. Dé un medio A m o r para pasar la vida, pues aborrezco a quien me adora y quiere, y quiero locamente a quien me olvida . 67 M u y parecido al anterior es este otro: Aborrecí querido, y olvidado quiero, por condición de A m o r injusto: que la satisfacción causa disgusto y la sospecha enciende un pecho helado. A quien me quiere olvido y, desamado, adorar un desdén tengo por justo: tal es la diferencia con que el gusto desprecia amado, y quiere despreciado. Amor que los deseos satisface ya no es amor, sino amoroso empleo que quiere aquello que su gusto hace; pues por tan claras experiencias veo que en la dificultad el amor nace, y en la facilidad muere el deseo . 68 E l último es, p a r a mí, e l mejor r e d o n d e a d o : L o d i c e F e d e r i c o e n El halcón de Federico (Acad, t. 14, p. 4 4 6 ) . L o r e c i t a R a m i r o e n El galán de la Membrilla (Acad, t. 9, p. 9 5 ) . L o d i c e D o n j u á n e n El príncipe perfecto, P r i m e r a p a r t e , acto III (Acaí 10, p. 4 7 9 ) . 6 6 6 7 6 8 NRFH, U LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 125 Amaba Filis a quien no la amaba, y a quien la amaba, ingrata aborrecía; hablaba a quien jamás la respondía, sin responder jamás a quien la hablaba. Seguía a quien huyendo la dejaba, dejaba a quien amando la seguía; por quien la despreciaba se perdía, y al perdido por ella despreciaba. Concierta, Amor, si ya posible fuere, desigualdad que tu poder infama: muera quien vive, y vivirá quien muere. Da hielo a hielo, Amor, y llama a llama, por que pueda querer a quien la quiere y pueda aborrecer a quien desama . 69 E l c a m i n o r e c o r r i d o p o r l a poesía de l e n g u a española entre L o p e de V e g a y los decenios finales d e l siglo xvn puede ejemplificarse m u y b i e n c o n el siguiente soneto d e l portugués Jerónim o B a h i a , p u b l i c a d o en l a gran antología intitulada A Fénix renascida: Duro a ternezas, tierno a disfavores, sordo a mil quejas, y a mil rayos ciego, amo desdenes, desdeñando amores; ruego el desprecio, despreciando el ruego. Es Filis hielos, Cloris es ardores; mas dando a Filis lo que a Cloris niego, cogiendo espinas y dejando flores, fuego a la nieve soy, soy nieve al fuego. Vuelto en escarcha, en llama convertido, Etna que en el incendio está nevado, Etna soy que en la nieve está encendido. Cese, Amor, mi descuido o m i cuidado: o no olvide ya más, siendo querido, o no quiera ya más, siendo olvidado. Este soneto es u n a o b r a maestra de b a r r o q u i s m o . V a l e l a p e n a leerlo despacio, a d m i r a n d o verso a verso las rigurosas sime- L o d i c e D o ñ a A n a e n La moza de cántaro (ÁcadN, t. 13, p. 659). —Según S. GRISWOLD MORLEY y COURTNEY BRUERTON, Cronología de las comedias de Lope de Vega, M a d r i d , 1968, las fechas s o n éstas: El halcón de Federico, 1 6 0 1 / 1 6 0 5 ; El galán de la Membrilla, 1615; El príncipe perfecto, quizá 1616; L a moza de cántaro, 1618/1625. 6 9 126 NRFH, ANTONIO ALATORRE LI trías, casi matemáticas, y los artificiosísimos contrastes. Es c o m o " o t r a vuelta de tuerca" a los sonetos de L o p e . D e éstos parecería venir la insistente antítesis de l a nieve y el fuego (El halcón de Federico: "con hielo e n c i e n d o , y nieve, e n fin, me abrasa"; La moza de cántaro: " d a h i e l o a h i e l o , A m o r , y l l a m a a l l a m a " ) . P e r o b i e n p u d o B a h i a escribir el suyo sin conocer los de L o p e : le bastaban la idea generadora de A u s o n i o y l a e n o r m e " c i e n c i a poética" a c u m u l a d a e n su p r o p i o siglo, l a retórica gigantesca creada p o r varias generaciones. Estos catorce versos b i e n pued e n tomarse c o m o representativos de t o d a u n a vasta t e n d e n c i a de la poesía b a r r o c a hispánica . Estimulado quizá p o r el tour deforcead Bahia, el brasileño Gregorio de Matos (1633-1696) se propuso sacarle j u g o al Hanc amo c o n otro género de complicación, discurriendo sobre aspectos que se quiebran de sutiles y dedicando al asunto nada menos que seis sonetos, tres e n labios d e l p r o p i o poeta, dirigidos a Floralba, y los otros tres e n labios de Floralba. Dice el p r i m e r o : 70 Já desprezei, sou hoje desprezado; despojo sou de quem triunfo hei sido, e agora, nos desdéns de aborrecido, desconfio as ufanias de adorado. O amor me incita a um perpetuo agrado; o decoro me obriga a um justo olvido, e nao sei, no que emprendo e no que lido, se triunfe o respeito, se o cuidado. Porém venga o mais forte sentimento: perca o brio maior autoridade, que é menos o ludibrio que o tormento. Quem quer, so do querer faga vaidade, que quem logra em amor entendimento, nao tem outro capricho que a vontade. L o s c i n c o t o m o s de A Fénix renascida, ou Obras poéticas dos melhores en genhos portuguezes, se i m p r i m i e r o n entre 1716 y 1728 y se r e e d i t a r o n e n 1746 C o n t i e n e n sobre t o d o c o m p o s i c i o n e s escritas e n los últimos d e c e n i o s d e l si g l o XVII, m u c h a s de ellas p o r J e r ó n i m o B a h i a . A b u n d a n e n l a Fénix las p o e sías e n castellano. T a l vez esta c i r c u n s t a n c i a ( u n i d a a l m u y generalizado d e s p r e c i o p o r e l " b a r r o c o d e g e n e r a d o " ) h a sido causa d e l o l v i d o e n q u e h crítica p o r t u g u e s a t i e n e esta é p o c a . E n e l Dicionário das literaturas portuguesa galega e brasileira d i r i g i d o p o r JACINTO DO PRADO COELHO ( P o r t o , 1960) n o ha^ artículo d e d i c a d o a B a h i a . Según N U N O CATARINO CARDOSO, Sonetistas pot tugueses e luso-brasileiros, L i s b o a , 1918, p. 35, e r a m o n j e b e n e d i c t i n o y m u r i c e n 1688. 7 0 NRFH, L I LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 127 Intentaré u n a explicación. E n u n p r i m e r t i e m p o Floralba amaba al poeta y éste n o le hacía caso, y a h o r a se ve desdeñado p o r ella: de t r i u n f a d o r h a pasado a despojo; al o r g u l l o de haber sido amado h a sucedido l a humillación actual; pero lo que h a conseguido F l o r a l b a c o n su desvío es picar al poeta, que ahora la ama; el amorío i m p u l s a a ganársela, pero el decoro (la autoestima, el sentido de dignidad) se lo i m p i d e , de m a n e r a que en cuanto e m p r e n d e y e n cuanto " l i d i a " n o sabe qué es lo que debe p r e d o m i n a r , si el respeto (el decoro) o el cuidado (el amor). P e r o e l sentimiento (la pasión amorosa) es más fuerte que la autoridad (la h o n r a , el respeto social); y el ludibrio (las burlas a que se e x p o n e p o r n o haberse m a n t e n i d o e n sus trece) n o es tan grave c o m o el tormento (de la insatisfacción). Ufánese el amante de amar sin esperanza: ésa es l a mayor fineza, y n o u n a baladí victoria . E n el segundo soneto, h e c h o n o sólo p o r los mismos consonantes, sino c o n las mismas palabras-rimas, e l poeta se decide p o r l o contrario. Bastará comparar su final c o n el d e l otro: 71 Manter respeito é honra, e nao vaidade, e a honra tem lugar no entendimiento, que é potencia mais nobre que a vontade. N o quiere el poeta que se b u r l e n de él, y esto n o es vanidad, sin o honra, y l a h o n r a reside e n el e n t e n d i m i e n t o , y el entendim i e n t o es u n a potencia d e l a l m a más fuerte que l a voluntad. E n el tercer soneto, hecho también c o n las mismas palabrasrimas, el poeta hace u n capcioso silogismo para demostrarse a sí mismo que puede seguir amando sin perder el decoro (que puede callarles la boca a quienes lo motejen de d e b i l u c h o ) . V i e n e n e n seguida los tres sonetos puestos e n b o c a de Floralba. L o s tres están hechos c o n las mismas palabras-rimas y los tres d i c e n cosas distintas. C o p i o sólo el p r i m e r o : Querida amei, prosigo desdenhada, e de amor e decoro combatida; me dá gloria e tormento urna ferida, sentindo o golpe, festejando a espada. Ojalá h a y a lectores más atentos y más pacientes q u e yo, q u e l o g r e n u n a glosa o paráfrasis más a t i n a d a q u e l a mía. 7 1 128 ANTONIO ALATORRE NRFH, L I Mas se do amor o empenho so me agrada, nao olho ao que o respeito me convida, pois se em saber amar esgoto a vida, em a honra perder nao perco nada. Se o querer no desprezo é nao ter brio, fora o deixar de amar nao ter vontade, e nada é mais em nos que o alvedrio. Cárcere a honra, o gosto imunidade: logo fora em m i m cegó desvario trocar pela prisáo a liberdade. Es u n soneto menos enredoso que el p r i m e r o de l a otra se rie. E n el p e c h o de F l o r a l b a c o m b a t e n el a m o r y el d e c o r o (h h o n r a , el respeto), p e r o el d e c o r o es cárcel y el a m o r es l i b e r tad. ¡Que triunfe, pues, el a m o r ! L o s otros dos sonetos de F i o ralba siguen los carriles trazados p o r los de l a voz masculina. E¡ la l o c u r a . 72 VII L o que hace notable a G r e g o r i o de Matos no es tanto su desafc rado barroquismo (compartido c o n sus contemporáneos), sin< el h e c h o de que haya t o m a d o e n cuenta a F l o r a l b a y le haya da d o , para expresar su p u n t o de vista, el m i s m o espacio que s< d i o a sí m i s m o . E n l a mayor parte de los textos que hemos vist< n o hay tal cosa. L a m u j e r es u n ser débil y voluble; n o es dueñ de sí misma; su opinión y su sentir n o cuentan. L a mujer debe e n l a práctica, tolerar las infidelidades de su d u e ñ o y señor, pe r o n o viceversa. Etc., etc. Recordemos l a historia que cuent Sancho Panza (Don Quijote, I, 20): L o p e R u i z , e n a m o r a d o de 1 T o r r a l b a , vino a aborrecerla p o r "cierta cantidad de celillc que ella le d i o , tales, que pasaban de l a raya y llegaban a lo v< dado"; y entonces, p i c a d a p o r el desdén de L o p e R u i z , l a Te r r a l b a se puso a quererlo de veras. E n este p u n t o D o n Quijot n o puede menos de i n t e r r u m p i r a Sancho para intercalar e pontánea y mecánicamente u n p e q u e ñ o comentario: " E s a e GREGORIO DE MATOS, Obra poética completa, e d . J a m e s A m a d o , R i o de J n e i r o - S á o P a u l o , 1999, t o m o 2, p p . 1202-1205. H a y q u e añadir q u e los se sonetos v a n p r e c e d i d o s de u n a serie d e r o m a n c e s y décimas d e l p o e t a a F l r a l b a y las respuestas de e l l a , s i e m p r e c o n las m i s m a s palabras-rimas. (P< c i e r t o q u e M a t o s p o e t i z ó también e n castellano.) 7 2 NRFH, LI LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 129 natural condición de mujeres, desdeñar a q u i e n las quiere y amar a q u i e n las aborrece". Es lo que piensan todos los contemporáneos de Cervantes, y Cervantes m i s m o . A esa idea los había llevado su cultura, procedente de los clásicos (v.gr. Aristóteles) y de l a B i b l i a (v.gr. el Eclesiastés y san P a b l o ) . Salta a l a vista l a contradicción que hay entre el deprimente comentario de D o n Quijote y l a historia que Cervantes h a contado seis capítulos antes, c o n el díptico f o r m a d o p o r l a larga "canción desesperada" de Grisóstomo y l a igualmente larga defensa de M a r c e l a , a q u i e n todo el m u n d o ve c o m o causante d e l suicidio d e l desamado pastor: " N o alcanzo que, p o r razón de ser amado, esté obligado lo que es amado a amar a q u i e n le a m a . . . E l que me l l a m a fiera y basilisco, déjeme c o m o cosa perj u d i c i a l y mala; el que me llama ingrata, n o me sirva; el que desc o n o c i d a , n o me conozca; q u i e n c r u e l , n o me siga; que esta fiera, este basilisco, esta ingrata, esta c r u e l y esta desconocida n i los buscará, servirá, conocerá n i seguirá de n i n g u n a manera". M a r c e l a r e i v i n d i c a su voluntad, sus sentimientos y su libertad: se niega a ser u n juguete o u n títere, quiere ser u n a persona entera y autónoma. Si Cervantes se extremó e n l a elaboración retórica de este discurso, fue evidentemente p o r q u e sentía que M a r c e l a tenía razón. Y es natural que D o n Quijote, "puesta l a m a n o e n el p u ñ o de su espada", sentencie enfáticamente: " E l l a h a mostrado c o n claras y suficientes razones l a p o c a o n i n g u n a c u l p a que h a tenido e n l a muerte de Grisóstomo". C r e o que Américo Castro e x p l i c a b i e n esta contradicción. Después de citar b u e n número de pasajes misóginos, a partir de l a Galatea ( " H a dado l a palabra de ser esposa de A n t a n d r o , y agora, p o r c u m p l i r c o n l a condición m u d a b l e de mujer, la h a negado"), dice: "Se i m p o n e l a conclusión de que Cervantes tenía n o m u y b u e n a opinión de l a mujer; para lograr tipos femeninos deliciosos y encantadores [y ejemplares, c o m o M a r c e l a ] , tenía que forjarlos mediante el arte". L a visión de l a v i d a era doble e n Cervantes: a lo "particular prosaico" sobreponía lo " u n i 73 FRANCISCO RODRÍGUEZ MARÍN, e n n o t a a este pasaje d e l Quijote, cita a T e r e n c i o ("novi i n g e n i u m m u l i e r u m : / n o l u n t u b i velis; u b i n o l i s , c u p i u n t u l t r o " , Eunuco, 812-813), a O v i d i o ( " Q u o d r e f u g i t , m u l t a e c u p i u n t ; o d e r e , q u o d instat", Ars araandi, I, 717), a Carvajales, p o e t a de fines d e l siglo x v ("que s i g u e n a q u i e n las fuye / e f u y e n de q u i e n las s i g u e " ) , a u n p o e t a d e l Romancero general ( " a b o r r e c e n l o q u e a l c a n z a n , / m u e r e n p o r l o q u e se alej a " ) , y d i c e q u e hay "centenares de ecos de estas voces". 7 3 NRFH, L I ANTONIO ALATORRE 130 versal p o é t i c o " . N o de otra m a n e r a Calderón, que hace decir a J u l i a : "Tales somos las mujeres, / . . . q u e , queridas, despreciamos, / y aborrecidas, queremos" (supra, pp. 113-114), puede también crear en Amado y aborrecido dos personajes femeninos que se m a n t i e n e n firmes a lo largo de l a pieza: A m i n t a , constante en su amor, e Irene, constante e n su aborrecimiento. Los volubles y tornadizos son Dante y L i d o r o . L a p r i m e r a mujer que escudriñó p o r sí m i s m a y expuso c o n su p r o p i a voz poética el conflicto ausoniano del dyseros —o, dic h o de otro m o d o , q u i e n p o r p r i m e r a vez escribió Hunc ame e n vez de Hanc amo— fue sor J u a n a Inés de l a C r u z . Es verdad que, antes de ella, u n a m a n o f e m e n i n a había escrito este notable soneto: 74 N i sé si muero n i si tengo vida; ni estoy en mí, n i fuera puedo hallarme; ni en tanto olvido cuido de buscarme, que estoy de pena y de dolor vestida; dame pesar el verme aborrecida, y si me quieren, doy en disgustarme; ninguna cosa puede contentarme; todo me enfada y deja desabrida; ni aborrezco, n i quiero, n i desamo; ni desamo, n i quiero, n i aborrezco; ni vivo confiada n i celosa; lo que desprecio a u n tiempo adoro y amo. Vario portento en condición parezco, pues que me cansa toda humana cosa. P e r o L e o n o r de la C u e v a y Silva, su a u t o r a , no está e n l a línea de A u s o n i o . L a mujer que h a b l a e n el soneto sufre si l a aborrecen, pero sufre exactamente igual si l a a m a n ; es u n a infeliz absoluta y trágica, tan r o d e a d a "de p e n a y de d o l o r " , que ni siquiera p r o c u r a "buscarse" a sí misma. L o s verbos amary adorai aparecen sólo e n el terceto final, pero n o aplicados a alguien, sino a algo: lo que l a " e n a m o r a " es su extraño talante de aborrecer "toda h u m a n a cosa". Es u n T i m ó n de Atenas c o n faldas. Sor J u a n a sí que está e n l a línea de A u s o n i o : " A m o a quien m e aborrece y aborrezco a q u i e n me ama". Los lectores que ha75 AMÉRICO CASTRO, El pensamiento de Cervantes, M a d r i d , 1 9 2 5 , p p . 1 2 6 - 1 2 7 . S o n e t o i n c l u i d o p o r A N A NAVARRO e n su Antología poética de escritoras di los siglos xwy XVII, M a d r i d , 1 9 8 9 , p. 1 8 9 . ( L e o n o r de l a C u e v a m u r i ó e n 1 6 5 0 . ) 7 4 7 5 NRFH, L I LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 131 yan llegado a esta página tendrán l a p o s i b i l i d a d de leer los sonetos sorjuaninos de las "encontradas correspondencias" más o menos c o m o los leyeron los contemporáneos de l a m o n j a , pues c o n o c e n más o menos lo m i s m o que ellos conocían, o sea los "antecedentes" de esos sonetos, su pedigree. N o es que sor J u a n a haya leído todos los textos que he recogido (es i m p o s i b l e , p o r ejemplo, que c o n o c i e r a a G r e g o r i o de M a t o s ) , pero sí había leído otros (por ejemplo los de L o p e de Vega) y quizá algunos más que a mí se me habrán escapado. E l t e m a , tan provocador, había e n g e n d r a d o u n corpus, u n a "tradición" literaria. Y j u s t a mente el trasfondo de l a tradición hace destacar l a originalidad y el i n g e n i o de l a m o n j a poetisa, l a seriedad de sus cavilaciones, su afán de superar a los predecesores. L e a m o s los sonetos en el o r d e n que t i e n e n e n l a Inundación castálida: I Resuelve la questión de cuál sea pesar más molesto en encontradas correspondencias', amar o aborrecer. Que no me quiera Fabio al verse amado, es dolor sin igual en mi sentido; mas que me quiera Silvio, aborrecido, es menor mal, mas no menor enfado. ¿Qué sufrimiento no estará cansado si siempre le resuenan al oído, tras la vana arrogancia de un querido, el cansado gemir de u n desdichado? Si de Silvio me cansa el rendimiento, a Fabio canso con estar rendida; si de éste busco el agradecimiento, a mí me busca el otro agradecida. Por activa y pasiva es m i tormento, pues padezco en querer y en ser querida. II Prosigue el mismo asunto, y determina que prevalezca la razón contra el gusto. A l que ingrato me deja, busco amante; al que amante me sigue, dejo ingrata; 132 ANTONIO ALATORRE NRFH, L I constante adoro a quien mi amor maltrata; maltrato a quien m i amor busca constante; al que trato de amor, hallo diamante, y soy diamante al que de amor me trata; triunfante quiero ver al que me mata, y mato a quien me quiere ver triunfante. Si a éste pago, padece mi deseo; si ruego a aquél, mi pundonor enojo. De entrambos modos infeliz me veo; pero yo por mejor partido escojo de quien no quiero, ser violento empleo, que de quien no me quiere, vil despojo. III Continúa el asunto, y aún le expresa con más viva elegancia. Feliciano me adora, y le aborrezco; Lisardo me aborrece, y yo le adoro; por quien no me apetece, ingrato, lloro, y al que me llora, tierno, no apetezco; a quien más me desdora, el alma ofrezco; a quien me ofrece víctimas, desdoro; desprecio al que enriquece mi decoro, y al que le hace desprecios enriquezco; si con mi ofensa al uno reconvengo, me reconviene el otro a mí, ofendido. Y a padecer de todos modos vengo, pues ambos atormentan m i sentido: aqueste con pedir lo que no tengo, y aquél con no tener lo que le pido. E l "tema" ausoniano es c o m o el cantus firmus de tres "varia d o n e s " : I, Fabio y Silvio; II, el Ingrato y el A m a n t e ; III, Lisardo ] F e l i c i a n o . A l igual que las variaciones (o "diferencias") música les, cada soneto es u n a e n t i d a d autónoma. N o son c o m o los d< G r e g o r i o de Matos, dispuestos en u n a verdadera secuencia 'elijo A ' > 'mejor elijo B ' > 'prefiero elegir A y B a l a v e z ' . A l fonso Méndez Planearte intercambió el o r d e n de los sonetos I y III, seguramente p o r q u e el II t e r m i n a c o n u n a solución de 76 7 6 119. Recuérdense las tres décimas de A n t o n i o de M e n d o z a , supra, p p . 11É NKFH, LI LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 133 conflicto: l a m u j e r que h a b l a escoge ser "violento e m p l e o " de aquel que l a a m a (prefiere ceder, violentándose a sí misma, a las solicitaciones de ese amante) en vez de convertirse en " v i l despojo" de aquel que n o l a a m a (pues ofrecérsele, entregársele, sería rebajarse v i l m e n t e ) . Pero yo creo que hay que respetar el o r d e n e n que los sonetos se i m p r i m i e r o n . E l soneto II no es u n a conclusión, sino u n a de las tres variaciones autónomas. L a variedad d e l vocabulario d e l a m o r y el desamor p o n e muy de manifiesto esta autonomía. E l único vocablo que aparece en los tres sonetos es padecer, e n el I y el II hay amar, querer y buscar, en el I y el III, sentiry aborrecer, e n el II y el III, ingratitud y adorar. P e r o , salvo estos o c h o casos, cada soneto tiene sus conceptos propios, su " t o n a l i d a d léxica" distintiva: I. agradecer, rendirse, desdeñar, gemir, sufrir, mal, dolor, tormento, enfado, cansancio, vanidad, arrogancia; II: rogar, desear, tratar de amor, escoger, pagar, triunfar, dejar, enojar, maltratar, matar, empleo, constancia, diamante ('dureza'), despojo, infelicidad, pundonor, vileza; III. apetecer, pedir, llorar, ofrecer el alma, ofrecer víctimas, enriquecer, despreciar, ofender, reconvenir, desdorar, atormentar, ternura, decoro. Es e n o r m e l a diferencia entre estos sonetos y los de Gregorio de Matos, que n o sólo repite los mismos conceptos a lo largo de cada u n o de los sonetos, sino que t e r m i n a los catorce versos de cada u n o c o n unas mismas palabras. N o hay d u d a de que sor J u a n a puso especial esmero e n n o r e p e t i r s e . Para mayor claridad, e n los análisis que siguen voy a llamar " C e l i a " , y n o "sor J u a n a " , a l a mujer que h a b l a e n las poesías . Y , c o m o los nombres de " F a b i o " y "Silvio" reaparecen e n otros lugares, los emplearé siempre (aunque de h e c h o se l l a m e n L i sardo y Feliciano, o aunque n o tengan n o m b r e , c o m o es el caso d e l soneto II). N i C e l i a , n i F a b i o , n i Silvio son de u n a pieza, sin o que e x p e r i m e n t a n ciertas transformaciones, c o m o para m a 77 78 Caso d i s t i n t o es e l d e l dístico s o n e t i l "Dices q u e yo te o l v i d o , C e l i o , y mientes. . . " y " D i c e s q u e n o te acuerdas, C l o r i , y mientes..." (ed. M é n d e z P l a n earte, núms. 180-181). C l o r i le d i c e a C e l i o : ' T e h e b o r r a d o c o m p l e t a m e n t e de m i m e m o r i a ' ; y C e l i o l a refuta: ' L o q u e m e dices es c l a r a señal de que sigues a c o r d á n d o t e de m í ' . A q u í e l s e g u n d o s o n e t o t i e n e , a d r e d e , las mismas palabras-rimas q u e e l p r i m e r o . ( E n las páginas que s i g u e n p o n g o e l n ú m e r o q u e M é n d e z P l a n e a r t e asigna a c a d a poesía.) "Miró C e l i a u n a r o s a . . . " , c o m i e n z a u n s o n e t o f a m o s o ; p e r o es c l a r o q u e q u i e n m i r ó esa r o s a (y q u i e n p e n s ó algo m u y a t r e v i d o a c e r c a de l a h e r m o s u r a ) fue sor J u a n a . " C e l i a " es su yo p o é t i c o . 7 7 7 8 134 NRFH, ANTONIO ALATORRE LI tizar o flexibilizar las encontradas correspondencias. Así, en el r o m a n c e "Supuesto, discurso m í o . . . " (núm. 4), Silvio n o es u n ser "aborrecido", c o m o en el soneto I, sino u n h o m b r e dotado de buenas prendas, y además m u y e n a m o r a d o , de tal manera que el " m u n d o " entero le aconseja a C e l i a que lo prefiera a Fab i o , igualmente dotado de buenas prendas, pero que no la ama. E l sentido común y los usos sociales son u n a verdadera "razón de estado", que está p o r e n c i m a de las egoístas consideraciones d e l deseo. Así lo reconoce C e l i a : Manda la razón de estado que, atendiendo a obligaciones, las partes de Fabio olvide, las prendas de Silvio adore. Esa maquiavélica razón de estado es l a que acepta l a C e l i a de soneto II: prefiere entregarse a Silvio, que l a ama, y no a Fabio que l a trataría c o m o guiñapo. P e r o e n el resto del romance re f l e x i o n a C e l i a largamente sobre ese Silvio que l a a m a simple mente p o r q u e está siguiendo su inclinación (mientras que ellz e m p l e a todas sus potencias e n conquistar a F a b i o ) : ¿Qué hace en adorarme Silvio, cuando más fino blasone? ¿Quererme es más que seguir de su inclinación el norte?... ¿Qué víctimas sacrifica, qué incienso en mis aras pone.. .? 79 C e l i a se h o r r o r i z a de sólo pensar lo que sería su vida si se entre gara a Silvio: tendría que "fingir halago" todo el tiempo, y tod< el t i e m p o " m e n t i r rigores" al pensar e n el adorado Fabio: ¿Cómo podré yo mostrarme, entre estas contradicciones, a quien no quiero, de cera; a quien adoro, de bronce? Cf. las décimas " A l a m o r , c u a l q u i e r c u r i o s o . . . " ( n ú m . 104), d o n e hay dos a m o r e s : u n o q u e nace de e l e c c i ó n , o sea de l a v o l u n t a d , y o t r o q r n a c e d e l " i n f l u j o i m p e r i o s o " de " l a E s t r e l l a " ; y l a a u t o r a , c o m o dice e l ep grafe, " d e f i e n d e q u e a m a r p o r e l e c c i ó n d e l a r b i t r i o es [lo ú n i c o ] d i g n o c r a c i o n a l c o r r e s p o n d e n c i a " . Véase l a n o t a de M é n d e z P l a n e a r t e , que cita v rios textos clásicos acerca de estos dos a m o r e s . 7 9 NRFH, L I LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 135 E n l a última cuarteta concluye C e l i a que n o h a valido l a p e n a apuntalar c o n razones lo que es obvio: Y en fin, cuando en m i favor no hubiera tantas razones, mi voluntad es de Fabio: ¡Silvio y el mundo perdonen! Las redondillas "Dos dudas en que escoger..." (núm. 85) parecen u n c o m p l e m e n t o d e l romance que acabo de c o m e n tar. A h o r a , en vez de analizar p a r a sí m i s m a su relación c o n Silvio, C e l i a se dirige a él. Imposible acceder a sus súplicas; si lo hiciera, sería desdichada. A Silvio, naturalmente, le parecerá injusto ver pagado su g r a n a m o r e n m o n e d a de d u r e z a y aborrecimiento: .. .y aun irracional parece este rigor, pues se infiere: si aborrezco a quien me quiere, ¿qué haré con quien me aborrece? 80 N o , n o se trata de r i g o r n i de aborrecimiento. C e l i a n o está e n a m o r a d a de Silvio, eso es todo; pero siempre lo tratará c o n afecto, y así quedo, en m i entender, esta vez, bien con los dos: con agradecer, con conmigo, con vos; no querer, y termina c o n u n a reflexión filosófica: c o m o l a f e l i c i d a d perfecta (el "gusto c u m p l i d o " ) n o es cosa de este m u n d o , n o q u e d a sin o aceptar resignadamente los hechos. E n otras r e d o n d i l l a s m u y cortesanas ("Silvio, t u opinión va e r r a d a . . . " , núm. 86) le r e p l i c a C e l i a a Silvio, que mañosamente había d i c h o que las mujeres enamoradas se p o n e n más bonitas. E n cambio, l a décima "Tenazmente porfiado / intentas, Silv i o . . . " (núm. 118) es u n franco regaño: L a excusa que me das p o r tu m a l a acción es p e o r que tu c u l p a ' . Esta décima nos permite asomarnos al proceso de "elaboración" de las dos figuras 4 Esta i d e a p a r e c e t o m a d a de OVIDIO, Heroida XXI, 59: " S i laedis q u o d amas, h o s t e m s a p i e n t e r a m a b i s " . 8 0 ANTONIO ALATORRE 136 NRFH, L I paradigmáticas. D e p r i m e r intento n o i b a d i r i g i d a a Silvio, sino a F a b i o , pero al m a n d a r a M a d r i d los originales de l a Inundación castálida, cuando la p o l a r i d a d estaba ya consumada, vio sor J u a n a que el tirón de orejas le cuadraba a Silvio mejor que a Fab i o . E n efecto, en la Inundación castálida están, u n o al lado del otro, dos tremendos sonetos dirigidos a Silvio ("Cuando m i error y tu vileza veo..." y "Silvio, yo te aborrezco, y a u n conden o . . . " , núms. 170 y 171), e n los cuales Silvio n o es simplemente alguien a q u i e n C e l i a n o ama, sino u n ser p o r q u i e n ella siente u n o d i o que llega al paroxismo. Y e s que e n ellos revela Celia algo que falta e n las demás poesías relativas a Silvio: ¡ella, en un tiempo, le tuvo gran a m o r a ese m o n s t r u o ! Recordaré sólo el fin a l de estos sonetos admirables: ' E n p e n a de haberte querido hago pública confesión de m i d e l i t o ' ; ' E l solo recordarte me p r o d u c e asco, pero acepto este asco: es el castigo que me he merecido'. N o podía ser mayor el contraste entre estos dos sonetos apoteosis d e l odio, y el "Detente, sombra de m i b i e n esquivo...' (núm. 165), apoteosis del amor, u n a m o r que persiste, siempre ardiente. Se trata del m i s m o Fabio de los tres sonetos de "en contradas correspondencias", amado p e r o esquivo. H e aqu que de p r o n t o se presenta este F a b i o ante C e l i a , y C e l i a corre ; estrecharlo entre sus brazos, pero él se le escabulle, tal c o m o s< le escabulle a Ulises l a sombra de su m a d r e . P o r q u e Fabio e u n a sombra, u n a i m a g e n , u n a ilusión b e l l a , u n a dulce ficción H a sido u n sueño, fugaz c o m o todos los sueños eróticos. Per< n o i m p o r t a : tener siempre a Fabio e n l a fantasía será c o m o prc longar p o r siempre el instante dichoso. E l soneto "Detente, s o m b r a . . . " es seguramente posterior los sonetos dirigidos a Silvio, pues n o figura en l a Inundado castálida. Aquí, al único soneto a F a b i o ("Fabio, e n el ser de te dos adoradas...", núm. 169) es m u y discreto: ' A l a s mujeres le encanta tener muchos amantes; yo, e n cambio, n o quiero teñe sino u n o : aquel a q u i e n m i corazón h a elegido'. N o le dice 'Es eres tú', pero tampoco hay alusión a "esquivez". Y lo que hay e otras poesías dirigidas a Fabio —romance " S i el desamor o < enojo...", núm. 5; romancillos "Sabrás, q u e r i d o F a b i o . . . " y "! 8 1 Es l o q u e se d e d u c e de u n a c o p i a de versos de sor J u a n a h e c h a ant de q u e se i m p r i m i e r a l a Inundación castálida: m a n u s c r i t o de l a b i b l i o t e c a ( A n t o n i o R o d r í g u e z - M o ñ i i i o , e d i t a d o p o r WILLIAM C . BRYANT e n ALM, 8 1 ( 1 9 6 4 ) , pp. 277-285. NBFH, U LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 137 acaso, Fabio m í o . . . " , núms. 75 y 76— no es sino a m o r desbordante, sin mención alguna de falta de correspondencia. Sólo e n l a glosa de " S i de mis mayores gustos..." (núm. 140) hay u n a queja p o r los "desdenes", pero C e l i a no c u l p a a F a b i o , sino a su funesta suerte (su "estrella"). Las liras " A m a d o d u e ñ o m í o . . . " , "Pues estoy c o n d e n a d a . . . " y " A estos peñascos r u d o s . . . " (núms. 211-213) tienen u n lugar aparte. D e s a r r o l l a n tres accidentes dolorosísimos de u n a relación amorosa: l a ausencia, los celos y la muerte, y e n lenguaje intensamente lírico p r o c l a m a n l a fuerza incontrastable d e l amor. Francisco de las Heras, secretario de la condesa de Paredes y editor de la Inundación castálida, quiso evidentemente que los lectores c o m p r o b a r a n lo antes posible los quilates d e l v o l u m e n , y p o r eso escogió para el comienzo las composiciones de éxito garantizado (por así decir): las más originales, las más capaces de seducirlos. A continuación d e l soneto-dedicatoria col o c ó el d e l retrato ("Este que ves, engaño c o l o r i d o . . . " , c o n su impresionante verso final, homenaje a Góngora), e i n m e d i a t a mente después el tríptico de las "encontradas correspondencias", variaciones sobre u n tema de todos c o n o c i d o , pero a h o r a dotado de nueva vida, pues p o r p r i m e r a vez u n a m u j e r tomaba la idea ausoniana planteándose a sí m i s m a el arduo p r o b l e m a de las inclinaciones eróticas. E n 1689, c u a n d o se imprimió l a Inundación, hacía siete años que sor J u a n a se había liberado d e l austero tutelaje d e l padre A n t o n i o Núñez, su director espiritual. N o hace falta ningún esfuerzo de l a imaginación para c o m p r e n d e r el escándalo del j e suíta ante los versos " m u n d a n o s " de esa mujer a q u i e n él había q u e r i d o convertir e n u n a m o n j a santa, m u e r t a al m u n d o . Y , desde luego, n o sería Núñez el único escandalizado. B i e n que lo sabía fray L u i s T i n e o , eclesiástico eminente y amigo de las buenas letras, a q u i e n —seguramente p o r "cabildeos" de l a poderosa condesa de Paredes— se e n c o m e n d ó l a reglamentaria "Aprobación" d e l l i b r o . T i n e o aprovechó sagazmente l a ocasión para escudar a sor J u a n a c o n t r a las censuras de los mojigatos. Versos c o m o los que aquí se le ofrecen al lector —dice— "no son sino recreación honestísima y empleos decentísimos d e l religioso más ajustado, p o r q u e ya se ve que es disparate pensar que h a de estar siempre tirada l a c u e r d a d e l arco". También Francisco de las Heras vio l a necesidad de salvar el "óbice" de l a m u n d a n i d a d . E n su p r ó l o g o l l a m a l a atención sobre el soneto 138 NBFH, L I ANTONIO ALATORRE e n que dice sor J u a n a que cultivar las letras es mejor que "cons u m i r l a vida e n vanidades", y lo c o m e n t a así: " C o n esta verdad elegante enseña que es mejor emplear lo que sobra d e l tiempo e n estos discursos salados al oído, maestros al e n t e n d i m i e n t o y sin tropiezos a l a honestidad, que e m p e o r a r los ratos d e l ocio, o e n vanidades de más leves efectos (que le desperdician) o e n cuidados funestos (que le h a c e n más d e l i n c u e n t e ) " . Y el padre D i e g o Calleja, amigo epistolar y biógrafo de sor J u a n a , dice e n su Elegía funeral: 82 Jamás habréis leído con más gusto amores que ella escribe sin amores, amores que a lo honesto no dan susto. P e r o c u a n d o , tras el largo eclipse que se inició h a c i a 1740, volvió sor J u a n a a tener unos pocos lectores e n el siglo xix, l a crítica literaria, n u t r i d a de r o m a n t i c i s m o , n o podía concebir que u n b u e n p o e m a de amores h u b i e r a sido escrito " s i n amores": l a poesía de sor J u a n a delataba a u n a m u j e r e n a m o r a d a que expresaba auténticas vivencias. Y a e n 1819 cierto José B o cous decía e n el artículo " L A C R U Z (JEANNE-INÉS DE L A ) " de la gran Biographie universelle p u b l i c a d a e n París: " A s p i r a r o n a su m a n o m u c h o s jóvenes de las primeras familias de Méjico, entre los cuales, c o m o era natural, d i o Inés l a p r e f e r e n c i a a u n o a q u i e n amaba, y tuvo l a desgracia de perderle c u a n d o i b a a unirse a él c o n lazo i n d i s o l u b l e . Desde entonces sólo pensó ya e n el retiro". F u e esto, más o menos, lo que se siguió —y a veces se sigue— diciendo . D a n d o u n paso más, algún crítico liberal de tiempos de Juárez p u d o fácilmente concluir que los versos de amor de sor Juana, y concretamente los de las "encontradas correspondencias", 83 Es l o q u e sor J u a n a había d i c h o e n su Carta de 1682 a l p a d r e Núñez: ui q u e n a ser niaiu q u e [de d i q u e a l a literatura] e l rato q u e yo había cíe estar e n u n a reja h a b l a n d o disparates, o e n u n a c e l d a m o r m u r a n d o cuanto pasa f u e r a y d e n t r o de casa, o p e l e a n d o c o n o t r a , o r i ñ e n d o a l a triste sirviente, o v a g a n d o p o r t o d o e l m u n d o c o n e l p e n s a m i e n t o " , c o m o h a c e n tantas monjas? ( N o es i m p r o b a b l e q u e sor J u a n a le haya m o s t r a d o esta carta a su a m i g a l a condesa, y q u e también e l secretario Las H e r a s l a haya leído.) E l texto de B o c o u s se i m p r i m i ó e n francés. C i t o p o r l a traducción esp a ñ o l a p u b l i c a d a e n 1831 e n e l Diccionario histórico o Biografía universal com pendiada. S o b r e t o d a esta cuestión p u e d e verse A . ALATORRE y MARTHA LILLA TENORIO, " U n a e n f e r m e d a d contagiosa: los fantaseos sobre sor J u a n a " . NBFH, 46 ( 1 9 9 8 ) , 105-121. 8 2 8 3 NRFH, L I LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 139 son señal de que el "retiro" conventual distó m u c h o de ser u n alivio; fue más b i e n u n a p r o l o n g a d a frustración; ella, e n su e n cierro, n o hacía sino añorar l a libertad. ( E n la visión liberal-masónica de l a segunda m i t a d d e l siglo x i x , los conventos de monjas eran cárceles i n h u m a n a s que debían suprimirse, c o m o lo intentaron e n efecto las Leyes de Reforma.) A monseñor Ignacio M o n t e s de O c a , obispo de San Luis Potosí ("Ipandro A c a i c o " entre los Arcades de R o m a ) n o le costó trabajo demostrar que l a m o n j a n o h i z o más que c o n t i n u a r u n j u e g o literario que se remontaba a l a Antología griegay a A u s o n i o : [Sor Juana] admira en dos o tres autores griegos y latinos la gracia con que pintan una cadena de amores no correspondidos; ve que revistiendo esos antiguos epigramas con el traje español y adornándolos con unos cuantos conceptos al estilo de Góngora, resultarán hermosas piezas, y hace que broten de su pluma tres bellos, aunque cultos, sonetos, de que se ha apoderado la censura moderna. "¡Ved —dice— una prueba de que el corazón de la monja estaba atormentado por tenaz y mal correspondida pasión! ¡Ved una prueba del estado violento en que se hallaba la religiosa, atada por vínculos que anhelaba romper!" 84 S i n embargo, hasta los críticos católicos siguieron v i e n d o los sonetos ausonianos c o m o expresión de "vivencias" h u m a nas. Menéndez Pelayo, p o r ejemplo, dice a propósito d e l soneto II ( " A l que ingrato m e deja..."): " E l arranque de a l m a de l a m o n j a mejicana vale infinitamente rn^s que e l frío, a u n q u e i n genioso, concepto de A u s o n i o " . Méndez Planearte, e n c a m b i o , d o n d e siente "más aire de e m o c i ó n autobiográfica" es e n el soneto I ("Que n o me quiera F a b i o . . . " ) . Y A l b e r t o G . Salceda encontró tan autobiográficos los tres sonetos, que a base de ellos forjó u n a n o v e l i t a : siendo " d a m a " de l a marquesa de M a n c e r a e n el palacio virreinal, l a j o 8 5 86 IGNACIO MONTES DE O C A , Obras pastorales y oratorias, M é x i c o , 1 8 8 2 , t o m o 2 , p p . 8 3 - 8 9 ; c i t a d o p o r FRANCISCO DE LA MAZA, SorJuana Inés de la Cruz ante la historia, M é x i c o , 1 9 8 0 , p. 5 4 1 . ( M o n t e s de O c a fue e l h u m a n i s t a m e x i c a n o más c o n s p i c u o de sus tiempos: había estudiado e n l a U n i v e r s i d a d de O x f o r d . ) MARCELINO MENÉNDEZ PELAYO, Bibliografía hispano-latina clásica, M a d r i d , 1 9 5 0 , t. l , p . 2 0 1 . ALBERTO G . SALCEDA, " L O S a m o r e s de J u a n a Inés", e n Novedades, 3 , 1 0 y 1 7 d e f e b r e r o de 1 9 5 2 . ( E n 1 9 5 1 , p a r a c o n m e m o r a r e l tercer c e n t e n a r i o d e l n a c i m i e n t o d e sor J u a n a , e l p e r i ó d i c o Novedades p a t r o c i n ó u n c o n c u r s o d e trabajos a c e r c a de e l l a , y e l d e S a l c e d a o b t u v o e l p r i m e r p r e m i o . ) 8 4 8 5 8 6 ANTONIO ALATORRE 140 NRFH, LI ven J u a n a Inés se enamoró perdidamente de u n caballero que n o quiso corresponderle, mientras que u n fulano a q u i e n ella odiaba c o n toda el alma l a acosaba c o n sus requiebros; y tan explosiva fue l a mezcla cuasi-química d e l e n o r m e a m o r c o n el enorme odio, que la j o v e n decidió encerrarse en u n convento, n o sin dejar constancia d e l conflicto e n los tres sonetos. Estos, pues, datarían d e l tiempo e n que sor J u a n a n o era m o n j a a ú n . V e i n t e años antes de l a novela de Salceda, ya habían tratado el tema los dos críticos mexicanos que p u e d e n llamarse p i o n e ros de los estudios sorjuaninos "serios": E z e q u i e l A . Chávez y E r m i l o A b r e u Gómez. E l p r i m e r o , lector de psicólogos franceses c o m o J a n e t y Mendousse ( F r e u d aún n o contaba), había c o n c l u i d o , a base de u n análisis de los poemas eróticos, que todos ellos (incluso "Esta tarde, m i b i e n , c u a n d o te hablaba...") se escribieron antes de l a entrada de J u a n a e n el convento de las carmelitas, o b i e n e n el período "cortesano" de u n año y tres meses que medió entre su salida de ese convento y su entrada e n el de San J e r ó n i m o . E n particular, los sonetos de las "encontradas correspondencias" reflejan —dice— el típico "estado a m b i g u o " de l a adolescencia, "período semi-amoroso", pues "las adolescentes n o a m a n e n realidad, sino j u e g a n al amor", y e n J u a n a este a m o r es "de tan p o c a raigambre, que le permite j u g a r d o n o s a m e n t e " . L a respuesta de A b r e u Gómez n o se hizo esperar: l a poesía amorosa de sor J u a n a —dice él— "fue redactada e n función de recuerdo", dentro ya d e l convento; n o es el " d i a r i o poético" de u n a adolescente; y existe, sobre todo, "un obstáculo invencible p a r a admitir esta simultaneidad d e l sentí87 88 89 A l c o m e n t a r cosas "atrevidas" de sor J u a n a , los críticos católicos a c u d e n , c u a n d o p u e d e n , a l e x p e d i e n t e de fecharlas e n los años p r e m o n j i l e s Así M é n d e z P l a n e a r t e , c o m e n t a n d o los c i n c o sonetos burlescos escritos p a n " u n d o m é s t i c o solaz", d i c e : "Este « d o m é s t i c o solaz» debe fecharse e n P a l a c i o e n t r e 1665 y 67", pues su sal es " d e m a s i a d o gruesa, i n f e r i o r a l d e c o r o " de h " e x a c t a r e l i g i o s a " q u e , según él, fue sor J u a n a . Y e n n o t a a los versos 25=2£ d e l r o m a n c e " T r a i g o c o n m i g o u n c u i d a d o . . . " ( n ú m . 56) —'Yo m e acuer d o . . . / q u e h e q u e r i d o e n o t r o tiempo"— d i c e : " c o n f e s i ó n , decisiva al p a r e cer, de q u e tuvo e n sus días de d a m a [de l a v i r r e i n a ] u n a m o r h u m a n o ' ( p e r o ese r o m a n c e , escrito p o r sor J u a n a después de su "conversión" d< 1693, se refiere a los años e n q u e n o fue m o n j a e j e m p l a r ) . C u r i o s o e r r o r c r o n o l ó g i c o de Chávez, pues J u a n a a b a n d o n ó e l m u ; austero c o n v e n t o de las c a r m e l i t a s e n n o v i e m b r e de 1667, y e n f e b r e r o d< 1668 inició su n o v i c i a d o e n S a n J e r ó n i m o . EZEQUIEL A . CHÁVEZ, Ensayo de psicología de sorJuana Inés de la Cruz, Bar c e l o n a , [ 1 9 3 1 ] , sobre t o d o p p . 39-55. 8 7 8 8 8 9 NRFH, U LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 141 m i e n t o amoroso de sor J u a n a y de su o b r a escrita: l a cuestión de su técnica l i t e r a r i a " . L o cual, desde luego, n o tiene vuelta de hoja. L a carga conceptual —o sea l a reflexión sobre el a m o r y e l desamor— se traba tan finamente c o n l a estructura e n los sonetos de las "encontradas correspondencias", que éstos n o p u d i e r o n brotar sino de u n a mente m u y m a d u r a y m u y n u t r i d a de experiencia l i t e r a r i a . Sor J u a n a n o se hizo m o n j a p o r "vocación", sino p o r simple conveniencia, c o m o claramente lo d i c e n ella y su biógrafo C a lleja (dada " l a total negación que tenía al m a t r i m o n i o " , n o le q u e d ó otro recurso). P e r o e n su alma h u b o , durante los años conventuales, u n persistente conflicto entre l a "voluntad" y l a "obligación": su voluntad l a i n c l i n a b a irresistiblemente a las letras humanas, pero su obligación era vivir c o m o digna esposa de Jesucrito. E l mérito indiscutible de los dos libros de Ezequiel A . Chávez está e n las luces que arrojan sobre esa p u g n a trabada e n el a l m a de sor J u a n a . D e n o haber sido p o r su p r o f u n d a convicción de que los sonetos de las "encontradas correspondencias" son o b r a de u n a adolescente, b i e n h u b i e r a p o d i d o llegar Chávez a u n a interpretación análoga a l a que hizo Irving A . L e o n a r d e n 1955: l a "esquivez" d e l amado Fabio representa l a i m posibilidad de satisfacer los íntimos anhelos de sor J u a n a , y el tenaz asedio d e l aborrecido Silvio es l a ñoña rutina de las devociones y l a vida de c l a u s u r a . Y e n tal caso, lo que habría que 90 91 9 2 93 ERMILO ABREU GÓMEZ, reseña d e l l i b r o de Chávez e n Contemporáneos, núms. 4 0 / 4 1 (sept.-oct. de 1931), p p . 200-206. — E n s u contrarréplica, i n c l u i d a e n e l l i b r o p o s t u m o SorJuana Inés de la Cruz, su misticismo y su vocación religiosa ( M é x i c o , 1968), Chávez se m a n t i e n e y se r e a f i r m a e n s u i n t e r p r e t a c i ó n : las poesías amorosas d e sor J u a n a , s i n e x c l u i r " E s t a tarde, m i b i e n . . . " n i " S i l v i o , yo te a b o r r e z c o . . . " , " t i e n e n tal i n t e n s i d a d de pasión q u e n o p u e d e n c o n c e b i r s e c o m o cosa d e l pasado, c o m p u e s t a a largos años de distancia. A f i r m o , pues q u e [ f u e r o n escritas] antes d e su e n t r a d a e n e l c o n v e n t o y rehechas [yo subrayo] años después". 9 0 I g u a l m e n t e , sólo a l g u i e n c o n m u c h a l e c t u r a de poetas españoles y c o n m u c h o c o l m i l l o p u d o h a b e r escrito los c i n c o sonetos burlescos m e n c i o n a d o s supra, n o t a 87. E l q u e M é n d e z P l a n e a r t e los j u z g a r a o b r a de u n a a d o l e s c e n t e es u n c l a r o d i s p a r a t e , e x p l i c a b l e p o r l a i n t e n s i d a d de su partipris. 2 C f . A . ALATORRE, " L a Carta d e sor J u a n a a l P . N ú ñ e z " , NRFH, 35 ( 1 9 8 7 ) , p p . 595-599. IRVING A . LEONARD, " T h e encontradas correspondencias o f S o r J u a n a Inés d e l a C r u z " , HR, 23 (1955), 33-47 (o b i e n Baroque times in oíd México, A n n A r b o r , 1959, p p . 172-192): sor J u a n a "[was] n o t o n l y t o r n b e t w e e n razón a n d pasión, b u t also b e t w e e n two m e t h o d s o f r e a s o n " . H a b l a n d o c o m o " a m a n t e " , 9 1 9 9 3 NRFH, L I ANTONIO ALATORRE 142 leer en l a conclusión d e l soneto II —pero sólo allí— sería: ' S i m i vida va a ser u n c o n t i n u o angustiarme p o r n o ser plenamente lo que quiero ser, más me vale ser u n a m o n j a de tantas, aunque esto violente m i v o l u n t a d ' ("violento empleo"). Pero creo que L e o n a r d , p o r fijarse sólo e n los tres sonetos, prescindiendo de los demás versos amorosos de sor J u a n a , n o ve que la vehemencia dialéctica es al mismo tiempo vehemencia erótica. E n u n artículo publicado e n 2 0 0 1 trato de demostrar que las declaraciones de a m o r a Fabio son "metamorfosis" de las múltiples e inequívocas declaraciones de amor a la amabilísima condesa de Paredes, su libertadora y, durante siete floridos años, su i n terlocutora en la reja del convento . Pero no toco allí el otro lado las declaraciones de intenso aborrecimiento de los sonetos "Silvio yo te aborrezco..." y " C u a n d o m i error y tu vileza veo...". ¿Quiér es, e n l a realidad, ese Silvio a q u i e n " C e l i a " , ficción literaria, q u i so e n u n tiempo y a quien ahora detesta? H e aquí m i hipótesis: ese Silvio es el h o m b r e que durante años se empeñó e n ser el "direc tor" de su espíritu. E n la espléndida Carta alP. Núñez a b u n d a n l a declaraciones d e l afecto que sor J u a n a le tuvo, pero estas declara ciones, aunque repetidas, q u e d a n sofocadas bajo el peso de lafir mísima declaración de independencia: el asedio del jesuíta la tie ne harta ("pues tomo l a p l u m a . . . , es porque ya no puedo más"), enérgicamente corta su relación c o n él. E l tono de l a Carta es me surado, desde luego, pero e n la metamorfosis poética, o sea e n lo dos sonetos de repudio a Silvio, puede sor J u a n a desahogarse y de plorar c o n acentos dramáticos los trece o catorce años e n que s dejó manejar p o r el odioso padre Núñez. E l destacado papel d los personajes Fabio y Silvio e n l a poesía de sor J u a n a correspor de al que la virreina y eljesuita tuvieron e n su vida . 94 95 ¿qué es l o q u e b u s c a sor J u a n a ? L e o n a r d r e s p o n d e : " P e r h a p s e x p e r i m e n t a i s m , a secular f r e e d o m , a n d a n e w e r age". Y e n c u a n t o " i n g r a t a " , ¿qué es 1 q u e deja? " P o s s i b l y s c h o l a s t i c i s m , ecelesiasticism, a n d medievaüsm". (Si e m b a r g o , varias d e las obras más serias de sor J u a n a , c o m e n z a n d o c o n l a C sis d e l s e r m ó n d e V i e i r a y e l a u t o d e l Divino Narciso, están a b u n d a n t e y goz sámente n u t r i d a s de "escolasticismo".) C f . A . ALATORRE, "María L u i s a y sor J u a n a " , Periódico de Poesía, 2 0 0 núm. 2, pp. 8-37. C i t o , c o m o c u r i o s i d a d , l a extravagante l e c t u r a de JUAN HURTADO y A GEL GONZÁLEZ PALENCIA (Historia de la literatura española, 6 e d . , M a d r i d , 1 9 4 p. 5 4 0 ) : e n las r e d o n d i l l a s " H o m b r e s n e c i o s q u e acusáis..." se mostró s< J u a n a m u y "severa" c o n los h o m b r e s ; p e r o , " s i e n d o c o n s e c u e n t e , j u z g ó a 1 mujeres c o n análogo criterio", y a d u c e n c o m o p r u e b a el soneto " A l que i 9 4 9 5 A NRFH, 11 LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 143 También e n l a c o m e d i a Amor es más laberinto resuenan ecos del Hanc amo ausoniano. A Teseo se le ofrecen dos partidos: A r i a d n a , que lo a m a c o n verdadera l o c u r a (hasta el grado de acosarlo a ruegos, cosa tan i m p r o p i a de u n a dama) y su h e r m a n a F e d r a , que también lo ama, p e r o cuerdamente, c o n mesura (ella obedece todo el tiempo las leyes d e l " d e c o r o " ) . 96 E n dos partes dividida tengo el alma en confusión: una, esclava a la pasión, y otra a la razón rendida, dice famosamente sor J u a n a (décimas " D i m e , vencedor rap a z . . . " , núm. 99). Esas dos partes, que están " e n confusión" d e n t r o de su a l m a (o sea, revueltas l a u n a c o n l a o t r a ) , qued a n artificialmente separadas e individualizadas o "personificadas" e n Amor es más laberinto: A r i a d n a es l a pasión y Fedra l a razón. E l final de l a c o m e d i a es, p o r cierto, e l de rigor: las dos "Infantas" se casan, F e d r a c o n Teseo y A r i a d n a c o n el príncipe 97 grato m e deja, b u s c o a m a n t e . . . " (en e l c u a l , según ellos, c o n d e n a sor J u a n a l a v o l u b i l i d a d d e l sexo f e m e n i n o ) . Explícita o implícita, l a antítesis decoro/gusto a p a r e c e y r e a p a r e c e m u l t i f o r m e m e n t e e n l a o b r a de sor J u a n a . M e d e t e n d r é e n u n a de esas r e a p a r i ciones. E s o b v i o q u e l a relación de l a m o n j a c o n E l v i r a d e T o l e d o , c o n d e s a d e G a l v e (cuyo m a r i d o c o m e n z ó a g o b e r n a r l a N u e v a España e n 1688), n o fue t a n e s t r e c h a y t a n cálida c o m o l a q u e había t e n i d o c o n l a c o n d e s a de P a r e d e s , l a v i r r e i n a a n t e r i o r . Y es i g u a l m e n t e o b v i o q u e le i m p o r t a b a vitalm e n t e " c o r t e j a r " a esta señora, pues ¿ c ó m o , s i n t e n e r l a d e s u l a d o , h u b i e r a p o d i d o s e g u i r h a c i e n d o l o q u e tanto le gustaba hacer? P e r o E l v i r a n o e r a l a a s i d u a visitante d e l l o c u t o r i o de S a n J e r ó n i m o q u e había sido María L u i s a . Es éste e l c o n t e x t o d e l a felicitación de c u m p l e a ñ o s q u e le m a n d ó , quizá e n agosto d e 1689 ("Si e l día e n q u e tú n a c i s t e . . . " , n ú m . 4 2 ) , d o n d e le d i c e : " E n t r e e l gusto y e l decoro / q u i e r e l a razón q u e elija / l o q u e es adoración t u ya [o sea, e l a d o r a r t e a ti] / antes q u e l a fruición mía. / / Y o m e a l e g r o de n o verte, / p o r q u e f u e r a grosería / q u e te cueste u n a i n d e c e n c i a / e l q u e yo l o gre u n a d i c h a " . S o r J u a n a , pues, a d o r a a l a v i r r e i n a , y n a d a l a haría t a n d i c h o s a c o m o p o d e r v e r l a ; sí, p e r o se a l e g r a d e n o v e r l a : ¿ c ó m o atreverse a desear q u e l a d i v i n a E l v i r a se rebaje o c o n d e s c i e n d a a visitarla e n l a "reja" d e l c o n v e n t o ? ( L o c u a l , b i e n visto, n o es s i n o u n a m a n e r a de invitar a l a v i r r e i n a a u n trato más asiduo.) 9 6 C o m o d i c e e n las e n d e c h a s " A g o r a q u e c o n m i g o . . . " ( n ú m . 78): " S a l g a n confusamente / suspiros q u e m e a b r a s e n , / lágrimas q u e m e a n e g u e n " (sin q u e s e p a c u á n d o u n suspiro es ya u n a lágrima, o u n a lágrima todavía u n suspiro). 9 7 144 ANTONIO ALATORRE NRFH, L I B a c o (amado antes de l a llegada de Teseo a Creta, aborrecido e n seguida, y ahora aceptado faute de mieux). Pero el lector de la c o m e d i a n o podrá menos de observar que A r i a d n a , exaltada ) pasional, es personaje m u c h o más c o m p l e j o y mejor trabajadc que Fedra, tan racional y "correcta". L a o b r a de sor J u a n a es el b r o c h e resplandeciente que cerró IOÍ siglos de oro. Después de ella nadie emuló a Calderón c o m o elh e n Los empeños de una casay El divino Narciso, n i a P o l o de M e d i m c o m o ella e n el Retrato deLisarda, n i m u c h o menos a Góngora co m o ella en el Primero sueño, n i volvieron a hacerse sonetos a l a ro sa tan diáfanos y frescos c o m o "Miró Celia u n a rosa que en el pra do...". T a m p o c o volvieron a hacerse variaciones tan refinada c o m o las suyas sobre el dy seros, e l viejo tema de la Antología grieg y de Ausonio. Hay que llegar a l a época llamada "neoclásica" p¿ ra encontrar algún eco del multitudinario coro que hasta aquí he mos escuchado. Puede ser que se me haya escapado u n o que otr< texto de fines del siglo xvin (y a u n d e l x i x ) . Los que conozco so: sólo dos: u n a nueva traducción d e l epigrama Hoc quod amare v< cant p o r J u a n Francisco López d e l Plano: O mezcla o deshaz, p o r Dios, A m o r , l o q u e a m a r se l l a m a : a n a d i e abrase t u llama, o que abrase siempre a dos, y e l siguiente "cuarteto que u n a d a m a envió a otra, amiga suy pidiéndola se le glosase": A l que m e amó aborrecí [y] d e l q u e a m é f u i o l v i d a d a : ¡qué estrella tan rigurosa es l a q u e i n f l u y e e n m i s a n s i a s ! E l p r i m e r texto es b u e n testimonio de l a pequeña restaui ción de los estudios clásicos que se llevó a cabo a impulsos de Ilustración. Gracias sobre todo a losjesuitas volvieron a h a c e n e n España y sus colonias, cosas que desde tiempo atrás ya n o hacían, p o r ejemplo l a traducción de poetas latinos (y a u n gr gos) y l a lectura de poetas españoles bautizados a h o r a c o r "clásicos", o sea anteriores al ya superado Barroco. López c P l a n o hizo lo que más de u n siglo antes había hecho Salaza NRFH, U LAS "ENCONTRADAS CORRESPONDENCIAS" 145 Torres (supra, p. 110), y lo hizo tan atinadamente c o m o él; pero mientras que a Salazar, todavía barroco, le interesaba el conceptuoso tema en sí, lo que le interesa a López d e l P l a n o , ya ilustrado, es imitar l a economía "clásica" de los epigramas latinos . Su r e d o n d i l l a es u n p r o d u c t o "erudito", de l a m i s m a especie que l a concisa y fiel r e d o n d i l l a en que Bartolomé de A r g e n s o l a había traducido el ausoniano InfelixDido (cf. supra, n o t a 44). E l segundo texto es i n d i c i o de u n f e n ó m e n o m u y distinto, y a u n opuesto. N o es de índole " e r u d i t a " , sino p o p u l a r . Está e n serie c o n las redondillas folklorizadas de otros tiempos, c o m o el "Bras m u e r e de amores de A n a " glosado e n el siglo xvi p o r Gaspar de l a C i n t e r a y otros (supra, p. 107), o el " A q u i e n quiero n o m e q u i e r e " que le d i e r o n a glosar e n el xvn a V i c e n t e Sánchez (supra, p. 116). Las modas literarias "formales" van camb i a n d o al paso de los años, y así los poetas de l a Ilustración desdeñan ya, p o r anticuado, el j u e g o de i n g e n i o de l a "glosa", pero el j u e g o sigue siendo estimado y practicado e n el nivel " i n f o r m a l " , entre los aficionados comunes y corrientes, o sea en el folklore lírico. M i segundo texto —quizá cuarteta de romance, quizá c o p l a de canción— fue enviado p o r u n a d a m a a otra dam a aficionada a los versos, y ella lo glosó verso a v e r s o , tal com o h a c e n todavía hoy, e n México y otros países de lengua española, los poetas/músicos populares. E l f o l k l o r e es, p o r esencia, conservador: u n a vez que las ideas, las costumbres, los ideales artísticos de las clases "altas" y "educadas" e n c u e n t r a n aprobación e imitación e n " e l pueblo", éste i n c o r p o r a todo a su cultura, lo hace suyo. ( H e aquí u n ejemplo clarísimo: los versos "ayer maravilla f u i / y ahora n i s o m b r a soy", de l a canción " L a L l o r o n a " , p e r t e n e c e n a u n a letrilla de Góngora h e c h a e n 1621, p e r o n o llegó al folklore mex i c a n o p o r el conducto artificial de l a escritura, sino de boca en boca, desde los tiempos de Góngora hasta los nuestros.) A l guien definió el folklore c o m o gesunkenes Kulturgut, adquisición 98 99 JUAN FRANCISCO LÓPEZ DEL PLANO, Poesías selectas, Z a r a g o z a , 1 8 8 0 , p. 3 7 9 ( e d i c i ó n p o s t u m a : e l a u t o r , n a c i d o e n 1 7 5 8 , había m u e r t o e n 1 8 0 8 ) . P u s o e n español e l Arte poética de H o r a c i o , y también otros tres e p i g r a m a s de A u sonio. M [ARÍA] H[ICKEYYPELLIZONI], Poesías varias, M a d r i d , 1 7 8 9 , p. 2 8 6 . E n l a p. 1 6 2 h a c o m e n z a d o u n a serie de "Poesías varias d e u n a d a m a de esta C o r te. D a l a s a l u z d o ñ a M . H . " ; p e r o s o n s e g u r a m e n t e o b r a de l a m i s m a María H i c k e y y P e l l i z o n i , q u e se h i z o n o t a r p o r s u traducción de l a Andromaque de Racine. 9 8 9 9 NRFH, L I ANTONIO AI ATORRE 146 cultural que lentamente h a i d o hundiéndose y sedimentándose e n ese m a r que U n a m u n o llamó " l a intrahistoria". E n t r e los millares de coplas del folklore m e x i c a n o que produjo l a p r o l o n g a d a búsqueda de M a r g i t F r e n k y su equipo hay estas cuatro e n que sigue resonando el dy seros a u s o n i a n o : 100 S i m e a r r i m o , te r e t i r a s ; si m e r e t i r o , te e n o j a s ; e l c a s o es q u e p a r a m í todititas son congojas. C u a n d o te q u i e r o te vas, c u a n d o n o te q u i e r o v i e n e s ; d i m e p o r q u é n o te estás d o n d e m á s c u e n t a tú t i e n e s . C u a n d o quise n o quisiste, ahora que quieres no quiero: pasarás t u v i d a t r i s t e , c u a l yo l a pasé p r i m e r o . ¿ D e q u é te s i r v e l l o r a r y d a r vueltas c o m o loco, si tú te m u e r e s p o r e l l a y e l l a se m u e r e p o r o t r o ? ANTONIO ALATORRÍ E l C o l e g i o de Méxicc Cancionero folklórico de México, e d . M a r g i t F r e n k et al, E l C o l e g i o d M é x i c o , 1977, t. 2, núms. 3151b, 3152, 3363 y 3699. 1 0 0